vitral artístico

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Vitral Vitral Artístic Artístic o o Falso Vitral Falso Vitral Imitação de Vidro Imitação de Vidro Chumbado Chumbado Prof. António Mateus Prof. António Mateus

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Page 1: Vitral artístico

Vitral Vitral ArtísticoArtístico

Falso VitralFalso Vitral

Imitação de Vidro Imitação de Vidro ChumbadoChumbadoProf. António MateusProf. António Mateus

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O VITRAL ARTÍSTICO O VITRAL ARTÍSTICO

Actualmente, o vidro pode pintar-se de várias Actualmente, o vidro pode pintar-se de várias maneiras graças ao aparecimento de tintas maneiras graças ao aparecimento de tintas transparentes que, sobre o vidro, secam com transparentes que, sobre o vidro, secam com relativa rapidez e adquirem uma notável dureza. relativa rapidez e adquirem uma notável dureza. No entanto, para os artistas vitraleiros No entanto, para os artistas vitraleiros profissionais, a única técnica aceite é a que profissionais, a única técnica aceite é a que consegue a coloração do vidro através da fusão e consegue a coloração do vidro através da fusão e corantes minerais em fornos especiais, a uma corantes minerais em fornos especiais, a uma temperatura que, aproximadamente, coincide com temperatura que, aproximadamente, coincide com a da gelificação do vidro.a da gelificação do vidro.

A técnica tradicional para a criação de vitrais A técnica tradicional para a criação de vitrais artísticos é a popularmente conhecida como artísticos é a popularmente conhecida como vidro vidro chumbado, chumbado, que combina peças de cores que combina peças de cores diferentes, unidas com filetes de chumbo de diferentes, unidas com filetes de chumbo de secção H e com a possibilidade de conseguir nelas secção H e com a possibilidade de conseguir nelas desenhos lineares com vernizes aplicados a pincel, desenhos lineares com vernizes aplicados a pincel, que depois serão submetidos a uma cocção.que depois serão submetidos a uma cocção.

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Trata-se de uma técnica Trata-se de uma técnica ancestral, aparecida no ancestral, aparecida no final do século XI, final do século XI, quando a arte românica quando a arte românica começava a evoluir para começava a evoluir para formas construtivas, formas construtivas, que permitiam maiores que permitiam maiores aberturas nas paredes.aberturas nas paredes.

O desenvolvimento e o O desenvolvimento e o aperfeiçoamento da arte aperfeiçoamento da arte de vidro chumbado é de vidro chumbado é um facto paralelo ao do um facto paralelo ao do aparecimento e da aparecimento e da evolução da arte gótica, evolução da arte gótica, que se inicia em França, que se inicia em França, em meados do século em meados do século XII.XII.

Fragmento de vitral da Sé de Gerona (século XIV). Faz parte de um vitral que representa a Anunciação aos pastores.

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O aparecimento do arco ogival, da abóbada de O aparecimento do arco ogival, da abóbada de cruzaria de ogivas e do arcobotante permitiu cruzaria de ogivas e do arcobotante permitiu adelgaçar as paredes e abrir nelas grandes adelgaçar as paredes e abrir nelas grandes janelas que, logicamente, deveriam fechar-se janelas que, logicamente, deveriam fechar-se para proteger o espaço interior, mas sem para proteger o espaço interior, mas sem renunciar à conquista que significava poder renunciar à conquista que significava poder encher de luz os grandes recintos, técnica que encher de luz os grandes recintos, técnica que permitiu cobrir grandes aberturas com peças permitiu cobrir grandes aberturas com peças de vidro pequenas e que, de certo modo, podia de vidro pequenas e que, de certo modo, podia substituir o que nas naves românicas se substituir o que nas naves românicas se atribuía à pintura a fresco.atribuía à pintura a fresco.

Com efeito, os vitrais são um dos elementos Com efeito, os vitrais são um dos elementos mais característicos das grandes catedrais mais característicos das grandes catedrais góticas e o suporte transparente onde os góticas e o suporte transparente onde os artistas vitraleiros ilustraram as cenas bíblicas, artistas vitraleiros ilustraram as cenas bíblicas, feitos de santos e de reis e onde ousaram dar feitos de santos e de reis e onde ousaram dar rédea solta à sua imaginação criadora através rédea solta à sua imaginação criadora através de motivos estritamente decorativos e de motivos estritamente decorativos e geométricos. geométricos.

