Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4490 • Quarta-feira, 09 de Abril de 2014 10 PATACAS

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Poluição em Pequim afasta expatriadosA grave poluição na capital chinesa está a causar um êxodo de profissionais estrangeiros. Para as grandes empresas é cada vez mais complicado con-tratar quadros. Pág. 15

Residentes querem carros rápidos e luxuososAutomóveis mais rápidos e lu-xuosos são um gosto crescente dos residentes, em detrimento de veículos mais económicos ou compactos, explicam responsá-veis do sector. Pág. 9

Chefe apoia Congressode engenheiros lusófonosChui Sai On considera que o II Congresso de Engenheiros de Língua Portuguesa ajudará a promover Macau como plata-forma entre a China e o universo lusófono. Última

Museu Marítimo planeia expansão à “escala mundial”

Centrais

O Museu Marítimo de Macau tem planos para alargar as suas instalações com um projecto de ampliação, na zona da Doca D. Carlos, perto do Templo de A-Má. Um projecto de estudo deverá ser enviado ainda este ano para ob-ter orçamentos e um planeamento mais detalhado antes da proposta avan-çar para o Executivo.

SONHOS E AMBIÇÕESNO CENTRO “LUCKY GAMING”

Candidatos a “croupier”de todas asgeraçõesO “boom” económico do sector do jogo atinge todos os cantos de Macau, influenciando por isso a vida quotidiana dos residentes, sobretudo dos que procuram novo emprego. Para alguns can-didatos à profissão de “crou-pier” trata-se de um emprego que pode oferecer um futuro brilhante. O JTM foi conhecer os sonhos e ambições de uma nova vaga de formandos do Centro “Lucky Gaming”, composta por residentes de várias idades e ha-bilitações literárias.

Pág. 3

Orçamento eleitoralvai aumentarO orçamento para as eleições do Chefe do Executivo irá crescer, mas os valores ainda estão por definir. A presidente da Comissão Eleitoral lembrou que as despesas “devem ser maiores” do que há cinco anos. Pág. 4

111 pedidos para construirDesde a entrada em vigor da Lei do Planeamento Urbanístico, foram submetidos 30 novos pe-didos de construção, elevando o total para 111. O Conselho do Pla-neamento Urbanístico promete rigor na apreciação. Pág. 2

Propostos subsídios contra o fumoA proibição total de fumo nos casinos dividiu ontem os depu-tados. Alguns propuseram um subsídio para trabalhadores ex-postos ao fumo de terceiros, mas o Governo não se pronunciou sobre a ideia. Pág. 5

Doca dos Pescadorescom financiamento total

Pág. 7

02 JTM | LOCAL Quarta-feira, 09 de Abril de 2014

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grandes Repórteres: Fátima Almeida e Raquel Carvalho • Redacção: Sandra Lobo Pimentel (editora), André Jegundo, Liane Ferreira, Pedro André Santos, Susana Diniz e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Helder Fernando e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, António Ribeiro Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Rita Cameselle e Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói (jtmpublicidade@yahoo.com) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: jtmagenda@yahoo.com (serviço geral)

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

Fátima Almeida

MAIORIA DOS 111 PEDIDOS FEITA ANTES DA LEI DO PLANEAMENTO URBANÍSTICO

Prometida clareza na análisedos projectos de construçãoO Conselho do Planeamento Urbanístico reuniu-se ontem pela primeira vez para definir o seu plano de trabalho. Até este mês foram submetidos 111 pedidos para projectos de construção, cuja maioria foi apresentada antes da entrada em vigor do Lei de Planeamento Urbanístico. Depois de notificados sobre as novas regras, alguns candidatos desistiram. Contudo, o secretário-geral daquele Conselho garante que está a ser feito trabalho interno para que os requerentes saibam do andamento do processo

Desde a entrada em vigor da Lei do Planeamento Urbanístico, a 1 de Março, foram submetidos

30 novos pedidos de construção, con-tando-se um total de uma centena até este mês, disse ontem o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, que presidiu à primeira reunião do Conse-lho do Planeamento Urbanístico, que ontem aprovou o seu regulamento in-terno.

Para já, o Conselho pode não ter mãos a medir já que estão para análise dezenas de pedidos, ainda assim me-nos do que acontecia no passado, que chegavam às centenas. Com as novas regras alguns candidatos desistiram. “Até Abril, recebemos 111 pedidos e a maior parte foram apresentados antes da entrada em vigor da Lei do Planea-mento Urbanístico, ou seja, 80”, referiu. “Foram enviados ofícios para os candi-datos para explicar sobre a entrada em vigor da lei para averiguar a vontade em continuar. Uma parte desistiu”, ex-plicou por sua vez o secretário-geral do Conselho, Lao Iong.

Até que o plano director esteja con-cluído – trabalho que deverá demorar entre três a cinco anos – os projectos de construção necessitam de obter um planta de condição urbanística, cuja

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GCSemissão pela Direcção dos Serviços de

Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) prevê vários procedimentos. Ao Conselho Urbanístico compete dar um parecer em 30 dias depois de rece-ber os relatórios de vários departamen-tos.

O secretário-geral do Conselho do Planeamento Urbanístico acredita que estão reunidas as condições necessá-rias para que os prazos sejam cumpri-dos e os candidatos estejam a par do processo. “Acreditamos que com a Lei do Planeamento urbanístico e com o trabalho dos nossos técnicos vamos se-guir esses procedimentos e durante o processo teremos uma publicação. (...). Internamente estamos a criar condições para que os interessados tenham maior conhecimento sobre o andamento do processo”, disse Lao Iong, quando questionado sobre as queixas sobre a morosidade do processo até que esteja, pelo menos, concluído o plano director.

Segundo salientou o também che-fe do departamento do planeamento urbanístico da DSSOPT, ao Conselho compete dar pareces sobre a finalidade, altura máxima dos edifícios de constru-ção, proporcionalidade do terreno, ou taxa de abrangência, de modo a que o projecto cumpra todos os requisitos e respeite, por exemplo, as zonas envol-ventes.

A maioria dos pedidos submetidos

GOVERNO E EMPRESA PRESTES A CONCLUIR ACORDO

Renovação com TV Cabo em fase de “detalhes”As “questões principais” em torno das negociações entre o Governo e a TV Cabo “já foram resolvidas”, disse ontem o Secretário para os Transportes e Obras Públicas. Lau Si Io espera finalizar os termos da renovação com “a maior brevidade”

O Secretário para os Trans-portes e Obras Públicas disse ontem que a reno-

vação do contrato de concessão à TV Cabo está praticamente ultimada, esperando-se apenas ajustar alguns detalhes. “A ques-tão da renovação de concessão à TV Cabo está na parte final e as questões principais já foram resolvidas. Restam apenas algu-mas questões de mais pormeno-res, que prevemos resolver com a maior brevidade”, referiu Lau Si Io quando questionado pelos jornalistas sobre o futuro daque-la empresa, sem avançar, no en-

diz respeito a projectos de construção na península de Macau, sendo que al-guns ficam em zonas onde se encon-tram edifícios do Património Cultural. “Ainda não sabemos concretamente [qual a finalidade dos projectos] mas são de carácter privado. Há mais para a península de Macau e há pedidos cuja localização está perto do Património”, referiu Lao Iong.

O secretário-geral do Conselho adiantou que os trabalhos para elabo-rar o plano director irão começar até ao final do ano e será realizada uma consulta pública. De acordo com uma notícia avançada pelo JTM, a DSSOPT prevê concluir o plano “master” da ci-dade entre três a cinco anos, sendo que os especialistas que iam participar neste projecto ainda não foram escolhidos.

tanto, as condições do contrato. O JTM contactou Jorge Me-

nezes, advogado da empresa que até agora teve o exclusivo do serviço, tendo este afirmado que “todas as preocupações e sugestões da TV Cabo Macau foram atempadamente transmi-tidas ao Governo, aguardando neste momento confirmação de data sobre a escritura de renova-ção do contrato”, não podendo “adiantar mais informação so-bre este assunto”.

Ontem, o jornal “Ponto Fi-nal” já deu como certa a reno-vação do contrato da TV Cabo,

que termina no próximo dia 21, acrescentando que essa informa-ção foi avançada director comer-

cial da empresa. John Chiang escusou-se, no entanto, a revelar os termos do acordo pelo facto

da concessionária entender que deve ser o Governo a fazê-lo.

À margem da reunião ple-nária do Conselho do Planea-mento Urbanístico, Lau Si Io também foi interpelado pelos jornalistas sobre a situação de falência da Reolian, na tentativa de se perceber se será a Trans-mac a assegurar as carreiras da antiga empresa de autocarros. Lau Si Io referiu apenas que as condições já foram publicadas pelo que as empresas que quise-rem assumir o lugar da Reolian poderão tomar as devidas medi-das para mostrar o seu interesse.

Quarta-feira, 09 de Abril de 2014 JTM | LOCAL 03

PROFISSÃO DE “CROUPIER” NÃO ESCOLHE IDADES

Entre o futuro brilhante e a última oportunidadeA função de “croupier” tem uma imagem algo negativa na sociedade, mas para alguns candidatos à profissão trata-se de um emprego que pode oferecer um futuro brilhante. Para outros, é encarada como uma necessidade ou mesmo última hipótese de emprego. O JTM foi conhecer os sonhos e ambições de uma nova vaga de formandos, composta por residentes de várias idades e habilitações literárias

Viviana Chan

O “boom” económico do sector do jogo atinge to-dos os cantos de Macau,

influenciando por isso a vida quotidiana dos residentes, so-bretudo dos que procuram novo emprego. Muitos deles procu-ram, por isso, cursos de for-mação de “croupiers” como os que são oferecidos pelo Centro “Lucky Gaming”, gerido pela Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM).

Com apenas 23 anos, Mike Iau despediu-se do cargo de professor de natação do Co-légio Dom Bosco no final de Março, e decidiu concentrar-se na aprendizagem de técnicas que lhe permitam ser um bom “croupier”. Segundo contou ao JTM, à margem de mais uma aula no “Lucky Gaming”, o jo-vem natural de Macau estudou em Zhuhai durante dois anos e meio e tornou-se salva-vidas, após cumprir uma série de trei-nos na Associação Geral de Na-tação de Macau.

Mike Iau trabalhou como salva-vidas e professor de na-tação naquele Colégio durante seis anos, mas hoje confessa que era um trabalho “muito abor-recido”. Salientando que ser professor não é suficiente para pagar todas as despesas do dia--a-dia, revelou que, com o apoio da mãe, decidiu entrar na indús-tria do jogo. “Acho que o futuro, como ‘croupier’, será brilhante”.

A vontade de ser “croupier” ajudou-o mesmo a desenvolver um gosto desconhecido pela Matemática, disciplina em que teve as piores notas durante o ensino secundário. “Agora sin-to interesse pela Matemática e estudo até às duas ou três da manhã para memorizar os for-mulários de bacará”, confessou.

A mãe de Mike já foi funcio-nária de um casino, mas “não chegou a ser ‘croupier’, porque na altura era um emprego para a classe alta”, disse com algo orgulho. Porém, se a mãe suge-riu ao filho uma carreira como “croupier” já o pai discorda da ideia. “O meu pai receia que eu siga os maus hábitos dos outros nos casinos”, disse o jovem, que no entanto acabou por conven-cê-lo a pagar a propina do curso de formação, até porque o pai acredita que estudar é sempre.

Zhang Lili, de 30 anos, tam-bém está convicta que um em-prego nas mesas de jogo oferece perspectivas risonhas. Por isso, menos de dois meses de ter ad-quirido o estatuto de residente, resolveu inscrever-se no Centro “Lucky Gaming”.

Natural da província de

Jiangsu, Zhang Lili formou-se na área da restauração e bebi-das numa escola profissional do Interior da China, e exerce ac-tualmente funções de chefe dos empregados de mesa do restau-rante de um casino, mas garante que vai desistir do emprego se for contratada como “croupier”. Os horários da sua futura pro-fissão também não a assustam, uma vez que o restaurante onde labora funciona 24 horas.

Apesar de morar em Macau há mais de oito anos, a jovem assegura que os dedos de uma mão chegam para contar o nú-mero de vezes que entrou em casinos, não estando por isso preocupada com problemas que poderão derivar de empregos no sector, como o vício do jogo. A série de filmes de Hong Kong “God of Gamblers” representou, de resto, o primeiro contacto de Zhang com o jogo. “Os jogado-res são personagens de heróis, pessoas que possuem técnicas maravilhosas para jogar com cartas”.

“Ser croupier é uma maravi-lha”, sublinhou a jovem, que é

mãe de uma criança de três anos e acredita que entrar no sector do jogo é um motivo de orgu-lho, sobretudo para a família que vive no Interior da China. “Quando as pessoas da China Continental falam de Macau, dá a impressão que apenas há casi-nos aqui. Poder fazer parte desta grande indústria é muito agra-dável”, realçou, ao sustentar que as oportunidades de eventuais empregos na área da restauração não são comparáveis às de uma carreira de “croupier”.

