picuÍ pb 2019 - ifpb · 2. revisÃo de literatura 2.1 bovinocultura e sua importÂncia a...

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1 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA PARAÍBA DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO DE ENSINO COORDENAÇÃO DO CURSO PÓS GRADUAÇÃO EM GESTAO DOS RECURSOS AMBIENTAIS DO SEMIARIDO DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA BRUCELOSE EM BOVINOS NO CURIMATAÚ PARAIBANO PICUÍ PB 2019

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1

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DA PARAÍBA

DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO DE ENSINO

COORDENAÇÃO DO CURSO PÓS GRADUAÇÃO EM GESTAO DOS

RECURSOS AMBIENTAIS DO SEMIARIDO

DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA BRUCELOSE EM BOVINOS NO

CURIMATAÚ PARAIBANO

PICUÍ PB

2019

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RAFAEL DA ROCHA FERREIRA

INQUÉRITO SORO-EPIDEMIOLÓGICO DA BRUCELOSE EM

BOVINOS NOS MUNÍCIPIOS DO CURIMATAÚ PARAIBANO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Curso Pós Graduação em Gestão dos Recursos

Ambientais do Semiárido, do Instituto Federal da

Paraíba – Campus Picuí, em cumprimento às

exigências parciais para a obtenção do título de

Especialista.

ORIENTADOR: THIAGO ANDERSON OLIVEIRA DE AZEVEDO

COORIENTADOR : JOSÉ MATIAS PORTO FILHO

PICUÍ

2019

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RAFAEL DA ROCHA FERREIRA

DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA BRUCELOSE EM BOVINOS NO

CURIMATAÚ PARAIBANO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Curso de Pós-Graduação de Gestão de Recursos

Ambientais, do Instituto Federal da Paraíba – Campus

Picuí, em cumprimento às exigências parciais para a

obtenção do título de especialista.

Aprovado em ____ / ____ / _______

Banca Examinadora

_____________________________________________________

Prof MSc. THIAGO ANDERSON OLIVEIRA DE AZEVEDO

__________________________________________________

Prof. Dr. JOSÉ MATIAS PORTO FILHO

__________________________________________________

Prof. Dr. GEORGE HENRIQUE CAMELO GUIMARÃES

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família, em especial aos

meus pais Felizardo e Lúcia, a minha esposa

Margarethe pelo o amor, dedicação, esforço, paciência e

luta que tiveram comigo durante todos esses anos e em

especial a meu filho Davi.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me dar saúde e força para permitir que pudesse realizar os sonhos não

só meu, mas de toda minha família.

Aos meus pais por me ensinarem a viver, por estarem comigo sempre e serem muito

mais do que pai e mãe, serem amigos. Obrigado por tudo Painho e Mainha.

A minha esposa Margarethe, pelo grande apoio e paciência valorizando os

momentos difíceis soube ter fé.

Aos meus avôs paternos Joaquim Marques Ferreira “vô Peba” e Francisca Lourenço

Maia “Chiquinha” ( In memória )e maternos Francisco Freire da Rocha ( Chico) e

Izabel Belita da Rocha por me ensinarem o valor que tem a família e o respeito que

deve existir entre ela.

A Vitória que sempre me ajudou, convivendo e fazendo parte da minha família e que

neste momento estar passando por problemas de saúde, mas que com fé em Deus

serão superados.

Aos meus tios, primos e demais familiares que me apoiaram e sempre acreditaram

em mim em especial Tio Fernando, Tio Chagas, Tia Cida, Tia Célia, TiabRita, Tia

Lucy, Tia Lucineide, Tia Feluzia, Tia Fátima, Rayssa, Rayane, Larissa, Ingride e

Mikita,

A meus amigos de infância Diego, Maíra, William, Larissa Costa, Tal, Lúcia, pelo

companheirismo e ótimos bons momentos que sempre estão acontecendo.

A toda equipe da ULSAV de Picuí peja ajuda no trabalho juntamente com a grande

amizade formada em especial a Carlos Roberto Ribeiro Leal e Rinaldo Robson

Santos Ferreira

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Ao professor THIAGO ANDERSON E JOSE MATIAS pela dedicação durante a

realização da monografia .

A todos os professores que contribuíram para meu aprendizado dentro e foral do

meio acadêmico.

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RESUMO

ROCHA, R. F. DIAGNÓSTICO E AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA BRUCELOSE EM

BOVINOS NO CURIMATAÚ PARAIBANO. 2019 65F. monografia (especialização em

meio ambiente e qualidade de vida )- Instituto Federal da Paraíba- campus Picuí.

A brucelose é uma doença infecto-contagiosa provocada por bactérias do gênero

Brucella. Sendo uma zoonose de distribuição universal, acarreta problemas

sanitários importantes e prejuízos econômicos vultosos. As principais formas de

manifestação nos animais evidenciam-se pelo abortamento, esterilidade e baixa

produtividade, o que corrobora para uma acentuada queda no potencial produtivo

animal. O presente trabalho teve como objetivo determinar a prevalência de B.

abortus na de região do Curimataú Paraibano identificando os fatores de risco para a

contaminação nas propriedades estudas, caracterizar a tipologia das propriedades e

determinar o índice de vacinação contra brucelose. Para tanto foram trabalhadas

261 propriedades escolhidas de forma aleatórias obtidas tais informações, através

do SIAPEC e distribuídas de forma uniforme por toda a região e colhidas 1886

amostras de soro de bovinos fêmeas com idade igual ou superior a 24 meses,

submetidas ao teste do Antígeno Acidificado Tamponado e considerando positiva a

propriedade que apresente pelo menos um animal reagente ao teste, a

caracterização dos fatores de risco para contaminação da brucelose assim como a

tipologia do sistema de criação e o índice de vacinação foram obtidos através do

questionário epidemiológico, aplicado no ato da visita as propriedades. No presente

estudo encontramos uma prevalência de 0,38%, número este considerável

relativamente baixo, concluindo que o principal fator de risco para a doença está

caracterizado no controle de trânsito, sendo necessário existir um controle

fronteiriço, visando bloquear a introdução do agente patógeno da região do

Curimataú,

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Palavras chave: Esterilidade, B. abortus, Zoonose

ABSTRACT

ROCHA, R. F. DIAGNOSIS AND EPIDEMIOLOGICAL EVALUATION OF BRUCELLOSIS

IN BOVINE ANIMALS IN PARAIMO CURIMATAÚ. 2015 77F. Monografia (especialização em meio ambiente e qualidade de vida )- Instituto Federal da Paraíba- campus Picuí.

Brucellosis is an infectious disease caused by bacteria of the genus Brucella. Being a

universal distribution zoonosis, has serious health problems and significant economic

losses. The main manifestations in animals show up at abortion, sterility and low

productivity, which confirms a sharp drop in the animal production potential. This

study aimed to determine the prevalence of B. abortus in the Paraiba region

Curimataú identifying risk factors for contamination in the studied properties,

characterize the types of properties and determine against brucellosis vaccination

rate. Therefore, they worked 261 properties chosen in random order obtained such

information through the SIAPEC and distributed evenly across the region and

harvested in 1886 serum samples from female cattle aged more than 24 months,

subject to the test antigen acidified buffered and considering positive the property to

submit at least one animal reagent to the test, the characterization of risk factors for

brucellosis contamination as well as the type of housing system and the vaccination

rate were obtained from the epidemiological questionnaire administered at the time of

visit the properties. In the present study, the figure of 0.38%, this relatively low

number considerable and we can conclude that the main pair disease this risk factor

characterized in traffic control, in order to block the introduction of the pathogen.

Keywords: Sterility, B. abortus, zoonosis

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Distribuição das Amostras nos Municípios Trabalhados........................... 35

Figura 2: Espacialização, Caracterização do Manejo e Marcação da Propriedade

Foco ......................................................................................................................... 50

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: Hospedeiros Comuns e Espécies Ocasionalmente infectadas ........... 22

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1: Dados Censitários da População Bovina Existente nos Municípios do

Curimataú Paraibano .............................................................................................. 41

TABELA 2: Focos de Brucelose Bovina Distribuídos Pelos Nove Municípios do

Curimataú Paraibano, No período de Junho de 2015 a Outubro de 2017. ............... 42

TABELA 3: Animais Soropositivos para Brucelose Bovina, Distribuídos pelos nove

Municípios do Curimataú Paraibano, no período de junho de 2013 a outubro de 2014

................................................................................................................................. 43

TABELA 4: Índice de Vacinação Contra Brucelose nos Municípios do Curimataú

Paraibano ............................................................................................................... 46

TABELA 5: Manejo Sanitário ................................................................................... 47

TABELA 6: Tipo de Exploração. .............................................................................. 48

TABELA 7: Tipos de Criação .................................................................................. 43

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAT Antígeno Acidificado Tamponado

ATP Adenosina Trifosfato

CO2 Dióxido de Carbono

CPV Coordenação de Produtos Veterinários

EMATER Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

FC Fixação de complemento

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Ig Imunoglobulina

LPS lipopolissacarídeo

MAPA Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento

Mg Miligrama

Ml Mililitro

Μl Microlitros

OIE Organização Mundial de Saúde Animal

OMS Organização Mundial de Saúde

PCR Reação de Polimerase em Cadeia

PNCEBT Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e

Tuberculose

SAL Soro Aglutinação Lenta em Tubos

TAL Teste do Anel em Leite

SIAPEC Sistema integrado Agropecuário

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TRB Teste do Rosa Bengala

ULSAV Unidade Local de Sanidade animal e Vegetal

ZNM Ziehl- Neelsen Modificado

2 ME 2 Mercaptoetanol

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 14

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 16

2.1 BOVINOCULTURA E SUA IMPORTANCIA ....................................................... 16

2.1.1 BOVINOCULTURA DE CORTE ...................................................................... 17

2.1.2 BOVINOCULTURA DE LEITE ......................................................................... 17

2.1.3 BOVINOCULTURA MISTA.............................................................................. 18

2.1.4 SISTEMAS DE CRIAÇÃO ............................................................................... 18

2.1.4.1 SISTEMA EXTENSIVO ............................................................................... 18

2.1.4.2 SISTEMA SEMI – CONFINADO................................................................... 19

2.1.4.3 SISTEMA INTENSIVO ................................................................................. 19

2.2 HISTORICO DE BRUCELOSE .......................................................................... 20

2.3 AGENTE ETIOLÓGICO ..................................................................................... 21

2.4 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA ........................................................................ 22

