brasil 10 anos - unodc.org · assaltos e outros crimes que ocorrem dia-riamente tanto em países...

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10 ANOS DE COMPROMISSO 3 UNDCP B UNDCP B UNDCP B UNDCP B UNDCP B RASIL RASIL RASIL RASIL RASIL UNDCP é a sigla para United Nations International Drug Control Programme , ou Programa das Nações Unidas para o Controle Internacional de Drogas. O UNDCP é a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) cujo mandato é orientar e operacionalizar o controle internacional de drogas e crimes correlatos, monitorando as tendências de produção, consumo e tráfico ilícito. O UNDCP promove o cumprimento dos tratados internacionais de controle de drogas,apoiandoofortalecimentoinstitucionaldosgovernoseauxiliandonaformulação de leis e políticas sobre o problema, de acordo com os compromissos assumidos pela comunidade internacional. O UNDCP atua, também, como centro mundial de informações sobre o proble- maeasalternativasparasuperá-lo. • O UNDCP coordena as atividades da ONU no campo do controle de drogas, o que inclui: 1) a prevenção contra o uso indevido; 2) a implementação de estratégias de tratamento e reinserção social; 3) a fiscalização da produção e do consumo de medicamentos; 4) o combate ao crime organizado, à lavagem de dinheiro e à produ- ção ilegal de drogas, assim como 5) o apoio ao controle do narcotráfico. • Observa o cumprimento de tratados e convenções internacionais firmados na área, auxiliando no estabelecimento de políticas globais de controle e fortalecendo a cooperação entre os países. • Realiza atividades de controle nos níveis local, regional e mundial por meio de uma rede de escritórios de campo, os quais são responsáveis pela assistência técnica aos países e servem como centro de referência para informações que vão desde dadosestatísticosatéalegislaçãoexistente. O UNDCP ajuda a identificar carências na área de controle de drogas, a partir das quais são desenhados e implementados projetos em qualquer das frentes de trabalho: controle da produção e do tráfico ilícito, bem como prevenção e tratamento do uso indevido de drogas. O apoio do UNDCP pode acontecer por meio de suporte técnico a um programa nacional ou a projetos específicos. Paralelamente, o UNDCP ajuda a monitorar e avaliar os resultados dos projetos implementados. C C C OMO OMO OMO OMO OMO ATUA ATUA ATUA ATUA ATUA ? ? ? O O O O O QUE QUE QUE QUE QUE É É É ? ? ? O O O O O QUE QUE QUE QUE QUE FAZ FAZ FAZ FAZ FAZ ? ? ? A história do UNDCP pode ser encontrada na página 7. A história do UNDCP pode ser encontrada na página 7. A história do UNDCP pode ser encontrada na página 7. A história do UNDCP pode ser encontrada na página 7. A história do UNDCP pode ser encontrada na página 7. Outros aspectos de cooperação podem ser vistos na página 16. Outros aspectos de cooperação podem ser vistos na página 16. Outros aspectos de cooperação podem ser vistos na página 16. Outros aspectos de cooperação podem ser vistos na página 16. Outros aspectos de cooperação podem ser vistos na página 16. Para mais informações sobre as atividades do UNDCP, veja a página 17. Para mais informações sobre as atividades do UNDCP, veja a página 17. Para mais informações sobre as atividades do UNDCP, veja a página 17. Para mais informações sobre as atividades do UNDCP, veja a página 17. Para mais informações sobre as atividades do UNDCP, veja a página 17.

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UNDCP é a sigla para United Nations International Drug Control Programme, ou

Programa das Nações Unidas para o Controle Internacional de Drogas.

O UNDCP é a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) cujo mandato

é orientar e operacionalizar o controle internacional de drogas e crimes correlatos,

monitorando as tendências de produção, consumo e tráfico ilícito.

O UNDCP promove o cumprimento dos tratados internacionais de controle de

drogas, apoiando o fortalecimento institucional dos governos e auxiliando na formulação

de leis e políticas sobre o problema, de acordo com os compromissos assumidos pela

comunidade internacional.

O UNDCP atua, também, como centro mundial de informações sobre o proble-

ma e as alternativas para superá-lo.

• O UNDCP coordena as atividades da ONU no campo do controle de drogas, o

que inclui: 1) a prevenção contra o uso indevido; 2) a implementação de estratégias

de tratamento e reinserção social; 3) a fiscalização da produção e do consumo de

medicamentos; 4) o combate ao crime organizado, à lavagem de dinheiro e à produ-

ção ilegal de drogas, assim como 5) o apoio ao controle do narcotráfico.

• Observa o cumprimento de tratados e convenções internacionais firmados na

área, auxiliando no estabelecimento de políticas globais de controle e fortalecendo a

cooperação entre os países.

• Realiza atividades de controle nos níveis local, regional e mundial por meio de

uma rede de escritórios de campo, os quais são responsáveis pela assistência técnica

aos países e servem como centro de referência para informações que vão desde

dados estatísticos até a legislação existente.

O UNDCP ajuda a identificar carências na área de controle de drogas, a partir das

quais são desenhados e implementados projetos em qualquer das frentes de trabalho:

controle da produção e do tráfico ilícito, bem como prevenção e tratamento do uso

indevido de drogas.

O apoio do UNDCP pode acontecer por meio de suporte técnico a um programa

nacional ou a projetos específicos. Paralelamente, o UNDCP ajuda a monitorar e

avaliar os resultados dos projetos implementados.

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A história do UNDCP pode ser encontrada na página 7.A história do UNDCP pode ser encontrada na página 7.A história do UNDCP pode ser encontrada na página 7.A história do UNDCP pode ser encontrada na página 7.A história do UNDCP pode ser encontrada na página 7.

Outros aspectos de cooperação podem ser vistos na página 16.Outros aspectos de cooperação podem ser vistos na página 16.Outros aspectos de cooperação podem ser vistos na página 16.Outros aspectos de cooperação podem ser vistos na página 16.Outros aspectos de cooperação podem ser vistos na página 16.

Para mais informações sobre as atividades do UNDCP, veja a página 17.Para mais informações sobre as atividades do UNDCP, veja a página 17.Para mais informações sobre as atividades do UNDCP, veja a página 17.Para mais informações sobre as atividades do UNDCP, veja a página 17.Para mais informações sobre as atividades do UNDCP, veja a página 17.

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Prefácio 5Sistema de controle 6Cooperação internacional 7Políticas globais 9Escritórios do UNDCP no mundo 10Uma pauta com múltiplas possibilidades 12Prevenção: questão-chave 13Drogas, violência e mulheres: a dura realidade do preconceito 14Investindo no Brasil 16Trabalho em parceria 17Brasil – 10 anos de compromisso 18Drogas e exclusão social 20Buscando alternativas 21A perigosa combinação drogas e Aids 22Novos desafios 23Comportamento de risco 24Jovens, drogas e Aids 25Um projeto, muitas empresas 26Desenvolvendo estratégias 27Uso indevido de drogas no Brasil 28Políticas nacionais de controle 30Abordagem integrada 31Lavagem de dinheiro 31Modernizando estruturas 32Glossário 34

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Nações Unidas. Programa das Nações Unidas para oControle Internacional de Drogas.

Brasil - 10 anos de compromisso / ONU.– Brasil:UNDCP, 1999.

34p. : il. color. ; 21 cm.

1. Drogas – Abuso – Brasil. 2. Drogas – Prevenção – Brasil. 3.Tráfico de drogas – Brasil. I. Título.

CDD 362.2930981CDU 362.8-056.834

N125b

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Com uma década de cooperação no Brasil,

o Programa das Nações Unidas para o Controle

Internacional de Drogas orgulha-se de colabo-

rar com o país na busca de soluções para a ques-

tão das drogas.

A tarefa do UNDCP é vasta, mas funda-se no

compromisso sério de auxiliar as nações a lidar

com esse que é um dos problemas mais com-

plexos do mundo contemporâneo, não impor-

ta em que lugar do planeta.

Nossos esforços têm estado voltados, em pri-

meiro lugar, para a compreensão da sociedade

brasileira, as peculiaridades de seu povo, os as-

pectos culturais que norteiam comportamentos

e suas necessidades estruturais.

Essa sensibilidade tem sido essencial ao de-

senvolvimento de estratégias capazes de abor-

dar o problema de forma abrangente e coeren-

te com as políticas internacionais e nacionais

de controle de drogas.

O investimento feito no Brasil tem demons-

trado resultados expressivos. As parcerias estabe-

lecidas com o governo brasileiro, iniciativa pri-

vada e sociedade civil atestam o nível de com-

prometimento do país. Embora o problema das

drogas esteja longe de uma solução definitiva,

os esforços têm valido a pena.

Esta publicação, marcando os dez anos do

UNDCP no Brasil ,,,,, quer mostrar que é possível

um controle integrado das drogas. Isso depen-

de de cada um de nós, de nosso compromisso

e de nosso esforço.

UNDCP – Brasil

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LE Estima-se que perto de 300 milhões

de pessoas em todo o mundo – 4% da

população global – usam drogas indevi-

damente, sem se considerarem os depen-

dentes de álcool e tabaco.

Pergunta-se: Elas não teriam o direito

de consumir drogas, cabendo, assim, aos

governos e organismos de controle deixá-

las livres para se entregarem aos efeitos

nocivos que sua utilização ilícita traz à

saúde?

O UNDCP entende que não, por

acreditar que os direitos individuais devem

ser compatíveis com a segurança e o bem-

estar de toda a comunidade. Nenhum

indivíduo tem o direito de se comportar de

uma forma que venha a se revelar destrutiva

para os demais e para si mesmo. É

exatamente o caso do uso indevido de

drogas.

O problema não afeta apenas osapenas osapenas osapenas osapenas os

usuáriosusuáriosusuáriosusuáriosusuários, mas também...

... as suas famílias... as suas famílias... as suas famílias... as suas famílias... as suas famílias, diretamente

atingidas ao serem privadas de uma

convivência sadia com filhos, pais e

parentes que embarcam numa viagem às

vezes sem volta;

... os seus empregadores... os seus empregadores... os seus empregadores... os seus empregadores... os seus empregadores, que arcam

com os custos decorrentes do absenteísmo,

da queda de produtividade e da elevação

dos gastos com saúde;

... o conjunto da sociedade... o conjunto da sociedade... o conjunto da sociedade... o conjunto da sociedade... o conjunto da sociedade, para a

qual o uso indevido de drogas constitui

uma permanente ameaça, na cidade e no

campo, nos bairros mais abastados e nas

comunidades mais carentes, na rua e no

ambiente de trabalho.

O tráfico ilegal de substâncias psicoa-

tivas, que movimenta no mundo algo pró-

ximo de US$ 450 bilhões por ano, é con-

trolado em escala internacional por gru-

pos igualmente envolvidos com a venda

ilícita de armas e outras atividades crimi-

nosas, como a lavagem de dinheiro, a cor-

rupção, o contrabando e o terrorismo.

O uso indevido de drogas está por trás

de milhares de casos de homicídios,

assaltos e outros crimes que ocorrem dia-

riamente tanto em países desenvolvidos

como em nações em desenvolvimento,

além de contribuir para o aumento dos

acidentes fatais de trânsito.

Como se não bastasse, o uso indevido

de drogas obriga toda a comunidade a fi-

nanciar, com impostos, os recursos neces-

sários tanto ao controle do tráfico ilícito e

à repressão às organizações criminosas que

o dominam – aí incluídas as despesas com

o aparelho jurídico-policial – como ao tra-

tamento e à recuperação de usuários. Esse

custo representa, apenas para os governos,

um montante estimado em US$ 120

bilhões por ano.

Ademais, a produção de drogas apre-

senta graves conseqüências ambientais.

Na Amazônia, tem provocado a destrui-

ção de florestas nativas para o plantio

de culturas ilícitas. Na América Latina,

onde se produzem 98% da cocaína

consumida mundialmente, os laborató-

rios de refino dessa droga são, em algu-

mas regiões, os principais agentes de

poluição dos rios.

Por isso o UNDCP existePor isso o UNDCP existePor isso o UNDCP existePor isso o UNDCP existePor isso o UNDCP existe. O seu

objetivo não é promover o alarmismo, nem

travar uma guerra surda contra inimigos

imaginários, mas, sim, auxiliar as nações a

enfrentarem um problema real.

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Os primeiros esforços feitos pelos governos

para promover a cooperação no campo das dro-

gas remontam a 1909, quando a preocupação

dominante era estabelecer critérios para contro-

lar a produção, o comércio e o uso de ópio. Essas

discussões resultaram na Convenção Internacio-

nal do Ópio, firmada em Haia em 1912.

Três tratados em vigor, todos ratificados

pelo Brasil, consolidam as normas consagra-

das pelo direito internacional na área do con-

trole de drogas:

Convenção Única de 1961 sobre Entor-Convenção Única de 1961 sobre Entor-Convenção Única de 1961 sobre Entor-Convenção Única de 1961 sobre Entor-Convenção Única de 1961 sobre Entor-

pecentespecentespecentespecentespecentes, modificada pelo Protocolo de 1972,

que enfatizou a importância do tratamento dos

usuários de drogas. Essa convenção classificou

116 drogas com efeitos psicoativos, regulando

a utilização de várias delas para fins médicos e

adotando mecanismos para evitar o uso ilícito.

Os países signatários são obrigados a controlar

a fabricação e o comércio dessas substâncias e

a manter informada, a esse respeito, a Junta

para o Controle Internacional de Drogas , órgão

independente formado por especialistas de re-

nome mundial, criado para acompanhar e sub-

sidiar a ação dos governos no controle de tais

drogas;

Convenção de 1971 sobre Substâncias Psi-Convenção de 1971 sobre Substâncias Psi-Convenção de 1971 sobre Substâncias Psi-Convenção de 1971 sobre Substâncias Psi-Convenção de 1971 sobre Substâncias Psi-

cotrópicascotrópicascotrópicascotrópicascotrópicas, que acrescentou às disposições já

existentes a questão da prevenção primária, ou

seja, destinada a evitar o contato inicial com a

droga. Essa convenção ampliou a lista de drogas

incluídas no tratado anterior – acrescentando o

LSD, a mescalina, as substâncias psicotrópicas e

os estimulantes, como as anfetaminas e os

barbitúricos; fixou, também, novas diretrizes para

a prevenção e o tratamento do uso indevido de

drogas em geral;

Convenção das Nações Unidas contra oConvenção das Nações Unidas contra oConvenção das Nações Unidas contra oConvenção das Nações Unidas contra oConvenção das Nações Unidas contra o

Tráfico Ilícito de Entorpecentes e SubstânciasTráfico Ilícito de Entorpecentes e SubstânciasTráfico Ilícito de Entorpecentes e SubstânciasTráfico Ilícito de Entorpecentes e SubstânciasTráfico Ilícito de Entorpecentes e Substâncias

PsicotrópicasPsicotrópicasPsicotrópicasPsicotrópicasPsicotrópicas, de 1988, que criou novos instru-

mentos de cooperação para reprimir o crescente

tráfico ilícito de drogas. Enfatizando os aspectos

políticos do controle, a Convenção de 1988 deu

especial destaque à redução de demanda com

base na cooperação internacional. A lavagem de

dinheiro e a produção e comercialização de subs-

tâncias usadas para fabricar drogas (os chamados

precursores químicos) passaram a ser encaradas

como atividades diretamente ligadas ao tráfico

ilícito de drogas, cabendo aos países signatários

rever suas legislações nacionais para fazer as adap-

tações pertinentes. Com o objetivo de dar maior

Conferência de Xangai, 1909.

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efetividade à repressão ao tráfico, os governos tor-

naram-se responsáveis pela implementação de uma

série de medidas, como a apreensão dos bens

dos traficantes; a promoção do intercâmbio com

outros países; a integração entre as autoridades

judiciais, policiais e alfandegárias; e a suspensão

do sigilo bancário de narcotraficantes.

No início dos anos 90, no entanto, ficou claro

que seria necessário aprimorar os mecanismos de

cooperação adotados para deter o uso indevido.

O narcotráfico transformara-se em uma po-

derosa indústria multinacional, organizada em ba-

ses empresariais e com uma divisão de trabalho

própria, envolvendo desde agricultores e especia-

listas em comunicações até laboratoristas, enge-

nheiros químicos, contadores, advogados, asses-

sores financeiros e outros profissionais. Transfor-

mara-se ainda, em várias nações, em uma amea-

ça à estabilidade dos governos, pondo em risco

alguns dos objetivos fundamentais da ONU, que

são os de manter a paz e a segurança no mundo,

e apoiar o desenvolvimento sustentável. Ao mes-

mo tempo, crescera em todos os países o núme-

ro de usuários de drogas.

Foi assim que a Assembléia Geral das Nações

Unidas decidiu criar, em 21 de dezembro de

1990, o Programa das Nações Unidas para oPrograma das Nações Unidas para oPrograma das Nações Unidas para oPrograma das Nações Unidas para oPrograma das Nações Unidas para o

Controle Internacional de DrogasControle Internacional de DrogasControle Internacional de DrogasControle Internacional de DrogasControle Internacional de Drogas, cuja sigla,

UNDCPUNDCPUNDCPUNDCPUNDCP, vem do inglês: United Nations

International Drug Control Programme.

Desde então, o UNDCP vem auxiliando na

formulação de políticas nacionais e no fortaleci-

mento institucional das estruturas de controle de

drogas em todo o mundo, assegurando a adesão

dos países às convenções internacionais e pro-

pondo soluções para o problema.

Foi por meio do UNDCP que, em 1998, os

estados-membros da ONU reuniram-se em Nova

Iorque para discutir a questão das drogas e traçar

estratégias globais de controle visando à próxima

década. A Sessão Especial da Assembléia Geral

das Nações Unidas sobre o Problema Mundial

das Drogas, cuja sigla em inglês é UN GASS, mais

do que atrair a atenção da comunidade internacio-

nal para a gravidade do problema, mostrou os

avanços alcançados e apontou caminhos a seguir.

Em junho de 1998, a Sessão

Especial da Assembléia Geral das

Nações Unidas sobre o Problema

Mundial das Drogas (UN GASS),

realizada em Nova Iorque, tratou de

alguns dos temas mais polêmicos so-

bre a questão do controle de dro-

gas. Dela participaram mais de 150

nações, que reafirmaram seu com-

promisso com a superação do pro-

blema por meio da redução do for-

necimento e da demanda.

