patrÍcia gomes dos santos iogurte salgado com especiarias

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS Orientador: Profª. Drª Maria de Fátima Bezerra NATAL/RN 2018

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Page 1: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS

IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

Orientador: Profª. Drª Maria de Fátima Bezerra

NATAL/RN

2018

Page 2: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS

IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

BANCA EXAMINADORA

_______________________________

Professora Dra. Maria de Fátima Bezerra

_______________________________

Profª Dra. Juliana Chrís Silva de Azevêdo

NATAL/RN

2018

Trabalho de conclusão de curso apresentado

à Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, como requisito para obtenção do

título de Bacharel em Engenharia de

Alimentos.

Orientadora: Profª Drª Maria de Fátima

Page 3: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

EPÍGRAFE

“Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a

maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter

fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a

padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me

fortalece”.

Felipenses 4:11-13

Page 4: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

DEDICATÓRIA

- A Deus pelo dom da vida, força, bênçãos e misericórdias

renovadas a cada dia.

- A minha mãe Maria José Gomes dos Santos (in memoriam),

que mesmo ausente está presente em cada passo, através de

ensinamentos que o tempo não é capaz de apagar.

- A Bruno Rodrigo Borges Fernandes (in memoriam).

Page 5: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

AGRADECIMENTOS

A Deus pela dádiva da vida e constantes graças concedidas.

Ao Pr. José Sandro e Pr. Isaias Alves por ensinamentos e palavras de sustento em

momentos de turbulência.

A professora Maria de Fátima Bezerra da Escola Agrícola de Jundiaí pela amizade,

orientação e disposição em ajudar.

Ao corpo docente do curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, em especial as professoras Kátia Matsui, Beatriz Salomão e Marcia Pedrini,

pelos ensinamentos durante esta jornada e por entendimentos em situações que transpuseram

ao meio acadêmico.

A Manoel Fernandes pela referência paterna, apoio e incentivo nos estudos e na vida.

A Tatiane Oliveira, pela amizade e esclarecimentos prestados durante realização deste

trabalho.

A parceira de curso Ana Paula Costa por atitudes de forte incentivo na conclusão deste

curso.

A Thaise Campos e Diana Cristina pelo apoio durante jornada acadêmica.

A todos que não foram citados, mas que contribuíram de alguma forma no fechamento

deste ciclo.

Page 6: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Crescimento simbiótico de Streptococcus thermophilus e Lactobacillus

delbrueckii subsp. bulgaricus. .................................................................................................. 18

Figura 3.1 – Fluxograma do processamento do iogurte salgado. ............................................ 23

Figura 3.2 – Caminhão com tanque isotérmico. ...................................................................... 24

Figura 3.3 – Centrífuga desnatadeira ...................................................................................... 25

Figura 3.4 – Pasteurizador a placas. ........................................................................................ 26

Figura 3.5 – Homogeneizador. ................................................................................................ 27

Figura 3.6 – Tanque com misturador em inox. ....................................................................... 28

Figura 3.7 – Condutor acoplado com filtro ............................................................................. 28

Figura 3.8 – Iogurteira ............................................................................................................. 29

Figura 3.9 – a) Alho desidratado granulado; b) Cebola desidratada granulada. ..................... 30

Figura 3.10 – Máquina dosadora para envase. ........................................................................ 31

Figura 3.11 – Embalagem para o iogurte salgado. .................................................................. 31

Figura 4.1 – Layout simplificado. ........................................................................................... 33

Figura 5.1 – Balanço de massa na padronizadora ................................................................... 35

Figura 5.2 – Balanço na planta de pasteurização e homogeneização. ..................................... 36

Figura 5.3 – Balanço no tanque de mistura. ............................................................................ 36

Figura 5.4 – Balanço na filtração. ........................................................................................... 37

Figura 5.5 – Balanço na iogurteira. ......................................................................................... 37

Figura 8.1 – Esquema de uma estação de tratamento .............................................................. 47

Page 7: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 - Tipos de leites fermentados. ......................................................................................... 13

Tabela 2.2 - Valores nutritivos do leite e alguns tipos de iogurte. .................................................... 15

Tabela 5.1 – Formulação, para produção de 1308,58 Kg de iogurte salgado. .................................. 34

Tabela 6.1 – Composição por componente do iogurte natural para 100g. ........................................ 38

Tabela 6.2 – Valores do calor específico por componente (Cp) a 75°C. .......................................... 39

Tabela 6.3 – Valores do calor específico por componente (Cp) a 23,5 °C. ...................................... 41

Tabela 7.1 – Distribuição dos gastos referente a mão de obra. ......................................................... 42

Tabela 7.2 – Custos com depreciação de equipamentos. .................................................................. 43

Tabela 7.3 - Custos com matéria-prima referente a produção de uma batelada. .............................. 44

Tabela 7.4 - Custo com energia relacionados aos principais equipamentos da linha de produção. .. 45

Tabela 7.5 - Custo por unidade de produto. ...................................................................................... 46

Page 8: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

RESUMO

Os iogurtes já possuem espaço no carrinho de compras do consumidor por suas características

nutricionais e organolépticas atrativas. Os consumidores, por sua vez, se apresentam cada vez mais

exigentes na procura por produtos saudáveis que ofereçam praticidade e economia. Já as especiarias

como alho e cebola, além de serem bastantes estudadas devido a suas propriedades funcionais, são

amplamente utilizadas nos mais diversos tipos de alimentos agregando sabor. Diante disso, o objetivo

deste trabalho foi apresentar o processamento do iogurte salgado adicionado das especiarias alho e

cebola, na forma desidratada e granulada, conferindo não apenas sabor ao produto, mas também,

textura diferente das opções atualmente encontradas no mercado. A fabricação do iogurte salgado

apresenta-se como uma ideia viável em todos aspectos abordados, desde o processamento até a análise

de custos.

Palavras-chave: alho, cebola, leite fermentado, processamento.

Page 9: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

ABSTRACT

Yogurts are products that already have space in the shopping cart of the consumer, this in turn

increasingly demanding seeks more and more products that have a "healthy appeal" and offer

practicality and economy. Spices such as garlic and onion besides being quite studied because of their

functional properties are widely used in the most diverse types of food adding flavor. The main

objective of this work is to present the processing of a salted yogurt with added spices, garlic and

onion, in a dehydrated and granulated form, conferring not only a flavor to the product but a different

texture from the options currently found in the market. Presenting itself as a very viable idea in all

aspects covered, from processing, cost analysis to market.

Keywords: garlic, onion, fermented milk, processing.

Page 10: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 12

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................... 13

2.1. Aspectos gerais do iogurte ................................................................................................ 133

2.2. Matéria prima ...................................................................................................................... 15

2.2.1. Leite ............................................................................................................................. 15

2.2.2. Cultivo iniciador .......................................................................................................... 17

2.2.3. Adição de Estabilizante/emulsificantes ....................................................................... 18

2.2.4. Realçador de sabor: sal ................................................................................................ 19

2.2.5. Especiarias ................................................................................................................... 20

2.3. Iogurte salgado .................................................................................................................... 21

3. PROCESSAMENTO DO IOGURTE ..................................................................................... 23

3.1. Fluxograma do processo ...................................................................................................... 23

3.2. Descrição das etapas ............................................................................................................ 24

3.2.1. Recepção e controle de qualidade do leite ................................................................... 24

3.2.2. Padronização da gordura do leite ................................................................................. 25

3.2.3. Tratamento térmico e resfriamento .............................................................................. 25

3.2.4. Homogeneização .......................................................................................................... 26

3.2.5. Fortificação e adição de estabilizantes ......................................................................... 27

3.2.6. Filtração ....................................................................................................................... 28

3.2.7. Cultura iniciadora (starter) e fermentação ................................................................... 29

3.2.8. Saborização .................................................................................................................. 29

3.2.9. Envase e Rotulagem ..................................................................................................... 30

3.2.10. Armazenamento ........................................................................................................... 32

3.2.11. Controle de qualidade .................................................................................................. 32

4. LAYOUT ................................................................................................................................... 32

5. BALANÇO DE MASSA ........................................................................................................... 34

5.1. Balanço de massa por etapa ................................................................................................. 35

Page 11: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

5.1.1. Padronizadora............................................................................................................... 35

5.1.2. Pasteurização e homogeneização ................................................................................. 35

5.1.3. Tanque de mistura ........................................................................................................ 36

5.1.4. Filtração ....................................................................................................................... 36

5.1.5. Fermentadora ............................................................................................................... 37

6. BALANÇO DE ENERGIA ...................................................................................................... 39

7. ANÁLISE DE CUSTOS ........................................................................................................... 42

7.1. Custos com folha de pagamento .......................................................................................... 42

7.2. Custos com equipamentos ................................................................................................... 43

7.3. Custos com insumos ............................................................................................................ 44

7.4. Custos com energia elétrica ................................................................................................. 45

7.5. Estimativa de custo do produto final ................................................................................... 45

8. TRATAMENTO DE RESÍDUOS ........................................................................................... 46

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 48

REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 49

Page 12: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

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1. INTRODUÇÃO

O Brasil representa o maior mercado de produtos lácteos da América Latina, respondendo

com cerca de 37% das receitas totais de produtos lácteos na região (MILKPOIT, 2018). O país

possui um dos mais sofisticados parques industriais do mundo na área de laticínios, cujas empresas

transformam anualmente quase metade da produção leiteira do país (aproximadamente 17 bilhões

de litros de leite) em produtos lácteos para consumo direto ou como ingrediente pelas indústrias

de alimentos (CRUZ et al., 2017).

Leites fermentados compreendem uma série de produtos lácteos, como iogurte, leites

fermentados ou cultivados, leite acidófilo, kefir, kumus, coalhada e buttermilk (leitelho ou leite de

manteiga) obtidos pela fermentação do leite por microrganismos específicos. Sendo o iogurte o

produto mais popular (CRUZ et al., 2017).

