petiÇÃo inicial - d1ly1csstr22jg.cloudfront.net · perigo de dano ou de risco ao resultado útil...

18

Upload: lamnhi

Post on 30-Nov-2018

223 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

PETIÇÃO INICIAL

Para elaborar uma petição inicial pelo procedimento

comum, lembre-se de seguir o roteiro do art.319 do Código

de Processo Civil. Em síntese, deve conter:

PETIÇÃO INICIAL

Endereçamento (regras de competência art. 42 e

seguintes do CPC/15 e art. 109 da Constituição Federal)

Qualificação das partes

Nomenclatura da peça processual e fundamento legal

Descrição sucinta dos fatos (atenha-se às informações do

enunciado)

Fundamentos jurídicos

Produção de provas

Opção pela realização de audiência de conciliação ou

mediação

Pedidos

Valor da causa

Fechamento

AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO OU

CONCILIAÇÃO

MANIFESTAÇÃO DO AUTOR

MANIFESTAÇÃO DO RÉU

REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA

QUERO NÃO QUERO VAI SER REALIZADA

NÃO QUERO QUERO VAI SER REALIZADA

NÃO QUERO SILÊNCIO DO RÉU

VAI SER REALIZADA

NÃO QUERO NÃO QUERO NÃO VAI SER REALIZADA

Também não haverá audiência de mediação ou conciliação

quando não admitir autocomposição (art. 334, §4º, II, CPC).

TELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA: Neste caso, o direito é

plausível! Deve-se demonstrar a existência da fumaça do

bom direito (fumos boni iuris) e o perigo na demora

(periculum in mora) – Verificar art. 300 do CPC/15.

TUTELA PROVISÓRIA DE EVIDÊNCIA: A tutela de evidência

será concedida, independentemente da demonstração de

perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo,

nas hipóteses dos incisos do art. 311 do CPC/15.

CONTESTAÇÃO

A contestação é a forma de defesa do Réu em um

processo de conhecimento. Lembre-se do ônus da

impugnação específica, ou seja, todos os fatos e pedidos do

Autor devem ser contestados pelo Réu (art. 336 e 341,

CPC/15), sob pena de presunção de veracidade dos fatos.

ATENÇÃO: O ônus da impugnação específica não é

aplicável aos defensor público, ao advogado dativo e ao

curador especial (art. 341, parágrafo único, do CPC/15).

PRAZO: O prazo para contestação é de 15 dias úteis (art.

335, caput, c/c 219, CPC/15), cuidado com as hipóteses de

prazo em dobro.

PRELIMINARES: As preliminares de contestação estão

previstas no art. 337 do CPC/15. Lembre-se de alegá-las

antes do mérito e incluir nos pedidos.

PEDIDOS: Não esqueça que na contestação o Réu

deverá requerer a improcedência dos pedidos formulados

pelo Autor na petição inicial.

ANOTAÇÕES

CONTESTAÇÃO

Endereçamento ao juiz da causa (com indicação de Vara,

numeração processual... conforme enunciado da FGV);

Preâmbulo com qualificação das partes e indicação da

peça e fundamento legal;

Resumo da inicial

Preliminares (se for o caso – avaliar o art. 337 do CPC/15)

Mérito (fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do

direito do Autor com a apresentação dos argumentos

jurídicos cabíveis)

Pedido de improcedência da ação + acatamento das

preliminares + requerimentos de ordem processual.

Produção de provas

Fechamento

RECONVENÇÃO

A reconvenção ocorre quando o Réu se vale do mesmo

processo para buscar não apenas a improcedência do pedido

do autor, mas uma pretensão, ou seja, um contra-ataque ao

autor.

PROCESSO DE EXECUÇÃO

O título executivo deve representar uma obrigação

líquida, certa e exigível! Caso a peça processual seja uma

ação de execução, observar o art. 798 do CPC/15, pois

constam requisitos específicos!

EMBARGOS À EXECUÇÃO

Meio adequado para defesa do executado na ação

fundada em título executivo extrajudicial. Trata-se de uma

petição inicial que segue os requisitos do art. 319 do Código

de Processo Civil e deve ser distribuída por dependência aos

autos da execução. Atenção para os art. 914 e seguintes do

Código de Processo Civil.