A participação de representantes

do Brasil na UN GASS ajudou a avaliar

e discutir os avanços alcançados no país e no

mundo nos últimos anos. A reunião foi uma

oportunidade para consolidar a participação

que o país tem tido, na última década, em

projetos e discussões internacionais.

Como resultado da Sessão, foi assinada

uma declaração política com a participação

plena dos estados-membros, organismos

especializados e observadores. Essa declara-

ção reconheceu que a redução da demanda

é indispensável para o controle do problema

e anunciou o compromisso dos países signa-

tários de colaborarem estreitamente com o

CCCCCONTROLEONTROLEONTROLEONTROLEONTROLE DEDEDEDEDE DROGASDROGASDROGASDROGASDROGAS – – – – – PREOCUPAÇÃOPREOCUPAÇÃOPREOCUPAÇÃOPREOCUPAÇÃOPREOCUPAÇÃO MUNDIALMUNDIALMUNDIALMUNDIALMUNDIAL

UNDCP na consecução desses

objetivos. Os países ainda esboça-

ram um plano de ação sobre

cooperação internacional para a

erradicação de cultivos ilícitos e o

desenvolvimento alternativo.

Segundo o documento, as polí-

ticas devem observar resultados de

pesquisas e a experiência adquiri-

da, sendo necessárias avaliações

sistemáticas e periódicas para de-

terminar as tendências emergentes.

Os programas de redução de de-

manda devem abarcar todas as

esferas da prevenção, desde a tarefa de

desestimular o uso primário até a de minorar

as conseqüências sociais negativas do uso

indevido de drogas, buscando a integração

social do toxicômano e alternativas ao

sistema punitivo.

Entretanto, a eficácia das convenções in-

ternacionais depende da atuação dos pró-

prios países. Além disso, para se desenvol-

verem atividades de impacto, deve-se esti-

mular a cooperação internacional, adaptan-

do-se as experiências bem-sucedidas ao

contexto de cada país.

UUUUUMMMMM PROBLEMAPROBLEMAPROBLEMAPROBLEMAPROBLEMA

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DIMENSÕESDIMENSÕESDIMENSÕESDIMENSÕESDIMENSÕES MUITOMUITOMUITOMUITOMUITO

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DROGASDROGASDROGASDROGASDROGAS ÉÉÉÉÉ UMUMUMUMUM

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A partir da discussão de experiências

apresentadas pelas nações participantes da

UN GASS, foi produzida uma declaração

política sobre as iniciativas globais de con-

trole para a próxima década, enfocando os

seguintes temas:

RRRRREDUÇÃOEDUÇÃOEDUÇÃOEDUÇÃOEDUÇÃO DADADADADA DEMANDADEMANDADEMANDADEMANDADEMANDA

Para enfrentar o desafio de diminuir o consu-

mo de drogas, os países participantes adotaram,

de comum acordo, políticas e programas inova-

dores para o controle da demanda.

A crescente preocupação dosz países-mem-

bros da ONU com o problema do uso indevido

de drogas levou à elaboração do primeiro acordo

internacional cujo único objetivo é examinar os

problemas individuais e coletivos das nações: a

Declaração de Princípios de Redução de Deman-

da. Além de um importante passo em direção a

uma estratégia equilibrada de controle, o docu-

mento aborda sistematicamente todos os aspec-

tos do uso indevido de drogas.

Algumas das linhas mestras da Declaração são

as seguintes:

Os esforços de redução de demanda de-

vem ser integrados em programas de bem-

estar social mais amplos, políticas de promoção

da saúde e programas de educação preventiva,

garantindo um ambiente em que escolhas

saudáveis de vida possam tornar-se atraentes e

acessíveis.

Todo empenho deve ser feito no sentido de

veicular mensagens eficientes, que evitem

o sensacionalismo e promovam a confiança do

público-alvo. Em cooperação com a mídia, os paí-

ses devem buscar a conscientização da socieda-

de sobre os riscos do uso de drogas e veicular

mensagens preventivas para conter sua promo-

ção pela cultura popular.

Os programas de redução de demanda têm

que cobrir todas as áreas de prevenção, desde

o desencorajamento do uso inicial até a redução

das conseqüências negativas, sociais e sanitárias,

do uso indevido de drogas.

EEEEESTIMULANTESSTIMULANTESSTIMULANTESSTIMULANTESSTIMULANTES ANFETAMÍNICOSANFETAMÍNICOSANFETAMÍNICOSANFETAMÍNICOSANFETAMÍNICOS

Os estimulantes anfetamínicos são as princi-

pais drogas sintéticas produzidas clandestinamente

hoje. Apesar de relativamente recentes, esses

produtos assumiram um papel preponderante na

cultura do consumo de drogas. Uma onda de abu-

so de estimulantes sintéticos foi relatada nos últi-

mos anos, registrando-se 16% de crescimento

anual das quantidades apreendidas entre 1978 e

1993. Hoje, cerca de 30 milhões de pessoas de

todo o mundo consomem anfetaminas. Esse nú-

mero é maior do que o de usuários de heroína e,

possivelmente, de cocaína.

CCCCCONTROLEONTROLEONTROLEONTROLEONTROLE DEDEDEDEDE PRECURSORESPRECURSORESPRECURSORESPRECURSORESPRECURSORES QUÍMICOSQUÍMICOSQUÍMICOSQUÍMICOSQUÍMICOS

Em anos recentes, o desvio de certas subs-

tâncias químicas usadas para a produção de dro-

gas ilícitas (precursores químicos) tornou-se um

dos mais sérios fenômenos no campo da produ-

ção de drogas ilícitas. Para evitá-lo, os países têm

concordado em monitorar deslocamentos domés-

ticos e internacionais de substâncias químicas que

podem ser usadas para esse fim.

LLLLLAVAGEMAVAGEMAVAGEMAVAGEMAVAGEM DEDEDEDEDE DINHEIRODINHEIRODINHEIRODINHEIRODINHEIRO

A lavagem do dinheiro proveniente do tráfico

de drogas e outros crimes tem se alastrado pelo

mundo. Os países signatários da Convenção das

Nações Unidas contra o Tráfico Ilícito de Entorpe-

centes e Substâncias Psicotrópicas, de 1988, reafir-

maram, durante o encontro, o seu comprometi-

mento com as cláusulas relativas aos procedimen-

tos contra esse crime, destacando princípios que

nortearão as medidas de controle da lavagem de

dinheiro.

EEEEELIMINAÇÃOLIMINAÇÃOLIMINAÇÃOLIMINAÇÃOLIMINAÇÃO DEDEDEDEDE PLANTAÇÕESPLANTAÇÕESPLANTAÇÕESPLANTAÇÕESPLANTAÇÕES ILÍCITASILÍCITASILÍCITASILÍCITASILÍCITAS

Resultados significativos foram alcançados na

última década, em virtude da elaboração de

metodologias centradas na eliminação de planta-

ções ilegais, por meio de atividades alternativas

para geração de renda. No entanto, o problema

do cultivo ilegal continua em níveis alarmantes.

Um plano de ação global visando à erradicação

das culturas de papoula, de maconha e de arbus-

to de coca nos próximos dez anos foi proposto

pelo UNDCP. Abordagens inovadoras para pro-

gramas de desenvolvimento alternativo foram ela-

boradas, destacando a importância de sua adap-

tação às condições culturais, econômicas, sociais

e legais específicas de cada região.

CCCCCOOPERAÇÃOOOPERAÇÃOOOPERAÇÃOOOPERAÇÃOOOPERAÇÃO JUDICIALJUDICIALJUDICIALJUDICIALJUDICIAL

O fortalecimento da estrutura legal, contri-

buindo com a aplicação da legislação de drogas

e crimes correlatos, é essencial para o sucesso

da luta mundial contra o problema. Os repre-

sentantes dos países participantes da reunião em

Nova Iorque buscaram formas de aperfeiçoar a

cooperação judicial por meio de troca de expe-

riências e da discussão de tratados de extradi-

ção e de técnicas de combate ao tráfico inter-

nacional.

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Nações Unidas.Nações Unidas.Nações Unidas.Nações Unidas.Nações Unidas.

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Bridgetown – Barbados

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La Paz – Bolívia

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Brasília – Brasil

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Bogotá – Colômbia

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Beirute – Líbano

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México – México

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NOVA IORQUENOVA IORQUENOVA IORQUENOVA IORQUENOVA IORQUE

Nova Iorque – EUA

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NACIONALNACIONALNACIONALNACIONALNACIONAL

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Lagos – Nigéria

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Lima – PeruESCRITÓRIO REGIONALESCRITÓRIO REGIONALESCRITÓRIO REGIONALESCRITÓRIO REGIONALESCRITÓRIO REGIONAL

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Dacar – Senegal

A sede do UNDCP está situada emA sede do UNDCP está situada emA sede do UNDCP está situada emA sede do UNDCP está situada emA sede do UNDCP está situada emViena, Áustria. Conta, hoje, com 24 es-Viena, Áustria. Conta, hoje, com 24 es-Viena, Áustria. Conta, hoje, com 24 es-Viena, Áustria. Conta, hoje, com 24 es-Viena, Áustria. Conta, hoje, com 24 es-critórios espalhados pelo mundo.critórios espalhados pelo mundo.critórios espalhados pelo mundo.critórios espalhados pelo mundo.critórios espalhados pelo mundo.

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UNDCP - ODCCPUNDCP - ODCCPUNDCP - ODCCPUNDCP - ODCCPUNDCP - ODCCP

Viena – Áustria

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Islamabad – Paquistão

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Bruxelas – Bélgica

ESCRITÓRIO REGIONALESCRITÓRIO REGIONALESCRITÓRIO REGIONALESCRITÓRIO REGIONALESCRITÓRIO REGIONAL

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Cairo – Egito

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Nova Delhi – Índia

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Nairóbi – Quênia

ESCRITÓRIO REGIONALESCRITÓRIO REGIONALESCRITÓRIO REGIONALESCRITÓRIO REGIONALESCRITÓRIO REGIONAL

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DO LAOSDO LAOSDO LAOSDO LAOSDO LAOS

Vientiane – República Demo-

crática do Laos

ESCRITÓRIO DE LIGAÇÃOESCRITÓRIO DE LIGAÇÃOESCRITÓRIO DE LIGAÇÃOESCRITÓRIO DE LIGAÇÃOESCRITÓRIO DE LIGAÇÃO

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Riga – Letônia

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Yangon – União de

Mianmar

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Islamabad – Paquistão

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Pretória – África do Sul

CENTRO REGIONALCENTRO REGIONALCENTRO REGIONALCENTRO REGIONALCENTRO REGIONAL

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Bangcoc – Tailândi aaaaa

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Tashkent – Uzbequistão

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Irã –Teerã

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Aqueles que trabalham na área de controle

de drogas – seja em instituições públicas, em

ONGs, em organizações privadas ou em organis-

mos internacionais – são unânimes em procla-

mar a importância dos meios de comunicação

como força fundamental em qualquer ação desti-

nada a reduzir ou evitar o consumo indevido de

substâncias psicoativas. Igual consenso se perce-

be entre profissionais e proprietários de empresas

de comunicação quanto ao reconhecimento do

caráter educativo da atividade à qual se dedicam,

papel que, no caso brasileiro, é inclusive objeto

de disposições constitucionais e legais explícitas.

Mesmo assim, um exame mais cuidadoso do

assunto leva à inevitável conclusão de que as dro-

gas são ainda uma pauta a ser descoberta pela

mídia. Não que o tema não apareça com

freqüência em jornais e revistas, na programação

de rádio e TV, em filmes e outros produtos do

diversificado segmento de produção de bens cul-

turais. Mas parece inevitável constatar que há muito

a fazer nesse terreno em benefício da sociedade.

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Pesquisa desenvolvida por uma organização

não governamental, a Agência de Notícias dos

Direitos da Infância (ANDI), a respeito do mate-

rial veiculado sobre a infância e a adolescência

por 52 jornais diários e nove revistas do país, ofe-

rece uma idéia razoavelmente ampla de como a

questão das drogas tem aparecido na mídia.

O levantamento, iniciado em abril de 1996,

mostra que poucas foram as vezes em que o as-

sunto figurou entre os dez temas mais abordados

pelos veículos analisados. O maior número de

matérias se verificou no primeiro semestre de 1998,

quando as drogas apareceram em quinto lugar na

lista das questões tratadas com maior freqüência.

Não é só um problema de quantidade. Con-

forme concluem os responsáveis pelo estudo,

embora seja possível notar melhoras na qualidade

da abordagem do assunto, a estigmatização do uso

de drogas, a ênfase no lado espetacular da questão

e o sentimentalismo exacerbado ainda marcam

boa parte das matérias, em detrimento da infor-

mação equilibrada e amparada tecnicamente.

Outra pesquisa da ANDI, feita apenas com

revistas e suplementos de jornais voltados para o

público adolescente, sugere que a situação pode

estar mudando para melhor. No período de maio

a outubro de 1998, as inserções sobre o tema

“drogas” aumentaram 121% em relação aos seis

meses anteriores. As matérias a respeito do as-

sunto, no entanto, representaram 1,7% do total.

Por quê? Para os técnicos da ANDI, a resposta é

uma só: a maioria dos editores da mídia jovem

considera o tema espinhoso demais.

LLLLLINGUAGEMINGUAGEMINGUAGEMINGUAGEMINGUAGEM

De fato, as ações de prevenção ao uso

indevido de drogas sempre enfrentaram um pro-

blema central – como encontrar a maneira certa

de se dirigir ao público-alvo. Primeiro, porque esse

público é bastante diversificado no que diz res-

peito a perfil educacional, grau de conhecimen-

to das drogas, padrão socioeconômico, convic-

ções religiosas, etc. Segundo, porque também é

variado e contraditório o fluxo de informações

disponíveis. De um lado, a propaganda comer-

cial de cigarros e bebidas ou incontáveis sites na

Internet convidam abertamente as pessoas para

o uso de drogas, lícitas ou não. De outro, os dis-

cursos preventivos em circulação podem assumir

desde um tom de convocação para o debate fran-

co e democrático até o caráter impositivo que se

verifica em certas mensagens de fundo moralista

ou terrorista, comprovadamente ineficazes.

Há, sem dúvida, muitas possibilidades para

tratar o tema de maneira interessante e educativa,

desde que os técnicos e instituições da área de

drogas saibam trabalhar em conjunto com a mídia.

A orientação sobre os riscos das anfetaminas,

usadas em larga escala no Brasil por meninas que

tentam moderar o apetite para se conformar ao

padrão de beleza da moda; a divulgação de ex-

periências de prevenção bem-sucedidas; o ino-

vador trabalho comunitário desenvolvido por inú-

meras ONGs ou escolas; ou mesmo o treinamen-

to de profissionais de comunicação e a oferta de

informações que lhes permitam ampliar e

sofisticar a cobertura do assunto são apenas algu-

mas dessas possibilidades. O fato é que, provo-

cados por uma boa pauta, os meios de comuni-

cação tendem a responder positivamente aos ape-

los por um mundo sem drogas.

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EReduzir a demanda é parte fundamental de qualquer programa de controle do uso

indevido de drogas. A experiência nessa área está longe de apresentar caminhos

infalíveis que possam servir de base para ações preventivas, mas permite alinhar algumas

observaçõesobservaçõesobservaçõesobservaçõesobservações que devem ser levadas em conta por todos aqueles que se entregam à

desafiadora missão de desestimular o consumo indevido de substâncias psicoativas.

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Programas abertos à discus-

são livre e descontraída dos

assuntos que interessam às pes-

soas às quais se dirigem e que

substituam palestras e aulas

expositivas por instrumentos

pedagógicos mais dinâmicos (jo-

gos, teatro, concursos de re-

dação, produção de vídeos e

cartazes, etc.) tendem a atrair

mais facilmente a participação

dos jovens.

A avaliação permanente das

ações desenvolvidas, desde

a fase de planejamento até o fi-

nal de sua implementação e o es-

tudo do seu impacto, é tarefa im-

portante de qualquer programa.

As organizações criativas, ou

seja, grupos autônomos e

orientados a objetivos comuns,

são, nesse sentido, uma forma

de ocupar o tempo e levar os

jovens a esforçar-se, produzir,

sentir-se úteis e satisfeitos. É o

caso de grêmios e clubes, que

podem oferecer desde ativi-

dades esportivas até oficinas de

pintura, dança e outras formas

de expressão artística, sem pre-

conceito de estilo ou tendência.

Evitar o início do uso deve

ser o objetivo prioritário de

qualquer ação preventiva. Está

demonstrado que, quanto mais

cedo o ser humano experimen-

ta drogas, mais probabilidade

tem de tornar-se um usuário pe-

sado ou freqüente.

Os usuários de drogas não

podem ser negligenciados.

Devem ser estimulados a inter-

romper o uso e, quando for o

caso, fazer tratamento específi-

co para a dependência, com vis-

tas a sua reinserção social.

Ajudar os jovens a desenvol-

verem a auto-estima, esti-

mulando-os, assim, a assumirem

plenamente a responsabilidade

por sua saúde, é a missão essen-

cial do trabalho de prevenção.

Transmitir idéias exageradas

sobre o perigo das drogas,

além de não contribuir para a di-

minuição do consumo, põe em

risco a credibilidade das ações

preventivas.

Embora campanhas de mas-

sa tenham o mérito de abrir

espaço para futuras intervenções

(na escola, na família ou na co-

munidade), as ações de preven-

ção mais bem-sucedidas são em

geral localizadas e direciona-

das a um público específico.

A prevenção ao uso inde-

vido de drogas tem maior

êxito quando é parte de políti-

cas mais amplas, voltadas para a

valorização e a plena incorpora-

ção da população jovem à socie-

dade.

O desenvolvimento social e

afetivo é outro fator impor-

tante para o fortalecimento do

sentido de limites dos jovens,

pois ajuda no estabelecimento

de objetivos de vida e responsa-

bilidades.

Impulsionar o desenvolvi-

mento organizacional e ocu-

pacional dos jovens, assim como

sua vinculação a questões comu-

nitárias, amplia o sentimento de

“pertencer” a um grupo social.

É preciso estimular a parti-

cipação comunitária em pro-

gramas de prevenção e apoiar a

criação de centros de informa-

ção e orientação sobre questões

de cidadania.

Resumindo: é importante,

para o equilíbrio dos jovens,

o desenvolvimento de sua auto-

estima, responsabilidade e fun-

cionalidade, estimulando a con-

vivência em grupo, a disciplina

e o esforço visando ao sucesso

coletivo, mais do que meramen-

te à satisfação pessoal.

