outubro 2010 - nº 210

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1 17 ANOS ANO 18 Nº 210 R$ 7,00 SÃO PAULO, OUTUBRO DE 2010 JUDICIÁRIO O atraso do Judiciário atraso do Judiciário brasileiro, de “meio século” segundo a nova corregedora na- cional de Justiça, Elia- na Calmon, pode ser exemplificado pela situação no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (São Pau- lo e Mato Grosso do Sul) onde 70% dos processos estão pendentes. Como mos- tra Percival de Souza Percival de Souza Percival de Souza Percival de Souza Percival de Souza nas páginas páginas páginas páginas páginas 12, 21 e 22 12, 21 e 22 12, 21 e 22 12, 21 e 22 12, 21 e 22 a situação pode ser vis- lumbrada pelos dados da última pesquisa do Conselho Nacional de Justiça que re- velaram a existência de 86,6 milhões de processos (eram 50 milhões há três anos) para 16,1 mil magistrados em todo o País (um dos menores entre os países considerados desenvolvidos). Entre os sintomas de uma Justiça que não consegue ser distribuída estão as raras sentenças em casos de lavagem de dinheiro e a impunidade em episódios que envolvem exploração sexual de cri- anças e adolescentes. A Justiça fica “tra- vada” no cenário de tráfico de drogas, onde em vários pontos do País a situação parece ter fugido do controle, como tam- bém no sistema carcerário, onde cenas la- mentáveis são observadas rotineiramente, algumas, de acordo com o presidente do STF, ministro Cezar Peluso, lembrando episódios da Idade Média. CADERNO DE LIVROS Alberto Gosson Alberto Gosson Alberto Gosson Alberto Gosson Alberto Gosson mostra as novidades mostra as novidades mostra as novidades mostra as novidades mostra as novidades do Direito Civil do Direito Civil do Direito Civil do Direito Civil do Direito Civil Sylvio Micelli SERVIDORES Nova ameaça Nova ameaça Nova ameaça Nova ameaça Nova ameaça de paralisação de paralisação de paralisação de paralisação de paralisação em 2011 em 2011 em 2011 em 2011 em 2011 Página 23 Página 23 Página 23 Página 23 Página 23 GENTE DO DIREITO Página 25 Página 25 Página 25 Página 25 Página 25 EXAME DE ORDEM Segunda fase do Segunda fase do Segunda fase do Segunda fase do Segunda fase do Segundo Unificado Segundo Unificado Segundo Unificado Segundo Unificado Segundo Unificado dia 14 de novembro dia 14 de novembro dia 14 de novembro dia 14 de novembro dia 14 de novembro Página 5 Página 5 Página 5 Página 5 Página 5 ADVOCACIA Como fica a Como fica a Como fica a Como fica a Como fica a questão do agravo questão do agravo questão do agravo questão do agravo questão do agravo de instrumento de instrumento de instrumento de instrumento de instrumento Página 17 Página 17 Página 17 Página 17 Página 17 Augusto Canuto Paula Giolito O

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Edição de Outubro de 2010 - nº 210

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1OUTUBRO DE 2010 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

17ANOS

ANO 18Nº 210

R$ 7,00SÃO PAULO, OUTUBRO DE 2010

JUDICIÁRIO

O atraso do Judiciárioatraso do Judiciáriobrasileiro, de “meioséculo” segundo anova corregedora na-cional de Justiça, Elia-na Calmon, pode ser

exemplificado pela situação no TribunalRegional Federal da 3ª Região (São Pau-lo e Mato Grosso do Sul) onde 70% dosprocessos estão pendentes. Como mos-tra Percival de SouzaPercival de SouzaPercival de SouzaPercival de SouzaPercival de Souza nas páginaspáginaspáginaspáginaspáginas

12, 21 e 2212, 21 e 2212, 21 e 2212, 21 e 2212, 21 e 22 a situação pode ser vis-lumbrada pelos dados da última pesquisado Conselho Nacional de Justiça que re-velaram a existência de 86,6 milhões deprocessos (eram 50 milhões há trêsanos) para 16,1 mil magistrados emtodo o País (um dos menores entre ospaíses considerados desenvolvidos).Entre os sintomas de uma Justiça quenão consegue ser distribuída estão asraras sentenças em casos de lavagem

de dinheiro e a impunidade em episódiosque envolvem exploração sexual de cri-anças e adolescentes. A Justiça fica “tra-vada” no cenário de tráfico de drogas,onde em vários pontos do País a situaçãoparece ter fugido do controle, como tam-bém no sistema carcerário, onde cenas la-mentáveis são observadas rotineiramente,algumas, de acordo com o presidente doSTF, ministro Cezar Peluso, lembrandoepisódios da Idade Média.

CADERNO DE LIVROS

Alberto GossonAlberto GossonAlberto GossonAlberto GossonAlberto Gossonmostra as novidadesmostra as novidadesmostra as novidadesmostra as novidadesmostra as novidades

do Direito Civildo Direito Civildo Direito Civildo Direito Civildo Direito Civil

Sylvio Micelli

SERVIDORES

Nova ameaçaNova ameaçaNova ameaçaNova ameaçaNova ameaçade paralisaçãode paralisaçãode paralisaçãode paralisaçãode paralisação

em 2011em 2011em 2011em 2011em 2011Página 23Página 23Página 23Página 23Página 23

GENTE DO DIREITO

Página 25Página 25Página 25Página 25Página 25

EXAME DE ORDEM

Segunda fase doSegunda fase doSegunda fase doSegunda fase doSegunda fase do

Segundo UnificadoSegundo UnificadoSegundo UnificadoSegundo UnificadoSegundo Unificado

dia 14 de novembrodia 14 de novembrodia 14 de novembrodia 14 de novembrodia 14 de novembro

Página 5Página 5Página 5Página 5Página 5

ADVOCACIA

Como fica aComo fica aComo fica aComo fica aComo fica a

questão do agravoquestão do agravoquestão do agravoquestão do agravoquestão do agravo

de instrumentode instrumentode instrumentode instrumentode instrumento

Página 17Página 17Página 17Página 17Página 17

Augusto Canuto

Paula Giolito

O

2 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO OUTUBRO DE 2010

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

Diretor-responsávelMilton Rondas (MTb - 9.179)

[email protected]

Editor-chefeFran Augusti - [email protected]

Diretor de MarketingMoacyr Castanho - [email protected]

Editoração Eletrônica, Composição e ArteEditora Jurídica MMM Ltda.

[email protected]ão

FolhaGráficaTiragem: 35.000

PUBLICAÇÃO MENSAL DAEDITORA JURÍDICA MMM LTDA.

Rua Maracá, 669

Vila Guarani – CEP 04313-210São Paulo – SP

Tel./fax: (0xx11) 5011-22615011-4545 / 5011-7071 5011-8052 / 5011-8118

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AS MATÉRIAS ASSINADAS SÃO DE EXCLUSIVARESPONSABILIDADE DOS AUTORES

DOS LEITORES DA REDAÇÃO

“Pior do que está...” —“Belíssima advertência(N.da R. ‘Pior do que

está...’, ‘Da Redação’, página 3, Tribuna n°209, setembro de 2010). É, de fato, umacasta privilegiada tão bem abordada noartigo.Parabéns!.

Aproveitando a oportunidade: depois deler o artigo tenho a certeza de que a judica-tura é hoje, com nobres exceções, um privi-légio, um ‘negócio rendoso’ para alguns, eum péssimo negócio para quem precisadela: morosa, burocrática e perdulária. Opovo já não acredita nela, tanto é verdadeque muitos preferem ficar longe dela e fazeracordo, embora prejudicados. Mas, ir a ela,não. E isso está repercutindo na classe dosadvogados que, como também faz parte daJustiça, está sendo prejudicada, tendo suaimagem maculada. O que essa casta aufere:salário que vem acompanhado de automóvel,motorista, moradia, refeições, e...e...e...”.Oduvaldo Donnini, advogado, São Paulo.

‘Juiz ligado ao PCC...’— “Como pessoa direta-mente atingida por maté-

ria publicada na última edição deste órgãoinformativo sob o título ‘Juiz ligado ao PCC éafastado pelo TJ-SP’, apresento meus escla-recimentos para o restabelecimento da ver-dade. A matéria relata fatos de quase quatroanos atrás. Por decisão administrativa fuiafastado de minhas funções em dezembrode 2006, sendo a única menção a essa fac-ção criminosa na decisão decorrente dasacusações imputadas à minha ex-esposa,fato que motivou investigações pelo Tribunalde Justiça, resultando na instauração doprocesso administrativo. Alegou-se que en-tre 2001 e 2005, segundo cálculos da Cor-regedoria Geral da Justiça, havia créditosde cerca de dois milhões e 200 mil reais emminha conta corrente, lançando suspeitassobre mim, o que ocasionou o meu afasta-mento. Todavia, esses cálculos erram incor-retos. Posteriormente, laudos periciais pro-varam o erro, ocasionado pela não obser-vância de regras elementares de matemáti-ca financeira, restando explicados todos osvalores que passaram pela conta conjuntaque mantinha com minha ex-esposa. Assim,não é verdade que mais de dois milhões dereais foram depósitos em dinheiro e semidentificação, afirmação que não consta dadecisão, que, sequer, faz alusão à origemdos valores. A notícia cita quantias deposi-tadas pelo bando, sendo que essa levianaacusação jamais foi provada, pois isso nuncaexistiu. Enfim, não se demonstrou ter eu re-cebido um único centavo de origem ilícita,tanto que a decisão do processo administra-

tivo não faz referência a um só valor com talorigem. Aliás, é difícil imaginar como umjuiz de Vara de Família poderia atuar em be-nefício do crime organizado. Na época, inclu-sive, uma investigação criminal também foiaberta, sendo arquivada em 2009, a pedidodo próprio Ministério Público, pela não exis-tência de ilícito penal que pudesse ser a mimatribuído. Todavia, a conclusão do processoadministrativo, pela minha responsabilizaçãofuncional, se deu apenas pelo entendimentodo Relator acerca de falhas em minhas decla-rações de rendimentos, inclusive por repu-tar de origem espúria, mesmo sem funda-mento jurídico, quantias que recebi de minhaex-mulher, como proventos que ela ganhavatrabalhando, mesmo após a própria Justiça,em julgamento de habeas corpus ter afir-mado expressamente que a advogada SuzanaMiller Volpini não possuía qualquer envolvi-mento com a facção criminosa. As demaisacusações contra a advogada, inclusive as denatureza pessoal, nunca foram comprovadase sempre foram por ela negadas. O Tribunalde Ética da OAB-SP, por sua vez, julgou quenenhum dever ético tinha sido ofendido pelaadvogada, no seu exercício profissional emfavor de presos e sentenciados. Tudo issotêm reflexo direto na questão administrati-va, pois não poderia eu ser beneficiado deforma ilícita com o recebimento de algumdinheiro oriundo do trabalho de minha ex-esposa. Apesar de tudo isso, para o emi-nente desembargador Luiz Tâmbara conti-nuou como verdade inabalável o fato, repita-se, jamais provado, que os rendimentos deminha ex-mulher seriam produto de ativida-de ilícita e não da Advocacia. O que se la-menta, mas que, obviamente, será ainda sub-metido às vias judiciais. De qualquer modo, oque importa aqui é que, ao contrário do quefoi divulgado, a este magistrado nunca foiimputado envolvimento com o PCC, nem an-tes, nem depois do já referido processo admi-nistrativo, bem como tudo o mais que foinarrado em tempo presente, são fatos anti-gos e superados. E o que é pior, devido aotempo já decorrido e a decisões que se suce-deram nesse interregno, estão longe da ver-dade. Para arrematar, tudo o que este ma-gistrado afirma aqui pode ser facilmentecomprovado por prova documental, inclusivepeças processuais, às quais tem livre e legalacesso, e para o que se coloca desde logo àinteira disposição de quem quer que seja.Finalizando, lembro as palavras do notávelescritor irlandês Oscar Wilde (O Críticocomo Artista - 1891): ‘Estou plenamenteconsciente de que vivemos numa época emque só os obtusos são levados a sério – emorro de medo de ser compreendido’.” Al-berto de Amorim Micheli, São Paulo.B

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oi uma vitória de Pirro. Só para relembrar: Pirro foi o rei doÉpiro e da Macedônia, que em uma batalha contra os romanos,em Ásculo, em 279 aC, obteve a vitória, mas perdeu 3.500 ho-mens (os romanos perderam 6 mil). Desde então passou-se ausar essa expressão para classificar uma vitória obtida a altopreço, uma vitória ilusória, alguma coisa como, nos dias

atuais,”ganhou, mas não levou!”. Isso em função da votação da “Lei da Ficha Lim-pa”, que acabou empatada no STF (5 votos pela inconstitucionalidade da lei e 5votos por sua aplicação imediata). Voto de Minerva? Voto de Qualidade? Nem pen-sar! A sociedade venceu? Uma placar de 5 a 5, mostra que teria de se considerarque a medida deveria ter efeito imediato. Mas, é melhor deixar mesmo para depoisdas eleições, nem que isso signifique cassar alguns mandatos de quem tambémpode ter uma vitória de Pirro, ou seja, ser eleito, mas a curtíssimo prazo ver o man-dato cassado. Para alguns juristas, pode-se criar uma “instabilidade jurídica”. Ques-tão semântica. Mas, bem que quando os jornais anunciaram que o placar a favor danova lei estava 4 a 1, não faltaram vozes a se levantar bradando “Tá vendo, quemdisse que este País não tinha jeito?” ou, até mesmo, “ Agora vai!”. Ledo engano.Já usamos este mesmo espaço para comentar que existe um profunda diferençaentre o legal e o ético e, mesmo que alguns juristas de renome, não sem razão, te-nham se insurgindo contra a constitucionalidade da nova lei e sua aplicação retro-ativa, também não é menos verdade que, em um país sério, essa questão nemdeveria ser discutida, ainda mais pelo mais importante tribunal do País. Qualquercandidato que tivesse contra ele a menor suspeita de um passado não ilibado, ja-mais poderia se candidatar a um cargo eletivo, por menor representatividade quea posição pudesse representar. Infelizmente, não é isso o que acontece e estáacontecendo. Isso sem falar em outras manobras, dignas de “republiquetas de ba-nanas”, que colocam o País no mais cruel limbo que se conhece. Os protestos seestenderam por toda a parte, mas parecem destinados a ficar apenas como registroda história. Seria até cômico, se não fosse trágico, a ponto de um dos acusados depassado espúrio ter retirado a candidatura e lançado a da mulher em seu lugar.Fica tudo em família. Como disseram alguns colunistas, “Durma-se com um empatedesses”, a que acrescentaríamos apenas: “Durma-se”!B

Fran Augusti

Vitória de PirroF

AASP 4

Advocacia 14 e 17

À Margem da Lei 28

Comunicações 11

Cruzadas 31

Cursos/Seminários 28

Da Redação 2

Direito de Família 3 e 8

Direito Imobiliário 6

Dos Leitores 2

Ementas 20

Exame de Ordem 5

Hic et Nunc 12

Lazer 28 a 31

Legislação 24

Literatura 28

Notas 18

Paulo Bomfim 31

Poesias 31

Seguros 11

STJ 12

Trabalho 26 e 27

Mais os Cadernos de Livros e de Jurisprudência

32 páginas

3OUTUBRO DE 2010 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

DIREITO DE FAMÍLIA - 1

m ação de guarda e re-gulamentação de visi-tas feita pelo pai deuma menor, na qual amãe consegue a guar-da da filha por meio de

contestação, não é necessário pedidoformal de reconvenção (forma de con-tra-ataque, em que o acusado propõe,no mesmo processo, uma ação contrao autor). O entendimento é da QuartaTurma do STJ ao julgar o recurso deum homem que disputa a guarda dafilha com a mãe da criança.

Na ação impetrada pelo pai, a mãecontestou, e também fez o pedido vi-sando obter a guarda da menor. A pri-meira instância entendeu que, emboraa mãe tenha entregado a criança aopai, provisoriamente, por não ter con-dições de cuidar dela, deveria ter aguarda da menor, já que a presençamaterna seria mais aconselhável naatual fase de desenvolvimento da cri-ança, atualmente com nove anos. O

Guarda de menor dispensa pedido formalTJ-DFT manteve a decisão. O pai re-correu ao STJ alegando que o pedidode guarda da mãe deveria ser feito pormeio de reconvenção. Sustentou, ain-da, que tem a guarda da filha desdequando ela tinha dois anos. O relator,ministro Luis Felipe Salomão, julgoucorreto o pedido da mãe, por meio decontestação, já que a ação é de natu-reza dupla (na qual, a condição dos liti-gantes é idêntica, não havendo autorou réu, já que ambos assumem simul-taneamente as duas posições).

O ministro concordou com o acór-dão do TJ-DFT, que julgou lícito o pedi-do da mãe por meio de contestação.Para o tribunal, seria desnecessário areconvenção. Para o relator, acatar opedido não configuraria sentença extrapetita (que decide fora do que foi pedi-do). A Turma, por unanimidade, enten-deu que para modificar a decisão serianecessário o reexame das provas, o quenão é permitido pela Súmula nº 7 do STJ.(Processo em segredo de Justiça).B

Corte Especial do STJ rejeitou o pe-dido da viúva de um ministro do STJ,

que pretendia equiparar a atual pensão pormorte ao valor que marido recebia em vida.Os ministros ressaltaram que, embora o ma-gistrado tivesse garantido o direito à apo-sentadoria no valor dos vencimentos dos mi-nistros em atividade, quando ele faleceu jáestava em vigor a norma constitucional quelimitou a pensão por morte.

O MP havia se manifestado pela conces-são do mandado de segurança, por entenderque a EC 41/2003, mesmo tendo excluído aintegralidade e a paridade da aposentadoriados servidores, estendeu os benefícios aos

Viúva de ministro nãoconsegue equiparar pensão

pensionistas que ingressaram no serviço pú-blico até a publicação da emenda.

No STJ, o relator, Teori Albino Zavascki,explicou que o ministro havia assegurado,antes de falecer, a pensão integral e paritá-ria por ter se aposentado antes da promul-gação da EC 41/2003. Como o falecimentoocorreu na vigência da norma constitucional,“a pensão por morte a que a viúva tem direi-to corresponde à totalidade dos proventosdo servidor, até o limite máximo estabeleci-do para os benefícios do regime geral daPrevidência Social, acrescido de 70% daparcela excedente a esse limite”. (Processoem segredo de Justiça).B

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4 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO OUTUBRO DE 2010

AASP

AASP enviou aossenadores Demóste-nes Torres e ValterPereira, respectiva-mente presidente erelator-geral da co-

missão temporária destinada a exami-nar o Projeto de Lei do Senado (PLS)166/10, que reforma o atual Códigode Processo Civil, sugestões demodificações no Projeto do CPC, exa-me crítico elaborado pela Comissão deEstudos sobre o novo código, compos-ta pelos conselheiros Arystóbulo deOliveira Freitas, Luiz Pérrisé DuarteJunior, Marcelo Vieira von Adamek eRicardo de Carvalho Aprigliano. Nodocumento, de 68 páginas, foram en-caminhadas a redação prevista e asugestão do novo texto para 70 arti-gos, com a respectiva justificativa.

A associação também tem participadoativamente das audiências públicas pro-movidas pela Comissão Especial do Se-nado, criada para elaboração do Projetode Lei nº 166, de 2010, realizadas emSão Paulo, cujo objetivo tem sido recolhersugestões da comunidade jurídica paraaperfeiçoar o conteúdo do texto.

Entidade envia sugestões para o projeto do novo CPCDiante da relevância do tema para a

Advocacia, em agosto e setembro o De-partamento Cultural da AASP promoveuo curso “O projeto do novo CPC: aspec-tos relevantes” e, em conjunto com oInstituto Brasileiro de Direito Processual(Ibdp), o debate “O Código de ProcessoCivil Projetado”, do qual participaramexpositores e juristas, entre os quaisos professores Humberto Theodoro Jr.,Ada Pellegrini Grinover, Teresa ArrudaAlvim Wambier, José Roberto dos San-tos Bedaque e José Rogério Cruz eTucci. Os associados poderão assistir àíntegra do curso e do debate navideoteca virtual (no site da entidade)ou em DVDs cuja locação poderá serfeita na videoteca.

Nos dias 26 e 27 deste mês, emparceria com a Escola Nacional da Ad-vocacia da OAB, o Departamento Cul-tural promoverá novo curso sobre areforma, intitulado ”Processo Civil:presente e perspectivas futuras”, quecontará com palestras de membros dacomissão encarregada de elaborar oanteprojeto do novo CPC. Informaçõespelo telefone (0xx11) 3291-9200 e emwww.aasp.org.br.B

A

Professor Humberto Theodoro Jr., ao centro, durante debate sobre o novo CPC

AASP, em atenção às inúmeras recla-mações sobre problemas de atendi-

mento enfrentados pelos advogados nas agên-cias e postos bancários do Banco do Brasil nosfóruns, tem se empenhado na busca de umasolução. Inicialmente, enviou ofício aos res-ponsáveis pela instituição financeira, como faztradicionalmente. Em seguida, disponibilizouno site espaço para receber as manifestaçõesdos colegas. Centenas de reclamações chega-ram, tanto da Capital quanto do interior.

Um relatório com as queixas e os assuntosmais frequentes foi apresentado a diretoresdo Banco do Brasil, em reunião com o vice-presidente da AASP, Arystóbulo de OliveiraFreitas, durante a qual os dirigentes da insti-tuição financeira comprometeram-se a apri-morar o atendimento e informaram que utili-zariam como “modelo de ação” as agências

Reinaldo De Maria

Banco do Brasildos Fóruns João Mendes Jr. e de Santana.

A associação realizou diligências em am-bas as agências e constatou melhorias noatendimento (número maior de caixas; fun-cionários para prestar informações; exis-tência de guias impressas nos balcões, coma tabela de valores; filas de espera paraatendimento dentro do razoável; existênciade caixas prioritários; etc.). Novas incur-sões serão feitas, em dias e horários diferen-tes, para comprovar se está sendo cumpridoo compromisso assumido pela diretoria doBanco do Brasil.

A Ouvidoria da associação também continuaà disposição dos associados, e a diretoria semanterá atenta e vigilante para que os advo-gados sejam devidamente respeitados no exer-cício diário de suas atividades nas agências epostos bancários do Banco do Brasil.B

A

AASP, a propósito da Lei nº 12.322,de 9/9/2010, publicada no “Diário

Oficial” em 10 de setembro, que transformao agravo de instrumento interposto contradecisão que não admite recurso extraordiná-rio ou especial em agravo nos próprios au-tos, alterando dispositivos da Lei nº 5.869,de 11/1/1973 — CPC, encaminhou ofício aopresidente do Tribunal de Justiça do Estadode São Paulo ponderando que o advento do

Departamento Culturalntre os cursos que serão pro-movidos pelo Departamento

Cultural este mês, destacam-se:6/10 -6/10 -6/10 -6/10 -6/10 - A nova lei do agravo (Lei

n° 12.322, de 9/9/2010).14/10 –14/10 –14/10 –14/10 –14/10 – Debates sobre a prescri-

ção trabalhista.21 e 22/10 –21 e 22/10 –21 e 22/10 –21 e 22/10 –21 e 22/10 – Responsabilidade

civil no Direito de Família.

23/10 a 6/11 –23/10 a 6/11 –23/10 a 6/11 –23/10 a 6/11 –23/10 a 6/11 – Recursos no Pro-cesso Civil.

25 a 28/10 –25 a 28/10 –25 a 28/10 –25 a 28/10 –25 a 28/10 – O poder público emjuízo e os precatórios judiciais.

Informações sobre a progra-mação completa dos cursos emwww.aasp.org.br ou pelo telefone(0xx11) 3291-9200.B

AASP recebeu manifestações de ad-vogados insatisfeitos com a mudança

do Posto Fiscal 11-São Bernardo do Campopara Santo André. Ao analisar a situação,verificou que, não obstante a ampliação e oaperfeiçoamento dos atendimentos eletrôni-cos, muitos casos ainda necessitam ser resol-vidos pessoalmente e, em se tratando deduas grandes cidades, com enormes proble-mas de tráfego e distâncias consideráveis apercorrer, o deslocamento obrigatório entreuma cidade e outra chega a comprometerperíodos inteiros da agenda dos advogadospara solução de questões, quase sempre ur-

Solicitada ao TJ-SP regulamentaçãoda lei que alterou o agravo

novo dispositivo legal, em vigor a partir dodia 13/12, tornará mais célere a interposi-ção daquele recurso, além de reduzir custose provocar economia de espaço físico utiliza-do no armazenamento de processos, e solici-tando ao TJ-SP a adoção de providências nointuito de regulamentar a tramitação do novoagravo contra decisão denegatória de recur-so especial ou extraordinário, especificando-se o dia exato do início de sua vigência.B

São Bernardo do Campogentes, que exigiriam a ampliação e não arestrição do serviço público.

A associação foi informada, também,que o atendimento realizado pelo novo pos-to engloba as cidades de São Bernardo, SãoCaetano do Sul, Ribeirão Pires, Mauá, Dia-dema e Rio Grande da Serra, o que temcausado morosidade excessiva nas homolo-gações das declarações do ITCMD. Por to-das essas razões, enviou ofício ao secretá-rio da Fazenda e ao procurador-geral doEstado de São Paulo solicitando o restabe-lecimento do Posto Fiscal 11-São Bernar-do do Campo.B

AASP tem recebido reiteradas re-clamações de advogados sobre

a morosidade excessiva no andamento deprocessos que tramitam no Juizado Especi-al Federal Cível de São Paulo. Há cerca desete meses, a associação já havia enviadoofício à presidência do Tribunal RegionalFederal da 3ª Região solicitando informa-ções sobre o andamento dos trabalhos en-volvendo a reestruturação dos JuizadosEspeciais Federais e recebeu como respos-ta que, embora a referida reestruturação

JEF Cível de São Paulojá estivesse concluída, ainda não era aideal, objetivo que poderia ser alcançadoquando da instalação, pelo Conselho daJustiça Federal, das varas criadas pela Leinº 12.011/09.

Apesar dos esforços despendidos por aque-le tribunal, a morosidade no andamento dosprocessos persiste, razão pela qual a AASPenviou ofício à Corregedora Regional da Justi-ça Federal da 3ª região solicitando a adoção deprovidências a fim de dar maior celeridade aosfeitos que tramitam no Juizado.B

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5OUTUBRO DE 2010 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

EXAME DE ORDEM

ma prova fácil, bem ela-borada, embora com e-nunciados longos. Assimfoi definida pelos bacha-réis o Segundo Examede Ordem Unificado de

2010, correspondente ao de n° 142, daOAB-SP, e o primeiro organizado e pre-parado pela Fundação Getúlio Vargas(FGV). As provas estavam sob responsa-bilidade da Cesp-UnB, de Brasília.

Para Diego Zaparolli de Morais, de23 anos, por exemplo, a prova do dia26, realizada no campus do Mackenzie,em São Paulo, foi “mais objetiva”, sem“enrolação e pegadinhas”. Nívea Hele-na da Cruz (35) formada pela Faculda-de de Ciências Jurídicas da Suesc, doRio de Janeiro, que prestou a provapela terceira vez, achou que as ques-tões “tiveram lógica”, abrangendomelhor o conteúdo das principais ma-

térias do curso de Direito, opiniãocompartilhada por Marli Lombardi (31),eufórica com o próprio desempenho.

Já Viviane Montilha (31),bacharelpela Uniban, considerou que o Exame“avançou” em termos de qualidade efoi bem redigido, apesar de achar asquestões “longas”. Lisandra Aparecidados Santos (37), formada pela Unisul eque prestou o exame pela terceira vez,

disse que acabaram as“questões dúbias”, com pos-sibilidade de mais de umaresposta.

Roberta Kelly Gonçalves,formada pela Unip e quetenta, pela quarta vez, ob-ter a carteira de advogada,não estava otimista. Paraela, o “nível de dificuldade”foi mantido, mesma opiniãode outro egresso da Unip,

Renato Lopes Gomes da Silva (36),que prestou o Exame pela segundavez. Quem não gostou da prova foiGláucia da Costa (27) para quem osenunciados longos “quebraram asequência do raciocínio”.

A prova foi considerada “bem orga-nizada”. Edson Cosac Bortolai, presi-dente da Comissão Permanente deEstágio e Exame de Ordem da OAB-

Segunda fase do segundo Exame de Ordem de 2010 será dia 14 de novembroSegunda fase do segundo Exame de Ordem de 2010 será dia 14 de novembroSegunda fase do segundo Exame de Ordem de 2010 será dia 14 de novembroSegunda fase do segundo Exame de Ordem de 2010 será dia 14 de novembroSegunda fase do segundo Exame de Ordem de 2010 será dia 14 de novembro

Bacharéis elogiam prova feita pela GV

A íntegra da prova e o respectivo gabarito estão em www.tribunadodireito.com.brA íntegra da prova e o respectivo gabarito estão em www.tribunadodireito.com.brA íntegra da prova e o respectivo gabarito estão em www.tribunadodireito.com.brA íntegra da prova e o respectivo gabarito estão em www.tribunadodireito.com.brA íntegra da prova e o respectivo gabarito estão em www.tribunadodireito.com.br

USP, por exemplo, disse que o confortodas salas de aula e o preparo do pes-soal de apoio foram essenciais paraevitar o estresse dos candidatos.

A provas objetiva foi composta porquestões relacionadas ao currículo bási-co do curso de Direito, abrangendo ain-da o Código do Consumidor, Estatutoda Criança e do Adolescente, DireitoAmbiental, Internacional, Estatuto daAdvocacia e da OAB, Regulamento Ge-ral e Código de Ética e Disciplina daOAB. De acordo com a entidade, foraminscritos em todo o País 106.941 ba-charéis, sendo 23.957 no Estado de SãoPaulo e, destes, 9.065 na Capital.

A FGV divulgará apenas uma listadefinitiva de aprovados no dia 8 denovembro.

A segunda fase do Segundo Examede Ordem Unificado está prevista parapara 14 de novembro.B

Prova foi considerada fácil e bem elaborada

Augusto Canuto/Arquivo

6 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO OUTUBRO DE 2010

DIREITO IMOBILIÁRIO

NELSON KOJRANSKI*

om o manifesto propósi-to de uniformizar a juris-prudência, o Tribunal deJustiça de São Paulopassou a editar as súmu-las, destinadas a harmo-

nizar as divergências internas de suasturmas, indicando “a tese de direitoaprovada e a situação a que se aplica”(conforme artigo 188, §2º, do Regimen-to Interno). Curiosamente as três primei-ras súmulas versam sobre o tema darescisão do compromisso de venda ecompra, refletindo o impacto direto deuma nova filosofia aplicada ao direitoem defesa do consumidor.

Bem antes do advento da Lei no

8.078/90, já a doutrina alertava que “Aideia pacta sunt servanda perdeu hámuito tempo a validade intocável de quelhe dotaram os antigos legisladores.”São os ensinamentos de Orlando Go-mes (Transformações Gerais do Direitodas Obrigações, Editora RT, 1967, pá-ginas 1-2); Carvalho Santos (CódigoCivil Brasileiro Interpretado, volume XI/395, 10ª edição, Editora Freitas Bastos);Pontes de Miranda (Tratado de DireitoPrivado, volume XIII/277, apud ArnaldoRizzardo (Promessa de Compra e Ven-da e Parcelamento do Solo Urbano, 2ª

edição, Editora RT, página 100)Eis porque, mesmo antes da edição

do Código de Defesa do Consumidor,não mais prevalecia o decaimento totaldas prestações pagas pelo compromis-sário inadimplente, à luz do preceito éticodo artigo 924 do Código Civil/1916:“Não é por outras razões que na inter-pretação do artigo 924 do Código Civil,a cláusula penal é abominada, porqueleonina, cabendo a redução a fim deharmonizá-la com os prejuízos sofridospelo vendedor.” (RTJ, 40/218, STF; RT708/05, 684/86, 664/69; RJTJESP138/60 e JTJ 219/14). Em julgamento

As três primeiras súmulas do TJ-SP

*Advogado e ex-presidente do Instituto dos Ad-vogados de São Paulo (Iasp).

Cocorrido em 20/1/1999, o ministroWaldemar Zveiter, observou que “a ju-risprudência firmou-se no sentido deadmitir a retenção apenas parcial dasimportâncias pagas, mesmo quando ocontrato tiver sido firmado antes da vi-gência do Código de Defesa do Consu-midor, com base no artigo 924 do CC,que já permitia reduzir a pena contra-tual prevista a justo patamar, objetivan-do evitar o enriquecimento sem causade qualquer das partes.” (RT 776/187).No RESP nº 184,148-SP, relatado peloministro Sálvio de Figueiredo Teixeira,foi declarado ser “nula a cláusula queestabeleceu o decaimento do valor pagoem favor da construtora, consoante osartigos 51, IV, e 53 da Lei 8.078/90, ain-da que seja de metade do total pago”,seguindo a mesma orientação firmadanos RESPs. 60.563-SP (DJ 27.11.95)e 67.616-SP (DJ 13.5.96).

Já então (1999) o Tribunal de Justiçade São Paulo, pela voz do desembarga-dor Reis Kuntz, entre outras, proclama-va ser “abusiva e portanto nula de ple-no direito, a cláusula penal de decaimen-to das importâncias pagas pelo compro-missário-comprador, na rescisão docontrato de compromisso de compra evenda, restando à promitente-vendedo-ra, em aplicação dos artigos 53 da Lei8.078/90 e 924 do CC, a retenção ape-nas de 10% das parcelas pagas, a títulode despesas que realizou para a feitura

do contrato”. (RT 771/214).Pode-se afirmar, sem receio, que o

artigo 53 da Lei 8.078/90, ao considerar“nulas de pleno direito as cláusulas queestabeleçam a perda total das prestaçõespagas” acolheu o sentido ético do antigoartigo 924 do Código Civil/1916, hojereproduzido no artigo 413 do atual diplo-ma. A Súmula nº 1, porém, ao consolidara jurisprudência, “normatiza” novos com-plementos relevantes: a) - o compromis-sário comprador, “mesmo inadimplente”,pode pedir a rescisão, isto é, não precisaaguardar a iniciativa do compromitentecredor; b) – os gastos despendidos pelovendedor, com administração e propa-ganda, são compensados, e c) – tam-bém é compensado o valor correspon-dente à ocupação do imóvel.

