o cyclo das gerações

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O Cyclo das Gerações Cardoso de Miranda Cardoso de Miranda O Ciclo das Gerações 1939

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Genealogia, Genealogia Fluminense, Gnealogia Campista, Miranda, Cardoso, Exeredo Coutinho

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Page 1: O Cyclo das Gerações

OCyclodasGerações CardosodeMiranda

CardosodeMiranda

O Ciclo das Gerações

1939

Page 2: O Cyclo das Gerações

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NotadeEdiçãoEletrônica

O autor deste livro era primo de meu avô, Henrique Miranda Sá. Com meu pai e com ele, aprendi a me interessar, amar e respeitar meus antepassados. O interesse de outros parentes, dos quais alguns nem conheço, me fizeram mandar fazer uma cópia eletrônica deste livro depois de quase destruir o livro xerocopiando-o. Creio que se trata do trabalho mais completo sobre os descendentes do Sargento-Mor Gregório Francisco de Miranda e seu filho, nossos antepassados comuns. Por isto, resolvi colocá-lo à disposição de quem quiser.

A versão eletrônica ficou com a paginação diferente da original em papel. Os números entre parênteses no índice apontam para esta nova formatação. As notas acrescentadas por algum leitor foram acrescentadas com a esperança de que possam ser úteis.

L.S. Miranda Sá Jr.

Campo Grande, fevereiro-2010

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Notasnafolhaderosto:

FranciscoMatheusRondon361

IgnesdeCastro30

D.JoãoIII–p.32

DiogoRamalho–221

LuizaGrinaldi–223

MarcusdeAzeredoContinho259

PintoCoelho312

AuraVazp.234

JoãoRamalhop.285

JorgeMorgan324

Grinaldi336

Nota–DuqueEstrada–vernob.Fluminense

Crispin...reiro–257256

AntoniodeMariz–Ovelho–p.257–261272

JoséJoanesTeixeiradeGouvêa325

JoãoRamalho–p.285

BentodoAmaralCoutinho31

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MÁRIO ALOYSIO CARDOSO DE MIRANDA

do Instituto das Ordem dos Advogados Brasileiros

do Instituto Histórico de Petrópolis

do Instituto de Estudos Genealógicos de São Paulo

Doautor:(trabalhoshistóricos)

“AQuestãodoChaco”–Petrópolis,1932

“LeChacoBoreal”–Paris,1932

“JoaquimNabuco”–Petrópolis,1933

“Dantzig”–Rio,1936

“Palavrasephemeras”–Rio,1937

“Ocyclodasgerações”,1939

AmeuPai

eaomeuFilho

“AGenealogiainvestigaopassado,identificaopresenteeresguardaofuturo”.

GUMBLETONDAUNT

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“Nãovás.Aquiserãoteusdiasmaisserenos,quenaterranatalaprópriadordoemenos...

E fica, porque émelhormorrer (ai, bem sei eu!) nopedaçoda terra emqueagentenasceu!”

MenottidelPichia

ARaçanãotemmortequenãoseja

Adumcorpocansadoquetombou.

Mas,sobreocorpo,intensamenteadeja

Aforçaoriginalquesedespeja

Nasvidasnovasqueele,emsicriou.

Benditamaravilhaeencantamento

Delongeeras,sempreemmovimento,

Sempreigual,semprevelhoesemprenovo.

HerculanoBebordão

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Genealogia

A genealogia é uma das mais belas e úteis ciências, quando cultivada em função da Terra e do Sangue.

A preocupação absorvente da Gleba e da Família, do apego ao chão e às tradições domésticas, fecunda as raízes das árvores genealógicas, que são áridas e frias, inexpressivas e mudas quando redundam em simples enumeração de ascendentes e descendentes.

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Florescem os seus ramos, enfeitam-se de cor e de som, animam-se, enchem-se de vida, esmaltam-se de glória sentida e compreendida, quando investigamos nos alfarrábios e tiramos do pó o espírito dos antepassados, para viver suas existências, comungar suas dores, beber suas lições, impregnar-nos de suas virtudes e do heroísmo de seus martírios.

Se o brasileiro se apaixonasse pela sua Terra e pela sua Gente, pela comuna cuja gleba seus avós lavoraram, essa paixão longe de desenvolver qualquer regionalismo, lhe daria uma alta e humana compreensão da Vida, da verdade da História e do sentido cristão da Pátria – pátria admirável e bela, que é a mesma paisagem conhecida e amiga que nos habituamos a contemplar da janela da casa paterna e que nossos mortos levaram na retina para o seio da terra abençoada, pátria que é ossuário de nossos heróis e relicário de nossos santos, prolongamento glorioso da célula municipal que nossos avós criaram e que nós ajudamos a fazer grande, pátria que, em séculos de lutas e de bravura, os que vieram antes de nós construíram, pátria bendita, pátria santa, que temos que legar engrandecida aos que vierem depois de nós.

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Que no dia em que fecharmos os olhos para sempre, seja nosso último pensamento para os Antepassados, cujo sangue herdamos e soubemos honrar, para a Terra, que eles nos deixaram e que amanhamos com carinho, em suma para a Pátria, cuja eternidade será o consolo do nosso próprio fim e cuja imortalidade colocaremos na última prece, sob a benção do nosso Deus, do Deus de nossos Maiores...

Bacon, entre os fantasmas que reputava ilusões do espírito humano, assinalou os fantasmas de casta, “Idola tribus”, isto é, os erros da espécie, mal inerente à natureza humana.

Não vale a pena apreciar os exageros em que incorre essa teoria, mas é interessante ver nela a preocupação dos filósofos em estabelecer normas comparativas para o estudo da psicologia experimental.

Mesmo sem aceitá-los, poderíamos tomar para objeto formal dum estudo que revelasse o ciclo das gerações, os princípios de Galton, observando, na lei que criou, que os pais determinam a metade das características do filho, os quatro avós a quarta parte, os oito bisavós a oitava parte,

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e a outra oitava parte os outros ascendentes.

E se o mendelismo é hoje uma doutrina que domina na genética, podemos com segurança afirmar que, afastadas as hipóteses transformistas, sobraram da obra de Carlos Darwin quatro teses que hão de influir poderosamente no problema da transmissão hereditária que há quarenta anos preocupa a biologia.

As leis da herança imediata, do atavismo, da herança homócrona e da herança fixa constituem bases científicas curiosas para a genealogia, cujo estudo, uma vez generalizado, documentará preciosamente a história, onde se verificará que não só os filhos têm muitas propriedades herdadas dos pais, como outras que seus progenitores não tiveram, mas tiveram seus avós ou antepassados anteriores; que essa herança aparece no descendente, em geral na mesma idade em que apareceu no ascendente e raras vezes antes; que as propriedades não herdadas mas adquiridas por acomodação poder ser transmitidas e assim fixadas na espécie.

Viver, e sobreviver em outrem – é inclinação e aspiração imperativas da natureza e, por

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isso, a família é uma instituição natural que o cristianismo ungiu, erigindo em sacramento o matrimônio que a inicia.

Triste engano de Platão pretender que a família se opõe à organização nacional. Triste concepção esta de sua filosofia pagã, de que é corollaria a doutrina perniciosa dos que pretendem fazer do Estado tutor dos indivíduos, roubando da família o direito sagrado e inalienável da educação.

A família é a grande inspiradora das virtudes cívicas e só quem, sob seu influxo, conhece a piedade filial, pode ter pela Pátria um amor de filho.

Separar a idéia da Pátria da idéia da Família, tanto é corromper esta quanto inutilizar aquela.

Mortos que baixastes à sepultura na terra do Brasil –auscultae junto á gilla da Pátria os desígnios daProvidênciaeinsulflaenosvossosdescendentesodesejodeajudá­losedecumpri­los...

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InstitutoseObras

A heráldica, como diz Arnaldo de Mattos (“Brasonário de Portugal” vol. 1, intr., Gaia – MCMXXXIV) “... faz parte integrante da história pátria, pois nasceram quase a par, razão porque é um dos seus melhores intérpretes”. É este o motivo pelo qual vicejam nos mais adiantados países, notáveis institutos de heráldica e genealogia: “Academia Portuguesa de Heráldica e Genealogia”, “Instituto

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Português de Heráldica”, “Instituto de Estudos Genealógicos”, no Brasil; “College of Arms of the Noblesse”, no Canadá;”American Heraldy Society”, “The New York Genealogical and Bibiliographycal Society”, “Institute of American Genealogy”, “New England Historic Genealogical Society”, “Genealogical Society of Utah”, todos nos Estados Unidos; “The Society of Genealogists”, College of Arms”, “International College of Heraldy”, todos na Inglaterra; “Societé Suisse d’Heradique”, “Societé Vaudoise de Genealogie”, “Real Sociedad Hispano-Americana de Genealogia y Heráldica”, no México; “Colégio Araldico”, “Reale Commissione Araldica Lombar-

da”, “Consulta Araldica del Regno”, na Itália; “Polskie Towarzystwo Heraldyezne” e “Kolegium Heraldycznego”, na Polônia; “Institut Historique et Héraldique”, na França; “Verein Herold”, na Alemanha; “Heraldische Gessenllschaft Alder”, na Áustria, etc. etc.

Numerosas publicações de valor são editados por essas instituições, cumprindo citar como as mais importantes o Almanack de Gotha e o Annuaire de la Noblesse de France.

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No Brasil, já possuímos a Revista do Instituto de Estudos Genealógicos e o Anuário Genealógico Brasileiro, ambos de São Paulo.

Os que se interessam pelos estudos genealógicos podem consultar, no que se refere a origens portuguesas, as seguintes obras, além das que vão citadas neste trabalho: “Nobiliário”, de Manso de Lima; “Brazões”, de Braancamp Freire; “Nobiliário”, de Rangel Macedo; “Thesouro da Nobreza de Portugal”, de Frei Manoel de Sto. Antonio; “História de Portugal Restaurado”, pelo Conde da Ericeira; “Nobiliário”, por Damião de Goes; “Chorographia Portugueza”, pelo Padre A. C. Costa; “Nobiliário”, por Manoel de Souza; “Nobiliário”, por Joseph de Caledo; “Theatro Genealógico”, de Haro; e os Nobiliários de D. Antonio de Lima, de Gomes de Mello, de Christovão Alão de Moraes, etc., etc.

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ÁrvoresDinásticas

Os lusitanos príncipes e reis, Dos da guerreira casa primitiva, Que com o voto e o querer da gente altiva, O solo consagrou, a língua e as leis,

Aquela de alma grave e aventurosa, Que de áurea fama orna o brasão de Aviz, Dinastia prolífica e ditosa, Que Aljubarrota, a Ceuta e Arzila esposa, E em Sagres a Índia e a América prediz!

Magalhães de Azeredo

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E’ praxe fazer perceber às notas genealógicas dos nobiliários a árvore da Dinastia Nacional. Mas como o leitor facilmente sobre o assunto poderá consultar o Almanak de Gotha deste ano ou o “Nobiliário Sul-Riograndense”, de Teixeira de Carvalho (e. de 1937, Porto Alegre, p. 11), lembrei-me que seria talvez interessante iniciar este trabalho com um estudo cronológico dos soberanos portugueses e brasileiros, valendo-me do curioso quadro, que comprovei e completei e anotei, de Antonio Joaquim Alves, publicado em 1878, em Vianna de Castello:

ReisdePortugal

DOM AFONSO I, o Conquistador – por cognome, batizado com o nome de Affonso Henriques. Nasceu em Guimarães, no ano de 1109, casou com a Rainha Dona Mafalda, reinou 46 anos, viveu 76, morreu em Coimbra, no ano de 1185 e jaz em Sta. Cruz de Coimbra. 1

1Seupai,oCondeDomHenriques,deBorgonha,nasceuem1035,casoucomD.Tareijaemorreuaos77anos,nocercodeAstorga,a1deNovembrode1112.SeucorpofoitrasladadoparaaSédeBragaem1513,peloArcebispoDomDiogodeSouza.

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DOM SANCHO I, o Povoador. Nasceu em Coimbra, no ano de 1154. Casou com Dona Dulce, reinou 26 anos, viveu 57, faleceu em 1211, em Coimbra e jaz em Sta. Cruz de Coimbra.

DOM AFFONSO II, o Gordo. Nasceu em Coimbra, em 1185. Casou com Dona Urraca, reinou 12 anos, viveu 38, morreu em 1223, em Coimbra e jaz em Alcobaça.

DOM SANCHO II, o Capello. Nasceu em Coimbra, em 1202. Casou com Dona Mercia, reinou 24 anos, viveu 46, morreu em 1248, em Toledo e jaz nessa cidade.

