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PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS ALIMENTOS

GENETICAMENTE MODIFICADOS: UMA PROPOSTA DE

INTERVENÇÃO

Autor SUELY SATIKO TAMURA

Escola de Atuação CEEBJA – CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS

Município da escola UMUARAMA

Núcleo Regional de Educação UMUARAMA

Orientador SANDRA APARECIDA DE OLIVEIRA COLLET

Instituição de Ensino Superior UEM

Disciplina/Área (entrada no PDE) BIOLOGIA

Produção Didático-pedagógica UNIDADE DIDÁTICA – VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS ALIMENTOS GENETICAMENTE MODIFICADOS

Relação Interdisciplinar

(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

Público Alvo

ALUNOS DO CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO

BÁSICA PARA JOVENS E ADULTOS - CEEBJA

Localização

CEEBJA – AVENIDA MARINGÁ, 5035

Apresentação:

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times

Acreditamos que conceber a biologia de maneira significativa

na Educação de Jovens e Adultos requer incutir na prática

pedagógica a permissão de se observar os acontecimentos da

natureza. Não é preciso recriá-lo em sala de aula. Para tanto,

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New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

basta a sua observação na própria natureza e a sua

transformação para facilitar a vida enquanto seres vivos deste

planeta.A presente Unidade Didática tem como objetivo

apresentar atividades práticas a serem desenvolvidas com os

alunos da Educação de Jovens e Adultos – CEEBJA de

Umuarama – Paraná, visando uma prática pedagógica de

ensino e aprendizagem para a compreensão das vantagens e

desvantagens da sua utilização na alimentação. A finalidade da

prática pedagógica transformadora é permitir a descoberta.

Essa será uma dimensão a ser explorada na prática pedagógica

sobretudo, porque o aluno, ao ter a oportunidade de descobrir

a beleza do funcionamento da natureza, poderá percorrer as

mesmas trajetórias utilizadas pelos cientistas, levantando

hipóteses sobre fenômenos, estabelecendo relações entre

situações aparentemente distintas e chegando, assim, à

sistematização do conhecimento científico.

Palavras-chave transgênicos , vantagens, desvantagens, utilização, organismo

humano.

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL PDE

SUELY SATIKO TAMURA

VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS ALIMENTOS GENETICAMENTE

MODIFICADOS: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

MARINGÁ – PR 2010

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL - PDE

SUELY SATIKO TAMURA

VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS ALIMENTOS GENETICAMENTE MODIFICADOS: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Unidade Didática apresentada ao Programa de Desenvolvimento Educacional. Orientadora: Sandra Aparecida de Oliveira Collet

MARINGÁ – PR 2010

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1IDENTIFICAÇÃO

1.1 PROFESSOR PDE: Suely Satiko Tamura

1.2 ÁREA/ DISCIPLINA: Biologia

1.3 NRE: Umuarama

1.4 PROFESSOR ORIENTADOR IES:Sandra Aparecida de Oliveira Collet

1.5 IES VINCULADA: UEM

1.6 ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Escola Centro de Educação Básica de

Jovens e Adultos - CEEBJA

1.7 PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO: Alunos do CEEBJA 2 INTRODUÇÃO

Investigações realizadas sobre o processo de ensino e aprendizagem

têm desvendado que os alunos apresentam concepções, ou seja, conceitos

intuitivos, espontâneos, alternativos que, muitas vezes, apresentam-se

distanciados dos conhecimentos científicos podendo comprometer a

aprendizagem significativa (GASPARIN, 2005). Estas ideias ou crenças,

comumente de bases empíricas, são saberes que os sujeitos adquirem, não

raro nas vivências diárias, em ambientes não escolares.

Isso faz pensar que, apesar de estarmos vivendo uma era de ricas

descobertas científicas e tecnológicas discutidas no contexto escolar e

constantemente anunciadas nas escolas ou na mídia, a maioria da população

parece sentir-se despreparada para emitir opiniões fundamentadas acerca de

temas como a transgenia, clonagem e genômica. Isto evidencia que nem

sempre os conhecimentos adquiridos na escola permitem que os indivíduos

excedam o saber de senso comum ou as primeiras impressões adquiridas na

vivência.

Segundo as DCEs - Paraná (2008b), o ensino e aprendizagem envolve

não somente a aprendizagem de conhecimentos científicos, mas também a

compreensão de como se forma um determinado conceito. De acordo com

essas diretrizes, a aquisição mecânica de informações sobre os conceitos

científicos não satisfaz os pré-requisitos necessários para o ensino. Daí a

necessidade de o docente investir em uma prática pedagógica que priorize

uma nova maneira de pensar as “coisas” que cercam a vida do aluno.

