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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Page 1: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA …...MOVIMENTO PARA MINIMIZAR A VIOLÊNCIA NA ESCOLA: Lei 11.340/2006 e Lei 10.639/08 PIAZZA, Maristela Aimone1 STINGHEN, Fábio Mucio.2

Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

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ARTIGO/PDE

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professora PDE: Maristela Aimone Piazza.

Professora Orientadora: Fábio Mucio Stinghen.

Área/Disciplina: EDUCAÇÃO FÍSICA.

NRE: Curitiba.

Escola para Estudo: Colégio Estadual Ivan Ferreira do Amaral Filho.

Público Alvo: 6ºs anos e 8ºs anos do Ensino Fundamental.

CAMPINA GRANDE DO SUL – PR.

2014

PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

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MOVIMENTO PARA MINIMIZAR A VIOLÊNCIA NA ESCOLA: Lei 11.340/2006 e

Lei 10.639/08

PIAZZA, Maristela Aimone1 STINGHEN, Fábio Mucio.2

Colégio Estadual Ivan Ferreira do Amaral Filho – Ensino fundamental e Médio. Núcleo Regional da Educação área Metropolitana Norte.

RESUMO

Este artigo tem como tema o “Movimento para minimizar a violência na escola: Lei 11.340/2006 e Lei 10.639/08” e título “Violência Escolar”, cujo objetivo geral era oferecer aos alunos do 6º ano do ensino fundamental, ferramentas e orientações para um convívio sem violência, com adoção de atividades dirigidas no intervalo. Visto que esse é o momento de grande concentração entre os estudantes, para um convívio pacífico e criativo. Para tanto, foi preciso: Levantar dados com a comunidade escolar sobre a violência cotidiana; entender a disciplina EDUCAÇÃO FÍSICA como ferramenta de inclusão social, econômica e cultural; compreender como a atividade física aplicada nas aulas de Educação Física pode minimizar a violência. O que exigiu um encaminhamento metodológico baseado na observação a análise do Colégio; questionários para pais, alunos, funcionários e professores; implementação do projeto e trabalho desenvolvido com os estudantes por meio da produção didática. Diante disso conclui-se que a EDUCAÇÃO FÍSICA por si só não dará conta de atender o colegiado, é preciso um trabalho em equipe, contando com a colaboração de todos os envolvidos, pais, alunos, funcionários, gestores, equipe e professores, para que se promova a cultura da paz, para que se supere o quadro de violência muitas vezes presenciadas. As atividades dirigidas demonstraram isso no decorrer de sua aplicação, pois, todos os segmentos contribuíram durante as atividades de forma significativa e os estudantes tiveram boa participação, seus comportamentos foram aos poucos tomando novos rumos, aprenderam a conviver com o outro, a respeitar, a dar valor no ensino, no professor, enfim, tiveram um novo comportamento, provando que com pequenos incentivos é possível transformar uma realidade, em especial se ela for negativa.

Palavras-chaves: Violência escolar; Convívio sem Violência; Atividades Dirigidas; EDUCAÇÃO FÍSICA; Jogos Lúdicos.

ABSTRACT

This article is to have "" Motion to minimize school violence: Law 11.340 / 2006 and Law 10,639 / 08 "and the title" School Violence ". The general goal was to offer the students of the 6th year of primary education, tools and guidelines for coexistence without violence with the adoption of activities aimed at halftime. Since this is the time of great concentration among students, to peaceful coexistence and creative. Thus, it was necessary: To obtain data with the school community about the everyday violence; Understanding the Physical Education subject as social, economic and cultural inclusion tool; Understand how physical activity applied in physical education classes can minimize violence. What required a routing methodology based on observation analysis of the college; questionnaires for parents, students, staff and faculty; project implementation and work with students through didactic production. Thus it is concluded that physical education alone will not meet the college account, it takes a team effort, with the cooperation of everyone involved, parents, students, staff, administrators, staff and teachers to it promotes a culture of peace, which exceeds the framework of violence often witnessed. Activities directed it demonstrated during its implementation, because all segments during activities

1 Professor da Educação Básica há 17, pós-graduada em Educação especial. E-mail: [email protected]. 2 Professor Orientador IES, vinculada a UTFPR – Doutor.

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contributed significantly and the students were well attended, their behaviors were slowly taking new directions, learned to live with each other, to respect the give value in teaching, teacher, finally had a new behavior, proving that with small incentives can become a reality, especially if it is negative.