A Súmula nº 2 fulmina de morte a clá-usula contratual, sempre presente noscontratos de compromisso de venda ecompra, o sentido de que o compromis-sário comprador inadimplente deva re-ceber seu crédito líquido (após a com-pensação) em igual número de parcelastal qual pagou ao seu vendedor. Noutraspalavras, definido o crédito do compro-missário pelo desfazimento do contrato,a devolução dessa quantia “deve ser feitade uma só vez”, de imediato.

A Súmula nº 3 aborda a situaçãoprocessual em que a iniciativa da rup-tura do compromisso cabe ao compro-mitente vendedor e não ao comprador

inadimplente. Nesta hipótese, ainda queo devedor não apresente reconvençãoao pedido rescisório, caberá ao promi-tente credor devolver o crédito do com-promissário, como se este fosse oautor da ação rescisória. Mas, se a açãodo compromitente vendedor for estri-tamente de cobrança, ou seja, se ape-nas optar em receber o seu crédito enão preferir a rescisão do contrato decompromisso, nenhuma dessas súmu-las terá aplicação. A não ser que o com-promissário devedor, reconhecendo ocrédito cobrado, pleiteie, em recon-venção, a rescisão do contrato e a de-volução do crédito excedente. Trata-se de uma saída mais favorável do quea de permitir a instauração da execu-ção com penhora dos seus direitos deaquisição e discussão da correta de-finição do seu débito.

Cabe ressalvar que as três primeirassúmulas apenas tem aplicação enquan-to existe formalizada a relação de con-sumo, entre o fornecedor (o construtordas unidades imobiliárias) e o consu-midor final (comprador), consoante vemdefinido nos artigos 2º e 3º da Lei 8.078/90. Na ausência de relação de consu-mo, o artigo 53 do CDC não tem inci-dência e, via de consequência, tambémas súmulas do TJ-SP.B

e a decisão contestada já transi-tou em julgado, não cabe reclama-

ção. O entendimento é do ministro Hum-berto Martins, ao indeferir liminar emreclamação contra o acórdão da TurmaRecursal do Juizado Especial Cível de Cu-

Em decisão transitada em julgado não cabe reclamaçãoritiba (PR), que negou fé pública a umaescritura de compra e venda de imóveisem que teria havido erro na cobrança decustas (a maior).

Os reclamantes alegaram no STJ que adecisão afronta a jurisprudência, mas não

especificaram em que pontos. O relatorbaseou a decisão em julgados do STJ, eafirmou que só cabe reclamação contradecisões judiciais quando o ato decisórioquestionado ainda não tiver transitado emjulgado. (RCL 4276).B

S

7OUTUBRO DE 2010 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

8 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO OUTUBRO DE 2010

DIREITO DE FAMÍLIA - 2

REGINA BEATRIZ TAVARES DA SILVA*

A emenda constitucional do divórcio e o Código Civil

e um homem, que éprovedor da casa, étraído pela esposa,como a ordem jurídi-ca pode aceitar queseja forçado a pagar

pensão alimentícia plena para a adúlte-ra, em benefício também do seu amante,se houver o rompimento do casamento?

Se uma mulher, que sustenta a casa,sofre agressões morais e físicas prati-cadas pelo marido, como o direito podeaceitar que essa mulher seja obrigada a

pagar pensão alimentícia plena ao agres-sor, se resolver romper o casamento?

A resposta somente pode ser uma.Nessas circunstâncias, dentre tantasoutras que lastimavelmente ocorrem nadissolução das relações conjugais, o des-cumprimento dos deveres conjugais devereceber as sanções previstas no CódigoCivil em vigor, como a perda do direito àpensão alimentícia plena e de utilizaçãodo sobrenome conjugal, independente-mente da facilitação do divórcio decor-rente da Emenda Constitucional 66/2010.

Pensamento diverso, segundo o qualteriam desaparecido as várias espéciesdissolutórias do casamento, passandoa existir somente uma espécie — divór-cio sem culpa e sem a possibilidade dedemonstração do descumprimento dosdeveres conjugais — não poderá pre-valecer, sob pena da emenda do divór-cio ser havida como inconstitucional.

Se eliminada fosse a dissolução cul-posa, que, em razão da natureza ante-

riormente conversiva do divórcio, con-soante redação anterior do artigo 226,§ 6º, da Constituição Federal, somenteexistiam na separação judicial, estariacriado um vazio legislativo, além deviolados os princípios de proteção àdignidade da pessoa (conforme artigo1º, III), as normas constitucionais detutela dos direitos fundamentais (con-forme, artigo 5º) e de proteção especialà família (conforme artigo 226, caput),inclusive aquela que assegura a cria-ção de mecanismos para coibir a vio-lência no âmbito das relações familia-res (conforme artigo 226, § 8º).

Note-se que essa Emenda 66/2010limitou-se a suprimir os requisitos tem-porais do divórcio, de modo a facilitá-lo, como consta da respectiva ementa,ao modificar o artigo 226, parágrafo 6º,da Constituição Federal, dando-lhe aseguinte redação: “O casamento civilpode ser dissolvido pelo divórcio.” As-sim, as espécies dissolutórias e suas res-pectivas consequências, existentes nalegislação infraconstitucional, foram re-cepcionadas pela Constituição Federal.Na dissolução com culpa, o cônjuge quepratica grave violação a dever conjugal— como o desrespeito à integridade fí-sica e moral do cônjuge, ou a infidelida-de — continua a sujeitar-se à perda dodireito à pensão alimentícia plena, man-tendo somente um direito de pensãomínima que, ainda, é condicionada arigorosos requisitos, sem qualquer ape-go ao padrão de vida anterior (CódigoCivil, artigo 1.704), dentre outras san-

S

ções do ordenamento legal.O casamento é um contrato do qual

decorrem deveres, como o respeito pelaintegridade física e moral do cônjuge ea fidelidade (Código Civil, artigo 1.566).Ideias como a de que não é necessáriomanter a espécie culposa porque asquestões de culpa e de pensão alimen-tícia podem continuar a ser debatidasem outro processo, após a dissoluçãodo casamento pelo divórcio, não condi-zem com a natureza contratual do ca-samento. É antes da extinção de umarelação contratual que se faz a apura-ção da culpa pela grave violação dedever dela oriundo.

Esperamos que o Poder Judiciário,mais uma vez, interprete as normas dalegislação infraconstitucional, em con-sonância com a Constituição Federal,solucionando as lacunas legislativas,mas com o devido cuidado de não cau-sar situações imorais, além de incons-titucionais, como aquelas apresentadasno início deste artigo.

O cenário que o Direito brasileiro me-rece, após a aprovação da emenda cons-titucional em tela, é o de que ao divórcioapliquem-se as modalidades que antesexistiam somente na separação judicial —com e sem culpa —, de modo a facilitaro término do casamento e continuar aoferecer liberdade de escolha da espéciedissolutória, para que seja protegida adignidade dos membros de uma família.B

*Doutora e mestre em Direito Civil pela USP.

Horizontais Verticais

1) Símbolo, Rol: 2) Alienar, Ora; 3)Liga, Perdas; 4) TB, Ágio; 5) Ea, Obra,VII; 6) Adv; Éon; 7) Good; Sopapo; 8)Tor; Asa; 9) Mão; Azar; Zé. B

1) Salteagem; 2) Ilibado; 3) Mig; Voto; 4)Beato; Dó; 5) On; Be; Ra; 6) Laparos; 7)Orégano; 8) Ri; Par; 9) Rodovias; 10) Ora;Paz; 11) Lascivo.

Soluções das Cruzadas

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9OUTUBRO DE 2010 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

INFORME PUBLICITÁRIO

A liberdade de expressão não deveconhecer limites ou para evitar danosgraves aos direitos fundamentais eao interesse e bens públicos deve-sepermitir medidas de tutela judicial noâmbito da liberdade de expressão?Esse é o debate que a OAB SP pro-move no dia 14, às 10 horas, no sa-lão nobre da entidade, sobre “Limi-tes à Liberdade de Expressão na De-mocracia”.

Participam do debate o presiden-te da OAB SP, Luiz Flávio BorgesD’Urso (foto)(foto)(foto)(foto)(foto); o jurista Ives Gandrada Silva Martins; o ex-presidente daBienal de São Paulo, Manuel Pires daCosta; o desembargador do TJ-SP,Marco Antonio Marques da Silva; apresidente do Instituto dos Advoga-dos de São Paulo, Ivette Senise Fer-reira; o promotor de Justiça do MP-SP, Augusto Rossini.

A polêmica sobre as obras reuni-das na série “Inimigos” do artista GilVicente, em exibição na Bienal de SãoPaulo, estará entre os exemplos tra-tados no encontro. Em 17 de setem-bro, a OAB SP oficiou os curadoresda Bienal de Artes de São Paulo, Mo-acir dos Anjos e Agnaldo Farias, pe-dindo a retirada das obras do per-nambucano Gil Vicente da exposiçãopor apologia ao crime. Nas obras, GilVicente se autoretrata assassinandoo presidente Luiz Inácio Lula da Silvae o ex-presidente Fernando HenriqueCardoso, entre outras personalidadesnacionais e internacionais.

Para o presidente D´Urso, o tra-balho de Gil Vicente, “mais do que re-velar o desprezo do autor pelas figu-ras humanas que retrata como suasvítimas, demonstra um desrespeitopelas instituições que tais pessoas re-presentam, comotambém o despre-zo pelo poder insti-tuído, incitando aocrime e à violência”.

Diante da deci-são da curadoriada Bienal de nãoretirar as obras, aOAB SP enviou ofício ao MinistérioPúblico, no dia 20 de setembro, co-municando os fatos, uma vez que, emtese, a série “Inimigos”, de Gil Vicen-te, faz apologia ao crime, previsto noartigo 287 do Código Penal .

“A Câmara Empresarial de Arbitra-gem, instituída em parceria pela Fe-comercio, OAB SP, Sebrae-SP, Ses-con-SP e Câmara Arbitral Internacio-nal de Paris, trará oportunidades rá-pidas de solução de conflito fora doprocesso, voltadas ao mundo dos ne-gócios”, avaliou o presidente da OABSP, Luiz Flávio Borges D’Urso, duran-te o cerimônia de instalação da Câ-mara na sede da Fecomercio, dia 9de setembro.

D’Urso acredita no sucesso da Câ-mara Empresarial de Arbitragem, nãosó pelo porte das instituições inte-grantes, mas pelas dificuldades en-frentadas pelo Judiciário paulista de-correntes da sua não autonomia fi-nanceira, que geram morosidade, sejapelo crescimento da litigiosidade, sejapela falta de recursos, a impedir a ins-talação de Varas, realização de con-cursos para juízes e até mesmo a re-posição salarial dos serventuários,eixo da última greve que durou maisde quatro meses.

“Isso resulta na frustração do cida-dão, do empresário que leva suasquestões à Justiça e lá encontra umamorosidade que faz com que seu pro-cesso se arraste por década, trazen-do prejuízos imensos. Por conta dis-so, em muitos contratos firmados noEstado de São Paulo, partes elegem o

Debate sobrDebate sobrDebate sobrDebate sobrDebate sobre os limites da libere os limites da libere os limites da libere os limites da libere os limites da liberdadedadedadedadedadede ede ede ede ede exprxprxprxprxpressão na democraciaessão na democraciaessão na democraciaessão na democraciaessão na democracia

Instalada a CâmaraInstalada a CâmaraInstalada a CâmaraInstalada a CâmaraInstalada a CâmaraEmprEmprEmprEmprEmpresarial de Arbitragemesarial de Arbitragemesarial de Arbitragemesarial de Arbitragemesarial de Arbitragem

foro de competência o Rio de Janei-ro para dirimir lides, na tentativa dese afastar da máquina emperrada deSão Paulo. Portanto, a participaçãoda Ordem na Câmara Empresarial deArbitragem é de entusiasmo, porqueestamos dando um passo para me-lhorar essa forma alternativa de so-lução de conflitos”, afirmou.

Marco na HistóriaMarco na HistóriaMarco na HistóriaMarco na HistóriaMarco na HistóriaPara o jurista Ives Gandra da Sil-

va Martins, eleito primeiro presiden-te da Câmara Empresarial de Arbi-tragem, a nova entidade será ummarco na história da economia deSão Paulo, pelo que representa oEstado, com um PIB igual ao da Ar-gentina, pelo prestígio dos france-ses e pela importância das entida-des que integram a Câmara. “Semprecisar ser profeta, esta Câmaraserá uma das melhores do Brasil”,vaticinou. Na avaliação de Ives Gan-dra, as perspectivas da CâmaraEmpresarial de Arbitragem são mui-to promissoras diante de uma Jus-tiça lenta e raramente especializa-da. Lembrou que o senador MarcosMaciel foi o grande bandeirante noencaminhamento dessa luta para oPaís ter um instrumento melhor desolução de conflito, a Lei de Arbi-tragem.

Câmara teve parceria da Fecomercio, Sebrae-SP, Sescon-SP e Câmara ArbitralInternacional de Paris

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Luta contra corte noLuta contra corte noLuta contra corte noLuta contra corte noLuta contra corte noorçamento da Justiçaorçamento da Justiçaorçamento da Justiçaorçamento da Justiçaorçamento da Justiça

No dia 30 de setembro, emnota conjunta, o presidente daOAB SP, Luiz Flávio BorgesD’Urso; a presidente do IASP,Ivette Senise Ferreira; e o pre-sidente da AASP, Fábio Ferrei-ra de Oliveira, defenderam aautonomia financeira do Judi-ciário e pediram ao Executivoe ao Legislativo a aprovaçãointegral, sem corte, da propos-ta orçamentária do Judiciário.Para o próximo ano, o ÓrgãoEspecial do Tribunal de Justi-ça de São Paulo aprovou pro-posta orçamentária de R$ 12,3bilhões. Neste ano, o Judiciá-rio enviou proposta originalde R$ 7,1 bilhões, mas tevede se contentar com R$ 5,1bilhões. Em 2009, pediu R$8,4 bilhões e recebeu R$ 4,9bilhões.

Outra frente da luta pelamanutenção do orçamentoaconteceu no dia 28 de setem-bro, em reunião na sede daOAB SP. A Comissão de As-suntos do Judiciário e repre-sentantes das entidades dosservidores públicos do Judici-ário estadual selaram um en-tendimento para um trabalhoconjunto destinado a acompa-nhar a tramitação na Assem-bleia Legislativa da propostade Orçamento do Judiciárioestadual para 2011, que deveser apresentada na primeirareunião deste mês.

Marcos da Costa, vice-presiden-te da OAB SP e presidente da Co-missão de Assuntos do Judiciário,disse que a Ordem tem todo o inte-resse nesse acompanhamento con-junto e nessa luta para que o orça-mento do Judiciário não sofra cor-tes drásticos como tem ocorridoseguidamente, e que irá acionar aFrente Parlamentar dos Advogadosna Alesp, assim como os presiden-tes das 222 Subsecções do Interi-or para conversarem com os depu-tados de suas cidades.

10 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO OUTUBRO DE 2010

INFORME PUBLICITÁRIO

A pedido da OAB SP, o ConselhoFederal ingressou dia 2 de setembrocom Ação Direta de Inconstitucionali-dade, com pedido de cautelar, ques-tionando a constitucionalidade do ar-tigo 55 do regimento interno do Tri-bunal de Justiça de São Paulo, porviolar o artigo 94 da Constituição Fe-deral e constituir um entrave ao pre-enchimento da vaga de desembarga-dor pelo Quinto constitucional — clas-se dos advogados.

Em sessão realizada no dia 23 dejunho, o Órgão Especial do Tribunal deJustiça de São Paulo deliberou peladevolução da lista de n° 2 das quatroencaminhadas pela OAB SP para pre-enchimento de vagas de desembarga-dores pelo Quinto Constitucional –classe dos advogados. O tribunal jus-tificou a devolução com base no artigo55 do seu regimento interno, que fixaum quórum e limita o número de es-

OOOOOAB ingrAB ingrAB ingrAB ingrAB ingressa no STF contra devoluçãoessa no STF contra devoluçãoessa no STF contra devoluçãoessa no STF contra devoluçãoessa no STF contra devoluçãoda lista do Quinto Constitucionalda lista do Quinto Constitucionalda lista do Quinto Constitucionalda lista do Quinto Constitucionalda lista do Quinto Constitucional

crutínios para fim de votação da listassêxtuplas. “Reside neste dispositivouma flagrante inconstitucionalidadeporque cria limitações e obstáculos àelaboração da lista tríplice pelo Tribu-nal, afrontando o artigo 94 da Consti-tuição Federal”, diz o presidente daOAB SP, Luiz Flávio Borges D’Urso.

A Adin argumenta que a devoluçãoda lista por parte do Tribunal de Jus-tiça deveria estar condicionada a ra-zões objetivas de carência dos requi-sitos constitucionais dos candidatos,como o exercício da Advocacia por 10anos, possuir notório saber jurídico eter reputação ilibada. De acordo coma Carta de 1988, “não há espaço paraque a deliberação do tribunal acercada lista sêxtupla remetida pela secio-nal paulista tenha o limite temporal detrês escrutínios tampouco seja esta-belecido quórum de votação”, explicaa inicial.

Respondendo consulta, a TurmaDeontológica do Tribunal de Ética eDisciplina da OAB SP definiu, em se-tembro, durante sessão realizada noauditório da Caasp, os limites éticosda cooperação e associação entresociedades de consultores estrangei-ros e sociedades brasileiras de advo-gados, reafirmando a validade dospressupostos contidos no Provimen-to 91/2000 da OAB, que dispõe so-bre o exercício da atividade de con-sultores e sociedade de consultoresem direito estrangeiro no Brasil. EmSão Paulo há 16 bancas estrangeirasinscritas na OAB SP. A decisão será

Definidos limites éticos de associaçãoDefinidos limites éticos de associaçãoDefinidos limites éticos de associaçãoDefinidos limites éticos de associaçãoDefinidos limites éticos de associaçãoentre bancas brasileiras e estrangeirasentre bancas brasileiras e estrangeirasentre bancas brasileiras e estrangeirasentre bancas brasileiras e estrangeirasentre bancas brasileiras e estrangeiras

reapreciada pela Câmara do Tribunalde Ética e Disciplina e pelo ConselhoSeccional da OAB SP.

O voto do relator Cláudio FelipeZalaf — baseado no Provimento 91/2000 — foi dividido em duas partes,ressaltando que o provimento estipu-la que o advogado estrangeiro só po-derá atuar no Brasil como consultorem direito estrangeiro na legislaçãode seu país de origem, sendo vedadoo exercício e consultoria em Direitobrasileiro. De acordo com o provimen-to, essas bancas devem ser integra-das exclusivamente por consultoresem direito estrangeiro.

Em sua terceira edição, o prêmio“Maria Immaculada Xavier da Sil-veira”, da Comissão da Mulher Ad-vogada da OAB SP, foi entregue a13 mulheres de carreira jurídica —advogadas, ministras, magistra-das, promotoras e delegadas — dia9 de setembro, às 19h30, na Câ-mara Municipal de São Paulo.

O presidente da OAB SP, LuizFlávio Borges D’Urso, e a presiden-te da Comissão da Mulher Advoga-da, Fabíola Marques, fizeram a en-trega do prêmio e de flores às pre-miadas. “Tive uma emoção em do-bro, primeiro por ter tido a honrade ser premiada na primeira edição

TTTTTrrrrreze mulhereze mulhereze mulhereze mulhereze mulheres res res res res recebem o prêmioecebem o prêmioecebem o prêmioecebem o prêmioecebem o prêmio“Maria Immaculada Xavier da Silveira”“Maria Immaculada Xavier da Silveira”“Maria Immaculada Xavier da Silveira”“Maria Immaculada Xavier da Silveira”“Maria Immaculada Xavier da Silveira”

do ‘Maria Immaculada’ e por estar,agora, entregando esse prêmio a mu-lheres tão importantes”, afirmou Fa-bíola. A secretária-geral adjunta doConselho Federal OAB, Márcia Regi-na Machado Melaré, uma das premia-das, falou em nome das demais.

As premiadas são: Eloisa de SousaArruda, Flávia Cristina Piovesan, Sil-via Carlos da Silva Pimentel, RosmaryCorrêa, Elisabeth Massuno,RitsukoTomioka, Maria Aparecida Pellegrina,Maria Thereza Rocha de Assis Moura,Márcia Regina Machado Melaré, MarliFerreira, Eunice Aparecida de JesusPrudente, Maria Cristina Zucchi e Tallu-lah Kobayashi de Andrade Carvalho.

O voto do TED seguiu as diretrizes do Provimento 91/2000 da OAB

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Desagravo para diretoria de JalesDesagravo para diretoria de JalesDesagravo para diretoria de JalesDesagravo para diretoria de JalesDesagravo para diretoria de JalesPor proposta do presidente da

OAB SP, Luiz Flávio Borges D’Urso,o Conselho Seccional aprovou porunanimidade, no dia 20 de setembro,“de ofício”, desagravo público parao presidente e diretoria da Subsec-ção de Jales e para o conselheiro lo-cal, Carlos Alberto Expedito de Brit-to, todos ofendidos pelo procuradorda República em Jales, Thiago La-cerda Nobre.

Os conflitos entre a Advocacia deJales e o procurador começaramquando este determinou à Subsec-ção da Jales que tomasse providên-cias sobre suposta cobrança abusi-va de honorários praticada por ad-vogados daquela comarca. A Sub-

secção de Jales e a Seccional, naocasião, esclareceram que a cobran-ça de honorários é pactuada no âm-bito particular dos contratantes. Ecaso, exista alguma irregularidadeque esta seja encaminhada ao Tribu-nal de Ética e Disciplina, único órgãocompetente para examinar a condu-ta ética de um advogado no exercí-cio profissional e punir, se for o caso.“Não podemos aceitar que o procu-rador da República promova amea-ças aos dirigentes da Subsecção deJales, nem tome medidas tentandoestabelecer parâmetros na cobran-ça de honorários oriundos de pactoentre o advogado e cliente”, critica opresidente D’Urso.

O prêmio visou mulheres em carreira jurídica com trabalho destacadoO prêmio visou mulheres em carreira jurídica com trabalho destacadoO prêmio visou mulheres em carreira jurídica com trabalho destacadoO prêmio visou mulheres em carreira jurídica com trabalho destacadoO prêmio visou mulheres em carreira jurídica com trabalho destacado

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11OUTUBRO DE 2010 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

Antonio PenteadoMendonça*

SEGUROS COMUNICAÇÕES

*Advogado, sócio de Penteado Mendonça Ad-vocacia, professor da FIA-FEA/USP e do PEC daFundação Getúlio Vargas.

s corretores de segurossão o principal canal dedistribuição de segurosdo Brasil. É através de-les que a maioria dasapólices chega ao mer-

cado, dando cobertura para os dife-rentes tipos de risco que ameaçam asociedade brasileira.

Na maioria dos países desenvolvidos,a figura do corretor de seguros é clara-mente tipificada e ele é sempre o repre-sentante do segurado perante a segura-dora, durante toda a vigência do contra-to. Inclusive por conta deste papel, paramanter a independência do corretor emrelação às seguradoras, países como,por exemplo, Portugal, limitam o total denegócios que o corretor pode fazer comuma única companhia de seguros a umdeterminado percentual da produçãototal da corretora.

É verdade que na maioria destespaíses, além do corretor de seguros,existe o agente de seguros, que é umprofissional autônomo que representauma seguradora, normalmente num de-terminado território pré-determinado.

No Brasil a lei não contempla a fi-gura do agente de seguros. Assim, pornecessidade, um número bastante ele-vado de intermediadores de seguros,muito mais próximos da figura do agen-te do que do corretor, registram-secomo corretores de seguros para se-rem legalmente remunerados.

E é aqui que começa o problema. Alei brasileira não diz que o corretor deseguros é obrigatório. Ao contrário,permite e regula a venda direta de se-guros, mas determina que apenas oscorretores de seguros podem recebercomissões de corretagem.

Para explicar melhor o quadro, al-guns artigos importantes de duas leispraticamente desconhecidas: uma,que regulamenta a profissão de corre-tor de seguros e uma lei complemen-tar, que regulamenta o Sistema Naci-onal de Seguros Privados.

A Lei nº 4.594, de 29/12/1964,regula a profissão de corretor de segu-ros e em seu artigo primeiro define ocorretor de seguros: “O corretor deseguros, seja pessoa física ou jurídi-ca, é o intermediário legalmente auto-rizado a angariar e a promover contra-tos de seguros, admitidos pela legisla-ção vigente, entre as Sociedades deSeguros e as pessoas físicas ou jurídi-cas, de direito público ou privado.”

Já o Decreto-Lei 73/66, que cria osistema nacional de Seguros Privados,define o corretor de seguros no artigo122: “O corretor de seguros, pessoafísica ou jurídica, é o intermediário le-galmente autorizado a angariar e pro-mover contratos de seguro entre associedades seguradoras e as pessoasfísicas ou jurídicas de Direito Privado.”

Como se vê, o corretor de seguros,

A responsabilidade do corretorde acordo com as duas leis que espe-cificamente tratam dele, não é repre-sentante do segurado, nem do segura-dor. Ele é o profissional legalmente au-torizado a intermediar contratos de se-guros. Por isso mesmo, de acordo como artigo 124 do Decreto-Lei 73/66, sóa ele podem ser pagas as comissõesde corretagem. E para reforçar a inde-pendência em relação às seguradoras,a mesma lei, em seu artigo 125, vedaao corretor de seguros, textualmente,“manter relação de emprego ou dire-ção com sociedade seguradora”.

Já o artigo 126, visando protegeras demais partes do contrato de segu-ro determina que “o corretor de segu-ros responderá civilmente perante ossegurados e as sociedades segurado-ras pelos prejuízos que causar, poromissão, imperícia ou negligência noexercício da profissão”.

Se a atuação profissional do corretorde seguros fosse semelhante à dos cor-retores de imóveis, a responsabilidadelegal se extinguiria com a concretiza-ção da avença. Mas a atuação do cor-retor de seguros é mais ampla e se es-tende desde antes do início até o finalda vigência da apólice.

A responsabilidade do corretor deseguros principia no momento em queele oferece um negócio para um even-tual futuro segurado e só termina quan-do a última responsabilidade da apóli-ce se extingue. Ou seja, um corretor deseguros pode, por exemplo, no caso deum seguro de responsabilidade civil, terresponsabilidade perante o segurado ea seguradora por até quatro anos apóso término da vigência do seguro.

Ainda que a lei não determinado,cabe ao corretor de seguros assesso-rar o segurado na definição do produ-to que melhor atende as suas neces-sidades. Depois, cabe a ele a contra-tação da apólice com as cláusulas maisadequadas aos riscos a serem cober-tos e pelo melhor preço para garantira proteção desejada. Para isso eledeve informar a seguradora da formamais completa possível sobre o riscoa ser garantido. E cabe a ele verificarse a apólice foi corretamente emitida,como cabe a ele estar ao lado do se-gurado no caso da ocorrência de umsinistro. E, finalmente, ele deve infor-mar o segurado sobre o fim do seguro.

Como se vê, a atuação profissionaldo corretor de seguros vai muito alémda simples intermediação prevista nalei. Ele tem uma atuação consistenteao longo de todo o negócio. E essaatuação, evidentemente, pode causardanos ao segurado e à seguradora.Danos pelos quais ele deve respon-der e se for o caso, ressarcir.B

O“Tribuna do Direito”, que redesenhoutotalmente o site www.tribunadodi-reito.com.br em maio, utilizando as mais

modernas técnicas de navegação existentes nosegmento (até então o site era “fechado”), per-mitindo que o jornal inteiro seja lido com suavestoques do mouse, a partir do mês passado passoua hospedar no site blogs de figuras proeminentesdo Direito brasileiro. A iniciativa visa permitir aosassinantes, leitores e internautas analisar visõesdiferentes sobre temas de interesse geral e que,normalmente, ficam sem detalhes que podem serfundamentais. Os primeiros colaboradores são odesembargador, professor e escritor Rizzato Nu-

Blog é também nosite do “Tribuna”

nes, que escreve sobre Direito do Consumidor, eo advogado e professor Wagner Balera, que dis-corre sobre Previdência Privada. Os textos sãoatualizados semanalmente. Existem outrosprofissionais que estão em contato com a dire-ção do jornal objetivando, uma eventual colabo-ração. Eles estão sendo analisados com cari-nho pela direção do jornal, que vai levar emconsideração apenas os benefícios que essascolaborações poderão significar para assinan-tes, leitores e internautas. Uma coisa a direçãodo jornal tem certeza. Brevemente, outrosprofissionais estarão enriquecendo o sitewww.tri-bunadodireito.com.br.B

STJ rejeitou recurso do banqueiroDaniel Dantas contra decisão da

Justiça paulista, que julgou improceden-te ação de indenização contra a EditoraConfiança, dona da revista “Carta Capi-tal”. O empresário alegou ter sido acu-sado pela revista (edição nº 275) dechantagear o governo de Fernando Hen-rique Cardoso e sustentou, entre outrascoisas, que o texto ultrapassou os limitesdo direito de informar e de exercer a crí-tica política.

A defesa da revista disse que a críticado editorial estava voltada para o mode-lo econômico e financeiro adotado no go-verno da época, e, que nesse contexto,foi usada a expressão “manobra”, con-testada por Dantas. A Justiça paulistaentendeu que as expressões usadas de-vem ser vistas como “ilustrações dasmedidas” tomadas pelo banqueiro nadisputa da companhia de telefonia Bra-silTelecom. Na apelação ao STJ, o rela-tor e ministro, Massami Uyeda, explicouque decisão contrária exigiria reexamede provas, o que é vedado pela Súmula 7.(AG 129-2609).B

Daniel Dantas nãoserá indenizado

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12 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO OUTUBRO DE 2010

HIC ET NUNC

PERCIVAL DE SOUZA*

RASÍLIA - O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em seu último balanço (“Justi-ça em Números”) radiografou as avaliações do Judiciário brasileiro, envolto em

cerca de 90 milhões de processos em trâmite. Existem no País, 16,1 mil magistrados e312,5 mil servidores. Segundo o presidente do órgão, ministro Cezar Peluso, o Brasil édetentor de um dos menores números de juízes entre países considerados desenvolvidos:8 para cada 100 mil habitantes. França, Itália, Espanha e Portugal contam com cerca de18 mil magistrados para o mesmo grupo de pessoas. Nosso número de processos segueem escala ascendente: de 86,6 milhões em curso, 25,5 milhões foram recebidos no anopassado. Eram cerca de 50 milhões há três anos. Agora, estamos chegando perto dos 90.Na média, 1.439 processos foram concluídos por juiz no ano passado. Ainda na média,são 3.255 para cada um deles, esperando decisão. Outros 1.410 novos processos entramno acervo de cada um, ainda na média.

*Especial para o “Tribuna”.

O diagnóstico togadoO estoque de ações pendentes domina a

Justiça estadual brasileira. Somente 40%dos tribunais estão conseguindo cumprir a“Meta 1”, proposta pelo próprio CNJ,pretendendo o julgamento de todos os pro-cessos já distribuídos até o final deste ano.Antes der se despedir da CorregedoriaNacional de Justiça, cargo passado para aministra Eliana Calmon, o ministro GilsonDipp comentou que “muitos magistradosnão compreendem a atuação do CNJ”. Eque “ enquanto tantos deles não saem deseus gabinetes, eu tive a experiência deestar lá, no chão. no front”.

Pedra sui-generisDuas experiências de Gilson Dipp em

suas andanças corregedoras: em Teresina(PI) tropeçou numa pedra colocada na en-trada da sala de distribuição de proces-sos. O prédio, de três andares, não tinhaelevador. A pedra não era a de Drum-mond: nela, havia um adesivo segurandoum papel onde se podia ler o número deum processo. A pedra era também matériamineral apreendida em processo-crime. Oministro resolveu sentar-se um pouco.Logo percebeu que nas costas da cadeirade metal havia um furo. Provocado por umdisparo de arma de fogo, que ali atingiu avítima. Dipp, desconsolado, prosseguiu nasua faina, observando, então, um armáriotodo aberto, mas repleto de armas apre-endidas. Brasil!

Jânio vence PrefeituraGênios jurídicos propuseram uma ação

por improbidade administrativa contra oex-presidente Jânio Quadros, que morreuhá 18 anos. Isso porque na gestão MartaSuplicy à frente da Prefeitura paulistanadecidiram postumamente “pegar no pé”do ex-presidente, também ex-prefeito,porque ele contratou um show com a can-tora Tina Turner, no Pacaembu. A Prefei-tura ficou devendo para administração doestádio, porque Jânio teria distribuído umgrande número de ingressos para a popu-lação. Por unanimidade, a 2ª Turma doSTJ negou provimento ao recurso da

90 milhões em ações

Prefeitura, que insistia desde 2001, semêxito, em cobrar a dívida do espólio doex-presidente. Alegou-se que o dinheiroarrecadado não foi suficiente para cobriras despesas. Luiza Erundina, Paulo Ma-luf e Celso Pita não entraram nessa. Arelatora do processo, ministra ElianaCalmon, considerou a pretensão “um ab-surdo, uma bobagem, uma loucura”. Ar-gumento fatal: “É uma estranha obriga-ção de pagar direcionada a um morto.que foi transferida para seu espólio.”Descanse em paz, Jânio.