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Ao tratar da modificação genética sabemos que esta prática tem

causado polêmica, pois ainda não se conhecem as vantagens ou as

desvantagens relativas à utilização dos alimentos geneticamente modificados

no organismo humano, bem como as consequências para o ambiente de

disseminação de plantas transgênicas.

Conforme Marinho e Minayo-Gomez (2004, p. 96), “[...] a aplicação da

engenharia genética, principal ferramenta da moderna biotecnologia a

agricultura vem provocando profundas controvérsias quanto a possíveis riscos

à saúde e ao meio ambiente, assim como sobre suas implicações nos âmbitos

político, socioeconômico e ético”. Alguns países da Europa, por exemplo,

proíbem a importação de soja transgência. No Brasil, a pesquisa nesse campo

vem sendo controlada pelo governo, através da Comissão Técnica Nacional de

Biossegurança (CTNBio).

Apesar da existência de significativos instrumentos legais e instâncias

decisórias específicas sobre a questão no Brasil, as práticas não condizentes

com a legislação em vigor têm gerado uma acirrada polêmica entre diversos

atores envolvidos, como cientistas, agricultores, ambientalistas e

representantes do governo (MARINHO; MINAYO-GOMEZ, 2004).

Assim sendo, buscamos nessa Unidade Didática discutir as vantagens e

desvantagens dos alimentos geneticamente modificados, por meio do uso de

diferentes metodologias. Acreditamos que conceber a biologia de maneira

significativa na Educação de Jovens e Adultos requer incutir na prática

pedagógica a permissão de se observar os acontecimentos da natureza. Não é

preciso recriá-lo em sala de aula. Para tanto, basta a sua observação na

própria natureza e a sua transformação para facilitar a vida enquanto seres

vivos deste planeta.

2 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS TRANSGÊNICOS

A prática dos transgênicos desenvolvida pelo homem foi essencial para

a evolução da agricultura sendo que, hoje em dia, é possível haver grãos de

diferentes aparências e com resistência às doenças e mudanças climáticas.

Esses costumes experimentais resultaram em transformações, e foram

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ensinados de geração para geração, sendo aprimorados gradativamente. Os

cruzamentos foram feitos sempre entre plantas da mesma espécie ou espécies

afins (CORDEIRO, 2000).

Por meio do cultivo seletivo de plantas que eram maiores, mais fortes e

menos suscetíveis às doenças, os agricultores e pesquisadores criaram plantas

mais produtivas, sem ter o conhecimento da engenharia genética, um processo

fundamental utilizado na Biotecnologia (CORDEIRO, 2000; MONQUERO,

2005).

A redescoberta das leis da herança biológica no ano de 1900 por Abade

Gregor Mendel possibilitou planejar cruzamentos controlados que eram

acompanhados de uma planejada seleção. Com esses conhecimentos, o

progresso do melhoramento genético aumentou significativamente no século

XX, com o consequente aumento da produtividade agropecuária, mais que nos

milhares de anos anteriores (CORDEIRO, 2000).

Na contemporaneidade, a engenharia genética pode manipular o

material genético da célula e, com isso, produzir uma nova característica em

um organismo. Genes de plantas, microorganismos e animais podem ser

recombinados e introduzidos nos núcleos das células de qualquer um desses

organismos (MONQUERO, 2005).

As décadas de 70 e 80 foram responsáveis pelas grandes mudanças na

biologia com as descobertas da organização do funcionamento, bem como da

variação do material genético dos organismos vivos. Desse conhecimento,

decorreram tecnologias que viabilizaram combinações de material genético em

laboratório (VOGT, 2010).

As pesquisas em torno do DNA recombinante, além da revolução

instaurada no universo dos estudos da vida permitiram o surgimento de novas

práticas científicas e tecnológicas. Foi o campo híbrido entre ciência e

tecnologia: a biotecnologia que desencadeou as mudanças relativas também

ao comportamento ético da sociedade civil diante das novas questões que a

manipulação genética de seres vivos trouxe para o homem (NODARI;

GUERRA, 2000).

Com o desenvolvimento da engenharia genética entendida como o

conjunto de técnicas capazes de permitir a identificação, manipulação e

multiplicação de genes dos organismos vivos, que se chegou ao estágio de

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criar transgênicos, por meio da mistura dos genes de espécies do reino vegetal

e do animal. Os organismos que tiverem genes de outras espécies incluídos

em seu genoma (o conjunto dos genes de um organismo) são chamados de

transgênicos (PEDRANCINI et al., 2008). Por meio dessa técnica, tem-se

produzido plantas transgênicas resistentes a causadores de doenças.

A transformação do código genético de plantas, animais ou

microorganismos por meio da engenharia genética já é uma realidade com os

produtos transgênicos. Tal procedimento suprime atividades de genes ou

transfere-os de uma espécie para outra. Transferência esta que permite

substituição acrescenta ou retira um comando químico ou gene de uma cadeia

genética, para obter um organismo geneticamente modificado (OGM) ou

transgênico (LEITE, 2000).