As especiarias, por sua vez, são produtos constituídos de partes (raízes, rizomas, bulbos,

cascas, folhas, flores, frutos, sementes e talos) de uma ou mais espécies vegetais, tradicionalmente

utilizadas para agregar sabor ou aroma aos alimentos (BRASIL, 2005). O alho e a cebola são

especiarias que além de agregar cheiro e sabor aos alimentos possuem propriedades

fitoterapêuticas relacionadas a prevenção de diversas doenças (ADITIVOS e INGREDIENTES,

2010; LANZOTTI, 2006).

A indústria alimentícia conta com consumidores cada vez mais exigentes que buscam

constantemente inovações em seu cardápio. Nesse cenário, o iogurte salgado surge como uma

oferta a mais nas prateleiras e pode ser utilizado para agregar valor a várias receitas, usado puro

como molho para saladas e sanduiches ou ainda utilizado como patê em torradinhas

(BLOGMAISBIO, 2018). A presença dos grânulos de alho e cebola permeando o creme confere

ao produto uma textura agradável e atrativa.

Diante do exposto, o presente trabalho de conclusão de curso apresenta o processamento

de iogurte salgado com adição das especiarias alho e cebola granulada, organizado em nove

capítulos. No primeiro capítulo consta a Introdução, o segundo, a Fundamentação teórica sobre

o iogurte e sua respectiva matéria-prima. Nos capítulos três e quatro são expostos,

respectivamente, o Processamento de produção e o Layout simplificado do espaço de fabricação.

Já os capítulos cinco, seis e sete apresentam Balanço de massa, Balanço de energia e Análise de

custos envolvidos no processo, respectivamente. O capítulo oito faz uma breve abordagem sobre

o Tratamento de Resíduos e apresenta o esquema de uma estação de tratamento de esgoto para

uma indústria de iogurte. E, por fim, temos o capítulo nove com algumas Considerações Finais

sobre o iogurte salgado e seu processamento.

Page 13: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Aspectos gerais do iogurte

Leites fermentados são preparados lácteos elaborados a partir leite de diferentes espécies

(vaca, ovelha, cabra, búfula e égua) submetido a um processo fermentativo que modifica suas

propriedades sensoriais e nutricionais de forma a originar diversos produtos. Existem diversos

tipos de leites fermentados (Tabela 2.1), cuja classificação baseia-se na microbiota responsável

pela fermentação (ORDOÑEZ et al., 2005). De acordo com a legislação brasileira, regida pela

Resolução nº 5/2000 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 2000) o

leite empregado na fabricação de leites fermentados deve ser pasteurizado ou esterilizado e a

fermentação pode ser realizada por um ou vários dos seguintes cultivos: Lactobacillus acidophilus,

Lactobacillus casei. Bifidobacterium sp. Streptococus salivarius subsp thermophilus e/ou outras

bactérias acidolácticas.

Tabela 2.1 - Tipos de leites fermentados.

Agentes de Fermentação

Produtos

Leveduras Kefir, Kumys, leite acidófilo fermentado por levedura

Mofos Viili

Bactérias

Mesófilas Natal fermentada (buttermilk), Lactofil, Filmjolk, Taetmjolk,

Maziwa lala, Ymer

Termófilas Iogurte, Laban, Zabadi, Labneh, Chakka, Shirkhand, Skyr¹, nata

fermentada búlgara

Probióticas

Leite acidófilo, Cultura-AB, IogurteAB, Yakult, Miru-Miru, Bioghurt®, Biogarde®,

Bifighurt®, Ofilus®, Biokys®, Progut®, Actimel®, LC1®

1Esse produto pode ser considerado como de fermentação mista, dado que, após a fermentação láctica, há uma segunda fermentação, produzida por leveduras.

Fonte: Ordoñez et al. (2005).

Muito embora não se saiba a origem exata do leite fermentado, é um produto conhecido

desde primórdios da civilização. Cientistas conhecidos como Hipócrates, consideravam o leite

fermentado além de alimento um remédio, prescrevendo-o no tratamento de distúrbios estomacais

e intestinais. Na França o produto foi relacionado a cura de infecções intestinais. No início do

século XX, o francês Metchnikoff do Instituto Pasteur foi o primeiro cientista a apresentar uma

explicação sobre os efeitos benéficos à saúde de bactérias láticas presentes no leite fermentado.

Ganhando um prêmio Nobel em 1908, após isolar o Bacillus bulgaricus, conhecido hoje por

Lactobacillus bulgaricus. Baseando-se no fato de que o Lactobacillus bulgaricus é incapaz de

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sobreviver ao trato gastrintestinal e colonizar o intestino, acredita-se que o microrganismo isolado

por Metchnikoff possa ter sido o Lactobacillus acidophilus. Metchnikoff acreditava que

contaminantes bacterianos era inibido pelo ácido lático. Isaac Carasso, em 1971 produziu em

Barcelona o leite fermentado, a partir daí começou a ser fornecida a população uma grande

quantidade desse alimento. Originalmente, na coagulação do leite, os microrganismos envolvidos

no processo eram os que estavam naturalmente presentes no meio, mudando as características e

propriedades físico-químicas da matéria prima original (CRUZ et al., 2017).

O leite fresco in natura é um produto bastante perecível e constitui um ótimo substrato para

vários microrganismos, tanto os oriundos da própria microbiota quanto àqueles contaminantes

advindos de falhas no processamento (ORDOÑEZ et al., 2005). O tempo de crescimento destes

acelera-se dentro de poucas horas aumentando sua acidez em função do acúmulo do ácido lático.

A acidez aumenta até atingir o ponto isoelétrico das proteínas do leite (pH 4,6), modificando sua

fluidez. Os microrganismos utilizados na fermentação do leite provocam alterações benéficas

melhorando o “flavor’’, a textura, a quantidade de vitaminas e ácidos orgânicos que aumentam a

vida de prateleira desses produtos. Ao longo do tempo, por ensaio e erro, variando a temperatura

e o tempo de incubação do leite, produtos com acidez e texturas diferentes envolveram resultados

nos mais variados tipos de leites fermentados por todo o mundo. Havendo modificações típicas

nos produtos de cada país ou região (FERREIRA, 2005).

O iogurte, por sua vez, é definido como o produto resultante da fermentação lática do leite

realizada com cultivos protosimbióticos de Streptococcus salivarius subsp. thermophilus e

Lactobacillus delbrueckii subsp. Bulgaricus, os quais podem ser complementados por outras

bactériais ácido-lácticas que contribuem na determinação das características do produto final

(BRASIL, 2000). No Brasil, o iogurte é o leite fermentado mais consumido em função de suas

propriedades organolépticas agradáveis do que mesmo por características nutritivas ou

terapêuticas (AQUARONE et al., 2005).

De acordo com Aquarone et al. (2001), o iogurte pode ser classificado da seguinte forma:

• Quanto ao teor de gorduras (g): integral – g > 3,5%; médio teor – 2,0% < 2,0% < 3,5%;

baixo teor – 0,2% < g < 2,0%; desnatado – g < 0,2%.

• Quanto aos ingredientes: natural – elaborado apenas com leite e microrganismos;

flavorizado – adicionado de essências, corantes e açúcar; com frutas: adicionado de polpa

ou pedaços de frutas.

• Quanto a viscosidade: baixa viscosidade – escorre facilmente do copo; alta viscosidade –

escoa com dificuldade do copo; geleificado – não escorre do copo.

Page 15: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

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• Quanto ao processo de fabricação: tradicional – fermentado dentro das embalagens; batido

– fermentado e depois embalado.

Aquarone et al. (2001) ressalta que o consumidor brasileiro prefere o iogurte batido de

médio teor de gordura ou desnatado e de baixa viscosidade, sendo o mais consumido o adicionado

com polpa de morango. Na Tabela 2.2 são apresentados valores nutritivos para o leite e alguns

tipos de iogurte.

Tabela 2.2 - Valores nutritivos do leite e alguns tipos de iogurte.

Nutrientes Leite Iogurte

natural semi-

desnatado com

frutas Sólidos não gordurosos (%) 8,7 13,1 13,1 14,0

Proteínas (%) 3,2 4,8 4,9 5,2

Riboflavina (mg/100g) 0,15 0,22 0,22 0,24

Cálcio (mg/100g) 120 180 181 192

Fósforo (mg/100g) 95 142 143 153

Potássio (mg/100g) 160 240 242 254

Calorias/100g 66 84 69 90

Fonte: Aquarone et al. (2001).

Considerando a textura, basicamente os tipos de iogurte são três: iogurte de massa firme,

de massa batida e textura líquida, conhecidos como iogurte tradicional, batido e líquido,

respectivamente. O tradicional adquire consistência de pudim devido ao fato da massa manter-se

íntegra e por ser produto incubado após o envase. O batido, resulta em um produto com textura

menos firme que o anterior porque o coágulo é quebrado após o processo fermentativo. Este

método resulta em um número grande de tipos de iogurte, apresentando variação na quantidade de

sólidos totais no substrato, adição de frutas e condições da massa no momento da quebra. A

presença ou não do “flavor” também colabora para a diferenciação. Nesta categoria, o iogurte é

classificado em: natural, com frutas ou aromatizado, de acordo com ausência de “flavor”, presença

de fruta ou de “flavorizantes” (aromatizantes), respectivamente (FERREIRA, 2005).

2.2 Matéria-prima

2.2.1 Leite

De acordo com a Instrução Normativa nº 62 de 29 de dezembro de 2011, do Ministério de

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), entende-se por leite, sem outra especificação, o

produto oriundo da ordenha completa e ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias,

bem alimentadas e descansadas (BRASIL, 2011). Ou ainda como uma mistura homogênea de

Page 16: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

16

grande número de substâncias: lactose, glicerídeos, proteínas, sais, vitaminas, enzimas, etc., das

quais algumas estão em emulsão como a gordura (componente mais variável entre as espécies e

raças) e as substâncias associadas, algumas em suspensão (as caseínas ligadas a sais minerais) e

outras em dissolução verdadeira (lactose, vitaminas hidrossolúveis, proteínas do soro, sais, etc.)

(ORDOÑEZ et al., 2005).