Keysword: School violence; Coexistence without violence; Directed activities; Physical

education; Playful games.

1. INTRODUÇÃO

Muito comum no cotidiano é à quantidade de informações que se

recebe sobre violência, sejam ela físicas ou morais, e esse paradigma esta

afetando o convívio escolar, a relação professor/aluno e aluno/aluno.

A violência escolar é presenciada cada vez mais no contexto

escolar. Para Rosa (2013, p.145)) “A violência no ambiente escolar é um

problema complexo e sua resolução requer a participação efetiva de todos

os envolvidos: professores, alunos, gestores, comunidade escolar, família e

sociedade”. O autor salienta que tanto os agressores como os agredidos se

desligam dos estudos. Além de acarretar problemas que compromete o

desenvolvimento dos educandos para o convívio em/na sociedade.

A justificativa deste estudo foi por conta de que a violência está

sendo gerada pela falta de limites, respeito ao próximo e a si mesmo, falta

de companheirismo, cooperativismo, amizade, integração entre o todo

(direção – equipe pedagógica – corpo docente – alunos – funcionários- etc.)

diferenças sociais, culturais, psicológicas, experiências de frustrações,

diferenças de personalidades, competição, dentre outros.

A multidisciplinaridade é a proposta de superação para uma escola sem

violência. Muitas são as definições e multidisciplinaridade é um sinônimo de

pluridisciplinaridade, mas Chaves (2013) define que Multidisciplinaridade ocorre

quando “a solução de um problema torna necessário obter informação de duas ou

mais ciências ou setores do conhecimento sem que as disciplinas envolvidas no

processo sejam elas mesmas modificadas ou enriquecidas”.

Assim é possível perceber que uma disciplina precisa da outra,

através do diálogo nas salas de aula, aulas sobre valores. Uma ação

conjunta com a direção e equipe pedagógica, junto com a patrulha escolar o

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monitoramento das entradas e saídas dos alunos, promover palestras,

reuniões de pais, teatros.

A EDUCAÇÃO FÍSICA inserida nesta equipe escolar, - Segundo as

Diretrizes Curriculares “O ensino da EDUCAÇÃO FÍSICA esportiva é mais do

que uma prática esportiva e transmissão de habilidades e técnicas, portanto,

deve incluir uma reflexão crítica nas aulas”. Na prática esportiva,

combatemos o preconceito racial e/ou étnico, discriminando gêneros,

violência moral decorrente de singularidades entre o grupo.

SEED (2008, p. 67) propõem uma adoção das práticas que

envolvam jogos, brinquedos e brincadeiras como conteúdo estruturante da

EDUCAÇÃO FÍSICA, afirmando que “compõem um conjunto de possibilidades

que ampliam a percepção e a interpretação da realidade, além de intensificar

a curiosidade, o interesse e a intervenção dos alunos envolvidos nas

diferentes atividades”. Segundo Kishimoto (2005), a inserção do jogo no

contexto escolar é ainda bastante sutil, evidenciando duas importantes

funções para ele, quando utilizado como elemento pedagógico, sendo uma a

dimensão lúdica, ligada à diversão e ao prazer e a outra, como complemento

do conhecimento oferecido ao indivíduo.

Através de brincadeiras que já são conhecidas da sociedade, mas

que merecem ser resgatadas. As brincadeiras populares são transmitidas

espontaneamente, de geração em geração, fazendo parte da vida social das

crianças, das quais se participa por prazer, assim resgatando valores.

Segundo Marcelino (2003, p. 31):

Reencontrar o lúdico, entender seu valor revolucionário, torna-se

imperativo se deseja preservar os valores humanos no homem. Da

mesma forma, através dele podemos resgatar a criatividade,

ousando experimentar o novo, acordar do estado vegetativo

improdutivo, disfuncional, do corpo ou da mente e escolher tornar-

se homem, resistindo às experiências de vida desumanizadas,

acreditando em si, em suas ideias, sonhos e visões, elementos

entre outros, percebidos como intrínsecos dos homens e da

humanidade.

É por meio das situações de brincadeira que se podem desenvolver

os vínculos afetivos e sociais positivo para, assim, poder-se viver em grupo e

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encontrar uma forma única ou principal de instrumentalizar a educação para

a vida. A utilização deste meio lúdico permite criar um ambiente atraente e

gratificante, que vai ao encontro das expectativas de superação da criança e

do adolescente, servindo como forma de estímulo para que a criança tenha

um desenvolvimento integral, conforme evidencia CERRI (2001).

