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Reciclagem de lixo pode gerar R$ 70 mil por mês A reciclagem pode gerar uma renda de até R$ 70 mil por mês para algumas microempresas de Araraquara. Elas utilizam como fornecedores principalmente os catadores de lixo, que andam dia- riamente pela cidade. Muitos ma- teriais achados no lixo ganham nova utilidade: plástico de garrafa pode futuramente virar um copo descartável ou até balde, já o pa- pelão pode se tornar um cader- no, jornal ou caixa de ovo. Os pre- ços desses materiais podem vari- ar de R$ 0,15 a R$ 6, 30 por qui- lo, sendo o cobre o mais caro. Po- rém, os impostos são altos e mui- tas vezes o redimento é suficiente apenas para pagar as contas. A prefeitura de Araraquara oferece cursos de reciclagem em vários bairros da cidade. Pág. 5 Diferença de idade não afeta relação entre mães e filhas Independente das diferenças de idade, mães con- seguem manter uma relação de respeito e amizade com as filhas adolescentes. As mães jovens, normalmente pela pouca idade, mantêm uma relação mais conturbada com as filhas, diferente das mães mais velhas que, pela experiên- cia, conseguem entender melhor o universo em que vivem suas filhas adolescentes. Mesmo com essas divergências, as mães, jovens ou maduras, mostram-se capazes de educar e de aju- dar suas filhas a enfrentarem as dificuldades encon- tradas nas horas mais difíceis. Página 5 UNIVERSITÁRIO Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da UNIARA - Centro Universitário de Araraquara ANO III – Nº 08 – 2004 Mau uso do cartão de crédito prejudica estudantes Página 4 Vitral O médico oftalmologista Gus- tavo Paro explica que os óculos de sol protegem a visão contra os raios solares, mas salienta que podem causar riscos ao usuário quando são vendidos por ambu- lantes, sem prescrição médica. Já houve casos de lesões como queimadura da retina e até cegueira. Página 5 Óculos de sol sem qualidade podem prejudicar a saúde Estudantes gastam mais com festas e baladas Estudantes chegam a gastar o equivalente a 50% do valor da mensalidade escolar com baladas, incluindo os constantes happy hours. Mesmo aqueles estudantes que não trabalham e têm seu curso custeado por seus pais, chegam a gastar até R$ 100 por final de se- mana. Página 4 Câncer de testículo atinge principalmente jovens Página 6 População é beneficiada com cursinho Página 2

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Page 1: Página 2 Página 4 Página 6 Vitral · catadores de lixo, que andam dia-riamente pela cidade. ... melhora. Dentro da própria ... los escuros está no fato de a lente

Reciclagem de lixo podegerar R$ 70 mil por mês

A reciclagem pode gerar umarenda de até R$ 70 mil por mêspara algumas microempresas deAraraquara. Elas utilizam comofornecedores principalmente oscatadores de lixo, que andam dia-riamente pela cidade. Muitos ma-teriais achados no lixo ganhamnova utilidade: plástico de garrafapode futuramente virar um copodescartável ou até balde, já o pa-pelão pode se tornar um cader-no, jornal ou caixa de ovo. Os pre-ços desses materiais podem vari-ar de R$ 0,15 a R$ 6, 30 por qui-lo, sendo o cobre o mais caro. Po-rém, os impostos são altos e mui-tas vezes o redimento é suficienteapenas para pagar as contas. Aprefeitura de Araraquara oferececursos de reciclagem em váriosbairros da cidade.

Pág. 5

Diferença de idadenão afeta relação entre

mães e filhasIndependente das diferenças de idade, mães con-

seguem manter uma relação de respeito e amizadecom as filhas adolescentes.

As mães jovens, normalmente pela pouca idade,mantêm uma relação mais conturbada com as filhas,diferente das mães mais velhas que, pela experiên-cia, conseguem entender melhor o universo em quevivem suas filhas adolescentes.

Mesmo com essas divergências, as mães, jovensou maduras, mostram-se capazes de educar e de aju-dar suas filhas a enfrentarem as dificuldades encon-tradas nas horas mais difíceis.

Página 5

UNIVERSITÁRIO

Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da UNIARA - Centro Universitário de Araraquara ANO III – Nº 08 – 2004

Mau uso do cartão de créditoprejudica estudantes

Página 4

Vitral

O médico oftalmologista Gus-

tavo Paro explica que os óculos

de sol protegem a visão contra os

raios solares, mas salienta que

podem causar riscos ao usuário

quando são vendidos por ambu-

lantes, sem prescrição médica.

Já houve casos de lesões

como queimadura da retina e até

cegueira.

Página 5

Óculos de sol sem qualidadepodem prejudicar a saúde

Estudantesgastam maiscom festas e

baladasEstudantes chegam a gastar o

equivalente a 50% do valor damensalidade escolar com baladas,incluindo os constantes happyhours. Mesmo aqueles estudantesque não trabalham e têm seu cursocusteado por seus pais, chegam agastar até R$ 100 por final de se-mana.

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Câncer de testículo atingeprincipalmente jovens

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População é beneficiadacom cursinho

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Vitral

VitralEDUCAÇÃO

Informática aos Professores

Kelly Leonora Piotto

A penitenciária de Arara-quara desenvolve um projetode alfabetização para dez gru-pos de alunos instalados noPavilhão da Educação, sendoduas dessas salas de ensinomédio e oito de ensino funda-mental.

O projeto de alfabetizaçãoé garantido por lei e obrigató-rio em todos os presídios. Asatividades são desenvolvidaspela FUNAP, (Fundação deamparo os presos) com o ob-jetivo de reintegração socialdo detento ao final de suapena.

“Além disso, o auto-estimamelhora. Dentro da própriacadeia eles sentem valoriza-dos” disse a professora Elenice Camarosano Onofre, co-ordenadora do curso de Nor-mal Superior da Uniara , quedesenvolveu sua pesquisa dedoutorado na própria peniten-ciária de Araraquara.

“O trabalho desempenhaum papel significativo na es-tratégia de reabilitação decada um”, diz.

Em Araraquara, os profes-sores que exercem essa ativi-

dade são concursados pelaprópria Funap. Há, por exem-plo, voluntários que prestaramconcurso da FUNAP e hojesão efetivos. E, em grandespenitenciárias,muitos detentosministram aulas, como de da-tilografia. Na penitenciária deAraraquara, existem três pro-fessores contratados pelaFUNAP e mais quatro estagi-ários voluntários, sendo quetodos, obrigatóriamente, de-vem ser homens. Os professo-res realizam as atividades commateriais didático doados pelapopulação, e escolas particu-lares. Os detentos não sãoobrigados a freqüentar as au-las, mas que em 2003,segun-do a coordenação da Peniten-ciária, houve um avanço mui-to positivo. Dos 51 presos queiniciaram as aulas de ensinomédio, 41concluíram, passan-do assim para o ensino funda-mental.

As aulas ocorrem em doisperíodos, de manhã, das seteàs nove, e à tarde, do meio diaas duas. A taxa de analfabetosvaria de 30 à 40% , mas o pro-jeto já teve avanços e ,segun-do a direção da penitenciá-ria, todo ano vem surgindonovas salas de aulas.

Melhoram índicesde alfabetização na

Penitenciária

Marcela Lopes Ximenes

A comunidade de baixa rendada cidade de Araraquara, é benefi-ciada com o curso preparatório parao vestibular, o CUCA (Curso Uni-ficado do Campus de Araraquara),uma iniciativa de alunos da Unespem parceria com a Prefeitura Mu-nicipal de Araraquara, por meio daSecretaria de Educação.

As aulas são dadas em três es-colas municipais nos bairros da pe-riferia da cidade: a escola Rafael deMedina, localizada no JardimMartinez, que conta com 160 alunos;Centro Recreativo Zilda Pierri (Caic)Vale do Sol, com 120 alunos, e Caicdo Selmi Dei, com 90 alunos. A es-cola Hermínio Pagotto, do Assenta-

mento Bela Vista, também e benefi-ciada, mas somente com apostilasdoadas pela UNESP. Os cursinhossão destinados a jovens e adultos que

concluíram o Ensino Médio em es-colas públicas. Os professores doscursinhos são alunos bolsistas daUnesp.

vestibular da UNESP, onde cursao 1º ano de Pedagogia. “O cursi-nho gratuito foi um estimulo a maispara que eu corresse atrás do meufuturo, e consegui”.

Jhonantan Wiliam Vieira Gomes,um dos professores que trabalha adois anos e meio com os alunos, dizque o desafio maior e levar conhe-cimento, interagir com a sociedade,e ficar mais próximo da realidade .“O resultado deste projeto é a mai-or vitória, porque não estamos aquisó para colocar alunos na faculda-de, mas também criar uma consci-ência sobre o estudo, a alienação,sobre tudo o que faz parte da soci-edade”.

