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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES ADOLESCENTES E TRIBOS URBANAS: O GÊNERO TEXTUAL PROPAGANDA NO ENSINO DE LEM-INGLÊS

Mara Elizete Gruber1

Terezinha Biazi2

RESUMO:

O objetivo principal deste estudo é relatar os resultados obtidos na implementação do projeto intitulado Construção de Identidades adolescentes e tribos urbanas: o Gênero Textual propaganda no ensino de LEM-INGLÊS, que teve como base as orientações das diretrizes curriculares Estaduais (DCE). A implementação aconteceu por meio da aplicação de uma unidade didática, elaborada no segundo semestre de 2013, a qual tinha como foco principal a discussão do tema proposto, abordando questões relacionadas à construção de identidades adolescentes e em segundo plano explorar o gênero textual propaganda em vídeo numa perspectiva crítica com atividades de leitura, oralidade e escrita. Os resultados obtidos apontam que a análise do gênero textual propaganda possibilita um posicionamento mais crítico dos adolescentes em relação às influências propagadas pelos meios de comunicação em relação à construção de suas identidades.

Palavras Chaves: Identidade; adolescente; tribos urbanas; propaganda, gênero textual.

INTRODUÇÃO

O presente artigo é o relato da implementação do Projeto de Intervenção

Pedagógica PDE/2013 intitulado "Construção de identidades adolescentes e tribos

urbanas: o gênero textual propaganda no ensino de LEM-INGLÊS”, desenvolvido no

primeiro semestre do ano letivo de 2014, entre os meses de fevereiro a junho, no

Colégio Estadual D. Pedro I EFMPN, do Município de Pitanga. Busca-se, neste

artigo, relatar as experiências realizadas durante a implementação do referido

Projeto, bem como os resultados obtidos com o mesmo.

Há uma inquietação constante por parte dos docentes, de uma forma geral,

no que diz respeito a atitudes e comportamentos de adolescentes, principalmente

por conta do fator globalização. Na tentativa de remediar esta situação abordamos

em nosso projeto a construção da identidade em adolescentes. Para esse propósito

selecionamos, especificamente, o tema tribos urbanas. Em tempo lembramos que

estas são grupos de adolescentes, com características próprias que se diferenciam

uns dos outros por sua forma de vestir, pelo corte de cabelo, gostos musicais,

valores, crenças entre outros aspectos. Portanto, o foco de pesquisa buscou lançar

luzes nas propagandas direcionadas aos adolescentes e estudar padrões que

1 Professora PDE. Agradeço à Professora Sara Geane Kobelinski pelo auxílio durante o primeiro ano de

desenvolvimento das atividades do PDE. 2 Professora Mestre Orientadora

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incentivam o consumismo através da construção de identidades juvenis utópicas ou

idealizadas, no sentido de explorá-las e desmitificá-las.

O projeto foi implementado numa turma do primeiro ano do ensino médio. A

escolha justifica-se pelo fato de que em nossa escola, seja essa a série em que mais

ocorrem reprovações, evasão escolar e desmotivação para o aprendizado de inglês.

O artigo é composto por fundamentação teórica acerca do objeto de estudo,

metodologia empregada para o seu uso pedagógico e, finalmente, relata-se a

implementação de nosso trabalho bem como as conclusões a que chegamos.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A proposta do presente estudo pauta-se nas DCEs de LEM–Inglês, que por

sua vez, destaca a corrente sociológica e as teorias do Círculo de Bakhtin que

concebem a língua como prática do discurso. Inicialmente, abordaremos aspectos

relacionados ao ensino-aprendizagem de LEM-Inglês. Em seguida, procederemos a

alguns apontamentos sobre gêneros textuais, mais especificamente, o gênero

textual propaganda. E, por fim, focalizaremos no tema identidades adolescentes e

tribos urbanas.

LEM–INGLÊS NO ENSINO MÉDIO

A abordagem metodológica dada a LEM-Inglês no Ensino Médio deve incluir a

familiarização com diferentes estratégias de aprendizagem e a utilização do

conhecimento de mundo de cada estudante. Os alunos devem ser estimulados a

usar o idioma para explorar outras sociedades e outros valores, dentro do contexto

educacional da escola (HOLDEN, 2009). Defendemos que assim podemos superar

uma visão de ensino de LEM-Inglês apenas como meio para se atingir fins

comunicativos.

Salientamos que a principal vantagem em se estudar a LEM-Inglês, seja a

possibilidade que o aprendiz tem de ampliar sua visão de mundo, pois quando ele

aprende outros idiomas, entra em contato com diferentes sociedades e culturas.

