os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a...

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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI ALINE TARRAGA DE ALMEIDA JÉSSICA MORAES SOGUMO OS EFEITOS DA HIDROTERAPIA NO ALÍVIO DE DORES OSTEOMIOARTICULARES E NA QUALIDADE DE VIDA DURANTE A GESTAÇÃO São Paulo 2010

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Page 1: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

ALINE TARRAGA DE ALMEIDA

JÉSSICA MORAES SOGUMO

OS EFEITOS DA HIDROTERAPIA NO ALÍVIO DE DORES

OSTEOMIOARTICULARES E NA QUALIDADE DE VIDA DURANTE A GESTAÇÃO

São Paulo

2010

Page 2: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

ALINE TARRAGA DE ALMEIDA

JÉSSICA MORAES SOGUMO

OS EFEITOS DA HIDROTERAPIA NO ALÍVIO DE DORES

OSTEOMIOARTICULARES E NA QUALIDADE DE VIDA DURANTE A GESTAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

como exigência parcial para a obtenção de

título de Graduação do curso de Naturologia da

Universidade Anhembi Morumbi

Orientador: Prof. Me. Antonio Maria Cardozo Acosta

Co orientadora: Profa. Dra. Karen Cristine Abrão

São Paulo

2010

Page 3: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

A444 Almeida, Aline Tarraga de Os efeitos da hidroterapia no alívio de dores Osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação / Aline Tarraga de Almeida, Jéssica Moraes Sogumo. – 2010. 210f.: il.; 30cm. Orientadora: Antonio Maria Cardozo Acosta. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Naturolgia) – Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2010. Bibliografia: f.193. 1. Naturologia. 2. Hidroterapia. 3. Gestação. 4. Qualidade de vida. 5. Dor. I. Título. CDD 615.535

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ALINE TARRAGA DE ALMEIDA

JÉSSICA MORAES SOGUMO

OS EFEITOS DA HIDROTERAPIA NO ALÍVIO DE DORES

OSTEOMIOARTICULARES E NA QUALIDADE DE VIDA DURANTE A GESTAÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

como exigência parcial para a obtenção de

título de Graduação do curso de Naturologia da

Universidade Anhembi Morumbi

Aprovado em:

__________________________________ Prof. Me. Antonio Maria Cardozo Acosta

Universidade Metodista de São Paulo

___________________________________ Profa. Dra. Maria Tereza Santos Araújo

Universidade Anhembi Morumbi

____________________________________ Caroline Laghetto de Moura Rosa Universidade Anhembi Morumbi

Page 5: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

Dedicamos este trabalho a todas as mulheres, ao

potencial de gestação, de dar à luz novas vidas, à força,

beleza e mistério que cada uma de nós guardamos.

Page 6: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

AGRADECIMENTOS

Por Aline:

Imensamente à vida, pela oportunidade de aprender, crescer e ser sempre surpreendida por sua beleza, profundidade, mistérios e sabedorias. Por ser na escolha de sempre ser o melhor de mim, me dedicar, caminhar na vida com o coração, com presença, força, vontade e fé. À Tradição Tubakwaassu, à Ramy Arany e Ramy Shanayta, por toda a sabedoria que ensinam, onde sou aprendendo a viver com simplicidade, amor e alegria, com o que é verdadeiro, preenchendo a vida de essência; agradeço também pelo despertar da consciência gestadora e do talento de trabalhar com mulheres gravidas, assim pude gestar e parir este trabalho na fluência. Aos meus queridos pais, Jéssica Lembo Tarraga e Raul de Almeida Neto, com todo meu amor, por serem quem são, pela força, confiança, carinho, amor incondicional, nutrição, colo, presença, auxilio, direcionamento, que sempre me estenderam, e me possibilitaram estar onde estou, ser quem eu sou, agradeço pela paciência e compreensão nos momentos de minha ausência para a realização do trabalho. À minha querida ainda pequena porém grandíssima alma, minha linda irmã, Nicole Tarraga, que sempre me ensinou com a sua simplicidade de ser criança e me ensina a cada dia a amar mais, por sempre me inspirar e me dar a oportunidade de ser a sua ´´irmãe``, agradeço por respeitar o tempo e espaço que precisei em função deste trabalho, enquanto você queria minha atenção. Ao meu querido amor, Carlos Alberto Devecchi, por todo o caminho que construímos juntos, aprendendo um com o outro sobre o verdadeiro amor, a ser paciente, a confiar e me entregar, a sonhar, a me apaixonar; descubro com você a cada dia o significado de ser sua verdadeira companheira.

À minha super amiga Jéssica Moraes Sogumo, presente parceira na realização deste trabalho, trabalhando juntas fomos mais longe e aprendemos muito mais, por todos os momentos que compartilhamos na realização deste trabalho agradeço, pela sua força de mesmo com tantas responsabilidades e serzinhos necessitando de você (filhos) ter ido adiante, desde o planejamento até a concretização, você é uma guerreira.

Page 7: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

AGRADECIMENTOS

Por Jéssica: Primeiramente gostaria de agradecer pela família maravilhosa que tenho, onde todos sempre me apoiaram e me ajudaram como puderam, em especial agradecer a meus queridos pais Nilda Moraes Sogumo e Mário Sogumo, pelo amor, carinho, dedicação, conselhos, paciência e esforços para que eu pudesse concluir esta fase da minha vida, tudo que eu consegui e sou hoje, com certeza foi pelo apoio, educação e reflexo de pais unidos os quais amo tanto. À meus queridos irmãos, Eric Moraes Sogumo, que por diversas vezes me acalmou e me aconselhou em momentos difíceis que passei e ao Robinson Moraes Sogumo, que mesmo morando longe, me aconselhava e dava forças para encarar meus problemas. À meus tesouros e inspirações de minha vida, sem eles não teria força de vontade, pois tudo que faço é pensando no futuro deles, meus lindos filhos, Luara Sogumo Bremmer e Cauã Sogumo Bremmer, que mesmo não sabendo disso, me deram alegrias e forças com simples sorrisos e abraços, onde explicar o amor que sinto por eles é impossível, só sei dizer que é o maior amor que eu já senti na vida. À meus sogros Marinalva Araújo Bremmer e José Roberto Bremmer, que assim como meus pais, me ajudaram cuidando dos meus filhos com muito amor e ficaram ao meu lado sempre que precisei. Ao meu futuro marido El Cid Roberto Bremmer, por todo amor e por todas as experiências que passamos juntos desde o início do namoro, até o grande momento em que estamos vivendo, onde sonhos estão se realizando e planos para o futuro sendo construídos, com a presença de filhos maravilhosos que nos dão forças para seguir em frente sem desanimar. A minha super amiga e companheira de trabalho, Aline Tarraga de Almeida, pela ajuda na realização do mesmo. Fico muito grata por todo carinho, compreensão e paciência que teve comigo durante todo este ano, foi um prazer te conhecer e realizar este trabalho lindo com você.

Page 8: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

AGRADECIMENTOS Por Aline e Jéssica: A todos aqueles que direta ou indiretamente nos auxiliaram na realização deste trabalho. Aos nossos amigos e colegas de classe por todo o caminho de formação que trilhamos juntos, crescendo, aprendendo, sorrindo e chorando, por todos os momentos que tivemos a oportunidade de compartilhar. Às lindas mamães que nos possibilitaram a realização deste trabalho, se entregando para que em nossos braços pudessem ser nutridas e cuidadas, a tudo que aprendemos em cada atendimento e também por nos aproximarem dos mistérios de ser mulher, mistérios da gestação. À Izabela S. K. Valezin e Thomas Gabriel Paranhos Bosshort, por atenderem as gestantes conosco, com dedicação e amor possibilitando assim a realização de tantos atendimentos, aos lindos momentos que compartilhamos. Aos queridos e importantíssimos em toda a realização deste trabalho, deste de seu projeto até o seu término, nosso Orientador e Co orientadora, que nos receberam de coração aberto para nos orientarem e sempre estiveram dispostos a nos ajudar. Ao Orientador Me. Antonio Maria Cardozo Acosta por abrir as portas do seu Espaço Natu, para que pudéssemos realizar os atendimento com as gestantes, e por todas as palavras de amigo, que sempre nos deram força e brilho. À Coorientadora Dra. Karen Cristine Abrão por sua paciência com nossas dificuldades e teimosias, por ser presente, direcionando, sempre melhorando e acrescentando muito em nosso trabalho. À Profa. Dra. Maria Tereza Santos Araújo que esteve nos acompanhando durante a realização deste trabalho, direcionando e esclarecendo dúvidas.

À Caroline Laghetto de Moura Rosa, por sempre se dispor a ajudar, pela força que deu na busca de Watsu terapeutas para trabalharem conosco, e por aceitar ser presente, participando como convidada de nossa banca.

A todos os professores que nos ensinaram e fizeram parte da formação das Naturólogas que hoje somos, agradecemos pelo conhecimento ensinado com amor. À Universidade Anhembi Morumbi, todo local e estrutura que fizeram parte do cenário de alguns anos de nossas vidas.

Page 9: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

RESUMO

O presente estudo avaliou os efeitos da hidroterapia, em específico da terapia

Watsu®, no alívio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida de 11

gestantes que foram submetidas a oito sessões de Watsu®. Para avaliar os efeitos

do Watsu® na qualidade de vida, o questionário de Qualidade de Vida – WHOQOL-

bref (World Health Organization – Quality of Life Test- Brief Version) da Organização

Mundial de Saúde, aplicado antes de iniciar os atendimentos e ao fim das oito

sessões, a avaliar os efeitos do Watsu® no alívio de dores osteomioarticulares, a

Escala Visual Analógica da Dor antes e após cada atendimento. Apesar de tratar-se

de um estudo piloto, o presente estudo permitiu concluir que a terapia Watsu® foi

bem tolerada, segura e de fácil aplicação durante a gestação, obtendo como

resultados, importante alívio imediato das dores osteomioarticulares nesse período,

com tendência de alívio também a longo prazo e melhora da qualidade de vida no

Domínio Psicológico das gestantes.

Palavras-chave: Hidroterapia, Watsu®, Gestantes, Dor, Qualidade de Vida.

Page 10: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

ABSTRACT

This study evaluated the effects of hydrotherapy in Watsu® specific therapy, in

relieving musculoskeletal pain and quality of life of 11 women who underwent eight

sessions of Watsu®. To evaluate the effects of Watsu® in quality of life, the

questionnaire Quality of Life - WHOQOL-BREF (World Health Organization - Quality

of Life-Brief Test Version) from the World Health Organization, applied before the

sessions start and at the end of eight sessions, to evaluate the effects of Watsu® in

relieving musculoskeletal pain, we used the Visual Analog Scale of Pain before and

after each service. Although this is a pilot study, this study showed that therapy

Watsu® was well tolerated, safe and easy to use during pregnancy, such as getting

results, significant immediate relief of pain in musculoskeletal period, with a tendency

of relief also in the long term and improves quality of life in the Psychological Domain

of pregnant women.

Keywords: Hydrotherapy, Watsu®, Pregnancy, Pain, Quality of Life.

Page 11: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Antes de começar.....................................................................................142

Figura 2. Começando na parede.............................................................................143

Figura 3. Dança da respiração................................................................................144

Figura 4. Balanço da respiração..............................................................................145

Figura 5. Liberando a coluna...................................................................................145

Figura 6. Oferecendo suave....................................................................................146

Figura 7. Oferecendo com uma perna, braços abertos...........................................146

Figura 8. Oferecendo com duas pernas..................................................................147

Figura 9. Sanfona....................................................................................................147

Figura 10. Sanfona sentada....................................................................................148

Figura 11. Sanfona rotativa......................................................................................148

Figura 12. Rotação de perna de dentro...................................................................149

Figura 13. Rotação de perna de fora.......................................................................149

Figura 14. Mão no ponto mestre coração................................................................150

Figura 15. Puxando o braço ao redor......................................................................150

Figura 16. Pêndulo..................................................................................................151

Figura 17. Levando a cabeça no ombro oposto......................................................151

Figura 18. Cabeça no ombro oposto.......................................................................152

Figura 19. Balanço braço.........................................................................................153

Figura 20. Pegando a perna....................................................................................153

Figura 21. Balanço perna........................................................................................153

Figura 22. Voltar para a primeira posição................................................................154

Figura 23. Primeira posição do segundo lado.........................................................154

Figura 24. Empurrar e puxar – oito..........................................................................155

Figura 25. Vôo livre..................................................................................................155

Page 12: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

Figura 26. Balanço esterno – sacro........................................................................155

Figura 27. Alongando a coluna...............................................................................156

Figura 28. Ondulando a coluna..............................................................................156

Figura 29. Quieto.....................................................................................................157

Figura 30. Algas.......................................................................................................157

Figura 31. Quatro na parede abraçando o peito.....................................................158

Figura 32. Quatro na parede abraçando a barriga..................................................158

Figura 33. Sela fechada...........................................................................................159

Figura 34. Ninar do Hara.........................................................................................160

Figura 35. Voltando para parede.............................................................................161

Figura 36. Mão em abdome e coração....................................................................161

Figura 37. Finalizando.............................................................................................161

Page 13: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Descrição dos dados de cada participante por: idade, idade gestacional de

início, risco gestacional, doenças e medicamentos.................................................117

Tabela 2. Apresentação dos dados das participantes em relação às gestações e

partos anteriores, filhos vivos e preferência de via de parto na gestação atual.......118

Tabela 3. Diferença nos escores de médios de dor antes e após cada sessão de

Watsu®.....................................................................................................................133

Tabela 4. Resultados da avaliação da qualidade de vida das gestantes obtidos pela

utilização do WHOQOL-bref antes e após as sessões de Watsu®.........................135

Page 14: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Frequência dos tipos de dor relatados pelas participantes....................119

Gráfico 2. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 1 antes e

após cada sessão de Watsu®..................................................................................121

Gráfico 3. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 2 antes e

após cada sessão de Watsu®..................................................................................122

Gráfico 4. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 3 antes

e após cada sessão de Watsu®...............................................................................123

Gráfico 5. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 4 antes e

após cada sessão de Watsu®..................................................................................124

Gráfico 6. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 5 antes

e após cada sessão de Watsu®...............................................................................125

Gráfico 7. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 6 antes

e após cada sessão de Watsu®...............................................................................126

Gráfico 8. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 7 antes

e após cada sessão de Watsu®...............................................................................127

Gráfico 9. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 8 antes

e após cada sessão de Watsu®...............................................................................128

Gráfico 10. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 9 antes

e após cada sessão de Watsu®...............................................................................129

Gráfico 11. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante10

antes e após cada sessão de Watsu®.....................................................................130

Gráfico 12. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 11

antes e após cada sessão de Watsu®.....................................................................131

Gráfico 13. Resposta da dor às sessões de Watsu® em relação ao total de sessões

realizadas.................................................................................................................132

Page 15: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

Gráfico 14. Escores médios de dor antes do início das sessões ao longo do

tratamento com Watsu®...........................................................................................134

Gráfico 15. Percepção da qualidade de vida pelo WHOQOL-bref no Domínio Físico

antes e após as oito sessões de Watsu®................................................................136

Gráfico 16. Percepção da qualidade de vida pelo WHOQOL-bref no Domínio

Psicológico antes e após as oito sessões de Watsu®.............................................137

Gráfico 17. Percepção da qualidade de vida pelo WHOQOL-bref no Domínio

Relações Sociais antes e após as oito sessões de Watsu®....................................138

Gráfico 18. Percepção da qualidade de vida pelo WHOQOL-bref no Domínio Meio

Ambiente antes e após as oito sessões de Watsu®................................................139

Gráfico 19. Percepção global da qualidade de vida pelo WHOQOL-bref, antes e

após as oito sessões de Watsu®.............................................................................140

Gráfico 20. Percepção global da Saúde pelo WHOQOL-bref, antes e após as oito

sessões de Watsu®..................................................................................................141

Page 16: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

EVA Escala Visual Analógica da Dor

OMS Organização Mundial de Saúde

WHOQOL-bref World Health Organization – Quality of Life Test- Brief Version

SINASC Sistema de Informações de Nascidos Vivos

W.A.B.A. World Aquatic Body Association

WHO Word Health Organization

IG Idade Gestacional

ANOVA Análise de variância para medidas repetidas

DP Desvio-Padrão

Page 17: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................26

2 OBJETIVOS............................................................................................................32

2.1 OBJETIVOS GERAIS...........................................................................................32

2.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.............................................................................32

3 NATUROLOGIA......................................................................................................33

3.1 A NATUROLOGIA E SUA PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA....................33

3.1.1 A NATUROLOGIA NO ATENDIMENTO DE GESTANTES...............................34

3.2 A qualidade de vida durante a gestação..........................................................37

4 GESTAÇÃO............................................................................................................39

4.1 ASSISTÊNCIA E APOIO: O CUIDADE E ATENÇÃO NA GRAVIDEZ E NO

PARTO........................................................................................................................39

4.2 AS TRANSFORMAÇÕES DA GRAVIDEZ: ADAPTAÇÃO DO ORGANISMO

MATERNO..................................................................................................................40

4.2.1 As modificações locais do organismo materno...........................................41

4.2.1.1 Útero...............................................................................................................41

4.2.1.2 Colo................................................................................................................41

4.2.1.3 Vagina.............................................................................................................41

4.2.1.4 Ovários e tubas..............................................................................................42

4.2.1.5 Articulações....................................................................................................42

4.2.2 As modificações gerais do organismo materno..........................................43

4.2.2.1 Peso...............................................................................................................43

4.2.2.2 Sistema Endócrino.........................................................................................43

4.2.2.2.1 Progesterona, estrogênio e relaxina..........................................................43

4.2.2.3 Sistema Circulatório.......................................................................................44

4.2.2.4 Volume sanguíneo.........................................................................................44

4.2.2.5 Pressão Arterial..............................................................................................45

4.2.2.6 Sistema Respiratório......................................................................................45

Page 18: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

4.2.2.7 Sistema urogenital.........................................................................................45

4.2.2.8 Sistema Nervoso............................................................................................46

4.2.2.9 Sistema Musculoesquelético..........................................................................46

4.3 SINTOMAS INCÔMODOS E DESCONFORTÁVEIS DA GESTAÇÃO.................47

4.3.1 Náuseas e Vômitos..........................................................................................47

4.3.2 Pirose................................................................................................................48

4.3.3 Ptialismo ou sialorréia....................................................................................48

4.3.4 Obstipação.......................................................................................................49

4.3.5 Tonturas e Vertigens.......................................................................................49

4.3.6 Fadiga...............................................................................................................49

4.3.7 Palpitações.......................................................................................................50

4.3.8 Síndrome Dolorosa.........................................................................................50

4.3.9 Edema...............................................................................................................50

4.3.10 Varizes............................................................................................................51

4.3.11 Hemorróidas...................................................................................................51

4.3.12 Sonolência e Insônia.....................................................................................51

4.3.13 Cãimbras........................................................................................................52

4.3.14 Cefaleias.........................................................................................................52

4.3.15 Síndrome do túnel do carpo.........................................................................52

4.3.16 Sintomas Urinários........................................................................................52

4.3.17 Leucorréia......................................................................................................53

4.4 AS DORES OSTEOMIOARTICULARES DE ORIGEM GESTACIONAL..............53

4.4.1 As dores em região abdominal baixa............................................................53

4.4.2 As dores em região lombar e sacral, virilhas e pernas...............................54

4.4.3 As dores em região lombar e dorsal.............................................................54

4.4.4 As dores na coluna em geral..........................................................................55

4.5 OS ASPECTOS PSICOLÓGICOS DA GESTAÇÃO.............................................55

4.5.1 Os ciclos de desenvolvimento da mulher.....................................................55

Page 19: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

4.5.1.1 Gravidez um ciclo de desenvolvimento da mulher........................................56

4.5.2 Influências das relações familiares e sociais na mulher grávida...............57

4.5.3 Situações e suas influências na mulher grávida.........................................57

4.5.4 Memórias da infância emergidas na gestação.............................................59

4.5.5 Emoções x Complicações Obstétricas.........................................................59

4.5.6 Características psicológicas dos três trimestres gestacionais..................59

4.5.6.1 O primeiro trimestre........................................................................................60

4.5.6.1.1 A percepção da gravidez.............................................................................60

4.5.6.1.2 Manifestações emocionais relacionadas à mulher com o feto....................60

4.5.6.1.3 Autovalorização e Autopreservação da gravida..........................................61

4.5.6.1.4 Ampliação do campo da consciência da mulher durante a gestação..........61

4.5.6.2 O segundo trimestre.......................................................................................61

4.5.6.2.1 A percepção do movimento fetal e o vínculo mãe-bebê..............................61

4.5.6.2.2 Representações mentais e fantasias durante a gestação...........................62

4.5.6.2.3 Aspectos emocionais das alterações da sexualidade na gestação.............62

4.5.6.3 O terceiro trimestre........................................................................................63

4.5.6.3.1 As emoções que envolvem a aproximação do nascimento........................63

4.5.6.3.2 Memórias antigas e conflitos infantis emergidos na gravidez.....................64

4.5.6.3.3 Os sonhos e fantasias como meio de imunização psicológica ou

conscientização da grávida........................................................................................64

5 SIMBOLISMO DA ÁGUA........................................................................................66

6 HIDROTERAPIA.....................................................................................................67

6.1 O CAMINHO PELA ÁGUA....................................................................................67

6.1.1 Água Fria..........................................................................................................67

6.1.2 Gelo ou Água gelada.......................................................................................68

6.1.3 Água Morna (Tépida).......................................................................................68

6.1.4 Água Quente....................................................................................................68

6.1.5 Vapor.................................................................................................................69

Page 20: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

6.2 HISTÓRIA DA HIDROTERAPIA...........................................................................69

6.2.1 A Hidroterapia no Brasil..................................................................................70

6.3 A HIDROTERAPIA................................................................................................71

6.3.1 Indicações e Contra-Indicações.....................................................................72

6.3.2 Hidrodinâmica x Hidrostática.........................................................................73

6.3.3 Densidade Relativa..........................................................................................73

6.3.4 Turbulência......................................................................................................74

6.3.5 Metacentro.......................................................................................................75

6.3.6 Fricção.............................................................................................................75

6.3.7 Pressão Hidrostática......................................................................................75

6.3.8 Viscosidade.....................................................................................................76

6.3.9 Empuxo............................................................................................................76

6.3.10 Refração.........................................................................................................77

6.3.11 Tensão Superficial.........................................................................................77

6.3.12 Termodinâmica..............................................................................................77

6.3.13 Água em movimento.....................................................................................78

6.3.13.1 Movimento de fluxo......................................................................................78

6.3.13.2 Coeficiente de arrasto..................................................................................78

6.3.13.3 Efeitos da resistência...................................................................................78

6.3.13.4 Tecnologias para Amplificar os Princípios Físicos........................................79

6.3.14 Efeitos Fisiológicos, Terapêuticos e Psicológicos da Hidroterapia.........79

6.3.14.1Os Efeitos Fisiológicos da Hidroterapia........................................................80

6.3.14.1.1 Sistema Cardiovascular.............................................................................82

6.3.14.1.2 Sistema Renal...........................................................................................82

6.3.14.1.3 Sistema Musculoesquelético.....................................................................83

6.3.14.1.4 Sistema Respiratório.................................................................................83

6.3.14.1.5 Sistema Nervoso Central e Periférico.......................................................83

6.3.14.2 Os Efeitos Terapêuticos da Hidroterapia......................................................84

Page 21: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

6.3.14.2.1 Relaxamento.............................................................................................84

6.3.14.2.2 Redução da Sensibilidade a Dor e dos Espasmos Musculares................84

6.3.14.2.3Aumento da Amplitude...............................................................................85

6.3.14.2.4 Aumento da Força.....................................................................................85

6.3.14.2.5 Aumento da Circulação.............................................................................86

6.3.14.2.6 Melhora do Equilíbrio, Estabilidade e Consciência Corporal....................86

6.3.14.2.7 Melhora da Integração Sensório-Motora...................................................87

6.3.14.2.8 Reforço da Moral e Liberdade de Movimento...........................................88

6.4 A GESTANTE NA HIDROTERAPIA......................................................................88

6.4.1 A Influência da Hidroterapia na Gestante....................................................89

7 WATSU®.................................................................................................................91

7.1 PRECAUÇÕES....................................................................................................93

7.2 BENEFÍCIOS DO WATSU®.................................................................................94

7.3 OS EFEITOS DA ÁGUA NO CORPO..................................................................94

8 A LUA E A ÁGUA X CICLOS DA GESTAÇÃO E PARTO.....................................96

9 MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................................99

9.1 MATERIAIS..........................................................................................................99

9.2 MÉTODOS...........................................................................................................99

9.2.1 Tipo de pesquisa............................................................................................99

9.2.2 Seleção das voluntárias................................................................................99

9.2.2.1 Critérios de inclusão.....................................................................................100

9.2.2.1.1 Critérios de exclusão.................................................................................100

9.2.3 Descrição do local........................................................................................101

9.2.4 Descrição e apresentação dos procedimentos.........................................101

9.2.4.1 Termo de consentimento livre e esclarecido................................................101

9.2.4.2 Acompanhamento médico, ciência e autorização........................................101

9.2.5 Técnica de Watsu®.......................................................................................102

9.2.5.1 Antes de começar.........................................................................................102

Page 22: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

9.2.5.2 Começando na parede.................................................................................102

9.2.5.3 Dança da respiração....................................................................................103

9.2.5.4 Balanço da respiração..................................................................................103

9.2.5.5 Liberando a coluna.......................................................................................103

9.2.5.6 Oferecendo suave........................................................................................103

9.2.5.7 Oferecendo com uma perna, braços abertos...............................................104

9.2.5.8 Oferecendo com duas pernas......................................................................104

9.2.5.9 Sanfona........................................................................................................104

9.2.5.10 Sanfona rotativa.........................................................................................104

9.2.5.11 Rotação de perna de dentro.......................................................................105

9.2.5.12 Rotação de perna de fora...........................................................................105

9.2.5.13 Perna de fora por cima...............................................................................105

9.2.5.14 Pressionando o braço................................................................................105

9.2.5.15 Mão no ponto mestre coração....................................................................105

9.2.5.16 Puxando o braço ao redor..........................................................................106

9.2.5.17 Pêndulo......................................................................................................106

9.2.5.18 Cabeça no ombro oposto...........................................................................106

9.2.5.19 Balanço braço e perna...............................................................................106

9.2.5.20 Joelho ao tórax...........................................................................................107

9.2.5.21 Voltar para a primeira posição....................................................................107

9.2.5.22 Oferecimento Simples................................................................................108

9.2.5.23 Empurrar e puxar – oito..............................................................................108

9.2.5.24 Vôo Livre....................................................................................................108

9.2.5.25 Balanço esterno – sacro.............................................................................109

9.2.5.26 Alongando a coluna....................................................................................109

9.2.5.27 Ondulando a coluna...................................................................................109

9.2.5.28 Quieto.........................................................................................................110

9.2.5.29 Acompanhar movimento.............................................................................110

Page 23: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

9.2.5.30 Algas...........................................................................................................110

9.2.5.31 Quatro na parede.......................................................................................111

9.2.5.32 Sela Aberta.................................................................................................111

9.2.5.33 Tração do pescoço.....................................................................................112

9.2.5.34 Acompanhar os movimentos......................................................................112

9.2.5.35 Perna de dentro no ombro.........................................................................112

9.2.5.36 Ninar do Hara.............................................................................................112

9.2.5.37 Voltar para a parede e finalizar...................................................................113

9.2.6 Descrição dos procedimentos de mensuração e análise de dados

quantitativos...........................................................................................................113

9.2.6.1 Avaliação da Qualidade de Vida...................................................................113

9.2.6.2 Avaliação das Dores Osteomioarticulares....................................................114

9.2.6.3 Coleta de dados qualitativos........................................................................115

9.2.6.4 Análise dos dados........................................................................................115

10 RESULTADOS....................................................................................................117

10.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA................................................................117

10.2 CARACTERIZAÇÃO DA DOR..........................................................................119

10.3 APRESENTAÇÃO DA EVOLUÇÃO DA DOR POR PARTICIPANTE...............120

10.3.1 Gestante 1....................................................................................................121

10.3.1.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 1)........................121

10.3.2 Gestante 2....................................................................................................122

10.3.2.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 2)........................122

10.3.3 Gestante 3....................................................................................................123

10.3.3.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 3)........................123

10.3.4 Gestante 4....................................................................................................124

10.3.4.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 4)........................124

10.3.5 Gestante 5....................................................................................................125

10.3.5.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 5)........................125

Page 24: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

10.3.6 Gestante 6....................................................................................................126

10.3.6.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 6)........................126

10.3.7 Gestante 7....................................................................................................127

10.3.7.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 7)........................127

10.3.8 Gestante 8....................................................................................................128

10.3.8.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 8)........................128

10.3.9 Gestante 9....................................................................................................129

10.3.9.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 9)........................129

10.3.10 Gestante 10................................................................................................130

10.3.10.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 10)....................130

10.3.11 Gestante 11.................................................................................................131

10.3.11.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 11).....................131

10.4 EFEITO GLOBAL DO WATSU®.......................................................................132

10.4.1 Avaliação do grupo quanto à resposta da dor ao tratamento.................133

10.5 QUALIDADE DE VIDA.....................................................................................135

10.5.1 Avaliação Individual da Percepção de Qualidade de Vida por

Domínios.................................................................................................................136

10.6 SEQUÊNCIA DE WATSU® ADAPTADA PARA GESTANTES..........................142

10.6.1 Antes de começar........................................................................................142

10.6.2 Começando na parede................................................................................143

10.6.3 Dança da respiração...................................................................................144

10.6.4 Balanço da respiração................................................................................145

10.6.5 Liberando a coluna......................................................................................145

10.6.6 Oferecendo suave.......................................................................................146

10.6.7 Oferecendo com uma perna, braços abertos...........................................146

10.6.8 Oferecendo com duas pernas....................................................................147

10.6.9 Sanfona........................................................................................................147

10.6.10 Sanfona rotativa........................................................................................148

Page 25: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

10.6.11 Rotação de perna de dentro.....................................................................149

10.6.12 Rotação de perna de fora.........................................................................149

10.6.13 Perna de fora por cima.............................................................................149

10.6.14 Pressionando o braço..............................................................................150

10.6.15 Mão no ponto mestre coração.................................................................150

10.6.16 Puxando o braço ao redor........................................................................150

10.6.17 Pêndulo......................................................................................................151

10.6.18 Cabeça no ombro oposto.........................................................................151

10.6.19 Balanço braço e perna..............................................................................152

10.6.20 Joelho ao tórax..........................................................................................154

10.6.21 Voltar para a primeira posição.................................................................154

10.6.22 Empurrar e puxar – oito............................................................................155

10.6.23 Vôo livre.....................................................................................................155

10.6.24 Balanço esterno – sacro...........................................................................155

10.6.25 Alongando a coluna..................................................................................156

10.6.26 Ondulando a coluna..................................................................................156

10.6.27 Quieto.........................................................................................................157

10.6.28 Algas...........................................................................................................157

10.6.29 Quatro na parede.......................................................................................158

10.6.30 Sela (aberta ou fechada)...........................................................................159

10.6.31 Perna de dentro no ombro........................................................................159

10.6.32 Ninar do Hara.............................................................................................160

10.6.33 Voltar para a parede e finalizar.................................................................160

11 DISCUSSÃO.......................................................................................................162

12 CONCLUSÃO.....................................................................................................171

13 REFERÊNCIAS...................................................................................................172

14 APÊNDICES........................................................................................................180

15 ANEXOS.............................................................................................................190

Page 26: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

26

1 INTRODUÇÃO

Toda mulher deve ter o direito de gestar, parir e ser mãe com alegria, saúde e

amor. Deve ainda, receber toda informação, segurança, cuidado e assistência

necessária, isto é receber o mínimo em troca de toda a sua doação que é gestar e

gerar a vida, dar a luz a um novo ser.