Para mais informações sobre ofuncionamento do cursinho popu-lares, basta ligar 201-5109.

População é beneficiada com cursinhoCursinho popular prepara candidatos carentes para o vestibular

Para a seleção, os candidatospassam por uma avaliação sócio-econômica e prova de conheci-mentos específicos aplicada pelaUNESP.

A coordenadora do CUCA,Carmem Catia Couto, explica queo objetivo do projeto é complemen-tar o conhecimento em nível deensino médio da comunidade debaixa renda, objetivando o ingres-so nas universidades públicas.“Queremos propiciar ensino dequalidade as pessoas carentes”.

Para a ex-aluna do cursinho po-pular, Renata Braga, o cursinho foio ponto de partida. Ela conta queapós terminar o colegial não tinhachance de entrar em uma univer-sidade sem preparação, e com ocursinho ela conseguiu passar no

Alunos se preparam para o vestibular na escola

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Professores do Ensino Fundamental cursam inforrmática

Professores reunidos na sala onde cursam informática

Nathalia Cressoni Pessa

Um curso de Capacitação emInformática para os professores de5º a 8º série está sendo realizada nolaboratório de informática da Esco-la Estadual “Coronel Pinto Ferraz”na cidade de Ribeirão Bonito, SP.

O curso teve duração de cincohoras entre os períodos da manhãe a tarde, entre 28 de fevereiro a08 de maio.

Esse Projeto faz parte do Pla-nejamento Pedagógico do municí-pio, e teve como objetivo mostraraos professores que a informáticaé uma importante ferramenta pe-dagógica, sendo fundamental queele conheça o software, que pre-tende utilizar para problematizarconteúdos curriculares. Com isto,o professor estará apto a mostrarcaminhos aos alunos, que poderãoutilizar softwares educacionais para

coleta de dados e pesquisas a fa-vor de projetos que os estudantesirão desenvolver com o auxílio doprofessor capacitado.

As aulas foram ministradas porprofissionais da área dentro dasempresas “Educativa – ProjetosEducacionais (Ribeirão Preto SP),

a Compuway – Ensino Interativo(Orlândia SP), e Iriani – Assesso-ria e Consultoria Educacional (Ri-beirão Preto SP).

A direção e coordenação dasescolas fazem o planejamento anu-al das atividades desenvolvidas noslaboratórios de informática, além deacompanharem de perto os traba-lhos. “São utilizados materiaiscomo apostilas, filmes, bancos deaulas, sons e imagens”, afirma adiretora de departamento da edu-cação Soraya C. P. Maselli.

“As escolas estão levando vári-as vantagens, como projetos perso-nalizados a metodologia da escola;assessoria permanente em assun-tos tecnológicos; constante atuali-zação tecnológica dos professores;legalização dos softwares de for-ma gratuita; eliminação de custoscom Software e Treinamentos; eli-minação dos custos de impressãodas atividades, e nenhum custo naimplantação e manutenção do Pro-jeto”, diz a professora Vanessa deCássia Passarelli Picolli.

O Jornal Vitral Universitário é o jornal-laboratório do curso de Jor-nalismo do Centro Universitário de Araraquara – Uniara, produzidopor estudantes do 3° ano e distribuído em universidades e bancas derevistas.

Reitor do Centro Universitário:Prof. Luiz Felipe Cabral Mauro

Chefe do Departamento de Ciências Humanas e Sociais:Prof. Mivaldo Messias Ferrari

Coordenadora do Curso de Comunicação Social:Profa. Elivanete Zuppolini Barbi

Prefessores Orientadores:Profa. Assunção CristóvãoProf. Daniel do Carmo

UNIARARua Voluntários da Pátria, 2222 – Araraquara – SPFone: (16)201-7100

Editores:Antonio Márquez JuniorAriane PadovaniDécio Ribeiro JuniorFábio TaconelliJanaina de Fátima LourençoJoice StarkePatrícia Amaral GuerraThais Leonel do ValeTiago Andreguetto

Repórteres:Alessandro Luiz BocchiAline MessiCamila AstorinoCarolina Giliolli GossCátia FerreiraDaiana BenedictoDaniel SigoloFernanda CavicchiaFernanda Friedl

Flávio DariniJocassia CanaverdeJuliana PrevidelliKelen Trevisan FernandesKelly LeonoraLeandro José SimõesLia Fernanda BonadioLuciano César SilvaMaria Ester CassianoMarina DuqueNádia P. de ChicoNathalia PessaPatrícia MagalhãesPaula SanchesPaulo MantoanelliRaquel MouraRita NardocciSamira ManfrinatoSérgio Felipe SantilhoSimone GarbulhoTeresa Genaro

Thiago OlivaValesca MendonçaVanessa MartinsXimene HeblingWaldirene BiernathWaldirene Marcilli

Fotógrafos:Daiane BenedictoEmerson CamargoMarcela XimenesMicheli PelaesNorma dos SantosPlínio C. SilvaStefania RocetiTatiane CostaThiago CunhaVitor Filardi

Produção:Fullgrafics Ribeirão

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VitralGERAL

Lia Fernanda Bonadio

Mais que acessórios de moda,óculos escuros são uma forma se-gura de proteger os olhos dos efei-tos prejudiciais do sol. Suas pelí-culas filtram os raios ultravioletase funcionam como um bloqueadorsolar ocular. Os problemas come-çam quando entram em cena osóculos vendidos pelos ambulantes.

De acordo com Dr. GustavoParo, medico oftalmologista, “osraios solares, como naquela expe-riência que aprendemos na escolacom uma lupa e queimamos umpapel, tem muita energia, sendo ca-paz de colcar fogo no papel”. Mes-mo a natureza humana tendo feitodos olhos um jogo perfeito de len-tes, uma exposição incorreta ao solpode causar algumas lesões.

A curto prazo provoca “lesãoaguda que e uma queimadura daretina (membrana responsável pelacapitação das imagens) com per-da imediata da visão que pode vol-tar ao normal ou deixar seqüelas,cuja gravidade depende do tempoe da intensidade da irradiação. Alongo prazo pode causar lesão crô-nica que provoca uma lenta altera-ção do metabolismo das células(distrofia ou degeneração), devidoa ação direta dos raios solares as-sociados a uma predisposição ge-nética , podendo levar a perdas par-ciais da visão ou ate mesmo a ce-

gueira”, esclarece o medico.Segundo Douglas Danilo Perei-

ra, técnico em Óptica com ênfaseem Opmetria, o problema dos ócu-los escuros está no fato de a lenteescura dilatar a pupila e deixar a vis-ta diretamente exposta aos raiosultra violetas.

Quando os óculos não possuem

uma boa lente com a proteçãoUVA, UVB e contra os raios ultravioletas, como os vendidos pelosambulantes que trocam as lentespor plásticos coloridos, podem sur-gir problemas como astigmatismo(má formação de imagem) e ca-tarata. O caso se agrava quandoesses óculos chegam a apresen-

cabeça, distorção de imagens, dore irritação nos olhos.

De acordo com o técnico, “pre-ço alto de óculos de sol não é sinô-nimo de qualidade, é sinônimo de gri-fe”. Assim como o preço alto, a corda lente, seja ela marrom, cinza ouG15 (verde), não interfere na pro-teção dos olhos e não é sinal de se-gurança para a visão. CláudiaChiuzi, 30 anos, acostumada a com-prar óculos sem a devida proteçãosolar, mudou de atitude ao passarpor terríveis dores de cabeça e aténáusea. Segundo ela, a grande va-riedade de formatos, tamanhos ecores por um preço bem baixo aca-ba seduzindo a grande massa da po-pulação que não tem dinheiro paragastar cerca de até um salário mí-nimo em óculos de boa qualidade.Mesmo assim, afirma ela, “vale apena pagar mais caro para garantiruma boa visão futura e não prejudi-car minha saúde”.

Óculos de sol podem prejudicar visão

tar dioptria (grau) de até 0,25º .Além disso, estudos feitos nos Es-tados Unidos comprovam que umdos maiores causadores da cata-rata são os raios ultra violetas.Outros sintomas físicos podem sersentidos ao se usar óculos sem aproteção necessária, como dor de

Antes de comprar óculos de sol, procure médico oftalmologista

Comprar óculos sem especificação médica pode causar descolamento de retina

Conheça a procedência dos óculos

Um teste simples pode ajudar a comprovar se o óculos escuroé de boa procedência. Siga passo-a-passo as orientações e com-prove a qualidade de seu óculos:

1 – Vire-o de frente para os olhos;2 – Fixe o olhar num objeto;3 – Aproxime e afaste os óculos dos olhos várias vezes.Depois de ter seguido estas etapas, a imagem do objeto não

pode sofrer nenhuma distorção de tamanho e de nitidez, para queseja atestada a qualidade do produto.

