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IMPERIAL GAZETA Jornal editado pelo Instituto Brasil Imperial Junho de 2017 Ano XXII Número 257 www.brasilimperial.org.br Império foi exemplo de imprensa livre

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IMPERIALGAZETA

Jornal editado pelo Instituto Brasil Imperial Junho de 2017Ano XXII Número 257 www.brasilimperial.org.br

Império foi exemplo de imprensa livre

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No dia 31 de maio p.p. coube a Arquiepiscopal Imperial Irmandade de Nª Sª das Dores da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, festejar a padroeira e protetora dos policiais militares, em solenidade no Quartel General, no Centro da cidade do Rio de Janeiro. Presidida pelo provedor cel. PM Moacir, que na administração da referida irmandade tem a colaboração do vice-provedor cel. PM Moreira.Irmandade fundada em 1881, na augusta presença de SMI o Sr. D. Pedro II, no mesmo ano do término da construção da bela capela de Nª Sª das Dores, situada dentro do QG, que lhe concedeu a dignidade imperial. Capela essa que guarda no seu interior o símbolo mais importante da Pátria, que vem a ser o Brasão de Armas do Império do Brasil. A dignidade de Arquiepiscopal da Irmandade foi conferida pelo cardeal Arcoverde.Após a cerimônia religiosa, foi realizada a entrega de condecorações a diversas personalidades, entre eles civis, militares do exército e das polícias do Rio e de outros Estados, ao que se seguiu um coquetel para os convidados. O Instituto Brasil Imperial foi representado nesse evento pelo Conselheiro Luís Severiano Soares Rodrigues, que é comendador dessa ordem honorífica desde 2009.

Arquiepiscopal Imperial Irmandade de Nossa Senhora das Dores

Da Redação

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No dia 28 de junho, será lançado no Rio de Janeiro, o livro Da Mata Atlântica ao Xingu (Um integrante da “Marcha para o Oeste”) de autoria de Sérgio Bacellar Vahia de Abreu. O lançamento se dará no Museu da República, no bairro do Catete, e no mesmo evento inaugurada uma mostra de fotografias relacionadas com o livro, que vem a ser um relato memorial, desse descendente do capitão Luiz Vahia Monteiro, “o Onça”, que foi governador do Rio de Janeiro, nos idos coloniais e se notabilizou pelos métodos de fazer suas determinações serem cumpridas. Curiosamente nas memórias de seu descendente, onça é que não falta. Sérgio Vahia, funcionário aposentado do Banco Central cuja carreira começou na Sumoc, nascido em 1928, nesse livro faz um relato desde a infância até o presente, passando pela juventude como viajante e caçador na Mata Atlântica, e a sua epopéia pelo Brasil Central, notadamente no Xingu. Seu direcionamento para o Brasil Central começa com seu pai, o médico Darcílio Vahia de Abreu, que foi médico da Expedição Roncador-Xingu em 1944, chefiada pelos irmãos Villas Bôas, em busca de um Brasil praticamente desconhecido. Esse primórdio vai nos descortinar toda uma série de aventuras pelos rios da Amazônia e o encontro com várias etnias de índios, muitos dos quais ainda sem contato com os brancos, com destaque para os Xavantes e os Suías, além de várias

Da Mata Atlântica ao XinguDa Redação

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viagens para esse fim no CAN, Correio Aéreo Nacional, como integrante da Fundação Brasil Central. Um marco dessa jornada foi em 1958 a demarcação do centro geográfico do Brasil, quando simbolicamente foi colocado um marco de madeira. Em 2008, morando em Goiânia, organizou e empreendeu uma nova expedição para comemorar os cinquenta anos da colocação do primeiro marco mesmo com sério problema de locomoção não hesitou em refazer o árduo percurso, quando foi colocado no mesmo lugar um marco de alumínio, fazendo-se assim uma remarcação, na presença de três integrantes da expedição original o próprio Sérgio, o cacique Raoni e o inglês Sir Adrian Cowell. Dessa viagem foi feito um documentário intitulado - Coração do Brasil, que rendeu uma hilariante entrevista do autor à Jô Soares no seu famoso programa. A expedição de 2008 pode ser vista no site: www.centrogeografico.com.brUma parte do livro também é dedicada ao mar, quando em seu veleiro Suiá, empreendeu várias viagens pelo litoral brasileiro, e uma grande jornada do Rio de Janeiro até Miami, com um grande périplo pelas ilhas caribenhas.Sérgio hoje vem se dedicando à divulgação do seu livro, que também trás uma preocupação ecológica comparando a Amazônia que ele viu nos anos 50 e a que ele vê hoje, e como ele diz, sabe que está chegando ao fim da picada, mas enquanto isso, ele vem dando a sua contribuição para um Brasil melhor, com muito bom humor. O livro pode ser acessado digitalmente no site: goiania-goias.blogspot.com.br