Uma profissão

que cruza geraçõesMas, não são apenas jovens

que procuram o Centro de For-mação da FAOM. Chan Kan Lon completará este ano 50 anos e, após ter trabalhado numa agên-cia comercial durante quase duas décadas como técnico de controlo da qualidade de pro-dutos, decidiu seguir um novo rumo profissional.

A companhia onde trabalha-va foi uma das últimas agências abaladas pelo impacto da libe-ralização do jogo e avisou Chan

que o seu salário iria sofrer cor-tes em 2014. “Ser ‘croupier’ é a minha última hipótese para en-contrar uma saída para a vida”, explicou ao JTM.

A família de Chan ficou em silêncio quando foi informada dessa decisão, resignada com a falta de melhores opções para manter a mesma qualidade de vida. Antes de se inscrever no Centro “Lucky Gaming”, Chan diz ter feito várias tentativas para encontrar emprego, in-cluindo através da Direcção dos Serviços para os Assuntos Labo-rais, mas “os resultados não fo-ram satisfatórios”.

Pai de dois filhos, um com 14 anos e outro com 12 – “os dois melhores alunos da es-cola” - Chan Kan Lon exalta o seu orgulho pela família e mostra-se disposto a mais sa-crifícios para garantir o seu futuro. Por isso, está pronto a trabalhar pelo menos mais 10 anos para poder pagar os estu-dos dos filhos.

Aos 48 anos de idade, Leong Chi Weng enfrenta uma situação similar. Trabalhou numa grá-

fica durante mais de 10 anos e actualmente é segurança num casino. Com a esposa grávida, Leong promete não poupar es-forços para assegurar o melhor futuro possível para o filho.

Natural de Macau, Leong confessou que nunca teve pro-pensão para apostar nos casinos, não temendo por isso poder vir a cair nas “malhas” do vício do jogo. Na sua opinião, esse im-pacto é “controlável” e depende da força de vontade e atitude das pessoas, sem esquecer o papel da educação familiar. “O meu pai sempre me disse que não é importante aquilo que se faz, desde que não envolva jogo”, disse.

Embora esperançado em seguir a carreira de “croupier”, Leong prefere para já não fazer grandes planos. “Ainda não sei se vou ser aceite pelos casinos”, ressalvou, ao assumir que seria um passo importante na vida, uma vez que poderá ganhar mais um terço do que até agora. “Ser croupier tornou-se a única forma de ser promovido”, fri-sou.

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Zhang Lili

Leong Chi Weng

Mike Iau

Chan Kan Lon

Quarta-feira, 09 de Abril de 201404 JTM | LOCAL

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GCSLeong Veng Chai

defende revisão“integral” do regimejurídico da Função PúblicaLeong Veng Chai quer saber junto do Governo quando serão actualizadas as remunerações dos funcionários públicos, comparando com a situação das empresas de jogo que anuncia-ram este ano aumentos salariais para os seus trabalhadores. Numa interpe-lação escrita dirigida ao Executivo, o deputado defende que a actualização salarial permite “manter a estabilida-de da equipa dos funcionários públi-cos e atrair e manter os quadros qua-lificados”. Além de questionar se os aumentos terão efeitos retroactivos ao mês de Janeiro, sublinha ainda a necessidade de rever “integralmente” o regime jurídico da Função Pública. Frisando que “a inflação mantém--se elevada, os preços dos produtos aumentam e o poder de compra dos cidadãos diminui”, Leong Veng Chai referiu ainda que em 2013 a taxa de inflação anual atingiu 5,5%, mas “só as remunerações do Chefe do Exe-cutivo e dos titulares dos principais cargos é que foram actualizadas em 2014”. O deputado sublinha que “os salários dos funcionários públicos das categorias mais baixas não chega-ram a ser actualizados tendo em con-ta a taxa de inflação, por isso, estes continuam a viver sob pressão”. No final de Março, a Assembleia Legisla-tiva de Macau aprovou, na generali-dade, uma proposta de lei que prevê um aumento de 5,71% dos vencimen-tos e pensões de aposentação e sobre-vivência dos funcionários públicos, mas a diploma ainda está a ser ana-lisado na especialidade. O presiden-te da Assembleia Legislativa, Ho Iat Seng, já pediu à 3ª Comissão Perma-nente da AL para concluir a análise do diploma até 16 de Abril, por forma a que a proposta de aumentos possa entrar em vigor ainda em Maio.

SONG MAN LEI PREVÊ AUMENTO DO ORÇAMENTO

Mais dinheiro para eleger o ChefeNão se sabe quanto, mas o orçamento para as eleições do Chefe do Executivo vai aumentar, disse ontem Song Man Lei. A presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais explicou que o último acto eleitoral foi há cinco anos e é previsível que as despesas sejam maiores

Na terceira reunião da Comissão de Assuntos Eleito-rais do Chefe do Executivo (CAECE), que teve lugar ontem, o tema principal de debate foi o orçamento

“que deverá ser mais elevado em relação ao anterior acto elei-toral”, refere uma nota do Gabinete de Comunicação Social.

A presidente da Comissão, Song Man Lei, disse aos jor-nalistas que as eleições compreendem, na prática, dois actos eleitorais, respectivamente a eleição dos membros da Comis-são Eleitoral e a do Chefe do Executivo propriamente dita.

“Passaram já uns anos desde o último acto eleitoral para o Chefe do Governo”, referiu Song Man Lei, justificando que

“as despesas relacionadas com todo o processo devem ser maiores e o respectivo orçamento deverá ser aumentado”, no entanto, os detalhes relativos a esse aumento ainda estão em discussão.

A mesma responsável lembrou ainda a principal diferença destas eleições em relação às anteriores devido à revisão da Lei Eleitoral do Chefe do Executivo. “Mesmo que o número de candidatos a membros da Comissão Eleitoral seja igual ao número distribuído por sector, a Comissão Eleitoral, de acordo com o estipulado na lei, que aboliu o regime do mecanismo de candidato automaticamente eleito, deve proceder a votação”.

A juíza acrescentou que o trabalho da campanha eleitoral “processar-se-á de acordo com a legislação vigente” e a CAE-CE deve organizar, pelo menos uma vez para cada candidato, uma sessão destinada à apresentação dos programas políticos e de esclarecimento, convidando para o efeito todos os mem-bros da Comissão Eleitoral.

A eleição dos membros da Comissão Eleitoral tem lugar a 29 de Junho e a eleição do Chefe do Executivo a 31 de Agosto. O período de campanha eleitoral inicia-se no décimo quinto dia anterior e termina às 24 horas da antevéspera do dia da eleição.

2ª Vez

Acção Ordinária nº CV1-13-0062-CAO 1º Juízo Cível

Autor: Banco Comercial de Macau, S.A., com sede em Macau, na Avenida da Praia Grande, nº 572.Réus: Chan Chi Hoi, titular do Bilhete de Identidade de Residente Perman-ente de R.A.E.M., residente em Macau;Chio Sok Cheng, titular do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da R.A.E.M., residente em Macau;Herdeiros Incertos de Vong Iut Ieng.

FAZ-SE SABER que pelo 1º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base da R.A.E.M., correm éditos de TRINTA DIAS, contados a partir da segunda e última publicação do respectivo anúncio, citando os Herdeiros Incertos de Vong Iut Ieng, supra identificado, para, no prazo de TRINTA DIAS, findo o dos éditos, contestar, querendo, a presente Acção Ordinária, na qual o autor pede em síntese que os Réus sejam condenado a pagar a quantia de MOP$227.946,93 (duzentas e vinte e sete mil, novecentas e quarenta e seis patacas e noventa e três avos), acrescida de juros remuneratórios e moratórios, vencidos desde 06 de Agosto de 2013 e vincendos, custas e procuradoria condigna, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta secretaria à disposção do citando, o citando fica advertido de que a falta de contestação não importa a confissão dos factos articulado pelo autor, caso o mesmo permaneça na situação de revelia absoluta, ficando o mesmo advertido de que é obrigatória a constituição de advogado (artº 74º do C.P.C.M.).Macau, 10 de Janeiro de 2014

A Juiz Ana Meireles

A Escrivã Judicial Principal, Lei Ka Lou

“JTM” - 9 de Abril de 2014

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

1ª Vez

Execução Por Custa nº CV2-11-0027-CAO-A 2º Juízo Cível

Exequente: MINISTÉRIO PÚBLICO.Executada: ERLY AMORANTO CABALLERO GOMES, solteira, maior, residente em Macau na Rua do Rosário, nº 24, Edifício Wai Yip Kok, 3º andar “A”, ora ausente em parte incerta.

Correm éditos de trinta (30) dias, contados da segunda e última publicação do anúncio, notificando a executada ERLY AMORANTO CABALLERO GOMES, melhor identificada acima, de todo o conteúdo da petição inicial destes autos, bem como do despacho proferido no dia 21 de Maio de 2013 que ordenou a penhora da quantia de MOP$8.000,00 em Plano de Comparticipação Pecuniária para o ano de 2013, que pertence à executada, e da realização da mesma.

Fica a executada notificada para, querendo, no prazo de dez (10) dias, decorrido que seja o dos éditos, pagar a quantia exequenda de MOP$10.706,00 e acréscimos legais, ou deduzir embargos à execução ou oposição à penhora, e ainda requerer a substituição do bem penhorado por outro de valor suficiente, tudo conforme no artº 820º do C.P.C.M., sob pena de, não o fazendo no referido prazo, seguir o processo os ulteriores termos até final à sua revelia.

Os duplicados da petição inicial encontram-se guardados nesta secretaria do 2º Juízo Cível, poderão ser levantados nas horas normais de expedientes.

Macau, aos 02 de Abril de 2014.

O Juiz Seng Ioi Man

O Escrivão Judicial Adjunto, Sou Wai Hong

“JTM” - 9 de Abril de 2014

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas

ANÚNCIO

Faz-se saber que, em relação ao concurso público para «Empreitada de Construção do Túnel de Ká Hó - Coloane», publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 12, II Série, de 19 de Março de 2014, foram prestados esclarecimentos, nos termos do artigo 2.2 do programa do concurso, e foi feita aclaração complementar conforme necessidades, pela entidade que realiza o concurso e juntos ao processo do concurso.

Os referidos esclarecimentos e aclaração complementar encontram-se disponíveis para consulta, durante o horário de expediente, no Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, sito na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10º andar, Macau.

Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, aos 3 de Abril de 2014.

O Coordenador do GabineteChan Hon Kit

Quarta-feira, 09 de Abril de 2014 JTM | LOCAL 05

André Jegundo

GOVERNO SEM PRESSA PARA REVER LEGISLAÇÃO SOBRE TABAGISMO

Propostos subsídios anti-fumoA proibição total de fumo nos casinos dividiu os deputados entre que os defendem uma revisão imediata do Regime de prevenção e controlo do tabagismo e os que alertam para o impacto que a medida poderá ter nas receitas do sector e nos cofres do Governo. Alguns propuseram a criação de um subsídio para os trabalhadores que estejam expostos ao fumo de terceiros, mas o Governo não se pronunciou sobre a proposta

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Os deputados Ng Kuok Cheong, Si Ka Lon e Chan Iek Lap propuseram ontem a atribuição de um subsídio a todos os funcionários de casinos que

operem em zonas de fumadores, de forma a compensá--los por eventuais danos à saúde. Num debate sobre a proibição do tabagismo nos casinos, promovido pela deputada Lei Cheng I, o Secretário para os Assuntos So-ciais e Cultura, Cheong U, não se pronunciou sobre a proposta mas afastou para já uma revisão imediata da lei.

“O controlo do tabagismo é algo de novo, temos que melhorar, mas não estamos com pressa para mudar no-vamente a legislação. Vamos fazê-lo passo a passo, não somos preguiçosos nem estamos a trabalhar devagar”, declarou Cheong U.

Relembrando o que está previsto no actual diploma, Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde, disse que em 2015 a Administração vai elaborar um relatório de avaliação do diploma e preparar eventuais alterações à lei, trabalho que, garantiu, já começou a ser desenvolvi-do.

Até lá, e com o objectivo de compensar os trabalha-dores de casinos que operem em áreas de fumadores, vários deputados defenderam a introdução de um sub-sídio profissional. Ng Kuok Cheong propôs mesmo o montante de três mil patacas para os trabalhadores da linha da frente dos casinos, enquanto Si Ka Lon desafiou o Executivo a obrigar as empresas do jogo a conceder este subsídio. “Deve-se caminhar no sentido da proibi-ção, mas neste período transitório o Governo pode ou não avançar com esta medida?”, questionou, subscre-vendo uma ideia que também foi defendida por Chan Iek Lap.

O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura res-pondeu que o Governo pretende “reforçar as garantias para os trabalhadores do jogo”, criando um “seguro obrigatório” e “exames médicos também obrigatórios”, mas considerou ser necessário um período de tempo “mais alargado” para se analisarem os resultados do “Regime de prevenção e controlo do tabagismo”, que entrou em vigor em 2012.

O responsável disse também que todos os serviços governamentais vão-se empenhar na concretização das cabines para fumadores nos casinos.