E a escola precisa repensar suas atitudes e seus valores, os

professores necessitam de um ambiente isento da violência para atingir

com o conhecimento os alunos.

As técnicas de ensino e aprendizagem precisam ser revistas e

modeladas frente às novas necessidades da sociedade, pois a mesma

passa por um período conturbado de falta de identidade. Falta do respeito

às instituições culturalmente estabelecida, e a escola se enquadra neste

parâmetro, é que se apresenta o lúdico como um atrativo importante para

tornar o dialogo entre a escola e as comunidades mais próximas.

É por meio das situações de brincadeira que se podem desenvolver

os vínculos afetivos e sociais positivo para, assim, poder-se viver em grupo

e encontrar uma forma única ou principal de instrumentalizar a educação

para a vida.

Percebe-se no dia a dia dos educandos, a angústia frente á violência

de todas as linhas, e da fragilidade com que a comunidade escolar se

apresenta ao enfrenta-la; estão reféns de uma sociedade doente e que

precisa de ajuda.

É papel de a escola proporcionar um ambiente educacional voltado

para a formação desse cidadão que modificará a sociedade, então cabe aos

educadores refletirem suas posturas pedagógicas, e elaborar planos de ação

que se quebrem esse círculo vicioso entre juventude e violência.

A utilização deste meio lúdico permite criar um ambiente atraente e

gratificante, que vai ao encontro das expectativas de superação da criança e

do adolescente, servindo como forma de estímulo para que a criança tenha

um desenvolvimento integral, conforme evidencia.

Para melhor compreensão, este artigo está dividido em introdução,

desenvolvimento,

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2. DESENVOLVIMENTO

Partindo da definição da disciplina de EDUCAÇÃO FÍSICA e do

Programa de Educação para Crianças e Jovens em Situação de

Vulnerabilidade Social, promovido pela UNESCO, disponível no caderno

“Abrindo espaços: educação e cultura para a paz” das autoras Marlova

Jovchelovitch Noleto, Mary Garcia e Miriam Abramovay. No item: 4.1.1. Rio

de Janeiro – O Programa Escolas de Paz, uma experiência “para o combate

à violência no Estado, estimulando debate e mobilização social sobre o

papel da educação, da cultura, do lazer e do esporte associados à oferta de

programas de cidadania” (NOLETO, CASTRO & ABRAMOVAY, 2013, p.57).

Na verdade o que se pretende é de pequeno alcance, não envolver

o estado, mas começar pelas instituições de ensino. Assim, pretende-se

oferecer aos alunos do 6º ano do ensino fundamental, ferramentas e

orientações para um convívio sem violência com adoção de atividades

dirigidas no intervalo. Visto que esse é o momento de grande concentração

entre os estudantes, para o convívio pacífico e criativo.

2.1 A VIOLÊNICA ESCOLAR E A EDUCAÇÃO FÍSICA

2.1.1 VIOLÊNCIA ESCOLAR

É difícil definir o que venha a ser a violência escolar, visto que a

mesma está ligada ao contexto histórico e social de cada indivíduo e na

escola há uma mistura desses contextos.

Pereira e Williams (2013, p.47) definem alguns dos determinantes da

violência escolar:

Somente para enunciar alguns: há os que se referem a

características do indivíduo (constituição genética, sexo, idade,

etnia, história de vida, dinâmica familiar), os que se referem às

características da instituição escolar (localização, instalações

físicas, recursos humanos disponíveis, método de ensino

empregado, ideologias predominantes, histórico da instituição,

etc.) e os que envolvem aspectos da sociedade na qual a

instituição escolar se insere (democrática ou não, com maior ou

menor desigualdade socioeconômica, com ou sem igualdade de

gênero e de etnia, entre outras).

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Além das condições históricas e sociais dos indivíduos, o contexto

escolar também influencia, pois, já que possui alunos com diferentes experiências

de vidas.

A escola é o espaço de ensino e aprendizagem. Na escola aprende-se

com o convívio, a relação, os conteúdos, enfim, tudo que é necessário para o

desenvolvimento pleno do indivíduo para a vida.