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Uma Crise que faz Inveja à FicçãoLuís Severiano Soares RodriguesEconomista, pós-graduado em história, sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói, Conselheiro Consultivo do Instituto Cultural Dona Isabel I – A Redentora e membro do Instituto de Pesquisa Histórica e Arqueológica do Rio de Janeiro (IPHARJ).

Essa nova crise na república após a explosão da Fribombaem Brasília, é por todos os lados que se olhe a mais original que se tem notícia, não no que tange à corrupção, pois essa é por demais ordinária e vulgar na história republicana, mas no modus operandi dessa crise temos um fato novo, quando para se pegar os corruptos o STF e o Ministério Público, de antemão absolvem o corruptor, o quê se levarmos as últimas conseqüênciasdeveria também absolver os corruptos, pois se o crime tem dois lados, o quê vale para um lado deve valer para o outro, e se observamos que o lado absolvido lucrou MUITO, com a sua ação corruptora, e os vultosos financiamentos públicos, via BNDES, que alavancaram o crescimento das suas empresas, ou seja, financiamento público para o enriquecimento privado. A mão dupla dessa ação corruptora é nítida basta lembrar que nas gravações que envolvem o senador Aécio Neves, o sertanejo universitário Joesley, queria fazer o presidente da Cia Vale (do Rio Doce) na figura de um indivíduo oriundo da camarilha petista, ou seja, podemos concluir que na administração anterior ele colocou “N” indivíduos em postos chaves para defender os seus interesses, pois com os milhões com que abasteceu as campanhas

petistas ele comprou esse direito, e na administração do PMDB isso não é diferente, haja vista que o interlocutor era tão importante que o presidente fez questão de o receber no palácio, mas como foi falado, absolver o corruptor absolve o corrompido, pois culpar alguém por omissão, no caso da omissão na obstrução da justiça, não faz sentido pois quem obstruiu de fato foi pré absolvido.Assim nem o mais experiente ficcionista poderia esperar um enredo como esse, pois tudo leva a crer que o quê está por trás dessa ação do MPF é desestabilizar o governo e inviabilizar as reformas da previdência e trabalhista dentro de um contexto de corporativismo. Mas esse movimento se mostra perverso na medida em que coloca no horizonte das expectativas dos agentes econômicos as incertezas do panorama político. Um elemento positivo dessa crise é que não deixa margem de dúvida que no script não existem mocinhos, apenas bandidos, mas isso já temos falado à exaustão, pois estamos em uma república mais que centenária de ladrões. Isso só confirma que a república não tem salvação. Curiosamente uma ação da justiça eleitoral visando não aprofundar a crise, que foi a absolvição da Chapa presidencial eleita em 2014, foi um erro tático, pois