Page 12: Brasil 10 anos - unodc.org · assaltos e outros crimes que ocorrem dia-riamente tanto em países desenvolvidos como em nações em desenvolvimento, além de contribuir para o aumento

Discriminação e drogas an-

dam juntas no universo femini-

no, dificultando uma discussão

aberta sobre o tema. Julgamen-

tos morais, políticos e econômi-

cos tornam as conseqüências ain-

da mais estigmatizantes entre as

usuárias de drogas: pelo fato de

serem usuárias e por serem

mulheres.

As dúvidas e a pressão da

sociedade de consumo em de-

trimento dos laços familiares e

das satisfações pessoal e profis-

sional também pesam sobre as

mulheres. Na luta pela igualda-

de com os homens, elas entra-

ram no mesmo universo de

competitividade, fazendo com

que também fossem atingidas

pelos fatores estressantes da vida

moderna, acrescentando-se a

isso a dupla jornada de trabalho

para cuidar dos filhos.

Não é por acaso que há, en-

tre as brasileiras, um elevado

uso de tranqüilizantes. Dos 35

milhões de pílulas calmantes

comercializadas em 1994 no

Brasil, 75% foram consumidos

por mulheres, principalmente na

faixa entre 30 e 40 anos. O cul-

to ao corpo, que elegeu a ma-

greza como conceito de beleza,

também faz com que elas abu-

sem de moderadores de apeti-

te. Os anorexígenos, as anfeta-

minas e outras substâncias esti-

mulantes do sistema nervoso

central são utilizados como dro-

gas milagrosas para o emagreci-

mento rápido. Esses medicamen-

tos podem provocar dependên-

cia e efeitos colaterais graves

sobre o organismo.

A dependência começa

cedo. O levantamento sobre o

uso não-médico de drogas psi-

cotrópicas por estudantes em

dez capitais brasileiras, realiza-

do pelo Centro Brasileiro de In-

formações sobre Drogas Psico-

trópicas (Cebrid), da Universida-

de Federal de São Paulo, em

1997, apontou os ansiolíticos em

terceiro lugar na preferência ge-

ral, sendo o uso mais intenso

entre meninas do que entre

meninos. As jovens muitas ve-

zes têm na bolsa da mãe e no

armário de casa uma fonte aces-

sível de comprimidos.

Os especialistas começaram

a notar também um aumento da

procura pelos programas de de-

pendentes químicos por mulhe-

res alcoolistas. Até pouco tem-

po, elas sequer buscavam trata-

mento, por medo ou vergonha

de se expor. Nas delegacias de

polícia, a relação com o álcool

aparece ainda de forma indireta,

quando as mulheres são espan-

cadas ou abusadas sexualmente

pelos maridos ou namorados

alcoolizados.

Entre as profissionais do sexo,

o uso de drogas frenqüente-

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Page 13: Brasil 10 anos - unodc.org · assaltos e outros crimes que ocorrem dia-riamente tanto em países desenvolvidos como em nações em desenvolvimento, além de contribuir para o aumento

mente é mascarado como fonte

de prazer e satisfação. Muitas ve-

zes acontece a troca do ato se-

xual pela droga. Em alguns casos,

o cliente é usuário e fornece.

O ciclo de violência perpe-

tua a marginalização desse seg-

mento da população, tornando-

o mais suscetível à Síndrome da

Imunodeficiência Adquirida

(Aids) e a outras doenças sexual-

mente transmissíveis.

O número de mulheres com

Aids é crescente: a média

atualmente é de três homens

para cada mulher, chegando a

um por um entre 15 e 24 anos.

Em 1986, a relação era de 16

casos masculinos para um femi-

nino. Segundo o Ministério da

Saúde, até novembro de 1998,

38,2% dos casos de Aids entre

mulheres estavam associados ao

uso de drogas injetáveis.

Nem sempre os parceiros

obrigam as mulheres ao uso de

drogas. Mas é comum elas ade-

rirem para se sentirem mais pró-

ximas de seus companheiros ou

incluídas em seus mundos. Ou-

tras usam os entorpecentes em

ambientes exclusivamente femi-

ninos, para garantir a inclusão em

um “universo de mulheres”.

O preconceito cultural mui-

tas vezes as impede de pedir aju-

da. A figura da mulher sob o efei-

to de drogas foge dos padrões

ideais a que costuma estar asso-

ciada, como mãe e esposa. As

usuárias de drogas enfrentam ain-

da outros problemas. Têm medo

de serem denunciadas e perde-

rem a guarda dos filhos.

Dados do IBGE indicam que,

desde a década de 80, vem

crescendo o número de domicí-

lios chefiados por mulheres. Em

1985, a proporção era de

18,2%; dez anos depois, passou

para 22,9%. Sendo a cabeça de

boa parte dos lares no

Brasil, as mulheres são respon-

sáveis pelo sustento das crian-

ças. Tal fato faz com que as

mulheres tenham menos tem-

po para buscar atendimento de

saúde. Essa é uma das razões

pelas quais a adesão ao tratamen-

to torna-se mais difícil.

A constatação dessa realida-

de levou o Subgrupo sobre Mu-

lheres do Fórum Nacional Anti-

drogas, organizado em novem-

bro de 1998 pela Secretaria Na-

cional Antidrogas em Brasília, a

concluir pela necessidade de se

elaborarem programas de pre-

venção e tratamento específi-

cos para o público feminino. “As

mulheres diferem dos homens

na motivação, padrão, fatores

de risco e razões para iniciar o

uso de drogas e nas experiên-

cias psicológicas e sociais rela-

cionadas às substâncias psicoa-

tivas”, diz o relatório do

Subgrupo.

10 ANOS DE COMPROMISSO1 51 51 51 51 5 UN

DC

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UN

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10 ANOS DE COMPROMISSO 1 61 61 61 61 6UN

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SIL

RA

SIL

O apoio do UNDCP pode

acontecer por meio de suporte

técnico a um programa nacional

ou a projetos específicos.

Quando o problema a ser

enfocado por meio da coopera-

ção técnica envolve diferentes

setores da sociedade e áreas

temáticas, quando cobre regiões

geográficas extensas ou quando

mobiliza instituições de nature-

zas diversas, é necessário um

enfoque de programa para

equacionar soluções.

Se a cooperação tem um es-

copo temático de menor abran-

gência, com atividades definidas

em função de objetivos especí-

ficos e público-alvo delimitado,

então a intervenção mais apro-

priada é a de projeto.

Uma forma alternativa de co-

operação é a concessão de sub-

venções a propostas de organi-

zações não governamentais para

o desenvolvimento de atividades

FFFFFORMASORMASORMASORMASORMAS DEDEDEDEDE COOPERAÇÃOCOOPERAÇÃOCOOPERAÇÃOCOOPERAÇÃOCOOPERAÇÃO

PPPPPRINCÍPIOSRINCÍPIOSRINCÍPIOSRINCÍPIOSRINCÍPIOS DEDEDEDEDE COOPERAÇÃOCOOPERAÇÃOCOOPERAÇÃOCOOPERAÇÃOCOOPERAÇÃO

A cooperação prestada pelo UNDCP

visa a identificar, em conjunto com as es-

feras governamentais, carências na área de

controle de entorpecentes, a partir das

quais são desenhados e implementados

projetos nas áreas de prevenção e trata-

mento do uso indevido de drogas, assim

como na área de controle da produção e

do tráfico ilícito de drogas. Paralelamente,

o UNDCP ajuda a monitorar e avaliar os

resultados dos projetos implementados.

IIII I NV

ES

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10 ANOS DE COMPROMISSO 1 61 61 61 61 6UN

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SIL

RA

SIL

Uma das contribuições do UNDCP, en-

quanto agência especializada das Nações

Unidas, é otimizar a cooperação, apoian-

do o desenvolvimento e oferecendo a seus

parceiros serviços estratégicos. Nesse sen-

tido, o UNDCP dá suporte à mobilização

de recursos adicionais para a elaboração

de novos projetos e aplica a experiência

acumulada em outros países para garantir

que a assessoria prestada seja bem funda-

mentada. Outra preocupação tem sido as-

segurar o acompanhamento técnico e fi-

nanceiro dos projetos.

O UNDCP está empenhado em cooperar para que o governo brasileiro e

a sociedade civil estabeleçam políticas e ações de controle de drogas,

sendo sua estratégia fundamental:

específicas, de abrangência lo-

cal e por um curto período de

tempo.

CCCCCICLOICLOICLOICLOICLO DEDEDEDEDE PROJETOPROJETOPROJETOPROJETOPROJETO

Desde a apresentação de

uma idéia, para suprir uma de-

manda específica em termos de

controle de drogas, um projeto

passa por várias etapas: formula-

ção, aprovação, implementação,

monitoramento e avaliação. Esse

processo tem início com a iden-

tificação de parcerias entre o

UNDCP e outras organizações.

Para ser aprovado, um proje-

to depende da definição da pro-

posta, que deve ser detalhada,

consistente e bem delimitada. A

definição dos objetivos, do pú-

blico-alvo, do escopo do proje-

to e de seu orçamento é feita

por meio de reuniões técnicas

com a equipe do UNDCP.

Depois de aprovado, o proje-

to começa a ser implementado,

isto é, iniciam-se as atividades

previstas no documento de pro-

jeto. O UNDCP apóia diretamen-

te a implementação: por meio de

assistência operacional, consul-

torias, orientação a investimen-

tos e desenvolvimento de estra-

tégias. Nessa etapa, o UNDCP

pode oferecer uma série de ou-

tros serviços: apoio técnico e

logístico, coordenação auxiliar,

articulação com o Sistema das

Nações Unidas, desenvolvimen-

to de capacidades (fortalecimen-

to institucional, construção de

capacidade tecnológica e coope-

ração técnica com outros países)

e estudos de viabilidade (proje-

tos-piloto e pesquisa).

Reuniões conjuntas de moni-

toramento são uma constante na

cooperação com o UNDCP, seja

no caso de projetos desenvolvi-

dos pelo governo, pela iniciativa

privada ou por organizações não

governamentais.

Apoiar os esforços nacionais de controle de drogas, facilitando suas ações;

Atuar como coordenador na assistência multilateral para o controle de drogas; e

Estimular e viabilizar atividades inovadoras na área de controle de drogas.

111112222233333

Page 15: Brasil 10 anos - unodc.org · assaltos e outros crimes que ocorrem dia-riamente tanto em países desenvolvidos como em nações em desenvolvimento, além de contribuir para o aumento

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SSSSSUBPROGRAMAUBPROGRAMAUBPROGRAMAUBPROGRAMAUBPROGRAMA DODODODODO UNDCP UNDCP UNDCP UNDCP UNDCP DEDEDEDEDE

RRRRREPRESSÃOEPRESSÃOEPRESSÃOEPRESSÃOEPRESSÃO ÀSÀSÀSÀSÀS D D D D D ROGASROGASROGASROGASROGAS

Já em outra linha de atua-

ção, o Governo brasileiro e o

UNDCP estão realizando um

programa de cinco anos para tor-

nar mais eficiente o sistema de

controle de drogas no país. Ao

todo, são cinco projetos assina-

dos em 1998 que visam à mo-

dernização das estruturas brasi-

leiras de controle. Esses proje-

tos têm como objetivo desde o

fortalecimento institucional da

Academia Nacional de Polícia e

o treinamento de profissionais da

área de segurança do cidadão

até a criação de um sistema in-

tegrado de informações sobre

justiça e segurança pública.

PPPPPROJETOSROJETOSROJETOSROJETOSROJETOS

• C• C• C• C• C OORDENAÇÃOOORDENAÇÃOOORDENAÇÃOOORDENAÇÃOOORDENAÇÃO DASDASDASDASDAS

EEEEESTRUTURASSTRUTURASSTRUTURASSTRUTURASSTRUTURAS B B B B B RASILEIRASRASILEIRASRASILEIRASRASILEIRASRASILEIRAS DEDEDEDEDE

RRRRREPRESSÃOEPRESSÃOEPRESSÃOEPRESSÃOEPRESSÃO

• F• F• F• F• F ORTALECIMENTOORTALECIMENTOORTALECIMENTOORTALECIMENTOORTALECIMENTO DODODODODO

CCCCCONTROLEONTROLEONTROLEONTROLEONTROLE DEDEDEDEDE P P P P P RECURSORESRECURSORESRECURSORESRECURSORESRECURSORES

QQQQQUÍMICOSUÍMICOSUÍMICOSUÍMICOSUÍMICOS

• • • • • FFFFFORTALECIMENTOORTALECIMENTOORTALECIMENTOORTALECIMENTOORTALECIMENTO I I I I I NSTITUCIONALNSTITUCIONALNSTITUCIONALNSTITUCIONALNSTITUCIONAL

DADADADADA A A A A A CADEMIACADEMIACADEMIACADEMIACADEMIA N N N N N ACIONALACIONALACIONALACIONALACIONAL DEDEDEDEDE

PPPPPOLÍCIAOLÍCIAOLÍCIAOLÍCIAOLÍCIA

• T• T• T• T• T REINAMENTOREINAMENTOREINAMENTOREINAMENTOREINAMENTO PARAPARAPARAPARAPARA

PPPPPROFISSIONAISROFISSIONAISROFISSIONAISROFISSIONAISROFISSIONAIS DADADADADA Á Á Á Á Á REAREAREAREAREA DEDEDEDEDE

SSSSSEGURANÇAEGURANÇAEGURANÇAEGURANÇAEGURANÇA DODODODODO C C C C C IDADÃOIDADÃOIDADÃOIDADÃOIDADÃO

• S• S• S• S• S ISTEMAISTEMAISTEMAISTEMAISTEMA I I I I I NTEGRADONTEGRADONTEGRADONTEGRADONTEGRADO N N N N N ACIONALACIONALACIONALACIONALACIONAL

DEDEDEDEDE I I I I I NFORMAÇÕESNFORMAÇÕESNFORMAÇÕESNFORMAÇÕESNFORMAÇÕES DEDEDEDEDE J J J J J USTIÇAUSTIÇAUSTIÇAUSTIÇAUSTIÇA EEEEE

SSSSSEGURANÇAEGURANÇAEGURANÇAEGURANÇAEGURANÇA P P P P P ÚBLICAÚBLICAÚBLICAÚBLICAÚBLICA – – – – –IIIII NFOSEGNFOSEGNFOSEGNFOSEGNFOSEGGINAGINAGINAGINAGINA ... ... ... ... ...

PPPPPROJETOROJETOROJETOROJETOROJETO DEDEDEDEDE P P P P P REVENÇÃOREVENÇÃOREVENÇÃOREVENÇÃOREVENÇÃO AOAOAOAOAO

UUUUUSOSOSOSOSO I I I I I NDEVIDONDEVIDONDEVIDONDEVIDONDEVIDO DEDEDEDEDE D D D D D ROGASROGASROGASROGASROGAS ENTREENTREENTREENTREENTRE

CCCCCRIANÇASRIANÇASRIANÇASRIANÇASRIANÇAS EEEEE A A A A A DOLESCENTESDOLESCENTESDOLESCENTESDOLESCENTESDOLESCENTES EMEMEMEMEM

SSSSSITUAÇÃOITUAÇÃOITUAÇÃOITUAÇÃOITUAÇÃO DEDEDEDEDE R R R R R UAUAUAUAUA

O UNDCP é parceiro da

Coordenação de Saúde Mental

do Ministério da Saúde num

projeto que busca maneiras de

interpretar e trabalhar o proble-

ma das drogas e a situação de

rua.

PPPPPROJETOROJETOROJETOROJETOROJETO DEDEDEDEDE P P P P P REVENÇÃOREVENÇÃOREVENÇÃOREVENÇÃOREVENÇÃO ÀSÀSÀSÀSÀS

DST/HIV/ADST/HIV/ADST/HIV/ADST/HIV/ADST/HIV/A IDSIDSIDSIDSIDS EEEEE AOAOAOAOAO U U U U U SOSOSOSOSO

IIIII NDEVIDONDEVIDONDEVIDONDEVIDONDEVIDO DEDEDEDEDE D D D D D ROGASROGASROGASROGASROGAS

Também com o Ministério da

Saúde, mais especificamente

em parceria com a Coordenação

Nacional de Doenças Sexual-

mente Transmissíveis e Aids, o

UNDCP coopera num programa

de prevenção ao uso indevido

de drogas e à transmissão da Aids

e de outras doenças.

mais informações sobre

o projeto, veja página...

PPPPPROJETOROJETOROJETOROJETOROJETO DEDEDEDEDE P P P P P REVENÇÃOREVENÇÃOREVENÇÃOREVENÇÃOREVENÇÃO AOAOAOAOAO

UUUUUSOSOSOSOSO DEDEDEDEDE D D D D D ROGASROGASROGASROGASROGAS NONONONONO T T T T T RABALHORABALHORABALHORABALHORABALHO

EEEEE NANANANANA F F F F F AMÍLIAAMÍLIAAMÍLIAAMÍLIAAMÍLIA

Outro exemplo de parceria

foi a implementação, no Rio

Grande do Sul, de um projeto

de prevenção que alcançou

mais de 48 mil trabalhadores da

indústria gaúcha. O modelo de-

senvolvido está sendo imple-

mentado no Mercosul e em

outros estados do Brasil.