No Brasil, muitas mulheres ainda não recebem toda a assistência obstétrica

necessária. Um grande contingente de gestantes não chega a realizar exames pré-

natais importantes e, principalmente, não recebe assistência física e psicológica para

o desenvolvimento adequado da gestação, parto e pós-parto. Esse preparo é

essencial, uma vez que a gravidez é uma fase de muitas transformações na mulher,

sendo necessária atenção especial para manter ou recuperar o bem-estar e prevenir

dificuldades futuras para si e para seu filho (ALEXANDRE, 2007).

A experiência de gestar é muito importante na vida da mulher. Além de ser o

momento de reconhecer o seu potencial de criação, cada dia e semana de gestação

precisa ser vivido com consciência, sentindo as transformações, decodificando-as e

integrando-as dentro de si, para que quando este bebê nascer todo o processo

vivido seja compreendido e, esta mulher, esteja realmente pronta para ser mãe

(BALASKAS, 2008).

Assim também é o parto, uma experiência muito especial. Para parir, a mulher

precisa liberar um coquetel de hormônios. O neocórtex é menos utilizado, ficando o

cérebro primitivo mais ativo. Neste processo a mãe embarca numa viagem interior,

que lhe possibilita fazer a passagem da antiga mulher para a nova mulher-mãe que

nasce junto com a criança (ODENT, 2000; RODRIGUES 1999).

Infelizmente, o que se observa nos dias de hoje é que a maioria das mulheres

tem pouco tempo para se dedicar à gestação. Nesse contexto, muitas mulheres

deixam de realizar o parto natural e escolhem a cesariana. Segundo a Organização

Mundial de Saúde (OMS), o percentual recomendado de cesarianas é de 15%. Os

Page 27: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

27

dados brasileiros do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC) revelam

que a taxa nacional de cesarianas é de 39%. Em todos os estados das regiões Sul,

Sudeste e Centro-Oeste esse índice é superior a 40%, mesmo sendo 80% das

gestantes de baixo risco. Na maioria das maternidades privadas as taxas de

cesáreas chegam a 80, 90 e até 100% (RATTNER; GAMA, 2010).

No Brasil a medicalização do parto está no auge e nem por isso as taxas de

mortalidade e morbidade estão diminuindo. Em oposição a este cenário, grupos e

organizações lutam e procuram realizar a Humanização do parto, sendo hoje “O guia

pratico de assistência ao parto da OMS” uma referência para esta implantação

(SILVA E DADAM, 2008; GAMA, 2010).

Toda a gestação é uma fase de grandes transformações na mulher, no âmbito

físico, emocional e social. As transformações físicas que ocorrem na mulher grávida,

são modificações de constante adaptação que se apresentam em seu organismo,

sendo estas modificações locais em útero, vagina, ovários e tubas, mamas;

modificações gerais como aumento de peso, transformações metabólicas,

endócrinas, hemodinâmicas, transformações no aparelho digestivo, respiratório, vias

urinárias, alterações cutâneas, no sistema nervoso e osteoarticular (REZENDE,

1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM;

MACDONALD; GANT et al, 2000; PEIXOTO, 2004).

As alterações orgânicas que ocorrem na mulher grávida podem trazer

sintomas incômodos e desconfortáveis que se caracterizam como náuseas e

vômitos, pirose, constipação, tonteiras e vertigens, fadiga, palpitações, dores,

edemas, varizes, hemorróidas, sonolência e insônia, cãimbras, lombalgias,

instabilidade emocional, cefaleias, síndrome do túnel do carpo, sintomas urinários,

leucorréia (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000;

CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000; ENKIN, et al, 2005).

Outra profunda adaptação que a grávida vivencia, ocorre no âmbito de suas

emoções. O seu psicológico, coloca a gestante em constante diálogo consigo, com

Page 28: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

28

suas relações familiares e sociais, com as situações que enfrenta em seu dia-a-dia,

suas condições de moradia e suas condições financeiras, questões como a saúde

do bebê, o momento do parto, passar de ser filha para ser mãe, tudo isso lhe

desencadeia uma série de emoções (PEIXOTO 2004).

Além disso, a mulher grávida ainda vivencia um grande tumulto emocional,

um grande processo terapêutico que envolve características regressivas da infância,

seu próprio nascimento. Se foi traumático é necessário que este conteúdo seja

trabalhado para uma gestação, parto e pós-parto saudáveis; conteúdos que

experimentou com a sua própria mãe quando criança, conflitos relacionados à sua

sexualidade e identidade sexual, tudo isso envolvido com representações mentais,

imaginação e fantasia sobre ser mãe, sobre seu bebê e a relação entre mãe e bebê,

acompanhado de crenças e intuição que influenciam a gestação, parto, sua postura

de mãe e relação com o seu bebê (VLADIMIROVA, 2006; MALDONADO, 2002)

Quando nasce um bebê, nasce uma mãe, um pai e uma nova família. Tudo

isso traz uma necessidade de novas adaptações, reajustamentos interpessoais e

intrapsíquicos e mudança de identidade. Por esse motivo, nesta fase de transição é

comum surgirem sintomas tais como insônia, perda de apetite e de peso, ou excesso

de apetite e de peso, agitação, taquicardia, estados de angústia, choro, depressão

pré e pós-parto, apatia, dores de estômago ou de cabeça, vertigens (MALDONADO,

2002).

Um estado bastante comum nas gestantes é a ansiedade, relacionada a

temores com o parto e com o novo papel de mãe. Esse estado psicológico, quando

não estiver resolvido, pode influenciar no trabalho de parto, trazendo dificuldades

para o desenvolvimento do parto natural. Altos níveis de ansiedade podem ter

efeitos diretos na contratilidade uterina, na saúde e desenvolvimento fetal, trazendo

também efeitos indiretos que são resultados de impulsos comportamentais tais como

o aumento de consumo de cigarros, álcool ou medicamentos (MALDONADO, 2002).

Sabendo que o estado físico e emocional influencia diretamente o

Page 29: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

29

desenvolvimento gestacional, o parto e a recuperação pós-parto, a falta de

assistência nestes âmbitos pode resultar em dores durante a gestação, dores

agudas no parto, cesarianas emergenciais, depressão durante a gestação e pós-

parto, desenvolvimento de psicopatologias e prejuízos na relação mãe-bebê

(REZENDE, 1998).

Sendo assim, a assistência, o cuidado e o preparo físico e emocional são de

suprema importância, tanto para verificar e auxiliar no desenvolvimento saudável do

feto e da gestante, como para prevenir alterações da normalidade e desequilíbrios

nestes, preparar o corpo para evitar incômodos que ocorrem na gestação, como as

dores na coluna e outras dores osteo mio articulares, edemas, cãimbras, aumento

excessivo de peso, azia, insônia, cansaço excessivo, constipação, dificuldade de

amplitude de movimento, etc (TEDESCO, 2000).

A Naturologia, com seu conceito definido no I Fórum Conceitual de

Naturologia no ano de 2009, é um conhecimento transdisciplinar que atua em um

campo igualmente transdisciplinar. Caracteriza-se por uma abordagem integral na

área da saúde pela relação de interagência do ser humano consigo, com o próximo

e com o meio ambiente, com o objetivo de promoção, manutenção e recuperação da

saúde e da qualidade de vida. Considerando este conceito, a Naturologia pode

trazer auxilio para a gestante em todas as fases da gestação, no parto, no puerpério

e até para o bebê (I FÓRUM CONCEITUAL DE NATUROLOGIA, 2009).

Uma prática da Naturologia que reúne benefícios físicos e emocionais, cada

vez mais requisitada por gestantes é a Hidroterapia, prática que visa fins

terapêuticos pela utilização da água e reúne benefícios fisiológicos e psicológicos.

Quando a água é utilizada em temperatura aquecida, traz um efeito relaxante

e sedativo, sensação de bem-estar, sendo muito utilizada no tratamento de doenças

mentais, alívio da dor e de espasmos musculares, manutenção ou aumento da

amplitude de movimento das articulações, fortalecimento dos músculos

enfraquecidos e aumento na tolerância aos exercícios, reeducação dos músculos

Page 30: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

30

paralisados, melhora da circulação, encorajamento das atividades funcionais,

manutenção e melhora do equilíbrio, coordenação e postura (CAMPION, 2000).

Dentro da hidroterapia, uma técnica muito utilizada por Naturólogos, formados

em cursos à parte da Universidade, com profissionais capacitados pela W.A.B.A.(

World Aquatic Body Association), é o Watsu®, que utiliza-se da flutuação e aplicação

de movimentos e alongamentos do zen shiatsu. Essa técnica reúne todos os

benefícios da hidroterapia. É uma terapia aquática muito profunda, realizada em

piscina aquecida a aproximadamente 35ºC, desenvolvida por Harold Dull, e tem

como características o relaxamento profundo, o alongamento, o prazer da flutuação,

traz a nutrição no despertar da memória de ser carregado e embalado, muito

utilizado por profissionais para trazer benefícios físicos/fisiológicos e

psíquicos/emocionais (DULL, 2001).

A prática de hidroterapia em gestantes tem os seus benefícios comprovados.

Traz bem-estar, leveza dos movimentos, sensação do alívio do peso, melhora o

condicionamento cardiovascular, prepara a musculatura para o parto, traz

consciência para a importância da respiração, reequilibra as compensações

posturais surgidas, traz relaxamento, melhora de dores, diminuição de edemas, e

equilíbrio (FREITAS JÚNIOR, 2005).

Para Rezende (1998), a prática de hidroterapia em gestantes tem como

objetivos estabelecer um elo de prazer, bem-estar e afeto, fortalecer o corpo, alongar

e tonificar os músculos, mobilizar as articulações, compensar a postura da gestante,

trazer leveza corporal, através de alguns movimentos. A turbulência da água

massageia o corpo inteiro, o que alivia as dores na coluna e nas articulações.

De acordo com Gil, Ribeiro e Quinoneiro (2007), a hidroterapia na gestação

tem como objetivo tratar mulheres grávidas em um ambiente aquecido e prazeroso,

estimulando o vínculo materno-fetal, diminuindo tensões físicas e emocionais,

intercorrências médicas, visando a prevenção de patologias, a melhora da qualidade

de vida da futura mãe e de seu bebê.

Page 31: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

31

O estudo de revisão bibliográfica realizado por Guimarães e Pelloso (2009),

descreve a importância da hidroterapia na prevenção e no tratamento da lombalgia,

e também fala sobre o seu efeito na melhora da qualidade de vida de mulheres

grávidas.

Um estudo feito com 41 gestantes, sendo 22 praticantes de hidroterapia

(grupo de estudo) e 19 não praticantes (grupo controle), que objetivou avaliar os

efeitos maternos da hidroterapia na gestação, obteve resultados que mostram que a

hidroterapia favorece a adaptação metabólica e cardiovascular materna durante a

gestação, não determinando resultados perinatais de prematuridade e baixo peso

em recém nascidos (PREVEDEL et al., 2003).

O estudo realizado por Dal'Pozzo; Adamchuk e Tecchio (2007), visando

avaliar os benefícios da pratica de Watsu® durante a gestação e as possíveis

mudanças no bem-estar de gestantes, obteve como resultados uma melhora em

todos os parâmetros avaliados, sendo eles incidência de dor na coluna vertebral,

falta de ar ou cansaço ao respirar, prisão de ventre, sensação de peso e cansaço,

edema de mãos e pés, formigamento e cãimbras, estados de depressão, angustia e

insegurança quanto a gravidez. Constatou que o alívio das dores na coluna tinha

duração de horas, dias, chegando ao alívio completo para alguns dos casos.

Sabendo da importância da assistência física e psíquica no período

gestacional, identifica-se a necessidade de empregar práticas que reúnam

benefícios em todos estes âmbitos para as gestantes, sendo a técnica do Watsu®

bastante apropriada pela sua abrangência e profundidade nestes aspectos.

Sendo assim, o presente estudo propôs benefícios às gestantes, sejam nos

níveis físico, emocional e social, proporcionando-lhes bem-estar e qualidade de vida,

alívio de dores e desconfortos, adaptação e aceitação das transformações físicas,

emocionais e sociais da gestação. O Watsu® pode ainda melhorar o vínculo

materno-fetal, existindo a possibilidade de aumentar as chances de um parto natural

e menos doloroso.

Page 32: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

32

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOS GERAIS

Promover o alívio de dores osteomioarticulares de origem gestacional e

melhoras na qualidade de vida das gestantes através da aplicação da técnica de

hidroterapia Watsu®.

2.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar os efeitos da hidroterapia, utilizando a técnica de Watsu®, na

qualidade de vida das gestantes através do questionário de Qualidade de Vida –

WHOQOL-bref (World Health Organization – Quality of Life Test- Brief Version) da

Organização Mundial de Saúde, aplicado na primeira e última sessão, e no alívio de

dores osteomioarticulares através da percepção da dor, utilizando a Escala Visual

Analógica da Dor antes e após cada atendimento.

Page 33: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

33

3 NATUROLOGIA

3.1 A NATUROLOGIA E SUA PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA

A Naturologia, com seu conceito definido no I Fórum Conceitual de

Naturologia (2009), é um conhecimento transdisciplinar que atua em um campo

igualmente transdisciplinar. Caracteriza-se por uma abordagem integral na área da

saúde pela relação de interagência do ser humano consigo, com o próximo e com o

meio ambiente, com o objetivo de promoção, manutenção e recuperação da saúde e

da qualidade de vida.

A Naturologia aborda o ser humano de forma integral, considerando seus

aspectos bio-psiquico-social-sutil e ecológico, e busca para este, promover, manter e

recuperar a saúde, utilizando-se de condutas terapêuticas baseadas em métodos

milenares como a Medicina Tradicional Chinesa, a Indiana, a Xamânica e a

Antroposofia, tendo como base, princípios sutis, de interagência e a

transdisciplinariedade, utilizando-se de técnicas naturais, como a massoterapia,

reflexologia e auriculoterapia, aromaterapia, fitoterapia, essências florais,

cromoterapia e cromopuntura, musicoterapia, geoterapia, arte integrativa, dietas

naturais, Yoga, meditação, hidroterapia e etc (HELLMANN; WEDEKIN;

DELLAGIUSTINA, 2008).

O Naturólogo busca uma relação de interagência com aquele que atende,

sendo o atendido o interagente, palavra que nos remete para aquele que interage,

que participa ativamente de seu próprio tratamento, diferente da passividade que

nos remete a palavra paciente e da conotação comercial da palavra cliente; assim

através desta relação de interagência o interagente passa a ser o agente

transformador de si mesmo (HELLMANN; MARTINS, 2007).

Para se buscar a assistência de um naturólogo não se faz necessária uma

queixa específica, o papel do naturólogo em sua relação de interagência é o de

Page 34: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

34

promover saúde, o que está diretamente envolvido com melhora na Qualidade de

Vida e que traz como consequências a prevenção e a manutenção da saúde

(HELLMANN; MARTINS, 2007).

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) (1946, pg.1), a

saúde tem seu conceito definido como ´´Um estado total de bem-estar físico, mental

e social não simplesmente a ausência de doença``, e enfatiza a valorização

subjetiva que abrange dimensões de contexto cultural, social e ambiental, onde seis

domínios estão presentes: o físico, psicológico, nível de interdependência,

relacionamento social, ambiente, comportamentos pessoais, os quais por sua vez

descrevem aspectos da qualidade de Vida (WHO, 1998).

E assim vem a Naturologia, compreender o individuo como ser cósmico,

deixando de ver o ser unicamente em sua esfera físico-mental, mas sim agregando a

esfera social e cósmica, com uma visão que leva ao indivíduo a noção de

interconexão com os outros e com o meio, noção de responsabilidade e autonomia.

Sendo assim, o individuo que é atendido pela Naturologia é percebido através de

uma postura que o entende e o permite entender-se como único e indivisível,

garantindo-lhe a integralidade (DELLAGIUSTINA; HELLMANN, 2008).

3.1.1 A NATUROLOGIA NO ATENDIMENTO DE GESTANTES

A Naturologia, que é uma área inovadora e nova, respectivamente, levando

em consideração a sua proposta e o seu tempo de existência que é de

aproximadamente 10 anos, necessita ainda explorar a sua atuação no atendimento

da mulher grávida, pois a Naturologia pode trazer auxílio para a gestante em todas

as fases da gestação, no parto, no puerpério e até para o seu bebê, trabalhando

com a gestante de forma integral, cuidando dos aspectos bio-psíquico-social-sutil e

ecológico.

Page 35: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

35

Seguem alguns trabalhos já desenvolvidos por Naturólogos no atendimento à

gestação e temas relacionados, abordando a importância, benefícios e eficácia do

Naturólogo com sua proposta e ferramentas terapêuticas na gestação, pós-parto,

bebês e infância.

Com o foco na gestação, o trabalho desenvolvido por Manhani e Pereira

(2006) sugere uma abordagem pré-natal, uma proposta de acompanhamento

terapêutico de gestantes pela Naturologia; o trabalho realizado por Amano (2006) é

de uma revisão bibliográfica do Yoga em gestantes, suas indicações e contra

indicações; o estudo de Cava e Coelho (2008), objetivou avaliar o efeito da

colorpuntura sobre os enjôos até o quinto mês gestacional, obtendo resultados

satisfatórios ao propósito da pesquisa.

Na recuperação e adaptação emocional pós-parto temos um trabalho que

verifica o efeito do manilúvio e pedilúvio com a combinação de floral Rescue

Remedy para a ansiedade de mães com filhos hospitalizados na UTI neonatal,

realizado por Ortega e Nunes (2008), onde verificou-se a diminuição da ansiedade

em 9,4%, mostrando que técnicas simples e de baixo custo podem trazer uma

melhora significativa na qualidade de vida. Com bebês e crianças, encontramos um

trabalho sobre a Shantala, estudo feito sobre a importância desta massagem para

bebes de mães adolescentes institucionalizadas, das autoras Rosa e Silva (2008),

que obteve como resultado uma maior interação das mães com seus bebês,

mostrando mudanças positivas nos bebês, nos efeitos fisiológicos e psicológicos.

Também foi realizada uma revisão bibliográfica sobre a Fitoterapia na Pediatria por

Parlangelo (2007), onde observou-se que a fitoterapia pode ser utilizada por

crianças de forma segura e eficaz, desde que sejam respeitadas as dosagens,

indicações e formas de administração sugerida pela literatura científica; e um

trabalho de Ywasaki, Horiuchi e Cervoni (2008), avaliando a qualidade de vida

através das técnicas da Naturologia na oncopediatria, chegando a conclusão que

além do relaxamento, houve melhora na imunidade, humor, ânimo, auto-estima e

Page 36: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

36

diminuição da sintomatologia da quimioterapia e do cansaço. Uma revisão

bibliográfica sobre a perspectiva do Naturólogo na intervenção preventiva da

obesidade infantil realizado por Maldonado e Oliva (2007), concluíram que a grande

soma de causas que compreendem a obesidade infantil, envolve o modo de viver

da sociedade, estilo de vida e hábitos alimentares, e que para ser conquistada uma

alimentação saudável, é necessário a divulgação de informações sobre alimentação

saúde, e diminuição desta doença na fase adulta. E outro trabalho sobre os efeitos

da Arte Integrativa através da dança circular e dos desenhos livres em crianças com

sintomas de hiperatividade por Chang, Salazar, Tavares e Leirner (2006), onde foi

observado uma sutil melhora em todos os resultados colhidos, onde puderam notar

que duas crianças não apresentaram mais o quadro de sintomas de hiperatividade e

impulsividade. Estes são alguns de muitos outros trabalhos que ainda virão para

trazer a compreensão do potencial da Naturologia.

De acordo com Hellmann e Martins (2007), a Naturologia busca uma relação

de interagência com aquele que atende, propondo que o interagente trabalhe sobre

a sua transformação, participando ativamente do seu próprio tratamento, lhe dando

meios e recursos para que ele próprio melhore a sua saúde e qualidade de vida.

Assim a Naturologia no atendimento as gestantes pode auxiliar no

empoderamento da mulher, algo muito importante e que vem diminuindo nos dias de

hoje e que, pode ser visto pelo aumento do número de cesarianas, onde a mulher

tem seu filho de forma passiva e não participativa (RATTNER; GAMA, 2010).

A Naturologia vem para levar a esta mulher a autonomia dentro de suas

necessidades e escolhas, possibilitando que a gestante seja ativa durante toda a sua

gestação e seu parto; aquele que pode viver o seu processo inteiramente poderá

com mais facilidade compreendê-lo, assimilá-lo e integrá-lo em si, e assim é para a

mulher que está se tornando mãe, compreender, assimilar, aceitar e integrar a

gestação em si, pode ajudar esta mulher em muitos aspectos durante a sua

gestação, seu parto, sua recuperação pós-parto, vínculo e cuidados com seu filho

Page 37: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

37

(BALASKAS, 2008).

3.2 A qualidade de vida durante a gestação

Considerando que Qualidade de Vida é um termo multidimensional, que

envolve fatores objetivos como também subjetivos, e que devem ser considerados o

bem-estar físico tanto como o psicológico, entende-se que a assistência integral no

período gestacional necessita englobar também os aspectos relativos à qualidade de

vida e não se atentar apenas ao parâmetros físicos do cuidar. Entendendo o período

gestacional como período normal e não patológico, possibilitará que este seja

abordado de forma multidimensional e não fragmentada (CASARIN; BARBOZA;

SIQUEIRA, 2010).

Foi realizada por Casarin; Barboza e Siqueira (2010) uma revisão de

literatura sobre o tema da qualidade de vida na gestação, onde as autoras

analisaram toda a produção cientifica existente, nacional e internacional, das

diversas áreas da saúde, publicadas no período de 2003 a 2008, referente a este

tema. Foram selecionados 21 trabalhos onde percebeu-se que as publicações se

preocupavam com a qualidade de vida materna, do concepto na vida intra uterina,

na infância e vida adulta. Assim os trabalhos foram agrupados em quatro temas,

sendo para nós os temas mais relevantes: Tema 1: Relação entre qualidade de vida,

dor e alterações fisiológicas na gravidez; Tema 4: Assuntos diversos relacionados a

qualidade de vida na gestante.

No Tema 1: Relação entre qualidade de vida, dor e alterações fisiológicas na

gravidez, dentre os autores e trabalhos estudados foi identificado o quanto as

alterações fisiológicas que trazem sintomas incômodos podem influenciar na

qualidade de vida das gestantes, dentro destes sintomas citados por nós no Capítulo

4.3, se destacam a incontinência urinária, náuseas e vômitos, dores como dor

lombar, sialorréia (CASARIN; BARBOZA; SIQUEIRA, 2010).

Page 38: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

38

No Tema 4: Assuntos diversos relacionados a qualidade de vida na gestante,

dentre os assuntos abordados o mais relevante para nós é o que fala sobre a

importância da identificação precoce das alterações emocionais, tais como sintomas

depressivos e transtornos mentais, e a necessidade de oferecer um adequado apoio

psicológico, sabendo que estas alterações podem interferir na saúde e qualidade de

vida da gestante e do recém nascido (CASARIN; BARBOZA; SIQUEIRA, 2010).

Page 39: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

39

4 GESTAÇÃO

4.1 ASSISTÊNCIA E APOIO: O CUIDADE E ATENÇÃO NA GRAVIDEZ E NO

PARTO

Vemos que existe um grande interesse em promover a saúde materna e

infantil, cuidados pré-natais e neonatais, e acabam sendo esquecidos os interesses

das mães e suas necessidades. Os problemas físicos das gestantes são tão

significativos quanto os problemas sociais e psicológicos, e o apoio nestes diversos

níveis deve fazer parte de toda a assistência a gestantes (ENKIN; KEIRSE;

NEILSON, 2005).

Os profissionais que dão assistência para gestantes e parturientes tem

diferentes opiniões e posturas práticas dentro dos cuidados e procedimentos que

realizam. Existem os que priorizam a experiência pessoal de parto de cada mulher, e

escolhem deixar de realizar alguns procedimentos para que esta mulher possa

desfrutar de seu momento sem grandes interferências; outros visam minimizar a

morbidade e mortalidade perinatais mesmo que isto signifique risco ou desconforto

materno; e outros visam mais a eficiência e economia, se preocupam mais com os

custos de atendimento e recursos disponíveis (ENKIN; KEIRSE; NEILSON, 2005).

Sabendo que todos estes objetivos são importantes, é possível compreender

o motivo pelo qual a assistência durante a gestação e o parto tem diferentes

recomendações, e estas variações na prática também trazem aspectos como

costumes culturais do local que realiza o serviço de assistência, as diferenças nas

populações atendidas, e as necessidades e circunstâncias da gestante ou

parturiente e seu bebê (ENKIN; KEIRSE; NEILSON, 2005).

Assim aquele que dá assistência deve levar em consideração o atendimento

às pacientes individuais, reconhecendo seus costumes culturais ou familiares, suas

necessidades e circunstâncias nas quais se encontra (ENKIN; KEIRSE; NEILSON,

Page 40: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

40

2005).

Em muitos países desenvolvidos, a assistência e apoio a gestante, parturiente

e puerpéria existe e este serviço realizado é conhecido como Doula ''acompanhante

de parto'', e Doula pós-parto ''auxiliares de maternidade''; as Doulas são mulheres

que proporcionam informação, suporte, conforto físico e apoio emocional durante a

gravidez, o parto e o pós-parto. Vemos no Brasil a implantação destes serviços

gradualmente, também vinculado a serviços públicos de saúde, começando a

possibilitar mais apoio e cuidado na gestação, parto e pós-parto (Gama, 2010).

4.2 AS TRANSFORMAÇÕES DA GRAVIDEZ: ADAPTAÇÃO DO ORGANISMO

MATERNO

Uma gravidez sem complicações é considerada um estado de saúde e não de

doença, toda gravidez é acompanhada de muitas transformações no organismo

materno, que se caracterizam como adaptações neste período da vida da mulher.

Tais transformações se iniciam no momento da fecundação, quando elementos do

organismo paterno se encontram com os elementos do organismo materno e assim

evoluem em simbiose e adaptação mútua. Isto envolve a formação do ovo e todas

as suas multiplicações celulares, bem como a adaptações fisiológicas locais

(genitais) e gerais (sistêmicas) subsequentes (ENKIN; KEIRSE, NEILSON, 2005;

PEIXOTO, 2004).

Page 41: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

41

4.2.1 As modificações locais do organismo materno

4.2.1.1 Útero

As modificações locais começam a ocorrer no útero onde o endométrio inicia

modificações morfológicas que favorecem a nidação do ovo. Para garantir espaço

para o feto ocorre hipertrofia das fibras uterinas, alterações em sua atividade

contrátil, sua forma, tamanho e posição, aumento de sua vascularização e seu

volume. À medida que a gravidez se desenvolve as modificações que se operam no

útero vão condicionando a adaptação continua dos órgãos abdominais (REZENDE,

1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM;

MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004).

4.2.1.2 Colo

O colo apresenta aumento da vascularização que lhe desencadeia uma

coloração arroxeada, sua consistência é amolecida devido a embebição da gravidez,

suas glândulas secretam muco espesso que preencherá o canal cervical, recebendo

o nome de tampão mucoso, este tem a função de proteger o ambiente ovular

(REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM;

MACDONALD; GANT; et al, 2000).

