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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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CONTRIBUIÇÕES DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

NA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DO PEDAGOGO1

Maristela Dias de Miranda2

Rosane Toebe Zen3

RESUMO: Este artigo apresenta o resultado das atividades realizadas por meio do Projeto de Intervenção Pedagógica desenvolvido no Colégio Estadual Mário Quintana, de Cascavel – PR, vinculado às atividades do Programa de Desenvolvimento da Educação – PDE, turma 2013/2014. A temática visa discutir meios de contribuir com a organização do trabalho do pedagogo mediado pelo uso das tecnologias da informação e comunicação. Compreende-se a necessidade de fomentar meios para ampliar o diálogo e fortalecer o trabalho coletivo no interior da escola com vistas ao desenvolvimento de uma educação de qualidade. Em termos práticos, o pedagogo é o profissional responsável pela organização do trabalho pedagógico e por contribuir para a implementação do Projeto Político Pedagógico, mediando os processos de ensino e aprendizagem e intervindo nas relações entre a escola e a comunidade. Devido à dinamicidade do cotidiano escolar, em muitos casos, sua comunicação fica prejudicada, fazendo com que o pedagogo tome posicionamentos autoritários, disciplinadores, pontuais e individuais. Por outro lado, a escola dispõe de recursos tecnológicos que poderiam ser utilizados para a melhoria da comunicação e da organização do trabalho do pedagogo. Na busca por superar os entraves mencionados, os participantes realizaram oficinas que contaram com o estudo e com a utilização tácita dos recursos tecnológicos em algumas das atribuições do trabalho pedagógico, tais como: plano de trabalho docente, reuniões pedagógicas, conselhos de classe, participação da comunidade escolar, entre outros temas. Por meio do trabalho realizado foi possível compreender que as tecnologias da informação e comunicação não substituem o papel do professor e do pedagogo nos processos de ensino e aprendizagem, mas podem subsidiar a gestão das informações na escola, contribuindo efetivamente para o fortalecimento do trabalho coletivo e implementação do projeto político pedagógico. Palavras-chave: Tecnologias da Informação e Comunicação. Pedagogos. Organização do Trabalho Pedagógico.

Introdução

O pedagogo é um profissional que cotidianamente necessita mediar situações

conflituosas no espaço escolar, determinadas em muitos casos pelas contradições da

1 Artigo apresentado à Coordenação do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, em convênio com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, campus Cascavel, como requisito à conclusão das atividades propostas para o período 2013/2014. 2 Pedagoga do Colégio Estadual Mário Quintana, de Cascavel – PR, especialista em Psicopedagogia e História da Educação Brasileira, graduada pela UNIOESTE, professora PDE 2013/2014. [email protected] 3 Professora Orientadora das atividades do PDE 2013/2014, UNIOESTE, campus Cascavel, Mestre em Educação, formada pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. [email protected].

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realidade socioeconômica e cultural da comunidade escolar e pelas suas

interferências no processo educativo. Ele é o responsável pela organização do

trabalho pedagógico na escola e por mediar a implementação do projeto político

pedagógico, na medida em que se configura como mediador da comunicação entre a

comunidade escolar e a sociedade.

Ao assumir um papel que exige posicionamento político, responsabilidade,

compromisso ético, conhecimento científico, valores humanos e decisões acertadas

na mediação e na articulação do trabalho pedagógico, o pedagogo precisa estar

seguro quanto ao seu papel e a importância do trabalho coletivo dentro da escola.

Contudo, a dinamicidade do cotidiano escolar nem sempre permite que os

pedagogos de uma escola possam dialogar sobre a práxis pedagógica, aprofundar-se

teoricamente dos diversos conteúdos científicos, planejar coletivamente as

estratégias de ação e, principalmente, avaliar o que já foi efetivado pela escola.

Embora em muitos discursos se coloque a necessidade do trabalho coletivo e

do planejamento de ações, principalmente por parte dos pedagogos, na prática as

ações ainda são individuais, pontuais e acabam por prejudicar a gestão escolar

democrática. Em muitos casos, o pedagogo ainda toma posturas autoritárias e

disciplinadoras.

Além disso, os cursos de formação continuada nem sempre garantem o

fortalecimento dos conhecimentos teórico-práticos por parte dos pedagogos da

escola. Assim, embora fazendo parte de uma mesma equipe e de uma mesma escola,

os pedagogos tem uma diversidade de conhecimentos, de posturas, de

posicionamentos e de ações diante da realidade e dos problemas enfrentados pela

escola que acabam por fragilizar o processo educativo e as relações interpessoais.

Destaca-se ainda que a escola dispõe de recursos tecnológicos que poderiam

ser utilizados para a melhoria da comunicação e da organização do trabalho

pedagógico. Porém, por falta de conhecimento e/ou de prática na sua utilização, estes

recursos nem sempre são utilizados.

Diante dessa problemática, bastante comum nas escolas paranaenses, este

estudo buscou discutir com pedagogos e comunidade escolar de que forma as

tecnologias de informação e comunicação (TIC´s) poderiam ser utilizadas no processo

de melhoria da comunicação e fortalecimento do trabalho coletivo. Além da tentativa

de responder a inquietações da prática pedagógica, o estudo também objetivou

sistematizar os estudos do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE

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2013/2014.

A possibilidade de ampliar o uso das TIC´s pelos pedagogos para

fortalecimento do trabalho coletivo e organização do trabalho pedagógico, rompe com

o reducionismo prático das tecnologias no espaço escolar e avança no sentido de

implementação da gestão escolar democrática, fundamental para a formação integral

do educando e democratização da educação pública.

