orixa ogum

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  • 8/2/2019 Orixa Ogum

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    gn

    Ogum (Yrba: gn), figura que se repete em todas as formas mais conhecidas da mitologa universal. gn o arqutipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil, especialmentpor ser associado luta, conquista, a figura do astral que, depois de s, est mrxima dos seres humanos. sincretizado com So Jorge ou com Santo Antnio, tradicionas guerreiros dos mitos catlicos, tambm lutadores, destemidos e cheios de iniciativa.

    A relao de gn com os militares tanto vem do sincretismo realizado com So Jorge, see associado s foras armadas, como da sua figura de comandante supremo Yoruba. Dizem as lendas que se algum, em meio a uma batalha, repetir determinadas palavras (que so do conhecimento apenas dos iniciados), gn aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou. Porm, elas (as palavras) no podem ser usadas em outras circunstncias, pois, tendo excitado a fria por sangue do Orix, detonaram um processo violento e incontrolvel; se no encontrar inimigos diante de si aps ter sido evocado, gnlanar imediatamente contra quem o chamou.

    orix das contendas, deus da guerra. Seu nome, traduzido para o portugus, significa

    luta, batalha, briga. filho de Iemanj e irmo mais velho de s e ?`???`si. Por esmo nutre um enorme sentimento, um amor de irmo verdadeiro, na verdade foi gn quem deu as armas de caa ?`???`si. O sangue que corre no nosso corpo regido por gn. Cerado como um orix impiedoso e cruel, temvel guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos, ele at pode passar esta imagem, mas tambm sabe ser dcil e amel. a vida em sua plenitude.

    A violncia e a energia, porm no explicam gn totalmente. Ele no o tipo austero, srio e dramtico, nunca contidamente grave. Quando irado, implacvel, apaixonadamentdestruidor e vingativo; quando apaixonado, sua sensualidade no se contenta em esperar nem aceita a rejeio. gn sempre ataca pela frente, de peito aberto, como o clco guerreiro.

    gn no era, segundo as lendas, figura que se preocupasse com a administrao do reinoseu pai, Odudua; ele no gostava de ficar quieto no palcio, dava voltas sem conseguir ficar parado, arrumava romances com todas as moas da regio e brigas com seus namorados.

    No se interessava pelo exerccio do poder j conquistado, por que fosse a independncia ele garantida nessa funo pelo prprio pai, mas sim pela luta.

    gn, portanto, aquele que gosta de iniciar as conquistas mas no sente prazer em desansar sobre os resultados delas, ao mesmo tempo figura imparcial, com a capacidade de calmamente exercer (executar) a justia ditada por Sng. muito mais paixo do razo: aos amigos, tudo, inclusive o doloroso perdo: aos inimigos, a clera mais implacvel, a sanha destruidora mais forte.

    gn o deus do ferro, a divindade que brande a espada e forja o ferro, transformando-o no instrumento de luta. Assim seu poder vai-se expandindo para alm da luta, sendo o padroeiro de todos os que manejam ferramentas: ferreiros, barbeiros, militares, soldados, ferreiros, trabalhadores, agricultores e, hoje em dia, mecnicos,motoristas de caminhes e maquinistas de trem. , por extenso o Orix que cuida dos cohecimentos prticos, sendo o patrono da tecnologia. Do conhecimento da guerra parao da prtica: tal conexo continua vlida para ns, pois tambm na sociedade ocidentalmaior parte das inovaes tecnolgicas vem justamente das pesquisas armamentistas, sendo posteriormente incorporada produo de objetos de consumo civil, o que particula

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    mente notvel na industria automobilstica, de computao e da aviao.

    Assim, gn no apenas o que abre as picadas na matas e derrota os exrcitos inimigosambm aquele que abre os caminhos para a implantao de uma estrada de ferro, instalauma fbrica numa rea no industrializada, promove o desenvolvimento de um novo meio de transporte, luta no s contra o homem, mas tambm contra o desconhecido.

    pois, o smbolo do trabalho, da atividade criadora do homem sobre a natureza, da produo e da expanso, da busca de novas fronteiras, de esmagamento de qualquer fora qe se oponha sua prpria expanso.