Page 5: Vitral artístico

Vitral com cenas daVitral com cenas da vida de Cristo (c. vida de Cristo (c. 1300),1300), pertencente à pertencente à IgrejaIgreja de Santes de Santes Creus,Creus, em Tarragona.em Tarragona.

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O vitral gótico não só deu luz O vitral gótico não só deu luz e cor aos grandes templos, e cor aos grandes templos, como ocupou rapidamente como ocupou rapidamente um lugar importante em um lugar importante em palácios e edifícios públicos, palácios e edifícios públicos, como principal elemento como principal elemento sumptuário.sumptuário.

Como é lógico, a arte do Como é lógico, a arte do vitral evoluiu estilisticamente vitral evoluiu estilisticamente para se adaptar a novas para se adaptar a novas correntes estéticas do correntes estéticas do Renascimento e do período Renascimento e do período barroco, época em que o uso barroco, época em que o uso excessivo de grisalhas e de excessivo de grisalhas e de vernizes acabou por vernizes acabou por transformar a pintura sobre transformar a pintura sobre vidro num quadro quase vidro num quadro quase opaco.opaco.

As novas correntes artísticas As novas correntes artísticas (neoclassicismo e (neoclassicismo e romantismo) representam romantismo) representam épocas de declínio para o épocas de declínio para o vitral artístico, que não viveu vitral artístico, que não viveu um novo esplendor até à um novo esplendor até à chegada da arte nova e, em chegada da arte nova e, em geral, do modernismo.geral, do modernismo.

Fragmento de vitralFragmento de vitral efectuado na efectuado na CatedralCatedral de Gerona.de Gerona.ApresentaApresenta uma imagem de Sãouma imagem de São Jaime, Jaime, muitomuito característica.característica.Se é bomSe é bom observador, notará comobservador, notará com facilidade as grisalhasfacilidade as grisalhas aplicadas sobre o aplicadas sobre o vidrovidro para conseguir os traçospara conseguir os traços lineares lineares de um certode um certo claro-escuro.claro-escuro.

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Este ideal estético representou uma Este ideal estético representou uma autêntica exaltação dos ofícios autêntica exaltação dos ofícios artísticos e a aplicação ao objecto de artísticos e a aplicação ao objecto de uso quotidiano das novas tendências uso quotidiano das novas tendências artísticas, para conseguir que, além do artísticas, para conseguir que, além do útil, se tomasse um objecto artístico útil, se tomasse um objecto artístico muito apreciado. Fundamentalmente muito apreciado. Fundamentalmente em Paris e em Barcelona, o em Paris e em Barcelona, o modernismo representou um novo modernismo representou um novo ressurgir das artes decorativas e ressurgir das artes decorativas e sumptuárias, que se integram na sumptuárias, que se integram na arquitectura para dar a todo o tipo de arquitectura para dar a todo o tipo de edifícios uma unidade conceptual edifícios uma unidade conceptual poucas vezes conseguido.poucas vezes conseguido.

E no que ao vitral se refere, ambas as E no que ao vitral se refere, ambas as cidades foram entusiastas acolhedoras cidades foram entusiastas acolhedoras e focos de expansão dos êxitos do e focos de expansão dos êxitos do inglês William Morris (1834-1896), o inglês William Morris (1834-1896), o grande renovador da arte do vitral grande renovador da arte do vitral chumbado e, posteriormente, do chumbado e, posteriormente, do americano Louis Comfort Tiffany, a americano Louis Comfort Tiffany, a quem se deve a mais importante das quem se deve a mais importante das renovações técnicas da arte do vitral renovações técnicas da arte do vitral artístico, na procura de vidros de artístico, na procura de vidros de grande qualidade.grande qualidade.

A partir do modernismo, os vitrais A partir do modernismo, os vitrais artísticos evoluíram conceptual e artísticos evoluíram conceptual e tecnicamente para se adaptarem aos tecnicamente para se adaptarem aos novos gostos e necessidades; apesar novos gostos e necessidades; apesar disso, a técnica do vitral chumbado disso, a técnica do vitral chumbado subsistiu praticamente inalterada.subsistiu praticamente inalterada.

Vitral da sala capitularVitral da sala capitular do Mosteiro dedo Mosteiro de Pedralbes, Barcelona,Pedralbes, Barcelona, que representa a que representa a cenacena da crucifixão de Cristo.da crucifixão de Cristo. Trata-se de um Trata-se de um vitralvitral que recorda osque recorda os esquemas utilizadosesquemas utilizados normalmente para osnormalmente para os esmaltes e que neste esmaltes e que neste casocaso denuncia uma influênciadenuncia uma influência muito próxima muito próxima dasdas correntes italianascorrentes italianas do período gótico.do período gótico.