DOM AFFONSO III, o Bolonhez. Nasceu em Coimbra, em 1210. Casou em primeiras núpcias com Dona Mathilde e em segundas com Dona Brittes. Reinou 31 anos, viveu 69, morreu em 1279, em Lisboa e jaz em Alcobaça.

DOM DINIZ I, o Lavrador. Nasceu em Lisboa, em 1261. Casou com Dona Isabel, reinou 46 anos, viveu 64, morreu em 1325, em Santarém e jaz em Odivellas.

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DOM AFFONSO IV, o Bravo. Nasceu em Coimbra, em 1290. Casou com Dona Brittes, reinou 32 anos, viveu 67, morreu em 1357, em Lisboa e jaz na Sé dessa cidade.

DOM PEDRO I, o Justiceiro. Nasceu em Coimbra, em 1320. Casou em primeiras núpcias com Dona Constança e em segundas com Dona Ignez. Reinou 10 anos, viveu 47, morreu em 1367, no Extremoz e jas em Alcobaça.

DOM FERNANDO I, o Formoso. Nasceu em Coimbra, em 1345. Casou com Dona Leonor, reinou 17 anos, viveu 38, morreu em 1383, em Lisboa e jaz em Satarem.

DOM JOÃO I, de Boa Memória. Nasceu em Lisboa, em 1357. Casou com Dona Filipa, reinou 48 anos, viveu 76, morreu em 1433, em Lisboa e jaz na Batalha. 2

DOM DUARTE I, o Eloqüente. Nasceu em Vizeu, em 1391. Casou com Dona Leonor, reinou 5 anos, viveu 47, morreu em 1438, em Thomar e jaz na Batalha.

2ComDomJoãoI,inicia‐seemPortugaloreinadodaCasadeAviz(assimchamadaporserDomJoãoIMestredeAviz).NãohouveinterrupçãodeDinastiaporserD.JoãoIfilhodeDomPedroI

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DOM AFFONSO V, o Africano, Nasceu em Cintra, em 1432. Casou com Dona Isabel, reinou 43 anos, viveu 49, morreu em 1481, em Cintra e jaz na Batalha.

DOM JOÃO II, o Perfeito. Nasceu em Lisboa, em 1455. Casou com dona Leonor, reinou 14 anos, viveu 40, morreu em 1495 em Alvor e jaz na Batalha.

DOM MANOEL I, o Virtuoso. Nasceu em Alcochete, em 1469. Casou em primeiras núpcias com Dona Isabel, em segundas com Dona Maria e em terceiras com Dona Leonor. Reinou 26 anos, viveu 52, morreu em 1521, em Lisboa e jaz em Belém.

DOM JOÃO III, o Piedoso. Nasceu em Lisboa, em 1502. Casou com Dona Catharina, reinou 36 anos, viveu 55, morreu em 1557, em Lisboa e jaz em Belém.

DOM SEBASTIÃO I, o Desejado. Nasceu em Lisboa, em1554. Reinou 21 e viveu 24 anos conhecidos. Desapareceu na África, no ano de 1578, durante a batalha de Alcacerquibir.

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DOM HENRIQUE I, o Casto. Nasceu em Lisboa, em 1512. Reinou 1 ano e meio, viveu 68 anos, morreu em 1580, em Almeirim e jaz em Belém. 3

Sob o jugo castelhano, que durou de 1580 a 1640, deDomHenriqueI(CardealDomHenrique)aDomJoãoIV(DuquedeBragança), reinaramos trêsFillipes:Fillipe I(Fillipe II em Espanha) o Prudente, Fillipe II, o Pio eFillipeIII,oGrande.

DOM JOÃO IV, o Restaurador. Nasceu em Villa Viçosa, em 1604. Casou com Dona Luiza. Reinou 16 anos, viveu 52, morreu em 1656, em Lisboa e jaz em São Vicente do Fora. 4

DOM AFFONSO VI, o Vitorioso. Nasceu em Lisboa, em 1643. Casou com Dona Maria Francisca, reinou 12 anos, viveu 40, morreu em 1683, e jaz em Belém.

3Apóssuamorte,tentouapoderar‐sedotronoDomAntonio,PrirordoCrato,filhodoInfanteDomLuizenetodeDomManoelI.NasceraDomAntonioem1531eveioafalecernodesterro,emFrança,noanode1593,comaidadede64anos.JazemParis.

4ComDomJoãoIVinicia‐seemPortugaloreinadodaCasadeBragança(assimchamadaporserDomJoãoIV,DuquedeBragança).MasaindaaínãohouvesoluçãodecontinuidadenaDinastia,poisDomJoãoIV,8ºDuquedeBragança,descendiaemlinhadiretaevaronildoIDuquedeBragança,DomAffonso,filhodeDomJoãoI.

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DOM PEDRO II, o Pacífico. Nasceu em Lisboa, em 1648. Casou em primeiras núpcias com Dona Maria e em segundas com Dona Maria Sofia. Reinou 23 anos, viveu 58, morreu em 1706, em Lisboa e jaz em São Vicente de Fora.

DOM JOÃO V, o Magnânimo. Nasceu em Lisboa, em 1689. Casou com Dona Marianna. Reinou 43 anos, viveu 61, morreu em 1750, em Lisboa e jaz em São Vicente de Fora.

DOM JOSÉ I, o Reformador. Nasceu em Lisboa, em 1714. Casou com Dona Marianna Victoria, reinou 26 anos, viveu 63, morreu em 1777, em Lisboa e jaz em São Vicente de Fora.

DONA MARIA I, a Piedosa. Nasceu em Lisboa, em 1734. Casou com Dom Pedro, reinou 39 anos, viveu 82, morreu em 1816 no Rio de Janeiro e jaz em Lisboa, na Basílica do Sagrado Coração. 5

5ComaascensãoaotronodeDonaMariaI,nãosequebroualinhavaronilnadinastia,poisDonaMariaIcasoucomseutiooInfanteDomPedro(queassumiuotítulodeDomPedroIII),filhodeDomJoãoV.

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DOM JOÃO VI, o Clemente. Nasceu em Lisboa, em 1767. Casou com Dona Carlota Joaquina. Reinou 19 anos, viveu 59, faleceu em 1826, em Lisboa e jaz em São Vicente de Fora.

DOM PEDRO IV, o Libertador. Nasceu em Queluz, em 1798. Casou em primeiras núpcias com Dona Leopoldina e em segundas com Dona Amélia. Reinou 2 anos, viveu 36, morreu em 1834, em Queluz e jaz em São Vicente de Fora. 6

DONA MARIA II, a Constitucional. Nasceu no Rio de Janeiro, em 1819. Casou com Dom Augusto em primeiras núpcias e em segundas com Dom Fernando. Reinou 19 anos, viveu 34, morreu em 1853, em Lisboa e jaz em São Vicente de Fora. 7

6ComDomPedroIV(DomPedroInoBrasil)extingue‐sealinhavaronilnotronoportuguês.Aliás,adescendênciaportuguesadeDomPedroextinguiu‐seporcompletocomofalecimentodeDomManoelII.SuadescendênciavaronilnoBrasilextingue‐secomDomPedroII,continuandoafamíliacomadescendênciadaPrincesaDonaIsabel.AlinhavaronildadinastiaportuguesafoimantidapelosdescendentesdeDomMiguel.

7DomFernandoque,consoanteàsleisdoReino,assumiuotítulodeDomFernandoII,nasceuem29deoutubrode1816.Foiregentenamenoridadedeseufilho,durantedoisanos.Viveu69anos,morreuemLisboaem1885ejazemSãoVicentedeFora.

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DOM PEDRO V, o Esperançoso. Nasceu em Lisboa, em 1837. Casou com Dona Estephania. Reinou 8 anos, viveu 24, morreu em 1861, em Lisboa e jaz em São Vicente de Fora.

DOM LUIZ I, o Bom. Nasceu em Lisboa, em 1838. Casou com Dona Maria Pia, reinou 28 anos, viveu 51, morreu em Cascaes, em 1889 e jaz em São Vicente de Fora.

DOM CARLOS I, o Sacrificado. Nasceu em Lisboa, em 1863. Casou com Dona Amélia, reinou 19 anos, viveu 45, morreu em Lisboa, em 1908 e jaz em São Vicente de Fora.

DOM MANOEL II, o Exilado. Nasceu em Lisboa, em 1889. Casou com Dona Augusta Victoria, reinou 2 anos, viveu 43, morreu em 1932, em Londres e jaz em São Vicente de Fora.

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ImperadoresdoBrasil

DOM PEDRO I, o Fundador do Império. Nasceu em Queluz, em 1798. Casou com em primeiras núpcias com D. Leopoldina e em segundas com Dona Amélia. Reinou 9 anos, viveu 36, morreu em 1834, em Queluz e jaz em São Vicente de Fora.

DOM PEDRO II, O Magnânimo. Nasceu no Rio de Janeiro, em 1825. Casou com D. Thereza Christina, reinou 58 anos, viveu 66, morreu em Paris, em 1891 e jaz em Petrópolis.

A linha varonil do fundador da monarquia portuguesa subsiste anos descendentes de D. Miguel I, que nasceu em Queluz, em 1802, faleceu, com 64 anos, em 1866, em Carlsruhe, e jaz em Engelberg.

Entre os Bragança brasileiros, a linha varonil é hoje a da Casa de França. E’ assim que S. A. I. o Príncipe Dom Pedro, filho da Princesa Dona Isabel, neto materno de Dom Pedro II e bisneto de Dom Pedro I (Dom Pedro IV de Portugal), tem por seu pai, o Príncipe Conde d’Eu, como décimo nono avô, em linha direta, sem quebra de varonia, a São Luiz (Luiz IX), rei da França.

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Ribeyrolles, no seu “Brasil Pitoresco”, 8 atribui aos Puris e Coroados a origem do nome Campos dos Goytacazes, que significaria (Goaitacomopi) Campos das Delícias.

Carneiro da Silva 9 já dizia que os Puris e Coroados, “mistura de Uetacazes, e outras Nações”, eram inimigos declarados e viviam em acirrada e persistente luta.

Donde se há de deduzir que, se tão ferozes adversários concordaram um dia em dar ao lugar idêntico nome, tal região realmente se assemelhava, pela doçura de suas paisagens, pela amenidade de seu clima, pela abundância de suas águas, pela fertilidade de seu solo, a um verdadeiro campo de delícias.

E de fato assim é. Em tudo e por tudo. 10

8TomoI,Rio–1859.

9“MemóriatopographicaehistóricasobreosCamposdosGoytacazes”p.25,Lisboa–1819.

10“AhistóriaeconômicadoImpérioéoParahyba.........................................AindapermanecemnofimdoséculopassadoenaalvoradadesteséculoosvestígiosdagrandezadovalequeseestendedesdeasplaníciesdeCamposatéasmontanhasdadivisaMinas‐S.Paulo..............................AriquezadoImpérioéCampos”.–ManoelFilho“Ocaminhodapenetração”.

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AGleba

A quem não impressiona, por exemplo, a fisionomia lírica e graciosa dessa Villa Rica fluminense? Tem um sabor quinhentista as tradições de sua cultura, e os templos vetustos que nossos antepassados ali levantaram espelham, na opulência manuelina de suas linhas coloniais, a crença revolta e a mística inquieta desse povo de bandeirantes audazes.

Como exala um perfume intenso o teu solo, que gerações de homens fortes e de mulheres belas pisaram em séculos sucessivos de grandeza...

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O ar singelo e romântico das hortas familiares; o suave colorido de que se reveste o descampado dos arredores bucólicos; a sugestão das sacadas antigas, debruçadas para ruas históricas, em cujo lagedo trepidava, pelas manhãs ensolaradas de outros tempos, a cadeirinha domingueira da Senhor que ia à missa...

Como tudo isso é evocativo, e é fluminense, e é brasileiro e é campista há trezentos anos...

Filho, neto, bisneto, trineto, tetraneto de campistas, por parte de Pai e por parte de Mãe, nasci e passei a minha infância no mesmo velho e autentico solar fluminense onde nasceu meu Pai e morreram meus avós.

Ainda guardo recordações dessa abundância e desse fausto que encheram do seu bucólico social e da sua fartura econômica as terras do antiqüíssimo engenho da Fazenda Grande de Sto. Antônio do Becco, em cujo paço patriarcal vim ao mundo, como última geração de uma dinastia anciã de Cavalheiros Fidalgos da Casa Real, que por ali, pelos Campos dos Goytacazes, assentaram um

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dia suas tendas de emigrantes idealistas, torturados pelo sonho ecumênico da raça, e confundiram sua vida com a do novo Império e doaram capelas, erigiram igrejas, fortes magníficos, perpetuando uma grei e continuando um reino.

