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Gazeta “Diz-me com quem andas”: um artigo de Luís Severiano Soares Rodrigues Pág 5 Os perigos do Foro de S.Paulo Pág. 9 Imperial Jornal editado pelo Instituto Brasil Imperial Julho de 2012 Ano XVII Número 199 www.brasilimperial.org.br XXII Encontro Monárquico Nacional Coleção Carlos Gomes do Museu Imperial pode virar patrimônio da humanidade Pág. 12

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Gazeta

“Diz-me com quem andas”: um artigo de Luís Severiano Soares RodriguesPág 5

Os perigos do Foro de S.PauloPág. 9

ImperialJornal editado pelo Instituto Brasil Imperial Julho de 2012 Ano XVII Número 199 www.brasilimperial.org.br

XXII Encontro Monárquico Nacional

Coleção Carlos Gomes do Museu Imperial pode virar patrimônio da humanidade Pág. 12

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GazetaImperialA Gazeta Imperial é uma publicação do Instituto Brasil Imperial. Artigos, sugestões de reportagens, divulgação de eventos monárquicos e imagens podem ser enviados para [email protected]

Comendador Antonyo da CruzPresidente do Instituto Brasil Imperial

[email protected]

Alessandro PadinEditor e jornalista responsá[email protected]

Há muito estamos falando sobre a necessidade de se fazer militância monárqui-ca, proporcionando ao movimento monárquico o aumento do contingente de patriotas defendendo a causa monárquica brasileira.Vários internautas que todos os dias postam mensagem de divulgação monárquica repetidamente nas mais variadas páginas do facebook, e que geram um número imensurável de e-mails recebidos atulhando a caixas de en-trada dos destinatários, chego a receber diariamente entre 220 a 340 e-mails dia gerados no facebook.O Incrível é que eu tenho indagado a esses mesmos internautas quantos monarquistas você conhece na sua cidade, e a resposta é sempre a mesma “nenhuma, não conheço ninguém para falar de monarquia”. Ora de nada adianta fazermos projetos se não nos comprometemos com eles, restaurar a monarquia no Brasil é um projeto de muitos, mas poucos se dispõem a se identificarem como monarquistas para os amigos, vizinhos, colegas de escola, colegas de trabalho, etc, e com eles usar argumentos monárquicos com a in-tenção mesmo de convertê-los à nossa causa.Dia 30 de junho aconteceu no Rio de Janeiro o XXII Encontro Monárquico e para nossa alegria pudemos ouvir as sábias palavras proferidas por Dom Ra-fael de Orleans e Bragança “Cada monarquista deve converter mais três bra-sileiros em monarquistas e os três em mais três cada um e sempre assim propagaremos as nossas ideias tornando maiores as chances de sucesso da nossa causa”.Dom Bertrand já afirmara no XXI encontro que “com Dom Rafael o futuro está garantido” e agora depois de ouvir com muita atenção as suas pala-vras proferidas no XXII encontro, podemos afirmar com certeza que com ele temos de fato quem garan-ta o futuro da monarquia brasileira. Escrevam para nós [email protected] contamos com você para ampliar o número de núcleos monárquicos do IBI, seja um líder monárquico, ajude a fundar o núcleo de sua cidade. Acreditamos em Dom Rafael, acreditamos na ju-ventude monárquica, os futuros ger-entes da nossa nação.

Antonyo da CruzPresidente do Instituto Brasil Imperial

Palavra do Presidente

SÁBIAS PALAVRAS DE DOM RAFAEL NO XXII ENCONTRO NO RIO DE JANEIRO

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Movimento

No dia 30 de junho de 2012, realizou-se na Cidade do Rio de Janeiro, no Windsor Florida Hotel, o XXII Encontro Monárquico. A gênese da Monarquia no Ocidente, as pesquisas arqueológicas sobre nossos primeiros Imperadores na cripta do Ipiranga em São Paulo, o Jubileu da Rainha Elizabeth II, o Brasil ante a pressão ambientalista, foram os temas abordados por qualificados conferencistas. O Evento foi honrado com a presença dos Príncipes da Família Imperial brasileira. No dia seguinte, 1º de julho de 2012, às 12hs e 30 min, houve Santa Missa em Ação de Graça pelo 74º aniversário de S.A.I.R. o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, cele-brada na Igreja da Imperial Irmandade de Nossa Sen-hora da Glória do Outeiro. Após a Missa, seguiu-se o almoço em homenagem ao natalício de S.A.I.R. o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil.

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Alessandro PadinEditor e jornalista responsá[email protected]

NacionalCristina Froes

MonárquicoXXII Encontro

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Num impressionante editorial de 08/03/1992, acerca da contraven-ção e do poder dos contraventores em nosso país, dizia o Jornal do Bras-il “Na verdade, estes homens com-põem a escol da nossa máfia: man-dam matar, sequestram, torturam, corrompem, vendem proteção, estão por trás do tráfico de entorpecentes. São perigosos, não porque bancam o jogo, mas porque manipulam amp-los setores da polícia, mandam nas prisões, controlam o pó das favelas, infiltram-se nas administrações lo-cais, no parlamento, na magistratu-ra. Simbolizam a falência da repúbli-ca, pois só conseguiram conquistar esse espaço graças a um modelo econômico-social excludente”. Pou-co mais de vinte anos passados, podemos ver que nada mudou, pelo contrário só aumentou, basta olhar-mos e ouvirmos a cada dia a novela da CPMI do Sr. Carlinhos Cachoeira,

Diz-me com quem

Luís Severiano Soares RodriguesEconomista, pós-graduado em história, sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói e Artista Plástico