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Vaidade põe visão em risco

ça e do adolescente. A maioria dosprofissionais culpava os pais por to-dos os desmandos dos jovens, dei-xando neles, um sentimento de de-samparo e confusão. O movimen-to rapidamente se fortaleceu e rom-peu as fronteiras americanas”, dis-se Orides.

organização do grupo no Brasil.Em 1987, Mara Silvia Carvalho deMenezes, à frente do movimento,adaptou o Amor Exigente ao con-texto brasileiro. Aos dez princípi-os do programa americano, elaacrescentou mais dois (ver acima)e a partir desses doze princípios,apresentou preceitos sem frontei-ras para a organização da família.De lá para cá, o movimento cres-ceu e espalhou-se por todo o país.

O secretário do grupo Amor Exi-gente de São Carlos, Oswaldo Go-mes da Silva, ressalta que o AE é

um novo enfoque para verdadeirose comprovados conceitos de edu-cação. É uma proposta com-portamental, destinada a pais,orientadores, educadores e famili-ares como forma de prevenir e so-lucionar problemas com os alunos,filhos e outros parentes. Em gru-pos de apoio e ajuda mútua do AmorExigente, os pais, professores e fa-miliares são encorajados a agir emvez de só falar; são desencorajadosde usar violência ou agressividadee levados a construir a cooperaçãofamiliar e comunitária.

Entidade luta pela recuperação de dependentesGrupo Amor Exigente recupera 60% dos dependentes químicos que procuram a entidade

1 – Os problemas da famíliae da escola são inerentes aomundo atual.

2 – Pais, familiares e profes-sores também são gente.

3 – Os recursos materiais eemocionais dos pais e dos pro-fessores têm limites.

4 – Pais e filhos não sãoiguais. Professores e alunos nãosão iguais.

5 – A culpa torna as pesso-as indefesas e sem ação. É tem-po de parar de se culpar e cul-par o outro e de começar a agircom novos propósitos.

6 – O comportamento dosfilhos afeta os pais; o compor-tamento dos pais afeta os fi-lhos; o comportamento dos alu-nos afeta os professores; ocomportamento dos professo-res afeta os alunos.

7 – Tomar atitude ou fechar

Vanessa Martins

Cerca de 100 pessoas de SãoCarlos assistem às reuniões doAmor Exigente (AE), um grupo deapoio ao usuário de drogas e seusfamiliares. O grupo existe no mu-nicípio desde 1996 e já atendeucerca de 80 dependentes. As reu-niões acontecem às 2as e 5as fei-ras, às 20 horas, no espaço cedidopelo grupo Salesianos. Os partici-pantes dividem-se em duas salas,uma para os dependentes químicose outra para os familiares.

A voluntária do grupo, Fer-nanda Cristina Cremasco, explicaque os dependentes que procuramajuda assistem às palestras e,quando necessário, deslocam-separa as comunidades terapêuticaslocalizadas em Campinas, Taquari-tinga, Jaboticabal e Monte Alto.“Essas pessoas ficam nas unida-des durante aproximadamente oitomeses. Cada comunidade abrigacerca de trinta jovens, sendo que aporcentagem de recuperados che-ga a 60%”, calcula.

O pai de Fernanda, OridesCarlos Cremasco, coordena o gru-po Amor Exigente de São Carlos eseu irmão, Orides Carlos CremascoJr, dependente químico em recupe-ração há sete anos, também é vo-luntário.

De acordo com Orides, o AmorExigente trabalha com base noprograma Thouglove, idealizadonos anos 70 pelo casal americanoDavid e Phyllis York, que tinhatrês filhas, todas envolvidas comdrogas. “Era, de certa forma, ummovimento reacionário, contra alinha extremista de liberalidade eexageros na valorização da crian-

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Os doze princípios do AE

questão pode precipitar uma cri-se e gerar um impasse. Portan-to, devemos tomá-las em equi-pe.

8 – Das crises bem admi-nistradas surge a possibilidadede mudanças positivas.

9 – As famílias precisam dare receber apoio na comunida-de e na escola, para que pos-sam mudar sua atitude e a ati-tude dos filhos/alunos.

10 – A essência da Famíliae da Escola repousa na coope-ração, não na convivência. Épreciso viver a Cooperação sequisermos ensinar Cooperação.

11 – A Exigência na disci-plina tem o objetivo de ordenar,organizar nossa vida, de nossafamília e da escola.

12 – O Amor com respeito,sem comodismo deve um amorque exige, orienta e educa.

Ele salienta que no começodos anos 80 o Padre Haroldo J.Rahm, jesuíta nascido nos Esta-dos Unidos, mas morando no Bra-sil, ao tomar conhecimento daproposta, imediatamente adotou-a. Pouco tempo depois, o livro foitraduzido começou a tentativa de

Muita atenção

AA: grupos tentam recuperar viciados e reintegrá-los à sociedade

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VitralECONOMIA V i t r a l

Renda é instável na vida dos Hippies

Hippies comercializando seus produtos com Universitários.

“Essa semana vendi apenas R$ 5,00, e comprei um pacote de fralda para meu filho”

Rita Nardocci

A vida de um hippie possui umagrande instabilidade financeira, issoocorre porque eles não obtêm umsalário fixo por mês, podendo ga-nhar R$300,00 ou R$5,00 ao dia.Esse valor depende da temporadade férias e do lugar onde estão tra-balhando no momento.

Todos os dias podemos obser-var os artesanatos dos hippies quetrabalham em frente ao CentroUniversitário de Araraquara-Uniara - , aparentemente eles sãoapenas vendedores com estilos devida diferente. Mas a realidade éque esse trabalho movimenta mui-to pouco dinheiro na cidade, e pou-cas são as pessoas que sabem dasdificuldades enfrentadas por eles.

Alê e Adriano são nascidos emAraraquara e, por esta razão opta-ram pela porta da Uniara comoponto de venda. Além de ser o lu-gar mais movimentado das noitesda cidade, ainda estão em sua ci-dade de origem, mas não é daquique saem seus maiores investimen-tos. “ Essa semana vendi apenas

R$ 5,00, que deu para comprar umpacote de fralda para meu filho”,conta um dos hippies, mas ele afir-ma que existem épocas melhores.

Os colares, brincos e pulseirasconfeccionados por eles possuem

como matéria-prima sementes, fo-lhas secas e casca de coco, que namaioria das vezes pode ser encon-trada na própria natureza, o quenão gera gastos; Mas alguns aces-sórios como arame ou energia para

remodelar o material custa dinhei-ro e isso acaba saindo caro paraquem muitas vezes não possui nemmoradia própria.

Os hippies freqüentemente dor-mem de favor nas casas dos ami-

gos ou até no meio da rua e tudo oque ganham gastam nas redonde-zas do lugar onde estão, com ali-mentação, remédios e outros itensde sobrevivência.

Eles afirmam que muitas vezestiveram que pedir um prato de co-mida para poderem sobreviver, erelatam que uma vez, na cidade deCuritiba, quase morreram de tantofrio porque não tinham com o quese aquecer. Mas a pior dificuldadeé o preconceito que enfrentam porparte das pessoas que os julgamsem conhecê-los de verdadeachando que eles podem roubar oufazer-lhes algum mal.

Outro fator que dificulta suasvidas é a lei que os obriga a paga-rem uma taxa para trabalhar comovendedor ambulante, dinheiro queeles quase nunca possuem, pois oque ganham durante o ano mal dápara o seu próprio sustento.

Isso leva os hipies a não ter lu-gares fixos e nem uma renda cer-ta, para contribuir com os impos-tos exigidos pela cidade, apenasmovimentam dinheiro nos locais emque estão momentaneamente, o quechega a ser insignificante.

Cartão de crédito prejudica estudantes

Waldirene L. Biernath

O cartão de crédito pode ser degrande utilidade, principalmentequando surgem emergências ouquando não é aconselhável carre-gar dinheiro. Porém, se não forusado com responsabilidade elepode afundar seu portador em dí-vidas.

Há empresas administradorascom políticas agressivas para atin-gir os jovens, principalmente noperíodo de faculdade, quando vãomorar sozinhos ou em repúblicas,exatamente quando adquirem cer-ta independência dos pais, e aindanão sabem como administrar suavida financeira.

Na maioria das vezes a pessoarecebe o cartão pelo correio semao menos tê-lo encomendado e,atraído pelas vantagens que a ad-ministradora oferece e pela idéiado “compre agora e pague depois”,ela aceita o cartão sem antes ana-lisar os prós e os contras. De acor-do com um relatório encomendadopor um jornal americano, triplicouo número de jovens no mundo in-teiro, na faixa de 20 a 23 anos,atolados em dívidas que pedem aju-da ao serviço de Aconselhamentode Crédito por causa dos cartõesde crédito.

A estudante Shirley PereiraMachado, 23 anos, diz que costu-mava trabalhar com três cartões decrédito de diferentes administrado-ras, mas logo que perdeu o empre-go se viu endividada a ponto de terque se desfazer de uma moto parasanar as dívidas.