Na escola o aluno também desenvolve (ou não) varias capacidades, tais

como ouvir, negociar, ceder, participar, cooperar, perseverar e,

desenvolver autodisciplina e responsabilidade. Essas capacidades são

fundamentais para o êxito do ser humano. Êxito não pode ser entendido

apenas nos campos profissional e financeiro, mas sim, em todas as

esferas da vida. (MILANI, 2013, p.1)

Pode-se dizer assim, que a escola faz parte da vida, para a vida. Mas

deve-se sempre questionar sobre a educação dos estudantes. Milani (2013, p.1)

salienta:

Estamos preparando os nossos adolescentes para viver de forma plena,

consciente, critica e solidaria, exercendo a sua cidadania numa

sociedade globalizada? Ou será que estamos atrelados ainda a um

modelo de informações que precisam ser repassadas, de conteúdos que

precisam ser aprendidos? É claro que o conteúdo formal e muito

importante e necessário, mas será que a felicidade e menos importante?

Onde é que entra a integralidade do ser humano? Quando e que vamos

nos dar conta disso?

Pertinentes para serem repensadas pelos educadores, escola, direção,

enfim, todos os envolvidos no contexto escolar, já que a escola é palco para o

ensino e o desenvolvimento humano.

A escola é fundamental para o pleno desenvolvimento do indivíduo,

devendo ser um dos contextos sociais que estimule as habilidades

intelectuais, as habilidades sociais e a absorção crítica dos

conhecimentos produzidos em nossa sociedade. A escola deve ser

importante no tempo presente e no tempo futuro, sendo referência para o

aluno de um local seguro, prazeroso e no qual ele pode se conhecer,

conhecer aos seus próximos e a sociedade em que vive, projetando

como quer atuar no mundo. (PEREIRA & WILLIAMS, 2013, p.47)

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O termo desenvolvimento deve ser definido para não se confundir com

crescimento. Por desenvolvimento entende-se como um processo evolutivo de

amadurecimento progressivo, de maturação, seja orgânico ou funcional.

Na fase da criança à adolescência, encontra-se o desenvolvimento e

crescimento conjuntamente, demonstrando dessa forma a complexidade orgânica

e funcional do corpo que cresce e se desenvolve harmonicamente como uma

entidade integral.

Não se pode de uma forma geral, separar nitidamente o desenvolvimento

dos vários setores: mental, intelectual, emocional e social, embora possa haver

em certos casos características causadas por déficits neste ou naquele setor

determinado.

A fase da adolescência (que se considera compreendida entre a infância

e o estado adulto) representa para a criança um período de luta, de

aprimoramento não só físico como psicológico. Pois, aproxima-se o indivíduo do

objeto primordial da vida humana: a integração social no grupo.

Diante disso, a educação física escolar tem um papel fundamental nesse

processo, o de possibilitar ao indivíduo o desenvolvimento significativo para que o

mesmo possa conviver na sociedade.

2.1.2 EDUCAÇÃO FÍSICA

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em seu artigo

26, parágrafo 3º, dispõe que “A EDUCAÇÃO FÍSICA, integrada à proposta

pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da Educação Básica,

ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar.

As Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná, Educação

Física, SEED (2008, p.50) propõe-se:

(...) que a EDUCAÇÃO FÍSICA seja fundamentada nas reflexões sobre as necessidades atuais de ensino perante os alunos, na superação de contradições e na valorização da educação. Por isso, é de fundamental importância considerar os contextos e experiências de diferentes regiões, escolas, professores, alunos e da comunidade.

Propondo ainda os seguintes elementos articuladores: • Cultura Corporal

e Corpo; Cultura Corporal e Ludicidade; Cultura Corporal e Saúde; Cultura

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Corporal e Mundo do Trabalho; Cultura Corporal e Desportivização; Cultura

Corporal – Técnica e Tática; Cultura Corporal e Lazer; Cultura Corporal e

Diversidade; Cultura Corporal e Mídia.

Estes apontamentos devem ser pensados nas práticas de educação física

nas escolas públicas do Paraná.

A EDUCAÇÃO FÍSICA é parte do projeto geral de escolarização e, como tal, deve estar articulada ao projeto político-pedagógico, pois tem seu objeto de estudo e ensino próprios, e trata de conhecimentos relevantes na escola. Considerando o exposto, defende-se que as aulas de EDUCAÇÃO FÍSICA não são apêndices das demais disciplinas e atividades escolares, nem um momento subordinado e compensatório para as “durezas” das aulas em sala. (SEED, 2008, p.50)

O docente desenvolve seu trabalho em diferentes locais, seja na quadra

esportiva, no contexto escolar, de diferentes momentos pedagógicos e didáticos.