2.5 PATOGENIA ...................................................................................................... 23

2.6 SINÁIS CLÍNICOS ............................................................................................ 24

2.7 HOSPEDEIRO .................................................................................................. 25

2.8 TRANSMISSÃO ................................................................................................. 25

2.9 DIAGNÓSTICO .. ............................................................................................... 26

2.9.1 METODOS DIRETOS ..................................................................................... 27

2.9.2 METODOS INDIRETOS .................................................................................. 28

2.10 CONTROLE E PREVENÇÃO.... ....................................................................... 30

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2.10.1 VACINA ......................................................................................................... 32

2.11 IMPORTANCIA EM SAUDE PUBLICA ............................................................. 33

3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 35

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO ..................................................................... 35

3.2 DELINEAMENTO AMOSTRAL .......................................................................... 36

3.3 ATIVIDADE DE CAMPO E COLETA DAS AMOSTRAS ..................................... 36

3.4 ANÁLISE DE FATORES DE RISCO PARA BRUCELOSEBOVINA E TIPOLOGIA

DAS PROPRIEDADES ............................................................................................ 37

3.5 DIAGNÓSTICO .... ............................................................................................. 39

3.5.1 TESTE..... ....................................................................................................... 39

3.5.2 MATERIAIS UTILIZADOS ... ........................................................................... 39

3.5.3 METODOLOGIA DO TESTE... ........................................................................ 40

4 RESULTADO E DISCUSSÃO... .......................................................................... 41

5. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 53

REFERÊNCIAS... .................................................................................................... 54

ANEXOS.... .............................................................................................................. 61

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1. INTRODUÇÃO

A brucelose é uma doença infecto contagiosa provocada por bactérias do

gênero Brucella, sendo pequenos cocobacilos Gram - negativos. A doença é

caracterizada por ser uma zoonose de evolução preferencialmente crônica tendo

como principais formas de manifestação o aborto no terço final da gestação,

nascimento prematuros, esterilidade e baixa produção de leite e carne, o que

colabora para uma acentuada queda no potencial produtivo dos animais. Tal

enfermidade está incluída na lista de doenças da World for Animal Health ( OIE;

2005).

A brucelose ainda é um sério problema de saúde animal na maioria dos

países com exceção daqueles que, após programas rigorosos conseguiram

erradicá-la ou pelo menos reduzir a sua taxa de prevalência, vale salientar que nos

países pobres ainda é uma questão preocupante (MATHIAS, 2007) tornando esses

produtos suscetíveis a barreiras sanitárias, comprometendo a sua competitividade

no comercio internacional.

O impacto na esfera produtiva e o risco da doença em humanos fazem com

que a maioria dos países forneça recursos para erradicá-la. No Brasil temos o

Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose

(PNCEBT) consiste num conjunto de medidas compulsórias, associadas a ações de

adesão voluntária, foi instituído em 2001 pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (MAPA) com o objetivo de diminuir a prevalência e incidência de

novos casos oferecendo ao consumidor produtos de baixo risco sanitário reduzindo

o impacto negativo dessas zoonoses na saúde humana e animal.

As estratégias de combate a Brucelose Bovina são bastante conhecidas e

contempla o uso da vacinação, a certificação de propriedades livres ou monitoradas

por rotinas de testes sorológicos, controle de transito dos animais e a adoção de um

sistema de vigilância específico. Os Programas bem estruturados e administrados

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atingem boa eficácia de controle, com redução significativa da prevalência da

enfermidade depois de aproximadamente vinte anos de trabalho (POESTER, 2002).

Tais programas são bastante laboriosos, que demandam ações bem coordenadas

dos serviços veterinários oficiais e privado e que trazem como resultado não só a

eliminação da brucelose bovina, mas também a organização, fortalecimento e

amadurecimento dos serviços de saúde animal, bem como a modernização da

cadeia produtiva de carne e leite melhorando a qualidade do produto oferecido e

adequando- se a exigências nacionais e internacionais (POESTER, 2002).

A microrregião do Curimataú compreende os municípios de: Barra de Santa

Rosa, Baraúna, Cuité, Frei Martinho, Nova Floresta, Nova Palmeira, Pedra Lavrada,

Picuí e Sossego tendo como principal atividade agropecuária a criação de bovinos,

com uma população de 35.578 cabeças, tendo culturalmente a produção de carne

de sol como seu forte. O trabalho teve como objetivo determinar a soro- prevalência

da Brucelose bovina em animais pertencentes ao Curimataú Paraibano.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 BOVINOCULTURA E SUA IMPORTÂNCIA

A bovinocultura é a parte da zootecnia que trata das técnicas para a criação

de bovinos. A bovinocultura tem múltiplas finalidades dentro da produção

de matérias primas e trabalho. Embora hoje utilizados com menos frequência, no

passado o trabalho bovino foi fundamental nos

transportes (tração de carros e montaria), na lavoura (tração de implementos

agrícolas, como o arado) e no lazer (tauromaquia grega e egípcia, a tourada ibérica,

o rodeio moderno, vaquejada). Além da carne, do leite e do couro, o boi fornece

ainda outras matérias primas como: os ossos e as vísceras sem falar no estrume

servindo na fertilização de solos para a atividade agrícola (OLIVEIRA, 2006).

O estudo da bovinocultura requer um conhecimento amplo de características

tais como: a reprodução, atributos raciais, comportamentais, manejo de pastagens,

construções e instalações, fatores esses determinantes na prevenção e

disseminação de enfermidades no sistema produtivo ( BERTI, 2012).

Ao final de 2013 a bovinocultura brasileira era praticada em mais de quatro

milhões de propriedades rurais, envolvendo 211 milhões de cabeças, sendo

abatidos mais 34 milhões de animais em frigoríficos oficiais para consumo interno

e externo, sendo o Brasil o maior exportador de carne bovina. Já em relação a

produção de leite comercializado sob supervisão oficial foi de 36 bilhões de litros,

ficando na sexta posição mundial na produção de leite, porem o país ainda importa

mais de um bilhão de litros de leite, tendo como principal importador a argentina

(IBGE 2010; MILK POINT 2014).

2.1.1 BOVINOCULTUTA DE CORTE

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De acordo como os últimos dados o rebanho bovino brasileiro no ano de 2013

era de 211,279 milhões cabeças sendo o maior rebanho comercial do mundo, temos

o segundo maior rebanho em números absolutos, somos o maior exportador de

carne bovina e o terceiro maior consumidor, somos responsáveis por 22% da

produção mundial de carne bovina. Tal crescimento da sua participação na

totalidade do rebanho mundial tem sido induzido pela incorporação de tecnologias,

da elevação das exportações brasileiras e do aumento do consumo interno de carne

bovina. Vale salientar que a abrangência dessas tecnologias são dispersas

concentradas nos estados com maiores índices de exportação como Mato Grosso,

Mato Grosso do Sul e Goiás ( BRASIL, 2013; ANUALPEC, 2013).

O crescimento vertiginoso das exportações de carne pelo Brasil acarretou em

alterações com mercados de outros países, como a Austrália, os Estados Unidos e

a Comunidade Européia. A relação vem tornando-se cada vez mais competitivas, à

medida que melhoramos nossos produtos e alcançamos novos nichos de mercado

como o Oriente Médio e a Ásia. Em função disso, é certo dizer que não adianta

aumentarmos nossa produção e exportação de carne sem nos organizarmos para

atender adequadamente os mercados externos tradicionais e os emergentes.

Grandes obstáculos devem ser transpostos nesse sentido, tais como melhoria: da

malha viária; organização industrial (principalmente no que diz respeito à avaliação e

tipificação de carcaças, por intermédio de incentivos para o produtor); sem falar nas

barreiras sanitárias impostas pelos países compradores aumentando cada vez mais

a exigência para a entrada de produtos destacando enfermidades como febre aftosa,

encefalopatia espongiforme bovina, brucelose, tuberculose dentre outras

(OLIVEIRA, 2006).

2.1.2 BOVINOCULTURA DE LEITE

A cadeia produtiva do leite é uma das mais importantes do complexo,

agroindustrial brasileiro. Movimenta anualmente cerca de US$10 bilhões, emprega

três milhões de pessoas, das quais mais de um milhão são produtores, produzindo

mais 36 bilhões de litros de leite por ano, provenientes de um dos maiores rebanhos

do mundo, com grande potencial para abastecer o mercado interno e exportar. Entre

1990 e 2000, a produção nacional de leite cresceu 37% tendo o Brasil um

crescimento médio de 6,6% nos anos seguintes, contudo ainda importamos mais de

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um bilhão de litros de leite por ano tendo como principal pais importador a Argentina

( EMBRAPA 2013).

Em geral, os fatores que limitam o desenvolvimento, da cadeia produtiva de

leite estão relacionados com os aspectos geopolíticos e sociais da região da qual faz

parte. O produtor deve estar atento aos seguintes fatores : política governamental

para o setor, abastecimento de insumos, emprego de novas tecnologias, cuidados

sanitários com o rebanho, avaliando sempre o custo estando atento a variação de

preços final do seu produto, zelando cada vez mais por um produto de qualidade

levando a campo o conceito de boas práticas de produção ( EMATER, 2013).

Pelo fato do Brasil ter sido um grande importador mundial de lácteos,

pequena ainda é a credibilidade do mercado internacional em vê-lo como um

exportador. Portanto, acordos bilaterais de comércio com países importadores de

produtos lácteos poderiam trazer a velocidade necessária à concretização das

exportações brasileiras. O futuro do Brasil como grande exportador de leite está de

certa forma próximo. Os recentes investimentos em aumento de capacidade para

produção de leite em pó confirmam essa posição (SANTOS, 2009).

2.1.3 BOVINOCULTURA MISTA

Caracteriza-se por pequenas propriedades formadas em sua maioria por

pecuaristas familiares produzindo carne e leite, em pequenas quantidades. Estas

propriedades em sua maioria possuem um sistema de criação tradicional com pouca

estrutura e animais de baixo potencial genético ( SILVA, 2009).

2.1.4 SISTEMAS DE CRIAÇÃO

A criação de bovinos no Brasil depende das condições regionais. Três são os

sistemas principais de exploração capazes de conciliarem essas condições com as

necessidades dos criadores sendo eles: o extensivo, o semi – confinado e o

confinado ( SILVA, 2009).

2.1.4.1 SISTEMA EXTENSIVO

No sistema de produção extensivo, os animais são criados em regime de

pastagens durante todo o seu ciclo de vida, com instalações simples, como curral

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23

para manobra, cerca para pastos, cochos e bebedouros. Vale salientar que é

necessário dispor de um avaliação para determinar o número de hectares por

animal por ano, existindo divergências na capacidade alimentar de cada pasto de

acordo com as diferentes regiões e variações climáticas durante as estações do ano

(BERTI,2012).

2.1.4.2 SISTEMA SEMI-CONFINADO

Nos sistemas de semi- confinado os animais são engordados a pasto

recebendo suplementação especialmente quando terminados durante a seca. Os

suplementos são fornecidos em quantidade equivalentes a 0,8 a 1,0 % do peso vivo,

e a consequência é a produção de carne de melhor qualidade, proveniente de

novilhos jovens ( PAULINO, 1999).

