Ulisses Ruiz de GamboaEconomista - ACSP

Panorama Econômico e Setorial

08-06-2010

Índice

• Evolução da Economia em 2009

• Varejo e E-Commerce em 2009

• Perspectivas 2010

Evolução da Economia em 2009

• Atividade econômica mostrou leve queda durante 2009 (-0,2%), devido ao impacto da crise financeira mundial;

• Setores relativamente menos vinculados ao crédito, como comércio e serviços apresentaram expansão (2,6%);

Evolução da Economia em 2009

• Setor industrial foi o mais afetado (-5,5%): redução das exportações e da demanda de bens de capital (diminuição do investimento produtivo) e contração das vendas de bens duráveis;

• Agropecuária também apresentou queda importante (-5,2%), vinculada à forte redução das vendas no exterior;

Evolução da Economia em 2009

• Pelo lado da despesa, devido à continuidade do crescimento da massa salarial e das políticas de transferência de renda, o consumo das famílias continuou crescendo (4,1%), assim como o consumo de governo (3,7%);

• Nesse contexto, a queda do PIB pode ser explicada pela forte redução dos investimentos produtivos (-9,9%), devido à contração do crédito e da menor confiança dos empresários, e pela queda nas exportações (10,3%);

Evolução da Economia em 2009

• A queda da atividade econômica provocou redução da taxa de inflação, permitindo que o Banco Central relaxasse a política monetária;

• A política fiscal promoveu desonerações tributárias programadas e reajustou fortemente os salários e o número de servidores públicos, além de aumentar o salário mínimo (INSS, Bolsa-Família, etc);

Evolução da Economia em 2009

• Essas políticas ajudaram a manter reduzida a taxa de desemprego e promoveram rápida recuperação do emprego formal;

• No setor externo, os resultados foram mais negativos, devido à queda das exportações e às maiores remessas de lucros, que foram compensadas pelos maiores investimentos estrangeiros.

Varejo e E- Commerce em 2009

• Impacto diferenciado sobre o comércio varejista, dependendo da maior ou menor dependência em relação ao crédito;

• Vendas de tecidos, vestuário, calçados, móveis e eletrodomésticos, fortemente dependentes do crédito, apresentaram forte contração no começo do ano passado;

Varejo e E- Commerce em 2009

Fonte: IBGE.

EVOLUÇÃO DAS VENDAS DO COMÉRCIO VAREJISTA DE SETORES FORTEMENTE DEPENDENTES DO CRÉDITO:

Janeiro 2008 - Março 2010 (Índice)

50

100

150

200

250

300

350

400

Tecidos, Vestuário e Calçados Móveis e Eletro

Varejo e E- Commerce em 2009

• Vendas de combustíveis, lubrificantes, supermercados, bebidas, fumo, farmácia, perfumaria e cosméticos, mais dependentes do emprego e da renda, apresentaram estabilidade relativa;

• Apesar da crise, houve continuidade no crescimento da renda durante 2009 (3,2%);

• Política de transferência de rendas (Bolsa-Família, salário mínimo, previdência) também contribui para o crescimento de renda nas classes D e E.

Varejo e E- Commerce em 2009

Fonte: IBGE.

EVOLUÇÃO DAS VENDAS DO COMÉRCIO VAREJISTA DE SETORES MENOS DEPENDENTES DO CRÉDITO:

Janeiro 2008 - Março 2010 (Índice)

50

70

90

110

130

150

170

190

210

Comb. e Lubr. Hiper, Super, Bebidas e Fumo Farmácia, Perfumaria e Cosméticos

Varejo e E- Commerce em 2009

• Forte expansão do consumo interno de alimentos, bebidas e itens de higiene pessoal (17%) durante 2009, substituindo compra de bens duráveis, fortemente dependente do crédito;

• Classes D e E (22 milhões de consumidores) não só incrementaram o consumo desses artigos, como também sofisticaram a cesta de produtos consumidos (sorvetes, refrigerantes, requeijão, cremes e loção hidratante - crescimento de vendas em farmácias e drogarias , entre outros).

Varejo e E- Commerce em 2009

• Centro-Oeste, Norte e Nordeste (60% das famílias das classes C, D e E) foram os principais pólos de crescimento do consumo de alimentos, bebidas e artigos de higiene pessoal (Grande SP abaixo de 3%);

• Setor bebidas praticamente não depende das vendas externas, apresentando crescimento de 5,7% na produção (consumo interno) durante 2009.