Desta forma ele é estimulado a pensar em sua própria cultura e, então, percebe que

não existe uma única forma de pensar e entender o que está à sua volta. É

importante que o aluno compreenda que faz parte de um mundo globalizado e

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consequentemente está suscetível a influências, principalmente, passadas pela

mídia.

Entendemos que para a aula de LEM-Inglês constituir um espaço em que o

aluno reconheça e compreenda a diversidade linguística e cultural de modo que se

envolva discursivamente e perceba as possibilidades de construção de significados

em relação ao mundo em que vive, como preconizam as DCEs de LEM-Inglês

(PARANÁ, 2008), faz-se necessário a discussão de temas que contemplem as

transformações sociais no meio escolar. Por tal motivo parece-nos oportuno discutir

em nossas aulas a construção de identidades adolescentes e suas tribos urbanas,

atrelado ao estudo de gêneros textuais, mais especificamente, ao gênero

propaganda.

GÊNEROS TEXTUAIS

Relembramos que o presente projeto de implementação fundamenta-se na

proposta das DCEs de LEM-Inglês (PARANÁ, 2008) que se baseiam na corrente

sociológica e nas teorias do Círculo de Bakhtin (1988) que concebem a língua como

discurso.

Bronckart (2003) considera que todo indivíduo inserido em uma determinada

comunidade linguística, ao agir com a linguagem, é confrontado permanentemente

com um universo de textos, organizados em “gêneros” que se encontram

constantemente em um processo contínuo de modificação e que são em número

teoricamente ilimitado. Diariamente estamos em contato com diferentes tipos de

textos com funções distintas e com uma configuração mais ou menos fixa, o que nos

permite classificá-los em gêneros textuais.

De acordo com Schneuwly e Dolz (1999, p. 7) os gêneros textuais podem ser

considerados

[…] formas relativamente estáveis tomadas pelos enunciados em situações habituais, entidades culturais intermediárias que permitem estabilizar os elementos formais e rituais das práticas de linguagem. Os locutores sempre reconhecem um evento comunicativo, uma prática de linguagem, como instância de um gênero.

À medida que os educandos conhecem e usam diferentes gêneros,

aprendem também a controlar a linguagem, o objetivo da escrita, o conteúdo e o

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contexto. Tudo isso é importante para que compreendam o funcionamento da

linguagem e que então possam transmitir de maneira eficaz seus propósitos

comunicativos, tanto por meio da oralidade quanto através da escrita, determinado

pela situação comunicativa específica em que se encontram.

Enfatizamos a importância do trabalho docente a partir de gêneros textuais.

Consideramos que atualmente temos metas ambiciosas em relação ao ensino-

aprendizagem de línguas, uma delas é contribuir para que o estudante compreenda

criticamente diversos gêneros de textos.

Nesse sentido, a leitura implica em novas interpretações, na construção de

novos sentidos, portanto faz-se necessário estimular e incentivar o aluno para que

ele leia e compreenda todos os sentidos possíveis do texto. Vale ressaltar que na

aula de LEM-Inglês, o texto jamais deve ser visto como uma coleção de estruturas

gramaticais e vocabulário, e sim como uma oportunidade para desenvolver a

consciência crítica. É papel da escola informar, mostrar, desnudar, ensinar regras,

não apenas para que sejam seguidas, mas principalmente para que possam ser

modificadas.

A PROPAGANDA E O ENSINO DE LEM-INGLÊS As propagandas fazem parte do dia a dia de todas as pessoas e, por tal

razão, parece-nos um gênero adequado aos propósitos dessa pesquisa. O estudo

desse gênero oferece vantagens ao ensino-aprendizagem da língua inglesa pela

facilidade que temos em encontrá-lo, não importa o suporte usado para sua

veiculação: impresso, rádio, TV, internet, entre outros. São textos com mensagens

breves e persuasivas com o objetivo de convencer o leitor, ouvinte, telespectador a

adquirir o produto ou a ideia que divulga. (FERNÁNDEZ, 2009)

Através desse gênero é possível analisar e compreender como diferentes

recursos linguísticos são usados com objetivos específicos e principalmente, tornam-

se um valioso material autêntico para que os aprendizes reconheçam e se apropriem

de diferentes usos do idioma, de acordo com determinadas intenções comunicativas.

Sua utilização na aula de LEM-Inglês contribuirá para a formação da consciência

crítica dos alunos.

De acordo com Fernández (2009, p. 23):

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Por sua característica persuasiva e grande poder de convencimento, os textos (orais e escritos) veiculados pelos meios de comunicação de massa são eficazes formadores de opinião pública e podem ser uma excelente fonte de materiais para a sala de aula, principalmente se levarmos em conta o papel do professor e da escola para a formação de cidadãos críticos e participativos. (Fernández, 2009)

Focalizaremos nosso trabalho no gênero propaganda e ou anúncios

publicitários em vídeo por conta da possibilidade de se trabalhar com questões

relacionadas à oralidade da língua, como pronúncia e entonação, por exemplo. No

entanto, ressaltamos que a DCE de LEM-Inglês traz uma relação de gêneros

textuais pertencentes à esfera publicitária e que poderão ser utilizados nessa

proposta. Em tempo lembramos que o gênero propagandas e anúncios enfocarão a

construção das identidades adolescentes e suas tribos urbanas, tema que passamos

a elucidar.