“Eu mantinha o controle pagan-do apenas a parcela mínima men-sal de cada cartão, mas aconteceude eu ser despedida e aí eu perdi ocontrole. Não podendo pagar emdia, as parcelas foram ficando cadavez mais altas por causa dos juros,então eu fui obrigada a vender aminha moto pra sair do sufoco”,comenta. Já a estudante CláudiaPontes, 19 anos, diz que foi proibi-da pelos pais de usar o cartão.

“Eu tinha o meu cartão que era

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Inadimplência cresce 1,3%

ligado ao da minha mãe, eu era de-pendente dela. Teve um mês queeu fiquei desatenta e passei do li-

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A possibilidade de comprar o que deseja e pagar depois induz muitos jovens a usarem o cartão de crédito.

Universitários optam por cartão nas compras

Cátia Regina Ferreira

Estudos da Serasa, maiorempresa do Brasil em análiseseconômico-financeiras paraapoiar decisões de crédito enegócios, e referência mundial nosegmento, revela que o númerode cheques devolvidos emJaneiro de 2004 teve um aumentode 1,3% em comparação aomesmo mês no ano anterior. Esteano, a cada lote de mil cheques,15,6% foram devolvidos, sendoque no ano passado a devoluçãofoi de 14,3% por lote.

Eduardo Tadeu Funk, geren-te do Banco Nossa Caixa Nos-so Banco de Jaboticabal (SP)- Agência Fórum, explica quequando o cheque volta pela se-

gunda vez o cliente não tem a con-ta encerrada, perde apenas o talãode cheque e, para ter seu chequede volta, tem que apresentar cartade anuência ou o cheque.

Segundo Rosemary AparecidaBoer Teciano, funcionária dosistema de consulta SPC eSERASA de Jaboticabal,“enquanto a inadimplência cresceuna SERASA, o número de nomesincluídos no Serviços de Proteçãoao Crédito (SPC) diminuiu 16% emrelação ao ano passado. Já onúmero de pessoas que retiraramseu nome do SPC chega a 24% amais em relação a 2003”.

De acordo Daniela Santucci, daSerasa, “o primeiro semestre doano concentra as marcas mais al-tas de inadimplência com cheques,que ocorrem por conta do alonga-

mento de prazos praticados nasvendas com cheques pré-data-dos no final do ano”.

Daniela explica que esteano a situação se agravou de-vido ao aumento das vendas novarejo em dezembro de 2003, eà permanência de uma conjun-tura não favorável ao consumi-dor que precisa ser melhorada:juros elevados, altas taxas dedesemprego e renda em queda,agravada pelos fatores sazonais,como a concentração de impos-tos.

A não correção da tabela doimposto de renda e a criação denovas taxas também têm con-tribuído para a diminuição da ren-da familiar disponível para o pa-gamento de compromissos epara o consumo.

mo que tomar dinheiro empresta-do. Em geral a pessoa recebe umextrato perto do final do mês, indi-cando as compras que foram fei-tas com cartão bem como o totalde sua dívida. O extrato mostratambém quanto se deve pagar deimediato. O problema é que, seatrasar o pagamento, a pessoa es-tará sujeita a juros cobrados sobreo montante devido. E os juros doscartões podem ser altíssimos.

“As dívidas podem se transfor-mar em uma bola de neve, e antesque a pessoa se dê conta, a parce-la mensal mínima talvez esteja co-brindo pouco mais do que os juros”,explica a consultora, e ainda acres-centa: “Citando um exemplo hipo-tético, se a pessoa tiver um saldo apagar de R$ 2000,00 a juros de18,5%(os juros do cartão variam deacordo com a administradora) euma parcela mínima baixa, levará11 anos para saldar a dívida e teráde pagar um custo adicional de R$1.934,00 só de juros”.

O estudante Lucas Vergueiro,21 anos, comenta que só usa o car-tão em último caso, e mesmo as-sim procura financiar suas comprasem parcelas bem pequenas paraevitar surpresas no final do mês.

“Eu estipulo uma quantia pormês e não ultrapasso. Quando per-cebo que está chegando perto domeu limite eu manero nos gastos.É difícil controlar porque o limiteoferecido às vezes é bem genero-so e te induz a gastar bastante”,explica o estudante.

Para evitar surpresas na contado cartão, a consultora KenyaOrlandes dá algumas dicas: pagaras dívidas em dia, para não sujar onome; manter um registro de to-das as compras e verificar todosos extratos mensais; não aceitartodas as propostas de cartão semantes analisar se valem a pena ese realmente há necessidade deum; quando possível, pagar o totalda dívida a fim de evitar juros altossobre o saldo; e sempre usar o car-tão de forma racional, evitandousá-lo como forma de conseguir di-nheiro fácil.

mite. Minha mãe ficou brava e cor-tou a minha conta”, lamenta a es-tudante.

A consultora financeira KenyaOrlandes esclarece que comprarcom cartão é basicamente o mes-

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V i t r a lECONOMIA

Carolina Goos

Apalavra reciclagem estáassociada a termos comoartesanal e lúdico mas,

para algumas microempresas, elapode gerar uma renda de até R$70 mil por mês. É o caso da em-presa “Comércio de Sucata”, deMário Oto envolvido com reci-clagem há 25 anos, que apesar des-se rendimento diz que o lucro émuito pequeno devido ao alto pre-ços dos impostos.

Seu filho, Marx Ota, gerente daempresa relata como funciona oprocesso de compra e venda dosmateriais recicláveis. “Geralmen-te os fornecedores do material aser reaproveitado são os catadoreslixo, que perambulam pela cidadediariamente. Em seguida num qua-dro às vezes insignificante vêm àsindústrias.

Os preços são definidos por tipode material e peso, por exemplo: oplástico de garrafa que vai futura-mente se tornar copo descartávelou balde é comprado a R$ 0,50; opapelão, que se transformará emcaderno, jornal ou caixinha de ovovale em média R$ 0,15; o quilo dometal chega a valer R$ 3,50. Maso campeão sem dúvida é o cobreque chega a custar R$6,30.

Reciclagem gera até R$ 70 mil por mês

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Homens separam material para reciclagem

Ota confessa que atualmente nãose consegue mais ganhar dinheirocom reciclagem e sim trabalhar so-mente para pagar as contas. “Osimpostos são altos e como somosparte de uma classe de pequenosempresários, os impostos levam todonosso dinheiro. Há dez anos atrás eramelhor”, desabafa o empresário quepensa, mesmo com dificuldade em

continuar a atividade do pai.“A mão de obra encarece o tra-

balho. O material á ser reciclado vêmmuitas vezes sujo e não é qualquerpessoa que está se dispõe a separare lavar o lixo”, esclarece Marx.

Geração de rendaMaria das Graças Tidei, a Maza

como é conhecida no meio artísti-

co, trabalha, há 15 anos com ma-terial reciclado, e nos últimos trêsanos é parte de um grupo de pro-fessores que oferece oficinas dereciclagem pela Secretaria Muni-cipal de Cultura de Araraquara. Porela já passaram mais de 700 alu-nos, distribuídos em bairros comoSelmi Dey, Jardim Pinheiro,Yolanda Ópice e também na Casa

da Cultura. São adolescentes, se-nhoras e desempregados, que en-contraram dentro das oficinas umamaneira de ganhar dinheiro e tam-bém de retomar a auto-estima. Al-guns dos produtos reciclados sãoexpostos e o vendidos no “ProjetoChoro das Águas”, todos os domin-gos no Departamento de Àgua eEsgoto de Araraquara (DAAE), nobairro da Fonte Luminosa.

As Oficinas de Carnaval são umoutro exemplo de que a reciclagemé um meio de auto sustentação.“Além dos alunos utilizarem acriatividade, e tomarem conhecimen-to de que o meio ambiente deve serpreservado, eles também descobremque depois do lixo limpo é possívelfazer maravilhas, como penas deTNT, que enfeitou o carnavalararaquarense”, fala Maza.

A amplitude das oficinas é mui-to grande. Hoje as próprias comu-nidades selecionam o lixo, lavam eo deixa pronto para serem trans-formados em bijuterias, enfeites,arranjos e brinquedos.

Maza afirma que uma turma de30 alunos tem seu número dobradono decorrer do curso e que, quandoos alunos chegam nas comunidades,acabam possuindo uma necessida-de muito grande de apresentar e deensinar como se recicla, fazendocom que o processo se fortaleça.