FRAUDE À EXECUÇÃO X

FRAUDE CONTRA CREDORES

FRAUDE À EXECUÇÃO: Caracterizada quando o devedor se

desfaz de seu patrimônio após a ciência da ação de execução

ou após a averbação prevista no art. 828 do Código de

Processo Civil. O pedido de reconhecimento da fraude à

execução é realizado através de petição nos próprios autos da

ação de execução.

FRAUDE CONTRA CREDORES: É um defeito do negócio

jurídico previsto no art. 158 a 165 do Código Civil. A ação

adequada para atacar a fraude contra credores é a Ação

Pauliana / Ação revocatória.

ANOTAÇÕES:

RECURSOS NO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

RECURSO PREVISÃO LEGAL CABIMENTO OBSERVAÇÃO

APELAÇÃO

Art. 994, I e art. 1.009 do CPC Sentença (art. 203, §1º, do CPC),

seja com ou sem resolução de

mérito.

1) Decisões do art. 1.015 do CPC

decididas na sentença serão

impugnadas no recurso de

apelação;

2) Decisões interlocutórias não

passíveis de agravo de

instrumento (art. 1.009, §1º do

CPC) devem ser arguidas em

preliminar de apelação ou nas

contrarrazões.

AGRAVO DE INSTRUMENTO

Art. 994, II e 1.015 do CPC Decisões interlocutórias (art.

203, §2º do CPC).

Rol do art. 1.015 do CPC e:

1) Julgamento parcial e

antecipado do mérito (art. 354,

parágrafo único e art. 356, §5º,

do CPC);

2) Art. 1.037, §13, I, do CPC;

3) Art. 1.027, §1º, do CPC;

4) Art. 1.015, parágrafo único,

CPC: também caberá agravo de

instrumento contra decisões

interlocutórias proferidas na

fase de liquidação de sentença,

no processo de execução e no

processo de inventário;

5) Cuidar ainda outras situações

que a jurisprudência vem

admitindo – por exemplo, da

decisão prevista no art. 550, §5º,

do CPC.

RECURSO PREVISÃO LEGAL CABIMENTO OBSERVAÇÃO

AGRAVO INTERNO

Art. 994, III e 1.021 do CPC Decisões monocráticas

proferidas pelo Relator.

1) Art. 1.037, §13, II, do CPC;

2) Art. 1.030, §2º do CPC

(decisão que tange ao RESP ou

REXT).

3) Cuidar que cabe da decisão monocrática,

então, cabe, também, da decisão do relator que

concede ou nega efeito suspensivo ou

antecipação de tutela recursal – conforme

enunciado 142 do FPPC.

EMBARGOS DE

DECLARAÇÃO

Art. 994, IV e 1.022 do CPC Qualquer decisão, desde que:

omissa, contraditória, obscura

ou com erro material.

1) Cuidado: conforme o

parágrafo único do art. 1.022 do

CPC pode ser feita referência

sobre a omissão – art. 489 do

CPC;

2) Os embargos de declaração

poderão ser opostos com o fim

de pré-questionamento (art.

1.025 do CPC).

ANOTAÇÕES:

RECURSO PREVISÃO LEGAL CABIMENTO OBSERVAÇÃO

RECURSO ORDINÁRIO

Art. 994, V e 1.027 do CPC e art.

102, II e 105, II da Constituição

Federal.

No caso de decisões de

competência originária dos

Tribunais e, ainda, cuidar o art.

109, II, da Constituição Federal.

1) Ao STF: art. 1.027, I do CPC –

os mandados de segurança,

habeas data e os mandados de

injunção decididos em única

instância pelos tribunais

superiores quando denegatória

a decisão.

2) Ao STJ: art. 1.027, II do CPC –

a) os mandados de segurança

decididos em única instância

pelos tribunais regionais

federais ou pelos tribunais de

justiça dos Estados e do Distrito

Federal e Territórios, quando

denegatória a decisão.

b) os processos em que forem

partes de um lado Estado

estrangeiro ou organismo

internacional e, de outro,

Município ou pessoa residente

ou domiciliada no País.

OBS: Nestes casos, o agravo de

instrumento (art. 1.015 do CPC)

será dirigido ao STJ (art. 1.027,

§1º, do CPC).

RECURSO ESPECIAL

Art. 994, VI e 1.029 do CPC e art.