No período em que os pastos apresentam baixa produtividade, a

suplementação é a uma recomendação favorável a ampliação produtiva. A ração

concentrada, fornecida no cocho, constitui em uma estratégia que visa suprir as

exigências de animais criados em sistemas de produção a pasto. A correção das

deficiências nutricionais do pasto via suplementação permite melhores

desempenhos e propicia a redução do ciclo de produção e idade dos animais (

BERTI, 2012).

Nesse sistema, ocorre melhor distribuição (redução dos efeitos da

sazonalidade) da produção de carne em relação aos sistemas unicamente em

pastagens. Esse sistema é atrativo pela simplicidade, isto é, requer investimentos

apenas na compra de cochos e concentrados, que é fornecido na proporção de 1%

do peso vivo dos animais, na própria pastagem ( ALENCAR, 2003)

2.1.4.2 SISTEMA INTENSIVO

O sistema intensivo ( Confinamento) caracteriza-se em encerrar os animais

em áreas apropriadas e submetê-lo durante determinado período a plano alimentar

capaz de proporcionar engorda econômica (CARDOSO,1996).

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O sistema de confinamento de bovinos tem como principal característica a

formação de lotes de animais em currais de engorda com área restrita. O

fornecimento de alimentos ocorre via cocho, tanto em parcela concentrada (farelo e

grãos), quanto volumosa (silagens), tendo assim o controle total sobre o

fornecimento da alimentação dos animais (SILVA 2009).

2.2 HISTÓRICO DA BRUCELOSE

A brucelose é uma antropozoonose conhecida desde o tempo de Hipócrates.

Ao longo do litoral Mediterrâneo em 450 a.C. já havia relatos de doença com

características semelhantes à brucelose. Em 1887, o médico militar David Bruce

isolou e descreveu a presença do agente no baço de quatro soldados ingleses, da

Ilha de Malta, que teriam morrido de brucelose, o qual denominou Micrococcus

melitensis. Os soldados apresentavam doença crônica debilitante com complicações

reumáticas devido à ingestão de leite cru de cabras. Em homenagem a Bruce, a

espécie foi renomeada de Brucella melitensis (BRUCE, 1887; RUST, 2010;

MANTUR et al., 2007; NICOLETTI, 2002).

No ano de 1897, na Dinamarca, Bernhard Bang e Stribolt demonstraram que

o aborto epizoótico das vacas era provocado por um bacilo, nominando-o como a

doença de Bang ( MANTUR et al., 2007). A designação de Febre Ondulante vigorou

desde 1897, proposta por Louis Hughes até o aparecimento definitivo do termo

brucelose. Hughes estabeleceu o nome da espécie – melitensis – quando isolou

Micrococcus melitensis de tecido cerebral (RUST, 2010).

O professor Manoel Gonçalves Carneiro foi o pioneiro do estudo

epidemiológico da Brucelose em bovinos , em 1913, que por meio de testes

sorológicos relatou um foco de brucelose na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do

Sul (GUERREIRO et al., 1984). Em 1931, Sílvio Torres verificou a existência de oito

animais soropositivos para brucelose e 19 suspeitos em um lote de 51 bovinos

importados. Como consequência, em 1933 Cézar Pinto propôs a implementação de

um protocolo de testes em animais importados como forma de impedir a

disseminação da doença no país (BOLETIM, 1988).

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Thiago de Mello, em 1950, relatou a disseminação da brucelose bovina por

todo o país apontando para uma prevalência de 10% a 20%, onde os índices mais

altos estavam nas regiões leiteiras do Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro

e Minas Gerais, sendo que apenas em 1975, o Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (MAPA) realizou o primeiro inquérito sorológico nacional ( PAULIN;

FERREIRA NETO, 2003;)

2.3 AGENTE ETIOLÓGICO

As espécies de Brucella são pequenas bactérias Gram-negativas (0,6X0,6 a

1,5 µm) cocobacilares e imóveis. Como não descoram pelo acido acético a 0,5% na

técnica de coloração de Ziehl- Neelsen modificado (ZNM) são classificados como

ZNM positivos. Em esfregaços de fluidos corpóreos ou de tecidoscorados pelo ZNM

aparecem caracteristicamente como agrupamento de cocobacilos vermelhos. Para

fins taxonômicos, todas as espécies de Brucella podem ser classificadas, conforme

estudo de hibridização do DNA, que tem mostrado que o gênero conte uma única

espécie porem por razões práticas é admissível o uso do nome Brucellas

anteriormente consideradas como espécie. As espécies Brucellasão aeróbias

Capnofílicas e catalase positiva, com exceção da Bucellaabortus e Brucella ovis que

requerem 5 a 10 %de CO2 para isolamento primário (QUINN,2005).

Outra classificação de Brucellaspp. É uma relação à morfologia colonial

dividindo-as em dois grupos: lisa e rugosa. Estas diferenças colônias refletem

diferenças da parede celular de Brucellassp., porque a presença ou ausência da

cadeia O, componente químico denominado de perosamina e que esta localizado na

superfície externa da Brucellassp., determinam a característica lisa ou rugosa da

colônia ( BARBOSA, 2009).

As bactérias do gênero Brucellassp, compreende sete espécies

morfologicamente indistinguíveis: B. abortus – Bovinos, B. Melitensis- caprinos e

ovinos, B. suis – suínos, B. ovis – Ovinos, B. canis – cães, B. neotomae ratos do

deserto e a B. maris - focas leões marinhos, golfinhos e baleias. Com exceção da

Brucellaovis,B. neotomae e da B. maristodas as outra já foram encontradas no

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homem ( RIET- CORREA, 2007) vale salientar que as Brucellassp não são espécies

especificas mas tem eletividade de espécies como demonstra o Quadro 1 ( CORRE;

CORREA, 1992)

QUADRO- 1 Hospedeiros Comuns e espécies ocasionalmente infectadas

Espécies de

Brucellas

Hospedeiros

Comuns

Espécies

Ocasionalmente

Infectadas

B. abortus Bovino Ovino, Caprino,

Suíno, Equino e

Humanos

B. melitensis Caprinos e Ovinos Bovinos e Humanos

B. suis Suinos Humanos

B. Ovis Ovinos

B. Canis Caes Humanos

B. neotomae Ratos do deserto

B. maris Focas, Leões

Marinhos,

Golfinhoes e Baleia

Fonte: CORRE; CORREA, 1992

2.4. DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

A Brucelose causada por Brucella abortus apresenta distribuição universal,

com exceção do Japão, Austrália, Canadá e de vários países Europeus onde foi

erradicada, com adoção de medidas iniciadas a mais de vinte anos. Alguns países

mantém a brucelose controlada e com diminuição de sua incidência, como é o caso

da França e dos Estados Unidos da América (MOLNAR,1997), apresentando mais

concentrada nos países subdesenvolvidos: da África, da América do Sul, do Oriente

Médio e da Ásia (PAULIN; FERREIRA NETO, 2003). No Brasil ela é endêmica e as

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perdas econômicas são causadas por abortos, redução de 15% na população de

bezerros, aumento no intervalo entre partos de 11,5 passando para 20 meses,

diminuição de 25% na produção de carne e leite e por complicações reprodutivas,

com períodos de esterilidade temporária ou infertilidade, além da desvalorização da

propriedade e seus animais. No Brasil estudos mostram que a brucelose bovina

aparece disseminada por todos os territórios, com maior ou menor prevalência

dependendo da região estudada. O único inquérito existente e datado de 1975

verificando as seguintes prevalências em animais por região: Sul, 4%; Sudeste

7,5%; Centro Oeste 6,8%; Nordeste 2,5% e Norte 4,1%( BRASIL 2009).

A morbidade é bastante variável atingindo 10 a 50%a doença se mantém

endêmica e não a mortalidade nem letalidade. A única ocasião em que a brucelose

se comporta como epidemia, causando surto de aborto e quando recém ingressa

numa criação ( CORREA; CORREA, 1992).

2.5 PATOGENIA

A bactéria penetra no organismo pelas mucosas: oral, nasofaríngea,

conjuntiva, genital ou pelo contato direto com a pele. Após a penetração, as

Brucellas são levadas aos linfonodos regionais, onde se prolifera nas células

reticulares ( RIET- CORREA , 2007). A Brucella abortus tem predileção pelo útero

prenhe, úbere, testículos, glândulas sexuais masculinas, linfonodos, cápsula

articulares e membranas sinoviais. Após a invasão corpórea inicial, a localização

ocorre inicialmente nos linfonodos que drenam a área e dissemina-se para outros

tecidos linfoides, como o baço e os linfonodos mamários e ilíacos (RADOSTITIS,

2002)

Em todos os locais invadidos a Brucella prolifera a nível intracelular. Essa

localização intracelular é um dos mecanismos de evasão do sistema imune, porque

protege as Brucellas da ação do complemento e de anticorpos específicos (BRASIL,

2009). A afinidade das bactérias pela placenta e fetos, em particular pelos

trofoblastoscorioalantóicos, foi correlacionada à presença de eritritol nesses tecidos

(JONES, 2000) entretanto, as placentas de diversos roedores, de laboratório, que

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carecem de eritritol detectável, ainda sustentam a replicação de B. abortus( SMITH,

2006).

Uma das características da infecção por Brucella é o fato da bactéria poder

resistir aos mecanismos de destruição das células fagocitárias e sobreviver dentro

de macrófagos por longos períodos, sendo ela um mecanismos de evasão do

sistema imune, protegendo contra a ação de anticorpos( BRASIL, 2009).

A infecção no útero gestante ocorre por via hematógena, deixando de ser

latente no terço final da gestação, quando o tecido córion- alantóideano está bem

desenvolvido e há disponibilidade dos metabólitos. Neste período a multiplicação da

Brucella é intensa e as endotoxinas liberadas após sua destruição geram lesões na

placenta, causando placentite necrótica dos cotiledôneos, promovendo o

deslocamento destes devido à lise de suas vilosidades, essas lesões inflamatórias-

necróticas impedem a passagem de nutrientes e oxigênio da mãe para o feto, assim

como provocam a infecção maciça do feto por B. abortus sendo responsáveis pelo

aborto. Quanto maior a necrose, maior a chance de ocorrer o aborto único sintoma

aparente na maioria das infecções (BRASIL, 2009 ).

2.6 SINAIS CLÍNICOS

A brucelose pode manifestar-se de maneira distinta conforme o hospedeiro.