    fcil, nesse sentido, entender a popularidade de gn: em primeiro lugar, o negro repimido, longe de sua terra, de seu papel social tradicional, no tinha mais ningum para apelar, seno para os dois deuses que efetivamente o defendiam: s (a magia) e ga guerra); Em segundo lugar, alm da ajuda que pode prestar em qualquer luta, gn o epresentante no panteo africano no s do conquistador mas tambm do trabalhador manua, do operrio que transforma a matria-prima em produto acabado: ele a prpria apologa do ofcio, do conhecimento de qualquer tecnologia com algum objetivo produtivo,do trabalhador, em geral, na sua luta contra as matrias inertes a serem modificadas.

    o dono do Ob (faca) por isso nas oferendas rituais vem logo aps Ex porque sem as fcas que lhe pertencem no seriam possveis os sacrifcios. gn o dono das estradas dro e dos caminhos. Protege tambm as portas de entrada das casas e templos (Um smbo

    lo de gn sempre visvel o mrw (mari) - folhas do dendezeiro (igi p) desfiadasadas sobre as portas das casas de candombl como smbolo de sua proteo).

    gn tambm considerado o Senhor dos caminhos. Ele protege as pessoas em locais perigsos, dominando a rua com o auxlio de Ex. Se Ex dono das encruzilhadas, assumindo aresponsabilidade do trfego, de determinar o que pode e o que no pode passar, gn ono dos caminhos em si, das ligaes que se estabelecem entre os diferentes locais.

    Uma frase muito dita no Candombl, e que agrada muito gn, a seguinte: "Bi omod b K o m se da gn". (Uma pessoa pode trair tudo na Terra S no deve trair gn).

    gn foi casado com IANS que o abandonou para seguir Sng. Casou-se tambm com OXUM, ive s, batalhando pelas estradas e abrindo caminhos.

    Desdobramentos

    O Orix gn representa ou se manifesta atravs da luta pela sobrevivncia e por isso essociado a defesa de todos os reinos, alm de estar diretamente associado ao inciode tudo, ao novo, a conquista.

    Ao encontrarmos a energia do Orix gn, cujo elemento o fogo, manifestando-se no reio do Orix Omulu, que a terra, o cho, o solo, atravs do calor o sol e traduzimos iso para a calunga pequena ou cemitrio, que em termos ritualsticos de Umbanda o reino de Omulu, temos a formao do desdobramento de gn que chamamos de gn Meg. Ou sejix gn atuando na defesa do reino do Orix Omulu em combinao vibratria com o mesmondo este desdobramento de gn. o gn magista, ou seja, conquista/defesa atravs da

    .

    Quando o Orix gn manifesta-se na defesa do reino de Sng, encontramos o desdobramenchamado de gn de Lei, ou seja, combinao vibratria do Orix gn com o Orix Sng.ssidade nossa de terra (ou terreiro) quando gn atua na execuo de justia. o gao, ou seja, conquista/defesa atravs da ponderao, da estratgia.

    Ao cruzamento vibratrio do Orix gn com o Orix Oxossi, conforme j falamos, damos ode gn Rompe Mato. o gn do imediatismo, ou seja, conquista/defesa atravs da expa

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    Ao cruzamento vibratrio do Orix gn com a Orix Oxum, ou seja, gn atuando na defesios e cascatas, damos o nome de gn Iara. o gn da diplomacia, ou seja, conquista/dsa atravs da concrdia, diplomacia.

    E finalmente o Orix gn atuando na defesa do reino de Iemanj, juntamente com a Orixns (ao sazonal dos ventos e tempestades causando a turbulncia das ondas) damos o noe a esta manifestao de gn Beira-Mar. o gn do inesperado, ou seja, conquista/defavs de aes inesperadas.

    Uma observao importante a se fazer que cada vez que um Orix se desdobra por combinr-se com outro, ele absorve algumas de caractersticas do Orix com o qual se combinou, gerando e atendendo assim outras necessidades nossas.

    Especificando:

    gn (Orix) + Beira-Mar (qualidade do gn que trabalha Beira do Mar em sintonia coj e Sng) = gn-Beira Mar;gn (Orix) + Sete Ondas (qualidade de gn que trabalha em Alto-mar em sintonia com o do mar) = gn Sete Ondas;gn (Orix) + Pedreira (qualidade de gn que trabalha nas pedreiras e cachoeiras) = edreira, gn das Sete Pedreiras, gn da Cachoeira, etc.;gn (Orix) + Meg (qualidade de gn que trabalha na Linha das Almas) = gn Meg dagn (Orix) + Matinata (regncia da Lua, noite e madrugada em sintonia com sl) =gn (Orix) + de L (qualidade de gn mesclado com Sng, trabalha com a Lei) = gn

    gn (Orix) + Rompe-Mato (qualidade de gn mesclado com Oxssi, desbravador, caadore-Mato;gn (Orix) + de Ronda/Naru (guardio e vigilante dos caminhos em sintonia com Ex) onda, gn Naru etc.Estas so as manifestaes mais comuns que se apresentam nos terreiros e so considerads chefes de linha, outras encontradas em nvel de terreiro so consideradas desdobramentos destes desdobramentos.