Müller (2002) considera o leite como o mais nobre dos alimentos, por sua composição rica

em proteína, gordura, carboidratos, sais minerais e vitaminas, proporcionando nutrientes e

proteção imunológica para o neonato. Além de suas propriedades nutricionais, o leite oferece

elementos anticarcinogênicos, presentes na gordura, como o ácido linoléico conjugado,

esfingomielina, ácido butírico, β caroteno, vitaminas A e D.

O leite pode receber várias classificações de acordo com:

• Finalidade: i) leite de consumo em espécie ou in natura; ii) leite para fins industriais; e iii)

leite destinado a sorveterias, confeitarias, padarias e estabelecimentos congêneres.

• Espécie produtora: o leite pode ser de vaca, de cabra, de ovelha de búfala e de outras

espécies domésticas.

• Teor de gordura: i) integral; ii) padronizado (teor de gordura ajustado a 3%); iii)

magro/semidesnatado (teor de gordura no intervalo de 2% a 3%); e iv) desnatado (isento

de gordura).

• Tratamento: i) cru - que foi ou não submetido, no todo ou em parte, às operações de

filtração, refrigeração, congelamento ou preaquecimento; ii) pasteurizado - submetido ás

operações de filtração e de aquecimento na qual o leite é elevado a uma temperatura de

74ºC por 16 segundos e em seguida há uma refrigeração para 4 ºC, sendo necessária a

conservação dessa temperatura até o consumo; agregadas a outras técnicas necessárias a

seu preparo, transporte e distribuição, tornam possível maior durabilidade e destruição de

microrganismos prejudiciais à saúde; iii) constituído - produto resultante da dissolução em

água do leite em pó adicionado ou não de gordura láctea, até atingir o teor gorduroso fixado

para o respectivo tipo, seguido de homogeneização e pasteurização; iv) ultrapateurizado /

Ultra High Temperature (UHT) - é o submetido a um processo no qual a temperatura do

leite é elevada a 147ºC, por 16 segundos, e em seguida, rebaixada para 20ºC; depois,

mantém-se o leite em observação por até sete dias antes de sua comercialização. Este

último é utilizado nos leites longa vida, uma vez que permite a conservação do produto por

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17

até seis meses em embalagem e temperatura adequadas. Comercialmente, o leite que não

passa por processo de pasteurização UHT é considerado clandestino (MAIA et al., 2012).

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento por meio da Instrução Normativa nº

62, de 29 de dezembro de 2011, fixa no Brasil os parâmetros que garantem a qualidade do leite de

vaca tais como requisitos físicos, químicos, microbiológicos, de contagem de células somáticas

(CCS) e de resíduos químicos (BRASIL, 2011).

Importante enfatizar que a qualidade do leite implica diretamente na qualidade de seus

derivados. Existem alguns problemas associados ao leite que impedem seu uso na produção de

iogurtes tais como: baixa acidez ou acidez alta, resíduos de antibióticos ou sanitizantes, ou ainda,

problemas com oxidação ou coagulação (BRASIL, 2011).

2.2.2 Cultivo iniciador

Culturas starter ou cultivos iniciadores são preparações que contêm formas vivas ou em

estado latente de microrganismos que se desenvolvem e multiplicam-se no substrato de

fermentação e realizam atividade metabólica desejada cuja qualidade e desempenho na matriz deve

ser considerada sob o ponto de vista microbiológico, tecnológico e aspectos sensoriais (HAMMES

e HERTEL, 1998). Uma das justificativas do uso de microrganismos na produção de alimentos,

bem como na produção de iogurtes está associada a produção de produtos variados a partir de um

microrganismo.

O cultivo envolve fatores como: o binômio tempo temperatura de incubação, padronização

do meio para crescimento e produção de metabólitos essenciais na elaboração de determinados

produtos. As culturas são comercializadas na forma liquida, liofilizada, congelada ou ainda

congelada concentrada. Estes microrganismos dependendo de sua especificidade e atividade

metabólica produzem modificações nas características sensoriais dos alimentos, tais como: textura,

aroma e sabor. Devem ser escolhidos de acordo com o tipo de fermentação (lática, alcoólica,

butírica, propiônica, ácido cítrico e gasosa) e característica desejadas no processo (FERREIRA,

2005).

Um cultivo iniciador pode ser formado por um ou mais microrganismos, geralmente, por

várias cepas da mesma espécie. As bactérias são selecionadas por sua capacidade de transformar

lactose em ácido láctico. Para a fabricação de iogurte foram testados diversos microrganismos,

sendo atribuídos ao Streptococcus thermophilus e Lactobacillus delbrueckii subsp. bulgaricus.

Estas duas bactérias crescem simbioticamente, resultando em metabolismo acelerado, maior

concentração de ácido láctico e outros metabolitos do que se crescessem separadas, otimizando

para 4 horas a 42ºC o tempo de incubação necessário para obtenção do iogurte. Sendo os principais

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18

produtos metabólicos dos microrganismos iniciadores o ácido láctico, compostos aromáticos

(acetaldeído e diacetil) e, às vezes, exopolissacarídeos. Cada cepa com sua fisiologia específica,

que a tornará mais ou menos aromática, mais ou menos produtora de exopolissacarídeos, etc.

Outros microrganismos ácido-láticos podem ser adicionados a fim de melhorar as características

do produto final, cabendo a indústria a escolha do iniciador mais adequado para fabricação de seu

iogurte (ORDOÑEZ et al., 2005). Na Figura 2.1 é apresentado o crescimento simbiótico resultado

do cultivo simbiótico de Streptococcus thermophilus e Lactobacillus delbrueckii subsp.

bulgaricus. Nesta, compara-se acidez que se desenvolve com o crescimento do cultivo misto e

com o crescimento das bactérias separadas.

Figura 2.1 - Crescimento simbiótico de Streptococcus thermophilus e Lactobacillus delbrueckii subsp. bulgaricus.

Tempo

% á

cido

láct

ico

Fonte: Ordoñez et al. (2005).

Ferreira (2005) considera que para uma boa atuação da cultura lática deve ser levado em

conta o tipo de substrato, uma vez que este exerce influência direta na atividade da cultura, sendo

influenciada pela: concentração de sólidos não gordurosos, presença ou ausência de gorduras e

concentração de vários minerais. Os substratos comumente utilizados para ativação e propagação

de culturas láticas são: leite desnatado ou o integral e meio fagorresistente. Sendo que o aspecto

do produto final vai depender das características do substrato, do tipo de microrganismo envolvido

e da tecnologia empregada no processo.

2.2.3 Adição de Estabilizantes/emulsificantes

A portaria nº 540- SVS/MS, de 27 de outubro de 1997 define aditivo alimentar como

qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos, sem propósito de nutrir, com

objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a

fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento,

armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento. Que ao agregar-se poderá resultar em

Page 19: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

19

componente de tal alimento. Não incluindo contaminantes ou substâncias nutritivas que sejam

incorporadas ao alimento para manter ou melhorar suas propriedades nutricionais. Define ainda

estabilizantes como substância que torna possível a manutenção de uma dispersão uniforme de

duas ou mais substâncias imiscíveis em um alimento (BRASIL, 1997).

Os estabilizantes e/ou emulsificantes são utilizados durante a fabricação de alguns produtos

lácteos, mas no iogurte apenas os estabilizadores são adicionados a base do leite cuja aplicação no

Brasil é regida pela resolução CNS/MS nº 04, de 24 de 1988. O principal objetivo de adicionar

estabilizadores à base do leite é melhorar as características no iogurte, tais como: corpo, textura,

viscosidade/consistência, aparência e sensação na boca. Uma vez que o coágulo do iogurte é

frequentemente submetido a “choques mecânicos” durante o processo de fabricação: (a) na

agitação do coágulo no tanque de fermentação no período de incubação ou durante resfriamento

no tanque, (b) no bombeamento do coágulo para refrigeração, (c) durante mistura para

incorporação de frutas/sabores, seguido de bombeamento para máquina de recheio ou embalagem,

e (d) no tratamento térmico posterior a fermentação para a fabricação de iogurtes pasteurizados,

UHT ou longa vida (TAMINE e ROBINSON, 2000).

Há casos em que o iogurte pode apresentar baixa viscosidade ou ainda separação do soro,

a adição de estabilizadores é recomendada para melhorar estes defeitos, uma vez que suas

moléculas se ligam com os constituintes do leite formando uma “espécie de rede” responsável pela

melhoria na consistência. A adição de estabilizadores após o período de incubação deve ser de

excelente qualidade microbiológica, caso contrário, o prazo de validade do produto poderá ser

reduzido (TAMINE e ROBINSON, 2000).

2.2.4 Realçador de sabor: sal

A portaria nº 540- SVS/MS, de 27 de outubro de 1997, define realçador de sabor como

uma substância que ressalta ou realça o sabor/aroma de um alimento (BRASIL, 1997). Segundo o

Decreto nº 75.697, de 06 de maio de 1975 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA),

o sal é entendido como o cloreto de sódio extraído de fontes naturais. Apresentando-se sob a forma

de cristais brancos, com granulação uniforme, própria à respectiva classificação, devendo ser

inodoro e de sabor salino-salgado próprio. E está isento de sujidade, microrganismos patogênicos

e outras impurezas que provoquem alterações do alimento ou que indiquem emprego de tecnologia

adequada. Podendo ser utilizado como aditivos intencionais. Sendo classificado de acordo com

sua composição e características granulométricas. Todos os tipos de sal devem obedecer ao teor

de iodo fixado na legislação sanitária pertinente (BRASIL, 1975).

Page 20: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

20

O sal (NaCl) é universalmente conhecido por ressaltar o sabor dos alimentos, é considerado

um dos elementos mais essenciais e mais utilizado na indústria de alimentos devido à variedade

de suas funções. Além de melhorar o sabor, o sal exerce influência nos aromas dos outros

ingredientes, reduz o amargor, reforça a doçura, aumenta a sensação de densidade e textura, atua

como conservante uma vez que reduz a “atividade de água”, reduzindo o crescimento e

desenvolvimento da flora microbiana (ADITIVOS e INGREDIENTES, 2011).