Organização do trabalho pedagógico e o papel do pedagogo

Na medida em que se analisa a prática pedagógica no interior da escola,

suscitam-se questionamentos sobre os condicionantes políticos, históricos,

econômicos e sociais que interferem na gestão escolar democrática e na relação da

escola com a sua comunidade. Estes questionamentos expressam a necessidade de

pensar o papel do pedagogo na organização do trabalho pedagógico, bem como os

limites de sua ação no processo de implementação do projeto político pedagógico.

O pedagogo é um profissional que contribui efetivamente para a gestão

escolar democrática e os processos de participação da comunidade na ação

educativa. A qualidade de sua ação na escola influencia diretamente nos meios como

a escola se organiza para o ensino e a aprendizagem. “O pedagógico refere-se a

finalidades da ação educativa, implicando objetivos sociopolíticos a partir dos quais

se estabelecem formas organizativas e metodológicas da ação educativa” (LIBÂNEO,

2004, p.29).

Ao pedagogo cabe a função de mediar o diálogo entre a escola e a

comunidade. Assim, ele deve buscar meios para romper com a fragmentação dos

processos educativos, centralização das tomadas de decisão, corporativismo e

autoritarismo que fazem com que a escola tenha dificuldades em cumprir com a sua

função social, ou seja, a democratização dos conhecimentos científicos.

O pedagogo é aquele que domina sistemática e intencionalmente as formas de organização do processo de formação cultural que se dá no interior das escolas. [...] Daí a necessidade de um espaço organizado de forma sistemática com o objetivo de possibilitar o acesso à cultura erudita (SAVIANI, 1985, p.28).

Além disso, a organização do trabalho pedagógico é fundamental para a

implementação do projeto político pedagógico, o qual se constitui em um instrumento

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que descreve a própria escola, revelando os meios pelos quais esta irá formar os seus

sujeitos e transformar a sociedade.

A relação entre o projeto de sociedade e de educação com os projetos individuais de cada aluno, professor, pai, funcionário, instaura no Projeto Político-Pedagógico fundamentos para o exercício da participação democrática, das ações coletivas, da organização pedagógica e administrativa e o próprio resgate da função social da escola na apropriação dos conhecimentos (TAQUES et. al., 2010, p.26).

Assim sendo, o projeto político pedagógico é uma construção coletiva que

revela a identidade da escola e como esta planeja a sua ação educativa. Ao ser

elaborado coletivamente pela comunidade escolar o projeto político pedagógico

[...] a aglutina pelos fundamentos políticos e pedagógicos que a comunidade acredita e os quais deseja praticar; que define os valores humanitários, princípios e comportamentos que a espécie humana concebe como adequados para a convivência humana; que sinaliza os indicadores de uma boa formação e que qualifica as funções sociais e históricas que são de responsabilidade da escola (SILVA, 2007, p. 7).

O papel do pedagogo na sua implementação lhe exige

[...] capacidade de saber ouvir, alinhavar ideias, questionar, interferir, traduzir posições e sintetizar uma política de ação com propósito de coordenar efetivamente o processo educativo, o cumprimento da função social e política da educação escolar [...] (PRAIS, 1994, p.86).

Vale destacar que o trabalho do pedagogo na escola atual é bastante dinâmico

e lhe exige claro posicionamento político e teórico metodológico frente à realidade

posta. Apesar disso, a diversidade de funções que são atribuídas ao pedagogo,

através de ocorrências disciplinares, infracionais e administrativas, tomam conta da

maior parte do seu tempo (VILA, s/d, p. 12), dificultando o planejamento de ações, o

diálogo com seus pares, bem como a avaliação das ações tomadas pela escola e pelo

próprio pedagogo.

De acordo com Pimenta (1995, p.177):

[...] a situação precária da instituição escolar hoje coloca um conjunto de problemas cotidianos desde turnos numerosos, quadro de

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professores que não comporta substituição (quando falta um ou mais professores, não há como substituí-los), manutenção do prédio em condições deficitárias, falta de material didático, distribuição da merenda, problemas administrativos de toda ordem, até questões de violência. Tal quadro exige dos especialistas, quando estes existem na escola, que se incumbam da solução dos problemas imediatos.

Todas estas dificuldades enfrentadas pelo pedagogo em seu cotidiano fazem

com que suas ações práticas se distanciem da sua formação teórica. Em outras

palavras, muitas vezes o pedagogo tem um discurso que privilegia o trabalho coletivo,

o diálogo e o planejamento das ações educativas da escola, contudo, em termos

práticos ainda toma posicionamentos autoritários, disciplinadores, pontuais e

individuais, distanciando-se do que é proposto pelo projeto político pedagógico da

escola.

Sobre a secundarização do papel do pedagogo, Saviani (1985, p.28)

argumenta que:

Na verdade, tal desvio é hoje regra em nossas escolas: da exaltação aos movimentos de 64 à curiosidade pelo índio, da veneração às mães às festas juninas, das homenagens aos soldados ao cultivo do folclore e às loas às crianças, encontra-se tempo para tudo na escola. Mas muito pouco tempo é destinado ao processo de transmissão-assimilação de conhecimentos elaborados cientificamente. Cumpre reverter essa situação. Vocês, pedagogos, têm uma responsabilidade grande nesse esforço de reversão. Enquanto especialistas em pedagogia escolar cabe-lhes a tarefa de trabalhar os conteúdos de base científica, organizando-os nas formas e métodos mais propícios à sua efetiva assimilação por parte dos alunos.

Neste sentido, é fundamental que o pedagogo contribua para a organização

do trabalho coletivo da escola. Porém, torna-se extremamente complicado organizar

o trabalho coletivo da escola e mediar o processo ensino-aprendizagem, quando as

ações são individuais, quando as formas de dialogar e de avaliar o trabalho são

reduzidas, quando não se planeja coletivamente o trabalho da equipe pedagógica.