Lembrando que o cancro do pulmão é uma das principais causas de morte na RAEM, Pereira Coutinho manifestou-se perplexo com a proposta de um subsídio para os trabalhadores dos casinos. “Não estaremos a menosprezar a situação atribuindo um subsídio de três mil patacas? A saúde agora pode ser negociada e tran-

saccionada?”, questionou. Um ano e meio depois da aprovação do regime de

controlo do tabagismo, a deputada Lei Cheng I conside-rou que a criação das áreas para fumadores prevista no diploma “foi uma falha enorme”, que está a prejudicar “seriamente” os trabalhadores e os clientes dos casinos. A proposta de proibição sem reservas do fumo no inte-rior dos casinos mereceu concordância de vários depu-tados.

“O Governo da RAEM não consegue proteger os trabalhadores do sector do jogo, portanto concordo que deve ser proibido fumar dentro dos casinos, tal como é proibido fumar dentro de outros recintos fechados. Reveja-se a legislação de imediato”, apelou Wong Kit Cheng.

Do outro lado estiveram deputados que se manifes-taram preocupados com o impacto que tal medida teria nas receitas dos casinos e nas finanças públicas. “Será que os jogadores vão querer continuar a jogar em Ma-cau se estas medidas forem aprovadas? O sector do jogo é muito importante para a economia do território, tudo depende das receitas do jogo, não devemos lançar qual-quer medida para proibir o fumo completo dos casinos”, considerou Tsui Wai Kwan, uma ideia que foi secundada por Chan Chak Mo e Vong Hin Fai.

Fiscalização mais eficazLeonel Alves, por seu turno, considerou urgente

proceder-se à regulamentação da actual lei de forma a aumentar a eficácia da fiscalização e punir as operado-

res de jogo que não são cumpridoras. “Se há casinos que estão a transferir mais mesas de jogo para zonas de fu-madores, isso é um abuso e o Governo deve actuar”, de-clarou, propondo ainda a criação de “regime adequado de indemnização” para os trabalhadores dos casinos e a classificação das patologias provocadas pelo fumo passi-vo como doenças profissionais.

“A lei de 2011 tem uma contradição quando proíbe o fumo de tabaco dentro de recintos fechados e a seguir abre uma excepção com a criação das áreas de fuma-dores dentro dos casinos. Chegou-se à conclusão que a proibição total do fumo não servia os interesses da RAEM. No binómio economia/saúde ganhou a econo-mia”, concluiu.

Fong Chi Keong considerou a proibição total do ta-baco como “algo próprio de uma ditadura” e lamentou que os fumadores sejam alvo de uma “perseguição cada vez maior da sociedade”. “Porque é que estigmatizam tanto o tabagismo? Deng Xiaoping foi um grande fu-mador, o presidente da Assembleia Legislativa, Carlos d’Assumpção, foi um grande fumador. Este é um tema desnecessário, fumar também contribui para o consumo interno”, afirmou.

Assumindo a condição de médico, o director dos Ser-viços de Saúde garantiu apoiar “sem reservas” a proi-bição de venda do tabaco algo que reconheceu não ser possível na sociedade actual. “Creio que através da edu-cação cívica será possível que a população tenha cons-ciência dos malefícios do tabaco para que cada vez mais pessoas deixem de fumar”, defendeu.

DADOS DOS SERVIÇOS DE SAÚDE

Tabagismo nos casinos motivou 788 queixasO Governo revelou que está a analisar os exames clínicos que foram realizados a 16 mil trabalhadores do sector e que foram entregues pelas concessionárias de jogo

Cheong U admite que é preciso melhorar o controlo do tabagismo

O Governo recebeu 788 queixas relacionadas com o fumo de ta-baco nos casinos, revelou ontem

o director dos Serviços de Saúde, acres-centando que o número de participações tem vindo a diminuir nos últimos meses. Lei Chin Ion disse também que até Mar-ço o Governo recebeu os resultados dos exames físicos a 16 mil trabalhadores do sector do jogo. Os dados foram enviados

pelas concessionárias e ainda estão a ser analisados pelas autoridades.

Vários deputados criticaram o Go-verno pelo facto de o número de exa-mes realizados ser bastante inferior ao número global de trabalhadores do sector, algo que levou o director dos Serviços de Saúde a garantir que o Go-verno pretende continuar a “incentivar as operadoras” a promoverem análises

a todos os funcionários.Em 2013, segundo dados dos Serviços

de Saúde, 16,4% da população era fuma-dora, uma descida de meio ponto percen-tual em relação a 2010 (16,9%). No mes-mo período, a taxa de tabagismo entre os jovens também desceu dos 6,68% para os 4,1%.

Responsáveis do Gabinete Anti-Ta-bagismo contestaram também alegações

de deputados que insinuaram que os números relacionados com as queixas de fumo não correspondiam à realidade. De acordo com o Gabinete, desde que a lei entrou em vigor, foram realizadas cerca de 600 operações de fiscalização e identi-ficados mais de 800 infractores. Cerca de 500 foram multados. A maior parte das situações envolve clientes de casinos pro-venientes do Interior da China.

Quarta-feira, 09 de Abril de 201406 JTM | PUBLICIDADE

Aqui há Rato!ainda

Quarta-feira, 09 de Abril de 2014 JTM | LOCAL 07

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JTM

David Chow assinou ontem um protocolo de empréstimo com um sindicato bancário que reúne 10 bancos, o que permitiu assegurar um empréstimo de 4,2 mil milhões de dólares de Hong Kong à “Macau Legend Development”. O empresário disse que vai fazer todos os possíveis para que o projecto de revitalização da Doca dos Pescadores esteja pronto em 2017

DAVID CHOW ASSINOU EMPRÉSTIMO NO VALOR DE 4,2 MIL MILHÕES DE HKD

Doca dos Pescadores tem financiamento total

Susana Diniz

A “Macau Legend Development”, empresa responsável pelo pro-jecto de revitalização da Doca

dos Pescadores, assegurou ontem ofi-cialmente um empréstimo de 4,2 mil milhões de dólares de Hong Kong. O acordo foi assinado entre David Chow e um sindicato bancário liderado pelo Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) e composto por 10 instituições de Macau, Hong Kong, Taiwan e Portugal, neste caso, contando com o envolvimen-to do Banco Comercial Português (BCP).

O CEO da “Macau Legend Deve-lopment” garantiu estar já na posse do valor necessário para a construção de todas as infra-estruturas. “Devido à oferta pública inicial de venda de acções e a empréstimos bancários, ao todo, são seis mil milhões em dinheiro que já temos nas mãos. Por agora, te-

mos que chegue para construir”, disse aos jornalistas à margem da assinatura do acordo, que decorreu ontem no Ho-tel Landmark.

A verba será utilizada para “a cons-

David Chow quer obras terminadas antes de 2017

trução e desenvolvimento da Doca dos Pescadores”, que incluirá o “Harbour-view Hotel”, que estará terminado no terceiro trimestre deste ano, os hotéis “Legend Palace” e “Legendale”, o Mu-

seu dos Dinossauros, um grande audi-tório com 1.200 lugares e uma marina.

No que diz respeito aos prazos de construção, Chow garante que “quer tudo pronto antes de 2017”, apesar das estruturas irem abrindo por fases. Este processo faseado “ajuda” igualmente à contratação dos recursos humanos que o responsável diz precisar. “Sem incluir a área de jogo, estimamos que vamos precisar de cerca de cinco mil pessoas”, afirmou.

Questionado sobre a dificuldade em angariar mão-de-obra, David Chow as-segurou que o processo faseado também se aplica à contratação. “No final deste ano pediremos cerca de mil pessoas e consoante formos terminando projectos, vamos solicitando mais”, afirmou.

Quanto ao número de mesas de jogo, o empresário quer “mais 350”. “Neste momento temos cerca de 140, mas que-remos chegar às 500, na Doca dos Pesca-dores e no Landmark”, adiantou.

Acto Médico em discussãoFoi ontem apresentado na Fundação Rui Cunha o livro “Do ato médico ao problema jurídico” da autoria da professora de Direito da Universidade de Macau, Vera Lúcia Raposo. A obra, uma edição da colecção da Vieira de Almeida&Associados, escritório de advogados português, foi apresentada pelo Juiz Conselheiro Jubilado do Supremo Tribunal de Justiça de Portugal, Leal-Henriques, e por Mário Évora, médico no Hospital Conde São Januário e presidente da Associação de Cardiologia de Macau.

CONDUTORES SÓ PAGAM COMBUSTÍVEL E RECEBEM BÓNUS

Reforçados incentivos nos táxis amarelosO grupo Van Iek vai atribuir bónus aos condutores dos táxis amarelos e os melhores do serviço de atendimento telefónico não vão pagar o aluguer da viatura, apenas o combustível. Desta forma, a companhia pretende dar um incentivo, aumentando a margem de ganhos dos taxistas

Cheang Wing Chio, director do Conselho de Ad-ministração da Companhia de Rádio Táxi Vang Iek, revelou que o grupo vai colocar em curso

medidas de incentivo, como bónus para que os taxistas participem no sistema de atendimento telefónico.

O director da empresa declarou ao jornal “Ou Mun” que para aumentar o serviço dos táxis amarelos, deve ser resolvida a questão dos taxistas, pois já anteriormente tinha sido inserido um modelo semelhante ao que está agora a ser implementado, com pacotes salariais espe-ciais. No entanto, o plano acabou por não avançar já que ia contra o princípio base do sector dos táxis: “quanto mais horas trabalha, mais ganha”.

Para que não volte a acontecer o mesmo, a empresa está a desenvolver um conjunto de bónus e incentivos para encorajar a participação dos taxistas.

Também vão ser escolhidos os melhores taxistas do serviço de atendimento telefónico e estes não terão de

pagar o aluguer do veículo, apenas o combustível utili-zado. Cheang Wing Chio admite que os taxistas conside-ram que o sistema tem limitações, no entanto, sublinha que a isenção do pagamento do aluguer do táxi funciona como um incentivo e diminui a apreensão em torno do modelo.

Na perspectiva de Cheang Wing, o novo modelo de atendimento de chamadas poderá mesmo aumentar o lucro dos taxistas, atrair mais profissionais e expandir o serviço de atendimento telefónico.

Segundo o director da Van Iek, a taxa de utilização do serviço aumentou ligeiramente para 13% e a empresa está a trabalhar para responder às necessidades com os profissionais existentes. Porém, se houver um aumento da utilização do serviço de chamadas telefónicas, o nú-mero de taxistas também terá de aumentar, pelo que te-rão que ser feitas contratações.

Cheang Wing Chio afirmou ainda que os táxis sofre-

ram ajustamentos estando equipados com um sistema de GPS ligado em tempo real ao serviço de trânsito da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego e to-dos os dados das matrículas em circulação serão entre-gues à DSAT para que possam ser inspeccionados.

A Companhia de Rádio Táxi Vang Iek, viu o seu con-trato com o Governo renovado temporariamente por nove meses, com uma consequente redistribuição de trabalho dos táxis. Nesse sentido, 60% das viaturas, ou seja 100 licenças, destinam-se apenas a atender pedidos de chamadas telefónicas e as restantes 40% continuam a trabalhar normalmente. No entanto, espera-se que pos-sam ser integrados gradualmente no novo modelo que entrou em funcionamento a 7 de Fevereiro.

O director da companhia dos táxis amarelos afirmou ainda que até se encontrar um modelo de operação ade-quado, os lucros ficam para segundo plano.

L.F.

Quarta-feira, 09 de Abril de 201408 JTM | LOCAL

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RAEM, 9 de Abril de 2014

Liane Ferreira

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ARQ

UIVO

CASO DESCOBERTO POR AGENTE DE FOLGA

Apanhado a filmar debaixo das saias

Um polícia que estava de folga deteve um residente, que estava a filmar a roupa íntima de uma cliente num supermercado

Dois suspeitos usaram canos para atacar um homem, quando este se dirigia para o seu carro, no auto-silo na Praia Grande. Até ontem, a polícia apenas tinha conseguido deter um jovem, que filmou o ataque

TRIO ATACOU EM AUTO-SILO

Jovem gravou agressões com canos

A Polícia de Segurança Pública deteve um jovem de 21 anos por suspeitas de envolvimento num caso de agressões

com canos, no auto-silo da Praia Grande, ten-do sido responsável por filmar o ataque.

Segundo as autoridades, a vítima, cuja ida-de não foi revelada, deslocava-se para a sua viatura, estacionada naquele auto-silo, quando foi agredido por dois homens encapuzados. Os suspeitos usaram canos com 50 cm de com-primento e 2,5 cm de diâmetro, enquanto um terceiro indivíduo gravava as agressões com o telemóvel.

Os pedidos de socorro da vítima foram ouvidos por agentes da PSP, que estavam em patrulha nas proximidades e acabaram por perseguir e interceptar um dos alegados agres-sores na Rua de S. Lourenço.

O detido declarou que tinha sido contac-tado por um amigo uma hora antes do crime para se encontrarem no auto-silo. Quando che-gou ao local, o amigo deu-lhe um saco e pediu para filmar o que ia acontecer. O jovem disse ainda desconhecer os motivos da agressão.

A vítima foi transportada para o Hospital Conde de São Januário onde recebeu assistên-cia, devido a ferimentos na cabeça e dores no corpo.