O sal também possui outras propriedades alimentícias, são elas: (i) capacidade como

conservador e preservador que foi fundamental para o desenvolvimento humano ao longo da

história, uma vez que permitia a conservação de alimentos, (ii) atua como aglutinante de outros

ingredientes, (iii) funciona como substância que permite controlar os processos de fermentação de

determinados alimentos, (iv) é utilizado para dar textura, resultando em alimentos mais agradáveis

ao tato e visualmente mais atrativos, (v) potencializa a cor de muitos alimentos, fazendo-os mais

agradáveis a vista e (vi) desidrata e amolece muitas matérias primas da alimentação. No setor de

laticínios é utilizado na elaboração de produtos lácteos como: queijo, margarina, manteiga ou

creme, o sal é utilizado para controlar a fermentação e melhorar a cor, textura e sabor destes

preparos (ADITIVOS e INGREDIENTES, 2011).

2.2.5 Especiarias

De acordo com a Resolução-RDC nº 276, de 22 de setembro de 2005, especiarias são

produtos constituídos de partes (raízes, rizomas, bulbos, cascas, folhas, flores, frutos, sementes,

talos) de uma ou mais espécies vegetais, tradicionalmente utilizadas para agregar sabor ou aroma

aos alimentos e bebidas. São designadas pelo nome comum da espécie vegetal utilizada ou

expressões consagradas pelo uso, podendo ser seguida da forma de apresentação (BRASIL, 2005).

O alho (Allium sativum) e a cebola (Allium cepa L.) exemplos destas especiarias, ambos pertencem

a família Liliaceae e as partes utilizadas são os bulbos (LANZOTTI, 2006; ADITIVOS;

INGREDIENTES, 2010).

O alho (Allium sativum) é uma planta assexuada que propaga-se através do plantio dos

bulbilhos ou dentes, é conhecido por seu bulbo arredondado, popularmente conhecido como

cabeça, envolvida por finas camadas de uma casca de cor branca, rosada ou roxa, contendo

aproximadamente de 10 a 12 dentes. O talo longo e fino, de folhas longas e achatadas como capim

e que possui uma flor no seu extremo, desenvolve-se a partir do bulbo. Os alhos diferem em relação

ao tamanho, cor, forma, sabor, número de dentes por bulbo, acidez e capacidade de

armazenamento. Isso acontece devido ao fato das características individuais do alho serem

modificadas de acordo com as condições de cultivo, solo, temperatura, período de chuvas, altitude

Page 21: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

21

e tempo de cada região. Acredita-se que exista mais de 600 sub-variedades de alho no mundo. O

cheiro do alho é a sua característica mais marcante, provocado pela alicina, o componente

responsável pelo odor característico e inibe o desenvolvimento de bactérias, destrói fungos,

estimula o fluxo das enzimas digestivas e elimina toxinas através da pele (ADITIVOS e

INGREDIENTES, 2010).

Além de ser um elemento muito empregado na culinária em geral é muito estudado também

devido suas características nutricionais e fitoterapêuticas. Estudos recentes apontam que o alho

possui efeitos antioxidante, cardiovasculares, endócrinos, antineoplásicos, anti-helmínticos entre

outros (LANZOTTI, 2006).

A cebola, por sua vez, é caracterizada por ser um produto agrícola de demanda plástica

(não-elástica), em função da natureza do seu uso. Quase todos os povos a utilizam para fins

culinários, consequentemente sua produção e comercialização estão distribuídas por todas as

regiões do planeta. Seu consumo dar-se principalmente de forma in natura, em saladas, como

condimento ou tempero, mas não como alimento principal. No Brasil é considerada a terceira

olerícola de importância econômica, ficando atrás, apenas, da batata e do tomate. Constitui

atividade socioeconômica de grande relevância para os estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio

Grande do Sul, nos quais se concentram, aproximadamente, 80% da produção nacional (BOEING,

2002). Assim como o alho é uma hortaliça cuja propriedades fitoterapêuticas são bastante

exploradas, rica em fitonutrientes, é bastante útil no tratamento e prevenção de doenças como o

câncer, doença coronariana, obesidade, hipercolesterolemia, diabetes tipo 2, hipertensão, catarata

e distúrbios do trato intestinal como dispepsia e cólicas (LANZOTTI, 2006).

A cebola e o alho são condimentos de amplo uso na culinária brasileira, a oferta de ambos

na forma desidratada é uma forma pratica que une facilidade e rapidez, é uma opção a mais na

prateleira do consumidor que pode ser aplicada nos mais diversos pratos e produtos agregando,

além de sabor, valor aos mais diversos tipos de alimentos.

2.3. Iogurte salgado

O cenário atual da indústria alimentícia conta com um consumidor cada vez mais exigente

que tem buscado constantemente inovações em seu cardápio. Além de uma tendência de mercado,

o iogurte salgado surge com uma oferta a mais nas prateleiras. Incontáveis são as receitas que

podem agregar este tipo de produto. Podendo ser usado puro como também molhos para saladas e

sanduiches, “patê” com torradinhas, purê com legumes e até mesmo como uma forma de tempero

para carnes brancas e marinados (BLOGMAISBIO, 2018).

Page 22: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

22

Desde os primórdios que o iogurte é conhecido por suas propriedades nutricionais e fito

terapêuticas, a forma salgada apresenta-se como uma alternativa interessante de inseri-lo a dieta

da família. Incorporar especiarias com propriedades funcionais como é o caso do alho e cebola em

um produto de consistência cremosa, resultando em um produto leve de sabor tradicional costuma

agradar os mais diversos paladares e públicos (FERREIRA, 2005).

A presença dos grânulos de alho e cebola permeando no creme confere ao produto uma

textura agradável e atrativa.

Page 23: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

23

3. PROCESSAMENTO DO IOGURTE

3.1 Fluxograma do processo

A Figura 3.1 apresenta o fluxograma com as etapas envolvidas na produção do iogurte

salgado com especiarias.

Figura 3.1 – Fluxograma do processamento do iogurte salgado.

Page 24: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

24

3.2 Descrição das etapas

A seguir será descrito as etapas prevista no processamento do iogurte salgado com

especiarias.

3.2.1 Recepção e controle de qualidade do leite

Periodicamente a empresa terá o cuidado de certificar se o seu produtor cumpre as

exigências mínimas contidas na Instrução Normativa nº 62, de 29 de dezembro de 2011, com

intuito de garantir a qualidade do leite. Conforme preconiza o item 5 desta instrução, o transporte

do leite cru até estabelecimento industrial será realizado por caminhões com tanques acoplados

isotérmicos de aço inox (carrotanque isotérmico), conforme ilustra a Figura 3.2 (BRASIL, 2011).

Figura 3.2 – Caminhão com tanque isotérmico.

Fonte: Jardinox (2018).

Durante a recepção a temperatura do leite será verificada e caso esteja abaixo de 10°C, o

leite é recebido e serão coletadas amostras de cada caminhão para análises físico-químicas tais

como: teor de gordura, acidez, densidade relativa, umidade, crioscopia, alizarol, presença de

aditivos, coadjuvantes e resíduos de antibióticos, conforme recomendações da Instrução

Normativa nº68 de 12 de dezembro de 2006 (BRASIL, 2006) e Instrução Normativa nº 62 de 29

de dezembro de 2011, que cita o controle diário do leite cru refrigerado (BRASIL, 2011). As

amostras também serão analisadas quanto a presença de microrganismos, tais como: analise de

microorganismos aeróbicos mesófilos, Coliformes totais e termotolerantes, Estafilococos

coagulase positiva, Listeria monocytogenes, Salmonella, bolores e leveduras. Conforme

orientações da Instrução Normativa nº62 de 26 de agosto de 2003 (BRASIL, 2003a; BRASIL

2003b). Cujas análises serão realizadas no laboratório da empresa, a fim de que sejam evitadas

possíveis fraudes.

Segundo a Instrução Normativa n° 62/2011 do MAPA, além da verificação de

contaminantes e adulterantes, o leite integral pasteurizado deve ter acidez entre 14° e 18° Dornic,

ser estável ao alizarol 72 °GL e possuir um teor mínimo de Sólidos Não Gordurosos (SNG) de

Page 25: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

25

8,4%, possui densidade relativa a 15ºC entre 1,028 a 1,034 g/mL, o índice crioscópico deve estar

entre -0,512°C e -0,531°C e proteína total de 2,9% (BRASIL, 2011).

3.2.2 Padronização da gordura do leite

Pode haver variação do teor de gordura no leite, portanto, torna-se necessário sua

padronização. De acordo com a Instrução Normativa nº 62 de 29 de dezembro de 2011 do

Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), no leite integral o teor de gordura

deve ser de 3,0 % e não pode ser realizada em propriedade rural. O desnate é realizado por uma

desnatadeira centrifuga, onde ocorre a separação parcial do leite do creme de leite. Devido a força

centrifuga que atua na desnatadeira esta etapa proporciona também a retirada de sujidades

presentes no leite e sua clarificação. Na Figura 3.3 é apresentada a centrífuga desnatadeira.

Figura 3.3 - Centrífuga Desnatadeira.

Fonte: Guialat (2018).

Após o desnate é realizado análise laboratorial para verificação do teor de gordura obtido,

e dependendo do resultado, é feita uma remixagem do creme obtido no processo a fim de obter o

teor dentro do limite definido.

3.2.3 Tratamento térmico e resfriamento

O principal objetivo da pasteurização é a destruição de microrganismos patogênicos e

eliminação de parte da flora microbiana normal do leite, favorecendo o crescimento dos

microrganismos do cultivo iniciador (FERREIRA, 2005). O leite será pasteurizado a uma

temperatura de 72 ºC durante 15 segundos, seguindo para a etapa de enriquecimento em tanque.

A Figura 3.4 apresenta o pasteurizador de placas com capacidade de 2.000 L/h até 7.500

L/h, composto por pedestal maciço de aço inoxidável, placas corrugadas, tirantes de aperto para

fixação do feixe de placas (WEST, 2018).

Page 26: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

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Figura 3.4 – Pasteurizador de placas.

Fonte: West Equipamentos (2018).