4.2.1.3 Vagina

Assim como as modificações locais vão ocorrendo no útero, ocorrem também

alterações na vagina, desencadeadas por fatores hormonais e vasculares, são

alterações em sua coloração que de tonalidade habitualmente rósea se torna mais

arroxeada, alterações no pH vaginal que muitas vezes pode predispor a candidíase

Page 42: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

42

vaginal (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000;

CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004).

Há um aumento da vascularização da pele e nos músculos do períneo e da

vulva, secreções vaginais aumentam, as paredes vaginais se alteram muito no

preparo para a distensão que ocorrerá durante o trabalho de parto, apresentam

aumento da espessura da mucosa, afrouxamento do tecido conjuntivo e hipertrofia

das células musculares lisas, estas alterações causam um aumento do tamanho e

comprimento das paredes vaginais (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO,

1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000).

4.2.1.4 Ovários e tubas

As modificações locais que ocorrem em ovários e tubas decorrentes do

desenvolvimento uterino modificam as suas localizações elevando-se para áreas

superiores da pelve. Ocorre nas tubas alterações musculares e conjuntivas,

vasculares que trazem mudanças em sua tonalidade original. Os ovários aumentam

de tamanho devido ao aumento da vascularização e retenção hídrica, eventualmente

ocorrem modificações em sua tonalidade (REZENDE, 1998; NEME, 2000;

CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004).

4.2.1.5 Articulações

Outras modificações locais extragenitais também ocorrem, como as

articulações em geral e principalmente as articulações sacroilíacas e pública que se

tornam embebidas e sofrem efeito de hormônios circulantes como a relaxina,

promovendo relaxamento da cintura pélvica, importante alteração que traz um

preparo à bacia para o momento do trabalho de parto no auxilio à saída do bebê

(PEIXOTO, 2004).

Page 43: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

43

4.2.2 As modificações gerais do organismo materno

Dentro de muitas transformações que ocorrem na gravidez existem algumas

modificações gerais, em todo seu organismo, que não são regras impostas para

todas as mulheres mas que para algumas podem surgir e trazer alguns sintomas

desagradáveis, estes podem causar desconforto significativo, por isso é muito

importante a prevenção ou o alívio destes sintomas (NEME, 2000; CUNNINGHAM;

MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004; ENKIN, et al, 2005).

4.2.2.1 Peso

Estas modificações são aumento de peso em função de adaptações do

organismo da gestante que pode trazer um aumento de aproximadamente 5% do

peso inicial materno, sendo deste percentual uma grande parte de responsabilidade

da retenção hídrica, o feto e anexos ovulares podem trazer um aumento relativo de

6kg, ao total uma gestante tem seu peso aumentado em uma média de 5,9 a

15,8Kg, sendo que o mínimo de água que uma mulher grávida deve reter durante a

gestação é aproximadamente 7 litros, pois 3,5 litros correspondem ao aumento do

volume sanguíneo, mamas e útero, e os outros 3,5 litros pertencem ao feto, placenta

e líquido amniótico (PEIXOTO, 2004).

4.2.2.2 Sistema Endócrino

4.2.2.2.1 Progesterona, estrogênio e relaxina

A progesterona, o estrogênio e a relaxina são hormônios importantes na

gestação e exercem algumas ações no organismo materno, a progesterona age na

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44

redução do tônus do músculo liso, a digestão se torna mais lenta e pode ser

acompanhada de náusea, e ocorrer diminuição de atividade peristáltica; o estrogênio

tem seu efeito no aumento do útero e dos ductos mamários, também previne a perda

óssea auxiliando o metabolismo do cálcio materno; a relaxina age nos músculos e

articulações, trazendo maior flexibilidade e extensibilidade, visando a ampliação do

canal de parto (CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004).

4.2.2.3 Sistema Circulatório

Modificações hemodinâmicas importantes ocorrem como o aumento do

volume sanguíneo materno, no primeiro trimestre de gestação aumenta de forma

progressiva, no segundo trimestre mais rapidamente e no terceiro trimestre mais

lentamente, próximo ao fim gestacional chega a ser um aumento de em média 50%

do volume sanguíneo, este aumento faz a compensação do sangue armazenado no

útero, da perda sanguínea do parto e evita a síndrome da compressão da veia cava

(hipotensão supina) (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME,

2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004).

4.2.2.4 Volume sanguíneo

Com o aumento do volume sanguíneo é gerado maior trabalho cardíaco (o

coração tem um acréscimo no peso de até 15g) e assim se eleva o volume minuto

(volume de sangue que retorna ao coração por minuto), pelo aumento da frequência

cardíaca e aumento da força motriz (ação dos estrogênios sobre a fibra cardíaca). O

volume minuto se mantém elevado até o fim da gestação e junto com aumento do

volume sanguíneo permite uma maior irrigação sanguínea do útero sem prejuízo aos

outros órgãos (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000;

CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004).

Page 45: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

45

4.2.2.5 Pressão Arterial

No primeiro e segundo trimestres da gestação observa-se queda dos níveis

pressóricos, com tendência de retorno aos valores pré-gestacionais ao final do

terceiro trimestre. Além disso, a gestante tem maior suscetibilidade à hipotensão

supina, por compressão da veia cava inferior pelo útero gravídico (REZENDE, 1998;

REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD;

GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004).

4.2.2.6 Sistema Respiratório

Com o aumento do volume uterino há menor mobiliade diafragmática que

somada ao edema da mucosa do trato respiratório, devido a embebição gravídica,

dificulta o trajeto do ar corrente. Também ocorre um aumento da frequência

respiratória por estímulo da progesterona no centro respiratório. Estas alterações

explicam a frequente queixa de dispnéia da gestante (REZENDE, 1998; REZENDE;

MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al,

2000; PEIXOTO, 2004).

4.2.2.7 Sistema urogenital

Durante a gestação, o fluxo plasmático renal cresce e o filtrado glomerular

aumenta. Pode ocorrer estase urinária e diminuição de tônus em vias excretoras,

trazendo aumento de calibre dos ureteres. Ocorre mudança de posição da bexiga,

que é pressionada pelo útero, trazendo vontade frequente de urinar e devido a

frouxidão muscular, em especial do assoalho pélvico, na gestação pode ocorrer

incontinência urinária. Exercícios como os de Kegel podem ajudar muito no

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46

fortalecimento da musculatura que envolve o assoalho pélvico (REZENDE, 1998;

REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD;

GANT; et al, 2000; PEIXOTO, 2004).

4.2.2.8 Sistema Nervoso

No sistema nervoso ocorrem muitas adaptações que envolvem modificações

psíquicas e do sistema nervoso vegetativo. Existem evidências de que as atividades

controladas pelo sistema nervoso central, como os processos cognitivos e

emocionais, podem ser alterados durante a gravidez e que, 12% de gestantes

apresentam distúrbios comportamentais ou do humor. É bem evidenciada a

sensação de insegurança, alterações emocionais, tendência à insônia, ansiedade e

funções cognitivas ligeiramente prejudicadas, sendo que o tempo de resposta que

envolve movimentos rápidos e de equilíbrio pode ser afetados e isto pode trazer

implicações quanto a segurança da gestante. A retenção de água, para muitas

gestantes causa pressão nos nervos, o nervo mediano que supre a mão é

comumente comprimido, levando ao problema conhecido como síndrome do túnel

do carpo. Exercícios na água podem ser importantes na prevenção e tratamento

desta lesão (REZENDE, 1998; PEIXOTO, 2004).

4.2.2.9 Sistema Musculoesquelético

As alterações que envolvem o sistema musculoesquelético são mudanças no

centro de gravidade da gestante que a fazem buscar compensação pela adaptação

de sua postura. Devido à protusão do abdome surge uma lordose lombar exagerada

e ocorrem também mudanças em seu caminhar, seus pés ficam voltados para fora e

começa a ter uma marcha gingada. Para compensar estas mudanças a gestante

aumenta a flexão anterior da coluna cervical, o que a faz andar mais curvada e com

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abdução dos ombros. O peso das mamas também acentua esta curvatura. A

exacerbação desta postura pode trazer parestesia nas mãos, com consequente

aumento da fraqueza motora, o que pode resultar em perda de habilidade para

realizar trabalhos manuais finos. Alguns esportes que exigem o uso das mãos com

agilidade, força e equilíbrio podem provocar na gestantes mais lesões, isso deixa de

ocorrer nos casos de exercícios realizados em água (REZENDE, 1998; REZENDE;

MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT; et al,

2000; PEIXOTO, 2004).

4.3 SINTOMAS INCÔMODOS E DESCONFORTÁVEIS DA GESTAÇÃO

Após estudar as mais variadas alterações que ocorrem no organismo materno

que busca se adaptar a esta nova fase, é importante levar a atenção para algumas

consequências destas alterações que muitas vezes trazem bastante incômodo e

desconforto para a gestante. Estes sintomas se caracterizam como náuseas e

vômitos, pirose, constipação, tonteiras e vertigens, fadiga, palpitações, dores,

edemas, varizes, hemorróidas, sonolência e insônia, cãimbras, lombalgias,

instabilidade emocional, cefaleias, síndrome do túnel do carpo, sintomas urinários,

leucorréia. Alguns destes sintomas já foram citados no capítulo anterior, trazendo

complementação aos conteúdos que neste capítulo são abordados (REZENDE,

1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM;

MACDONALD; GANT, et al, 2000; ENKIN, et al, 2005).

4.3.1 Náuseas e Vômitos

As náuseas e vômitos são muito frequentes na gestação chegando até a

simbolizar gravidez. Aparecem com mais intensidade pela manhã, principalmente

nas primeiras 12 semanas de gestação. A partir do segundo trimestre de gestação,

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48

95% dos casos tem cura espontânea, porém 5% podem evoluir a Hiperêmese

gravídica. Existem muitos fatores etiológicos que explicam estes sintomas,

relacionados com alterações hormonais, alterações do sistema gastrointestinal,

refluxo gastresofagiano, excitações sensoriais especialmente olfativas (cheiro de

perfumes, cigarro, fritura e etc.), questões psicológicas, estômago vazio etc

(REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM;

MACDONALD; GANT, et al, 2000 ).

4.3.2 Pirose

A pirose é um sintoma mais comum ao fim da gravidez, em suas últimas

semanas, é consequente de algumas modificações no sistema gástrico, ao refluxo

do conteúdo estomacal para o esôfago e a pressão do útero sobre o estômago , a

pirose pode por vezes se acentuar em determinadas posições como decúbito,

podendo trazer até insônia para a gestante, neste caso dormir com a cabeceira da

cama levantada, ficar semi-sentada é recomendado, assim como refeições

frequentes em pequena quantidade (6 vezes ao dia) (REZENDE, 1998; REZENDE;

MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al,

2000 ).

4.3.3 Ptialismo ou sialorréia

O ptialismo ou sialorréia, que é a salivação excessiva, é um sintoma muito

incômodo para a gestante mesmo quando se apresenta de forma leve. Surge em

geral no inicio da gravidez e pode estar associado as náuseas. Esta saliva na

maioria das vezes é rejeitada pela gestante, talvez por motivos psicológicos ou

bioquímicos, pode provocar desidratação por isso é importante prevení-la com a

ingestão abundante de líquidos (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO,

Page 49: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

49

1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000 ).

4.3.4 Obstipação

A obstipação é frequente no decorrer da gravidez, decorrente da diminuição

da motilidade intestinal por ação hormonal, pressão do útero no intestino que pode

causar seu descolamento, também existem influências psíquicas. Para que não se

agrave e traga maiores consequências, cuidados dietéticos como a ingestão de

alimentos variados, líquidos, prática de exercícios físicos são bastantes relevantes

(REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM;

MACDONALD; GANT, et al, 2000 ).

4.3.5 Tonturas e Vertigens

É comum que a mulher grávida apresente sintomas como tonturas e

vertigens, por possuir maior labilidade neurovegetativa, hipotensão, hipoglicemia e

anemia, que podem predispor a estes sintomas (REZENDE, 1998; REZENDE;

MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000 ).

4.3.6 Fadiga

No último trimestre gestacional a gestante pode apresentar fadiga,

consequentes das alterações posturais e aumento do peso, sendo recomendados

períodos frequentes de repouso (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO,

1999; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000 ).

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50

4.3.7 Palpitações

As palpitações na maioria das vezes não significam problemas, mas a

investigação clínica cuidadosa é importante, sabendo que palpitações podem ter

relação com cardiopatias ou hipertireoidismo. Este sintoma muitas vezes está

relacionado com as emoções da gestante, assim o uso de tranquilizantes e a própria

palavra do médico tem sido suficiente para removê-los (REZENDE, 1998; NEME,

2000).

4.3.8 Síndrome Dolorosa

Decorrentes das grandes adaptações nos sistemas orgânicos das gestantes

surgem para algumas as dores que geralmente se encontram em região abdominal

baixa, em coluna, onde são mais comum na região lombar, dorsal e sacroilíaca,

podendo abranger a virilha e as pernas; estão relacionadas com alterações

hormonais, musculares, articulares e posturais. No capítulo a seguir estaremos

abordando com maior profundidade as dores e suas relações etiológicas

(REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM;

MACDONALD; GANT, et al, 2000 PEIXOTO,2004; ENKIN; KEIRSE; NEILSON,

2005).

4.3.9 Edema

O edema encontrado frequentemente nos membros inferiores das gestantes,

em 30 a 40% das grávidas nos pés e tornozelos e em 5% de forma distribuída no

organismo, na maioria das vezes não tem origem patológica e está associada a

alterações da gestação como maior pressão hidrostática intracapilar, queda da

pressão oncótica, aumento da permeabilidade capilar e retenção de sódio

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(REZENDE; MONTENEGRO, 1999; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al,

2000; PEIXOTO, 2004).

4.3.10 Varizes

As varizes são mais comuns em multíparas (mães que tem mais de um filho)

e são decorrentes da fraqueza das paredes musculares das veias, aumento da

pressão venosa nos membros inferiores, inatividade e mau tônus muscular. Podem

ser assintomáticas, mas em membros inferiores costumam ser acompanhadas de

dor, edema, ulceração e podem ter graves complicações. Medidas que podem

auxiliar muito são as de suspender as pernas acima do nível do corpo sempre que

se sentar ou deitar e utilizar meias elásticas de algodão, colocando-as com as

pernas elevadas após o esvaziamento das veias por alguns minutos (REZENDE;

MONTENEGRO, 1999; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000).

4.3.11 Hemorróidas

As hemorróidas tendem a se agravar durante a gravidez por conta da

constipação e no pós-parto devido aos esforços para a saída do bebê, alguns

supositórios e pomadas podem ajudar (REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME,

2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000).

4.3.12 Sonolência e Insônia

A sonolência é bastante comum na gestação e não precisa ser combatida, se

torna complicada para gestantes que não tem possibilidade de sono diurno. Já a

insônia é mais comum em gestantes ansiosas ou neuróticas, que estão envolvidas

com temores, preocupações, trabalhos excessivos etc (REZENDE, 1998).

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4.3.13 Cãimbras

As cãimbras musculares dolorosas se apresentam em 14 a 50% das

gestantes, apresentam maior incidência nos últimos meses de gestação, nos

músculos da panturrilha, mais assiduamente quando a grávida está deitada,

ocorrendo muitas vezes enquanto está dormindo, o que a faz acordar subitamente.

Baixos níveis de cálcio e fadiga das extremidades são causas importantes, o

repouso, ingestão de cálcio e uso de compressas quentes locais são recomendados

(REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000).

4.3.14 Cefaleias

A dor de cabeça é uma queixa somática muito comum em mulheres e em

grávidas ainda mais, podem estar relacionadas com tensão ou contração muscular,

com fatores psicológicos e ter também outras origens como pressão intracraniana

elevada, inflamação, alimentos e medicamentos, trauma, hipertensão etc

(REZENDE, 1998; NEME, 2000; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000).

4.3.15 Síndrome do túnel do carpo

A síndrome do túnel carpiano aparece em cerca de 2,5% das gestantes, seus

sintomas em geral mais comuns são parestesia e dor noturna, nela ocorre a

compressão do nervo mediano que traz um comprometimento da função nervosa de

sensibilidade e motora da mão (REZENDE, 1998)

4.3.16 Sintomas Urinários

No inicio e no final da gestação a frequência e a urgência de urinar são

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53

habituais, no primeiro trimestre decorrente da pressão exercida pelo útero, na

determinada posição em que se encontra, sobre a bexiga e nas duas últimas

semanas de gestação pelo peso fetal sobre o sistema urinário (REZENDE;

MONTENEGRO, 1999).

4.3.17 Leucorréia

Durante a gestação é comum o aumento do corrimento vaginal, este se

caracteriza como branco, leitoso e em condições normais não produz irritação, mas

devido a mudança do PH vaginal em gestantes é muito frequente a inflamação,

também pode ser consequência de uma infecção causada por Trichomonas vaginalis

ou Candida albicans, e estas requerem seus devidos tratamentos (REZENDE;

MONTENEGRO, 1999; CUNNINGHAM; MACDONALD; GANT, et al, 2000).

4.4 AS DORES OSTEOMIOARTICULARES DE ORIGEM GESTACIONAL

Para algumas gestantes dores osteo-músculo-articulares podem surgir. Estas

dores constituem as maiores queixas da gestação e podem se intensificar no último

trimestre gestacional. São decorrentes das grandes adaptações dos sistemas

orgânicos, estão relacionadas com ganho de peso, mudanças do centro de

gravidade, alterações hormonais, musculares, articulares e posturais (REZENDE,

1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999; NEME, 2000; CUNNINGHAM;

MACDONALD; GANT, et al, 2000 PEIXOTO,2004; ENKIN; KEIRSE; NEILSON,

2005; STILLERMAN, 2010).

4.4.1 As dores em região abdominal baixa

As dores que se apresentam na região abdominal baixa, descritas como uma

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54

sensação de peso no baixo-ventre, devido a pressão que o útero exerce nas

estruturas pélvicas e na parede abdominal, a tensão dos ligamentos, relaxamento

das articulações da bacia, contrações uterinas e também gases, distensão e cólicas

intestinais (REZENDE, 1998; REZENDE; MONTENEGRO, 1999).

4.4.2 As dores em região lombar e sacral, virilhas e pernas

O bloqueio de raízes nervosas induzido pela gravidez pode causar dores

incomuns, em região pélvica, lombar e das coxas. Dores em região lombar e sacral

são bastante comuns no último trimestre gestacional, devido a embebição das

articulações sacro-ilíacas, ações hormonais sobretudo da relaxina, que geram

disjunção das articulações pelvinas, a fadiga e alterações musculares que geram

espasmos dos músculos. Dores nas virilhas também são comuns e, as dores em

região sacroilíaca dificultam o caminhar e tornam penosa a mudança de postura.

Geralmente não é aguda mas sim persistente; a dor lombar em geral é contínua e se

agrava com a movimentação da coluna dorsal sobre a bacia e está em partes

associada com a lordose exagerada do último trimestre gestacional, podendo

adquirir maior intensidade se tornando aguda, o que poderá estar relacionado com

algum processo osteopático das vértebras (REZENDE, 1998; REZENDE;

MONTENEGRO, 1999).

4.4.3 As dores em região lombar e dorsal

A articulação sacroilíaca sofre um aumento de lassidão e isto pode provocar

dor em um ou em ambos os lados da pelve, a imobilização das duas superfícies da

articulação também pode ser um fator resultante da dor. Com o grande aumento da

musculatura abdominal, estes deixam de sustentar a coluna, o aumento da

elasticidade dos ligamentos e dos discos também comprometem a estabilidade da

coluna, com isso a estabilidade da gestante ocorre por um trabalho adicional da

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55

musculatura e dos ligamentos da coluna vertebral, o que pode resultar em

desconfortos e dores em região lombar e dorsal (PEIXOTO, 2004).

4.4.4 As dores na coluna em geral

A dor nas costas é muito comum em gestantes, até 75% das mulheres

relatam esta dor em algum momento da gravidez. A alteração da postura durante a

gestação traz um aumento da curvatura da coluna vertebral, aumento da lordose

lombar, o que é uma possível causa para esta dor. As alterações hormonais que

trazem um afrouxamento dos ligamentos e articulações e aumento de retenção

hídrica nos tecidos é outra possível causa desta dor. Estes sintomas são mais

frequentes ao fim do dia o que traz prejuízos ao sono, e aparecem mais no último

trimestre gestacional (ENKIN; KEIRSE; NEILSON, 2005).

4.5 OS ASPECTOS PSICOLÓGICOS DA GESTAÇÃO

As pesquisas e estudos abordam maior parte das adaptações orgânicas,

anatômica-funcionais que ocorrem na gestação e pouquíssima atenção é dada as

adaptações psicológicas. No entanto toda a gestação é acompanhada de um grande

tumulto emocional para a mãe, que traz características regressivas de lembranças

de sua infância, conflitos relacionados à sua sexualidade e identidade sexual,

envolve a utilização de pensamentos, imaginação e fantasia (PEIXOTO, 2004 apud

CURY, 1997).

4.5.1 Os ciclos de desenvolvimento da mulher

Ampliar a compreensão dos aspectos psicológicos dos ciclos da gravidez

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56

auxilia na formação de uma visão mais completa, profunda e integrada da mulher

como gestante em seu todo que é a gestação (MALDONADO, 2002).

O desenvolvimento da mulher é constituído por ciclos onde a adolescência

(menarca), gravidez e climatério (antecede a menopausa), são estágios

considerados como períodos de ´´crise``; as crises vitais se caracterizam como

períodos transitórios de desorganização de referenciais, onde os métodos

habitualmente utilizados para a solução de problemas já não servem mais,

mobilizando a busca de novas repostas, por isso as crises vitais favorecem o

desenvolvimento como ser humano, elas podem trazer oportunidades de

amadurecimento e integração da personalidade quando a pessoa elabora soluções

para superá-las de forma saudável, podendo representar perigo quando as soluções

elaboradas para superá-las são doentias, podem trazer piora como aumento da

desorganização, desintegração e desajustamento da personalidade. Assim é vista a

importância de uma intervenção eficiente, assistência e auxílio psicológico, que no

momento de crise é mais rapidamente aproveitado e absorvido devido ao estado

temporário de equilíbrio emocional instável ao qual a pessoa se encontra

(MALDONADO, 2002).

4.5.1.1 Gravidez um ciclo de desenvolvimento da mulher

Na mulher grávida ocorre uma soma de adaptações emocionais decorrentes

do desenvolvimento gestacional, sendo a gravidez uma transição que faz parte do

processo natural do desenvolvimento, ela traz adaptações que envolvem

componentes psicológicos anteriores da gestação (sua história psicossexual e seu

passado ginecológico-obstétrico, assim como de suas irmãs e mãe, sua história de

vida, vivências emocionais acumuladas, características de personalidade e

comportamento) e componentes atuais (vivências do momento atual da vida,

questões familiares, sociais, profissionais e ambientais, se é uma gravidez na

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57

adolescência ou uma gravidez tardia, se a gravidez é normal ou de risco, se recebe

assistência profissional adequada ou precária e insatisfatória) estes fatores em

conjunto vem a se denominar por fatores psicológicos da gravidez ou, mundo

emocional da grávida, que envolvem a necessidade de reajustamento e

reestruturação em diversas dimensões (PEIXOTO, 2004; MALDONADO, 2002).

A gravidez envolve a mudança de identidade, trazida por uma nova definição

de papéis, a mulher se olha e é vista de uma nova maneira, sendo seu primeiro filho

(primípara), além de ser filha e mulher agora passará a ser mãe, sendo seu segundo

ou terceiro filho (multípara) experimenta mudança de identidade no sentido de deixar

de ser mãe de um filho e se tornar mãe de dois ou três filhos, que é diferente. O

homem também vivencia este processo de mudança de identidade, a paternidade

também traz um processo de transição no desenvolvimento emocional do homem

(MALDONADO, 2002).

4.5.2 Influências das relações familiares e sociais na mulher grávida

O núcleo familiar oferece grande influência para a grávida (seu companheiro,

filhos, pais, irmãos, sogros, tios, primos, etc.) e dependendo da postura destes

podem levar cuidado à mulher, ou exigências que geram pressão e ansiedade, o

papel do pai é de extrema importância durante toda a gestação, parto e cuidado ao

bebê, seu comportamento pode adquirir diversas posturas, pode este ser um pai

participante, aquele que vive a gravidez com a mulher de forma atenta e afetuosa;

um pai sufocante e obsessivo, muito interessado na gravidez sem dar atenção para

a grávida, tende a questionar e classificar as atitudes da mulher como cuidadosa ou

descuidada, como se fosse o ´´dono da gravidez``; o pai omisso é aquele que se

exclui de responsabilidades, se fixando em atividades individuais como seu trabalho,

deixando toda a responsabilidade para a grávida e o obstetra; o pai dependente

exige da grávida atitudes e funções, pode manifestar enfermidades com sintomas

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58

sem justificativa, para ter mais atenção de sua mulher e médicos; há também o pai

competitivo que traz por vezes atitudes agressivas por não aceitar o seu sentimento

de condição secundária (PEIXOTO, 2004).

Os parentes em geral podem expressar determinadas frases que por hora

podem representar atenção e cuidado, mas quando muito repetitivas podem se

tornar pressão, cobranças que geram desconfortos psíquicos, aumentando a

ansiedade maternas; estas frases podem ser: ´´Você não pode esquecer de ir ao

médico``, ´´ Você não deve subir escadas``, ´´Cuidado com o meu neto`` (PEIXOTO,

2004).

Os amigos, médico, dirigente religioso, fazem parte do núcleo social da

grávida e dependendo de suas posturas e aconselhamentos podem trazer extrema

ansiedade para a mãe (PEIXOTO, 2004).

No âmbito socioeconômico, no trabalho a postura de seus colegas de

trabalho também pode ser estressante, como a indiferença para com a gravidez e as

necessidades desta mãe, outro fator de estresse pode ser o próprio trabalho em si,

como trabalhar fora, responsabilidade no orçamento familiar, carga horária

excessiva, posição desconfortável, exagerado esforço físico, etc (MALDONADO,

2002; PEIXOTO, 2004).

4.5.3 Situações e suas influências na mulher grávida

A mulher grávida também esta sujeita ao fatos comuns a todos, e que para ela

podem ser grandes agravantes para a estabilidade psicológica, isto envolve perdas

financeiras, acidentes, doenças, morte de familiares, etc (PEIXOTO, 2004).

Saber da existência ou descobrir qualquer condição de risco gestacional, é

um fator que abala muito o equilíbrio psicológico da mãe (PEIXOTO, 2004).

Page 59: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

59

4.5.4 Memórias da infância emergidas na gestação

As experiências vivenciadas pela mãe durante a sua própria infância, durante

a gravidez podem ressurgir com intensidade trazendo conteúdos como sentimentos

que experienciou com a sua própria mãe, memórias de amor, carinho, cuidado,

nutrição, proteção ou ódio, crueldade e vingança, são sentimentos que podem surgir

da mãe boa ou mãe má que teve, e tudo isto condicionará a evolução clínica da

própria gravidez (PEIXOTO, 2004 apud RAPHAEL- LEFF, 1997).

4.5.5 Emoções x Complicações Obstétricas

Quando existe um alto grau de ansiedade, as probabilidades de complicações

obstétricas na gravidez, parto e puerpério aumentam muito. É importante saber que

hormônios liberados por estados emocionais da mulher tem possibilidade de afetar o

feto e desempenhar importante papel na determinação de características

fisiológicas e comportamentais do recém-nascido, como por exemplo, estados

depressivos da mãe durante a gravidez parecem contribuir para um significativo

aumento da irritabilidade e choro do recém-nascido; sendo possível que estes

conteúdos emocionais da gestante atuem através do sistema endócrino e

hipotálamo sobre a vascularização, oxigenação e atividade do útero (MALDONADO,

2002).

4.5.6 Características psicológicas dos três trimestres gestacionais

Alguns aspectos psicológicos, caracterizam os três trimestres da gravidez, e

alguns destes envolvem mais especificamente cada trimestre (MALDONADO, 2002).

Page 60: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

60

4.5.6.1 O primeiro trimestre

4.5.6.1.1 A percepção da gravidez

No primeiro trimestre a percepção da gravidez poderá vir através de sonhos

ou ´´intuições`` antes da data em que deveria ocorrer a menstruação e de exames

clínicos, como também pode só ser descoberta no quarto ou quinto mês, o que

ocorre ou por falta de sintonia com o corpo, ou por amenorréia prolongada na

história ginecológica, ou eventuais sangramentos confundidos com menstruação.

Como neste trimestre o feto ainda não pode ser sentido e as alterações anatômicas

são ainda pouco visíveis, dúvidas de estar ou não grávida podem surgir mesmo com

confirmação desta gravidez, esta confirmação também tende a ser acompanhada

de uma mistura de sentimentos como alegria, apreensão, rejeição, e etc

(MALDONADO, 2002).

4.5.6.1.2 Manifestações emocionais relacionadas à mulher com o feto

Uma manifestação bastante comum do primeiro trimestre é a hipersonia onde

a mulher sente mais necessidade de dormir do que o seu costume, alguns autores

de orientação psicanalítica interpretam este fenômeno como um estado de

regressão onde a mulher passa por uma identificação com o feto (MALDONADO,

2002 apud Soifer, 1971).