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O modernismo representou a O modernismo representou a integrarão das artesintegrarão das artes

decorativas na arquitectura, decorativas na arquitectura, na qual o vitral chumbadona qual o vitral chumbado

esteve presente como parte esteve presente como parte consubstancial de grandesconsubstancial de grandes

projectosprojectos Na estampa, vitrais da Casa Na estampa, vitrais da Casa

Navas, em Reus,Navas, em Reus, do ano 1901, do ano 1901, obra de Luís Domènech i obra de Luís Domènech i

Montaner.Montaner.

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Imitação do vidro Imitação do vidro chumbadochumbado

Uma técnica de substituiçãoUma técnica de substituição E como aperitivo, para que, antes de conhecer a E como aperitivo, para que, antes de conhecer a

verdadeira técnica do vidro chumbado - que verdadeira técnica do vidro chumbado - que sem dúvida o vai cativar - possa ter o prazer de sem dúvida o vai cativar - possa ter o prazer de conseguir vitrais pintados de grande impacto conseguir vitrais pintados de grande impacto decorativo, vamos ensinar-lhe uma técnica decorativo, vamos ensinar-lhe uma técnica simples, com a qual poderá efectuar os seus simples, com a qual poderá efectuar os seus vitrais sem necessidade de grandes instalações.vitrais sem necessidade de grandes instalações.

Será suficiente que as idealize para conseguir, Será suficiente que as idealize para conseguir, no seu estúdio, algum sistema que lhe permita no seu estúdio, algum sistema que lhe permita trabalhar com o vidro em posição horizontal e trabalhar com o vidro em posição horizontal e com uma luz difusa situada por debaixo do com uma luz difusa situada por debaixo do mesmo para poder ver as cores sempre por mesmo para poder ver as cores sempre por transparência.transparência.

Page 10: Vitral artístico

O material necessárioO material necessário11.Uma folha de acetato, embora não seja absolutamente .Uma folha de acetato, embora não seja absolutamente necessária.necessária.22.Tintas transparentes, especiais para vidro, das quais .Tintas transparentes, especiais para vidro, das quais falaremos imediatamente.falaremos imediatamente.33. Um ou mais frascos de vidro para preparar o diluente das . Um ou mais frascos de vidro para preparar o diluente das cores.cores.44.Dissolvente nitrocelulósico..Dissolvente nitrocelulósico.55.Laca transparente para diluir as cores e conseguir tons .Laca transparente para diluir as cores e conseguir tons mais claros.mais claros.66.Marcadores, um de ponta normal (0,8 mm, por exemplo) e .Marcadores, um de ponta normal (0,8 mm, por exemplo) e outro de ponta grossa, em bisel.outro de ponta grossa, em bisel.77.Um lápis de gradação 2B..Um lápis de gradação 2B.88.Tira de chumbo auto-adesiva de 6 mm de largura..Tira de chumbo auto-adesiva de 6 mm de largura.Pode encontrar-se em lojas especia lizadas em trabalhos Pode encontrar-se em lojas especia lizadas em trabalhos manuais artísticos ou de belas-artes, em carretes de manuais artísticos ou de belas-artes, em carretes de diferentes medidas: 6 m, 25 m ou 50 m, segundo as marcas.diferentes medidas: 6 m, 25 m ou 50 m, segundo as marcas.99. Pequeno aplicador de plástico, que alguns fabricantes . Pequeno aplicador de plástico, que alguns fabricantes fornecem junto com o carrete de chumbo.fornecem junto com o carrete de chumbo.1010.Pincéis redondos de pêlo fino de diferentes números. .Pincéis redondos de pêlo fino de diferentes números. Convém dispor de algum pincel para poder aplicar a cor nos Convém dispor de algum pincel para poder aplicar a cor nos cantos mais fechados.cantos mais fechados.1111. Pauzinho de escultor (de construção própria ou . Pauzinho de escultor (de construção própria ou comprado), que facilita a aplicação do chumbo no vidro. A comprado), que facilita a aplicação do chumbo no vidro. A utilização do aplicador de plástico ou o pauzinho de escultor utilização do aplicador de plástico ou o pauzinho de escultor é sempre uma decisão que dependerá das suas preferências. é sempre uma decisão que dependerá das suas preferências. Nós pensamos que o pauzinho é muito mais prático.Nós pensamos que o pauzinho é muito mais prático.1212.Chávenas, ou qualquer outro tipo de recipiente, para .Chávenas, ou qualquer outro tipo de recipiente, para preparar as cores. Embora possam ser limpas com preparar as cores. Embora possam ser limpas com dissolvente, é recomendável utilizar vasilhas de pouco valor.dissolvente, é recomendável utilizar vasilhas de pouco valor.1313.Tesouras curtas e fortes para cortar o chumbo com .Tesouras curtas e fortes para cortar o chumbo com facilidade.facilidade.1414.«X-acto» de lâmina grande e forte..«X-acto» de lâmina grande e forte.