A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NOS ADOLESCENTES

De acordo com Santos (2005 apud ALMEIDA, 2008) na adolescência os

indivíduos passam por transições que acarretam grandes mudanças na vida. Nessa

fase os jovens se deparam com uma série de escolhas que definirão seu futuro.

Erikson (1972, apud SHOEN-FERREIRA et al, 2003) estudou a fundo a

problemática da adolescência e de acordo com esse autor é nesse período que se

desenvolve a construção da identidade do ''eu'‘, sendo esta a base do

desenvolvimento do indivíduo.

Ainda de acordo com o autor já citado, construir a identidade implica em

definir quem a pessoa é, quais são seus valores e quais as direções deseja seguir

pela vida. A formação da identidade recebe a influência de fatores intrapessoais (as

capacidades inatas do indivíduo e as características adquiridas da personalidade),

de fatores interpessoais (identificação com outras pessoas), e de fatores culturais

(valores social a que uma pessoa está exposta, tanto global quanto comunitários).

Para Sampaio (1995 apud ALMEIDA, 2008), a identidade e a autonomia são

as principais questões da adolescência, considerando que formação da identidade é

um processo dinâmico, que resulta da assimilação e rejeição das identificações

sofridas ao longo da vida, bem como das interações entre o desenvolvimento

pessoal e as influências sociais.

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Segundo Almeida (2008), o processo de constituição da identidade do

indivíduo se torna ainda mais complexo diante da multiplicidade de opções que a

sociedade contemporânea oferece e da sua constante transformação.

Entendemos que ao se inserir em determinados grupos, o adolescente busca

a ampliação de seu universo social e seu desenvolvimento global, portanto, parece-

nos pertinente atrelar a discussão da construção de identidades adolescentes à

tribos urbanas, assunto que abordaremos a seguir.

TRIBOS URBANAS

O termo “tribos jovens” refere-se a grupos de pessoas com hábitos, valores

culturais, estilos musicais e ou ideologias políticas semelhantes. São mais comuns

em grandes metrópoles, por isso são chamadas também de “tribos urbanas”.

Segundo Magnani (2005), o termo tribos urbanas passou a ser utilizado

principalmente por influência do livro O tempo das tribos, de Michel Mafessoli (2000).

Para Magnani (2005), a expressão tem apelo e é imediatamente reconhecida,

especialmente pela mídia.

Mafessoli (2000) define tribos urbanas como agrupamentos semiestruturados,

constituídos predominantemente de pessoas que se aproximam pela identificação

comum a rituais e elementos da cultura que expressam valores e estilos de vida,

moda, música e lazer típicos de um espaço-tempo. Estão organizadas em torno do

compartilhamento de gostos e forma de lazer. Os vínculos comunitários perduram

enquanto se mantém o interesse pela atividade.

A identidade grupal é buscada através da roupa, cabelo, acessórios que

fazem parte da estética do grupo (CASTRO, 1998 apud OLIVEIRA et al, 2003).

Algumas tribos marcam sua especificidade pela ocupação e domínio de certo

espaço urbano (praças, escadas, pistas de skate, entre outros). Representam

formas de ser e estar típicas do mundo globalizado (HALL, 2006).

É de conhecimento geral que emos, metaleiros, hippies, nerds, patricinhas,

rockers, punks e skinheads são algumas das tribos urbanas existentes. Muitas

dessas tribos surgiram pela necessidade dos adolescentes se integrarem com

outros com quem tivessem afinidades, na tentativa de se desenvolverem

socialmente.

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Objetivando que a aula de LEM-Inglês proporcione aos educandos momentos

para que ele reflita sobre questões de identidade e sua inserção em grupos, assim

como, de que forma, muitas vezes, são influenciados pelas mídias, buscaremos

elucidar a função social da língua por meio do estudo do gênero textual propaganda.

Temos a expectativa de contribuir para torná-los cidadãos mais críticos, que reflitam

sobre sua cultura, valores e modo de vida, e ao mesmo tempo percebam a

importância de se tornarem leitores mais competentes.

METODOLOGIA

O presente estudo foi implementado em caráter qualitativo e experimental,

numa turma de 1º ano do ensino médio, do turno matutino do Colégio Estadual D.