Independente da área em específico, seja docente em educação física ou demais

disciplinas, tem-se uma bagagem de conhecimento científico, que servira para a

formação intelectual do educando, favorecendo ou auxiliando na sua formação

humana. Este procedimento será contemplado na abordagem de seus conteúdos

e específicos e estruturante, formando um indivíduo crítico e atuante na

sociedade. Inclusive sua cultura corporal e intelectual. Esses pressupostos se

expressam no trato com os conteúdos específicos, tendo como objetivo formar a

atitude crítica perante a Cultura Corporal, sendo necessário o conhecimento

científico e a vivência dentro do contexto escolar e fora dele.

Deste modo, tenta-se encontrar dentro das instituições de ensino, novas

atuações, superando toda a negatividade ao longo dos anos. Onde a escola deve

assumir seu verdadeiro papel. Favorecendo um ambiente de ensino e

aprendizagem, científico e de/para a vida. Aproximando o estudante ao

conhecimento produzido e reproduzido pela sociedade, inclusive no que se refere

às práticas exercidas pelo corpo, seja ela histórica, ou social, e por que não

política.

O que na verdade representa formas inovadoras dentro das teorias e

metodologias pertinentes ao ensino de educação física. No entanto, ainda leva

muitos educandos a repensarem sobre suas aulas, no tange aos métodos,

conteúdos e avaliações. Introduzindo novas abordagens em como se vê o corpo e

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seu movimento. Isso implica mudanças, pois deve-se ir além do que se propõe o

ensino tradicional, mas valorizar a sua prática superando o tradicionalidade.

Sendo assim, tais consequências na prática pedagógica vão para além da

preocupação com a aptidão física, a aprendizagem motora, a performance

esportiva, etc.

A educação física tem por finalidade auxiliar o homem a edificar sua

personalidade e integrar-se de maneira criativa e criadora no mundo em que se

vive. De modo a transformar e/ou modificar o seu meio. Assim, o estudante deve

buscar a sua potencialidade nas aulas de educação física, visando a sua

transformação.

Para Teixeira e Pini (1978) o trabalho com a EDUCAÇÃO FÍSICA escolar,

iniciou-se desde cedo. Ao nascer a mãe já exercitava sua criança, durante

massagens, contatos, estimulando o andar, o engatinhar, entre outros. E ir

gradativamente aumentando os exercícios, durante as brincadeiras, em diferentes

momentos da vida. Durante a maturidade e inclusive durante a velhice. Os

autores salientam sobre essa importância em seu livro há 33 anos, ainda hoje

esse fato é de extrema importância.

O professor de EDUCAÇÃO FÍSICA está perfeitamente a par dos mais

modernos métodos e sistemas educacionais, ligados a sua especialidade.

Já Brachat, et al (2005) colocam que a prática pedagógica em educação

física enfrenta inúmeros problemas, tais como as condições de trabalho, que vai

desde o contrato, salários e materiais disponíveis. Outro problema é o espaço

escolar, cada escola disponibiliza de espaço para a realização das aulas de

EDUCAÇÃO FÍSICA. A formação docente é outro fator, esta vai da graduação ate a

formação continuada. Esta é fundamental, pois o docente bem preparado

desenvolverá um excelente trabalho, visto que disponibilizará em suas aulas além

os estudos teóricos, inserindo novos métodos de ensino, contemplando o ensino

e a aprendizagem escolar.

Hoje é sabido a grande quantidade de instituições de ensino superior

ofertando cursos em EDUCAÇÃO FÍSICA, porém, não é assegurado a garantia e a

presença de um professor de educação física qualificado e habilitado, nas escolas

de ensino fundamental e médio.

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Mesmo com a formação, há docentes que defendem ainda o ensino

tradicional de educação, há também aqueles que buscam formas inovadoras de

ensino. Diante disso, deve-se inserir diferentes métodos de ensino centrados em

conteúdos que tenham resgates culturais, de formação física e mental, de valores,

de raciocínio, entre outros.

Nessa perspectiva, a ideia de resgatar a disciplina de EDUCAÇÃO FÍSICA no

ensino fundamental e médio é urgente, para que de fato seja desenvolvida a sua

função e objetivos da disciplina, de forma inovadora. Explorando no educando o

desenvolvimento de valores, da criticidade, da ética, do cognitivo, da emoção, da

razão, em suma, o desenvolvimento de suas potencialidades.