    Em funo de sua caracterstica bsica de luta e guerra, o Orix gn foi associado ao Marte, que rege a tera-feira, e por extenso o dia em que cultuamos gn na Umbanda

    Caractersticas

    Animais : Cachorro, galo vermelhoBebida : Cerveja BrancaChakra : UmbilicalComidas : Car, feijo mulatinho com camaro e dend. Manga EspadaCor : Vermelha (Azul Rei)(Em algumas casas tambm o verde)Data Comemorativa : 23 de Abril (13 de Junho)Dia da Semana : Tera-FeiraElemento : FogoEssncias : VioletaFio de Contas : Contas e Firmas Vermelhas LeitosasFlores : Crista de Galo, cravos e palmas vermelhas.Incompatibilidades: : QuiaboMetal : Ferro (Ao e Mangans).

    Numero : 2Pedras : Granada, Rubi, Sardio. (Em algumas casas: Lpis-Lazli, Topzio Azul)Planeta : MartePontos da Natureza : Estradas e Caminhos (Estradas de Ferro). O Meio da encruzilhada pertence a Ogum.Saudao :?gn y - Ogum y - gn para estar vivo, estar vivo, para sobreviver, para ser bom, per perfeito?gn y? - Ogum ye - gn ser digno, apto, direito, para convir, tornando-se adequadoSade : Corao e Glndulas Endcrinas

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    Smbolo : Espada.(Tambm, em algumas casas: ferramentas, ferradura, lana e escudo)Sincretismo : So Jorge. (Santo Antnio na Bahia)Sincretismo

    Atribuies

    Todo gn aplicador natural da Lei e todos agem com a mesma inflexibilidade, rigideze firmeza, pois no se permitem uma conduta alternativa.

    Onde estiver um gn, l estaro os olhos da Lei, mesmo que seja um "caboclo" de gn, o s condutas liberais dos freqentadores das tendas de Umbanda, sempre atento ao desenrolar dos trabalhos realizados, tanto pelos mdiuns quanto pelos espritos incorporadores.

    Dizemos que gn , em si mesmo, os atentos olhos da Lei, sempre vigilante, marcial epronto para agir onde lhe for ordenado.

    Ervas

    Aoita-cavalo IvitingaAucena-rajada Cebola-cencmAgrio

    Aridan(aridan)Arnica(tamand)Aroeira(jbi)Cabeluda-bacuicaCana de macacoCana do Brejo(ttrgn)Canjerana Pau-santoCarqueja(knri)Crista-de-galo Pluma-de-princpeDendezeiro(iji op)Dragoeiro Sangue-de-dragoErva-tosto(tinpnl)Espada de So Jorge(ew id ris)

    GrumixameiraGuarabu Pau-roxoHelicniaJabuticabaJambo-amareloJambo-encarnadoJapecangaJatob JataJucLimo-bravoLosnaleo-pardoPiperegum Verde e Amarelo

    Piri PiriPoinctiaPorangabaSangue de DragoSo-gonalinho(alksi)Tanchagem(ew p)Vassourinha-de-igrejaVernonia(ewur)Caractersticas dos Filhos de gn

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    No difcil reconhecer um filho de gn. Tem um comportamento extremamente coerente, ebatado e passional, aonde as exploses, a obstinao e a teimosia logo avultam, assimcomo o prazer com os amigos e com o sexo oposto. So conquistadores, incapazes defixar-se num mesmo lugar, gostando de temas e assuntos novos, conseqentemente apaixonados por viagens, mudanas de endereo e de cidade. Um trabalho que exija rotina, tornar um filho de gn um desajustado e amargo. So apreciadores das novidades tecolgicas, so pessoas curiosas e resistentes, com grande capacidade de concentrao no bjetivo em pauta; a coragem muito grande.

    Os filhos de gn custam a perdoar as ofensas dos outros. No so muito exigentes na coida, no vestir, nem to pouco na moradia, com raras excees. So amigos camaradas, poresto sempre envolvidos com demandas. Divertidos, despertam sempre interesse nas mulheres, tem seguidos relacionamentos sexuais, e no se fixam muito a uma s pessoaat realmente encontrarem seu grande amor.