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CaracterísticCaracterísticas das cores as das cores para vidropara vidroSão várias as fábricas de tintas para artistas que comercializam lacas transparentes de bases celulósicas especiais para pintar no vidro. Nós trabalhámos com lacas Deka Farben, sem que isso signifique qualquer referência ou razão de qualidade. A verdade é que qualquer marca é boa.Ao trabalhar com este tipo de material pictórico, deve ter em conta algumas normas de uso de correntes da sua natureza especial: 1. As tintas devem ser agitadas antes de serem usadas.2.Antes de as aplicar no vidro, assegure-se da absoluta limpeza do mesmo. Deve estar seco e isento de pó, gorduras e marcas digitais.3. Aplique as cores com pincéis suaves e camadas espessas para obter uma película uniforme.4. A maior uniformidade tonal e resistência à luz serão obtidas aplicando a tinta sem a diluir, o que nem sempre é possível, devido à grande intensidade que oferecem as tintas tal qual saem do frasco.5.Para conseguir tonalidades mais claras, as cores devem ser misturadas coma laca cerâmica incolor.6.As tintas secam e ficam espessas com relativa rapidez. Para conseguir maior fluidez, devem diluir-se com nitrodiluente.7. As superfícies pintadas secam em duas horas, mas tem de considerar que uma camada espessa não estará completamente seca antes de vinte e quatro horas após a sua aplicação.8. As cores podem ser misturadas entre si para conseguir novos matizes.9. Tenha seriamente em conta que, por se tratar de cores transparentes, só conhecerá o efeito quando as vir por transparência.10. A tonalidade aparente da cor diminui quando aumenta a intensidade da luz, e escurece quando a luz diminui.11. Como acontece com todas as tintas transparentes (a aguarela, por exemplo), o tom de uma cor escurece-se com camadas sucessivas.12. Enquanto mantêm a sua fluidez, as tintas fundem-se facilmente entre si.

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A verdadeira cor de cada fresco só se nota quando se vê A verdadeira cor de cada fresco só se nota quando se vê através da transparência e tendo em conta que, para através da transparência e tendo em conta que, para cada intensidade de luz, oferecerá uma tonalidade cada intensidade de luz, oferecerá uma tonalidade distinta.distinta.

Pela razão anterior é conveniente trabalhar sobre um vidro iluminado por debaixo e verificar o efeito de cada cor(pura ou misturada), antes de a aplicar ao vitral em execução.

A cor deve formar uma camada espessa e uniforme. Aplica-se, geralmente, com um pincel de pêlo suave e muito carregado.O pincel deve acompanhar a cor para a distribuir, mas não a deve arrastar. A fluidez da cor e o facto de trabalhar com camadas espessas obrigam a manter o vidro num plano perfeitamente horizontal, para evitar que a camada de tinta escorra para um lado.

Enquanto a cor conserva a sua fluidez, é fácil de conseguir nela outros tons ou matizes, acrescentando-lhe mais cor, deixando que

goteje do pincel A cor acres centada fundir-se-á facilmente com a do fundo.

Page 13: Vitral artístico

Aplicação do ChumboAplicação do ChumboO chumbo aplica-se no vidro directamente com as mãos. Não é O chumbo aplica-se no vidro directamente com as mãos. Não é

aconselhável levantá-lo depois de aplicado, dado que a cola aconselhável levantá-lo depois de aplicado, dado que a cola perdeperde parte da sua aderência. E muito melhor trabalhar parte da sua aderência. E muito melhor trabalhar

cuidadosamentecuidadosamente e não ter de rectificar, embora seja possível e não ter de rectificar, embora seja possível fazê-lo.fazê-lo.