ANDAS

Artigo

que em um dos últimos capítulos, foi contundentemente revelador, para os poucos que acham que a república tem salvação: Num vídeo, feito pela equipe do bicheiro, este oferece apoio ao candidato petista à prefeitura de Palmas, capital do To-cantins, apoio este em dinheiro para a sua campanha eleitoral, onde Ca-choeira abre o jogo com o candida-to, dizendo com todas as letras que seu grupo tem um “projeto de poder para o Tocantins”, ao qual o candi-dato petista assente, e ainda sugere uma recompensa ao grupo, promet-endo já a coleta de lixo entre outras, caso seja eleito, como de fato o foi, e homem de palavra, lá está o grupo Cachoeira empreendimentos escu-sos instalados. A república, através da mistificação, sobreviveu ao plebi-scito de 1993, para nada mudar, e tenho certeza que naquele plebi-scito o Senhor Cachoeira votou pela república e pelo presidencialismo.Frente a isso tudo, temos que nos questionarmos, por que esses in-

divíduos e outros tipos de aprovei-tadores podem formular “projetos de poder” escusos no nosso país. A resposta é simples, as instituições republicanas brasileiras são simu-lacros depravados de democracia formal, onde os bons são postos a margem e os ímpios manipulam-nas para obter vantagens à custa da desgraça do povo brasileiro.Sem o poder moderador nas mãos do Imperador, nas novas instituições republicanas o mau-caratismo se fez, pois já disse Rui Barbosa num tris-temente célebre discurso de 1914, que frente ao ponto em que chega-mos o homem de bem descrê na vir-tude e tem vergonha de ser honesto, e mais adiante, diz que todos temi-am a severidade do Imperador, pois na monarquia, o homem que tivesse qualquer nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sem-pre, pois as carreiras políticas lhe estavam fechadas. Malgrado a sin-ceridade de Rui, sinto uma ponta de arrependimento, a primeira parte de

sua afirmação continua atualíssima, a segunda, por enquanto, é apenas história. O descaramento republi-cano brasileiro chegou a tal cinismo, que hoje vemos políticos com impor-tantes cargos, gozando da amizade desses contraventores e empresári-os corruptores, que alegam que suas relações são apenas de “ami-zade”, como o senador Demóstenes e o governador Cabral, entre outros, e nada mais que amizade. O povo, do pedestal da sua sabedoria, cos-tuma perguntar: “diz-me com quem andas” para afirmar “que direi quem és”.Essa sabedoria popular me faz lem-brar que vinte anos atrás, nós está-vamos lutando desesperadamente para acabar com a república, para com ela enterrar seus vícios e feri-das que destruíam a sociedade bra-sileira. Em carta publicada no Jornal do Brasil de 11/08/1992, já dizia eu: “A manutenção da república nada mais é do que a preservação das injustiças sociais e da violên-

Antônio Cruz / ABr

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06cia moral e física que se mostram cada vez mais crescente e latente na sociedade” creio que a realidade atual prova que eu estava certo. E nós monarquistas estávamos na companhia de homens do melhor gabarito, alguns que infelizmente já se foram, mas cujo exemplo perdura na perenidade de reputações iliba-das que registram seus nomes na história, muito deles, com extensas listas de serviços prestados a pá-tria. Dos muitos de que orgulhamos, destaco apenas, os não militantes, que esboçaram o seu voto no plebi-scito, e o fizeram e fundamentaram a sua escolha. Começo por Hélio Jag-uaribe, que sem optar pela monar-quia constitucional fez algumas re-flexões importantes no seu artigo Plebiscito Extemporâneo, 04/1993 no Jornal do Brasil, onde nos diz “O golpe militar de 15 de novembro, o primeiro de uma série de golpes que culminaria com o de 1964, instituiu, por ato de força – valendo-se da in-ocência de Deodoro, que julgava es-tar apenas derrubando o gabinete Ouro Preto – um regime sobre o qual o povo brasileiro foi constitucional-mente proibido, desde então, a se manifestar. Há praticamente con-senso, entre os estudiosos da ma-téria, quanto ao fato de que, se um plebiscito para a opção entre monar-quia ou república fosse submetido aos eleitores, em 1889, a república não recolheria senão uma pequena minoria de votos”(...)”Estou convicto de que foi extremamente negativa, para o Brasil, a deposição do exce-lente monarca que foi Pedro II e a interrupção de um processo institu-cional que, desde a reforma Saraiva, de 1880, se tornara efetivamente democrático. Com essa deposição, as forças reacionárias contrariadas pela abolição – ademais de mino-rias idealistas – impediram que se consolidasse um regime de gabinete que teria poupado o país, entre mui-tas outras coisas, da sucessão de golpes que desde então o afligiram. (...)” , continuo a sequencia com o coronel aviador e administrador de renome que é Ozires Silva, um dos grandes responsáveis pela criação e sucesso da Embraer, que neste ano teve publicada a sua biografia, diz ele sobre a escolha do Chefe do Es-tado “Outras considerações que nos fazem despir os preconceitos com relação à monarquia parlamentar é

o fato de que se afigura como mui-to menos oneroso à Nação ter uma família real do que eleger a cada quatro ou cinco anos um presidente da república, em dois turnos, que irá certamente requerer do país muito mais despesas e ônus do que um rei solidamente estabelecido, despreo-cupado de ter que ganhar a próxima eleição e fazer seu sucessor. O fato de se ter um chefe de Estado por um longo período significa continuidade, e esta, sem dúvida, é uma das mais interessantes características e van-tagens da monarquia” in Plebiscito: Como Votarei? José Olympio Editora, 1993 pag. 95. Nessa mesma obra o engenheiro/economista, várias vez-es ministro de Estado, Mário Hen-rique Simonsen, hoje já falecido, se colocando como defensor do siste-ma parlamentarista de governo, as-sim fundamenta a sua opção “Quan-to ao argumento de que a monarquia é uma instituição do passado, e que apenas sobrevive em alguns países por tradição, trata-se de um argu-mento da falsa cultura histórica. Coisa do passado é a monarquia ab-soluta, baseada na teoria do direito divino dos reis, e que há mais de duzentos anos foi substituída pelas teorias do contrato social de Locke e Rousseau. A monarquia moderna onde o rei, como chefe de Estado, reina mas não governa é a solução mais satisfatória que se encontrou para o modelo parlamentarista. In-clusive porque permite que o rei seja apolítico, o que nunca ocorre com um presidente da república.” Op. Cit. Pag.73. Outra presença de peso nas discussões, que sem se colo-car como monarquista, mas com uma sinceridade democrática que privilegia o debate construtivo, foi o historiador José Murilo de Carvalho, do IHGB e da ABL, que argumen-tava “A representação simbólica da nação em uma pessoa cercada de convenções que lhe dão caráter de permanência (a linha dinástica) con-fere um grau de estabilidade ao sis-tema político que não pode ser de-sprezado em países marcados pela instabilidade crônica. Não se trata de introduzir imobilidade, mas ex-atamente do contrário. Uma vez es-tabilizada a representação nacional, fica o espaço livre para o exercício do conflito, para a luta dos partidos, facções, classes, o que for. Fica livre o conflito de interesses, que não

