orçamento de estado 2014

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Ao contrário do que sucedeu em 2013, em que se verificou um “enorme aumento de impostos”, o Orçamento do Estado para 2014 vai mais pelo lado da despesa, em que se propõe cortar cerca de 3,18 mil milhões de euros, e menos pelo lado da receita fiscal. As contas do Orçamento de Estado apontam, ainda assim, para uma subida de 410 milhões de euros de receita fiscal, a que se somam mais 168 milhões de euros em acréscimos do lado das contribuições sociais.

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Page 1: Orçamento de estado 2014
Page 2: Orçamento de estado 2014

Orçamento de Estado para 2014

Em 2014, o país assistirá ao fim do atual programa de resgate, sem que saiba ainda exatamente como irá ser este

período pós-troika. Mas independentemente de a solução passar por um segundo programa, um cautelar ou uma

saída mais à irlandesa, a generalidade dos portugueses não sentirá que a sua vida vai melhorar face a 2013. Esperam-

se subidas de preços em vários bens e serviços e a generalidade dos funcionários públicos irá ter uma redução de

salário - alguns pela primeira vez, outros de forma mais acentuada do que aquela que até agora lhes foi imposta.

Ao contrário do que sucedeu em 2013, em que se verificou um “enorme aumento de impostos”, o Orçamento do

Estado para 2014 vai mais pelo lado da despesa, em que se propõe cortar cerca de 3,18 mil milhões de euros, e

menos pelo lado da receita fiscal. As contas do Orçamento de Estado apontam, ainda assim, para uma subida de 410

milhões de euros de receita fiscal, a que se somam mais 168 milhões de euros em acréscimos do lado das

contribuições sociais.

Page 3: Orçamento de estado 2014

Orçamento de Estado para 2014

Do lado da despesa, os funcionários e os reformados e pensionistas surgem, mais uma vez, como os maiores

visados pelos cortes que estão previstos e que, de novo, são apresentados como temporários de forma a contornar

eventuais chumbos do Tribunal Constitucional. Mas esta forma de apresentar o novo modelo de cortes salariais e de

repetir a Contribuição Extraordinária de Solidariedade (que fica novamente ativa na sequência do veto do Tribunal

Constitucional à convergência das pensões) não garante que estas medidas passem no crivo daqueles juízes. Mais

certo é que estes e outros artigos do Orçamento do Estado vão parar ao Tribunal Constitucional, porque mesmo que

o Presidente da República não suscite a fiscalização sucessiva da constitucionalidade, os partidos da oposição já

sinalizaram que o farão. Mas até que haja uma decisão do Tribunal Constitucional (em 2013, esta foi conhecida no

início de abril), é com as regras do Orçamento de Estado que entra em vigor no início de janeiro que famílias e

empresas vão ter de lidar.

E muitas mudanças se perfilam.

Page 4: Orçamento de estado 2014

Cortes nos salários da FP

Os salários dos funcionários públicos vão ficar sujeitos a um novo esquema de cortes já a partir de janeiro, que

abrangerá todos os que ganham mais de 675 euros brutos por mês. A redução prevista no Orçamento do Estado

estabelece que os cortes começam em 2,5%, aumentando até aos 12%, sendo este o corte aplicável a todos os que

auferem mais de 2000 euros brutos.

Esta medida permitirá reduzir em mais cerca de 620 milhões de euros a despesa com salários na função pública,

que se somarão aos cerca de 400 milhões que já eram poupados com o anterior esquema de cortes salariais, que

está a ser aplicado desde 2011 e que abrange quem ganha mais de 1500 euros por mês.

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Cortes nos salários da FP

A proposta do Orçamento do Estado previa inicialmente que os cortes começassem a partir dos 600 euros, mas

durante a discussão na Assembleia da República os partidos da maioria apresentaram uma proposta para que o

patamar subisse para os 675 euros por mês. Entre funcionários públicos e trabalhadores de empresas públicas, este

corte abrange cerca de 600 mil pessoas, deixando de fora um universo de 140 mil.

Esta é uma das medidas controversas que deverão ser sujeitas ao escrutínio do Tribunal Constitucional.

Page 6: Orçamento de estado 2014

Subida da ADSE

As contribuições para a ADSE tiveram um aumento de 1,5% para 2,25% durante o segundo semestre de 2013 e irão

voltar a subir a partir de janeiro, passando para 2,5%. Traduzindo em valores, este aumento fará que uma pessoa que

ganha 990 euros por mês, e que agora desconta 22,75 euros, irá passar a pagar 24,75 euros por mês em 2014. As

contribuições para a ADSE abrangem também os reformados da Caixa Geral de Aposentações e são devidas 14 vezes

por ano, ou seja, aplicam-se também sobre os subsídios de férias e de Natal.