A tira de chumbo, uma vez situada, deve ser colada A tira de chumbo, uma vez situada, deve ser colada definitivamente,definitivamente, já sem possibilidade de qualquer já sem possibilidade de qualquer rectificação, apertando-a contrarectificação, apertando-a contra o vidro através de o vidro através de várias passagens do aplicador. Assegure-sevárias passagens do aplicador. Assegure-se 1 de que 1 de que os bordos da tira estão em contacto com o vidroos bordos da tira estão em contacto com o vidro

As tiras cortam-seAs tiras cortam-se facilmente com tesouras. É facilmente com tesouras. É melhor cortá-las umamelhor cortá-las uma vez aplicadas no vidro,vez aplicadas no vidro, para para evitar erros nasevitar erros nas medidas, que ocorremmedidas, que ocorrem sobretudo sobretudo

quando sequando se chumbam linhas curvas,chumbam linhas curvas, das quais nem das quais nem sempresempre é fácil calcular oé fácil calcular o comprimento.comprimento.

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Imitação do vidro Imitação do vidro chumbado. Um exemplo.chumbado. Um exemplo.

Desenho a lápis doDesenho a lápis do projecto que preparámosprojecto que preparámos como como arranque doarranque do exercício que nosexercício que nos dispomos dispomos

desenvolver.desenvolver. Com um lápis deCom um lápis de gradação 2B, comgradação 2B, com muita suavidade emuita suavidade e sobre papel sobre papel Canson Canson de grão fino, de grão fino,

delineámosdelineámos a nossa ideia que,a nossa ideia que, pouco a pouco, fomospouco a pouco, fomos retocando até chegar aoretocando até chegar ao desenho que emerge dosdesenho que emerge dos primeiros apontamentosprimeiros apontamentos graças a uma linhagraças a uma linha mais mais

intensa. Esteintensa. Este método que seguimosmétodo que seguimos é o habitual e é o habitual e muitomuito recomendável Nãorecomendável Não creio que à primeiracreio que à primeira

tentativa encontretentativa encontre sempre a ideia feliz.sempre a ideia feliz. Pegue no Pegue no lápis e válápis e vá improvisando até queimprovisando até que o projecto vá o projecto vá

surgindosurgindo e com alterações,e com alterações, rectificações erectificações e pormenores se definapormenores se defina completamente.completamente.

Com um marcador preto de ponta cónica de 1 mm Com um marcador preto de ponta cónica de 1 mm de espessura, rectificámos o desenho definitivo para de espessura, rectificámos o desenho definitivo para

conseguir este esboço onde cada flor e cada folha conseguir este esboço onde cada flor e cada folha ficam perfeitamente definidas com figuras planas, ficam perfeitamente definidas com figuras planas,

cuja área interior corresponde, ao mesmo tempo, a cuja área interior corresponde, ao mesmo tempo, a uma zona de cor, ou seja, aquilo que num vitral uma zona de cor, ou seja, aquilo que num vitral

chumbado seria uma peça de vidro de uma chumbado seria uma peça de vidro de uma determinada cor.determinada cor.

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1. O projecto1. O projecto

Toda a obra artística e artesanal começa por uma Toda a obra artística e artesanal começa por uma simples ideia, cuja concretizarão passa por uma simples ideia, cuja concretizarão passa por uma série de etapas, a primeira das quais, como série de etapas, a primeira das quais, como sabes perfeitamente, consiste em fazer uma sabes perfeitamente, consiste em fazer uma série de apontamentos que nos levam ao esboço série de apontamentos que nos levam ao esboço definitivo.definitivo.

Tratando-se de uma obra cujas medidas são Tratando-se de uma obra cujas medidas são determinadas pelas dimensões de uma abertura, determinadas pelas dimensões de uma abertura, é absolutamente necessário que estas dimensões é absolutamente necessário que estas dimensões e as do esboço sejam as mesmas. Dito de outro e as do esboço sejam as mesmas. Dito de outro modo: o esboço que fizermos do futuro vitral modo: o esboço que fizermos do futuro vitral deverá ser desenhado à escala.deverá ser desenhado à escala.

Para vitrais grandes, os esboços desenham-se, Para vitrais grandes, os esboços desenham-se, geralmente, à escala 1:10 e, para vitrais mais geralmente, à escala 1:10 e, para vitrais mais pequenos, à escala 1:5.pequenos, à escala 1:5.