Nos bovinos e bubalinos, a principal manifestação clínica é o abortamento, que

ocorre em torno do sétimo mês de gestação. Após a infecção, o aborto quase

sempre acontece na primeira fase da gestação, sendo o feto expulso de 24 a 72

horas depois de sua morte; mas, em decorrência do desenvolvimento da imunidade

celular, é pouco frequente nas gestações subsequentes. Os animais infectados

apresentam placentite necrótica, sendo comum a retenção de placenta. Após o

primeiro aborto, são mais frequente a presença de natimortos e o nascimento de

bezerros fracos. Nos rebanhos com infecção crônica, os abortamentos concentram-

se em fêmeas primíparas e animais sadios, recentemente introduzidos

(BRASIL,2009).

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As fêmeas não gestantes expostas a quantidades pequenas de brucelose

podem desenvolver a condição de portadoras assintomáticas. Já as vacas prenhes

são mais susceptíveis a brucelose e a maioria delas permanecerá cronicamente

infectada, com o agente presente no útero e linfonodos (RIET-CORREA., 2007).

Nos touros a infecção se localiza principalmente nos testículos, vesículas

seminais e próstata. A doença manifesta-se por orquite, demonstrando inicialmente

um aumento de volume e temperatura dos testículos, que acarreta baixa libido e

infertilidade. Os testículos podem apresentar degeneração, aderência e fibrose

sendo presentes outros sintomas como higrômas, bursites e artrites (RIET-

CORREA, 2007).

A brucelose no homem pode ser confundida com muitas outras doenças mais

comuns e podendo causar febre mialgia e infecção articular (REBHUN, 2000). Na

fase aguda são descritos: mal estar, dores musculares, e variação de temperatura

de modo ondulante, similares ao de uma gripe forte crônica apresenta-se

predominantes sendo comuns sinais neuropsíquicos, melancolia, irritabilidade,

prostração, cefaleia, inapetência, hipertensão e dispneia (RIET- CORREA,2007).

2.7 HOSPEDEIRO

Como regra geral, a Brucella tem predileção por órgãos reprodutivos de

animais machos e fêmeas sexualmente maduro e cada espécie de Brucella tende a

infectar uma espécie animal em particular, porém a Brucella abortus além de infectar

bovinos e bubalinos ela pode acometer outras espécies como: cães, suínos,

caprinos, ovinos, equinos e seres humanos e vários animais silvestre (QUINN,

2005).

Os bovinos são os mais susceptíveis a Brucella abortus ( BRASIL,2009). A

categoria mais susceptível a brucelose é a vaca gestante, a qual constitui também a

principal fonte de infecção; animais que ainda não atingiram a maturidade sexual

são poucos susceptíveis a esse agente (MATHIAS,2007).

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2.8 TRANSMISSÃO

A transmissão de brucelose entre rebanhos deve-se a aquisição de animais

infectados, proximidades de rebanhos com animais doentes que compartilham

pastagem e água e locais contaminados com placentas e fetos abortados. Dentro do

rebanho, a transmissão da enfermidade é influenciada pelo nível de vacinação,

tamanho do rebanho, condição de instalação, uso de piquete – maternidade e

densidade populacional (MONTEIRO, 2006).

A principal fonte de infecção é a vaca prenhe, que elimina grande quantidade

do agente por ocasião do aborto ou parto e em todo período puerperal

contaminando pastagens, água e fômites (BRASIL, 2009).

A doença é transmitida através da ingestão, penetração da pele e da

conjuntiva intacta. O pasto infectado ou o consumo de outros alimentos e dos

suprimentos de água contaminada pelos corrimentos e pelas membranas fetais das

vacas infectadas, bem como o contato com fetos abortados e bezerros recém-

nascidos infectados são os modos mais comuns de disseminação (RADOSTITS,

2002). O período de incubação da brucelose pode ser de semanas a meses ou

anos. Considerando o momento de infecção, o período de incubação é inversamente

proporcional ao tempo de gestação, ou seja, quanto mais adiantada a gestação,

menor o período de incubação (BRASIL, 2009).

A transmissão pelo coito parece não ser de grande importância para bovinos

e bubalinos. Na monta natural o sêmen é depositado na vagina onde existem

defesas inespecíficas que dificultam o processo de infecção. Entretanto um touro

infectado não pode ser utilizado como doador de sêmen isso porque na inseminação

artificial o sêmen é introduzido direto no útero, permitindo a infecção da fêmea,

sendo por isso uma importante via de transmissão e eficiente forma de difusão da

enfermidade nos plantéis (BRASIL, 2009).

A infecção congênita pode ocorrer nos bezerros nascidos de fêmeas

infectadas, mas sua frequência é baixa. A infecção ocorre no útero pode permanecer

latente no bezerro durante o início da vida, permanecendo sorologicamente negativo

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até o seu primeiro parto, quando em seguida começa a eliminar o micro organismo

(RADOSTITS.,2002).

2.9 DIAGNÓSTICO

O diagnóstico laboratorial da brucelose pode ser bacteriológico (direto) ou

sorológico ( indireto). O método direto baseia-se no isolamento do agente a partir de

tecidos, já os métodos indiretos consistem na detecção de anticorpos que estão

presentes no soro no leite e no muco vaginal( ALMEIDA, 2004).

O diagnóstico definitivo da brucelose pode ser obtido pelo isolamento do

agente etiológico sendo esse procedimento com custo mais elevado, o que

inviabiliza o seu uso em larga escala ( MONTEIRO, 2006). Em decorrência da maior

praticidade menor custo e menor tempo para obtenção do diagnostico, a pesquisa

de anticorpos é o procedimento de escolha para rotina do diagnóstico, porém a

maioria dos testes sorológicos não apresentam uma sensibilidade absoluta, devendo

– se normalmente, associar a outras técnicas para aumentar a sensibilidade do

teste. Animais recentemente infectados ou infecção crônica podem não ser

detectados por esses testes já os animais recentemente vacinados ou vacinados

tardiamente com B19, bem como aqueles infectados com bactérias contendo

antígenos semelhantes aos da Brucella abortus temos como exemplo:

Yersiniaenterocolitica 09, Escherichia coli O157, O116, Salmonellassppodem ser

detectados pela sorologia, o teste não devera ser feito entre duas e quatro semanas

antes e após o parto ouaborto, pois ocorrerá um significativo aumento dos

resultados falso negativos. Este incremento deve-se, à mobilização de anticorpos

para o colostro e também para os líquidos fetais (RIET-CORREA, 2007).

2.9.1 METDOS DIRETOS

Os métodos diretos baseiam-se no isolamento do agente a partir de tecidos

de fetos abortados, placenta secreção vaginal, gânglios, leite e sêmen. É o método

de diagnóstico mais seguro, no entanto, apresenta dificuldades tanto de colheita e

conservação das amostras quanto de procedimentos de execução da técnica

(POESTER, 2002)

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A técnica de inoculação em animais de laboratório, para posterior isolamento

e identificação do agente, tende a ter seu uso diminuído. A reação em cadeia pela

polimerase (PCR) e técnicas imunohistoquímicas são utilizadas com a finalidade de

caracterização das Brucellas em materiais suspeitos (GUARINO et al., 2000;

PAULIN; FERREIRA NETO 2003).

2.9.2 METODOS INDIRETOS

Estudos sorológicos reforçam as investigações epidemiológicas que são

usados para identificar rebanhos infectados com Brucella. Muitas vezes casos de

falhas reprodutivas e abortamento são atribuídas à brucelose pelo Teste do Rosa

Bengala (TRB) e pelo teste de soroaglutinação lenta em tubos ( SAL) (NIELSEN,

1984).

Esses testes visam demonstrar a presença de anticorpos contra Brucella sp.

Em vários fluidos corporais como soro sanguineo, leite, muco vaginal e sêmen. O

teste sorológico perfeito deveria detectar infecções nos estágios iniciais da doença,

antes da ocorrência do abortamento e deveria discriminar anticorpos de vacinação e

infecção; da mesma maneira, não deveria apresentar reações falso- positivas e falso

– negativas (NIELSEN, 1984). Ainda não existe tal teste para diagnóstico da

brucelose.

As reações falso-positivas são decorrentes de fatores distintos: primeiro, a

reação pode ocorrer devido à presença de anticorpos não específicos presentes nas

infecções por outras bactérias como: Yersenia enterocolitica, Salmonela sp,

Encherichia coli ou Pseudomonas sp. designando uma reação cruzada, outra forma

e a presença de anticorpos colostrais de animais de até quatro meses de idade

apresentando uma prova sorológica positiva. Outro caso pode ocorrer como

resultado da vacinação com B19 após da idade recomendada (BRASIL, 2008).

Os resultados falso-negativos são encontrados em infecções recentes e a

proximidade do parto ou aborto, apresentando títulos baixos de anticorpos embora,

sejam excretoras do agente (PAULIN; FERREIRA NETO, 2003).

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A resposta sorológica à infecção por Brucella sp é influenciada por muitos

fatores que interfere nos desempenho das diferentes provas sorológicas destacam –

se entre esses : o longo e variável período de incubação da doença durante o qual a

sorologia pode ser negativa, o “status” vacinal dos animais, a natureza do desafio, a

variação individual de resposta a vacinação e a infecção e o estágio da gestação no

momento da infecção. A melhor estratégia que tem sido validada por vários países

que conseguiram avanços significativos no combate a brucelose costuma ser a

combinação de testes, utilizados em série. Essa estratégia tem como base a escolha

de um teste de triagem de fácil execução, barato e de boa sensibilidade, seguido de

um teste confirmatório, a ser realizado apenas nos soros que resultaram positivo no

teste anterior, geralmente mais elaborado, porém com melhor especificidade que o

teste de triagem. Esse teste confirmatório tem que ter também boa sensibilidade

(NIELSEN, 1984).

O Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose

(PNCEBT) definiu como oficiais os seguintes testes: Antígeno Acidificado

Tamponado (AAT) “teste de rotina realizado por médico veterinário habilitado, por

laboratório credenciado ou instituição oficial, Anel em Leite poderá ser utilizado pelo

serviço de defesa oficial, ou por, médico veterinário habilitado, para monitoramento

de estabelecimento de criação certificados como livre de brucelose (TAL), 2-

Mercaptoetanol ( 2- ME) será utilizado como teste confirmatório e realizado por

laboratório credenciado ou instituição oficial e Fixação de Complemento (FC) será

utilizado como teste confirmatório realizado por laboratório oficial credenciado sendo

este utilizado em trânsitos internacionais de animais . Células inteiras de Brucella

abortus 1119-3 são utilizadas na preparação dos antígenos (BRASIL, 2008).