[...] o envolvimento do pedagogo com questões do dia a dia escolar não deve extrapolar seu tempo e espaço do fazer pedagógico, já que problemas de disciplina, acompanhamento de entrada e saída de alunos, etc. são problemas da escola e o seu coletivo deve planejar ações para enfretamento destas questões (TAQUES et. al., 2010, p.27).

Considerando isso, o papel do pedagogo como articulador, gestor e promotor

do trabalho coletivo na escola é de fundamental importância. Isso porque o pedagogo

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[...] é aquele que não fica indiferente, neutro, diante da realidade. Procura intervir e

aprender com a realidade em processo. O conflito, por isso, está na base da

pedagogia” (GADOTTI, 2004, p. 29). Daí reside a necessidade do pedagogo planejar

suas ações, melhorar a sua comunicação e promover meios para a melhoria do

diálogo no interior da escola, fortalecendo com isso o trabalho coletivo.

É importante destacar que a educação não é neutra, mas expressa

politicamente uma intencionalidade e se coloca a serviço de alguém, de um grupo, de

um ideário, de uma forma de conceber a própria sociedade e o homem que se

pretende formar. A sociedade explicita seus valores básicos fundamentais em cada

momento histórico e define os lugares, os conteúdos e procedimentos válidos por

meio de diretrizes políticas (MORAN, 2012, p. 15).

Não mudamos a história sem o conhecimento, mas temos que educar o conhecimento e as pessoas para se tornarem sujeitos da sua história e intervirem no mercado como sujeitos e não como povo sujeitado, massa de manobra da lógica interna da razão econômica. O mercado precisa estar submetido à cidadania. A escola não distribui renda, mas distribui conhecimento que é poder. Escola cidadã é aquela que coloca o conhecimento - capital intelectual tão importante quanto o capital financeiro - nas mãos de todos, principalmente dos excluídos e forma o cidadão completo, competente, solidário, não apenas o cidadão competitivo, como quer a educação burguesa (GADOTTI, 1995, p. 4).

O desafio posto é caminhar para um ensino e uma educação de qualidade

que integre todas as dimensões do ser humano, mas que seja também compartilhada

com todos os sujeitos que fazem a escola, tanto no que concerne a direitos, quanto a

deveres. “A sociedade necessita de pessoas que façam essa integração em si

mesmas no que concerne aos aspectos sensorial, intelectual, emocional, ético e

tecnológico” (MORAN, MASETTO E BEHRENS, 2009, p. 15).

A escola, como instituição social, que tem como função a democratização dos conhecimentos produzidos historicamente pela humanidade, é um espaço de mediação entre sujeito e sociedade. Compreender a escola como mediação significa entender o conhecimento como fonte para efetivação de um processo de emancipação humana e, logo, de transformação social. O que implica em ver o papel político da escola atrelado ao seu papel pedagógico e, mais, dimensionar a prática pedagógica, em todas suas características e determinantes com intencionalidade e coerência, o que transparece um compromisso político ao garantir que o processo de ensino e aprendizagem esteja a serviço da mudança necessária (TAQUES, et. al., s/d., p.4).

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Na atualidade muito se discute sobre o ensino de qualidade e como

implementá-lo. O ensino de qualidade envolve muitas variáveis:

Uma organização inovadora, aberta, dinâmica, com um projeto pedagógico coerente, aberto, participativo; com infraestrutura adequada, atualizada, confortável; tecnologias acessíveis, rápidas e renovadas; uma organização que congregue docentes bem preparados intelectual, emocional, comunicacional e eticamente; bem remunerados, motivados e com boas condições profissionais, e onde haja circunstâncias favoráveis a uma relação efetiva com os alunos que facilite conhecê-los, acompanhá-los, orientá-los; uma organização que tenha alunos motivados, preparados, intelectual e emocionalmente, com capacidade de gerenciamento pessoal e grupal (MORAN, MASETTO e BEHRENS, 2009, p. 14).

Além de todas estas variáveis, uma educação de qualidade se faz

principalmente pela democratização, produção e apropriação do saber científico. E,

neste sentido, por mais variadas que sejam as formas e os recursos tecnológicos que

permitem ao indivíduo o acesso às informações, sem que haja um trabalho

sistematizado, planejado, intencional e pedagógico, tais informações por si só não se

converterão em conhecimento científico, capaz de proporcionar autonomia e

emancipação dos sujeitos para a construção de uma sociedade mais justa e

igualitária.

Tecnologias de informação e comunicação e o trabalho coletivo na escola

Informação não é conhecimento. Conhecimento é aquilo que move o sujeito

a transformar a sua realidade e a das pessoas com quem convive. Para tanto, faz-se

necessário um trabalho sistemático, planejado e coletivo da comunidade escolar.

Compartilhando da mesma ideia que reforça a importância do pedagogo no trabalho

coletivo implementado pela escola, Pimenta (1985, p. 34), argumenta que:

A prática na escola é uma prática coletiva – os pedagogos são profissionais necessários na escola: seja nas tarefas de administração (entendida como organização racional do processo de ensino e garantia de perpetuação desse processo no sistema de ensino, de forma a consolidar um projeto pedagógico – político de emancipação das camadas populares), seja nas tarefas que ajudem o(s) professor(es) no ato de ensinar, pelo conhecimento não apenas dos processos específicos de aprendizagem, mas também da articulação entre os diversos conteúdos e na busca de um projeto – político coerente.

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Contudo, não basta apenas reconhecer o importante papel do pedagogo no

espaço escolar, é fundamental que seu trabalho ultrapasse a percepção de que ele é

um “multitarefeiro, cumpridor de tarefas alheias à sua função” (PIMENTA, 1985, p. 35).

Assim, o planejamento e o diálogo entre os pedagogos são fundamentais, até para

não reduzir sua função a mediação de conflitos do cotidiano.