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2. Donde conseguir 2. Donde conseguir ideiasideias Antes de mais, deve ter o discernimento suficiente para saber que Antes de mais, deve ter o discernimento suficiente para saber que

uma imitação nunca poderá ter as mesmas qualidades que é uma imitação nunca poderá ter as mesmas qualidades que é possível conseguir com a técnica do vidro chumbado; possível conseguir com a técnica do vidro chumbado; fundamentalmente porque não pode trabalhar com diferentes tipos fundamentalmente porque não pode trabalhar com diferentes tipos de vidro. O nosso vitral pintado será formado por uma só peça de de vidro. O nosso vitral pintado será formado por uma só peça de vidro.vidro.

O que se toma possível é a obtenção de desenhos interessantes, O que se toma possível é a obtenção de desenhos interessantes, porque isso não depende de uma técnica, mas da imaginação e da porque isso não depende de uma técnica, mas da imaginação e da criatividade de um artista.criatividade de um artista.

Recomendamos-lhe que procure documentação. Os motivos Recomendamos-lhe que procure documentação. Os motivos vegetais característicos da tradição da arte nova e do modernismo vegetais característicos da tradição da arte nova e do modernismo são, aliás, os mais apropriados para se iniciar, primeiro, na são, aliás, os mais apropriados para se iniciar, primeiro, na imitação e, depois (quem sabe?), na verdadeira técnica do vitral imitação e, depois (quem sabe?), na verdadeira técnica do vitral chumbado. Mais do que copiar vitrais, trata-se de combiná-los e chumbado. Mais do que copiar vitrais, trata-se de combiná-los e adaptá los às proporções e às medidas dos nossos trabalhos.adaptá los às proporções e às medidas dos nossos trabalhos.

Outra fonte interessante de inspiração pode ser determinadas Outra fonte interessante de inspiração pode ser determinadas obras de artistas contemporâneos que, como Braque, Kandinsky, obras de artistas contemporâneos que, como Braque, Kandinsky, Klee, Picasso e outros, trabalharam o desenho e a pintura Klee, Picasso e outros, trabalharam o desenho e a pintura estritamente bidimensional, renunciando voluntariamente à estritamente bidimensional, renunciando voluntariamente à possibilidade de sugerir a terceira di mensão.possibilidade de sugerir a terceira di mensão.

Page 17: Vitral artístico

Este é o esboço definitivo, à Este é o esboço definitivo, à escala 1:5 do vitral que escala 1:5 do vitral que vamosvamos pintar, imitando o pintar, imitando o vidro chumbado. vidro chumbado.

Insistimos no facto de a corInsistimos no facto de a cor que juntámos ao desenho que juntámos ao desenho representar só uma ideia representar só uma ideia inicial que,inicial que, com toda a com toda a certeza, será parcialmente certeza, será parcialmente modificada, à medidamodificada, à medida que que formos pintando o vidro com formos pintando o vidro com cores transparentes.cores transparentes.

Page 18: Vitral artístico

3. O vidro3. O vidro Até aqui nada dissemos sobre o tipo de Até aqui nada dissemos sobre o tipo de

vidro que mais nos convém utilizar, mas vidro que mais nos convém utilizar, mas chegou o momento de nos referirmos a chegou o momento de nos referirmos a isso.isso.

Há vidros de muitos tipos que, deixando Há vidros de muitos tipos que, deixando de lado a cor que podem ter (questão de lado a cor que podem ter (questão que para o nosso objectivo actual não que para o nosso objectivo actual não nos interessa), se distinguem nos interessa), se distinguem basicamente pela sua textura, pelo tipo basicamente pela sua textura, pelo tipo de gravura de uma das suas faces.de gravura de uma das suas faces.

A nossa recomendação é que, quando A nossa recomendação é que, quando quiser efectuar uma imitação de vitral quiser efectuar uma imitação de vitral chumbado, trabalhe com vidro de chumbado, trabalhe com vidro de catedral, assim denominado por ser uma catedral, assim denominado por ser uma versão industrial de um tipo de vidro versão industrial de um tipo de vidro muito utilizado pelos vitraleiros de muito utilizado pelos vitraleiros de tempos passados na realização de vitrais tempos passados na realização de vitrais de igreja. Trata-se de um vidro que, de igreja. Trata-se de um vidro que, graças ao lavrado de uma das suas graças ao lavrado de uma das suas faces, proporciona uma luz sempre faces, proporciona uma luz sempre difusa que uniformiza a tonalidade da difusa que uniformiza a tonalidade da cor depositada na face lisa.cor depositada na face lisa.