Organismos transgênicos são seres vivos obtidos por uma tecnologia

biológica (biotecnologia), denominada transgênese ou transgenia que consiste

em uma manipulação genética (adição de um gene estrangeiro animal ou

vegetal), ao genoma (conjunto dos genes de uma espécie) de um ser vivo

qualquer, animal ou vegetal (OLIVEIRA, 2009).

Estudos têm demonstrado que existe o desenvolvimento de plantas

transgênicas tolerantes a herbicidas (substância empregada na destruição de

ervas daninhas), e plantas que apresentam outras melhorias, como o tomate

que demora para apodrecer (MONQUERO, 2005; PEDRANCINI et al., 2008).

A dinâmica da história da civilização humana ganhou nova evidência

com a intensificação e aperfeiçoamento dos avanços científicos e tecnológicos

no campo da genética e da biologia molecular (PEDRANCINI et al., 2008). O

homem tornou-se capaz de intervir nos processos naturais dos sistemas

biológicos, mediante a utilização de técnicas modernas e altamente

sofisticadas que possibilitam a transformação e criação de seres vivos.

A revolução ocasionada pela inserção das (bio)tecnologias nas

atividades de investigação científica, transmutando a ciência em tecnociência,

voltada à satisfação de objetivos utilitários imediatos trouxe questionamentos

importantes, uma vez que a decisão da utilização ou não os resultados

alcançados “para o bem ou para o mal”, não depende dos laboratórios, mas de

uma opção consciente ou de um consenso social. Segundo Sgreccia (apud

DIAFÉRIA, 2002) em nenhum momento da história da humanidade a ética foi

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considerada tão importante na medicina, na biologia e na sociedade, pois a

descobertas científicas fizeram com que a moral voltada para a preocupação

com a vida, se tornasse de interesse para todos, problema de fundamental

importância na sociedade em nível mundial.

A civilização tecnológica emerge impondo a necessidade de uma

reflexão desvelada acerca dos parâmetros éticos que embasam a prática dos

cientistas, objetivando o direcionamento dos resultados para o progresso de

toda a humanidade. O reconhecimento e a construção de uma nova ética são

fundamentais nesse momento histórico, para que o ser humano possa viver em

harmonia com os resultados da ciência e da tecnologia na atual sociedade,

estabelecendo parâmetros de respeito ao próximo, embasados em valores

morais que possam conduzir a uma realização satisfatória dos anseios

humanos (DIAFÉRIA, 2002; ARAÚJO; NODARI, 2011).

Dentre os principais argumentos a favor dos transgênicos, citam-se: a

necessidade do aumento da produção de alimentos a baixo custo; o aumento

da renda do produtor agrícola; as vantagens ambientais; a competição no

mercado mundial de produtos agrícolas; a ausência de riscos à saúde humana

e ao meio ambiente; a inevitabilidade da presença dos transgênicos no Brasil

(ARAÚJO; NODARI, 2011).

Para Candeira (2001), os transgênicos têm a vantagem de viabilizar o

aumento da produção e da produtividade com redução de custos, sendo uma

alternativa para a comercialização de produtos agrícolas. Poderá ocorrer

melhor controle ambiental em relação à redução ou extinção do uso de

agrotóxicos; aumento da variabilidade genética pela inserção de genes

exógenos em genomas funcionais; proporcionar maior velocidade na geração

de novas cultivares, melhoramento genético de plantas com o desenvolvimento

de uma agricultura saudável e competitiva.

Muito embora a área com transgênicos esteja em constante crescimento

em vários países, apesar de sua aprovação por milhares de pesquisadores, em

especial geneticistas e da ausência de qualquer efeito prejudicial à saúde

humana, animal e no meio ambiente, decorrente dos milhões de pessoas

consumidoras desses produtos desde 1996, persiste, ainda, uma forte

oposição aos transgênicos. Está cada vez mais evidente que os transgênicos

são tão ou mais seguros que os não transgênicos para a saúde humana e

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animal (PATERNIANI, 2002).

A significativa redução do uso de agroquímicos associados aos

transgênicos mais cultivados atualmente resistentes a insetos/pragas e a

herbicidas contribui para a maior proteção do meio ambiente (PATERNIANI,

2002; BORÉM; SANTOS, 2011).

O uso de organismos transgênicos tem o potencial de oferecer

benefícios reais à agricultura, na qualidade da alimentação e na saúde, entre

outros setores. Há, é verdade, incertezas acerca de diversos aspectos do uso

de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs). Porém, muitas pesquisas

continuam sendo realizadas para dirimir as dúvidas acerca dos riscos para que

estes sejam devidamente avaliados e controlados, a fim de que o potencial das

novas tecnologias torne-se claro e acessível para a sociedade. É preciso

respeitar as legítimas preocupações do público (BORÉM; SANTOS, 2011).

