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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Artigos

AS CONTRIBUIÇÕES DA LATERALIDADE NO DESENVOLVIMENTO MOTOR EM

ADOLESCENTES

ELVIO SCHAFRANSKI BRUNO SERGIO PORTELA

Resumo: Este artigo é resultado da implementação da produção didática pedagógica, desenvolvida durante o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), no primeiro semestre de 2014. A implementação teve por objetivo desenvolver uma metodologia para o aprimoramento da lateralidade de alunos do 6° ano. Para tanto, foi fundamental verificar a melhoria da lateralidade pré e pós-período de treinamento. Buscou-se propor atividades específicas para o desenvolvimento da lateralidade, num período de 32 horas/aulas, por meio de vivências pedagógicas relacionadas ao campo da Educação Física e que contemplam o estímulo da lateralidade. Estas atividades dizem respeito a jogos e dinâmicas que estimulam a coordenação motora global, lateralidade, coordenação óculo-manual e a criatividade. A lateralidade traduz-se pelo predomínio que o indivíduo possui de utilizar e preferir mais e melhor de um lado do corpo do que o outro em três níveis: mão, olho e pé. Assim, percebe-se a necessidade de diversificar, ampliar e resignificar, ou seja, repensar as práticas tradicionais nas aulas de Educação Física. Os aspectos metodológicos compreendem o método de abordagem dedutivo e o procedimento comparativo. Os instrumentos e técnicas utilizados para a coleta de dados consistiram num questionário objetivo, para a avaliação da lateralidade dos estudantes, previamente elaborado e aplicado, antes e depois do desenvolvimento das atividades pedagógicas, bem como a observação sistemática do pesquisador sobre os educandos durante o desenvolvimento das atividades propostas. Palavras-chave: “Lateralidade”, “desenvolvimento motor”, “adolescentes”.

INTRODUÇÃO

Todos os movimentos e ações desempenhados pelo ser humano envolvem

algum tipo de habilidade motora. A habilidade compreende o desenvolvimento

humano necessário para realizar alguma ação/tarefa com finalidade específica a ser

atingida. Há diversos tipos de habilidades e, este estudo volta-se à habilidade

motora, a qual “exige movimentos voluntários do corpo e/ou dos membros para

atingir o objetivo” (MAGILL, 2000, p. 6). A habilidade motora requer movimentos do

corpo e/ou dos membros e depende da relação do pensamento do indivíduo. De

modo geral, as habilidades motoras são desempenhadas artificialmente pelas

pessoas, de acordo com o crescimento e desenvolvimento físico, portanto, elas

precisam ser apreendidas por meio da psicomotrocidade (MAGILL, 2000).

Quiros (1983, p.28) diz que:

a motricidade é a faculdade de realizar movimento, e, psicomotricidade é a educação através de movimentos na busca de melhor utilização das capacidades psíquicas. Dessa forma,

psicomotricidade, como ciência da educação procura educar ao mesmo tempo que desenvolve as funções da inteligência.

Os movimentos, por sua vez, referem-se a “características de comportamento

de um membro específico ou de uma combinação de membros” (MAGILL, 2000, p.

7), assim, os movimentos são partes que compõem as habilidades.

Nessa perspectiva, há ainda outros fatores que devem ser considerados, tais

como o tempo da ação, entre outros. Essas especificidades dizem respeito ao

professor de Educação Física e estão presentes no cotidiano das aulas,

especialmente quando exigem do aluno o desenvolvimento motor da lateralidade, ou

seja, na coordenação de braços e pernas em responder a um passe ou a executar

qualquer outra atividade que envolva os movimentos do corpo. Para Barbanti (1994,

p. 177) lateralidade é “a consciência de que o corpo tem dois lados distintos que

podem se mover, independentemente”. É um componente da consciência corporal.

Nesse sentido, ao propor este estudo aos alunos do 6º ano, buscou-se

oportunizar uma forma interessante e desafiadora de trabalhar e de refletir sobre a

importância da lateralidade no desenvolvimento motor humano. Além disso,

entende-se que este tema justifica-se pela necessidade em diversificar, ampliar e

resignificar, ou seja, repensar as práticas tradicionais nas aulas de Educação Física.

Bucher (1972, p. 7) propõe Educação Física como

uma parte integral do processo de educação total, é um campo de atividade que tem como objetivo o desenvolvimento de cidadãos ajustados física, mental, emocional e social mente através e atividades físicas selecionadas visando a realização destes resultados.

A lateralidade no desenvolvimento motor apresenta-se como um conteúdo

pouco trabalhado nas escolas estaduais, principalmente nos alunos menores, de 6°

ano, os quais se encontram em pleno estágio de desenvolvimento físico.

Sabe-se que a escola não é homogênea. Cada estudante possui suas

especificidades próprias, suas limitações e influências, aspectos de ordem física ou

social que podem interferir na realização das atividades pedagógicas ao longo de

sua vida escolar. No que se refere à Educação Física, é possível que alguns sejam

mais ágeis e outros menos, nas atividades práticas. O desenvolvimento humano

passa por fases, onde são apreendidos os conhecimentos modificando assim a vida

de cada um. Não se trata apenas do intelecto, mas do estímulo deste na

associação/relação das respostas dos movimentos do corpo. Neste sentido o estudo

teve como objetivo a influência do desenvolvimento motor, especificamente da

lateralidade, em alunos do 6° ano do Ensino Fundamental nas aulas de Educação

Física.