Punições e direitoAntonio Cesar Siqueira, presidente

da Associação dos Magistrados do Riode Janeiro, sobre decisões do CNJ, cor-tando na própria carne: “Nenhum cida-dão aposentado, mesmo que cometa cri-me hediondo, perde seu direito à apo-sentadoria em razão da condenação.Isso decorre apenas do fato de que odireito foi constituído não pela ação cri-minosa. mas por contribuições licita-mente feitas à Previdência Social. Porque criar uma punição dirigida apenas auma categoria profissional? Isto nãoacarretaria o dever do Estado de devol-ver todas as contribuições?”. Siqueirafaz a colocação diante das reações que,avaliou, são “um tanto distorcidas dian-te da questão”.

Poder de políciaNovidades jurídicas nas Forças Ar-

madas. Elas ganharam, por sanção pre-sidencial de lei em comemoração ao Diado Soldado, 25 de agosto, um Estado-Maior conjunto, que faz parte da rees-truturação do Ministério da Defesa. Oprimeiro chefe será o general José Car-los de Nardi. Marinha e Aeronáuticaganharam poder de polícia nas frontei-ras, o que contemplava apenas o Exérci-to. “Acho que vamos ser mais respeita-dos”, comentou o presidente Lula, emencontro com os oficiais-generais dasForças terrestre, naval e aérea. Erauma referência à defesa da Amazônia edo pré-sal.B

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STJ editou novas sú-mulas. 417:417:417:417:417: “Na exe-cução civil, a penhorade dinheiro na ordemde nomeação de bensnão tem caráter abso-

luto”; 418:418:418:418:418: “Inadmissível o recurso es-pecial interposto antes da publicaçãodo acórdão dos embargos de declara-ção, sem posterior ratificação”; 419:419:419:419:419:“Descabe a prisão civil do depositáriojudicial infiel”; 420:420:420:420:420: “Incabível, em em-bargos de divergência, discutir o valorde indenização por danos morais”; 421:421:421:421:421:“Os honorários advocatícios não sãodevidos à Defensoria Pública quandoela atua contra a pessoa jurídica de di-reito público à qual pertença”; 422:422:422:422:422:“Os juros remuneratórios não estão li-mitados nos contratos vinculados aoSFH”; 423:423:423:423:423: “Incide a Cofins sobre asreceitas provenientes das operações delocações de bens móveis, uma vez queintegram o faturamento, entendidocomo o conjunto de receitas decorren-tes da execução da atividade empresa-rial”; 424424424424424: Que considera legítima a in-cidência de ISS em serviços bancários;425425425425425: “A retenção da contribuição paraa seguridade social pelo tomador deserviço não se aplica às empresas queoptam pelo Simples”; 429429429429429: “Citaçãopostal quando autorizada por lei, exigeaviso de recebimento”; 449 449 449 449 449: “A vagade garagem que possui matrícula pró-pria no registro de imóveis não consti-tui bem de família para efeito de penho-ra”; 450450450450450: “Nos contratos vinculados aoSFH, a atualização do saldo devedorantecede sua amortização pelo paga-mento da prestação”; 451451451451451: “É legítimaa penhora da sede do estabelecimentocomercial”; e 452452452452452, “A extinção dasações de pequeno valor é faculdade daAdministração Federal, vedada a atua-ção judicial de ofício”; 453:453:453:453:453: “Os hono-rários sucumbenciais, quando omitidosem decisão transitada em julgado, não

STJ

podem ser cobrados em execução ouem ação própria”; 454:454:454:454:454: “Pactuada acorreção monetária nos contratos doSFH pelo mesmo índice aplicável à ca-derneta de poupança, incide a taxareferencial (TR) a partir da vigência daLei n. 8.177/1991”; 455:455:455:455:455: “A decisãoque determina a produção antecipadade provas com base no artigo 366 doCPP deve ser concretamente funda-mentada, não a justificando unicamen-te o mero decurso do tempo”; 456:456:456:456:456: “Éincabível a correção monetária dos sa-lários de contribuição considerados nocálculo do salário de benefício de auxí-lio-doença, aposentadoria por invalidez,pensão ou auxílio-reclusão concedidosantes da vigência da CF/1988”; 457:457:457:457:457:“Os descontos incondicionais nas ope-rações mercantis não se incluem nabase de cálculo do ICMS”; 458:458:458:458:458: “Acontribuição previdenciária incide sobrea comissão paga ao corretor de segu-ros”; 459:459:459:459:459: “A Taxa Referencial (TR) é oíndice aplicável, a título de correçãomonetária, aos débitos com o FGTS re-colhidos pelo empregador mas não re-passados ao fundo”; 460:460:460:460:460: “É incabívelo mandado de segurança para conva-lidar a compensação tributária realiza-da pelo contribuinte”; 461:461:461:461:461: “O contri-buinte pode optar por receber, pormeio de precatório ou por compensa-ção, o indébito tributário certificadopor sentença declaratória transitadaem julgado”; 462:462:462:462:462: “Nas ações em querepresenta o FGTS, a CEF, quando su-cumbente, não está isenta de reembol-sar as custas antecipadas pela partevencedora”; 463:463:463:463:463: “Incide Imposto deRenda sobre os valores percebidos atítulo de indenização por horas extra-ordinárias trabalhadas, ainda que de-correntes de acordo coletivo”; e 464:464:464:464:464:“A regra de imputação de pagamentosestabelecida no artigo 354 do CC nãose aplica às hipóteses de compensa-ção tributária”.B

As novas súmulas do tribunal

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13OUTUBRO DE 2010 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

14 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO OUTUBRO DE 2010

ADVOCACIA - 1

Ação da OAB contra TJ-SP por causa de lista

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Tribunal Pleno do STJ reúne-se no dia11 de novembro para definir as três lis-

tas tríplices da OAB, que concorrem às vagasde ministros reservadas à Advocacia dentro doQuinto Constitucional. As listas sêxtuplas fo-ram definidas pela OAB no dia 12 de setem-bro. Os nove nomes aprovados pelo STJ serãoenviados à Presidência da República para indi-cação dos três novos ministros, que serão no-meados após sabatina no Senado.

As listas: 1)1)1)1)1) para a vaga do ministro apo-para a vaga do ministro apo-para a vaga do ministro apo-para a vaga do ministro apo-para a vaga do ministro apo-sentado Antonio de Pádua Ribeirosentado Antonio de Pádua Ribeirosentado Antonio de Pádua Ribeirosentado Antonio de Pádua Ribeirosentado Antonio de Pádua Ribeiro: EdsonVieira Abdala (PR), Carlos Alberto Mene-zes (SE), Márcio Kayatt (SP), AlexandreHonoré Marie Thiollier Filho (SP), OvídioMartins de Araújo (GO) e Antonio CarlosFerreira (SP); 2)2)2)2)2) para a vaga do ministropara a vaga do ministropara a vaga do ministropara a vaga do ministropara a vaga do ministroHumberto Gomes de BarrosHumberto Gomes de BarrosHumberto Gomes de BarrosHumberto Gomes de BarrosHumberto Gomes de Barros: Fábio CostaFerrario de Almeida (AL), Rodrigo Lins eSilva Cândido de Oliveira (RJ), Aniello Mi-randa Aufiero (AM), Sebastião Alves dosReis Junior (DF), Rogério Magnus VarelaGonçalves (PB) e Alde da Costa Santos Júni-or (DF), e 3)3)3)3)3) para a vaga do ministro Nilsonpara a vaga do ministro Nilsonpara a vaga do ministro Nilsonpara a vaga do ministro Nilsonpara a vaga do ministro NilsonNavesNavesNavesNavesNaves: Bruno Espiñeira Lemos (BA), Rey-naldo Andrade da Silveira (PA), Mário Ro-berto Pereira de Araújo (PI), Elarmin Mi-randa (MT), Esdras Dantas de Souza (DF),Ricardo Villas Bôas Cueva (SP).B

STJ define-seem novembro

Conselho Federal da OAB, a pedidoOAB-SP, impetrou Ação Direta deInconstitucionalidade (Adin) noSTF no dia 2 de setembro,contra decisão do TJ-SPque rejeitou a lista sêx-

tupla nº 2 (das quatro encaminhadas)para escolha de nomes para o preenchi-mento de vagas de desembargadorespelo Quinto Constitucional (reservadasà Advocacia). A devolução, feita no dia23 de julho, foi fundamentada no arti-go 55 do regimento interno do tribu-nal, que determina que “na votação dalista tríplice do Quinto Constitucional,haverá três escrutínios, até que se fir-me a lista, exigindo-se maioria absolu-ta em todos. Se qualquer dos candida-tos não atingir o quórum, a lista nãoserá aceita”. A lista preterida pelo TJ-SP é composta por Alberto GossonJorge Junior, Heitor Estanislau doAmaral, Hedio Silva Junior, Leo Mar-cos Bariani, Patricia Rosset e Roseli

Katsue Sakaguti.O vice-presidente da OAB-SP, Mar-

cos da Costa, disse que a entidade “re-cebeu com surpresa e indignação” o ofí-cio justificando a rejeição. Segundo ele, oartigo 55 do RI do TJ-SP fere o artigo 94da Constituição. Na Adin, a OAB susten-ta que a devolução da lista deveria estarfundamentada na falta de requisitos doscandidatos, que são: o exercício da Ad-

vocacia por no mínimo 10 anos, notó-rio saber jurídico e reputação

ilibada, o que não é o caso.Sustenta, ainda, que a

Constituição não prevêregimentos internos quefixem regras restritivasem relação aos procedi-mentos para formação

de lista tríplice.

PrecedentesPrecedentesPrecedentesPrecedentesPrecedentesEm 2005, a OAB-SP conheceu

situação parecida. A diferença, segun-do Marcos da Costa, é que na época otribunal tentou criar uma lista tríplice apartir de nomes remanescentes deoutras listas. “A OAB-SP reagiu imedi-atamente e obteve, no STF, decisãoobrigando o tribunal a respeitar eapreciar a lista sêxtupla original”, re-corda. Segundo ele, é a primeira vezque o TJ-SP devolve uma lista por for-ça de um artigo do regimento interno.

Em 2008, a OAB nacional teve umalista rejeitada pelo STJ (indicação paraocupar a vaga do ministro AntônioPádua Ribeiro, aposentado no ano an-terior). A batalha judicial só termi-nou em outubro 2009, quando o STFdecidiu que o STJ teria o direito de re-jeitar as indicações da OAB. Para Mar-cos, a secional paulista não corre riscode repetir o mesmo impasse, pelainconstitucionalidade do artigo 55 doRI do TJ-SP. Ele acredita que no mo-mento em que a Adin for acolhida, otribunal será obrigado a formar a listatríplice, ou justificar a devolução comcritérios objetivos. Procurado, o TJ-SPnão se pronunciou. (ADIN 4455).B

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15OUTUBRO DE 2010 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

A Lei nº 9.099/95, que instituiuos Juizados Especiais Estaduais, nãopreviu, à época, a criação de um ór-gão nacional de uniformização da ju-risprudência, questão essa que já foitratada, nos casos dos Juizados Es-peciais Federais, na própria Lei nº10.259/01, vindo a ser regulamenta-da pela Resolução nº 10/2007, doSuperior Tribunal de Justiça (STJ).

Em razão da autonomia dos Jui-zados Especiais em relação à Justiçacomum, as decisões finais das TurmasRecursais só poderiam ser combatidaspor meio de recurso ao Supremo Tri-bunal Federal (STF), nas hipóteses deviolação à Constituição Federal.

Não obstante, em questão deordem levantada durante sessão daCorte Especial, em novembro de2009, a Ministra Nancy Andrighipropôs a edição de Resolução, peloSTJ, com o objetivo de sistematizaro processamento de reclamaçõesdestinadas a dirimir eventuais diver-gências entre acórdãos de TurmasRecursais Estaduais e a jurisprudên-cia do STJ1.

A questão de ordem suscitadapela Ministra Nancy Andrighi teveorigem em decisão do Supremo Tri-bunal Federal (STF), em processode relatoria da Ministra Ellen Gra-cie, que ressaltou que, enquanto nãofosse criada a turma de uniformiza-ção para os juizados especiais esta-duais, poderíamos ter a manutençãode decisões divergentes a respeitoda interpretação da legislação infra-constitucional federal.

Diante disso, a Ministra suge-riu que uma Resolução poderia re-gular especificamente o processa-mento das reclamações contra de-cisões de Turmas Recursais Estadu-ais, sendo necessárias, contudo, al-gumas adequações, a fim de com-patibilizar o procedimento com a sis-temática hoje existente nos JuizadosEspeciais Estaduais.

Com a questão de ordem apro-vada pela Corte Especial, foi elabo-rada pelo Conselho de Administra-ção do STJ a Resolução nº 12 doSuperior STJ, de 14.12.2009, aqual disciplinou o processamento,naquela Corte, das reclamações des-tinadas a dirimir divergência entreacórdão prolatado por Turma Re-cursal Estadual e a jurisprudência doSTJ, com possibilidade de suspen-são liminar das decisões divergen-tes.

De acordo com a Ministra Nan-cy Andrighi, “a idéia que norteou aresolução é a de que a suspensão dosprocessos em trâmite perante os jui-zados estaduais permita que, após jul-gada a reclamação, as Turmas Re-cursais conformem suas decisões aoque ficar estabelecido no TribunalSuperior”2.

Para ilustrar, cumpre mencio-nar a discussão que havia sobre a ne-cessidade (ou não) de comprovaçãodo recebimento da comunicaçãopreviamente enviada pelos órgãos deproteção ao crédito (CDC, art. 43,§ 2º)3, a qual foi definitivamente pa-cificada pelo Superior Tribunal deJustiça com a edição da Súmula nº404, que prevê: “É dispensável oaviso de recebimento (AR) na car-

Inobservância de súmula do STJ porturma recursal dá ensejo à reclamação

ta de comunicação ao consumidorsobre a negativação de seu nomeem bancos de dados e cadastros”4.

Em que pese a edição da refe-rida Súmula, esse debate ainda nãohavia sido devidamente apaziguadono âmbito da competência de algu-mas Turmas Recursais, fato esse quedeu ensejo à interposição de Recla-mação5 perante o Superior Tribunalde Justiça6, contra o acórdão daQuinta Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Cíveis do Estado de San-ta Catarina, tendo como Relator oJuiz Otávio José Minatto, proferidonos autos de ação de indenizaçãopor danos morais movida por con-sumidora contra banco de dados deproteção ao crédito, o qual foi assimementado:

“Recurso inominado. Açãoindenizatória. Danos morais. Ins-crição na Serasa. Ausência de co-municação ao inscrito da abertu-ra do Cadastro. Ausência de pro-va de recebimento pelo destinatá-rio. Danos morais caracterizados.Recurso improvido. Sentençamantida.

Antes de se proceder à inscri-ção do consumidor em cadastro deproteção ao crédito, faz-se neces-sário observar o disposto no artigo43, § 2º, do CDC, que determina anecessidade de comunicação escri-ta ao suposto inadimplente. A sim-ples juntada aos autos de ‘relaçãode comunicação de débito remeti-das’ não comprova a ciência qual-quer prova no sentido de que efeti-vamente recebeu a comunicaçãoenviada. Ausente o prévio aviso,configurados estão os danos mo-

SERASA EXPERIAN LEGALBOLETIM JURÍDICO ANO 9 - N° 108

SERASA EXPERIAN LEGAL

SILVÂNIO COVAS*

Transcrição parcial da decisão

rais, os quais devem ser arbitradosem consonância com os princípiosda proporcionalidade e da razoa-bilidade.”

Destacam-se, da decisão pro-ferida pelo STJ, os seguintes trechos:

“2.- Pugna a Reclamantepela reforma do julgado, alegan-do que o referido Acórdão diver-ge da orientação pacífica da Se-gunda Seção desta Corte, conso-lidada no julgamento do REsp1.083.291/RS, com os efeitos doart. 543-C, § 7º, do Código deProcesso Civil, Relatora a Minis-tra Nancy Andrighi, DJe de20.10.2009, assim ementado: (...)

3.- Requer, por fim, seja con-cedida medida liminar, nos termosdo art. 2º, I, da Resolução 12/2009desta Corte, para suspender osefeitos da decisão impugnada atéo julgamento definitivo da presen-te Reclamação.

É o relatório.4.- A argumentação trazida na

Reclamação está adstrita à diver-gência entre a tese adotada noAcórdão da autoridade reclamadae a jurisprudência deste Tribunal.

5.- Tendo em vista a deci-são proferida pelo Supremo Tri-bunal Federal, no julgamentodos Embargos de Declaraçãono Recurso Extraordinário nº571.572-8/BA, Rel. Min. EllenGracie, a Corte Especial desteTribunal, apreciando Questãode Ordem suscitada pela E. Mi-nistra Nancy Andrighi nos au-tos da Reclamação 3.752/GO,reconheceu o cabimento de Re-clamação destinada a dirimir

16 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO OUTUBRO DE 2010

SERASA EXPERIAN LEGAL

divergência entre Acórdão prola-tado por Turma Recursal Estadu-al e a Jurisprudência desta Cortee determinou a elaboração de re-solução que cuidasse especifica-mente do processamento dessasReclamações. Editou-se, desta for-ma, a Resolução nº 12, publicadaem 14.12.2009, que se aplica aopresente caso.

6.- Na espécie, verifica-se apatente divergência entre o enten-dimento adotado pela Turma Re-cursal e a jurisprudência consoli-dada desta Corte, no sentido deque "é dispensável o aviso de re-cebimento (AR) na carta de comu-nicação ao consumidor sobre anegativação de seu nome em ban-cos de dados e cadastros "(Súmu-la 404/STJ), a demonstrar a plau-sibilidade do direito.

7.- Dessa forma, presente aplausibilidade do direito invocadoe o fundado receio de dano de di-fícil reparação, defere-se a liminarrequerida para determinar a sus-pensão do processo, bem como de-terminar, nos termos do artigo 2º,I, da Resolução nº 12/2009-STJ, asuspensão de todos os processosem trâmite nos Juizados EspeciaisCíveis, nos quais tenha sido esta-belecida a mesma controvérsia,até o julgamento final da presen-te Reclamação.

8.- Oficie-se aos Presidentesdos Tribunais de Justiça e os Cor-regedores Gerais de Justiça decada Estado membro e do DistritoFederal e Territórios, a fim de quecomuniquem às Turmas Recursaisa suspensão dos processos, bemcomo ao Presidente do Tribunal deJustiça do Estado de Santa Catari-na, ao Corregedor Geral de Justi-ça do Estado de Santa Catarina eao Presidente da Turma Recursal,prolatora do Acórdão reclamado,informando o processamento des-ta reclamação e solicitando infor-mações (artigo 2º, II, da Resoluçãonº 12/2009-STJ).

9.- Publique-se edital no Diá-rio da Justiça, com destaque no no-

ticiário do STJ na internet, dandociência aos interessados sobre ainstauração desta reclamação, afim de que se manifestem, queren-do, no prazo de 30 (trinta) dias.

10.- Após, dê-se vista dos au-tos ao Ministério Público Federalpara parecer (art. 3º da Resoluçãonº 12/2009-STJ)”.

De fato, constata-se que não háqualquer exigência legal que impo-nha ao banco de dados de proteçãoao crédito o dever de comunicar pormeio de notificação ao cadastrandocom aviso de recebimento. A lei tão-somente determina que a comunica-ção seja feita por escrito.

Não se desconhece (fato públi-co e notório) que os bancos de da-dos de proteção ao crédito cumpremfiel e integralmente essa norma pro-cedimental, pois enviam milhares decomunicados, por escrito, por meiodos Correios (empresa brasileiramundialmente reconhecida pela suaeficiência), informando aos cadas-trandos que serão incluídos paraseus documentos (CPF´s ouCNPJ´s) apontamentos relaciona-dos a pendências bancárias e finan-ceiras. Tais correspondências sãoremetidas para os endereços forne-cidos aos bancos de dados pelospróprios credores responsáveis pe-los pedidos de inclusões das anota-ções cadastrais.

Essa sistemática funciona e evi-ta a provável recusa da comunica-ção com aviso de recebimento, porparte do cadastrando imbuído de má-fé, dentre outras implicações jurídi-cas (v.g., violação da intimidade,pois, nessa modalidade de entregade correspondência, o remetentedeve ser identificado).

O Superior Tribunal de Justiça,portanto, consolidou a jurisprudênciadominante que havia sobre essa maté-ria7, firmando o seu entendimento nafalta de exigência legal para que a co-municação de que trata o art. 43, §2º,do CDC, deva ser feita com aviso derecebimento, prestigiando, dessa for-ma, o envio de comunicação escritacom postagem comprovada.

Essa tem sido a tônica da melhorinterpretação dada ao dispositivo le-gal que prevê o dever de comunica-ção pelo banco de dados de proteçãoao crédito, merecendo destaque, ain-da, a parte do enunciado que retrata oentendimento consolidado da jurispru-dência dominante do STJ de que bas-ta a comprovação do envio da notifi-cação ao endereço fornecido pelo cre-dor8, para ficar demonstrado o cum-primento da lei.

Verifica-se, no caso concreto oraexaminado, o acerto da decisão aqui emcomentário, a qual, com base na Reso-lução nº 12 do Superior STJ, além deafastar liminarmente acórdão de TurmaRecursal que viola frontalmente o teorda Súmula nº 404 do STJ, determinoua suspensão de todos os processosem trâmite nos Juizados EspeciaisCíveis, nos quais tenha sido estabeleci-da a idêntica controvérsia.

Espera-se que, nesse caso e emtodos aqueles que ficarão suspensos atéo julgamento definitivo da referida Re-clamação nº 4.598/SC, o Superior Tri-bunal de Justiça possa restabelecer amelhor orientação jurisprudencial so-bre a questão, reconhecendo, tambémno âmbito de competência dos Juiza-dos Especiais Cíveis, o seu entendimen-to no sentido de que a comunicaçãoprevista no CDC, art. 43, § 2º, exigetão-somente a forma escrita, prescin-dindo de remessa com aviso de recebi-mento (AR), bastando apenas, paracumprimento do dever legal, a compro-vação da postagem da notificação parao endereço do cadastrando e forneci-do pelo credor.

1 “STJ irá elaborar resolução para tra-tar dos incidentes de uniformização entreTurmas Recursais e a jurisprudência doTribunal”. Notícia de 30/11/2009. Disponí-vel em: <http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=292r>.Acesso em: 27 de setembro 2010.

2 Disponível em: <http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=292r>. Acesso em:27 de setembro 2010.

3 “A abertura de cadastro, ficha, re-gistro e dados pessoais e de consumo de-

* Mestre em Direito pela PUC-SP eDiretor Jurídico da Serasa Experianpara América Latina

verá ser comunicada por escrito ao consu-midor, quando não solicitada por ele”.

4 Sobre o tema, pertinente destacarimportante precedente, que agasalhou atese jurídica mais coerente para a hipóteseaqui aventada, o qual se consubstanciouno enunciado da Súmula nº 93 do E. Tribu-nal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro,que reza: A comunicação a que se refere oartigo 43, parágrafo 2º, do Código de Defe-sa do Consumidor, independe de maior for-malidade e prescinde de comprovação poraviso de recebimento, bastando prova dapostagem ao consumidor no endereçoconstante do contrato.

5 Trata-se de remédio processual pre-visto no Regimento Interno do STJ (art.187), o qual visa garantir a autoridade desuas decisões.

6 STJ, Reclamação nº 4.598/SC, rel.Min. SIDNEI BENETI, j. 08/09/2010. Nomesmo sentido, conferir: STJ, Reclamaçãonº 4.560/MG, rel. Min. PAULO DE TARSOSANSEVERINO, j. 09/09/2010.

7 Sobre a desnecessidade de comuni-cação com aviso de recebimento (AR),conferir as seguintes decisões: RecursoEspecial nº 1.007.450-RS, rel. Min. Fernan-do Gonçalves, DJ 29/05/2009; RecursoEspecial nº 904.800-MG, rel. Min. Fernan-do Gonçalves, DJ 05/06/2009; Agravo deInstrumento nº 1.110.027-RJ, rel. Min. Sid-nei Beneti, DJ 24/04/2009; Recurso Espe-cial nº 855.147-RS, rel. Min. Fernando Gon-çalves, DJ 12.05.2009; Agravo de Instru-mento nº 1.097.357-SP, rel. Min. João Otá-vio de Noronha, DJ 17.02.2009; Recurso Es-pecial nº 1.072.835-RS, rel. Min. Nancy An-drighi, DJe 10.02.2009; Recurso Especial nº1.062.547-RS, rel. Min. Nancy Andrighi,DJe 10/02/2009; Recurso Especial nº952.821-RS, Rel. Min. João Otávio de No-ronha, DJe 12/12/2008; dentre muitas ou-tras decisões.

8 Nesse sentido: STJ, Agravo de Ins-trumento nº 1.078.016-RJ, rel. Min. JoãoOtávio de Noronha, DJe 17/02/2009 e Re-curso Especial nº 1.029.478-RS, rel. Min.Honildo Amaral de Mello Castro, DJ 07/08/2009.

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS ANO 16 - Nº 186

OUTUBRO DE 2010

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

ALBERTO GOSSON JORGE JÚNIOR

EUNICE NUNES, especial para o "Tribuna"

“A liberdade tem de ser plena”

N“A liberdade tem de ser plena”

estes tempos emque a liberdade deimprensa e a li-berdade de ex-pressão andamna berlinda, o ad-

vogado e professor Alberto Gosson Jor-ge Júnior afirma que a liberdade temde ser plena. Por outro lado, ressalvaque há conflitos de valores que exigemum balanceamento axiológico: “Umclássico desses conflitos talvez seja, porexemplo, o valor da intimidade e o va-lor da expressão, que é justamente o

valor da comunicação via jornalismo. Atéque ponto, então, a mídia pode divulgarum fato que vá expor ou devassar a in-timidade de uma pessoa? Até que pon-to isso se justifica?”. E acrescenta: “Épreciso examinar caso a caso, porquenão há como privilegiar absolutamenteo valor da intimidade, assim como nãohá como privilegiar absolutamente ovalor da liberdade de expressão.”

Atuando na área civil e comercial, tan-to em consultoria quanto no contencio-so, e integrando o Conselho Diretor daAssociação dos Advogados de São Paulo

(AASP), Alberto Gosson revela-se preo-cupado com a incompreensão que vê hojeem relação ao papel do advogado na so-ciedade: “Advogado, para defender osdireitos do cliente, tem necessidade deabrir todo o leque de argumentos favo-ráveis, o que pode acabar atrasando opróprio curso do processo, pois demandaprovas, demanda uma análise mais acu-rada inclusive dos argumentos do pró-prio Direito. Quando digo que o papel doadvogado anda mal compreendido, é por-que muita gente hoje não o vê como umdefensor da liberdade, como aquele que

vai defender até ao fim e dentro da éticaos direitos do seu cliente, os direitos docidadão, mas como alguém que atua àmargem da legalidade, um pouquinho namalandragem, vamos dizer assim.”

Autor de Cláusulas Gerais no Novo Có-digo Civil, pela Editora Saraiva, e co-au-tor de Teoria Geral do Direito Civil, edi-tado pela Atlas, e de Os Novos Princípiosdos Contratos e o Direito Comercial, pelaEditora Método, Alberto Gosson JorgeJúnior, atualmente, está escrevendo olivro Introdução aos Contratos, que es-pera lançar em 2011.

N

Tribuna do Direito — O novoTribuna do Direito — O novoTribuna do Direito — O novoTribuna do Direito — O novoTribuna do Direito — O novoCódigo Civil, dizia o professor Mi-Código Civil, dizia o professor Mi-Código Civil, dizia o professor Mi-Código Civil, dizia o professor Mi-Código Civil, dizia o professor Mi-guel Reale, é fundado no princípioguel Reale, é fundado no princípioguel Reale, é fundado no princípioguel Reale, é fundado no princípioguel Reale, é fundado no princípioda boa-fé. Como isso funciona nada boa-fé. Como isso funciona nada boa-fé. Como isso funciona nada boa-fé. Como isso funciona nada boa-fé. Como isso funciona narealidade?realidade?realidade?realidade?realidade?

Alberto Gosson Jorge Júnior —Alberto Gosson Jorge Júnior —Alberto Gosson Jorge Júnior —Alberto Gosson Jorge Júnior —Alberto Gosson Jorge Júnior —A questão da boa-fé está relacionada àética. O professor Miguel Reale divul-gou três princípios como sendo as ân-coras do novo Código Civil: o princí-pio da eticidade, o da socialidade ouda solidariedade e o da operabilida-de. O código tem determinadas nor-mas que contemplam esses princípi-os jurídicos. O princípio da boa-fé con-cita as partes a agirem com honesti-dade, transparência, lealdade. No dia-a-dia, parecem coisas absolutamen-te líricas e desprendidas da realida-de, mas as pessoas, paradoxalmen-te, precisam disso para terem umpouquinho mais de segurança na suavida. O Judiciário, no campo dos po-deres-funções, é quem mais se preo-cupa e incorpora os valores éticos nasua operação. E, de alguma maneira,isso é reconhecido pela população. Oartigo 422 estabelece o princípio da

boa-fé objetiva colocado como normacogente, uma norma imperativa.Tem-se o princípio da função socialdo contrato, que é bem difícil de serconcretizado. Está presente ali o as-

pecto da solidariedade, quer dizer aspartes não devem apenas cingir-seaos seus interesses individuais; têmtambém de pensar nos reflexos docontrato, na sua repercussão na co-

letividade. Tem-se o princípio da fun-ção social da propriedade, em que setem de levar em conta a terra produ-tiva, a utilização dos imóveis sem finsespeculativos.

A questão da boa-féA questão da boa-féA questão da boa-féA questão da boa-féA questão da boa-féestá relacionadaestá relacionadaestá relacionadaestá relacionadaestá relacionada

à éticaà éticaà éticaà éticaà ética

A questão da boa-féA questão da boa-féA questão da boa-féA questão da boa-féA questão da boa-féestá relacionadaestá relacionadaestá relacionadaestá relacionadaestá relacionada

à éticaà éticaà éticaà éticaà ética

“O Judiciário, no campo dos poderes-funções, é quem mais se preocupa e incorpora os valores éticos na sua operação”

Fotos Augusto Canuto

OUTUBRO DE 20102TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

“Defendo o reconhecimento da união“Defendo o reconhecimento da união“Defendo o reconhecimento da união“Defendo o reconhecimento da união“Defendo o reconhecimento da uniãoentre pessoas do mesmo sexo”entre pessoas do mesmo sexo”entre pessoas do mesmo sexo”entre pessoas do mesmo sexo”entre pessoas do mesmo sexo”

TD — O código também con-TD — O código também con-TD — O código também con-TD — O código também con-TD — O código também con-solidou a igualdade de gênerosolidou a igualdade de gênerosolidou a igualdade de gênerosolidou a igualdade de gênerosolidou a igualdade de gêneroprevista na Constituição e incor-prevista na Constituição e incor-prevista na Constituição e incor-prevista na Constituição e incor-prevista na Constituição e incor-porou novos costumes ao Direitoporou novos costumes ao Direitoporou novos costumes ao Direitoporou novos costumes ao Direitoporou novos costumes ao Direitode Família.de Família.de Família.de Família.de Família.

Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Sim, ele trazo princípio da igualdade entre os côn-juges, o princípio da não-discriminaçãoentre os filhos, seja qual for a origem.Principalmente nas novas gerações,como os jovens, não se têm noção daevolução histórica dessas conquistas,da dificuldade que foi a ruptura de pre-conceitos através dos anos. A própriaunião estável, que hoje é tão comum,há apenas algumas décadas não eranada bem vista. Havia os filhos legíti-mos e ilegítimos; o filho tido fora docasamento era ilegítimo, ou seja, eraalguém que estava à margem da soci-edade. É importante trazer para essajuventude a evolução histórica dessesinstitutos jurídicos. Não faz muito tem-po que não se podia reconhecer a pa-ternidade de um filho adulterino. Che-guei a fazer audiências em ação de ali-mentos em que o reconhecimento dapaternidade pelo indigitado pai era fei-to em segredo de Justiça e só para oefeito da outorga de alimentos. Não sepodia reconhecer a filiação porque umdos genitores era casado. E isso foi nadécada de 1970 e já representava umavanço, porque antes não só não podi-am ser reconhecidos os filhos adulteri-nos como também não tinham direitoa alimentos. É importante mostrar aosjovens a perspectiva histórica que le-vou à atual legislação.

TD — Havia o concubinato...TD — Havia o concubinato...TD — Havia o concubinato...TD — Havia o concubinato...TD — Havia o concubinato...Alberto Gosson —Alberto Gosson —Alberto Gosson —Alberto Gosson —Alberto Gosson — Sim, a rela-

ção afetiva dos conviventes não era re-conhecida. Só se podia entrar com umaação nas varas cíveis pedindo o reco-nhecimento da sociedade de fato ouindenização por prestação de serviços.

TD — Essa discussão ressur-TD — Essa discussão ressur-TD — Essa discussão ressur-TD — Essa discussão ressur-TD — Essa discussão ressur-giu agora em relação às uniõesgiu agora em relação às uniõesgiu agora em relação às uniõesgiu agora em relação às uniõesgiu agora em relação às uniõeshomoafetivas?homoafetivas?homoafetivas?homoafetivas?homoafetivas?

Alberto Gosson —Alberto Gosson —Alberto Gosson —Alberto Gosson —Alberto Gosson — Exatamente.Defendo o reconhecimento da união en-tre pessoas do mesmo sexo. Não se podedeixar de reconhecer o laço afetivo des-ses relacionamentos, desde que, eviden-temente, preencham os requisitos legais,como ter uma união estável, duradoura,com o propósito de constituição de famí-lia, que não inclui necessariamente pro-le, mas que produz efeitos.