mais precisa ser coibido em nome da estabilidade do sistema. Esta-mos cansados de apelos à união nacional, a consensos, acordos pac-tos, entendimentos et caterva. (...)” refere-se aqui José Murilo aos meios que o poder moderador nas mãos do Imperador, tem de nos momen-tos de crise, colocar o sistema em equilíbrio, com a troca do gabinete ou a dissolução da câmara seguida da convocação de eleições, para lembrar mais a frente que “ O prob-lema do equilíbrio dos poderes sem-

pre perseguiu a república brasileira. Abolido o poder moderador, seus poderes deslocaram-se quase de imediato para o presidente, que se tornou um déspota sem os controles do parlamentarismo monárquico ou de uma Suprema Corte no estilo americano. Os poderes legislativo e judiciário viram-se desde logo ames-quinhados. Os próprios republicanos reconheceram de imediato o prob-lema. Alberto Sales dizia em 1901, quando seu irmão era presidente, que a república gestara um des-

Mário Henrique Simonsen, hoje já falecido, se colocando como defensor do sistema parlamentarista de governo, assim fundamenta a sua opção “Quanto ao argumento de que a monarquia é uma instituição do passado, e que apenas sobrevive em alguns países por tradição, trata-se de um argumento da falsa cultura histórica. Coisa do passado é a monarquia absoluta, baseada na teoria do direito divino dos reis, e que há mais de duzentos anos foi substituída pelas teorias do contrato social de Locke e Rousseau. A monarquia moderna onde o rei, como chefe de Estado, reina mas não governa é a solução mais satis-fatória que se encontrou para o modelo parlamentarista. Inclusive porque permite que o rei seja apolítico, o que nunca ocorre com um presidente da república.”

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07potismo pior que o do poder mod-erador” - Esse debate é real, cad-erno Idéias/Ensaios Jornal do Brasil 14/04/1991. Ao longo dos debates José Murilo escreveu vários outros artigos que complementavam sua visão do problema como um todo, e seu nome ficou vinculado a opção monarquista.Um segmento de onde se verificou uma grande opção e/ou simpatia pela monarquia constitucional par-lamentarista foi o corpo diplomáti-co onde embaixadores altamente preparados se colocaram pela im-prensa, com destaque para o em-baixador e escritor, membro atuante ainda hoje do IHGB, Vasco Mariz que no artigo “Os Donos da Coroa” no Jornal do Brasil de 14/09/1991, onde nos lembra “Pelo artigo 98 da constituição de 1824, o Poder Mod-erador é a chave de toda a organi-zação política da nação. O texto é exemplar: ele deve velar sobre a ma-nutenção da independência, equilí-brio e harmonia dos demais poderes políticos da nação. E nos tempos modernos do Brasil, o que temos visto diariamente é o conflito de po-deres, em detrimento do povo e da nação”. Dentre os outros vários diplomatas que se colocaram como simpatizante da monarquia con-stitucional parlamentarista destaco, os embaixadores Meira Penna e Pio Corrêa. Fechando a questão do Poder Moderador, temos de citar uma contribuição que veio após o plebiscito, de ninguém menos que o renomado crítico literário Wilson Martins, já falecido, na sua coluna do Jornal do Brasil de 16/10/1993, “Outra questão é a do Poder Mod-erador na organização constitucion-al do Império, tratada por Gláucio Veiga pela ótica das simplificações polêmicas muito em moda entre os tratadistas dos nossos dias. Basta pensar que o Poder Moderador era combatido como opressivo e ar-bitrário por todos os partidos en-quanto estavam na oposição e, ao contrário, como salutar e necessário quando estavam no poder. Sendo, alternadamente, os mesmos parti-dos, isso nos ajuda a compreender o caráter suspeito dessas manifes-tações. No cotidiano da organização constitucional, o dispositivo era de natureza liberal, chave, como dizia o texto constitucional, “de toda a organização política”. A experiência

nos ensina que, entregues aos seus impulsos instintivos, sem o olho vigi-lante do Imperador e dos adversári-os, os políticos é que teriam feito da vida brasileira o universo arbitrário que a constituição, precisamente, tratava de disciplinar”.Dos bancos acadêmicos o antropólo-go Otávio Velho da UFRJ/Museu Na-cional, deu muitas contribuições ao debate em vários artigos na impren-sa, dos quais destaco, ”É claro que a questão da monarquia comporta muitas outras dimensões, como o seu papel nos países “modernos”. Ou a própria superação da antino-mia presidencialismo-parlamenta-rismo republicano com a vantagem de, pela radicalidade a absoluta da distinção entre princípios sucessóri-os da chefia de Estado e do governo, criar uma barreira ao domínio ol-igárquico. Mas aqui estamos privi-legiando outro registro, num debate que apenas principia e não deve ser encurtado. Não é apenas a monar-quia que está em jogo. Ela pode ser pretexto para nos repensarmos como nação, inclusive incorporando uma visão de mais largo prazo que não comporte casuísmos. Pensar

para o futuro até como transmissão de um patrimônio de uma geração a outra, de que a sucessão monárqui-ca marca um modelo e um estilo. (...)” Para Além dos Preconceitos, in caderno Ideias/Ensaios _ Jornal do Brasil 12/01/1992. Dentre os políti-cos de então vemos o escritor, jor-nalista e deputado federal e depois senador, Artur da Távola, já falecido, que naquele momento fazia uma simplificação argumentando que “Parlamentarismo monárquico não é monarquia. É forma constitucional de soberania popular, com primeiro-ministro escolhido pela Câmara para chefe de governo e rei para chefe de Estado. É forma de organizar a de-mocracia” mais adiante “A existên-cia de um poder (chefia do Estado) não contestado, aceito em pacto nacional (o Plebiscito) e feito para moderar crises, arbitrar conflitos entre primeiro-ministro e Câmara e para representar o país em tratados internacionais, este sim, criará con-dições eficazes de funcionamento do sistema parlamentarista”(...)”Precisamos de coragem cívica para considerar, com seriedade e sem medo, a lógica do parlamentarismo