A mistura após filtrada é guiada a iogurteira onde será submetida a tratamento térmico de

95°C por 5 minutos. Nesta fase, devido a ação do calor, ocorre a alteração da estrutura das

proteínas do soro liberando composto nitrogenados de baixo peso molecular que estimulam os

microrganismos iniciadores, além de criar novas ligações com outros componentes do leite

aumentando sua viscosidade, como exemplo a união entre moléculas de β-lactoglobulinas, ou o

deposito de β-lactoglobulinas nas micelas de caseínas, unindo-se com moléculas de κ-caseína

(ORDOÑEZ et al., 2005). Logo após resfriada para uma temperatura em torno de 42°C,

considerada ótima para o crescimento do cultivo iniciador.

3.2.4 Homogeneização

A homogeneização tem a finalidade de promover a quebra dos glóbulos de gordura,

uniformizando seu tamanho, promovendo dispersão homogênea da mistura base, aumentando a

viscosidade e a melhora das qualidades sensoriais, é realizada com pressão elevada (100 a 150 bar)

e uma temperatura entre 55-65ºC (CRUZ et al., 2017). É uma etapa importante uma vez que

promove melhor dispersão dos constituintes e melhor interação entre os glóbulos de proteínas e

gorduras, evitando formação de nata no produto final. Na Figura 3.5 é apresentado o

homogeneizador.

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Figura 3.5 - Homogeneizador

Fonte: West Equipamentos (2018).

Após processo de homogeneização o produto apresenta melhoras significativas na

estabilidade, viscosidade e redução da sinérese do produto, uma vez que tal processo provoca

mudanças na absorção de água pelas proteínas (FERREIRA, 2005).

Devido a turbulência ou fenômeno de cavitação, diferenças de pressão e energia são

geradas durante o processo, ocorrendo a redução do tamanho dos glóbulos. Basicamente, quando

as bolhas geradas pela cavitação entram em colapso, ondas de choque são geradas no líquido

provocando a separação de gotículas de gorduras dispersas. O homogeneizador faz com que as

micelas de caseínas sejam rasgadas e separadas por forças ativas na superfície, enquanto novos

glóbulos de gorduras estão sendo formados (TAMINE e ROBINSON, 2000).

3.2.5 Fortificação e adição de estabilizante

Conforme Ordoñez et al. (2005), o enriquecimento com extrato seco de procedência láctea

para o iogurte natural de consistência firme é entre 16 a 18%. Em um tanque inox provido de

agitador (Figura 3.6) será realizado o enriquecimento/fortificação do leite com 16% de leite em pó

desnatado a fim de ajustar a composição, conforme orientado por Ordoñez et al. (2005).

Page 28: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

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Figura 3.6 - Tanque com misturador em inox.

Fonte: Pronex (2018).

Segundo Ordoñez et al. (2005) podem-se acrescentar gelatina e amidos comestíveis,

modificados ou não aos iogurtes com frutas, sucos e/ou outros produtos naturais. Sendo a dose

máxima de de 3g/kg de iogurte. A estes podem-se adicionar ainda estabilizantes, emulsificantes,

espessantes, geleificantes.

3.2.6 Filtração

O processo simples ocorrerá através de filtros constituídos de membranas acopladas dentro

dos próprios condutores, pelos quais a mistura é bombeada. Neste processo partículas dos

ingredientes adicionados que não foram dissolvidas serão eliminadas, evitando possíveis depósitos

na iogurteira.

Figura 3.7 - Condutor acoplado com filtro.

Fonte: Ibiex Chemical (2018).

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29

3.2.7 Cultura iniciadora (starter) e fermentação

A função geral de toda cultura iniciadora é produzir ácido lático em período curto, além da

acidificação fornecem textura, realce do sabor e aroma característicos. A fermentação é produzida

a partir da degradação da lactose em glicose e galactose (CRUZ et al., 2017). Ordoñez et al. (2005)

cita que a quantidade varia de 2 a 3% do volume de leite e que a taxa de microrganismo deve ser

elevada para que a fermentação ocorra com certa rapidez.

O fermento em pó liofilizado composto por Streptococcus salivarius subesp. thermophilus,

Lactobacillus delbruekii subesp. Bulgaricus será adicionado a mistura sob temperatura de 42°C.

O processo de coagulação terá duração de 4 horas até que alcance pH de 4,6 e ocorre na iogurteira,

com capacidade de produção de 1000 litros por batelada, conforme demonstrado na Figura 3.8.

Figura 3.8 – Iogurteira.

Fonte: Biasinox (2018).

A iogurteira, com camisa dupla e sistema de agitação é construída em aço inox possui

isolamento térmico em lã-de-rocha para conservar melhor a temperatura, saída lateral, entrada de

produto anti-espuma e saída para qualquer tipo de conexão. A velocidade é ajustada por meio de

inversor de frequência. Dois tipos de entradas e saídas, sendo um para produto e outro para as

canaletas de aquecimento e resfriamento (BIASINOX, 2018).

3.2.8 Saborização

Finalizado o processo de fermentação, a mistura de base sofrerá resfriamento lento até

temperatura de 5°C e, em seguida, será realizada a saborização mediante adição de sal, alho e

cebola. Estes dois últimos serão comprados de um fornecedor da região na forma desidratada e

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granulada (Figura 3.9). Após a adição destas especiarias o iogurte será envasado em embalagens

plásticas.

Figura 3.9 – Saborização: (a) Alho desidratado granulado e (b) Cebola desidratada granulada.

Fonte: Tudo Low Carb, (2018).

3.2.9 Envase e Rotulagem

A embalagem possui papel de extrema importância na indústria alimentícia, uma vez que

é parte integrante do processo de preparação e conservação dos alimentos. Deve ser constituída

por materiais que evitem a migração de substancias para o produto e não altere as características

organolépticas, sua função vai além de conter o produto (JORGE, 2013), uma vez que acaba

atuando também na:

• Proteção - permitindo seu manuseio, transporte e distribuição, protegendo contra choques,

vibrações e compressões que ocorrem em todo circuito;

• Conservação - atua como barreira contra fatores responsáveis pela deterioração química,

física e microbiológica, mantendo a qualidade e segurança do produto e prolongando sua

vida útil;

• Informação - transmite informações e instruções de relevância ao consumidor;

• Conveniência - são adequadas as mais diversas ocasiões de consumo, são de fácil abertura,

utilização e dosagem, além de permitir combinações de diferentes produtos como iogurte,

cereais ou torradinhas.

O envase será totalmente mecanizado e o fluido será guiado por tubulação da fermentadeira

até a máquina de envase que possui dosagem de 100 g e capacidade de produção de 2000 unidades

por hora. A quantidade do produto a ser injetada será pré definida por operador de acordo com a

estratégia da empresa. Na Figura 3.10 é representada a máquina automática dosadora utilizada

para envase.

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Figura 3.10 - Maquina dosadora para envase.

Fonte: Máquinas Edward (2018).

A embalagem primária (Figura 3.11) na qual o produto será armazenado é constituída de

polietileno de alta densidade (PEAD). Elas serão levadas por uma esteira rolante até o ponto de

envase e, em seguida, serão termosseladas com selo pré-cortado de alumínio e carimbado pela

própria máquina com dados de fabricação como lote, data de validade e informações sobre

nutrientes e valor energético, conforme preconiza a RDC nº 360, de 23 de dezembro de 2003 da

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2003). A embalagem a ser usada

para envase do iogurte salgado pode ser observada na Figura 3.11.

Figura 3.11 - Embalagem para o iogurte salgado.

Fonte: IStok (2018).

Torna-se importante a disponibilização dos resultados dos ensaios de permeabilidade e

resistência dos potes plásticos. As bombas responsáveis pelo bombeamento do produto desde o

início da produção até o momento de envase devem ser adequadamente dimensionadas, instaladas

e está com a manutenção em dia, bem como todos equipamentos envolvidos em todo processo,

para que atendam bem a sua atribuição. Uma vez que qualquer falha mecânica pode afetar não só

a vazão como a estabilidade do coágulo e, consequentemente, alterar a viscosidade do produto

final.

Page 32: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

32

3.2.10 Armazenamento

Os potes com iogurte salgado serão dispostos em bandejas de papelão, embrulhadas com

cobertura plástica para melhor manuseio e, posteriormente, embaladas em caixas de papelão, cada

uma com 48 unidades. Em seguida, serão levadas para câmara fria com temperatura próxima de

5°C, onde são empilhadas em estantes, dispostas de modo a aproveitar maior espaço possível. O

estoque será controlado através de registros de recebimento, tempo de permanência do produto e

entrega, possibilitando melhor fluxo e planejamento da empresa. A expedição seguirá o sistema

PEPS (primeiro que entra é o primeiro que sai) a fim de evitar produtos “velhos” na câmara.

3.2.11 Controle de qualidade

A qualidade de um produto alimentício pode ser definida por uma ampla gama de critérios,

incluindo, por exemplo, características químicas, físicas, microbiológicas e nutricionais. Sendo

julgada por uma série de testes com diferentes graus objetividade que contribuem na atribuição de

um bom produto (TAMINE e ROBINSON, 2000).

Uma das prioridades da empresa será a qualidade do produto final, logo cada etapa

envolvida no processo produtivo será tratada como “setor individual/independente” sendo

rigorosamente inspecionada através de medidas preventivas e de boas práticas de fabricação para

que os possíveis riscos envolvidos no processo sejam antecipadamente identificados e

minimizados. Antes da expedição serão retiradas de cada lote amostras para realização de analises

microbiológica e química. Uma análise sensorial também é realizada para detectar a presença de

possíveis grumos ou desenvolvimento de sabor estranho. A empresa contará com um número de

Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) pelo qual procura ouvir a opinião de seus consumidores.

4. LAYOUT

A princípio, a construção de qualquer laticínio deve proporcionar um ambiente seguro que

proporcione proteção desde a matéria-prima ao ambiente agradável para os trabalhadores. Além

disso, o empreendimento deve ser bem planejado para que seja rentável e com manutenção

mínima. É aconselhável que a área de recepção esteja separada da área de processamento. O

edifício deve permitir fácil acesso para manutenção e possuir espaço suficiente para o bom

posicionamento de equipamentos e utensílios (TAMINE e ROBINSON, 2000). Na Figura 4.1 é o

apresentado o layout simplificado com a proposta para um laticínio de iogurte de pequeno porte,

cuja área construída é de: 264,85 m2 e a área do terreno é de: 1207, 40 m2.