Os principais argumentos contrários aos transgênicos estão

relacionados aos temores quanto aos prejuízos à saúde humana, animal e ao

meio ambiente, tais como os riscos de contaminação genética da

biodiversidade (empobrecimento da biodiversidade); os riscos de poluição

ambiental (aumento da contaminação dos solos e lençóis freáticos, pelo uso

intensificado de agrotóxicos); os riscos à saúde humana e animal; extinção de

espécies (eliminação de insetos e microorganismos benéficos ao equilíbrio

ecológico); a desnacionalização da pesquisa brasileira; a formação de

oligopólios na produção de sementes; a vulnerabilidade dos mecanismos

estatais de controle; a perda de mercados de produtos agrícolas brasileiros;

aparecimento de alergias; aumento da resistência a antibióticos e aparecimento

de novos vírus, decorrente da recombinação de vírus intrincados com outros já

existentes (ARAÚJO; NODARI, 2011).

O Quadro 1 a seguir destaca a comparação entre transgênicos e não

transgênicos.

QUADRO 1 - PARALELO ENTRE TRANSGÊNICOS E NÃO TRANSGÊNICOS

TRANSGÊNICOS NÃO TRANSGÊNICOS

A) As sementes são mais produtivas do que as tradicionais

A) A produção depende do ano, da safra, das pragas. Além disso, dizem que as sementes transgênicas são mais caras que as não transgênicas.

B) O uso da soja transgênica e de B) O que reduz a erosão é o plantio direto, não

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agrotóxicos reduz as perdas por erosão as sementes transgênicas.

C) As sementes transgênicas dão liberdade de escolha para o agricultor: se quiser usa, se não quiser não usa.

C) As empresas que vendem transgênicos dominam cada vez mais o mercado brasileiro de sementes. Elas podem, facilmente, vender só transgênicos, acabando com a oferta de sementes não transgênicas e deixando o agricultor sem liberdade de escolha. Existe, também, o risco de uma lavoura de milho transgênico contaminar as lavouras vizinhas de milho não transgênicas, pela polinização, e assim prejudicar a produção das sementes próprias dos agricultores e acabar com a variedade.

D) Os transgênicos não fazem mal, já que nunca ninguém ficou doente por causa deles.

D) Nos Estados Unidos, por exemplo, o milho transgênico Bt Star Link teve que ser recolhido depois de causar alergia em várias pessoas. Além disso, as alterações genéticas podem vir a se manifestar somente em longo prazo.

E) Os transgênicos podem ajudar a reduzir a fome no mundo, pois eles são mais produtivos e mais nutritivos.

E) Os transgênicos não são mais produtivos do que as variedades próprias dos agricultores ou as variedades melhoradas comerciais. Além disso, os alimentos naturais não fazem mal à saúde e são mais baratos. O problema da fome não é por falta de alimentos, mas sim, por causa da sua má distribuição.

FONTE: Jornal Por um Brasil Livre de Transgênicos (2001).

Caso algumas dessas consequências negativas da engenharia

genética ocorram é impossível controlá-las, por se constituírem em formas

vivas, podem sofrer mutações, se multiplicar ou ser dizimadas no meio

ambiente. O risco está relacionado tecnicamente à probabilidade de um evento

danoso multiplicado pelo dano causado. Então, se o dano é grande, mesmo

uma baixa probabilidade pode significar um risco inaceitável. Portanto, o

impacto de um transgene no ambiente e na saúde humana, deve ser

criteriosamente avaliado (ARAÚJO e NODARI, 2009).

Cordeiro (2011) aponta as seguintes desvantagens das plantas

transgênicas:

a) Somente poucos laboratórios têm os dispendiosos equipamentos e

reagentes, e pesquisadores capazes de obter organismos transgênicos com

toda a segurança requerida pela Lei de Biossegurança, fiscalizada pela

Comissão Nacional Técnica de Biossegurança CTNBio;

b) Após a obtenção do organismo transgênico, segue-se a fase mais

longa e dispendiosa, de cinco ou mais anos, e milhões de dólares para

selecionar e desenvolver o produto. Somente empresas têm arcado com os

custos necessários para lançar novas variedades transgênicas;

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c)Apesar de todas as precauções, as pessoas leigas, ou mesmo

pesquisadores de áreas afins, temem que possam existir inconvenientes no

futuro;

Alguns ambientalistas acreditam que os transgênicos podem provocar

complicações desconhecidas para a saúde humana. Não há resultados

científicos que comprovem esses efeitos, nem que demonstrem a segurança

dos produtos.