Entra aqui a necessidade de se criar um projeto que visa o combate a

violência escolar, oferecendo ferramentas e orientações para um convívio sem

violência com adoção de atividades dirigidas no intervalo, de forma que os

estudantes tenham um convívio pacífico e criativo.

3. TRABALHO NO GTR

O Grupo de Trabalho em Rede apresentou três temáticas: Temática 1 -

“Projeto de intervenção Pedagógica”; Temática 2 - “Produção Didática

Pedagógica”; Temática 3 - “Implementação do Projeto”.

Na temática 1, os professores cursistas tomaram conhecimento sobre o

projeto e discutiram sobre o projeto. Ficou claro que ambos os docentes gostaram

do projeto, uma vez que se tratava de exigências dentro das instituições de

ensino o qual faziam parte. Contribuíram de forma significativa no Diário 1 e

Fórum 1, evidenciando que a violência não era um assunto apenas na escola em

questão, mas em muitas escolas do Paraná.

Na temática 2, foi disponibilizada para os professores cursistas a

Produção Didática Pedagógica, contendo três unidades, compostas por diferentes

atividades. Os docentes afirmaram que a produção poderia ser trabalha na

escola a qual faziam parte, pois, as atividades eram bem lúdicas e diferenciadas,

não eram cansativas e as metodologias empregadas proporcionavam

encaminhamentos condizentes com a prática sugerida.

Na temática 3 foi apresentado o Cronograma das Ações da

implementação. No Fórum focaram que a intervenção seguiu um cronograma que

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contemplasse todos os segmentos da escola e as atividades tiveram organização

e sistematização. Os colegas docentes sugeriram que o projeto fosse destinados

também para aos estudantes do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, para que o

índice de violência nas escolas fossem reduzidos e até mesmo eliminados. No

Fórum "Vivenciando a prática" tive-se excelentes sugestões de atividades e

experiências, os professores não aplicaram nenhuma atividade da produção

didática, mas seguiram a sua intenção, que é a de superar o quadro de violência

vivenciados em suas escolas.

Em suma, noto-se que os professores se preocupam em como está o

andamento e o comportamento dos estudantes, procurando, de alguma forma,

contribuir para o sucesso deles, ampliando as diversas potencialidades dos

mesmos e tenham condições de intervir de forma significativa em seu

aprendizado. E o projeto e a produção contribuíram no enfrentamento a violência

em suas escolas.

4. RESULTADO E DISCUSSÕES

Após a aplicação dos questionários com os alunos, professores e com os pais,

conseguimos as seguintes respostas:

QUESTIONÁRIOS PARA OS PAIS:

Em sua opinião, por que alguns alunos não respeitam os professores?

Falta de respeito em casa – 25%

Falta de diálogo professor/aluno – 50%

Falta de punição – 25%

Você conhece alguém que já desistiu de estudar porque sofreu violência na

escola?

SIM – 60%

NÃO – 40%

Em sua opinião, em relação aos anos anteriores, a violência:

Aumentou – 100%

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Manteve o mesmo nível – 0%

Diminuiu – 0%

Não existe na escola -0%

Não respondeu – 0%

Com esses argumentos é possível visualizar uma constante problemática

nas escolas – a violência – que mesmo os pais sentem dificuldade de orientar e

controlar. O controle primário que acontece nas famílias já não acontece com a

mesma intensidade, talvez pela necessidade produtiva dos responsáveis que os

fazem ausentarem-se a maior parte do tempo de suas residências e com isso os

distancia dos filhos.

A escola não consegue sozinha impor uma educação pacifica e sofre com

essa consequência.

DOS PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS

Você considera que as agressões e conflitos nas escolas, na atualidade, são

um problema:

Sim – 100%

Não – 0%

2. Qual porcentagem aproximada de seu tempo escolar (aula) é utilizada em

temas relacionados com indisciplina e os conflitos em sala de aula:

Menor de 20%21 – 0%

Entre 21% e 40% - 0%

Entre 41% e 60% - 10%

Mais do que 60% - 90%

Não tenho problemas de indisciplina – 0%

3. Quando ocorre um conflito ou um caso de indisciplina na sala de aula (de

caráter leve , apesar de repetido), como você age habitualmente:

Manda o aluno para fora da sala – 0%

Conversa com o aluno em particular – 40%

Separa-o dos demais na sala de aula – 0%

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Ignora e continua a aula – 0%

Informa a equipe pedagógica – 60%

Não tenho conflitos e indisciplina em minha aula – 0%

4. Você acha que a adoção de medias conjunta desde o início do ano ajuda

na solução da indisciplina e ou violência?