monárquico (...)”, Jornal do Brasil, 14/07/1992.A campanha desenvolvida nos jor-nais pelos monarquistas militantes e pelos optantes pela monarquia constitucional foi enorme, com cen-tenas de penas escrevendo o quan-to ganharia o Brasil e o seu povo com a opção pela forma de governo monárquica e pelo sistema parla-mentarista de governo. Citei apenas parte ínfima desse esforço, e ainda poderia citar o notável advogado Ives Gandra Martins, que inclusive publicou um livro introdutório so-bre o tema “O que é Parlamenta-rismo Monárquico” pela editora Brasiliense, citaria também o célebre antropólogo Roberto da Matta, os juristas Célio Borja e Paulo Brossard, o saudoso poeta Mário Quintana, o filósofo Hen-rique de Lima Vaz, que segundo José Murilo de Carvalho, seja o melhor conhecedor de Hegel no Brasil. Poderíamos citar muitos outros.Assim nós monarquistas podem-os andar de cabeça erguida ao falarmos de com quem andamos, já os republicanos....

Artur da Távola:“Parlamentarismo monárquico não é monarquia. É forma constitucional de soberania popular, com primeiro-ministro escolhido pela Câmara para chefe de governo e rei para chefe de Estado. É forma de organizar a democracia”

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A CRISE financeira de 2008, cujos efeitos ainda abalam os mercados -e se desdobram na presente crise europeia-, não foi, como muitos sus-tentam, um sinal de esgotamento do capitalismo.Ou, na síntese reducionista, “o muro de Berlim da direita”.O que fracassou não foi o capitalis-mo, mas o uso inadequado de suas regras mais elementares. A causa direta da crise foi a concessão, de-liberada e irresponsável, de em-préstimos hipotecários a credores sem meios de pagá-los, sobretudo com a alta dos juros.Como se não bastasse, os agentes financeiros, para contornar o desas-tre, recorreram a novos artifícios de-sonestos, que apelidaram de “ino-vações financeiras”, com o objetivo de alavancar suas operações sem ter de reservar os coeficientes de capital requeridos pelo Acordo da Basileia, cujo propósito era exata-mente evitar o que se deu.Esse princípio se baseia na ideia de que a busca da riqueza não é prob-lema e, sim, a ganância para con-quistá-la a qualquer preço.Os bancos norte-americanos chega-ram ao limite. E, para piorar o que já não era bom, decidiram securitizar os títulos podres, contra toda a or-todoxia econômica, servindo-se da cumplicidade das agências de risco, interessadas em agradar a seus cli-entes.Trapaça pura.A crise financeira norte-americana espalhou-se como metástase pelo mundo. Um de seus efeitos mais claros foi expor a fragilidade da eco-nomia europeia, também marcada por transgressões a fundamentos básicos da economia.A crise europeia decorre da fragili-dade fiscal de países como Grécia, Portugal e Itália, cujos governos gas-

Artigo

Capitalismo eESPIRITUALIDADESenadora Kátia AbreuArtigo publicado na Folha de S.Paulo em 28 de abril de 2012

tam mais do que arrecadam. Os in-vestidores já preveem um “default” de seus títulos de dívida.Na base de toda essa confusão não está uma demonstração de inviabili-dade do capitalismo.Ele foi conspurcado, violado em seus princípios.E a saída tem sido problemática devido a outro fator básico, que extrapola a ciência econômica, mas que sobre ela e toda atividade humana exerce influência vital: a quebra de confiança. Sem ela, nenhum sistema se sustenta.Credibilidade e confiança são va-lores que decorrem do culto às virtudes, algo que se perdeu numa sociedade que confunde Estado laico com Estado ateu -ou, pior ain-da, antirreligioso.De há muito, a perda do paradigma espiritual tornou o homem ociden-tal alheio aos mais elementares

padrões éticos.A relativização dos valores levou-o a uma visão materialista e hedoni-sta da existência, estabelecendo comportamentos viciados, con-dutas desleais e irresponsáveis, quando não simplesmente crimi-nosas.Dostoiévski tem a síntese perfeita, quando, por meio de Ivan Karama-zov, diz: “Se Deus não existe, tudo é permitido”.É o que se tem visto: Deus foi reti-rado da história.Europa e Estados Unidos são civi-lizações erguidas sob os valores do cristianismo, que moldou suas legislações e tradições. Hoje, es-ses valores são renegados, sob o argumento do laicismo do Estado, que de modo algum é incompatível com os valores espirituais.A ausência de qualquer referên-cia às raízes cristãs da Europa

no preâmbulo da Constituição da União Europeia confirma a perda da referência espiritual de uma civilização cujos momentos de es-plendor se vislumbram, ainda hoje, nas majestosas igrejas e catedrais góticas que fascinam turistas de todo o mundo.Ética sem espiritualidade, sem a noção de um porvir em que todos serão julgados pelos seus feitos, não passa de uma fachada.Nesse ambiente, a política, que a Grécia antiga considerava uma vir-tude, foi a primeira a se desmor-alizar. A economia veio em seguida. O que mais falta?Será que o Brasil não está seguindo essa agenda laica e antirreligiosa, pautando suas políticas pelos mes-mos paradigmas que alimentam a presente crise?Desatento a isso, não chegará as-sim a lugar melhor.

A relativização dos valores levou-o a uma visão materialista e hedonista da existência, estabelecendo comportamentos viciados, condutas desleais e irresponsáveis, quando não simplesmente criminosas.Dostoiévski tem a síntese perfeita, quando, por meio de Ivan Karamazov, diz: “Se Deus não existe, tudo é permitido”.