Apesar da reciclagem ser um trabalho artesanal, pode render à empresários até R$ 70 mil

Alunos gastam 50% damensalidade em festas

Proprietário de bar diz que tem planos de expandir seus negócios

Teresa Genaro

Os gastos dos universitáriosque estudam em Araraquara eque vêm de cidades vizinhas ede outros estados é bem maiorcom a moradia do que com ou-tras necessidades essenciaiscomo, por exemplo, alimenta-ção, telefone, transporte, rou-pas, aluguel, livros, xerox e tam-bém festas que são comuns nafase universitária. A aluna do3º ano de Jornalismo da Uniara,Jocássia Avelar Canaverde, porexemplo, de Nova ResendeMG, disse, em entrevista ao“Jornal Vitral”, que gasta maiscom moradia do que com a pró-pria faculdade.

Já Gracieli da Silva, de Pre-sidente Epitácio (MS), estudan-te do último ano de Educação

Universitariosgastam mais com

moradiaLuciano Alarcón

Universitários em Araraquarachegam a gastar até 50% do valorda mensalidade em baladas. Al-guns desembolsam R$50 por finalde semana, sendo que muitos ape-nas estudam e dependem dos paispara suas saídas.

Segundo Gustavo Luiz Pesse,estudante do terceiro ano de direi-to Uniara, seus gastos por final desemana giram em torno de R$ 50.“Se a balada for boa, gasto até R$100 por final de semana”, explicaPesse. Ele que trabalha com o pai,diz que não existe problema, poissempre que precisa pede ajuda éatendido. No entanto, Pesse lem-bra ainda que esse gastos aumen-tam quanto o carro está sem com-bustível. “Aí a coisa fica um poucomais cara, mas está dentro dos R$100”, afirma.

E não para por aí. Entre umaaula e outra, existem os intervalos,que na maior parte das vezes setornam verdadeiros Happy Hour.E assim, entre uma cervejinha e ou-tra, mais R$ 12 se vão. Em rápidoscálculos feitos por Pesse, ele che-ga à conclusão de que por mês,gasta cerca de 50% de sua men-salidade em baladas e happy hours.

Araraquara tem quatro univer-sidades que trazem para a cidadecerca de nove mil alunos a cada ano.Essa grande quantidade de univer-sitários traz para a cidade muitos di-videndos, tanto no setor imobiliárioquanto no setor de eventos. É estesetor que está em franca ascensão,pois, do ano passado para cá foramabertos três bares novos na ruaCarlos Gomes, e outro bar tem pla-nos para mais um estabelecimentona avenida Bento de Abreu.

Física, afirma que já chegou apagar 200 reais, sozinha, porum apartamento.

A maior procura nas imobi-liárias é por kitnets, pois o pre-ço é mais acessível do que casaou apartamento. Além disso, hápouca oferta de imóveis paraestudantes. “As imobiliárias deAraraquara não têm infra-estru-tura para estudantes, pois en-contram-se com deficiêncianesse setor”, afirma o vende-dor de imóveis Felipe Tramon-tano Sousa. Em relação a pre-ço, segundo Tramontano, houveum aumento no setor imobiliáriode 8% este ano. Os contratosfechados variaram, segundo ovendedor, de 200 a 800 reais.

O segundo item que compõea lista de gastos dos universitá-rios é o transporte dos alunosque moram fora e que vão parasuas cidades todos os finais desemana. Eles chegam a gastarem média até 100 reais, infor-ma a estudante Gracieli. “Pre-firo os feriados prolongadospara ir para casa, pois gastomuito”, disse a aluna de Edu-cação Física.

O que também acompanhaa lista de gastos são contas detelefones geralmente bem altas,e gastas na maioria das vezescom ligações interurbanas paraseus parentes, ultrapassando 70reais por mês. Ao todo, os gas-tos com mensalidade e custosadicionais vão de 400 a 1000 re-ais por mês. A maioria dos estu-dantes depende ainda de pais quebancam a faculdade, moradia efestinhas; outros trabalham paracomplementar a renda familiare ajudar na mensalidade.

Mas esse mercado é impulsio-nado por universitários sedentos porfestas, que chegam a gastar 50%do valor de sua mensalidade emfestas e bebidas. Entre mensalida-de, gastos com xerox e livros, epara alguns alunos o transporte atéa faculdade, estudar fica em tornode R$ 550.

Já Ana Beatriz Assunção, es-tudante do terceiro ano de Direitoe amiga de Pese, afirma que seusgastos podem ser um pouco maiselevados do que o do amigo. Ana,que não trabalha, diz que tem quepedir dinheiro ao pai para sair.“Meu pai sempre reclama quandoeu peço dinheiro, mas logo esque-ce”, declara. Ela disse que gasta omesmo tanto valor o amigo, com aúnica diferença que, em muitas fes-tas, as mulheres não pagam a en-trada, o que faz sobrar mais dinheiropara ser gasto com bebidas. Elatambém lamenta um pouco pelo

fato de ter de pedir dinheiro ao pai,mas enquanto não conseguir umemprego isso se repetirá por mui-tas vezes.

Bar do TorresmoEssa grande demanda por fes-

tas e baladas é tão interessante parao comércio central quanto para o co-mércio da cidade com um todo. Parao empresário Alcir JoséCampagenollo, proprietário do barBrasileirinho, o movimento é bom desegunda a segunda, pois, segundoele são vendidas aproximadamente100 caixas de cervejas - cada caixatraz cerca de 24 garrafas de 600 ml- entre segunda e sexta-feira. Ecada garrafa é vendida por um pre-ço médio de R$ 2,20. Campagenollodiz que está há 18 anos no mesmolocal e que tem planos de expandirseus negócios, abrindo um outro barna avenida Bento de Abreu princi-pal artéria da cidade.

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O mercado é impulsionado por universitários

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V i t r a lSAÚDE

Leandro Simões

Empresas de São Carlos(SP) criam projetos sociais em prol da comunida-

de. Esses projetos abrangem, den-tro da área da saúde, vários méto-dos de beneficiar a sociedade,como doações de roupas, remédi-os, campanhas de alimentos e anti-drogas, auxílio à comunidade, cons-trução e reformas em prédios hos-pitalares.

A Prefeitura Municipal de SãoCarlos, junto ao Ministério da Saú-de, conseguiu viabilizar para a cida-de um capital de R$ 3 milhões paraa primeira fase das obras do hospi-tal escola. Segundo a Assessoria deImprensa da Secretaria de Saúde domunicípio, São Carlos tem um nú-mero de leitos hospitalares abaixodo que a população precisa. A ci-dade conta com 376 leitos e preci-saria de 595. Com o novo hospital,que será instalado em área de umantigo frigorífico, a cidade vai ga-nhar 220 novos leitos hospitalares.

O grupo Unimed, através de pro-jetos e campanhas como ProjetoSaúde Brasil, em parceria com aEmbrapa Pecuária Sudeste, estimu-la nas crianças e nos jovens a aquisi-ção de hábitos alimentares saudáveis,mediante dieta correta, fortalecimen-tos dos laços com os ambientes ur-bano e rural, e o conhecimento dasdiversas cadeias produtivas, além deconscientizar para a prevenção dasaúde e para melhor qualidade devida. Participaram da última ediçãodo projeto aproximadamente 6.000adolescentes. Outra campanha que

a Unimed vem promovendo são asações comunitárias. O evento tem afinalidade de promover atividadesinterativas e de conscientização pre-ventiva para várias doenças quemais afetam as pessoas nessa faixaetária. Como parte das atividades,são realizadas palestras pelos médi-cos cooperados da Unimed SãoCarlos, além de exames de dosagemde glicemia e colesterol, verificaçãoda pressão arterial e distribuição defolhetos explicativos sobre doençasrelacionadas à terceira idade.

Com intuito de promover aintegração entre a classe médica ea comunidade, foram realizadasvárias reuniões entre a Sociedade

Médica, Unimed e Santa Casa deSão Carlos para viabilizar a come-moração ao Dia do Médico comevento no qual serão oferecidas ati-vidades gratuitas voltadas à pre-venção da saúde, como um eventona praça central da cidade, comexames preventivos de diabetes,colesterol, pressão arterial, índicede massa corporal, cuidados comos pés, caminhada de saúde, etc.Durante o evento são apresenta-das atrações educativas e cultu-rais. Aproximadamente 1.800 pes-soas participaram na última edição.

Outra empresa privada da ci-dade de São Carlos, a FaberCastell, também promove ações

Saúde conta com projetos sociaisEmpresas de São Carlos beneficiam a cidade com Projetos voltados para a Saúde

para melhoria de sua infra-estrutu-ra, por meio de ação voluntária doscolaboradores em favor da melhoriada condição social de sua comuni-dade e de contribuição financeira daFaber-Castell, na manutenção departe do custo dos projetos.

“O programa favorece institui-ções de assistência à criança, aoidoso, meninos de rua, grupos detratamento de dependentes quími-cos, escolas e hospitais públicos dacomunidade. Para doação de re-cursos financeiros a instituiçãodeve estar legalmente documenta-da, com CNPJ e Declaração deUtilidade Pública municipal, esta-dual ou federal. As instituições nãolegalizadas poderão ser beneficia-das pelo trabalho voluntário, exce-tuando-se a doação de recursos fi-nanceiros. Para garantir a continui-dade do programa, a coordenaçãodo projeto realiza reuniões periódi-cas com os voluntários para avali-ar, orientar e planejar atividades.”,enfatizou Maria Camarinho.