Vi pela última vez na minha meninice a Casa Grande da Fazenda, o Solar de Sto. Antônio, 11 por uma manhã dolorosa de luto, escolhida e preparada pelo destino com véus de tristeza e de viuvez para que nela findasse uma época: nesse dia, atrás das enormes portas de carvalho rijo dos seus aposentos, morreu queimada minha tia-bisavó e madrinha, que criara meus Pais e meus Tios, última abencerragem da monarquia doméstica do século XIX, coeva

11 Constam do Tombamento do Serviço do Patrimônio Histórico e ArtísticoNacional (Arquitetura Civil – Campos – E. do Rio) os últimos solares dosMiranda:oSolardeSto.Antônio,propriedadedeTarcísiodeMiranda,filhodoMajorJoãoGregórioFranciscodeMiranda,eoSolardoVisconde(bemcomoasua Capela de N. Sra. do Rosário), propriedade de Francisco Pereira deMiranda Pinto filho de D. Anna Gregória de Miranda Pinto, casada comDomingosPereiraPinto.

Oprimeiro é aCasaGrandedaUsinade Sto.Antônio e o segundoa sededaFazendadosVisconde.

AUsinadeSto.Antôniocomeçouafuncionara17deAgostode1884,quandoerapropriedadedoComendadorAntônioManoeldaCosta,tio‐avôdoatualdono,Sr.TarcisiodeMiranda,etio‐bisavôdoautor.FaleceuoComendadorem1902,deixandoaUsinaeaFazendaGrandeaseussobrinhos,filhosdesuasobrinhaD.LuizadeAlmeidaCostadeMiranda,casadacomoMajorJoãoGregórioFranciscodeMiranda,eàsuairmã,DonaLuizaMariadoNascimentoCosta,falecidaa13deAgostode1913.

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do primeiro reinado, vítima de um acidente inexplicável e pavoroso, que confusamente se disse então ter tido origem no oratório, quando, é hora das rezas, velas acesas tombaram sobre flores rústicas de papel...

Veio o inventário, a partilha, a indiferença pelo acervo de tradições da Casa, a dispersão final.

Quando muitos anos depois de ter deixado a terra natal, voltei, numa peregrinação de saudade, sob o imperativo atávico do regresso aos pagos, à pátria pequena da Odisséia de Homero, e entrei de novo no antigo casarão, um sopro de abandono tinha passado por ele. Austeros desnudos, frios, os velhos tetos de caixão com apincelamentos de talha dourada, onde se sentia, no lugar dos antigos lustres aparatosos de cristal, o vazio da pilhagem do tempo e do desleixo... Salas imensas e desertas, despidas dos móveis esplêndidos de jacarandá, dos panos de Arrás, das louças de Serves, das porcelanas raras, dos bronzes severos, como pareciam maiores e como eram lúgubres...

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Apertou-me o coração lembrar que tudo aquilo significava na minha gente uma grande incompreensão do passado, desse passado que ali pairava pelos desvãos e que ali acumulara os sonhos, as ilusões, os sofrimentos, as alegrias de gerações inteiras do meu sangue...

Derrubadas as mangueiras que se enfileiravam outrora, hierárquicas e solenes, defronte da fachada nobre e tranqüila de quatorze janelas solarengas. Muralhas desfeitas, gradis decorativos de ferro arrancados, fonte de mármore que bradas, a capela de altares plephoricos profanada...

Integravam ainda a moldura setecentista do scenário, a torre heráldica e pitoresca, ao lado da senzala isolada, senhorial como uma nota melancólica que as eras que se foram deixaram na planície, e as duas palmeiras irmãs, litografadas por Ribeyrolles setenta e oito anos atrás, ainda cheias de majestade e de grandeza, miradoiros da história campista.

A colunata claustral do pátio, galeria decorada de balcões ornamentais, quadrilátero sombrio mas imponente,

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impressionando ainda pelo seu significado arquitetônico...

O pombal e o corta-vento, os jardins destruídos, os terraços desmantelados, todos os vestígios de uma civilização apurada que se desdobrou na velha e gloriosa província, criou o patriarcado indígena e veio desses fidalgos portugueses que se surgem do fundo dos séculos e trazem no esplendor medieval de suas armas o signo que atravessou as idades.

Deles lá ficou a velha fazenda, brazonada e em ruínas, adormecida à beira dos tempos...

Como é fácil a imaginação animá-la, revivendo uma manhã longínqua de cavalhadas... Peões, damas, lanças, bandeiras, ornamentos multicores, plumas ao vento, colgaduras suntuosas nas janelas, onde se debruçam as damas de outras eras e os últimos fidalgos que usaram Dom...

São Salvador dos Campos dos Goytacazes, a velha cidade fluminense que nossos avós fundaram, por uma tarde bíblica de descoberta, à margem do Parahyba...

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AUnidadedoSangue

Naquelas planícies poéticas e heróicas, vivera o indígena mais bravo do litoral e ali os jesuítas foram erguer os muros de suas reducções e de suas escolas, disseminando a Fé enquanto, à sombra dos solares rudes, fidalgos emigrados espalhavam o Império. Dessa junção admirável de ideais n’alma portuguesa, brotou a glória das estripes, amparadas na probidade dos varões, envoltas no halo feminino da impoluta dignidade das matronas, iluminadas pela graça das donzelas.

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Foi recordando o clarear de um dia de antanho, a entrada da primavera, numa manhã quente de roça e julgando ver o sol penetrar pelas venezianas antigas, ouvir o canto plangente do carro de bois ecoando em accentos vários pelos campinaveis afora e perceber, no beiral do quarto onde nasci, molhos de cactos vivos, sedosos no veludo de sua floração, álacres no seu colorido abundante, eriçados nas hastes espalmadas de recortes bizarros – que me lembrei de escrever estas linhas, convocando para o culto da família, na sua expressão histórica e cristã mais ampla e mais significativa, para o culto das gerações passadas cujo sangue herdamos, cujas tradições nos cumpre manter e cujas virtudes devem ser o apanágio dos descendentes, todos aqueles que sentem no fundo d’alma a saudade das lagoas onde se espelha o perfil esguio dos coqueiros, todos que trazem nas pupilas deslumbradas a nostalgia da planície, todos aqueles que compreendem a poesia rural da gleba, rolando em ritmos bárbaros, através das madrugadas claras, pelas almas da Gente e pelos caminhos da Terra, cantando a paz virgiliana dos sonhos bons, na época do trabalho e da força, da Tradição e do Sangue.

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Nós não somos um povo em formação. A predominância do elemento português não só nos deu a unidade territorial, religiosa, moral, intelectual, cívica e sentimental, como imprimiu um caráter psicológico definitivo à família humana brasileira, criando o nosso tronco racial, cuja defesa o Presidente Getúlio Vargas encareceu recentemente, quando, recebendo os membros do Conselho de Imigração e Colonização, disse que, embora necessitando aumentar sua densidade demográfica, o Brasil deveria reservar-se o direito de escolher as correntes migratórias e seguir nessa escolha o critério histórico que é o da formação luso-brasileira.

O velho chavão do povo em fase evolutiva é deprimente, ridículo e anti-científico. Somos, para os que o repetem, uma eterna criança de quatrocentos anos.

Preferível se torna adotar a realidade da afirmativa daquele diplomata que em nossa formação rápida observou que tínhamos atingido a virilidade sem passar pela infância.

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Nacionalidade formada, consciente dos seus foros individuais, já o éramos em pleno século XVII, capazes de reagir contra a ameaça de absorção estrangeira e repelir do nosso solo, sem auxílio da metrópole, o invasor que aqui pretendia iniciar, como em terra abandonada, uma nova colonização, alheia ao sangue e às tradições do povo.

Inútil pretender levantar-se contra a força pacífica da realidade: se para ser brasileiro não é preciso ser descendente de português, o brasileiro que é descendente de portugueses é brasileiro duas vezes.

Mas não precisa distingui-los assim, aos brasileiros, separá-los, pondo de lado uma imensa maioria e de outro uma minoria vexada pelo crime involuntário da ascendência diversa.

Não só o sangue português se espalha, com uma larga capacidade de penetração, como os privilégios da ascendência portuguesa se adquirem com a plena adaptação ao ambiente criado pela formação portuguesa.

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Erro seria negar aos que partilham dessa raça que é o próprio cerne do país o direito de se considerarem diferentes daqueles cujos antepassados não cooperaram na obra secular de sedimentação da nacionalidade, cujos avós não partilharam dos sofrimentos comuns da nossa História, cujos ascendentes não ajudaram a adquirir as nossas glórias e não se misturaram às dores anônimas e às conquistas penosas das gerações que se sucederam no afan de construir uma Pátria.

Como muito bem ponderou Jackson de Figueiredo, para o maior pensador da idade moderna, Mauras, todas as manifestações da vida humana têm um sabor essencialmente político. Ele as julga de acordo com a experiência: de onde vieram? Os seus ascendentes que ação exerceram entre os homens? Que hipótese se pode formular sobre a sua ação no futuro?

“Maurras jamais abandonou este traçado, que é todo o bom senso em matéria de investigação social e se encontrará em Aristóteles, nos mais eminentes pensadores católicos, e em Augusto

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Comte, em Le Play, afinal de contas, em quantos não se limitaram a fantasiar sobre a vida social”. 12

Realmente, se “a unidade social é a família”, se “é ela o principal agente criador e conservador da alma dos povos”, é errôneo e subversivo “crer que nós não formamos sociedade senão com nossos contemporâneos, desconhecer o império das gerações anteriores, fazer prevalecer a solidariedade no espaço sobre a continuidade que é a solidariedade no tempo”.

Na continuidade da família 13 repousam a eternidade e a santidade das Pátrias. É no culto da família que se inicia o amor pela extensão humana e territorial da casa paterna, pelo prolongamento social e material do lar, pelo desdobramento deste em outros lares ligados pela mesma fé, pela mesma história, pelos mesmos interesses, pela mesma língua, pelas

12–J.deFigueiredo,“Affirmações”p.p.279eseg.,Rio–192

13“Agrandezadasnaçõesfunda‐sesobreagrandezaeamoralidadedasfamílias,asquaissãoosviveirosdosbonscidadãosedossoldadosfortes,Ahistóriaensinaqueacorrupçãodoscostumesnoseiodasfamíliasfoioindíciodeumadecadênciapública,equeaforçapassadaeaindapresentedospovosnortistasderivouemgrandepartedacompacidade,fecundidadeesaúdedesuasfamílias”.–Cogliolo,apudSpinola“AnotaçõesaoCódigoCivilBrasileiro”v.III,p.18,SãoPaulo.

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mesmas aspirações, pelos mesmos sofrimentos suportados em comum e pelas mesmas glórias conquistadas pelo comum esforço.

Conhecer e venerar os antepassados é investigar, para melhor mantê-lo, o patrimônio moral e intelectual deles recebido, é apuraras qualidades de coração que deles nos vieram na herança sentimental das gerações.

Pelo sangue se transmite a tradição, e legar intactas aos filhos as tradições positivas da nacionalidade é a missão que nos quiseram confiar os que vieram antes de nós.

Glória à família, pela sua obra heróica na construção da Pátria, pelo conchego ameno que proporcionou às dores de nossos avós, pelo carinho com que enfeitou as ilusões de nossos pais, pelo que nos ensinou de bom e de santo entre as velhas paredes da casa ancestral, pela sua fidelidade à raça, pela sua lealdade para com a Nação.

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A genealogia é uma das grandes ciências 14 auxiliares da História. Estudá-la e conhecê-la é estudar e conhecer a Pátria da qual a Família é a célula.

Foi sob a sombra dos ramos novos do tronco peninsular das velhas famílias portuguesas que o Brasil cresceu.

Felizes do que podem ensinar os filhos a se mirar no exemplo dos antepassados, porque é da continuidade da virtude que brota o heroísmo e é das qualidades morais, intelectuais e físicas, aperfeiçoadas de geração para geração, que saem as raças fortes e os povos viris.

Entendem alguns que fazer genealogia é catalogar a nobreza e a esta desprezam por não ser coisa que se adquira.c

14“...ciênciacujaimportâncianinguémcontesta,etodosconsideramcomoauxiliarpreciosodahistóriaeatédabiologia(encaradapeloladopsicológico)...”EugêniodeCastro,noPrefácioda“DependênciadosIos.MarquesesdePombal”,porSáeCosta,XII,Porto–1937.(OP.LuizMoreiradeSáeCosta,daCompanhiadeJesus,revelou‐senessavaliosíssimaobraumdosmaisnotáveisgenealogistasmodernoseapaciênciadeixou,comele,dechamar‐sebenedictinaparaserjesuítica.Seutrabalhodegrandeinvestigaçãocoloca‐onomesmoplanodosgrandesgenealogistasportuguesesdaatualidade,comooSr.Dr.AffonsodeOrnellas,oSr.CondedeSãoPaio(DomAntônio),osSrs.Drs.MancelosSampaio,OliveiraRodrigueseRodrigoRodrigues,eoutrosilustresvalores).