TD — O INSS, por força deTD — O INSS, por força deTD — O INSS, por força deTD — O INSS, por força deTD — O INSS, por força dedecisões judiciais, começou a re-decisões judiciais, começou a re-decisões judiciais, começou a re-decisões judiciais, começou a re-decisões judiciais, começou a re-conhecer o direito à pensão doconhecer o direito à pensão doconhecer o direito à pensão doconhecer o direito à pensão doconhecer o direito à pensão docompanheiro ou companheiro so-companheiro ou companheiro so-companheiro ou companheiro so-companheiro ou companheiro so-companheiro ou companheiro so-brevivente de união entre pes-brevivente de união entre pes-brevivente de união entre pes-brevivente de união entre pes-brevivente de união entre pes-soas do mesmo sexo.soas do mesmo sexo.soas do mesmo sexo.soas do mesmo sexo.soas do mesmo sexo.

“Defendo o reconhecimento da união“Defendo o reconhecimento da união“Defendo o reconhecimento da união“Defendo o reconhecimento da união“Defendo o reconhecimento da uniãoentre pessoas do mesmo sexo”entre pessoas do mesmo sexo”entre pessoas do mesmo sexo”entre pessoas do mesmo sexo”entre pessoas do mesmo sexo”

Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — O INSS é sem-pre o pioneiro, porque sofre ampla pres-são social e é instado pelo Judiciário.

TD — Recentemente teve uma ce-TD — Recentemente teve uma ce-TD — Recentemente teve uma ce-TD — Recentemente teve uma ce-TD — Recentemente teve uma ce-leuma envolvendo o Clube Paulista-leuma envolvendo o Clube Paulista-leuma envolvendo o Clube Paulista-leuma envolvendo o Clube Paulista-leuma envolvendo o Clube Paulista-no, que recusou admitir como depen-no, que recusou admitir como depen-no, que recusou admitir como depen-no, que recusou admitir como depen-no, que recusou admitir como depen-dente o companheiro de um sócio.dente o companheiro de um sócio.dente o companheiro de um sócio.dente o companheiro de um sócio.dente o companheiro de um sócio.

Alberto Gosson —Alberto Gosson —Alberto Gosson —Alberto Gosson —Alberto Gosson — Recusaramalegando que a Constituição, quando“fala” em união estável refere-se tex-tualmente ao relacionamento entrehomem e mulher com o propósito deconstituir família. Esse homem e mu-lher foi interpretado de forma literalpara admitir apenas relacionamentosheterossexuais. Mas, se for observa-da uma interpretação com base noprincípio da dignidade humana, e hámuitos acórdãos do Tribunal de Justi-ça do Rio Grande do Sul, de São Pauloe até do próprio Superior Tribunal deJustiça nesse sentido, não há comonegar a afetividade entre pessoas domesmo sexo. Porque muitas vezes oque se quer não é só a solução dasquestões de ordem patrimonial, mas,sim, o reconhecimento do amor, doafeto entre aquelas duas pessoas. Issoque está sendo pleiteado perante oClube Paulistano é uma coisa que vaiacabar sendo consentida pela socieda-de como um todo. O Clube Paulistanoestá um pouco na inércia, alegando queos estatutos se basearam na Consti-tuição. E não se pode esquecer que temtambém um aspecto financeiro, que dizrespeito aos descontos na taxa de ad-

missão como sócio. Os sócios dependen-tes, que são familiares do sócio titular,pagam menos do que os outros sócios.

TD — O próprio conceito deTD — O próprio conceito deTD — O próprio conceito deTD — O próprio conceito deTD — O próprio conceito defamília também mudou?família também mudou?família também mudou?família também mudou?família também mudou?

Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Pode-se di-zer que existem vários tipos de famí-lia, ou múltiplas derivações. De certaforma, estão voltando os tempos anti-gos. O Direito Romano já preconizavavários tipos de casamento, de família.

TD — E a adoção por casaisTD — E a adoção por casaisTD — E a adoção por casaisTD — E a adoção por casaisTD — E a adoção por casaishomossexuais?homossexuais?homossexuais?homossexuais?homossexuais?

Alberto Gosson —Alberto Gosson —Alberto Gosson —Alberto Gosson —Alberto Gosson — É preciso ana-lisar caso a caso. Tem de se fazer umestudo para verificar a própria estabi-lidade emocional e social desses casais.Até agora não existe nenhum estudopsicanalítico que “diga” que uma cri-ança criada por um casal do mesmosexo sofra algum tipo de influência psi-cológica deletéria. Não existe, creio quese vá até procurar se esmerar mais nacriação e educação daquela criança.Tem de se analisar caso a caso comoem qualquer outra avaliação de casaisque se dispõem a adotar.É importante mostrar aos jovens a perspectiva histórica que levou à atual legislação

3OUTUBRO DE 2010

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

TD — Há quem levante obstá-TD — Há quem levante obstá-TD — Há quem levante obstá-TD — Há quem levante obstá-TD — Há quem levante obstá-culos de ordem prática como, porculos de ordem prática como, porculos de ordem prática como, porculos de ordem prática como, porculos de ordem prática como, porexemplo, o que vai constar da cer-exemplo, o que vai constar da cer-exemplo, o que vai constar da cer-exemplo, o que vai constar da cer-exemplo, o que vai constar da cer-tidão dessa criança: dois pais, duastidão dessa criança: dois pais, duastidão dessa criança: dois pais, duastidão dessa criança: dois pais, duastidão dessa criança: dois pais, duasmães, ou o quê?mães, ou o quê?mães, ou o quê?mães, ou o quê?mães, ou o quê?

Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — É uma coisaque ainda precisa ser amadurecida.Tem a questão da identificação da cri-ança com a figura paterna e a figuramaterna. Como a criança vai proces-sar essa identificação e o que isso po-derá acarretar na própria formação dapersonalidade são coisas que deman-dam ainda estudo e reflexão. Não sepode dizer simplesmente que pode ouque não pode. São desafios que é pre-ciso enfrentar.

TD — É preciso regulamentarTD — É preciso regulamentarTD — É preciso regulamentarTD — É preciso regulamentarTD — É preciso regulamentaras doações de sêmen e óvulos pa-as doações de sêmen e óvulos pa-as doações de sêmen e óvulos pa-as doações de sêmen e óvulos pa-as doações de sêmen e óvulos pa-ra fins de fecundações heterólo-ra fins de fecundações heterólo-ra fins de fecundações heterólo-ra fins de fecundações heterólo-ra fins de fecundações heterólo-gas?gas?gas?gas?gas?

Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Existe umaresolução do Conselho Federal de Me-dicina que disciplina as inseminaçõesartificiais ou fecundações heterólogasfeitas com material genético de ter-ceiros. É uma questão muito séria.Essa resolução propugna pelo sigilo dodoador. Defendo o conhecimento dodoador, não para efeito de vinculaçãode paternidade e respectivas obriga-

ções e consequências patrimoniais,mas para efeito de identificação ge-nética, que não pode ser negado. Atendência hoje parece ser nesse sen-tido, inclusive para tornar a doaçãomais responsável. Como não existehoje uma legislação regulamentando,por exemplo, os processos de obten-ção, de preservação e, depois, de in-seminação desse material genéticoperante as clínicas de reprodução as-sistida, fica-se ao sabor de um crité-rio médico. Se houver doenças gene-ticamente transmissíveis, por exem-plo, com o sigilo isso acaba ficandoacobertado. E quem for doar, se sou-ber que eventualmente poderá seridentificado, vai pensar duas vezes.Já houve notícias, principalmente nosEstados Unidos, de pessoas com dis-túrbios mentais que doava ou ven-dia sêmen com a fantasia de espa-lhar suas características genéticaspelo mundo afora.

“O Supremo aceitou, respeitados“O Supremo aceitou, respeitados“O Supremo aceitou, respeitados“O Supremo aceitou, respeitados“O Supremo aceitou, respeitadosdeterminados requisitos, o uso dedeterminados requisitos, o uso dedeterminados requisitos, o uso dedeterminados requisitos, o uso dedeterminados requisitos, o uso deembriões na pesquisa científica”embriões na pesquisa científica”embriões na pesquisa científica”embriões na pesquisa científica”embriões na pesquisa científica”

“O Supremo aceitou, respeitados“O Supremo aceitou, respeitados“O Supremo aceitou, respeitados“O Supremo aceitou, respeitados“O Supremo aceitou, respeitadosdeterminados requisitos, o uso dedeterminados requisitos, o uso dedeterminados requisitos, o uso dedeterminados requisitos, o uso dedeterminados requisitos, o uso deembriões na pesquisa científica”embriões na pesquisa científica”embriões na pesquisa científica”embriões na pesquisa científica”embriões na pesquisa científica”

TD — O material genético cri-TD — O material genético cri-TD — O material genético cri-TD — O material genético cri-TD — O material genético cri-opreservado também é objeto deopreservado também é objeto deopreservado também é objeto deopreservado também é objeto deopreservado também é objeto dediscussão. Setores religiosos con-discussão. Setores religiosos con-discussão. Setores religiosos con-discussão. Setores religiosos con-discussão. Setores religiosos con-testam a manipulação da vida etestam a manipulação da vida etestam a manipulação da vida etestam a manipulação da vida etestam a manipulação da vida ecriticam o descarte de embriõescriticam o descarte de embriõescriticam o descarte de embriõescriticam o descarte de embriõescriticam o descarte de embriõese até a utilização na pesquisa cien-e até a utilização na pesquisa cien-e até a utilização na pesquisa cien-e até a utilização na pesquisa cien-e até a utilização na pesquisa cien-tífica, como é o caso das células-tífica, como é o caso das células-tífica, como é o caso das células-tífica, como é o caso das células-tífica, como é o caso das células-tronco. Qual é a sua opinião?tronco. Qual é a sua opinião?tronco. Qual é a sua opinião?tronco. Qual é a sua opinião?tronco. Qual é a sua opinião?

Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — É umproblema difícil que envolve re-ligião, Filosofia, envolve a Ci-ência e também o Direito. Oembrião pode ser consideradocomo uma vida humana, de-pendendo do enfoque. Os em-briões podem ser descartados,desde que sejam tomados de-terminados cuidados. A legis-lação francesa permite o des-carte a partir de cinco anos. OSupremo aceitou, respeita-dos determinados requisitos,o uso de embriões na pesqui-sa científica, expressamentedas células-tronco embrioná-rias. É uma fronteira muitodelicada, muito tênue entrea ética e progresso científicoe tecnológico. É um conflitoeterno e as visões variammuito de acordo com a for-mação das pessoas.“Os embriões podem ser descartados”

OUTUBRO DE 20104TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

TD — Em relação à ética, qualTD — Em relação à ética, qualTD — Em relação à ética, qualTD — Em relação à ética, qualTD — Em relação à ética, quala sua opinião sobre a “Lei da Fi-a sua opinião sobre a “Lei da Fi-a sua opinião sobre a “Lei da Fi-a sua opinião sobre a “Lei da Fi-a sua opinião sobre a “Lei da Fi-cha Limpa”?cha Limpa”?cha Limpa”?cha Limpa”?cha Limpa”?

Alberto Gosson —AAlberto Gosson —AAlberto Gosson —AAlberto Gosson —AAlberto Gosson —A discussãoestá no seguinte ponto: os que en-tendem que a ineligibilidade do can-didato condenado em ação pregres-sa não é uma sanção e os que dizemque a ineligibilidade representa umasanção. Para os primeiros, a “Lei daFicha Limpa” tem aplicabilidade ime-diata. Para os outros, não, porque seo decreto de inelegibilidade do can-didato é uma sanção, então não po-deria a lei retroagir. A “Lei da FichaLimpa” em si reflete uma boa inicia-tiva. Talvez num país como o Brasilnão possa ser diferente, mas está-se sempre combatendo os efeitos enão as causas. Não se tem o hábitode pesquisar quem são os candida-tos que vai-se eleger. Cria-se umaespécie de uma baia para dizer que,sob aquela ótica, uns prestam e ou-tros não prestam. Não passa de umdirigismo. Mas, talvez não possa serdiferente no atual estágio de ama-durecimento da sociedade.

TD — Qual a sua avaliação so-TD — Qual a sua avaliação so-TD — Qual a sua avaliação so-TD — Qual a sua avaliação so-TD — Qual a sua avaliação so-bre a atuação do Poder Judiciário?bre a atuação do Poder Judiciário?bre a atuação do Poder Judiciário?bre a atuação do Poder Judiciário?bre a atuação do Poder Judiciário?

Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — O Judiciário,apesar de todos os problemas de mo-rosidade na prestação jurisdicional, ain-da é um baluarte de valores éticos. Nasaudiências, percebe-se que as pesso-as respeitam a figura do juiz.

TD — E o papel do advogado, hoje?TD — E o papel do advogado, hoje?TD — E o papel do advogado, hoje?TD — E o papel do advogado, hoje?TD — E o papel do advogado, hoje?Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Esse é um

grande problema. Como membro doConselho Diretor da AASP, percebo queo papel do advogado na sociedade hojeé muito mal compreendido. O advoga-do não está sendo visto como o profis-sional que efetivamente cuida da liber-dade, como um defensor da liberdade.E talvez até em virtude dos contras-tes sociais que se tem, contrastes tãogritantes que o fator solidariedade aca-ba ficando mais pungente, mais pre-mente. A liberdade, em alguns seto-res, inclusive mesmo do Judiciário, aca-ba sendo encarada como um luxo.Quando se instaura o contraditório, de-manda-se tempo para que todos os as-pectos levantados possam ser analisa-dos com cuidado. E quando se tem umclamor social por eficiência, ou seja, porefetividade na prestação jurisdicional,o que quer dizer também Justiça numtempo menor, surge um dilema para ojulgador, que é tentar julgar bem nomenor tempo possível. E o advogado,para defender os direitos do cliente,tem necessidade de abrir todo o lequede argumentos favoráveis, o que aca-

ba atrasando o próprio curso do pro-cesso, pois demanda provas, deman-da uma análise mais acurada inclusivedos argumentos do próprio Direito. Opapel do advogado anda mal compre-endido porque muita gente hoje não ovê como o defensor, o que vai defen-der até ao fim e dentro da ética os di-reitos do cliente, os direitos do cida-dão, mas como alguém que atua àmargem da legalidade, um pouquinhona malandragem. E as pessoas se es-quecem que os problemas que existemna Advocacia, e seguramente eles exis-tem, existem também na Magistratu-ra e no Ministério Público.

TD — Isso tem a ver tambémTD — Isso tem a ver tambémTD — Isso tem a ver tambémTD — Isso tem a ver tambémTD — Isso tem a ver tambémcom a qualidade do ensino jurídico?com a qualidade do ensino jurídico?com a qualidade do ensino jurídico?com a qualidade do ensino jurídico?com a qualidade do ensino jurídico?

Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Alberto Gosson — Sem dúvida.Há muitos novos cursos de Direito quenão prestigiam as disciplinas de Intro-dução ao Estudo do Direito e de Direi-to Romano. Eles têm uma cadeira in-trodutória em que aglutinam institutosdo Direito, uma coisa mais superficial.O mercado de trabalho é muito com-petitivo, o jovem tem de absorver umagama de informações muito maior.

Uma faculdade tradicional, por exem-plo, continua tendo a mesma grade,sendo que há um leque muito maior deleis e também uma série de disciplinasnovas. Na década de 1970, o DireitoPenal era o Código Penal mais meiadúzia de leis complementares. O Di-reito Civil, a mesma coisa. Não haviao Estatuto da Criança e do Adolescen-te, não havia o Código de Defesa doConsumidor, não havia uma legislaçãoambiental tão bem estruturada, nãohavia a Lei Antitruste nem a Lei deArbitragem, entre tantas outras. Comtoda essa segmentação, como prepa-rar o aluno para um mercado de tra-balho que pede uma especialização,mas que também não pode ser umaespecialização sem olho para as ou-tras disciplinas? Porque há o risco deo profissional ultra-especializado, porexemplo, um especialista em DireitoCivil ou Comercial não conseguir iden-tificar um problema penal, até paraconsultar um colega da área. A for-mação não pode descurar também dosprincípios do Direito e da ética. E issodemanda tempo. É tudo muito rápi-do. Há aspectos positivos. A informa-tização é um fenômeno extraordiná-rio. Por outro lado há estudos queapontam a existência de um pensa-mento resultante de uma absorção deinformação muito tópica. Existe umacerta ansiedade que não permite umareflexão mais cuidadosa e nem umaprofundamento sobre determinadostemas. É uma síndrome desta época.

“O papel do advogado na sociedade hoje“O papel do advogado na sociedade hoje“O papel do advogado na sociedade hoje“O papel do advogado na sociedade hoje“O papel do advogado na sociedade hojeé muito mal compreendido”é muito mal compreendido”é muito mal compreendido”é muito mal compreendido”é muito mal compreendido”

“O papel do advogado na sociedade hoje“O papel do advogado na sociedade hoje“O papel do advogado na sociedade hoje“O papel do advogado na sociedade hoje“O papel do advogado na sociedade hojeé muito mal compreendido”é muito mal compreendido”é muito mal compreendido”é muito mal compreendido”é muito mal compreendido”

lberto Gosson JorgeJúnior é paulistano,descendente de síri-os por parte de paie de italianos porparte de mãe. Estu-

dou no Colégio Dante Alighieri, deonde saiu para entrar na Faculdadede Direito da Universidade de São Pau-lo (USP), onde se formou em 1976.Advogou até 1981, quando foi cuidarde negócios da família, altura em queresolveu fazer um curso de especiali-zação na Fundação Getúlio Vargas(FGV) na área contábil e financeira.Ficou na administração de empresaspor cerca de 15 anos.

Nesse meio tempo separou-se daprimeira mulher, com quem teve duasfilhas: Fabiana (25 anos) e Letícia (23anos). Insatisfeito com a área admi-nistrativa, começou a preparar-separa voltar à Advocacia, atividade quereiniciou em 1997. Foi quando conhe-

Foi para os negócios. Voltou à Advocacia

A

ceu a segunda mulher, Denise, tam-bém advogada e, hoje, sócia. O casaltem duas meninas: Gabriela (12 anos)e Bruna (9 anos).

Tempos depois, ingressou no cursode mestrado da Pontifícia UniversidadeCatólica de São Paulo, concluído em 2003e, na sequência, iniciou o doutorado, queestá em curso. Hoje, além de advogar, é

professor titular de Direito Civil daFaculdade de Direito de São Ber-nardo do Campo, e conselheiro daAssociação dos Advogados de SãoPaulo (AASP).

Nas horas livres, além dos pro-gramas familiares, procura desti-nar algum tempo à leitura. A es-tante oferece uma gama variadade autores que vão dos argenti-nos Jorge Luís Borges e Adolfo BioyCasares ao húngaro Sándor Ma-rai, passando pelos portuguesesMiguel Sousa Tavares, José Sa-ramago e António Lobo Antunes

e pelo brasileiro Machado de Assis.“Gosto de variar, fazer leitura ao aca-so, encontrar autores novos”, conta.

Na área jurídica, as prateleiras osten-tam Caio Mário da Silva Pereira, Orlan-do Gomes, Sílvio Rodrigues, Tércio Sam-paio Ferraz Júnior, Carlos Roberto Gon-çalves, Maria Helena Diniz e os juristasportugueses Antunes Varela, Mário Júlio

de Almeida Costa e António Manuel daRocha e Menezes Cordeiro.

Gosta muito de cinema, mas temido pouco por falta de tempo. “A roti-na de advogar o dia todo e dar aulas ànoite é muito puxada, Quando dá, eu ea Denise acompanhamos as meninas aocinema para assistir filmes apropriados àfaixa etária delas, como “Alice no País dasMaravilhas” e as aventuras do bruxinho“Harry Potter”. O resto, a gente acabapegando de vez em quando na locadorapara assistir em casa”, declara.

Música ouve sempre. Diz que é maisBeatles do que Rolling Stones, mais cho-rinho do que samba, mas o aparelho desom sempre toca também Astor Pia-zzola, Beethoven, Mozart e Handel.

Para cuidar da saúde, pratica ativi-dades físicas três vezes por semana,alternando corrida e natação. “Os exer-cícios físicos regulares aliviam a tensão,reorganizam as energias internas e aju-dam a baixar a ansiedade”, diz. (EN)

Álbum de Família

ANO 16 - Nº 186

OUTUBRO DE 2010

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

*Advogado em São Paulo e mestre em Direito pela PUC-SP;jurisdrops.blogspot.com

CLITO FORNACIARI JÚNIOR*

AO preço vil na hasta pública

demora do processo não ésaudável, dela sempre saialguém, inegavelmente,prejudicado. As disposi-ções processuais refor-madoras predefiniram co-mo vítima o credor, pas-sando a buscar, a todo

custo, alforriá-lo, criando expedientes para tornarprincipalmente a execução mais eficiente. À leiacrescenta-se a interpretação que se lhe confere,que consegue lhe atribuir ainda maior eficiência.Diante disso, aquela regra que persiste no CPC,dizendo que “o juiz mandará que se faça a execu-ção pelo modo menos gravoso ao devedor”, pra-ticamente se tornou letra morta.

Há inegável exagero, sem dúvida alguma, aose privilegiar o credor, que, além das normas quepassaram a protegê-lo, tem algumas importantesvantagens no processo, que somente não são re-alizadas quando o devedor não tenha realmentecom que pagar. Nesses tempos de inflação civili-zada, por exemplo, não há qualquer investimen-to que possa dar o retorno que a demanda pro-duz: além dos 10% da multa do artigo 475-J, osjuros, atualmente, são de 1% ao mês, além dacorreção monetária; o uso de alguns dos avançoseletrônicos, por sua vez, tem permitido alcançarpara penhora saldos bancários com maior facilida-de; as normas sobre a desconsideração da perso-nalidade jurídica estão mais flácidas, tornandopatrimônio ocultado mais acessível; a arremata-ção, em segunda praça, também facultada ao cre-dor, se faz por lance inferior à avaliação, permitin-do-lhe um bom negócio, compensador da demorado processo.

Apesar de tudo isso, o certo é que as defesasdedutíveis pelo devedor são diuturnamente rece-bidas como protelatórias, negando-se a ele, atémesmo, o mínimo da proteção legal, quando nãoo sancionando também financeiramente, comimposição de multas.

Por força dessa clara tendência é de se destacardecisão do STJ, que tratou com melhores luzes aquestão do preço vil na arrematação, protegendoexpressiva parcela do patrimônio do devedor que,não raras vezes, acaba enriquecendo terceiro, quesequer sofreu as agruras, em qualquer dos lados,do processo. Cuida-se de acórdão relatado porCastro Meira (RESP 1.104.563-PR, julgado em 18/5/2010), que reconheceu o dever do julgador e,ainda, traçou coordenadas para se aquilatar sobrea existência de preço vil.

O tema não é fácil de ser trabalhado, pois a leisimplesmente abriga um conceito vago e indeter-minado, dizendo que “não será aceito lanço que,em segunda praça ou leilão, ofereça preço vil”.Não fornece critérios para a aferição da vileza, di-ferentemente do que já houve no passado.

Assim, na redação original do CPC, nada se

punha como limitação, de modo que a cláusula “aquem mais der”, que se colocava no edital, era pordemais perigosa, sendo que, quando muito, re-cebia a limitação dos princípios que vedavam oenriquecimento sem causa. Sobreveio, então, a Lein° 6.851/80, que não só proibiu o preço vil, comotambém associou sua definição ao valor da exe-cução, prescrevendo, então, que “não será aceitolanço que, em segunda praça ou leilão, ofereçapreço vil, que não baste para a satisfação de parterazoável do crédito”. Interessante a regra, dado quevinculava a admissibilidade do lance ao valor daexecução e não ao do bem penhorado. Era salu-tar a previsão, pois induzia o devedor a não searriscar, apegando-se ao valor do lance em si, dadoque poderia ver alienado o bem por muito menosdo que valia, desde que o montante ensejasse asolução da execução. Com isso a questão do pre-ço passava para um segundo plano, priorizando-se a satisfação do crédito em detrimento da pro-teção ao patrimônio do devedor.

Suprimida a parte final do artigo, voltou a ques-tão a ficar inteiramente sujeita ao preenchimentodo conceito vago, que possibilita variações diver-sas, inclusive em função das particularidades dobem e do caso, o que trouxe dificuldades para otrato da questão no âmbito do STJ, pois a defini-ção dos limites da regra acaba exigindo que sevasculhem fatos e provas, o que não se faz possí-vel à luz da correta vedação imposta pela Súmulan° 7. De qualquer modo, firmou-se como refe-rência de valor permitido o percentual de 50% (en-tre outros, AGRR nos EDCL no RESP 1.080.225,relator Benedito Gonçalves, julgado em 2/2/2010;RESP 267.934, relator Honildo Amaral Mello Cas-tro, julgado em 15/10/2009), decorrendo esses

acórdãos do exame de casos que foram apontadoscomo não-lesivos ao recorrente. É certo que háinúmeras recusas de exame da questão, por contade peculiaridades, o que levou a se referendar, porexemplo, valor correspondente a 33% da avaliaçãoem um quarto leilão (conforme AGRG 1.253.430,relator Luiz Fux , julgado em 4/3/2010).

A questão que abriu oportunidade ao trato dotema pelo STJ guarda conotação eminentementejurídica: versou sobre a ausência de pedido dodevedor para que fosse revisto o preço constanteda avaliação, de modo a se evitar a ocorrência dopreço vil. Entendeu-se que a falta de pedido nãoé óbice para tanto, pois, sendo o juiz o responsá-vel pela condução do processo e estando legal-mente consagrado o princípio da menor onerosi-dade da execução para o devedor, cabe ao ma-gistrado, mesmo diante do silêncio da parte,zelar para que o procedimento atinja sua finalida-de, logicamente realizando o crédito do exequente,mas evitando que o patrimônio do executado sejadesfalcado além do necessário. Nessa linha, con-cluiu: “o magistrado não só pode, como deve,proceder à atualização do preço do laudo a partirda incidência da correção monetária.”

O acórdão revela, em princípio, preocupaçãocom a simples atualização monetária do valorencontrado na avaliação realizada há algum tem-po, tanto assim que coloca como critério a conju-gação da avaliação, ou seja, o preço de mercado,com o lapso de tempo transcorrido entre sua rea-lização e a hasta pública. Todavia, não desconsi-dera o valor de mercado em si, apenas não en-frenta a questão por força da restrição ditada pelaSúmula n° 7, tanto que devolve o caso à origem afim de que se avalie a questão do valor quandoda hasta pública.

Confere-se, portanto, ao preço da arremataçãoconotação de ordem pública, sendo, como diz LuizFux “elemento de constante vigília pelo juiz” (ONovo Processo de Execução, Forense, 1ª edição,2008, página 225), que já o deve ter presente, naprimeira praça, impedindo que seja o bem aliena-do por valor inferior à avaliação, e, na segunda,determinando procedimentos que o preservemquanto ao risco do preço vil.

Justa e conforme a lei a conotação, no caso,emprestada ao conceito, sem a qual fica o deve-dor diante de outro percalço, que não pode serdesconsiderado a pretexto de ter sempre o exe-cutado o direito de pagar a dívida no próprio pro-cesso, o que não é suficiente para a solução doproblema, de vez que exige liquidez, que, nemsempre, mesmo quem possui patrimônio tem,porque dos bens não pode abrir mão sob pena dese caracterizar fraude à execução, o que afastapretensos compradores. Por conta disso, não seafigura razoável que se lhe imponha mais umasanção, que seria a perda de seu patrimônio pormuito menos do que vale.

OUTUBRO DE 2010

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIA

742STJ e STF

HC 121215/DF — Habeas corpus: 2008/0255940-8. Relator(a): ministra Maria Thereza deAssis Moura. Relator(a) p/ Acórdão: ministro OgFernandes. Órgão julgador: Sexta Turma. Data dojulgamento: 1/12/2009. Data da publicação/fon-te: DJE: 22/2/2010. Ementa: Habeas corpus. Di-reito processual penal. Lei n° 11.690/08. Interpre-tação do artigo 212 do CPP. Inversão na ordemde formulação de perguntas. Nulidade. Ino-corrência. 1. A Lei n° 11.690, de 9 de junho de2008, alterou a redação do artigo 212 do Códigode Processo Penal, passando-se a adotar o pro-cedimento do Direito Norte-Americano, chama-do cross-examination, no qual as testemunhas sãoquestionadas diretamente pela parte que as ar-rolou, facultada à parte contrária, a seguir, sua in-quirição (exame direto e cruzado), e ao juiz os es-clarecimentos remanescentes e o poder de fisca-lização. 2. A nova lei objetivou não somente sim-plificar a colheita de provas, mas procurou, princi-palmente, garantir mais neutralidade ao magis-trado e conferir maiores responsabilidades aos su-jeitos parciais do processo penal, que são, na rea-lidade, os grandes interessados na produção daprova. 3. No caso, observa-se que o juiz de pri-meiro grau concedeu às partes a oportunidade dequestionar as testemunhas diretamente. A ausên-cia dessa fórmula gera nulidade absoluta do ato,pois se cuida de regramento jurídico cogente e deinteresse público. 4. Entretanto, ainda que se ad-mita que a nova redação do artigo 212 do Códigode Processo Penal tenha estabelecido uma ordemde inquiridores de testemunhas, à luz de uma in-terpretação sistemática, a não observância dessaregra pode gerar, no máximo, nulidade de natu-reza relativa, por se tratar de simples inversão, dadoque não foi suprimida do juiz a possibilidade de efe-tuar as suas perguntas, ainda que subsidia-riamente, para o esclarecimento da verdade real,sendo certo que, aqui, o interesse protegido é ex-clusivo das partes. 5. Não se pode olvidar, ainda, odisposto no artigo 566 do CPP: “Não será decla-rada a nulidade de ato processual que não houverinfluído na apuração da verdade substancial ou nadecisão da causa.” 6. Habeas corpus denegado.Acórdão: Prosseguindo no julgamento após o voto-vista do sr. ministro Nilson Naves denegando a or-dem de habeas corpus, por maioria, denegar a or-dem nos termos do voto do sr. ministro OgFernandes, que lavrará o acórdão. Vencida a sra.ministra-relatora, que a concedia. Votaram como sr. ministro Og Fernandes os srs. ministros HaroldoRodrigues (desembargador-convocado do TJ-CE)e Nilson Naves. Ausente, justificadamente, o sr.ministro Celso Limongi (desembargador-convoca-do do TJ-SP). Presidiu o julgamento o sr. ministroNilson Naves.

HC 139813/RS — Habeas Corpus: 2009/0119859-9. Relator(a): ministro Celso Limongi(desembargador-convocado do TJ-SP). Órgãojulgador: Sexta Turma. Data do julgamento:17/12/2009. Data da publicação/fonte: DJE:22/2/2010. Ementa: Habeas corpus. Homicí-dio qualificado. Alegação de nulidade decor-rente da forma de apresentação dos quesi-tos. Inconformismo não demonstrado no mo-mento oportuno. Preclusão. Ordem dene-gada. 1. Se a defesa não concorda com a for-ma de apresentação dos quesitos ao corpo dejurados, deve protestar no momento oportuno,durante a realização do julgamento, sob penade ver seu direito atingido pela preclusão. 2. Se oquesito foi apresentado aos jurados, ainda quede forma não usual, não se pode afirmar quehouve falta de apresentação de quesito obriga-tório, a ensejar a aplicação da Súmula n° 156 doSupremo Tribunal Federal. 3. Nulidade absolutanão caracterizada na espécie. Ordem denegada.Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os autosem que são partes as acima indicadas, prosse-guindo no julgamento após o voto-vista do sr. mi-nistro Nilson Naves concedendo em parte a or-dem de habeas corpus, e os votos da sra. ministraMaria Thereza de Assis Moura e Og Fernandes,acompanhando o voto do sr. ministro-relator,denegando a ordem de habeas corpus, acordamos ministros da Sexta Turma do Superior Tribunalde Justiça, por maioria, denegar a ordem dehabeas corpus, nos termos do voto do sr. minis-tro-relator. Vencido o sr. ministro Nilson Naves, quea concedia em parte. Os srs. ministros HaroldoRodrigues (desembargador-convocado do TJ-CE),Maria Thereza de Assis Moura e Og Fernandesvotaram com o sr. ministro-relator. Presidiu o jul-gamento o sr. ministro Nilson Naves.

REsp 421246/SP — Recurso Especial:2002/0032280-7. Relator(a): ministro OgFernandes. Órgão julgador: Sexta Turma. Datado julgamento: 15/12/2009. Data da publi-cação/fonte: DJE: 22/2/2010. Ementa: Recur-so especial. Furtos qualificados. Continuidadedelitiva. Unificação das penas. Artigo 71 do CP.Unidade de desígnios. Necessidade. Maneirade execução diversa. Reiteração criminosa. 1.O Superior Tribunal de Justiça firmou compre-ensão no sentido de que para caracterizar acontinuidade delitiva é necessária a demons-tração da unidade de desígnios, ou seja, o lia-me volitivo que liga uma conduta a outra, nãobastando, portanto, o preenchimento dos re-quisitos objetivos (mesmas condições de tem-po, espaço e modus operandi). 2. No caso, ob-serva-se que o tribunal a quo, ao aplicar a re-

gra do artigo 71 do Código Penal, adotou ateoria puramente objetiva, deixando de valoraros aspectos subjetivos. Ademais, mesmo ten-do o recorrido praticado furtos autônomos, comcomparsas distintos, entendeu estarem presen-tes os requisitos necessários para a configura-ção do crime continuado. 3. Com efeito,verificada a diversidade da maneira de execu-ção dos diversos delitos, agindo o recorrido orasozinho, ora em companhia de comparsas, nãose configura a continuidade delitiva, mas sim ahabitualidade criminosa. 4. Assim, dentro docontexto fático delineado no próprio acórdãohostilizado, sem que haja a necessidade de seincursionar nas provas dos autos, verifica-se queo tribunal de origem violou o artigo 71 do Códi-go Penal, além de divergir da jurisprudênciadesta Corte. 5. Recuso especial a que se dá pro-vimento para, cassando o acórdão recorrido, res-tabelecer a decisão do juiz de primeiro grau queindeferiu o pedido de unificação das penas for-mulado pelo recorrido. Acórdão: Vistos, relata-dos e discutidos os autos em que são partes asacima indicadas, acordam os ministros da Sex-ta Turma do Superior Tribunal de Justiça, pormaioria, dar provimento ao recurso, nos termosdo voto do sr. ministro-relator, vencidos os srs.ministros Celso Limongi (desembargador-con-vocado do TJ-SP) e Nilson Naves. Os srs. minis-tros Haroldo Rodrigues (desembargador-convo-cado do TJ-CE) e Maria Thereza de Assis Mouravotaram com o sr. ministro-relator. Presidiu ojulgamento o sr. ministro Nilson Naves.

