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Paulo Freire (1921 – 1997) Foi o mais célebre educador brasileiro. Nasceu no Recife, Pernambuco. Foi professor de português de 1941 a 1947, quando se formou em Direito na Universidade do Recife, sem, no entanto, seguir carreira. Entre 1947 e 1956 foi assistente e depois diretor do Departa- mento de Educação e Cultura do SESI/PE, onde desenvolveu suas primeiras experiências com a educação de trabalhadores. Seu método ganhou forma em 1961 com o Movimento de Cultura Popular do Recife. Entre 1957 e 1963 lecionou História e Filosofia da Educação em cursos da Universidade do Recife. Em 1963 presidiu a Comissão Nacional de Cultura Popular e coordenou o Plano Nacional de Alfabetização de Adultos, a convite do Ministério da Educação, em Brasília, no Governo de João Goulart, à época do MEP (Movimento de Edu- cação Popular). Como diretor do Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife desenvolveu um extenso programa de educação de adultos. Em 1964 a ditadura militar obrigou-o a 15 anos de exílio. Foi para o Chile onde, até 1969, assessorou o governo democrata-cristão de Eduardo Frei em programas de educação popular. Na Suíça, com um grupo de exilados, fundou e manteve o IDAC (Instituto de Ação Cultu- ral), assessorando governos de vários países em programas educacionais, como Nicarágua, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau. De 1972 a 1974 lecionou na Universidade de Genebra. De 1970 a 1979, quando voltou do exílio, trabalhou no Conselho Mundial de Igrejas, se- diado em Genebra (Suíça). De volta ao Brasil, lecionou na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. In: Guia do educador: teorias pedagógicas: ensino fundamental I / Luana Vignon, Marco Saliba. 1.ed. – São Paulo: Eureka, 2015.

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Page 1: Paulo Freire (1921 – 1997) - editoraeureka.com.br · À sombra desta mangueira. São Paulo: Olho D’água, 1995. Ação cultural para a liberdade e outros escritos. Tradução

Paulo Freire (1921 – 1997)Foi o mais célebre educador brasileiro. Nasceu no Recife, Pernambuco. Foi professor de

português de 1941 a 1947, quando se formou em Direito na Universidade do Recife, sem, no entanto, seguir carreira. Entre 1947 e 1956 foi assistente e depois diretor do Departa-mento de Educação e Cultura do SESI/PE, onde desenvolveu suas primeiras experiências com a educação de trabalhadores. Seu método ganhou forma em 1961 com o Movimento de Cultura Popular do Recife. Entre 1957 e 1963 lecionou História e Filosofia da Educação em cursos da Universidade do Recife. Em 1963 presidiu a Comissão Nacional de Cultura Popular e coordenou o Plano Nacional de Alfabetização de Adultos, a convite do Ministério da Educação, em Brasília, no Governo de João Goulart, à época do MEP (Movimento de Edu-cação Popular). Como diretor do Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife desenvolveu um extenso programa de educação de adultos.

Em 1964 a ditadura militar obrigou-o a 15 anos de exílio. Foi para o Chile onde, até 1969, assessorou o governo democrata-cristão de Eduardo Frei em programas de educação popular.

Na Suíça, com um grupo de exilados, fundou e manteve o IDAC (Instituto de Ação Cultu-ral), assessorando governos de vários países em programas educacionais, como Nicarágua, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau. De 1972 a 1974 lecionou na Universidade de Genebra.

De 1970 a 1979, quando voltou do exílio, trabalhou no Conselho Mundial de Igrejas, se-diado em Genebra (Suíça). De volta ao Brasil, lecionou na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

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In: Guia do educador: teorias pedagógicas: ensinofundamental I / Luana Vignon, Marco Saliba. 1.ed. –São Paulo: Eureka, 2015.

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Em 1980 recebeu o prêmio Rei Balduíno da Bélgica e, em 1986, o prêmio Educação para a Paz da Unesco.

Foi Secretário Municipal de Educação de São Paulo (1989 a 1991). Assessorou programas de pós-graduação na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e na Universidade Es-tadual de Campinas.

Toda a sua obra é voltada para uma teoria do conhecimento aplicada à educação, susten-tada por uma concepção dialética em que educador e educando aprendem juntos numa re-lação dinâmica na qual a prática, orientada pela teoria, reorienta essa teoria, num processo de constante aperfeiçoamento.

Paulo Freire é considerado um dos maiores educadores do século XX. Sua principal obra, Pedagogia do oprimido, já foi traduzida em 18 línguas. Paulo Freire marcou o pensamento pedagógico do século XX.