Page 7: Orçamento de estado 2014

Subida da ADSE

As contribuições para a ADSE tiveram um aumento de 1,5% para 2,25% durante o segundo semestre de 2013 e irão

voltar a subir a partir de janeiro, passando para 2,5%. Traduzindo em valores, este aumento fará que uma pessoa que

ganha 990 euros por mês, e que agora desconta 22,75 euros, irá passar a pagar 24,75 euros por mês em 2014. As

contribuições para a ADSE abrangem também os reformados da Caixa Geral de Aposentações e são devidas 14 vezes

por ano, ou seja, aplicam-se também sobre os subsídios de férias e de Natal.

Page 8: Orçamento de estado 2014

Requalificação

A lei que veio transformar a mobilidade especial em requalificação já está em vigor e a aplicar-se aos cerca de mil

trabalhadores que estão neste regime, mas o seu efeito deverá começar a sentir-se de forma mais significativa nos

próximos meses, quando o seu quadro começar a receber novos funcionários públicos. E quem for colocado em

requalificação deve preparar-se para ganhar menos, já que este regime prevê o pagamento de 60% do salário

durante os primeiros 12 meses e 40% a partir daí, se não conseguir uma recolocação num serviço. Destas

percentagens nunca pode resultar um máximo de 1257 ou 838 euros e um mínimo de 485 euros mensais.

Page 9: Orçamento de estado 2014

Taxa sobre as pensões

Em 2014, os pensionistas com reformas acima dos 1350 euros vão continuar a pagar a Contribuição Extraordinária

de Solidariedade. Se a convergência das pensões tivesse passado na apreciação do Tribunal Constitucional, em 2014 a

Contribuição Extraordinária de Solidariedade seria paga pelos reformados da Segurança Social e de fundos privados,

mas os da Caixa Geral de Aposentações ficariam de fora quase na sua totalidade porque as suas pensões iriam sofrer

um corte de 10%. Como a norma que previa este corte das pensões da CGA não passou, a Contribuição Extraordinária

de Solidariedade aplica-se da mesma forma e nos mesmos moldes que em 2013. Esta taxa é progressiva, prevendo-se

um corte direto de 10% quando a pensão ultrapassa os 3750 euros por mês. A receita da Contribuição Extraordinária

de Solidariedade ascende a 430 milhões de euros.

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Pensões de sobrevivência

A partir de 2014, quem acumule uma pensão de reforma com uma de sobrevivência verá esta última sofrer um

corte, se o valor das duas ultrapassar os 2000 euros brutos por mês. As pensões de sobrevivência são pagas aos viúvos

e órfãos correspondendo, no caso da Segurança Social, a cerca de 60% da pensão a que o seu titular teria direito. No

regime da CGA, o cônjuge sobrevivo e os órfãos recebem o equivalente a 50% daquela pensão. Com esta medida o

Governo espera poupar 100 milhões de euros em 2014, mas o seu alcance poderá ser alargado nos próximos anos,

uma vez que não está descartada a hipótese de mais tarde virem a ser tidos em conta outros tipos de rendimentos

para além das pensões.

Page 11: Orçamento de estado 2014

Subsídio de Natal

Em 2014, os funcionários públicos e os pensionistas vão receber os subsídios de férias e de Natal, mas este último

será pago em duodécimos. Esta solução permite “amortecer” o efeito que a subida do IRS e a sobretaxa deste

imposto tiveram nos salários em 2013 e vão continuar a ter em 2014. Desta vez não se esperam acertos de IRS

concentrados num determinado mês, como aconteceu em 2013, porque as tabelas de retenção na fonte serão à

partida ajustadas para 14 meses de salários/pensões. Do lado dos privados, as empresas podem manter em 2014 o

regime de pagamento de 50% destes subsídios em prestações mensais.

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Rescisões por mútuo acordo

Ao longo de 2014, o Governo deverá insistir nos programas sectoriais de rescisões por mútuo acordo, tentando por

esta via reduzir o número de funcionários públicos. Na calha, para arrancar em janeiro, está já um novo programa

dirigido aos quadros mais qualificados do Estado, os técnicos superiores. E em abril deverá registar-se uma segunda

edição de rescisões amigáveis para os assistentes técnicos e operacionais.

Page 13: Orçamento de estado 2014

Baixas e desemprego

Quem ficar de baixa por doença em 2014 irá pagar uma taxa de 5% sobre o valor que receber e os desempregados

verão o seu subsídio encolher 6%. Estas taxas já estiveram em aplicação em 2013 depois de a medida ter sido

reformulada e ter passado a assegurar que, da aplicação destes 5% e 6% não resultaria um valor inferior ao mínimo

que a lei estabelece para estas duas prestações contributivas. Já os casais em que ambos os elementos estão no

desemprego e têm filhos menores a cargo manterão a majoração de 10% no valor do seu subsídio de desemprego.

Page 14: Orçamento de estado 2014

IRS

Os partidos da maioria ainda tentaram reduzir em meio ponto percentual a sobretaxa de 3,5% do IRS, mas o

rombo que essa descida teria na receita fez que a medida não passasse. Por este motivo, em 2014, a generalidade

dos rendimentos que excedem os 485 euros do salário mínimo continuarão a pagar este extra do IRS.