Acordaram com assaltantes em casaNoutro caso, a Polícia Judiciária (PJ) re-

gistou quatro assaltos a residências durante o

Casa de penhores detecta burla quase dois anos depois

Uma casa de penhores apresentou três queixas de burla, depois de encontrar objectos falsificados no seu “stock”. De acordo com o responsável do estabelecimento, o mesmo suspeito penhorou dois telemóveis em Agosto e Setembro de 2012, tendo recebido 5.500 dólares de Hong Kong, e no outro caso, outro cliente penhorou um relógio por 70.000 dólares de Hong Kong, em Junho do mesmo ano.

Um residente de 30 anos de idade foi detido por suspeitas de invasão

da privacidade de uma mulher que não estava consciente des-te facto, num supermercado do território.

O caso ocorreu num super-mercado da Rua Cidade de Coimbra e foi detectado por um agente policial que se encontra-va de folga nesse dia. O polícia apercebeu-se que um homem aproximou-se da vítima e colo-cou o telemóvel debaixo da saia da mesma.

Interceptado de imediato, o suspeito tinha no seu telemó-vel um vídeo de 1:15 segundos, onde se via a roupa interior da mulher de 25 anos, oriunda da Indonésia.

O homem irá ser apresen-tado ao Ministério Público por suspeitas de devassa da vida privada.

Não pagou massagens e ainda roubou telemóveis Noutro caso, a PSP intercep-

tou um residente de 36 anos, no meio de uma perseguição leva-da a cabo por duas mulheres, a quem o suspeito tinha furtado dois telemóveis e uma faca.

Segundo as autoridades, agentes em patrulha no Largo do Pagode do Bazar ouviram os gritos de duas mulheres a gri-tar “ladrão” e entraram em per-seguição. Apesar da resistência do suspeito, este acabou por ser capturado na Rua do Visconde Paço d’Arcos.

As vítimas, duas mulheres de 32 e 35 anos da China Conti-nental, revelaram que, além de furtar os telemóveis e a faca, o detido fugiu sem pagar um ser-viço de massagens no valor de 280 patacas.

L.F.

fim-de-semana prolongado, sendo que em dois casos as vítimas acordaram e detectaram os suspeitos ainda no interior das casas.

Num dos casos, o residente acordou com barulho na varanda e viu um homem vestido de preto no apartamento. O grito assustou o la-drão, que ainda assim conseguiu levar 16.000 patacas em joias e dinheiro.

O mesmo se passou com uma residente, que apanhou o assaltante na sala. Neste caso, o prejuízo foi menor: 900 patacas.

Os assaltos visaram várias zonas do territó-rio, incluindo na Avenida 1º de Maio, Rua de Xangai, Pátio de S. Paulo e Rua Leôncio Ferrei-ra, sendo que os prejuízos registados nos outros dois casos atingiram 13.000 e 20.000 patacas.

Todos os assaltantes terão usados chaves falsas.

Agressões ocorreram no auto-silo da Praia Grande

Quarta-feira, 09 de Abril de 2014 JTM | LOCAL 09

COMUNICAÇÃO E LIDERANÇA SÃO ALGUNS OBJECTIVOS DO CONCURSO

Oradores locais mostram dotes na RAEHKEntre os dias 12 a 26 de Abril, Macau estará representado no Concurso de Primavera da “Toastmasters International” que terá lugar em Hong Kong para apurar os melhores oradores

O Concurso de Primavera dos Clubes “Toastmas-ters” em Macau 2014 (Concurso de Discurso em Mandarim, Concurso de Discurso em Inglês e

Concurso de Discurso de Improviso) teve lugar no Centro UNESCO, no dia 29 de Março e foi patrocinado pela Fun-dação Macau e Macau Industrial Limitada.

Dos oito premiados do concurso realizado no território, os dois principais classificados em cada concurso vão re-presentar a RAEM, entre 12 e 26 de Abril, em Hong Kong. Nessa prova, os representantes da RAE’s concorrerão a va-gas no Concurso de Primavera inserido na Conferência da “Toastmasters International”, em Shenzhen.

O concurso de discursos é um dos eventos mais im-portantes promovidos anualmente pelos “Macau Toast-masters”. Os concorrentes poderão desenvolver as suas capacidades de expressão, audição e análise, e aumentar a auto-confiança, através da participação, observação e aprendizagem mútua em reuniões regulares e concursos.

A “Macau Toastmasters”, que pertence à “Toastmasters International”, é uma organização sem fins lucrativos, vo-cacionada para desenvolver as capacidades de comunica-ção e de liderança dos seus membros. Existem cinco clubes no território: “Clube de Macau Toastmasters Internacio-nal”, “Clube de Macau Mandarin Toastmasters”, “Profes-sional and Graduates Club”, “Cotai Toastmasters Club” e “Estudantes da Universidade de Macau”.

10 carros da Ford no Grande Prémio

A 61ª edição do Grande Prémio de Macau (GPM), agendada para Novembro, vai contar com a participação de 10 Ford Fiesta. À margem da inauguração do stand da marca, Eurico do Rosário, piloto macaense contratado pela Ford revelou que os automóveis estão em fase de montagem, depois de já terem finalizado o projecto de design. Segundo o piloto, foram feitas algumas alterações em termos de design, no entanto, o motor ficou inalterado visto que confiam na sua capacidade de performance. Com a fase de montagem concluídas no final de Maio, seguir-se-ão as provas de testes em Junho e Julho já em preparação para o GPM, explicou Eurico do Rosário.

• • • BREVESReclusa tentou suicídioingerindo champôUma reclusa recém-entrada no estabeleci-mento prisional terá ingerido parte do cham-pô da companheira de cela numa tentativa de suicídio. A mulher, de 24 anos, foi transpor-tada para o Hospital Conde de São Januário para tratamentos, regressando novamente para a prisão, onde será submetida a uma avaliação psiquiátrica. A mulher, da China Continental, está acusada de crimes de furto qualificado, extorsão e abuso de confiança.

Universidade de São José organiza “Dia da carreira”Os alunos da Universidade de São José terão amanhã a oportunidade de contactar com possíveis empregadores na edição deste ano do “Dia da Carreira”. Segundo a organização, estará presente um largo espectro de áreas, incluindo grupos de hotéis e casinos e outras grandes empresas do território, como a CEM ou a CTM. No total, 30 companhias e organi-zações sem fins lucrativos terão contacto com mais de 400 alunos, entre os quais, da nova licenciatura de arquitectura, que este ano terá os primeiros formados ao fim de cinco anos de curso.

Obras do Metro motivam novo acesso pedonal na TaipaA construção do viaduto da linha da Taipa do Metro Ligeiro obrigou à alteração do acesso pedonal na Estrada da Baía de Nossa Senhora da Esperança, que será movido 60 metros em direcção à Guarnição em Macau do Exército de Libertação do Povo Chinês. Segundo um comunicado do Gabinete para as Infra-es-truturas de Transportes, o novo acesso será implementado a partir de amanhã, apelando ao público para que tenha mais atenção aos condicionamentos de trânsito e sinalizações no local.

Drenagem junto ao Kartódromocom 7 propostas admitidasA obra de reordenamento da rede de drena-gem de água pluvial na Rotunda da Harmo-nia, junto ao Kartódromo de Coloane, obteve um total de sete propostas em acto público, realizado ontem, tendo todas sido admitidas pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transporte. O valor proposto va-riou entre 7,2 milhões e 17 milhões de pata-cas, estimando-se que obra tenha início a par-tir do segundo trimestre do corrente ano e um prazo máximo de execução de 150 dias.

SJM distinguida com prémiode desempenho exepcionalA Sociedade de Jogos de Macau recebeu um prémio de desempenho excepcional, atri-buído pela revista “Yazhou Zhoukan”, nos prémios Global Chinese Business 1000, que decorreram em Hong Kong. O prémio foi atribuído a um total de 20 companhias do Continente Chinês, Hong Kong, Taiwan, Ma-lásia e Singapura, consoante o crescimento médio das receitas das empresas e a inovação ao longo dos últimos três anos.

DST organiza exposição de arte em Hong KongA Direcção dos Serviços de Turismo (DST) inaugurou ontem, em Hong Kong, a expo-sição de arte “Sentir Macau”, com obras que visam dar uma perspectiva cultural e artística dos artistas locais, mostrando aos visitantes a fisionomia antiga e a nova imagem de Ma-cau. A exposição tem entrada gratuita e irá estar patente até 14 de Abril, no Hong Kong Fringe Club.

MACAU É PORTA DE SAÍDA PARA OUTROS PONTOS DA REGIÃO

Carros de luxo atraemcada vez mais residentesAutomóveis mais rápidos e luxuosos são um gosto crescente dos residentes, deixando para trás veículos mais económicos ou compactos

Na abertura do stand da Ford, Daniel Cheng, director do grupo Vang Iek salientou

que os residentes de Macau estão a revelar um apetite crescente por car-ros de alta performance e de luxo.

Segundo o director do grupo, úni-co revendedor autorizado da Ford no território, o mercado da RAEM é bas-tante diversificado, havendo procura tanto para modelos mais citadinos e económicos, como para mais luxuo-sos. No entanto, e apesar de carros compactos serem os mais adequados para a circulação na RAEM, tem sido registada uma procura cada vez maior por veículos de alta performance.

Na opinião de Daniel Cheng, este facto deve-se ao mundo luxuoso dos casinos do território, mas também ao espírito de Macau bastante ligado ao Grande Prémio.

Para o representante da marca em Hong Kong, a “Future Motors”, Ma-cau beneficia dos grandes fluxos de

investimento e dos visitantes da Chi-na Continental que têm gerado um crescimento sem precedentes. Além disso, a localização geográfica torna a RAEM num ponto estratégico para entrada em mercados internacionais, tudo pontos atractivos para a expan-são da Ford para o território.

David Westerman, director da

Liane Ferreira

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Ford para os Mercados Emergentes da Malásia e Ásia-Pacífico, afirmou que a expansão da marca em Hong Kong tem sido exponencial, permitin-do atingir os melhores resultados de vendas da última década. Segundo adiantou, só no primeiro trimestre de 2014 verificou-se um crescimento de 400% nas vendas, comparativamente a igual período do ano anterior.

Este crescimento na antiga colónia britânica faz parte do maior período de expansão da marca, com a Ford a antecipar mesmo que até 2020, entre 60 e 70% do seu crescimento global será oriundo da região da Ásia-Pací-fico.

O stand da marca em Macau dis-ponibiliza um serviço de venda e pós--venda, sendo que a lista de espera para novos carros, que antes atingia quatro a cinco meses, diminuiu para um ou dois.

Vencedores, júri, convidados e colaboradores do Concurso de Primavera 2014

Susana Diniz

Quarta-feira, 09 de Abril de 201410 JTM | JTM | PUBLICIDADE

JTM | LOCAL 11Quarta-feira, 09 de Abril de 2014

PROJECTO NA ZONA DA DOCA D. CARLOS SERÁ PELO MENOS QUATRO VEZES MAIOR

Museu Marítimo planeia expansão à “escala mundial”O Museu Marítimo de Macau tem planos para alargar as suas instalações com um projecto de ampliação, na zona da Doca D. Carlos, perto do Templo de A-Má. Um projecto de estudo deverá ser enviado ainda este ano para obter orçamentos e um planeamento mais detalhado antes da proposta avançar para o Executivo, adiantou ao JTM o director do museu

É um projecto que promete colocar o Museu Marítimo de Macau numa “escala mundial”, pelo menos é

essa a pretensão de Wu Chu Pang. Se-gundo revelou ao JTM o director do Mu-seu Marítimo, está a ser concebido um plano de ampliação das instalações na zona da Doca D. Carlos, perto do Templo de A-Má.

“Não é bem um projecto de cons-trução, mas de concepção, e será muito importante. Terá que ser analisada a si-tuação do Museu Marítimo, não só em Macau ou na Ásia. Vamos fazer um es-tudo sobre qual é o lugar que o Museu Marítimo vai ter em termos mundiais”, disse Wu Chu Pang.

De acordo com o mesmo responsá-vel, as futuras instalações ocuparão um espaço “pelo menos quatro vezes maior” do que o actual, incorporando alguns edifícios já existentes na Doca D. Carlos e que actualmente estão a ser utilizados por serviços administrativos do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, bem como a construção de alguns novos.

“Actualmente, temos muito proble-mas com o funcionamento do museu. Não temos um espaço de reserva, que é muito importante. Se não há espaço de reserva, não nos podemos desenvolver. E também não temos espaço para expo-sições temporárias, que são muito impor-tantes. Já falei com vários museus inter-nacionais porque queria trazer algumas exposições, mas não há espaço”, lamen-tou Wu Chu Pang.

Para avançar com o projecto será feito um estudo recorrendo a uma empresa do exterior, que ainda não foi escolhida, para fazer uma cotação e apresentar um plano de concepção mais detalhado, já que ha-verá “uma ligação coberta entre os edifí-cios principais”. Será preciso também ter algumas cautelas, pois “há zonas que não se podem mexer por serem património

histórico”, alertou o director do Museu Marítimo, que antevê entre “três a cinco anos” para a conclusão do plano.