105, III e alíneas da Constituição

Federal.

Contra decisões em única ou

última instância do TJ ou TRF,

conforme cabimento de acordo

com art. 105, III da C.F/88.

- Exige pré-questionamento;

- Se a hipótese for divergência

entre tribunais – observar o §1º

do art. 1.029 do CPC.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO Art. 994, VII e 1.029 do CPC E

ART. 102, III, “A, B, C ou d” da

Constituição Federal.

STF: causas decididas em única

ou última instância nas

hipóteses do art. 102, III, da

Constituição Federal.

- Exige pré-questionamento;

- Exige repercussão geral (art.

102, §3º da CF e 1.035 do CPC);

RECURSO PREVISÃO LEGAL CABIMENTO OBSERVAÇÃO

AGRAVO EM RECURSO

ESPECIAL OU

EXTRAORDINÁRIO

Art. 994, VIII e 1.042 do CPC Decisão que inadmitir recurso

especial ou extraordinário.

Não caberá Agravo em Recurso

Especial quando a decisão que

inadmitir o Resp ou Rext estiver

fundada na aplicação de

entendimento firmado em

regime de repercussão geral ou

em julgamento de recursos

repetitivos, nestes casos, caberá

agravo interno.

EMBARGOS DE

DIVERGÊNCIA

Art. 994, IX e 1.043 do CPC Decisões no recurso especial ou

extraordinário quando houver

divergência dentro do próprio

tribunal.

DIREITO CIVIL PARTE GERAL

CAPACIDADE CIVIL PLENA

Capacidade de Direito /

Personalidade jurídica

Capacidade de Fato/ Exercício

Comum a toda pessoa Relacionada com o exercício

dos atos da vida civil

Inerente a personalidade Nem todas as pessoas

possuem a capacidade de fato

Toda pessoa é capaz de

direitos e deveres

Adquire-se com a maioridade

civil ou emancipação.

Termina com a morte

ABSOLUTAMENTE INCAPAZES: São absolutamente

incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os

menos de 16 anos. Desta forma, o ato só poderá ser praticado

pelo representante legal do absolutamente incapaz, sob pena

de nulidade do ato, nos termos do art. 166, I, do Código Civil.

RELATIVAMENTE INCAPAZES: São incapazes,

relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: os

maiores de dezesseis e menores de 18 anos; os ébrios habituais

e os viciados em tóxico; aqueles que, por causa transitória ou

permanente, não puderem exprimir sua vontade; os pródigos. A

incapacidade relativa permite que o incapaz realize o ato, desde

que esteja assistido pelo representante legal.

EMANCIPAÇÃO

a) Emancipação voluntária: Ocorre pela concessão dos pais –

mediante escritura pública, independentemente de

homologação judicial, devendo o filho ter 16 anos completos.

Necessidade de Registro no Cartório de Registro Civil.

b) Emancipação judicial: É a emancipação concedida pelo juiz

nos casos em que o menor está sob tutela, sendo ouvido o

tutor, se o menos contar com 16 anos completos. A

emancipação judicial também pode ser utilizada no caso de

divergência entre os genitores no tocante à emancipação.

Necessidade de Registro no Cartório de Registro Civil.

c) Emancipação legal: Advém da disposição legal. Trata-se dos

casos previstos nos incisos II, III, IV e V do art. 5º do Código Civil.

ANOTAÇÕES:

DEFEITOS DOS NEGÓCIOS

JURÍDICOS

ERRO: a própria pessoa se engana. Previsão legal: art. 138 a

144 do Código Civil.

DOLO: é provocado por terceiro e não pelo sujeito enganado.

Trata-se de um artifício malicioso pelo qual uma das partes,

visando prejudicar o outro, induz-lhe a celebração do negócio

jurídico. Previsão legal: 145 a 150 do Código Civil.

COAÇÃO: pressão física ou moral exercida sobre o negociante

obrigando-o a assumir uma obrigação que não deseja. A

coação física gera a nulidade do negócio jurídica, enquanto a

coação moral ou psicológica gera a anulabilidade do negócio

jurídico. Previsão legal: 151 a 155 do Código Civil.

LESAO: premente necessidade ou inexperiência (elemento

subjetivo) + onerosidade excessiva (elemento objetivo).