O AAT, deve ser utilizado como teste de rotina de acordo com as condições e

critérios estabelecidos pelo Ministério da Agricultura. Deverá ser realizado por

Médico Veterinário em laboratório credenciado. O método consiste na aglutinação

direta de anticorpos com o antígeno particulado, resultando na formação de

complexos insolúveis. A aglutinação das partículas indica a presença de anticorpos

específicos para o antígeno (SILVA, 2009). A presença de qualquer aglutinação

classificara o animal como reagente ao teste; os animais não reagentes serão

considerados negativos e os que apresentarem reações poderão ser submetidos a

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testes confirmatórios a critério do Médico Veterinário credenciado. Os positivos

deverão ser destinados ao abate sanitário (MARQUES, 2003)

O teste do anel em leite pode ser utilizado para monitorar condições sanitária

de propriedades livres ou como ferramenta de diagnóstico em sistemas de vigilância

epidemiológica, podendo ser executados por médicos veterinários habilitados, por

laboratórios credenciados ou por laboratórios oficiais credenciados (SILVA, 2009). O

teste foi criado para ser usado em mistura de leite de vários animais, uma vez que a

baixa concentração celular do antígeno 4% torna-se bastante sensível. Empregam-

se mais comumente antígenos corados com hematoxilina, que da a cor azul

característica à reação positiva (BRASIL, 2009).

O 2mercaptoetanol é mais especifico e é executado por laboratórios

credenciados ou por laboratórios oficiais credenciados serve de teste confirmatório

para reagentes no AAT. Esse teste baseia-se no tratamento prévio do soro com uma

solução de 2mercaptoetanol, que tem como função diminuir a ligação de IgM,

diminuindo a capacidade aglutinante dessa classe de imunoglobulina, o que

aumenta a especificidade desse teste (SILVA, 2009).

O teste de fixação de complemento é realizado em laboratórios oficiais

credenciados para efeito de transito internacional, e como teste confirmatório para

reagentes em testes de triagem, ou para diagnostico em casos inconclusivos ao

2mercaptoetanol, detectando principalmente IgG1, a qual é a principal

imunoglobulina resultante da infecção por Brucella abortus (SILVA,2009).

2.10 CONTROLE E PREVENÇÃO

O controle da brucelose apoia basicamente em ações de vacinação em

massa de fêmeas, diagnóstico e sacrifício dos animais positivos. Sendo também

muito importantes medidas complementares que visam impedir a transmissão da

doença como o controle do transito para animais de reprodução, programas de

desinfecção e utilização de piquetes de parição, são iniciativas simples que trazem

como resultados a diminuição de quantidade de Brucellas vivas presentes no meio

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ambiente. Isso significa um aumento dos índices de proteção da vacina e diminuição

da chance da bactéria infectar novos indivíduos (BRASIL, 2009).

A estrutura de um bom sistema de vigilância é extremamente importante, no

combate à brucelose bovina, tradicionalmente é recomendada para verificar se a

condição de livre está sendo mantida por rebanhos de uma região, todavia pode ser

bastante útil para eliminar is resíduos de doença na fase de erradicação por meio de

detecção de detecção de rebanhos infectados. Um sistema de vigilância pode ser

entendido como um conjunto de ações que visa detectar de uma forma inteligente os

focos da doença. Para o gado de corte o sistema apoia no soro diagnostico em

animais de reprodução, e os pontos estratégicos para colheita são os matadouros,

os leiloes, as exposições, os rodeios e as feiras. A adequada identificação dos

animais permite o rastreamento das propriedades focos ( BRASIL, 2014).

No caso do gado de leite pode-se monitorar toda uma região pelo TAL,

aplicada a amostras de leite colhidas nas plataformas de recepção dos laticínios. Os

rebanhos reagentes pelo TAL são submetidos à sorologia individual e havendo

animais positivos são conduzidos a ações de saneamento (PAULIN; FERREIRA

NETO, 2003).

Com uma cobertura vacinal de 80%, ou seja, quando cerca de 80% das

fêmeas em idade de procriar de uma população estiver vacinada- a freqüência de

animais infectados será bastante baixa. Portanto, uma diminuição importante da

prevalência pode ser obtida utilizando um bom programa de vacinação. Por essa

razão a vacinação deve ser priorizada nas fases iniciais do programa, quando as

prevalências são elevadas. A eliminação das fontes de infecção, feita por meio de

uma rotina e teste de diagnostico com sacrifício dos positivos, é a base das ações

que visam a criação de propriedades livres da doença (BRASIL, 2009).

Com a implantação do PNCEBT em 2001 tornou-se obrigatório a vacinação

de todas as fêmeas da espécie bovina entre três e oito meses de idade com

amostras de B19 sendo estas identificadas com a marcação de um “V” do lado

esquerdo da “cara” juntamente com o ano da vacinação e com um “P” para os

animais reagentes positivos do lado direito da “cara” (BRASIL, 2009). Os machos

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são excluídos da vacinação, já que neles pode acarretar em uma Orquite e

persistência por mais tempo dos títulos de vacinação que nas fêmeas (BEER, 1999).

O saneamento das propriedades que entram em processo de certificação no

PNCEBT será feito testando todos os animais e sacrificando os reagentes positivos.

A adesão ao programa de certificação é voluntaria e os testes em todo o rebanho

serão repetidos ate obter três testes sem um único animal positivo, ao longo de um

período mínimo de nove meses. Uma vez terminado o saneamento, a propriedade

obtém o certificado de livre, cuja manutenção depende do cumprimento de todas as

regras e normas sanitárias estabelecidas. As propriedades certificadas ficam

obrigadas a repetir os testes anualmente em todos os animais. Deve destacar-se a

exigência de dois testes negativos para o ingresso de animais caso sejam oriundos

de propriedades não certificadas (BRASIL, 2009).

A prevenção da brucelose humana é obtida através: de programas de

educação sanitária dos profissionais mais expostos, pela pasteurização dos

produtos lácteos evitando a contaminação da população e pelo controle da doença

nos animais infectados ( RIET- CORREA, 2007).

O tratamento da brucelose animal não e recomendado, pois existe grande

risco de fracasso, devido a presença intracelular da bactéria que impede os

antibióticos de alcançarem concentrações ideais para eliminação do agente (RIET-

CORREA, 2007).

Um aparecimento de novos casos de brucelose em bovinos vacinados varia

amplamente, dependendo de vários fatores, tais como: quantidade do agente

infectante, patogenicidade do mesmo e condição imunológica dos animais

particularmente após a vacinação. Esta imunidade é descrita como uma imunidade

relativa, pois previne a infecção após a exposição de pequenos ou moderado

numero de micro-organismo, mas teria a inabilidade de prevenir as mesmas ,

quando a exposição e realizada com grande quantidade de micro-organismo

virulento (CORREA; CORREA, 1992).

Algumas medidas são fundamentais para o sucesso de um programa de

controle ou erradicação da brucelose bovina são: técnicas de diagnostico viáveis,

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cooperação e esforços conjuntos entre médicos veterinários autônomos, serviço

veterinário oficial, produtores e laboratórios credenciados, estabelecimento de

medidas de manejo da enfermidade, controle do movimento de bovinos, eliminação

permanente de animais infectados e a vacinação de bezerras entre três e oito meses

de idade (ALMEIDA, 2004).

2.10.1 VACINAÇÃO

As fêmeas bovinas, por sua importância na transmissão e na manutenção da

brucelose, constituíram o alvo dos inquéritos do PNCEBT animal. Sendo assim, o

PNCEBT introduziu a vacinação obrigatória contra a brucelose bovina e bubalina em

todo o território nacional e definiu uma estratégia de certificação de propriedades

livres ou monitoradas. Estabeleceu-se um prazo para cada Estado implantar em

todo o seu território a obrigatoriedade de vacinação de bezerras contra a brucelose.

A vacinação só pode ser realizada sob a responsabilidade de médicos

veterinários; estes deverão estar cadastrados no serviço oficial de defesa sanitária

animal de seu Estado de atuação. Em regiões onde houver carência de veterinários

privados, ou nos casos em que eles não atendam plenamente às necessidades do

Programa, o serviço oficial de defesa sanitária animal poderá executar ou

supervisionar as atividades de vacinação ( BRASIL 2006).

No ano de 2007 o MAPA divulgou uma Instrução Normativa que autoriza a

vacinação de fêmeas com idade superior a oito meses, utilizando vacina não

indutora da formação de anticorpos aglutinantes, amostra RB51 (BRASIL, 2014).

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Manual Técnico do

Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose –

PNCEBT.

2.11 IMPORTÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA

A brucelose em humanos consiste de um problema sério e real sendo

transmitida para seres humanos a partir de animais infectados através de consumo

principalmente de leite cru e seus derivados não pasteurizados. Sendo uma doença

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ocupacional, atinge principalmente profissionais como machantes, fazendeiros,

funcionários de lacticínios e médicos veterinários que manipulam ou que possam ter

contato com os micro-organismo (ALMEIDA, 2004).

Os humanos são susceptíveis à infecção por Brucella abortus, B. suis, B.

melitensis, e B. canissendo transmitida para humanos por contato com secreções ou

excreções de animais infectados. As rotas de entrada incluem lesões na pele,

inalação e ingestão de alimentos contaminados, não sendo raro caso de infecção

através de acidentes de laboratório são responsáveis por algumas infecções. A

brucelose é conhecida como febre ondulante, apresentando como pirexia flutuante,

mal estar, fadiga e dores musculares e articulares. Abortos não são característicos

para infecção em humanos sendo a osteomielite a complicação mais comum.

Infecções severas ocorrem por Brucellamelitensise por B. suis biótipos 1 e 2, as

causadas por B. abortos são moderadamente graves. Enquanto aquelas causadas

por B. canis tende a ser moderadas (QUINN,2005).

Em seres humanos, o período de incubação da brucelose varia de uma a

cinco semanas, podendo estender por meses. Pode apresentar-se na forma aguda

ou crônica. A fase aguda é caracterizada por febre intermitente e contínua, dores

musculares e abdominais, artrite e cefaléia, já na fase crônica observam-se

irritabilidade e depressão, podendo haver complicações como endocardite,

miocardite, pericardite, meningite, hepatite e abscessos viscerais (CORREA;

CORREA, 1992). Em geral o tratamento é feito pela administração de associações

de antibióticos por seis semanas, as drogas mais utilizadas são: tetraciclinas,

doxiciclina e rifampicina (BRASIL, 2009)

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3. MATERIAL E METODOS

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO

A microrregião do Curimataú pertencente à Unidade Local de Sanidade

Animal e Vegetal de Picuí (ULSAV) compreende os municípios de: Barra de Santa

Rosa, Baraúna, Cuité, Frei Martinho, Nova Floresta, Nova Palmeira, Pedra Lavrada,

Picuí e Sossego, conta com um efetivo de 2.077 propriedades com uma população

de bovinos de 35.578 dados referentes a maio de 2017.