    So pessoas determinadas e com vigor e esprito de competio. Mostram-se lderes natoscom coragem para enfrentar qualquer misso, mas so francos e, s vezes, rudes ao impor sua vontade e idias. Arrependem-se quando vem que erraram, assim, tornam-se abertos a novas idias e opinies, desde que sejam coerentes e precisas.

    As pessoas de gn so prticas e inquietas, nunca "falam por trs" de algum, no gostraio, dissimulao ou injustia com os mais fracos.

    Nenhum filho de gn nasce equilibrado. Seu temperamento, difcil e rebelde, o torna,

    desde a infncia, quase um desajustado. Entretanto, como no depende de ningum para vencer suas dificuldades, com o crescimento vai se libertando e acomodando-se s suas necessidades. Quando os filhos de gn conseguem equilibrar seu gnio impulsivo comsua garra, a vida lhe fica bem mais fcil. Se ele conseguisse esperar ao menos 24hs. para decidir, evitaria muitos revezes, muito embora, por mais incrvel que parea, so calculistas e estrategistas. Contar at 10 antes de deixar explodir sua zanga, tambm lhe evitaria muitos remorsos. Seu maior defeito o gnio impulsivo e sua maior qualidade que sempre, seja pelo caminho que for, ser sempre um Vencedor.

    A sua impacincia marcante. Tem decises precipitadas. Inicia tudo sem se preocuparcomo vai terminar e nem quando. Est sempre em busca do considerado o impossvel. Ama o desafio. No recusa luta e quanto maior o obstculo mais desperta a garra para ultrapass-lo. Como os soldados que conquistavam cidades e depois a largavam para s

    eguir em novas conquistas, os filhos de gn perseguem tenazmente um objetivo: quando o atinge, imediatamente o larga e parte em procura de outro. insacivel em suasprprias conquistas. No admite a injustia e costuma proteger os mais fracos, assumindo integralmente a situao daquele que quer proteger. Sabe mandar sem nenhum constrangimento e ao mesmo tempo sabe ser mandado, desde que no seja desrespeitado. Adapta-se facilmente em qualquer lugar. Come para viver, no fazendo questo da qualidade ou paladar da comida. Por ser gn o Orix do Ferro e do Fogo seu filho gosta muitode armas, facas, espadas e das coisas feitas em ferro ou lato. franco, muitas vezes at com assustadora agressividade. No faz rodeio para dizer as coisas. No admitea fraqueza e a falta de garra.

    Tm um grave conceito de honra, sendo incapazes de perdoar as ofensas srias de queso vtimas. So desgarrados materialmente de qualquer coisa, pessoas curiosas e resis

    tentes, tendo grande capacidade de se concentrar num objetivo a ser conquistado,persistentes, extraordinria coragem, franqueza absoluta chegando arrogncia. Quando no esto presos a acessos de raiva, so grandes amigos e companheiros para todas ashoras.

    pessoa de tipo esguio e procura sempre manter-se bem fisicamente. Adora o esporte e est sempre agitado e em movimento, tendem a ser musculosos e atlticos, principalmente na juventude, tendo grande energia nervosa que necessita ser descarregadas em qualquer atividade que no implique em desgastes fsicos.

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    Sua vida amorosa tende a ser muito variada, sem grandes ligaes perenes, mas sim superficiais e rpidas.

    Cozinha Ritualstica

    Car com Dend e Mel - Lave um inhame em sete guas (sete vezes), depois coloque numa amela de madeira ou alguidar. Com uma faca (ob), bem afiado, corte-o na vertical.Na banda do lado esquerdo se passa dend e na do lado direito mel.Paliteiro de gn - Cozinhe um Car com casca e tudo. Coloque numa gamela de madeira oalguidar. Espete palitos de Mari por toda a superfcie. Pode regar com dend ou mel.Feijo Mulatinho - Cozinhe o feijo mulatinho (ou cavalo) e tempere-o com cebola refogada no dend, coloque em um alguidar e enfeite com 7 camares fritos no dend.Lendas de gn

    Como gn se tornou Orix

    gn lutava sem cessar contra os reinos vizinhos. Ele trazia sempre um rico esplio emsuas expedies, alm de numerosos escravos. Todos estes bens conquistados, ele entregava a Oddu, seu pai, rei de If.

    gn continuou suas guerras. Durante uma delas, ele tomou Ir e matou o rei, Onir e o ubstituiu pelo prprio filho, conservando para si o ttulo de Rei. Ele saudado como Onir! - "gn Rei de Ir!"