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ANobreza

Mas não só a genealogia não tem por fim enumerar aristocratas, como a fidalguia não é o corolário político de sistemas de governo, mas uma simples questão de origem, que independe da apreciação do filho das ervas e desdenha o ridículo despeito do mal nascido.

A democracia só tem por fim igualar perante a lei os cidadãos de um mesmo país, como garantia da justiça que deve ser distribuída, humana e equitativamente, a todos os filhos de Deus. Não pode, porém, pretender nivelar, perante a sociedade e o julgamento dos outros, os que provém de camadas de sangues diferentes.

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Estaremos prontos a comparecer, lado a lado com o nosso semelhante que praticou igual delito, diante de idêntico tribunal. É a contribuição cívica a que nos obriga o equilíbrio do regime.

Mas ninguém nos forçará a abrir as portas de nossa casa senão àqueles que julgarmos dignos de atravessar os seus umbrais.

Não preconizo aqui a nobreza no sentido de classe social, pois este livro não é político embora o pudesse fazer desde que ela é ainda hoje admitida nas próprias democracias, como um clã aberto, accessível aos valores novos.

Estas páginas são de genealogia e perscrutam a nobreza herdada, ainda que seja bom sempre esclarecer que a Genealogia, como ciência, não se restringe à investigação exclusiva de árvores nobiliárquicas, mas à reconstituição de todas as famílias, por mais modestas, no sentido de buscar a contribuição pessoal na obra comum de engrandecimento da Pátria.

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“Privilegiado ou rico te poderei eu fazer, mas nobre não, porque a nobreza é herança dos antepassados”. 15

Estas palavras que alguém colocou outrora nos lábios do Imperador Sigismundo, expressam bem o valor daquilo que ninguém pode tirar de outrem ou comprar a peso de dinheiro, ou mesmo conquistar a golpes de audácia e talento.

Humilhante a farsa que engendram certos compradores de títulos e fazedores de árvores genealógicas. Não só um título nobiliárquico não se vende (irrita e nula é a transação), 16 como bem sabem os que se prestam ao triste papel de vendê-lo que um título não constitui nobreza. Há titulares plebeus e fidalgos que não são titulares.

Assim, mesmo que legítima se considerasse a cessão de um título por particular a estranho, fidalgo continuaria o primitivo titular se fidalgo fosse e plebeu o seu suposto herdeiro se fosse plebeu.

15“NobiliarquiaPortuguesa”,porAntôniodeVillasBoas,p.29,Lisboa–1717,“Divitemautexemptumtefacerepossum,nobilemverominime”.

16NaEspanha,todavia,hátítulosvinculadosàglebaequepassamaonovodonoquandoasterrassãovendidas.Como,porém,aautorizaçãodoReiénecessária,onovotitularéconsideradocomoportadordeumamercênova.

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No Brasil Império numerosos títulos não hereditários foram concedidos, por justa recompensa, a homens insignes ou varões probos de modesta origem.

Por outro lado, descendentes de muitíssimas casas nobres, da velha e autêntica fidalguia da península, aqui prolongaram o seu nome sem nunca terem sido citados ou terem tido até hoje a oportunidade de ostentar um título.

“A verdadeira nobreza 17 não pode dá-la o Príncipe, por mais amplo que seja o seu poder”, afirmou, com muito senso, Villas Boas. 18 Um Imperador ou Rei pode fazer titulares, mas nunca fará nobres, se fidalguia de sangue já não tiverem de seus maiores os que, por qualquer soberano, forem distinguidos.

Uma ascendência legítima não se forja ou falsifica. É fácil aos linhagistas, com os recursos e a técnica de que dispõem, os arquivos e tombamentos, desfazer o

17Emboratransformaçõessemânticastenhamigualadonoléxiconobrezaefidalguia,hádefatorealdiferença,comoseentendiaemlinguagemvernáculadearmaria,equeébomlembrar:nobressãoosrecentementeagraciadosouintroduzidosnaaristocracia;fidalgososdeantigalinhagem.OReifazosnobres,osfidalgosfizeramoRei.

18Idem,idem.

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embuste. E só por uma ascendência fidalga comprovada, que penetre na noite dos tempos, para mostrar como descende de homens ilustres que foram coetaneos das nações no seu nascedouro heróico, é que alguém, independentemente do assentimento dos potentados efêmeros ou das formas de governo, se pode ter por fidalgo de linhagem. 19

É essa uma das maneiras pelas quais Deus honorat partem in filiis: 20 honra o pai para que os filhos sejam nobres. Mas a glória dos filhos não deve ser unicamente a que herdaram dos pais. 21 Esse esplendor procedido dos antepassados 22 só é digno de respeito quando perpetuado no mérito dos descendentes. 23 Pois “não há verdadeira nobreza sem o adorno da virtude própria, e merecimentos adquiridos: consistem estes e aquela nos feitos heróicos obrados em defesa da fé,

19AOrdenação(lib.I,tit.65,par.26)distingueosfidalgosdeCotadaarmasdosfidalgosdelinhagem.Aquelessãoosquefundamanobrezasónoescudoounobrasãodearmas;estesosdenobrezaantiga,queprocededeantepassadosfidalgosesãochamadostambémfidalgosdesolar.

20Eccles.з21“Glóriafiliorumparenteseorum”Prov.18

22“Quaedammaiorumclaritas”,Aristóteles

23“Virtudedospassadosjáquasefeitonaturezanosdescendentes”,VillasBoas,p.16

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no acrescentamento da Pátria e na boa administração da República”. 24

O conhecimento da fidalguia dos avoengos só satisfaz quando repousa na consciência da nobreza própria. Daquele conhecimento deve derivar essa consciência, desde que ele seja, para os que o sabem e compreendem, um estímulo e um incitamento. 25

Nada mais belo do que verificar-se que “dos avós se deriva a nobreza dos descendentes e a continuação dos anos a fez mais ilustre, reconhecendo-se a glória adquirida pelos pais naturalizada no sangue nobre dos filhos”. 26

Aliás, o contrário é sempre melancólico motivo de compreensível escárnio e também pode-se acrescentar que nada mais doloroso do que lembrar-se dos avós apenas para alardear seu nome e não para seguir-lhes os exemplos. 27

24VillasBoas,idem,p.351.

25“Égrandemotivoparaobomprocedimentoamemóriadanobrezaeaçõesgloriosasdosantepassados”Idem,idemp.346

26Idem,idemp.346

27“Quandoexumamosantepassadoséparadosseussarcófagostirarinsígniasevenerascomquenosadornemos”,Laet“Discurso”–p.24,Rio1920.

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Como sob o ponto de vista de monarquia americana, de regime monárquico que se consolidava na América, marchávamos no século XIX, paradoxalmente, da monarquia para a aristocracia, quando a inversão desses fatores foi sempre na evolução dos povos a razão de ser da ordem tradicional, e como vulgarmente interpretam por ahi a aristocracia rural observada por economistas na nossa formação como sinônimo de nobreza improvisada e fidalguia efêmera, deduzindo disso os sociólogos indígenas que não possuímos verdadeira aristocracia, é justo esclarecer que se, de fato, não temos aristocracia hoje, nunca deixamos de possuir aristocratas, no sentido de que a exclusão da nobreza, como classe à parte e coesa, na história nacional, não impediu até hoje, entre nós, de legitimas e velhas famílias fidalgas. 28

Dessas famílias patriarcais, pilares de nossa sólida estrutura social cristã, extravasaram da colônia para o Império de deste para a República numerosos elementos de valor que pesaram e pesam

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na vida política do país, prolongando no tempo a influência da velha fidalguia que fez Portugal e construiu o Brasil.

“Estanobrezadaterra,numerosaeilustrada,comasidéias renovadas nos grandes centros de culturaeuropéia,quandoacorteportuguesasetransmigra,eaqui se instala, acorre para junto do rei, dominanopaçoeconsegue,afinal,preponderar,mesmosobreachusmadosemigrados,vindosemtropel,nacomitivareal”.–Idem,p.371.

“Compreende­se agora porque a independência seconsuma com este ar festivo de parada, nomeio deuma cavalgada estrepitosa, como se o príncipe e osseus companheiros viessemdeumacaçadaà raposanos seus parques do sertão. Só a ação evolvente eabsorventedanobrezadaterra,cercandoe isolandointeiramente o jovem regente, é capaz de explicar ofatodoprópriosupremorepresentantedodominadorsefazerparadoxalmenteocentrodareaçãocontraodominador.”

“Desde omomento em que o príncipe, libertando­sedasinfluênciasdossenhoresdopaís,setornasuspeitodeinfidelidadeaosolhosdestes,oambientepolíticoselhe fazpara logo irrespirável: eé forçadoaabdicar.Isto prova que acima do poder da realeza, há, nacolônia, um poder mais forte ainda: o poder daaristocracianacional”

Idemp.371.

“Ousegovernacomeles(osnobres),ousemelesnãosegoverna”.Idemp.372.

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Disso deveremos ter consciente orgulho. Orgulho de arayano-mediterraneo, tipo radical português, argamassa humana magnífica que caldeou o luso, o celtibero, o visigodo, e formou essa gente forte e esplêndida que, quer queiram ou quer não queiram seus despeitados demolidores, constitui, em linhagem filosófica, um suppositum admirável, conjunto psico-fisiológico extraordinário, esclarecido e capaz, dotado das melhores qualidades dos mais belos atributos.

Na velha e gloriosa Província, empreendedores e audaciosos, inteligentes e corajosos, desenvolvem a grandeza comunal, como donos de engenho e de escravos, os netos dos senhores de baraço e de cutelo que tinha tido morgadios no Douro e no Minho.

E se perscrutarmos os horizontes remotos da genealogia dessas gentes fidalgas, iremos entroncá-las na “nobreza que ajudou a fazer a época manuelina e tem o seu tríplice monumento no Livro de Armeiro Mor, no Livro da Nobreza, de Antonio Godinho, e no teto oitavado e dourado da Sala dos Veados de Sintra, os três grandes tomos heráldicos da

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aristocracia portuguesa do princípio do século XVI”. 29

O que os deve desvanecer, pela oportunidade de verificar que as qualidades atávicas se apuram no joeirar das gerações e que é curioso observar como, através dos tempos, uma missão histórica vem sendo atribuída a certas famílias e como, na vida das Pátrias, muitas vezes se pode refletir sobre a providencial consciência de, em idades diversas, competir a solução de idênticos problemas da grandeza nacional a homens do mesmo sangue, como se os avós tivessem transmitido aos netos o segredo do êxito de empreendimentos que previam se terem de renovar um dia, e como se Deus tornasse bem de família a missão de garantir o futuro do País.

Já um dia disse um brasileiro ilustre que “... se a nobreza antiga, cessando embora como instituição política, não deixou ainda de ser um fato honroso com todas as suas conseqüências e pendências, deve-o à natureza das coisas, contra qual todas as

29HistóriadaColonizaçãoPortuguesadoBrasil–Vol.Ip.10,Porto–1921

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revoluções, e mesmo todos os atos legislativos, têm sido e são impotentes”. 30

O sobrenome de Miranda tem origens remotíssimas e difíceis de precisar com absoluta segurança.

“... o motivo ordinário de tomar sobrenomes foi o primeiro que apontamos, que procedeu (para distinção de pessoas) das terras, quintas, vilas, ou lugares em que vivam, ou de que eram senhores, de sorte que são poucos os sobrenomes mais antigos de Portugal, a que não corresponda a algum lugar do mesmo nome. Estes se conhecem pela preposição de, que os acompanha, de que alguns fazem maior mistério do que nela há, porque não serve de mais do que mostrar a diferença, que há, entre os sobrenomes, que se tomavam de solar, e os que tiveram outra origem...” Assim Villas Boas (pp. 17 e 18).

A indébita apropriação dos sobrenomes, tão comum no Brasil, onde com os escravos e agregados, se desenvolveu o péssimo hábito português dos bastardos espalharem ingloriamente nomes ilustres, tornou-se verdadeira calamidade,

30JoãoMendesdeAlmeida,“Notasgenealógicas”,V,SãoPaulo–1886.

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impondo a necessidade de imediatas medidas do governo na defesa das legítima propriedade do nome civil, cuja defesa precisa ser regulamentada como a de nome comercial, consoante se faz em outras nações.O legislador português (ord. lib. 5 tit. 92) cominava penas aos que usassem sobrenomes que não lhes pertencessem. Mas já do abuso se queixava Villas Boas em 1727. E mesmo Garcia de Rezende, insurgindo-se contra o abuso das armas.