METODOLOGIA

No primeiro encontro o docente fez a apresentação da proposta trabalhada,

evidenciando o termo lateralidade e o desenvolvimento motor, motivando os

estudantes a pensarem sobre como desenvolvem algumas ações cotidianas.

Realizou-se a pré-avaliação de lateralidade, a partir de atividades que

envolveram mão, pé e olho (Anexo 1). Os procedimentos didáticos/metodológicos

compreenderam uma aula expositiva, dialogada e prática. Para a aplicação do teste

não foram feitas demonstrações das tarefas, nem mesmo foi alcançado o material

para o aluno, pois estas condutas podem interferir no resultado.

Inicialmente, foram feitas as atividades relacionadas com a preferência da

mão. A primeira atividade exigiu do aluno arremessar a bola a um alvo, em seguida

desenhar alguma coisa e ainda o educando precisou fazer um quadro com palitos de

fósforo, com apenas uma das mãos. Ressalta-se que o professor mostrou um

modelo e depois solicitou um igual, anotando a mão utilizada pelo aluno em cada

atividade.

Quanto à preferência do pé, a primeira atividade exigiu de cada estudante

conduzir uma bola até determinado local usando um único pé, ida e volta, em

seguida jogar uma bola rolando junto ao solo e correr em sua direção, chutando-a

com força. Por fim cada aluno chutou com força a bola parada, até um determinado

alvo. O docente anotou o pé utilizado por cada estudante, para chutar a bola.

Quanto à preferência do olho, a primeira atividade consistiu em cada aluno

olhar em um monóculo e dizer o que visualizou, na sequência olharam em um

caleidoscópio, fazendo-o girar e por fim tiveram que olhar por meio de um canudo de

papelão. O professor anotou o olho utilizado.

É importante ressaltar, que as atividades foram executadas conforme,

Negrine (1986), de maneira alternada, sendo a primeira atividade com as mãos,

depois a primeira atividade com os pés e a primeira atividade com os olhos. Logo

após a segunda atividade com as mãos e assim por diante, com o objetivo de não

interferir no resultado proposto.

Para obter um diagnóstico da lateralidade dos alunos participantes, o mesmo

teste foi aplicado no final desta implementação, a fim de verificar as mudanças

ocorridas.

No segundo encontro foi trabalhada a atividade “Ordem inversa”, adaptada de

Machado (2010), com o objetivo de estimular a atenção, a direcionalidade e a

lateralidade. Após deixar a turma à vontade pelo espaço, o professor orientou que

cada vez que pedisse uma ação, os estudantes deveriam fazê-la ao contrário, ou

seja, ao solicitar um passo a frente, os alunos deram dois passos para trás. A

maioria teve dificuldades, principalmente quando os movimentos precisaram ser

realizados em duplas ou em grupos, pois mudavam as posições. Notou-se

claramente a dificuldade em reconhecer os dois lados do corpo, nos movimentos de

lateralidade. No entanto, de forma geral, verificou-se que os alunos após um certo

tempo de compreensão da atividade, devido ao treinamento o qual proporcionou a

cada realização, um número mais significativo de acertos.

O terceiro encontro consistiu na vivência “jogo do telefone”, adaptada de

Antunes (2007), a qual estimulou os hemisférios esquerdo e direito dos

adolescentes. A turma foi organizada em grupos de 3 a 4 alunos. O professor

organizou um diálogo imaginário no telefone, tendo como tema a importância dos

exercícios físicos para a saúde; os alunos ouviam apenas o que um dos

interlocutores falava. O docente preparou antecipadamente o diálogo, redigindo o

que deveria ser dito pelos dois interlocutores. Ao passar a tarefa aos alunos

apresentou apenas uma versão da fala, cabendo aos grupos integralizar o diálogo,

sempre usando como referência o que sabiam sobre o tema. A tarefa dos grupos

compreendeu em criar logicidade (acionando o hemisfério esquerdo) no debate,

explorando sua integralidade, intuição e síntese ao agrupar com coerência uma

informação (acionando o hemisfério direito). Diante do resultado dialógico obtido na

atividade, o professor constatou a criatividade, a capacidade de síntese e diversas

analogias aplicadas na elaboração da complementação do diálogo.

No quarto encontro trabalhou-se com a vivência “Reloginho da hora!”,

adaptada de Machado (2010), com o objetivo de estimular o raciocínio, a

lateralidade e a união em grupos, bem como perceber a relação das horas e o ritmo

de forma descontraída. O professor apresentou um relógio com apenas o ponteiro

que marca as horas e com uma linha na vertical traçada do número doze ao seis,

dividindo o relógio em duas metades, uma esquerda e outra direita. Uma música

tocava e, a cada vez que o professor parava a música e direcionava o ponteiro para

uma determinada hora, os alunos tinham que se reunir em grupos de acordo com a

hora mostrada. Se fosse um número do um ao cinco, o ponteiro era posicionado do

lado direito do relógio, fazendo com que cada grupo se ligasse através da mão

direita. A mesma movimentação aconteceu quando o ponteiro foi colocado na

direção de um dos números do lado esquerdo do relógio (sete ao onze), neste caso,

cada grupo, precisava se conectar através da mão esquerda dos componentes. E,

por último, se o ponteiro indicasse os números doze ou seis, toda a turma deveria

formar um grande círculo de mãos dadas e dançar ao som da música. Observou-se

pequena confusão no momento da união das mãos esquerda e direita, porém com

muita diversão e atenção. O professor aproveitou a situação para explicar que

dançar é uma movimentação corporal como qualquer outra, e que dançar não

diminui em nada o homem.