Page 33: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

33

Figura 4.1 – Layout simplificado.

Onde no quadro de equipamentos tem-se: 01- tanque de armazenamento; 02-desnatadeira; 03-

planta de pasteurização e homogeneização; 04-tanque de mistura; 05- iogurteira; 06-máquina de

envase.

No quadro de ambientes tem-se: 01 – refeitório; 02 – vestuário feminino; 03 – vestuário

masculino; 04 – Hall dos vestuários; 05 – Lavabo; 06 – Administração; 07 – Recepção; 08 – área

de sol; 09 – circulação; 10 – Marquise de recepção; 11 – plataforma de recebimento; 12 – insumos;

13 – Gabinete de higienização; 14 – Sala de processos; 15 – Deposito de embalagens; 16 – envase

e rotulagem; 17 – Laboratório; 18 – Almoxarifado; 19 – Câmara fria; 20 - Marquise de expedição.

Page 34: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

34

5. BALANÇO DE MASSA

O balanço de massa realizado com base na lei de conversão de massa estabelece que “a massa

de material que entra em um sistema é igual a massa de material que sai” (FELLOWS, 2006),

tomando a seguinte forma: massa de matérias-primas entrando = massa de produtos e resíduos

saindo + massa de material armazenado + perdas. Para efeitos de cálculos foi sugerida uma

formulação conforme descrição da Tabela 5.1, baseada em dados disponíveis na literatura

consultada. Considerando que em uma batelada utiliza-se 1000 litros de leite, correspondente a

massa de 1032 Kg.

Tabela 5.1 - Formulação para produção de 1308,58 Kg de iogurte salgado.

Ingredientes Quantidade (Kg)

Leite pasteurizado integral 1032

Leite em pó desnatado 165,12

Alho 51,60

Cebola 51,60

Fermento liofilizado em pó 0,01

Sal 6,19

Estabilizante 2,06

Total 1308,58

A massa do leite foi obtida por cálculo da densidade. A densidade do leite é uma relação

entre seu peso e volume e é normalmente medida a 15°C ou corrigida para essa temperatura. A

densidade (ρ) do leite é, em média, 1,032 kg/L podendo variar entre 1,023 e 1,040 kg/L (BRASIL,

2007). Levando em consideração uma densidade média de 1,032 kg/L a massa do leite (Kg) foi

calculada para volume de 1000 litros, utilizando a Equação 1:

� =��

(1)

Onde: � = densidade; � = massa, em quilograma e � = volume, em litros.

� = � ∗ � = 1.032���∗ 1000� = 1.032���������

Page 35: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

35

A massa do fermento é a contida em um envelope de 10 U, indicado para a fermentação de

1000 litros de leite. Por ser uma quantidade pouco representativa (0,015) será desconsiderada do

balanço de massa.

5.1 Balanço de massa por etapa

A seguir será descrito o balanço de massa envolvido no processo realizado por etapa. Será

considerado que ocorre em regime permanente, ou seja, não há acúmulo de material no sistema.

5.1.1 Padronizadora

A composição do leite varia entre raça, idade, fase de lactação e da alimentação, havendo

inclusive influências sazonais e climáticas. Sendo a gordura o componente mais variável entre

raças bovinas (ORDOÑEZ et al., 2005). Portanto, estimando que o leite entre no processo com

teor de 3,5% de gordura (35 g / Kg de leite) que deve ser padronizado a um teor de 3,0%, após

retirada do creme.

Figura 5.1 - Balanço de massa na padronizadora.

Onde: �1 = massa do leite integral; �2 = massa do leite padronizado e ������= massa de

creme, obtida durante padronização (desnate). Logo, para uma entrada de 1032 Kg de leite integral,

obtém-se o seguinte balanço:

0,035 ∗ 1032�� � 0,03 ∗ 1032�� � ������

36,12�� � 30,96�� � ������

������ � 5,16��

Por fim, a massa do leite padronizado resultante corresponderá a:

1032 Kg de leite integral - 5,16 Kg de creme = 1026,84 Kg de leite padronizado

5.1.2 Pasteurização e homogeneização

Considerando que não há percas, a quantidade de mistura que entra na planta de

pasteurização e homogeneização é igual à quantidade que sai, conforme ilustra a figura 5.2.

Page 36: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

36

Figura 5.2 - Balanço na planta de pasteurização e homogeneização.

Onde: �1 = leite que entra e �2= leite que sai

5.1.3 Tanque de mistura

É no tanque de mistura que são colocados o estabilizante e o leite em pó desnatado junto

ao leite já padronizado, anteriormente.

Figura 5.3 - Balanço no tanque de mistura.

Onde: �1 = massa do leite padronizado; �2 = massa do estabilizante; �3 = massa do leite em

pó desnatado e �4 = massa do estabilizante + massa do leite em pó desnatado + massa do leite

padronizado.

�1 � �2 � �3 � �4

2,06�� � 165,12�� � 1026,84�� � �4

m4 � 1194,02Kg 5.1.4 Filtração

Os resíduos gerados na filtração são mínimos sendo desconsiderados para efeito de

cálculos.

Page 37: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

37

Figura 5.4 – Balanço na etapa de filtração.

Onde: �1 = mistura que entra e �2 = mistura que sai.

5.1.5 Fermentadora

Depois do processo de fermentação e resfriamento é realizada a adição das especiarias

(alho e cebola) e sal. Devido a quantidade de fermento ser muito pequena a quantidade de fermento

foi considerada insignificante para efeitos de cálculos.

Figura 5.5 - Balanço na iogurteira.

Onde: �1 = massa de base; �2 = massa de sal; �3 = massa de alho desidratado; �4 = massa de

cebola desidratada e �5 = massa de iogurte salgado.

�1 � �2 � �3 � �4 � �51194,02�� � 6,19�� � 51,6�� � 51, 6�� � �5

m5 � 1303,41KgLogo, com o valor de massa obtido e desconsiderando perdas, é possível envasar 13.034

embalagens por batelada, cada uma contendo 0,1 Kg de iogurte salgado.

Page 38: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

38

6. BALANÇO DE ENERGIA

Em um balanço de energia, “a quantidade de calor ou energia mecânica entrando em um

processo = energia total que saindo com os produtos e resíduos + energia armazenada + mais

energia perdida para o ambiente”. Caso as perdas de calor sejam minimizadas, as perdas de energia

para o ambiente podem ser ignoradas para soluções aproximadas no cálculo (FELLOWS, 2006).

O balanço de energia pode ser calculado pela equação 2:

" � � ∗ #� ∗ (Δ&) (2)

Onde: " = quantidade de calor (KJ); � = vazão mássica (Kg); #� = Calor específico

(KJ/Kg ºC) e ∆T = variação de temperatura (°C). Na realização dos cálculos para o balanço de

energia torna-se necessário determinar o valor do calor específico (Cp), utilizando as Equações de

3 a 8.

#�(((()*+,-í/01 = 2,0082 +(1,2089 ∗ 10−3) ∗ & −(1,3129 × 10−5) ∗ &2 (3)

#�((((6+*7801 = 1,9842 +(1,4733 ∗ 10−3) ∗ & − (4,8008 ∗ 10−5) ∗ &2 (4)

#�((((:0*;+<8*0,+1 = 1,5488 +(1,9625 ∗ 10−3) ∗ & −(5,9399 ∗ 10−5) ∗ &2 (5)

#�((((=<;*01 = 1,8459 +(1,8306 ∗ 10−3) ∗ & − (4,6509 ∗ 10−5) ∗ &2 (6)

#�((((:</>01 = 1,0926 +(1,8896 ∗ 10−3) ∗ & −(3,6817 ∗ 10−5) ∗ &2 (7)

#�((((7?<808- = 4,1762 +(9,0864 ∗ 10−@) ∗ & −(5,4731 ∗ 10−5) ∗ &2 (8)

A composição fornecida por TACO (2011) para iogurte natural para uma porção de 100g

apresenta composição conforme descrito na Tabela 6.1.

Tabela 6.1 - Composição por componente do iogurte natural para 100g.

Principais componentes Composição (%)

Proteínas 4,1

Gordura 3,0

Carboidrato 1,9

Fibras 0

Cinzas 0,9

Umidade 90,0

Fonte: Taco (2011).

Page 39: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

39

Conforme cita Cruz et al. (2017), em geral a temperatura envolvida na homogeneização

situa-se entre: 55-65°C. Levando em consideração que a etapa de fermentação é uma das etapas

mais importante no processo da fabricação de qualquer tipo de iogurte, pois nela ocorre troca

térmica em vários pontos.

Considerando ainda que durante a etapa de mistura não houve perda de calor, o produto

entra para a iogurteira com temperatura de 55°C, em seguida, é aquecido a 95°C por 5 minutos e,

depois, resfriado a 42°C para fermentação. Fazendo uma média das temperaturas envolvidas adota-

se 75°C.

Mediante as equações (Eq. 3 a Eq.8) já apresentadas foi calculado os valores de calor

específicos (Cp) para cada componente, conforme apresenta a Tabela 6.2

Tabela 6.2 - Valores do calor especifico por componente (Cp) a 75°C.

A partir dos valores de calor especifico (Cp) obtido para cada componente e de suas

respectivas frações descritas na Tabela 6.2 é possível determinar o calor especifico (Cpio) para

100g de iogurte.