É assim quase impossível, como no sobrenome de Miranda, seguir por um caminho seguro, sem se perder no atalho, na averiguação das exatas origens da quase totalidade dos apelidos portugueses. Mesmo as próprias investigações genealógicas 31 são, graças ao pouco escrúpulo de certos autores, bastante falhas. 32

31“...universalmenteosnossosfazemfundadordaCasadeBragançaaoSantoCondestavel,oqueéabsurdo...”(DomAntonioCaetanodeSouza,tomoI,CCVI).Note‐se,depassagem,queastrêsCasasquereinaramemPortugalconstituemumamesmaDinastia,provindoaCasadeBragançadadeAvizeadeAvizdadeBorgonha.OatualDuquedeBragança,PríncipeDomDuarteNuno,édescendente,emlinhadiretaevaronil,deDomAffonsoHenriques(Vide“AlmanachdeGotha”a.1830e1848p.p.42e62).

32“EscreveuoCondeD.PedroesteseuNobiliáriotãodesordenadaeconfusamente,comodasuperficialliçãodelesecollige,quepareceprocurou,comcuidado,nãoserdetodosentendido.Paraesteintento,usoudegrandeartifício,intrincandoacontinuaçãodasfamíliaseaspessoasdelas,comtão

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OrigemdosSobrenomes

Os Miranda, segundo Villas Boas, tomaram o sobrenome da cidade de Miranda onde tiveram a Alcaidaria-mór. 33

Reza, realmente, a tradição que Ruy Lourenço de Távora adotou o nome de sua Alcaidaria, que era a de Miranda do Douro, no tempo do Sr. Dom João I. E vem dessa época também a tradição piedosa de acrescentarem sempre os Miranda ao seu nome próprio o de Francisco, como continuação da penitência que a si mesmo impôs Ruy Lourenço de Távora quando se

acertadacorrespondência,namesmadesordemeconfusão,queadmiraoengenhocomqueotraçou,eamaioria,queparatalmaranhalhefoinecessária.ConseguiuoCondeporestemeioasuapretensão:resultaremdelagrandeserrosnasÁrvoresdeNobreza,queosgenealogistasatéagoraordenaram;porquenãoatinandoadesmaranharoartificiosoenredodestelivro,oscometeramnotáveis,faltandonasgenealogias,ousobejandooutrocandoosprogenitores”.–Lavana,prefáciono“NobiliáriodeD.Pedro,CondedeBarcellos”,Roma–1662.Videtambém“NobiliarchiaPortugueza–TratadodeNobrezaHereditáriaePolítica”,VillasBoas,ediçãocorretadeAntonioMonteirodeCampos,Lisboa1754

33ACasadeBragança,quandoducal,tinha“...dezoitoAlcaidariasmores,asaber:deVillaViçosa,Monçarás,Arrayolos,Monforte,Souzel,AltesdoChão,Borba,ÉvoraMonte,Ourem,PortodeMoz,Barcellos,VilladoConde,Melgaço,Bragança,MonteAlegre,PiçonhaeOuteiro”.–D.AntonioCaetanodeSouza“HistóriaGenealógicadaCasaRealPortuguesa”,tomo6,p.648.

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fez frade franciscano, desgostoso por ter entregue a cidade sob sua guarda aos castelhanos, incluindo na boa fé com uma mensagem falsa do seu Rei.

Quando, quatro séculos depois, um Miranda veio de Braga seiscentista prolongar deste outro lado do Atlântico a velha família (já entre nós uma das mais antigas e tradicionais famílias fluminenses), ao nome de Francisco a tradição tinha acrescentado o de Gregório, que se perpetuou no Brasil sob o patrocínio austero de São Gregório Magno, 34 o pontífice erudito em cujas obras, em certa época, a reação contra a cultura greco-romana foi aprender em latim. Mas a orago da Alcaidaria do infeliz e heróico Ruy Lourenço de Távora era Santa Maria Maior (Nossa Senhora da Assunção) e as mulheres da família nunca esqueceram, entre as outras tradições suaves da casa, a manutenção desse nome da devoção trasmontana de Miranda

34OsMirandasãoGregoriosentreoshomenseGregoriasentreasmulheres.Apersistênciadonomenalinhadiretaenascolateraiséumatradiçãofidalgaecristã.Aindanaatualgeração:Dr.GregórioPereiradeMirandaPinto,JoséGregóriodeMiranda,Dr.GregóriodeMirandaPinto.

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Acha Pinho Leal 35 a origem do nome da localidade em Mir-andul, por ocasião da invasão árabe de 716, de que Miranda seria uma corruptela, mas nos parece muito mais lógico o particípio latino aplicado anteriormente pelos romanos àquela zona poética, que deveria ser admirada, pelo esplendor da sua natureza abrupta e grandiosa. 36

35“Portugalantigoemoderno”–v.5,p.p.328e329–Lisboa–1875

36 Entre os escudos dos doze pares a que se refere Camões, os heróis dascançõesdegesta,palatinosdeCarlosMagno, encontramosumescudocomaexata disposição heráldica do escudo português dos Miranda. Virá, com oescudo, o nome de fora, para a vila portuguesa? A fonte de consultar: D.António Caetano de Souza (História Genealógica da Casa Real PortuguesacomopáginaCXCIV,Lisboa,1737) informaqueoreiDManualMandoufazerumarmorialparapordaTorredoTombo(LivrodaNobreza,porFernãodasMinas,dosreiscristãosenobredelinhagemdoreio,esenhorisdePortugal),oqual se encontraria na gaveta 15 da Casa da Coroa do dito arquivo,encadernadoemveludocomaschapasdouradas...

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TeoriadaHeráldica

Os Miranda, de Campos, E. do Rio (São Salvador dos Campos dos Goytacazes, antiga Província do Rio de Janeiro) são originários de Braga (Freguesia de São Salvador de Joannes) e possuem as seguintes armas, 37 registradas nos livros VI e VII, fls. 206 e 160 respectivamente, do Cartório da Nobreza: de ouro, com aspa de vermelho, carregada ou acompanhada

37AsarmasprimitivasdosMirandaconstamdoCelebretetodopaláciodeCintra,poremdesfalcadasdasfloresdelisverdes,emboranaHistóriadaColonizaçãoPortuguesanoBrasil(Porto,1921),comentandoosbrasõesdas72estirpesquealifiguram,hajareferenciaàsfloresdelisverdesdosMiranda.AsarmasdeSimãodeMiranda,capitãodaarmadadePedroÁlvaresCabral,oudosMirada,sãoasacimadescritas..PinhoLeal(PortugalAntigoeModernov.5p.328,Lisboa,1875)dizoseguinte:“MirandaétambémumapelidonobreemPortugaltomadooudessavila(MirandadoCorvoudePedentes)oudacidadedomesonomeemTrásosMontes.OprimeiroquecomeleseachaéGonçaloPaesdeMiranda.TêmosMirandabrasãodarmascompleto,queé–emcampod’ouro,aspasdepúrpura,firmadaentrequatrofloresdelis,deverde.Elmod’açoabertoportimbredelisdasarmas.Outrosdomesmoapelidousamdasmesmasarmas,masotimbreéumaaspad’ouro,carregadadasquatrofloresdelisdasarmas,umaemcadaponta.Outros,trazememcampod’ouroduashaspasdepúrpuraembanda””.SantosFerreira(ArmorialPortuguês,vI,p219,Lisboa,1920)descreve:“Miranda–deouro,comaspasdevermelho,comquatrofloresdelisverdes.Timbre:umaflordelidoescudo,ladeadadeseisplumasdeouro,trêsacadaparte,liasumaaspadeouroCarregadadequatrofloresdelisverdes.D’or,ausautoirdegeules,acompagnédequatrefleursdelisdesinople.Cimiéunfleudelisdel’écuaccosteedesixplumetsd’or;“alias”,unsautoird’orchargédecatrefleurdelisdel’ecu.

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em orla por quatro flores de lis verdes. Timbre: 38 uma flor-de-lis do escudo, ladeada de seis plumas de ouro, três a cada parte.

Como em 1847 (decreto imperial de 15-4-1847) aparece na linha primogênita um título, o de Brasão de Abbadia, o timbre, nas armas, assenta desde então sobre o “coronel” 39 de barão.

Essas armas são plenas, 40 só as tendo usado com diferença 41 o Sargento-Mor 42 Gregório Francisco de Miranda e o I Barão

38“...otimbre(outymbre)édemaiorestimaqueasarmas:porquepodendooshomensdegeraçãohumildeterescudos,hãodeterrasos,esemtimbre,porqueesteconcedesomenteapessoasprincipais”.–VillasBoas“NobiliarchiaPortuguesa”–p.226,Lisboa–1717.“Otimbredeveassentarsobreoelmo...comoqueconstituindocomeleumcorpoúnico,etendoamesmafrente”.–SantosFerreira,idem,p.154.

39Acoroaque,noescudodasfamíliastitulares,assentasobreoelmo,échamadaemheráldicade“coronel”.

40“Armasplenas,puras,legítimaseverdadeirassãoasarmasdedomínioedefamília, semquebra ou diferença, e só pertencemaos chefes dosEstados oudas casas nobres”. – Santos Ferreira, idem, p. 16, Vol. III.“OchefedelinhageméobrigadoatrazerasArmasdireitas,semdiferença,oumistura de outras algumas Armas” – Villas Boas, idem, p. 223.“Chefe de linhagem quer dizer cabeça da família e geração de onde vem osmaisdaqueleapelido...”Idem,idem

41AdiferençanasarmasdoSargento‐MoreraumabricadepratacomumtrifolioverdeenasdoBarãoumbricadeourocomumabandaverde(Certidõespassadas,arequerimentodoAutor,peloArquivoNacionaldaTorredoTombo,a5deSetembrode1938).

42OpostodeMajoréoquecorresponde,naatualhierarquiadoExército,aoantigodeSargento‐MordeOrdenançasoudeMilícias.AdenominaçãoprimitivaeraSargento‐MaiorouSargento‐Major,tendosidoposteriormentesimplificadacomaquedadoprimeirovocábulo.–(videGustavoBarroso,“HistóriaMilitardoBrasil”,p.100).

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de Abbadia, Tte. Cel. Gregório Francisco de Miranda, por que ambos as requereram em vida dos respectivos pais e a diferença figura no escudo justamente para distinguir as armas do filho das do pai ou a dos filhos segundos das do primogênito.

Os esmaltes ornamentais de um escudo são os seguintes: metais – ouro e prata; cores – vermelho, azul, verde, negro e púrpura; pelles – arminhos e veiros.

Nas armas dos Miranda, o campo do escudo é de ouro (o primeiro dos metais), a aspa (peça honrosa de primeira ordem) é de vermelho (primeira das cores heráldicas) e a aspa tem em orla quatro flores-de-lis, a flor heráldica por excelência.

O escudo é de forma arredondada, a forma clássica do escudo português, e franchado, isto é, partido em aspa.

Sendo peça ou figura heráldica, o atributo que pode ser representado sobre campo do escudo e oito peças honrosas da primeira ordem (as mais antigas da armaria), a aspa dos Miranda é justamente uma delas, com o chefe, a faixa, a pala, a banda contra-banda, a cruz

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e a asna. Aliás, destas peças, o chefe, a cruz e a aspa são as únicas que não podem ser desdobradas em peças de menor largura ou multiplicadas em figuras pequenas.

Afirma Santos Ferreira que nenhuma peça honrosa pode ser timbre na heráldica puritana e Egon Prates diz que é vedado também à peça honrosa figurar na diferença.

A aspa é formada pela sobreposição da banda e da barra e estende os braços aos quatro ângulos do escudo, devendo a sua largura ser igual à quarta parte da largura do escudo, dimensões somente variáveis em caso de estar a aspa acompanhada.

Tem a aspa em volta, nas armas dos Miranda, as flores de lis, em comemoração da tomada de Baeça, a 30 de Novembro de 1227. 43

Julgam erroneamente alguns que as flores-de-lis, freqüentes nos escudos portugueses, constituam a concessão dos reis de França. Assim acontece de fato

43“AsaspasqueseadquiriramporsucessosoubatalhasqueaconteceramnodiadesantoAndrée,porestarazãoaspuseramemsuasarmasosqueseachavamnatomadadeBaeça”VillasBoas,idemp221.

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algumas vezes, principalmente quando assentam sobre campo azul, mas em geral não há tradição francesa no uso da flores-de-lis 44 que não sejam de ouro.

Ao contrário do que acontece com a flor-de-lis, não é comum na armaria portuguesa o uso da aspa. E há apenas cinco escudos em que, como no dos Miranda, a aspa vem acompanhada de flores-de-lis. Nos outros quinze que ostentam aspa (em três, desdobrada) vem esta acompanhada de uma estrela de três crescentes ou carregada de arruelas, escudetes de Portugal, cruzes, vieiras.