Assim, diante de tal situação, onde há muita inquietação do consumidor

em relação aos transgênicos, a melhor resposta é deixar que cada consumidor

escolha se quer ou não alimentar-se com transgênicos. A solução para tal

impasse seria rotular os alimentos transgênicos com advertência de que a

segurança dos transgênicos para a saúde humana, ainda não foi comprovada.

Sob a visão sócio-econômica e do consumidor é preciso mais

experimentação, para melhor conhecimento sobre os riscos e vantagens dos

transgênicos, bem como garantir a rastreabilidade dos ingredientes ao longo de

toda a cadeia alimentar de forma a possibilitar aos consumidores optarem pelo

consumo de alimentos livres de Organismos Geneticamente Modificados

(NODARI; GUERRA, 2000).

Conforme Cordeiro (2011), a questão dos transgênicos desencadeia

muitas discussões científicas com reflexos econômicos, devendo observar os

diplomas legais em vigor, assim como os princípios do Direito Ambiental,

notadamente, o princípio da prevenção, além dos direitos dos consumidores.

Os transgênicos têm causado polêmica, e as discussões giram em

torno de aspectos comerciais, sociais e financeiros. As empresas que

desenvolvem os transgênicos estão interessadas muito mais na questão

financeira do que na saúde e qualidade de vida dos consumidores (NODARI e

GUERRA, 2000). Com a grande demanda no mercado mundial, torna-se um

problema controlar a produção agrícola de transgênicos e informar

corretamente o consumidor que, muitas vezes, nem se quer sabe que está

levando para casa um produto transgênico.

Daí porque é de suma importância da participação consciente e efetiva

dos cidadãos brasileiros em diferentes âmbitos na temática, não deixando de

analisar que, acima de qualquer interesse, seja qual for, deve prevalecer

sempre o bom senso e a saúde dos indivíduos.

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3 PROPOSTA DE ATIVIDADES PARA INTERVENÇÃO NA ESCOLA

Os eventos propostos para a unidade didática constituem-se em um

conjunto de procedimentos, ideias, vivências e práticas, tendo os alunos do

Centro de Educação Básica de Jovens e Adultos – CEEBJA da cidade de

Umuarama-Paraná, como membros ativos do processo ensino e aprendizagem

em Biologia.

As estratégias de ação apresentadas buscam promover estudos para a

compreensão dos transgênicos e suas implicações na alimentação, saúde e

meio ambiente; diferenciar alimentos convencionais e orgânicos dos alimentos

geneticamente modificados; propor dinâmicas para o debate sobre os prós e

contras dos transgênicos.

Em cada etapa, os alunos serão levados a discutir o material qualitativo

gerado na situação investigativa, possibilitando a elucidação da problemática

suscitada, por meio de aulas expositivas, leituras e compreensão de textos,

atividades de escrita, dinâmicas de grupo, apresentação de vídeos, entre

outras, divididas em quatro módulos.

3.1 Módulo 1- O que são transgênicos

Antes de abordar os transgênicos o professor procurará investigar o que

os alunos conhecem sobre os alimentos geneticamente modificados

(transgênicos), a partir de algumas questões:

1. Você já ouviu falar sobre os transgênicos? 2. O quê você entende sobre transgênico? 3. Você acha que existe alguma diferença entre Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) e os transgênicos? 4. Como você acha que se faz um transgênico? 5. Você conhece algum transgênico? Cite exemplos. 6. Na sua vida cotidiana você tem utilizado algum transgênico? 7. Quais as vantagens que você vê em produzir os transgênicos? 8. Na sua opinião, quais são as desvantagens da transgenia?

9. Você é contra ou a favor dos transgênicos? Por quê?

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As concepções e opiniões manifestadas pelos estudantes em relação

aos transgênicos revelarão a compreensão dos mesmos sobre a temática. Na

sequência, o professor apresentará um vídeo intitulado “Alimentos

Transgênicos”: Disponível em: <

http://www.youtube.com/watch?v=yMDMRIQHHnI>.

Para melhor esclarecer o que são transgênicos, o professor trabalhará

com o texto proposto por Ramos e Sanmatin (2000) a seguir, primeiramente,

por meio de leitura individual, explicações orais pelo professor e, num segundo

momento, por meio de um debate com a classe.

O que são Transgênicos

Poucos assuntos geram tanta controvérsia como os transgênicos. Organismos transgênicos, ou organismos geneticamente modificados (OGMs), são animais e plantas que sofrem modificações geradas pela transferência de características (genes) de uma espécie para a outra. A discussão sobre as vantagens e desvantagens desta “interferência biotecnológica” do homem na natureza fica mais complexa quando falamos na produção, comercialização e consumo de alimentos transgênicos.

Os alimentos transgênicos são produzidos através da engenharia genética. Obtém assim, dentre as muitas possibilidades, feijão com proteína da castanha-do-pará, trigo com genes de peixe, tomates que não apodrecem, milho com genes de bactérias que matam insetos e soja resistente a herbicidas.