O munícipe Maureli José Pereta,do Jardim das Torres, afirmou queações voluntárias voltadas para aárea da saúde são muito importan-tes, pois a área está precisando demelhorias. Já para o serralheiroEdgar Bezerra da Silva, a Prefeitu-ra teve seu melhor desempenhoquando conseguiu viabilizar a verbapara a construção do hospital esco-la na cidade. A auxiliar de produ-ção Ana Lúcia Arraes, residente nobairro de Santa Felicia, enfatizou queos programas promovidos pelaUnimed ajudaram a informar sobrecomo aplicar a higienização corretado dia-a-dia.

Câncer de testículo atinge principalmente jovens

Daniel R. Sígolo

pesar de ser muito raro, emuma proporção de cinco aoito casos entre cem mil

homens, o câncer de testículo se tor-na um agravante entre os homens.Isto se da pois este se desenvolveprincipalmente em jovens sexual-mente ativos.

O fato deste câncer ocorrerprincipalmente nestes jovens, elepode ser facilmente confundido ouestar mascarado por orquiepididi-mites, que são inflamações no tes-tículo, que fazem com que o mes-mo inche, já que o principal sinto-ma do tumor é o inchaço.

Segundo o Dr. Orlando SergioRatto, oncologista clinico, quantoantes o câncer for diagnosticadomais chances o paciente tem de securar. “Na primeira impressão queo testículo esta aumentando de ta-manho, deve-se procurar umurologista o mais rápido possível,já que a doença se prolifera muitorapidamente” explica.

Dr. Orlando diz ainda que a do-ença não tem grandes ligações coma hereditariedade, porém ela é mui-to mais comum ocorrer em pessoasque tiveram algum histórico proble-mático com o testículo. “A doençaocorre em boa parte em pessoas quequando crianças, os testículos nãodesceram para a bolsa escrotal, oque faz com que ele sofra altera-ções genéticas, ou seja, ele fica pormuito tempo em uma temperaturamuito superior ao da bolsa, que é acorreta, isto faz com que os genesse alterem e futuramente possamocasionar o câncer”.

O tratamento deste câncer, em

Maquete do futuro Hospital Escola de São Carlos

Em destaque o test icu lo: área afetada pelo

câncer

sociais para a comunidade local.Segundo Maria Camarinho, assis-tente social da empresa, “essesprogramas visam favorecer a par-ticipação dos colaboradores em ati-vidades voluntárias para as comu-nidades nas quais a indústria estáinserida, difundindo o comprometi-mento da empresa no âmbito daresponsabilidade social.”

O objetivo geral do Programa éconscientizar o colaborador de seupapel nas transformações sociais ebeneficiar a comunidade, que po-derá contar com o incremento naprestação de serviços na área soci-al através do incentivo às institui-ções locais, que receberão apoio

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Homens entre 15 e 35 anos, com vida sexual ativa, são as grandes vítimas desta doença

inicial, é sempre feito com o atocirúrgico, após a cirurgia, o paci-ente passa por sessões de quimioou radioterapia, onde o pacienterecebe altas doses de medicamen-tos para manter-se estável e impe-dir que o câncer se prolifere paraoutras áreas do corpo. O tratamen-to não deixa grandes seqüelas, sen-do que um ano após o seu terminoo paciente volta a produzir esper-mas produtivos, não afetando emnada na sua vida sexual.

Até 1970, cerca de 98% doscasos eram fatais, pela falta de re-cursos e por não se conhecer afundo a doença. A partir de 1974,o câncer começou a ser estudadoprofundamente, hoje praticamente90% dos casos são curados com aajuda da quimio ou da radiotera-pia. Porém, assim como qualqueroutro câncer, quanto mais cedo sediagnosticar o tumor, mais chanceso paciente tem de sobreviver.

Biomedicina da Uniara descentralizaatendimento do SUS

Flávio Darini

O curso de Biomedicina daUniara é, atualmente, o respon-sável pelo Laboratório de Aná-lises Clínicas da Santa Casa deMisericórdia de Araraquara.Além disso, os alunos do cursorealizam atendimentos laborato-riais e de análises clínicas nasunidades básicas de saúde. Osmédicos dessas unidades soli-citam de seus clientes examespara complementação de diag-nóstico no município.

Segundo o Prof. OrivaldoPereira Ramos, coordenador docurso, o laboratório da SantaCasa está sendo reformado ereestruturado para melhor aten-der o cliente do SUS (SistemaÚnico de Saúde).

Orivaldo resume as mudan-ças em dois aspectos: “Atento àsformalidades, como valor psico-lógico, os pacientes são chama-dos de clientes. Os aparelhos paraanálise de laboratório que esta-vam sendo usados não agüenta-vam a rotina laboratorial, por isso,houve a necessidade de investi-

“Os docentes são altamente qualificados, a maioria são doutores”

mento em equipamentos”. Os docentes do curso são alta-

mente qualificados e os funcionári-os do laboratório passam por umprograma de educação continuadaque faz parte do controle de quali-dade que está sendo implantado.

Para o período de estágio, oacompanhamento docente junto aosalunos é fundamental e serve paradiluir uma possível desconfiança docliente em relação ao atendimentofeito pelo aluno. Ao mesmo tempo,o acompanhamento do professor in-centiva o estudante. “As aulas delaboratório são fundamentais para

a formação, o curso é ótimo emrelação às faculdades públicase privadas, com aproveitamentoacadêmico de cem por cento”,afirma o aluno do quarto anoFabrício Galatti.

Segundo o professor FábioBotteon, do curso deBiomedicina, “as unidades bá-sicas de saúde seguem as nor-mas de segurança; além dosaparelhos para análises clíni-cas, existem os equipamentosde automação das áreas dehematologia, bioquímica e aná-lise de gases”.

Aluno coleta sangue de paciente do SUS

Área afetada pelo câncer

Centro Oncológico em Araraquara

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VitralPOLÍTICA

Políticos falam como iniciar na carreira

Fenanda Stella Cavicchia

iliação partidária, populari-dade e trabalho em comu-nidade são elementos

apresentados por políticos deAraraquara para quem deseja ini-ciar uma carreira política.

De acordo com o presidente dodiretório municipal do PT, JoséEduardo de Oliveira, dentre todosos cargos políticos, eleger-se parauma vaga no Legislativo é o maisdifícil, devido ao grande número deconcorrentes e a popularidadeexigida. Em um município como ode Araraquara uma pessoa preci-sa de 1.200 a 1.400 votos para seeleger. “Isso significa o númeromínimo de pessoas que um candi-dato tem de conhecer, pois nemtodos os conhecidos são seus elei-tores”, afirma Oliveira.

Os interessados em candidatar-se devem primeiramente procuraro partido com o qual se identificam

Quero servereador: oque fazer?

De acordo com a Cons-tituição Federal – artigo 14,parágrafo 3º, incisos de I aVI, que regulamentam ascondições de elegibilidade– para ser vereador é pre-ciso:

1. Ser brasileiro;2. Estar no pleno exercício

dos direitos políticos;3. Ser eleitor;4. Morar no município

onde está disputando aeleição;

5. Ser filiado a um partido;Ter idade mínima de 18anos.

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Presidente da Câmara de Araraquara Dr. Eduardo Lauand

ideologicamente e filiar-se pelomenos um ano antes do pleito. Aescolha dos candidatos é feita pe-los próprios partidos por meio deconvenções e obedecendo a crité-rios pré-estabelecidos como o depopularidade, de prestação de ser-viços e referência. “O presidentede um diretório acadêmico ou deum grêmio estudantil, por exemplo,acaba construindo uma base deapoio e tornando-se uma referên-cia”, afirma.

Dentre as funções de um vere-ador está a criação de projetos delei, serviços à comunidade e o po-der de fiscalizar e apurar denúnci-as relativas ao poder executivo.

O conselho do presidente daCâmara Municipal de Araraquara,Eduardo Lauand (PMDB), aos quedesejam fazer carreira política, é oengajamento na prestação de ser-viço social. “O candidato se sobres-sai e acaba ganhando uma impor-tante popularidade para disputaruma eleição.”

Partidos apostam em mulherespara as eleições de 2004

Patricia Magalhães

participação efetiva dasmulheres na campanha à

Câmara Municipal de São Car-los para a próxima legislaturaaumentou desde a última elei-ção municipal. Segundo a ve-readora e pré-candidata DianaCury (PMDB), em 2000 o par-tido local tinha apenas duascandidatas e agora já tem cin-co e espera que esse númeroaumente. Para Diana, a parti-cipação da mulher é um desa-fio que deve ser enfrentado.“Temos que desmitificar e aca-bar com o preconceito do pen-samento dominante”.