É importante reiterar que, quando se busca uma nova organização do trabalho pedagógico, está se considerando que as relações de trabalho, no interior da escola, deverão estar calcadas nas atitudes de solidariedade, de reciprocidade e de participação coletiva, em contraposição à organização regida pelos princípios da divisão do trabalho, da fragmentação e do controle hierárquico. [...] propiciando a construção de novas formas de relações de trabalho, com espaços abertos à reflexão coletiva que favoreçam o diálogo, a comunicação horizontal entre os diferentes segmentos envolvidos com o processo educativo [...] (VEIGA, 2001, p. 31).

Além disso, embora o desenvolvimento de novas tecnologias de informação

e comunicação (TIC´s) contribua para acelerar as atuais e inúmeras transformações

sociais, econômicas, políticas e culturais e a sociedade esteja “mudando radicalmente

suas formas de organizar-se, de produzir bens, de comercializá-los, de divertir-se, de

ensinar e de aprender” (MORAN, MASETTO e BEHRENS, 2009, p. 11), a escola ainda

se constitui como local onde o saber científico é democratizado, compartilhado,

reconstruído, de forma sistematizada e organizada.

A educação é um todo complexo e abrangente, que não se resolve só dentro da sala de aula. Ela envolve todos os cidadãos, as organizações e o Estado e depende intimamente de políticas públicas e institucionais coerentes, sérias e inovadoras. Mas é na relação pedagógica que se centra o processo de ensino e aprendizagem (MORAN, 2012, p.11).

Não se trata de conceber a escola como o único local onde a aprendizagem

possa se efetivar, desconsiderando os demais espaços de interação e de convívio

social em que a aprendizagem se efetiva, mas de reconhecer que a escola tem um

papel formal, institucionalizado, cujo objetivo central é a transmissão, apropriação,

construção e reconstrução do saber científico. E, neste sentido, o papel da escola

reside em:

[...] formar sujeitos que construam sentidos para o mundo, que compreendam criticamente o contexto sócio histórico de que são

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frutos e que, pelo acesso ao conhecimento, sejam capazes de uma inserção cidadã e transformadora na sociedade (PARANÁ, 2008, p. 31).

Na atualidade a facilidade de acesso às informações, disponibilizadas na

internet e propagadas pela mídia, faz com que os sujeitos estabeleçam novos meios

de relacionar-se com outros indivíduos e com o próprio conhecimento. Contudo, é

importante compreender que ter acesso à informação não significa a apropriação do

conhecimento científico.

A confusão feita entre conhecimento e informação; papel da escola na

aquisição de conhecimentos e outras formas de ensino presentes na sociedade;

valorização do professor e das tecnologias; processos de exclusão e de inclusão

digital, entre outros, contribuem para desencontros e descompassos no processo

educacional tanto em discursos como na prática pedagógica.

Além disso, é pertinente perceber que os avanços tecnológicos ocorridos,

principalmente no que tange aos processos de comunicação e informação, trazem

influências significativas no ambiente escolar, provocando situações de resistência ou

de tácita aceitação da realidade posta.

A questão que se torna pertinente neste momento não é discutir se as

tecnologias são ou não importantes no processo de ensino, mas como elas podem

contribuir para que a escola consiga promover uma educação de qualidade.

Por outro lado, quando se trata especificamente do trabalho realizado pelos

pedagogos de uma escola, percebe-se a dificuldade de consenso em ações, em

proposições, no suporte pedagógico aos diversos professores, alunos e pais, bem

como na clareza e na implementação das metas propostas pela gestão escolar e/ou

expressas no projeto político pedagógico.

Nota-se um descompasso entre os discursos e a prática, consubstanciado

principalmente pela falta de diálogo e de planejamento por parte dos pedagogos. Isso

nos leva a refletir sobre os limites da comunicação entre pedagogos, gestores,

professores e alunos, bem como das ações que visam enfrentar os limites

pedagógicos da própria escola.

Por outro lado, o uso das TIC’s tem provocado situações extremas dentro da

escola, ora de resistência por parte de educadores mais conservadores e temerosos

pela falta de domínio técnico desta tecnologia, ora de tácita aceitação dos recursos

tecnológicos da atualidade sem os “filtros” necessários.

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Sem dúvida as tecnologias nos permitem ampliar o conceito de aula, de espaço e de tempo, de comunicação audiovisual, e estabelecer pontes novas entre o presencial e o virtual, entre o estar juntos e o estarmos conectados à distância. Mas se ensinar dependesse só de tecnologias já teríamos achado as melhores soluções há muito tempo. Elas são importantes, mas não resolvem as questões de fundo. Ensinar e aprender são desafios maiores que enfrentamos em todas as épocas e particularmente afora que estamos pressionados pela transição do modelo de gestão industrial para o da informação e do conhecimento (MORAN, MASETTO e BEHRENS, 2009, p. 12). (grifos nossos)

As TIC’s não são as soluções para todos os problemas de ensino da escola.

O processo de ensino envolve e é influenciado por muitos aspectos, dentre os quais

podem ser destacados: o contexto socioeconômico e cultural, as políticas públicas

educacionais, o currículo escolar, a formação docente, o sistema de avaliação, a

metodologia, a infraestrutura da escola, entre outros. As TIC’s se configuram como

meios e não como fins educativos. A educação não pode ser reduzida ao domínio das

ferramentas, dos instrumentos e das técnicas.

Implementação do projeto na escola

Embora se tenha a clareza de que as TIC’s não substituem o importante papel

dos professores e dos pedagogos no processo educativo, seus recursos não podem

ser desprezados em termos de melhoria da comunicação e organização do trabalho

pedagógico.

A organização do trabalho pedagógico pressupõe o domínio do processo de

ensino e aprendizagem, fortalecimento da gestão escolar democrática e trabalho

coletivo da comunidade escolar.