Previsão legal: art. 157 do Código Civil.

ESTADO DE PERIGO: situação de perigo conhecida pela parte

(elemento subjetivo) + onerosidade excessiva (elemento

objetivo). O negócio jurídico eivado pelo estado de perigo é

anulável (art. 171, II + 178, II do Código Civil). Fundamento

legal: art. 156 do Código Civil.

FRAUDE A CREDORES: devedor que desfalca o patrimônio com

intenção de prejudicar os credores / não pagar dívidas +

insolvência. Previsão legal: art. 158 a 165 do Código Civil.

SIMULAÇÃO: declaração enganosa de vontade + praticar

negócio diferente do pretendido. Previsão legal: art. 167 do

Código Civil. Tratar-se de hipótese de nulidade!

CASAMENTO

IMPEDIMENTOS

MATRIMONIAIS

Art. 1.521, CC Casamento nulo

(art.1.548, CC)

CAUSAS DE

ANULABILIDADE

Art. 1.550, CC Casamento anulável

CAUSAS

SUSPENSIVAS

Art. 1.523, CC Casamento válido com a

imposição do regime de

separação obrigatória

de bens (art. 1.641, I, do

CC)

REGIME DE BENS Regime de comunhão parcial de bens

Regime legal dispositivo: Não havendo convenção

de regime, ou sendo nula ou ineficaz, aplica-se o regime de

comunhão parcial de bens, na forma do art. 1.640 do Código

Civil. Regra: não exige pacto antenupcial. Atentar às

incomunicabilidades neste regime – art. 1.659, Código Civil.

Separação obrigatória de bens Regime

legal obrigatório: Esse regime de bens não exige pacto

antenupcial pois é uma imposição legal, na forma do art. 1.641

do Código Civil. É aplicável às pessoas que contraírem

casamento com a inobservância das causas suspensivas da

celebração do casamento, aos maiores de 70 anos e àqueles

que dependerem de suprimento ou autorização judicial para

casar. ATENÇÃO: aplicação da súmula 377 do STF.

Regime de comunhão universal de bens:

Exigência de pacto antenupcial. Atenção para os bens que

não se comunicam neste regime – verificar art. 1.668 do

Código Civil e dar atenção especial aos frutos, visto que

mesmo que de bens incomunicáveis, os frutos se

comunicam, desde que vencidos na constância do

casamento, na forma do art. 1.669 do Código Civil.

Regime de participação final nos aquestos:

Necessidade de pacto antenupcial. Durante o casamento,

pode-se dizer que há separação total de bens, contudo, no

caso da dissolução da sociedade conjugal, o regime fica

próximo da comunhão parcial, visto que casa cônjuge terá

direito a uma participação naqueles bens adquiridos com a

sua colaboração. Excluem-se da soma dos patrimônios os

bens previstos no art. 1.674 do Código Civil.

Regime de separação de bens: Exigência de

pacto antenupcial. Separação absoluta de patrimônios. Os

cônjuges têm liberdade para alienar e gravar com ônus real

seus bens (art. 1.687 e 1.647, caput, CC);

ATENÇÃO: Exigência de outorga uxória (da esposa) ou

marital (do marido) - EXCETO no regime de separação

absoluta de bens (art. 1.647 do CC): a) Alienar ou gravar de

ônus reais bens móveis; b) Pleitear, como autor ou réu,

acerca desses bens ou direitos; c) prestar fiança ou aval; d)

fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou

dos que possam integrar futura meação.

BEM DE FAMÍLIA

Voluntário / Convencional

Legal

Art. 1.711 a 1.722 do CC Lei nº 8.009/90

Instituído pelo proprietário ou entidade familiar (Art. 1.711 do CC) por escritura pública ou testamento + Registro no Registro de

Imóveis

Proteção do único bem imóvel (rural ou urbano) de família

destinado à moradia permanente.

Limite de instituição de bem de família convencional: 1/3

do patrimônio.

Penhorável nos casos do art. 3º da Lei 8.009/90.

ALIMENTOS Observar Lei nº 5.478/68 + art. 1.694 a 1.710 do CC

Características: personalíssimo, recíproco, periódico,

incessível, irrenunciável, imprescritível, impenhorável,

incompensável e irrestituível.