Além do PMDB o PT ePSTU também afirmam que opapel da mulher na política temgrande importância, por issoasseguraram a cota de 30%para candidatas mulheres, mí-nimo exigido pela lei 9.504/97.

A quantidade de candidatospermitida por partido é o núme-ro atual de vereadores (21) nomunicípio, com acréscimo de50% - mais 11 candidatos. Dos32, dez devem ser mulheres. Nocaso de coligação, o acréscimoé de 100% e o número de can-didatos passaria a 42, dos quais13 deveriam ser mulheres.

“A campanha custa caro,mas não é um empecilho. O tra-balho comunitário e o contatopessoal são elementos funda-mentais para disputar a eleição.A gente precisa fazer o ‘cor-po-a-corpo’, estar perto da po-pulação”, afirma Diana.

A presidente do diretóriomunicipal do PT de São Carlose candidata à reeleição parauma vaga na Câmara, GériaMontanari, tem grandes expec-tativas no aumento de mulhe-res nas eleições deste ano, jáque em 2000 três vereadoras doPT foram eleitas. “As mulhe-res entraram para valer na re-presentação política”.

O vice-presidente do PSTU,Eraldo Strumiello, que não des-cartou a possibilidade de teruma mulher na disputa do plei-

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Mandato de vereador é o mais concorrido e só popularidade não vence eleição

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to majoritário, acredita em umaumento do número de mulhe-res na Câmara Municipal. “Amulher ocupa um espaço rele-vante na sociedade”, defendeu.

A representatividade femi-nina no Legislativo de SãoCarlos ainda é baixa, mas ospartidos querem reverter essequadro nas próximas eleiçõesgarantindo a cota de 30% re-servada por lei para a partici-pação da mulher na disputa pro-porcional.

Na política, mulher temvagaA lei 9.504/97 determina que

um partido deve lançar 70%dos candidatos de um únicosexo. Segundo o juiz eleitoral deSão Carlos, João Batista Ga-lhardo Junior, a maioria dos can-didatos é homens o que acabasobrando 30% para as vagas demulheres. “Se um partido tem100 candidatos, por exemplo, elenão vai poder lançar 80 candi-datos homens e 20 mulheres.Ele tem que atingir 70% com avaga de homens e lançar os30% para as mulheres”, expli-cou.

Desde a entrada da lei emvigor, em 1997, a participaçãodas mulheres na disputa eleito-ral vem aumentando, no entan-to, segundo Galhardo, a lei nãofaz essa distinção, mas deter-mina a mistura de sexo. “A prá-tica acaba demonstrando que agrande maioria no registro decandidaturas é homem, masexiste um limite que é de 70%”,concluiu.

Deputada Federal pedeproteção à mulher

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Samira Manfrinato

urante evento realizado emSão Carlos pela Andifes

(Associação Nacional dos Dirigen-tes das Instituições Federais deEnsino Superior) no início de mar-ço, que reuniu reitores do Brasil, adeputada federal Iara Bernardi(PT) fez um apelo para que as uni-versidades brasileiras assumam umpapel representativo na elaboraçãode ações voltadas para a defesa damulher em todo o país.

Ela lembrou que o CongressoNacional aprovou a lei do deputa-do José Maurício Rabello (PL),sancionada pelo presidente LuizInácio Lula da Silva, que determi-na 2004 como o Ano da Mulher noBrasil, assumindo a Convenção daMulher celebrada em 1979 pelasNações Unidas.

“Não podemos deixar que as ati-vidades e os debates em defesa damulher se limitem ao dia 8 de março.O Brasil deverá ter ações para o anotodo e aí cabe tanto ao executivo elegislativo nas três esferas governa-mentais e as entidades representati-vas da sociedade como, a universi-dade brasileira, debater o tema, pro-por pesquisas, ações e colocá-las emprática”, afirmou.

Segundo Iara, umas das princi-

pais tarefas da bancada femininano Congresso Nacional, que têm45 deputadas e 8 senadoras, é oaperfeiçoamento das leis. Apesardo Código Civil Brasileiro ser bas-tante avançado em relação aos di-reitos da mulher, a deputada defen-de uma legislação mais abrangenteque previna o crime, seja no assé-dio sexual, na violência domésticaou nas mais variadas formas de dis-criminação feminina existentes nasociedade. (Leia texto nessa pági-

na). “Processos e ações referen-tes à violência contra as mulheressão tratados pelo poder Judiciáriocomo uma questão menor”, disseela, propondo que uma das alter-nativas seria a reforma no poderJudiciário brasileiro, uma tarefaque, segundo ela, vem sendo de-batida em todo o Brasil.

Os municípios também foramchamados pela deputada para pre-venir a violência contra as mulhe-res. “É aqui (no município) que pre-cisa ter a delegacia da mulher, umacasa abrigo e toda estrutura deapoio à mulher. O Brasil é signatá-rio da Convenção da Mulher, en-tão temos que colocar essas açõesem prática”.

O município de São Carlos con-ta com o Conselho Municipal dosDireitos das Mulheres, uma Dele-gacia da Mulher e, desde 2001, coma Casa Abrigo das Mulheres víti-mas de violência doméstica que,segundo a vice-prefeita e Secretá-ria Municipal de Cidadania e As-sistência Social, Rosilene Mendesdos Santos, tornou-se uma referên-cia no Estado. Ela explicou quemulheres de outros municípioscomo Ibaté e Descalvado tambémsão atendidas recebendo seguran-ça e orientação.

Números da Violência

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Iara Bernardi: “A universidade precisa assumir o seu papel”

Em evento da Andifes, Iara pede ajuda às Universidades

Se adotarmos a população mun-dial como tendo mil habitantes...• 49,7% é o percentual de mu-

lheres na população mundial• 47% das mulheres tiveram

sua primeira relação sexualfeita a força

• 85% das zonas de conflitosarmados no mundo tem ca-sos de tráfico de mulheres ecrianças

• 80% dos refugiados de guer-ras são mulheres e crianças

• 70% das mulheres assassina-das são vítimas de seus par-ceiros;

• 51% das pessoas no mundoportadoras da Aids ou do ví-rus HIV são mulheres

• 28 países da África registramcasos de mutilação dagenitália feminina

• 54 países tinham no ano de2033, leis discriminatóriascontra as mulheres

• Cerca de 27% das mulheresbrasileiras são chefes de fa-mília.

• 50% das mulheres brasileirasainda sofre violência física.

Fontes: ONU (Organização das Nações

Unidas) e Anistia Internacional.

“Temos que

desmitificar e

acabar com o

preconceito do

pensamento

dominante”.

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VitralCOMPORTAMENTO

Nádia Priscila De Chico

A relação entre mães e filhos,torna-se mais tumultuada na faseda adolescência, quando os jovensbuscam formas de encontrar suaprópria identidade. Os jovens dehoje têm mais informações e dú-vidas do que antigamente, e colo-cam os pais muitas vezes, em si-tuações delicadas por terem queresponder suas dúvidas, causandomuitos conflitos, principalmenteentre mães e filhas.

De acordo com a psicólogaAna Keila Salviato Rett, a mulher,no papel de mãe, é a base da fa-mília, é ela que estrutura o ladoemocional de uma casa, precisan-do sempre estar presente na vidados filhos, para que na fase da ado-lescência o filho não sofra comtraumas ocasionados por uma edu-cação muito rígida ou por umaeducação muito liberal.

Segundo Sônia CristinaCarminatti, 36 anos, queengravidou aos 22 anos deGiovanna Carminatti, hoje na fase

Amizade na relação entre mães e filhasQuando há cumplicidade não importa a diferença de idade

da adolescência, com 14 anos, queprocura sempre se mostrar a me-lhor amiga da filha, dando liberda-de para conversas, devido ao fatode ter tido muitas privações em suaépoca de adolescente. “Fico per-guntando tudo para ela, até ela mecontar; implico muito com a apa-rência física dela, quero que ela secuide esteticamente”. diz a mãe.A filha desabafa: “Eu não escon-do nada dela, mas às vezes ela quer

saber demais, além de pegar meusbrincos e querer que eu faça tudodo jeito dela, e por isso nós briga-mos muito”

A psicóloga Ana Keila explicaque, quando uma mulher é mãemuito jovem, ela ainda é imatura edespreparada para essa função.“A mãe e a criança vão juntasaprender, podendo ter muitas bri-gas e dificuldades; que uma mu-lher com mais experiência não pre-

cisaria passar por isso”, afirma.Isso não é o que acontece en-

tre Inês Aparecida FaxinaRodrigues, que dez anos depois deter criado quatro filhos, teve, aos 36anos, Carolina Rodrigues, de 13anos. Inês explica que a criação foiigual para todos os filhos, a únicadiferença encontrada é que Caroli-na fica mais tempo com ela do queos outros filhos ficavam, e essa pro-ximidade faz com que exista muitaliberdade entre elas, o que facilita aconversa sobre a maioria dos as-suntos que os jovens têm dúvidas.