#�((((<+ �A(#�((((/ �B/) (9)

#�((((<+ � [D#�(((() ∗ 0,041E + D#�((((6+ ∗ 0,03E + (#�((((:0 ∗ 0,019) + D#�((((=< ∗ 0E + (#�((((:< ∗ 0,009)+ (#�((((F ∗ 0,9)

#�((((<+ = [(2,091 ∗ 0,041) + (2,067 ∗ 0,03) + (1,662 ∗ 0,019) + (1,957 ∗ 0)

+ (1,213 ∗ 0,009) + (4,200 ∗ 0,9)

#�((((<+ = 3,97 Kj / KgºC

Componentes Relação com a Temperatura Cp (J/kg °C) e T (°C) Cp (kJ/kg °C) a 75°C

Proteína #�(((() = 2,0082 + (1,2089 * 10−3) * 75 − (1,3129×10−6) * 752 2,091

Gordura #�((((6+ = 1,9842 + (1,4733 * 10−3) * 75 − (4,8008 * 10−6) * 752 2,067

Carboidrato #�((((:0 = 1,5488 + (1,9625 * 10−3) * 75 − (5,9399 * 10−6) * 752 1,662

Fibras #�((((=< = 1,8459 + (1,8306 * 10−3) * 75 − (4,6509 * 10−6) * 752 1,957

Cinzas #�((((:< = 1,0926 + (1,8896 * 10−3) * 75 − (3,6817 * 10−6) * 752 1,213

Umidade #�((((F = 4,1762 + (9,0864 * 10−5) * 75 − (5,4731 * 10−6) * 752 4,200

Page 40: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

40

A partir da equação 2 é possível calcular a taxa de transferência de calor para uma batelada

de iogurte salgado.

" � 1303,41�� ∗ 3,97 GH

G6°J ∗ (95 − 55)°#

" =206981,508 KJ

Considerando que neste ponto, o processo de aquecimento ocorre em 5 minutos que corresponde

a 300 segundos tem-se:

",+,0K ="�

(10)

Logo,

",+,0K =206981,508�L

300M��

",+,0KN = 689,94�LM��

Considerando ainda que após aquecimento a 95°C, a mistura é resfriada até 42°C para

posterior fermentação, calcula-se a média das temperaturas envolvidas que é igual a 68,5°C.

Adotou-se esse valor e foi repetido o mesmo procedimento para encontrar o calor especifico da

mistura a esta temperatura, encontrando:

#�((((<+ = 3,96 Kj / KgºC

" =273559,6908 KJ

Como a variação do calor específico (Cp) foi mínima, podemos adotar a mesma taxa de

quantidade de calor já determinada para encontrar o tempo em que ocorre a troca térmica. Diante

disso, pela Eq. 10 tem-se:

"�O�P�1 = "�O�P�2 = 689,94�LM��

� = 273559,6908�L

689,94 �LM��

� =396,5 seg

� =6,6 min

Conforme cita Ordoñez et al. (2005), um resfriamento muito rápido pode afetar a estrutura

do coágulo, levando a separação do soro devido a intensa retração das proteínas. Assim, após a

Page 41: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

41

fermentação, a mistura é resfriada lentamente de 42°C a 5 °C para que ocorra a saborização.

Adotando uma temperatura média de 23,5 °C pelas equações de 3 a 8, obtemos os valores de calor

específico (Cp) para cada componente da mistura, conforme descrição da Tabela 6.3.

Tabela 6.3 - Valores do calor especifico por componente (Cp) a 23,5°C.

Pela Equação 9 tem-se:

#�((((<+ � QD#�(((() ∗ 0,041E + D#�((((6+ ∗ 0,03E + (#�((((:0 ∗ 0,019) + D#�((((=< ∗ 0E + (#�((((:< ∗ 0,009)+ (#�((((F ∗ 0,9)R

#�((((<+ = [(2,035 ∗ 0,041) +(2,016 ∗ 0,03) +(1,591 ∗ 0,019) +(1,886 ∗ 0)

+ (1,135 ∗ 0,009) +(4,177 ∗ 0,9)]

#�((((<+= 3,94 Kj / KgºC

Pela Equação 2 tem-se:

" = � ∗ #� ∗ (∆&)

" = 1303,41�� ∗ 3,94 GH

G6°J ∗ (42 − 5)°#

" = 190011,1098 KJ

Conforme recomenda Ordoñez et al. (2005), o resfriamento deve ser feito sucessivamente, até

30ºC, depois mais lentamente a 20°C, mais tarde a 14,5 °C até 5°C. Logo, estimando um tempo

de resfriamento de 16 minutos (960 segundos) pela equação 10 tem-se:

"�O�P�3 = 190011,1098�L

960M��

"�O�P�3 = 197,93�LM��

Componentes Relação com a Temperatura Cp (J/kg °C) e T (°C) Cp (kJ/kg °C)

a 23,5°C

Proteína # ̅p,� = 2,0082 + (1,2089 * 10−3) * 23,5 − (1,3129×10−6) * 23,52 2,035

Gordura # ̅p,go = 1,9842 + (1,4733 * 10−3) * 23,5 − (4,8008 * 10−6) * 23,52 2,016

Carboidrato # ̅p,ca = 1,5488 + (1,9625 * 10−3) * 23,5 − (5,9399 * 10−6) * 23,52 1,591

Fibras # ̅p,fi = 1,8459 + (1,8306 * 10−3) * 23,5 − (4,6509 * 10−6) * 23,52 1,886

Cinzas # ̅p,ci = 1,0926 + (1,8896 * 10−3) * 23,5 − (3,6817 * 10−6) * 23,52 1,135

Umidade # ̅p,w = 4,1762 + (9,0864 * 10−5) * 23,5 − (5,4731 * 10−6) * 23,52 4,177

Page 42: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

42

7. ANÁLISE DE CUSTOS

Custo é o gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços.

Nesse sentido, custo nada mais é que um gasto, no momento de utilização dos fatores de produção,

para fabricação de um produto ou execução de um serviço (MARTINS, 2003). Para realização

deste este trabalho foram considerados custos com folha de pagamento de funcionários,

equipamentos, matéria prima e energia elétrica, sendo desconsiderados demais custos “indiretos”.

Os cálculos levam em consideração a produção de uma batelada diária o que corresponde a

1308,58 Kg de iogurte salgado e 13034 embalagens envasadas cada uma com 0,1 Kg (100g) de

produto. Considerando também 22 dias de trabalho mensal.

7.1 Custos com folha de pagamento

Os salários atribuídos na Tabela 7.1 tem como base o salário mínimo atual no ano de R$

954,00 (novecentos e cinquenta e quatro reais) conforme decreto n° 9.255, de 29 de dezembro de

2017, vigente a partir 01 de janeiro de 2018 (BRASIL, 2017). Os valores calculados levaram em

consideração a média salarial em vigor para pequenas empresas e os seguintes encargos: 8,3% de

13° salário, 11,10% de férias, 8% de FGTS, 1,40% de fração do FGTS com 13° salário e férias,

20 % de INSS, 4% de fração do INSS com 13º salário e férias. Tais encargos foram considerados

com base em empresas do simples, ou seja, aquelas que possuem receita bruta de até 4,8 milhões

anual ou 400 mil mensal.

Tabela 7.1 - Distribuição dos gastos referente a mão de obra.

Cargo Nº de colaboradores

Salário mensal1

(R$)

Encargos2 (R$)

Salário + Encargos

(R$) Eng. de Alimentos (Área técnica e adm. geral)

1 5.748,73 3.355,33 9.104,06

Gerente Financeiro 1 3.735,74 2.292,47 6.028,21

Assistente administrativo 2 2.795,40 1.795,97 4.591,37 Técnico em alimentos (Enc.de Laboratório)

1 1.692,28 1.213,52 2.905,80

Promotor de vendas 1 1.218,58 963,41 2.181,99

Auxiliares de produção 6 5.919,42 3.445,45 9.364,87

Auxiliar de almoxarifado 1 1.085,75 893,28 1.979,03

Motorista 2 2.566,16 1.674,93 4.241,09

Auxiliar de motorista 1 998,76 847,35 1.846,11

Auxiliar de serviços gerais 2 1.498,40 1.111,16 2.609,56

Total 18 27.259,2 17.592,87 44.852,1 1 Fonte: Médias salariais para empresas de pequeno porte – Trabalha Brasil, 2018. 2 8,3% de 13° salário, 11,10% de férias, 8% de FGTS, 1,40% de fração do FGTS com 13° salário e férias, 20 % de INSS, 4% de fração do INSS com 13º salário e férias.

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43

Considerando a produção de uma batelada por dia o que corresponde a 1.308,58 Kg de

iogurte salgado e o envasamento de 13.034 embalagens cada uma com 0,1 Kg.

Podemos calcular o valor da mão de obra por de dia trabalhado, dividindo o custo da mão

de obra pelos dias trabalhado, obtendo R$ 2038,73 por dia trabalhado, dividindo este valor pela

quantidade de embalagens produzidas em um dia de trabalho chegamos a um custo de R$ 0,16 por

unidade de produto.

7.2 Custos com equipamentos

As máquinas provocam um gasto em sua entrada, tornado investimento (ativo) e

parceladamente transformado em custo, via depreciação, à medida que é utilizada no processo de

produção de utilidades (MARTINS, 2003).

A Tabela 7.2 apresenta o custo para investimento com principais equipamentos envolvidos

diretamente na linha de produção e sua respectiva depreciação, sendo desconsiderados valores

relacionados a utensílios e equipamentos secundários. Os valores foram estimados com base em

pesquisas em sites de vendas nacionais.

O valor para a iogurteira é referente a um equipamento com capacidade de 1000 lts. Tal

escolha foi baseada na necessidade de utilização de equipamento com capacidade suficiente para

produzir 1308,58 Kg por batelada.

Tabela 7.2 - Custos com depreciação de equipamentos.

Equipamentos Nº de Equip. Valor

unitário (R$)

Depreciação4 anual (R$)

Depreciação mensal (R$)

Desnatadeira1 (1000 lts/h) 1 39.000,00 3.900,00 325,00

Pasteurizador2 (300 lts/h a 3000 lts/h)

1 32.045,00 3.204,50 267,04

Homogeneizador1 (4540 lts/h) 1 70.000,00 7.000,00 583,33

Tanque de mistura com helice5 (Cap. 1400 lts)

1 11.000,00 1.100,00 91,67

Iogurteira3 (Cap. 1000 lts) 1 12.900,00 1.290,00 107,50

Envasadora1 (2000 unit/h) 1 46.800,00 4.680,00 390,00

Mesa de manipulação3 1 1.350,00 135,00 11,25

Total 7 21.3095,00 21.309,50 1.775,79 1 Média de valores para equipamentos pesquisados no Mercado Livre. 2 Média de valores para equipamentos pesquisados na loja virtual suckmilk.com.br. 3 Média de valores para equipamentos pesquisados na loja virtual ricanata.com.br. 5 Média de valores para equipamentos pesquisados em: mfrural.com.br. 4 10% de depreciação.