Sim, desde que envolva todos os professores – 25%

Dependem das medidas adotadas – 25%

Sim, mas envolvendo também a família – 25%

Dependem do apoio da direção e equipe pedagógica – 25%

Não -0%

5. Indique a solução que considera mais apropriada para resolver os

conflitos na escola:

Melhorar o clima da escola – 0%

Aplicar sanções rígidas – 0%

Incluir o tema de indisciplina na proposta pedagógica – 0%

Priorizar a convivência como objetiva do projeto educacional – 80%

Não há solução, os professores estão indefesos - 0%

Outros........................................... ( conscientizar a importância do papel dos pais

dentro da escola ) – 20%

6. As agressões e os abusos entre os alunos são o problema-chave da

convivência escolar?

Concordo muito – 90%

Concordo mais ou menos – 0%

Concordo um pouco – 0%

Não concordo – 10%

7. Tipos de agressões mais freqüência entre os alunos:

Físicas -30%

Verbais (insultos ameaças, apelidos) – 50%

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Isolamento, rejeição – 10%

Chantagens, roubos – 10%

Não existem agressões relevantes -0%

8. Causa mais comum entre os alunos que provocam as agressões da

pergunta anterior?

Não há agressões – 0%

Racismo, intolerâncias – 40%

Gênero – 10%

Personalidade, caráter, apelidos – 20%

Posição social, roupas, etc. – 30%

Outros_____________________ 0%

9. Quando e onde ocorrem com maior freqüência as agressões e as

intimidações entre os alunos?

Recreio – pátio – 60%

Entrada e saída da escola – 30%

Na sala – aula – 5%

Corredores – troca de professor – 5%

Em qualquer lugar – 0%

10. Os conflitos que ocorrem com maior frequência envolvem:

Alunos que atrapalham a aula – 10%

Agressões, gritos. – 40%

Desrespeito aos professores – 30%

Vandalismo – 10%

Conflitos entre professores – 10%

Outros______________ - 0%

11. Nos últimos anos, você sofreu alguma agressão por parte de alunos:

Agressão física – 10%

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Verbal – 30%

Destruição de objetos – 20%

Ameaças, intimidação, fofocas – 40%

Nenhuma 0%

Outros_____________________ 0%

12. Sobre o Estatuto da criança e adolescente e o relacionamento com os

alunos:

Já li o estatuto e conheço as normas – 20%

Já li, mas não me lembro das normas – 0%

Conheço o estatuto e aplico e respeito as normas – 80%

Ainda não li o Estatuto – 0%

Não tive nenhuma capacitação sobre o Estatuto e aplicação na sala de aula – 0%

13 - Em sua opinião, em relação aos anos anteriores, a violência:

Aumentou – 100 %

Manteve o mesmo nível – 0%

Diminuiu – 0%

Não respondeu – 0%

14 - Prováveis causas da violência na escola:

Família desestruturada – 60%

Falta de incentivo por parte dos pais – 10%

Falta de religiosidade – 10%

Falta de limites – 10%

Falta de perspectiva de futuro – 10%

15 - Em sua opinião, por que alguns alunos não respeitam Os

professores/funcionários.

Provavelmente não respeitam as famílias e amigos – 10%

Famílias desestruturadas – 60%

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Falta de limite - 10%

Falta de respeito por parte dos profºs e funcionários – 10%

Falta de atitude dos pais e professores – 10%

16-Em relação à indisciplina dos alunos, podemos considerar:

Suportável – 0%

Assustadora – 100%

Incontrolável – 0%

Aos professores, funcionário e a escola restam à tentativa de orientar

alunos através de suas atividades e ações, mas nem sempre isso surte um efeito

positivo. Afinal essa cultura violenta e agressiva já vem do ambiente externo á

escola, que está sem controle, que não há padrão em contrário.

A escola tem conseguido elaborar projetos coletivos, envolvendo várias

áreas e procurando ter um discurso consonante, um referencial único de conduta,

mas que depende diretamente de condutas coletivas e continuas.

Os professores que, na grande maioria, tem a violência presente no seu dia

a dia escolar, podem não estar preparados para esse cenário atual, por

consequência, ações conjuntas se fazem necessárias, e isso envolvem as

famílias e a comunidade.

RESPOSTAS DOS ALUNOS

1.Você já tinha ouvido falar sobre violências nas escolas antes do projeto?