As armas dos Duques de Bragança tinham aspa, de vermelho como a dos Miranda, que nas linhas bastardas era de prata.

O elmo, que é sempre de prata, é, nas armas dos Miranda, aberto, posto a três quartos e guarnecido de ouro, como compete ao escudo que serviu a pelo menos três gerações fidalgas.

44“...osfranceseschamamlizàaçucena,istoé,aoliliumcandidum,gênerolilium;enquantoqueaflorheráldicaéarepresentaçãodaSprekeliaformosíssima,gêneroamaryllis,bemvulgarnosjardinsdePortugaledaEspanha...”SantosFerreira,idem,p.86.

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Completam o elmo, além do timbre a que já nos referimos, o virol e o paquife.

Vale a pena trasladar para estas notas as eruditas explicações de Santos Ferreira:

“O virol é um rolo torcido de estofo das cores dos esmaltes principais do escudo, e dele nasce o paquife que ornamenta o escudo a um e outro lado. Assenta discretamente sobre a parte mais alta do elmo”. 45

“As cores do paquife, assim como as do virol devem ser as dos esmaltes principais do escudo...”

“O paquife deve ser composto por quatro peças do estofo, duas a cada lado, todas coloridas das cores do primeiro e do segundo esmalte do escudo; sendo o anverso das duas de cima, da cor propriamente dita que houver nesses esmaltes, e o reverso, isto é o forro, de amarelo ou de branco, conforme o metal que houver nos ditos dois esmaltes for ouro ou prata.

45–p.163.

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As duas peças de baixo serão inversamente coloridas, isto é, terão o transverso amarelo ou branco; e o reverso ou forro da cor já referida”. 46

Eis os esclarecimentos e símbolos que Santos Ferreira oferece para o metal e as cores das armas dos Miranda: 47 “Ouro – É o primeiro dos metais. Representa-se na gravura por um miúdo ponteado. Sinonymia: amarelo, de topázio”. 48

“Verde – Tem esta cor o terceiro lugar entre as cores heráldicas. Representa-se na gravura por traços diagonais, paralelos ao que une o ângulo direito do chefe ao ângulo esquerdo da ponta. Sinonymia, em antigos documentos da armaria portuguesa: de sinopla, de esmeralda”. 49

“Vermelho – Tem esta cor o primeiro lugar entre as cores heráldicas. Representa-se

46p.123.

47“...corvermelhaquesechamagolesecorrespondeaofogo...verdesenomeiaSable,correspondeàágua.Dosmetais,oOurosignificaanobreza,afé,sabedoria,fidelidade,constância,podereliberdade”.–VillasBoas,idem,p.219.

48p.119,vol.III.

49p.161.

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na gravura por traços verticais. Alguns autores portugueses têm pretendido estabelecer distinção entre esta cor e o que eles chamam sanguinho. 50 Tal distinção não tem porém fundamento algum. Sinonymia: de goles, de sangue, de rubi”. 51

Pelo seu admirável simbolismo, pela alta origem, por tudo o que significa de tradição e de glória, nada há como o brasão de armas para sintetizar o culto nobilíssimo da família. 52

Compete o seu uso, porém àqueles que de fato, por direito inconteste, pertencem. Julgam alguns, erroneamente, que podem, a seu talante, adotar um escudo de armas. 53 Isto constituiria um absurdo

50Aaspaéindicada,indistintamente,nasarmasdosMirandacomodepúrpura,devermelhooudesanguinho.ComodesanguinhofiguranascartasdeBrasãoatuaisdafamília.

51Pág.162.

52“...camaisnobrecousahe,amaissantaamaohomêaseuparentealonguado:pordivido,sebomhe,queamaraomaischegado,sefaleçudohe”.–CondeD.Pedro,“filhodomuynobreReyDomDionis”,“Nobiliário”,noPrólogo.Ed.deLavaña,emRoma–MDCXL,porEstevanPaolinio.

53Eisto,entreoutrosmotivosporque“pelasarmasseprovaodomíniodacapela,sepultura,ouedifícioemqueestãofixas”(RiciusinColect.Decif.,pág.5Colect.1608;Pereiradecif.24n.7;Them.3p.decif.282n.56).“PelaOrdenação,dolib.5d.tit.92,semandaquetodaapessoadequalquerqualidadeecondiçãoquesejanovamentetomarArmasquededireitolhenãopertençam,pêrasuafazenda,ametadeparaquemoacusareaoutrametadeparaoscativos.Emaisperderátodahonra,eprivilégiodeFidalguia,linhagemepessoaquetiver,eseráhavidoporplebeu,assimnaspenascomonostributosepeitas,semnuncapodergozardeprivilégioalgum,nemhonraque

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tão ridículo e teria por corretivo, em certos países, medidas policiais tão simples, como se alguém entre nós entendesse de repente de iniciar sua correspondência em papel timbrado com a firma comercial de outrem.

porrazãodesualinhagem,pessoaoudedireitolhepertença”.–VillasBoas,idem,224.

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Filhosd’Algo

Fidalgos de solar, fidalgos de linhagem, fidalgos de geração – assim eram designados pelas Ordenações, pelos Reis de Armas, pelos linhagistas aqueles portugueses nos quais se reconhecia verdadeira e antiga nobreza.

Afora as simples Cartas de Brasão, encontramos registradas nos Livros de Tombo Cartas de Antiga Nobreza e Brasão ou Cartas de Brasão, Nobreza e Fidalguia, onde dos fidalgos de solar se diz que eram de família de solar conhecido.

A Ordenação (lib. I tit. 65, par. 26) distingue os Fidalgos de linhagem dos Fidalgos de Cota de armas, atribuindo a estes uma nobreza fundada apenas no escudo e brasão de armas e àqueles um nobreza antiga, procedente de antepassados fidalgos.

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Castelo Branco 54 (intr. ao v. II) esclarece que na sua obra “... vão designados com o título de Fidalgos de Geração os que consta descenderem por varonia de Fidalgos de antigo solar, e os que procedem igualmente por varonia de Avós que foram fidalgos da Casa d’El-Rei”.

Gregório Francisco de Miranda, 55 cavalheiro professo na Ordem de Cristo, natural e batizado na Freguesia de São Salvador de Joannes, Arcebispado de Braga, filho legítimo de João Francisco de Miranda e de Dona Maria Lopes de Miranda, era Fidalgo de solar, de linhagem de geração.

Chegou ao Brasil em 1756 e seguiu logo para a vila de São Salvador dos Campos dos Goytacazes, Parahyba do Sul, Capitania do Rio de Janeiro, onde foi Sargento-Mor das Ordenanças. Aí constituiu família e até hoje existe a sua descendência em seis linhas diretas.

54JoséBarbosaCanaesdeFigueiredoCastelloBranco,“CostadosdasFamíliasIlustresdePortugal”,Lisboa–1829

55SanchesdeBaena“ArchivoHeráldico‐Genealógico”Vol.Ip.246,Lisboa–1872

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Era o Sargento-Mor Gregório Francisco de Miranda Cavalheiro Fidalgo da Casa Real por sucessão aos seus maiores, título dos mais antigos da nobreza da Península 56 e que até o ano de 1572 designa os verdadeiros fidalgos de Portugal, com acrescentamento nos livros d’El-Rey.

Como Sargento-Mor, gozava também Gregório Francisco de Miranda de nobreza política, que é o foro concedido aos altos cargos e profissões honrosas para distinguir as pessoas que os exercendo têm, por sua função e posição, direito às distinções conferidas aos nobres, como acontecia aos Coronéis, Tenentes-Coronéis, Mestres de Campo, Capitães Mores, Sargentos Mores, Capitães de Infantaria,57 etc.

Deixou Gregório Francisco de Miranda um filho varão do mesmo nome: Gregório Francisco de Miranda, 58 cavaleiro fidalgo da Casa Real por sucessão aos seus maiores, cavaleiro professo na Ordem de

56Ord.lib.2tit.60elib.5tit.120

57“Osadvogadosgozamdenobrezaadquiridaaindaquelhesfalteahereditária”.–VillasBoas.

58SanchesdeBaena–“ArchivoHeráldico‐Genealógico”vol.Ip.246,Lisboa–1872;BarãoSmithdeVasconcellos“ArchivoNobiliarchicoBrasileiro”,p.23,Lausanne,MLCCCCXVIII

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Cristo, militar, fazendeiro e político, homem de grande visão administrativa, de grande tino econômico e de grandes qualidades morais. Nele, o primeiro brasileiro da família, recebem os Miranda, pela primeira vez no Brasil, um dom da Coroa do novo Império; foi agraciado com o título de Barão de Abbadia a 15 de Abril de 1847 e recebe também a Imperial Ordem de Cristo. 59

Sua irmã, Dona Maria Gregória de Miranda, foi, por casamento, Baronesa da Lagoa Dourada 60 e sua filha Dona Ana Gregória de Miranda Pinto recebeu, depois de viúva, o título de Baronesa de São Vicente de Paula. 61

A concessão desta graça foi motivada pela extrema caridade da filha do Barão de Abbadia e o próprio povo lhe entregou o pergaminho imperial: A Baronesa de São Vicente de Paula era bem uma neta de Dona Marianna Francisca de Assumpção

59Distingue‐seafitavermelhadadePortugalpelaorlaverde.Aliás,aorladeoutracoreacoroaimperialdiferenciaramnamonarquiaasordensherdadasdePortugalequeeramChristo,AvizeSantiago

60B.S.deVasconcellos,“ArchivoNobiliarchico”,pág.250.–UmaruaaoladodoFórum,emCampos,échamadaruadaBaronesaemsuahomenagem(HorácioSouza“CycloÁureo”p.144,Campos–1935).Aruafoitraçadaem1879eabertaemterrenosnasuamaioriadoadospeloBarãodaLagoaDourada.

61B.S.deVasconcellos,“ArchivoNobiliarchico”p.469

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de Miranda, que a piedade popular chamou a Bemaventurada. No solar do Visconde, na localidade do seu nome, 62 em Campos, vive seu filho, Francisco Pereira de Miranda Pinto.

O Barão de Abbadia deixou ainda um filho varão, o Cônsul João Gregório Francisco de Miranda, e este dois varões, o Major João Gregório Francisco de Miranda e os Dr. Gregório de Miranda.

Ainda sem quebra de varonia, asseguraram os últimos a sucessão da casa, o que aliás até hoje se vem dando. Mas era uma mulher a predestinada para padroeira da família, aquela doce Dona Marianna Francisca, cuja santidade amável foi a iluminura das crônicas heróicas do Sargento-Mor, que passou altaneiro pela existência acidentada com desempeno e destemor.

ABemaventurada!

Suave Rainha Santa da minha gente, boa e afável, figura dolorida e carinhosa, tocada de brandura, que parece se desprender de

62EstaçãodeDon’Anna,3ºdistritodeCampos.D.AnnaGregóriadeMirandaPintodeuasterrasparaoleitodalinhaférrea,inauguradaem21‐12‐1873.

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uma tela ascética das Senhoras Infantas... Foi sob a sua benção que floresceu entre nós a tradição das mulheres dignas, tradição nunca desmentida, que faz com que nas épocas de maior decadência das últimas gerações paire imaculada, acima das misérias do tempo, a santa resignação das mulheres. Sim, porque se alguma vez os Miranda não têm mantido à altura dos antepassados e o sangue se diluiu por aí, fraco, seguindo a linha descendente da Província que ajudaram a fazer grande, no entretanto firmes, integérrimas, fortes como as santas mulheres do Evangelho, nossas avós, nossas mães, nossas esposas, nossas irmãs, nossas filhas têm preservado a honra da raça e o nome da Bemaventurada.

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OTestamentodoSargentoMor

Na véspera de sua morte, com letra ainda firme, como firme se mantivera pela vida afora o seu caráter inquebrantável, assinava o Sargento-Mor o seu testamento, que assim começava:

“Em nome de Deus, Amen. Eu, Gregório Francisco de Miranda, estando doente, de cama, porém muito em meu perfeito juízo, que Deus Nosso Senhor foi servido dar-me, considerando a certeza da morte e a incerteza da hora dela, faço este meu testamento, para declaração e cumprimento de minha última vontade, pela maneira seguinte:

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Primeiramente, encomendo minha alma a Deus Nosso Senhor, que a criou, e remiu com o preciosíssimo sangue de Seu unigênito Filho Nosso Senhor Jesus Christo, para que pelo valor infinito dele e por Sua Sacratíssima Paixão e Morte me perdoe meus pecados...”