“Eu sempre digo para ela que,antes de tentar imitar o que ela vê,deve perguntar se aquilo é agradá-vel aos olhos de Deus. Não adian-ta ela fazer o que eu quero, ela temque ter consciência do que é certo,porque no mundo lá fora tudo podee não é assim.”, comenta Inês.

Para Carolina, a mãe está cer-ta nas decisões que toma a seu res-peito, e sempre escuta os seus con-selhos, mas diz que a mãe implicamuito com as músicas e com osprogramas de tv que ela gosta.

“Músicas e programas eu

pego no pé, mas não proíbo; agora,se vejo que passa dos limites, eudou uum basta”, diz a mãe.

A psicóloga explica que na rela-ção entre mãe e filha é muito bomque exista conversa, mas as expli-cações não precisam ser tão com-pletas, elas devem vir de acordocom as perguntas dos filhos. Issose torna um pouco mais fácil paramães que já têm experiências ante-riores com outros filhos do que parauma mulher que se torna mãe jo-vem, pelo fato de ela ainda não tervivido o suficiente para controlaresta situação.

No caso de uma mulher que setorna mãe pela primeira vez commais idade, é mais comum criar ofilho para ela e não para o mundo.Isto no futuro pode ter diversasconseqüências no comportamentodos filhos, que pode variar desde arebeldia até a insegurança.

“É preciso deixar claro que, ape-sar de amigas, quem manda é a mãe,porque dar muita abertura pode cau-sar uma ansiedade muito grande, fa-zendo com que a adolescente criemuitas fantasias”, conclui Ana Keila.

Cumplicidade: mãe e filha rompem as barreiras do parentesco

Kelen Trevisan

“Posso dizer que o curso trans-formou minha vida”. Essa é a opi-nião de uma das participantes doNúcleo de Educação de Jovens eAdultos realizado pelos alunos docurso Normal Superior da Uniara,em parceria com a Secretaria Mu-nicipal de Educação e com o Mo-vimento de Alfabetização de Adul-tos (MOVA). Iracema PegassimReis, 74 anos, afirma que váriosaspectos de sua vida se transfor-maram desde que começou a fre-qüentar as aulas.

Araraquara (SP) possui atual-mente cinco programas de alfabe-tização de jovens e adultos, o Mo-vimento de Alfabetização de Adul-tos (MOVA) e o Programa de Edu-cação de Jovens e Adultos (EJA),que são oferecidos pela PrefeituraMunicipal; o Programa de Educa-ção de Jovens e Adultos (PEJA),realizado pelos alunos de gradua-ção da Faculdade de Ciências eLetras da Unesp; o Programa deAlfabetização Intensiva (PAI),disponibilizado pelo Sesi deAraraquara; e o Projeto de Edu-cação para Adultos e Jovens deAraraquara (PROEAJA), conve-niado ao MOVA.

Joaquim Targino da Silva, 56anos, participante do Núcleo deEducação de Jovens e Adultos, afir-ma ter perdido muitas oportunida-des de emprego em função da fal-ta de alfabetização. “Minha inten-ção é aprender a ler e a escrevercorretamente”, diz.

Valmir Davi de Oliveira, gestordos programas EJA e MOVA, dizque o que diferencia um programado outro é que o MOVA trabalhacom educadores voluntários, en-quanto que o EJA com professo-res contratados pelo município.

O MOVA, por meio de parceri-as com diversos setores organizados,atende atualmente 816 alunos, quesão divididos em 54 salas de aula.

As salas possuem de dez a vinte alu-nos cada uma. Ultrapassando esselimite, outra sala é aberta. Para par-ticipar do programa é preciso ter ida-de acima de 14 anos, trabalhar ouresidir na cidade e não ter completa-do a 4ª série. Não há prazo para queas inscrições sejam feitas.

Por outro lado, o EJA é respon-sável em atender 192 alunos quesão divididos em seis classes. Paraparticipar é preciso ter idade aci-ma de 14 anos, nenhuma escolari-dade ou ter cursado até a 4ª sérieincompleta. Quando há excesso dedemanda, os alunos são encaminha-dos ao MOVA.

A necessidade de trabalharobrigou Claudemir Gonçalves,38anos, a deixar os estudos delado. Hoje, alguns anos depois, elediz que com os estudos poderá tera chance de conseguir um empre-go melhor. “Quero poder preencherum cheque, escrever meu própriocurriculum”, afirma.

Segundo a coordenadora localdo PEJA, Roseane Costa Leite, asmatrículas são feitas durante todo

o ano e qualquer pessoa pode par-ticipar do programa.

A vida no campo não permitiuque Aparecida Joaquim Areas fre-qüentasse a escola. Depois de maisde setenta anos, e com o incentivodas filhas, ela resolveu enfrentar odesafio da alfabetização. “Paramim, esse curso é mais do que aoportunidade de aprender a ler e aescrever; é praticamente uma te-rapia, pois aqui tenho amigos e medistraio”, conta Areas.

Ela diz ainda que agora já é pos-sível escrever receitas de bolo epassar para as amigas.

Ana Lúcia Bocanegra, monitorado Núcleo de Educação de Jovense Adultos, afirma que não há umaprevisão de tempo para que a pes-soa seja alfabetizada, pois nem to-dos os alunos estão no mesmo ní-vel. “Saber que pude ajudar algu-mas pessoas a conseguir realizarsimples tarefas do dia-a-dia, comopor exemplo, pegar o ônibus semter de pedir a ajuda de outros, é amelhor recompensa que eu pode-ria receber”, ressalta.

Alfabetização aumenta aauto-estima dos adultos

Educação promove a inserção na sociedade

Aparecida: entusiasmada com o aprendizado

Janaina de Fátima Lourenço

Os grupos da Terceira Idade jásão uma realidade em várias cida-des da região. Monte Alto (SP) con-ta com três grupos, o MIMA (Mo-vimento dos Idosos de Monte Alto),o CLAMA (Clube da Amizade deMonte Alto) e a Velha Guarda.

Esses grupos têm oportunidadede se encontrar e formar um úniconúcleo no Centro de Convivênciada Melhor Idade, que é uma inicia-tiva da Prefeitura de Monte Alto.

“O Centro está aberto para to-das as pessoas, independente de fa-zerem parte dos grupos da Tercei-ra Idade”, diz o assessor do Cen-tro João Senema.

No Centro os idosos tem aulasde vôlei, hidroginástica, bocha edança. Todos têm acompanhamen-to de professores e são submeti-dos periodicamente a exames mé-dicos realizados pela rede públicade saúde. Para os médicos, osexercícios físicos são indispensá-veis, pois evitam algumas doençase ajudam a combater muitas outrascomo o diabetes, hipertensãoecolesterol, além de contribuir paraa parte psicológica, ajudando osidosos que têm depressão.

A coordenadora do Centro deConvivência Maria Aparecida deOliveira Colatrelli explicou que asatividades são oferecidas gratuita-mente para os idosos que partici-parem das aulas, e que além dosesportes eles contam com aulasde teatro, coral e jogos em geral, edentro de pouco tempo terão tam-bém aulas de pintura e oficinasdiversas.

Os idosos aprovaram com una-nimidade o Centro, e muitos delesdisseram que foram curados de do-enças musculares, diminuíram oconsumo de remédios, e a disposi-ção deles aumentou.

“ Graças ao Centro e aos ami-gos que eu fiz lá, a minha vida mu-dou, antes eu era preguiçoso e nãogostava de fazer nada, vivia comdores nas pernas e tomava um mon-te de remédio já hoje, participo dejogos em outras cidades, tendo a

bocha como a minha paixão, nãosinto mais dores e os remédios queeu tomava diminui pela metade”diz o aposentado de 75 anos PedroMistim.

A animada integrante do grupoda Velha Guarda e tambémfreqüentadora assídua do Centro deConvivência Piedade Augusta doNascimento Santos de 69 anos seemocionou ao conhecer a praiapela 1º vez no ano passado junta-mente com as amigas “ Me sentiuma criança, brincando na areia epulando as ondas” diz.

A presidente do MIMA econselheira do Conselho Estadualdo Idoso, Olímpia Tavares, afirmouque o Centro de Convivência foi amelhor coisa já criada para os ido-sos, pois há muita integração entreMonte Alto e outras cidades comoPirangi, Agulha, Santa Adélia, Ri-beirão Preto e outras, tornando-seum estímulo para a vida, pois hájogos, brincadeiras dançantes, via-gens entre muitas experiências queeles estão tendo oportunidade devivênciar pela primeira vez.

Nunca é tardepara começar

Em

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08 - Maio/2004