    Entretanto, ele foi autorizado a usar apenas uma pequena coroa, "akor". Da ser chamado, tambm, de gn Alakor - "gn dono da pequena coroa".

    Aps instalar seu filho no trono de Ir, gn voltou a guerrear por muitos anos. Quandovoltou a Ir, aps longa ausncia, ele no reconheceu o lugar. Por infelicidade, no diade sua chegada, celebrava-se uma cerimnia, na qual todo mundo devia guardar silncio completo. gn tinha fome e sede. Ele viu as jarras de vinho de palma, mas no sabiaque elas estavam vazias. O silncio geral pareceu-lhe sinal de desprezo. gn, cuja pacincia curta, encolerizou-se. Quebrou as jarras com golpes de espada e cortou acabea das pessoas. A cerimnia tendo acabado, apareceu, finalmente, o filho de gn e fereceu-lhe seus pratos prediletos: caracis e feijo, regados com dend, tudo acompanhado de muito vinho de palma. gn, arrependido e calmo, lamentou seus atos de violnc

    ia, e disse que j vivera bastante, que viera agora o tempo de repousar. Ele baixou, ento, sua espada e desapareceu sob a terra. gn tornara-se um Orix.

    Lenda de gn Xoroqu

    Uma vez ao voltar de uma caada no encontrou vinho de palma (ele devia estar com muita sede), e zangou-se de tal maneira que irado subiu a um monte ou montanha e Xoroqu (gritou Ferozmente ou cortou cruelmente do alto da montanha ou monte), cobrindo-se de sangue e fogo e vestiu-se somente com o mariwo, esse gn furioso chamadoagora de Xoroqu, foi para longe para outros reinos, para as terras dos Ibos, para o Daom, ate para o lado dos Ashantis, sempre furioso, Guerreando, lutando, invadindo e conquistando. Com um comportamento raivoso que muitos chegaram a pensartratar-se de s zangado por no ter recebido suas oferendas ou que ele tivesse se tra

    nsformado num s (talvez seja por isso que chegue a ser tratado como sendo metade s or muitos do candombl). Antes que ele chegasse a Ire, um Oluwo que vivia l recomendou aos habitantes que oferecessem a Xoroqu, um Aja (cachorro), s (inhame), e muitovinho de palma, tambm recomendou que, com o corpo prostrado ao cho, em sinal de respeito recitassem o seus orikis, e tocadores tocassem em seu louvor. Sendo assim todos fizeram o que lhes havia sido recomendado s que o Rei no seguiu os conselho, e quando Xoroqu chegou foi logo matando o Rei, e antes que ele matasse a populao Eles fizeram o recomendado e acalmaram Xoroqu, que se acalmou e se proclamou Reide Ire sendo assim toda vez que Xoroqu se zanga ele sai para o mundo para guerrear e descontar sua ira chegando ate a ser considerado um s e quando retorna a Ire

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    volta a sua caracterstica de gn guerreiro e vitorioso Rei de Ire.

    gn d ao homem o segredo do ferro

    Na Terra criada por sl, em If, os orixs e os seres humanos trabalhavam e viviam ldade. Todos caavam e plantavam usando frgeis instrumentos feitos de madeira, pedra ou metal mole. Por isso o trabalho exigia grande esforo. Com o aumento da populao de If, a comida andava escassa. Era necessrio plantar uma rea maior. Os orixs e reuniram para decidir como fariam para remover as rvores do terreno e aumentara rea de lavoura. ?`snyn, o orix da medicina, disps-se a ir primeiro e limpar o teno. Mas seu faco era de metal mole e ele no foi bem sucedido. Do mesmo modo que ?`snyn, todos os outros Orixs tentaram, um por um, e fracassaram na tarefa de limparo terreno para o plantio. gn, que conhecia o segredo do ferro, no tinha dito nada at ento. Quando todos os outros Orixs tinham fracassado, gn pegou seu faco, de feroi at a mata e limpou o terreno. Os Orixs, admirados, perguntaram a gn de que materal era feito to resistente faco. gn respondeu que era o ferro, um segredo recebido e Orunmil. Os Orixs invejaram gn pelos benefcios que o ferro trazia, no s agricomo caa e at mesmo guerra.