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A Alejandro Peña Esclusa, preso-político do Foro de São Paulo

À destra de Lula da Silva, sentado por sua vez à destra de Fidel Castro, senta-se uma plêiade de velhos trot-skistas latino-americanos conduzidos por um velho paulista, sociólogo sem sociologia, cujo atributo existencial, para dar algum nome a seus pre-conceitos de confrades medievais, é o borgeano, insólito e escatológico convencimento de que a revolução é uma entidade de ordem teológica à qual nos condena o pecado original. Beberam em sua infância do elixir da “revolução permanente” de Leon Davidovich Bronstein, melhor conhe-cido como Trotsky, e desconhecendo com tenacidade todas as provas da einsteiniana realidade, que com por-fia derrubou todos os experimentos marxistas, continuam se prostrando ante Karl Marx e seu carnal Friedrich Engels, apostando suas vidas no as-salto ao Poder por bem ou por mal, para tentar demonstrar inutilmente e pela enésima vez que chove de baixo para cima, que a terra é plana e encontra-se no centro do universo, a ditadura do partido e seu caudilho é a melhor democracia imaginável e as privações um destino inexorável de uma humanidade que, se quiser so-breviver, deve voltar aos tempos das cavernas. Tudo em honra do igualita-rismo.A idéia de montar esta confraria de templários tresnoitados, levada a cabo desde os princípios dos anos noventa apesar da prova documental e vivente de que a revolução socialis-ta é um disparate, não teria sido real-izável sem a contribuição das viúvas da OLAS, a Organização Latino-Amer-icana de Solidariedade, montada pelo castrismo recém triunfante, e os despojos do esforço imperial da dita-dura cubana nos anos sessenta para

Foro de São Paulo:Artigo

o Brasil e a Quinta Internacional do castro-lulismo

Antonio Sánchez GarciaPublicado no site Mídia sem Mascara comtradução de Graça Salgueiro

acampar na Ásia, África e América Latina - a Trikontinental! - mediante a exportação do modelo guerrilheiro, como novo instrumento de assalto e conquista do Poder.Derrubado o muro de Berlim e desmo-ronado o império soviético como um castelo de cartas, extraviado o cas-trismo e a sociedade cubana conde-nada a morrer de fome o cegar de avitaminose, enquanto se avistava a reconstrução das economias dos países que saíam das ditaduras que provocaram com o guevarismo - Chile, Argentina e sobretudo Brasil, sabia-mente presidida pela social-democ-racia brasileira e Fernando Henrique Cardoso -, nossos trotskistas se pre-pararam para o assalto ao poder já em fins do século passado, dado a mu-

dança de gerações que subitamente punha os herdeiros do fracasso para conquistar o poder. De fato: todas as crias de Castro alcançaram o poder: desde Kirchner, o montonero, até Pepe Mujica, o tupamaro. Sem falar de Dilma, a guerrilheira urbana. Com um giro copernicano, contribuído pelo reformismo ancestral dos trotskistas, subitamente para a vanguarda do novo projeto: já não pela violência, que uma sociedade moderna não se conquista pelas armas - disse Hitler - senão infiltrando-se nos despenha-deiros da Hegemonia e caindo de pau nas democracias ingênuas, vítimas da decadência de suas elites, como a Venezuela.Desse modo, a jóia da coroa, princi-pal depositária das maiores reservas

de petróleo do Ocidente, voltou a pri-var o sonho de quem saiu nos ses-senta com as tábuas na cabeça da Venezuela depois de duas tentativas invasoras, um gigantesco investimen-to em armas e dólares, e o compro-misso existencial de quem jurou que a Venezuela e o petróleo seriam seus, mesmo que tivesse que subir ao céu engatinhando.Pode ser que hoje, os então futuros idiotas-úteis da seção venezuelana do Foro de São Paulo que, com abso-luta ingenuidade e uma irresponsa-bilidade limítrofe no crime de Estado estenderam em fevereiro de 1989 o tapete para a visita a Caracas de Fidel, que já trazia no peito tanto a fundação do Foro como devorar de uma só tacada a principal nação do

Um propósito essencial e irrenunciável move o Foro de São Paulo: impedir a queda do regime de Hugo Chávez, com a qual se deslocaria todo seu xadrez imperial. Impedir que o títere de Castro e do lulismo deixe a cena e as principais reservas petrolíferas voltem para as mãos dos seus legítimos proprietários: nós, os venezuelanos

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10Caribe e se fosse necessário assas-sinar o seu gentil anfitrião, Carlos Andrés Pérez, sofram seu arrependi-mento. O certo é que serviram volun-tária e decididamente para defenes-trá-lo com um grupo de pessoas que arremetem contra alguém indefeso ante o qual fez com que a rasteira ao paraguaio Lugo seja digna de um orfanato. Saberiam nossos golpis-tas de salão que ontem abriram os portões à conspiração e hoje choram lágrimas de sangue, de quê se trata quando se menciona os templários paulistas que nos visitarão em 4 e 5 de julho próximos?Trata-se dos que se confabularam à sombra da estupidez das democra-cias alcoviteiras, começando pela de nossos promotores, destacados midiáticos, militares, editores, juízes, empresários, filósofos e politiqueiros de fins de século, para coroar com a jóia petroleira um tenente-coronel golpista, grosseiro, brutal, assassino e decidido a liquidar nossa República e montar um regime totalitário que lhe garanta governar pelo resto da vida, seguindo o modelo que inspira os foristas que nos visitam: a tirania castrista. Trata-se do ELN e das FARC da Colômbia - esquecer o discurso de Raúl Reyes no sexto encontro do Foro? -, de todos os partidos, grupos e grupelhos da ultra-esquerda latino-americana, e daqueles que à sombra do chavismo e contando com o finan-ciamento do petróleo venezuelano e suculentas valises contrabandeadas nesta última década montaram os governos de Lula, de Kirchner, de Evo Morales, de Rafael Correa, de Dan-iel Ortega, de Pepe Mujica, de Dilma Rousseff.Trata-se, em conseqüência, dos que saíram da escuridão das covinhas conspirativas, dos seqüestros, das