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MARCANTEMARCANTEMARCANTEMARCANTEMARCANTE DODODODODO TRABALHOTRABALHOTRABALHOTRABALHOTRABALHO

DODODODODO UNDCP UNDCP UNDCP UNDCP UNDCP TEMTEMTEMTEMTEM SIDOSIDOSIDOSIDOSIDO

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CURTACURTACURTACURTACURTA DURAÇÃODURAÇÃODURAÇÃODURAÇÃODURAÇÃO,,,,,COMCOMCOMCOMCOM UMUMUMUMUMAAAAA PARCELAPARCELAPARCELAPARCELAPARCELA

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RECURSOSRECURSOSRECURSOSRECURSOSRECURSOS PARAPARAPARAPARAPARA AAAAA

REALIZAÇÃOREALIZAÇÃOREALIZAÇÃOREALIZAÇÃOREALIZAÇÃO DEDEDEDEDE

ATIVIDADESATIVIDADESATIVIDADESATIVIDADESATIVIDADES PONTUAISPONTUAISPONTUAISPONTUAISPONTUAIS,,,,,ESPECIALMENTEESPECIALMENTEESPECIALMENTEESPECIALMENTEESPECIALMENTE NASNASNASNASNAS

ÁREASÁREASÁREASÁREASÁREAS DEDEDEDEDE PREVENÇÃOPREVENÇÃOPREVENÇÃOPREVENÇÃOPREVENÇÃO EEEEE

TRATAMENTOTRATAMENTOTRATAMENTOTRATAMENTOTRATAMENTO.....EEEEENTRENTRENTRENTRENTRE ASASASASAS VÁRIASVÁRIASVÁRIASVÁRIASVÁRIAS

ENTIDADESENTIDADESENTIDADESENTIDADESENTIDADES QUEQUEQUEQUEQUE

RECEBERAMRECEBERAMRECEBERAMRECEBERAMRECEBERAM SUBVENÇÕESSUBVENÇÕESSUBVENÇÕESSUBVENÇÕESSUBVENÇÕES

DODODODODO UNDCP UNDCP UNDCP UNDCP UNDCP DURANTEDURANTEDURANTEDURANTEDURANTE

AAAAA PRIMEIRAPRIMEIRAPRIMEIRAPRIMEIRAPRIMEIRA DÉCADADÉCADADÉCADADÉCADADÉCADA DEDEDEDEDE

COOPERAÇÃOCOOPERAÇÃOCOOPERAÇÃOCOOPERAÇÃOCOOPERAÇÃO COMCOMCOMCOMCOM OOOOO

BBBBBRASILRASILRASILRASILRASIL, , , , , DESTACAMDESTACAMDESTACAMDESTACAMDESTACAM----- SESESESESE:::::

SSSSSERVIÇOERVIÇOERVIÇOERVIÇOERVIÇO A A A A A SSISTENCIALSSISTENCIALSSISTENCIALSSISTENCIALSSISTENCIAL

SSSSSALÃOALÃOALÃOALÃOALÃO DODODODODO E E E E E NCONTRONCONTRONCONTRONCONTRONCONTRO

(B(B(B(B(B ETIMETIMETIMETIMETIM – MG), – MG), – MG), – MG), – MG),

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JJJJJANEIROANEIROANEIROANEIROANEIRO – RJ), – RJ), – RJ), – RJ), – RJ),AAAAASSOCIAÇÃOSSOCIAÇÃOSSOCIAÇÃOSSOCIAÇÃOSSOCIAÇÃO B B B B B RASILEIRARASILEIRARASILEIRARASILEIRARASILEIRA

DEDEDEDEDE P P P P P ARCEIROSARCEIROSARCEIROSARCEIROSARCEIROS DASDASDASDASDAS

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EEEEESCOTEIROSSCOTEIROSSCOTEIROSSCOTEIROSSCOTEIROS DODODODODO L L L L L AGOAGOAGOAGOAGO

NNNNNORTEORTEORTEORTEORTE (B (B (B (B (B RASÍLIARASÍLIARASÍLIARASÍLIARASÍLIA – DF), – DF), – DF), – DF), – DF),DDDDDESAFIOESAFIOESAFIOESAFIOESAFIO J J J J J OVEMOVEMOVEMOVEMOVEM P P P P P ENIELENIELENIELENIELENIEL

(P(P(P(P(P ORTOORTOORTOORTOORTO V V V V V ELHOELHOELHOELHOELHO – RO), – RO), – RO), – RO), – RO),

AAAAASSOCIAÇÃOSSOCIAÇÃOSSOCIAÇÃOSSOCIAÇÃOSSOCIAÇÃO C C C C C ASAASAASAASAASA

FFFFFAMÍLIAAMÍLIAAMÍLIAAMÍLIAAMÍLIA R R R R R OSETTAOSETTAOSETTAOSETTAOSETTA (P (P (P (P (P ORTOORTOORTOORTOORTO

VVVVVELHOELHOELHOELHOELHO – RO) – RO) – RO) – RO) – RO) EEEEE P P P P P ROJETOROJETOROJETOROJETOROJETO

TTTTTURMAURMAURMAURMAURMA DADADADADA P P P P P AZAZAZAZAZ

(A(A(A(A(A RACAJURACAJURACAJURACAJURACAJU – SE). – SE). – SE). – SE). – SE).

Atualmente, o escritório do UNDCP no Brasil é parceiro em sete projetos em dife-

rentes áreas de atuação. Entre os parceiros do Programa no país estão o próprio Gover-

no, seus ministérios e agências, a iniciativa privada e organizações não governamentais.

Informações sobre o projeto na pág. 21Informações sobre o projeto na pág. 21Informações sobre o projeto na pág. 21Informações sobre o projeto na pág. 21Informações sobre o projeto na pág. 21

Informações sobre o projeto na pág. 22Informações sobre o projeto na pág. 22Informações sobre o projeto na pág. 22Informações sobre o projeto na pág. 22Informações sobre o projeto na pág. 22

Informações sobre o projeto na pág. 26Informações sobre o projeto na pág. 26Informações sobre o projeto na pág. 26Informações sobre o projeto na pág. 26Informações sobre o projeto na pág. 26 Informações sobre o programa na pág. 32Informações sobre o programa na pág. 32Informações sobre o programa na pág. 32Informações sobre o programa na pág. 32Informações sobre o programa na pág. 32

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O UNDCP temO UNDCP temO UNDCP temO UNDCP temO UNDCP tem

desenvolvidodesenvolvidodesenvolvidodesenvolvidodesenvolvido

projetos comprojetos comprojetos comprojetos comprojetos com

resultadosresultadosresultadosresultadosresultados

expressivosexpressivosexpressivosexpressivosexpressivos

nestes 10 anosnestes 10 anosnestes 10 anosnestes 10 anosnestes 10 anos

de Brasil.de Brasil.de Brasil.de Brasil.de Brasil.

Entre osEntre osEntre osEntre osEntre os

parceirosparceirosparceirosparceirosparceiros

do Programado Programado Programado Programado Programa

estão o próprioestão o próprioestão o próprioestão o próprioestão o próprio

Governo, porGoverno, porGoverno, porGoverno, porGoverno, por

meio de seusmeio de seusmeio de seusmeio de seusmeio de seus

ministériosministériosministériosministériosministérios

e agências,e agências,e agências,e agências,e agências,

a iniciativaa iniciativaa iniciativaa iniciativaa iniciativa

privada eprivada eprivada eprivada eprivada e

organizaçõesorganizaçõesorganizaçõesorganizaçõesorganizações

nãonãonãonãonão

governamentais.governamentais.governamentais.governamentais.governamentais.

Entre 1987 e 1992, cerca de US$8 milhões

foram investidos no Brasil. A cooperação do

UNDCP nas áreas de pesquisa, prevenção e trata-

mento materializou-se por meio do apoio a quatro

projetos: Centro Brasileiro de Informações sobre Dro-

gas Psicotrópicas – Cebrid (elaboração de estudos e

pesquisas, coleta de dados e treinamento), Técnicas

de Intervenção Breve (treinamento para identificação

precoce da dependência de drogas, aplicando um mé-

todo desenvolvido no Canadá), Projeto Esperança (ela-

boração e execução de plano de prevenção para aproxi-

madamente 150 mil soldados do Exército, no Rio de Janeiro) e Serviço de Infor-

mação de Substâncias Psicoativas – Sisp (estabelecimento, em Porto Alegre, de

um serviço de informações, via telefone, sobre substâncias psicoativas lícitas e

ilícitas, dirigido à comunidade profissional, aos dependentes de drogas e à socieda-

de em geral ).

Em 1991, o Projeto de Desenvolvimen-

to Social e Rural por meio da Prevenção do

Abuso de Tráfico de Drogas foi desmem-

brado em três projetos específicos: Apoio à

Divisão de Repressão a Entorpecentes – DRE

(para seguimento ao fortalecimento da ca-

pacidade operacional da DRE), Capacitação

de Instrutores na Implementação de Cursos

de Treinamento sobre Repressão para a

Polícia Brasileira (voltado para a organização

de cursos para a força policial em 23 esta-

dos brasileiros e no Distrito Federal, desta-

cando questões específicas da área de en-

torpecentes), e Cooperação de Pesquisa com Países para Reduzir a Demanda de

Drogas Geradoras de Dependência – apoio ao Programa Nacional de Saúde para o

Controle de Drogas (como continuidade às atividades de pesquisa do Cebrid).

A partir de 1993, atividades para a conscienti-

zação da população em geral sobre o problema das

drogas começaram a ser desenvolvidas. Foi naque-

le ano, no Dia Internacional contra o Abuso de

Drogas – 26 de Junho, que o UNDCP lançou o

Projeto de Conscientização Pública , implementado

por meio de um concurso artístico para crianças e

adultos e da disseminação de cartazes reproduzin-

do as obras vencedoras.

Também em 1993, foi prestada assis-

tência preparatória ao Ministério da Saúde

relativamente ao Projeto de Prevenção ao

Abuso de Drogas com Ênfase na Prevenção

do HIV entre Usuários de Drogas Intra-

venosas no Brasil.

Essa assistência foi o ponto de partida do

projeto em parceria com a Coordenação

Nacional de Doenças Sexualmente Transmis-

síveis – DST e Aids, assinado em 1995. Com

duração de quatro anos e um orçamento

próximo de US$10 mi-

lhões, o Projeto de Pre-

venção ao Abuso de Dro-

gas com Ênfase Especial

na Prevenção do HIV

entre Usuários de

Drogas Intraveno-

sas no Brasil teve

grande alcance.

10 ANOS DE COMPROMISSO 1 81 81 81 81 8UN

DC

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10 ANOS DE COMPROMISSO1 91 91 91 91 9 UN

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SIL

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SIL

Em 1998, as atividades de mo-

bilização social já contavam com a ini-

ciativa do próprio governo do Brasil,

que transformou o 26 de Junho no

Dia Nacional Antidrogas. Uma das

atividades daquele ano foi a elabora-

ção de um mural por crianças de

Goiânia, sob a supervisão do artista

plástico Siron Franco, para tratar do

tema Um Mundo Livre das Drogas: nós

podemos! O mural representou a men-

sagem dos jovens brasileiros durante

a Sessão Especial da Assembléia Ge-

ral da ONU sobre o Problema Mun-

dial das Drogas, em Nova Iorque.

O primeiroO primeiroO primeiroO primeiroO primeiro

projeto deprojeto deprojeto deprojeto deprojeto de

assistênciaassistênciaassistênciaassistênciaassistência

técnica dotécnica dotécnica dotécnica dotécnica do

UNDCP noUNDCP noUNDCP noUNDCP noUNDCP no

Brasil foiBrasil foiBrasil foiBrasil foiBrasil foi

iniciado eminiciado eminiciado eminiciado eminiciado em

1987. Na1987. Na1987. Na1987. Na1987. Na

época,época,época,época,época,

o o o o o Projeto deProjeto deProjeto deProjeto deProjeto de

DesenvolvimentoDesenvolvimentoDesenvolvimentoDesenvolvimentoDesenvolvimento

Social e RuralSocial e RuralSocial e RuralSocial e RuralSocial e Rural

por meio dapor meio dapor meio dapor meio dapor meio da

Prevenção aoPrevenção aoPrevenção aoPrevenção aoPrevenção ao

Abuso e aoAbuso e aoAbuso e aoAbuso e aoAbuso e ao

Tráfico deTráfico deTráfico deTráfico deTráfico de

DrogasDrogasDrogasDrogasDrogas

consistiu emconsistiu emconsistiu emconsistiu emconsistiu em

apoio àapoio àapoio àapoio àapoio à

redução daredução daredução daredução daredução da

demanda edemanda edemanda edemanda edemanda e

da oferta deda oferta deda oferta deda oferta deda oferta de

drogas no país.drogas no país.drogas no país.drogas no país.drogas no país.

Outra assistência prepa-

ratória foi prestada em 1994,

dessa vez para o Projeto de

Prevenção ao Abuso de

Drogas no Trabalho e na

Família , implementado em

parceria com o SESI do Rio

Grande do Sul a partir de

1995.

Em 1995, foi assinado o Projeto Nacional de Treinamento

para Prevenção ao Abuso de Drogas, Tratamento, Reabilitação

e Reinserção Social do Usuário , com a Federação Brasileira

de Comunidades Terapêuticas – Febract. Esse Projeto pro-

porcionou o treinamento de líderes comunitários, técnicos

sociais e educadores de rua para programas de prevenção

integrados em vários municípios, com um custo total de US$

340 mil, financiado pelo UNDCP com recursos do governo

dos Estados Unidos da América..

MMMMMOBILIZAÇÃOOBILIZAÇÃOOBILIZAÇÃOOBILIZAÇÃOOBILIZAÇÃO SOCIALSOCIALSOCIALSOCIALSOCIAL

Realizadas a partir de 1996, as Campanhas

Nacionais de Prevenção ao Abuso de

Drogas ampliaram as atividades de

mobilização social no Brasil.

Naquele ano, um show realizado

em Brasília, em frente ao

Congresso Nacional, foi um dos

eventos mais marcantes. Reuniu

cerca de 20 mil pessoas no dia 26

de Junho e contou com nomes famosos do cenário

artístico brasileiro, mobilizando jovens e adultos. Ou-

tras atividades foram: a realização de uma exposição

no Ministério das Rela-

ções Exteriores com tra-

balhos do artista plásti-

co Siron Franco, o lan-

çamento de um selo

comemorativo da luta

contra as drogas, a or-

ganização de uma

corrida de rua e de uma

gincana escolar com o

apoio do setor privado.

10 ANOS DE COMPROMISSO1 91 91 91 91 9 UN

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A partir de 1997, vários eventos,

voltados para o público em geral,

enfatizaram a importância da preven-

ção primária para o controle das dro-

gas. Ainda com o suporte do setor pri-

vado, da Petrobras e do Governo, vá-

rias atividades foram desenvolvidas,

entre elas um Concurso de Cartazes,

um Prêmio de Jornalismo e o Peda-

lando contra as Drogas , uma viagem

realizada por dois ciclistas por quase

15 mil km e 175 municípios brasilei-

ros, oportunidade em que proferiram

palestras para mais de 50 mil jovens

sobre alternativas saudáveis de vida.

Outro evento marcante foi a realiza-

ção de um seminário internacional so-

bre o tema das drogas em parceria com

o Superior Tribunal de Justiça.

Page 18: Brasil 10 anos - unodc.org · assaltos e outros crimes que ocorrem dia-riamente tanto em países desenvolvidos como em nações em desenvolvimento, além de contribuir para o aumento

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Se há algum consenso quanto às razões que

levam ao uso indevido de drogas, ele diz respei-

to ao peso do ambiente social no desenvolvimen-

to da dependência química. Entrevistas com usuá-

rios e levantamentos quantitativos e qualitativos

realizados em inúmeros países tendem sempre a

associar o uso indevido de drogas com algum tipo

de desconforto social.

Problemas familiares, desinteresse ou

ceticismo em relação ao destino que a socieda-

de lhes reserva, a falta de oportunidades para o

desenvolvimento pessoal e a intenção delibera-

da de transgredir aparecem, com extrema

freqüência, nos relatos de usuários sobre as cir-

cunstâncias que os levaram a consumir substân-

cias psicoativas. Também a ruptura com valores

tradicionais pode ter contribuído para a elevação

dos padrões de consumo indevido de drogas.

Nesse sentido, a realidade social torna o país

vulnerável ao uso indevido de drogas.

O rápido processo de urbanização ocorrido

nas últimas décadas em todo o mundo trouxe do

campo para as grandes cidades milhões de famí-

lias que, em busca de bons empregos, encontra-

ram a pobreza e a marginalização. No Brasil, ve-

rificou-se o mesmo fenômeno migratório.

As baixas condições socioeconômicas de boa

parte da população das metrópoles aumentaram

a sua exposição aos riscos do uso indevido de

drogas. Muitas vezes, nas favelas, o tráfico ilícito

é, ao mesmo tempo, a principal fonte de renda

para algumas famílias e uma permanente amea-

ça para o conjunto dessas comunidades. Em mui-

tas delas, os traficantes formam um poder para-

lelo que suplanta até mesmo a autoridade de go-

vernos e demais instituições.

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Os meninos e meninas que perambulam pe-

las ruas das principais cidades do país são a prova

viva da íntima relação existente entre exclusão

social e uso indevido de drogas.

Levantamento feito em 1997 pelo Cebrid,

entidade ligada à Universidade Federal de São

Paulo – demonstrou que, de uma amostra de 530

crianças e adolescentes em situação de rua

pesquisados, 88,1% já haviam experimentado

drogas (fora tabaco e álcool) e 71,7% as consu-

miam com freqüência.

Realizada em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto

Alegre, Fortaleza, Recife e Brasília, a pesquisa

chegou a conclusões extremamente preocu-

pantes. Embora o universo pesquisado incluísse

apenas meninos assistidos por instituições públi-

cas ou organizações não governamentais (ONGs),

somente 6,1% dos entrevistados em São Paulo –

a maior e mais rica cidade do país – estavam

freqüentando a escola. Muitos dos jovens

pesquisados em Porto Alegre, no Rio, em São

Paulo e no Recife já havia perdido os vínculos

familiares. E muitos relataram experiências trau-

máticas, como maus tratos físicos, castigos vio-

lentos e tentativas de suicídio.

Os responsáveis pelo estudo observaram

que, em geral, o uso de drogas foi posterior à

situação de rua, configurando, na maioria das

vezes, uma condição obrigatória para a aceita-

ção do jovem por aqueles que já viviam nessa

situação.

As condições de vida dos meninos em situa-

ção de rua, por exemplo, retratam uma história

em que o uso indevido de drogas, mais do que a

busca de prazer, reflete uma tentativa de ameni-

zar a marginalização social.

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8.547.403 km8.547.403 km8.547.403 km8.547.403 km8.547.403 km 22222

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157.070.163 hab.157.070.163 hab.157.070.163 hab.157.070.163 hab.157.070.163 hab.

DensidadeDensidadeDensidadeDensidadeDensidade

populacional:populacional:populacional:populacional:populacional:18,38 hab./km18,38 hab./km18,38 hab./km18,38 hab./km18,38 hab./km 22222

Taxa deTaxa deTaxa deTaxa deTaxa deurbanização:urbanização:urbanização:urbanização:urbanização:78,4%78,4%78,4%78,4%78,4%

PopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoPopulaçãoeconomicamenteeconomicamenteeconomicamenteeconomicamenteeconomicamente

ativa:ativa:ativa:ativa:ativa:75,2 milhões de hab.75,2 milhões de hab.75,2 milhões de hab.75,2 milhões de hab.75,2 milhões de hab.