Alguns componentes psicológicos considerados próprios da gravidez são a

ansiedade, que se manifesta por uma intranquilidade, insegurança, insatisfação e

incerteza diante de uma experiência desconhecida; e a ambivalência que vem do

conflito entre querer, aceitar e desejar o bebê e o não querer, a rejeição do bebê,

esta última pode ser manifestada por frases como ´´logo agora que...´´, ´´queria

esperar mais um pouco´´, ´´começar de novo...´´; sintomas gastrointestinais que

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61

envolvem náuseas, vômitos, alterações do apetite, diarréia e constipação, que estão

relacionados com alterações hormonais e bioquímicas e podem também ter origem

de influências psicológicas, envolvendo tensão emocional, e se manifestar como

uma rejeição do estado ao qual a mulher se encontra e não rejeição da gravidez,

trazendo com estes, mecanismos adaptativos. Estes sentimentos envolvem o início

da gestação e podem perdurar por tempos que diferem de mulher para mulher

(MALDONADO, 2002; PEIXOTO, 2004).

4.5.6.1.3 Autovalorização e Autopreservação da grávida

Alguns sentimentos inconscientes que trazem a necessidade de

autovalorização e autopreservação e podem se manifestar como sinais de

hiperatividade, onde a mãe quer continuar a ginástica, ou começa a trabalhar mais

do que trabalhava antes. A mãe começa a ter alguns caprichos como desejos de

alimentos ou objetos, estes desejos acompanham também uma reação de defesa

contra o medo que a mãe sente de malformações do seu bebê (PEIXOTO, 2004).

4.5.6.1.4 Ampliação do campo da consciência da mulher durante a gestação

Para Maldonado (2002), apud Colman (1961) na gravidez ocorre uma

ampliação do campo da consciência, um aumento da sensibilidade emocional e dos

sentidos como olfato, paladar e audição.

4.5.6.2 O segundo trimestre

4.5.6.2.1 A percepção do movimento fetal e o vínculo mãe-bebê

O filho é sentido como continuidade do próprio organismo materno, até o

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62

momento em que a mãe começa a ter a percepção do movimento fetal, a partir deste

momento ela começa a identificar o seu filho como um ser independente que foi

gerado, nutrido e protegido por ela, nesta fase a mãe vivência uma introspecção

pela qual dirige a sua energia para seu filho, e isto reforça a ligação afetiva com ele,

neste momento, seu filho se torna o ´´centro do mundo´´ e a mãe passa a imaginá-

lo e idealizá-lo como o mais forte, mais bonito, mais saudável, etc (MALDONADO,

2002; PEIXOTO, 2004).

Pode se observar a ambivalência emocional que se manifesta na mãe pela

interpretação dos movimentos fetais, onde quando o feto se movimenta a mulher

sente um alívio de sentir os movimentos que são sinais de vida de seu bebê, e

quando a mulher não consegue perceber estes movimentos, estes sinais de vida,

ela pode passar por ansiedade e temor de que seu bebê não esteja bem

(MALDONADO, 2002).

Através da interpretação dos movimentos fetais, na fantasia da mãe, o feto

começa a se comunicar com ela através de seus variados movimentos

(MALDONADO, 2002).

4.5.6.2.2 Representações mentais e fantasias durante a gestação

A mulher faz durante a gravidez representações mentais e fantasias sobre si

mesma como mãe e sobre seu futuro bebê, que influenciam na formação da relação

mãe-bebê (MALDONADO, 2002).

4.5.6.2.3 Aspectos emocionais das alterações da sexualidade na gestação

Outras alterações que podem se manifestar desde o início da gravidez, mas

que surgem com maior intensidade no segundo trimestre, são alterações na

sexualidade, podendo haver um aumento do desejo e da sexualidade e, segundo

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63

Maldonado(2002), apud Caplan(1960), algumas mulheres durante a gravidez

experimentam pela primeira vez na vida o orgasmo (MALDONADO, 2002).

As alterações na sexualidade decorrentes da gestação estão relacionadas

com a mudança que ocorre na grávida da percepção de si própria, quando algumas

passam a se sentir adultas e mais femininas, se permitindo vivenciar uma

sexualidade madura. Existem casos em que o desejo sexual pode diminuir muito,

chegando até a um desinteresse completo, para explicar este fenômeno existem

vários possíveis fatores etiológicos, dentre eles a separação de maternidade e

sexualidade, que traz a conotação de que a grávida é assexuada, ´´pura``, o medo

de fazer mal ao feto, e até uma mulher que se sinta ´´filha`` demais para se permitir

ser mulher e mãe pode trazer a tona esta alteração em sua sexualidade

(MALDONADO, 2002).

A maneira como a mulher vivencia as alterações da sexualidade está

intimamente relacionada com a maneira como sente as suas modificações corporais

e como se situa diante da gravidez, assim como também está relacionada à atitude

do homem diante destas modificações. Pode a grávida vivenciar a sensação de ser

fecunda e estar desabrochando como mulher, sentir orgulho de seu corpo grávido e

isto pode ser compartilhado pelo seu marido. Em outras situações a grávida pode

entender as suas modificações corporais como deformações, sentir medo da

irreversibilidade de seu corpo, se sentir feia e sexualmente incapaz de atrair alguém,

onde podem surgir sentimentos de ciúme e suspeita de infidelidade entre o casal

(MALDONADO, 2002).

4.5.6.3 O terceiro trimestre

4.5.6.3.1 As emoções que envolvem a aproximação do nascimento

Seguindo este avanço gestacional, no segundo trimestre se faz uma fase de

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tranquilidade, aquietação e felicidade e no terceiro trimestre, com o término da

gravidez se aproximando e o momento do parto, o medo toma o palco das emoções.

Há o medo do parto e de suas consequências, como dor, dificuldades, morte

materna ou do bebê e, também a preocupação de ser incapaz de exercer o papel

de mãe (PEIXOTO, 2004).

O nível de ansiedade se eleva com a aproximação do parto, e da nova fase

em sua vida, a mudança de rotina após a chegada do bebê; esta ansiedade vai

aumentando a medida que a data prevista do parto vai se aproximando e se esta

data é ultrapassada, a ansiedade é mais ainda intensificada (MALDONADO, 2002).

A mulher tende a apresentar sentimento contraditórios, a vontade de que seu

filho nasça logo e a vontade de prolongar a gravidez para adiar a necessidade de

realizar as novas adaptações que a vinda do bebê trazem (MALDONADO, 2002).

4.5.6.3.2 Memórias antigas e conflitos infantis emergidos na gravidez

No final da gravidez Maldonado (2002), apud Caplan (1961), observou maior

facilidade da mulher reviver memórias antigas, sobre o próprio nascimento, sobre

conflitos infantis reprimidos e esquecidos, relacionados com pais e irmãos, abrindo

assim a possibilidade de que novas soluções sejam encontradas pela mulher, por

isso comumente se observa que a mulher pode atingir maior grau de maturidade

durante a gravidez (VLADIMIROVA, 2006).

4.5.6.3.3 Os sonhos e fantasias como meio de imunização psicológica ou

conscientização da grávida

Os temores comuns na gravidez estão associados a fantasias que surgem

neste período e muitas vezes se expressam em sonhos e fantasias conscientes

antes e após o parto. É comum sonhar na gravidez com o parto, as alterações de

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seu esquema corporal, com o bebê, suas expectativas como mãe, é importante

observar o surgimento de temas com caráter de autopunição, como o medo de

morrer no parto, de ficar com sua vagina alargada para sempre, não ter leite

suficiente, isto em nível mais profundo reflete conflitos em relação à sexualidade,

assim como o medo da mal formação do filho tende a surgir com mais intensidade

em mulheres que passaram por abortos provocados, como uma forma de castigo, de

punição (MALDONADO, 2002).

Os sonhos são assim uma maneira de entrar em contato com estes

conteúdos e trabalhá-los, eles podem mobilizar e integrar mecanismos adaptativos

que ajudam a mulher a enfrentar tensões importantes do ciclo-vital feminino, no caso

do parto eles podem ajudar a mulher a elaborar e se preparar psicologicamente para

este momento (MALDONADO, 2002).

Assim é a gravidez, um momento de transformação, onde a mulher que

gestou e deu a luz nunca mais volta a ser a mesma, e o fim da gestação traz o fim

da mulher anterior e o parto, o renascimento da nova mulher. A gestação e o parto

trazem a gestação e o nascimento do bebê, de uma nova mulher, uma mãe, de um

novo homem, um pai, de uma família (PEIXOTO, 2004).

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5 SIMBOLISMO DA ÁGUA

Ao ser analisado o processo da vida do ser humano, verificamos que a

primeira experiência que ele vive é a dois, ele se forma dentro de um indivíduo e

vive durante certo tempo dentro desse outro indivíduo, que é sua mãe, em completa

união com ela. A situação do bebê dentro da barriga da mãe é de satisfação total de

suas necessidades, ele não precisa sentir fome (o alimento já vem direto do corpo

da mãe para o dele), não sente frio, nem calor, enfim não sente desprazer,

experimentando assim, uma sensação de plenitude e harmonia. Mas quando ele

deixa o útero da mãe, ao nascer, deixa para trás todas as sensações de prazer e

passa a enfrentar uma série de desprazeres e frustrações como: frio, fome e

desconforto (ACOSTA, 2007).

Não se pode deixar de lembrar que essa primeira experiência vivida pelo

homem, essa relação de aconchego com sua mãe durante o período de gestação,

deu-se no meio líquido, dentro do útero. Portanto, podemos dizer que o contato com

a água resgata no ser humano sensações de profundo conforto aconchego e

harmonia (ACOSTA, 2007).

As significações simbólicas da relação do Homem com a água passam por

várias crenças e civilizações ao longo do tempo, por exemplo:

1. A água como fluxo primordial representa em muitos mitos da criação do mundo, a

fonte de toda forma de vida.

2. Os banhos rituais eram utilizados em muitas culturas antigas como forma de

purificação e higiene.

3. O costume de jogar moedas em fontes com a finalidade de realizar desejos.

4. No âmbito cristão, a água batismal é usada com valor de sacramento, para lavar

as culpas herdadas dos antepassados operando um renascimento a partir da

água.

5. Como um elemento, a água possui um significado ambivalente, porque de um

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67

lado promove a vida e a torna fértil, mas do outro alude ao afundamento e ao

declínio (ACOSTA, 2007).

6 HIDROTERAPIA

6.1 O CAMINHO PELA ÁGUA

O que torna o tratamento da água tão singular, é o fato de estar facilmente ao

alcance de todos, além disso, a terapia pela água não é dolorida. Uma das

substâncias inorgânicas mais abundantes em nosso corpo é a água. Em um homem

adulto médio, a água constitui aproximadamente 60% do peso corporal, com raras

exceções, a água compõe a maior parte do volume das células e dos fluídos do

corpo (ACOSTA, 2007).

A terapia pela água pode ajudar a superar uma irritação na garganta, gerar

energia, aliviar dores, vencer nervosismo, auxiliar na qualidade do sono, reativar o

cérebro e até mesmo fazer com que nos sintamos mais ativos sexualmente, enfim,

pode restaurar e tonificar o corpo e promover a saúde. Também interage com a

natureza de cada indivíduo, atuando de maneira positiva, não prejudicando a flora

intestinal ou mesmo debilitando a energia dos órgãos vitais. Dependendo da forma

(líquida, gasosa ou sólida), temperatura (fria, quente, gelada e neutra) e pressão

(desde a água que escorre até um jato), a água exerce uma reação física e química

específica no corpo e no interior dele (ACOSTA, 2007).

6.1.1 Água Fria

A água fria pode ajudar a baixar uma febre alta, alivia a sede, age como

estimulante diurético, diminui a dor, reduz a constipação e auxilia na eliminação das

toxinas do corpo. Uma aplicação rápida de água fria pode agir como um tônico,

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68

enquanto uma aplicação mais demorada agirá como um depressor (ACOSTA, 2007).

6.1.2 Gelo ou Água gelada

O gelo ou água gelada, são eficazes para diminuir a dor de queimaduras

simples. Uma massagem com gelo envolto em um pano pode servir de opção para

ferimentos, pois o frio ajuda a controlar a sangria e reduzir o inchaço subsequente. É

um excelente anestésico (ACOSTA, 2007).

6.1.3 Água Morna (Tépida)

A água morna é calmante, relaxa o corpo e quando necessária pode ser

utilizada como um emético eficaz (provoca vômito) (ACOSTA, 2007).

6.1.4 Água Quente

A água quente pode ser utilizada internamente e externamente. Em

ferimentos, deve-se evitar a água quente, pois aumentará o fluxo sanguíneo e agirá

intensificando qualquer inflamação. Porém, ela pode acalmar, relaxar e aliviar o

corpo em muitas outras condições. Uma rápida aplicação de água quente, baixa e

descongestiona o tônus do corpo e músculo, fazendo com que o corpo se sinta mais

relaxado, já uma aplicação prolongada da água quente irá excitar e ao mesmo

tempo deprimir o corpo, o efeito integral é de completo relaxamento. Alguns de seus

usos terapêuticos são: banho quente para provocar a transpiração, compressas

quentes e banhos quentes nos pés e nas mãos a fim de reduzir a inflamação e dor,

banhos contrastantes (quentes e frios) a fim de apressar a circulação e a reação do

corpo (ACOSTA, 2007).

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69

6.1.5 Vapor

Consegue-se o vapor através da água que ferve, o vapor acelera a ação da

pele e cria a transpiração, que por sua vez limpa o corpo a partir de seu interior. As

aplicações de vapor no rosto abrem os poros, ajudando a evitar problemas da pele e

acne. O jato quente de um vaporizador ajuda na congestão do peito. O ar úmido e

morno dos umidificadores usados nas casas acrescenta umidade aos aposentos

ressecados pelo aquecimento interno, impedindo inflamações do sinus e

hemorragias nasais, ao mesmo tempo em que alivia problemas alérgicos veiculados

pelo ar (ACOSTA, 2007).

6.2 HISTÓRIA DA HIDROTERAPIA

“A palavra hidroterapia deriva das palavras gregas hydor (água) e therapeia

(cura)” (CAMPION, 2000).

A hidroterapia é tão antiga quanto a história da humanidade, não há nenhum

registro do início de seu uso como modalidade terapêutica, porém, antes de 2400

a.C, a cultura indiana construía instalações higiênicas (FREITAS JUNIOR, 2005 e

SACCHELLI, ACCACIO E RADL, 2007).

Os egípcios, assírios e muçulmanos usavam águas curativas com fins

terapêuticos. Existem documentos que revelam que em 1500 a. C., os antigos

hindus usavam a água para combater a febre (FREITAS JUNIOR, 2005).

Em 500 a.C, os gregos começaram a usar a água para tratamentos

específicos, e criaram escolas de medicina próximas de muitas estações de banhos.

Ainda foi a primeira civilização a reconhecer a relação entre o estado da mente e o

bem-estar físico (FREITAS JUNIOR, 2005).

Entre os anos de 460-375 a.C, Hipócrates usou a imersão em água quente e

fria para tratar espasmos musculares e doenças das articulações, e ainda

Page 70: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

70

recomendava a hidroterapia como tratamento de reumatismo, icterícia e paralisia

(FREITAS JUNIOR, 2005).

Em 1700, um médico alemão, Sigmund Hahn e seus filhos defenderam o uso

da água para tratar úlceras de perna e coceiras (FREITAS JUNIOR, 2005).

Os pioneiros da hidroterapia foram Sir John Floyer, John Wesley e o dr.

Wright. John Floyer escreveu um tratado em 1697 : ”Um inquérito sobre a utilização

correta e o abuso dos banhos quentes , frios e temperados”. John Wesley, foi o

fundador do Metodismo, que publicou um livro de hidroterapia em 1747: “Uma forma

fácil e natural de curar a maioria das doenças”. E o dr. Wright, que realizou um

trabalho sobre o uso do frio no tratamento da varíola em 1779 (CAMPION, 2000).

A hidroterapia foi levada para os Estados Unidos em 1900, e era praticada em

spas-terapia. Porém, somente em 1950, os fisioterapeutas americanos começaram a

ser treinados para atender seus pacientes utilizando os exercícios na água. Os

resultados foram bem-sucedidos e comentados por ortopedistas e o método se

popularizou (FREITAS JUNIOR, 2005).

Atualmente, a popularidade e o valor da hidroterapia, salienta diversos

estudos em aspectos diferentes da água, como o estudo da fisiologia dos exercícios

aquáticos. O reconhecimento de diversas técnicas de tratamento da hidroterapia, é

importante para introduzi-la como parte integral de todo tratamento físico e

psicológico para a reabilitação total (CAMPION, 2000).

6.2.1 A Hidroterapia no Brasil

No Brasil, a hidroterapia científica teve seu início na Santa Casa do Rio de

Janeiro, com banhos de água doce e salgada, com Artur Silva, em 1922, que

comemorou o centenário do Serviço de Fisiatria Hospitalar, um dos mais antigos do

mundo sob orientação médica. No tempo em que a entrada principal da Santa Casa

era banhada pelo mar, eles tinham banhos salgados, aspirados do mar, e banhos

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71

doces, com a água da cidade (CUNHA; LABRONINI; OLIVEIRA e GABBAI, 1998).

6.3 A HIDROTERAPIA

“A hidroterapia ou terapia aquática é o termo mais conhecido atualmente, para

os exercícios terapêuticos realizados em piscina termo aquecida. Tem por finalidade

a prevenção e cura das mais variadas patologias. Sua utilização exige conhecimento

das propriedades hidrodinâmicas (água em movimento) e termodinâmicas da água,

assim como anatomia, fisiologia e biomecânica corporal” (FREITAS JUNIOR, 2005).

Possui grande valor terapêutico, pois não requer nenhuma, ou mínima,

sustentação de peso, e ainda ajuda no risco de inflamação, dor, retração, espasmo

muscular, limitação da amplitude de movimento e força que podem, de maneira

isolada ou conjunta, alterar a função do corpo humano (FREITAS JUNIOR, 2005).

Outra característica particular da água é a hidrostática, pois possui

propriedades físicas e princípios específicos como a massa, peso, densidade,

gravidade específica ou densidade relativa, flutuação, pressão hidrostática, tensão

superficial, refração e a viscosidade (FREITAS JUNIOR, 2005).

É essencial compreender a diferença dos exercícios realizados no solo, dos

realizados na água, que exige o planejamento de uma progressão gradual de

exercícios de hidroterapia. O tipo de lesão, a composição corporal do paciente, a

postura ideal, a velocidade do movimento, a profundidade da água, os equipamentos

que serão usados em cada fase do tratamento e sua habilidade aquática

determinam os tipos de exercícios que serão realizados (FREITAS JUNIOR, 2005).

A flutuação, densidade da água, pressão hidrostática e a temperatura elevada

da água, são elementos físicos que promovem relaxamento, diminuição da dor e

tensão muscular, aumentam a circulação e tolerância ao exercício (FREITAS

JUNIOR, 2005).

Os exercícios na água também possuem seu valor na reabilitação, com

Page 72: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

72

resultados positivos e segurança, sendo que qualquer pessoa com limitações ou

restrição na sustentação de peso pode iniciar a partir da imersão em pequenas

profundidades para que, com o tempo possa avançar na sustentação de peso

(FREITAS JUNIOR, 2005).

Durante uma fase de recuperação, a hidroterapia pode ser valiosa, quando o

movimento no solo pode ser doloroso e difícil. O movimento na água, oferece

estímulos para a configuração adequada das fibras colágenas e o desenvolvimento

da função articular saudável. A sequência apropriada de movimentos podem ajudar

na formação de tecido intramuscular que mais se assemelhe ao tecido mole

adjacente (fase fibroblástica) (FREITAS JUNIOR, 2005).

6.3.1 Indicações e Contra-Indicações

As indicações mais comuns são:

- Elevado nível de dor;

- Desvios de marcha;

- Diminuição da mobilidade;

- Fraqueza muscular generalizada;

- Baixa resistência muscular;

- Impossibilidade de sobrecarga nos membros inferiores;

- Resistência cardiovascular diminuída;

- Contraturas articulares;

- Diminuição da flexibilidade;

- Disfunções posturais;

- Habilidades diminuídas;

- Interação social do paciente (FREITAS JUNIOR, 2005).

Existem também as contra-indicações, as mais observadas são:

- Doenças transmitidas pela água (infecções da pele);

Page 73: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

73

- Febre acima de 38ºC;

- Insuficiência cardíaca;

- Pressão arterial descontrolada;

- Incontinência urinaria e fecal;

- Epilepsias;

- Baixa capacidade pulmonar vital;

- Doenças sistêmicas;

- Sintomas de trombose venosa profunda (FREITAS JUNIOR, 2005).

6.3.2 Hidrodinâmica x Hidrostática

Hidrodinâmica significa água em movimento, que possui seus princípios

físicos e terapêuticos. A hidrostática demonstra características singulares de força e

resistência (FREITAS JUNIOR, 2005).

Dentro da hidrodinâmica existe a densidade relativa, turbulência, metacentro

e fricção (FREITAS JUNIOR, 2005).

E dentro da hidrostática iremos explicar o que é pressão hidrostática,

viscosidade, empuxo, refração e tensão superficial (FREITAS JUNIOR, 2005).

6.3.3 Densidade Relativa

Segundo Arquimedes (287 – 212 a. C.), quando um corpo é submerso em um

líquido, ele sofre uma força de flutuabilidade igual ao peso do líquido que desloca

(CAMPION, 2000; FREITAS JUNIOR, 2005).

A densidade é definida entre a relação de massa (Kg) e volume (m³). Na

água, esta relação é na ordem de 1 (um). Então um corpo com uma densidade

menor que um (1) irá flutuar, e maior que um (1) irá afundar. Porém, para que isso

ocorra é necessário definir a densidade relativa do corpo (FREITAS JUNIOR, 2005).

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74

O ser humano é constituído de massa corporal conhecida como: massa

corporal magra (ossos, músculos, tecido conjuntivo e órgãos) e massa corporal

gorda (gordura). A massa corporal magra possui a densidade específica de 1,1,

enquanto a massa corporal gorda possui a densidade de 0,9, portanto, quanto maior

for a gordura corporal, menor será a flutuação deste corpo (FREITAS JUNIOR, 2005;

SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

Outro fator que influencia a densidade relativa do corpo, é a idade. A

densidade corporal de uma criança e de um idoso são parecidas, pois ambos

apresentam uma constituição física de alto percentual de gordura, diferenciando-se

apenas pelo processo de formação óssea e o aparecimento das fibras musculares.

Nas crianças, os ossos e os músculos, por estarem em processo de

amadurecimento, têm uma gravidade específica baixa, já no idoso, graças à perda

da massa óssea (porose), seus ossos tendem a estar mais leves e suas fibras

musculares diminuídas (FREITAS JUNIOR, 2005).

6.3.4 Turbulência

Turbulência indica redemoinhos, que seguem objetos que se movimentam por

meio de um líquido e é diretamente proporcional à velocidade do movimento.

Quando o movimento for lento, o fluxo de partículas prosseguirá em curvas leves e

suaves. Se os movimentos forem rápidos, produzirão redemoinhos, e a força desses

redemoinhos será dissipada, reduzindo a pressão e aumentando o arrastamento do

corpo (CAMPION, 2000; FREITAS JUNIOR, 2005).

Existem dois tipos de fluxo segundo o teorema de Reynolds:

Fluxo Laminar: fluxo de linhas aerodinâmicas de moléculas em padrões

uniformes e regulares (CAMPION, 2000; FREITAS JUNIOR, 2005).

Fluxo Turbulento: não acontece em linhas aerodinâmicas, e o movimento das

moléculas são rápidos e aleatórios. Cria-se então um movimento de redemoinhos

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(CAMPION, 2000; FREITAS JUNIOR, 2005).

Ainda, segundo o teorema de Bernoulli (1700-1782), turbulência é a relação

entre a pressão e a velocidade ao longo de uma linha aerodinâmica, com fluxo

estável, sem atrito e com densidade constante (CAMPION, 2000; FREITAS JUNIOR,

2005).

6.3.5 Metacentro

Seu princípio é manter o equilíbrio rotacional na água. Quando um corpo fica

submerso na água, esta sujeito a duas forças opostas - gravidade e empuxo.

Enquanto a gravidade age no sentido para baixo, o empuxo age para cima, e se

essas forças estiverem desalinhadas, haverá movimento, que será sempre de

rotação, que permanece até que as duas forças estejam novamente alinhadas

(CAMPION, 2000; FREITAS JUNIOR, 2005).

6.3.6 Fricção

É uma resistência causada pela textura da superfície do nosso corpo, durante

movimentos realizados dentro da água (FREITAS JUNIOR, 2005).

6.3.7 Pressão Hidrostática

Segundo a lei de Pascal (1623-1662), a pressão de um fluido é exercida de

forma igual em qualquer nível em uma direção horizontal, o que significa que a

pressão será igual em uma profundidade constante (FREITAS JUNIOR, 2005;

CAMPION, 2000).

Em uma profundidade maior, a pressão também aumentará, e será sentida

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em toda a superfície corporal. Se o corpo estiver imerso a uma profundidade de

1,20m sentirá uma força de 88,9 mmHg, pressão maior que a pressão diastólica que

irá auxiliar na redução de edemas de membros inferiores (FREITAS JUNIOR, 2005;

CAMPION, 2000).

A pressão hidrostática auxilia no retorno venoso, na redução de edemas, na

estabilidade das articulações, estimula o fortalecimento da musculatura inspiratória e

favorece a expiração (SACCHELLI, ACCACIO E RADL, 2007).

6.3.8 Viscosidade

É a resistência provocada pela fricção entre as moléculas de um fluido

à realização de um movimento. A força necessária para a realização do movimento é

proporcional ao número de moléculas movimentadas e também à velocidade na qual

o exercício é executado. Quanto maior for sua viscosidade, mais resistente o líquido

ficará para fluir (FREITAS JUNIOR, 2005 e SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

A viscosidade em líquidos deve-se a coesão molecular, que é considerada

como a atração das moléculas entre si, e quando ocorre algum movimento do

líquido, essa atração cria uma resistência ao movimento detectada como atrito

(FREITAS JUNIOR, 2005).

6.3.9 Empuxo

De acordo com Arquimedes, o resultado do efeito do empuxo é a flutuação.

Ele age no sentido de baixo para cima, atua resistindo ao movimento da água e é

responsável pela sensação da ausência de peso na água. É uma força em sentido

contrário à força da gravidade provocada pelo volume do líquido deslocado na

imersão (FREITAS JUNIOR, 2005; SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

Page 77: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

77

6.3.10 Refração

Quando a luz passa de um meio para o outro, ela encontra uma fronteira,

portanto, essa luz é refletida na fronteira e a parte que passa para o outro meio pode

mudar de direção, esse deslocamento, ou alteração, é chamado de refração, que é

comandada pelas propriedades específicas do material, pela velocidade da luz no

material e pelo ângulo de incidência do feixe luminoso. Quando a água apresenta

mais resistência à velocidade da luz, a luz refletida do pé de uma pessoa imersa

curva-se afastando da normal, quando ela cruza a fronteira ar-água. Então, se

observarmos da borda da piscina, uma pessoa de pé com a água pela cintura

parece ter o tronco e as pernas encurtados (FREITAS JUNIOR, 2005; SACCHELLI;

ACCACIO; RADL, 2007).

6.3.11 Tensão Superficial

É a força por uma unidade de comprimento que atua por meio de qualquer

linha em uma superfície, atraindo moléculas de superfície de água exposta. Esta

resistência é pequena e percebida quando o membro está parcialmente submerso,

sendo proporcional à distância do corpo em relação à superfície da água e ao

tamanho da área de contato (FREITAS JUNIOR, 2005; SACCHELLI; ACCACIO;

RADL, 2007).

6.3.12 Termodinâmica

Significa que a água possui a capacidade de absorver e transferir calor e sua

qualidade depende disso. A água quente em hidroterapia é considerada acima de

34ºC, termo neutra entre 31ºC a 33ºC e uma água fria entre 28º e 30ºC (FREITAS

JUNIOR, 2005).

Page 78: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

78

6.3.13 Água em movimento

6.3.13.1 Movimento de fluxo

A água em movimento tem diversas características. Quando se move

suavemente dentro de um vaso na mesma velocidade, diz-se que água está em

fluxo laminar ou recorrente, mas quando esta se move rapidamente, até mesmo

oscilações menores, criam fluxo desigual, e os trajetos saem de alinhamento, ou

seja, um fluxo turbulento. Esse fluxo turbulento absorve maior energia que o fluxo

em correnteza, e, essa taxa é determinada pelo atrito interno do líquido. Os

principais determinantes do movimento da água são a viscosidade, a turbulência e a

velocidade (RUOTI, 2000).

6.3.13.2 Coeficiente de arrasto

Quando um objeto move-se em relação a um líquido, ele é submetido aos efeitos

resistivos do líquido, essa força de arrasto é causada pela viscosidade do líquido e a

turbulência, quando presente (RUOTI, 2000).

6.3.13.3 Efeitos da resistência

A água tem viscosidade intermediária entre os líquidos, mas ainda apresenta

muita resistência ao movimento. Com o aumento do fluxo turbulento, a resistência

aumenta como uma função logarítmica de velocidade e depende do tamanho e

forma do objeto. Há turbulência produzida pelas áreas em torno da superfície

corporal em movimento e uma força de arrasto produzida pela turbulência atrás. A

viscosidade torna o ambiente aquático, meio útil para o fortalecimento, pois sua

resistência aumenta proporcionalmente à força aplicada, embora essa resistência cai

a zero instantaneamente a partir da cessação dessa força (RUOTI, 2000).