A organização do trabalho pedagógico é constituída pelo Conselho Escolar, Equipe de Direção, Órgãos Colegiados de Representação da Comunidade Escolar, Conselho de Classe, Equipe Pedagógica, Equipe Docente, Equipe Técnico-administrativa e Assistente de Execução e Equipe Auxiliar Operacional (REGIMENTO ESCOLAR, Colégio Estadual Mário Quintana, 2012).

Alguns elementos se configuram como documentos e ações que organizam o

processo educativo na escola. Dentre eles podem ser citados: o regimento escolar, o

projeto político pedagógico (PPP), a proposta pedagógica curricular (PPC), o plano de

trabalho docente (PTD), o conselho de classe, as instâncias colegiadas (Associação

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de Pais, Mestres e Funcionários – APMF, Conselho Escolar e Grêmio Estudantil), as

reuniões pedagógicas, os livros de registros de classe, as ações que buscam o

estreitamento do diálogo família-escola, entre outros.

É importante que o pedagogo conheça as características de cada um destes

elementos que congregam a ação educativa da escola e sistematizam as políticas

públicas educacionais.

Mas conhecer e implementar uma política pública não depende de

interpretações e tomadas de decisões individuais e pontuais. É preciso que,

coletivamente, se dialoguem sobre os problemas e se planeje as ações. Uma das

maiores dificuldades no trabalho da equipe pedagógica de uma escola é quando cada

pedagogo tem discursos e ações individualizadas, quando não falam “a mesma

linguagem”, quando buscam caminhos diferentes, por vezes contraditórios, para

atingir os mesmos objetivos.

Diante disso, o projeto de implementação buscou trabalhar com alguns dos

elementos que constituem a organização do trabalho pedagógico, visto que para o

formato do curso não seria possível a abordagem qualitativa de todos os elementos e

ações. Assim, foram selecionados para estudo os seguintes temas: plano de trabalho

docente, planejamento da equipe pedagógica, conselho de classe, reunião

pedagógica e participação da comunidade escolar. Como recursos tecnológicos foram

trabalhados: tabelas, gráficos, planilhas eletrônicas, apresentações eletrônicas,

slides, redes sociais e uso do software Windows Movie Maker.

Os objetivos do projeto foram apresentados na semana pedagógica de

fevereiro de 2014 para a comunidade escolar. Por se tratar de um conteúdo de muito

interesse não apenas por parte dos pedagogos, o projeto pode contar com a

participação de outros membros da comunidade escolar: professores, diretores,

agentes educacionais, membros do Núcleo Regional de Educação (NRE) e

acadêmicos de pedagogia.

Por se tratar de assuntos bastante polêmicos que careciam de reflexões

individuais e coletivas, o projeto previu atividades presenciais e a distância. As

atividades presenciais aconteceram aos sábados pela manhã. Assim, previamente

antes dos encontros presenciais, os participantes tiveram que desenvolver atividades

como leituras, análises de materiais e uso de ferramentas interativas, tais como:

compartilhamento de e-mails, análise e produção de gráficos, seleção de imagens e

vídeos, produção e organização de tabelas, produção de slides, entre outros.

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Entre outras importantes contribuições sobre o uso e o compartilhamento de

informações on-line, as atividades à distância proporcionaram a aprendizagem de

muitas ferramentas interativas de comunicação, com destaque para o e-mail e suas

ferramentas, pois até então este recurso era pouco utilizado pela comunidade escolar.

O uso do e-mail de maneira mais sistemática pelos participantes contribuiu para que

os mesmos explorassem outros recursos, como o envio de anexos, links, uso de

agenda eletrônica, arquivamento de documentos, etc.

A diversidade de profissionais participantes foi fundamental para o

enriquecimento do estudo e os debates durante as oficinas. Os diversos

conhecimentos e experiências profissionais dos mesmos contribuíram para a troca de

experiências durante os debates, bem como para o aprofundamento teórico-

metodológico durante as oficinas. O fortalecimento das ações coletivas se fazem não

apenas pelo olhar dos pedagogos, mas pelos demais componentes da comunidade

escolar.

A primeira oficina objetivou compartilhar com os participantes a forma como o

projeto estava organizado. Esta oficina também foi importante para levantamento dos

conhecimentos prévios que os participantes tinham sobre o uso das TIC’s na

educação. Para sua realização, os participantes tiveram que responder alguns

questionamentos sobre os conhecimentos que tinham, enviando suas respostas no e-

mail da coordenação.

Dentre estes questionamentos estavam: o que são TIC’s? Como você se

avalia no uso das TIC’s? Quais influências as TIC’s trazem para o processo escolar?

Como acontece o planejamento de ações e avaliação da ação educativa da escola?

De que forma as TIC’s podem colaborar com o fortalecimento do trabalho coletivo na

escola?

Após o debate sobre estas questões, os participantes assistiram a um vídeo

sobre a importância e o desenvolvimento da comunicação humana. Destaca-se que

esta oficina foi bastante produtiva por acentuar a importância da comunicação e do

diálogo no processo de fortalecimento do trabalho coletivo.

A segunda ação do projeto foi o estudo do Plano de Trabalho Docente e o uso

de tabelas em editor de textos. O PTD é um documento que organiza a ação educativa

do professor, em termos de seleção de conteúdos, objetivos, metodologias, recursos

metodológicos, critérios e instrumentos de avaliação.

No Colégio Estadual Mário Quintana o PTD é feito a cada semestre pelos

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professores das diferentes disciplinas. Coletivamente, a cada início de semestre, os

professores se reúnem para definir os conteúdos pertinentes a cada etapa e quais

objetivos se pretendem atingir, considerando para tanto as Diretrizes Estaduais para

a Educação Básica do Paraná, a Proposta Pedagógica Curricular (PPC) da escola e

o Projeto Político Pedagógico.