PIB PIB PIB PIB PIB per capitaper capitaper capitaper capitaper capita :::::US$ 5US$ 5US$ 5US$ 5US$ 5 ,,,,, 029 029 029 029 029 milmilmilmilmil

Esperança deEsperança deEsperança deEsperança deEsperança devida ao nascer:vida ao nascer:vida ao nascer:vida ao nascer:vida ao nascer:64,4 anos64,4 anos64,4 anos64,4 anos64,4 anos

70,9 anos70,9 anos70,9 anos70,9 anos70,9 anos

MortalidadeMortalidadeMortalidadeMortalidadeMortalidade

infantil:infantil:infantil:infantil:infantil:44,444,444,444,444,4 / mil/ mil/ mil/ mil/ mil

Analfabetismo:Analfabetismo:Analfabetismo:Analfabetismo:Analfabetismo:14,7%14,7%14,7%14,7%14,7%

Média de estudo:Média de estudo:Média de estudo:Média de estudo:Média de estudo:5,3 anos5,3 anos5,3 anos5,3 anos5,3 anos

Fonte: IBGE, 1996Fonte: IBGE, 1996Fonte: IBGE, 1996Fonte: IBGE, 1996Fonte: IBGE, 1996

As razões que levam al-

guém a se transformar em

usuário de drogas são um

tema ainda aberto para

investigação. Pesquisas

têm demonstrado que o

processo de iniciação

pode ter a influência de fa-

tores como a curiosidade

ou a busca de prazer e

aventura. Outra linha de

estudos tenta provar que

a predisposição genética

pode induzir ao uso

indevido de drogas.

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Contexto eminentemente

desagregador, a rua tem seus

próprios códigos, que não estão

acessíveis à maioria da popu-

lação. Utilizar o espaço de rua

como cenário de interação social

– e, portanto, como parte da

esfera pública –, é diferente de

se transferir para a rua o espaço

privado. Meninos e meninas em

situação de rua estão justamente

sujeitos a isso, isto é, à utilização

da rua como espaço de subsis-

tência, lazer ou moradia.

O sentimento de marginali-

zação, de não-identificação com

o ambiente cultural é freqüen-

temente a base para um uso

mais amplo de drogas. Podería-

mos dizer que a situação de rua

aliena ou desorganiza o indiví-

duo, já que nesse espaço se

enfraquecem as regras de con-

duta que mantêm a solidarie-

dade social e o indivíduo passa

a sentir-se incapaz de alcançar

os objetivos sociais pelos meios

mais aceitáveis de conduta.

Mesmo porque, em situações

de miséria extrema, alguns indi-

víduos tendem a encarar a vida

de tal forma que o conceito de

risco não tem mais significado.

Quando não se tem nada a per-

der, não existe sentido em ava-

liar o perigo.

Por outro lado, a busca da

experimentação é considerada

normal na adolescência como

um meio de alcançar indepen-

dência, maturidade e identi-

dade. Correr riscos pode ser um

meio de conquistar aprovação ou

acesso a determinados grupos.

E os adolescentes costumam ter

um sentimento de imortalidade,

que, junto a essa vontade de

correr riscos, leva-os a superes-

timar a própria capacidade de

evitar padrões de conduta auto-

destrutivos.

Trabalhar a situação de rua é

lidar com uma vasta gama de

fatores inter-relacionados, vulne-

rabilidades, marginalização. A

experiência da Cosam e do

UNDCP no Projeto de Prevenção

ao Uso Indevido de Drogas entre

Crianças e Adolescentes em Situa-

ção de Rua foi justamente a bus-

ca por maneiras de interpretar e

trabalhar o problema.

MMMMMODELOSODELOSODELOSODELOSODELOS

O projeto foi assinado em

fevereiro de 1996. Com dura-

ção inicial de dois anos, visava

a produzir modelos testados de

prevenção ao uso indevido de

drogas para essa população es-

pecífica em cinco capitais –

Brasília, São Paulo, Rio de Ja-

neiro, Recife e Porto Alegre, que

foram escolhidas a partir de cri-

térios epidemiológicos para a

criação e o fortalecimento da

rede de assistência, capacitação

de recursos humanos e estímu-

lo a mudanças de atitudes em

relação às drogas.

Para se atingir esse objetivo

imediato, sete mil crianças e

adolescentes foram informados

e orientados sobre o uso inde-

vido de drogas e suas conse-

qüências por meio de 100 cen-

tros de assistência. Além disso,

foram capacitados 800 técnicos

e trabalhadores sociais de insti-

tuições especializadas em assis-

tência a crianças e adolescentes

em situação de rua.

Em 1996, um projeto em parceria com a Coordenação de Saúde Mental

– Cosam, do Ministério da Saúde, começou a produzir resultados no tra-

balho junto a crianças e adolescentes em situação de rua. Com um orça-

mento de US$410 mil, o Projeto de Prevenção ao Abuso de Drogas entre

Crianças e Adolescentes em Situação de Rua desenvolveu modelos de pre-

venção específicos em cinco capitais brasileiras.

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Fonte: Cebrid - Unifesp, 1998.

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A Aids trouxe preocupações inteiramente

novas para a redução da demanda por drogas.

Isso se deve sobretudo ao impacto do uso

injetável de cocaína e outras substâncias

psicoativas na disseminação da epidemia.

Em 1998, 108 países já haviam relatado à

Organização Mundial de Saúde (OMS) casos de

transmissão do HIV por uso injetável de drogas.

Segundo dados da OMS e do Programa Conjunto

das Nações Unidas para o HIV/Aids (Unaids), tais

casos representam quase a metade dos novos diag-

nósticos de Aids registrados a cada ano nos Esta-

dos Unidos. Na Argentina, eles correspondem a

36% do total das infecções de HIV/Aids já notifi-

cadas. Na China, a 50%. No Vietnã e na Malásia,

a 75%. E no Cazaquistão, a 80%.

A transmissão de HIV/Aids pelo uso de drogas

injetáveis pode acontecer basicamente de duas

formas: por meio do compartilhamento de serin-

gas e agulhas ou pela prática do sexo desprotegido

entre usuários já infectados e outras pessoas. Ela

oferece riscos, indistintamente, para heterossexuais

e homossexuais, homens e mulheres, adolescen-

tes e adultos – sem falar das crianças, vítimas cres-

centes da chamada transmissão vertical (da mãe

para o feto).

IIIII MPACTOMPACTOMPACTOMPACTOMPACTO NONONONONO B B B B B RASILRASILRASILRASILRASIL

O problema assume contornos extremamente

graves no Brasil, onde haviam sido registrados, até

1998, cerca de 4 mil óbitos por Aids apenas na

população com idade entre 13 e 24 anos na cate-

goria de uso de drogas injetáveis. Mais que isso, a

utilização injetável de drogas contribuiu de maneira

expressiva para alterar o perfil da epidemia .

Os novos casos de Aids no país apresentam

nítida diferenciação em relação à fase inicial da

epidemia, na qual predominou a transmissão se-

xual entre homens adultos – homossexuais e

bissexuais – de escolaridade elevada e residen-

tes nas grandes cidades da região Sudeste.

Nos últimos anos, têm sido infectados, prin-

cipalmente, heterossexuais. Além disso, vem

aumentando a incidência da doença entre mu-

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S lheres, jovens e crianças, sobretudo na popula-

ção de baixa escolaridade e em cidades de mé-

dio porte.

Todas essas tendências recentes de crescimen-

to da epidemia estão associadas de alguma forma

ao uso de drogas injetáveis, cujos efeitos chamam

atenção pela rapidez com que contribuem para a

propagação do HIV.

As infecções de Aids por uso de drogas

injetáveis passaram em apenas cinco anos, entre

1984 e 1989, de 3% para 20% do total dos diag-

nósticos da doença registrados no Brasil, percentual

em que se mantêm até hoje. São ainda a princi-

pal forma de transmissão do HIV na população

jovem, respondendo por aproximadamente 35%

dos casos identificados no grupo etário de 13 a

24 anos. Sintomaticamente, para essa faixa da po-

pulação, a expansão da epidemia de Aids coinci-

de com a rota do tráfico de drogas. Ela ocorreu

sobretudo em cidades portuárias do Sul e Sudes-

te e, mais recentemente, em municípios das re-

giões Centro-Oeste e Norte.

Cidades como Santos (SP) e Itajaí (SC), nas

quais o uso de drogas injetáveis prevalece como

principal fator de propagação do HIV, estão entre

os municípios brasileiros com mais alto coeficien-

te de incidência de Aids.

Pesquisa feita em 1998 com usuários de dro-

gas injetáveis nos estados de São Paulo, Rio Gran-

de do Sul e Santa Catarina demonstrou que eram

soropositivos 87,4% 87,4% 87,4% 87,4% 87,4% dos entrevistados que fizeram

testes de HIV. O estudo mostrou, ainda, que a

maior parte dos usuários tinha uma vida sexual

bastante ativa e vivia em condições de extrema

marginalização. No último ano, 81,8% ficaram de-

sempregados, 28,4%, sem lugar para morar e

70,1% já foram presos alguma vez.

O levantamento fez parte do Projeto de Pre-

venção ao Abuso de Drogas com Ênfase Especial

na Prevenção do HIV entre Usuários de Drogas

Intravenosas no Brasil, implementado entre 1994

e 1999 pela Coordenação Nacional de Doenças

Sexualmente Transmissíveis (CN DST-Aids) do Mi-

nistério da Saúde em parceria com o UNDCP.

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Distribuição de preservativos e material informativo.

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Com um orçamento total próximo de US$ 10

milhões, o projeto – financiado pelo governo bra-

sileiro e pelo UNDCP, com recursos oriundos do

governo italiano – compreendeu um amplo con-

junto de ações concebidas para prevenir o uso

indevido de drogas e as infecções por HIV e ou-

tros agentes de transmissão sexual entre usuários

de drogas injetáveis e junto à população em geral.

As atividades realizadas incluíram:

– a prevenção às DST/Aids e ao uso indevido de

drogas no ambiente escolar;

– o treinamento de profissionais e agentes de

saúde;

– o fortalecimento de três centros de referência

nacional, em especial na área de capacitação

para a prevenção e assistência ao uso indevido

de drogas e às DST-Aids;

– o apoio a subprojetos de prevenção desenvolvi-

dos por organizações da sociedade civil;

– a realização de estudos e pesquisas;

– a educação e a assistência social;

– a redução dos danos causados pelo uso indevido

de drogas, estimulando-se a adoção de proce-

dimentos seguros na utilização injetável de dro-

gas e na prática sexual e provendo-se assistên-

cia para os usuários interessados em tratar da

dependência química.

Como o tempo entre a infecção

inicial pelo HIV e a manifestação da

doença costuma variar entre oito e

dez anos, é cedo para avaliar o im-

pacto epidemiológico do projeto.

Mas é certo que ele já serviu para

colocar o Brasil na vanguarda dos paí-

ses latino-americanos na prevenção à Aids e ao

uso indevido de drogas.

O Projeto de Prevenção ao Abuso de Drogas

com Ênfase Especial na Prevenção do HIV entre

Usuários de Drogas Intravenosas no Brasil, em pri-

meiro lugar, aumentou consideravelmente o co-

nhecimento da influência do uso indevido de dro-

gas na disseminação de DST e Aids e da popula-

ção por ele afetada, mobilizando em torno de 130

mil pessoas por meio de uma rede de agentes e

instituições. Um dos estudos patrocinados pelo

projeto possibilitou demonstrar, por exemplo, que

mesmo o uso não injetável de substâncias

psicoativas é um fator de risco para a transmissão

do HIV e outras doenças, ao contribuir para a prá-

tica do sexo inseguro, sem preservativos.

Em segundo lugar, o projeto permitiu testar

várias ações de prevenção. O uso do teatro, da

dança e das artes plásticas como instrumentos para

reflexão sobre as questões das drogas e da Aids;

intervenções criativas em comunidades carentes;

e o envolvimento ativo dos usuários de drogas

injetáveis nas ações preventivas foram algumas das

experiências bem-sucedidas nesse campo.

Em 1999, a CN DST-Aids iniciou a segunda fase do projeto, novamente em parceria com o

UNDCP.

Bem mais abrangente do que o projeto-piloto desenvolvido entre 1994 e 1998, quando a

maior parte das ações se concentrou em dez estados, essa nova etapa prevê a extensão do

trabalho a todos os 26 estados e ao Distrito Federal. O orçamento também é maior: US$ 33

milhões para um período de quatro anos.

A expectativa é de que, até o ano de 2002, sejam apoiados mais de cem subprojetos

desenvolvidos por organizações não governamentais (ONGs), atingidas 54 mil escolas por meio

de atividades preventivas e treinadas 2 mil equipes de saúde.

Foram definidas, também, de maneira mais abrangente, as populações-alvo prioritárias do ponto

de vista da sua maior vulnerabilidade à infecção do HIV/Aids em relação ao uso indevido de drogas:

– jovens de comunidades de baixa renda, especialmente adolescentes que podem ser atingidos

em escolas da rede pública;

– grupos vulneráveis ou com comportamentos de risco em relação ao uso indevido de drogas ou

à transmissão de HIV, como profissionais do sexo, caminhoneiros, garimpeiros e presidiários;

– mulheres, sobretudo usuárias de drogas, parceiras de usuários, adolescentes e profissionais do

sexo;

– usuários de drogas e UDIs, assim como seus parceiros sexuais, amigos e familiares;

– pacientes de Aids e usuários de drogas infectados pelo HIV;

– profissionais e mediadores, como educadores de rua, professores, agentes comunitários,

monitores e trabalhadores de saúde e de serviços sociais.

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Pesquisa realizada com

1.056 usuários de drogas do

sistema de saúde de São Pau-

lo (perto de 50% com idade

inferior a 25 anos) pelo Pro-

grama de Orientação e Aten-

dimento a Dependentes

(Proad) revelou que a depen-

dência de drogas é altamen-

te associada ao comporta-

mento de risco para o HIV/

Aids. O estudo, publicado

em 1999, revelou que 3,8%

deles são soropositivos para

HIV. Destes, um percentual

considerável (37,5%) não foi

infectado através do uso de

drogas injetáveis (UDI), o

que parece ocorrer em função do comportamen-

to sexual inseguro que é associado ao uso de

drogas. Em muitos casos, o comportamento se-

xual de risco está relacionado à falta de consciên-

cia provocada pelo uso de drogas.

Especialistas que analisavam as taxas de

soropositividade em dependentes de cocaína no

Rio de Janeiro encontraram uma alta prevalência

do HIV tanto entre os usuários de drogas

injetáveis como entre os usuários de drogas não

injetáveis. Segundo o Núcleo de Estudos e Pes-

quisas em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad 1

– – – – – Universidade do Rio de Janeiro. Rio de Janei-

ro, 1998), 7% dos 1.223 usuários de cocaína

inalada entrevistados em 1997 eram HIV-positi-

vos. O nível de contaminação por HIV entre

usuários de drogas não injetáveis levou os pes-

quisadores a estabelecer uma conexão entre o

comportamento de risco para o HIV e

o uso de drogas em geral. Um total de

30,1% da amostra (1.369 usuários de

cocaína) estava na faixa etária dos 18

aos 24 anos.

Também no âmbito do projeto, o

Departamento do Sistema Penitenciá-

rio do Rio de Janeiro (Desipe) realizou

um levantamento do perfil dos inter-

nos quanto ao uso de drogas e suas

vias de administração e quanto ao com-

portamento de risco para as doenças

sexualmente transmissíveis (DST) e

Aids. Os dados da pesquisa chamam

atenção para o número de internos en-

volvidos de alguma forma com o uso

de drogas e também para a relação en-

tre drogas e comportamento de risco

para as DST/Aids: 88% dos soropositivos para

HIV haviam usado drogas pelo menos uma vez

na vida.

Outros dados significativos da pesquisa:

• Mais de 50% dos presos usuários de drogas

têm entre 18 e 30 anos.

• Cerca de 60% dos usuários foram considerados

problemáticos, ou seja, relataram dificuldades

com a família e a polícia, crises emocionais e/

ou de saúde associadas ao uso de drogas.

• Dos usuários problemáticos, mais de 70%

tentaram parar de usar drogas, antes ou

após a prisão.

• Destaca-se o consumo de três drogas antes

da prisão – 80% álcool, 70% maconha e 60%

cocaína.

CCCC CO

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OR

TA

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NT

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MP

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ME

NT

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MP

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RIS

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RIS

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CO

RIS

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1 Pesquisa da Universidade de Miami financiada pela NIDA, EUA.

O uso indevido de drogasO uso indevido de drogasO uso indevido de drogasO uso indevido de drogasO uso indevido de drogas

parece estar fortementeparece estar fortementeparece estar fortementeparece estar fortementeparece estar fortemente

relacionado com práticasrelacionado com práticasrelacionado com práticasrelacionado com práticasrelacionado com práticas

sexuais arriscadas, como asexuais arriscadas, como asexuais arriscadas, como asexuais arriscadas, como asexuais arriscadas, como a

não utilização de preserva-não utilização de preserva-não utilização de preserva-não utilização de preserva-não utilização de preserva-

tivos, o elevado número detivos, o elevado número detivos, o elevado número detivos, o elevado número detivos, o elevado número de

parceiros sexuais e a pros-parceiros sexuais e a pros-parceiros sexuais e a pros-parceiros sexuais e a pros-parceiros sexuais e a pros-

tituição, entre outras. Rela-tituição, entre outras. Rela-tituição, entre outras. Rela-tituição, entre outras. Rela-tituição, entre outras. Rela-

tos de comportamento se-tos de comportamento se-tos de comportamento se-tos de comportamento se-tos de comportamento se-

xual de risco têm sidoxual de risco têm sidoxual de risco têm sidoxual de risco têm sidoxual de risco têm sido

comuns tanto entre usuárioscomuns tanto entre usuárioscomuns tanto entre usuárioscomuns tanto entre usuárioscomuns tanto entre usuários

de drogas injetáveis (UDIs)de drogas injetáveis (UDIs)de drogas injetáveis (UDIs)de drogas injetáveis (UDIs)de drogas injetáveis (UDIs)

como entre usuários de dro-como entre usuários de dro-como entre usuários de dro-como entre usuários de dro-como entre usuários de dro-

gas não injetáveis.gas não injetáveis.gas não injetáveis.gas não injetáveis.gas não injetáveis.

Fonte: DESIPE, 1999.