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79

6.3.13.4 Tecnologias para Amplificar os Princípios Físicos

Muitos dos princípios físicos da água podem ser intensificados com

dispositivos adicionais para se ter uma maior resposta clínica. Por exemplo: a

flutuabilidade pode ser aumentada por uso de flutuadores; a resistência pode ser

aumentada pelo uso de botas com barbatanas ou luvas e mais uma grande

variabilidade de objetos usados no apoio às atividades e intensificadores dos efeitos

fisiológicos através das propriedades físicas da água (RUOTI, 2000).

6.3.14 Efeitos Fisiológicos, Terapêuticos e Psicológicos da Hidroterapia

“Os exercícios proporcionam à gestante melhor adaptação com as alterações

ocorridas, mas não é somente disso que o corpo precisa, ele não é apenas uma

porção de ossos envolvidos por camadas estratificadas de músculo. Ele tem

percepção, sentimentos e outros fatores que influenciam na maneira de ser”

(PEIXOTO, 2004, p. 341).

Simplesmente o ato de entrar na água, já nos fornece uma oportunidade de

ampliar física, mental e psicologicamente nossos conhecimentos e habilidades

(CAMPION, 2000).

Uma das particularidades da água é o empuxo, que alivia o estresse sobre as

articulações sustentadoras de peso e permite realizar movimentos em forças

gravitacionais reduzidas (CAMPION, 2000).

Todos os resultados da imersão na água, são semelhantes em adultos e

crianças, e está relacionado à temperatura do corpo, circulação e à intensidade dos

exercícios, com variações adequadas ao tamanho do corpo (CAMPION, 2000).

Nosso corpo possui mecanismos próprios para regular seu próprio calor, e

sob condições padrão, a temperatura corporal do homem, mantêm-se notavelmente

constante. Porém, exercícios, distúrbios emocionais, altas ou baixas temperaturas

ambientais, bem como idade e sexo são fatores que afetam a temperatura corporal,

Page 80: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

80

provocando pequenas oscilações em sua temperatura no decorrer do dia

(CAMPION, 2000).

Os efeitos terapêuticos dos exercícios realizados na água, estão relacionados

a: alívio da dor e espasmos musculares, manutenção ou aumento da amplitude de

movimentos das articulações, fortalecimento dos músculos enfraquecidos,

reeducação dos músculos paralisados, melhoria da circulação, encorajamento das

atividades funcionais, manutenção e melhoria do equilíbrio, coordenação e postura

(CAMPION, 2000).

Do ponto de vista psicológico, existem muitas recomendações de atividades

na água, sendo que a maioria de suas informações vieram por meios de disciplinas

como a sociologia e a antropologia. Recentemente, reconheceu-se o efeito sedativo

da água quente e o valor dos programas de natação para as pessoas afetadas por

doenças mentais (CAMPION, 2000).

Do ponto de vista humanístico, os significados social e psicológico que estão

associados a habilidade de nadar, são consideráveis. Se uma pessoa pode nadar e

participar de qualquer atividade aquática, possui uma vantagem social. E essa

habilidade a coloca em posição de igualdade com os outros membros da família,

amigos, seja ela deficiente ou não. Estando em um nível semelhante e independente

na água, realizando exercícios que seriam impossíveis ou difíceis de realizar no

solo, podendo assim ter efeitos psicológicos favoráveis, que elevam a confiança, e

isso pode ser transferido para a vida em terra (CAMPION, 2000).

6.3.14.1 Os Efeitos Fisiológicos da Hidroterapia

Para compreender melhor a fisiologia, precisamos entender que os seres

humanos são homeotérmicos com respeito a sua temperatura central, que é a

mesma de órgãos e estruturas localizadas profundamente, porém a temperatura da

superfície corporal é mais baixa, devido à baixa condutividade térmica dos tecidos,

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81

especialmente em tecido adiposo (FREITAS JUNIOR, 2005).

A termorregulação corporal ocorre por dois mecanismos: o fisiológico e o

comportamental. A fisiológica envolve o controle metabólico, vasomotor e hídrico e

está diretamente relacionada com o mecanismo de ativação do hipotálamo, já a

comportamental, é controlada pelos centros superiores (FREITAS JUNIOR, 2005).

Para melhor entendimento dos mecanismos fisiológicos, é importante o

entendimento do processo de produção (termogênese) e perda (termólise) de calor.

A produção de calor (termogênese) é um fenômeno químico no qual a transformação

química metabólica produz calor. A perda de calor (termólise), é um fenômeno físico,

que ocorre por meio da radiação, convecção, condução e evaporação. (FREITAS

JUNIOR, 2005).

Quando o corpo é submerso em água aquecida passa por diversas

adaptações fisiológicas, sendo que os efeitos fisiológicos da terapia em piscina

aquecida irão variar de acordo com a temperatura da água, tempo de tratamento,

intensidade do exercício e a condição patológica do paciente. Os responsáveis pela

maioria das respostas fisiológicas gerais que afetam uma variedade de sistemas do

corpo são as propriedades físicas da água em conjunto com o calor (CAROMANO,

2003; SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

Ao entram na água aquecida, os vasos cutâneos se constringem

momentaneamente, causando elevação na resistência periférica e uma elevação

momentânea da pressão arterial. Durante a imersão, as arteríolas se dilatam

produzindo uma redução na resistência e consequentemente queda da pressão

arterial. O corpo ganha calor através das áreas que estão imersas, e só conseguem

perder calor a partir do sangue nos vasos cutâneos e glândulas sudoríparas das

regiões fora da água. A pele também se aquece e os vasos superficiais dilatam-se

aumentando o suprimento sanguíneo periférico (ACOSTA, 2007).

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82

6.3.14.1.1 Sistema Cardiovascular

Ao imergir na água, ocorrerá uma vasoconstrição periférica e uma bradicardia

reflexa que, juntamente com a pressão hidrostática, deslocará o sangue e os

líquidos das extremidades inferiores e do abdome para o tórax, elevando o débito

cardíaco, proporcionando mais sangue oxigenado aos músculos ativos. O aumento

do volume sanguíneo e líquido, aumentam o retorno venoso e elevam a quantidade

de sangue que chega ao átrio direito. Esse aumento do volume do átrio causa uma

estimulação nos barorreceptores da parede atrial, aumenta o enchimento cardíaco e

o volume-contração. O retorno venoso aumentado com a imersão, aumenta a

pressão no seio carotídeo, diminuindo a frequência cardíaca (CAROMANO, 2003;

FREITAS JUNIOR, 2005; SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

6.3.14.1.2 Sistema Renal

As respostas fisiológicas do sistema renal estão diretamente ligadas ao

sistema cardiovascular. Quando a quantidade de sangue aumentada chega no átrio,

estimula os barorreceptores que automaticamente informarão o sistema renal da

sobrecarga atrial. Como o rim recebe uma extensa inervação simpática, o sistema

renal produzirá uma resposta simpática como mecanismo de compensação para

manter a homeostase corporal. Essa resposta refletirá diretamente no aumento da

excreção renal de sódio e de água, liberação de renina e conversão da angiotensina

II. Ao ocorrer a diurese, há perda de eletrólitos, e é comum a perda de sódio

(natriurese), de potássio (potassiurese) e a supressão da arginina/vasopressina ADH

(renina e aldosterona plasmática) (CAROMANO, 2003; FREITAS JUNIOR, 2005;

SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

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83

6.3.14.1.3 Sistema Musculoesquelético

Os músculos absorvem o calor da pele, promovendo uma vasodilatação. A

circulação se torna mais eficiente e os músculos tendem a relaxar. Os efeitos da

vasodilatação produzidos pelo calor reduz a resistência vascular periférica,

favorecendo a diminuição da pressão arterial. Com o aumento da circulação, os

músculos se tornam mais ativos, aprimorando o fornecimento de oxigênio, remoção

de dióxido de carbono e do ácido lático, resultantes da oxidação do músculo durante

o esforço, reduzindo assim a dor muscular (CAROMANO, 2003; FREITAS JUNIOR,

2005; SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

6.3.14.1.4 Sistema Respiratório

O sistema pulmonar é profundamente afetado pela imersão no nível do tórax,

as alterações nesse sistema são provocadas pela pressão hidrostática, que aumenta

o volume central e comprime a cavidade torácica. Com isso, haverá um aumento do

trabalho respiratório em 60% e alteração da dinâmica respiratória. A elevação da

temperatura promove aumento do metabolismo, aumentando a demanda de

oxigênio e de dióxido de carbono. A demanda de oxigênio aumenta para obtenção

de energia para a célula e o acúmulo de dióxido de carbono faz aumentar a

concentração de CO2 que, por sua vez, estimula o centro respiratório, comandado

pelo sistema nervoso, fazendo com que a frequência respiratória aumente

proporcionalmente (CAROMANO, 2003; FREITAS JUNIOR, 2005; SACCHELLI;

ACCACIO; RADL, 2007).

6.3.14.1.5 Sistema Nervoso Central e Periférico

Os efeitos produzidos no sistema nervoso pela água aquecida é comumente

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visto pela redução do tônus muscular. Por centímetros quadrado de pele, temos 200

sensores para a dor, 25 sensores para o tato, 12 para o calor, dois para o frio e um

número ignorado para a pressão. Apesar do maior número de terminais serem para

a dor, esses são os mais lentos em comunicar-se com o cérebro. O relaxamento

muscular promovido com a redução do tônus pela diminuição da sensibilidade das

terminações nervosas sensitivas ocorre pela sobrecarga sensorial. Essa sobrecarga

sensorial, é promovida pelas propriedades termodinâmicas, hidrodinâmica e

hidrostática da água (FREITAS JUNIOR, 2005).

A sobrecarga articular está reduzida na imersão, com isso ocorre a

informação ao sistema nervoso central que o estímulo de pressão reduziu,

automaticamente os músculos se relaxam, aliviando a compressão e reduzindo as

algias (FREITAS JUNIOR, 2005).

6.3.14.2 Os Efeitos Terapêuticos da Hidroterapia

6.3.14.2.1 Relaxamento

O relaxamento depende muito do grau de liberdade e intimidade que o

paciente tem com a água. A água aquecida provoca relaxamento por meio da

temperatura da água e a pele da pessoa, que por sua vez, irá transmitir o calor para

suas estruturas internas, reduzindo a tensão muscular pelo relaxamento das fibras

musculares (FREITAS JUNIOR, 2005).

Outro aspecto importante é a redução das forças compressivas, pela força do

empuxo, diminuindo a ação do sistema tônico-postural, que por sua vez reduzida, os

músculos responderão rapidamente a um relaxamento (FREITAS JUNIOR, 2005).

6.3.14.2.2 Redução da Sensibilidade a Dor e dos Espasmos Musculares

A água aquecida ajuda no alívio da dor, na diminuição do tônus muscular

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anormal do espasmo muscular. Durante a imersão, os estímulos sensoriais do calor

estão competindo com os estímulos da dor, e como resultado, a percepção da dor

fica enganada e bloqueada (a velocidade de condução do estímulo do calor é mais

rápida do que a da dor). O estímulo do calor, é rapidamente codificado pelo sistema

nervoso central, que envia uma resposta instantânea para o local da dor, diminuindo

o reflexo de defesa e do espasmo muscular protetor provocado na articulação

afetada (FREITAS JUNIOR, 2005).

6.3.14.2.3 Aumento da Amplitude

Ao imergir na água, o paciente irá perceber uma diminuição da sobrecarga

corporal, pelo efeito da flutuação. A diminuição da sobrecarga na articulação diminui

a força compressiva articular, aliviando a dor. Este alívio da dor juntamente com o

efeito da termodinâmica da água, relaxa os músculos que envolvem a articulação,

aumenta o aporte de sangue circulante, remove os produtos imprestáveis do

organismo, auxilia na movimentação articular melhorando a produção de líquido

sinovial, facilitando os movimentos proferidos pela articulação. Ainda a pressão

hidrostática influencia no ganho da amplitude, reduzindo edemas e liberando a

articulação (FREITAS JUNIOR, 2005).

6.3.14.2.4 Aumento da Força

O aumento da força muscular é dado pela resistência que a água produz no

segmento do corpo imergido. As propriedades de fricção, viscosidade, pressão

hidrostática e empuxo são as grandes responsáveis pelo trabalho de força muscular.

A água permite maior resistência ao movimento, em torno de 700 vezes mais do que

no ar, permitindo que as articulações fiquem livres, sendo que as partes do corpo

que se encontrarem submersas, encontrarão resistência em todas as direções

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(FREITAS JUNIOR, 2005).

Existem três tipos de contrações: isotônica concêntrica, isotônica excêntrica e

a isométrica. Essas contrações estimularão os músculos a recrutar fibras para a

produção de contração. As fibras desenvolverão sarcômeros paralelos e em séries,

aumentando a força do músculo, melhorando a eficácia de contração muscular e

fornecendo resistência ao músculo, pois na água os movimentos são mais

consistentes e uniformes quando mantidos a uma velocidade constante (FREITAS

JUNIOR, 2005).

6.3.14.2.5 Aumento da Circulação

Depois da imersão, a pele começa a absorver o calor da água. O aumento da

temperatura da pele é repassado às estruturas mais internas do corpo, produzindo o

efeito de vasodilatação, que por sua vez, aumentará o aporte de sangue circulante

na periferia. A dilatação dos vasos, junto com os efeitos dos exercícios, aumenta o

suprimento sanguíneo para os músculos. Assim, os fluídos do tecido movimentam-se

com facilidade nas estruturas lesionadas, o que aumenta a nutrição e ajuda a

aumentar a velocidade do processo de cicatrização, sendo este processo fortemente

influenciado pela pressão hidrostática (FREITAS JUNIOR, 2005).

6.3.14.2.6 Melhora do Equilíbrio, Estabilidade e Consciência Corporal

A água estimula a consciência de movimentos das partes do corpo e

proporciona meio ideal para reeducação dos músculos. As propriedades da água,

oferece ao paciente com pouco equilíbrio, tempo para reagir quando tendem a cair. A

imersão cria a percepção de que o corpo está mais leve, sentindo esta sensação, os

captores que estão presentes na planta dos pés, nas articulações, nos músculos, na

pele, nos ouvidos e na visão, perdem a referência espacial. Ao produzir um

Page 87: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

87

desequilíbrio no paciente, as reações aparecem rapidamente para evitar a queda,

porém as propriedades físicas da água (viscosidade, fricção, pressão hidrostática,

tensão superficial, empuxo e metacentro), retardarão a queda, promovendo assim

uma melhoria no equilíbrio, na estabilidade e na consciência corporal (FREITAS

JUNIOR, 2005).

6.3.14.2.7 Melhora da Integração Sensório-Motora

Na água, os sentidos do tato, visão e propriocepção são estimulados, pois a

pressão da água exerce uma força sobre os mecanorreceptores da pele (Meissner e

Merkel), que vão, de maneira superficial ou profunda, estimular o corpúsculo. Os

corpúsculos de Krause e Ruffini, localizados também na pele, responderão ao

estímulo do frio e calor, estando controlado pelo hipotálamo anterior e posterior. As

estimulações desses mecanorreceptores produzem informações sensoriais, que

mostrarão condições de pressão e temperatura, para que o organismo possa reagir

frente às mudanças ocorridas. Essa integração sensório-motora, possui grande valor

terapêutico principalmente nas lesões de origem nervosa (FREITAS JUNIOR, 2005).

Um artigo do ano de 1998, realizado por CUNHA, Márcia Cristina Bauer;

DIAS, Rita Helena Duarte; OLIVEIRA, Labronici Acary de Souza Bulle e GABBAI,

Alberto Alain, cujo tema foi “História da Hidroterapia”, teve como objetivo realizar

uma revisão histórica evolutiva da hidroterapia como método alternativo para

tratamento de pessoas com limitação física. Notaram que atualmente, a hidroterapia

tem recebido grande prestígio, especialmente na reabilitação de pacientes

portadores de doenças neurológicas, relacionada particularmente com a introdução

de métodos modernos como o Bad Ragaz, Halliwick e Watsu®.

Page 88: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

88

6.3.14.2.8 Reforço da Moral e Liberdade de Movimento

O ambiente aquático faz com que o paciente relaxe e sinta uma maior

amplitude de movimento, diminui também os riscos de queda, e com isso o medo. O

prazer da atividade aquática proporciona ao indivíduo uma sensação de

relaxamento, leveza, liberdade e experimento, tornando as sensações mais

agradáveis e promovendo a interação social (FREITAS JUNIOR, 2005).

6.4 A GESTANTE NA HIDROTERAPIA

A gravidez é um processo marcante e delicado na vida da mulher, no qual

praticamente todas as mulheres passam por esta experiência em algum momento da

vida. Gerar uma criança envolve diversas mudanças fisiológicas, psíquicas e

emocionais (FREITAS JUNIOR, 2005).

A hidroterapia já é bem conhecida entre as futuras mamães. O bem-estar, a

leveza dos movimentos e a sensação de alívio do peso são propósitos evidenciados

durante a prática. Os efeitos fisiológicos vividos pela gestante durante a terapia

aquática estarão relacionados quanto à temperatura da água, a circulação e a

intensidade do exercício (FREITAS JUNIOR, 2005).

A água através de suas propriedades físicas ajuda na gestação, prevenindo

inchaços e edemas, ajuda na amplitude de movimento das articulações, promove

relaxamento e ajuda a preparar o tecido conjuntivo para ser alongado. Durante a

imersão, o sangue é redistribuído, favorecendo o fluxo sangüíneo periférico,

elevando a temperatura da pele que também apresenta melhora de aparência

(PEIXOTO, 2004)

As vantagens que a gestante tem ao imergir em meio líquido são

surpreendentes, a água cria uma sensação de prazer, bem estar e calma. Desde o

nascimento, a água envolve, protege, alimenta, enfim, dá soluções alternativas para

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89

que se possa utilizá-la com a finalidade de aperfeiçoar um trabalho corporal,

beneficiando não somente a mãe, mas também o bebê (MONTAGU, 1988;

PEIXOTO, 2004).

6.4.1 A Influência da Hidroterapia na Gestante

Todas as alterações que acontecem com a gestante, durante a gravidez

devem ser respeitadas e cuidadosamente tratadas. Os objetivos no tratamento de

uma gestante, submetida a um ambiente aquecido e prazeroso são: diminuir as

tensões físicas e emocionais, diminuir as intercorrências médicas e prevenir

patologias, estimular o vínculo materno-fetal, melhorar a qualidade de vida da futura

mãe e de seu bebê, melhorar o condicionamento cardiovascular, preparar a

musculatura para o parto, conscientizar a importância da respiração, reequilibrar as

compensações posturais surgidas e relaxamento (FREITAS JUNIOR, 2005;

SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

A melhora do condicionamento cardiovascular pelos exercícios e as forças

exercidas pela água (empuxo e pressão hidrostática), estimulam a gestante a

controlar e fortalecer os músculos respiratórios. A redução da força gravitacional pelo

empuxo junto com a pressão hidrostática, produz na gestante um aumento dos

volumes circulantes, pois o sangue e os líquidos das extremidades e do abdome são

desviados para o tórax, elevando assim o débito cardíaco e proporcionando mais

sangue oxigenado aos músculos ativos (FREITAS JUNIOR, 2005).

Os rins sofrem a ação de uma força compressiva (pressão hidrostática),

aumentando a excreção urinária (diurese). O aumento do metabolismo pelo

exercício e pela temperatura da água, promove uma circulação mais eficiente, com

menor resistência vascular periférica, e os músculos ativos se fortalecem pelo

oxigênio e a remoção de dióxido de carbono e do ácido lático, reduzindo

consequentemente as dores (FREITAS JUNIOR, 2005).

Page 90: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

90

O efeito de relaxamento após a sessão é grande, sendo comum o relato das

gestantes na melhora de postura, equilíbrio, respiração, diminuição de edema dos

membros inferiores, além da sensação de alívio da sobrecarga corporal e da dor. Em

todas as sessões é necessário que o profissional esteja atento às questões de

intensidade do exercício, temperatura da água e posições das gestantes. Esses

cuidados são essenciais para assegurar uma gravidez tranquila e um parto mais

consciente (FREITAS JUNIOR, 2005).

De acordo com MEIRA (2001), que em seu trabalho de conclusão de curso,

fez uma pesquisa cujo tema era “Estudo comparativo das alterações posturais entre

gestantes sedentárias e praticantes de hidroterapia”, concluiu que as alterações

posturais analisadas na vista lateral, estavam diminuídas nas gestantes que

praticaram a hidroterapia, sendo que estas alterações, principalmente na região

lombar, eram consideradas mínimas ou leves, enquanto nas gestantes sedentárias,

as alterações eram moderadas ou acentuadas. Ainda SILVA (2001), em seu “Estudo

comparativo dos benefícios da hidroterapia em gestantes praticantes e não

praticantes e protocolo de atendimento”, notou que as gestantes que praticam

hidroterapia tem uma gestação mais saudável, onde apenas um número reduzido

apresentou sinais e sintomas mais relatados em relação as não praticantes de

hidroterapia.

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91

7 WATSU®

Watsu® é uma terapia corporal aquática, e a palavra Watsu® é a combinação

das palavras inglesa water (água) e do shiatsu (terapia oriental para o reequilíbrio

físico e energético do corpo) (FREITAS JUNIOR, 2005).

Harold Dull foi o criador do Watsu® em 1980, transportou para as águas

aquecidas das piscinas de Harbin Hot Springs (Califórnia), alongamentos e

massagens do zen shiatsu criados por Masunaga (Japão), e a este processo, deu o

nome de Watsu® ou Water-Shiatsu (DULL, 2001; FREITAS JUNIOR, 2005;

SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

Durante as sessões, o terapeuta flutua o paciente livremente numa piscina

aquecida, a mais ou menos 35ºC, dependendo da necessidade do corpo, ao mesmo

tempo realiza alongamentos e massageia os pontos de tensão muscular (FREITAS

JUNOR, 2005).

Tentar explicar exatamente o que é o Watsu® é tão difícil quanto procurar

entendê-lo. Nossa racionalidade ocidental nos conduz a essa constante busca, mas

é improvável conseguir traduzir o que só a experiência pode proporcionar. Talvez a

compreensão desta técnica aconteça no momento em que seja vivenciada, pois a

compreensão do Watsu®, assim como do Zen Shiatsu, vem do coração e não da

mente. O Watsu®, em sua essência, traz a observação, o silêncio e o estado de

presença em que o ser torna-se mais importante do que o fazer. Conhecer a si

implica na auto-observação e trabalhar com o outro traz a necessidade da

percepção. Na filosofia e na medicina oriental, significa o princípio básico da saúde e

o equlíbrio e manutenção da força vital. A saúde esta na confiança do poder de cura

natural de nosso próprio corpo. Para entender o Watsu®, nossa mente deve avaliar

cada rica possibilidade de movimentação como recurso terapêutico, porém, mais do

que isso deve haver uma união das sensações com a conexão de estar com outro

de coração, se rendendo a filosofia da gentileza, aceitação e do amor incondicional

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92

(SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

A aplicação sistêmica dessa técnica em meio aquático, diminui o peso

corporal, aumentando a sensibilidade aos movimentos e combinando a essa mesma

técnica com um exercício de respiração ritmada, pode levar a pessoa a um

relaxamento profundo (FREITAS JUNIOR, 2005).

O Watsu® nos afeta nos níveis emocional, psicológico, espiritual e físico.

Muitos de seus efeitos sobre o aspecto emocional devem-se à confiança

proporcionada por ele. A própria vida da pessoa, sua conexão com a respiração que

sustenta a vida, é confiada aos braços daquele que faz o Watsu®. Este é o mais

nutridor de todos os trabalhos corporais (DULL, 2001).

O princípio do zen shiatsu de sustentação contínua assume uma nova

dimensão na água. No solo, isso é realizado pelo uso da “mão-mãe”, a que

permanece num lugar enquanto a outra trabalha. Na água, esse tipo de sustentação

assume um novo significado, pois sem ele a pessoa que recebe o Watsu® poderia

afundar. Quando se percebe isso, a sustentação passa a ser contínua, a confiança é

estabelecida, e acontece uma ligação poderosa, uma ligação que lembra aquela

existente entre uma mãe e seu filho... ou entre apaixonados... mas livre de qualquer

exigência emocional ou de dependência. É apenas “ser” com o outro, esse é o

princípio básico do zen shiatsu – o de Ser, não Fazer (DULL, 2001).

Uma pessoa que aplica o Watsu® chega a cada sessão sem expectativas,

sem a intenção de dirigir o indivíduo a uma experiência específica, tampouco curar a

pessoa. Apenas permanece ao lado da dela, segurando-a, dando sustentação e

flutuamos com ela em qualquer fluxo em que esteja. Isso afeta profundamente

aqueles que recebem o Watsu® e nunca haviam tido a experiência de estar com

alguém a seu lado desta forma, numa intimidade tão profunda, sem qualquer

necessidade ou intenção oculta. Essa prática de estar com alguém envolve

profundamente a pessoa que realiza o Watsu®, e o modo como ela lida com as

pessoas e a vida em geral. É uma prática tão espiritual quanto qualquer outra forma

Page 93: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

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de meditação. Sentir a conexão existente no Watsu®, experienciar a unidade com as

pessoas com quem jamais imaginaríamos ter uma ligação revela como somos todos

um. Isso concretiza outro princípio do zen shiatsu, que a pessoa com quem

trabalhamos é nosso mestre (DULL, 2001).

“A água aquecida é o meio ideal para soltar o corpo, deixe-se flutuar nos

braços de alguém, imerso na água que suavemente o levanta a cada inspiração,

com um calor penetrante dissolvendo a tensão de seu corpo. Atinja níveis cada vez

mais profundos de relaxamento à medida que seu corpo alonga de uma forma cada

vez mais livre. Flua para estados de consciência aos quais a tensão acumulada ou o

trauma negavam acesso, bem como para um nível de Ser em que existe tal alegria,

paz e plenitude, que as causas daquela tensão ou trauma não possam mais

sobrecarregá-lo. Isso é Watsu®” (DULL, 2001).

7.1 PRECAUÇÕES

Todos possuem limites. Existem limites para a quantidade de pressão ou de

alongamento que as pessoas podem suportar, e limites para o grau de proximidade

ou intimidade que estas podem aceitar. Também é importante ter conhecimento de

seus próprios limites, se o terapeuta sentir qualquer comportamento ou toque

inadequado, deve deixar claro para a pessoa que esta em seus braços que isso não

é aceitável, e se necessário interromper a sessão se a pessoa não lhe respeitar

(DULL, 2001).

Precisamos também dar atenção ao pescoço do paciente, tomando o mesmo

cuidado que teríamos com um bebê recém-nascido. À medida que os músculos do

pescoço ficam mais relaxados, aumenta o perigo de hiperextensão, de compressão

exagerada dos discos e dos nervos entre as vértebras quando a cabeça cai para

trás. Com o nariz, devemos tomar o cuidado de sempre mantê-lo do lado de fora da

água. Já com os ouvidos é muito importante mantê-los dentro da água, isso tornará

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possível um melhor estado de relaxamento e aproveitamento da sensação de

silêncio, porém há pessoas que se incomodam com isso, sendo necessário a

utilização de tampões de ouvido (DULL, 2001).

7.2 BENEFÍCIOS DO WATSU®

A combinação dos efeitos mecânicos, fisiológicos e psicológicos produzidos

pelo watsu®, em conjunto com a água aquecida promove os seguintes efeitos

terapêuticos: proteção dos músculos, diminuindo a tensão, melhora da amplitude de

movimento, alívio da dor, aumento da circulação periférica, respiração mais suave,

melhora da postura, adequação do tônus, redução dos níveis de estresse e

ansiedade, conscientização corporal e liberação do estresse emocional (FREITAS

JUNIOR, 2005).

Independente da condição física qualquer pessoa pode receber watsu®,

oferecendo benefícios em dores crônicas, agudas ou intensas, perturbações

neuromusculares, enxaqueca, disfunção muscular, falta de disposição, indivíduos

agitados, ansiosos e estressados, depressão, vítimas de abuso mental, físico ou

sexual, insônia, abuso de substâncias químicas (FREITAS JUNIOR, 2005).

7.3 OS EFEITOS DA ÁGUA NO CORPO

A sustentação da água irá reduzir a carga sobre os músculos posturais, e

todas as partes do corpo, especialmente a coluna, podem relaxar, pois a água

sustenta igualmente todas as partes do corpo, ao contrário de quando estamos

deitados no chão, porque sempre existem partes que não recebem a mesma

sustentação, provocando um esforço desigual. Enquanto um corpo está flutuando, o

corpo pode se mover ou soltar-se para aliviar tensões, entretanto não se pode contar

que todos os músculos irão relaxar da mesma forma (DULL, 2001).

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95

A água também irá reduzir a sensação de dor. O calor da água numa sessão

típica de Watsu®, irá incentivar o corpo a reduzir a atividade desnecessária para

diminuir a produção de calor. Isso leva o corpo a interromper a tensão e a atividade

muscular desnecessária (DULL, 2001).

Segundo Peixoto, (2004) apud Norm; Hanson, (1988), p. 320, a água

aquecida leva ao sistema nervoso diversas sensações térmicas que podem “distrair”

a percepção da dor, as fibras que conduzem a sensação dolorosa tem menor

condutividade que as fibras que conduzem estímulos sensoriais, estas são mais

rápidas e mais largas, assim podem mascarar a sensação da dor, na imersão em

água aquecida os estímulos sensitivos competem com os estímulos da dor,

resultando no bloqueio da percepção da dor da paciente.