Fonte: Disponível em: <http://www.institutoaqualung.com.br/info_trans39.html>

Partindo do entendimento de que os alunos são sujeitos ativos e protagonistas

do processo de aprendizagem, o texto será lido e debatido com a turma. Como

atividade complementar será apresentado um vídeo intitulado “Alimentos

Transgênicos”: Disponível em

<http://www.youtube.com/watch?v=tX6pIP3TwM4&feature=related>.

Após, a apreciação do vídeo, professor e alunos discutirão os aspectos

relevantes do texto apresentado e do vídeo, enfatizando as controvérsias sobre

o que são transgênicos. Após, os alunos serão reunidos em duplas para listar

os principais alimentos transgênicos. Os alunos serão instigados a debater com

outras duplas os alimentos listados.

Será explicitado que a modificação por transferência de genes pode ser

feita por algumas técnicas. De um modo geral, a engenharia genética permite

que se retire o gene de um organismo e se transfira para outro. Esses genes

entram na sequência de DNA (onde estão às características de um ser vivo) do

organismo receptor, gerando uma reprogramação.

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A partir daí, chega-se a novas substâncias e aos organismos

transgênicos. Entre as técnicas mais utilizadas para manipulação genética

estão a micro-injeção (uso de micro-agulhas), microencapsulação

(transferência de genes através de cápsulas), eletroporação (por corrente

elétrica), fusão celular e técnicas de hibridização (RAMOS; SANMATIN, 2000).

Para facilitar a compreensão dos transgênicos o professor entregará aos

alunos uma ficha com termos relacionados ao vocabulário técnico dos

transgênicos para que em duplas, pesquisem no dicionário, livros, revistas,

internet o significado de:

Alimentos geneticamente modificados: Biotecnologia: Cultivares: DNA/RNA recombinante: Engenharia genética: Gene inseticida: Modificação genética: Monsanto: Organismos geneticamente modificados (OGMs):

Durante a pesquisa, o professor ficará atento acompanhando todos os

momentos do processo: a discussão, a negociação, as intervenções, os

questionamentos, a aceitação, as descobertas, as buscas, o ceder, o resistir, a

pesquisa, as articulações dos alunos e alunas.

3.2 Módulo 2- Implicações dos transgênicos na alimentação, saúde e meio

ambiente

Primeiramente, o professor comentará sobre as implicações dos

transgênicos na alimentação, saúde e meio ambiente, por meio de uma

exposição oral. Os alunos serão lembrados que a saúde, o bem-estar e a

qualidade de vida de uma população decorrem da quantidade e qualidade dos

alimentos consumidos por uma população, assim como de seu estilo de vida,

com base no texto proposto por Affonso (2011), que será apresentado aos

alunos sem o título.

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A integridade e a biodiversidade da fora e fauna subterrânea dispõe para as plantas uma variedade de nutrientes. Isso acarreta melhor qualidade dos alimentos que ingeridos. Entretanto, a nutrição é o resultado da interação entre o alimento ingerido e o organismo, ou seja, é, o mesmo alimento pode ter efeitos distintos em pessoas diferentes.

O alimento consegue exercer totalmente sua função quando o organismo está em condições de assimilá-lo, separar o que é aproveitável do que é dispensável, transformá-lo e transportá-lo aos tecidos que dele necessitam. É fundamental que o homem recupere sua sensibilidade e reconheça suas demandas essenciais, fazendo escolhas alimentares mais saudáveis diante de tantos novos produtos disponíveis nas prateleiras dos supermercados.

No mundo todo, pesquisadores e cientistas estão desenvolvendo pesquisas sobre as reais conseqüências da utilização de alimentos geneticamente modificados no organismo humano e no meio-ambiente. Consumidores de países onde já ocorre a comercialização de alimentos transgênicos exigem a sua rotulagem, assim como os orgânicos, para que possam ser distinguidos na hora da escolha do alimento.

Disponível em: <http://www.fef.unicamp.br/departamentos/deafa/qvaf/livros/alimen_saudavel_ql_af/diagnostico

_funcamp/funcamp_cap12.pdf>

Após a leitura e discussões iniciais, os alunos serão convidados a refletir

em grupos (até três) o conteúdo do texto apresentado. Será sugerido um título

para o texto. Para facilitar a compreensão a respeito das implicações dos

transgênicos na alimentação, saúde e meio ambiente será apresentado um

texto intitulado “Os 10 maiores perigos dos alimentos transgênicos para a

saúde e para o meio ambiente”: Disponível em:

<http://www.institutoaqualung.com.br/info_trans39.html>.

Para a discussão do texto proposto, após a leitura individual, cada aluno

apresentará suas contribuições que serão discutidas com outros membros, que

serão levados a completar, refutar ou acrescentar ideias ao texto. Nessa

construção a intenção dialética do processo é contribuir para que os alunos

possam ter uma visão recíproca do texto, produzindo novos conhecimentos.