*****

**********

* Pacientes psiquiátricos

** Uso na vida

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10 ANOS DE COMPROMISSO2 52 52 52 52 5 UN

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B

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P

BU

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CP

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P

B RA

SIL

RA

SIL

RA

SIL

RA

SIL

RA

SIL

No final de 1998, havia 33,4

milhões de portadores de HIV

em todo o mundo. Segundo o

Unaids, pelo menos um terço

desse total tinha entre 10 e 24

anos. Pertencem a essa faixa

etária 50% das aproximadamen-

te 8.500 pessoas que são infec-

tadas a cada dia, número que

corresponde a seis novas infec-

ções por minuto.

No Brasil, o grupo etário de

13 a 24 anos concentrava 19.216

dos 145.327 diagnósticos de Aids

oficialmente registrados até no-

vembro de 98, ou seja, mais de

13%. Na faixa etária de 20 a 44

anos, essa porcentagem era de

82%. Considerando-se o longo

tempo de incubação do HIV (em

geral, entre oito e dez anos), é

fácil concluir que grande parte dos

portadores da doença no país foi

infectada na juventude.

O consumo indevido de

substâncias psicoativas, certa-

mente, contribui para o fenôme-

no. Dos usuários de drogas

injetáveis infectados no país,

54% tinham entre 15 e 29 anos

e 78,3%, entre 15 e 34 anos,

JJJJ J OVE

NS

OVE

NS

OVE

NS

OVE

NS

OVE

NS , , , , ,

DR

OG

ASD

RO

GAS

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GAS

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OG

AS EEEE E A A A A A

IDS

IDS

IDS

IDS

IDS

no momento da notificação.

A alta incidência de HIV/

Aids entre jovens está ligada a

pelo menos três fatores:

1. O primeiro é o peso

demográfico desse segmento

populacional, principalmente em

países em desenvolvimento.

2. O segundo são as experi-

mentações próprias da adoles-

cência, que favorecem compor-

tamentos de risco tanto em re-

lação à prática sexual como ao

uso indevido de drogas.

3. Em terceiro lugar, na maio-

ria das nações do mundo e tam-

bém no Brasil, ser jovem é uma

experiência difícil e arriscada: é

limitada a oferta de serviços de

saúde e assistência social; faltam

oportunidades de educação, tra-

balho e lazer; meninos e meni-

nas iniciam precocemente a vida

sexual, muitas vezes sem terem

informações mínimas sobre higie-

ne e saúde sexual; e é grande a

exposição dos jovens a abusos se-

xuais e a outras violências.

1982 2 - 1 - - - - 3

1983 5 1 1 - - 1 - 8

1984 9 3 - 3 1 4 5 25

1985 41 14 5 12 - 4 9 85

1986 90 26 9 15 8 19 17 184

1987 127 67 23 30 13 140 39 439

1988 189 80 47 44 12 286 85 743

1989 224 99 89 37 18 406 109 982

1990 246 138 148 35 25 725 193 1.510

1991 260 187 235 52 27 917 224 1.902

1992 303 182 361 23 30 897 344 2.140

1993 273 139 481 20 34 901 406 2.254

1994 245 147 535 25 38 775 450 2.215

1995 245 132 536 25 41 632 466 2.077

1996 192 134 644 21 33 533 437 1.994

1997 180 129 575 12 17 428 483 1.824

1998 115 63 380 3 - 138 132 831

Total 2.746 1.541 4.070 357 297 6.806 3.399 19.216

Diag-Diag-Diag-Diag-Diag-

nósticonósticonósticonósticonósticoHomos-Homos-Homos-Homos-Homos-

sexual

sexual

sexual

sexual

sexual Bissexu

alBissexu

alBissexu

alBissexu

alBissexu

al Heteros-

Heteros-

Heteros-

Heteros-

Heteros-

sexual

sexual

sexual

sexual

sexual

Hemo-Hemo-Hemo-Hemo-Hemo-

fíl icofíl icofíl icofíl icofíl icoTrans

fu-Trans

fu-Transfu-

Transfu-

Transfu-

sãosãosãosãosãoUDIUDIUDIUDIUDI Ignora

-Ignora

-Ignora

-Ignora

-Ignora

-

dododododo TotalTotalTotalTotalTotal

DDDDDISTRIBUIÇÃOISTRIBUIÇÃOISTRIBUIÇÃOISTRIBUIÇÃOISTRIBUIÇÃO DOSDOSDOSDOSDOS CASOSCASOSCASOSCASOSCASOS DEDEDEDEDE A A A A A IDSIDSIDSIDSIDS ENTREENTREENTREENTREENTRE INDIVÍDUOSINDIVÍDUOSINDIVÍDUOSINDIVÍDUOSINDIVÍDUOS DEDEDEDEDE 13 13 13 13 13 AAAAA 24 24 24 24 24 ANOSANOSANOSANOSANOS, , , , , SEGUNDOSEGUNDOSEGUNDOSEGUNDOSEGUNDO AAAAA CATEGORIACATEGORIACATEGORIACATEGORIACATEGORIA DEDEDEDEDE EXPOSIÇÃOEXPOSIÇÃOEXPOSIÇÃOEXPOSIÇÃOEXPOSIÇÃO

EEEEE OOOOO ANOANOANOANOANO DEDEDEDEDE DIAGNÓSTICODIAGNÓSTICODIAGNÓSTICODIAGNÓSTICODIAGNÓSTICO

BBBBBRASILRASILRASILRASILRASIL – 1982/1998* – 1982/1998* – 1982/1998* – 1982/1998* – 1982/1998*

* Não houve casos notificados em 1980 e 1981 nessa faixa etária. Os dados correspondem ao total de diagnósticos comunicados até a 47ª semanade 1998, encerrada em 28 de novembro.

Fonte: Coordenação Nacional de DST e Aids/Ministério da Saúde.

10 ANOS DE COMPROMISSO2 52 52 52 52 5 UN

DC

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DEDEDEDEDE CONSUMIRCONSUMIRCONSUMIRCONSUMIRCONSUMIR

DROGASDROGASDROGASDROGASDROGAS? O? O? O? O? O

UNDCP UNDCP UNDCP UNDCP UNDCP ENTENDEENTENDEENTENDEENTENDEENTENDE

QUEQUEQUEQUEQUE NÃONÃONÃONÃONÃO, , , , , PORPORPORPORPOR

ACREDITARACREDITARACREDITARACREDITARACREDITAR QUEQUEQUEQUEQUE

OSOSOSOSOS DIREITOSDIREITOSDIREITOSDIREITOSDIREITOS

INDIVIDUAISINDIVIDUAISINDIVIDUAISINDIVIDUAISINDIVIDUAIS DEVEMDEVEMDEVEMDEVEMDEVEM

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COMCOMCOMCOMCOM AAAAA SEGURANÇASEGURANÇASEGURANÇASEGURANÇASEGURANÇA

EEEEE OOOOO BEMBEMBEMBEMBEM----- ESTARESTARESTARESTARESTAR

DEDEDEDEDE TODATODATODATODATODA AAAAA

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TEMTEMTEMTEMTEM OOOOO DIREITODIREITODIREITODIREITODIREITO DEDEDEDEDE

SESESESESE COMPORTARCOMPORTARCOMPORTARCOMPORTARCOMPORTAR

DEDEDEDEDE UMAUMAUMAUMAUMA FORMAFORMAFORMAFORMAFORMA

QUEQUEQUEQUEQUE VENHAVENHAVENHAVENHAVENHA AAAAA

SESESESESE REVELARREVELARREVELARREVELARREVELAR

DESTRUTIVADESTRUTIVADESTRUTIVADESTRUTIVADESTRUTIVA PARAPARAPARAPARAPARA

OSOSOSOSOS DEMAISDEMAISDEMAISDEMAISDEMAIS.....

É É É É É EXATAMENTEEXATAMENTEEXATAMENTEEXATAMENTEEXATAMENTE OOOOO

CASOCASOCASOCASOCASO DODODODODO ABUSOABUSOABUSOABUSOABUSO

DEDEDEDEDE DROGASDROGASDROGASDROGASDROGAS.....

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10 ANOS DE COMPROMISSO 2 62 62 62 62 6UN

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BU

ND

CP

B

UN

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P

B RA

SIL

RA

SIL

RA

SIL

RA

SIL

RA

SIL

Cerca de 48 mil trabalhadores de 50 empre-

sas espalhadas por 25 municípios do Sul do Brasil

e cinco escolas profissionalizantes foram alcan-

çados em quatro anos. Com esses resultados, a

equipe do Projeto de Prevenção ao Uso de Dro-

gas no Trabalho e na Família , fruto de uma parce-

ria entre o UNDCP e o Serviço Social da Indús-

tria do Rio Grande do Sul (SESI-RS), entra, agora,

numa nova fase de trabalho.

“Os dados da avaliação final do projeto são

reveladores”, explicam os coordenadores do tra-

balho. “Em uma das empresas que adotaram o

modelo de prevenção, depois de dois anos e

meio de projeto, reduziu-se de 27% para 11% o

número de funcionários que consumiam algum

tipo de psicotrópicos ou anfetaminas. No caso

do consumo de álcool, nessa mesma empresa, o

número de bebedores sistemáticos caiu de 67%

U U U U UMMMM M P

RO

JETO

PR

OJE

TOP

RO

JETO

PR

OJE

TOP

RO

JETO, , , , ,

MU

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MP

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SA

SE

MP

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SA

SE

MP

RE

SA

SE

MP

RE

SA

SE

MP

RE

SA

Spara 59% dos funcionários, e o

de abstêmios cresceu de 4%

para 12%”, revela.

Tendo como principal ingre-

diente a valorização de hábitos

saudáveis e de atividades de

integração envolvendo todos

os trabalhadores, dependentes

ou não de álcool e outras

drogas, o projeto está sendo

multiplicado em 18 estados

brasileiros, além de outros paí-

ses do Cone Sul. Enquanto téc-

nicos da Argentina e do Uru-

guai implementam a tecnologia

de prevenção desenvolvida

pelo SESI em seus países, o re-

passe do modelo para o Chile,

Paraguai e Bolívia, também in-

teressados no projeto, está sen-

do negociado.

AAAAATENÇÃOTENÇÃOTENÇÃOTENÇÃOTENÇÃO: : : : : PAREPAREPAREPAREPARE ! ! ! ! !“A proposta do projeto, que

muda o enfoque curativo dos

programas de controle e ame-

niza o estigma da droga, leva

indiretamente a uma melhoria

dos indicadores de desempe-

nho das empresas”, explicam

os técnicos do projeto. Por

meio de uma analogia com as

cores do semáforo, que são as-

sociadas aos vários graus de

envolvimento com álcool e

drogas ( verde verde verde verde verde para a preven-

ção primária, amarelo amarelo amarelo amarelo amarelo para pre-

venção secundária e vermelho vermelho vermelho vermelho vermelho para prevenção

terciária), o modelo encoraja mudanças positi-

vas de atitude entre os funcionários.

As medidas destinadas às pessoas que se

encontram na área verde, consideradas saudá-

veis, objetivam evitar seu envolvimento com

drogas ou, pelo menos, que se tornem usuárias

habituais. O nível intermediário, ou área ama-

rela, é composto por trabalhadores que sofrem

de problemas considerados reversíveis. Nesse

caso, a intervenção visa a facilitar a mudança e

a impedir a progressão do consumo de drogas.

Na área vermelha, de pessoas que enfrentam

alterações de comportamento em função da

dependência, estratégias especiais buscam a re-

cuperação: desintoxicação, acompanhamento

pós-terápico e apoio à reintegração na vida pro-

fi ssional .

EEEEEMMMMM 1997, 1997, 1997, 1997, 1997,CERCACERCACERCACERCACERCA DEDEDEDEDE 50% 50% 50% 50% 50%DOSDOSDOSDOSDOS TRABALHADORESTRABALHADORESTRABALHADORESTRABALHADORESTRABALHADORES

DEDEDEDEDE INDÚSTRIASINDÚSTRIASINDÚSTRIASINDÚSTRIASINDÚSTRIAS DODODODODO

RRRRRIOIOIOIOIO G G G G G RANDERANDERANDERANDERANDE DODODODODO

SSSSSULULULULUL BEBIAMBEBIAMBEBIAMBEBIAMBEBIAM

SISTEMATICAMENTESISTEMATICAMENTESISTEMATICAMENTESISTEMATICAMENTESISTEMATICAMENTE,,,,,ENQUANTOENQUANTOENQUANTOENQUANTOENQUANTO 31%, 31%, 31%, 31%, 31%,OCASIONALMENTEOCASIONALMENTEOCASIONALMENTEOCASIONALMENTEOCASIONALMENTE.....EEEEESSASSSASSSASSSASSSAS ESTATÍSTICASESTATÍSTICASESTATÍSTICASESTATÍSTICASESTATÍSTICAS,,,,,QUEQUEQUEQUEQUE TRAÇARAMTRAÇARAMTRAÇARAMTRAÇARAMTRAÇARAM

UMUMUMUMUM PERFILPERFILPERFILPERFILPERFIL DODODODODO

CONSUMOCONSUMOCONSUMOCONSUMOCONSUMO DEDEDEDEDE ÁLCOOLÁLCOOLÁLCOOLÁLCOOLÁLCOOL

EEEEE DROGASDROGASDROGASDROGASDROGAS ENTREENTREENTREENTREENTRE

TRABALHADORESTRABALHADORESTRABALHADORESTRABALHADORESTRABALHADORES NONONONONO

ESTADOESTADOESTADOESTADOESTADO, , , , , FIZERAMFIZERAMFIZERAMFIZERAMFIZERAM

PARTEPARTEPARTEPARTEPARTE DADADADADA

CONSOLIDAÇÃOCONSOLIDAÇÃOCONSOLIDAÇÃOCONSOLIDAÇÃOCONSOLIDAÇÃO DEDEDEDEDE

UMUMUMUMUM TRABALHOTRABALHOTRABALHOTRABALHOTRABALHO DEDEDEDEDE

PESQUISAPESQUISAPESQUISAPESQUISAPESQUISA REALIZADOREALIZADOREALIZADOREALIZADOREALIZADO

PELOPELOPELOPELOPELO SESI SESI SESI SESI SESI NONONONONO

ÂMBITOÂMBITOÂMBITOÂMBITOÂMBITO DODODODODO PROJETOPROJETOPROJETOPROJETOPROJETO

DEDEDEDEDE PREVENÇÃOPREVENÇÃOPREVENÇÃOPREVENÇÃOPREVENÇÃO,,,,,DESENVOLVIDODESENVOLVIDODESENVOLVIDODESENVOLVIDODESENVOLVIDO DESDEDESDEDESDEDESDEDESDE

1994 1994 1994 1994 1994 EMEMEMEMEM PARCERIAPARCERIAPARCERIAPARCERIAPARCERIA

COMCOMCOMCOMCOM OOOOO UNDCP. UNDCP. UNDCP. UNDCP. UNDCP.

10 ANOS DE COMPROMISSO 2 62 62 62 62 6UN

DC

P

BU

ND

CP

B

UN

DC

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BU

ND

CP

B

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P

B RA

SIL

RA

SIL

RA

SIL

RA

SIL

RA

SIL

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10 ANOS DE COMPROMISSO2 72 72 72 72 7 UN

DC

P

BU

ND

CP

B

UN

DC

P

BU

ND

CP

B

UN

DC

P

B RA

SIL

RA

SIL

RA

SIL

RA

SIL

RA

SIL

São várias as etapas de implementação des-

de a assinatura do convênio com as empresas.

Por meio de centros regionais de atendimento

espalhados no estado, assistentes sociais do SESI

identificam a demanda por esse trabalho de pre-

venção e estabelecem um contato com os em-

presários interessados em aderir ao Projeto.

“Quando o convênio é assinado, as condições

mínimas de trabalho são estabelecidas”, explica

Leda Pereira, indicando questões como transpa-

rência, envolvimento de todos os setores da

empresa, dedicação de parte do horário de tra-

balho de funcionários ao desenvolvimento de

atividades de prevenção e comprometimento da

empresa como essenciais à implementação do

modelo.

Quando a campanha de prevenção está de-

finida, é feito um grande evento de mobilização

chamado de “deflagração”. A partir daí, a em-

presa realiza as atividades de prevenção propria-

mente ditas. Essa fase tem uma duração média

de 18 meses. Ao fim da implementação, a em-

presa realiza nova pesquisa para avaliar os resul-

tados. Entre os objetivos buscados pelo modelo

estão o aumento do número de funcionários si-

tuados na área verde, diminuição do número

de funcionários nas áreas amarela e vermelha,

redução de gastos com medicamentos, diminui-

ção do volume de faltas e de acidentes de tra-

balho.

PPPPPROGRESSOROGRESSOROGRESSOROGRESSOROGRESSO

Segundo o Atlas do Desenvolvimento Huma-

no no Brasil 1, no município de Carlos Barbosa

(20 mil habitantes), onde ficam a American Tool

e a Tramontina, duas empresas que aderiram ao

Projeto de Prevenção, a renda familiar per capita

média era de 1,76 salários mínimos em 1991.

Esse índice é superior à média brasileira (1,31), o

que, em termos de

indicadores sociais,

reflete uma ten-

dência geral do Rio

Grande do Sul.

Além de uma

qualidade de vida

superior à média

dos demais esta-

dos, dados como a

taxa de analfabetis-

mo (9,6% da popu-

lação com mais de

15 anos) e a expec-

tativa de vida ao

nascer (66,10 anos)

no Rio Grande do Sul refletem o progresso

econômico que tem feito prosperar um dos par-

ques industriais mais promissores do país, para-

lelamente a uma forte tradição dos imigrantes

europeus.

VVVVVIVAIVAIVAIVAIVA NONONONONO V V V V V ERDEERDEERDEERDEERDE

A American Tool , uma fábrica de ferramentas

manuais que faz parte de um grupo americano,

tem boas razões para avaliar positivamente o

impacto da campanha de prevenção ao abuso de

drogas e álcool.

“Nós percebemos bons resultados, mas não

se devem avaliar apenas os números. O mais

importante é a possibilidade de repassar esses

conhecimentos adquiridos durante o projeto para

as famílias e para a comunidade”, explica Adir

Zandonai, diretor industrial da empresa, a pri-

meira empresa a aderir ao projeto em Carlos

Barbosa. “A procura por informações acabou se

tornando uma constante. Jornais, escolas e mes-

mo a secretaria municipal de saúde costumam

pedir nosso apoio para eventos e atividades de

prevenção”, relata.