Conheça algumas obras:

A educação na cidade. São Paulo: Cortez, 1991.

A importância do ato de ler (em três artigos que se completam). Prefácio de Antonio

A propósito de uma administração. Recife: Imprensa Universitária, 1961.

À sombra desta mangueira. São Paulo: Olho D’água, 1995.

Ação cultural para a liberdade e outros escritos. Tradução de Claudia Schilling, Buenos Aires: Tierra Nueva, 1975; Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987.

Alfabetização e conscientização. Porto Alegre: Editora Emma, 1963.

“Se a Educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”

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Alfabetização: leitura do mundo, leitura da palavra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

Aprendendo com a própria história. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. Educação e Comu-nicação, v. 19.

Cartas a Cristina. Prefácio de Adriano S. Nogueira; notas de Ana Maria Araújo Freire. São Paulo: Paz e Terra, 1994.

Cartas a Guiné-Bissau. Registros de uma experiência em processo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.

Consciência e história: a práxis educativa de Paulo Freire (antologia). São Paulo: Loyola, 1979.

Conscientização: teoria e prática da libertação; uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Moraes, 1980.

Conversando com educadores. Montevidéu (Uruguai): Roca Viva, 1990.

Educação como prática da liberdade. Introdução de Francisco C. Weffort. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.

Educação e conscientização: extencionismo rural. Cuernavaca (México): CIDOC/ Cua-derno 25, 1968.

Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1981.

Educação popular. Lins (SP): Todos Irmãos, 1982.

Essa escola chamada vida. São Paulo: Ática, 1994. 8. ed.

Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1971.

Fazer escola conhecendo a vida. Campinas: Papirus, 1986.

Ideologia e educação: reflexões sobre a não neutralidade da educação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.

Medo e ousadia. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. 5. ed.

Multinacionais e trabalhadores no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1979.

Na escola que fazemos: uma reflexão interdisciplinar em educação popular. Petrópolis: Vozes, 1988.

Os cristãos e a libertação dos oprimidos. Lisboa: Edições Base, 1978.

Pedagogia da autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1996. Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Unesp, 2000.

Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994.

Pedagogia do oprimido. New York: Herder & Herder, 1970 (manuscrito em português de 1968). Publicado com Prefácio de Ernani Maria Fiori. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1994.

Pedagogia: diálogo e conflito. São Paulo: Cortez, 1995.

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Compartilhando saberes A obra de Paulo Freire é reconhecida em todo o mundo, sua principal contribui-

ção foi com a educação de jovens e adultos. No livro a importância do ato de ler, Paulo Freire dedica grande parte de sua obra à alfabetização de jovens e adultos e às bibliotecas populares. Na apresentação do livro da 23ª edição, Paulo Freire descreve o motivo que o impulsionou a escrever sobre o assunto:

“Desde que voltei para o Brasil em junho de 1980 me perguntava, de quando em vez, se não seria interessante organizar um pequeno livro em que, apresen-tando, passo a passo, os materiais - Cadernos de Cultura Popular - usados em São Tomé e Príncipe, na fase da alfabetização e da pós-alfabetização, fizesse comen-tários aos mesmos.

As cartas aos animadores culturais sobre como trabalhar com estes materiais já haviam sido publicadas pela Brasiliense em junho de 1980, no livro preparado por Carlos Brandão, A questão política da educação popular.

O tempo foi passando, até que, agora, resolvi, pelo menos parcialmente, realizar o projeto, ao acrescentar ao último artigo deste pequeno livro uma parte que nãohavia no original publicado no ano passado pela Harvard Educational Review, emque comento os Cadernos de Exercícios, Praticar para Aprender e o Segundo Ca-derno de Cultura Popular, empregados em São Tomé e Príncipe, no Programa deEducação de Adultos.

Creio, finalmente, que os três textos que aparecem no livro têm que ver um com o outro, na sua temática.”

São Paulo, maio de 1982

PAULO FREIRE Fonte: FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Autores Asso-

ciados: Cortez, 1989. Texto na íntegra disponível em: http://educacaointegral.org.br/wp-content/uploads/2014/10/importancia_ato_ler.pdf. Acesso em: 07 nov. 2015.

Política e educação: ensaios. São Paulo: Cortez, 1993.

Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985. 3. ed.

Educadora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho D’água, 1995.

Quatro cartas aos animadores e às animadoras culturais. República de São Tomé e Prín-cipe: Ministério da Educação e Desportos, São Tomé, 1980.

Que fazer: teoria e prática em educação popular. Petrópolis: Vozes, 1989.

Sobre educação (Diálogos), Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984. Educação e comunicação, 9 Vol. 1.

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