Assim sendo, cada membro da equipe poderá interagir com qualquer um

dos colegas de classe, estabelecendo uma rede de comunicação, onde todos

assumirão os papéis de escritores, pesquisadores, revisores e críticos. Com

base nas DCEs – Paraná (2008), ao tratar do ensino e aprendizagem, a ênfase

deve ser dada ao processo e não ao produto.

Após o trabalho em equipe, os alunos pesquisarão na internet sobre as

implicações dos transgênicos na alimentação, saúde e meio ambiente. Para tal,

será utilizado o espaço do laboratório de informática da escola.

Na sequencia, o professor refletirá em conjunto com os alunos sobre as

vantagens e desvantagens do processo de manipulação genética para

obtenção de um alimento transgênico ou geneticamente modificado. Durante

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esse trabalho, os alunos serão divididos em dois grupos: o primeiro analisará

as vantagens; e o segundo, as desvantagens do uso dos transgênicos no

cotidiano.

Nesta atividade, os alunos serão orientados para realizar uma pesquisa

em livros, revistas, jornais distribuídos pelo professor. Posteriormente, as

informações coletadas serão apresentadas pelos alunos conforme esquema

abaixo, com a posterior defesa oral dos fatores apresentados, por exemplo:

Vantagens -Resistentes a insetos e pragas; - Maximizam a produção; - Adaptações a variados tipos de ambientes.

Desvantagens - Empobrecem a biodiversidade; - Sua disseminação pode causar competição entre as espécies, eliminando espécies nativas; - As causas de seu metabolismo ainda são improváveis, sendo o consumo questionável.

Diante de algumas sugestões do professor, os alunos poderão fazer um

levantamento de dados, formando opiniões com relação à questão abordada.

O que os alunos aprenderão com essa proposta:

Ler para obtenção de informações em textos na internet;

Utilizar a escrita e a oralidade como recurso de

sistematização e socialização dos conhecimentos adquiridos.

3.3 Módulo 3: Diferenciar alimentos convencionais, orgânicos e geneticamente

modificados

Nesse módulo, professor e alunos trabalharão juntos para organizar

registros que possibilitem diferenciar os alimentos convencionais e orgânicos

dos alimentos geneticamente modificados. Primeiramente, será apresentado o

texto abaixo para leitura e discussão dos alimentos orgânicos, conforme

Affonso (2011).

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Alimentos Orgânicos A agricultura orgânica busca o equilíbrio e o desenvolvimento sustentável do meio

ambiente, fauna, fora e ser humano, onde todos possam interagir com respeito. Alimentos orgânicos são aqueles cultivados sem insumos químicos, respeitando o meio ambiente e as relações sociais. É possível encontrar verduras, legumes, frutas, óleos, carnes, ovos e até cervejas e vinhos orgânicos.

Segundo o Instituto Biodinâmico (IBD), uma das instituições que certifica esses alimentos no Brasil, o mercado brasileiro desse tipo de alimento teve taxas de crescimento de 30% a 50% ao ano e já temos a segunda maior área de agricultura orgânica do mundo.

Como a produção orgânica objetiva a realização de processos produtivos em equilíbrio com o ambiente, no cultivo estão proibidos agrotóxicos sintéticos, adubos químicos e sementes transgênicas. Os animais são criados sem uso de hormônios de crescimento, anabolizantes ou antibióticos, e de rações comerciais.

Disponível em: <http://www.fef.unicamp.br/departamentos/deafa/qvaf/livros/alimen_saudavel_ql_af/diagnostico

_funcamp/funcamp_cap12.pdf>

Como atividade complementar, será apresentada um vídeo intitulado

“Alimentos Orgânicos”: Disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=jd7O9Zgi3BU.

Após as discussões, os alunos farão uma síntese do conteúdo

abordado, com destaque nas principais diferenças entre os alimentos orgânicos

e os alimentos geneticamente modificados.

3.4 Módulo 4: Debate sobre alguns prós e contras dos transgênicos.

Nesse módulo serão debatidos os prós e contra sobre os transgênicos.

O professor iniciará a aula relembrando que os transgênicos, espécies cuja

constituição genética foi alterada com genes de outros seres vivos, com o

intuito de modificar determinadas características naturais por outras “melhores”

(como resistência a pragas, carne mais macia, dentre outras).

Segundo Esper Cavaleiro presidente de CTNBio (Comissão Técnica

Nacional de Biossegurança), se for para modificar uma bactéria que seria

usada em uma guerra bacteriológica, ele é radicalmente contra. Mas se a idéia

for produzir, com segurança, alimentos geneticamente modificados que

contribuirão para combater a fome em diversas populações no mundo é

totalmente favorável.