MMMMMASCOTEASCOTEASCOTEASCOTEASCOTE FAZFAZFAZFAZFAZ CAMPANHACAMPANHACAMPANHACAMPANHACAMPANHA

Desde novembro de 1997, a Tramontina vem

trabalhando na elaboração da campanha de pre-

venção. Antes do início da campanha, foi reali-

zada uma avaliação inicial junto aos trabalhado-

res para detectar a realidade da empresa em

termos de qualidade de vida, especialmente

com relação ao uso de álcool e drogas. A mão-

de-obra da empresa representa 35% do efetivo

de trabalhadores do município de Carlos Barbo-

sa. Esse percentual fica ainda maior quando se

consideram as famílias dos funcionários, que

mantêm um vínculo indireto com a empresa.

DDDD DE

SE

NV

OLV

EN

DO

ES

EN

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LVE

ND

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SE

NV

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EN

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A A A A A ORIGINALIDADEORIGINALIDADEORIGINALIDADEORIGINALIDADEORIGINALIDADE

TEMTEMTEMTEMTEM SIDOSIDOSIDOSIDOSIDO AAAAA

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FERRAMENTAFERRAMENTAFERRAMENTAFERRAMENTAFERRAMENTA

DASDASDASDASDAS EMPRESASEMPRESASEMPRESASEMPRESASEMPRESAS

QUEQUEQUEQUEQUE ADEREMADEREMADEREMADEREMADEREM AOAOAOAOAO

PPPPPROJETOROJETOROJETOROJETOROJETO PARAPARAPARAPARAPARA

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TRABALHADORESTRABALHADORESTRABALHADORESTRABALHADORESTRABALHADORES

EMEMEMEMEM ATIVIDADESATIVIDADESATIVIDADESATIVIDADESATIVIDADES DEDEDEDEDE

PREVENÇÃOPREVENÇÃOPREVENÇÃOPREVENÇÃOPREVENÇÃO. A. A. A. A. A

TTTTTRAMONTINARAMONTINARAMONTINARAMONTINARAMONTINA,,,,,OPTANDOOPTANDOOPTANDOOPTANDOOPTANDO PELOPELOPELOPELOPELO

MASCOTEMASCOTEMASCOTEMASCOTEMASCOTE DADADADADA

EMPRESAEMPRESAEMPRESAEMPRESAEMPRESA PARAPARAPARAPARAPARA

REPASSARREPASSARREPASSARREPASSARREPASSAR

MENSAGENSMENSAGENSMENSAGENSMENSAGENSMENSAGENS DEDEDEDEDE

PREVENÇÃOPREVENÇÃOPREVENÇÃOPREVENÇÃOPREVENÇÃO, , , , , FEZFEZFEZFEZFEZ

COMCOMCOMCOMCOM QUEQUEQUEQUEQUE UMUMUMUMUM

BONECOBONECOBONECOBONECOBONECO DEDEDEDEDE VINILVINILVINILVINILVINIL

PERCORRESSEPERCORRESSEPERCORRESSEPERCORRESSEPERCORRESSE ASASASASAS

VÁRIASVÁRIASVÁRIASVÁRIASVÁRIAS UNIDADESUNIDADESUNIDADESUNIDADESUNIDADES

FABRISFABRISFABRISFABRISFABRIS USANDOUSANDOUSANDOUSANDOUSANDO ASASASASAS

CORESCORESCORESCORESCORES DODODODODO PROJETOPROJETOPROJETOPROJETOPROJETO.....

10 ANOS DE COMPROMISSO2 72 72 72 72 7 UN

DC

P

BU

ND

CP

B

UN

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BU

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CP

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B RA

SIL

RA

SIL

RA

SIL

RA

SIL

RA

SIL

Deflagração da Campanha de Prevenção na Tramontina.

1 Fonte: PNUD, 1998.

Page 26: Brasil 10 anos - unodc.org · assaltos e outros crimes que ocorrem dia-riamente tanto em países desenvolvidos como em nações em desenvolvimento, além de contribuir para o aumento

10 ANOS DE COMPROMISSO 2 82 82 82 82 8UN

DC

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BU

ND

CP

B

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BU

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CP

B

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B RA

SIL

RA

SIL

RA

SIL

RA

SIL

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SIL Uma das rotas da cocaína produzida em

nações vizinhas e destinada aos mercados nor-

te-americano e europeu, o Brasil é o maior

produtor latino-americano de éter e acetona,

substâncias também usadas na fabricação clan-

destina de drogas. Além disso, é significativa a

produção brasileira de maconha, sobretudo em

áreas localizadas do Nordeste.

Apesar das expressivas apreensões realiza-

das pelas forças policiais brasileiras nos últi-

mos anos, o país continua apresentando índi-

ces crescentes de consumo

de drogas ilícitas. Isso mostra

um aumento da oferta, o que

pode estar associado à inten-

sificação do norcotráfico no

país. O fortalecimento dos

grupos criminosos locais seria

uma das conseqüências da uti-

lização cada vez maior do ter-

ritório brasileiro para o tráfico

de drogas e a “lavagem” de

dinheiro.

CCCCCUSTOSUSTOSUSTOSUSTOSUSTOS

No Brasil, não é conheci-

do o volume exato do con-

sumo das drogas psicoativas,

mas se conhece claramente o custo econô-

mico do uso indevido de drogas. Segundo da-

dos do Ministério da Saúde, cerca de 7,9%

do PIB (US$ 28 bilhões ao ano) são gastos

em função da perda de produtividade e de

mortes prematuras em decorrência do uso de

drogas psicoativas. De 1993 a 1997, o núme-

ro de internações na rede pública de saúde

(SUS) em decorrência da dependência de

drogas triplicou, pulando de US$ 900 mil ao

ano para quase US$ 3 milhões.

10 ANOS DE COMPROMISSO 2 82 82 82 82 8UN

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Nos últimos

quatro anos, as

apreensões de

maconha quase

triplicaram e as

de cocaína

mantiveram-se

num patamar

elevado.

AAAAAPREENSÕESPREENSÕESPREENSÕESPREENSÕESPREENSÕES DEDEDEDEDE COCAÍNACOCAÍNACOCAÍNACOCAÍNACOCAÍNA EEEEE MACONHAMACONHAMACONHAMACONHAMACONHA

Fonte: Polícia Federal - DRE, 1999.

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10 ANOS DE COMPROMISSO2 92 92 92 92 9 UN

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SIL

O uso indevido de drogas é

responsável por 50% dos casos

de absenteísmo e licenças médi-

cas e está relacionado com 15 a

30% dos acidentes de trabalho,

demonstrou trabalho desenvolvi-

do em 1993 pela Federação das

Indústrias do Estado de São Pau-

lo (Fiesp).

Um estudo realizado em

1997 pela Associação Brasileira

dos Departamentos de Trânsito

(Abdetran) detectou a presença de

álcool em 61% das vítimas dos aci-

dentes de trânsito ocorridos em

Salvador, Recife, Brasília e Curitiba.

Segundo os dados, em Recife,

10% das vítimas de acidentes ha-

viam consumido maconha.

MMMMMULTIPLICAÇÃOULTIPLICAÇÃOULTIPLICAÇÃOULTIPLICAÇÃOULTIPLICAÇÃO DOSDOSDOSDOSDOS RISCOSRISCOSRISCOSRISCOSRISCOS

Levantamentos recentes

mostram a tendência de cresci-

mento do consumo das drogas

de uso ilícito no país.

Segundo o Cebrid, de 1987

a 1997, cresceu sete vezes o uso

freqüente de cocaína e quatro

vezes o de maconha entre estu-

dantes de escolas públicas de 1º

e 2º graus.

Também teve expressivo au-

mento o uso indevido de drogas

legais. Dobrou no período o uso

freqüente de ansiolíticos (tranqüi-

lizantes como o Diazepam, o

Valium e o Lexotan), enquanto o

consumo de anfetaminas (prin-

cipalmente remédios para ema-

grecer) cresceu 150%.

Dos mais de 15 mil jovens

entrevistados pelo Cebrid em

1997, 24,7% já haviam experi-

mentado drogas (fora álcool e

tabaco). Confirmando uma ten-

dência verificada desde 1987, os

solventes – inalantes como a cola

e o loló – lideraram a relação das

drogas mais consumidas, segui-

dos da maconha, ansiolíticos,

anfetamínicos e cocaína.

São bem mais elevados os ín-

dices de consumo observados

entre universitários. Pesquisa con-

cluída em 1997 pelo Grupo

Interdisciplinar de Estudos de Ál-

cool e Drogas da Universidade de

São Paulo (GREA) mostrou que

38,1% dos alunos da USP já ha-

viam usado drogas – exceto taba-

co e álcool – pelo menos uma vez.

Dois aspectos tornam espe-

cialmente grave o problema do

uso indevido de drogas no Bra-

sil, multiplicando os seus riscos:

a relação entre o uso de subs-

tâncias psicoativas e a incidên-

cia de Aids e outras doenças se-

xualmente transmissíveis (DST);

e a interface drogas/violência.

A questão das drogas se con-

funde, finalmente, com o pro-

blema da violência. É decisivo

o peso do uso indevido de subs-

tâncias psicoativas e da indús-

tria do narcotráfico sobre o au-

mento ocorrido nos últimos

anos nas mortes por homicídio.

Segundo dados do Sistema de

Informação de Mortalidade (SIM)

do Ministério da Saúde, em 1980

as mortes por homicídio repre-

sentavam 25,6% dos óbitos pro-

vocados pelas chamadas causas

externas (que também incluem

suicídios, acidentes de trânsito,

afogamentos e outros acidentes)

entre os jovens brasileiros. Em

1995, elas já correspondiam a

44,4% do total.

As estatísticas do SIM apon-

tam acidentes e violência como

a principal causa de óbito para a

população de 5 a 39 anos, mas

é na faixa de 15 a 24 anos que o

fenômeno revela maior gravida-

de. Atingindo predominante-

mente o sexo masculino, a vio-

lência é responsável por cerca

de 70% dos óbitos nesse grupo

etário. Os mais altos coeficien-

tes de mortalidade concentram-

se no Sudeste, exatamente a

região onde guerras entre qua-

drilhas de traficantes, o aumen-

to do consumo de crack e con-

flitos entre traficantes e a polí-

cia tornaram, nos últimos anos,

mais visível a explosiva combi-

nação existente entre drogas e

criminalidade.

Segundo o Cebrid,Segundo o Cebrid,Segundo o Cebrid,Segundo o Cebrid,Segundo o Cebrid,de 1987 a 1997, cresceu setede 1987 a 1997, cresceu setede 1987 a 1997, cresceu setede 1987 a 1997, cresceu setede 1987 a 1997, cresceu setevezes o uso freqüente de cocaínavezes o uso freqüente de cocaínavezes o uso freqüente de cocaínavezes o uso freqüente de cocaínavezes o uso freqüente de cocaínaquatro vezes o de maconha entrequatro vezes o de maconha entrequatro vezes o de maconha entrequatro vezes o de maconha entrequatro vezes o de maconha entreestudantes de escolas públicas deestudantes de escolas públicas deestudantes de escolas públicas deestudantes de escolas públicas deestudantes de escolas públicas de1º e 2º graus1º e 2º graus1º e 2º graus1º e 2º graus1º e 2º graus.

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AnsiolíticosAnsiolíticosAnsiolíticosAnsiolíticosAnsiolíticos 0,70,70,70,70,7 0,80,80,80,80,8 0,60,60,60,60,6 1,41,41,41,41,4

AnfetamínicosAnfetamínicosAnfetamínicosAnfetamínicosAnfetamínicos 0,40,40,40,40,4 0,50,50,50,50,5 0,50,50,50,50,5 1,01,01,01,01,0

CocaínaCocaínaCocaínaCocaínaCocaína 0,10,10,10,10,1 0,20,20,20,20,2 0,20,20,20,20,2 0,80,80,80,80,8

TTTTTENDÊNCIAENDÊNCIAENDÊNCIAENDÊNCIAENDÊNCIA DEDEDEDEDE USOUSOUSOUSOUSO FREQÜENTEFREQÜENTEFREQÜENTEFREQÜENTEFREQÜENTE DASDASDASDASDAS CINCOCINCOCINCOCINCOCINCO DROGASDROGASDROGASDROGASDROGAS MAISMAISMAISMAISMAIS CONSUMIDASCONSUMIDASCONSUMIDASCONSUMIDASCONSUMIDAS ( ( ( ( ( EXCETOEXCETOEXCETOEXCETOEXCETO TABACOTABACOTABACOTABACOTABACO EEEEE

ÁLCOOLÁLCOOLÁLCOOLÁLCOOLÁLCOOL) ) ) ) ) ENTREENTREENTREENTREENTRE ESTUDANTESESTUDANTESESTUDANTESESTUDANTESESTUDANTES DEDEDEDEDE 1º 1º 1º 1º 1º EEEEE 2º 2º 2º 2º 2º GRAUSGRAUSGRAUSGRAUSGRAUS EMEMEMEMEM DEZDEZDEZDEZDEZ CAPITAISCAPITAISCAPITAISCAPITAISCAPITAIS BRASILEIRASBRASILEIRASBRASILEIRASBRASILEIRASBRASILEIRAS – – – – – EMEMEMEMEM % % % % %

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10 ANOS DE COMPROMISSO 3 03 03 03 03 0UN

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Evidências de preocupações do poder pú-

blico com a questão das drogas no Brasil vêm

de longe. Coincidindo com a percepção soci-

al da tendência de agravamento do uso

indevido de drogas, foi a partir dos anos 60,

no entanto, que surgiram quase todas as ini-

ciativas nacionais no campo do controle de

drogas.

É possível distinguir três momentos nas ações

feitas pelas autoridades brasileiras para controlar

a produção, a comercialização e o uso de dro-

gas e os seus efeitos danosos à saúde individual

e coletiva.

Na primeira fase, prevaleceu o enfoque

prioritariamente repressivo. Tratava-se, em sínte-

se, de controlar o tráfico e o consumo de subs-

tâncias psicoativas, mandando para a prisão tan-

to traficantes como usuários. Intervenções des-

se tipo encontravam fundamento teórico na as-

sim denominada redução da oferta , cujo objetivo

é inibir o uso indevido de tais substâncias pela

restrição do acesso às drogas.

A Lei 6.368, publicada em outubro de

1976, fez uma abordagem predominantemen-

te criminal do problema. Elaborada com a pre-

tensão de estabelecer uma política nacional

de drogas, estabeleceu algumas medidas nas

áreas de prevenção e tratamento, mas se ca-

racteriza sobretudo pela rigidez com que en-

quadrou o uso de substâncias psicoativas.

A segunda fase foi marcada pelo esforço para

incorporar a prevenção e o tratamento às

atividades de controle de drogas . Essa etapa,

que se fez notar a partir da década de 80, teve

como marco a criação dos conselhos federal,

estaduais e municipais de entorpecentes

(Confen, Conens e Comens).

A crescente atenção dada à prevenção e ao

tratamento do uso indevido de drogas refletiu

duas mudanças fundamentais. Em primeiro lu-

gar, tinha como ponto de partida a constatação

de que a simples tentativa de diminuir a oferta

se revelara incapaz de evitar o progressivo cres-

cimento do consumo. Passou-se, assim, a com-

binar a repressão com a chamada redução da

demanda por drogas.

Em segundo lugar, essa fase trouxe para o

centro das ações grupos organizados da socie-

dade. Se até então as drogas eram um assun-

to primordialmente afeto às forças policiais,

deu-se nesse momento maior engajamento

de uma gama bem mais ampla de instituições,

como escolas, entidades de pesquisa, grupos

de auto-ajuda, comunidades terapêuticas e

organizações não governamentais.

Também ocorreram duas alterações impor-

tantes no campo normativo: a criação, em 1986,

do Fundo de Prevenção, Recuperação e Com-

bate às Drogas de Abuso (Funcab), constituído

pelos recursos apreendidos na repressão ao trá-

fico ilícito e destinado a financiar priorita-

riamente projetos de prevenção e tratamento

propostos por instituições governamentais e não

governamentais; e a promulgação da nova

Constituição, em 1988.

A nova Carta definia o tráfico de drogas como

crime inafiançável, previa o confisco dos bens

de traficantes, autorizava a expropriação de ter-

ras usadas para plantio ilícito e obrigava o Estado

a manter programas de prevenção e assistência

para crianças e adolescentes.

A terceira e atual fase distingue-se pela adoção

de um conjunto de intervenções que apontam

para a busca de uma abordagem global da ques-

tão das drogas . Diferentes estratégias, coloca-

das em prática a partir de meados dos anos 90,

caracterizam essa etapa, cujo ponto culminan-

te é a criação, em 1998, da Secretaria Nacio-

nal Antidrogas (Senad) e do Conselho Nacional

Antidrogas (Conad).

P P P P PO

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LÍTI

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LÍTI

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10 ANOS DE COMPROMISSO 3 03 03 03 03 0UN

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SIL

Durante a Sessão Especial da Assembléia Geral da ONU sobre o Problema Mundial das Dro-

gas (UN GASS), em Nova Iorque, o Presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou a criação da

Secretaria Nacional Antidrogas, reafirmando o compromisso do Brasil com as políticas internacio-

nais de controle.

Por meio da Medida Provisória 1.669, de 19 de junho de 1998, a nova estrutura responsável por

propor e acompanhar a política nacional de controle de drogas foi definida: Secretaria Nacional Antidrogas

(Senad) e Conselho Nacional Antidrogas (Conad).

Subordinada à Casa Militar da Presidência da República, a Senad tem a responsabilidade de

planejar, coordenar e supervisionar todas as atividades de prevenção e repressão ao uso indevido

de drogas, além de fiscalizar a aplicação dos recursos do Fundo Nacional Antidrogas – Funad,

que substituiu o antigo Funcab – e secretariar o Conad, ao qual cabe aprovar a política nacional

antidrogas e avaliar a sua implementação.

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RA

SIL

O Brasil, dando prossegui-

mento aos compromissos in-

ternacionais assumidos após a

ratificação da Convenção con-

tra o Tráfico Ilícito de Entor-

pecentes e de Substâncias

Psicotrópicas, de 1988, apro-

vou a Lei 9.613, de 3 de mar-

ço de 1998, que introduziu o

crime de “lavagem” de dinhei-

ro como crime autônomo.

Criou ainda o Conselho de

Controle de Atividades Finan-

ceiras – COAF, no âmbito do

Ministério da Fazenda, com a

incumbência de (I) coordenar

mecanismos de cooperação

e de troca de informações

que viabilizem ações rápidas

e eficientes no combate à

prática de “lavagem” de di-

nheiro, (II) disciplinar e apli-

Trazendo novos desafios para a

implementação de políticas efetivas de

controle do uso indevido de drogas, a

violência associada ao consumo inde-

vido de substâncias psicoativas e à Aids

foi responsável pela adoção de algumas

linhas de ação inteiramente novas.