Observar trinômio: possibilidade, necessidade,

proporcionalidade.

ATENÇÃO: O prazo para executar alimentos já fixados é de dois

anos, contudo, CUIDADO: art. 198, I, do CC: não corre

prescrição contra o absolutamente incapaz. Art. 197, II, do CC:

Não corre prescrição entre ascendentes e descendentes

durante o poder familiar.

EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS: A exoneração de alimentos não

é automática: necessário decisão judicial.

ALIMENTOS GRAVÍDICOS: Lei nº 11.804/2008. A legitimidade

ativa é da gestante. Importante: após o nascimento, os

alimentos gravídicos ficam convertidos em pensão alimentícia

em favor do menor até que uma das partes solicite a sua

revisão – art. 6º, parágrafo único, da Lei 11.804/2008.

Contestação: prazo de 05 dias, conforme art. 7º da Lei

11.804/2008.

EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO DESERDAÇÃO INDIGNIDADE

Disposição de última vontade (testamento) que exclui os herdeiros com a indicação da causa;

Atos expressos no art. 1.814 do CC;

Atos moralmente censuráveis

Legitimados: interessados

Testamento anulável – ineficaz a cláusula de

deserdação

Momento: após o falecimento do autor da

herança

Causas de deserdação: art. 1.814, 1.962 e 1.963

do Código Civil

Efeitos pessoais: se o excluído tiver filhos, esses

herdarão em seu lugar.

Ação de deserdação: além do testamento (art.

1.964, CC) deve ser proposta uma ação de deserdação visando a

confirmação de veracidade da causa

alegada pelo testador

Prazo: 04 anos contados da abertura e registro do

testamento

ANOTAÇÕES:

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

CONFIGURAÇÃO DA RELAÇÃO DE CONSUMO

Ao solucionar uma questão da prova de 2ª Fase em

Direito Civil, a primeira medida é identificar se trata-se ou

não de uma relação de consumo. Configurando uma relação

de consumo, o Código de Defesa do Consumidor deve ser

aplicado prioritariamente. A relação será de consumo

quando presentes um fornecedor e um consumidor (ou

equiparado).

CONSUMIDOR é aquele que adquire ou utiliza

produto ou serviço como destinatário final (art. 2º CDC), ou

seja, as pessoas que compram para revender não são

destinatárias finais.

As pessoas jurídicas e os profissionais (que adquirem

para produzir outros produtos ou serviços) não se

enquadram perfeitamente no conceito de “destinatárias

finais”, pois embora utilizem os produtos ou serviços, os

incorporam aos produtos e serviços que fornecem

(economicamente não há uma destinação final). A

jurisprudência atualmente consolidada afirma que se essas

pessoas jurídicas ou profissionais forem vulneráveis

(principalmente quando estão utilizando produtos e

serviços fora da sua área de atuação – atividade meio)

podem ser equiparadas a consumidoras.

A Lei também determinou algumas equiparações: art. 2º,

parágrafo único, do CDC (coletividade de pessoas); art. 17 do

CDC (vítimas dos acidentes de consumo) e art. 29 do CDC

(vítimas de práticas comerciais).

FORNECEDOR são aqueles que desenvolvem

atividade (são profissionais) no mercado de consumo.

Fornecedores de serviços são aqueles que desenvolvem

atividades mediante remuneração (pelo consumidor ou

provenientes de outras fontes).

DISTINÇÃO ENTRE VÍCIO E FATO

A responsabilidade civil nas relações de consumo se

subdivide em responsabilidade pelos fatos dos produtos ou

serviços (artigos 12/17 do CDC) e responsabilidade pelos

vícios dos produtos ou serviços (artigos 18/25 do CDC).

FATOS DOS PRODUTOS OU SERVIÇOS

correspondem aos danos causados aos consumidores ou

equiparados em decorrência de defeitos nesses produtos ou

serviços. São aquelas situações que comprometem a

segurança do consumidor (física, psíquica ou patrimonial). O

prejuízo extrapola o valor do próprio produto ou serviço

defeituoso.

A pretensão à reparação pelos danos causados por fato

do produto ou do serviço prescreve em cinco anos (art. 27 do

CDC).