Assim, será comentado que esse tema gera muita controvérsia, pois de

um lado, há o discurso de que os transgênicos podem resolver o problema da

fome no mundo e as facilidades que poderão trazer para a vida humana, mas,

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por outro lado, a competição destes organismos com as espécies naturais e o

potencial de riscos à biodiversidade e à saúde.

O professor apresentará o texto abaixo fotocopiado para leitura e

discussão.

Os prós dos transgênicos - O alimento geneticamente modificado pode ter a função de prevenir, reduzir ou evitar

riscos de doenças, através das plantas modificadas geneticamente vacinas podem ser produzidas e microorganismos modificados podem produzir iogurtes fermentados que estimulam o sistema imunológico;

- O uso de transgênicos pode reduzir o uso dos agrotóxicos (herbicidas, inseticidas e fungicidas) mais danificantes, que podem causar sérios problemas aos seres vivos e a produção prejudicará menos o meio ambiente;

- As plantas geneticamente modificadas podem adquirir resistência ao ataque de insetos, de pragas e à seca;

- Através da resistência obtida, a planta sofre menos interferências de pragas e doenças, aumentando, assim, a produtividade agrícola através do desenvolvimento de lavouras mais produtivas;

- Outro ponto é o aumento de produção de alimentos, que alguns especialistas afirmam poder reduzir o problema da fome. Esse aumento ainda poderia reduzir os custos de produção, facilitando assim a vida do agricultor.

Os Contras dos Transgênicos - O lugar em que o gene é inserido não pode ser controlado completamente, o que

pode causar resultados inesperados uma vez que outros os genes podem ser afetados; - Há um considerável aumento do número de casos de pessoas alérgicas a

determinados alimentos em virtude das novas proteínas que são produzidas pela alteração genética dos alimentos;

- Além dos riscos à saúde, também há os riscos ambientais como o aumento considerável de resíduos de pesticidas, pois alguns dos produtos transgênicos adquirem resistência aos efeitos dos agrotóxicos, necessitando de um uso mais intenso do agrotóxico, e os resíduos poderão escoar para os rios e solos, contaminando o lençol freático e diminuindo a potabilidade da água;

- A uniformidade genética leva a uma maior vulnerabilidade do cultivo porque a invasão de pragas, doenças e ervas daninhas sempre é maior em áreas que plantam o mesmo tipo de cultivo;

- Quanto maior for a variedade genética no sistema da agricultura, mais este sistema estará adaptado para enfrentar pragas, doenças e mudanças climáticas que tendem a afetar apenas algumas variedades;

- Pragas e doenças poderão tornar-se resistentes se houver a transferência do gene resistente para eles;

- Alguns organismos que eram antes cultivados para serem usados na alimentação estão a ser modificados para produzirem produtos farmacêuticos e químicos. Essas plantas modificadas poderiam fazer uma polinização cruzada com espécies semelhantes e, deste modo, contaminar plantas utilizadas exclusivamente na alimentação.

Fonte: Disponível em:<http://geneticaciencia.blogspot.com/2009/05/transgenicos-definicao-sao-organismos.html

Após a leitura e discussão do texto acima, o professor reforçará o

conteúdo com reflexões sobre a temática da biossegurança, com ênfase nos

prós e contras da introdução de transgênicos na alimentação, saúde e

ambiente.

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Assim, com base nos módulos anteriores estudados, a turma será

dividida em dois grupos: o grupo dos prós e o grupo dos contras. A divisão

será aleatória, para estimular os alunos a argumentarem de forma com que

possam defender o que lhes foi atribuído, mesmo que não seja o que

realmente tenham como opinião pessoal.

Será sorteado qual grupo iniciará a atividade, estipulando um tempo fixo

para as discussões. O grupo sorteado fará as argumentações em conformidade

com a temática proposta, enquanto os alunos do outro grupo assistirão a

discussão, com registros dos pontos que acharem interessantes, podendo

argumentar contra ou a favor do que foi exposto. Após o término do tempo, o

segundo grupo iniciará a sua discussão, enquanto o outro fará os registros de

suas observações.

Encerrado o prazo, as anotações dos alunos serão recolhidas, com a

posterior abertura de discussões para toda a turma. De acordo com a

discussão e a partir das informações obtidas, serão apontadas as possíveis

lacunas e erros conceituais existentes aos alunos.

Ao final da aula os conteúdos serão expostos em um mural para

compartilhar a temática com a comunidade escolar.

REFERÊNCIAS

AFFONSO, C. V. Alimentos do futuro: orgânicos, funcionais e transgênicos. Disponível em: <hhttp://www.fef.unicamp.br/departamentos/deafa/qvaf/livros/alimen_saudavel_ql_af/diagnostico_funcamp/funcamp_cap12.pdf>. Acesso em: 10 de mai. de 2011.

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