Experimente pintar sobre um vidro Experimente pintar sobre um vidro normal, transparente e liso e verá que se normal, transparente e liso e verá que se toma muito difícil conseguir superfícies toma muito difícil conseguir superfícies de cor uniformes, a não ser que se trate de cor uniformes, a não ser que se trate de superfícies muito pequenas.de superfícies muito pequenas.

Page 19: Vitral artístico

4. Aplicação da cor4. Aplicação da cor

Trabalhando sempre com o vidro Trabalhando sempre com o vidro absolutamente plano e com a luz por absolutamente plano e com a luz por debaixo, começamos a aplicar a cor, sem debaixo, começamos a aplicar a cor, sem esquecer que não podemos guiar-nos pela esquecer que não podemos guiar-nos pela cor aparente que vemos dentro do recipiente cor aparente que vemos dentro do recipiente onde a tivermos preparado. A cor que onde a tivermos preparado. A cor que devemos aplicar em cada zona do desenho devemos aplicar em cada zona do desenho será a que se vê por transparência.será a que se vê por transparência.

Agora é o momento de ter presente as Agora é o momento de ter presente as generalidades que expusemos anteriormente generalidades que expusemos anteriormente sobre as cores transparentes.sobre as cores transparentes.

Page 20: Vitral artístico

5.Começar pelas 5.Começar pelas superfícies mais superfícies mais pequenaspequenas Por muito que se domine o ofício, é sempre prudente, para tomar Por muito que se domine o ofício, é sempre prudente, para tomar

contacto com a cor, começar por pintar as superfícies mais contacto com a cor, começar por pintar as superfícies mais pequenas que, no nosso exemplo, são os círculos e as formas pequenas que, no nosso exemplo, são os círculos e as formas centrais das flores, cuja cor decidimos que deve oscilar entre o centrais das flores, cuja cor decidimos que deve oscilar entre o amarelo-escuro e o laranja-ambarino. São matizes que podemos amarelo-escuro e o laranja-ambarino. São matizes que podemos obter a partir do amarelo, acrescentando-lhe laranja e obter a partir do amarelo, acrescentando-lhe laranja e vermelhão em diferentes proporções e a quantidade necessária vermelhão em diferentes proporções e a quantidade necessária de laca incolor para as tonalidades mais pálidas.de laca incolor para as tonalidades mais pálidas.

Aplicámos a cor com um pincel de pêlo fino (do n.º14) e nalguns Aplicámos a cor com um pincel de pêlo fino (do n.º14) e nalguns dos círculos acrescentámos, sobre uma base de tinta ainda dos círculos acrescentámos, sobre uma base de tinta ainda fresca, umas gotas de cor mais intensa tirada directamente do fresca, umas gotas de cor mais intensa tirada directamente do frasco.frasco.

Quando fizer os seus próprios vitrais pintados, não esqueça que Quando fizer os seus próprios vitrais pintados, não esqueça que a cor deve ser aplicada com generosidade e com muito cuidado, a cor deve ser aplicada com generosidade e com muito cuidado, procurando que alcance os bordos interiores do chumbo, mas procurando que alcance os bordos interiores do chumbo, mas sem os ultrapassar. Se, apesar de tudo, a cor manchar a tira de sem os ultrapassar. Se, apesar de tudo, a cor manchar a tira de chumbo, não a limpe logo de seguida; espere que esteja chumbo, não a limpe logo de seguida; espere que esteja completamente seca. Tire-a depois raspando com um «X-acto» completamente seca. Tire-a depois raspando com um «X-acto» ou com um pano e dissolvente.ou com um pano e dissolvente.

Page 21: Vitral artístico

Pormenor da aplicação da cor Pormenor da aplicação da cor dentro de uma circunferência.dentro de uma circunferência. O pincel fornece calor e ajuda O pincel fornece calor e ajuda a desfazer-se até ocupar todaa desfazer-se até ocupar toda a superfície, sem necessidade a superfície, sem necessidade de dar pinceladasde dar pinceladas

Fotografia feita no momento Fotografia feita no momento de acrescentar vermelho puro de acrescentar vermelho puro no centrono centro de um círculo de um círculo previamente pintado a laranja.previamente pintado a laranja.

Aspecto do nosso trabalho Aspecto do nosso trabalho depois de ter pintado as depois de ter pintado as superfícies circulares e os superfícies circulares e os centros das flores. centros das flores.