Não – 0%

Sim – Pela mídia - 50%

Sim – Por comentários na escola – 50%

2. Como você avalia o problema da existência de violências na escola?

Grave - 80%

Não interferem na aprendizagem – 10%

Não preocupa -10%

3. Você sabia diferenciar antes do projeto ato de violência de indisciplina

(incivilidade)?

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Sim – 10%

não - 80%

mais ou menos – 10%

4. Você já praticou ato de violência na escola?

Sim – 80%

Não – 20%

5. Você já praticou ato de incivilidade na escola?

Sim – 80%

Não – 20%

6. Já foi vitima de incivilidade ou violência na escola?

Sim – 80%

Não – 20%

7. Você acha que é necessário discutir a violência na escola?

Sim – 100%

Não – 0%

8. Indique pelo menos 03 (três) situações que você acredita que mais podem

gerar violência ou incivilidade na escola?

Tráfico ou uso drogas – 5%%

Discussões entre os colegas – 20%

Falta de diálogo entre os alunos - 20%

Falta de diálogo entre professores e alunos – 20%

Falta de uma maior participação da direção junto aos alunos – 20%

Atritos por causa de namoro – 15%

A resposta dos alunos nos dá o panorama que vivemos dentro das escolas,

pois essa violência é percebida pelos próprios alunos, que por suas anotações,

aparecem como situações normais e cotidianas para eles.

Essa situação representa apenas uma amostra da comunidade em que

eles estão inseridos, em que as situações de incivilidade e de agressões diversas,

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acontecem cotidianamente, dando um aspecto de normalidade á população que

convive com isso, ou seja, parece normal ser violento e ilegal.

Nossos Alunos, professores, pais e comunidade, estão pedindo socorro

neste contexto VIOLÊNCIA ESCOLAR. Nossas crianças, adolescentes e jovens,

se encontram sem limites, regras, agressivos, indisciplinados, não tem respeitos

com os mais velhos, começando com a falta de educação, obediência, respeito

pelos pais, é aí que a nossa sociedade se encontram desestruturada, violenta,

sem limites. Muitos pais estão sem saber onde recomeçar, o que fazer como

fazer!

5. CONCLUSÃO

A violência escolar é presenciada independente se a escola é pública ou

privada, se tem um número reduzido ou ampliado de alunos, se é na zona rural ou

urbana. Enfim, ela ocorre em menor ou maior grau a depender dos envolvidos.

Para tanto, necessita de intervenção logo que isso ocorrer, porém, deve-

se ter claro o que é violência e se de fato o aluno está apresentando um quadro

de violência (físico ou neurológico)

O professor, equipe pedagógica e direção, além dos pais, devem

trabalhar em equipe para que a violência escolar seja de fato superada. Sendo o

diálogo, a afetividade, o respeito mútuo, a cooperação, etc., auxiliadores para

minimizar a violência e até superá-la. Mas somente uma disciplina isolada isso

não dará conta, é preciso que a escola, como um todo, abrace a ideia e toma um

único posicionamento, a de superiro todo tipo de violência que está dentro de seu

contexto.

Trabalhar com projetos é uma excelente forma de desenvolver o trabalho

envolvendo todo o contexto. Prova disso foi a implementação deste estudo e o

trabalho com as atividades da produção didática. Os alunos demonstraram total

interesse, participaram e suas atitudes violentas foram mudando aos poucos.

Essas mudanças, inicialmente, eram premiadas com as pulseirinhas e

inserção nas atividades, os alunos queriam possui o número máximo de pulseiras,

para se vangloriar com os demais colegas. A conscientização sobre isso foi

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trabalhada, pois era importante que na vida nem sempre as pessoas são

premiadas, os gestos bons que as pessoas fazem as retribuições são imediatas,

pelo afeto, pelo respeito, pela amizade, valor, amizade, enfim não o material, mas

o sentimento, dentre outros.

Assim, conclui-se que o ensino vai além dos conteúdos, não se deve

esquecer-se do conhecimento ou saberes para a formação humana. Visando a

sua integridade e seu desenvolvimento. Sem fechar os olhos para a violência

escolar, mesmo que da pior forma possível, ela por sua vez oferece uma nova

oportunidade de mudanças em todos os seus segmentos. Para que se tenha uma

preocupação maior com o aluno, seja criança ou adolescente, de modo a

proporcionar um novo ambiente para a vivência e aprendizagem.

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