    Por muito tempo os Orixs importunaram gn para saber do segredo do ferro, mas ele mantinha o segredo s para si. Os Orixs decidiram ento oferecer-lhe o reinado em trocado que ele lhes ensinasse tudo sobre aquele metal to resistente. gn aceitou a proposta. Os humanos tambm vieram a gn pedir-lhe o conhecimento do ferro. E gn lhes deconhecimento da forja, at o dia em que todo caador e todo guerreiro tiveram sua l

    ana de ferro. Mas, apesar de gn ter aceitado o comendo dos Orixs, antes de mais nadele era um caador. Certa ocasio, saiu para caar e passou muitos dias fora numa difil temporada. Quando voltou da mata, estava sujo e maltrapilho. Os Orixs no gostaram de ver seu lder naquele estado. Eles o desprezaram e decidiram destitu-lo do reinado. gn se decepcionou com os Orixs, pois, quando precisaram dele para o segredoda forja, eles o fizeram rei e agora dizem que no era digno de govern-los. Ento gnnhou-se, vestiu-se com folhas de palmeira desfiadas, pegou suas armas e partiu.Num lugar distante chamado Ir, construiu uma casa embaixo da arvore de Acoco e l permaneceu. Os humanos que receberam de gn o segredo do ferro no o esqueceram. Todoms de dezembro, celebravam a festa de Uid gn. Caadores, guerreiros, ferreiros e mus outros fazem sacrifcios em memria de gn. gn o senhor do ferro para sempre.

    gn livra um pobre de seus exploradores

    Um pobre homem peregrinava por toda parte, trabalhando ora numa, ora noutra plantao. Mas os donos da terra sempre o despediam e se apoderavam de tudo o que ele construa. Um dia esse homem foi a um babalawo, que o mandou fazer um eb na mata. Elejuntou o material e foi fazer o despacho, mas acabou fazendo tal barulho que gn,foi ver o que ocorria. O homem, ento, deu-se conta da presena de gn e caiu a seus pimplorando seu perdo por invadir a mata. Ofereceu-lhe todas as coisas boas que ali estavam. gn aceitou e satisfez-se com o eb. Depois conversou com o peregrino, que lhe contou por que estava naquele lugar proibido. Falou-lhe de todos os seus infortnios. gn mandou que ele desfiasse folhas de dendezeiro (mariwo), e as colocasse nas portas das casas de seus amigos, marcando assim cada casa a ser respeitada, pois naquela noite gn destruiria a cidade de onde vinha o peregrino. Seria destrudo at o cho. E assim se fez. gn destruiu tudo, menos as casas protegidas pelo mar

    .

    gn chama a Morte para ajuda-lo numa aposta com Sng

    gn e Sng nunca se reconciliaram. Vez por outra digladiavam-se nas mais absurdas queelas. Por pura satisfao do esprito belicoso dos dois. Eram, os dois, magnficos guereiros. Certa vez gn props a Sng uma trgua em suas lutas, pelo menos at que a prchegasse. Sng fez alguns gracejos, gn revidou, mas decidiram-se por uma aposta, coninuando assim sua disputa permanente. gn props que ambos fossem a praia e recolhessem o maior nmero de bzios que conseguissem. Quem juntasse mais, ganharia. e quem p

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    erdesse daria ao vencedor o fruto da coleta. Puseram-se de acordo.

    gn deixou Sng e seguiu para a casa de Ians, solicitando-lhe que pedisse a Iku (a me) que fosse praia no horrio que tinha combinado com Sng. Na manh seguinte, gn esentaram-se na praia e imediatamente o enfrentamento comeou. Cada um ia pegandoos bzios que achava. Sng cantarolava sotaques jocosos contra gn. gn, calado, cona coleta. O que Sng no percebeu foi a aproximao de Iku. Ao erguer os olhos, o gueiro deparou com a morte, que riu de seu espanto. Sng soltou o saco da coleta, fugindo amedrontado e escondendo-se de Iku. noite gn procurou Sng, mostrando seu espSng, envergonhado, abaixou a cabea e entregou ao guerreiro o fruto de sua coleta.

    Referncias

    Parte integrante do Livro "Umbanda - Mitos e Realidade no preloPai Ogum - DOUTRINA E CULTURA UMBANDISTA - Por Monica BerezutchiTag : orixas ltima Atualizao : 22/11/2010Comentrios(0) Novo ComentrioCadastroLogonNovo UsurioAlterar SenhaAlterar DadosRemover UsurioEsqueceu a Senha

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    Agostinho da Silva [email protected] 2008 - 2011