RHC 103544/DF — Recurso ordinário emhabeas corpus. Relator(a): min. RicardoLewandowski. Julgamento: 18/5/2010. Órgãojulgador: Primeira Turma. Publicação: DJE-105.Divulg.: 10/6/2010. Public.: 11/6/2010. Ement.:vol-02405-03 pp-00564. Ementa: Penal. Pro-cessual penal. RHC. Roubo majorado pelo em-prego de arma. Apreensão e perícia para a com-provação de seu potencial ofensivo. Desne-cessidade. Circunstância que pode ser eviden-ciada por outros meios de prova. Precedentes.Recurso desprovido. I - Não se mostra necessá-ria a apreensão e perícia da arma empregadano roubo para comprovar o seu potencial lesi-vo, visto que essa qualidade integra a próprianatureza do artefato. II - Lesividade do instru-mento que se encontra in re ipsa. III - Amajorante do artigo 157, § 2º, I, do CódigoPenal, pode ser evidenciada por qualquer meiode prova, em especial pela palavra da vítima -reduzida à impossibilidade de resistência peloagente — ou pelo depoimento de testemu-nha presencial. Recurso desprovido. Decisão: A

Turma negou provimento ao recurso ordinárioem habeas corpus, nos termos do voto dorelator. Unânime. Ausente, justificadamente, oministro Ayres Britto. Presidência do ministroRicardo Lewandowski. 1ª Turma, 18/5/2010.

HC 101942/SP — Habeas corpus. Relator(a):min. Dias Toffoli. Julgamento: 11/5/2010. Órgãojulgador: Primeira Turma. Publicação: DJE: 110DIvulg: 17/6/2010. Public.: 18/6/2010. Ement.:vol.: 02406-03 PP-00650. Ementa: Habeascorpus. Execução penal. Exame criminológico. Lei10.792/03. Progressão de regime. Decisão fun-damentada. Ordem denegada. 1. Esta SupremaCorte vem se pronunciando no sentido de que “oexame criminológico, embora facultativo, deve serfeito por decisão devidamente fundamentada,com a indicação dos motivos pelos quais, consi-derando-se as circunstâncias do caso concreto, eleseria necessário” (HC nº 94.503/RS, Primeira Tur-ma, relatora a ministra Cármen Lúcia, DJE de 12/12/08). 2. Ordem denegada. Decisão: Por maio-ria de votos, a Turma indeferiu o pedido de habeascorpus, nos termos do voto do relator, vencido oministro Marco Aurélio. Ausente, justificadamente,o ministro Ayres Britto. Presidência do ministroRicardo Lewandowski. 1ª Turma, 11/5/.2010.

HC 103209/SP — Habeas corpus.Relator(a): min. Ricardo Lewandowski. Julga-mento: 11/5/2010. Órgão Julgador: PrimeiraTurma. Publicação: DJE: 110. Divulg.: 17/6/2010. Public.: 18/6/2010. Ement.: vol-02406-04pp-00746 Ementa: Processual penal. Execuçãopenal. Habeas corpus. Progressão de regime. Re-quisitos subjetivos. Exame criminológico. Possi-bilidade. Decisão sem fundamentação idôneanão caracterizada. Reexame do conjunto fático-probatório nesta sede. Vedação. Jurisprudênciado STF. Ordem denegada. I - A alteração doartigo 112 da Lei de Execuções Penais pela Lei10.792/2003 não proibiu a realização do examecriminológico. Precedentes. II - Não se exige doórgão julgador que a decisão seja exaustivamen-te fundamentada. O que se busca é que ojulgador informe de forma clara as razões de seuconvencimento. II - A análise quanto ao preen-chimento do requisito subjetivo previsto no arti-go 112 da LEP demandaria o reexame do con-junto fático-probatório, o que é vedado em sedede habeas corpus. V - Ordem denegada. Deci-são: Por maioria de votos, a Turma indeferiu opedido de habeas corpus, nos termos do voto dorelator, vencido o ministro Marco Aurélio. Ausen-te, justificadamente, o ministro Ayres Britto. Pre-sidência do ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Tur-ma, 11/5/2010.

743OUTUBRO DE 2010

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIA

OUTUBRO DE 2010

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIA

744STF

Jurisprudência extraída do Boletim deJurisprudência da Procuradoria de JustiçaCriminal do Ministério Público do Estado deSão Paulo, coordenada pelos procuradoresde Justiça Júlio César de Toledo Piza (secre-tário executivo), Fernando José Marques(vice-secretário executivo) e pelos promo-tores de Justiça Antonio Ozório Leme deBarros e José Roberto Sígolo.

HC 103224/SP — Habeas corpus.Relator(a): min. Ricardo Lewandowski. Julga-mento: 11/5/2010. Órgão Julgador: PrimeiraTurma. Publicação: DJE: 110. Divulg.: 17/6/2010. Public.: 18/6/2010. Ement.: vol-02406-04 pp-00759. Ementa: Processual penal. Exe-cução penal. Habeas corpus. Progressão de re-gime. Requisitos subjetivos. Exame cri-minológico. Possibilidade. Decisão sem funda-mentação idônea não caracterizada. Reexamedo conjunto fático-probatório nesta sede.Veda-ção. Jurisprudência do STF. Ordemdenegada. I - A alteração do artigo 112 da Leide Execuções Penais pela Lei 10.792/2003 nãoproibiu a realização do exame criminológico.Precedentes. II - Não se exige do órgão judicanteque a decisão seja exaustivamente fundamen-tada. O que se busca é que o julgador explicitede forma clara as razões de seu convencimen-to. III - A análise quanto ao preenchimento dorequisito subjetivo, previsto no artigo 112 daLEP, demandaria o reexame do conjunto fático-probatório, o que é vedado em sede de habeascorpus. IV - Ordem denegada. Decisão: Pormaioria de votos, a Turma indeferiu o pedidode habeas corpus, nos termos do voto do relator,vencido o ministro Marco Aurélio. Ausente,justificadamente, o ministro Ayres Britto. Presi-dência do ministro Ricardo Lewandowski. 1ªTurma, 11/5/2010.

HC 101910/RS — Habeas corpus. Relator(a):min. Dias Toffoli. Julgamento: 4/5/2010. ÓrgãoJulgador: Primeira Turma. Publicação: DJE: 110.Divulg.: 17/6/2010. Public.: 18/6/2010. Ement.:vol-02406-03 pp-00640. Ementa: Habeas corpus.Execução penal. Cometimento de falta grave. Al-teração da data-base para reinício do cômputopara obtenção de outros benefícios executórios.Possibilidade. Precedentes. 1. Em caso de faltagrave, impõem-se a regressão de regime e a alte-ração da data-base para concessão de novos be-nefícios executórios, conforme a jurisprudência destaSuprema Corte. 2. Habeas corpus denegado. De-cisão: A Turma indeferiu o pedido de habeascorpus, nos termos do voto do relator. Unânime.Presidência do ministro Ricardo Lewandowski. 1ªTurma, 4/5/2010.

HC 101264/RS — Habeas corpus.Relator(a): min. Dias Toffoli. Julgamento: 27/4/2010. Órgão Julgador: Primeira Turma. Publi-cação: DJE: 100. Divulg.: 2/6/2010. Public.: 4/6/2010. Ement.: vol: 02404-03 PP-00546.Ementa: Habeas corpus. Execução penal. Exa-me criminológico. Lei 10.792/03. Progressão deregime. Decisão fundamentada. Ordem dene-

gada. Esta Suprema Corte vem se pronuncian-do no sentido de que “o exame criminológico,embora facultativo, deve ser feito por decisãodevidamente fundamentada, com a indicaçãodos motivos pelos quais, considerando-se as cir-cunstâncias do caso concreto, ele seria neces-sário” (HC nº 94.503/RS, Primeira Turma,relatora a ministra Cármen Lúcia, DJE de 12/12/08). 2. No caso, está plenamente justificadaa necessidade da realização de exame crimi-nológico, uma vez que o paciente, além decometer cinco faltas disciplinares de naturezagrave no curso do cumprimento de sua pena,incidiu na prática de novos delitos. 3. Ordemdenegada. Decisão: A Turma indeferiu o pedi-do de habeas corpus, nos termos do voto dorelator. Unânime. Presidência do ministroRicardo Lewandowski. 1ª Turma, 27/4/2010.

HC 101395/SP — Habeas corpus. Rela-tor(a): min. Dias Toffoli. Julgamento: 27/4/2010.Órgão julgador: Primeira Turma. Publicação:DJE: 100. Divulg.: 2/6/2010. Public.: 4/6/2010.Ement.: vol.: 02404-03 PP-00566. Ementa:Habeas corpus. Penal. Roubo circunstanciadopelo emprego de arma de fogo. Possibilidadede aplicação do aumento de pena previsto noinciso I do § 2º do artigo 157 do CP. Desneces-sidade da apreensão e da realização de períciana arma se o seu emprego foi comprovado poroutro meio de prova. 1. A decisão questionadaestá em perfeita consonância com a jurispru-dência desta Suprema Corte, fixada no sentidode que “o reconhecimento da causa de aumen-to prevista no artigo 157, § 2º, I, do Código Penalprescinde da apreensão e da realização de pe-rícia na arma, quando provado o seu uso noroubo, por outros meios de prova” (HC nº99.446/MS, Segunda Turma, relatora a minis-tra Ellen Gracie, DJE de 11/9/09). 2. Habeascorpus denegado. Decisão: A Turma indeferiuo pedido de habeas corpus, nos termos do votodo relator. Unânime. Presidência do ministroRicardo Lewandowski. 1ª Turma, 27/4/2010.

HC 101513/MG — Habeas corpus.Relator(a): min. Dias Toffoli. Julgamento: 27/4/2010. Órgão julgador: Primeira Turma. Publica-ção: DJE: 100. Divulg.: 2/6/2010. Public.: 4/6/2010. Ement.: vol.: 02404-03 PP-00571. Emen-ta: Habeas corpus. Penal. Roubo circunstancia-do pelo emprego de arma de fogo. Possibilida-de de aplicação do aumento de pena previstono inciso I do § 2º do artigo 157 do CP.Desnecessidade da apreensão e da realizaçãode perícia na arma se o seu emprego foi com-provado por outro meio de prova. 1. A decisão

questionada está em perfeita consonância coma jurisprudência desta Suprema Corte, fixada nosentido de que “o reconhecimento da causa deaumento prevista no artigo 157, § 2º, I, doCódigo Penal prescinde da apreensão e da re-alização de perícia na arma, quando provado oseu uso no roubo, por outros meios de prova”(HC nº 99.446/MS, Segunda Turma, relatora aministra Ellen Gracie, DJE de 11/9/09). 2.Habeas corpus denegado. Decisão: A Turma in-deferiu o pedido de habeas corpus, nos termosdo voto do relator. Unânime. Presidência doministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 27/4/2010.

HC 101911/RS — Habeas corpus. Rela-tor(a): min. Cármen Lúcia. Julgamento: 27/4/2010. Órgão julgador: Primeira Turma. Publica-ção: DJE: 100. Divulg.: 2/6/2010. Public.: 4/6/2010. Ement.: vol.: 02404-03 PP-00625. Emen-ta: Habeas corpus. Constitucional. Processualpenal. Crime de tráfico ilícito de entorpecentes.Alegação de ausência de fundamentação nosacórdãos proferidos no julgamento do recursode apelação da defesa e da impetração noSuperior Tribunal de Justiça. Improcedência. 1.É firme a jurisprudência do Supremo TribunalFederal no sentido de que não é carecedor defundamentação julgado que se vale do parecerdo Ministério Público e da sentença condena-tória como razões de decidir. Precedentes. 2.Acórdãos proferidos no julgamento da apela-ção da defesa e do habeas corpus impetradono Superior Tribunal de Justiça devidamentefundamentados. Ausência de contrariedade aoartigo 93, inc. IX, da Constituição da República.3. Ordem denegada. Decisão: a turma indefe-riu o pedido de habeas corpus, nos termos dovoto da relatora, com ressalva do ponto de vis-ta pessoal do ministro Ayres Britto. Unânime.Presidiu o julgamento o ministro RicardoLewandowski. 1ª Turma, 27/4/2010.

RHC 99685/BA — Recurso ordinário emhabeas corpus. Relator(a): min. RicardoLewandowski. Julgamento: 18/5/2010. Órgãojulgador: Primeira Turma. Publicação: DJE: 100.Divulg.: 2/6/2010. Public.: 4/6/2010. Ement.:vol-02404-02 pp-00441. Ementa: Recurso or-dinário em habeas corpus. Processual penal.Ausência de intimação dos advogados do réuquanto à sentença de pronúncia. Comprova-ção de prévio conhecimento. Nulidade. Nãoocorrência. Ainda que houvesse nulidade, estaseria relativa. Falta de arguição em momentooportuno. Preclusão. Ausência de comprovaçãode prejuízo. Recurso improvido. I - Não há nu-

lidade, por falta de intimação dos advogados,quando o réu é intimado pessoalmente da sen-tença de pronúncia e, conforme restou com-provado, sua defesa revelou plena ciência doato. II - A alegação de eventual nulidade deveser arguida em momento oportuno sob penade preclusão. Necessária, também, a compro-vação do prejuízo sofrido. III - As nulidades ocor-ridas após a sentença de pronúncia deverão serarguidas logo depois de anunciado o julgamen-to e apregoadas as partes, sob pena de conside-rar-se sanadas, nos termos do artigo 571, v, e572, ambos do CPP. IV - Recurso improvido. De-cisão: A Turma negou provimento ao recursoordinário em habeas corpus, nos termos do votodo relator. Unânime. Ausente, justificadamente,o ministro Ayres Britto. Presidência do ministroRicardo Lewandowski. 1ª Turma, 18/5/2010.

HC 99419/SP — Habeas corpus. Rela-tor(a): min. Ricardo Lewandowski. Julgamen-to: 11/5/2010. Órgão julgador: Primeira Turma.Publicação: DJE: 100. Divulg.: 2/6/2010. Public.:4/6/2010. Ement.: vol.: 02404-02 pp-00402.Ementa: Habeas corpus. Penal. Processual pe-nal. Apuração de crimes conexos. Rito ordiná-rio. Adoção. Nulidade. Inexistência. Ausência dedefesa preliminar. Cerceamento de defesa.Inocorrência. Ordem denegada. I - Para o re-conhecimento da existência de nulidade abso-luta, em razão da inobservância do rito previstono artigo 38 da Lei 10.409/2002, torna-se ne-cessária a demonstração do prejuízo causadopelo não oferecimento da defesa prévia. II - Tra-tando-se de apuração de crimes conexos ao deassociação para o tráfico, não há nulidade naadoção do rito ordinário, que se mostra maisconsentâneo ao exercício da ampla defesa. III- Ordem denegada. Decisão: Por maioria de vo-tos, a Turma indeferiu o pedido de habeascorpus, nos termos do voto do relator, vencidoo ministro Marco Aurélio. Ausente, justifi-cadamente, o ministro Ayres Britto. Presidênciado ministro Ricardo Lewandowski. 1ª Turma, 11/5/2010.

5OUTUBRO DE 2010

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS

Manual de DireitoManual de DireitoManual de DireitoManual de DireitoManual de Direitodo Consumidordo Consumidordo Consumidordo Consumidordo Consumidor

Maria Eugênia ReisMaria Eugênia ReisMaria Eugênia ReisMaria Eugênia ReisMaria Eugênia ReisFinkelstein e FernandoFinkelstein e FernandoFinkelstein e FernandoFinkelstein e FernandoFinkelstein e FernandoSacco NetoSacco NetoSacco NetoSacco NetoSacco Neto

Direito Coletivo do TrabalhoDireito Coletivo do TrabalhoDireito Coletivo do TrabalhoDireito Coletivo do TrabalhoDireito Coletivo do Trabalho— Curso de Revisão e— Curso de Revisão e— Curso de Revisão e— Curso de Revisão e— Curso de Revisão eAtualizaçãoAtualizaçãoAtualizaçãoAtualizaçãoAtualizaçãoCandy Florencio ThomeCandy Florencio ThomeCandy Florencio ThomeCandy Florencio ThomeCandy Florencio Thomee Rodrigo Garcia Schwarze Rodrigo Garcia Schwarze Rodrigo Garcia Schwarze Rodrigo Garcia Schwarze Rodrigo Garcia Schwarz(organizadores)(organizadores)(organizadores)(organizadores)(organizadores)

Segurança JurídicaSegurança JurídicaSegurança JurídicaSegurança JurídicaSegurança Jurídica

Paulo André JorgePaulo André JorgePaulo André JorgePaulo André JorgePaulo André JorgeGermanos (coordenador)Germanos (coordenador)Germanos (coordenador)Germanos (coordenador)Germanos (coordenador)

Direito Processual EleitoralDireito Processual EleitoralDireito Processual EleitoralDireito Processual EleitoralDireito Processual Eleitoral

Francisco Dirceu BarrosFrancisco Dirceu BarrosFrancisco Dirceu BarrosFrancisco Dirceu BarrosFrancisco Dirceu Barros

Livro atualizado com a reformaeleitoral (resoluções do TSE para aseleições de 2010). Apresenta 12 ca-pítulos: introdução ao estudo do di-reito processual eleitoral; persecu-ção penal eleitoral judicial; persecu-ção penal eleitoral extrajudicial; dosprocedimentos eleitorais; da compe-tência criminal eleitoral; prisões pro-cessuais em crimes eleitorais; dasnulidades dos votos; das ações elei-torais; a mutatio e a emendatio li-belli eleitoral; teoria geral dosrecursos eleitorais; etc.

Diversos pensadores, de especialistasdo universo acadêmico a empreende-dores, analisam a segurança jurídicano Brasil. De forma plural, focalizama questão sob os mais interessantesaspectos. O que define a Constituiçãosobre segurança jurídica? Como amanipulação da língua serve de ins-trumento para exercício autoritáriodo poder? O que acontece com o di-reito na sociedade brasileira, com oEstado de Direito, com o equilíbrioentre os Poderes, com o direito defamília? etc.

Código de DefesaCódigo de DefesaCódigo de DefesaCódigo de DefesaCódigo de Defesado Consumidordo Consumidordo Consumidordo Consumidordo Consumidor

Juarez de OliveiraJuarez de OliveiraJuarez de OliveiraJuarez de OliveiraJuarez de Oliveira(organizador)(organizador)(organizador)(organizador)(organizador)

Alguns temas analisados: o trabalho,sua nova morfologia e a era da pre-carização estrutural; o que é traba-lho? a concepção lukacsiana e seudesenvolvimento nos modos de pro-dução; da negociação coletiva: fun-damentos, objetivos, limites; a nego-ciação coletiva de trabalho comoinstrumento de pacificação social; osindicato na experiência jurídica bra-sileira: autonomia e liberdade versusfavoritismo estatal; a necessidadede alteração do artigo 8°, inciso II, daConstituição brasileira de 1988; etc.

Os autores procuraram não perder devista o propósito prático da obra, con-ceituando as relações de consumo,examinando as responsabilidades, asmodalidades de tutela jurisprudencial,as proposições doutrinárias. O conteú-do do título foi abordado e organizado,seguindo a cronologia adotada peloCDC. Dessa forma, a obra está divididaem duas partes. Na parte I, escrita porMaria Eugênia Reis Finkelstein, aborda-se o direito material. Já na parte II,redigida por Fernando Sacco Neto,estuda-se o direito processual civil.

A obra contém: Lei 8.078/1990 (índicesistemático do Código de Defesa doConsumidor); Lei 8.078/1990 (Códigodo Consumidor); Lei 7.347/1985 (açãocivil pública); Decreto 2.181/1997 ( Sis-tema Nacional de Defesa do Con-sumidor — normas gerais de aplica-ção das sanções administrativas); Lei10.962/2004 (ofertas e formas de afi-xação de preços de produtos e serviçospara o consumidor); Decreto 5.903/2006 (regulamenta a Lei 10.962/2004e disposições do Código do Consumi-dor); etc.

LANÇAMENTO

Manual das CompanhiasManual das CompanhiasManual das CompanhiasManual das CompanhiasManual das Companhiasou Sociedades Anônimasou Sociedades Anônimasou Sociedades Anônimasou Sociedades Anônimasou Sociedades Anônimas

Alfredo de AssisAlfredo de AssisAlfredo de AssisAlfredo de AssisAlfredo de AssisGonçalves NetoGonçalves NetoGonçalves NetoGonçalves NetoGonçalves Neto

2ª edição reformulada da obra Liçõesde Direito Societário II — SociedadeAnônima. Apresenta 17 capítulos:conceito, características e espécies;constituição da companhia; capitalsocial; as ações; outros títulos de e-missão das companhias; o acionista;estrutura e funcionamento da com-panhia; assembleia geral; conselhode administração; diretoria; ConselhoFiscal; contas e resultados do exercíciosocial; dissolução e liquidação; trans-formação; concentração empresa-rial; incorporação, fusão e cisão; etc.

EDITORA CAMPUS /ELSEVIER

LANÇAMENTO LANÇAMENTO LANÇAMENTO LANÇAMENTO

A Editora Revista dos Tribunais estálançando a obra Curso Avançadode Processo Civil, em três volumes,dos professores Luiz RodriguesWambier e Eduardo Talamini.O volume 1, 11ª edição, trata dateoria geral do processo e processode conhecimento. O volume 2,também na 11ª edição, aborda aexecução. O volume 3, 10ª edição,trata do processo cautelar e pro-cedimentos especiais. O volume 1passou por significativas altera-ções: além das atualizações o-brigatórias, houve reformulação,redistribuição e acréscimo de ca-pítulos, dando-se tratamento des-tacado a temas que merecerão,doravante, enfoque específico,como, por exemplo, o processoeletrônico. Ainda, novos temas fo-ram veiculados, tais como os Jui-zados Especiais. Em geral, ovolume trata dos temas primor-diais do processo civil: princípios,organização judiciária, jurisdição,competência, ação, atos proces-

Curso Avançado de Processo CivilCurso Avançado de Processo CivilCurso Avançado de Processo CivilCurso Avançado de Processo CivilCurso Avançado de Processo CivilLuiz Rodrigues Wambier e Eduardo TalaminiLuiz Rodrigues Wambier e Eduardo TalaminiLuiz Rodrigues Wambier e Eduardo TalaminiLuiz Rodrigues Wambier e Eduardo TalaminiLuiz Rodrigues Wambier e Eduardo Talamini

suais, partes, petição, prova, senten-ça, coisa julgada e recursos. No volu-me 2, além das atualizações obrigató-rias com as Leis 11.232/2005 e 11.382/2006, houve reformulação, redistri-buição e acréscimo de capítulos, dan-do-se tratamento destacado a temasque merecerão, doravante, enfoqueespecífico, como, por exemplo, a obje-ção na execução (“exceção de pré-executividade”), que agora tem seuexame consolidado em capítulo pró-prio. Novos temas foram veicula-dos, tais como as ações autônomasde defesa do executado. Vale destacar

a jurisprudência dos tribunais,especialmente do STJ. Em geral, ovolume trata das diferentes espéciesde execução, abrangendo: requisitosda execução, liquidação da sentença,espécies de execução, tutela das obri-gações de fazer e não fazer, embar-gos do executado e execução fiscal.A primeira parte do volume 3, dedi-cada ao processo cautelar, foi quasetoda reescrita. Já os capítulos dasegunda parte, relativos aos procedi-mentos especiais, receberam todos,sem exceção, substanciais acrésci-mos. E, tal como nos dois primeiros

volumes, procurou-se distribuiros assuntos dentro dos capítulosem tópicos específicos. Na primeiraparte, é estudado o processo cau-telar, sua teoria geral e suas di-versas espécies, como o arresto, osequestro e os alimentos provi-sionais. Na segunda parte, sãoestudados os procedimentos es-peciais, entre os quais a ação deconsignação em pagamento, aação de prestação de contas, asações possessórias e a ação deusucapião de terras particulares.Todos os capítulos dos três volu-mes apresentam o entendimentodos autores sobre os temas abor-dados e sobre as alterações quesofreram no período, seguido dequadro sinótico que destaca seusprincipais pontos. Como leituracomplementar, apresenta dou-trina de outros juristas, indican-do, também, bibliografia funda-mental e complementar paraquem desejar se aprofundar namatéria.

DEL REY EDITORA

OUTUBRO DE 20106LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

MALHEIROS EDITORES

Direito Penal EsquematizadoDireito Penal EsquematizadoDireito Penal EsquematizadoDireito Penal EsquematizadoDireito Penal Esquematizado— — — — — Parte GeralParte GeralParte GeralParte GeralParte Geral

Cleber MassonCleber MassonCleber MassonCleber MassonCleber Masson

Volume 1. 3ª edição, revista, atuali-zada e ampliada, especialmente pelasLeis 11.923/09 (sequestro-relâm-pago); 11.942/09 (direito das presascom filhos recém-nascidos); 12.012/09 (celulares em estabelecimentosprisionais) e 12.015/09 (crimes contraa dignidade sexual). Foram inseridosos julgados relativos à Parte Geral doCódigo Penal, noticiados nos Infor-mativos do STF e do STJ ao longo de2009. A obra foi ampliada com asmais recentes inovações doutriná-rias, nacionais e estrangeiras.

GEN/EDITORA FORENSEGEN/EDITORA FORENSE UNIVERSITÁRIA

Direito AmbientalDireito AmbientalDireito AmbientalDireito AmbientalDireito AmbientalSistematizadoSistematizadoSistematizadoSistematizadoSistematizado

Toshio MukaiToshio MukaiToshio MukaiToshio MukaiToshio Mukai

7ª edição, revista e atualizada. Apre-senta seis capítulos: conceituaçãodo Direito Ambiental; as competên-cias dos entes federados em matériaambiental na Constituição brasileirade 1988; princípios que regem o Di-reito Ambiental; institutos e instru-mentos jurídicos do Direito Ambien-tal; âmbito e conteúdo do DireitoAmbiental; Direito Ambiental Com-parado e Direito Ambiental Interna-cional. O autor é mestre e doutor emDireito pela Universidade de SãoPaulo.

Estado de DireitoEstado de DireitoEstado de DireitoEstado de DireitoEstado de DireitoAmbiental: TendênciasAmbiental: TendênciasAmbiental: TendênciasAmbiental: TendênciasAmbiental: TendênciasHeline S. Ferreira, José R.Heline S. Ferreira, José R.Heline S. Ferreira, José R.Heline S. Ferreira, José R.Heline S. Ferreira, José R.Morato Leite e Larissa VerriMorato Leite e Larissa VerriMorato Leite e Larissa VerriMorato Leite e Larissa VerriMorato Leite e Larissa VerriBoratti (organizadores)Boratti (organizadores)Boratti (organizadores)Boratti (organizadores)Boratti (organizadores)

2ª edição. A obra enfoca os valores,riscos, princípios e instrumentos queconfiguram a construção de um Es-tado de direito ambiental, realmen-te necessário em face das exigênciasda complexa crise ambiental. Apre-senta estudos originais e de sumaimportância para o fortalecimentoda hipótese de que a construção deum novo modelo estatal, no qual aconservação da qualidade ambientalseja reconhecida e praticada, é essen-cial para a existência digna de todosos seres vivos, no presente e no futuro.

Filosofia do DireitoFilosofia do DireitoFilosofia do DireitoFilosofia do DireitoFilosofia do Direito

Paulo NaderPaulo NaderPaulo NaderPaulo NaderPaulo Nader

19ª edição, revista e ampliada à luzda Nova Retórica e de seus principaisnomes. Apresenta quatro partes:estudo epistemológico da Filosofiado Direito (noção e objeto da Filosofiado Direito, o método na Filosofia doDireito, etc.); o direito e seus atributosde validez (conceito do direito, dimen-são axiológica do direito, justiça e se-gurança jurídica, etc.); roteiro histó-rico da Filosofia do Direito (origem eevolução histórica do direito, a Filo-sofia do Direito na antiguidade, etc.);a Filosofia do Direito contemporânea.

Programa dePrograma dePrograma dePrograma dePrograma deSociologia JurídicaSociologia JurídicaSociologia JurídicaSociologia JurídicaSociologia Jurídica

Sergio Cavalieri FilhoSergio Cavalieri FilhoSergio Cavalieri FilhoSergio Cavalieri FilhoSergio Cavalieri Filho

12ª edição, revista e atualizada.Apresenta 16 capítulos: gênese dodireito; função social do direito;conceito sociológico do direito; fato-res da evolução do direito; fontes dodireito; a autonomia da sociologiajurídica como ciência e suas relaçõescom outras ciências sociais; impor-tância do estudo das ciências so-ciais e da sociologia jurídica emespecial; objeto da sociologia jurí-dica; aspectos sociojurídicos de al-gumas áreas do sistema jurídicobrasileiro; etc.

Processo Administrativo Processo Administrativo Processo Administrativo Processo Administrativo Processo Administrativo —————Princípios ConstitucionaisPrincípios ConstitucionaisPrincípios ConstitucionaisPrincípios ConstitucionaisPrincípios Constitucionaise a Lei 9.784/99e a Lei 9.784/99e a Lei 9.784/99e a Lei 9.784/99e a Lei 9.784/99

Egon Bockmann MoreiraEgon Bockmann MoreiraEgon Bockmann MoreiraEgon Bockmann MoreiraEgon Bockmann Moreira

4ª edição. Apresenta quatro partes:introdução; condições gerais estipu-lativas (relação administrativa e exer-cício de função administrativa, pro-cesso administrativo — seu regimejurídico, processo administrativo —instrumento de garantia dos direitosindividuais, as dimensões do proces-so administrativo: individuais, coleti-vos e de cidadania, etc.); o processo ad-ministrativo no direito brasileiro —princípios constitucionais e a Lei 9.784/99; princípios constitucionais proces-suais stricto sensu e a Lei 9.784/99.

Licitação e ContratoLicitação e ContratoLicitação e ContratoLicitação e ContratoLicitação e ContratoAdministrativoAdministrativoAdministrativoAdministrativoAdministrativo

Hely Lopes MeirellesHely Lopes MeirellesHely Lopes MeirellesHely Lopes MeirellesHely Lopes Meirelles

15ª edição, atualizada por José Em-manuel Burle Filho, Carla RosadoBurle e Luís Fernando Pereira Fran-chini. De acordo com a Lei 8.666/93,com todas as alterações posteriores.Apresenta duas partes: licitação(objeto da licitação, modalidades delicitação, obrigatoriedade, dispensae inexigibilidade de licitação, etc.);contrato administrativo (formaliza-ção do contrato, execução do contra-to, inexecução do contrato, principaiscontratos administrativos, contra-tos de concessão e permissão, etc.).

Teoria Geral do EstadoTeoria Geral do EstadoTeoria Geral do EstadoTeoria Geral do EstadoTeoria Geral do Estado

Paulo BonavidesPaulo BonavidesPaulo BonavidesPaulo BonavidesPaulo Bonavides

8ª edição, revista e atualizada. Apre-senta 30 tópicos: o Estado moderno;o Estado brasileiro e as bases de suaformação constitucional; dos finsdo Estado; a evolução do pensamentoteleológico na doutrina do Estado;Nação, Estado Social, Soberania eevolução constitucional do Estadode Direito; o direito natural e o Estado;o Estado policial, o Estado de Direitoe o Estado ético-cultural; a teoriamarxista do Estado; o poder políticodo “terceiro Estado”; do velho ao no-vo federalismo; etc.

LANÇAMENTO

Contribuições SociaisContribuições SociaisContribuições SociaisContribuições SociaisContribuições Sociaisno Sistema Tributáriono Sistema Tributáriono Sistema Tributáriono Sistema Tributáriono Sistema Tributário

José Eduardo Soares de MeloJosé Eduardo Soares de MeloJosé Eduardo Soares de MeloJosé Eduardo Soares de MeloJosé Eduardo Soares de Melo

6ª edição, revista, atualizada e am-pliada. A partir do conceito genéricode tributo, à luz dos princípios consti-tucionais e do Direito Público, o au-tor estuda as espécies tributárias —imposto, taxa, empréstimo compul-sório, contribuição de melhoria e con-tribuições — em suas peculiarida-des. Analisando a natureza das con-tribuições no contexto da parafisca-lidade, examina seus elementos inte-grantes, levando em consideração osprincípios da capacidade contribu-tiva, da vedação de confisco, etc.

LANÇAMENTO

Direitos Fundamentais —Direitos Fundamentais —Direitos Fundamentais —Direitos Fundamentais —Direitos Fundamentais —Conteúdo Essencial,Conteúdo Essencial,Conteúdo Essencial,Conteúdo Essencial,Conteúdo Essencial,Restrições e EficáciaRestrições e EficáciaRestrições e EficáciaRestrições e EficáciaRestrições e Eficácia

Virgílio Afonso da SilvaVirgílio Afonso da SilvaVirgílio Afonso da SilvaVirgílio Afonso da SilvaVirgílio Afonso da Silva

2ª edição. Da Coleção Teoria&DireitoPúblico. Apresenta sete capítulos:introdução (delimitação do tema,esclarecimento quase desnecessá-rio, método, desenvolvimento do tra-balho, tese); ponto de partida: a teo-ria dos princípios; o suporte fáticodos direitos fundamentais; restri-ções a direitos fundamentais; o con-teúdo essencial dos direitos funda-mentais: teorias e possibilidades; e-ficácia das normas constitucionais;conclusão.O autor é professor titu-lar de Direito Constitucional na USP.