No quinto encontro foram realizados exercícios com a finalidade de aproximar

os estudantes para o contato corporal e estimular a lateralidade das mãos e dos pés.

As vivências foram adaptadas a partir das propostas de Negrine (1986), dando

ênfase na lateralidade e na consciência dos dois lados do corpo nos vários níveis,

mãos, olhos e pés. O primeiro exercício consistiu no professor batendo o pandeiro

para que todos corressem livremente. Na pausa do pandeiro, cada um deveria

procurar um par, sem interromper a corrida, e continuar correndo de mãos dadas. Ao

iniciar a música do pandeiro novamente, os alunos foram orientados a soltar o par e

continuar a corrida. Na próxima parada do pandeiro, todos tiveram que procurar

outro par, isto é, correr novamente de mãos dadas com outro parceiro, e assim

sucessivamente. Nesta mesma dinâmica foram realizados diversos exercícios,

como, por exemplo, os educandos tinham que procurar um par e continuar a corrida

com contato ombro a ombro, costas com costas, entre outros. A turma conseguiu

desenvolver os exercícios propostos com êxito, com exceção no momento em que

deveria continuar a corrida saltitando num pé só e de cócoras dois a dois, de mãos

dadas, utilizando o lado esquerdo e direito. Neste momento, o docente dialogou com

os estudantes sobre o desenvolvimento da ação que exige um dos lados que não

têm predominância motora. Neste exercício percebeu-se um avanço em relação ao

reconhecimento os dois lados do corpo.

A atividade “Monumentos famosos”, adaptada de Machado (2010), foi

aplicada no sexto encontro e objetivou o estímulo da percepção da imagem corporal,

esquema corporal e a lateralidade. A turma foi dividida em trios. O professor solicitou

que um dos alunos de cada trio representasse um monumento famoso pré-

estabelecido pelo professor. Cada grupo teve como incumbência auxiliar na

transformação do aluno designado a ser o monumento, ajudando a transportar esse

monumento até um lugar pré-determinado pelo professor. Além de se divertirem

muito, cada grupo mostrou-se bastante criativo e conhecedor sobre as

características do personagem imitado.

O sétimo encontro compreendeu a atividade “Jogos cooperativos com

bexigas” adaptada de Machado (2010), objetivando a cooperação. Os alunos foram

organizados em duplas e estas em equipe “A” e equipe “B”. Posicionou-se metade

das duplas da Equipe A e B de um lado da quadra e a outra metade na extremidade

oposta. Cada metade das duplas recebeu dois balões. Cada dupla teve que

transportar duas bexigas, uma na testa e outra na barriga, sem colocar as mãos nas

bexigas, tinham que entregar para a outra dupla da mesma equipe na outra

extremidade da quadra. A equipe que finalizou esta movimentação por primeiro,

venceu.

No oitavo encontrou trabalhou-se com a atividade “Vem comigo”, adaptada de

Machado (2010), a qual teve por objetivo estimular a direcionalidade, a lateralidade e

a agilidade. A turma foi organizada em dois círculos, um interno (A) e outro externo

(B). Os alunos ficaram um de frente para o outro, como se formassem uma dupla.

Um ficou fora do círculo, deveria correr ao redor do círculo, parar no meio de uma

dupla de jogadores parados, e dizer: “VEM COMIGO!”. Da mesma forma ocorreu

com o estudante de dentro do círculo. No início da atividade, alguns alunos

mostraram-se confusos para responder rapidamente ao sinal e saber quem da dupla

é que deveria correr.

Adaptada de Machado (2010), a atividade “Pega-pega na ginástica

psicomotora” foi desenvolvida no nono encontro com o objetivo de aguçar a

percepção auditiva e visual, a agilidade, a velocidade, a coordenação óculo-manual

e a lateralidade. A turma foi dividida em duplas sentadas na quadra e entre elas

foram dispostas algumas bolinhas coloridas. O professor contou uma história, e toda

vez que ele mencionava uma cor, a dupla tinha que pegar rapidamente uma bolinha

da cor correspondente. Quem pegava primeiro marcava um ponto. Contudo, dentre

as várias cores, uma delas não podia ser tocada, e se algum participante o fizesse

perdia ponto. Durante a narrativa, o professor falou várias vezes a cor que não

poderia ser tocada, a fim de ludibriar os estudantes. Observou-se que diversas

vezes, os alunos concentrados na história, demoravam para raciocinar e responder à

solicitação da cor. Essa demora dava-se quando os estudantes precisavam associar

um animal citado na história com a cor correspondente. Ao final da atividade todos

os educandos estavam bastante atentos, assertivos e animados com a atividade.