IVA

Ao contrário das expectativas do sector, restaurantes e hotelaria (na parte não referente a alojamento) vão

continuar com uma taxa de 23%. Mais uma vez, a perda de receita associada à redução desta taxa do imposto falou

mais alto e impediu qualquer mudança.

Page 15: Orçamento de estado 2014

Tabaco

O tabaco vai ficar mais caro e os fumadores encontram cada vez menos alternativas mais baratas. No essencial, o

imposto sobre o tabaco de corte fino (para cigarros de enrolar) vai subir cerca de 33% (para 0,12 euros por grama),

enquanto nos cigarros se prevê uma subida de 9,5%. Charutos e cigarrilhas vão também ficar mais caros, porque o

objetivo é aproximar os níveis de tributação dos vários produtos “de modo a evitar efeitos substitutivos” de uns por

outros.

Carros

Quem tem carros a gasóleo deve preparar-se para pagar mais de Imposto Único de Circulação em 2014, já que

este sofre uma atualização de 1% e implicará um agravamento entre 1,39 e 68,85 euros.

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Taxa de audiovisual

A taxa é cobrada na conta da eletricidade, mas é o Orçamento do Estado que a define e para 2014 o Governo

decidiu que deveria passar de 2,38 euros para 2,65 euros, o que equivale a um agravamento de 27 cêntimos por mês.

IRC

Em 2014, a taxa do imposto que incide sobre os lucros das empresas vai baixar de 25% para 23%. Este imposto

sofrerá ainda neste próximo ano várias mudanças na sequência da reforma que foi acordada entre os partidos da

maioria e o PS. Há a criação de um regime simplificado para as pequenas empresas; a aplicação de uma taxa

reduzida (17%) de IRC para os lucros inferiores a 15 mil euros e um agravamento da derrama estadual para os lucros

acima dos 35 milhões de euros.

Page 17: Orçamento de estado 2014

Idade da reforma

Atingir a chamada idade da reforma completa vai exigir um prolongamento da vida ativa em 2014, uma vez que

será necessário ter 66 anos para que seja possível aceder à reforma. Este aumento da idade é uma consequência do

agravamento do factor de sustentabilidade (que indexa a idade da aposentação à esperança média de vida). Em

2015, segundo afirmou já o ministro da Segurança Social, Pedro Mota Soares, manter-se-ão os 66 anos, indo a partir

desse ano a idade da reforma “acompanhar” a subida do factor de sustentabilidade, que passa a ter por referência o

ano 2000 e não 2006. Mas as pessoas que no final de 2013 reuniam já condições para se reformar (65 anos de idade)

poderão fazê-lo com base nas regras então em vigor, mesmo que peçam a reforma mais tarde, já em 2014. Ao

mesmo tempo, as carreiras contributivas mais longas terão um bónus que permite abater tempo na idade de acesso

à reforma, nunca podendo esta ser inferior aos 65 anos.

Page 18: Orçamento de estado 2014

A todo este conjunto de mudanças que constam do Orçamento do Estado ou de diplomas que entrarão em vigor em 2014 (como é o caso da reforma do IRC), as famílias devem somar vários aumentos nas contas de luz, telecomunicações e transportes.

Page 19: Orçamento de estado 2014

Eletricidade e gás

A Entidade Reguladora do Sector Energético (ERSE) definiu para 2014 aumentos de 2,8% na conta da eletricidade

das chamadas tarifas transitórias. Os consumidores que já passaram para o mercado liberalizado deverão também

contar com contas mais pesadas a partir de janeiro, já que por regra estes comercializadores seguem o que se passa

no mercado transitório. No gás, apenas se esperam mudanças em julho, ainda que possam registar--se ajustamentos

nos preços antes disso na sequência da cobrança das taxas de ocupação do subsolo definidas pelas autarquias.

Page 20: Orçamento de estado 2014

Telecomunicações

A inflação esperada para 2014 ronda 1%, mas a conta do telefone, telemóvel ou televisão vai subir mais e já a

partir de janeiro, tendo a PT e a Zon Optimus já anunciado subidas na casa dos 2%, ainda que tenham optado por

manter inalterados os preços dos pacotes quádruplos (voz fixa e móvel, internet e TV).

Pão e leite

Estes dois produtos essenciais deverão manter-se com os mesmos preços de 2013, de acordo com as estimativas

das respetivas associações sectoriais. Para que os preços não subam, deverá observar-se uma redução das margens

da indústria.

Page 21: Orçamento de estado 2014

Transportes

O preço dos transportes públicos vai aumentar, em média, 1% em janeiro de 2014, em linha com a inflação

prevista no Orçamento do Estado. Este ajustamento tarifário irá estar em vigor a partir do início do ano e segue-se a

uma subida de 0,9%, neste ano, e de 5%, em 2012.

Portagens

O preço das portagens vai manter-se inalterado em 2014 face aos preços praticados em 2013. Para esta decisão

terá também contribuído a perda de tráfego nas autoestradas devido à crise.

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