Page 96: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

96

8 A LUA E A ÁGUA X CICLOS DA GESTAÇÃO E PARTO

Hoje a ciência compreende bem as influências da lua em nosso planeta, a

sua responsabilidade pela vida, pelo movimento das águas e dos ventos. Sabe-se

que as fases da lua influenciam as marés, que são o efeito do puxão gravitacional da

Lua sobre a superfície dos oceanos, devido a fluidez e a liberdade de movimento da

água. Quanto maior a atração da Lua exercida na Terra, maiores marés se

apresentam (RYGAARD, 2003; SIQUEIRA, 2010).

Porém, o entendimento das influências da Lua ao planeta Terra, já é muito

antigo, povos ancestrais a reconheciam como Mãe, nutridora e sustentadora da

gestação, da vida e observavam seus ciclos para organizarem as ações do dia-dia, o

calendário era Lunar e o tempo era contado através da continuidade dos ciclos da

Lua, assim como o preparo da Mãe Terra para o plantio e a colheita, a fecundação,

gestação e o parto também seguiam a sua ciclicidade; a força de comando que a

Lua exercia sobre a gravidez e o nascimento eram reconhecidos e direcionados

perante as suas observações (RAMY ARANY, 2006).

O tempo de gestação era contado pelo seu ciclo de nove luas, a força

magnética da lua cheia era reconhecida e auxiliava o trabalho de parto por aumentar

o magnetismo da mulher com a terra, também eram utilizadas beberagens naturais

para auxiliarem no parto, e nas contrações, estas beberagens também seguiam a

observação da lua para o seu preparo (RAMY ARANY, 2006).

Muitos médicos admitem que há um número maior de nascimentos nos dias

de virada ou durante a fase da lua cheia, seus relatos dizem que o número de

nascimentos nos hospitais chega a triplicar, fazendo inclusive com que programem o

seu trabalho conforme o calendário lunar. “Uma ligação desconhecida entre a Lua e

o nascimento”, concordam os ginecologista e obstetras (GESTANTES, 2008).

Assim como a lua age nas águas do planeta terra, pode também agir nas

águas dos corpos do seres vivos, e no liquido amniótico da grávida. A água também

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exerce ações no organismo materno durante toda a gestação e no parto a água

aquecida, reduz hormônios que são secretados quando se sente frio e medo, tais

hormônios pertencentes a família da adrenalina, tornam a dilatação do colo do útero

mais demorada, difícil e perigosa (ODENT, 2004).

A água tem grande poder no parto, Odent (2004) nomeia este poder de

propriedades mágicas da água, muitas pessoas interessadas em estudar o parto na

água tem surgido em todo o mundo. Janet Balaskas conta para Odent, que ao fim de

uma longa sessão de Yoga com grávidas, antes que estas recuperassem o estado

normal de consciência, ela lhes perguntou onde mais gostariam de dar a luz, e as

respostas foram em comum, ´´na água, ou em algum lugar que tivesse água´´.

Em geral as mulheres sonham em dar a luz num ambiente natural, mulheres

de povos ancestrais davam à luz próximas ao rio ou mar; na tradição japonesa

mulheres de aldeias pequenas à beira-mar, davam à luz no mar; gravuras sugerem

que para algumas tribos africanas o lugar de dar à luz era perto de um rio; algumas

Aborígenes da Austrália, primeiro brincam na água do mar e então dão a luz na

praia. O parto na água é conhecido em diversas culturas, como os índios do Panamá

e alguns Maoris da Nova Zelândia (ODENT, 2004).

No livro A sacralização do nascimento, o estágio final do trabalho de parto,

que precede as últimas contrações é simbolizado pelo oceano com suas ondas

agitadas. No filme Respiração, as emoções da mulher em trabalho de parto, são

expressas através do olhar e do som da água (ODENT, 2004).

Para os cientistas, a água permanece um mistério, e estão penetrando cada

vez mais profundamente nos mistérios dessa molécula milagrosa que faz a vida ser

possível. Cada vez mais se compreende que sem a água, os elementos essenciais à

vida nunca se juntariam. A água sempre foi o símbolo da mãe em todos os lugares e

em todas as épocas, a vida começou no oceano, no líquido amniótico retomamos a

história da vida (ODENT, 2004).

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Sendo assim, começamos a imaginar a profundidade do trabalho com água e

mulheres grávidas, o quanto o atendimento de Watsu® com gestantes pode

beneficiá-las durante toda a gestação e trabalho de parto.

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9 MATERIAIS E MÉTODOS

9.1 MATERIAIS

Piscina aquecida a 35 graus

Touca (opcional)

Maio ou biquine

Flutuadores para membros inferiores. Med.: 56 x 5 x 1 cm

Chinelos

Toalhas

9.2 MÉTODOS

9.2.1 Tipo de pesquisa

A pesquisa teve caráter experimental não controlado, baseada na aplicação

da técnica de Watsu® em gestantes, sendo ela uma pesquisa mista, qualitativa e

quantitativa.

9.2.2 Seleção das voluntárias

Foram recrutadas gestantes através de divulgação em associações

relacionadas à gestação, em especial o GAMA (Grupo de Apoio a Maternidade

Ativa), Casa Ângela (Casa de Parto da Comunidade Monte Azul) e divulgação por

mídia eletrônica.

Para admissão ao estudo, foram adotados os seguintes critérios:

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100

9.2.2.1 Critérios de inclusão

Foram incluídas neste estudo gestantes com idade superior a 18 anos e idade

gestacional entre 12 e 29 semanas, que apresentassem dores osteomioarticulares

de início durante a gestação.

9.2.2.1.1 Critérios de exclusão

Foram excluídas do estudo gestantes com risco gestacional ou contra-

indicações à terapia Watsu® :

- Trabalho de parto prematuro na gestação atual;

- Idade gestacional inferior a 12 semanas de gestação;

- Antecedente de trabalho de parto prematuro;

- Sangramento vaginal após a 12ª semana de gestação;

- Hipertensão arterial crônica ou pré-eclâmpsia;

- Cardiopatia;

- Antecedente de hipotensão arterial sintomática;

- Disfunções tireoidianas;

- Febre (temperatura axilar acima de 38º C);

- Nefropatias e/ou Infecção urinária grave;

- Ausência de reflexo de tosse;

- Traqueostomizadas;

- Epilepsia;

- Doenças infecto-contagiosas transmissíveis por ar ou água;

- Presença de ferimentos cutâneos abertos;

- Doenças que causem dificuldade para regular a temperatura corporal;

- Incontinência fecal;

- Labirintopatia;

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- Sensibilidade a produtos químicos utilizados para higiene da piscina;

- Presença de doenças que levem a redução do tônus muscular.

9.2.3 Descrição do local

Todos os atendimentos foram realizados na Piscina do Espaço Terapêutico

Natu Saúde, localizado na Rua Álvaro Nunes, 121 – Jd. Aeroporto / Campo Belo,

São Paulo.

9.2.4 Descrição e apresentação dos procedimentos

9.2.4.1 Termo de consentimento livre e esclarecido

As gestantes que se enquadrassem nos critérios de seleção foram

convidadas a participar do estudo, sendo claramente informadas sobre os objetivos

e condutas da pesquisa. Após concordância na participação, assinaram o termo de

consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE A), cientes de que poderiam se

desligar da pesquisa a qualquer momento se necessário.

9.2.4.2 Acompanhamento médico, ciência e autorização

Todas as gestantes informaram o médico que as acompanhava em pré-natal

sobre a terapia Watsu®, seus benefícios, contra-indicações e objetivos da pesquisa,

e trouxeram uma autorização por escrito dos mesmos para realizar as sessões com

segurança e consentimento médico.

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9.2.5 Técnica de Watsu®

As gestantes selecionadas foram submetidas a oito sessões de Watsu®, uma

vez por semana, com duração de aproximadamente 50 minutos cada, em piscina

aquecida a 35 graus. Toda sessão segue uma sequência de movimentos do Watsu®

nível 1, devidamente adaptados às condições de cada participante. Todos os

movimentos realizados na técnica do Watsu® são suaves e nenhum deles apresenta

contra-indicação durante a gestação.

Segue a denominação e descrição de cada movimento da sequência

utilizada:

9.2.5.1 Antes de começar

Para que se possa realizar um atendimento de Watsu® com segurança,

proporcionando todos os possíveis benefícios desta terapia é necessário sempre a

realização da anamnese, saber das condições físicas e emocionais de seu parceiro

é importantíssimo, algumas pessoas não sabem nadar, podem apresentar medo de

água, dificuldade em se entregar, problemas no corpo que podem se agravar com

pressões e alongamentos (DULL, 2001).

9.2.5.2 Começando na parede

Este é o momento de explicar para quem esta sendo atendido, que a sessão

se inicia com as costas da pessoa apoiada na parede e assim também se finaliza.

Sempre lembre-a de que deve lhe avisar caso sinta incômodos, desconfortos, ou

necessidade de ir ao banheiro. Neste momento inicial podemos dizer palavras como:

´´Sinta todo o seu corpo, esteja consciente de como se sente, encontre uma posição

confortável, deixe as suas pernas afastadas para ter uma boa base, conforme você

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103

inspirar deixe que a água a levante sem esforço, e ao final de cada expiração,

afunde no vazio, entregue-se à agua. Quando estiver pronta para iniciarmos de

alguns passos para frente``(DULL, 2001).

9.2.5.3 Dança da respiração

Este é o primeiro movimento realizado, onde seu parceiro se encontra

flutuando em nossos braços, o antebraço esquerdo apoia o occipital e o antebraço

direito apóia o sacro. Aqui o corpo de seu parceiro dança através do movimento de

levantar com a inspiração e afundar com a expiração (DULL, 2001).

9.2.5.4 Balanço da respiração

Em continuidade o afundar e levantar, este movimento segue quando se

encontrou um ritmo respiratório em comum com seu parceiro, e assim segue-se na

expiração deixando que os pés deste afundem e na inspiração levantem, realizando

um leve deslize para a lateral de seu pé mais distante da cabeça do parceiro na

expiração, retornando na inspiração (DULL, 2001).

9.2.5.5 Liberando a coluna

Exploramos uma alternação de movimentos com os braços que vão

gradualmente serpenteando a coluna suavemente (DULL, 2001).

9.2.5.6 Oferecendo suave

Viramos de frente para o nosso pé mais próximo da cabeça do parceiro,

seguindo o fluxo da nossa respiração, ao expirar fazemos um movimento com o

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parceiro, estendendo-o para acima de nossos pés, como se o oferecêssemos a cada

expiração, na inspiração o puxamos de volta e realizamos o movimento para o outro

lado (DULL, 2001).

9.2.5.7 Oferecendo com uma perna, braços abertos

Agora o antebraço do sacro de forma fluida e harmoniosa vai apoiar a parte

de traz do joelho, e realizamos os mesmos movimentos do oferecendo suave (DULL,

2001).

9.2.5.8 Oferecendo com duas pernas

Realizamos os mesmos movimentos do oferecendo suave porém agora com

o antebraço direito apoiamos os dois joelhos do parceiro (DULL, 2001).

9.2.5.9 Sanfona

Ainda com os braços nos mesmos locais de apoio do movimento anterior, os

joelhos de parceiro devem ir em direção ao peito, a cada expiração. Após o

sentamos verticalmente, este movimento produz um alongamento da sua coluna

(DULL, 2001).

9.2.5.10 Sanfona rotativa

Realizamos o mesmo movimento da sanfona, sem sentá-la verticalmente,

fazemos movimentos circulares com o braço que apoia os joelhos, o que produz um

movimento circular nos quadris de quem recebe (DULL, 2001).

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105

9.2.5.11 Rotação de perna de dentro

Realizamos o mesmo movimento da sanfona rotativa, agora com o braço

apoiando somente a perna que esta mais próxima de nosso corpo, realizamos um

movimento em circulo com esta perna (DULL, 2001).

9.2.5.12 Rotação de perna de fora

Realizamos o mesmo movimento da rotação com a perna de dentro, porém

agora com a perna de fora (DULL, 2001).

9.2.5.13 Perna de fora por cima

Com a perna de fora em nossa mão, a levantamos e deslizamos nosso ombro

direito por baixo dela (DULL, 2001).

9.2.5.14 Pressionando o braço

Com a perna do parceiro em nosso ombro, conseguimos alcançar todo o seu

braço e vamos massageá-lo seguindo a nossa respiração, cada compressão

acompanha nossa expiração, até completar todo o braço; quando inspiramos

também mudamos o peso para nossa perna esquerda e cada vez que expiramos

mudamos o peso de volta para a nossa perna direita, isto traz um balanço para o

movimento (DULL, 2001).

9.2.5.15 Mão no ponto mestre coração

Quando massageamos todo o braço, chegamos à mão, então a seguramos

Page 106: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

106

com o nosso polegar pressionando o meio da palma da mão (DULL, 2001).

9.2.5.16 Puxando o braço ao redor

Seguramos o punho do parceiro, e puxamos o seu braço para cima, deixando

a sua cabeça deslizar para a nossa mão esquerda, soltamos o seu braço e

seguramos a parte de trás do joelho com o nosso punho direito (DULL, 2001).

9.2.5.17 Pêndulo

Agora o parceiro está com a cabeça em nossa mão esquerda e perna em

nosso punho direito, nos abaixamos na água, a cada expiração passamos nosso

peso para frente, e a cada inspiração passamos nosso peso para trás, este

movimento faz com que o parceiro se incline hora para a nossa direção, hora para a

direção contrária (DULL, 2001).

9.2.5.18 Cabeça no ombro oposto

Quando o parceiro estiver voltado para nós, empurramos o seu joelho na

direção do peito ao mesmo tempo vamos aproximando a cabeça do parceiro até que

ele se mova para cima do nosso ombro oposto, ombro correspondente ao braço que

está empurrando, o pescoço do parceiro deve ficar confortavelmente seguro, firmado

contra o nosso pescoço (DULL, 2001).

9.2.5.19 Balanço braço e perna

Seguramos o joelho com o nosso punho direito e com a nossa mão esquerda,

pegamos a parte superior do braço esquerdo do parceiro. A cada expiração puxamos

Page 107: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

107

a perna do parceiro na direção do peito, movendo o seu corpo para a direita. A cada

inspiração, puxamos o braço do parceiro, movendo o seu corpo para a esquerda

(DULL, 2001).

9.2.5.20 Joelho ao tórax

Passamos a nossa mão esquerda por cima do ombro e por baixo da coxa do

parceiro, reunimos a mão direita a esquerda e com as duas mãos, pressionamos o

joelho para o lado do peito na medida em que ficamos em pé nos esticando,

seguramos esta posição por um tempo (DULL, 2001).

9.2.5.21 Voltar para a primeira posição

Deixamos que a cabeça do parceiro que se encontra em nosso ombro direito,

escorregue para a curva de nosso cotovelo, seguramos por cima do joelho esquerdo

do parceiro, exploramos movimentos com a perna e neste processo, direcionamos o

braço do parceiro para trás de nossas costas, voltando à primeira posição, porém

agora com a cabeça do parceiro deitada em nosso braço direito. Caso seja difícil

manobrar o braço deste modo, podemos sustentar os quadris do parceiro levantando

a nossa perna, enquanto com a nossa mão deslizamos o braço para trás de nossas

costas (DULL, 2001).

PARTE II

Realiza-se novamente a dança da respiração e o balanço da respiração, que

são iguais a primeira parte, realizadas no início da sessão.

Page 108: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

108

9.2.5.22 Oferecimento Simples

Movimento também igual ao início da sessão, porém, feito de um modo mais

dinâmico (mais rápido). Depois do último oferecimento, acima do nosso pé mais

próximo do pé do parceiro, deixamos que a cabeça escorregue para uma de nossas

mãos enquanto nos viramos de frente para o centro empurrando o quadril com a

outra mão para iniciar o próximo movimento (DULL, 2001).

9.2.5.23 Empurrar e puxar – oito

Uma das mãos puxa o occipital, cruzando diretamente à sua frente,

tracionando a coluna. No final do puxão, diminuímos o ritmo enquanto a outra mão

empurra lentamente contra o quadril para virar o parceiro. Trocamos a mão que está

embaixo da cabeça e aumentamos o ritmo para puxar do outro lado. Pode-se

realizar este movimento várias vezes (DULL, 2001).

9.2.5.24 Vôo Livre

Quando terminarmos uma virada acima do nosso pé mais próximo ao pé do

parceiro, em vez de trocar as mãos embaixo do occipital, não paramos e levemente

colocamos a mão que empurrou o quadril embaixo da cabeça. Viramos esta mesma

mão, deixando a palma para baixo, segurando o occipital entre o polegar e o

indicador. A parte do antebraço dará sustentação a parte superior das costas.

Enquanto o parceiro movimenta-se, cruzando nossa frente, iremos segurar o braço

de dentro pelo punho e puxá-lo num círculo, dando um passo para frente com o pé

mais próximo do pé do parceiro, e um passo para trás com o pé mais próximo da

cabeça do parceiro. Movimentamos o ombro do parceiro por cima do nosso ombro,

sustentando o occipital com aparte superior do braço, enquanto nossa mão se

Page 109: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

109

estende por baixo do corpo do parceiro e a rodeia até posicionar-se sobre o centro

do coração. Com as costas da mão direita, sustentamos a parte inferior do quadril

puxando o parceiro de lado, depois fazemos uma pressão contra o alto do sacro com

a mão direita (DULL, 2001)

9.2.5.25 Balanço esterno – sacro

Ainda embaixo da água, realizamos uma pressão suave contra o peito ao

expirarmos. Mantendo contato com o peito para ter uma boa tração, pressionamos

firmemente contra o alto do sacro a cada inspiração, alongando a coluna. É

importante manter o parceiro de lado o máximo que for confortável, para ter um

balanço amplo e para impedir que os pés atinjam o fundo (DULL, 2001)

9.2.5.26 Alongando a coluna

Mantemos o occipital na mão que se encontrava no peito. Endireitamos este

braço e puxamos o parceiro acima do nosso pé que está mais próximo da cabeça

dele. Com o outro ombro bem embaixo do quadril, firma-se os dedos da outra mão

no alto do sacro, puxando para endireitar e alongar a coluna (DULL, 2001).

9.2.5.27 Ondulando a coluna

Embaixo da água com o pé direito à frente e o esquerdo para trás,

procuramos um ponto de equilíbrio. Com a palma para cima, os dedos apontando

para o lado oposto, como um garçom segurando uma bandeja, e o ombro o máximo

possível embaixo do quadril. Suave, ritmicamente, levantamos o parceiro. Mantendo

o corpo fora da água enquanto batemos rapidamente com nossos pés no fundo da

piscina, de modo que provoque movimentos ondulatórios na coluna do parceiro. Não

Page 110: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

110

se deve pular ou balançar. Deixamos as ondas diminuírem, mantendo o apoio na

cabeça e no sacro sem nenhum movimento (DULL, 2001).

9.2.5.28 Quieto

Sustentamos a cabeça com a mão esquerda aberta e relaxada, procurando

achar o ponto de equilíbrio do nosso parceiro. Deixando o mesmo flutuar

perfeitamente imóvel em nossa frente. É hora de sentir a quietude do corpo (DULL,

2001).

9.2.5.29 Acompanhar movimento

Permanecendo na quietude, com nossas mãos na cabeça e no sacro,

devemos ficar atento a qualquer tendência de movimento, seguindo qualquer

movimento lento espontâneo pelo qual sentimos ser levados. Quando notamos que

o movimento esteja completo, sem quebrar o fluxo, deslizamos o ombro esquerdo

sob a cabeça do parceiro (DULL, 2001).

9.2.5.30 Algas

Permanecemos embaixo da água para dar o maior apoio possível para o

pescoço e, seguramos com as duas mãos os quadris. Depois de ficarmos parados

por um tempo, tomando o devido cuidado para que nenhuma parte das costas

arqueie e se estenda demais, movimentamos lentamente o parceiro de um lado para

o outro como uma alga (DULL, 2001).

Realizamos a rotação para o segundo lado, e iniciamos novamente todos os

movimentos que foram descritos na segunda parte, desde a dança da respiração até

algas. Logo após damos continuidade com próximo movimento.

Page 111: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

111

PARTE III

9.2.5.31 Quatro na parede

Estando ainda no segundo lado, seguramos os dois joelhos com o antebraço

esquerdo, com a mão direita seguramos a cabeça puxando o tronco do parceiro para

cima até a posição vertical. Apoiamos nossas costas na parede e descansamos a

cabeça do parceiro em nosso peito. Com a perna direita esticada, apoiamos o pé

esquerdo sobre o joelho direito ou na panturrilha. Os quadris do parceiro devem cair

entre nossas pernas, e a cabeça deve estar apoiada no canto superior do peito do

lado direito, sustentando as costas com o antebraço direito (DULL, 2001).

9.2.5.32 Sela Aberta

Enquanto sustentamos a parte superior das costas com a mão direita, a mão

esquerda passa por cima da perna de fora e seguramos a mesma. Abaixamos nossa

perna que se encontrava apoiada no nosso joelho e com isso a perna do nosso

parceiro também abaixará, ficando do lado de dentro da nossa panturrilha direita,

enquanto damos um passo para frente da parede. Pisamos pelo lado de dentro da

perna que abaixou, pegando o joelho do parceiro com a parte de trás do nosso

joelho enquanto nos abaixamos dentro da água. Colocamos então o outro joelho,

que ainda estava seguro por nossa mão esquerda, em cima do nosso outro joelho,

assim os joelhos do nosso parceiro ficara em cima dos nossos. A cabeça esta

deitada sobre nosso braço direito, de frente para nós. Onde poderemos explorar

todas as partes do corpo que estarão a nossa disposição para serem massageadas.

Logo após levamos a cabeça para o outro lado repetindo os movimentos, sendo que

nesta passagem de um lado para o outro podemos ainda realizar uma tração no

Page 112: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

112

pescoço (DULL,2001).

9.2.5.33 Tração do pescoço

Passamos a cabeça do parceiro para a mão esquerda e com as duas mãos

seguramos a cabeça na nossa frente, levantando-a para alongar o pescoço (DULL,

2001).

9.2.5.34 Acompanhar os movimentos

Estando totalmente parados, iremos prestar atenção e seguir lentamente

qualquer movimento ou tendência a se mover que surja do parceiro (DULL, 2001).

9.2.5.35 Perna de dentro no ombro

Passamos nossa mão direita por baixo da perna de dentro e colocamos essa

perna sobre nosso ombro direito, levando nossa mão direita sobre o centro do

coração, pressionando suavemente e balançando com a respiração (DULL, 2001).

9.2.5.36 Ninar do Hara

Colocamos a mão direita no hara (abdome), com o polegar num dos lados do

umbigo e os outros dedos abertos do outro lado, balançando e pressionando

suavemente a cada expiração, levantando e mantendo o contato com a inspiração.

Depois colocamos a mão no coração (DULL, 2001).

Page 113: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

113

9.2.5.37 Voltar para a parede e finalizar

Estando próximo da parede, com o antebraço direito sob os dois joelhos,

trazemos os joelhos o mais perto possível do peito. Ficamos em pé na água, e com

a cabeça do parceiro sobre o braço esquerdo, usamos nossa coluna ereta como um

eixo, girando de um lado para o outro lentamente. Apoiamos as costas do parceiro

(ainda na vertical) contra a parede, sustentando abaixo do lado mais próximo do

quadril com nosso joelho esquerdo, enquanto a perna de fora do parceiro escorrega

do nosso braço direito empurrando-a para longe. Puxamos a perna de dentro na

nossa direção enquanto abaixamos criando uma base bem ampla. Sustentamos o

pescoço e o occipital com a mão esquerda, colocando a mão direita no coração

enquanto passamos para a frente do parceiro podendo apoiar nossos joelhos contra

os dele. Trabalhamos o pescoço com a mão esquerda. Depois soltamos o pescoço

gradualmente e com a nossa mão direita ainda sobre o coração, colocamos nossa

mão esquerda sobre a cabeça, com a palma sobre o terceiro olho e as pontas dos

dedos tocando levemente o alto da cabeça. Retiramos gradualmente as duas mãos

do corpo do parceiro, e pegamos em suas mãos afim de mantê-las mais próxima da

superfície. Logo após retiramos nossas mãos e nos afastamos agradecendo o

espaço (DULL,2001).

9.2.6 Descrição dos procedimentos de mensuração e análise de dados

quantitativos

9.2.6.1 Avaliação da Qualidade de Vida

Com o intuito de avaliar os efeitos da técnica de Watsu® na qualidade de vida

das gestantes, foi utilizado o questionário de Qualidade de Vida – Versão Abreviada

(WHOQOL-BREF) da Organização Mundial de Saúde (APÊNDICE B). Trata-se de

Page 114: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

114

uma versão abreviada e traduzida para o português do WHOQOL-100, desenvolvido

pelo Grupo de Qualidade de Vida da OMS, devido à necessidade de instrumentos

curtos que demandem menor tempo de preenchimento, mas que preservem a sua

eficácia e características psicométricas satisfatórias (OMS, 1996; WHOQOL GROUP,

1998). O questionário foi aplicado antes do primeiro atendimento e ao final da última

sessão.

O WHOQOL-bref é feito de 26 questões, sendo duas questões gerais e as

demais 24 representam cada uma das 24 facetas que compõe o instrumento

original. Assim, diferente do WHOQOL-100 onde cada uma das 24 facetas é

avaliada a partir de 4 questões, no WHOQOL-bref é avaliada por apenas uma

questão. Os dados que deram origem à versão abreviada foram extraídos do teste

de campo de 20 centros em 18 países diferentes. Uma análise fatorial confirmatória

foi realizada para uma solução a quatro domínios. Assim o WHOQOL-Bref é

composto por 4 domínios: Físico, Psicológico, Relações Sociais e Meio- ambiente

(OMS, 1996; WHOQOL GROUP, 1998).

Tal questionário é bastante utilizado para avaliar a qualidade de vida e tem

validação quanto à sua aplicação em gestantes e puérperas, sendo possível essa

verificação através do trabalho de Abeche (2008), que utilizou o WHOQOL-bref para

avaliar a qualidade de vida em puérperas adolescentes; e o trabalho de Abdal, Silva

e Baciuk (2008), que também utilizou este questionário para avaliar os efeitos da

atividade física na qualidade de vida de gestantes.

9.2.6.2 Avaliação das Dores Osteomioarticulares

Foi aplicada a Escala Visual Analógica da Dor (APÊNDICE C) antes e após

cada um dos atendimentos. Este instrumento visa quantificar a dor, na percepção do

próprio indivíduo, numa escala gráfica graduada, na qual o zero corresponde à

ausência de dor e o dez, à dor máxima, insuportável, sendo assim: Zero é ausência

Page 115: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

115

da dor; de 1 a 3 a dor é classificada como leve e que não atrapalha as atividades; de

4 a 6, dor moderada que atrapalha as atividades, mas não as impede; de 7 a 9 dor

forte ou incapacitante que impede que se realize qualquer atividade e 10 dor muito

forte e insuportável ou "excruciante" que, além de impedir atividades, causa

descontrole.

Esta escala é amplamente utilizada para a mensuração da dor, sendo a sua

utilização validada durante o período gestacional, parto e pós-parto, como visto no

trabalho de Abrão (2008), que utilizou a EVA durante o parto para a mensuração da

dor, acompanhando seu declínio utilizando analgesia; no trabalho de Alves (2008)

que utilizou a EVA para a avaliação da dor pré e pós-parto normal; no trabalho de

Martins e Silva (2005), no qual a EVA é utilizada durante a gestação para

mensuração da dor lombar e pélvica visando reconhecer os efeitos de um método

de exercícios da melhoria destas dores.

9.2.6.3 Coleta de dados qualitativos

Em cada uma das sessões e ao final do tratamento, as pacientes foram

orientadas a descrever de forma escrita, espontaneamente, suas experiências com

a terapia Watsu® e a percepção da influência do tratamento em sua vida durante o

período analisado.

9.2.6.4 Análise dos dados

Os dados quantitativos foram tabulados em planilha do software Microsof

Excel para Windows® 2003, e estão apresentados individualmente para cada

gestante e também os dados gerais do grupo estudado. Foi realizada comparação

dos escores de dor antes e após cada sessão pelo teste t para amostras pareadas e

a evolução da dor ao longo das oito sessões foi avaliada utilizando-se a Análise de

Page 116: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

116

Variância (ANOVA) para medidas repetidas. Os escores de qualidade de vida no

início e ao final do tratamento foram também comparados pelo teste t para amostras

pareadas. Todas estas comparações foram feitas utilizando-se o software SPSS

(Statistical Package for Social Sciences) para Windows versão 17.0.

Page 117: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

117

10 RESULTADOS

Neste estudo foram avaliadas 11 gestantes, submetidas a oito sessões de

Watsu® com duração de 50 minutos por sessão e frequência semanal, no período

de agosto a outubro de 2010, com o objetivo de verificar os efeitos da terapia

Watsu® no alívio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a

gestação.

10.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

A tabela 1 apresenta as características das gestantes estudadas e a tabela 2

apresenta os dados relacionados às gestações anteriores e preferência pela via de

parto.

Tabela 1. Descrição dos dados de cada participante por: idade, idade gestacional de

início, risco gestacional, doenças e medicamentos. São Paulo, 2010.