A atividade “Corre coelho e para coelho”, adaptada de Machado (2010), foi

aplicada no décimo encontro com o objetivo de estimular a visão periférica e a

cooperação entre os alunos. O professor deixou a turma espalhada na quadra e pelo

menos dois pegadores, reconhecidos por uma faixa colorida. A tarefa dos pegadores

era tocar os demais e falar: “Para coelho!”; quem foi pego tinha que permanecer

abaixado no seu lugar. Os corredores que estavam livres podiam salvar os demais

coelhos que estavam colados, tocando na cabeça deles e: “Corre coelho!”. O

docente verificou que toda a turma teve facilidade de se deslocar em várias direções

(desviar dos demais), bem como de frear e/ou acelerar bruscamente os movimentos.

O décimo primeiro encontro compreendeu a “Atividade das bolinhas”,

adaptada de Machado (2010), com o propósito de estimular a coordenação motora

global, a lateralidade, a coordenação óculo-manual e a criatividade. A turma foi

dividida em duplas e cada uma recebeu uma bola de meia. Cada um da dupla

permaneceu sobre a linha lateral da quadra e o outro do lado oposto na sua direção.

Cada um tinha que jogar a bola para o colega como se fosse uma bola de boliche,

arrastando, ora com a mão direita, ora com a mão esquerda; A bola foi lançada de

um colega para o outro de várias maneiras. Com essa dinâmica o professor pode

explorar o desenvolvimento psicomotor e a criatividade dos alunos.

O exercício “Passes”, adaptado de Melo (1997), foi desenvolvido no décimo

segundo encontro objetivando a coordenação geral do corpo bem como o

aprimoramento da lateralidade. Os alunos foram divididos em quatro grupos, postos

em colunas e orientados a conduzir a bola por um minuto cada aluno na quadra

toda, aonde foram colocados vários obstáculos espalhados. A bola deveria ser

conduzida com o pé dominante, utilizando todas as suas partes, depois com o pé

não dominante, bem como a partir de variados tipos de passes em duplas, trios,

parados, em movimento, com e sem obstáculos de curta, média e longa distância.

Percebeu-se uma dificuldade grande na execução da atividade com o lado não

dominante e principalmente com os olhos vendados.

No décimo terceiro encontro foi aplicada a dinâmica “O cego e o guia”,

adaptada de Machado (2010), com o propósito de desenvolver noções de

direcionalidade, confiança afetiva, cooperação, percepção tátil, propriocepção e

percepção. Foi deixado no espaço objetos espalhados pelo local, como cadeiras,

bolas, cones e etc. Os estudantes foram organizados em duplas, onde um era o guia

e o outro o cego. O guia, com as mãos nas costas do cego, transmitia diversas

informações através do tato, como: apertar os dois ombros do cego ao mesmo

tempo que significava andar em linha reta, apertar somente o ombro direito que

significava virar para a direita, entre outras informações.

A atividade “Pegador em dupla”, adaptada de Toseti (1998), foi desenvolvida

no décimo quarto encontro, o qual compreendeu duas aulas. O objetivo desta

atividade foi aprimorar as habilidades motoras dos membros superiores e aprimorar

a lateralidade. Essa atividade diz respeito à tradicional brincadeira “pega-pega”, com

a diferença de que os alunos ficaram dispostos em duplas de mãos dadas, após

encostar a mão outra dupla deveria ajudar até todos serem pegos. Após houve

variações, porém sempre em duplas, os alunos utilizavam os dois lados do corpo

para executar as tarefas propostas, onde percebeu-se uma melhora na consciência

sobre a lateralidade.

No décimo quinto encontro realizou-se diversos exercícios de lateralidade

utilizando a gestualidade corporal. Estes exercícios, adaptados de Negrine (1986),

objetivaram fazer com que o aluno pudesse expressar a gestualidade corporal,

evidenciando com naturalidade sua prevalência lateral. Solicitou-se que os alunos

caminhassem livremente pela quadra. A um sinal, o professor orientava que

caminhassem acenando, para isso deveriam utilizar apenas uma mão, escolhendo a

que quisessem. O docente dizia nomes de frutas e tipos de comida e, a cada nome

pronunciado, os estudantes faziam com o dedo polegar a expressão de positivo ou

de negativo conforme o seu agrado. Da mesma foram o professor continuou a

proferir nomes de objetos ou solicitar que os educandos imaginassem alguma

situação e respondessem a partir das mãos, pés ou olhar. Houve muita criatividade e

diversão entre os alunos.

A partir das proposições de Negrine (1986), foram adaptados diversos

exercícios de orientação espacial no deslocamento em sentido e direção variados,

no décimo sexto encontro. O professor delimitou um espaço para a atividade e,

antes de apitar orientava qual estímulo os estudantes deveriam realizar, como, por

exemplo: correr livremente, ficar em pé, de costas e depois de frente para uma

parede, ficarem sentados dois a dois, entre outras ações, sempre com ênfase o

desenvolvimento da lateralidade. Esta atividade foi muito significativa, pois

oportunizou aos educandos de aprimorarem a lateralidade e percebeu-se uma

melhora e compreensão em relação ao tema de estudo.