Page 22: Vitral artístico

6.Encher de cor as 6.Encher de cor as superfícies maiores superfícies maiores Trata-se, em definitivo, de Trata-se, em definitivo, de

continuar a pintar até ter cheias continuar a pintar até ter cheias de cor todas as zonas fechadas de cor todas as zonas fechadas pelas tiras de chumbo, umas pelas tiras de chumbo, umas maiores e outras mais maiores e outras mais pequenas. E nas superfícies pequenas. E nas superfícies mais extensas que a mais extensas que a inexperiência pode conduzir a inexperiência pode conduzir a um mau passo, sobretudo no um mau passo, sobretudo no que respeita à uniformidade do que respeita à uniformidade do tom. Se se trabalha com tom. Se se trabalha com pincéis, embora sejam grossos, pincéis, embora sejam grossos, a velocidade de secagem faz a velocidade de secagem faz com que seja realmente difícil com que seja realmente difícil obter uma superfície de cor obter uma superfície de cor uniforme.uniforme.

A experiência autoriza-nos a A experiência autoriza-nos a recomendar-lhe uma técnica, recomendar-lhe uma técnica, talvez pouco ortodoxa, que, talvez pouco ortodoxa, que, connosco, funciona muito bem: connosco, funciona muito bem: trata-se de cobrir as grandes trata-se de cobrir as grandes áreas depositando a cor com áreas depositando a cor com um conta-gotas.um conta-gotas.

Page 23: Vitral artístico

Antes de encher de Antes de encher de tinta uma tinta uma determinadadeterminada zona, é zona, é conveniente ter à conveniente ter à mão um panomão um pano humedecido com humedecido com dissolvente para dissolvente para eliminareliminar possíveis possíveis manchas de cor não manchas de cor não desejadas.desejadas.

SeSe a cor manchar a a cor manchar a tira de chumbo, não a tira de chumbo, não a limpelimpe logo de logo de seguida;seguida;

Espere, até ter Espere, até ter secadosecado por completo.por completo.

Page 24: Vitral artístico

Fotografia do Fotografia do vitral já acabado, vitral já acabado, mas ainda sobremas ainda sobre a mesa de luz, a mesa de luz, onde onde permanecerá permanecerá vinte e quatrovinte e quatro horas, o tempo horas, o tempo necessário para necessário para uma secagem uma secagem total.total.

Page 25: Vitral artístico

Eis aqui o nosso vitral Eis aqui o nosso vitral já terminado e já terminado e colocadocolocado na sua na sua localização definitiva.localização definitiva.

É evidente queÉ evidente que a sua a sua visibilidade e visibilidade e espectacularidade espectacularidade devem serdevem ser analisados analisados em contraluz.em contraluz.

Aqui também se Aqui também se tomatoma ilustrativo ilustrativo poder observar todo poder observar todo o tecidoo tecido de chumbo de chumbo confeccionado confeccionado propositadamente.propositadamente.

Page 26: Vitral artístico

O vitral depois de O vitral depois de colocado no seu local colocado no seu local definitivo definitivo

Quando pintar o seu primeiro Quando pintar o seu primeiro vitral, verificará que o vitral, verificará que o verdadeiro acabamento da verdadeiro acabamento da obra consiste na sua colocação obra consiste na sua colocação na abertura para que foi na abertura para que foi criado.criado.

Realmente, o aspecto de um Realmente, o aspecto de um vitral pintado é muito diferente vitral pintado é muito diferente visto sobre a mesa de luz ou visto sobre a mesa de luz ou visto numa posição vertical, visto numa posição vertical, recebendo a luz que o vai recebendo a luz que o vai iluminar definitivamente.iluminar definitivamente.

Naturalmente, a transparência Naturalmente, a transparência da cor proporcionará uma da cor proporcionará uma luminosidade cambiante, luminosidade cambiante, conforme a hora do dia, o que conforme a hora do dia, o que significa que, a cada momento, significa que, a cada momento, teremos interessantes teremos interessantes modificações de cor. modificações de cor.

Page 27: Vitral artístico

Outros Exemplos de Outros Exemplos de VitraisVitrais

Desenho e Desenho e realização: Vitrais realização: Vitrais MariMari

Desenho: Rosa Picó, Desenho: Rosa Picó, decoradora.decoradora.

Realização.- Vitrais Realização.- Vitrais MaríMarí

Desenho:Desenho: Keshava, Keshava, arquitecto.arquitecto.

Realização: Vitrais MaríRealização: Vitrais Marí

Desenho e realização: J. Giménez mestre vitraleiro.Desenho e realização: J. Giménez mestre vitraleiro.