guerras de guerrilhas e dos assaltos a bancos para adquirir certificados de boa conduta e brilhar ante o mundo como exemplares tribunos democráti-cos: o PSUV venezuelano, o PT bra-sileiro, os montoneros e tupamaros rio-platenses, os elenos colombianos, os sandinistas nicaragüenses, entre muitos outros que estarão à espera de assaltar o poder, como os comu-nistas, os miristas, os socialistas chilenos da ultra. Que já lançam seus novos rostos para a ofensiva desde as universidades chilenas. E que es-tarão decidindo suas ações futuras desde Caracas, a partir deste 4 de julho.Trata-se dos charlatães de ofício que, amparados pela idiotice do progres-sismo europeu, recebem prêmios nobéis e suculentas remunerações em Euros, como Rigoberta Menchú e Adolfo Pérez Esquivel, que maculam a companhia da Madre Teresa de Cal-cutá e Willy Brandt. Fraudadores da nova esquerda que acompanham a dança com lobos das avós da Praça de Maio, incendiárias de profissão, di-gnas de um tango de Enrique Santos Discépolo.A insólita responsabilidade das democracias ocidentais e do De-partamento de Estado ao pensar que desaparecida a União Sovié-tica desapareceria a conspiração da esquerda castrista na Amé-rica Latina, e confiados em que a região rumava pelo caminho da reconstrução das democracias e da modernização de seus siste-mas políticos e da globalização de suas economias, terminaram com um trágico saldo: a destruição das bases sócio-políticas e econômicas venezuelanas, um dos principais bastiões da democracia na região, e no assalto ao poder por parte do

golpismo de esquerdas em seus países mais importantes.O primeiro beneficiário deste grave descuido foi o imperialismo bra-sileiro, que joga com duas cartas: a da consolidação de seu pode-rio econômico-estratégico - já é a sexta potência do mundo - e a do controle da região com a mão esquerda do Foro. O trotskismo sabe dirigir com perfeição o jogo da conspiração. Compreendeu a nova fase do desenvolvimento cap-italista em meio da crise mundial: fortalece sua burguesia nacional - um clássico exemplo da política trotskista de alianças -, se apode-ra da interlocução da região com o progressismo norte-americano e favorece o desenvolvimento de au-tocracias dispostas a assumir os despotismos de seus interesses.Nessa política, o Foro serve à per-feição seus interesses regionais. Daí a pergunta: a que vem a tribo castro-lulista à Venezuela? O que trazem entre as mãos estes queru-bins da revolução, que têm em Hugo Chávez o grande heresiarca e aos interesses imperialistas da neo-burguesia brasileira seu mag-no propósito?Um propósito essencial e irrenunci-ável move o Foro de São Paulo: im-pedir a queda do regime de Hugo Chávez, com a qual se deslocaria todo seu xadrez imperial. Impedir que o títere de Castro e do lulismo deixe a cena e as principais reservas petrolíferas voltem para as mãos dos seus legítimos proprietários: nós, os venezuelanos. Fechar a passagem à democratização da América Latina, como pretenderam ontem em Hon-duras, como pretendem hoje no Para-guai. Pois a abominável e repudiável intervenção do ministro de Relações

Exteriores de Hugo Chávez em Assun-ção, deixa claro o papel de gendar-meria que o Foro designa ao nosso país. Que usa o garrote petroleiro como o Departamento de Estado uti-lizou no passado a Quinta Frota, os boinas verdes e o sebo financeiro do FMI.A saída de Chávez constituiria um golpe mortal nas pretensões da es-querda radical do continente de vol-tar à idade dourada do castrismo. Priva de recursos financeiros os que sem eles estariam abandonados, sem poder e sem glória. Grande parte dos faustosos ingressos petroleiros, escamoteados dos nossos setores mais desvalidos, foram satisfazer a insaciável voracidade do castro-chavismo latino-americano. Alimen-tando grupelhos de ultra-esquerda, campanhas de governos corruptos, cruzadas dos que não distinguem en-tre causas e interesses pessoais. Per-mitiu a sobrevivência dos que, sem o auxílio castro-chavista, viveriam à luz de velas.Daí meu assombro quando ouço as queixas daqueles setores que respal-dam o candidato da democracia ven-ezuelana porque o PT respalda Hugo Chávez. Ainda se fiam do crédito que há cinqüenta anos os Castro tiveram e na natural bonomia do comunismo internacional. São cegos ante o óbvio: Lula, Dilma e sua coorte forosãopu-lista vão pelos seus. Liquidar as de-mocracias latino-americanas, montar o caudilhismo autocrático castrista e sentar o poderio do neo-imperialismo brasileiro. A isso é que vêm: examinar as condições do campo de batalha em que possivelmente neste 7 de ou-tubro se jogará o destino da América Latina. Escondem o punham com que pretendem enfiar-nos uma punhala-da. Não permitamos.

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Ibram

Especialistas em museus e coleções definem recomendações para Unesco

As mais belas declarações de parceria eterna, não seriam o suficiente para recon-hecer o quão importante você é para o Instituto Brasil Imperial. Nossa cumplici-dade monárquica vai se tornando forte, e como Presidente do IBI me sinto co-movido a homenagear os/as Confrades aniversariantes do mês. Feliz aniversário! E que você seja muito, muito feliz!

JUNHOAlexandre Amilton Vieira – 22 – Florianópolis - SC Andréa Christina Silva Panaro Caldas – 21 - Santo Antônio de Pádua - RJ Elisabeth Amélia Navarro – 30 - Santos - SP Genivaldo Ferreira de Macedo – 5 - Praia Grande - SP Herotildes Maciel – 11 - São José do Rio Preto - SP João Marcos Alves Suzuki – 9 - Pirajuí - SP Josimar Lourenco Silva – 7 - Ji Paraná - RO Maria Célia Serra Azul – 2 – São Paulo - SP Olavo Roberto de Arruda Campos – 18 - Londrina - PR Paulo Santos – 1 – EuropaRégis Augusto Rodrigues – 1 – São Paulo - SP Wellington José Soares dos Santos Júnior – 14 - São Lourenço da Mata - PE Ydenir Prudenciano Machado – 10 - São Caetano do Sul - SP

Seu nome não consta como aniversariante, Atualize seu cadastro. Não temos a sua data, sinta-se homenageado também, e gostaríamos que você completasse o seu cadastro para podermos cumprimentá-lo. Se já tem a senha é só acessar e completar os dados no site www.brasilimperial.org.br

Aniversários

Reunidos na cidade do Rio de Ja-neiro entre os dias 11 e 13 de ju-lho, especialistas indicados pela Unesco, e observadores de 50

países, discutiram o papel dos museus no mundo contemporâ-neo, como enfrentar ameaças e desafios na proteção de museus e coleções, além do papel social e educativo dos museus.