No décimo sétimo encontro abordou-se a dinâmica “Amarelinha”. Segundo

Toseti (1998), o objetivo desta brincadeira é aprimorar a lateralidade. Cada aluno

tinha que desenhar na quadra as casas da amarelinha. Cada estudante desenhou

dois quadros, um com o braço dominante e o outro com o braço não dominante.

Posteriormente, os educandos foram divididos em quatro grupos e pularam a

amarelinha ora com uma perna ora com a outra. Percebeu-se que os alunos tinham

atenção maior com a amarelinha que foi desenhada com a mão não dominante, uma

vez que esta não apresentava traços lineares. Pode-se perceber que com o pé não

dominante, os alunos sentiam dificuldades de executar os saltos com perfeição e

eficiência, bem como alguns perdiam o equilíbrio.

No décimo oitavo encontro trabalhou-se com tênis de mesa, a partir dos

pressupostos de Gonçalves (1996), com o objetivo de estimular a coordenação geral

e o aprimoramento da lateralidade. A turma foi dividida em dois grupos: colunas A e

B. Cada coluna deveria jogar tênis de mesa alternando a cada jogo o braço de ação.

Posteriormente, os educandos jogaram tênis de mesa somente com a mão direita e

ainda somente com a mão esquerda. Nesta atividade ficou evidente a extrema

dificuldade dos alunos em jogar com o braço não dominante, pois muitas vezes até

não acertavam na bolinha.

Para o décimo nono encontro, objetivou-se desenvolver as qualidades físicas

básicas e aprimorar a lateralidade. A atividade, adaptada de Melo (1997), consistiu

em orientar os estudantes a correrem para a direita, esquerda, frente e trás; saltitar

com uma perna e com as duas para a direita, esquerda, frente e trás, em curvas.

Quicar a bola com a mão direita, esquerda, frente a trás, em zig-zag, alternando as

mãos, etc. A dinâmica da proporcionou à turma bastante agitação. Os alunos

mostraram-se ansiosos e atenciosos para não errarem as ações. Esta proposta foi

muito significativa ao desenvolver os dois lados do corpo, através da execução das

diversas atividades propostas com suas variações e adaptações. Percebeu-se uma

melhora muito grande dos alunos relacionado a lateralidade corporal.

No vigésimo encontro, a atividade, adaptada de Melo (1997), objetivou a

coordenação geral e o aprimoramento da lateralidade. Cada aluno teve que conduzir

a bola na quadra pelas linhas direita/esquerda, com obstáculos direita/esquerda,

conduzir a bola com a parte interna, externa, solado pé, peito do pé, com a perna.

Em duplas, um aluno conduzia a bola pela quadra e o outro deveria acompanhá-lo

de perto. Os estudantes não tiveram grandes dificuldades para desenvolver essa

tarefa, com exceção de alguns ao ter que conduzir a bola com o lado não

dominante.

No vigésimo primeiro encontro possibilitou-se aos alunos uma atividade de

coordenação geral e de aprimoramento da lateralidade. A brincadeira “Raposa e

Pintinhos”, adaptada de Melo (1997), foi organizada com a divisão da turma em dois

grupos que ficaram numa linha de fundo cada grupo (pintinhos). A raposa ficou no

centro da quadra. Ao sinal do professor, os pintinhos trocavam de lugar. Nesse

momento, quem a raposa pegasse se transformava em raposa. Logo após, foram

realizados variados tipos de passes, com a parte interna do pé, externa do pé, peito

do pé, sola do pé, de curta, média e longa distância, entre outros utilizando o lado do

corpo dominante e não dominante. Esta atividade aprimorou a lateralidade e

percebeu-se que a cada aula os alunos reconhecem melhor a lateralidade corporal.

O vigésimo segundo encontro foi destinado para a pós-avaliação da

lateralidade de forma que pudéssemos comparar e analisar os resultados do pré e

pós teste de lateralidade e verificar as possíveis mudanças com as duas turmas.

RESULTADOS

Cabe enfatizar que a pré e a pós-avaliação de lateralidade, segundo Negrine,

foram realizadas com as turmas do 6A e 6B, perfazendo um total de 46 alunos,

sendo 26 alunos da 6A, destes 19 meninos e 7 meninas e 20 alunos da 6B, destes

10 meninos e 10 meninas. No entanto, as atividades foram implementadas apenas

na turma do 6A, para verificar as mudanças ocorridas em relação à turma que não

vivenciou as atividades da proposta pedagógica. O período que compreendeu entre

a pré e pós-avaliação foi de três meses e oito dias. A faixa etária dos discentes que

participaram centra-se entre 10 a 12 anos, com exceção de um estudante de 9 anos.

11

5

3

10

54

0

2

4

6

8

10

12

Pré-Teste Pós-Teste

19 - Meninos - 6º Ano A

Atividades foram desenvolvidas

LateralidadeDefinidaHomogênea

LateralidadeCruzada Definida

LateralidadeIndefinida

Nesta turma de 19 meninos do 6ºA onde as atividades de lateralidade foram

implementadas, percebemos que houve alteração entre os resultados do pré e pós

teste. Durante o Pré-teste foi constatado 11 alunos com Lateralidade Definida

Homogênea e no Pós-teste 10. Em relação a Lateralidade Cruzada Definida não

houve alterações permanecendo 5 alunos no pré e pós-teste. Já em relação a

Lateralidade Indefinida, no pré-teste obtivemos 3 alunos e no pós-teste foi alterado

para 4 alunos.