Wu Chu Pang espera que o novo es-paço seja “uma referência para quem vi-site Macau”, até porque o museu, apesar de ser um dos mais antigos no território, já tem alguma projecção além-fronteiras. “O Museu Marítimo tem uma carac-terística muito conhecida. Temos um workshop para fazer modelos de embar-cações que já foi reconhecido por vários museus internacionais. Trabalhamos muito com embarcações de Portugal e da China, com muitos estudos. Museus do Japão e Hong Kong já encomendaram embarcações ao Museu Marítimo”, sa-lientou.

A ampliação do Museu Marítimo visa também trazer “sangue novo” à institui-ção, com a abertura de mais postos de trabalho, uma vez que existe uma gran-de vontade em apostar na construção de modelos de embarcações através de cur-sos e workshops.

Quase três décadas de históriaA ideia da criação de um Museu Ma-

rítimo em Macau surgiu em 1986, por iniciativa do Comandante António Mar-tins Soares, então capitão dos portos do território.

Uma antiga moradia localizada no largo do Pagode da Barra foi adoptada para albergar o espólio do museu, que foi inaugurado em 1987. Muitos foram os curiosos que visitaram o local, que teve grande receptividade do público. Com a afluência de público e a aquisição de no-vas peças tornou-se necessária a criação de novas instalações, mais amplas, o que o acabou por acontecer em 1990, com a inauguração de um edifício construído de raiz que iria permitir a exposição de novas áreas temáticas.

Com uma fachada arquitectónica que pretende sugerir uma embarcação estili-zada, o museu surge instalado junto ao rio, no mesmo largo do antigo edifício

por onde passaram os escritórios do an-tigo museu, ladeando o Templo de A-Má, deusa protectora dos pescadores.

A exposição actual divide-se em qua-tro sectores. O primeiro dedica-se à et-nologia marítima, com destaque para as tradições e artes dos pescadores do terri-tório e outras regiões do sul da China. Ali podem encontrar-se modelos de embar-cações, representações de diferentes ar-tes de pesca, trajes, utensílios usados nos estaleiros, entre outros objectos, havendo ainda referências às festividades especí-ficas desta comunidade. Destaque ainda nesta secção para um expositor com uma dezena de embarcações tradicionais por-tuguesas, bem como um modelo do na-vio “Sagres”, que foi concebido nas ofici-nas do museu.

Na secção dedicada à história marí-tima são focados diversos aspectos da história marítima portuguesa e chinesa

entre o séc.XV e o séc.XVII. Nesse espaço estão representadas as Descobertas, sob a forma de modelos de caravelas, naus e instrumentos de apoio à navegação.

A tecnologia marítima merece tam-bém destaque no último piso do museu, que abrange também as áreas de trans-porte marítimo, dragagens e navegação. Destacam-se uma maqueta do Farol da Guia, o primeiro a ser erigido nas costas do mar do sul da China, bem como vários objectos náuticos, como óculos, réguas, bússolas e diversos sextantes. Neste piso foi construída uma abóbada celeste repre-sentando o hemisfério norte, salientando a importância da navegação astronómica para os navegantes.

O museu possui ainda uma galeria com quatro aquários, cada um a represen-tar um meio subaquático distinto, e onde se podem observar diferentes espécies de peixes.

Pedro André Santos

Wu Chu Pang quer tornar futuras instalações numa referência para quem visita Macau

Plano de expansão será desenvolvido na Doca D. Carlos

Quarta-feira, 09 de Abril de 201412 JTM | LOCAL

Análise de Rui Cardoso*

Figurada jornada:WILLIAM GOMES

O avançado brasileiro do Benfica de Macau foi o escolhido por Rui Cardoso como a figura desta jornada da Liga de Eli-te. Para além de ter apontado um golo, o avançado “esteve muito agressivo, a jogar para a equipa, com mudanças de velocidade muito constantes”, destacou Rui Cardoso.

Leão “controlador”, águia “sem dar tréguas”A última ronda da Elite ofereceu duas partidas que se esperavam equilibradas, mas que acabaram por ser num só sentido. O Sporting de Macau venceu a Polícia, por 1-0, enquanto que o Benfica derrotou o CPK com três golos sem resposta

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Benfica com “mais argumentos” no “dérbi”

A equipa da Polícia tem tradição de dificultar a vida aos “gran-des” do futebol do território,

mas dentro das quatro linhas a realidade acabou por ser outra, e os “leões” vence-ram por 1-0. Apesar de ser uma vitória magra, o líder do campeonato acabou por passar nesta prova sem grandes transtornos.

“Esperava-se um jogo difícil para o Sporting atendendo às dificuldades que normalmente a Polícia impõe, mas isso não aconteceu. Foi um jogo morno em que o Sporting controlou a partida toda, deu-se ao luxo de fazer descansar al-guns jogadores titulares. Não vi a Polícia com a agressividade que costuma apre-sentar, longe disso, dava a entender que não queria sofrer muitos golos. O Spor-ting venceu muito bem”, considerou Rui Cardoso.

Após os vários resultados positivos ao longo da temporada, o primeiro lu-gar na tabela classificativa “começa a

não surpreender”, já que o Sporting “é uma equipa que sabe bem o que quer”. “Vai muito consciente para dentro do

campo, sabe das suas limitações, faz pro-veito das mais valias que tem no plantel e tira o máximo rendimento delas, e, por

isso, está em primeiro lugar, com muito mérito próprio”, afirmou Rui Cardoso.

O Benfica também não tinha, apa-rentemente, uma tarefa fácil, ao me-dir forças com o CPK, uma das equi-pas sensação do campeonato, mas os 3-0 acabaram por ser esclarecedores. “Ganhou bem, só vi jogar o Benfica. Controlou o jogo todo, muito agressi-vo, sem dar tréguas ao CPK, que não conseguiu ser a equipa que tem vindo a mostrar, certinha, com peças bem de-finidas no campo e bons movimentos. Neste jogo não conseguiu fazer nada atendendo a que o Benfica não deixou. Esteve muito forte, sabe bem o que quer e o que está a fazer, e mostrou porque é considerado o candidato ao título”, considera Cardoso.

Em relação às outras partidas dos “grandes”, o Monte Carlo “cumpriu”, mas com um resultado “escasso de go-los”, tal como o Ka I, embora “esperan-do-se mais a nível a de jogo”.

A próxima jornada da Liga de Elite vai ter um jogo grande que colocará frente a frente os dois primeiros da tabela, Sporting e Benfica. Rui Cardoso atribui favoritismo aos encarnados, mas recorda que os “leões” ainda não perderam nesta temporada

A primeira volta da Liga de Elite termi-na na próxima jor-

nada e logo com um “dér-bi”. O Sporting de Macau subiu este ano à divisão principal do futebol do ter-ritório e tem-se mantido, de forma surpreendente, no topo da tabela, jornada após jornada.

A próxima ronda, contu-do, será (mais) um verda-deiro teste às capacidades deste Sporting, depois de ter ultrapassado o Monte Carlo e empatado com o Ka I. Em antevisão para esta partida, Rui Cardoso con-sidera que será “um bom espectáculo”, atribuindo fa-voritismo aos encarnados. “O Benfica tem todas as condições de sair vitorioso deste jogo. Está muito forte, como era de esperar de uma equipa composta quase só por jogadores profissionais. Vamos ver até que ponto este Sporting nos continua-rá a surpreender, mas o fa-voritismo vai para a vitória do Benfica”, referiu.

No entanto, Rui Cardoso

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JTM

lembra que os “leões” do território ainda não conhe-ceram “o sabor da derrota”, embora as “águias” tenham outros argumentos. “Tem um plantel muito forte, as soluções no banco de su-plentes estão ao mesmo ní-vel dos jogadores que estão a jogar”, considera Cardoso.

Em relação aos outros candidatos, a partida do Monte Carlo com o CPK servirá para “preparar o ataque à segunda volta”, enquanto que o Ka I, que defronta a Polícia, “não pode perder mais pontos”.

*com Pedro André Santos

Benfica e Monte Carlo podem passarpara primeiro se vencerem as suas partidas

Sporting venceu a Polícia sem grandes problemas

Pedro André Santos

Elias no Corinthians por quatro milhões

Elias será jogador do Corinthians nos próximos três anos, segundo anunciado no site do clube brasilei-ro e Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O médio vivia num impasse depois de dei-xar o Flamengo, onde havia estado por empréstimo, cedido pelo Sporting, e ruma agora ao Brasil por quatro milhões de euros. Em comunicado à CMVM, o Sporting garante ter poupado 8 milhões de euros em salários já que o jogador estava ligado ao emble-ma de Alvalade até Junho de 2016.

Quarta-feira, 09 de Abril de 2014 JTM | DESPORTO 13

LIGA DOS CAMPEÕES

Tudo em aberto em Madrid e MuniqueA Liga dos Campeões prossegue hoje com mais duas partidas de grande interesse e em que tudo está em aberto. Atlético de Madrid e Bayern de Munique recebem Barcelona e Manchester United, respectivamente, após empates fora a uma bola

O factor casa poderá ser decisivo nesta jorna-da da Liga dos Cam-

peões para Atlético de Madrid e Bayern de Munique, depois dos empates “arrancados” fora com um golo marcado.

Os “colchoneros” são uma das surpresas este ano, não só na Liga dos Campeões como no campeonato, onde seguem em primeiro lugar. Depois do empate precioso a uma bola no campo do adversário, o Atlético de Madrid recebe hoje o “Barça” numa eliminatória que muitos certamente pensa-riam que seria algo desequili-brada. No entanto, uma exibi-ção personalizada do conjunto de Madrid, aliada à inspiração do “gigante” belga Courtois na baliza, valeu um resultado que poderá ser decisivo para a eliminatória.

Para esta partida os “col-

choneros” esperam poder con-tar com o regresso de Diego Costa, a grande referência da equipa, que saiu lesionado na partida da primeira mão. O clube não adianta se o jogador está ou não recuperado, mas o mais provável é que o avança-do venha a alinhar nesta par-tida decisiva. Arda Turan é outra das referências do clube de Madrid que permanece em dúvida, enquanto que do lado do Barcelona é certa a ausência do guarda-redes Victor Valdés e do defesa central Piqué.

O registo europeu do Atlé-tico em casa é um forte factor motivador para os “rojiblan-cos”, sendo pouco provável, no entanto, que o Barcelona se deixe intimidar por jogar num palco onde não perde há quatro anos. A eliminatória vai também colocar frente-a-frente dois técnicos argentinos, do Barcelona, Gerardo Martino, e do Atlético, Diego Simeone.

Na outra partida da noite,

Bayern de Munique e Man-chester United encontram-se em Munique depois de um em-pate a uma bola em Inglaterra, na primeira mão. Claramente apontados como favoritos, os já campeões alemães recebem uma equipa que tem feito um campeonato interno para es-quecer, e que, por isso, aposta tudo na “Champions”.

Mesmo não sendo favoritos, os ingleses jogam na Alemanha sem nada a perder, podendo

tirar proveito da “obrigação” do conjunto bávaro em ter que marcar golos para não ser sur-preendido.

Os “red devils” não vão poder contar com Van Persie, lesionado, enquanto que os alemães vão surgir mais des-falcados, com os castigados Javi Martínez e Schweinsteiger a juntarem-se aos lesionados Thiago Alcántara e Shaqiri.

O United nunca ganhou na Baviera, mas a equipa orien-

tada por David Moyes pode moralizar-se com uma série de duas vitórias consecutivas em solo alemão, a que se jun-ta o facto de o Bayern não ter conseguido vencer outras duas equipas da Premier League em Munique esta época.

O encontro entre o Man-chester United e o Bayern de Munique poderá ser acompa-nhado em directo em Macau, nos canais de desporto e HD da TDM, a partir das 02h45.

LIGA PORTUGUESA

Benfica vence e fica a seis pontos do títuloO Benfica venceu o Rio Ave por 4-0, em jogo da 26ª jornada da I Liga de futebol, numa partida que serviu para Cardozo quebrar um “jejum” de cinco meses sem marcar

A equipa vila-condense não foi capaz de li-dar com a pressão alta que o Benfica impôs durante a primeira parte, em particular na

meia-hora inicial, revelando enormes dificuldades logo na primeira fase de construção de jogo, em sair a jogar sem perder a posse de bola.

A sensação que imperava nas bancadas era a de que o golo do Benfica era uma questão de mais mi-nuto menos minuto, pelo que foi com naturalidade que Rodrigo abriu o marcador, aos 17 minutos, após uma jogada pelo flanco esquerdo, envolvendo Síl-vio e Gaitán.

À passagem do minuto 29, Gaitán aumentou a vantagem com um pontapé de primeira com o pé esquerdo, numa sobra a um remate de Lima, que tabelou num adversário, expressando com maior fi-delidade o controlo total e a supremacia do Benfica na partida.

A partir da meia-hora, o Benfica tirou um pou-co o pé do acelerador, sem nunca perder o controlo completo do jogo, perante um Rio Ave que, cedo também, percebeu que nada havia a fazer para con-trariar a “avalanche” encarnada.