Pedro I – EFMPN, no município de Pitanga. Participaram da implementação 36

alunos, que por meio da aplicação de uma Unidade Didática, organizada em blocos

de atividades, denominadas Activity One, e assim sucessivamente até a Activity

Seventeen, exploraram o gênero textual propaganda e discutiram o tema construção

de identidades adolescentes e tribos urbanas. Durante o período de aplicação do

referido material os alunos realizaram atividades de leitura, oralidade e escrita. A

carga horária total foi de 32 horas aulas.

ANÁLISE DE DADOS / RESULTADOS

No primeiro encontro, realizado no dia 17 de fevereiro, apresentamos o

projeto à turma, explicando o tema, os objetivos, o número de horas aulas, material

didático e, por fim, aplicação do teste diagnóstico. Obtivemos o seguinte resultado:

quanto ao gênero textual mais de 90% acertou a questão. Em relação ao suporte,

muitos deixaram de mencionar revistas, billboards e jornais. Quanto ao tema

Construção de identidades adolescentes, a maioria dos estudantes não respondeu a

questão, ou responderam que não sabiam do que se tratava. Na questão referente a

Tribos Urbanas, apenas três alunos demonstraram conhecimento do termo. Após a

conclusão do questionário, discutimos alguns pontos do mesmo e o tema construção

de identidades adolescentes e tribos urbanas foi debatido. Observou-se que a

maioria dos alunos conhece o tema tribos urbanas, apesar de não ligarem o termo

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aos grupos sociais aos quais estão inseridos ou pelos quais possuem algumas

afinidades, como por exemplo: skaters, rockers, boleiros, sertanejo universitário, etc.

O segundo encontro ocorreu no dia 24 de fevereiro, com a realização da

Activity One do material didático. Tratava-se de um vídeo de título “A evolução da

música em apenas 4 minutos”, do qual foi solicitado que assistissem e

respondessem questões referentes ao conteúdo do vídeo para que então

discutíssemos o assunto abordado. Feito isso, eles preencheram um quadro do

exercício com as principais mudanças em relação à música, tecnologia, diversão,

etc, vividas pelas diversas gerações. Como a atividade devia ser respondida em

inglês, os alunos tiveram dúvidas de vocabulário, que foram sanadas pela

professora. A pronúncia das palavras também foi trabalhada.

No dia 26 de fevereiro, iniciou-se a Activity Two, do material didático, em que

os alunos analisaram um vídeo chamado “We all want to be young”. Antes da

projeção foram realizadas atividades de pré-leitura, em que os alunos discutiram o

tema Identidade: O que é? Como se define? É importante? Como vem sendo

construída? Houve participação da maioria dos alunos na discussão. Alguns

disseram que formamos nossa identidade principalmente “quando interagimos com

os outros”.

Após o debate foi projetado o vídeo que tem a duração de aproximadamente

10 minutos. Então, foram explicadas as questões da atividade de leitura e sanadas

dúvidas quanto ao vocabulário para que, em seguida, respondessem em inglês. A

professora ajudou os alunos a estruturarem as respostas, escrevendo algumas,

como exemplo, no quadro.

Percebeu-se que os alunos apresentavam muitas dúvidas em relação à

estrutura da língua Inglesa e vocabulário. Houve também necessidade, de retomada

do conteúdo entre uma aula e outra, bem como a pedido dos alunos, o vídeo foi

projetado mais duas vezes, pois alegavam que pelo fato de ser em inglês eles

precisam rever porque acabavam esquecendo algumas coisas. A cada projeção eles

perceberam mais detalhes que chamaram a atenção.

Depois que todos responderam as atividades de pós-leitura, alguns, fizeram a

leitura de suas respostas para comparar com o que os colegas haviam respondido e

também como atividade de oralidade, enfocando pronúncia e entonação. Apesar do

apoio e incentivo da professora, nem todos realizaram a leitura alegando que não

sabiam pronunciar corretamente.

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Durante a execução das atividades, os alunos relataram que se identificaram

com o vídeo e reconheceram que possuíam algumas características relacionadas

aos milênios. Uma aluna disse que a aula de inglês era a aula mais interessante e

que estava gostando muito do assunto, além disso estava oportunizando reflexões

sobre quem são, e o que pensam em relação a si mesmos.

Nos dias 17 e 24 de março foram realizados os exercícios referentes à Activity

Three. Neste bloco foram abordadas questões referentes ao vocabulário e

elementos linguísticos relacionados ao vídeo “We all want to be Young”. Como

recurso, os alunos utilizaram os dicionários disponíveis na escola. Em duplas,

pesquisaram o significado dos adjetivos que não conheciam. Alguns tiveram

dificuldades em encontrar algumas palavras, ou por não saberem utilizar os

dicionários, ou porque os mesmos não continham as palavras procuradas.