Uma delas procura desenvolver

uma política ampla de enfrentamento

da produção e do tráfico ilícitos de dro-

gas e das grandes organizações crimi-

nosas que os dominam por meio de

várias iniciativas. Duas leis merecem ser

citadas especialmente.

Lei 9.017, de 30 de março de 1995, que

introduziu novos mecanismos de controle dos

insumos usados na fabricação de cocaína e outras

substâncias psicoativas (precursores químicos).

Lei 9.613, de 3 de março de 1998, que

criou o Conselho de Controle de Atividades

Financeiras (COAF), ao qual é conferida a atri-

buição de coordenar as ações de repressão à

“lavagem” de dinheiro e à ocultação de bens,

direitos e valores.

Ao mesmo tempo, a importância do uso

indevido de drogas como fator de transmissão do

HIV e de outros agentes infecciosos permitiu que

fosse testada no país, em meados dos anos 90, a

estratégia de redução de danos causados pela uti-

lização indevida de substâncias psicoativas.

No passado, discutiu-se muito se o problema

do uso indevido de drogas seria criminal ou sanitá-

rio. O conjunto de iniciativas adotadas no Brasil

nos últimos anos parece apontar para o reconhe-

cimento, que vai se tornando consensual em qua-

se todo o mundo, de que essa é uma falsa

polêmica. As dimensões social, econômica, cultu-

ral e criminal da questão mostram que ela não

pode ser enfrentada com eficácia a não ser que

sejam considerados todos esses aspectos.

car penas administrativas, (III)

receber, examinar e identificar

ocorrências suspeitas dessa

atividade criminosa.

A lei 9.613 representa um

avanço na luta contra a “lava-

gem” de dinheiro no Brasil, pois

institui medidas que agilizam os

procedimentos de investigação

e punição do crime, conforme

as mais recentes recomenda-

ções dos organismos internacio-

nais que tratam do assunto. O

crime de “lavagem” é toda

atividade que visa a ocultar ou

dissimular a natureza, origem,

localização, disposição, movi-

mentação ou propriedade de

bens, direitos e valores ou re-

cursos provenientes, direta ou

indiretamente, de crimes ante-

cedentes.

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São considerados, segundo

a legislação brasileira, crimes

antecedentes da “lavagem” de

dinheiro: narcotráfico, contra-

bando de armas, terrorismo,

seqüestro, crimes contra a ad-

ministração pública (corrupção),

contra o sistema financeiro na-

cional e aqueles praticados por

organização criminosa.

Essa lei determina, como

medida de prevenção à “lava-

gem” do dinheiro, que todas

as entidades, financeiras ou

não, se obriguem a: (I) identi-

ficar seus clientes e manter ca-

dastros atualizados, (II) regis-

trar todas as transações acima

de determinado valor e (III)

comunicar à autoridade com-

petente as operações suspei-

tas de prática de “lavagem”.

A complexidade da questão dasA complexidade da questão dasA complexidade da questão dasA complexidade da questão dasA complexidade da questão das

drogas tornou necessário discu-drogas tornou necessário discu-drogas tornou necessário discu-drogas tornou necessário discu-drogas tornou necessário discu-

tir alternativas de controle em vá-tir alternativas de controle em vá-tir alternativas de controle em vá-tir alternativas de controle em vá-tir alternativas de controle em vá-

rios níveis: local, regional erios níveis: local, regional erios níveis: local, regional erios níveis: local, regional erios níveis: local, regional e

internacional. Hoje, é precisointernacional. Hoje, é precisointernacional. Hoje, é precisointernacional. Hoje, é precisointernacional. Hoje, é preciso

pensar estratégias múltiplas depensar estratégias múltiplas depensar estratégias múltiplas depensar estratégias múltiplas depensar estratégias múltiplas de

ação, envolvendo todos os seg-ação, envolvendo todos os seg-ação, envolvendo todos os seg-ação, envolvendo todos os seg-ação, envolvendo todos os seg-

mentos da sociedade.mentos da sociedade.mentos da sociedade.mentos da sociedade.mentos da sociedade.

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Page 30: Brasil 10 anos - unodc.org · assaltos e outros crimes que ocorrem dia-riamente tanto em países desenvolvidos como em nações em desenvolvimento, além de contribuir para o aumento

10 ANOS DE COMPROMISSO 3 23 23 23 23 2UN

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O governo brasileiro e o UNDCP já

iniciaram um programa de cinco anos

para tornar mais eficientes as estratégias

de repressão às drogas no país. Ao todo,

são cinco projetos que visam à moder-

nização das estruturas brasileiras de con-

trole, possibilitando desde o forta-

lecimento institucional da Academia

Nacional de Polícia e o treinamento de

profissionais da área de segurança do

cidadão até a criação de um sistema in-

tegrado nacional de informações de jus-

tiça e segurança pública.

Outra preocupação dos projetos é o

fortalecimento do controle de precur-

sores químicos, substâncias que podem

ser utilizadas na fabricação de drogas.

Essas substâncias transitam pelo Brasil

em direção aos locais de produção.

Mais de US$20 milhões serão inves-

tidos no âmbito do Subprograma de Re-

pressão às Drogas, que consta dos se-

guintes projetos: 1) Coordenação das

Estruturas Brasileiras de Repressão, 2)

MMMM MO

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SFortalecimento Institucional da Aca-

demia Nacional de Polícia, 3) Treina-

mento para Profissionais da Área de

Segurança do Cidadão, 4) Fortaleci-

mento do Controle de Precursores

Químicos, 5) Sistema Integrado Na-

cional de Informações de Justiça e

Segurança Pública – Infoseg.

CCCCCOORDENAÇÃOOORDENAÇÃOOORDENAÇÃOOORDENAÇÃOOORDENAÇÃO DASDASDASDASDAS E E E E E STRUTURASSTRUTURASSTRUTURASSTRUTURASSTRUTURAS

BBBBBRASILEIRASRASILEIRASRASILEIRASRASILEIRASRASILEIRAS

DEDEDEDEDE R R R R R EPRESSÃOEPRESSÃOEPRESSÃOEPRESSÃOEPRESSÃO

A parceria do UNDCP foi solicita-

da para apoio técnico-administrativo e

para a coordenação e o monito-

ramento dos projetos que compõem

o Subprograma de Estratégias de Pre-

venção e Repressão à Criminalidade

no Brasil. Para esse fim foi criado pelo

UNDCP, em setembro de 1998, um

projeto de coordenação, com duração

prevista de cinco anos, para orientar a

implementação dos projetos no âmbi-

to do Subprograma.

É fundamental conferir a todos os

projetos um caráter integrado e

atualizado tecnicamente de acordo

com normas internacionais. Visto que

todos os quatro projetos coordenados

incluem importantes componentes de

treinamento, é crucial que se evite,

por exemplo, a duplicação de atividades, para que

sejam asseguradas a efetividade e a eficiência.

Além de coordenar e monitorar as atividades

dos quatro projetos, o projeto de Coordenação

tem por objetivos providenciar a assistência téc-

nica do UNDCP aos órgãos brasileiros de repres-

são a drogas; controlar e avaliar o processo de

modernização das estruturas de repressão; e dar

assistência às autoridades brasileiras no desen-

volvimento de uma futura estratégia integrada de

repressão a drogas.

FFFFFORTALECIMENTOORTALECIMENTOORTALECIMENTOORTALECIMENTOORTALECIMENTO I I I I I NSTITUCIONALNSTITUCIONALNSTITUCIONALNSTITUCIONALNSTITUCIONAL DADADADADA A A A A A CADEMIACADEMIACADEMIACADEMIACADEMIA

NNNNNACIONALACIONALACIONALACIONALACIONAL DEDEDEDEDE P P P P P OLÍCIAOLÍCIAOLÍCIAOLÍCIAOLÍCIA

O projeto visa à modernização dos equipa-

mentos e materiais e à atualização e padroniza-

ção dos currículos e métodos pedagógicos relacio-

nados ao controle de drogas da Academia Nacio-

nal de Polícia (ANP).

Por meio de tecnologia e métodos pedagógi-

cos atualizados, serão transmitidos módulos de

treinamento a todas as regiões do país, de for-

ma a integrar os esforços da ANP com os das

academias estaduais. Além disso, o projeto visa

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10 ANOS DE COMPROMISSO3 33 33 33 33 3 UN

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aumentar a eficiência das forças

policiais existentes. Entretanto,

devido à natureza autônoma do

treinamento policial ministrado

pelos estados, verifica-se um cer-

to desequilíbrio nas atividades

desenvolvidas nesse sentido em

diferentes regiões do país.

Entre as atividades previstas

no projeto estão: a elaboração

de materiais e instrumentos de

treinamento; a criação de um

programa de currículo mínimo

comum, a ser aplicado nas aca-

demias de treinamento policial

participantes do projeto; e a

integração de todos os profissio-

nais de segurança do país por

meio de uma rede de aprendi-

zado a distância. Serão 54 aca-

demias participantes.

FFFFFORTALECIMENTOORTALECIMENTOORTALECIMENTOORTALECIMENTOORTALECIMENTO DODODODODO C C C C C ONTROLEONTROLEONTROLEONTROLEONTROLE

DEDEDEDEDE P P P P P RECURSORESRECURSORESRECURSORESRECURSORESRECURSORES Q Q Q Q Q UÍMICOSUÍMICOSUÍMICOSUÍMICOSUÍMICOS

Com duração prevista de

cinco anos, este projeto visa ao

controle descentralizado de

precursores químicos em todo

o país e à redução do desvio

de tais substâncias para mer-

cados ilícitos. Fortalecer as es-

truturas que garantem o con-

trole desses precursores e pro-

dutos químicos é fator determi-

nante para que a lei seja efeti-

vamente aplicada.

Entre as principais atividades

a serem desenvolvidas estão a

criação de um sistema informa- sistema informa- sistema informa- sistema informa- sistema informa-

tizado de controle de precur-tizado de controle de precur-tizado de controle de precur-tizado de controle de precur-tizado de controle de precur-

sores, sores, sores, sores, sores, coordenado entre as 26

superintendências regionais e

suas 54 respectivas unidades des-

centralizadas; treinamento de treinamento de treinamento de treinamento de treinamento de

pessoal pessoal pessoal pessoal pessoal em atividades de con-

trole, assim como elaboração de

material pedagógico; facilitação

de troca de informações troca de informações troca de informações troca de informações troca de informações den-

tro do Brasil e com países vizi-

nhos; modernização da frota modernização da frota modernização da frota modernização da frota modernização da frota

de veículos e dos equipamen-de veículos e dos equipamen-de veículos e dos equipamen-de veículos e dos equipamen-de veículos e dos equipamen-

tostostostostos de laboratório utilizados nas

atividades das superintendências

da Polícia Federal e suas unida-

des descentralizadas.

a introduzir um programa de

treinamento contínuo, que per-

mita a atualização do conheci-

mento entre as organizações

pol iciais.

A ANP foi fundada em 1979,

em Brasília, e faz parte do De-

partamento de Polícia Federal do

Ministério da Justiça. As instala-

ções e programas de treinamen-

to da Academia estiveram entre

os melhores da América Latina,

porém, recursos financeiros limi-

tados durante a última década re-

sultaram na defasagem da estru-

tura. Hoje, a ANP necessita subs-

tituir seus instrumentos e meto-

dologias de treinamento e atua-

lizar seus currículos.

O objetivo da Academia é

treinar permanentemente os

policiais federais e oferecer trei-

namento especializado para ou-

tras polícias. Nesse sentido, o

projeto desempenhará um papel

importante no desenvolvimento,

treinamento e atualização do

pessoal de segurança pública nos

níveis federal e estadual.

O projeto, que tem duração

prevista para três anos a partir

de abril de 1998, beneficiará

diretamente 2.000 novos poli-

ciais, além dos 6.000 funcioná-

rios da Polícia Federal e dos

1.900 integrantes do pessoal de

apoio do Departamento de

Polícia Federal.

TTTTTREINAMENTOREINAMENTOREINAMENTOREINAMENTOREINAMENTO PARAPARAPARAPARAPARA

PPPPPROFISSIONAISROFISSIONAISROFISSIONAISROFISSIONAISROFISSIONAIS DADADADADA Á Á Á Á Á REAREAREAREAREA DEDEDEDEDE

SSSSSEGURANÇAEGURANÇAEGURANÇAEGURANÇAEGURANÇA DODODODODO C C C C C IDADÃOIDADÃOIDADÃOIDADÃOIDADÃO

O projeto visa à moderniza-

ção de equipamentos, programas

e materiais de treinamento, para

que as forças policiais tenham ca-

pacidade uniforme e efetiva na

área de segurança pública,

incluindo a repressão às drogas.

Outro dos objetivos do projeto

é a uniformização do treinamen-

to policial de acordo com os pa-

drões internacionais.

O treinamento é a ferramen-

ta imediata mais acessível para

SSSSSISTEMAISTEMAISTEMAISTEMAISTEMA I I I I I NTEGRADONTEGRADONTEGRADONTEGRADONTEGRADO N N N N N ACIONALACIONALACIONALACIONALACIONAL

DEDEDEDEDE I I I I I NFORMAÇÕESNFORMAÇÕESNFORMAÇÕESNFORMAÇÕESNFORMAÇÕES DEDEDEDEDE J J J J J USTIÇAUSTIÇAUSTIÇAUSTIÇAUSTIÇA EEEEE

SSSSSEGURANÇAEGURANÇAEGURANÇAEGURANÇAEGURANÇA P P P P P ÚBLICAÚBLICAÚBLICAÚBLICAÚBLICA – – – – –INININININ FOSEGFOSEGFOSEGFOSEGFOSEG

O projeto visa a apoiar o Mi-

nistério da Justiça no desenvol-

vimento do Infoseg. Primeiro sis-

tema computadorizado para o

registro nacional integrado de in-

formações criminais e referên-

cias cruzadas, o Infoseg permiti-

rá a compilação de dados de

todo o país sobre mandados de

prisão, armas de fogo, popula-

ções carcerárias, penitenciárias,

veículos, passaportes e estrangei-

ros. Esses dados serão usados

pelas polícias federal, militar e

civil, bem como pela alfândega

e autoridades portuárias e de

trânsito, além de outros agentes

de segurança pública no país.

Assegura que o sistema seja

instalado e funcione em todos

os estados, incluindo o acompa-

nhamento de delitos relaciona-

dos a drogas e tráfico, acessando

sistemas internacionais de infor-

mações criminais, especialmen-

te nos países que fazem frontei-

ra com o Brasil.

Desenvolvido pelo Ministério

da Justiça com a participação de

todos os governos estaduais, o sis-

tema assegura a autonomia das

polícias estaduais quanto ao aces-

so, uso e compartilhamento do

banco de dados para fins de se-

gurança pública.

O Infoseg permitirá que au-

toridades estaduais façam con-

sultas sobre um indivíduo de ou-

tro estado, economizando tem-

po e dinheiro. Futuramente, será

feita a conexão com outros paí-

ses, inicialmente no âmbito do

Mercosul, de modo a aumentar

o intercâmbio de informações

sobre o crime organizado em

geral e o tráfico de drogas.

Mais de 470 mil policiais se-

rão diretamente beneficiados

pelo projeto, que proporcionará

um melhor acompanhamento

das atividades na área criminal.

10 ANOS DE COMPROMISSO3 33 33 33 33 3 UN

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10 ANOS DE COMPROMISSO 3 43 43 43 43 4UN

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SIGLAS:SIGLAS:SIGLAS:SIGLAS:SIGLAS:

ABDETRAN – Associação Brasileira dos

Departamentos de Trânsito

AIDS – Acquired Immunodeficiency

Syndrome, isto é, Síndrome da

Imunodeficiência Adquirida

ANDI – Agência de Notícias dos Direitos da

Infância

ANP – Academia Nacional de Polícia

CEBRID – Centro Brasileiro de Informações

sobre Drogas Psicotrópicas

CETAD – Centro de Estudos e Terapia do

Abuso de Drogas

CN DST-Aids/MS – Coordenação Nacional

de Doenças Sexualmente Transmissíveis e

Aids/Ministério da Saúde

COAF – Conselho de Controle de Atividades

Financeiras

COMEM – Conselho Municipal de

Entorpecentes

CONAD – Conselho Nacional Antidrogas

CONEN – Conselho Estadual de

Entorpecentes

CONFEN – Conselho Federal de

Entorpecentes (extinto)

COSAM – Coordenação de Saúde Mental da

Secretaria de Políticas de Saúde do Ministério

da Saúde

DESIPE – Departamento do Sistema

Penitenciário do Estado do Rio de Janeiro

DRE – Divisão de Repressão a Entorpecentes

da Polícia Federal

DST – Doenças Sexualmente Transmissíveis

EPM – Escola Paulista de Medicina, UNIFESP

FEBRACT – Federação Brasileira de

Comunidades Terapêuticas

FIESP – Federação das Indústrias do Estado de

São Paulo

FUNAD – Fundo Nacional Antidrogas

FUNCAB – Fundo de Prevenção,

Recuperação e de Combate às Drogas de

Abuso (extinto)

GREA – Grupo Interdisciplinar de Estudos de

Álcool e Drogas da Universidade de São

Paulo

HIV – Human Immunodeficiency Virus, isto é,

Vírus da Imunodeficiência Humana

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

NEPAD – Núcleo de Estudos e Pesquisas em

Atenção ao Uso de Drogas

OMS – Organização Mundial de Saúde

ONGs – Organizações não governamentais

ONU – Organização das Nações Unidas

PANAD – Programa Nacional Antidrogas

PIB – Produto Interno Bruto

PNUD – Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento

PROAD – Programa de Orientação e

Atendimento a Dependentes - EPM

SENAD – Secretaria Nacional Antidrogas

SESI – Serviço Social da Indústria

SISP – Serviço de Informação de Substâncias

Psicoativas

SUS – Sistema Único de Saúde

UDIs – Usuários de Drogas Injetáveis

UNAIDS – Programa Conjunto das Nações

Unidas para o HIV/Aids

UNDCP – Programa das Nações Unidas para

o Controle Internacional de Drogas

UNFDAC – Fundo das Nações Unidas para o

Controle do Abuso de Drogas (extinto)

UN GASS – Sessão Especial da Assembléia

Geral das Nações Unidas

UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo

GGGG GLO

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