VÍCIOS NOS PRODUTOS OU SERVIÇOS

correspondem a deficiências na qualidade ou quantidade

dos mesmos. O prejuízo do consumidor em caso de vícios

não ultrapassa o valor do próprio produto ou serviço.

Em regra (ressalvadas as situações do art. 18, § 3º, do

CDC), uma vez identificado o vício, o fornecedor (qualquer

um deles, já que a responsabilidade é solidária) tem o prazo

de até 30 dias para sanar o vício, substituindo as partes

viciadas.

Só após esse prazo o consumidor pode escolher entre

uma das alternativas do art. 18, §1º, do CDC. A reclamação

pelos vícios submete-se ao prazo decadencial previsto no

art. 26 do CDC.

GARANTIA NO DIREITO DO CONSUMIDOR

GARANTIA LEGAL: Art. 24. A garantia legal de

adequação do produto ou serviço independe de termo

expresso, vedada a exoneração contratual do fornecedor.

Como o artigo não menciona prazo, a jurisprudência

mais recente tem utilizado uma expectativa mínima de

durabilidade.

Dessa forma, se o produto apresenta um problema, sem

que o consumidor tenha dado causa a ele, em um período

no qual ele ainda deveria funcionar plenamente

(considerando uma expectativa legítima de durabilidade),

presume-se vício oculto: Art. 26, § 3°, do CDC: “Tratando-se

de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento

em que ficar evidenciado o defeito”.

Assim, a partir da constatação do vício, considerando um

produto durável, o consumidor tem até 90 dia para reclamar

(art. 26, CDC).

GARANTIA CONTRATUAL: É aquela "de fábrica" que é

uma liberalidade do fornecedor. Quando você vai na loja o

vendedor diz "essa TV tem um ano de garantia". É a garantia que

consta em um "termo de garantia" e o fornecedor estipula os

limites dela.

GARANTIA ESTENDIDA: É um seguro, que o

consumidor pode ou não contratar. Se ele quiser uma garantia

especial, paga o valor estipulado e recebe o prazo

correspondente de garantia. O CDC não menciona a garantia

estendida. O consumidor deve ser informado amplamente

sobre essa garantia.

GARANTIA CONTRATUAL COMPLEMENTAR À

LEGAL: Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e

será conferida mediante termo escrito.

RESPONSABILIDADE CIVIL

NAS RELAÇÕES DE DIREITO CIVIL, COMO

IDENTIFICAR SE A RESPONSABILIDADE É OBJETIVA OU

SUBJETIVA?

Comece sua análise pelo art. 927 do Código Civil. O caput

remete ao art. 186 do CC (que menciona culpa) e trata da

responsabilidade subjetiva. O parágrafo único afirma que a

responsabilidade se dará independentemente de culpa quando

a lei determinar ou quando a atividade for de risco

(responsabilidade objetiva).

Assim você já identifica a responsabilidade subjetiva por

exclusão: Quando a lei não determinar que ela é objetiva ou

quando não se tratar de atividade de risco, será subjetiva.

Se a pergunta for sobre o direito das obrigações ou

contratos, verifique o artigo correspondente. Nesses temas

o CC faz referência a exigência ou não de culpa, como nos

artigos 239 e 667, por exemplo.

Se for sobre negócios jurídicos disciplinados por lei

específica, olhe o que diz a lei (como o direito do

consumidor, por exemplo).

Os artigos do título "responsabilidade civil" também

esclarecem diversas situações (é mais provável que as

perguntas sobre responsabilidade sejam sobre eles). Os

artigos 931, 932, 936, 937 e 938 do tratam da

responsabilidade objetiva.

QUAIS ARTIGOS QUE DEVO ANALISAR

PARA COMPREENDER A RELAÇÃO DA

RESPONSABILIDADE CRIMINAL COM A

RESPONSABILIDADE CIVIL?

Código de Processo Civil: art. 515

Código de Processo Penal: art. 63 a 68

Código Civil: art. 935 e 200

SÚMULAS STJ SOBRE DANO

MORAL PRESUMIDO

SÚMULA 370: Caracteriza dano moral a apresentação

antecipada de cheque pré-datado.

SÚMULA 388: A simples devolução indevida de cheque

caracteriza dano moral.

SÚMULA 403: Independe de prova do prejuízo a indenização

pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins

econômicos ou comerciais.