Também foram revistas e rati-ficadas as convenções, reco-mendações e declarações ex-istentes acerca do tema do encontro Proteção e Promoção de Museus e Coleções – organi-zado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC), em parce-ria com a Unesco, e com o apoio do Programa Ibermuseus e da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI).Como resultado, o grupo definiu recomendações que farão parte do relatório final que será apre-sentado na 190ª sessão do Con-selho Executivo da Unesco, pre-vista para outubro.No documento, intitulado Con-clusões e Recomendações Fi-nais Adotadas para o Relatório de Avaliação, os especialistas apontaram necessidades urgen-tes, tais como garantir recursos humanos e técnicos essenciais para a conservação e seguran-ça de museus e suas coleções, adaptar sistemas de museus a novas tecnologias e dotar os es-paços com recursos financeiros adequados. O documento está disponível em português e in-glês.

Fortalecimento das políticasFoi recomendado que os países desenvolvam e for taleçam políti-cas públicas voltadas para os museus considerando o desen-volvimento sustentável (ambi-ental, econômico, cultural e so-cial), a transformação social e o engajamento comunitário, a ca-pacitação e o planejamento ad-equado dos recursos humanos.A adoção de políticas sobre o uso da informática como forma de disseminar, registrar e ampliar o acesso aos museus e coleções, e sobre medidas para mitigar riscos e maximizar a segurança, também foram consideradas es-senciais.As dificuldades de financiamento foram apontadas por especialis-tas de diversos países e resulta-ram na recomendação de se dedi-car uma porção dos orçamentos nacionais aos museus, de se criar sistemas de cooperação en-tre governos e museus e de se desenvolver parcerias público-privadas para apoiar museus e co leções. Le ia o resumo da reunião nos bo let ins publ ica -dos durante todos os d ias do encontro .

Memória

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Coleção Carlos Gomes do Museu Imperial pode virar patrimônio da humanidade

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O Museu Imperial concorre, pela segunda vez, ao Registro Nacional do Programa Memória do Mundo, da Organização das Nações Uni-das para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), equivalente ao tí-tulo de Patrimônio da Humanidade. Em 2010, o Museu recebeu a titu-lação com o “Conjunto documental relativo às viagens de d. Pedro II pelo Brasil e pelo mundo” e, desta vez, enviou a candidatura da Coleção Carlos Gomes do Museu Imperial.A coleção reúne 286 documentos, incluindo fotografias, documentos textuais, gravuras, desenhos, livros, periódicos, folhetos e uma partitura. Entre as raridades, está um álbum de recordações que possui mensa-gens de grandes nomes da época dedicadas a Carlos Gomes, como um desenho de Pedro Américo, um desenho e uma poesia de Victor Meirelles e uma dedicatória de Ma-nuel Araujo Porto Alegre.Também merecem destaque os cenários da ópera Il Guarany, em aquarelas de Carlo Ferrario, cenó-grafo do Teatro alla Scala de Milão, Itália, e a partitura manuscrita de um hino composto para o primeiro centenário da independência norte-americana, encomendado pelo im-perador d. Pedro II e por ele ofer-

Música

Museu Imperialecido ao presidente Ulysses Grant na Exposição Universal da Filadélfia, em 1876.O acervo foi doado ao Museu Im-perial em duas partes, em 1946 e 1950, por Ítala Gomes, filha do maestro. Além dos documentos que compõem o conjunto que concorre à titulação da Unesco, a doação contemplou outros itens, como um piano de Carlos Gomes. Contudo, devido à restrição do prêmio, que se refere apenas a documentos, os objetos não foram inseridos na can-didatura.O Programa Memória do Mundo foi criado pela Unesco, em 1992, devido à consciência crescente do lamentável estado de conservação do patrimônio documental e do de-ficiente acesso em diferentes partes do mundo. O objetivo é dar maior vis-ibilidade a esses documentos e des-pertar a consciência coletiva sobre a importância de sua preservação.O programa é composto por três reg-istros – regional, nacional e internac-ional – concedidos de acordo com a abrangência da importância da documentação. Todos os registros são equivalentes, para documentos, ao título de Patrimônio da Humani-dade, que é concedido pela Unesco a patrimônios arquitetônicos.O Museu Imperial foi agraciado com

o Registro Nacional em 2010, con-cedido ao conjunto que reúne docu-mentos sobre as viagens de d. Pedro II, como diários, correspondências e notícias de jornais. Em 2012, o mesmo conjunto documental con-corre ao Registro Internacional, pois

a relevância dessa documentação excede a história do Brasil e torna-se importante para estudos sobre o contexto mundial da época. Agora, a instituição busca também seu segundo Registro Nacional com a coleção de Carlos Gomes.