Na segunda parte, o Benfica foi gerindo a vanta-gem, sem nunca dar qualquer veleidade ao Rio Ave de ameaçar o golo, num ritmo mais pausado, sem imprimir tantas acelerações ao jogo.

Jorge Jesus decidiu lançar Cardozo, aos 65 minu-tos, para o lugar de Lima, na tentativa de o reencon-trar com os golos e fazer subir a sua autoestima e confiança, objectivo alcançado, com dois golos, ain-

da que na conversão de duas grandes penalidades, aos 77 e aos 92.

O último golo de Cardozo remonta a 9 de No-vembro, frente ao Sporting, já lá vão cinco meses, para a Taça de Portugal, e o seu último golo para o campeonato aconteceu a 1 de Novembro, com a Académica, no Estádio da Luz, na nona jornada do campeonato.

Com esta vitória as “águias” ficaram a apenas duas vitórias do título, que poderá ser celebrado no Estádio da Luz daqui a duas jornadas, frente ao

United e Bayern empataram a uma bola em Inglaterra

Cardozo voltou aos golos nesta partida

Olhanense. Pelo meio uma deslocação ao terreno do Arouca.

Quarta-feira, 09 de Abril de 201414 JTM | ROTEIRO

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THEATER 6Kano -15:50 •23:40

THEATER VÁRIOSThe Grand Budapest Hotel -14:00 • 18:35 • 21:00

THEATER VÁRIOSNoah (3D) - 12:00 • 13:00 • 14:40 •15:40 • 17:20 • 18:15 • 20:00 • 20:50

THEATER VÁRIOS300: Rise of an Empire- 12:00 • 19:00

Bayern Munique vs Manchester United

O século XX foi marcado, como se sabe, - além das duas guerras mundiais de crueldade inimaginável - por uma su-

cessão de conflitos e de tragédias nacionais que fazem dele os mais sangrentos cem anos desde que a História existe.

E nessa série de horrores estão inscritos os mais recentes capítulos da maior das cruelda-des que a Humanidade pode infligir a si pró-pria: o genocídio.

Isto é, a liquidação física de todo um povo (ou parte significativa dele) com o propósito de-liberado de o fazer desaparecer da superfície da terra!

Veja-se a lista que o último século nos “ofe-rece”: Primeira Guerra Mundial; genocídio ar-ménio; holocausto nazi: Nanquim; Camboja; Bósnia-Herzegovina e... Ruanda.

Se revisitarmos com pormenor estes confli-tos, é difícil não ficar abismado com a capaci-dade para o mal absoluto de líderes e de gru-pos por si comanditados, contra comunidades inteiras, cujo “pecado” mortal é pertencerem à etnia errada.

******Foi há vinte anos, no Ruanda. Ninguém foi

poupado à sanha assassina dos extremistas Hu-tus. Nem mulheres, nem crianças, nem velhos - ninguém!

Durante cem dias, foram massacrados mais de oitocentos mil Tutsis e Hutus moderados, por forças Hutus extremistas.

A que pretexto? De domínio, de poder, e de vingança atávica entre duas etnias que, todavia, haviam ultrapassado inimizades antigas para viver em harmonia os tempos mais recentes.

O Ruanda havia apesar de tudo forjado um consenso nacional mínimo para viver na ordem e na relativa calma nas últimas décadas.

******A comunidade internacional, pela voz do

Secretário Geral das Nações Unidas, diz-se en-vergonhada de não poder ter evitado o massa-cre dos inocentes.

O ex-presidente Bill Clinton, no poder em Washington aquando dos acontecimentos, veio dizer que considera o genocídio dos Tut-sis como o maior fracasso da sua presidência - pedindo públicas desculpas aos ruandeses por não ter podido ou sabido evitar o pior.

Toni Blair lá esteve também em Kigali, nas celebrações dos vinte anos do conflito, expian-do uma culpa que é afinal de todos.

Ao embaixador de França nem sequer foi permitido assistir às cerimónias comemorati-vas, lembrando o quase milhão de mortos. O governo do Ruanda acusa a França de culpas ou omissões que é impensável tenham sido de-liberadamente levadas à prática, para provocar o pavoroso resultado final.

No fundo, é toda a comunidade internacio-nal que se sente em falta, por esse crime colecti-vo grave contra todo um povo.

******Que lições se podem retirar da tragédia,

para evitar repetições no futuro?Perante o mapa completo de conflitos étni-

cos latentes, susceptíveis de irromper quando menos se espera - que sistemas de vigilância ou prevenção pode a comunidade internacional pôr em prática?

Que mecanismos, de facto, para prevenir o pior, quando se perfilam no horizonte sinais de incitamento a violência de gravidade extrema?

E o que há de realmente “espontâneo” nos conflitos étnicos que não tenha sido objecto de manipulação política, por líderes sedentos de poder?

Para estes, só de facto a justiça internacional.*Ex-embaixador de Portugal nas Coreias, ASEAN

e Indonésia. Docente da Universidade de S. José.

Foi há 20 anos

OBSERVATÓRIOCarlos Frota*

CHINA

Poluição em Pequim afasta quadros estrangeiros

Embora não existam estatísticas oficiais, empresas, escolas, embaixadas e consultoras de recursos hu-manos confirmam o pior cenário: apesar da impor-

tância da China para as empresas internacionais, Pequim está a perder rapidamente o seu encanto junto dos profis-sionais estrangeiros.

Uma reportagem da BBC dá como exemplo os resulta-dos do mais recente estudo anual da Câmara de Comércio dos Estados Unidos. Intitulada “China Business Climate”, a pesquisa incluiu um questionário que motivou respostas preocupantes a uma das perguntas: “Você ou a sua organi-zação têm enfrentado dificuldades para contratar ou man-ter executivos de alto nível para trabalhar na China, tendo em consideração os problemas de qualidade do ar?”.

As respostas dos 365 membros da associação reve-laram uma tendência predominante: 48% responderam afirmativamente, o que traduz uma subida assinalável face aos 34% registados em 2013. A diferença é ainda mais flagrante comparativamente aos resultados de 2008, quan-do apenas 19% afirmaram ter encontrado dificuldades em contratar pessoal por causa da poluição.

Empresas de diversos sectores têm vindo a relatar ca-sos de funcionários de diferentes níveis hierárquicos que pedem para ser transferidos para outros países por causa da má qualidade do ar em Pequim. “Todos os anos, Pe-quim perde pontos entre as cidades escolhidas por expa-triados”, disse Angie Eagan, directora administrativa da MRCI, empresa especializada na contratação de profissio-nais na Ásia.

Outra pesquisa recentemente realizada junto de 5.000 executivos indicou que 56% dos inquiridos citaram pro-blemas de saúde como uma das principais razões para evi-tar uma mudança para a capital chinesa.

Na mesma linha, directores de várias escolas interna-cionais também revelaram à BBC que o número de matrí-culas de filhos de estrangeiros diminuiu 5% no ano passa-do. Os pais assumem estar preocupados com o impacto a longo prazo da exposição dos seus filhos à poluição e ao nível de contaminação do ar.

A grave poluição na capital chinesa está a causar um êxodo de profissionais estrangeiros. Para as grandes empresas é cada vez mais complicado contratar quadros que aceitem enfrentar os elevados riscos para a saúde

Em Março, o índice de contaminação do ar, o PM 2.5 (partículas minúsculas suspensas no ar), situou-se acima de 500 durante vários dias consecutivos, o que excede em mais de 20 vezes o nível considerado tolerável pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma pesquisa da OMS publica-da no ano passado concluiu que a contaminação do ar pro-vocou 1,2 milhões de mortes prematuras na China em 2010, ou quase 40% do total mundial, mas especialistas chineses acreditam que os números reais serão ainda mais elevados.

“Actualmente, é difícil encontrar um gerente em Pe-quim. A cidade tornou-se um verdadeiro desafio”, alertou Angie Eagan, ao explicar que profissionais da área da ges-tão escolhem com muita mais frequência Hong Kong ou Singapura como destinos asiáticos.

Apesar dos problemas com a poluição, Pequim conti-nua a ser o centro político e económico da segunda maior economia do mundo e muitas companhias estrangeiras in-vestiram ali milhões de dólares para iniciarem operações em solo chinês. Algumas dessas empresas implementaram medidas radicais, desde a oferta de remunerações mais ele-vadas a viagens semanais de avião gratuitas.

Outras companhias instalaram mesmo sofisticados sis-temas de filtragem de ar nos escritórios e algumas chegam, inclusive, a financiar a instalação desses equipamentos nas casas dos funcionários. Também oferecem máscaras e ma-terial informativo sobre os perigos da contaminação.

“As empresas estão a fazer tudo o que podem, mas a realidade é que as pessoas estão a ir embora...e é cada vez mais difícil atrair outras”, lamentou Adam Dunnett, da Câ-mara de Comércio Europeia na China.

Quarta-feira, 09 de Abril de 2014 JTM | ACTUAL 15

FOTO

ARQ

UIVO

VOLTA AOMUND

CHINAO Banco Mundial reviu em baixa a previsão sobre o crescimen-to económico da China em 2014, de 7,7% para 7,6%, devido ao abrandamento da produção industrial e das exportações nos primeiros meses do ano. Trata-se de um descida de 0,1 pontos face ao crescimento registado em 2012 e 2013 (7,7%), que foi o mais baixo desde o final da década de 1990, mas não altera a previsão do Banco Mundial para 2015 (7,5%), referiu o “China Daily”.

JAPÃOO Banco do Japão estimou ontem que a economia nipónica vai continuar a “recuperar moderadamente”, apesar dos efeitos da recente subida do imposto ao consumo, ao mesmo tempo que manteve intacto o seu agressivo programa de flexibiliza-ção. O Japão aumentou o IVA de 5% para 8% pela primeira vez em 17 anos, com o objectivo de financiar os elevados custos do sistema de segurança social do país, com uma população cada vez mais envelhecida.

COREIASUm total de 360 refugiados norte-coreanos chegou à Coreia do Sul no primeiro trimestre, mais 12,8% do que no mesmo pe-ríodo do ano passado, informou o Ministério da Unificação em Seul. A Coreia do Sul acolheu 153 dissidentes norte-coreanos em Janeiro, 111 em Fevereiro e 96 em Março. Uma porta-voz ministerial disse à Efe que não foram determinadas as causas do aumento das entradas do país vizinho e sublinhou que os números são provisórios.

PORTUGALMais de 181 mil famílias portuguesas falharam prestações no crédito à habitação, segundo números do Banco de Portugal citados ontem pelo “Correio da Manhã”. Segundo o jornal, “qua-se 840 mil contratos de crédito ficaram por pagar, em 2013”. Os números sobre os novos regimes de incumprimento mostram que o crédito ao consumo “continua a registar os maiores pro-blemas”.

UCRÂNIAForças especiais da polícia ucraniana desocuparam ontem a sede do Governo regional na cidade de Kharkiv, ocupada des-de domingo por manifestantes pró russos, informou o ministro do Interior. “Foram detidos cerca de 70 separatistas”, escreveu Arsen Avakov na sua página do Facebook, segundo a agência EFE. O titular da pasta do Interior disse que a operação foi leva-da a cabo “sem recurso às armas de fogo”.

Quarta-feira, 09 de Abril de 201416 JTM | OPINIÃO

As duas tragédias do voo MH-370UM ARTIGO

Francisco José Leandro*

Não desejo referir-me aos acon-tecimentos relativos ao desa-parecimento no passado dia 8

de Março do voo MH-370 da Malaysia Airlines, sem antes expressar o meu sincero respeito pelos sentimentos das famílias dos 236 indivíduos de 12 nacionalidades que se encontravam a bordo. Todavia, e precisamente no sentido de minimizar o sofrimento provocado pela incerteza e pela an-tevisão de um desfecho trágico creio que, e apenas no que diz respeito ao modo como tem vindo a ser dirigida a comunicação de crise, é tempo para uma brevíssima reflexão.

Este acontecimento apresenta do ponto de vista da gestão da comuni-cação, quatro características essen-ciais que devem orientar o discurso e a acção pública: envolve directamen-te mais do que um Estado, comporta uma sensação de urgência extrema resultante de uma crescente e inten-sa expectativa de catástrofe, baseia-se nos resultados de uma investigação técnica internacional e, finalmente, teve quase de imediato uma cobertura mediatizada global.

O conjunto destas característi-cas impõe, desde logo, outros tantos princípios de acção, sob pena da co-municação se constituir, ela própria, num elemento perturbador adicional da crise. Em primeiro lugar, ao en-volver directamente mais do que um Estado, a comunicação deve proceder sob a coordenação permanente de um deles, dirigida por grupo limitado de profissionais, que inclua a presença fí-sica de elementos de ligação de todos os Estados envolvidos. Nesta mesma perspectiva, uma comunicação per-manente em tempo real entre todas as partes envolvidas é uma necessidade fundamental. Foi apenas numa fase avançada das operações de busca e salvamento que tal veio a acontecer.