3 3

1

4

1

2

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

Pré-Teste Pós-Teste

7 - Meninas - 6º Ano A

Atividades foram desenvolvidas

LateralidadeDefinidaHomogênea

LateralidadeCruzada Definida

LateralidadeIndefinida

Nesta turma de 07 meninas do 6ºA onde as atividades de lateralidade foram

implementadas, percebemos que houve alteração entre os resultados do pré e pós

teste. No pré-teste de lateralidade 3 alunas apresentaram Lateralidade Definida

Homogênea, onde houve alteração no pós-teste para 4 alunas. Em relação a

Lateralidade Cruzada Definida no pré-teste constatamos 3 alunas e no pós-teste 1.

Já na Lateralidade Indefinida constatamos no pré-teste 1 aluna e no pós-teste 2.

Portanto houve alteração em relação a Lateralidade entre algumas meninas.

7

2

1

7

2

1

0

1

2

3

4

5

6

7

Pré-Teste Pós-Teste

10 - Meninos - 6º Ano B -

Atividades não foram desenvolvidas

LateralidadeDefinida Homogênea

Lateralidade CruzadaDefinida

LateralidadeIndefinida

Nesta turma de 10 meninos do 6ºB onde as atividades de lateralidade não

foram implementadas, percebemos que não houve alteração entre os resultados

obtidos após a aplicados do pré e do pós teste. Constatou-se que 7 alunos possuem

Lateralidade Definida Homogênea, 2 alunos possuem Lateralidade Cruzada Definida

e 1 aluno possui Lateralidade Indefinida.

7

2

1

7

2

1

0

1

2

3

4

5

6

7

Pré-Teste Pós-Teste

10 - Meninas - 6º Ano B

Atividades não foram desenvolvidas

LateralidadeDefinidaHomogênea

LateralidadeCruzada Definida

LateralidadeIndefinida

Nesta turma de 10 meninas do 6ºB onde as atividades de lateralidade não

foram implementadas, percebemos que não houve alteração entre os resultados

obtidos após a aplicados do pré e do pós-teste. Constatou-se que 7 alunas possuem

Lateralidade Definida Homogênea, 2 alunas possuem Lateralidade Cruzada Definida

e 1 aluna possui Lateralidade Indefinida.

Segue abaixo uma tabela do Pré e Pós Teste de Lateralidade, segundo

Negrine 1986, com os resultados obtidos nas duas turmas de maneira que

possamos confrontá-los e analisar as alterações ocorridas.

Tabela para análise do Pré e Pós-teste de Lateralidade segundo Negrine, 1986.

6A – 26 Alunos 6B – 20 Alunos

19 -

Meninos

07 -

Meninas

10 –

Meninos

10 -

Meninas

Pré

Teste

Lateralidade

Definida

Homogênea

11 03 07 07

Lateralidade

Cruzada

Definida

05 03 02 02

Lateralidade

Indefinida 03 01 01 01

Pós

Teste

Lateralidade

Definida

Homogênea

10 04 07 07

Lateralidade

Cruzada

Definida

05 01 02 02

Lateralidade

Indefinida 04 02 01 01

Segue abaixo um quadro com o resultado final após a conclusão das

atividades propostas, bem como das aplicações do pré e pós-teste de lateralidade,

segundo Negrine (1896).

Baseado o quadro acima, observamos o resultado final na turma do 6ºA, onde

constatou-se que 35% dos alunos alteraram o resultado final e 65% não obtiveram

alterações em relação a própria lateralidade. Já na turma do 6ºB constatamos que

não houve nenhuma alteração de lateralidade no pré e no pós-teste.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A sistematização dos dados obtidos foi organizada a partir de 4 grupos,

sendo: meninas do 6A, meninos do 6A, meninas do 6B e meninos do 6B.

Em relação a turma do 6B, em que não foram trabalhadas as atividades,

observou-se que nas meninas não houve nenhuma alteração da lateralidade no pré

e pós teste de lateralidade, em nenhum dos níveis. Embora não foram constatas

alterações da pré para a pós-avaliação, observou-se um caso peculiar de uma aluna,

pois a mesma demonstrou lateralidade indefinida quanto à preferência do olho no

pré e pós-teste, tendo em vista que uma das atividades foi executada com o olho

direito e as duas outras com o olho esquerdo. Nos meninos apenas um, embora

manteve a lateralidade indefinida no pré e pós-teste, apresentou variação, quanto à

preferência da mão, durante a atividade que solicitava fazer um quadrado com

palitos de fósforos conforme o modelo apresentado.