GEN/EDITORA MÉTODO

7OUTUBRO DE 2010

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

EDITORA SARAIVA

Estado Constitucional eEstado Constitucional eEstado Constitucional eEstado Constitucional eEstado Constitucional eOrganização do PoderOrganização do PoderOrganização do PoderOrganização do PoderOrganização do PoderAndré Ramos Tavares, GeorgeAndré Ramos Tavares, GeorgeAndré Ramos Tavares, GeorgeAndré Ramos Tavares, GeorgeAndré Ramos Tavares, GeorgeSalomão Leite e IngoSalomão Leite e IngoSalomão Leite e IngoSalomão Leite e IngoSalomão Leite e IngoWolfgang SarletWolfgang SarletWolfgang SarletWolfgang SarletWolfgang Sarlet(organizadores)(organizadores)(organizadores)(organizadores)(organizadores)

Alguns temas abordados: a divisãoterritorial do poder num contextosupranacional: o exemplo da Espan-ha na União Europeia; divisão dopoder e partidos políticos; formasalternativas de controle judicial; ajurisdição constitucional na socie-dade aberta; Federação brasileira:necessidade de fortalecimento dascompetências dos Estados-mem-bros; aporias acerca do “condomíniolegislativo” no Brasil: uma análise apartir do STF; o poder normativo doExecutivo no Brasil; etc.

Rumo à JustiçaRumo à JustiçaRumo à JustiçaRumo à JustiçaRumo à Justiça

Fábio Konder ComparatoFábio Konder ComparatoFábio Konder ComparatoFábio Konder ComparatoFábio Konder Comparato

Apresenta cinco partes: personalida-des de escol; direitos humanos (ofundamento dos direitos humanos,comentário ao artigo 1 da DeclaraçãoUniversal dos Direitos Humanos,etc.); a sociedade política mundial(rumo à sociedade mundial do gênerohumano?, a refundação da ONU);república de democracia (Constitui-ção e soberania: o caso brasileiro,sobre a legitimidade das Constitui-ções, etc.); Brasil: a ausência de repú-blica e de democracia (o direito e o a-vesso, etc.).

Elementos de Direito EleitoralElementos de Direito EleitoralElementos de Direito EleitoralElementos de Direito EleitoralElementos de Direito Eleitoral

Carlos Mário da Silva VellosoCarlos Mário da Silva VellosoCarlos Mário da Silva VellosoCarlos Mário da Silva VellosoCarlos Mário da Silva Vellosoe Walber de Moura Agrae Walber de Moura Agrae Walber de Moura Agrae Walber de Moura Agrae Walber de Moura Agra

2ª edição, revista e atualizada. Temasabordados: democracia; organizaçãojudiciária eleitoral; Ministério PúblicoEleitoral; direitos políticos; inelegi-bilidade; partidos políticos; alista-mento eleitoral; convenção e registroeleitoral; propaganda eleitoral; fis-calização das eleições; sistema ele-trônico de votação; condutas veda-das a gestores públicos; financia-mento de campanha e prestação decontas; proclamação; diplomação;posse; processo eleitoral; recursoseleitorais; crimes eleitorais.

O Formalismo naO Formalismo naO Formalismo naO Formalismo naO Formalismo naLiberdade de ExpressãoLiberdade de ExpressãoLiberdade de ExpressãoLiberdade de ExpressãoLiberdade de Expressão

Fernando M. TollerFernando M. TollerFernando M. TollerFernando M. TollerFernando M. Toller

Com base em reflexões profundas ebem fundamentadas, o livro fala so-bre a liberdade de imprensa e o abusodo direito de informar. Recorrendo aum estudo de direito comparado, oautor acredita que, embora a liber-dade de expressão não possa ser cer-ceada no seu nascedouro, em algumashipóteses é possível solicitar e obter doJudiciário a proibição de difusão, a fimde evitar danos graves e irreparáveis adireitos fundamentais ou a bens pú-blicos importantes. Tradução de Fre-derico Bonaldo

Segurança e MedicinaSegurança e MedicinaSegurança e MedicinaSegurança e MedicinaSegurança e Medicinado Trabalhodo Trabalhodo Trabalhodo Trabalhodo Trabalho

Editora SaraivaEditora SaraivaEditora SaraivaEditora SaraivaEditora Saraiva

6ª edição, atualizada. Reúne a legis-lação tutelar que garante aos traba-lhadores desta e das futuras gerações,a proteção legal da integridade físico-psíquica e a qualidade de vida laboralsadia. Alguns dos destaques do livrotratam das Normas Regulamenta-doras — NRs 1 a 33, com as atuali-zações de maio; Convenções da OIT;principais normas trabalhistas eprevidenciárias; súmulas do STF, STJ,TST, dos Juizados Especiais Federais;orientações jurisprudenciais e pre-cedentes normativos.

Direito Tributário EletrônicoDireito Tributário EletrônicoDireito Tributário EletrônicoDireito Tributário EletrônicoDireito Tributário Eletrônico

Maria Rita FerragutMaria Rita FerragutMaria Rita FerragutMaria Rita FerragutMaria Rita Ferragut(coordenadora) e Renata(coordenadora) e Renata(coordenadora) e Renata(coordenadora) e Renata(coordenadora) e RenataElaine Silva (colaboradora)Elaine Silva (colaboradora)Elaine Silva (colaboradora)Elaine Silva (colaboradora)Elaine Silva (colaboradora)

Nesta obra, cuja proposta é investi-gar questões relevantes do DireitoTributário Eletrônico, são discutidostemas como o emprego de documen-tos eletrônicos na constituição dofato jurídico tributário; o documentoeletrônico como meio de prova; osdeveres e limites da aplicação doSPED fiscal; o cruzamento eletrônicode dados; o sigilo fiscal na era da in-formatização; a nota fiscal eletrônicae a nota fiscal paulista; a auditoria(fiscal e contábil) em ambiente ele-trônico; a intimação eletrônica; etc.

Direitos Fundamentais SociaisDireitos Fundamentais SociaisDireitos Fundamentais SociaisDireitos Fundamentais SociaisDireitos Fundamentais SociaisJ. J. Gomes Canotilho,J. J. Gomes Canotilho,J. J. Gomes Canotilho,J. J. Gomes Canotilho,J. J. Gomes Canotilho,Marcus Orione GonçalvesMarcus Orione GonçalvesMarcus Orione GonçalvesMarcus Orione GonçalvesMarcus Orione GonçalvesCorreia e Érica Paula BarchaCorreia e Érica Paula BarchaCorreia e Érica Paula BarchaCorreia e Érica Paula BarchaCorreia e Érica Paula BarchaCorreia (coordenação)Correia (coordenação)Correia (coordenação)Correia (coordenação)Correia (coordenação)

A abordagem feita pelos diversos auto-res pretende dar à matéria uma novacontribuição, percorrendo os mais di-versos aspectos dos direitos funda-mentais sociais. O livro passa pela dis-cussão teórica da matéria e de seus as-pectos nucleares na perspectiva cons-titucional. Os autores têm atuaçãoprofissional diretamente ligada àsquestões abordadas, trazendo a lumeas suas preocupações, apontando so-luções e questionamentos para o en-frentamento de alguns dos aspectosmais controvertidos do mundo jurídico.

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Direito à Educação:Direito à Educação:Direito à Educação:Direito à Educação:Direito à Educação:Requisito para oRequisito para oRequisito para oRequisito para oRequisito para oDesenvolvimento do PaísDesenvolvimento do PaísDesenvolvimento do PaísDesenvolvimento do PaísDesenvolvimento do País

Eliane Ferreira de SousaEliane Ferreira de SousaEliane Ferreira de SousaEliane Ferreira de SousaEliane Ferreira de Sousa

Da Série IDP (Instituto Brasiliensede Direito Público). Segundo a auto-ra, o livro investiga o direito à educa-ção como requisito essencial para odesenvolvimento dos cidadãos e doPaís, na perspectiva de que ele ensejaa própria condição de desenvolvi-mento da personalidade humana. Oseu conteúdo é inseparável do cha-mado “mínimo existencial”, daí estarprotegido por princípios que o tute-lam, como o da dignidade da pessoahumana, o da solidariedade, o daigualdade, entre outros.

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Sociologia JurídicaSociologia JurídicaSociologia JurídicaSociologia JurídicaSociologia Jurídica

Alvaro Luiz TravassosAlvaro Luiz TravassosAlvaro Luiz TravassosAlvaro Luiz TravassosAlvaro Luiz Travassosde Azevedo Gonzaga ede Azevedo Gonzaga ede Azevedo Gonzaga ede Azevedo Gonzaga ede Azevedo Gonzaga eHenrique Garbellini CarnioHenrique Garbellini CarnioHenrique Garbellini CarnioHenrique Garbellini CarnioHenrique Garbellini Carnio

Volume 68 da Coleção PocketsJurídicos, coordenada pelos profes-sores Fernando Capez e Rodrigo Col-nago. Apresenta oito capítulos: a so-ciologia; breves notas sobre a his-tória da sociologia; sociologia e di-reito; o desenvolvimento da socio-logia jurídica; o direito como ciênciasocial; a metodologia da sociologiajurídica; a investigação sociológicado direito e da justiça de Hans Kelsen;contribuições recentes para a socio-logia jurídica: Niklas Luhmann eBoaventura de Sousa Santos.

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Direito Hereditário doDireito Hereditário doDireito Hereditário doDireito Hereditário doDireito Hereditário doCônjuge e do CompanheiroCônjuge e do CompanheiroCônjuge e do CompanheiroCônjuge e do CompanheiroCônjuge e do Companheiro

Zeno VelosoZeno VelosoZeno VelosoZeno VelosoZeno Veloso

Aborda o tema sobre o direito here-ditário da viúva e do viúvo que rece-be tratamento inovador e avançadono atual Código Civil: o cônjuge tor-nou-se herdeiro necessário, mas nãosomente isso, passou a ser privile-giado, concorrendo em prioridadecom os descendentes e com os ascen-dentes. As regras impostas pela leique regulamenta essa área, colocamo cônjuge como titular de direito realde habitação do imóvel destinado àresidência da família. O autor é pro-fessor de Direito Civil e Constitucional.

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OUTUBRO DE 20108LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

EDITORA SARAIVA

Direito Penal MarítimoDireito Penal MarítimoDireito Penal MarítimoDireito Penal MarítimoDireito Penal Marítimo

Mohamad Ale HasanMohamad Ale HasanMohamad Ale HasanMohamad Ale HasanMohamad Ale HasanMahmoudMahmoudMahmoudMahmoudMahmoud

Tudo o que Você PrecisaTudo o que Você PrecisaTudo o que Você PrecisaTudo o que Você PrecisaTudo o que Você PrecisaOuvir Sobre DrogasOuvir Sobre DrogasOuvir Sobre DrogasOuvir Sobre DrogasOuvir Sobre Drogas

Ricardo Antonio AndreucciRicardo Antonio AndreucciRicardo Antonio AndreucciRicardo Antonio AndreucciRicardo Antonio Andreucci

Audiolivro. Alguns temas analisados:o que é droga?; existem drogas lícitas?;como são consumidas as drogas?; oque é toxicomania?; o que é síndromede abstinência?; como reconhecer osefeitos das drogas mais comuns?; oque significa a posse de droga paraconsumo próprio; como diferenciar aposse de drogas para consumo própriodo tráfico de drogas?; quem for sur-preendido pela polícia com droga paraconsumo próprio pode ser preso emflagrante?; quais as penas previstaspara cada tipo de droga?; etc.

Tudo o que Você Precisa OuvirTudo o que Você Precisa OuvirTudo o que Você Precisa OuvirTudo o que Você Precisa OuvirTudo o que Você Precisa OuvirSobre Direito no TrânsitoSobre Direito no TrânsitoSobre Direito no TrânsitoSobre Direito no TrânsitoSobre Direito no Trânsito

Ricardo Antonio AndreucciRicardo Antonio AndreucciRicardo Antonio AndreucciRicardo Antonio AndreucciRicardo Antonio Andreucci

Tudo o que Você PrecisaTudo o que Você PrecisaTudo o que Você PrecisaTudo o que Você PrecisaTudo o que Você PrecisaOuvir Sobre Danos MoraisOuvir Sobre Danos MoraisOuvir Sobre Danos MoraisOuvir Sobre Danos MoraisOuvir Sobre Danos Morais

Rizzatto NunesRizzatto NunesRizzatto NunesRizzatto NunesRizzatto Nunes

Audiolivro. Alguns temas abordados: odano material; como quantificar o dano;os lucros cessantes; o dano moral; odireito à intimidade, à vida privada, àhonra e à imagem; intimidade e vidaprivada; a honra; a imagem da pessoajurídica; do que é composta a indeni-zação por dano moral?; critérios para afixação do dano moral; natureza espe-cífica da ofensa sofrida; intensidadereal, concreta e efetiva do sofrimento doofendido; repercussão da ofensa nomeio social em que vive o ofendido; aexistência de dolo; etc.

Audiolivro. Alguns temas abordados:qual a legislação que regulamenta otrânsito no Brasil?; quais os órgãosde trânsito no Brasil?; o que se enten-de por veículo automotor?; quais asvelocidades em que posso trafegarcom o meu veículo?; é verdade que,se eu dirigir muito devagar, possoser multado?; caso eu atropele umapessoa sobre a faixa de pedestre, se-rei considerado culpado?; quais ascautelas que devo tomar ao adquirirum carro usado?; em caso de vendade veículo o que devo fazer?; etc.

Da Série IDP (Instituto Brasiliensede Direito Público). O autor, mestree doutor em Direito Penal pela USP,aprofunda o exame dos conceitos deextraterritorialidade condicionada eincondicionada, questionando, dog-maticamente, as reais motivaçõesda modulação da soberania. A fimde se estabelecer um panorama a-cerca da afetação de bens jurídicos apartir da costa brasileira e suas con-sequências perante a nossa JustiçaPenal, dedicou especial atenção aoestudo da legislação nacional.

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Recurso ExtraordinárioRecurso ExtraordinárioRecurso ExtraordinárioRecurso ExtraordinárioRecurso Extraordinárioe Recurso Especiale Recurso Especiale Recurso Especiale Recurso Especiale Recurso Especial

Sérgio Sérvulo da CunhaSérgio Sérvulo da CunhaSérgio Sérvulo da CunhaSérgio Sérvulo da CunhaSérgio Sérvulo da Cunha

Apresenta quatro partes: introdução(observações iniciais, a crise do STF);recurso extraordinário (fundamen-to do recurso extraordinário: contra-riedade à Constituição — alíneas“a”, “b” e “c”, fundamento do recursoex-traordinário: a alínea “d”, objetivodo recurso extraordinário, etc.); recur-so especial — fundamento do re-curso especial — alíneas “a” e “b”,fundamento do recurso especial: aalínea “c”, objetivo do recurso espe-cial, objeto do recurso especial, etc.);conclu-são e apêndice.

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O professor catedrático da Faculdade deDireito de Lisboa, José de Oliveira Ascensão,um dos maiores estudiosos do DireitoCivil, está lançando a obra Direito Civil— Teoria Geral, em três volumes. Analisaa Parte Geral do Direito Civil, consideradapelo autor, membro da Comissão deEspecialistas de Direito de Autor daComunidade Europeia e presidente doConselho Científico da Faculdade deDireito de Lisboa, a disciplina nuclear detodo o direito privado. O volume 1, 3ªedição, apresenta: introdução; as pessoas—noções gerais (a pessoa como fim dodireito, a pessoa como fundamento da

DirDirDirDirDireito Civil – Teito Civil – Teito Civil – Teito Civil – Teito Civil – Teoria Geraleoria Geraleoria Geraleoria Geraleoria GeralJosé de Oliveira AscensãoJosé de Oliveira AscensãoJosé de Oliveira AscensãoJosé de Oliveira AscensãoJosé de Oliveira Ascensão

personalidade jurídica, a pessoa comosujeito de situações jurídicas, pessoascoletivas); os bens (coisa e bem, clas-sificação das coisas). O volume 2, 3ªedição, trata das ações e fatos jurídicos: dofato jurídico ao contrato; ato e exter-iorização; forma; negócio jurídico:caracterização; pressupostos; estrutura einexistência do negócio; intenção(vontade); interpretação e integração; a“perfeição” da declaração; divergênciasentre a intenção e a declaração; sistemadas relações entre intenção e exteriori-zação; representação; o conteúdo e acausa; cláusulas acessórias; valores

negativos do negócio jurídico; o contrato;o ato jurídico simples. O volume 3, 2ªedição, aborda as relações e situaçõesjurídicas: situação e relação jurídica;posições jurídicas — direito subjetivo;interesses juridicamente protegidos —interesses difusos; situações jurídicascomplexas; contitularidade; vicissitudes;causa; conteúdo; base do negócio ealteração das circunstâncias; cláusulasnegociais gerais e cláusulas abusivas; ocontrole pela justiça do conteúdo;exercício — o exercício inadmissível;modalidades de negócios; tutela dosdireitos; extinção.

Direito AdministrativoDireito AdministrativoDireito AdministrativoDireito AdministrativoDireito AdministrativoRegistralRegistralRegistralRegistralRegistral

Ricardo DipRicardo DipRicardo DipRicardo DipRicardo Dip

Da Série Direito Registral e Notarial,coordenada por Sérgio Jacomino. Otrabalho cuida da delicada relaçãoentre o Estado e a atividade registral.Inicialmente, o autor conceitua o re-gistro público como um serviço de ca-ráter público e, a partir daí, apresentaas diversas consequências que essaposição traz. Examina a responsabi-lidade do registrador quanto à con-tratação de prepostos, cuida do atualmodelo de remuneração dos registra-dores, e trata, ainda, do controle admi-nistrativo do serviço registral.

Condomínio em EdificaçõesCondomínio em EdificaçõesCondomínio em EdificaçõesCondomínio em EdificaçõesCondomínio em Edificações

Frederico HenriqueFrederico HenriqueFrederico HenriqueFrederico HenriqueFrederico HenriqueViegas de LimaViegas de LimaViegas de LimaViegas de LimaViegas de Lima

Da Série Direito Registral e Notarial.O trabalho encontra-se dividido em duaspartes: a primeira trata das origens, daterminologia, do conceito e da naturezajurídica dos condomínios em edifica-ções. A segunda enfoca o sentido mo-derno dos condomínios especiais emedificações e seus diferentes atores: osco-proprietários, a comunidade de co-proprietários em condomínios especiaisem edificações e as relações jurídicasque a comunidade de proprietários emcondomínios especiais em edificaçõesentabula com terceiros.

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17OUTUBRO DE 2010 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

ADVOCACIA - 2

presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou, nodia 9 de setembro, a Lei 12.322/2010 que muda as regras do agra-vo de instrumento, visando tornar mais rápido o trâmite dos pro-cessos no Judiciário. Publicada no “Diário Oficial da União” no dia10, entra em vigor após 90 dias.

Segundo o autor do projeto, deputado Paes Landim (PTB-PI),o agravo de instrumento tornou-se uma “anomalia jurídica”. Atualmente, o pro-cesso pode tramitar duas vezes no mesmo tribunal superior: uma pelo agravo,e outra, se admitido, com o próprio processo original até a decisão definitiva dorecurso. De acordo com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, a nova leipoderá reduzir de seis meses a um ano a tramitação dos processos. Segundoele, o agravo ficará dentro do processo do recurso. Se a admissibilidade for in-deferida e o agravo interposto, os autos são transferidos de instância em con-junto, ou seja, se o STF ou o STJ acolher o agravo, poderá examinar o recursode imediato, não sendo necessário solicitar os autos retidos.

Um dos entraves no andamento do processo era a exigência de fotocópias detodos os documentos para envio aos tribunais superiores. Se o agravo não es-tivesse copiado totalmente, ou se alguma cópia por acaso não estivesse legível,o recurso poderia ser denegado, como lembra Joaquim Manhães Moreira, espe-cializado em Direito Empresarial.

De acordo com o jurista, a nova lei elimina a exigência de formação do instru-mento de agravo (cópias de diversas peças e documentos processuais, comopreveem os artigos 544 e 525 do CPC) como condição para que a instância su-perior revise a admissibilidade do recurso especial ou extraordinário. “Além dademora para a obtenção dessas cópias, só quando o recurso é admitido é que otribunal superior dá a ordem para os que autos principais sejam remetidos”,explica. Para Manhães, esse tempo será eliminado, porque os agravos contra as

Novas regras para agravo de instrumento

Odecisões denegatórias de admissibilidade serão feitos nos próprios autos doprocesso principal. Se decidir pela admissão, o tribunal já terá em mãos todo omaterial de julgamento. E digitalizado.

Embora grande parte dos juristas comemore a implantação da Lei12.322, há quem a considere uma medida paliativa, como RodrigoGiordano de Castro, advogado da área cível. Para ele, a lei não conferegrande celeridade aos processos. Alega que a principal mudança não énovidade: de acordo com a interpretação do revogado § 3ºdo artigo 544do CPC os ministros do STF e do STJ já podiam analisar a admis-sibilidade desses recursos e julgar o mérito. Além disso, informa que alei altera o andamento do processo apenas no “último elo da cadeia”, ouseja, nas instâncias superiores, o que talvez comprometa a eficácia, poisnão afeta a tramitação em primeira e segunda instâncias (“as partes po-dem não considerar como célere a redução de seis meses a um ano natramitação de um processo que demorou cerca de 10 anos para chegaraos tribunais superiores”, afirma). Segundo ele, a celeridade somenteserá alcançada com reformas profundas no sistema recursal, para quesejam evitadas uma infinidade de ações remetidas todos os dias aos tri-bunais superiores, sempre respeitando-se os princípios do contraditórioe da ampla defesa.

A CCJ do Senado constatou que de 1994 a 2007 o percentual de crescimentode agravos de instrumentos julgados pelo STJ foi de 886%; o recurso especialregistrou crescimento de 448%. Apenas 18,68% dos agravos de instrumentosjulgados pelo STJ foram providos, revelando o caráter protelatório desses recur-sos. Em 2009, o STJ julgou 328.718 processos, sendo 71.470 recursos especiaise 137.583 agravos de instrumentos, dos quais 15% foram providos, 51% nega-dos e 31% não reconhecidos.B

18 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO OUTUBRO DE 2010

NOTAS

Cartilha em braileEm comemoração aos 20 anos doCódigo de Defesa do Consumidor,o Ibedec (Instituto Brasileiro deEstudo e Defesa das Relações de

Consumo) lançou a versão em braile da Carti-lha do Consumidor. Devido ao alto custo deimpressão de cada exemplar (cerca de R$500,00), o IBEDEC imprimiu apenas algunsexemplares e fará a doação à bibliotecas esco-lhidas pelos associados, entre elas a Nacionalde Brasília, a Nacional do Rio de Janeiro, a doSenado e a do Supremo Tribunal Federal.

CooperaçãoO Joaquim Barbosa de OliveiraAdvocacia fechou acordo de coo-peração com a Davies Arnold Co-oper LLP, escritório de atuação

internacional com sede na Inglaterra, quepermitirá à JBO atender às necessidadesdos clientes no Brasil e no exterior.

Emerenciano, Baggio e AssociadosA unidade de Porto Alegre do es-critório Emerenciano, Baggio eAssociados Advogados está com-pletando um ano. O foco de atua-

ção são as áreas de infraestrutura, indús-tria naval, fusões e aquisições, trabalhista etributária.

FejebaEm comemoração ao 37° aniver-sário de formatura, a Turma de1973 (“Professor Alfredo CecílioLopes”) da Faculdade de Direito

da Universidade Mackenzie realizará dia 6

de novembro, a partir das 13 horas, na Veridia-na Higienópolis (Rua Dona Veridiana, 661, es-quina da Rua Major Sertório), a 22ª FejebaFeijoada do Jereba), exclusiva para aquelesformandos. Informações e adesões com Jeremi-as Alves Pereira Filho (Jereba) (0xx11)5573-9119 ou [email protected]; WandaMaria Costa Gomes Unti (0xx11) 3887-3306 ou [email protected]; e RicardoFreire Loschiavo (0xx11) 3285-2066 [email protected]

In memoriam

Faleceram, dia 29 de agosto,aos88 anos, o jurista Geraldo de Ca-margo Vidigal; dia 1 de setem-bro, o desembargador aposentado

do TJ-PR, Cyro Mauricio Crema; dia 3, aprocuradora de Justiça do MP-RJ, BeatrizMarilda Alves; dia 6, assassinado,o advoga-do Luciano Rodrigues Barros; dia 8, a de-sembargadora federal aposentada, TanyraVargas de Almeida Magalhães; e No Rio deJaneiro, o advogado Mário Bezerra de BritoPereira; dia 9, aos 76 anos, o advogadoFrancisco Egysto Siviero e, aos 70 anos, oprofessor Fabio Maria de Mattia; dia 13, osadvogados Bento Sampaio Vidal CerquinhoMalta, João Álvares Rubião Neto e WilsonBustamante (aos 67 anos) e o desembarga-dor Ismênio Pereira de Castro (no Rio); dia14, aos 79 anos, o juiz aposentado Laudeli-no Abreu Alvarenga, e, aos 56 anos, o de-sembargador do TJ-RJ, Ismênio Pereira deCastro; dia 15, no Rio de Janeiro, o delega-do José Marques; dia 16, aos 51 anos, o juizEdmar de Oliveira Cicliati; dia 18, aos 78anos,o advogado Ernest Livianu; dia 20, aos

80 anos,o delegado Victorino de OliveiraBarbosa; dia 21, aos 77 anos, o procuradorde Justiça aposentado Hanns Carlos GustavoSeligson; dia 22, assassinado, o ex-presi-dente da subseção da OAB de Redenção(PA) Wander José de Souza; e aos 80 anos,o advogado Alfredo Labriola; ; ; ; ; dia 23, aos 77anos, o advogado Alan Selby Alex KeatingFortunato; ; ; ; ; dia 28, aos 68 anos, o advogadoFlávio Glezer.

FenalawA Fenalaw 2010, Congresso e Expo-sição para o Mercado Jurídico, serárealizada, dias 5 ,6 e 7, no Centro deConvenções Frei Caneca(Rua Frei Ca-

neca, 569, 5°) em São Paulo. Informações pelostelefones (0xx11-30176810/6923/6927).

InmetroO Instituto Nacional de Metrolo-gia, Normalização e QualidadeIndustrial (Inmetro) vai preen-cher 253 vagas, sendo 164 de ní-

vel superior (analista executivo e pesquisa-dor) e 89 de nível médio (assistente e técni-co em metrologia). A previsão é de que asinscrições tenham início este mês, com pro-vas em dezembro. A remuneração varia en-tre R$ 1.678,28 e R$ 7.563,,,,,01. O concur-so é organizado pelo Cespe-UnB.

Machado, Meyer, Sendacz e Opice O escritório Machado, Meyer, Senda-cz e Opice Advogados foi eleito o “Es-critório do Ano no Brasil” pela publi-cação britânica “Chambers and Part-

ners”. A “Chambers Latin America Awards for

Excellence” elege os escritórios de destaque emvários países das Américas, Europa e Ásia e éresponsável pelo mais famoso guia de escritóriosde Advocacia do mundo, o “Chambers Global Gui-de”, editado desde 1969.

STJ·Cesar Asfor Rocha - Cesar Asfor Rocha - Cesar Asfor Rocha - Cesar Asfor Rocha - Cesar Asfor Rocha - O presidentedo STJ, ministro Cesar Asfor Ro-cha, recebeu os títulos de Cida-dão de Campina Grande (PB) e

de Cidadão Piauiense.·Laurita Vaz - Laurita Vaz - Laurita Vaz - Laurita Vaz - Laurita Vaz - A ministra Laurita Vaz re-

cebeu o título de Cidadã Trindadense (GO).·Luiz Fux - Luiz Fux - Luiz Fux - Luiz Fux - Luiz Fux - O ministro do STJ, Luiz Fux,

recebeu a “Medalha do Mérito Farroupi-lha”, no Rio Grande do Sul.

Certidão de nascimentoA partir deste mês, as criançasque nascerem em qualquer esta-belecimento de saúde, público ouprivado poderão receber a certi-

dão de nascimento no momento da alta damãe. A emissão do documento pela materni-dade será gratuita e por meio de sistema online. A medida vale para todos os estabeleci-mentos de saúde e registradores que queiramparticipar do sistema interligado de certidão denascimento. Com o sistema, assim que a criançanascer, o responsável credenciado pelos regis-tradores para atuar na maternidade, solicitaráos documentos da mãe e do pai, fará a digitaliza-ção dos dados e transmitirá as informações aocartório. Em seguida, os dados serão conferi-dos e registrados, possibilitando que, tambémvia eletrônica, a certidão volte para a materni-dade e seja impressa e entregue a mãe.B

19OUTUBRO DE 2010 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

20 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO OUTUBRO DE 2010

EMENTAS

EXERCÍCIO PROFISSIONAL. LICITA-ÇÃO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE

AUDITORIA, CONSULTORIA E DE ADVO-CACIA CONTENCIOSA EM DIREITO

TRIBUTÁRIO PARA MUNICÍPIO. VEDAÇÃO DA PARTICIPA-ÇÃO CONJUNTA DE ADVOGADOS COM PROFISSIONAIS DE

OUTRAS ÁREAS. INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 1º, I E II,E 16 DO EA-OAB. IMPROPRIEDADE DA CONTRATA-ÇÃO DE ADVOGADOS SOB A MODALIDADE DE PREGÃO. —Na esteira da jurisprudência deste TribunalDeontológico, município que pretenda con-tratar serviços de auditoria e consultoria ju-rídicas, com promoção de ações judiciais,deverá realizar licitação ou procedimentosde dispensa ou inexigibilidade voltados àparticipação exclusiva de advogados e socie-dades de advogados (Proc. E-3.369/06 e E-3668/08). Exigência no edital de compro-vação pela empresa licitante de possuir emseus quadros administradores, economistasou contabilistas e advogados configura inva-são do campo profissional privativo da Advo-cacia (EA-OAB, artigo 1º, I e II). Ademais,não podendo a sociedade de advogados tercomo objeto senão o exercício da Advocacia,o desempenho de atividades não jurídicasimplica nítida conotação mercantilista e faci-litação do exercício de outros profissionaisimpedidos de advogar, em violação dos arti-gos 16 e 34, I, do Estatuto. A licitação namodalidade de pregão não é apropriada paraserviços de Advocacia, seja pela impossibili-dade de definição no edital dos padrões dequalidade e desempenho exigidos, seja porconsistir o pregão na formulação de lancesdecrescentes, com aviltamento dos serviçosadvocatícios, em antagonismo ao artigo 41do CED. Precedentes: E-1.835/99; E-3.381/06; E-2.082/00; E-3.492/07 e E-3494/07. Proposta de encaminhamento à D.Comissão de Prerrogativas, tendo em vista aadoção das medidas pertinentes em face dainvasão do campo profissional da Advocacia.Proc. E-3.888/2010, v.u., em 15/7/2010,do parecer e ementa do rel. dr. Luiz Fran-cisco Torquato Avólio, rev. dr. Zanon dePaula Barros, presidente em exercício dr.Cláudio Felippe Zalaf.

EMENTA 01. PUBLICIDADE. ATUAÇÃO

EM DIREITO PREVIDENCIÁRIO. OPÇÃO

PELA UTILIZAÇÃO DAS EXPRESSÕES

"APOSESENTADORIAS" OU "APOSENTA-DORIAS EM GERAL", CONSAGRADAS PELO USO POPULAR.POSSIBILIDADE. — O uso da indicação da Advo-cacia previdenciária com ênfase em aposen-tadoria, de um modo geral, na publicidadedo advogado, se feita com a devida modera-ção, não fere a ética profissional. A expres-são "aposentadoria", ainda que signifiqueapenas um segmento da especialidade, iden-tifica para a população o tipo de atuação do

Ementas do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-SP.

advogado. O uso de tal expressão, consagra-da pelo uso popular e adotada na placa indi-cativa do escritório do advogado, não repre-senta afronta à ética profissional, desde querespeitadas a discrição, moderação e a fina-lidade exclusivamente informativa. Proc. E-3.889/2010, v.m., em 15/7/2010, do pare-cer e ementa do rel. dr. Zanon dePaula Bar-ros, rev. dra. Mary Grun, presidente emexercício dr. Cláudio Felippe Zalaf.

EMENTA 02. HONORÁRIOS AD EXI-TUM. RECEBIMENTO EM CASO DE

ANTECIPAÇÃO DE TUTELA COM PAGA-MENTO DA CONDENAÇÃO. POSSIBILI-

DADE. PRECAUÇÕES. — Em caso de contrataçãode honorários pelo êxito, com pagamentonas mesmas condições e proporções em queo cliente receber o resultado da ação, nãofere a ética o advogado cobrar honoráriosproporcionais ao que o cliente receber na hi-pótese de antecipação de tutela. A contrata-ção dos honorários pelo êxito deve respei-tar o princípio da moderação e as regras databela da OAB. O advogado deve, ainda, es-tar consciente que, se a tutela antecipadafor revertida, deverá devolver os honoráriosad exitum recebidos, no mesmo momento enas mesmas condições em que seu cliente ti-ver que devolver o que recebeu em tutelaantecipada. Proc. E-3.889/2010 ,v.u., em15/7/2010, do parecer e ementa do rel. dr.Zanon de Paula Barros, rev. dra. MaryGrun, presidente em exercício dr. CláudioFelippe Zalaf.