Após sanarem as dúvidas em relação ao vocabulário os alunos utilizaram

alguns dos adjetivos para escrever sua descrição psicológica. Então, foi abordado o

grau comparativo dos adjetivos, para que pudessem comparar a si mesmos e aos

colegas da turma. Em seguida preencheram uma tabela, onde expressavam sua

opinião sobre colegas e professores e perguntavam a opinião de seus pares. Na

atividade F, última do bloco, apresentaram mais dificuldades, pois teriam que

escrever frases expressando sua opinião, acrescentando detalhes. Foi necessário

ajudá-los, explicando e exemplificando o uso do less, more, most , as ... as, nas

sentenças comparativas. Apesar da dificuldade de organizar corretamente as frases,

a atividade foi bastante satisfatória. Os alunos puderam analisar como eles se

percebem e como são percebidos pelos colegas de turma.

A Activity Four foi realizada em 26 de março. Os alunos foram até o

laboratório de informática para responderem a um quizz sobre a geração milênio.

Eles entraram na página de um centro de pesquisas que estuda sobre

comportamentos, valores e opiniões dos adolescentes. Para que todos

acompanhassem a explicação das questões foi projetado o questionário no data

show, a fim de que tirassem dúvidas quanto à compreensão das questões.

Devido ao número de alunos não foi possível acompanhar as respostas. Eles

tiveram que usar o computador em duplas, se revezando para responder ao quizz,

pelo fato de não haver máquinas suficientes para todos. Apesar do espaço físico

não ser adequado, e todas as dificuldades para a realização da atividade, constatou-

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se que atividades como a realizada, chamam bastante a atenção e os resultados

obtidos são positivos.

No encontro do dia 31 de março, foram realizados os exercícios da Activity

Five. Projetamos imagens referentes a diversas tribos urbanas, para que os alunos

reconhecessem falassem o que sabiam a respeito. Percebeu-se que as imagens

causaram-lhes admiração. Alguns se reconheceram nas imagens ou apontaram

colegas com o mesmo “estilo”. Depois disso deu-se sequência às atividades em que

identificaram, através da descrição, quais grupos estavam associados a aquelas

definições.

Aproveitamos a oportunidade para enfatizar o vocabulário e pronúncia

referente aos grupos que apareceram no exercício. Para reforçar a habilidade de

escrita, os alunos, em duplas, escreveram definições para os grupos “skaters” e

“rockers”. Houve necessidade de ajudar alguns alunos com vocabulário e estrutura

das frases.

Para finalizar a aula discutimos questões a respeito de preconceito e

estereótipo, às quais certos grupos geralmente estão associados. Também

discutimos o bullying, um problema presente no dia a dia das escolas. A aula

transcorreu normalmente, com a participação efetiva da maioria dos alunos. Notou-

se que as atividades que requerem participação oral, referentes a assuntos ligados

a sua realidade chamam mais a atenção, principalmente daqueles que não se

destacam nas atividades escritas.

No encontro do dia 02 de abril iniciamos a Activity Six. Os alunos realizaram

atividades de pré-leitura referente à música Sk8ter Boy, de Avril Lavigne. Alguns não

conheciam a música. Neste momento foi discutido a expressão sk8ter boy e outras

semelhantes, (como mostramos no exemplo abaixo) as quais recebem o nome de

acrônimos. Boa parte dos alunos conhecia um número razoável de acrônimos. Em

seguida, assistiram ao vídeo da música e realizaram a atividade de listening,

completando a música com as palavras que foram omitidas.

Before listening A) Do you know the singer Avril Lavigne? What is her style? What is her generation? B) What does the expression “Sk8er” boy mean? Is it formal or informal language? C) What kind of generation uses this language? In what context has it been used? D) Do you know another expressions written like this? Which ones?

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http://www.lem.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/37/normal_1384341626normality.jpg

Após a correção da atividade anterior foi explicado questões de análise

linguística: revisamos o passado simples dos verbos regulares e sanamos dúvidas

referentes ao vocabulário da canção. A aula foi finalizada com questões de pós-

leitura, explorando o tema da canção.

No encontro do dia 09 de abril foi apresentado a Activity Seven (descrita

abaixo):

Activity Seven

fonte:pix

abay

A) Let´s

research !

good Job!

Work in groups of 4

Do a research on the internet and find out more urban tribes.

Pay attention to:

How the tribes emerged;

What they like to do;

What kind of music they listen to;

How they dress themselves;

Prepare and show your research results to the classmates;

Use your creativity!!!!!! Show your generation!!!