As propriedades do estudo foram escolhidas de forma aleatória através do

Sistema Integrado Agropecuário da Paraíba – SIAPEC, totalizando 261 propriedades

distribuídas de forma homogêneas e casuais (ver figura 01), já os animais utilizados

serão da espécie bovina apenas fêmeas com idade maior igual a 24meses de idade

de 01.09.2015 a 01.10.2017.

Figura 1- Distribuição das propriedades nos Municípios Estudados do Curimataú-PB

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40

QGIX 6.4.3

3.2 DELINEAMENTO AMOSTRAL

O cálculo para o número de unidades primarias a serem mostradas por

estrato, foram consideradas os seguintes parâmetros: (a) prevalência esperada (b)

erro absoluto (c) nível de confiança ( TRUSFIELD, 1995), optou-se por uma

amostragem de 261 propriedades, com uma prevalência estimada de 50%, com um

nível de confiança de 95%, resultando em um erro absoluto de 3,4% de acordo com

a formula para amostras aleatórias simples ( TRUSFIELD, 1995).

Onde:

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d = erro absoluto

Z = valor de distribuição normal para o nível de confiança de 95%

P= Prevalência esperada

n = numero de propriedades amostrada

3.3 ATIVIDADE DE CAMPO E COLETA DAS AMOSTRAS

A atividade de campo teve inicio no dia 01.09.2015 e teve termino no dia

01.10.2017 tendo a participação dos técnicos da defesa agropecuária do estado da

Paraíba lotados na ULSAV de Picuí , sendo nesta etapa realizado a coleta de

sangue e aplicação do questionário epidemiológico ( VER ANEXO 01) no

preenchimento do questionário todas as propriedades foram georeferenciadas

utilizando um receptor de GPS ( Modelo Garmin Etrex 30 Portátil) anotando suas

coordenadas geográficas para utilização em programas de mapeamento( Software

Livre) QGix versão 6.4.3 para confecção das imagens.

As amostras foram colhidas em fêmeas com idade igual ou superior a 24

meses em volume de 10ml puncionando a veia jugular, utilizando coletor tipo

vacutiener. Sendo elas devidamente numeradas e catalogadas identificando data da

coleta, sexo do animal e idade preenchendo o ANEXO 02. No ato seguinte os tubos

foram acondicionados em caixas isotérmicas e levadas imediatamente após a

coleta para refrigeração e mantidos entre 2 a 8 ºC para a retração do coágulo. Em

seguida os soros sanguíneos foram retirados, transferidos para microtubos de

polipropileno (tipo Eppendorf) que recebiam a mesma numeração e congelados,

acondicionados em caixas isotérmicas com gelo e anexadas no exterior das caixas

seu respectivo questionário ( ANEXO 1) e Formulário de colheita de Amostras

( ANEXO 2) para serem processados posteriormente em laboratório credenciado

pelo MAPA através da portaria 05\2010, no município de Santa Cruz- RN. Sendo

colhidos amostras de sangue de 1886 animais de 261 propriedades distribuídas nos

nove municípios trabalhados.

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42

3.4 ANÁLISES DE FATORES DE RISCO PARA BRUCELOSE BOVINA E

TIPOLOGIA DAS PROPRIEDADES

Serão descriminadas as características do sistema produtivo e as práticas

utilizadas no campo pelos produtores, avaliando estes dados levando em conta

possíveis fatores de risco para introdução e disseminação da doença sendo utilizado

estudos observacionais de caso-controle (TRUSFIELD, 1995). Estes dados foram

obtidos através dos questionários epidemiológicos (ANEXO 01) constituindo estas

variáveis estudadas com suas respectivas categorias, sendo elas:

1. Tipos de exploração: corte, leite e mista

2. Tipo de criação: com confinamento ( confinada/ semi-confinada) e extensiva .

3. Utilização de inseminação artificial: sim e não

4. Criar ovinos / caprinos, eqüinos e suínos: não e sim

5. Presença na propriedade de animais silvestres cervídeos e outros animais:

ausência e presença.

6. Destino de fetos abortados e placenta: não faz nada, alimenta porco/cão ou

outros animais e enterra/ joga em fossa queima.

7. Realização de testes de diagnostico de brucelose: não e sim.

8. Comprar reprodutores de qualquer origem: não compra e compra.

9. Comprar reprodutores em exposição: não compra e compra

10. Comprar reprodutores em leilões e feiras: não compra e compra.

11. Comprar reprodutores de comerciantes: não compra e compra.

12. Vacinação de fêmeas entre 3 e 8 meses de idade contra brucelose vacina e

não vacina.

13. Abate os animais na própria fazenda: não abate e abate

14. Aluguel de pasto: aluga, não aluga.

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15. Utilização de pastos compartilhados: não utiliza, utiliza.

16. Existências de áreas alagadiças acessíveis ao gado: não,sim

17. Utilização de piquetes de parição não utiliza, utiliza.

O manejo sanitário foi avaliado considerando a associações dos itens: 04, 05,

06,07, 08, 09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20 presentes no questionário

epidemiológico (anexo 01 ) classificando-os com: ótimo: atendendo todas as

exigências de forma satisfatória, bom: existência de falhas no sistema de manejo

que não comprometam a entrada e disseminação do agente patológico, regular:

existências de falhas que facilitem a entrada e disseminação do agente patológico,

ruim: inexistência de controle e de manejo sanitário favorecendo a entrada e

disseminação do agente patológico.

O índice de vacinação foi avaliado através dos itens 06 e 14 do questionário

epidemiológico considerando apenas nestes dados as propriedades que possuírem

bezerras em idades entre 3 a 8 meses descartando da amostragem as propriedades

que não possuam animais nesta faixa etária utilizando cálculos de prevalência para

vacinação obtido através da formula :

Onde:

Iv = índice de vacinação

Pv= propriedades vacinadas

Pt= Propriedades trabalhadas

O tipo de criação e exploração foi avaliado através do item 02 e 03

respectivamente utilizando forma de porcentagem aos números absolutos

encontrados em cada sub item.

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3.5. DIAGNÓSTICO

3.5.1. TESTE

O teste utilizado foi o do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT), sendo este

uma prova de triagem, rápida, prático de alta sensibilidade. Será considerada como

positiva a propriedade que tiver pelo menos um animal reagente ao teste.

3.5.2. MATERIAIS UTILIZADOS

Os materiais usados foram: antígeno para AAT, que consiste numa

suspensão de B. abortus mostra 1119-3 inativada, corado pelo rosa de bengala e

diluída a 8% em solução tampão de pH ácido (3,65); soro sanguíneo; micropipetador

de 30 microlitros; ponteiras; placas com delimitações de 4 cm; misturadores de

plástico; caixa com luz indireta.

3.5.3. METODOLOGIA DO TESTE

Os soros e o antígeno foram equilibrados à temperatura ambiente por 30

minutos e homogeneizados antes da realização da prova. Utilizando o

micropipetador de 30 μl para dispensar essa quantidade de soro por área da placa

de vidro encostando nela a ponta da pipeta em ângulo de 45º.O antígeno será

suavemente agitado e colocado 30 μl ao lado do soro, sem ser nele misturado. Em

seguida misturou-se, por meio de um misturador de plástico, o soro e o antígeno

com movimentos circulares, de modo a obter um círculo aproximado de 2 cm.

Promovem-se movimentos oscilatórios contínuos na placa durante quatro minutos,

para permitir que a mistura soro-antígeno flua lentamente dentro de cada círculo. A

placa será colocada na caixa de luz indireta para realização da leitura. Apresentando

as amostras reagentes aglutinação com positivos.

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45

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A região estudada foi considerada um único extrato para a obtenção de dados

amostrais, tendo em vista possuírem as mesmas características regionais da

produção agropecuária. Os dados utilizados como base para os cálculos da das

amostras foram os mais atualizados, referente ao primeiro semestre de 2017

retirados do SIAPEC e para melhor entendimento dividimos alguns dados por

município.

Atualmente, o Estado conta com um rebanho bovino de 1.297.271 animais

possuindo os municípios trabalhados uma população de 35.578 (Tabela 1). Essa

tabela traz um resumo dos dados Censitários fornecidos pela Defesa Agropecuária

do estado da Paraíba, onde se verifica o total de propriedades amostradas por

município, o total de fêmeas analisadas, o total de bovinas fêmeas ≥ a 24 meses

existentes nos municípios e o total de fêmeas com idade ≥ 24 meses trabalhadas.

Tabela 1. Dados Censitários da População Bovina Existente nos Municípios do

Curimataú Paraibano

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MUNICIPIOS

TOTAL DE

PROPRIEDADES

TRABALHADAS

FEMEAS BOVINAS COM

IDADE ≥ 24 MESES

EXISTENTE

TOTAL DE FEMEAS

BOVINAS COM IDADE

≥ 24 MESES

TRABALHADAS

Baraúna 13 414 59

Barra de Santa

Rosa 40 2476 305

Cuité 55 1957 396

Frei Martinho 12 668 126

Nova Floresta 10 547 82

Nova Palmeira 23 1248 197

Pedra Lavra 31 1953 202

Picuí 58 3743 394

Sossego 19 850 125

Total 261 13856 1886

Como um todo no presente trabalho ,examinou 261 propriedades, no período

de outubro de 2015 a outubro de 2017. Das propriedades trabalhadas, apenas uma

propriedade ou (0,38%) apresentou animais soropositivo para brucelose no teste do

AAT (Tabela 2). Em relação aos animais das 1886 amostras de fêmeas bovinas com

idade ≥ 24 meses submetidas ao diagnóstico de brucelose, sete foram reagente ao

teste ou (0,37%) foram soropositivas (Tabela 3). Na Tabela 2 e na Figura 2 estão

apresentadas as frequências de animais e propriedades soropositivos por município.

A frequência de animais reagentes variou de zero nos município de: Baraúna,

Barra de Santa Rosa, Cuité, Nova Floresta Nova Palmeira, Pedra Lavrada Picuí e

sossego; à 7,7% no município de Frei Martinho no qual apresentou um foco com

sete animais reagente ao teste equivale a frequência de 8,53% levando em

consideração só o município.

Tabela 2- Focos de Brucelose Bovina Distribuídos Pelos Nove Municípios do Curimataú Paraibano,

no Período de outubro de 2015 a Outubro de 2017.

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MUNICIPIOS

TOTAL DE

PROPRIEDADES

TRABALHADAS

PROPRIEDADES

POSITIVAS

(FOCOS)

NUMERO DE FOCOS

POR MUNICIPIO %

Baraúna 14 0 0

Barra de Santa

Rosa 41 0 0

Cuité 56 0 0

Frei Martinho 13 1 7,70

Nova Floresta 11 0 0

Nova Palmeira 23 0 0

Pedra Lavra 32 0 0

Picuí 59 0 0

Sossego 20 0 0

Total 269 1 0,38%

Tabela 3 - Animais soropositivos para Brucelose Bovina Distribuídos Pelos Nove

Municípios do Curimataú Paraibano, no Período de outubro de 2015 a Outubro de

2017.