Page 44: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

44

Logo, dividindo o custo com a depreciação mensal (R$ 1.775,79) pelos dias trabalhados

(22) obtêm-se R$ 80,71 diários, que rateado pela quantidade de embalagens produzidas (13.034)

tem-se o valor de R$ 0,006 por embalagem de produto.

7.3 Custos insumos

O custo da matéria-prima seja esta primária ou secundária é parte integrante do produto

final. Na Tabela 7.3 é apresentada estimativa com valores de matéria-prima envolvidos

diretamente na produção de uma batelada do iogurte salgado. Os valores adotados para os

ingredientes foram obtidos por meio de pesquisas em empresas e no mercado local. Exceto para o

leite que foi adotado a média de preço nacional do dia 01 de outubro de 2018. Já os valores

relacionados a embalagem foram obtidos mediante estimativa com preços praticados em sites de

venda online. Na estimativa feita aqui desconsidera quaisquer tipos de descontos incidentes tais

como quando a compra é realizada em grandes quantidades, desconsiderando também descontos

relacionados a forma de pagamento.

Tabela 7.3 - Custos com matéria prima referente a produção de uma batelada.

Descrição Valor unitário (R$)

Quantidade Valor total (R$)

Leite (Lts)1 1,47 1000 1.470

Leite em pó (Kg)2 21,95 165,1 3.624,38

Alho granulado (Kg)2 116,33 51,6 6.002,63

Cebola granulada (Kg)2 113,00 51,6 5.830,80

Fermento em pó (sache)3 25,00 1 25,00

Sal (Kg)2 0,25 6,19 1,55

Estabilizante (Kg)3 0,22 2,06 0,45

Embalagem primaria (Unit.)4 0,06 13034 782,04

Bobina termo seláveis de alumínio (Kg)4

14,64 1 14,64

Caixas de papelão (Unit.)4 0,48 271 130,08

Total 17.881,57 1 Média de preço nacional pesquisado no noticiasagricolas.com.br. 2 Média de preços baseada em pesquisas no mercado local. 3 Fornecido por Vilac Alimentos. 4 Média de preços baseada em pesquisas no Mercado Livre.

O resultado do rateio do total de custos diretos (17.881,57) pela quantidade de recipientes

produzidos (13.034) é igual a R$ 1,37 por unidade de produto.

Page 45: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

45

7.4 Custos com energia elétrica

A energia elétrica é um gasto no ato da aquisição que passa imediatamente para custo (por

sua utilização) sem transitar pela fase de investimento (MARTINS, 2003). Na Tabela 7.4 é

apresentado o custo diário com energia relacionados aos principais equipamento envolvidos na

linha de produção, desconsiderando o uso de equipamentos secundários e lâmpadas. As potências

utilizadas aqui foram apenas estimativas realizadas a partir de pesquisas em sites de vendas e de

fornecedores. Porém em alguns casos foram utilizados a potência de equipamentos similares, ou

com capacidades maiores, e feito uma proporção para uma menor capacidade.

A tarifa utilizada na realização dos cálculos foi referente a industrial (Classe B3) no valor

de R$ 0,63 (sessenta e três centavos) por KWh de energia elétrica (COSERN, 2018).

Tabela 7.4 - Custos com energia relacionados aos principais equipamentos da linha de produção.

Equipamentos Quantidade Potência1 (Kw)

Tempo de utilização diária

(h)

Custo diário (R$)

Desnatadeira 1 0,7 1 0,44

Pasteurizador 1 6,6 1 4,16

Homogeneizador 1 30 1 18,90

Tanque de mistura 1 1,7 1 1,07

Iogurteira 1 3,7 4 10,02

Envasadora 1 1,7 7 7,50

Tanques DXOT 2 1,3 24 39,31

Câmara fria 1 4,5 24 68,04

Total R$ 149,44 1 Valores estimados

Após rateio do custo total com gasto diário com energia (R$ 149,44) pela quantidade de

embalagens produzidas (13.034) em uma batelada, obtive-se R$ 0,01 por unidade de produto.

7.5 Estimativa de custo do produto final

Para análise de custos mais precisa seria necessárias informações com outros custos tais

como os relacionados a telefone, material de limpeza, água, internet, gasolina, consultoria, hora

extra de funcionários, o que se distancia um pouco do escopo deste trabalho. Porém é possível

realizar uma estimativa dos custos obtidos por unidade de produto e, a partir disso, estimar o preço

final para o produto ou fazer uma comparação com os preços praticados no mercado para produtos

semelhantes. Assim, tomando como base os custos de produção mão de obra, depreciação,

Page 46: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

46

insumos e energia elétrica, tem-se que o custo por unidade de produto é igual a R$ 1,55 (Tabela

7.5).

Tabela 7.5 - Custos por unidade de produto.

Descrição dos Custos de Produção (Unid. de produto)

Valor Unitário (R$)

Mão de obra 0,16

Depreciação 0,006

Insumos 1,37

Energia elétrica 0,01

Total 1,551 1 Valores estimados

Apesar de iogurte salgado serem sucesso nos Estados Unidos da América, onde em alguns

casos sua formulação é composta por cerca de 30% de purê de vegetais. No Brasil trata-se apenas

de uma tendência que ainda parece ser pouco expressiva nas gondolas dos principais

supermercados. Atualmente o principal concorrente seria o iogurte grego salgado da Vigor,

lançado em 2015 em dois sabores (azeitonas preta e salsa e cebolinha), cuja embalagem possui

90g de iogurte e 10g de croutons (pedaços de pão, fritos ou assados), apesar de não ter sido

encontrado nas principais redes de supermercado da cidade de Natal/RN, o preço de mercado

sugerido no ano de 2015 foi de R$ 4,00. Vale relatar que a Moo possui em sua linha Skyr um

iogurte sabor laranja e gengibre que apesar de não ser um potencial concorrente até mesmo por

tratar-se de linhas diferentes de iogurte o mesmo é encontrado em lojas específicas locais em

Natal/RN com o preço de R$ 9,30.

8. TRATAMENTO DE RESÍDUOS

O efluente de uma fábrica de iogurte é composto por material orgânico (iogurte diluído,

cultura inicial a granel, estabilizantes) e inorgânico (detergentes e/ou agentes esterilizantes

diluídos), ambos sujeitos a decomposição biológica por microrganismos. Tais efluentes podem ser

tratados antes de serem lançados em esgoto público. Já a água gerada durante os processos de

aquecimento e resfriamento não contém percentual muito alto de sujidades podendo ser utilizada

para limpeza. Tendo em vista o custo do tratamento de água e efluentes, faz-se necessária uma

gestão adequada da água bem como minimização de seu uso (TAMINE e ROBINSON, 2000).

Devido a diversidade dos resíduos gerados por laticínios em termos de composição e contaminação

microbiológica muitos estudos ainda são necessários em busca de um tratamento de resíduo

eficiente, uma vez que cada unidade de produção possui características próprias de vazão e

composição de seus resíduos (SILVA, 2010).

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47

Antes de apresentar soluções para o gerenciamento e tratamento de efluentes líquidos

resultantes da produção de iogurtes, faz-se necessário a realização de uma auditoria hídrica para

identificar, quantificar e qualificar este efluente. Cuja qualificação e quantificação variam de

acordo com a qualidade do leite utilizado, das operações de processamento envolvidas e da

tecnologia de higienização de equipamentos e instalações utilizadas. Comumente a qualificação

de efluentes provenientes na indústria de laticínios é feita por meio de análise de demanda química

de oxigênio (DQO), realizada por laboratórios da estação de tratamento de efluente (ETE) através

de amostras coletadas, seu tratamento é feito com base na quantidade de carga orgânica do

efluente, para sua redução (OLIVEIRA e SUSTAFA, 2015). A Figura 8.1 apresenta o esquema de

uma estação de tratamentos de efluentes (ETE) proposta por Oliveira e Sustafa (2015), para

gerenciamento e tratamento de efluentes líquidos provenientes da produção de iogurte.

Figura 8.1 - Esquema de uma estação de tratamento

Fonte: Oliveira e Sustafa (2015).

Os métodos utilizados em uma estação de tratamento de esgoto incorporam tratamentos

físicos químicos e biológicos, seguindo as sequencias básicas de tratamento preliminar (remoção

de areia e sólidos), tratamento primário (remoção de sólidos em suspensão); tratamento secundário

(remoção de matéria orgânica) e, por fim, o tratamento terciário (onde ocorre o tratamento da fase

sólida e desinfecção) (OLIVEIRA e SUSTAFA, 2015).

Page 48: PATRÍCIA GOMES DOS SANTOS IOGURTE SALGADO COM ESPECIARIAS

48

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O mercado de lácteos em geral movimentam boa parte da economia da indústria alimentícia,

sendo o iogurte um dos produtos lácteos mais consumidos devido suas propriedades benéficas a

saúde. O iogurte salgado apresenta-se como uma tendência de mercado cada vez mais atrativa na

mesa dos consumidores, que aos poucos vem mudando o conceito sobre a forma de como os

iogurtes podem ser consumidos.

Em um mercado tão competitivo faz-se sempre necessário o desenvolvimentos e inovação de

produtos em busca de agradar cada vez mais o paladar do consumidor brasileiro. A ideia de um

iogurte salgado com adição de especiarias apresentou-se viável tanto a nível de processamento

como econômico, apesar de serem necessário um estudo mais profundo dos custos e tributos que

envolvem seu desenvolvimento. Ainda mais por trata-se da fusão de duas especiarias típicas que

costumam agregar sabor aos mais diversos tipos de alimentos com um produto que já possui espaço

na mesa do consumidor brasileiro.

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