Para esta atividade foi necessário três aulas para pesquisa e elaboração da

apresentação. Parte da turma foi atendida em pequenos grupos no horário contrário

a aula (à tarde) para orientação na pesquisa e elaboração dos slides. Os demais

disseram que não precisavam de ajuda e fizeram a pesquisa em casa. Eles

apresentaram os trabalhos nos dias 14, 16 e 23 de abril. Sendo três grupos por aula

Dos três grupos previstos para a apresentação dos trabalhos no dia 14,

apenas dois apresentaram. O primeiro grupo apresentou como tribo urbana o grupo

de sertanejos universitários. Este grupo focou mais no estilo musical, não

apresentou alguns tópicos da pesquisa. Outro problema foi em relação à duração da

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apresentação, pois extrapolaram o tempo reservado. A turma se dispersou, não

prestaram muita atenção no trabalho. O segundo grupo falou sobre os rockers.

Estes realizaram um trabalho mais completo, e conseguiram prender a atenção dos

colegas. Além de apresentar o histórico, mostraram slides com imagens referentes a

este grupo e finalizaram com trechos de algumas músicas.

No dia 16 de abril prosseguimos com a apresentação dos trabalhos. O

primeiro grupo a apresentar falou sobre o graffiters. Fizeram uma boa apresentação,

conseguiram prender a atenção dos colegas. Finalizaram a apresentação passando

um vídeo que mostrava o trabalho de um graffiter. O segundo, falou sobre o reggie.

Foi uma apresentação muito boa. A aluna que apresentou o trabalho falou muito

bem, pronunciou os termos em inglês, de maneira correta. A turma ficou atenta à

apresentação. O terceiro destacou os skaters, grupo com o qual se identificam. Além

de apresentarem os tópicos solicitados, produziram um vídeo mostrando algumas

manobras realizadas pelo grupo numa pista de skate da cidade.

No dia 23 de abril, apenas um grupo apresentou o trabalho proposto. Um dos

grupos alegou problemas na hora de salvar o trabalho. Outro justificou dizendo que

o trabalho ficou com um aluno que faltou à aula. O grupo que apresentou falou das

“Patricinhas”. Eles conseguiram prender a atenção da turma. Aproveitamos a

oportunidade para discutir questões referentes ao consumismo, bem como de que

forma as propagandas influenciam os hábitos de consumo dos adolescentes. Foi

oportuno falar um pouco das propagandas, contextualizando com o tema discutido

no material didático. Com este propósito lemos o texto “Five things you should know

about Advertising to Millennials”. Primeiramente, responderam oralmente as

questões de pré-leitura. Depois leram o texto, grifando as palavras transparentes, e

circulando as palavras que conheciam. Após a primeira leitura eles responderam as

questões de compreensão textual. Foram abordados os elementos de conexão

presentes no texto e então foram discutidas as questões de pós-leitura. A maioria

dos alunos não apresentou dificuldades na realização dos exercícios.

Para finalizar este bloco foi explicada a atividade seguinte (tarefa de casa).

Eles teriam que representar a identidade deles, por meio de desenhos, ou colagem e

quem quisesse apresentaria para os colegas na aula seguinte.

No dia 12 de maio iniciamos a Activity Eight. Abordamos primeiramente as

principais características das propagandas em vídeo. Após isso, os alunos

realizaram atividades de pré-leitura referente à propaganda que iriam assistir. Nesta

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atividade os alunos responderam e discutiram questões como: Quando você assiste

TV, você presta atenção nos comerciais? Que tipo de comercial prende a sua

atenção? Você influencia as compras de sua família, etc. As questões eram

realizadas em inglês. Se havia algo que não entendiam era explicado. Durante as

discussões os alunos eram encorajados a expressarem-se em língua inglesa. Eles

cometeram erros de estrutura, pronúncia, mas com o objetivo de não desmotivá-los

no uso da língua inglesa a correção acontecia sutilmente após a conclusão das

discussões.

Depois disso os alunos assistiram a propaganda “Security Cameras”, da coca

cola. Eles adoraram a propaganda. Lembraram-se da versão em português que

assistiram na TV. O vídeo foi projetado uma segunda vez. Para que prestassem

atenção em alguns elementos presentes no vídeo e então respondessem questões

referentes à análise da propaganda. A atividade foi dividida em partes, assim, eles

assistiam a propaganda prestando atenção nos pontos necessários à execução do

exercício.

Foi analisado o estilo do vídeo, recursos utilizados para chamar a atenção do

consumidor, contexto de produção, etc. Também foram trabalhados os elementos

linguísticos: o uso do imperativo, hipérboles, expressões que denotam emoção,

linguagem direta e objetiva, estratégias de repetição, etc. Os alunos prestaram

bastante atenção na propaganda e não tiveram dificuldades na resolução das

atividades.

Nas atividades de pós-leitura, os alunos discutiram questões sobre as

imagens que viram na propaganda, a intenção da empresa ao exibir um comercial

com o objetivo de emocionar as pessoas. Ressaltaram também a relação de

algumas cenas com o tema Tribos Urbanas.