Gestante Idade (anos) IG de início* Doenças

Medicamentos

1 35 25 semanas Não Não

2 29 15 semanas Não Não

3 32 29 semanas Não Não

4 28 12 semanas Não Não

5 36 28 semanas Não Não

6 32 25 semanas Diabetes tipo 1 Insulina

7 28 16 semanas Não Não

8 37 19 semanas Não Não

9 34 27 semanas Não Não

10 38 16 semanas Não Não

11 28 27 semanas Artrose cervical Não

*IG: Idade gestacional

Page 118: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

118

Tabela 2. Apresentação dos dados das participantes em relação às gestações

e partos anteriores, filhos vivos e preferência de via de parto na gestação

atual. São Paulo, 2010.

Gestante Gestações Filhos Vivos Preferência da via de parto

1 1 0 Natural

2 1 0 Normal

3 1 0 Normal

4* 3 2 Normal

5 1 0 Normal

6 1 0 Normal

7 1 0 Natural/ Na água

8 1 0 Natural

9 1 0 Natural

10 1 0 Natural/ Domiciliar/ Na água

11 1 0 Normal/ Natural

*Gestante 4: antecedente de 1 parto normal e 1 cesárea

Page 119: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

119

10.2 CARACTERIZAÇÃO DA DOR

O gráfico 1 apresenta os tipos de dor relatados pelas participantes durante

todo o estudo. Algumas gestantes apresentaram mais de um tipo de dor ao longo

das sessões.

Gráfico 1. Frequência dos tipos de dor relatados pelas participantes.

Dor lombar

Dor em Abdome

Dor Torácica

Dor cervical

Cefaléia

Dor em Membros

Cãimbra

Dor Articular

Tensão Muscular

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

8

3

3

3

2

2

1

1

1

Tipos de Dor e Frequência

Page 120: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

120

10.3 APRESENTAÇÃO DA EVOLUÇÃO DA DOR POR PARTICIPANTE

Os gráficos de 2 à 12 mostram a evolução da dor por paciente, antes e após

cada uma das sessões de Watsu® realizadas. As linhas azuis representam o escore

de dor pela Escala Visual Analógica antes da sessão e as linhas vermelhas

representam os escores de dor após a mesma sessão. Abaixo de cada um dos

gráficos, estão apontados os tipos de dor relatados em cada uma das sessões.

Observamos consistentemente que houve melhora dos níveis de dor iniciais

após todas as sessões, independentemente do tipo de dor relatado, sendo que na

maioria das sessões a gestante referia pontuação zero na EVA ao final da sessão.

Duas gestantes (1 e 6) queixavam-se de dores osteomioarticulares na

avaliação inicial para seleção das participantes, no entanto no primeiro dia de

atendimento tiveram pontuação zero na EVA.

Além dos gráficos, inserimos relatos escritos pelas participantes a respeito da

percepção dos resultados ao longo do tratamento.

Page 121: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

121

10.3.1 Gestante 1

Na avaliação inicial, a Gestante 1 apresentava queixa de dores na coluna

cervical, dorsal e lombar.

Gráfico 2. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 1 antes e

após cada sessão de Watsu®.

Atendimentos Tipos de Dor

Sessão 1 Nenhuma dor

Sessão 2 Cãimbra

Sessão 3 Lombar

Sessão 4 Articulação

Sessão 5 Articulação

Sessão 6 Nenhuma dor

Sessão 7 Cervical

Sessão 8 Nenhuma dor

10.3.1.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 1)

´´ Me senti muito bem, com diminuição das cãimbras,... Em relação à dor, não tenho queixas.

Percebo maior inchaço nas mãos e pernas. Estou mais fortalecida,...´´

Sessão 1 Sessão 2 Sessão 3 Sessão 4 Sessão 5 Sessão 6 Sessão 7 Sessão 8

0

2

4

6

8

10

01

34

2

0

3

00 01

2

0 0 0 0

Gestante 1

Antes

Após

Escore

s d

e d

or

Page 122: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

122

10.3.2 Gestante 2

Gráfico 3. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 2 antes e

após cada sessão de Watsu®.

Atendimentos Tipos de Dor

Sessão 1 Lombar Cefaléia

Sessão 2 Lombar Cefaléia

Sessão 3 Lombar Cefaléia

Sessão 4 Lombar Cefaléia

Sessão 5 Cefaléia Nenhuma Dor

Sessão 6 Lombar Cefaléia

Sessão 7 Nenhuma Dor Nenhuma Dor

Sessão 8 Nenhuma Dor Nenhuma Dor

10.3.2.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 2)

´´ Tive menos dores de cabeça, e também pouco senti a lombar. Tenho me sentido um pouco ansiosa

e tensa, mas são questões particulares.´´

Sessão 1

( D

or

lom

bar)

Sessão 1

( cefa

léia

)

Sessão 2

( D

or

lom

ba)

Sessão 2

( cefa

léia

)

Sessão 3

(D

or

lom

bar)

Sessão 3

(cefa

léia

)

Sessão 4

(D

or

lom

bar)

Sessão 4

(cefa

léia

)

Sessão 5

(cefa

léia

)

Sessão 6

( D

or

lom

bar)

Sessão 6

(cefa

léia

)

Sessão 7

(nenhum

a d

or)

Sessão 8

(nenhum

a d

or)

0

2

4

6

8

10

5 5

2 21 1

3 32

43

0 01 1

0 0 0 0 0 0 0

21

0 0

Gestante 2

Antes

ApósEsc

ore

s d

e D

or

Page 123: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

123

10.3.3 Gestante 3

A Gestante 3, não realizou a última sessão pois já havia iniciado o seu

trabalho de parto.

Gráfico 4. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 3 antes

e após cada sessão de Watsu®.

Atendimentos Tipos de Dor

Sessão 1 Lombar

Sessão 2 Lombar

Sessão 3 Lombar

Sessão 4 Lombar

Sessão 5 Lombar

Sessão 6 Lombar

Sessão 7 Lombar

10.3.3.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 3)

´´ No começo o intervalo da dor era de 3 dias, após a terceira sessão o intervalo aumentou para 7

dias.´´

Sessão 1 Sessão 2 Sessão 3 Sessão 4 Sessão 5 Sessão 6 Sessão 7

0

2

4

6

8

10

5

2

56

5

32

0 0 0 0 0 0 0

Gestante 3

Antes

Após

Esc

ore

s d

e d

or

Page 124: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

124

10.3.4 Gestante 4

Gráfico 5. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 4 antes e

após cada sessão de Watsu®.

Atendimentos Tipos de Dor

Sessão 1 Lombar

Sessão 2 Nenhuma dor

Sessão 3 Lombar

Sessão 4 Cefaléia

Sessão 5 Cefaléia

Sessão 6 Nenhuma dor

Sessão 7 (Dor 1) Lombar

Sessão 7 (Dor 2) Corpo

Sessão 7 (Dor 3) Cefaléia

Sessão 8 Nenhuma dor

10.3.4.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 4)

´´ Quando comecei a praticar o Watsu, não poderia imaginar o bem que ia trazer para mim. Agora

minhas semanas estão ótimas, não tenho mais dor.´´

Sessão 1

(D

or

lom

bar)

Sessão 2

(nenhum

a d

or)

Sessão 3

(D

or

lom

bar)

Sessão 4

(cefa

léia

)

Sessão 5

(cefa

léia

)

Sessão 6

(nenhum

a d

or)

Sessão 7

(D

or

lom

bar)

Sessão 7

(D

or

no c

orp

o)

Sessão 7

(cefa

léia

)

Sessão 8

(nenhum

a d

or)

0

2

4

6

8

10

4

02 2 2

02 2

3

00 0 0 0 0 0 0 02

0

Gestante 4

Antes

ApósEs

co

re d

e d

or

Page 125: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

125

10.3.5 Gestante 5

Gráfico 6. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 5 antes

e após cada sessão de Watsu®.

Atendimentos Tipos de Dor

Sessão 1 Lombar

Sessão 2 Lombar

Sessão 3 Lombar

Sessão 4 Torácica

Sessão 5 Torácica

Sessão 6 Torácica

Sessão 7 Torácica

Sessão 8 Torácica

10.3.5.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 5)

´´ Fico muito relaxada após o Watsu,...durmo muito bem na noite de quinta (que acontece o

atendimento), e no dia seguinte quase sem nenhuma queixa ou nenhuma. O fim de semana é mais

cansativo.´´

Sessão 1 Sessão 2 Sessão 3 Sessão 4 Sessão 5 Sessão 6 Sessão 7 Sessão 8

0

2

4

6

8

10

4

8

5 5

3 34 4

01 1

0 0 01

0

Gestante 5

Antes

Após

Esco

res d

e d

or

Page 126: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

126

10.3.6 Gestante 6

Apesar de referir dor lombar durante a primeira consulta de seleção, durante

os atendimentos subsequentes, a Gestante 6 apresentou pontuação zero na EVA em

praticamente todas as sessões.

Gráfico 7. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 6 antes

e após cada sessão de Watsu®.

Atendimentos Tipos de Dor

Sessão 1 Nenhuma dor

Sessão 2 Abdominal

Sessão 3 Nenhuma dor

Sessão 4 Nenhuma dor

Sessão 5 Nenhuma dor

Sessão 6 Nenhuma dor

Sessão 7 Nenhuma dor

Sessão 8 Nenhuma dor

10.3.6.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 6)

´´ Não sinto mais as dores lombares como no inicio, na questão emocional, fiquei mais calma e

menos ansiosa e estou dormindo bem melhor, principalmente no dia em que faço o Watsu.´´

Sessão 1 Sessão 2 Sessão 3 Sessão 4 Sessão 5 Sessão 6 Sessão 7 Sessão 8

0

2

4

6

8

10

0

2

0 0 0 0 0 0

Gestante 6

Antes

Após

Escore

s d

e d

or

0

Page 127: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

127

10.3.7 Gestante 7

Gráfico 8. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 7 antes

e após cada sessão de Watsu®.

Atendimentos Tipos de Dor

Sessão 1 Membros

Sessão 2 Membros

Sessão 3 Nenhuma dor

Sessão 4 Membros

Sessão 5 Torácica

Sessão 6 Coluna

Sessão 7 Torácica

Sessão 8 Tensão Muscular

10.3.7.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 7)

´´ Na sessão estava me sentindo bastante dolorida e estressada, logo após a sessão não sentia mais

nada, porém após a saída da academia percebi que as dores começaram a voltar e voltou aos

poucos, porém não senti necessidade de tomar medicamento.´´

´´ Percebo que as dores melhoraram bastante. Me sinto no entanto mais ansiosa e com apetite

maior...´´

Sessão 1 Sessão 2 Sessão 3 Sessão 4 Sessão 5 Sessão 6 Sessão 7 Sessão 8

0

2

4

6

8

10

21

0

32 2 2 2

0 0 0 0 0 0 0 0

Gestante 7

Antes

Após

Es

co

res

de

do

r

Page 128: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

128

10.3.8 Gestante 8

Gráfico 9. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 8 antes

e após cada sessão de Watsu®.

Atendimentos Tipos de Dor

Sessão 1 Lombar

Sessão 2 Lombar

Sessão 3 Lombar

Sessão 4 Torácica

Sessão 5 Lombar

Sessão 6 Lombar

Sessão 7 (Dor 1) Lombar

Sessão 7 (Dor 2) Cervical

Sessão 8 Lombar

10.3.8.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 8)

´´ Com a barriga aumentando, as dores tem sido mais constantes (na lombar) principalmente quando

fico muito tempo em pé. Mas logo após o atendimento sempre sinto um alivio muito grande nessa

região, além de uma sensação geral de relaxamento e bem estar, assim como sono mais tranquilo.´´

Sessão 1

(D

or

lom

bar)

Sessão 2

( D

or

lom

bar)

Sessão 3

(D

or

lom

bar)

Sessão 4

(D

or

torá

cic

a)

Sessão 5

(D

or

lom

bar)

Sessão 6

( D

or

lom

bar)

Sessão 7

(D

or

lom

bar)

Sessão 7

(D

or

cerv

ical)

Sessão 8

(D

or

lom

bar)

0

2

4

6

8

10

6

2 2

5 5

2

6

4

7

3

0 0 01 1

4

1

3

Gestante 8

Antes

ApósEscore

s d

e d

or

Page 129: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

129

10.3.9 Gestante 9

Gráfico 10. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 9 antes

e após cada sessão de Watsu®.

Atendimentos Tipos de Dor

Sessão 1 Lombar

Sessão 2 Lombar

Sessão 3 Lombar

Sessão 4 (Dor 1) Lombar

Sessão 4 (Dor 2) Membros

Sessão 5 Lombar

Sessão 6 Lombar

Sessão 7 Lombar

Sessão 8 Nenhuma dor

10.3.9.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 9)

´´ Muito melhor. As dores praticamente sumiram e fico mais tranquila por mais tempo.´´

Sessão 1

(D

or

lom

bar)

Sessão 2

( D

or

lom

ba)

Sessão 3

(D

or

lom

bar)

Sessão 4

(D

or

lom

bar)

Sessão 4

(D

or

em

mem

bro

s)

Sessão 5

(D

or

lom

bar)

Sessão 6

(D

or

lom

bar)

Sessão 7

(D

or

lom

bar)

Sessão 8

(D

or

lom

bar)

0

2

4

6

8

10

54

6

2

53 3

20

20 0 0 0 0 0 0 0

Gestante 9

Antes

ApósEscore

s d

e d

or

Page 130: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

130

10.3.10 Gestante 10

Gráfico 11. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante10

antes e após cada sessão de Watsu®.

Atendimentos Tipos de Dor

Sessão 1 Lombar

Sessão 2 Lombar

Sessão 3 Lombar

Sessão 4 Lombar

Sessão 5 Lombar

Sessão 6 Lombar

Sessão 7 Nenhuma dor

Sessão 8 Lombar

10.3.10.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 10)

´´ Durmo profundamente na noite após a sessão e fico bem ao resto da semana.´´

´´ Praticamente ausência de dor durante toda a semana. Sono tranquilo e mais profundo.``

Sessão 1 Sessão 2 Sessão 3 Sessão 4 Sessão 5 Sessão 6 Sessão 7 Sessão 8

0

2

4

6

8

10

32

3 3 3

10

3

0 0 0 01

0 0 0

Gestante 10

Antes

Após

Escore

s d

e d

or

Page 131: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

131

10.3.11 Gestante 11

Gráfico 12. Escores de dor pela Escala Visual Analógica de dor da gestante 11

antes e após cada sessão de Watsu®.

Atendimentos Tipo de Dor

Sessão 1 Torácica

Sessão 2 Nenhuma dor

Sessão 3 Torácica

Sessão 4 (Dor1) Torácica

Sessão 4 (Dor2) Lombar

Sessão 5 (Dor1) Torácica

Sessão 5 (Dor2) Lombar

Sessão 6 (Dor1) Torácica

Sessão 6 (Dor2) Lombar

Sessão 6 (Dor3) Cervical

Sessão 7 Lombar

Sessão 8 Lombar

10.3.11.1 Relatos dos resultados ao longo da semana (Gestante 11)

´´ Me senti muito bem, dormi melhor, a dor melhorou e permaneceu bem por 3 dias.´´

Sessão 1

(D

or

torá

cic

a)

Sessão 2

(nenhum

a d

or)

Sessão 3

(D

or

torá

cic

a)

Sessão 4

(D

or

torá

cic

a)

Sessão 4

(D

or

lom

bar)

Sessão 5

(D

or

torá

cic

a)

Sessão 5

(D

or

lom

bar)

Sessão 6

(D

or

torá

cic

a)

Sessão 6

(D

or

lom

bar)

Sessão 6

(D

or

cerv

ical)

Sessão 7

(D

or

lom

bar)

Sessão 8

(D

or

lom

bar)

0

2

4

6

8

10

5

0

45 5

65

6

24

5

13

02

10 0 0

20

23

0

Gestante 11

Antes

ApósEscore

s d

e d

or

Page 132: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

132

10.4 EFEITO GLOBAL DO WATSU®

Conforme mostra o gráfico 13, observamos que, ao final das 87 (100%)

sessões realizadas, em 70 (80,50%) sessões houve melhor completa da dor

(pontuação zero na EVA) e melhora parcial (redução dos escores na EVA) em 17

(19,50%). Não houve piora ou manutenção dos mesmos escores de dor, na

comparação entre a EVA inicial e a EVA ao final do atendimento, em nenhuma das

sessões.

Gráfico 13. Resposta da dor às sessões de Watsu® em relação ao total de sessões

realizadas.

Page 133: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

133

10.4.1 Avaliação do grupo quanto à resposta da dor ao tratamento

A tabela 3 apresenta os resultados do grupo quanto à evolução da dor após

cada uma das sessões, evidenciando efeito significativo da terapia Watsu® na

redução da dor após as sessões. A gestante 6 foi excluída desta análise por não

apresentar dor de natureza osteomioarticular durante o período das sessões.

Tabela 3. Diferença nos escores de médios de dor antes e após cada sessão de

Watsu®.

Sessão

Diferença nos escores de dor antes

e após as sessões P**

Média ± Desvio-Padrão*

Sessão 1 3,00 ±1,41 <0.001

Sessão 2 2,00 ± 2,16 0.017

Sessão 3 2,70 ± 1,83 0.001

Sessão 4 3,40 ± 2,07 0.001

Sessão 5 2,30 ± 2,26 0.011

Sessão 6 1,70 ± 1,49 0.006

Sessão 7 1,60 ± 1,17 0.002

Sessão 8 1,33 ±1,80 0.057

**p-valores para o Teste t para amostras pareadas

Page 134: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

134

Para avaliação do efeito de longo prazo, foi realizada análise de variância

(ANOVA) para medidas repetidas, comparando-se os escores médios de dor antes

das sessões, ao longo do tempo. Conforme observa-se no gráfico 14, não foi

observada redução significativa nos escores de dor ao longo do tempo. A gestante 6

também foi excluída desta análise.

Gráfico 14. Escores médios de dor antes do início das sessões ao longo do

tratamento com Watsu®.

Análise de variância (ANOVA) para medidas repetidas (p=0,167).

Page 135: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

135

10.5 QUALIDADE DE VIDA

A tabela 4 apresenta os resultados referentes à qualidade de vida, aferida

pelo WOQOL-BREF, no início do tratamento e ao final das oito sessões de Watsu®.

Os dados são apresentados por Domínio: Físico, Psicológico, Relações Sociais e

Meio Ambiente, bem como a avaliação geral da qualidade de vida e da saúde feitas

pelas participantes.

Tabela 4. Resultados da avaliação da qualidade de vida das gestantes obtidos pela

utilização do WHOQOL-bref antes e após as sessões de Watsu®.

Domínio

ANTES DO TRATAMENTO AO FINAL DO TRATAMENTO

P**

Média ± DP* Mínimo Máximo Média ± DP Mínimo Máximo

Físico 57,80 ±9,70 46,43 75,00 65,91 ±14,84 35,71 89,29 0,079

Psicológico 68,19 ±10,75 50,00 83,33 76,51 ±12,54 50,00 95,83 0,008

Relações

Sociais 69,70 ±14,00 41,67 91,67 71,97 ±14,56 50,00 91,67 0,736

Meio Ambiente 61,36 ±15,70 43,75 84,38 67,05 ±19,98 31,25 93,75 0,120

Avaliação geral

da qualidade de

vida

18,18 ±1,88 12,50 18,75 19,89 ±3,77 12,50 25,00 0,082

Avaliação geral

da saúde 18,18 ±1,88 12,50 18,75 19,89 ±2,53 18,75 25,00 0,082

*DP: Desvio-Padrão

**p-valores para o Teste t para amostras pareadas

Observamos que antes das sessões de Watsu®, a média de qualidade de

vida mais baixa se encontrava no âmbito físico e a média mais alta no âmbito social.

Após as oito sessões de Watsu®, houve aumento nos escores de percepção da

Page 136: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

136

qualidade de vida em todos os domínios, no entanto apenas o domínio psicológico

apresentou diferença estatisticamente significativa entre os grupos.

10.5.1 Avaliação Individual da Percepção de Qualidade de Vida por Domínios

Os gráficos 15 a 20 apresentam os dados de percepção da Qualidade de Vida

com os resultados individuais das participantes, em relação a cada um dos

domínios, antes e após o tratamento com Watsu®.

Gráfico 15. Percepção da qualidade de vida pelo WHOQOL-bref no Domínio Físico

antes e após as oito sessões de Watsu®

Observamos que a maioria das gestantes apresentou melhora no domínio

físico após as oito sessões de Watsu®, com exceção das gestantes 5, 7 e 9 (Gráfico

15).

Gestante 1

Gestante 2

Gestante 3

Gestante 4

Gestante 5

Gestante 6

Gestante 7

Gestante 8

Gestante 9

Gestante 10

Gestante 11

0

20

40

60

80

100

5750 46

64

4657

64

46

6875

6161

7971 71

36

6457 57 57

8982

(Whoqol Bref) Qualidade de Vida

Domínio Físico

Inicio

Final

Participantes

Pontu

ação

Page 137: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

137

Gráfico 16. Percepção da qualidade de vida pelo WHOQOL-bref no Domínio

Psicológico antes e após as oito sessões de Watsu®.

Observamos que houve uma melhora geral no domínio psicológico das

gestantes após as oito sessões de Watsu®, com exceção da gestante 9 que

manteve este domínio sem alterações, e da gestante 7 que apresentou diminuição

deste (Gráfico 16).

Gestante 1

Gestante 2

Gestante 3

Gestante 4

Gestante 5

Gestante 6

Gestante 7

Gestante 8

Gestante 9

Gestante 10

Gestante 11

0

20

40

60

80

100

120

67 7179

50

7158 58 58

83 79 7583 79 83

6775

67

50

71

83 8896

(Whoqol Bref) Qualidade de Vida

Domínio Psicológico

Inicio

Final

Participantes

Pontu

ação

Page 138: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

138

Gráfico 17. Percepção da qualidade de vida pelo WHOQOL-bref no Domínio

Relações Sociais antes e após as oito sessões de Watsu®.

Observamos que houve uma melhora no domínio das relações sociais das

gestantes 2, 4, 9 e 11 após as oito sessões de Watsu®; para as gestantes 1, 7, 8 e

10 este domínio se manteve sem alterações, e para as gestantes 3, 5 e 6, houve

diminuição deste (Gráfico 17).

Gestante 1

Gestante 2

Gestante 3

Gestante 4

Gestante 5

Gestante 6

Gestante 7

Gestante 8

Gestante 9

Gestante 10

Gestante 11

0

20

40

60

80

100

67 67

83

42

92

67

50

75 75 75 7567

75 75

92

5058

50

7583

75

92

(Whoqol Bref) Qualidade de Vida

Domínio Relações Sociais

Inicio

Final

Participantes

Pontu

ação

Page 139: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

139

Gráfico 18. Percepção da qualidade de vida pelo WHOQOL-bref no Domínio

Meio Ambiente antes e após as oito sessões de Watsu®.

Observamos que houve uma melhora geral no domínio meio ambiente após

as oito sessões de Watsu®, com exceção das gestantes 3, 7, e 9 que apresentaram

diminuição deste domínio (Gráfico 18).

Gestante 1

Gestante 2

Gestante 3

Gestante 4

Gestante 5

Gestante 6

Gestante 7

Gestante 8

Gestante 9

Gestante 10

Gestante 11

0

20

40

60

80

100

7884 81

5056 53

4453

4453

7884 88

7566 69

56

31

72

34

69

94

(Whoqol Bref) Qualidade de Vida

Domínio Meio Ambiente

Inicio

Final

Participantes

Pontu

ação

Page 140: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

140

Gráfico 19. Percepção global da qualidade de vida pelo WHOQOL-bref, antes e

após as oito sessões de Watsu®.

Observamos que pela percepção das participantes, a qualidade de vida se

manteve para a maioria; mas para as gestantes 1, 4 e 11, houve uma melhora

(Gráfico 19).

Gestante 1

Gestante 2

Gestante 3

Gestante 4

Gestante 5

Gestante 6

Gestante 7

Gestante 8

Gestante 9

Gestante 10

Gestante 11

0

5

10

15

20

25

30

19 19 19 19 19 19

13

19 19 19 19

25

19 19

25

19 19

13

19 19 19

25

(Whoqol Bref) Auto Avalliação da Qualidade de Vida

Inicio

Final

Participantes

Po

ntu

açã

o

Page 141: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

141

Gráfico 20. Percepção global da Saúde pelo WHOQOL-bref, antes e após as oito

sessões de Watsu®.

Observamos que pela percepção das participantes, a saúde se manteve para

a maioria; mas para as gestantes 4, 8 e 11, houve uma melhora (Gráfico 20).

Gestante 1

Gestante 2

Gestante 3

Gestante 4

Gestante 5

Gestante 6

Gestante 7

Gestante 8

Gestante 9

Gestante 10

Gestante 11

0

5

10

15

20

25

30

19 19 19 19 19 19 19

13

19 19 1919 19 19

25

19 19 19 19 19 19

25

(Whoqol Bref) Auto Avaliação da Saúde

Inicio

Final

Participantes

Po

ntu

açã

o

Page 142: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

142

10.6 SEQUÊNCIA DE WATSU® ADAPTADA PARA GESTANTES

Toda a sequência de Watsu® utilizada neste trabalho foi explicada no Capítulo

Material e Métodos. Da figura 1 à 37, apresentamos fotos de cada movimento

realizado com as grávidas e a descrição das adaptações que foram necessárias. Em

movimentos repetidos e livres, não apresentamos fotos.

10.6.1 Antes de começar

É importante auxilar uma mulher grávida a entrar na piscina, caso haja

escada e ela necessite de ajuda. A utilização de flutuadores em gestantes é ótima

para manter a sua lombar alongada livre de pressões e lhe passar segurança nos

movimentos, é interessante utilizar os flutuadores com maior diâmetro acima dos

joelhos.

Figura 1. Antes de começar.

Page 143: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

143

10.6.2 Começando na parede

Neste momento inicial podemos dizer palavras como: ´´Sinta todo o seu

corpo, esteja consciente de como esta se sentindo, sinta o seu bebê e se permita

aproveitar este momento que é de vocês, quando estiver pronta para iniciarmos, de

alguns passos para frente``

Figura 2. Começando na parede.

Page 144: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

144

10.6.3 Dança da respiração

Em uma gestante, nos dias frios podemos manter a sua barriga imersa para

que não sinta frio.

Figura 3. Dança da respiração. ↕

Page 145: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

145

10.6.4 Balanço da respiração

Figura 4. Balanço da respiração. ↔

10.6.5 Liberando a coluna

Figura 5. Liberando a coluna.

Page 146: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

146

10.6.6 Oferecendo suave

Figura 6. Oferecendo suave.

10.6.7 Oferecendo com uma perna, braços abertos

Sempre que realizamos um movimento de apoio do joelho cuidamos para não

forçar a perna da gestante contra o seu abdome.

Figura 7. Oferecendo com uma perna, braços abertos.

Page 147: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

147

10.6.8 Oferecendo com duas pernas

Figura 8. Oferecendo com duas pernas.

10.6.9 Sanfona

Com gestantes, apenas deixamos que a cada expiração os quadris afundem,

realizando um movimento suave de sanfona, abrindo e fechando, como se

estivéssemos sentando-a de forma deitada, respeitando o limite da barriga com as

pernas.

Figura 9. Sanfona.

Page 148: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

148

Figura 10. Sanfona sentada.

10.6.10 Sanfona rotativa

Figura 11. Sanfona rotativa.

Page 149: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

149

10.6.11 Rotação de perna de dentro

Figura 12. Rotação de perna de dentro.

10.6.12 Rotação de perna de fora

Figura 13. Rotação de perna de fora.

10.6.13 Perna de fora por cima

Para gestantes, esta posição dependendo do tamanho da barriga pode fazer

com que a perna comprima o seu abdome, então mantemos a sua perna apoiada

em nosso braço, na altura da articulação do cotovelo.

Page 150: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

150

10.6.14 Pressionando o braço

Muitas vezes não será possível alcançar todo o braço da gestante, pois a sua

perna não estará sobre nosso ombro, sendo assim massageamos até onde

conseguimos alcançar.

10.6.15 Mão no ponto mestre coração

Figura 14. Mão no ponto mestre coração.

10.6.16 Puxando o braço ao redor

Figura 15. Puxando o braço ao redor.

Page 151: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

151

10.6.17 Pêndulo

Figura 16. Pêndulo.

10.6.18 Cabeça no ombro oposto

Para gestante muitas vezes não será possível realizar este movimento da

maneira orientada, para levar a cabeça dela ao seu ombro oposto será necessário

soltar seu joelho, empurra-lo para o lado esquerdo de seu corpo, e com a outra mão

segurar a cabeça dela, levando-a ao seu ombro oposto.

Figura 17. Levando a cabeça no ombro oposto.

Page 152: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

152

Figura 18. Cabeça no ombro oposto.

10.6.19 Balanço braço e perna

Para gestantes, muitas vezes não estaremos com o nosso punho direito

segurando o seu joelho pois modificamos a manobra para colocar a sua cabeça em

nosso ombro, então, será possível com o nosso braço esquerdo, puxar seu braço

esquerdo e também realizar alguns movimentos circulares com a sua perna

segurando-a pelo flutuador, como também podemos realizar alongamentos puxando

o seu joelho lateralmente, se isto não a incomodar. Pode ser difícil alcançar a sua

perna devido ao tamanho da barriga, sendo assim colocamos pés dela contra a

parede, empurrando-a neste sentido até que as pernas se dobrem e você consiga

acessá-las.

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153

Figura 19. Balanço braço.

Figura 20. Pegando a perna.

Figura 21. Balanço perna.