Varejo e E- Commerce em 2009

• E-commerce foi beneficiado por redução do IPI e pelo aumento da confiança do consumidor nas lojas virtuais, apresentando crescimento de 25,7% no faturamento (R$ 10,6 bilhões) e aumento do tíquete médio (R$ 335);

• Crescimento de 33% no número de consumidores virtuais, que avançou para mais de 17,6 milhões;

Varejo e E- Commerce em 2009

Evolução dos E-Consumidores (Milhões)

0,61,4

2,5

4,43,4

7,0

13,2

2,0

2,6

4,8

9,5

17,6

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

2003 2005 2007 2009

Novos E-Consumidores Antigos E-Consumidores TotalFonte: e-bite.

Varejo e E- Commerce em 2009

• Lojas virtuais registraram cerca de 32 milhões de pedidos: livros, assinaturas de revistas e jornais (1º), saúde, beleza e medicamentos (2º), eletrodomésticos (3º), informática (4º) e eletrônicos (5º);

• No varejo multicanal (online/offline), destaca-se o cartão de crédito como principal meio de pagamento para viagens e turismo, eletrodomésticos e eletrônicos;

Varejo e E- Commerce em 2009

Fonte: e-bite.

Utilização do Cartão de Crédito Online e Offline (%)

86%

84%

81%

81%

79%

78%

77%

76%

76%

75%

71%

72%

68%

58%

32%

65%

52%

55%

33%

42%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Viagens e Turismo

Eletrodomésticos

Eletrônicos

Casa e Decoração

Ingressos

Telefonia/Celulares

Brinquedos e Games

Esporte e Lazer

Produtos para Animais

Supermercado

Online Offline

Perspectivas 2010

• O maior crescimento da renda e do emprego e a manutenção das políticas de transferência de renda durante 2010 deverão favorecer o comércio atacadista e varejista;

• Ainda há espaço para expansão do consumo nas classes C, D e E, especialmente no Norte e Nordeste.

Perspectivas 2010

• Apesar do novo ciclo de “aperto monetário”, a expansão do crédito à pessoa física (15-20%) também contribuirá para o crescimento do consumo dos itens mais dependentes do crédito (bens duráveis);

• O comprometimento da renda das famílias em relação ao crédito ainda é relativamente reduzido, o que abre espaço para o crescimento do consumo, independentemente se este é ou não financiado com crédito;

Perspectivas 2010

• O Investimento de grandes redes varejistas deverá aumentar nas regiões Norte e Nordeste, onde maior parte do consumo é realizada em mercadinhos de bairro;

• Além da recuperação da economia, 2010 será um ano marcado pela Copa do Mundo, o que também deverá contribuir para a elevação das vendas do varejo;

Perspectivas 2010

• E-commerce deverá seguir em forte expansão (24%), terminando o 2010 com faturamento de R$ 13,6 bilhões;

• Número de consumidores virtuais deverá alcançar 23 milhões, com grandes expectativas de crescimento futuro, pois representa apenas 35% do total de usuários de internet no país;

Perspectivas 2010

• Setores mais promissores para o e-commerce, de acordo com a intenção de compra: eletrônicos (43%), informática (38%), eletrodomésticos (33%), livros (32%);

• O setor cosméticos e perfumaria, apesar de sua baixa participação atual, apresenta grande espaço para o crescimento futuro das compras online.

Varejo e E- Comerce em 2009

Fonte: e-bite.

Intenção de Compra Online e Offline (%)

43%

38%

33%

32%

22%

19%

17%

15%

14%

14%

15%

19%

19%

18%

12%

16%

42%

9%

14%

15%

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50%

Eletrônicos

Informática

Eletrodomésticos

Livros

Telefonia/Celulares

DVDs

Cosméticos e Perfumaria

Viagens e Turismo

CDs

Brinquedos e Games

Online Offline

Perspectivas 2010

• Perspectivas para 2010:

• Crescimento do Varejo Total (8-10%)

• Desempenho mais acentuado no NE e SE

• Expansão do e-commerce (25%)

OBRIGADO(A)

Ulisses Ruiz de Gamboa

Economista ACSP

uruizdegamboa@acsp.com.br

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