As maiores alterações foram observadas no grupo dos meninos do 6A, pois 6

alunos demonstraram modificações na execução das atividades propostas, em

relação ao pré e pós-teste; o primeiro obteve alteração na ação de olhar num

caleidoscópio e num canudo, o segundo ao olhar num monóculo, o terceiro ao olhar

num canudo, o quarto educando alterou a forma de arremesso da bola até um alvo,

35%

65%

0%

100%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

6ºA 6ºB

Resultado Final após a conclusão das

Atividades

Alunos queAlteraram oResultado Final

Alunos que Não Alteraram oResultado final

na montagem de um quadrado de palitos de fósforos, na condução de uma bola, ao

olhar num monóculo e num canudo, o quinto aluno apresentou alteração na forma

de conduzir a bola e o sexto discente ao olhar num caleidoscópio. Constatou-se

também alterações em 3 meninas do 6A, nos seguintes quesitos: uma ao

arremessar a bola em um alvo, outra ao olhar num caleidoscópio e num canudo e a

terceira aluna na condução de uma bola até determinado local utilizando um único

pé.

Assim, constatou-se no Pós-teste de lateralidade, que do total de 26 alunos

da 6A, 14 alunos possuem lateralidade definida homogênea, sendo 10 meninos e 04

meninas. Outros 06 possuem lateralidade cruzada definida, sendo 05 meninos e 01

menina e em relação à lateralidade indefinida, 06 alunos, sendo 04 meninos e 02

meninas. Assim, evidencia-se a prevalência da lateralidade homogênea definida.

Na turma da 6B, conclui-se com o Pós-teste de lateralidade que, do total de

20 alunos, 14 alunos possuem lateralidade homogênea definida, sendo 07 meninos

e 07 meninas. Outros 04 possuem lateralidade cruzada definida, sendo 02 meninos

e 02 meninas e em relação à lateralidade indefinida, 02 alunos, sendo 01 menino e

01 menina. Assim, evidencia-se a prevalência da lateralidade homogênea definida.

Em relação a implementação das atividades propostas, de modo geral,

constatou-se que algumas vivências foram mais significativas do que outras, no

sentido de evidenciar a importância da lateralidade para o desenvolvimento das

ações. Constatou-se que os alunos que ainda estão com lateralidade indefinida são

aqueles que apresentam mais dificuldades, o que é perceptível nos movimentos das

mãos e pés, quando o aluno ficava na dúvida sobre qual dos membros utilizar. Isso

ficou mais evidente nas atividades que solicitavam utilizar os dois lados do corpo,

principalmente com o lado não dominante ou menos usual no dia a dia. Nestes

alunos podemos perceber, que em sua infância e até mesmo na escola infantil,

faltou práticas que oportunizassem uma diversidade de experiências motoras, de

forma que os alunos desenvolvessem as qualidade físicas básicas como

coordenação motora geral, lateralidade, velocidade, agilidade, etc.

Um fato que chamou a atenção nos resultados obtidos, foi com relação a

consciência corporal de lateralidade, onde pudemos perceber que os alunos de uma

maneira geral, aprenderam a diferenciar os dois lados do corpo, compreenderam o

que é destro e sinistro, ou direita e esquerda, diferenciaram o lado dominante e não

dominante, tomaram consciência da importância de se trabalhar e utilizar os dois

lados do corpo, no cotidiano para a melhoria da saúde e qualidade de vida, e como

exemplo citamos, ao carregar uma mochila escolar, ora colocar num dos ombros e

ora em outro, para evitar o prejuízo a coluna.

É importante ressaltar que das alterações observadas, constamos que a

grande maioria destas alterações ocorreu com alunos que frequentam a 6A, onde as

atividades didáticos pedagógicas foram implementadas. De um total de 26 alunos da

6A, percebeu-se que 06 meninos e 03 meninas alteraram o resultado no pré e pós-

teste de lateralidade, o que resulta em um percentual significativo de 35%. Os outros

65% dos alunos não alteraram a Lateralidade no Pré e Pós-Teste.

Já se observarmos os resultados obtidos com a turma da 6B, percebemos a

grande diferença em relação a outra turma, pois dos 20 alunos que foi aplicado o

Pré e Pós-teste de lateralidade, mas que não foram implementadas as atividades

didáticos pedagógicas, obtivemos o seguinte resultado em percentual: 70%

possuem lateralidade definida homogênea, 20% possuem lateralidade cruzada

definida e 10% lateralidade indefinida. Porém é importante ressaltar que não houve

alteração nenhuma de tipo de lateralidade, apenas um menino alterou o lado das

mãos na execução da tarefa, nas não modificou o tipo de lateralidade,

permanecendo indefinida.

CONCLUSÃO

A Educação Física contribui para o processo de formação humana, utilizando

o movimento e a linguagem corporal, seja através de jogos e brincadeiras ou de

outras atividades dinâmicas, para possibilitar a aprendizagem do aluno.

A lateralidade é a bússola do corpo e é através dela que o mesmo se situa no

meio ambiente, a partir da organização espacial e temporal, constituindo os pilares

do desenvolvimento motor. Nessa perspectiva, a Educação Física desempenha um

papel relevante na vida escolar da criança, pois media a prática no processo de

aprendizagem utilizando o corpo como instrumento de construção real do

conhecimento.