Em segundo lugar, e uma vez que comporta uma sensação de urgência extrema, a formulação das “master messages” e dos “talking points” deve ter em conta os princípios da perma-nência e da verdade, procurando a clareza do factos confirmados e/ou a transparência das acções que têm em vista a confirmação dos factos conducentes ao apuramento da ver-dade. Neste âmbito, revela-se parti-cularmente importante o conteúdo da mensagem pública presumida e da mensagem pública confirmada. Em terceiro lugar, e porque o sucesso da gestão mediática depende também da divulgação de resultados de uma investigação técnica internacional, há aqui uma manifesta necessidade de preservação dos dados que, num determinado momento, apenas resul-tam relevantes no contexto técnico da investigação, e cujo conteúdo ao ser tornado público, acrescentaria apenas hipóteses especulativas, susceptíveis de gerar incerteza ou desconfiança na própria investigação. Finalmen-te, uma cobertura mediatizada de modo global, coloca todos os prota-gonistas da comunicação pública sob uma pressão adicional, uma vez que do outro lado se encontram não só os públicos directamente afectados pelos factos, mas também profissio-nais muito bem treinados, equipados com o estado-da-arte, apoiados por empresas de comunicação com abun-dantes recursos, capazes de investigar todas as nuances do problema em si e

das mensagens veiculadas pela comu-nicação oficial e, tudo isto, em tempos muito reduzidos. Neste domínio foi particularmente lamentável a explora-ção pública das imagens do sofrimen-to individual, com clara identificação pessoal, no contexto do sofrimento das famílias, em momentos críticos da investigação.

Creio que no caso do desapareci-mento do voo da MH-370 da Malay-sia Airlines assistimos, por um lado, a momentos de grande profissionalismo como, por exemplo, as diferentes de-clarações do Primeiro Ministro Aus-traliano Anthony John Abbott em pe-ríodos chave do processo, sempre com clareza, segurança e um reduzido nú-mero de intervenientes. Todavia, por outro, tivemos também oportunidade de observar diferentes intervenções a diversos níveis, por parte das auto-ridades da Malásia, utilizando uma linguagem que, por vezes, se baseou na verdade especulativa dos factos, misturando dados relevantes no con-texto da investigação com mensagens

mediáticas pouco articuladas, sem um objectivo claro e sempre com dema-siados intervenientes. Creio também que, não só se confundiu amiudada-mente factos relevantes no contexto da investigação, com factos relevantes no contexto da comunicação pública, como também vieram a lume declara-ções públicas referindo a falta de troca de informação envolvendo o Vietna-me, designadamente na fase inicial das investigações. A comunicação de crise requer preparação antecipada, leituras claras e contínuas da situação, flexibilidade, coordenação e direcção centralizada. Todos estes factos, são razões bastantes para reflectirmos sobre a necessidade de, em aconteci-mentos como este, não acrescentar à tragédia dos factos, uma outra tragé-dia mediática, que apenas serve o gra-tuito e o desnecessário.

* Professor Doutor. Docente na Universidade de São José e no Instituto

de Estudos Europeus de Macau. Escreve habitualmente neste espaço às quartas-feiras.

CAMPANHA DE FUNDOS PARA ANIMAIS DE RUA

A Anima irá iniciar no próximos meses de Abril e Maio a sua primeira campanha de fundos de 2014,

destinada a apoiar os animais de rua. Esta campanha coincidirá com o início de

actividade da sua clínica móvel, cuja função essencial é, de forma regular e sistemática,

inventariar e cuidar dos animais que vivem nas ruas, incluindo esterilização,

alimentação e tratamento veterinário.

A campanha, que conterá obrigatoriamente o logo da Anima em todos os documentos para recolha de fundos,

será liderada pela Gina Rangel, membro fundador da Anima e todos os voluntários que

nela participam deverão estar devidamente credenciados.

Macau, 7 de Março de 2014

Albano MartinsPresidente

Quarta-feira, 09 de Abril de 2014 JTM | OPINIÃO 17

Dito

(...) “Obtivemos um crescimento consis-tente em eleitores e assentos em elei-ções anteriores, mas não nos adaptámos às mudanças sociais e às expectativas dos trabalhadores. O nosso ajustamento tem sido lento nestes últimos anos” (...)

• • • HÁ 20 ANOS

In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau” 09/04/1994

ROCHA VIEIRA SEGUIU PARA PEQUIMA visita oficial do Primeiro-Ministro Cavaco Silva à República Popular da China confirmará e reforçará o clima de bom relacionamento entre Portugal e aquele país, afirmou o Governador. “O esforço de amizade e de confiança entre Portugal e a República Popular da Chi-na só pode ser benéfico e positivo para Macau”, disse Rocha Vieira momentos antes de deixar o Território com desti-no a Pequim, onde integrará a comiti-va oficial de Cavaco Silva, a convite do Primeiro-Ministro. Rocha Vieira acom-panhará a visita do chefe do Executivo a Pequim e a Xangai, regressando depois a Macau para receber Cavaco Silva no dia 17 no Território. “Um enquadra-mento forte, um ambiente seguro e se-reno e uma relação de confiança entre Portugal e a China só podem favorecer o período de transição para, em estabi-lidade e em paz, levar a bom termo o compromisso que o governo de Macau tem, em nome de Portugal, para com o Território”, disse Rocha Vieira.

XIMENES BELO ADIA VISITA A MACAUDivergências no seio da Igreja Católica sobre a criação de uma nova Diocese em Timor-Leste motivaram o adiamento da visita do bispo D. Ximenes Belo ao Ja-pão e Macau em Abril, soube a agência Lusa. “D. Ximenes Belo, com o apoio de todo o clero timorense, opõe-se à criação de uma diocese independente em Bau-cau, conforme pretende a conferencia episcopal indonésia”, indicaram fontes eclesiásticas contactadas telefonicamen-te em Díli pela agência Lusa a partir de Macau. De acordo com as mesmas fontes, D. Ximenes Belo pretende que Baucau seja uma diocese sufragânea de Díli, que passaria a ter o estatuto de ar-quidiocese, mas a conferência episcopal indonésia tem pressionado o anúncio apostólico em Jacarta para que o novo círculo católico seja independente. “Se Baucau for uma diocese independen-te, o seu bispo poderá ser indonésio, o que enfraquecerá a igreja católica ti-morense”. “Face a estes problemas, o bispo de Dili considerou que não seria aconselhável ausentar-se nesta altura de Timor-Leste, pelo que adiou a visita ao Japão e a Macau, que deverá ocorrer em 1995, quando realizar a visita “ad limina” (deslocação de um bispo ao Va-ticano para informar o Papa sobre a sua diocese”), referiram. “D. Ximenes Belo deverá aproveitar a visita “ad limina” para fazer valer junto do Papa os seus argumentos a favor da dependência da diocese de Baucau em relação a Dili, de forma a contrariar os propósitos dos bispos indonésios”, disseram as fontes contactadas pela agência Lusa.

Não estou, obviamente, a re-cordar Abril, nem a revolu-ção sovietizante que, com o

gonçalvismo, se seguiu ao seu ingé-nuo golpe militar. Para mim, cravos, nem brancos...

Este “meu” povo não é o “povo unido” nem quer saber dos políticos e das suas manifestações teleguia-dos. É, simplesmente, o da pequena aldeia de Ká Hó que saiu à rua há dias para protestar - e com muita razão - contra a inércia - a incapaci-dade - do Governo em resolver um problema grave que, de promessa em promessa, continua esquecido desde há anos - em estudo... - nas gavetas sem fundo de uma qualquer comis-são interdepartamental.

Sou, em princípio e por princípio, contra as manifestações públicas pois que, em geral, além do barulho e das confusões de trânsito, para mais não servem que para exaltar os seus pro-motores na perspectiva dumas próxi-mas eleições. Esta, porém, não ape-nas foi justa e oportuna, como teve conteúdo e uma finalidade concreta. Se lá vivesse, ter-me-ia, de certeza, juntado à turba.

Estou a falar, repito, da realiza-da na semana passada pelos meus antigos vizinhos de Ká Hó (antes da minha defenestração de Coloane) contra a poluição composta de várias poluições que, aos poucos, vai assas-sinando os seus moradores ao abrigo da cumplicidade por omissão das au-toridades responsáveis. Tanto muda e tão queda que o Chefe do Executivo se viu obrigado, contra seu feitio, a dar um murro na mesa intimando-os a apresentarem soluções para o pro-blema no prazo de 15 dias. Ouvido depois da reunião, o director dos Ser-viços de Protecção Ambiental o mais que conseguiu dizer foi que “iria es-tudar o assunto”. Ou, diria eu, conti-

O povo desceu à rua

nuar a “estudá-lo” - ou a não o estu-dar - pois que essa tem sido sempre a justificação da sua inacção. A conti-nuar assim, está a pôr-se a jeito para outro murro...

Da impressionante reportagem da jornalista Rosa Serrano sobre esta situação dramática retive, entre ou-tras, duas imagens: a das crianças e dos seus professores de mascarilhas verdes (que quase para nada servem) nas suas salas de aulas e a dum gran-de camião carregando a céu aberto das cinzas emitidas pela Central de Incineração a chegar aos trancos e barrancos ao Altinho, entre nuvens das poeiras negras dos seus escapes e esbranquiçadas dos fumos das ci-menteiras e das centrais de energia que ali funcionam. Em Ká Hó, tudo é possível menos, qualquer dia, lá viver. E, no entanto, há centenas de crianças e velhinhos, escolas, um abrigo para recuperação de toxicode-pendentes os operários das fábricas que ali trabalham... Centenas de vi-das a serem dia a dia envenenadas.

Mais do que razão têm, portanto, os seus moradores para se insurgi-rem contra a incompetência e o des-caso Serviços Públicos responsáveis e o murro na mesa do Chefe do Exe-cutivo.

Inteiramente solidário com o seu ultimato, permito-me, infelizmente, duvidar de que resulte. É que, além de envolver várias Direcções de Ser-

viços e dar muito trabalho exige, da sua parte, o sentido de responsabili-dade e a competência que ainda se não viram.

Então, e se ao fim destes 15 dias tudo continuar na mesma - e esse prazo não for prorrogado como por vezes acontece... - que resta fazer aos moradores de Ká Hó? Acamparem (como os daquele prédio do Patane) em frente da DSPA? Não valendo a pena recorrer aos Senhores Deputa-dos (parte dos quais têm muito mais em que pensar do que nos interesses da população), o mais que poderão é continuarem a descer à rua, todos os dias se for preciso, até que o Chefe do Executivo lá vá, em pessoa, ava-liar a situação e volte a esmurrar a mesa das suas reuniões interdepar-tamentais. A manifestar-se sempre ordeiramente, claro está, mas nos limites do seu direito à liberdade de manifestação que, ao contrário do que parece pensar a Universidade de Macau, como às de expressão e de as-sociação, é garantida pela própria Lei Básica.

Manifestações destas, sim. Que, das outras, das que a CGTP e asso-ciadas costumam despejar pelas ruas de Lisboa (ou das que aqui começam no já famoso jardim triangular do Iao Hon) dessas só apetece dizer o que o falecido Senhor Cardeal D. José Poli-carpo um dia comentou: “Não é com manifestações que se governa um país”.

Pois não. Ao contrário desta, do povo que, em Ká Hó, desceu à rua que, pelo menos, servem para o Che-fe do Executivo dar na mesa aqueles murros de que só se perdem os que caem no chão.

*Docente. Anterior presidente

do Instituto Politécnico de Macau.

POSTAIS DAS ILHASLuiz Oliveira Dias*

Um passo atrásEstas legislativas na Índia são o maior exercício de

participação eleitoral da história. Um mês de ciclos eleitorais regionais, 930 mil mesas de voto, 815 mi-

lhões de votantes, mais do que o número conjunto nas úl-timas eleições americanas, brasileira, japonesa, russa, sul--africana e para o Parlamento Europeu. O primeiro dado de interesse é sempre este: a logística, o planeamento e o exercício livre do voto.

O segundo dado relevante é que esta eleição vai prova-velmente marcar o fim de uma década do Partido do Con-gresso no poder. Que quer isto dizer? Indicadores mos-tram-nos que é grande o descontentamento com a gestão do abrandamento económico do último par de anos, como se uma nuvem de desilusão tivesse caído num país que dava como garantido um ritmo “chinês” para a economia.

Diz-nos ainda que a juventude de Rahul Gandhi não chegou a inspirar e que eventuais bons resultados vão ficar a dever-se mais a líderes locais do que a ele, o que pode en-cerrar uma linhagem no partido (Nehru-Gandhi) marcante desde a independência. Aqui entra Narendra Modi, candi-dato do favorito BJP, nacionalista hindu, fora das inúmeras linhagens políticas indianas e ministro-chefe de Gujarate desde 2001, a que corresponde um ciclo de grande desen-volvimento económico como de profundo sectarismo an-

timuçulmano. A questão é se este plano regional pode transformar-

-se em modelo nacional. Daqui resultam dois pontos. Um, interno, diz respeito à estabilidade social gerada por polí-ticas que tanto favorecem a inclusão económica como a ex-clusão religiosa. O outro, externo, ditará o papel da Índia entre as grandes potências e as suas relações externas.