O Plano de Trabalho Docente é a expressão da Proposta Pedagógica Curricular, a qual, por sua vez, expressa o Projeto Político Pedagógico. O plano é a representação escrita do planejamento do professor. [...] ele contempla o recorte do conteúdo selecionado para um dado período. Tal conteúdo traz consigo essa intencionalidade traduzida a partir dos critérios de avaliação. Para que isso se efetive, o professor deve ter clareza do que o aluno deve aprender (conteúdos), por que aprender tal conteúdo (intencionalidade – objetivos), como trabalha-lo em sala (encaminhamentos metodológicos), e como serão avaliados (critérios e instrumentos de avaliação). A seleção de conteúdos, retomando, não é aleatória. Ela foi feita exatamente com base em alguma intenção, a qual é a expressão do Projeto Político Pedagógico, construído coletivamente pela comunidade escolar (TAQUES et. al., 2010, p.35).

Como tarefa a distância, os participantes analisaram um PTD4. Objetivou-se

com isso que os participantes avaliassem se na redação do documento professor

conseguia exprimir claramente quais os conteúdos a ser trabalhados, com que

objetivos, quais metodologias e recursos metodológicos foram adotados pelo

professor e quais critérios e instrumentos avaliativos haviam sido estabelecidos para

avaliar a aprendizagem dos alunos.

O resultado foi bastante polêmico, pois se percebeu que muitos professores

tinham limites na redação do documento, deixando confusos os seus elementos

constitutivos. Por consideram conhecimentos de extrema importância para o processo

educativo, os participantes sugeriram que a oficina fosse ampliada para os demais

professores da escola, o que aconteceu em forma de uma reunião pedagógica, onde

todos os professores e pedagogos da escola puderam estudar os elementos

constitutivos do PTD, sua importância e dialogar sobre maneiras de deixá-lo mais

acessível à comunidade escolar.

Destaca-se que, em muitos casos, a escola não acentua a importância do

PTD no processo educativo. Em muitos casos, os professores ainda elaboram o PTD

de maneira individualizada e como cumprimento de uma etapa burocrática do

4 Cada participante analisou um PTD de uma disciplina diferente da ministrada, no caso de ser professor.

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processo educativo. Ao tomar tal posicionamento a escola acaba por minimizar o

diálogo e o planejamento coletivo da ação educativa. Assim, a forma desenvolveu-se

esta ação contribuiu efetivamente para uma prática diferente na escola, superando

limites na produção e implementação do PTD.

A terceira ação discutiu o Conselho de Classe e o uso de Planilhas

Eletrônicas. Nesta oficina, foram analisados os resultados obtidos no ano de 2013

(aprovação, reprovação e evasão escolar) e como construir gráficos com o uso de

planilhas eletrônicas.

O conselho de classe se constitui como um importante elemento da

organização do trabalho pedagógico. Em suas reuniões, são analisados a ação

educativa, os resultados obtidos pelos alunos e meios de democratizar os processos

de ensino. Coletivamente e com a mediação dos pedagogos da escola, os professores

debatem questões sobre o processo de ensino e aprendizagem e traçam

encaminhamentos para a superação dos limites. No Colégio Estadual Mário Quintana

são realizadas quatro reuniões ordinárias de Conselho de Classe por ano, as quais já

estão previstas em calendário escolar.

A finalidade da reunião do Conselho de Classe, após analisar as informações e dados apresentados, é a de intervir em tempo hábil no processo ensino e aprendizagem, oportunizando ao aluno formas diferenciadas de apropriar-se dos conteúdos curriculares estabelecidos. É da responsabilidade da equipe pedagógica organizar as informações e dados coletados a serem analisados no Conselho de Classe. Ao Conselho de Classe cabe verificar se os objetivos, conteúdos, procedimentos metodológicos, avaliativos e relações estabelecidas na ação pedagógico-educativa, estão sendo cumpridos de maneira coerente com o Projeto Político-Pedagógico do estabelecimento de ensino. [...] constitui-se em um espaço de reflexão pedagógica, onde todos os sujeitos do processo educativo, de forma coletiva, discutem alternativas e propõem ações educativas eficazes que possam vir a sanar necessidades/dificuldades apontadas no processo ensino e aprendizagem (REGIMENTO ESCOLAR, Colégio Estadual Mário Quintana, 2012).

Apesar da importância do conselho de classe para a tomada de decisão

coletiva, muitos limites ainda acontecem. Nem sempre as reuniões de Conselho de

Classe contam com a participação de todos os professores. Isso porque muitos deles

trabalham em outras escolas, ficando complicado conciliar os horários. Mesmo assim,

os pedagogos e gestores procuram organizar as reuniões de modo que contemplem

a maior parte dos professores e buscam compartilhar as decisões tomadas,

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posteriormente, com aqueles que estavam ausentes.

No colégio, a organização pedagógica prevê o desenvolvimento de atividades

pré, durante e pós Conselho de Classe, com toda a comunidade escolar. Alguns temas

do Conselho de Classe ainda são bastante polêmicos, tais como: a participação da

família na escola, a tomada de decisão coletiva e a aprovação por conselho de classe.

Diante disso, a atividade a distância da oficina se configurou na leitura de um

texto que relatava a experiência de uma escola com o “conselho de classe

participativo”. Durante a parte presencial da oficina, os participantes assistiram a um

vídeo que tratou de uma reportagem sobre “Aprovação por Conselho de Classe”.

Após, foi debatido sobre o texto, o vídeo e as experiências positivas e negativas sobre

conselhos de classe.

Observou-se que os participantes ainda têm muitas dúvidas sobre a

aprovação por conselho de classe. Este é um tema muito polêmico, que ainda causa

muitas discussões entre a comunidade escolar. Salientou-se a necessidade de discutir

o assunto com os demais membros da comunidade escolar e sistematizar critérios

para a aprovação por conselho de classe, incluindo-os no projeto político pedagógico.