MUNICIPIOS

FEMEAS

BOVINAS COM

IDADE ≥ 24

MESES

TRABALHADAS

FÊMEAS BOVINAS

COM IDADE ≥ 24

MESES SORO

POSITIVOS

ANIMAIS SORO

POSITIVOS %

Baraúna 59 0 0

Barra de Santa

Rosa 305 0 0

Cuité 396 0 0

Frei Martinho 126 7 8,53

Nova Floresta 82 0 0

Nova Palmeira 197 0 0

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Pedra Lavra 202 0 0

Picuí 394 0 0

Sossego 125 0 0

Total 1886 7 0,37

As prevalências de rebanhos com pelo menos um animal soropositivo para B.

abortus nas Unidades Federativas, em estudos conduzidos como parte do Programa

Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovina, variaram de

0,32% no estado de Santa Catarina (Sikusawa et al. 2009) a 41,5% no estado do

Mato Grosso do Sul (Chate et al. 2009). No presente trabalho, a frequência de focos

de brucelose nos nove municípios trabalhados foi de apenas (0,38%) sendo

considerada relativamente baixa. O único foco presente se deu através da

introdução de animais oriundo do estado do Rio Grande do Norte sem o

acompanhamento de atestados e exames necessários para a finalidade reprodutiva.

A estrutura de produção com um número baixo de animais também pode ter

contribuído para um número reduzido de focos, tendo um número médio de cabeças

por propriedade de 16,6 animais nesse caso, existe uma tendência de a frequência

de focos serem reduzida devido ao pequeno número de animais (Chate et al.2009).

A frequência de fêmeas bovina soropositiva constatada no presente trabalho

(0,37%), encontrando- se dentro da variação da media nacional, tendo prevalências

entre os estados brasileiros de (0,06% a 12%) (Alves et al. 2009, Azevedo et al.

2009, Chate et al. 2009, Dias et al. 2009a, Dias et al. 2009b, Gonçalves et al. 2009a,

Gonçalves et al. 2009b, Negreiros et al. 2009, Ogata et al. 2009, Rocha et al. 2009,

Sikusawa et al. 2009, Silva et al. 2009, Villar et al. 2009).

A associação entre tamanho de rebanho e presença de brucelose já foi

demonstrada (Nicoletti 1980, Salman & Meyer 1984, Azevedo et al. 2009, Chate et

al. 2009). Em rebanhos grandes (definido por Nicoletti 1980 por um numero de 100

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cabeças) uma vez introduzida a doença, quanto maior o número de bovinos

existentes maior será a proporção de animais expostos, de modo que a doença

torna-se mais persistente e de difícil controle e erradicação (Salman e Meyer 1984,

Crawford et al. 1990). De certa forma, o tamanho do rebanho (número total de

bovinos) deve ser encarado como uma variável para fator de risco, pois várias

práticas podem estar associadas ao tamanho do rebanho e à ocorrência de

brucelose, uma delas seria a compra de animais sem atestados de sanidade, pratica

comum ainda no Brasil. Alves em 2009 observou que o aumento do rebanho

resulta em aumento da probabilidade de ocorrência e persistência da infecção, e no

aumento da prevalência da doença e da dificuldade de erradicá-la. Assim, número

elevado de animais no rebanho significa maior risco de introdução e disseminação

da brucelose.

Um fator importante que pode ter contribuído para este resultado é o sistema

de criação adotado nos municípios da região. Os produtores dos locais em sua

maioria fazem o sistema de cria e recria e a comercialização ocorre dentro do

município. A aquisição de animais de outras localidades, quando ocorre, é feita por

meio de financiamentos rurais que exigem no seu contrato a emissão de atestado

negativo de brucelose e tuberculose.

O maior risco para as comunidades seria o consumo de leite cru e seus

derivados, pois o único foco presente se deu em uma propriedade de produção de

leite que obteve animais sem a comprovação de atestados zoosanitários. Já o foco

das atenções da doença em humanos estaria na população de profissionais sendo

eles magarefes, fazendeiros, funcionários de laticínios e médicos veterinários que

manipulam ou que possam ter contato com os microrganismos, podendo infectar-se

e gerar problemas sérios uma vez que a doença não é tratada com a devida

importância por médicos humanos complicando seu diagnóstico.

Analisando os dados de vacinação contra brucelose observamos baixos

índices de vacinação nas bezerras entre 3 e 8 meses, das 45 propriedades na qual

os responsáveis confirmaram a presenças dos animais na faixa etária vacinal, só

nove apresentaram comprovação de vacinação ou marcação dos animais, um dos

maiores empecilhos neste caso, atribuído pelos produtores seria: o alto valor

cobrado pelos veterinários autônomos, atrelado a fatores como: desinformação da

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50

obrigatoriedade da vacinação das bezerras entre 3 – 8 meses, um numero reduzidos

de fiscais na região e o desconhecimento da importância da enfermidade como uma

zoonose. Em dados relativos chegamos a um percentual de 20% dos rebanhos

trabalhados. Porém os números se distribuem de forma heterogênea, pois

municípios como: Baraúna, Barra de Santa Rosa, Cuité, Nova Floresta, Nova

Palmeira, Pedra Lavrada e Sossego nenhum das propriedades estudadas

apresentaram animais vacinados contra a enfermidade, já municípios como Picuí

apresentam índices de 43 % justificado por ser a sede da ULSAV órgão responsável

pela fiscalização na região. Em Frei Martinho o índice de vacinação de 66% é

explicado em decorrência do foco na região, pois produtores, comunidade e os

serviços públicos municipais e estadual, conhecendo a importância da enfermidade

ali presente realizaram campanhas de conscientização e importância da prevenção

VER TABELA 4

Tabela 4- Índice de Vacinação Contra Brucelose nos Municípios do Curimataú

Paraibano.

MUNICIPIOS

FEMEAS COM

IDADE ENTRE 3-

8 MESES MÊSES

TRABALHADAS

NUMERO DE

PROPRIEDADES

QUE POSSUEM

FEMEAS

VACINADAS ENTRE

(3-8 MESES)

NÚMERO DE

NAIMAIS

VACINADOS

Baraúna 3 2 0 0

Barra de

Santa Rosa 12 4 0 0

Cuité 16 5 0 0

Frei Martinho 22 3 12 66,66

Nova Floresta 12 4 0 0

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51

Nova Palmeira 6 2 0 0%

Pedra Lavra 20 6 0 0%

Picuí 82 16 30 43,75

Sossego 12 3 0 0

Total 185 45 42 20%

Para abordamos de forma simplificada classificamos o manejo sanitário em :

ótimo, regular e ruim; nenhuma propriedade atendeu de forma plena todos os

índices, porém 14% das propriedades apresentaram bom índices e podemos

destacar negativamente nesta analise o município de Frei Martinho com 33% das

propriedades apresentavam um manejo ruim . Tivemos uma predominância de um

manejo regular com 80,45% possuindo neste caso propriedades que tinham uma

higiene mínima recomendada um controle de transito razoável, porém não

vacinavam seus animais Ver Tabela 5.

Tabela 5- Manejo Sanitário

MUNICIPIOS

TOTAL DE

PRODUTORES MANEJO SANITARIO

OTIMO BOM REGULAR RUIM

BARAUNA 13 0 0 12 1

BARRA DE SANTA

ROSA 40 0 5 32 3

CUITE 55 0 6 47 2

FREI MARTINHO 12 0 0 8 4

NOVA FLORESTA 10 0 1 9 0

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NOVA PLAMEIRA 23 0 2 19 2

PEDRA LAVRADA 31 0 9 20 2

PICUI 58 0 11 47 0

SOSSEGO 19 0 3 16 0

TOTAL 261 0 37 210 14

No extrato amostral estudado, observamos que o tipo de exploração

predominante é a bovinocultura de corte com 46% das propriedades estudadas, este

índice se deve a região ser conhecida em possuir umas das melhores carnes de sol

do estado, tendo a carne ali presente um grande apreço e valor agregado, procurada

por restaurantes de várias regiões. Analisando a tabela 6 observamos variação entre

61% em Baraúna a 20% em nova floresta, de propriedades de corte. O índice de

propriedades mistas apresentou resultados significativos, com um total de 38% do

estrato estudado, esse fator se deve ao elevado número de pequenas propriedades

e o habito dos produtores da região em retirar leite de vacas em lactação, mesmo

apresentando esses animais um baixo desempenho produtivo, servindo para

complementar a renda para a aquisição de ração para os próprios animais e pós a

um determinado número de crias ou apresentar um bom estado corporal são

abatidos. Em contrapartida encontramos um baixo índice de propriedade de leite

com apenas 14,56%, esse índice se deve além de hábitos locais como já descrito, a

uma dificuldade de obtenção de mão de obra na região, a desvalorização no

mercado local do leite e falta de incentivos estadual e municipal para a produção e

compra do produto local, associados a secas prolongadas e um despreparo do

produtor a enfrentar tais adversidades climáticas Ver tabela 6.

Tabela 6 - Tipo de Exploração

MUNICIPIOS

TOTAL DE

PRODUTORES TIPO DE EXPLORAÇÃO

TOTAL

CORTE%

TOTAL

LEITE%

TOTAL

MISTA%

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53

BARAUNA 13 61,53 7,70 30,75

BARRA DE SANTA

ROSA 40 57,50 17,50 25

CUITE 55 40 21,81 38,18

FREI MARTINHO 12 50 25 25

NOVA FLORESTA 10 20 30 50

NOVA PLAMEIRA 23 56,52 4,34 39,13

PEDRA LAVRADA 31 41,93 16,12 41,93

PICUI 58 48,27 5,10 46,55

SOSSEGO 19 36,84 15,78 47,36

TOTAL EM % 261 46,74% 14,56% 38,69%

O tipo de criação predominante em todo o extrato foi o semi- confinada,

atingindo 80% do rebanho estudado, fator este explicado pela seca que acomete a

região, não obtendo à nível de pasto a suplementação mínima para manutenção

fisiológica do organismo, aumentando consideravelmente o custo no sistema de

produção, tendo em vista que a suplementação feita corresponde ao mínimo a

carência alimentar desses animais. Em segundo apresenta o confinamento com

11% e a criação extensiva com apenas 8% como mostra a tabela 7.