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a condenação ensejaria os recursos que levariam o governo à frente e ensejaria a conclusão das reformas econômicas, sem com isso passar recibo de conivência com a corrupção, pois não restam dúvidas de que aquele pleito foi mais do que abastecido com dinheiro sujo, via Caixa Dois, redundando em abuso de poder econômico e uso da máquina pública. E por fim a chapa seria cassada em meados de 2018 e assim se teria um governo tampão para apagar a luzes antes da chegada do novo governo eleito, mas já com as reformas aprovadas, e de quebra teríamos Temer e Dilma com os direitos políticos cassados.No panorama atual temos dúvidas quanto a evolução das reformas, pois a esquerda fanática, movida pela vingança, pasmem querem vingar os ladrões petistas, tem procurado obstruir as atividades no parlamento. E diga-se de passagem o presidente Rodrigo Maia, ao negar a análise dos pedidos de abertura de processo de impeachment já é o suficiente para eles morrerem de raiva. Se eles fossem inteligentes

deixavam para pegar os ladrões peemedebistas mais àfrente, para irem juntos para a cadeia, como terá de fazer o Procurador Geral da república, pois oferecida a denúncia contra o presidente da república será fácil conseguir o mínimo regimental, na Câmara dos Deputados, para se negar uma autorização de processá-lo no STF, pois o corporativismo abastecido com liberação de verbas do orçamento para as emendas dos deputados são um apelo republicano. Como republicana é essa realidade de corrupção generalizada, então soa estranho quando se diz que os indivíduos não agem republicanamente, pois eles de fato são republicanos, podemos questionar: Quando não houve corrupção nessa republiqueta? Nenhum período se salva desde a república velha, passando por todas as ditaduras e pelos períodos de ilusão democrática.Então podemos aconselhar o procurador geral que nesse período será difícil pegar o intimorato Temer, JÁ NO próximo, quem sabe?

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No Império a imprensa era livreBlog do Antonio Morais

D. Pedro II sempre fez questão de que a imprensa fosse livre. Ela devia ser combatida por meio da própria imprensa, e não fazendo-a calar:

-- Os seus abusos, puna-os a lei, a qual não convém que continue ineficaz, como até agora.Em 1871, antes de viajar para a Europa, D. Pedro II escreveu algumas instruções para sua filha, a Princesa Isabel, que assumiria a Regência durante a sua ausência. Aí se encontram observações sobre a liberdade de imprensa, com o seguinte teor:

“Entendo que se deve permitir toda a liberdade nestas manifestações da imprensa e de qualquer outro meio de exprimir opiniões, quando não se dêem perturbações da tranquilidade pública, pois as doutrinas expendidas nessas manifestações pacíficas, ou se combatem por seu excesso ou por meios semelhantes, menos no excesso. Os ataques ao Imperador, quando ele tem consciência de haver procurado proceder bem, não devem ser considerados pessoais, mas apenas manejo ou desabafo partidário”.O desvelo do Imperador pela integral observância da liberdade de imprensa, como de algumas outras liberdades que ele desejava assegurar com a mais

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escrupulosa meticulosidade, valeram-lhe naturalmente aplausos calorosos de personalidades públicas e privadas afeitas aos princípios do liberalismo. Mas causaram também desacordo e até estranheza da parte de outras personalidades, que argumentavam, com base em numerosos exemplos históricos, em favor de uma aplicação comedida dos princípios constitucionais de inspiração liberal.Curioso é notar que a radicalidade do procedimento liberal de D. Pedro lhe valeu até apodos de baixo nível, partidos dos próprios arraiais do liberalismo, como a alcunha soez de “Pedro Banana”.Foi o Segundo Reinado, da Maioridade à República, o único período da história pátria em que a imprensa exerceu a sua missão sem entraves preparados para lhe cercear ou suprimir legalmente a liberdade. Quem ler as coleções de jornais antigos da Biblioteca Nacional chegará,

inevitavelmente, à conclusão de que nunca a imprensagozou de tanta liberdade como durante o longo reinado de D. Pedro II.Veio a República, e encerrou-se um período único na história da imprensa brasileira. Foram 49 anos de reinado, em que não houve estado de sítio nem se votou qualquer lei especial contra a liberdade de imprensa. Isso porque Pedro II não o permitiu. Caberia à República o triste fadário de criar peias às liberdades que a Monarquia amparou, protegeu e preservou, dando prova de que isso é possível, e de que, mesmo com a aparência de um erro, pode uma sociedade organizar-se, viver e engrandecer-se sem o recurso à violência, à tirania ou à ilegalidade.

(Baseado no livro "Revivendo o Brasil Império", de Leopoldo Bibiano Xavier)

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