Finalizamos o bloco com a realização dos exercícios de fixação do

vocabulário apresentado na propaganda analisada, além de revisar o uso dos

adjetivos, bem como o emprego do sufixo “ly” para a formação dos advérbios.

Para executar as atividades propostas os alunos consultaram, quando

necessário os dicionários. Conseguiram realizar as atividades facilmente, não houve

necessidade de muita explicação. Percebemos maior participação dos alunos nas

atividades de análise da propaganda. Oralmente eles se expressaram bem, apesar

de alguns, relutarem em se expressar em língua inglesa.

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No dia 28 de maio iniciamos a Activity Nine que tratava da análise da música

que aparecia na propaganda “Security Cameras” da Coca Cola.

Os alunos realizaram atividades de compreensão oral e vocabulário, as quais

não tiveram dificuldades. Finalmente, foi discutido o tema da canção e sua possível

relação com a propaganda.

Na Activity Ten assistimos a versão da propaganda em português, com o

objetivo de perceber as diferenças entre as duas versões . Os alunos notaram que a

versão inglesa tinha a duração de 90 segundos enquanto a portuguesa tinha apenas

31 segundos. Algumas cenas não aparecem na versão passada aqui no Brasil.

Então enfatizamos a importância de entender e conhecer o contexto de produção de

uma propaganda, bem como, o público a que se destina. Neste encontro também

realizamos a Activity Eleven em que solicitava a interpretação de um poema, e sua

possível crítica à bebida Coca Cola.

No dia 02 de Junho iniciamos as Activities Twelve e Thirteen e Fourteen, que

tratava da análise de outra propaganda: comercial de um smartphone Sansung

Galaxi.

Nas atividades de pré-leitura os alunos responderam algumas perguntas a

respeito do celular que eles têm, entre elas: quais funções e ou aplicativos possuem,

para que eles usam, etc. As perguntas eram realizadas em inglês e eles registravam

suas respostas também em inglês. Depois que terminaram de responder, fizeram a

leitura de suas respostas em voz alta.

O vídeo foi exibido várias vezes, pois os alunos alegaram que por ser todo em

inglês, perdiam alguns detalhes porque não sabiam se prestavam atenção na fala

das personagens ou nas cenas. Antes de passar novamente a propaganda foi

explicado o que deveriam observar enquanto assistiam. Depois disso responderam

as questões propostas para análise do comercial. Alguns elementos presentes nas

propagandas em vídeo foram retomados. Os alunos perceberam o uso de diferentes

recursos com o objetivo de mostrar as qualidades do produto anunciado. Depois de

responder as questões, se organizaram em grupos para então discutir a respeito de

alguns elementos: Cenas, efeitos, produto anunciado, produtos similares, opinião do

grupo em relação ao comercial. Feito isso, um aluno de cada grupo relatou a

discussão do seu grupo com a turma toda. O bloco de atividades foi finalizado com

atividades de compreensão oral e vocabulário. A propaganda escolhida chamou

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bastante atenção da turma, pois anunciava um produto que a maioria deles gostaria

de ter.

A Activity Fifteen tratava da análise de três comerciais. O objetivo da atividade

era apenas reconhecer alguns aspectos presentes no gênero textual propaganda em

vídeo. Para isso preencheram uma ficha com o nome do produto anunciado, marca,

qualidades do produto, contexto e estratégias. Os comerciais eram sobre um tênis

da marca Nike, um refrigerante Pepsi e maquiagem “Quem disse Berenice?”. Os

alunos fizeram a atividade sem dificuldades.

A Activity Sixteen foi realizada como tarefa de casa. Os alunos assistiram

comerciais com produtos de interesse dos adolescentes para então preencher uma

ficha analisando alguns elementos. Dos 36 alunos da turma, sete não haviam feito,

dizendo que esqueceram. Aqueles que fizeram a atividade comentaram sobre os

comerciais que haviam analisados. Concluímos que os alunos conseguiram

entender bem as características do gênero abordado. Além disso, mostraram uma

postura crítica acerca dos produtos anunciados.

A Activity Seventeen tratava de uma pesquisa sobre o CONAR. Antes da

realização da mesma os alunos assistiram uma propaganda que o divulga. Alguns

fizeram a pesquisa em casa e outros utilizaram o laboratório da escola, no

contraturno. Esta atividade foi fundamental para que eles entendessem como

funciona a regulamentação das propagandas já que o trabalho final seria a produção

de uma propaganda.