Tabela 7 -sistemas de Criação

MUNICIPIOS

TOTAL DE

PRODUTORES TIPO DE CRIAÇÃO

CONFINADO%

SEMI

CONFINADO% EXTENSIVA%

BARAUNA 13 7,70 92,30 0

BARRA DE SANTA

ROSA 40 2,50 77,50 20

CUITE 55 5,45 87,27 7

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54

FREI MARTINHO 12 25 66,66 8,33

NOVA FLORESTA 10 50 50 0

NOVA PLAMEIRA 23 8,6 86,95 4,34

PEDRA LAVRADA 31 19,35 70,96 9,67

PICUI 58 10,34 86,20 3,45

SOSSEGO 19 21,05 68,42 10,52

TOTAL EM % 261 11,87% 80,07% 8,04%

Na figura 2 podemos espacializar as propriedades que apresenta um manejo

ruim, regular e bom, juntamente com a presença da propriedade foco no município

de Frei Martinho. Podemos analisar que a existência de propriedades ruins não

apresenta um fator logico apresentando de forma dispersa e distribuída em forma de

pontos aleatórios descriminados no mapa, não existindo interação com rodovias

lixões ou outros pontos de infecção ou disseminação de patógenos.

Figura 2 – Espacialização e Caracterização do Manejo e Marcação da Propriedade

Foco

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55

QGIX 6.4.3

Analisando os baixos índice vacinal e a existência de uma baixa prevalência,

não implica em um abandono da etapa vacinal, sendo necessário mais estudos em

outras regiões do estado visando estratégias especificas para cada unidade local de

sanidade animal.

O passo seguinte na região estudada seria o aumento de ações de

diagnóstico, para a obtenção de propriedades livres, compartilhada pela a

eliminação das fontes de infecção, feita por meio de uma rotina de testes diagnóstico

com sacrifício dos animais positivos e o controle rigoroso do trânsito animal, sendo

esta a base das ações que visam à criação de propriedades livres contra a

enfermidade ( BRASIL 2014).

É importante lembrar que a erradicação da doença só é alcançada depois que

a participação no programa se torna obrigatória. Além disso, existe um debito de

dados na prevalência de brucelose no estado como um todo, sendo necessário um

estudo abrangendo a Paraíba como um todo, encontrando medidas de correção e

proteção que visem uma melhoria da sanidade do nosso rebanho. Outro pre -

requisito para que uma área seja considerada erradicação é a existência de um bom

serviço de sanidade animal, ou seja um serviço que cubra de maneira satisfatória

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56

todo o território, aplique métodos de controle de qualidade dos procedimentos

baseados em auditorias, implemente sistema de vigilância ativa e passiva, rastreie

focos de doenças a partir do indivíduo, dispondo de uma equipe treinada em ações

de contingenciais e desfrute de prestigio perante produtores e a população ( PAULIN

FERREIRA NETO ; 2003).

Para descobrir novos focos onde a prevalência é baixa, como no caso da

região estudada, o MAPA recomenda, uma implantação de sistema de vigilância a

propriedades de risco adaptada a realidade local.

Para alimentar o sistema de vigilância as propriedades de corte deveriam

realizar sorodiagnóstico nos reprodutores e teste frequentes e animais destinados ao

abate tendo como objetivo descartar a presença do agente patógeno no rebanho.

Em se tratando de propriedades leiteiras o teste do anel em leite ajudaria para

monitorar e inspecionar o rebanho da propriedade distribuidoras deste produto.

Como a região estuda caracteriza-se por propriedades mistas de caráter familiar, o

sistema de defesa agropecuária deve realizar com frequência estudos de

amostragem para se conhecer a situação epidemiológica real e atual alimentando

assim o sistema de vigilância. A investigação de abortos, repetição de cio e rumores

da doenças na região também são importantes na detecção de focos, principalmente

quando se trata de propriedades que se mantem informalmente no mercado de leite

e carne.

Todos os focos descobertos pelo o sistema de vigilância devem ser saneados

e transformados em propriedades livres. Investigações epidemiológicas

retrospectivas e prospectivas devem ser realizadas a partir dos focos encontrados,

pois assim é possível verificar a situação sanitária das propriedades que venderam

ou compraram animais do foco. É importante ressaltar que é necessário um bom

sistema de informações e dados censitários pecuários de qualidade para que se

tenha uma boa vigilância epidemiológica (PAULIN; FERREIRA NETO; 2003).

Levando em consideração a baixa prevalência da doença e baixo níveis de

vacinação encontrado a enfermidade o próximo passo seria a obtenção de um

numero maior de propriedades certificadas livres. Para isso é necessário um adesão

dos produtores ao PNCEBT e em contrapartida um aumento de ações de

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57

diagnósticos e de saneamento e o fortalecimento do sistema de vigilância. Além

disso, a realização de levantamentos amostrais periódicos auxiliaria o estado a tingir

metas e conseguir erradicar a brucelose bovina.

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58

5.CONCLUSÃO

A região caracteriza-se por apresentar 46% das propriedades são de corte,

14% de leite e 38% propriedades mistas, apresentando um sistema de criação

dominante semi- confinado com 80% das propriedades trabalhada, 11% confinadas

e apenas 8% apresentam um sistema de criação extensivo. O índice de vacinação

contra brucelose foi de 20% .

No período estudado a prevalência de brucelose nos municípios que

compreende o Curimataú paraibano, que participaram do estudado foi de 0,38% das

propriedades trabalhadas com uma confiança de 95%, o principal fator de risco para

a presença da enfermidade, foi entrada de animais sem a realização de testes

diagnóstico para brucelose de forma clandestina, oriundo de regiões na qual a

enfermidade se apresenta endêmica. Sendo o principal fator para controle e

prevenção da doença a fiscalização das áreas fronteiriças.

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66

ANEXOS :

ANEXO 01- MODELO DE QUESTIONÁRIO EPIDEMIOLÓGICO

ANEXO 01- MODELO DE QUESTIONÁRIO EPIDEMIOLÓGICO

01) IDENTIFICAÇÃO LAT _____º_____’_____”

LONG _____º_____’_____”

Município______________________________________________UF PB

Proprietário

__________________________________________________________________________

Propriedade

__________________________________________________________________________

DATA DA VISITA ___/___/____

02)TIPO DE EXPLORAÇÃO : (_) CORTE (_) LEITE (_) MISTA

03) TIPO DE CRIAÇÃO : (_) CONFINADA (_) SEMI- CONFINADA (_) EXTENSIVA

04) TIPO DE ORDENHA: (_) MANUAL (_) MECANICA (_) MECANICA NA SALA DE

ORDENHA (_) NÃO ORDENHA

05) USA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL : (_) NÃO (_) USA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL E

TOURO (_) USA SÓ INSEMINAÇÃO ARTIFICIA

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06) BOVINOS EXISTENTES

MACHOS

CASTRADOS

MACHOS INTEIROS ( MESES)

FÊMEAS

TOTAL 0-6 6-12 12-24 >24 0-6 6-12 12-24 >24

07)OUTRAS ESPECIES NA PROPRIEDADE : (_) OVINOS/ CÁPRINOS (_) EQUIDEOS

(_) SUÍNOS

(_)AVES (_)CÃO (_) GATO

08) ESPÉCIES SILVESTRES EM VIDA LIVRE NA PROPRIEDADE (_)NÃO TEM (_)

OUTRAS

09) ALGUMA VACA ABORTOU NOS ULTIMOS 12 MESES : (_) NÃO (_) SIM (_) NÃO

SABE

10) O QUE FAZ COM O FETO ABORTADO E OU PLACENTA : (_) ENTERRA/ JOGA EM

FOSSA/ QUEIMA (_) ALIMENTA OS PORCOS/ CÃO / GATO(_) NÃO FAZ NADA

11) FAZ TESTES DE DIAGNOSTICOS PARA BRUCELOSE : (_) NÃO (_) SIM

A) Regularidade dos testes : (_) uma vez ao ano (_) duas vezes ao ano (_) quando

compra animais (_) quando há casos de aborto na fazenda(_) quando exigido pra transito /

evento/ crédito

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12) COMPRA FÊMEAS OU MACHOS COM FINALIDADE REPRODUÇÃO : (_) NÃO (_)

SIM

A) Onde / de quem : (_) EM EXPOSIÇÃO (_) EM FEIRAS/ LEILÕES (_) A

COMERCIANTE DE GADO (_) DE OUTRAS FAZENDA

13 ) VENDE FÊMEAS OU MACHOS COM FINALIDA DE REPRODUÇÃO : (_) NÃO (_)

SIM

A) Onde / de quem : (_) EM EXPOSIÇÃO (_) EM FEIRAS/ LEILÕES (_) A

COMERCIANTE DE GADO (_) DE OUTRAS FAZENDA

14) VACINA CONTRA BRUCELOSE: (_) NÃO (_) SIM, APENAS FEMEAS DE ATE

8MESES DE IDADE (_) SIM, FEMEAS DE QUALQUER IDADE

15) LOCAL DE ABATE DAS FEMEAS E MACHOS ADULTOS NO FIM DA VIDA

REPRODUTIVA:

(_) NA PRÓPIA FAZENDA (_)EM ESTABELECIMENTO DE ABATE SEM INSPEÇÃO

VETERINÁRIA

(_) EM ESTABELECIMENTO DE ABATE SEM INSPEÇÃO VETERINÁRIA(_) NÃO ABATE

16) ALUGA PASTOS EM ALGUMA EPOCA DO ANO : (_) NÃO (_) SIM

17)TEM PASTOS EM COMUM COM OUTRAS PROPRIEDADES : (_) NÃO (_) SIM 18)

EXISTEM NA PROPRIEDADE ÁREAS ALAGADIÇAS AS QUAIS O GADO TEM ACESSO:

(_) NÃO (_) SIM

19) TEM PIQUETE SEPARADO PARA FEMEAS NA FASE DE PARTO E OU POS

PARTO: (_) NÃO (_) SIM

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20) TEM ASSISTENCIA VETERINÁRIA : (_) NÃO (_) SIM

A) Deque tipo: (_) veterinárioparticular (_) veterinário de cooperativa

Funcionário responsável

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ANEXO 02 - FORMULÁRIO DE COLHEITA DE AMOSTRAS

NOME DO PROPRIETÁRIO_____________________________________________

NOME DA PROPRIEDADE _____________________________________________

DATA DA COLHEITA____/____/_____

INFORMAÇÕES SOBRE AS AMOSTRAS COLHIDAS

RESULTADO

LABORATORIAL

N IDADE

(ANOS)

Nº DE

PARIÇO

ES

ABORTOU

VACINAS

AAT

SIM NÃO

BR

U

LE

P IBR BVB + -

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Funcionário responsável

Obs : BRU- Brucelose / LEP – Leptospirose / IBR – Rinotraqueite Infecciosa Bovina / BVB -

Diarreia Viral dos Bovinos