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MaioridadeMultirio.rj.gov.br

Em meio a dificuldades financeiras e várias e desgastantes rebeliões localizadas, D. Pedro I instalou a Câ-mara e o Senado vitalício, em 1826. Porém um fato provocou desconfor-to geral e o seu declínio político no Brasil. Com a morte de D. João VI, decidiu contrariar as restrições da constituição brasileira, que ele próp-rio aprovara, e assumir, como herd-eiro do trono português, o poder em Lisboa.Foi a Portugal e, constitucional-mente não podendo ficar com as duas coroas, instalou no trono a filha primogênita, Maria da Glória, como Maria II, de sete anos, e nome-ou regente seu irmão, Dom Miguel. Porém sua indecisão entre o Brasil e Portugal contribuiu para minar a popularidade e, somando-se a isto o fracasso militar na Guerra Cisp-latina (1825-1827), os constantes atritos com a assembléia, o seu rela-cionamento extraconjugal (1822-1829) com Domitila de Castro Canto e Melo, a quem fez viscondessa e depois Marquesa de Santos, o con-stante declínio de seu prestígio e a crise provocada pela dissolução do gabinete, após quase nove anos como Imperador do Brasil, abdicou do trono em favor de seu filho Pedro, em 7 de abril de 1831, então com cinco anos de idade.A Constituição de 1824 previa que, durante a menoridade do sucessor, o Império deveria ser governado por um Regente que fosse um parente mais próximo ao Imperador. Como no caso não havia quem preenchesse tais quesitos, a Constituição previa a composição de uma Regência Trina Provisória, em caráter interino, para que o Executivo não ficasse acéfalo.A Regência Provisória tomou pos-se no mesmo dia da abdicação, começando por reintegrar o último ministério deposto pelo Impera-dor, conceder anistia para todos os presos políticos, estancar as agitações populares na busca da

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manutenção da ordem e das insti-tuições. Já a Regência Trina Perma-nente foi eleita pela Assembléia Ger-al em julho de 1831, permanecendo até abril de 1835.Nas eleições para a primeira regên-cia una, realizada em 7 de abril de 1835, saiu-se vencedor o Padre Diogo Antônio Feijó, antigo ministro da justiça da Regência Trina Perma-nente, e um dos líderes da facção progressista. Quando o regente Fei-jó assumiu, em outubro de 1835, a situação do país era extremamente delicada.Em 1837, com o avanço dos caba-nos no Pará e dos farrapos no Sul, Feijó pediu à Câmara dos Deputa-dos que aprovasse a elevação dos efetivos militares do governo, a fim de sufocar os movimentos. Seu pedi-do não foi aprovado, e o regente, di-ante da impossibilidade de exercer o cargo, acabou por renunciar. Araújo Lima, líder da facção regressista e presidente da Câmara dos Depu-tados, assumiu provisoriamente a regência.Com a regência de Araújo Lima em-bora interina, sobe ao poder o Par-tido Conservador. Na eleição para a escolha do novo regente, realizada em 1838, saiu-se vitorioso o próprio Araújo Lima, devendo o seu mandato prolongar-se até 1842. Entretanto, toda a habilidade do líder conserva-dor não foi suficiente para abafar a Farroupilha, nem mesmo para evitar uma série de revoltas surgidas em todo o país, destacando-se, princi-palmente, a Sabinada e a Balaiada. A primeira ao lado da Cabanagem no Pará, foi debelada ainda em seu governo.Por mais esforços que fizessem, os

homens públicos do Brasil não en-contravam a fórmula da conciliação. D. Pedro II só poderia ser declara-do maior ao atingir 18 de idade. A Regência, por sua vez, mesmo com o nome de permanente, seria um posto ambicionado e, portanto, mo-tivadora de intermináveis conflitos.O Partido Liberal, imediatamente, começou a se movimentar para ar-ranjar uma solução política para a Nação, e que, ao mesmo tempo, o colocasse novamente no poder. Em abril de 1840, por proposta do sena-dor José Martiniano de Alencar, pai

do romancista José de Alencar, foi criada a Sociedade Promotora da Maioridade, originalmente uma so-ciedade secreta que logo se tornou pública, passando a se chamar ap-enas Clube da Maioridade. Antônio Carlos de Andrada foi escolhido presidente, aproximando-se cada vez mais dos palacianos.Antônio Carlos levou a campanha para as ruas, levando o povo a apoi-ar o projeto. Valendo-se do momento oportuno, conseguiu assumir a lider-ança da massa que se dirigiu ao Senado, aclamando a Maioridade. A

pressão popular, liderada pela van-guarda liberal, foi tão grande e os seus resultados poderiam ser im-previsíveis, que em 23 de julho de 1840, D. Pedro foi emancipado. O futuro imperador do Brasil contava apenas com 15 anos de idade.A sagração e coroação de D. Pedro II foi marcada para 18 de julho de 1841. A cidade do Rio de Janeiro foi cuidadosamente embelezada para a cerimônia. As festas duraram muitos dias, encerrando-se no dia 24 de ju-lho com um grande baile de gala no Paço da cidade.

Antônio Carlos levou a campanha para as ruas, levando o povo a apoiar o projeto. Conseguiu assumir a liderança da massa que se dirigiu ao Senado, aclamando a Maioridade. A pressão popular, liderada pela vanguarda liberal, foi tão grande e os seus resultados poderiam ser imprevisíveis, que em 23 de julho de 1840, D. Pedro foi emancipado

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O Plebiscito/93 completará, em 2013, 20 anos de sua realização. O que mudou?Precisamos chamar atenção da população Brasileira, e um dos eventos fica na responsa-bilidade do Coordenador de Desenvolvimen-to do IBI - Instituto Brasil Imperial-SC, Edson Murilo Prazeres que realizará a exposição de material (jornais, publicações, fotografias, etc.) produzido e recebido por ele durante o período de luta pela nossa causa.Para melhorar a exposição precisamos da colaboração de todos os monarquistas para que enviem material, relativo ao plesbicito tal como: o filme “Venha a Nós o Nosso Reino” em DVD, exemplares de nºs 01 a 08, do jornal Cara & Coroa, comerciais da Frente Monar-quista, e outros materiais afim.A Exposição terá início em Florianópolis e em seguida será exposta nas principais praças do Brasil. Contando com o incentivo dos monarquistas do Brasil o IBI fica no aguardo de respostas e do envio de materiais para ex-por que deverão ser enviados para:

Edson Murilo Prazeres Rua: Valdemiro Serafim Francisco, 301, Bairro Forquil-hinhaSão José – SC,CEP: 88106-669e-mail: [email protected]; [email protected]

Quem tiver o que doar favor responder para [email protected]; [email protected]; presidê[email protected] Cordialmente,Antonyo da CruzIBI - Instituto Brasil ImperialPresidente executivowww.brasilimperial.org.br

BRASIL IMPERIAL PREPARA EXPOSIÇÃO DO

PLEBISCITO DE 1993Memória

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