A quarta ação teve como tema Reunião Pedagógica e uso de apresentações

eletrônicas. Nesta oficina, ressaltou-se a importância do trabalho coletivo na escola e

como as reuniões pedagógicas podem contribuir para o aprofundamento teórico-

metodológico da comunidade escolar.

Na parte presencial da oficina, cada participante pode emitir sua avaliação

sobre as reuniões pedagógicas de que participou e a sua opinião sobre a necessidade

destas na escola. Como atividade prática, cada participante desenvolveu uma

apresentação de slides sobre um assunto de sua área de conhecimento, de modo a

aprender sobre a utilização de alguns recursos disponíveis para a produção dos

mesmos.

Esta oficina foi importante, pois os participantes destacaram que, em muitos

casos, as reuniões pedagógicas se constituem em espaços de discussão, análise,

avaliação e planejamento da ação educativa. De acordo com eles, as reuniões

pedagógicas são muito importantes para o fortalecimento do trabalho coletivo e por

possibilitar aprofundamento teórico-metodológico por parte da comunidade escolar.

A quinta ação precisou ser adaptada e outro assunto foi colocado para estudo.

Esta oficina teve como tema a produção de diferentes avaliações e atividades

adaptadas para alunos com necessidades educacionais especiais. A mudança

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ocorreu por solicitação dos participantes que gostariam de aprender o uso de recursos

das TIC’s para poder adaptar avaliações e atividades para o trabalho com alunos com

necessidades educacionais especiais.

Nesta ação, as professoras da Sala de Recurso Multifuncional colaboraram

na sugestão de recursos didáticos e de atividades adaptadas. Elas fizeram uma breve

explicação das características de alunos com dificuldades de aprendizagem que

frequentam a Sala de Recursos e quais as adaptações seriam necessárias para o

trabalho com estes alunos.

Nesta oficina os participantes puderam explorar mais recursos tecnológicos

disponíveis na escola, dos quais se destacam: editores de textos, planilhas

eletrônicas, apresentações eletrônicas, editores de imagens, conversor de vídeos e

músicas, entre outros.

A oficina foi considerada muito produtiva pela troca de conhecimentos entre

os participantes e por fomentar a necessidade de avaliações mais coerentes com as

características dos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem.

O conhecimento que dá conta da concepção de educação que pressuponha a compreensão de mundo em sua totalidade e em suas contradições, somente será aquele que for o produto do movimento histórico e social produzido e apropriado na totalidade, entendendo-o como a expressão dos condicionantes políticos, sociais, econômicos, culturais e históricos (TAQUES et. al., 2010, p. 33).

Neste sentido, a oficina se configurou um importante espaço de discussão e

análise do processo educativo não apenas pela troca de conhecimentos práticos, mas

por possibilitar a comunidade escolar compreender o aluno em suas dimensões

sociais, educacionais e culturais. Não basta garantir ao aluno o acesso à educação,

faz-se necessário a garantia de condições para a sua permanência e o seu êxito na

escola. A oficina contribuiu para a produção de atividades e avaliações que podem ser

usados com todos os alunos, independentemente deste ter mais ou menos

dificuldades na apropriação dos diversos conteúdos.

A sexta ação teve como tema o uso do software Windows Movie Maker para

a produção e edição de vídeos e músicas. Como atividade a distância os participantes

assistiram um vídeo e leram um texto tutorial sobre a utilização dos recursos do

software. Na atividade presencial, cada participante produziu um vídeo com os

recursos do software.

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O Windows Movie Maker é um software produzido pela Microsoft e integra o sistema operacional Windows. Nele o usuário pode criar, editar e visualizar seus vídeos. Além disso, o programa permite ao professor produzir material e estimular a autoria do aluno a fim de enriquecer suas aulas como alternativa a tradicional leitura do livro escolar ou à projeção de filmes ilustrativos na televisão sem objetivos definidos [...] Através do Windows Movie Maker, os alunos podem tornar-se os realizadores de filmes, criar os seus próprios argumentos, dramatizar um texto, criar histórias, tendo ao dispor vários cenários que podem ser utilizados a partir de diferentes perspectivas. Os alunos podem elaborar trabalhos originais e criativos respondendo às exigências curriculares (MOURA et. al., 2011, p.4-5).

De acordo com os participantes, a oficina foi bastante produtiva por se

constituir em um recurso que contribui para a organização de atividades expositivas,

tanto por parte de professores, quanto de pedagogos. Assim como outros softwares

disponíveis no mercado, o Windows Movie Maker contribui para deixar as aulas mais

atrativas com recursos audiovisuais. Tais recursos podem ser selecionados pelo

professor na produção de suas aulas, quanto pelos próprios alunos em atividades

como seminários, por exemplo.

Destaca-se que, independentemente do software a ser adotado pelo professor

para ministrar suas aulas, cada um deles possuem recursos que auxiliam na melhor

compreensão da temática estudada. Nem todas as pessoas aprendem do mesmo

modo, com os mesmos recursos e ao mesmo tempo. Por isso, o uso do Windows

Movie Maker pode e deve ser adotado pela comunidade escolar em suas diversas

atividades pedagógicas, seja como meios de melhoria do acesso aos conteúdos por

parte dos alunos, seja para divulgar as ações da própria escola para a comunidade

escolar.

Ainda contemplando a sexta ação, no encontro presencial os participantes

avaliaram o projeto. De acordo com eles, o projeto foi importante para a análise e a

avaliação da organização do trabalho pedagógico. Os mesmos destacaram que os

conhecimentos produzidos contribuíram não apenas para o trabalho dos pedagogos

no processo educativo, mas para toda a comunidade escolar. Os participantes

salientaram ainda a necessidade de continuidade do projeto para os próximos anos,

pois, de acordo com eles, os conhecimentos são necessários para o fortalecimento

do trabalho coletivo na escola.