No dia 14 de Julho foi explicado o trabalho final (produção de uma

propaganda em vídeo). O trabalho foi realizado, conforme orientação:

Now, you are going to create a video advertisement, focusing on a product to an urban tribe. Try to focus on a kind of product that they really need to buy. (Work in groups of 4 students) Organize your Ad, thinking the following questions: A. What do you intend to sell? B. Who consumes the product of your ad? C. What is the aim of your advertisement? D. Are you going to use slogans? If so, remember that they are short. E. Are you going to use images? What kind of images? F. Are you going to use songs? G. Which is going to be the most highlighted element, the language or the images? Why? H. You are going to present your ad to the class. You can use the TV pen drive. Use your creativity and good job!

No dia 04 de agosto, conforme combinado, os alunos começaram a

apresentação das propagandas produzidas, trouxeram gravadas num pendrive e

exibiram na multimídia. Foram 7 grupos de 5 alunos, porém um dos grupos não

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apresentou o trabalho, alegando que o mesmo se desentendeu durante a produção,

e assim, não conseguiram concluir. Em geral os trabalhos ficaram bons, a maioria

deles utilizou recursos como músicas, frases curtas, linguagem simples, etc. Foram

6 propagandas: 3 de telefone celular (smartphone). Percebeu-se que esta escolha

se deu pelo fato de que a maioria deles desejava um aparelho com todos os

recursos disponíveis. Eles demonstraram as funções, ressaltaram as qualidades e

reforçaram a necessidade: desejo/satisfação em possuir um aparelho como o

anunciado. Um grupo apresentou uma propaganda de tênis Nike: o grupo filmou um

dos integrantes realizando algumas manobras de skate usando um modelo do tênis

anunciado. Um grupo (meninas) apresentou uma propaganda de maquiagem

“criada” por elas. Filmaram uma delas utilizando produtos da marca da maquiagem

anunciada, então fizeram o “antes” e o “depois”. O ultimo grupo apresentou uma

propaganda de refrigerante guaraná, compararam com outras bebidas, alegando

que é menos prejudicial que bebidas a base de cola, mostrando que combina com

pizza, pipoca, sanduíche.

Percebemos que os alunos tentaram recriar algumas propagandas veiculadas

na TV, utilizaram frases prontas, como “Life's good”. “You are beautiful”, etc. Avaliei

como bom os resultados obtidos no desenvolvimento da proposta apresentada.

Constatamos que a turma presta atenção em assuntos de interesse deles.

Apesar de aparentarem não ter preocupação com assuntos como bullying,

consumismo, discriminação, muitos se apresentam bastante críticos em relação a

tais assuntos. Ao término das atividades responderam novamente as questões

abordadas no pré- teste e desta vez não tiveram dificuldades em responder as

perguntas, o que comprova que assimilaram bem os conteúdos trabalhados na

Unidade Didática.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Consideramos que o projeto de intervenção proporcionou a discussão de

temas pouco valorizados em materiais didáticos, conforme evidenciamos na análise

dos resultados. Durante o desenvolvimento da proposta os alunos participaram

ativamente dos debates, questionamentos e realização das atividades. Alguns

participaram mais intensamente do que outros, o que pode ser considerado normal

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se tratando de uma turma composta por sujeitos com diferentes perspectivas e ainda

em processo de construção de suas identidades.

Durante o desenvolvimento das atividades constatamos que nossos alunos,

adolescentes, estão conectados ao mundo globalizado e apesar de suscetíveis a

influências transmitidas pelas mídias, assumem quando instigados, uma postura

crítica em relação ao tema abordado. Além disso, a implementação do projeto

possibilitou descobrir quem são nossos alunos, conhecer o que pensam, gostam,

quais valores seguem, como se relacionam com os outros, por que formam grupos,

entre outros pontos discutidos por meio das diversas atividades realizadas. Estes

questionamentos levaram o educando a refletir sobre sua identidade e questionar os

valores passados pelas mídias, quase sempre incorporados por eles.

Podemos afirmar que os pontos positivos superaram as expectativas e

dificuldades encontradas: carga horária da disciplina, defasagem do conteúdo

linguístico pelos alunos, organização da escola, espaço físico inadequado, etc.

Percebemos a valorização da disciplina de LEM- Inglês, não apenas no

desenvolvimento das atividades planejadas, mas também por meio das discussões,

quando os educandos apresentavam suas ideias e pontos de vista.

Portanto, nosso projeto de intervenção abordou questões de identidades

adolescentes, conduzindo os alunos a refletir sobre sua função na sociedade a qual

estão inseridos, e assim, os oportunizou compreender e explorar diferentes visões

de mundo e formas de expressão, já que “a escola deve ser vista como um espaço

social democrático, responsável pela apropriação crítica e histórica do

conhecimento, como instrumento de compreensão das relações sociais e para a

transformação da realidade” (DCEs - LEM-INGLÊS, PARANÁ, 2008).

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