Depois de declarar o seu legítimo consorcio com D. Marianna Francisca da Assumpção e os dois filhos que desse consórcio tivera, Gregório e Maria, constituía sua mulher tutora dos filhos e seu primeiro testamenteiro; pedia que o sepultassem na Igreja da Ordem do Carmo; distribuía esmolas por todos os pobres da Freguesia de São Salvador, pelas viúvas e órfãos, pelas instituições de caridade, pelos afilhados que residiam em terras de sua fazenda, pelas Capelas, Irmandades e Igrejas; determinava que, cumpridas essas disposições, o que remanescesse da terça passasse à sua mulher e a seus filhos e findava pedindo “às justiças de Sua Alteza Real” que fizessem executar suas últimas vontades. Datado e assinado a 28 de Março de 1808, esteve o testamento fechado e lacrado apenas por um dia, pois a 29 seguinte o

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Dr. Juiz de Fora José de Azevedo Cabral o abria e mandava cumprir.

Nos anos de 1808 e 1809, Dona Marianna Francisca da Assumpção deu cumprimento, conforme consta dos competentes recibos nos autos, a todos os legados do Sargento-Mor, que atingiam a soma de cinco contos de réis.

Satisfazendo a vontade do extinto foram feitos os seguintes sufrágios nesses dois anos que se seguiram à sua morte: “capela” de missas (a trezentos e vinte réis cada missa pelo Pe. Manoel José; meia “capela” de missas, pelo P. Manoel Martins Monteiro; cinqüenta missas pelo P. Domingos Ribeiro da Costa; uma “capela” de missas pelo P. José Antonio Guedes; idem pelo P. Francisco Gomes de Oliveira; cinqüenta missas (que importaram em 16$000) pelo P. Euzébio Mendes; uma “capela” de missas, por Frei Matheus de Christo; uma “capela” 63 de missas pelo P. José da Cruz Domingues; cinqüenta missas pelo P. Manoel Pereira

63Uma“capela”constavadecinqüentamissas.Comoopreçouniformepormissaéemtodasascertidõesde320réis;comonosrecibosdecinqüentamissasopreçoglobaléde16$000;ecomonesserecibode“capela”estaficoupor16$000,deduziocálculoacima,fiadonauniformidadedospreços.

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das Neves; uma “capela” de missas, por Frei Luiz de Sta. Clara.

Frei Antonio de Sta. Elias Krucsu firma dois documentos, um datado de Vila da Victoria, 30 de Novembro de 1810, outro do Rio de Janeiro, 10 de Março de 1811, atestando que disse cem missas por alma do Sargento-Mor.

Donde se deduz que o Sargento-Mor Gregório Francisco de Miranda teve de sufrágio quinhentas e setenta e cinco missas.

Frei Isidoro de Santa Thereza Pinto cobra e recebe a 15 de Janeiro de 1817, a avultadíssima soma de novecentos e oitenta e dois mil e noventa réis por “hum officio de 7º dia, que no dia 6 de Abril de 1808 se fez na Igreja da Venerável Ordem 3ª. por alma do falecido Sargento-Mor Gregório Francisco de Miranda, no qual se dispendeu a quantia de novecentos e oitenta e dois mil e noventa réis a saber em Cera, Sacerdotes, Armação, Música...”

Também a 11 de Junho de 1817, o P. Coadjutor Francisco de Andrade Lima recebe a pingue quantia de setecentos e setenta e dois mil duzentos e setenta réis

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declarando: “Importou o funeral do Sargento-Mor Gregório Francisco de Miranda em setecentos e setenta e dois mil duzentos e setenta réis, a saber cera, armação, Música, Irmandades que acompanharam, da Igreja do Rosário, do Terço e Boa Morte – Missas de corpo presente – off. e acompanhamento para a Ordem Ven. Do Carmo, onde foi sepultado, envolto no hábito dos cavalheiros de Cisto; Pároco, fábrica e sacristão...”

Só em 12-04-1831 subscreve D. Marianna Francisca da Assumpção “em casa de morada do Tenente Coronel Gregório Francisco de Miranda”, seu filho, procura-ção, com poderes impressos, aos Lic. Venâncio Xavier Coutinho e Antonio José Gonçalves, para prosseguirem o inventário do Sargento-Mor.

Mas já em 1834, o Tte.-Cel. Gregório Francisco de Miranda dirigia-se ao Ilmo. Juiz Municipal dizendo que pelo “falecimento de sua Mãe, Dona Marianna Francisca da Assumpção, ficou o Suppe. Testamento da mesma, e na posse de seus bens; e como tal obrigado a concluir as contas do Testamento de seu falecido Pai,

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o Sargento-Mor Gregório Francisco de Miranda, que haviam sido começadas a prestar pela dita sua falecida Mãe, Testamenteira de seu defunto marido...”

Todas as delongas tinham provindo da exigência, que fora difícil cumprir, do Promotor, o qual achava necessário que dos autos constasse a certidão de batismo dos afilhados do Sargento-Mor, por este beneficiados em seu testamento.

A 13 de Setembro de 1834, finalmente, encerrava-se o inventário do Sargento-Mor, que deixara em 1808 um fortuna de trezentos contos, em moeda da época. Facilitara o prosseguimento do feito o seguinte requerimento de seu genro, o futuro Barão da Lagoa Dourada:

“Ilmo. Snr. Juiz Municipal

Diz José Martins Pinheiro, como cabeça de sua mulher, que, no testamento com que faleceu o Pai desta, o Sargento-Mor Gregório Francisco de Miranda, lhe deixou este a ela, e a outro seu filho, que é o Tenente - Cel. Gregório Francisco e de Miranda, o remanescente da sua terça, depois da morte de sua mulher, Dona Marianna Francisca da Assumpção, já

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falecida. E porque o suplicante tem noticia de que nas contas do Testamento do dito seu falecido Sogro, o Promotor pusera dúvida no cumprimento de várias verbas, exigindo documentos para mostrar que elas foram bem cumpridas além daqueles fá juntos pela Testamenteira, como por exemplo quitação em lugar de recibos e certidões de batismo de alguns legatários, a quem o Testador beneficiou como seus afilhados, para se mostrar que o eram, e que por outra parte estas exigências são principalmente em benefício dos herdeiros do remanescente, para se acautelar que não se gaste mais do que aquilo de que o Testador dispôs, quer o suplicante assinar Termo de que por sua parte, em nome de sua mulher, aprova e há por bem feitas e por bem provadas com os documentos juntos nos autos, todas as despesas que dos mesmos autos constam...”

Prolongara-se por vinte e cinco anos o inventário do Sargento-Mor, em cuja descendência encontramos vários advogados. Tinham-se atrasado um pouco as justiças de Sua Alteza Real...

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A 13 de Maio de 1850, o Escrivão José Diogo de Freitas comparecia à residência da Baronesa d’Abbadia, Dona Maria Isabel de Aguiar Cardoso Gusmão de Miranda, nora do Sargento-Mor, viúva do Tte-Coronel Gregório Francisco de Miranda, 1º Barão d’Abbadia, e tomava por termo as primeiras declarações da Baronesa, como inventariante dos bens com que, ab intestato, falecera seu marido a 25 de Fevereiro daquele ano.

Declarava herdeiros a Baronesa os seguintes filhos: João Gregório Francisco de Miranda, casado; D. Anna Gregória de Gusmão Miranda, casada com Domingos Pereira Pinto; D. Marianna Francisca de Miranda Sá, casada com Chrisanto Leite Pereira de Sá; D. Antonia de Gusmão Miranda Manhães, casada com o Dr. Joaquim Manhães Barreto; D. Rita de Gusmão Miranda Martins, casada com Constantino José Martins Guimarães; D. Maria Izabel de Gusmão Miranda, solteira, com a idade de 28 anos; D. Gregória Francisca de Gusmão Miranda, solteira, com a idade de 24 anos; D. Brazileira Campista de Gusmão Miranda, com a idade de 19 anos e emancipada pelo Juízo dos Órfãos.

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Deixara o Barão d’Abbadia uma fortuna imensa em fazendas, sítios, casas, escravos, jóias, prataria e móveis, que atingiria em moeda de hoje, num cálculo bastante exato, a soma de quarenta mil contos. Era a herança do Sargento-Mor bem gerida e melhor aumentada, herança que se originara dos avultados bens trazidos de Portugal na transmigração política do século XVIII e fora protegida pelo êxito dos empreendimentos econômicos em Campos, apesar do fausto de que sempre apreciaram cercar o Sargento-Mor, o Barão e seus descendentes, até com certa perdulariedade, um pouco característica da família. 64

64Atypographiaemqueseimprimiuessaprimeirafolhacampista(OCorreioConstitucional)foitrazidadaFracaporumprofessorqueosilustresfazendeiroscampistasManoelPintoNettodaCruz(depoisbarãodeMuriahé)eGregórioFranciscodeMiranda(depoisbarãodeAbbadia)mandaramcontratarnaEuropaparaofimdeensinaralínguafrancesaàssuasfilhas.–MuciodaPaixão,“MovimentoLiterárioemCampos”pag.Ii,1924.

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ABaronesad’Abbadia

Sobreviveu a Baronesa a dois de seus filhos, João Gregório, o único varão, e Gregória, uma das mais moças das filhas, e a três de seus genros, Domingos Pereira Pinto e Joaquim Manhães Barreto, que indicara para testamenteiros, e Constantino Martins Guimarães.

Teve a ventura porém de assistir o desabrochar da larga descendência e morreu cercada de netos e bisnetos.

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Seu testamento, datado de 11 de Abril de 1860, rezava assim: “Em nome de Deus, Amen. Eu a Baronesa d’Abbadia, nascida, criada e educada na Religião Católica Apostólica Romana, em cuja fé me tenho conservado, e espero morrer, tendo-me deliberado fazer o meu testamento como faço da minha livre vontade, e em meu perfeito juízo, declaro as disposições de minha última vontade pela forma seguinte...” “... declaro que quando venha a falecer quero que meu Corpo seja vestido com o habito de minha Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, e conduzido de casa por quatro pobres à escolha de meu testamenteiro para o meu calexe, sendo depois da encomendação de costume levado para o cemitério da dita minha Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, devendo o meu enterro ser feito sem pompa alguma, e com a maior simplicidade possível, e em hora noturna. Aos quatro pobres que me conduzirem como fica dito, meu testamenteiro dará imediatamente a cada um deles a quantia de doze mil réis livres de décima...”

Distribuía a seguir a Baronesa numerosos legados em dinheiro, jóias de família e escravos entre os seus netos. contemplava

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também com donativos pecuniários muitos escravos e a outros deixava “livres como se de ventre livre nascessem”.

Instituía seus filhos herdeiros dos remanescente de sua terça e terminava: “... peço a todos os meus filhos e genros que não vejam nas minhas disposições o menor sinal de maior estima por este ou aquele pois sempre dediquei e atualmente dedico a todos igual amor, amizade e consideração; e se por ventura notarem qualquer desigualdade nas minhas disposições atribuirão a certas considerações que na qualidade de mãe, cabeça de tão numerosa família, julguei que devia atender por circunstâncias que me pareceram dignas da minha atenção. Tenho concluídas minhas disposições de última vontade e peço às Justiças do Império hajam de lhes dar cumprimento...”

No dia 13 de Abril de 1860, à rua Direita, na residência da Baronesa, foi lavrado pelo Tabelião João Valentim de Figueiró, e perante as testemunhas Francisco Antonio de Sampaio Guimarães, Joaquim Pereira Pinto, Manoel Moreira Soares, José de Azevedo Mello e Raphael Augusto de

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Vasconcellos, o termo de aprovação do testamento.

Falecida a Baronesa a 22 de Janeiro de 1869, foi aberto o seu testamento, a 23 de Janeiro de 1870, em casa do Juiz Municipal Provedor dos Resíduos, Dr. Joaquim Manoel de Araújo.

* No próximo texto: Nota manuscrita acrescenta neste ponto acrescenta osobrenome“Pereirade”

O termo de aceitação do testamenteiro (Chrisanto Leite Pereira de Sá) foi lavrado pelo escrivão José Diogo de Freitas a 3 de Fevereiro de 1870 e as primeiras declarações reconheciam a 21 do mesmo mês, como herdeiros:

- D. Anna Gregória de Miranda Pinto, viúva de Domingos Pereira Pinto;

- D. Marianna de Miranda Sá, casada com Chrysanto Leite* Sá;

- D. Antonia de Gusmão Miranda, viúva do Dr. Joaquim Manhães Barreto;

- D. Rita de Gusmão Miranda Martins, viúva de Constantino José Martins;

- D. Brasileira Campista de Miranda Pinto, casa da com José Pereira Pinto; e

CLPereiradeSá

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- a viúva de João Gregório Francisco de Miranda, D. Maria Antonia de Carvalho de Miranda, e seus filhos: Gregório Francisco, solteiro, de 22 anos, acadêmico de Direito em São Paulo; D. Marianna de Miranda Menezes, casada com o Cap. Antonio de Souza Menezes, lavrador em São João da Barra; João Gregório Francisco de Miranda, de 14 anos, estudante no Rio de Janeiro, e Maria Antonia Cecília de Miranda, de onze anos.