Os manifestos dos dois grandes partidos praticamen-te desprezam a política externa, mas sabe-se que o BJP é menos propenso ao internacionalismo indiano, mais ob-sessivo com a ascensão chinesa, menos diplomático com o Paquistão e mais frio com os EUA.

Há razões para temer o que aí vem.

JTM/DN

Ho Sut Heng, presidente da Associação Geral dos Operários, em entrevista ao “Ponto Final”

TRIBUNABernardo Pires de Lima

Quarta-feira, 09 de Abril de 201418 JTM | LAZER

Adam Levine entusiasmado com Pharrell no “The Voice”Adam Levine acredita que Pharrell Williams, que recentemente confirmou que vai substituir CeeLo Green na próxima temporada do programa da NBC “The Voice”, será uma óptima adição ao quadro de jurados. “Acho que vai ser um óptimo mentor. É uma experiência diferente, portanto ele tem que se preparar para a montanha-russa”, afirmou o cantor de 35 anos ao “The Hollywood Reporter”. O líder da banda Maroon 5 disse ainda que Pharrell é uma pessoa super “amável” e “um talento inacreditável”.

Filha de Bob Geldof encontrada morta aos 25 anosPeaches Geldof, filha do músico Bob Geldof, foi encontrada morta na sua casa em Kent (sudeste de Londres). “A polícia está a trabalhar para apurar as circunstâncias da morte”, que para já é “inexplicável e súbita”, anunciaram as autoridades. Filha de Bob Geldof e da apresentadora de televisão Paula Yates, que morreu de uma overdose em 2000, Peaches era casada com o músico Thomas Cohen e tinha dois filhos, Astala, de um ano, e Phaedra, que completa um ano no próximo dia 24. “A minha amada mulher Peaches será adorada por mim e pelos seus dois filhos”, disse Cohen num comunicado. “Vou criá-los diariamente com a mãe nos seus corações. Vamos amá-la para sempre”.

Keith Urban não poupa elogios a Nicole KidmanKeith Urban acha que a esposa, Nicole Kidman, faz um “trabalho incrível” ao organizar a vida familiar. O cantor de 46 anos agradece a Nicole por ajudá-lo a encontrar tempo para conciliar a atribulada carreira com os compromissos pessoais. “Dou sempre o crédito à Nic, porque viajamos tanto como uma família, e ela faz um trabalho incrível mantendo-nos todos juntos. Ela tem a rotina das crianças e ainda as leva a passear no meio da rotina diária. Eu não conseguiria fazer nada disso sem ela”, afirmou no tapete vermelho dos “Academy of Country Music Awards”, em Las Vegas.

A fã especial dos “Red Devils”Sofía Jaramillo não esconde a sua paixão pelo futebol. A modelo colombiana começou a carreira aos 18 anos e diz ter encontrado agora uma vocação especial. “Espero que estas fotografias inspirem os jogadores do clube do meu coração: O Manchester United”, afirmou. Para além da moda, Sofía aposta também numa carreira como actriz, tendo já participado em diversas peças de teatro em Bogotá.

Quarta-feira, 09 de Abril de 2014 JTM | LAZER 19

O que falta em Macau? por Bessa Almeida

Macau tem muitas coisas boas, como se conhece neste territó-rio e mais ainda nesta zona es-

pecial da China. O problema geral que afecta toda a gente é, como se sabe, o das rendas estron-dosas. Depois, temos os disparates dos serviços de táxis

que pretendem andar a seu belo gosto. Uma coisa que se tem notado também é a falta de informação/editais em português/inglês nos elevadores dos diversos edifícios que curiosamente pertencem ao Instituto da Habitação. Também tenho notado que actualmente no que se refere ao desporto, no caso particular do futebol, existem clu-

bes que nem sequer têm campos próprios para treinos de preparação, mesmo falando dos grandes clubes de Ma-cau. Numa altura em que a qualidade do futebol pratica-do em Macau está a aumentar, é uma pena não existirem mais espectadores nas bancadas como forma de apoio ao desporto local. Assim vai Macau.

Gente Gira Envie as suas fotos para: gente.gira@yahoo.com

Uma história de amor

de Macau a Osaka

Durante um passeio a Macau, há três anos, Matsui

conheceu Alberto. No final de Março resolveram dar o nó em Osaka, terra natal da noiva. Cerca de 20 familiares de Alberto

viajaram até ao Japão para a cerimónia de casamento

e para testemunhar esta linda história de amor. Parabéns Amanda!

Márcia Castelo Branco partilhou nas redes sociais esta fotografia para assinalar mais um aniversário de Amanda. Segundo contou ao GENTE

GIRA, o jantar dos 17 anos foi no Café Lisboa onde aproveitaram para se deliciarem com a comida portuguesa.

Ténis em Hac Sá no intervalo da chuvaCristiana Su adora ténis. Como a chuva deu tréguas no sábado, Cristiana e o irmão aproveitaram o bom tempo para ir até Hac Sá jogar e passar um bom

momento saudável e em família. Um convite especial

Vanessa da Rocha e Ana

Maria receberam um convite de Jun Regalado para jantar. O restaurante

escolhido foi o Fogo Samba, no Venetian Macau.

Vanessa destacou alguns pratos e não se cansa de

elogiar o chef Lúcio Leal Cabral.

20 JTM | ÚLTIMA Quarta-feira, 09 de Abril de 2014 • Fecho da Edição • 00:45 horas

Anúncio incentiva casais a viajar para elevar natalidade na DinamarcaA “Spies Travel”, agência turística da Dinamarca, lançou um anúncio para encorajar os clientes a viajarem em nome de uma nobre missão: salvar o futuro do país por via da fertilidade, uma vez que a taxa de natalidade atingiu o nível mais baixo em 27 anos. No vídeo “Do it for Denmark”, a agência salienta que 46% dos casais têm mais relações sexuais quando estão de férias e 10% das crianças dinamarquesas são concebidas fora do país. “Viajar e viver novas experiências afecta as relações porque os casais vêem uma nova luz. Liberta endorfinas no cérebro e cria desejo pelo sexo”, defende uma especialista no vídeo. Além de pacotes com “desconto de ovulação”, quem provar que engravidou durante uma dessas viagens receberá da agência conjuntos de fraldas e outros produtos infantis para três anos, além de uma viagem incluindo já o novo membro da família.

Habitação e investimento fazem cairconfiança dos consumidores de MacauO índice de confiança dos consumidores da RAEM decresceu 2,2 pontos percentuais no primeiro trimestre deste ano, comparativa-mente ao mesmo período de 2013, revela um estudo realizado pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau. De acordo com os dados ontem divulgados, a compra de habitação, os investimentos no mercado bolsista e a economia local foram os parâmetros em que se registaram as descidas mais acentuadas. Do lado das subi-das, destacam-se melhorias no sector do emprego, do preço dos produtos e da qualidade de vida. O estudo teve por base 1.024 opiniões de residentes de Macau com mais de 18 anos de idade.

Interessante a entrevista feita por Iris Lei a Ho Sut Heng, presidente da Associação Geral dos Operários (AGOM), ontem publicada pelo “Ponto Final”. A líder da Associação que representa uma das linhas tradicionais (leia-se Pequim), ela própria, membro do Governo de Chui Sai On (Conselho Executivo), revela que “o apoio a Chui Sai On está depen-dente do surgimento de mais candidatos [de peso] a Chefe do Executivo”.

Esta declaração, surpreendente, reconheça-se, tem vá-rias leituras.

Uma, é que a AGOM tem reservas em relação à reelei-ção de Chui Sai On, que tanto tem contribuído para que a AGOM assegure serviços sociais, para além de generosa-mente ter nomeado membros da Associação para tudo o que é Conselho. A senhora Ho estaria assim a tentar ajudar a “sair da toca” um qualquer pré-candidato, que sabe am-bicionar o lugar.

A outra é que a AGOM, tendo perdido a sua influência junto do eleitorado (os operários de ontem são hoje classe média e os seus filhos licenciados numa das instituições de ensino superior) está a tentar desligar-se da sua ligação ao “status quo”. Missão impossível, a menos que das palavras passe aos actos desligando-se do sistema, o que poria em causa a sua própria sobrevivência.

Pelo que, a declaração vale pelo que vale. Deve ser mais ligada à sua frase de que “temos espaço para melhorar a consolidação do poder que temos em diferentes órgãos con-sultivos”...

A AGOM sabe de política. Como daqui a uns meses fi-cará claro que há um único candidato, o melhor é mesmo aproveitar este momento de suspense, para negociar mais apoios com o Chefe...

ENPASSANTJosé Rocha Dinis

Altura para negociar...

Chui Sai On garante apoio a Congressode Engenheiros de Língua PortuguesaO Chefe do Executivo da RAEM manifestou ontem o seu apoio à organização do II Congresso de Engenheiros de Língua Portuguesa, evento que decorrerá no território entre 27 e 29 de Novembro deste ano, sublinhando que a inicia-tiva poderá ajudar a promover Macau como plataforma de intercâmbio entre os países lusófonos e o Interior da China e reforçar a cooperação no sector. Segundo uma nota ofi-cial, a posição de Chui Sai On foi transmitida durante um encontro que manteve ontem, na sede do Governo, com re-presentantes e o presidente da Associação dos Engenheiros de Macau, Tam Lap Mou, “para troca de impres-sões sobre intercâmbio e cooperação do sector de engenharia de Macau com o exterior na generalização da ciência, formação de quadros jovens locais e impulsionar o regime de acreditação de engenheiros locais”. A associação aproveitou a ocasião para apresentar ao Chefe do Executivo opiniões sobre a acreditação de pro-fissionais do sector e os trabalhos de formação dos jovens engenheiros, para que estes tenham a oportunidade de participar em grandes projectos tanto na China como no exterior.

Governo chinês ambiciona “parceria geral” com Timor-LesteA China deseja estabele-cer “uma parceria geral” com Timor-Leste, impul-sionando o comércio e a cooperação bilaterais, afirmou ontem o Presi-dente chinês, Xi Jinping. O desejo foi manifesta-do durante um encontro com o Primeiro-Ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, que iniciou no domingo uma visita oficial de uma semana à China. “Boa vizinhança, amizade, confiança mútua, recipro-cidade, respeito pela via de desenvolvimento escolhida pelo povo timorense e firme apoio comum aos interesses essen-ciais e grandes preocupações de cada um serão as caracterís-ticas da parceria”, afirmou o líder chinês, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. Xi Jinping propôs “impulsionar a cooperação na construção de infraestruturas, comunicações, energia, agricultura e desenvolvimento de zonas económicas especiais”, indicou a mesma fonte. A agenda do Primeiro--Ministro timorense na China inclui a participação na confe-rência anual do Forum Boao, na ilha de Hainan, sob o tema “Novo Futuro da Ásia: Identificando novos motores de cres-cimento”, e que conta com a presença de chefes de Governo de oito países, bem como do Chefe do Executivo da RAEM.

Estudantes aceitam terminar ocupação do Parlamento de TaiwanOs manifestantes taiwaneses que ocupam há três semanas o parla-mento de Taipé, em protesto contra um acordo de comércio de serviços com a China, anuncia-ram que vão abandonar o edifício amanhã. Na maioria estudantes, os manifestantes ocuparam a sala principal do Parlamento a 18 de Março, naquele que foi o pri-meiro protesto do género na ilha. “Saíremos do Parla-mento na quinta-feira, às 18:00. Convidamos também todos os nossos amigos a virem ao nosso encontro fora do parlamento”, disse o líder estudantil Chen Wei-ting numa conferência de imprensa transmitida pela televi-são, acrescentando que os manifestantes vão continuar a pressionar o Governo até os seus objectivos serem atingidos. A decisão de desconvocar a ocupação ocor-reu depois de o presidente do Parlamento, Wang Jin--pyng, do partido Kuomintang, no poder, ter entrado na sala principal no domingo para se reunir com os es-tudantes. O responsável comprometeu-se a não presi-dir a mais debates parlamentares sobre o comércio de serviços até que seja criada uma lei para regular esse tipo de acordos com a China. Os manifestantes classi-ficaram a promessa como um gesto de “boa vontade”.

“AirAsia” retira revista e pede desculpa após prometer que nunca perderá um avião A companhia aé-rea malaia “Air Asia” mandou recolher a última edição da sua re-vista de bordo e pediu desculpas por um artigo que foi considerado ofensivo pelo facto da “low--cost” se vangloriar de que os seus pilotos nun-ca irão perder um avião. Kamarudin Meranun, presidente executivo da “AirAsia”, manifestou “profundo pesar e remorsos” pelo caso, apesar de garantir que a revista foi impressa antes do desaparecimento do avião da “Malaysia Air-lines” a 8 de Março, quando transportava 239 pessoas entre Kuala Lumpur e Pequim. Ainda assim, Kamarudin prometeu acções disciplina-res contra a equipa editorial por falhas na fiscali-zação. “O treino de pilotos na AirAsia é contínuo e muito completo. Pode ter a certeza que o seu capitão está bem preparado para garantir que o avião nunca se irá perder”, dizia o último pará-grafo do artigo gerou que indignação nas redes sociais depois de um passageiro ter publicado uma fotografia do texto no “Twitter”.

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