EXERCÍCIO PROFISSIONAL. CONFLI-TO ENTRE ADVOGADOS FIGURANTES

NO MESMO POLO DA AÇÃO. DIVER-GÊNCIAS COM O CLIENTE. DÚVIDAS

SOBRE SITUAÇÕES CONCRETAS AINDA QUE PRIMA FACIE

CONTENHAM ASPECTOS ÉTICOS-DISCIPLINARES. QUES-TÕES DE DIREITO POSITIVO. INCOMPETÊNCIA DO TRIBU-NAL DEONTOLÓGICO. NÃO CONHECIMENTO. — Aindaque a consulta tenha aspectos ético-discipli-nares, estes encontram-se em segundo pla-no quanto aos fatos concretos narrados, en-volvendo conflito entre colegas figurantes nomesmo pólo da ação, além do próprio cliente.A opinio do Tribunal Deontológico, a princí-pio, não deve ser utilizada como peça de sus-tentação em procedimento disciplinar jáanunciado na consulta, suprimindo ou inibin-do competência das turmas disciplinares.Descabe à Ordem advogar, senão em defesados princípios contidos no estatuto, no Códi-go de Ética e legislação interna correlata,nunca em substituição do próprio advogadoem seu labor exclusivo. Para fazer valerseus direitos deverá o advogado utilizar-sede seus conhecimentos técnicos do direitosubstantivo e adjetivo, sem interferência de

órgão de classe, excepcionando situações desua exclusiva competência, mas este não é ocaso epigrafado. Exegese do artigo 49 caputdo Código de Ética e Disciplina, artigo 136,§ 3º, I, Regimento Interno da OAB-SP, noartigo 3º, caput, do Regimento Interno doTribunal de Ética, bem como na Resolução nº06/1994, deste colegiado. Proc. E-3.890/2010, v.u., em 15/7/2010, do parecer e emen-ta do rel. dr. Fábio Kalil Vilela Leite, rev. dr.João Luiz Lopes, presidente em exercício dr.Cláudio Felippe Zalaf.

PUBLICIDADE. PRETENSÃO DE EXER-CÍCIO DE DIREITO DE RESPOSTA CON-TRA INFORME PUBLICITÁRIO. ADVOGA-DO QUE NÃO FOI AGRAVADO PELA PU-

BLICAÇÃO. DIREITO DE RESPOSTA INEXISTENTE EM FACE

DO ARTIGO 5º, INCISO V, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.—Tutela de Direito do Consumidor que, quan-do violado, constitui atribuição do MinistérioPúblico por força legal (artigos 4º, 5º, 81,82 do Código de Defesa do Consumidor e129, III, da Constituição Federal) e de ou-tros órgãos legitimados para tanto. Sob oaspecto ético, a publicação que pretendeveicular, informando a uma coletividade in-definida seu patrocínio vencedor em causasecuritária, constituiria publicidade imodera-da (artigo 31, § 2º, CED), inculca e capta-ção de clientela (violação do artigo 34, IV,EOAB), e, em especial, estímulo à demanda,contrariando o inciso VI, artigo 2º, CED, ra-zão pela qual não deve ser realizada. Proc.E-3.892/2010 ,v.u., em 15/7/2010, do pa-recer e ementa da rel. dra. Mary Grun, rev.dr. Gilberto Giusti, presidente em exercíciodr. Cláudio Felippe Zalaf.

PUBLICIDADE. USO DE SITE. POSSI-BILIDADE DE INDICAÇÃO DO CURRÍCU-LO, FOTOGRAFIA E LOGOTIPO. RE-GRAMENTO ÉTICO. — Permitida,

desde que apresentados, de forma objetiva,o currículo, endereço, e-mail e telefones eáreas de atuação do advogado. É obrigató-ria a divulgação do nome e do número deinscrição do advogado na Ordem dos Advo-gados do Brasil. É vedada a divulgação emsite na internet de frases ou textos quetransmitam a busca da Justiça ou que possu-am qualquer caráter persuasivo. É permiti-da a divulgação em site da internet de foto-grafias, ilustrações, cores, figuras, dese-nhos, logotipos, marcas e símbolos, desdeque sejam apresentadas de modo discreto ede forma a não atentar contra a sobriedadeda Advocacia. Proc. E-3.898/2010, v.u., em15/7/2010, do parecer e ementa do rel. dr.Flávio Pereira Lima, rev. dra. Beatriz M.A.Kestener, presidente em exercício dr. Cláu-dio Felippe Zalaf.

HONORÁRIOS. CONTRATO ESCRITO.DELIMITAÇÃO DE SERVIÇOS A SEREM

PRESTADOS EM CONTRATO INICIAL.OUTRAS MEDIDAS NECESSÁRIAS IN-

CIDENTAIS OU NÃO, DIRETAS OU INDIRETAS DECORREN-TES DA CAUSA. EXEGESE DO ARTIGO 37 DO CÓDIGO DE

ÉTICA E DISCIPLINA. — O artigo 37 do CEDdeve ser examinado e aplicado em conso-nância com os artigos 35, caput, e 36 domesmo código. Novas medidas que vierema ser solicitadas ou se fizerem necessári-as, incidentais ou não, diretas ou indire-tas, decorrentes da causa, poderão ter no-vos honorários fixados, desde que a con-tratação dos honorários seja escrita e de-limitado o escopo dos serviços a seremprestados, às medidas preliminares, judici-ais ou conciliatórias, com a concordânciado cliente. Recomendação para exclusãoda contratação de eventuais novas medidasque venham a ser solicitadas ou necessári-as, considerando-se que o advogado deveconhecer e levar em conta, para a contra-tação de honorários, situações possíveis deocorrência. A fixação dos honorários deveobedecer ao princípio da moderação, ob-servados os elementos estatuídos no arti-go 35 do CED. Precedentes deste Sodalí-cio: E-3.670/2008 e E-3.797/2009. Proc.E-3.899/2010,v.u., em 15/7/2010, do pa-recer e ementa da rel. dra. Célia MariaNicolau Rodrigues, rev. dr. João Luiz Lo-pes, presidente em exercício dr. CláudioFelippe Zalaf.

PRO BONO. ORGANIZAÇÕES DA SO-CIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚ-BLICO. ADVOCACIA GRATUITA A

PESSOAS FÍSICAS. VEDAÇÃO.— Or-ganizações da sociedade civil de interessepúblico não podem prestar assistência jurí-dica a pessoas físicas, sob pena de ofensa àConstituição Federal e à Resolução do ProBono, aprovada pela secional da OAB-SPem 19/8/ 2002. Atividade exclusiva de ad-vogados ou sociedade de advogados parapessoas jurídicas sem fins lucrativos inte-grantes do terceiro setor, reconhecidas ecomprovadamente desprovidas de recursosfinanceiros para custear as despesas pro-cedimentais, judiciais ou extrajudiciais, edesde que observados os pressupostos damencionada resolução, conforme preceden-tes deste tribunal. Proc. E-3.908/2010 -v.u., em 15/07/2010, do parecer e ementado rel. dr. Fábio Plantulli, rev. dr. FlávioPereira Lima, presidente em exercício dr.Cláudio Felippe Zalaf.B

21OUTUBRO DE 2010 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

JUDICIÁRIO - 1

A Justiça, com “montanhas” de processosPERCIVAL DE SOUZA, especial para o "Tribuna"

RASÍLIA – O Judici-ário está atrasadomeio século, adver-tiu a nova correge-dora nacional deJustiça, Eliana Cal-

mon, em visita ao Tribunal RegionalFederal da 3ª Região, onde foi lançadoo projeto “Mutirão Judiciário”, na ex-pectativa de julgar 81 mil processosem seis meses. Isso significa 70% deprocessos pendentes no TRF-3, cujajurisdição abrange os Estados de SãoPaulo e Mato Grosso do Sul. A minis-tra destacou, contudo, que apenas re-petir a fórmula de fazer mutirão judici-al pouco adianta, seria como “enxugargelo”, e criticou asperamente a lenti-dão dos trâmites, provocada muitasvezes por detalhes apenas prote-latórios. Eliana Calmon ressaltou queos campeões do travamento processu-al são casos previdenciários e tributá-rios. Havendo reivindicações iguais,basta uma decisão para colocar fim no

trâmite de muitos processos: “Essetipo de processo já está com tesesedimentada, existe apenas a verifica-ção da situação fática de cadabeneficiário e aí a aplicação da tese.”Adotando esse critério, o presidente daCorte, Roberto Haddad, acredita que otribunal como um todo irá “desafogar”as prateleiras de processos: “Estamosotimizando a organização dos proces-sos dentro dos gabinetes, para fazer atriagem logo à hora da chegada decada um, criando novos métodos degestão.” Segundo Haddad, há proces-sos que tramitam de uma a duas déca-

das, e o ideal seria que esse tempo nãoultrapassasse a um ano, em média. E éexatamente isso que a nova corre-gedora do CNJ pretende. “Temos demudar o ritmo, como se fosse umaoperação de guerra”, disse ElianaCalmon. Ela batizou essa nova tentati-va de “Justiça em Dia”. Segundo a mi-nistra, é preciso abandonar o modeloque ela chama de “justiça arte-sanal”,ou seja, “julgamentos longos, discus-sões intermináveis sobre decisões quejá estão pacificadas com jurisprudênciaou súmulas vinculantes”.

A última pesquisa do Conselho Nacio-nal de Justiça revela dados preocupantes(ver(ver(ver(ver(ver “Hic et Nunc” na página 12“Hic et Nunc” na página 12“Hic et Nunc” na página 12“Hic et Nunc” na página 12“Hic et Nunc” na página 12) so-bre a atual situação do Judiciário brasilei-ro. Coincidentemente, no mesmo dia emque a ministra disse isso, o reitor da Uni-versidade de São Paulo, João GrandinoRodas, ex-diretor da Faculdade de Direi-to, afirmou que vários cursos (não dissequais) serão reformulados, porque “não épossível que continuem como eram na

época de dom Pedro I”. Entre os sinto-mas de uma Justiça que não consegueser distribuída, aparecem dois em desta-que: sentenças raras em casos de lava-gem de dinheiro, marca registrada dacorrupção, e a impunidade dominantenos episódios que envolvem exploraçãosexual de crianças e adolescentes. Amaior parte das condenações definitivasestá concentrada nos processos relacio-nados ao tráfico de drogas, embora oavanço do consumo das pedras de crackcontinue devastador em todo o País,onde proliferam as chamadas “cra-colândias”, deprimente espetáculo for-mado por zumbis dependentes químicos,que vagam sem destino pelas ruas.

Eliana Calmon lançou um olhar inte-ressado e interessante sobre o proble-ma. Diagnosticados em números, os pro-blemas da Justiça precisam ser vistosoperacionalmente, revendo métodos edinâmicas. É uma espécie de advertên-cia interna da ministra, que pode ter ex-celentes reflexos na sociedade.B

BEdgard Catão

Ministra Eliana Calmon e Roberto Haddad

22 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO OUTUBRO DE 2010

JUDICIÁRIO - 2

RASÍILIA – Nos pro-cessos de lavar dinhei-ro sujo, ou seja, de pro-cedência duvidosa emesmo criminosa, oCNJ acumula dados que

revelam a existência de 14.692 apreensõesem depósitos da Justiça ou da Polícia Fede-ral, retendo bens de valor estimado em R$224,5 milhões. Pior: conforme avaliação dopróprio Conselho, 98% de todos esses bensnão podem receber qualquer destinação,porque estão relacionados a processos nãoconcluídos. A lista de bens apreendidos écuriosa: vai de animais (11.599 cabeças degado, na maioria), passa por pedras e metaispreciosos (674), chega a computadores eacessórios (628) e contém imóveis, já avali-ados em R$ 174,9 milhões), aviões, barcos,automóveis e dinheiro.

Não existe estrutura para administraçãode todos esses bens. A maioria se deteriora,perde valor na hora dos arremates em rarosleilões. “O juiz não pode ser um administra-dor de bens. É um absurdo. Não tem verba enão há funcionário. A alienação deve ser an-tecipada, para que os bens perecíveis mante-nham o valor”, desabafou o ministro GilsonDipp, antecessor de Eliana Calmon na Cor-regedoria Geral.

A lei, criada com a pretensão de punir ocrime de lavagem de dinheiro, tem 12 anos,mas ao longo de mais de uma década apenas17 processos chegaram à obter o trânsitoem julgado. A lei prevê a existência de umcrime anterior. As autoridades demonstramdificuldades em detectar essa origem. Con-forme os dados disponíveis, ainda relativos a2009, varas federais e estaduais acumula-vam 905 inquéritos e 355 ações penais so-bre lavagem de dinheiro. Resultado desseacervo: 111 julgamentos. Já nos tribunais(de Justiça ou regionais federais) foram jul-gadas 607 ações e 539 estavam pendentes.

Quanto às condenações até 2009, sabe-se que estavam em curso nas varas especi-alizadas da Justiça Federal 112 ações. Ses-senta e três delas foram julgadas, das quais39 com condenações e 24 absolvições. Ascondenações atingiram a 45 pessoas, o que,apesar de tudo, representou mais do que odobro em relação a 2008.

Quando acontece uma condenação em ins-tância de primeiro grau, a decisão pode serconsiderada quase uma ficção fantástica, por-que os réus possuem condição financeira parater acesso ao tribunal no Estado e, se for ocaso, apelar ao STJ e até ao STF. A realidadenão fictícia: é difícil colocar um ponto final noprocesso. Só em 2009, havia sete recursosdesse tipo no STJ, à espera de julgamento.

Apesar de tudo, o Judiciário equipou-secom 22 varas especializadas em lavagem dedinheiro em 15 Estados, onde atuam 36 ma-gistrados. O número considerado ideal seriade dois juízes para cada vara especializada.Dois Estados apresentam mais condições deestrutura: São Paulo e Rio de Janeiro.

Um dos grandes reflexo dessa lentidão jáfoi constatado pelo CNJ em vários pontosdo País, onde outros tipos de processo e aterrível situação do sistema carcerário mos-tram situações lamentáveis. Foi, por exem-plo, o que se viu numa cadeia de Tocantinó-polis, a 700 quilômetros de Palmas. Inspe-tores do CNJ encontraram presos dormindoao ar livre, um deles amarrado com corda a

uma árvore. “Lembra cenas da Idade Mé-dia. Amarrar alguém a uma árvore paramantê-lo preso no cumprimento de ordemjudicial é uma atitude inominável que nosremete à barbárie”, criticou asperamente opresidente do STF, ministro Cezar Peluso.Ainda em Tocantins, o juiz Carlos Ritzmann,coordenador da inspeção do CNJ, ouviu oclamor de presos em Porto Nacional. “Estámuito abafado. Muito cheio. A gente nãoconsegue nem respirar”, disse um preso aojuiz, misturado entre dezenas de corpos,pedindo simplesmente água, oxigênio e luz.A maioria desses presos é pobre, negra esem escolaridade. O perplexo juiz Ritzmannveria, ainda, outra cena dantesca em Tocan-tinópolis: por falta de vagas nas celas, novepresos dormiam sob um pé de acerola.

A Justiça fica travada, também, no cená-rio do tráfico de drogas, onde em vários pon-tos do País a situação já parece ter ficadofora de controle. Os traficantes, cada vezmais, são expoentes do crime organizado.As últimas informações, fornecidas pela Se-cretaria Nacional de Segurança Pública, etambém as pesquisas da Universidade Fede-ral de São Paulo, indicam que está sendo es-timado em 1 milhão o número atual de de-pendentes de crack no País. E mais: cercade 1/3 dos consumidores da droga perde avida nos primeiros cinco anos da dependên-cia. Mais de 1/3 continuam sendo dependen-tes por mais dez anos, e todos os casos regis-trados no Brasil (posse, uso e tráfico ), 63%aconteceram na região Sudeste. São Pauloentrou com 41% nessa estatística; 3 de todosos usuários, 10% registram passagens porpresídios e envolvimento com crimes.

Ao mesmo tempo, o STF decidiu, por seisvotos a quatro, que é inconstitucional umaparte da nova Lei 11.343, sobre drogas,editada em 2006, alterando dispositivos daLei 6.368, de 1976, que proibia a aplica-ção de penas alternativas para traficantes.Os ministros do STF decidiram que cabeexclusivamente ao magistrado determinarse aplica pena de prisão ou pena restritivade direito aos acusados de traficar drogas.Essa questão jurídica envolve basicamenteo crivo judicial sobre traficantes considera-dos de menor porte.

Num caso concreto, o gaúcho AlexandreMariano da Silva foi condenado a dois anosde prisão por ter sido flagrado com 13,4gramas de cocaína. Em habeas corpus en-dereçado ao STF, ele pleiteou o direito derecorrer da pena em liberdade, reivindican-do simultaneamente que sua pena fosseconvertida em algum tipo de pena alternati-va, argumentando que dispositivo específi-co da atual lei antidrogas fere o princípiode individualização da pena quando nãopermite que cada caso sobre drogas possaser analisado individualmente. Na decisãosobre este caso, cinco ministros acataram atese. Joaquim Barbosa, Ellen Gracie, Mar-co Aurélio Mello e Joaquim Barbosa nãoconcordaram, entendendo que o tráficoexige tratamento diferenciado, por ser cri-me de “extrema gravidade”.

Com relação a exploração sexual demenores, desde o ano passado existe umaprevisão legal mais rigorosa para quemfazer sexo, mediante pagamento, ou prati-car atos libidinosos com menor de 18 anosde idade. Trata-se do favorecimento àprostituição de vulnerável, que no artigo218-B pune com pena que vai de quatro adez anos de prisão. O Estatuto da Criançae do Adolescente já fazia previsões nessesentido, mas por haver divergência jurídi-ca para interpretá-las o Congresso optoupara explicitar penas endereçadas a cafe-tões, clientes e donos de motéis. As trêscidades onde se faz o maior número dedenúncias a respeito são Rio de Janeiro,Fortaleza e Manaus, segundo a Secretariade Direitos Humanos da Presidência daRepública. Essas denúncias resultaram em16 processos, correspondentes a 10%dos casos denunciados. As sentenças judi-ciais não passaram de 3%. No Rio de Ja-neiro, não havendo vara especializada emcrimes contra crianças e adolescentes (sóexiste para menores infratores), a situa-ção não é melhor. “A exploração sexual éum crime impune, porque o aparelho judi-cial não está preparado para receber essetipo de denúncia e, sem instrumentos, nãohá como punir”, admite o desembargadorSiro Darlan, do TJ-RJ, ex-juiz da Infânciae da Juventude. (PSPSPSPSPS)

juiz Fausto de Sanctis, da JustiçaFederal em São Paulo, visto em se-

tores de Cortes superiores como impetuo-so e que dribla regras processuais, foi tra-tado como um Quixote a ser abatido poralguns entrevistadores do programa“Roda Viva”, da “TV Cultura”. No pro-grama, tentaram impingir que ele haveriaatropelado até o STF. Pacientemente, ex-plicou que não era verdade, dando umaaula sobre como se conduz uma investiga-ção sigilosa com segredos de Justiça e asburlas do escapismo em recorrer à Cortesuperior para obrigá-lo a revelar conteú-do de informações sobre apurações emcurso. Revelou a estratagema, o que écompletamente diferente de sonegar da-dos sobre notórios e impunes criminososdo colarinho branco.

Para Edil Batista Junior, procuradordo Banco Central do Brasil, “consoantecom a crítica à natureza plástica do Direi-to, nada há mais comprometedor para aordem jurídica do que a variação dos jul-gados. Nesse estado de coisas desapare-ce a segurança e os indivíduos ficam àmercê dos entendimentos pessoais: cadacabeça se torna uma sentença e a admi-nistração da Justiça abandona o dado le-gal em função da álea”. Álea vem do La-tim alea, dado de jogar, e pode ser usadapara definir o pêndulo entre lucrar e orisco de perder. Daí a expressão alea jac-ta est, a sorte está lançada, atribuída aJúlio César em 49 aC. Segundo o procu-rador “o processo passa a ser uma lote-ria judicial”. Para o procurador do BC, olegislador dos séculos 18 e 19 não toleroua pluralidade de compreensões do fenô-meno jurídico: ”Evidenciou-se uma radi-cal redução de discricionariedade inter-pretativa proporcionada pela promulga-ção de uma legislação pretensamenteperfeita que, de tão clara e evidente, nãoapenas dispensou, senão proibiu a inter-pretação por parte dos juízes. A tarefadesses profissionais passou a se limitar adeterminar o alcance da norma, não maiso seu conteúdo.” Para o procurador, “é aliberdade de que deve dispor o juiz que lhepermite dar ao problema jurídico umaresposta que se aproxime de valores éti-cos, por meio de atitudes prudentes de umprofissional social e politicamente engaja-do”. A “loteria judicial”, segundo ele, seriaaquela que “proporciona às partes encon-trarem juízes que tenham compromissos coma ética do bem, e não apenas com a letra friada lei”. Sanctis não está sozinho: atacadojuridicamente no Planalto, recebeu apoio naplanície, dentro do próprio TRF-3 e no Mi-nistério Público Federal. Chegou a recusaruma promoção a que tinha direito, para nãose afastar dos processos.

Diante dos interesses em jogo, explicitadopor gente interessadíssima na manutençãodo status quo, e também, de pessoas preocu-padas em alterar esse ritmo protelatório elento, a Justiça esboça sinais de reação,principalmente em termos de mentalidade in-conformada. E a Academia, de igual modo,também ensaia uma reviravolta curricularpara formar bacharéis que alimentem vonta-de de dizer o Direito e distribuir a Justiça,não se contentando, apenas, em desfrutarde um emprego bem remunerado. (PSPSPSPSPS)B

PLentidão e absurdos Vontade de

dizer o DireitoO

23OUTUBRO DE 2010 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

JUDICIÁRIO - 3

epois de 127 dias deparalisação, (come-çou dia 28 de abril eterminou dia 2 desetembro), os servi-dores do Judiciário

paulista ameaçam deflagrar nova greve,em março de 2011. De acordo com opresidente da Associação dos Servidoresdo TJ-SP (Assetj), José Gozze, tudo de-penderá da reunião marcada para o dia6, quando a entidade se reunirá com aComissão de Negociação Salarial paradiscutir o orçamento e verificar a possi-bilidade de reposição das perdas.

Os serventuários reivindicaram rea-juste de 20,16%, mas obtiveram apenas4,77%, válidos para janeiro de 2011. Oíndice, que pode ser retroativo a marçode 2010 (data-base da categoria), estásujeito à aprovação do orçamento pelaAssembleia Legislativa. O TJ-SP tam-bém atendeu o pedido de implantação doPlano de Cargos e Carreiras.

Segundo a Assetj, durante a mobili-zação, 80% dos servidores cruzaram osbraços na Capital e 30% no interior. De

Servidores podem parar em março de 2011

acordo com a entidade, nos “momen-tos de pico”, a adesão chegou a 50%.

O desembargador Antonio CarlosMalheiros, presidente da Comissão deNegociação Salarial, considera as rei-vindicações justas. Disse que apesarde haver decisões do STF impedindoque o governador reduza o orçamento,quando o governo tem uma bancadamajoritária na Assembleia, o corte éefetivado. “Venho defendendo a auto-nomia financeira do Poder Judiciário.Não queremos depender do Executivo,

pois esta situação nos deixa frágeis,semelhantes a uma secretaria do Po-der Executivo. Queremos administrarnossas próprias verbas”, afirmou.

Foi a greve mais longa da históriado Judiciário. A de 2004 durou 91 dias.O vice-presidente da OAB-SP, Marcosda Costa, estima que “a paralisaçãoatrasou o andamento dos processosem um ano e meio, tendo represado400 mil feitos novos”. Informou que130 mil audiências tiveram problemas,incluindo processos que não foram a

julgamento, além das 380 mil senten-ças não-prolatadas ou não-cumpridaspor falta de publicação. Durante a gre-ve, o presidente da OAB-SP, Luiz Flá-vio Borges D’Urso, chegou a pedir asuspensão dos prazos processuais,mas o TJ-SP entendeu que as solicita-ções deveriam ser locais, já que o mo-vimento não atingiu todas ascomarcas.

Segundo Marcos, os fóruns maisatingidos concederam a suspensão.Explicou que o advogado que foi preju-dicado, em comarcas onde não houvesuspensão, precisará requerer a devo-lução do prazo, demonstrando o preju-ízo causado pela paralisação.

Quanto à possibilidade de uma novaparalisação, tanto o presidente da Co-missão Salarial, quanto o vice da OAB-SP estão apreensivos. Malheiros disseque a situação traria sérios prejuízosaos jurisdicionados, advogados, servi-dores e ao próprio TJ que teria a repu-tação abalada. Para Marcos da Costa,seria um “verdadeiro desastre” para oJudiciário paulista.B

DSylvio Micelli

Segundo a Assetj, nos “momentos de pico”, a adesão chegou a 50%.

24 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO OUTUBRO DE 2010

JUAREZ DE OLIVEIRA Advogado em São Paulo.

[email protected]

AAAAACORDOSCORDOSCORDOSCORDOSCORDOS/C/C/C/C/CONVENÇÕESONVENÇÕESONVENÇÕESONVENÇÕESONVENÇÕES/T/T/T/T/TRATADOSRATADOSRATADOSRATADOSRATADOS — Decreton° 7.263, de 12/8/2010 (“DOU” de 13/8/2010), promulga o acordo entre o governo daRepública Federativa do Brasil e o governo daRepública Unida da Tanzânia sobre o exercí-cio de atividade remunerada por parte de de-pendentes do pessoal diplomático, consular,militar, administrativo e técnico, firmado emDar es Salaam, em 22/8/2008.

Decreto n° 7.252, de 2/8/2010 (“DOU”de 3/8/2010), promulga o acordo entre ogoverno da República Federativa do Brasile o governo da Nova Zelândia sobre umPrograma de Férias e Trabalho, firmadoem Auckland, em 28/8/2008.

Decreto n° 7.251, de 2/8/2010 (“DOU”de 3/8/2010), dispõe sobre a execução do71° protocolo adicional ao Acordo de Com-plementação Econômica nº 18 (71PA-ACE18), assinado entre os governos da Re-pública Argentina, da República Federativado Brasil, da República do Paraguai e da Re-pública Oriental do Uruguai, em 19/5/2010.

Decreto n° 7.250, de 2/8/2010 (“DOU”de 3/8/2010), dispõe sobre a execução do69° protocolo adicional ao Acordo de Com-plementação Econômica nº 18 (69PA-ACE18), assinado entre os governos da Re-pública Argentina, da República Federativado Brasil, da República do Paraguai e da Re-pública Oriental do Uruguai, em 19/5/2010.

Decreto n° 7.249, de 2/8/2010 (“DOU”de 3/8/2010), dispõe sobre a execução do70° protocolo adicional ao Acordo de Com-plementação Econômica n° 18 (70PA-ACE18), assinado entre os governos da Re-pública Argentina, da República Federativado Brasil, da República do Paraguai e da Re-pública Oriental do Uruguai, em 19/5/2010.

Decreto n° 7.248, de 2/8/2010 (“DOU”de 3/8/2010), dispõe sobre a execução do73° Protocolo Adicional ao Acordo de Com-plementação Econômica n° 18 (73PA-ACE18), assinado entre os governos da Re-pública Argentina, da República Federativado Brasil, da República do Paraguai e da Re-pública Oriental do Uruguai, em 19/5/2010.

Decreto n° 7.240, de 26/7/2010(“DOU” de 27/7/2010), promulga o acor-do, por troca de notas, entre o governo daRepública Federativa do Brasil e o governodo Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda

do Norte para o exercício de atividades re-muneradas por dependentes de pessoal di-plomático e consular, celebrado em Brasília,em 27/3/2007.

Decreto n° 7.239, de 26/7/2010 (“DOU”de 27/7/2010), promulga o ajuste comple-mentar ao Acordo para Permissão de Resi-dência, Estudo e Trabalho a Nacionais Fron-teiriços Brasileiros e Uruguaios, para pres-tação de serviços de saúde, firmado no Riode Janeiro, em 28/11/2008.

AAAAASSISTÊNCIASSISTÊNCIASSISTÊNCIASSISTÊNCIASSISTÊNCIA S S S S SOCIALOCIALOCIALOCIALOCIAL — Dereto n° 7.237, de19/7/2010 (“DOU” de 20/7/2010), regu-lamenta a Lei n° 12.101, de 27/11/2009,para dispor sobre o processo de certificaçãodas entidades beneficentes de assistênciasocial para obtenção da isenção das contri-buições para a seguridade social, e dá outrasprovidências.

C C C C CALAMIDADEALAMIDADEALAMIDADEALAMIDADEALAMIDADE P P P P PÚBLICAÚBLICAÚBLICAÚBLICAÚBLICA — Decreto n°7.257, de 4/8/2010 (“DOU” de 5/8/2010),regulamenta a Medida Provisória n° 494de 2/7/2010, para dispor sobre o Sistema

Nacional de Defesa Civil (Sindec), sobre oreconhecimento de situação de emergênciae estado de calamidade pública, sobre astransferências de recursos para ações desocorro, assistência às vítimas, restabele-cimento de serviços essenciais e reconstru-ção nas áreas atingidas por desastre.

C C C C CÓ D I G OÓ D I G OÓ D I G OÓ D I G OÓ D I G O D OD OD OD OD O C C C C CO N S U M I D O RO N S U M I D O RO N S U M I D O RO N S U M I D O RO N S U M I D O R — Lei n°12.291, de 20/7/2010 (“DOU” de 21/7/2010), torna obrigatória a manutençãode exemplar do Código de Defesa doConsumidor nos estabelecimentos comer-ciais e de prestação de serviços.

CCCCCOMPETIÇÕESOMPETIÇÕESOMPETIÇÕESOMPETIÇÕESOMPETIÇÕES D D D D DESPORTIVASESPORTIVASESPORTIVASESPORTIVASESPORTIVAS – V – V – V – V – VIOLÊNCIAIOLÊNCIAIOLÊNCIAIOLÊNCIAIOLÊNCIA —Lei n° 12.299, de 27/7/2010 (“DOU” de28/7/2010), dispõe sobre medidas de pre-venção e repressão aos fenômenos de vio-

lência por ocasião de competições esporti-vas; altera a Lei n° 10.671, de 15/5/2003;e dá outras providências.

D D D D DEFICIENTESEFICIENTESEFICIENTESEFICIENTESEFICIENTES — Decreto n° 7.235, de 19/7/2010 (“DOU” de 20/7/2010), regula-menta a Lei n° 12.190, de 13/1/2010, queconcede indenização por dano moral às pes-soas com deficiência física decorrente do usoda talidomida.

EEEEENERGIANERGIANERGIANERGIANERGIA E E E E ELÉTRICALÉTRICALÉTRICALÉTRICALÉTRICA — Decreto n° 7.246,de 28/7/2010 (“DOU” de 29/7/2010), re-gulamenta a Lei n° 12.111, de 9/12/2009,que dispõe sobre o serviço de energia elétri-ca dos sistemas isolados, as instalações detransmissão de interligações internacionaisno Sistema Interligado Nacional (SIN), e dáoutras providências.

EEEEENSINONSINONSINONSINONSINO M M M M MÉDIOÉDIOÉDIOÉDIOÉDIO — Lei n° 12.306, de 6/8/2010 (“DOU” de 9/8/2010), dispõesobre a prestação de apoio financeiropela União aos Estados e ao Distrito Fe-deral, institui o Programa Especial deFortalecimento do Ensino Médio, para oexercício de 2010.

IIIIIGUALDADEGUALDADEGUALDADEGUALDADEGUALDADE R R R R RACIALACIALACIALACIALACIAL — Lei n° 12.288, de20/7/2010 (“DOU” de 21/7/2010), instituio Estatuto da Igualdade Racial; altera asLeis n°s 7.716, de 5.1.1989, 9.029, de 13/4/1995, 7.347, de 24/7/1985, e 10.778, de24/11/2003.

IIIIINSTRUTORNSTRUTORNSTRUTORNSTRUTORNSTRUTOR DEDEDEDEDE T T T T TRÂNSITORÂNSITORÂNSITORÂNSITORÂNSITO — Lei n° 12.302,de 2/8/2010 (“DOU” de 3/8/2010), regula-menta o exercício da profissão de Instrutorde Trânsito.

PPPPPREVIDÊNCIAREVIDÊNCIAREVIDÊNCIAREVIDÊNCIAREVIDÊNCIA S S S S SOCIALOCIALOCIALOCIALOCIAL - A - A - A - A - ABONOBONOBONOBONOBONO — Decreton° 7.264, de 12/8/2010 (“DOU” de 13/8/2010), dispõe sobre a antecipação doabono anual devido aos segurados e de-pendentes da Previdência Social, no anode 2010.

RRRRRESÍDUOSESÍDUOSESÍDUOSESÍDUOSESÍDUOS S S S S SÓLIDOSÓLIDOSÓLIDOSÓLIDOSÓLIDOS — Lei n° 12.305, de 2/8/2010 (“DOU” de 3/8/2010), institui aPolítica Nacional de Resíduos Sólidos; alte-ra a Lei n° 9.605, de 12/2/1998.B

CCCCCRIANÇASRIANÇASRIANÇASRIANÇASRIANÇAS————— A Lei n° 12.303, de 2/8/2010 (“DOU” de 3/8/2010), torna obrigatória arealização gratuita do exame denominado emissões otoacústicas evocadas, em todos oshospitais e maternidades, nas crianças nascidas em suas dependências.

25OUTUBRO DE 2010 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

GENTE DO DIREITONana Nassif, advogada,

designer de moda,bailarina e atriz

Nana Nassif, uma das bailarinas doPrograma “Domingão do Faustão” na‘TV Globo”, é uma jovem de múltiplasprofissões, que ficou mais conhecidapor ter participado da “Dança dosFamosos” ao lado de André Arteche.Com apenas 28 anos, acumulaexperiências de advogada, designerde moda, bailarina e atriz.A incursão pelo mundo da dançacomeçou aos seis anos, quandoentrou para a Academia de DançaLúcia Toller em Brasília, ondemorava. Aos 10, mudou-se com afamília para o Rio de Janeiro, ondepassou a estudar jazz, balé esapateado no Estúdio de Dança SôniaMiranda. Mais tarde, foi para aEscola de Dança Maria Olenewa edepois para o Centro de Artes Nós daDança, que deixou aos 18 anos,quando entrou para o curso de Direitona Faculdade Cândido Mendes (RJ).Durante a graduação estagiou naDefensoria Pública do Estado do Riode Janeiro; depois, no escritório

Andrade D´Oliveira AdvogadosAssociados e mais tarde, no Bndes.Concluiu o bacharelado em Direito em2005 e foi estudar no CEJ - Centro deEstudos Jurídicos, (entidade queprepara alunos para concursos nasáreas municipal, estadual e federal, emantém convênio com a UniversidadeCatólica de Petrópolis, o que dá aos Raquel Santos

Ana Cláudia UtumiSócia do TozziniFreire Advogados foi no-

meada para o Comitê Cientifico Perma-nente da International Fiscal Association.