Durante a implementação desta proposta pedagógica foram abordadas

relevantes vivências que contribuem para o fortalecimento no desenvolvimento e

aprimoramento da lateralidade dos alunos do 6° ano. Observou-se que os

professores de Educação Física podem contribuir para o aprimoramento da

lateralidade em suas aulas, proporcionando atividades lúdicas e recreativas. O

envolvimento nas práticas esportivas também auxilia nesta consciência corporal,

pois os movimentos coordenados de braços e pernas são fundamentais para a

execução de passes, dribles entre outros fundamentos exigidos nos jogos e no dia a

dia da vida pessoal.

Toda criança passa por etapas para entender e distinguir o seu lado direito e

esquerdo, e por isso é preciso estimulá-las desde pequenas com jogos e atividades

que lhes mostrem, sem forçar, essa diferença.

Podemos considerar que este teste seria mais apropriado e significativo se

aplicado aos alunos na faixa etária de até setes anos, ou seja, na primeira idade

escolar, pois as mudanças detectadas não são amplamente significativas. Na idade

de nossos alunos abordados, já estão praticamente com a lateralidade definida. Dos

46 alunos que participaram da Aplicação do teste de Lateralidade, houve poucas

alterações de lateralidade observadas nos alunos, porém constatamos no final dos

trabalhos propostos com o Pós-Teste de Lateralidade, um percentual de 61% que

possuem lateralidade definida homogênea e 22% possuem lateralidade cruzada

definida e 17% de alunos que possuem lateralidade indefinida.

Acredita-se que o estudo ora implementado contribui para a reflexão sobre a

importância do aprimoramento da lateralidade no desenvolvimento motor humano.

Desperta em todos os educadores o interesse em ampliar o conhecimento sobre o

tema estudado e sua aplicabilidade. Assim, ao ser proposto um trabalho específico

com alunos do 6° ano, percebeu-se a grande dificuldade que os alunos possuíam

em reconhecer os dois lados do corpo, bem como da consciência corporal de

lateralidade do dia a dia. Além disso, vislumbrou-se resultados evidentes que alguns

alunos ainda encontram-se na fase de definição da lateralidade.

Dessa forma, podemos considerar de grande relevância trabalhar com os

alunos o aprimoramento da lateralidade para a melhoria do desenvolvimento motor

em adolescentes, fato constatado com os resultados obtidos, embora a maioria dos

alunos já possuam a sua lateralidade definida, podemos considerar que este

trabalho proporcionou um conhecimento aprofundado do tema, bem como

oportunizou uma melhora na noção da lateralidade dos aducandos, além de adquirir

uma maior consciência da lateralidade corporal e sua aplicabilidade no cotidiano.

REFERÊNCIAS

BARBANTI, Valdir J. Dicionário de Educação Física e do Esporte. Manole, 1994. GONÇALVES, Maria Cristina Alves Pinto et al. Aprendendo a Educação Física da Pré Escola até a 8ª série do 1º grau. Ed. Parma Ltda, 1996. HURTADO, J. G.G. Melcherts. Dicionário de Psicomotricidade e Ciências Afins. Porto Alegre: Prodil, 1991. LURIA, Alexander Romanovich. Desenvolvimento cognitivo: seus fundamentos culturais e sociais. Trad.: Fernando Limongeli Gurgueira. São Paulo: Ícone, 2008. MAGILL, Richard A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. Trad. Aracy Mendes da Costa. São Paulo, Blucher, 2000. MEINEL, Kurt. Teoria da Motricidade Esportiva sob o Aspecto Pedagógico. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1984. MELO, Rogério Silva de. 1000 Exercícios para o Futebol. Rio de Janeiro: Sprint, 1997. NEGRINE, Airton. Educação psicomotora: lateralidade e a orientação espacial. Porto Alegre: Pallotti, 1986. RÉ, Alessandro H. Nicolai. Crescimento, maturação e desenvolvimento na infância e adolescência: Implicações para o esporte. Rev. Motricidade. 2011, vol. 7, n. 3, pp. 55-67. Disponível em: http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/pdf/mot/v7n3/v7n3a08.pdf. Acesso: 03/07/2013. PIAGET, Jean. A noção de tempo na criança. Rio de Janeiro: Record Cultural, 1946. ROSA NETO, Francisco. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed, 2002. TOSETI, Solange. A Educação Física. Rio de Janeiro: Sprint, 1998. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 3ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

Anexo 1

FICHA INDIVIDUAL DE AVALIAÇÃO DE LATERALIDADE Nome do aplicador: Nome da escola:

Nome do aluno:

Idade: anos meses Sexo: M ( ) F ( )

Período escolar: Data de aplicação: / /

Pré-teste: / / . Pós-teste: / /

Diagnóstico:

CONVENÇÃO

Mão Pé Olho

A) Quanto à preferência da mão:

1. Arremessar uma bola até um alvo 2. Escrever ou desenhar alguma coisa 3. Fazer um quadrado com palitos de fósforos conforme modelo

apresentado

D E D E D E

B) Quanto à preferência do pé:

1. Conduzir uma bola até determinado local utilizando um único pé 2. Jogar a bola rolando junto ao solo e pedir que a criança a chute, com força 3. Chutar a bola parada até um alvo, com força

D E D E D E

C) Quanto à preferência do olho:

1. Olhar em um monóculo 2. Olhar em um calidoscópio 3. Olhar para um alvo através de um canudo de papelão

D E D E D E

Fonte: Negrine (1986, p. 135).