Além das atividades previstas no projeto de intervenção pedagógica, a

sistemática do PDE ainda previu ações voltadas aos educadores da rede paranaense

de educação. Tais atividades aconteceram de forma on-line por meio de grupo de

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estudos denominado Grupo de Trabalho em Rede – GTR.

O Grupo de Trabalho em Rede - GTR é uma das atividades obrigatórias do PDE previstas no Plano Integrado de Formação Continuada do Programa, cujo objetivo é a socialização das produções do Professor PDE por intermédio da interação destes com os demais professores da Rede Estadual de Ensino. [...] Essa ação de tutoria envolverá o uso dos recursos disponíveis no ambiente, bem como encaminhamentos pedagógicos do seu GTR, para a avaliação do Professor Participante (PARANÁ, 2014, p.1).

Na implementação do GTR participaram dezessete pedagogos de diferentes

regiões do estado, os quais atuavam como membros de equipes pedagógicas,

gestores, professores de Sala de Recursos Multifuncional e membros dos Núcleos

Regionais de Educação (NRE).

As atividades desenvolvidas no GTR aconteceram na modalidade EAD

(Educação à Distância), por meio de uma plataforma interativa denominada Moodle.

Entre muitas ferramentas disponíveis nesta plataforma, foram utilizadas: fóruns, chats

e diários. O GTR foi estruturado em três temáticas: 1) Projeto de Intervenção

Pedagógica na Escola; 2) Produção Didático-Pedagógica; e 3) Implementação do

Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola. Cada uma destas temáticas foi

composta de material para estudo e atividades que o participante deveria desenvolver

na plataforma Moodle com a utilização das ferramentas Fórum e Diário.

O GTR é um importante meio para a formação continuada dos professores da

rede estadual do Paraná. O mesmo contribui para o aprofundamento teórico-

metodológico dos profissionais da educação, proporcionando discussões, análises e

reflexões sobre a prática de ensino. Destaca-se muitas contribuições com o GTR,

sobretudo a possibilidade de trocas de experiências entre os profissionais.

Considerações Finais

A articulação entre teoria e prática nos processos educativos não é uma tarefa

fácil. O processo educativo exige conhecimentos por parte da comunidade escolar e

consenso de ações. Faz-se necessário então que a organização do trabalho

pedagógico dê conta das contradições da realidade social, fortalecendo o trabalho

coletivo na escola e, consequentemente, os processos de implementação do projeto

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político pedagógico, o qual se constitui a expressão política e pedagógica da

educação escolar.

Neste sentido, muitas ações são necessárias no processo de democratização

da educação por parte da comunidade escolar. Dentre estas ações, destaca-se o

fortalecimento do trabalho coletivo, a gestão das informações e a melhoria da

comunicação na escola. Quando a comunidade escolar conhece a realidade e pode

contribuir para a superação de limites, se fortalecem as ações e se democratiza o

processo de ensino e aprendizagem.

A escola se constitui como um espaço de diversidade e de contradições. Ela

é uma instituição que busca a inclusão em uma sociedade capitalista onde privilegiam-

se processos de exclusão e de individualidade. Assim, a educação escolar pode estar

a serviço da fragmentação da cultura e dos conhecimentos, contribuindo com a

exclusão, ou, ao contrário disso, promover formas para a emancipação por meio da

democratização de conhecimentos.

Na escola o pedagogo desempenha um papel fundamental nos processos de

articulação das ações da comunidade escolar. Por vezes, sua função acaba por ser

secundarizada na medida em que se reduz as suas ações apenas ao cumprimento de

funções burocráticas, resolução de problemas de indisciplina, supervisão dos

processos de ensino e comunicação dos problemas de aprendizagem a comunidade

escolar.

A função do pedagogo no processo educativo vai muito além disso. É ele o

responsável pela mediação dos processos de ensino e aprendizagem, bem como pela

interação entre a escola e a comunidade. Assim, a melhoria de sua ação na escola

torna-se imperativo para a democratização da educação.

Partindo destes pressupostos, o trabalho de intervenção pedagógica

desenvolvido buscou meios para fortalecer a comunicação e o trabalho coletivo na

escola, mediado pelo uso de TIC´s. Durante o processo, observou-se que quando se

trata do uso de TIC´s na escola muitos entraves ainda são postos. Assim, como há

educadores que incentivam o seu uso como recursos metodológicos, há outros mais

temerosos que são mais resistentes ao seu uso, até pela falta de domínio de suas

ferramentas.

Por outro lado, vive-se um momento de intensas transformações tecnológicas,

culturais, sociais e econômicas na sociedade. As contradições que estas

transformações trazem para o espaço escolar são incontestáveis. Por isso, pensar

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formas de utilização das TIC´s para a democratização do processo de ensino e

aprendizagem, torna-se fundamental na contemporaneidade. No momento não é

pertinente discutir se as TIC´s são ou não necessárias na escola. Mas em pensar

como elas podem contribuir na prática pedagógica.

A implementação do projeto na escola contribuiu para a avaliação da prática

pedagógica. Observou-se que muitos elementos que constituem a organização do

trabalho pedagógico ainda precisam ser estudados por parte da comunidade escolar.

Isso porque a educação é um processo coletivo de tomada de decisões e de ações

por parte da comunidade escolar.

Por fim, destaca-se que as TIC´s não substituem o importante trabalho dos

professores e dos pedagogos dentro de uma escola. Elas se constituem como

recursos que podem e que devem ser usados para a melhoria da comunicação e

fortalecimento do trabalho coletivo. Princípios fundamentais para a implementação do

projeto político pedagógico da escola e democratização da educação.

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