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154

10.6.20 Joelho ao tórax

Este movimento quando realizado em gestantes deve ser bem observado

para que o alongamento da perna ocorra bem lateralmente sem gerar pressão no

abdome, no terceiro trimestre pode gerar incômodo, quando isto ocorrer este deve

ser excluído.

10.6.21 Voltar para a primeira posição

Figura 22. Voltar para a primeira posição.

PARTE II

Figura 23. Primeira posição do segundo lado.

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155

10.6.22 Empurrar e puxar – oito

Figura 24. Empurrar e puxar – oito.

10.6.23 Vôo livre

Figura 25. Vôo livre.

10.6.24 Balanço esterno – sacro

Figura 26. Balanço esterno – sacro.

Page 156: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

156

10.6.25 Alongando a coluna

Figura 27. Alongando a coluna.

10.6.26 Ondulando a coluna

Figura 28. Ondulando a coluna.↕

Page 157: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

157

10.6.27 Quieto

Figura 29. Quieto.

10.6.28 Algas

Neste movimento podemos colocar a mão da grávida e a nossa em sua

barriga, demostrando amor ao bebê, mas para algumas mulheres colocar a mão em

suas barrigas pode ser muito intimo.

Figura 30. Algas.

Page 158: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

158

PARTE III

10.6.29 Quatro na parede

Neste movimento devido ao tamanho da barriga, pode ser que as duas

pernas da grávida não fiquem apoiadas sobre a sua, o que não traz nenhum

problema. Pode aproveitar para colocar os braços dela sobre a própria barriga, de

forma a abraçar seu bebê.

Figura 31. Quatro na parede abraçando o peito.

Figura 32. Quatro na parede abraçando a barriga.

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159

10.6.30 Sela (aberta ou fechada)

Em algumas grávidas que se sentem enjoadas na posição sentada, este

movimento pode ser excluído. Dependendo do tamanho da barriga, coloca-la na sela

aberta pode ser muito difícil, neste caso é aconselhável realizar a sela aberta,

seguindo do movimento do quatro na parede.

Figura 33. Sela fechada.

10.6.31 Perna de dentro no ombro

Não realizamos este movimento com gestantes por sua perna pressionar seu

abdome.

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160

10.6.32 Ninar do Hara

Sem que a perna da gestante esteja sobre nosso ombro, podemos colocar

nossa mão e até ouvido em seu abdome de forma a transmitir cuidado e amor para

seu bebê, algumas mulheres podem sentir-se incomodadas caso um homem realize

este movimento, por ser bastante intimo.

Figura 34. Ninar do Hara.

10.6.33 Voltar para a parede e finalizar

Como a mulher esta grávida é interessante neste momento de finalização,

colocar as mãos dela no abdome, e no coração, realizando um gesto de amor entre

mãe e bebê.

Page 161: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

161

Figura 35. Voltando para parede.

Figura 36. Mão em abdome e coração.

Figura 37. Finalizando.

Page 162: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

162

11 DISCUSSÃO

O presente estudo apresenta resultados pioneiros da utilização da terapia

Watsu® no alívio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a

gestação. Apesar de tratar-se de um estudo piloto, com pequeno número de

gestantes, pudemos observar melhora de dores osteomioarticulares e melhora da

qualidade de vida no domínio psicológico após oito sessões da terapia.

O Watsu® traz uma proposta prática de tratamento integral à gestante,

cuidando de todos os aspectos do seu ser, necessários para promover saúde, bem-

estar e qualidade de vida, de acordo com a OMS, que define a saúde como ´´Um

estado total de bem-estar físico, mental e social, não simplesmente ausência de

doença´´ (WHO, 1998). Nesse contexto, a Hidroterapia, em especial a terapia

Watsu®, foi escolhida dentre as terapias da Naturologia para este estudo, por reunir

efeitos em todos os aspectos do ser integral, incluindo benefícios fisiológicos e

psicológicos. Por estes mesmos motivos, optamos por selecionar duas variáveis

quantitativas de avaliação que pudessem mostrar o benefício fisiológico, por meio da

avaliação do efeito sobre as dores, e o benefício psicológico e de qualidade de vida,

por meio da percepção da qualidade de vida aferida pelo WHOQOL-bref.

A avaliação quantitativa das dores osteomioarticulares foi obtida empregando-

se a Escala Visual Analógica da Dor. Existem outros métodos para avaliação de dor,

no entanto a EVA foi a escolhida por estar amplamente validada na literatura,

inclusive para o grupo das gestantes (MARTINS E SILVA, 2005; ABRÃO, 2008;

ALVES, 2008). Obtivemos ainda uma avaliação qualitativa, por meio dos relatos das

gestantes ao longo do tratamento.

As participantes apresentavam localizações variáveis de dor: na região

lombar, cervical, membros e articulações, região torácica, cãimbras e tensão

muscular. Além disso, algumas também se queixaram de cefaléia e dor abdominal,

dores que poderiam não ser de natureza osteomioarticular e que não foram,

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163

portanto, avaliadas neste estudo.

Para todos os tipos de dor, pudemos observar melhora completa e/ou parcial

imediatamente após todas as sessões de Watsu®. Assim, a prática de Watsu® em

gestantes promoveu alívio de dores osteomioarticulares após todas as sessões,

evidenciando importante melhora de curto prazo.

Em especial, as dores osteomioarticulares, são resultantes de adaptações

necessárias à gestação. Tem caráter contínuo e persistente, tendendo a se

intensificar com o avanço da gestação, podendo persistir até o seu final e

desaparecer somente após a recuperação e reestabelecimento completo do

organismo para os níveis prévios à gestação.

Sendo assim, lidar com as dores de uma mulher grávida é saber que aquele

processo causador e desencadeante do estímulo da dor pode continuar e até se

agravar no desenvolvimento gestacional. Nessas condições, a terapia Watsu® pode

substituir estímulos dolorosos por prazerosos (calor da água, sensação do toque),

para que a percepção da dor diminua, além de trazer benefícios musculares,

articulares e posturais.

Observando o relato que se segue, é possível compreender como a gestante

sente a intensidade da dor aumentando na medida em que a sua gestação avança:

´´ Com a barriga aumentando, as dores tem sido mais constantes (na lombar)

principalmente quando fico muito tempo em pé. Mas logo após o atendimento

sempre sinto um alivio muito grande nessa região, além de uma sensação geral de

relaxamento e bem estar, assim como sono mais tranquilo.´´ (Gestante 8)

Desta maneira, apesar de não ter sido evidenciada redução na dor de longo

prazo, a estabilização observada pode ser um efeito da terapia. Além disso,

devemos considerar que as aferições foram feitas com intervalo de sete dias, não

permitindo estabelecer quantitativamente a duração do efeito de cada uma das

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164

sessões. Numa avaliação qualitativa, muitas participantes relataram manutenção do

efeito analgésico do Watsu® no decorrer da semana entre as sessões, conforme

pode ser evidenciado pelos relatos abaixo.

´´ No começo o intervalo da dor era de 3 dias, após a terceira sessão o

intervalo aumentou para 7 dias.´´ (Gestante 3)

´´ Quando comecei a praticar o Watsu, não poderia imaginar o bem que ia

trazer para mim. Agora minhas semanas estão ótimas, não tenho mais dor.´´

(Gestante 4)

´´ Fico muito relaxada após o Watsu,..durmo muito bem na noite de quinta

(que acontece o atendimento), e no dia seguinte quase sem nenhuma queixa ou

nenhuma. O fim de semana é mais cansativo.´´ (Gestante 5)

´´ Muito melhor. As dores praticamente sumiram e fico mais tranquila por mais

tempo.´´ (Gestante 9)

´´ Durmo profundamente na noite após a sessão e fico bem ao resto da

semana.´´ (Gestante 10)

´´ Me senti muito bem, dormi melhor, a dor melhorou e permaneceu bem por 3

dias´´ (Gestante 11)

Observando os relatos acima e também o próximo, percebemos que a prática

de Watsu® promoveu benefícios adicionais como a melhora no sono para algumas

gestantes.

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165

´´ Não sinto mais as dores lombares como no início, na questão emocional,

fiquei mais calma e menos ansiosa, estou dormindo bem melhor, principalmente no

dia em que faço o Watsu.´´ (Gestante 6)

Para que não restringíssemos os efeitos de uma terapia tão profunda em

apenas um âmbito como o físico, decidimos avaliar o seu efeito em outros aspectos

que envolvem o ser como um todo. Para tanto, avaliamos o efeito do Watsu® na

qualidade de vida das gestantes, utilizando o Questionário de Qualidade de Vida-

Versão Breve (WHOQOL-bref) (OMS, 1996; WHOQOL GROUP, 1998). Apesar da

grande dificuldade na mensuração de um conceito tão abrangente quanto a

qualidade de vida, optamos por este questionário por estar traduzido para o

português, com aplicação validada e comprovada também nas gestantes (ABECHE,

2008; ABDAL; SILVA; BACIUK, 2008).

Pudemos observar aumento nos escores médios de percepção da qualidade

de vida em todos os domínios, no entanto houve diferença estatisticamente

significativa apenas para o domínio psicológico. O domínio físico e a avaliação global

da qualidade de vida e da saúde apresentaram resultados próximos da significância

estatística, sendo que, possivelmente, com o aumento do tamanho amostral, tais

resultados também poderiam atingir significância.

Outra possível explicação para a ausência de efeito significativo no Domínio

Físico é o fato de que as adaptações e dores tendem a se agravar conforme o a

gravidez evolui.

A melhora no domínio psicológico pode ser explicada, uma vez que, gestantes

são mulheres se preparando para serem mães, ou seja, são grandes cuidadoras,

com muitas responsabilidades, planejamentos e preocupações, necessitando de

todo cuidado psicológico possível. O Watsu® lhes ofereceu o cuidado, amparo,

apoio e nutrição emocional que necessitavam, fazendo com que se sintam cuidadas.

Em relação aos domínios Relações Sociais e Meio Ambiente, o efeito não

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166

significativo da terapia pode ser explicado pela complexidade dos seus interferentes,

cujos, não dependem apenas das gestantes, mas sim de condições do ambiente no

qual estão inseridas, bem como o comportamento de indivíduos que as cercam. O

efeito da terapia nesse caso seria apenas indireto.

Além disso, as relações sociais e familiares podem exercer grandes

influências sobre a grávida, quer sejam frases ditas, ou posturas tais como ausência

de atenção de familiares, amigos e colegas de trabalho. E as condições do meio

ambiente, passam a ser observadas sob um novo prisma e muitas vezes, mostram-

se insatisfatórias para suprir as novas necessidades da gestante e seu filho.

Ao final do formulário do WHOQOL-bref, há duas questões que propõem uma

auto-avaliação global da qualidade de vida e da saúde dos avaliados. Em relação a

essas duas questões, foi encontrada maior pontuação ao final do tratamento, sem

diferença estatisticamente significativa na comparação entre o resultado inicial e

final. Isso pode estar relacionado ao pequeno tamanho amostral nesse projeto piloto

e também pelo fato de que está intimamente relacionada ao cômputo global dos

demais domínios.

Os benefícios que encontramos em relação à qualidade de vida e no

tratamento de dores durante a gestação com o uso do Watsu® já foram relatados em

estudo realizado por Dal'Pozzo; Adamchuk e Tecchio (2007), que avaliaram cinco

gestantes, as quais receberam dez atendimentos individuais de Watsu® e obtiveram

como resultado melhora em todos os parâmetros avaliados: ocorrência de dor na

coluna vertebral, falta de ar ou cansaço ao respirar, prisão de ventre, sensação de

peso e cansaço, edema de mãos e pés, formigamento e cãimbras, estados de

depressão, angústia e insegurança quanto à gravidez. Os autores constataram que o

alívio das dores na coluna tinha duração de horas, dias ou mesmo chegando ao

alívio completo para alguns dos casos. O trabalho não descreve os métodos de

avaliação de cada um destes parâmetros.

Não encontramos outros estudos que aferissem a qualidade de vida após a

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167

terapia, de maneira mais específica, utilizando questionários validados e

padronizados.

O trabalho realizado pela Naturóloga Machado (2007), verificou os efeitos do

Watsu® na terceira idade, com oito voluntários que receberam oito sessões de

Watsu® realizadas uma vez por semana, com duração 60min por sessão. Os

resultados obtidos não mostraram melhora na qualidade de vida aferida pelo

WHOQOL-bref, nos diversos domínios. Esses resultados foram justificados pelo fato

de que o idoso se encontra em uma fase da vida na qual passa por degenerações

fisiológicas, acompanhadas por doenças e desequilíbrios emocionais relacionados

ao fim da vida, o que difere muito da realidade de gestantes e a fase da vida a qual

se encontram, fase de muita alegria, na qual a ocorrência de diversos sintomas, dor

e alterações emocionais não tem a conotação patológica ou permanente.

Outro estudo com Watsu®, realizado por Acosta (2010), avaliou o impacto do

método Watsu® sobre os sintomas de depressão e ansiedade como co-fatores da

percepção da dor. Sua amostra foi constituída de 23 participantes, sendo que 13

pessoas receberam atendimentos com Watsu® e as outras 10 pessoas receberam

uma técnica de relaxamento assistido. Obteve-se como resultado efeito significativo

na redução da dor de ambos os grupos pela EVA. Estes resultados ficam ainda mais

evidentes pelo fato de que o grupo tratado com Watsu® apresentava escores iniciais

de dor mais intensos do que o outro grupo, sugerindo que a demanda por eficácia

clínica foi maior para o grupo de Watsu®.

Os outros efeitos apresentados pelo Watsu®, acompanhados da interação

terapeuta/ interagente, podem ser melhor compreendidos pelas próprias palavras

das gestantes que resumem o todo de suas experiências nos anexos (A, B, C, D, E,

F, G, H, I, J).

Estes relatos mostram o Watsu® atuando em níveis mais profundos do que os

métodos de avaliação seriam capazes de mensurar. Entre eles podemos citar a

atuação do Watsu® no relaxamento, na percepção do bebê dentro do útero,

Page 168: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

168

aumento do vínculo entre mãe e filho, promoção de bem-estar, prazer, liberdade,

paz, tranquilidade, alegria e satisfação com a vida, diminuição do estresse, tensão,

agitação e ansiedade, sensação de acolhimento, apoio e amparo, veículo de auto-

conhecimento e superação de limites, contato consigo mesma, aumento da

percepção corporal e de sentimentos e proporciona um estado meditativo. Ainda, a

terapia foi relatada como algo novo e mágico que possibilita ir além dos sentidos

comuns de percepção.

No desenvolvimento deste trabalho, não encontramos dificuldades na

realização dos atendimentos ou ocorrência de eventos adversos entre as

participantes.

Inicialmente, esperávamos observar queda da pressão arterial relacionada à

temperatura elevada da água e a labilidade pressórica da gestante, sendo que já

havíamos nos preparado para lidar com esta situação, interrompendo o atendimento,

monitorando a pressão arterial, posicionando a gestante em decúbito lateral

esquerdo e oferecendo água com sal até o restabelecimento. Caso a participante

apresentasse tais sintomas durante duas sessões consecutivas, seria excluída do

estudo. No entanto, nenhuma paciente apresentou tais sintomas e nenhum

procedimento foi necessário. Também não foi observada nenhuma complicação

gestacional durante o período do estudo, tais como trabalho de parto prematuro ou

internações por motivos clínicos.

As únicas dificuldades encontradas foram a necessidade de adaptação de

diversos movimentos, devido à anatomia da mulher grávida e a impossibilidade de

realizar alguns movimentos que gerassem pressão na região abdominal, pois

poderiam ser prejudicais para o bebê. Desta maneira, desenvolvemos adaptações

para as gestantes, conforme apresentado nos resultados.

As gestantes têm necessidades diferentes entre si, tanto pela fase da

gestação em que se encontram, quanto por características individuais, em termos

emocionais, físicos e sintomas que apresentam, assim como todos os aspectos que

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169

englobam a individualidade de cada ser. Foi possível observarmos isto, pois uma

participante apresentava necessidade de um tipo de alongamento que para outra

causava incômodo, algumas participantes sentiam enjôo com movimentos de giro e

posições que as colocavam sentadas, outras sentia falta de ar em determinada

posição, outras necessitavam de mais conversa antes de iniciar a sessão, algumas

choravam, outras sorriam, outras dormiam e sonhavam. Em suma, a prática causou

diferentes efeitos, reações e percepções nas diferentes gestantes.

Seguem alguns relatos das diversas participantes ocorridos logo após a

sessão para ilustrar estas observações:

´´Fazia muito tempo que eu não me sentia assim tão bem´´

´´Será que eu sou tão boba assim? É normal chorar em toda sessão?´´

´´Eu entrei uma pessoa na água e sai outra´´

´´Eu deixei todas as dores na água´´

´´ Nossa eu entendi como está meu bebê no meu útero´´

´´Nossa eu relaxei tanto, acho que eu até sonhei´´

´´Eu gosto muito de vir aqui e receber Watsu, eu relaxo muito´´

´´Quando as sessões acabarem o que eu vou fazer da minha vida? Risadas´´

´´Esta sendo muito especial para mim``

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170

´´Ai que gostoso, sinto ele mexer tanto``

Outro ponto a ser considerado é a escolha do terapeuta homem ou mulher, da

maneira que for mais adequada para a mulher. Algumas gestantes tem a

possibilidade de trabalhar terapeuticamente a relação com a figura masculina em

sua vida com um terapeuta homem, por exemplo, naquelas que sentem falta de

presença e cuidado do parceiro. Outras, porém, podem se sentir extremamente

incomodadas com o fato de um homem estar próximo delas. Tudo isto deve ser

observado, respeitado e acolhido pelo terapeuta que a acompanha.

Desta maneira, o presente estudo contribui para a confirmação da

aplicabilidade, segurança e eficácia da terapia Watsu® durante a gestação, no alívio

de dores osteomioarticulares e na promoção de qualidade de vida. Trata-se de um

estudo piloto e são necessárias novas pesquisas para melhor evidenciar estes e

outros benefícios da terapia Watsu® durante a gestação, inclusive comparando-a a

outras terapias disponíveis.

Em especial, devido às restrições de tratamentos medicamentosos durante a

gestação, a terapia Watsu® pode trazer maior alívio para desconfortos comuns

durante o período gestacional e que são frequentemente negligenciados ou

insatisfatoriamente tratados, como as dores osteomioarticulares.

As adaptações de movimentos desenvolvidas durante o presente estudo

estão disponíveis para a aplicação por outros profissionais, uma vez que se

mostraram factíveis, seguras e bem toleradas pelas participantes.

Além disso, o trabalho mostra a profundidade desta terapia que estende seus

efeitos benéficos nos níveis físico e psicológico e aponta para outros benefícios

como a melhora do sono e tantos outros relatados pelas participantes no presente

estudo. Contribui, ainda para ampliar e aprofundar o trabalho do Naturólogo durante

o período da gestação.

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171

12 CONCLUSÃO

O presente trabalho, que avaliou a eficácia de oito sessões de Watsu® no

tratamento de dores osteomioarticulares e promoção da qualidade de vida durante a

gestação, permitiu concluir que a terapia Watsu®:

1. Foi bem tolerada, segura e de fácil aplicação durante a gestação;

2. Promoveu importante alívio imediato das dores osteomioarticulares nesse

período, evitando o aumento das dores a longo prazo;

3. Promoveu melhora da qualidade de vida no Domínio Psicológico das

gestantes.

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172

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Page 180: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

180

14 APÊNDICE(S): (APÊNDICE A – TCLE- Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido)

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Os efeitos da Hidroterapia no Alívio de Dores Osteomioarticulares e na

Qualidade de Vida Durante a Gestação

Estamos convidando você a participar de uma pesquisa sobre a utilização do

Watsu®, que é um tipo de terapia na água, usada para melhorar dores e

desconfortos durante a gestação e também melhorar a qualidade de vida global

durante a gravidez. O Watsu® é uma técnica que usa movimentos suaves dentro de

piscina aquecida. Se você aceitar participar do estudo, fará 10 sessões de Watsu®,

com intervalo de uma semana entre elas e duração de aproximadamente de 50

minutos, em piscina aquecida a 35ºC, cuidadosamente planejada para oferecer

conforto e relaxamento.

A prática de Watsu® é segura durante a gestação para você e para seu bebê.

Se você sentir qualquer desconforto durante os movimentos dentro da água, eles

serão interrompidos. Em algumas participantes mais sensíveis, a temperatura alta da

água pode levar a queda da pressão arterial, produzido os sintomas de “pressão

baixa”, tais como mal-estar, tontura e náuseas. Nesse caso, a prática será

interrompida e serão realizados cuidados para normalizar a pressão arterial.

Nesse estudo, não incluiremos participantes com gestações de risco.

Portanto, caso você apresente alguma doença durante as semanas de terapia,

especialmente alguma das condições listadas abaixo, você deverá informar os

pesquisadores:

- Trabalho de parto prematuro ou contrações uterinas antes do trabalho de

Page 181: Os efeitos da hidroterapia no alivio de dores osteomioarticulares e na qualidade de vida durante a gestação

181

parto;

- Sangramento vaginal;

- Pressão alta;

- Problemas no coração;

- Doenças da tireóide;

- Febre (temperatura acima de 38º C);

- Problema na função renal ou Infecção urinária;

- Convulsões;

- Infecções;

- Feridas na pele;

- Incontinência fecal;

- Labirintite;

- Sensibilidade a produtos químicos utilizados para higiene da piscina.

As responsáveis pelo estudo são Aline Tarraga de Almeida e Jéssica Moraes

Sogumo, alunas do curso de Naturologia da Universidade Anhembi Morumbi, sob a

Orientação do Prof. Antônio Maria Cardozo Acosta e a Co orientação da Profa. Dra.

Karen Cristine Abrão.

Em qualquer etapa do estudo, você terá acesso as profissionais responsáveis pela

pesquisa, a Sra. Aline Tarraga de Almeida e Sra. Jéssica Moraes Sogumo, para o

esclarecimento de eventuais dúvidas, que poderão ser encontradas no endereço:

Alameda Ribeirão Preto nº 118, apt. 161 – Bela Vista. Telefone (11) 3253-2378 e

Rua: Baltar nº84 – Vila Califórnia. Telefone (11) 2912-2746. Alguma consideração ou

dúvida sobre a ética da pesquisa entre em contato com o Comitê de Ética em

Pesquisa (CEP) – Rua Casa do Ator nº294, 7º andar – fone (11) 3847-3033 – e-mail:

[email protected].

É garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e deixar

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182

de participar do estudo, sem prejuízo à continuidade de seu tratamento na

Instituição.

As informações obtidas serão analisadas em conjunto com outros participantes, não

sendo divulgado a identificação de nenhuma paciente. A participante terá o direito

de se manter atualizada sobre os resultados que sejam do conhecimento das

pesquisadoras.

Não haverá despesas pessoais para a participante em qualquer fase do estudo, as

despesas ocorrerão por conta das pesquisadoras. Também não há compensação

financeira relacionada à sua participação.

As pesquisadoras comprometem-se a utilizar os dados e o material coletado, como

fotos, apenas para a pesquisa e trabalhos na área.

Acredito ter sido suficientemente informada a respeito das informações que li ou que

foram lidas para mim, descrevendo o estudo “Os efeitos da Hidroterapia no Alívio de

Dores Osteomioarticulares e na Qualidade de Vida Durante a Gestação”. Eu discuti

com a Sra. Aline Tarraga de Almeida e Sra. Jéssica Moraes Sogumo sobre a minha

decisão em participar nesse estudo. Ficaram claros para mim quais são os

propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e

riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes, assim

como a utilização dos dados e material coletado, como fotos, apenas para a

pesquisa e trabalhos na área. Ficou claro também que minha participação é isenta

de despesas. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar

o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem

penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido

ou no meu atendimento neste Serviço.

______________________________________ Data Assinatura do paciente/representante legal

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183

______________________________________ Data Assinatura da testemunha Para casos de participantes analfabetos, semi-analfabetos ou portadores de deficiência auditiva ou visual. Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido deste paciente ou representante legal para a participação neste estudo. ______________________________________ Assinatura do responsável pelo estudo. Aline Tarraga de Almeida _______________________________________ Assinatura do responsável pelo estudo. Jéssica Moraes Sogumo

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184

(APÊNDICE B - Questionário de Qualidade de Vida – WHOQOL-bref da Organização Mundial de Saúde)

WHOQOL-bref Versão em português ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE

AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA

Coordenação do Grupo WHOQOL no Brasil

Dr. Marcelo Pio de Almeida Fleck

Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Porto Alegre- RS - Brasil

___________________________________________________________________________

Instruções

Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e outras áreas de sua vida. Por favor responda a todas as questões. Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor, escolha entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes, poderá ser sua primeira escolha.

Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações. Nós estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando como como referência as duas últimas semanas. Por exemplo, pensando nas últimas duas semanas, uma questão poderia ser:

nada Muito pouco

médio muito completamente

Você recebe dos outros o apoio de que necessita?

1 2 3 4 5

Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você recebe dos outros o apoio de que necessita nestas últimas duas semanas. Portanto, você deve circular o número 4 se você recebeu "muito" apoio como abaixo.

nada Muito pouco

médio muito completamente

Você recebe dos outros o apoio de que necessita?

1 2 3

5

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185

Você deve circular o número 1 se você não recebeu "nada" de apoio.

Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número e lhe parece a melhor resposta.

muito ruim

Ruim nem ruim nem boa

boa muito boa

1 Como você avaliaria sua

qualidade de vida? 1 2 3 4 5

muito

insatisfeito Insatisfeito

nem satisfeito nem insatisfeito

satisfeito muito satisfeito

2

Quão satisfeito(a) você está com a sua

saúde?

1 2 3 4 5

As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas duas semanas.

nada muito pouco

mais ou

menos bastante extremamente

3 Em que medida você acha que sua dor (física) impede você de

fazer o que você precisa? 1 2 3 4 5

4 O quanto você precisa de

algum tratamento médico para levar sua vida diária?

1 2 3 4 5

5 O quanto você aproveita a

vida? 1 2 3 4 5

6 Em que medida você acha que

a sua vida tem sentido? 1 2 3 4 5

7 O quanto você consegue se

concentrar? 1 2 3 4 5

8 Quão seguro(a) você se sente

em sua vida diária? 1 2 3 4 5

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186

9 Quão saudável é o seu ambiente físico (clima,

barulho, poluição, atrativos)? 1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz de fazer certas coisas nestas últimas duas semanas.

nada muito pouco

médio muito completamente

10 Você tem energia suficiente

para seu dia-a- dia? 1 2 3 4 5

11 Você é capaz de aceitar sua

aparência física? 1 2 3 4 5

12 Você tem dinheiro suficiente

para satisfazer suas necessidades?

1 2 3 4 5

13 Quão disponíveis para você estão as informações que precisa no seu dia-a-dia?

1 2 3 4 5

14 Em que medida você tem

oportunidades de atividade de lazer?

1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.

muito ruim ruim nem ruim nem bom

bom muito bom

15 Quão bem você é capaz de

se locomover? 1 2 3 4 5

muito

insatisfeito Insatisfeito

nem satisfeito

nem insatisfeito

satisfeito Muito satisfeito

16 Quão satisfeito(a) você está com o seu sono?

1 2 3 4 5

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187

17

Quão satisfeito(a) você está com sua capacidade

de desempenhar as atividades do seu dia-a-

dia?

1 2 3 4 5

18 Quão satisfeito(a) você

está com sua capacidade para o trabalho?

1 2 3 4 5

19 Quão satisfeito(a) você está consigo mesmo?

1 2 3 4 5

20

Quão satisfeito(a) você está com suas relações

pessoais (amigos, parentes, conhecidos,

colegas)?

1 2 3 4 5

21 Quão satisfeito(a) você

está com sua vida sexual? 1 2 3 4 5

22

Quão satisfeito(a) você está com

o apoio que você recebe de seus amigos?

1 2 3 4 5

23

Quão satisfeito(a) você está com

as condições do local onde mora?

1 2 3 4 5

24

Quão satisfeito(a) você está com o

seu acesso aos serviços de saúde?

1 2 3 4 5

25 Quão satisfeito(a) você

está com o seu meio de transporte?

1 2 3 4 5

As questões seguintes referem-se a com que frequência você sentiu ou experimentou certas coisas nas últimas duas

semanas.

nunca Algumas

vezes frequentemente

muito frequentemente

sempre

26

Com que frequência você tem

sentimentos negativos tais como

1 2 3 4 5

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188

mau humor, desespero, ansiedade, depressão?

Alguém lhe ajudou a preencher este questionário? ..................................................................

Quanto tempo você levou para preencher este questionário? ..................................................

Você tem algum comentário sobre o questionário?

OBRIGADO PELA SUA COLABORAÇÃO

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(APÊNDICE C - Escala Visual Analógica da Dor Associada) Escala visual analógica da dor associada (EVA) (Visual Analogue Scale - VAS)

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190

15 ANEXO A - Relato livre sobre a experiência da Gestante 1

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ANEXO B - Relato livre sobre a experiência da Gestante 3

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ANEXO C - Relato livre sobre a experiência da Gestante 4

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ANEXO D - Relato livre sobre a experiência da Gestante 5

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ANEXO E - Relato livre sobre a experiência da Gestante 6

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ANEXO F - Relato livre sobre a experiência da Gestante 7

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ANEXO G - Relato livre sobre a experiência da Gestante 8

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ANEXO H - Relato livre sobre a experiência da Gestante 9

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ANEXO I - Relato livre sobre a experiência da Gestante 10

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ANEXO J - Relato livre sobre a experiência da Gestante 11