Ana Paula GomesÉ a nova sócia do Tostes & Coimbra.

Eduardo Damião GonçalvesÉ o novo sócio do Mattos Filho, Veiga Fi-

lho, Marrey Júnior e Quiroga Advogados.

Fernanda Assis SouzaÉ a nova sócia do Chenut Oliveira Santiago.

João Paulo Fernandes Pontes Tomou posse como desembargador do TJ-RJ.

Sandra Maria Galhardo EstevesTomou posse como desembargadora do TJ-SP.B

bacharéis de Direito a possibilidadede cursar a pós-graduação latosensu em Direito Público ou DireitoPrivado). A meta de Nana era prestarconcurso público, mas conheceu umagente de modelos que a convidoupara participar de um teste queselecionaria jovens para o grupo debalé do “Programa do Faustão”. Foiaprovada e começou a trabalhar naTV Globo em 2006. No ano seguinte,iniciou a Faculdade de Moda(bacharelado em Design e habilitaçãoem Moda). Concluiu em julho de 2010,com nota 10 na monografia.Além de trabalhar com oapresentador Fausto Silva, NanaNassif é atriz e já participou devárias novelas. Atualmente fazestágio na área de figurino da “RedeGlobo”. O objetivo é tornar-sefigurinista. Disse que não pensa emadvogar, “nem quando tiver maisidade. Se nada der certo, volto aestudar para concurso”, finalizou.B

Paula Giolito

26 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO OUTUBRO DE 2010

TRABALHO

Justiça do Traba-lho é incompetentepara julgar açõessobre indenizaçãopor danos morais emateriais contra

advogado que tenha deixado de pra-ticar ato processual no prazo, ge-rando prescrição da ação trabalhis-ta. O entendimento da Primeira Tur-ma do TST corrobora a decisão doTRT-12, que negou provimento aorecurso de um trabalhador que pe-dia a condenação de um advogadopara ressarcir-lhe o prejuízo.

O trabalhador contratou o profissi-onal para ajuizar ação reivindicandoo recebimento de verbas trabalhistas,mas o advogado perdeu o prazo parainiciar o processo e a ação foi consi-derada prescrita. O cliente impetrouação contra o advogado, reivindican-do indenização por perdas e danos.O TRT-12 (SC) declarou a JustiçaTrabalhista incompetente para julgara ação. No recurso ao TST, o traba-lhador argumentou que o TRT teriaviolado o artigo 114 da Constituição,que prevê que a Justiça do Trabalhoé competente para processar e jul-gar as ações oriundas das relaçõesde trabalho.

O ministro do TST e relator,Walmir Oliveira da Costa, afirmounão se tratar de relação de trabalhoou emprego, mas de relação civil deconsumo disciplinada pelo CDC, queenvolve prestação de serviços pro-fissionais. Lembrou, ainda, que oSTJ (que detém a autoridade consti-tucional para julgar conflito de com-petência), tem entendido que compe-te à Justiça comum processar e jul-

JT incompetente para julgar advogadogar ações de indenização por danosmaterial e moral decorrente de res-ponsabilidade civil de advogado.(AIRR-102140-63.2005.5.12.0007)BA

diretora do Departamento deNormas da Organização Inter-

nacional do Trabalho (OIT), CleopatraDoumbia-Henry, criticou a exigênciade testes de HIV na seleção de em-pregos no Brasil. Segundo ela, os exa-mes, se realizados, devem ser volun-tários. Ela lembrou que OIT buscagarantir o direito do trabalhador aorespeito e privacidade.

A recomendação serve como su-gestão para criação de leis e políti-cas públicas relacionadas ao traba-lho, e abrange trabalhadores for-mais ou informais, aprendizes ouestagiários, afastados ou licencia-dos. Estão inclusos, também, ostrabalhadores das forças militarese policiais. No Brasil, a norma rati-fica portaria do Ministério do Tra-balho, de 31 de maio deste ano,proibindo as empresas de subme-terem trabalhadores a exames deHIV, direta ou indiretamente, naadmissão, mudança de função, ava-liação periódica, demissão ou re-torno ao trabalho.

A OIT e o Ministério Público doTrabalho (MPT) assinaram, emBrasília, protocolo visando qualifi-car os procuradores em relação àsnormas e convenções que tratamdos princípios e direitos fundamen-tais do trabalho.B

OIT condenaexame anti-HIV

N

Dano estéticoA Usina Central do Paraná S.A. terá de

pagar R$ 20 mil de indenização por danomoral e estético a um ex-empregado queteve parte de dois dedos amputados duranteo trabalho. A Segunda Turma do TST negouagravo da empresa, que pretendia rediscutira indenização e o valor determinado pelaVara do Trabalho de Porecatu, no Paraná emantido pelo TRT-9 (PR). Para o tribunal,as provas do processo demonstraram que oempregador “concorreu com culpa no aci-dente”, por ter sido omisso quanto as medi-das preventivas de segurança. (AIRR –99.520/2006-562-09-40.8)

IntrajornadaUma ex-empregada do Banco Interame-

ricano, que reclamava na Justiça do Traba-lho o direito a 15 minutos de intervalo intra-jornada (para descanso e refeição) contra os60 diários concedidos pela empresa, teve orecurso negado no TST. Ela pedia o paga-mento da diferença decorrente da extensão,alegando que permanecia no local de traba-lho além dos 15 minutos, à disposição doempregador. Para a Segunda Turma, o ban-

co não pode ser penalizado por cumprir a leique beneficia os empregados. (RR-186/2002-043-15-00.3)

“Recuperação térmica”A Quinta Turma do TST rejeitou recurso

da Marfrig Alimentos S.A. (empresa goianaprodutora de carne bovina) apelando contraa decisão do TRT-18 (GO), que reconheceuo direito de uma ex-empregada de recebero “adicional de recuperação térmica”. O be-nefício, previsto na CLT, estabelece interva-lo de 20 minutos para 1h40 de serviço con-tínuo em câmara frigorífica. A Vara do Tra-balho de Mineiros (GO) já havia acatado opedido da trabalhadora. O TRT manteve adecisão, o que motivou a empresa a apelarao TST. (RR-1119/2008-191-18-00.7)

Ação rescisóriaA Subseção Especializada em Dissídios

Individuais (SDI-2) do TST reduziu o valordas custas processuais em ação rescisória doBanco do Brasil S.A.. A maioria dos minis-tros concluiu ser indevida a fixação das cus-tas com base no valor da execução, determi-nado pelo TRT-15 (Campinas-SP), pois aempresa não impugnou o valor atribuído àcausa na inicial do processo (R$ 10 mil). Deacordo com o relator, ministro Renato deLacerda Paiva, os tribunais superiores con-solidaram entendimento de que o valor seriao mesmo da ação principal, atualizado. Eleexplicou que o valor da causa não pode serestabelecido de forma arbitrária e deve re-fletir o que está sendo pedido economica-mente. O ministro enfatizou que se não hou-ve impugnação por parte do banco em rela-ção ao valor atribuído à causa na inicial, ascustas da ação rescisória deveriam ser asmesmas da inicial e não incidir sobre o valorda execução, como arbitrado pelo TRT.(ROAR-879/2002-000-15-00.8)

VínculoA Sexta Turma do TST manteve decisão

do TRT-3 (MG) que não reconheceu o vín-culo empregatício de RPR, ex-diretor detecnologia da Primassist S.A., por não tersido comprovado que foi contratado comofuncionário. Tanto no TST quanto no TRT,prevaleceu o entendimento de que ele foisócio da empresa, já que tinha poderes paraadmitir e dispensar funcionários, além deadministrar o negócio. (AIRR-70/2003-104-03-40-0).B

MotoristaA Terceira Turma do TST ratificou

sentença do TRT-3 (MG) condenando aJK Transportes Rodoviários e a Belgo Si-derúrgica (por responsabilidade solidá-ria) a pagarem indenização por dano mo-ral a um motorista que perdeu parcial-mente a visão durante o transporte deuma carga de cal. O acidente ocorreu em2000, quando o motorista tinha 19 anosde idade, fator que pesou na decisão dosministros de rejeitar o recurso das em-presas. (RR-988/2005-109-03-00.9)

27OUTUBRO DE 2010 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

TRABALHO

Primeira Turma doTST considerou in-tempest ivo ( forade prazo) recursodo Un ibanco re -gistrado no Proto-

colo Avançado do Shopping Rio Sulcom 26 minutos de atraso. O ex-pediente da unidade é das 15 às20 horas e o documento foi pro-tocolado às 20h26.

O banco havia recorrido ao TSTcontra decisão favorável a um ex-fun-cionário que discute prescrição, e re-clama horas extras e complemen-tação de aposentadoria. O relator,ministro Walmir Oliveira da Costa,disse que, embora o atraso tenha si-do de poucos minutos, o banco nãodemonstrou fato relevante que justifi-casse o atraso. A votação pela in-tempestividade foi unânime. (RR-167900-63.2006.5.01.0060).B

Banco atrasa26’ e perde

recurso

A

FisioterapeutaA Primeira Turma do TST ratificou en-

tendimento do TRT-24 (MS) rejeitando re-curso de uma ex-empregada da Seara Ali-mentos, que pedia estabilidade provisóriapor doença profissional. Ela alegou que asatividades desempenhadas causaram-lhe Dis-túrbios Osteomusculares Relacionados ao

PDVA Quinta Turma do TST reformou deci-

são do TRT-SP negando equiparação sa-larial reivindicada por um ex-empregadoda Eletropaulo Metropolitana Eletricida-de de São Paulo. O tribunal havia declara-do o processo extinto, por entender que aadesão do funcionário ao programa de in-centivo à aposentadoria da empresa tinhaefeito de “coisa julgada”. A Turma deter-minou o retorno dos autos ao TRT-2 parajulgamento do pedido do trabalhador, porentender que adesão ao PDV não impederecebimento de outros créditos salariais.(RR-25952/2002-902-02-00.1)

Trabalho (Dort). Como no TRT, a Turmaverificou que o laudo pericial foi emitido porum fisioterapeuta e não por médico especi-alizado. Os ministros constataram, ainda,que o documento, baseado apenas nas quei-xas da trabalhadora, estava fora dos parâ-metros técnicos determinados pelo INSS.(AIRR e RR - 56.846/2002-900-24-00.7)

DeficienteA Oitava Turma do TST acatou recurso

de um deficiente físico (demitido sem justacausa pela Telemar Norte Leste S.A., deSergipe), e determinou o retorno do proces-so ao tribunal regional para nova decisão. Ofuncionário, admitido em 1994, foi dispensa-do em 2002, mas a empresa não o substituiupor outro empregado em condições físicasidênticas (como determina o Termo de Ajus-te de Conduta assinado perante o MPT). Di-ante da exigência legal, a empresa teve dereintegrá-lo, 11 dias depois. As inúmerasfaltas para tratamento e a licença médica de15 dias levaram a empresa a demiti-lo nova-mente, gerando nova ação trabalhista. O pe-dido de reintegração foi negado ao deficienteem primeiro grau. A decisão foi confirmadapelo TRT-20 (SE) e reformada pelo TST.(RR-258/2005.001.20.00-6)

Taxa de conciliaçãoA Primeira Turma do TST rejeitou agra-

vo de instrumento de Comissão Intersindicalde Conciliação Prévia contra decisão doTRT-11 (AM) que a proibiu de cobrar taxade conciliação da empresa Chibatão Navega-ção e Comércio Ltda.. A Turma concordoucom o acórdão do tribunal estadual, segun-

do o qual “faltava previsão em lei para a co-brança da taxa por conciliação frustrada”. Opacto firmado entre o sindicato e a empre-sa previa que se o acordo fosse “fecha-do”, a taxa seria paga pelo trabalhador; e,se a conciliação fosse frustrada, a empre-sa pagaria. O descumprimento do acordolevou a Comissão Intersindical a impetraração contra a Chibatão. (AIRR-10540/2007-004-11-40.6)

EstabilidadeTrabalhador dispensado na véspera de

registrar a candidatura como dirigente sin-dical não tem estabilidade no emprego. Comesse entendimento, a Quarta Turma do TSTacolheu recurso da Visam Segurança e Vigi-lância da Amazônia Ltda., contra decisão doTRT-11 (AM), determinando a reintegra-ção do empregado. A empresa alegou noTST, com sucesso, que o trabalhador regis-trou a candidatura após tomar conhecimentodo aviso prévio. (RR-1223/2007-003-11-00.8)

Horas extrasUm ex-empregado da Petrobrás, que du-

rante 15 anos recebeu horas extras, poste-riormente suprimidas por recomendaçãomédica, deverá receber 50% do total rei-vindicado na Justiça do Trabalho. A deter-minação é da Seção Especializada em Dissí-dios Individuais I (SDI-1) do TST que, entrea não concessão (por motivo alheio à vonta-de da empresa) e a concessão do total da in-denização pedida, optou por conceder o pa-gamento da metade do valor pleiteado. (E-ED-RR-1992/2003-005-21-00.0).B

28 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO OUTUBRO DE 2010

LAZER

À MARGEM DA LEI

rês advogados e trêsadministradores es-tavam viajando detrem para uma con-ferência. Na esta-ção, os três advo-

gados compraram um bilhete cada um,mas viram que os três administradorescompraram um.

- Como é que os três vão viajar só comum bilhete? — perguntou um dos advo-gados

- Espere e verá — respondeu um dosadministradores.

Todos embarcaram. Os advogados fo-ram para suas poltronas, mas os trêsadministradores se trancaram juntos nobanheiro.

Logo que o trem partiu,o fiscal foi recolheros bilhetes. Bateu na porta do banheiro:

T

*Extraído do site contextojuridico.com.br/humor

- O bilhete, por favor. A porta abriu só uma frestinha e ape-

nas uma mão entregou o bilhete. O fiscalpegou e foi embora.

Os advogados viram e acharam a ideiagenial. Quando chegaram na estação, ahistória se repetiu: os administradorescompraram apenas um bilhete, e paraespanto deles, os advogados não com-praram nenhum.

- Mas, como é que vocês vão viajarsem passagem? — perguntou, perplexo,um dos administradores

- Espere e verá — respondeu um dosadvogados.

Todos embarcaram. Os administrado-res se espremeram dentro de um banhei-ro, e os advogados em outro banheiro aolado. O trem partiu.

Logo depois, um dos advogados saiu,foi até a porta do banheiro dos engenhei-ros, bateu e disse:

- A passagem por favor!B

Os advogados,os administradores ea viagem de trem*

LITERATURA

Os Dez Mandamen-tos do Caminho deSantiago de Composte-la, Renato Luiz Luca-telli Viana, Editora Pi-llares. O advogado Lu-catelli Viana é um dosgrandes entusiastas doCaminho de Santiago,tendo-o percorrido por10 Caminhos alternati-vos. Com tanta experi-ência, tenta mostrar asprincipais necessidadesque o futuro peregrino precisa conhecer para

desfrutar esta enigmática e surpreendenterota de fé e magia. “Algo que não tem apenasbase teórica, mas prática vivencial, de quemempreendeu a jornada de mais de 800 quilô-metros de Saint-Jean-Pied-de-Port, na Fran-ça, até a cidade de Santiago de Compostela,na Espanha, e, no caso dele, até Finesterre eMúxia”, afirma Edson Soares de Oliveira, pre-sidente da Associação dos Amigos de Santiagode Minas Gerais. Segundo o autor, “a simpli-cidade do livro será como o verdadeiro pere-grino, simples, humilde, vestido de um manto,que traduzirá a verdadeira humildade dentrode uma solidariedade, que é o verdadeiro obje-tivo do peregrino e da peregrinação”.B

CURSOS SEMINÁRIOS

DDDDDIREITOIREITOIREITOIREITOIREITO C C C C COMPARADOOMPARADOOMPARADOOMPARADOOMPARADO — — — — — O Centro de EstudosJudiciários do Conselho da Justiça Federal(CEJ/CJF), o Tribunal Regional Federal da 5ªRegião e a Escola de Magistratura Federal da5ª Região realizam dia 7, no plenário do TRF-5 (Ed. Ministro Djaci Falcão - Cais do Apolo–Recife-PE), o Curso de Direito ComparadoBrasil-Alemanha. O curso, com 300 vagas, édestinado exclusivamente a magistrados e con-vidados. Informações pelo telefone (0xx61)3022-7071 ou em [email protected]@[email protected]@[email protected]

DDDDDIREITOIREITOIREITOIREITOIREITO GV — GV — GV — GV — GV — Estão abertas até o dia 15 asinscrições para a Bolsa de Estudos “MárioHenrique Simonsen” de Ensino e Pesquisa da

Fundação Carlos Chagas em parceria com aDireito GV. Serão cinco bolsas no valor mensalde R$ 1.400,00 e destina-se ao curso de mes-trado em Direito e Desenvolvimento da DireitoGV. Informações em www.fgv.br/vestibula-res.br, [email protected] ou pelo telefone(0xx11) 3799-3483.

DDDDDIREITOIREITOIREITOIREITOIREITO I I I I INSTRUMENTALNSTRUMENTALNSTRUMENTALNSTRUMENTALNSTRUMENTAL — O Curso Praxis re-aliza dia 19 o curso “Atualização e Prática daAdvocacia – Curso de Direito Instrumental”.No dia 8, haverá uma aula magna e o sorteiode uma bolsa de estudos integral. Informaçõespelo telefone (0xx41) 3225-2965 ou emwww.cursopraxis.com.br.B

29OUTUBRO DE 2010 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

LAZER

GLADSTON MAMEDE*VALE A PENA

*Advogado em Belo Horizonte (MG)[email protected]

DICADICADICADICADICA::::: Não seNão seNão seNão seNão se “frita” uma boa“frita” uma boa“frita” uma boa“frita” uma boa“frita” uma boalinglinglinglinglinguuuuuiça suína defumada. Grelha-iça suína defumada. Grelha-iça suína defumada. Grelha-iça suína defumada. Grelha-iça suína defumada. Grelha-se. Pode-se até colocar na frigi-se. Pode-se até colocar na frigi-se. Pode-se até colocar na frigi-se. Pode-se até colocar na frigi-se. Pode-se até colocar na frigi-deira, sem nenhum óleo, e espe-deira, sem nenhum óleo, e espe-deira, sem nenhum óleo, e espe-deira, sem nenhum óleo, e espe-deira, sem nenhum óleo, e espe-rar esquentar. Mas apenas es-rar esquentar. Mas apenas es-rar esquentar. Mas apenas es-rar esquentar. Mas apenas es-rar esquentar. Mas apenas es-quentar: em menos de cinco minu-quentar: em menos de cinco minu-quentar: em menos de cinco minu-quentar: em menos de cinco minu-quentar: em menos de cinco minu-tos de exposição ao calor, deve-tos de exposição ao calor, deve-tos de exposição ao calor, deve-tos de exposição ao calor, deve-tos de exposição ao calor, deve-se servir, evitando que fique dura.se servir, evitando que fique dura.se servir, evitando que fique dura.se servir, evitando que fique dura.se servir, evitando que fique dura.

desafio foi feito pelo dr.Antônio Marcos Nohmi,diretor da Escola Supe-rior da Advocacia daOAB-MG: vinhos paraharmonizar linguiça de-

fumada com mandioca ou, como pre-ferem em outros Estados, macaxeira ouaipim. A linguiça suína defumada con-centra sabor e pede vinhos de frutapotente. Mas como é um prato rústico,deve-se usar vinhos jovens e de pou-ca complexidade.

Sunrise, cabernet sauvignon,2008, 13% de álcool, Vale Central,Chile (R$ 26,00). Rubi escuro,com reflexos violetas, com perfu-me de fumo de rolo, chocolateamargo, defumados, casca demaçã, amora madura e uma dis-

creta nota herbácea. Corpo médio, comfruta potente, taninos presentes, masmuito equilibrados, e referências abombom de cereja, capuccino e men-tol. Excelente retrogosto, com longapersistência. Vale a pena experimen-tar. Vendido em supermercados.

Terra Noble, vineyard selection,cabernet sauvignon, 2008, 14% deálcool, Vale do Colchágua, Chile(R$ 36,00). Retinto, perfumado agroselha, pimentão, chá preto,couro e defumados. Encorpado,cremoso, com taninos bem vivos.

Notas gustativas de geléia de amora,chocolate amargo, mate e herbáceo.Bom final de boca, de boa duração.Vendido pela Decanter ([email protected]).

La Posta (Pizzella Family Vi-neyard), malbec, 2006, 13,5% deálcool, Mendoza, Argentina (R$43,00). Violeta azulado, retinto,com aromas de café forte, tabaco,tostados, defumados, ameixas emcalda e framboesas. Encorpado,

com ótimo equilíbrio entre fruta e ma-deira, taninos harmônicos, elegância,evocando chocolate, morangos e cere-jas maduros. Ótimo retrogosto, de lon-

Linguiça e mandioca (aipim ou macaxeira)

ga persistência. Vale a pena adquiri-loe experimentar. Vendido pela Vinci Vi-nhos ([email protected]).

Bleasdale, shiraz (79%) e caber-net sauvignon (21%), 2004, 14%de álcool, Langhorne Creek,Austrália (R$ 65,00). Um vinhoencorpado, a começar pela corescura, que mancha a taça. Es-

truturado e com taninos bem vivos e mar-cantes. Aromas de pele de animais, carne,couro, pururuca, pó de café, ramagens, amo-ras e blackberry. Sabor de cereja, caféamargo, chocolate ao leite, pimentões.Ótimo retrogosto.

Misiones de Rengo, cuvée, caber-net sauvignon, 2006, 14% de álcool,Vale de Rapel, Chile (R$ 83,00).Embora apresente-se como varietal(produzido só com um típo de uva),é composto por 85% de cabernet sau-vignon, 8% de carmenere e 7% de

syrah. Rubi escuro, com perfume de ma-deira e couro crus, caramelo, marasqui-nos, amoras e cerejas. Corpo médio, cre-moso e com taninos domados, Tem frutapotente e madeira bem colocada. Vendi-do em delicatessens.B

OGladston Mamede

Mergulhar é hoje um esporte seguro.Rígidos protocolos para a formação deinstrutores e mergulhadores e para aprópria atividade do mergulho recreaci-onal, além de novas tecnologias dãoessa garantia. Mas, isso não afasta osabor da emoção e especialmente daaventura de alguns mergulhos, adrenali-na que fomos (www.amigos do joe.com.)buscar em Galápagos, arquipélago quepertence ao Equador e onde Darwin teveas intuições que levaram à sua teoria daevolução das espécies. A situação pri-vilegiada desse conjunto de ilhas, pro-duto de sucessivas manifestações vul-cânicas, ao longo dos últimos cincomilhões de anos, faz com que ali se situeo maior nível de biodiversidade marinhado mundo. O encontro das várias cor-rentes oceânicas torna o arquipélago umdos mais privilegiados sítios de mergu-lho para encontro de grandes animais,peixes incluídos. A isso se some corren-tes ferozes, mergulhos oceânicos, etemos os ingredientes dessa aventura.A escolha foi um live aboard de dez diasno Deep Blue. Feitos os primeiros mer-gulhos, para demonstrar o preparo decada um, rumamos para as ilhas de Wolfe Darwin, pontos extremos ao norte deGalápagos. O objetivo principal eraavistar, durante o mergulho, o grandetubarão baleia. É o maior peixe dosnossos mares. Sua grande boca (1,5metros), mede até 20 metros e pesa até20.000 quilos. Mas, tranquilem-se... Ali-menta-se por sucção apenas de plânc-ton e pequenos crustáceos, peixes elulas. Há apenas um encontro fatal commergulhador provocado até hoje regis-trado. Há toda uma etiqueta para oencontro com espécie que tem o statusde vulnerável na lista vermelha dasespécies ameaçadas de extinção. Não

Belisário dos Santos Jr., Belisário dos Santos Jr., Belisário dos Santos Jr., Belisário dos Santos Jr., Belisário dos Santos Jr., mergu-lhador avançado e sócio de RubensNaves, Santos Jr. Advogados.

tocar, não fotografar com flash ou filmarcom iluminação, nadar lentamente epreservando distância mínima, sem usarveículo de propulsão motorizada. Cain-do na água, os mergulhadores se abri-gam entre as rochas, resistindo às for-tes correntes por volta dos 18 metros,e veem passar uma vida riquíssima, tu-barões de galápagos, os assustadiçostubarões martelo, as grandes raias mantae chita, cardumes de peixes oceânicos,além de golfinhos e outras surpresas.Mas nada se equipara à emoção de ouviro sinal de avistagem do grande peixe,que vem, é claro, contra a corrente...Segue-se a direção apontada, nadan-do em direção ao azul, em velocidadeincompatível com a normalidade domergulho recreacional, e... de repen-te... a figura real, entrando em nossocampo de visibilidade, com sua cabe-ça larga e achatada, suas famosas pin-tas brancas e amarelas entre listrasverticais, seu imenso corpo, ele desfilasua nobreza lentamente, com seu sé-quito de rêmoras, tubarões, quase semmovimentar suas nadadeiras, imponen-te, espetacular. Tivemos essa emoçãodurante oito mergulhos em dois dias, quese perpetuarão para sempre em nossamemória.B

Internet

30 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO OUTUBRO DE 2010

LAZER

TURISMOTURISMO ROTEIROS E INDICAÇÕES DE MARIA MAZZA

orto de Galinhas, a 60quilômetros do Recife,em Ipojuca, uma daspraias mais visitadas doNordeste, continua sen-do um dos destinos

mais procurados do litoral brasileiro. Compiscinas naturais e uma infraestrutura queinclui bares, restaurantes, hotéis e pousadasmerece ser visitada e “curtida”. Além dapraia, de águas cristalinas, pode-se visitar aIgreja e o convento de Santo Cristo, do sécu-lo XVII, a igreja do Outeiro, a 137 metrosacima do nível do mar, além de conhecer oEngenho Canoas, com mais de 200 anos eque ainda produz mel, rapadura e cachaça,e saber como viviam os fazendeiros da re-gião. Além da praia da Vila de Porto de Ga-linhas, emoldurada pelas jangadas, há diver-sas outras, como Maracaipe, considerada o“paraíso dos surfistas”, e Muro Alto, ondeficam os mais famosos resorts.

Entre as atrações, passeios de jangada,caiaque e buggy e mergulhos nas piscinasnaturais, obviamente, além da vida noturna,com muita música do vivo, de jazz a forró.

Porto de Galinhas abriga agora o EnotelPorto de Galinhas Resort & Spa, um investi-mento de R$ 70 milhões, o primeiro resortda região a funcionar no sistema all inclusi-ve. No município de Ipojuca, a 57 quilôme-tros do aeroporto de Guararapes e a 2,5quilômetros da Vila de Porto de Galinhas, ohotel tem área construída de 38 mil me-tros quadrados em um terreno de 70 mil me-tros quadrados, 348 quartos e suítes (162do tipo superior, 166 luxo, 12 masters eoito suítes), todos equipados com ar-condici-onado, frigobar, cofre, tevê por assinatura,acesso à internet e secador, além de busi-ness center, cine-teatro com 600 lugares,spa, heliponto, sala de jogos, quadras de te-nis e de squash, piscina externa com 3.300metros quadrados e duas piscinas internas,sendo uma de água salgada.B

á é época de pensar em réveillon.Uma dica é Foz do Iguaçu, uma

das molduras naturais mais bonitas domundo. As cataratas do rio Iguaçu, umconjunto de 275 quedas d´água que chegaa 90 metros, encantam os turistas. Dentrodo Parque Nacional, tombado como Patri-mônio da Humanidade, as opções são osmirantes e as passarelas. Nos arredores,passeios de barco e helicóptero, caminha-das e rafting. Parte da reserva pertence àArgentina e vale a pena cruzar a fronteira(é lá que fica a Garganta do Diabo, um dossaltos mais impressionantes). O Conti-nental Inn está instalado em um excelentecomplexo hoteleiro, com bares, restaurantede cozinha internacional, coffee shop, piscina,sauna, fitness center e meeting room com ca-pacidade para 30 pessoas. Os apartamentossão confortáveis, com ar-condicionado, frigo-bar, TV a cabo, cofre, telefone e ponto paraconexão à fax e internet. Há ainda suítes comhidromassagem. O café da manhã está incluí-do na diária. Welcome drink, hospedagemem apto. luxo 4 dias 3 noites meia pensão,ceia de réveillon com bufê especial. O “paco-te” custa 5 x R$ 175,00 por pessoa, emapartamento duplo ou triplo.

O apartamento single custa 5 x 306,00.Uma criança até 11 anos no apartamentodos pais não paga. A segunda criança até 11anos pagará 5 x R$ 85,00. Reservas pelostelefones (0xx45) 2102-3033 - 08007072400 ou em www.continentalinn.com.br- [email protected]

PreçoO “pacote”, comercializado pela Monark Turismo - Telefone (0xx11) 3235-4322- in-

clui passagem aérea ida e volta saindo de São Paulo; sete noites de hospedagem, alimen-tação no sistema all inclusive, e traslados na chegada e saída a partir de R$ 3.390,00 porpessoa em apartamento duplo.B

PPorto de Galinhas agora com resort especial

No réveillon, Foz

J

Divulgação

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31OUTUBRO DE 2010 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

LAZER

PAULO BOMFIM

POESIASPOESIASPOESIASPOESIASPOESIAS

C R U Z A D A S

M. AMY

i daqueles que brin-cam com a esperan-ça de um povo!

Ai daqueles quese banqueteiam jun-to a fome de seus ir-

mãos!Ai daqueles que são fúteis numa

hora grave, indiferentes num momen-to definitivo!

Ai daqueles que corrompem paratirar proveito da corrupção, que en-venenam o mundo pela volúpia de ca-minhar impunemente entre ruínas!

Ai daqueles que fazem da mentiraa verdade de suas vidas!

Ai daqueles que usam os simplescomo degraus de sua vaidade e ins-trumentos de sua ambição!

Ai daqueles que fabricam com a vi-olência a trama do medo!

Ai daqueles que roubam ao próxi-mo a alegria de existir!

Ai daqueles que usam o dinheiro eo poder para prostituir, humilhar e

Advertênciadeformar!

Ai daquelesque se atordo-am para fugirdas própriasresponsabili-dades!

Ai daque-les que traficam a terra de seusmortos, enxovalham tradições etraem compromissos com o pre-sente e com o futuro!

Ai daqueles que se fazem de fra-cos no instante da tempestade!

Ai daqueles que se acomodam atudo, que se resignam a tudo, que seentregam sem lutar!

Ai daqueles que loteiam seus co-rações, alugam suas consciências,transacionam com a honra, especu-lam com o bem, açambarcam a felici-dade alheia e erguem virtudes falsassobre pântanos!

Ai daqueles que concordam emmorrer vivos!B

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Horizontais

1 – Na linguagem jurídica,figuraque representa alguma coisa, comobandeira, brasão, selo, hino; Lista, ca-tegoria.

2 – (Dir. Civ.) Ato de transferir o do-mínio de um bem ou de ceder um direitoa outrem; (Dir. Comp.) Medida grega decomprimento.

3 – (Dir. Civ.) Associação desporti-va, cultural, política;(Dir. Comerc.)Dano, prejuízo (pl.).

4 – Consoantes de “taba”; (Dir. Co-mer.) Taxa de juros cobrada em emprés-timos feitos por bancos ou particulares.

5 – A mítica ilha circéia; Edifícioem construção; Sete, em algarismosromanos.

6 – (Abreviatura) Advocacia; Perío-do de tempo imensurável ou infinita-mente longo.

7 – (Termo Inglês) Bom; (Med.Leg.) Soco debaixo do queixo.

8 – Herói de lenda escandinava;Cada um dos membros emplumadosdas aves.

9 – (Dir. de Trânsit.) Cada um dossentidos do trânsito na estrada ou rua; Soluções na página 8Soluções na página 8Soluções na página 8Soluções na página 8Soluções na página 8

(Dir. Civ.) Má sorte no jogo; Apelidomais popular.

Verticais

1 – (Dir. Pen.) Assalto à mão arma-da, saque.

2 – Isentar de culpa, sem mancha.

3 – Avião de caça russo; (Dir.Eleit.) Exercício do sufrágio.

4 – (Dir. Canôn.) Homem muito devo-to; A primeira nota da escala musical.

5 – Sobre, em Inglês; (Abreviatura)Boroeste; Deus egípcio.

6 – (Dir. Agr.) Filhote de coelho (pl.).

7 – Apreciado tempero de cozinha.

8 – (Dir. Comp.) Légua japonesa queequivale a 3.927 metros; Na linguagemjurídica, casal.

9 – (Dir. de Transp.) Estrada de ro-dagem (pl.).

10 – (Dir. Comp.) Medida grega decomprimento; Na linguagem jurídica,tranquilidade, calma.

11 – (Dir. Pen) Libertino, devasso.B

Q uero saber de mimQuero felicidade sem fim.

Quero pudimPudim de leite condensado.

Quero-me assanhadoCom você ao meu lado.

José Antonio Almeida Ohl (Advogado)

Quero... Quero brincar como criança

Dar vivas as doces lembranças.

Quero dançar um boleroSussurrando quanto a queroSentir seu corpo desabarE estar para todo amor te dar.B

32 TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO OUTUBRO DE 2010