CONTRATOS

Não pode ser objeto de contratação a herança de

pessoa viva. Caso isso aconteça, o contrato nulo (e não

anulável).

Um contrato reputa-se celebrado no lugar onde ele

foi proposto.

O contrato preliminar (por exemplo, contrato de

promessa de compra e venda) pode ser feito por instrumento

particular, mas deve ser sempre levado ao registro

competente.

Os dois lados da relação contratual podem

estabelecer que querem desfazer o contrato: o chamado

distrato, que também é conhecido por resilição bilateral.

Quando há inadimplemento, é possível que a parte

lesada opte entre pedir a resolução do contrato mais perdas e

danos ou então pedir o cumprimento mais perdas e danos. No

entanto, caso o devedor já tenha cumprido grande parte do

contrato, poderá ser aplicada a teoria do adimplemento

substancial, em que não é possível que seja pedida a resolução

mais perdas e danos e sim, somente, o cumprimento mais

perdas e danos.

OBSERVAÇÃO: Segundo o STJ a teoria do adimplemento

substancial não se aplica a contratos de veículos alienados

fiduciariamente.

A venda de ascendente para descendente será

válida, desde que o cônjuge de quem vendeu, bem como

demais descendentes tenham expressamente consentido.

Caso não tenha havido o consentimento, a venda será passível

de anulação.

É possível a compra e venda entre pessoas casadas,

desde que o objeto do contrato seja um bem excluído da

comunhão. A doação pode ser revogada por duas razões:

ingratidão do donatário e descumprimento de encargo. O comodato é o empréstimo de uso de bens

infungíveis. Não é transferida a propriedade do bem para o

comodatário. O mútuo é o empréstimo de consumo de bens

fungíveis. A propriedade do bem é transferida para o mutuário.

DIREITO CIVIL

OBRIGAÇÕES divisíveis e indivisíveis não são solidárias:

para ter solidariedade é necessário estar previsto no contrato

ou na lei – art. 265 do Código Civil.

Em caso de NOVAÇÃO, somente quem firmar o novo

instrumento está obrigado ao seu cumprimento, sendo

exonerados os devedores ou fiadores do pacto inicial (objeto

da novação e quitado com a mesma).

Há diferenças entra a CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

prevista como regra geral (art. 334 e ss do CC + art. 539 e ss

do CPC) em relação à consignação em pagamento da lei 8245:

esta aplica as normas da lei especial (das locações), em

especial o prazo reduzido de depósito, tendo aplicação

subsidiária das regras do CC e do CPC.

A CLÁUSULA PENAL tem natureza indenizatória (e

contratual, evidentemente). Justamente por isso, o valor da

mesma é o limitador da indenização, independentemente dos

danos apurados, podendo ser reduzida em caso em

desproporcionalidade – art. 413 do CC. Para ser ampliado o

valor, necessário ser permitido, no contrato, indenização

suplementar, nos termos do art. 416, § único do CC.

Tanto nas ARRAS confirmatórias como nas assecuratórias

há perda do valor de arras em caso de inadimplemento ou

arrependimento, conforme o caso. Nas confirmatórias,

porém, é possível exigir a execução do negócio pela parte

adversa.

As AÇÕES REIVINDICATÓRIAS são ações petitórias, ou

seja, que buscam a posse inicial; já as ações de reintegração de

posse, manutenção de posse e interdito proibitório, são AÇÕES

POSSESSÓRIAS e visam proteger ou recuperar posse

existente/anterior.

Os DIREITOS REAIS sobre coisas alheias gravam o bem do

nu proprietário, com a retirada de sua posse direta, porém

mantendo posse indireta, suficientemente capaz essa de

viabilizar a proteção possessória.

A ‘espécie’ de USUCAPIÃO é determinada a partir dos

requisitos do caso concreto (ou elencados no enunciado da

questão): observar conforme a previsão do respectivo artigo se

todos eles (os requisitos) foram atendidos. A fundamentação

será, então, pelo artigo em questão, em especial 1.238 a 1.244

do Código Civil.

É possível agregar, à posse do atual possuidor, a posse de

seu antecessor, para fins de cômputo do prazo de prescrição

aquisitiva ad usucapionem, conforme art. 1243 do CC, desde

que sejam ambas de modo manso, pacífico, sem oposição e

ininterruptas.