Já a 13 de Outubro de 1869, D. Maria Antonia de Carvalho de Miranda, perante o Dr. Juiz de Órfãos José Antonio Fernandes Lima, prestava juramento como tutora de seus filhos menores João Gregório e Maria, órfãos com o falecimento de seu marido o Cônsul João Gregório Francisco de Miranda, ocorrido a 8 de Maio de 1866.

A fls. 296 dos autos do inventário de sua avó, a Baronesa d’Abbadia, veio a se habilitar pessoalmente como herdeiro João Gregório Francisco de Miranda, com o seguinte documento:

“Dom Pedro II, pela Graça de Deus Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil. Faço saber aos que a

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presente carta de emancipação virem, que João Gregório Francisco de Miranda, filho legítimo do falecido João Gregório Francisco de Miranda e Dona Maria Antonia de Miranda me enviou a dizer por sua petição que tendo atingido a idade de vinte anos tinha além disso o necessário juízo e capacidade para bem reger e administrar sua pessoa e bens e ser considerado apto para todos os atos da vida civil, pedindo-me lhe houvesse de mandar passar sua carta de emancipação para com ela ser como tal havido e considerado.

E visto seu requerimento e certidão de idade que apresentou, e de que foi ouvido o Curador Geral dos Órfãos, que nada opôs, antes se conformou com a pretensão do suplicante: Hei por bem havê-lo por emancipado, apto e de idade legítima para reger sua pessoa, receber e administrar seus bens e mando às autoridades a quem o conhecimento desta pertencer a cumpram e guardem, e como tal a hajam e lhe mandem entregar seus bens.

O Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Império do Brasil o mandou pelo Doutor Agapito da Veiga Junior Juiz

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dos Órfãos da cidade de Campos dos Goytacazes.

Dada e passada nesta cidade de Campos dos Goytacazes, aos dois dias do mês de Outubro do ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oitocentos e setenta e cinco, 53° da Independência e do Império. Desta quatro mil réis e de assinatura cinco mil réis. Eu, João José Pimenta Bueno, escrivão o subscrevo. (a.) Didimo Agapito de Veiga Junior. N° 1 Res. 30$000. Pg. trinta mil réis de selo. Campos, 2 de Outubro de 1875. Martins. S. Carneiro”.

O Major João Gregório Francisco de Miranda veio a casar-se com Dona Luiza de Almeida Costa de Miranda e desse consorcio teve numerosos filhos, dos quais sobreviveram nove, e destes estão vivos sete.

Faleceu muito moço esse bisneto do Sargento-Mor, mas teve a ventura de deixar a numerosa prole entregue ao carinho desvelado dos tios avós, que a um de seus filhos mandaram estudar em Paris, a outro em Roma e a outro em São Paulo, de onde voltou formado em Direito

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para participar, como seus avoengos, da vida política da Província.

O Major João Gregório Francisco de Miranda morreu a 2 de Janeiro de 1898 e pertencendo, como toda sua família, à Ordem do Carmo, foi enterrado na Igreja dessa confraria, ao lado de seu Pai, de seu Avô e de seu Bisavô.

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OSarg.MorGregórioFr.deMiranda

Dos retratos que existem, a litogravura colorida do Sargento-Mor, curioso camafeu do século XVIII 65 que usou a Baronesa da Lagoa Dourada, revela, no fundador do ramo brasileiro da família, uma fisionomia enérgica de fidalgo ousado e temerário, rompante no seu fardão bordado de Cavalheiro da Casa Real, com a comenda de Christo fulgurando de vermelho-sangue; o grande quadro a óleo do Barão, em trajo de Corte, indica, na atitude ereta e no olhar sereno, o soldado que percorreu todos os postos da carreira militar e ali está, de pé, ao lado do seu solar, no descanso civil da refrega. 66

65Dequeédepositáriooautor.

66NoarquivodaSantaCasadaMisericórdiadeCamposconstaotermodaMesade10deNovembrode1850,quemandavafazeroretratodoBarão,“parasercolocadonolugarcompetente”.ApareceaíaCasaGrandedaFazendadaAbbadia,imponenteconstruçãoportuguesadelinhasconventuais.DoCônsulJoãoGregórioFranciscodeMiranda,únicofilhovarãodoTte.‐Cel.GregórioFranciscodeMirandaepaidoMajorJoãoGregórioFranciscodeMiranda,nãoháretrato.

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A fotografia do Major João Gregório Francisco de Miranda estampa a última geração do século e do regime, ingênua e displicente, ostentando galões gritantes mas pacíficos.

“Em meados do século XVIII deixou 67 Portugal, seu país natal, Gregório Francisco de Miranda e estabeleceu-se em Campos. Nobre por nascimento, tinha em seu escudo as armas dos Miranda. Fazendeiro e sitiante, dentro de pouco tempo tornou-se um dos mais ricos da capitania.

Freqüentando a casa do rico fazendeiro Agostinho Francisco da Cruz, casado com D. Maria das Neves Filha, enamorou-se da jovem Maria Francisca da Assumpção, filha do casal, de quem ficou noivo, por consentimento dos pais.

Resolveu então dar maior incremento ao seu negócio e, reunindo todos os seus haveres, partiu para a Bahia, onde comprou um grande sortimento de fazendas e o seu enxoval.

67TrabalhopublicadoemCampos,em1932,peloilustrehistoriadorpatrício,Dr.AlbertoLamego,sobotítulo“OSargento‐MorGregórioFranciscodeMiranda,TroncodeCampistasIlustres”.

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No regresso, a embarcação em que vinha e que trazia avultado carregamento que comprara deu à costa perto de S. João da Barra, tudo perdendo-se, só salvando a vida. A este tempo, era falecido seu futuro sogro e esse sucesso inesperado foi a causa do rompimento com a sua sogra, que não esteve mais pelo consorcio, por instigações de um irmão da sua noiva.

Não obstante a oposição de sua família, a jovem Maria da Assumpção continuou fiel ao eleito do seu coração, e foi tirada por justiça da casa materna, casando-se com ele em 1770.

Nessa época era servidor da comarca do Espírito Santo e que tinha jurisdição em Campos, o Dr. José Ribeiro Guimarães Athayde que, achando-se aí em correição, tomou partido da referida sogra e expediu dois mandados: um para que o Juiz de Órfãos não entregasse a legítima de sua mulher e outro para intimar a José Francisco Monsão, afim de que ficasse ciente, como seu fiador, de que a mesma legítima não estava obrigada pelas dívidas anteriores ao casamento, sendo os ditos mandados juntos aos autos de inventário do falecido sogro.

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Com poucos haveres, pois perdera quase toda sua fortuna no naufrágio referido, teria, certamente, passado privações, se não viessem em seu auxílio, o seu parente desembargador Salazar e o seu amigo João da Costa Luiz.

Decorrido algum tempo, congraçou-se com a sua sogra, e o ouvidor, “conhecendo que não havia motivos para persistir na atitude tomada, mandou-lhe entregar a legitima, dedicando-lhe depois uma boa amizade em todo o decurso de seu ministério”. Já não lhe faria falta, entretanto, a legitima de sua esposa, pois tinha sido novamente bafejado pela fortuna, graças aos esforços que fez para adquiri-la.

Gozando de grandes prestígios, pelo seu caráter enérgico e inquebrantável, em 1785 era Sargento-Mor da Ordenança do Terço da vila de S. Salvador, exercendo também o cargo de Juiz de Órfãos. Foi nesse tempo, em 6 de Janeiro de 1871, que chegou a vila o Dr. José de Alvarenga Barros Freire, que substituíra o Dr. Manoel Gusmão na ouvidoria do Espírito Santo.

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Logo após a sua chegada, tomou para seus primeiros amigos: o capitão Francisco Henrique de Miranda e o Dr. Pedro Rodrigues Ferrão (além de outras pessoas de péssimo caráter), conhecidos aquele por indigno, falta de honra e ladrão, como o mostraram seus os seus procedimentos nos ofícios de escrivão da câmara, partidor de órfãos e escrivão eclesiástico, e este de não melhor reputação, celebre pelas façanhas e crimes praticados no Rio de Janeiro e Cabo-frio, de onde fugira aceleradamente, quando teve notícias da chegada do ouvidor do distrito.

Procedendo-se, no dia 12 do dito mês, à eleição de Juiz ordinário de barrete, fez eleger, com suborno notório, para esse cargo o referido capitão Francisco Henrique de Miranda, contra a vontade “dos republicanos e homens bons do povo”, não obstante ser advertido por alguns deles das más qualidades do seu protegido, que nunca tinha servido cargo algum, nem mesmo o de almotacé, apesar dos maiores empenhos. Sendo eleito, por maioria de votos, o alferes Joaquim Gomes Moreira, com admiração de todos foi proclamado juiz Francisco de Miranda.

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Publicado o resultado da eleição, que produziu a pior impressão entre os assistentes, o sargento-mor Gregório Francisco de Miranda, que tomara parte na votação, levantou-se indignado e lavrou o seu protesto contra a farsa representada na velha casa da câmara: “Francisco de Miranda, o filho do ex-carcereiro Joaquim Henrique Leitão, era inelegível juiz; além de ser mulato sem honra, lisura e consciência, tinha já sido expulso dos cargos de escrivão do auditório eclesiástico e partidor, por ladrão e inepto”. A afronta lançada ao novo juiz tinha de ser castigada e na casa do ouvidor discutiram-se os meios que deviam ser empregados para a perseguição do sargento-mor, firmando-se para esse fim um pacto entre o mesmo ministro, escrivão da câmara José Bayam da Motta e Dr. Ferrão Branco Miranda, deixando a cada um a escolha das armas de combate, as mais pérfidas, embora.

O primeiro ato contra ele partiu do Corregedor que em 1 de Março, suspendeu-o do cargo de Juiz de Órfãos, sem justa causa, mas recorrendo a vítima para a Relação do Rio de Janeiro, ordenou que fosse reintegrado no lugar.

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Logo a seguir, o Dr. Ferrão, nomeado promotor do juízo de Ausentes, requereu uma devassa para provar que o dito sargento-mor havia desencaminhado, de sociedade com o ex-ouvidor Dr. Manoel Carlos da Silva Gusmão a quantia de 3:144$089 rs. Ainda desta feita, não surtiu efeito a calúnia, porque o suplicado apresentou o conhecimento da entrega do dinheiro feito à boca do cofre, no Rio de Janeiro. Vencidos na peleja contra a honra do Sargento-Mor, não desanimaram. Possuía ele uma fazenda com engenho real de fabricar açúcar, em terras pertencentes aos índios Guarulhos e, como o seu vizinho Mathias de Souza Sobreira invadira os rumos dessa propriedade, requereu ao ouvidor “a retificação do foro de aforamente ao primeiro emphyteuta, padre Antonio Ramos de Macedo”. Este padre vendera a fazenda a Caetano José Cardoso, de quem foi adquirida pelo requerente. Tinha as seguintes confrontações, determinadas na escritura de aforamento: “Principia em uma cerca que fica abaixo da Igreja matriz da Aldeia de Guarulhos e corre rio acima até o sítio que foi de Ignácio Ferreira, com uma laguna de fundos, correndo aquela dita cerca pelo brejo que olha para o sítio

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de Luiz Antonio Pinto e daí pela beira da estrada da Frexeira, até onde se acha uma picada, rumo do norte, quarta de nordeste, que vai sair a outra estrada também da Frexeira, dividindo-se sempre até preencher a mencionada laguna de fundos, com a mesma estrada, correndo para a lagoa das Pedras e continuando a dita testada beira rio, até junto à barra do Muriaé, dividindo-se com o sítio que foi do casal do falecido José de Souza, com os fundos que direitamente lhe pertencem”.

Ao seu requerimento lançou o ouvidor o despacho: “Quando a demarcação que se está fazendo chegar ao terreno do suplicante, requeira”, e quando chegou o momento oportuno, jurou suspeição e deu de aforamente terras ao Dr. Ferrão, ao escrivão e amigos, compreendendo as do requerente e de outros que as possuíam por títulos de compras, de arrematações e por heranças.

Os prejudicados recorreram ao Vice-Rei Luiz de Vasconcellos e Souza, que ordenou ao ouvidor que suspendesse a demarcação, levando tudo ao conhecimento do Secretário de Estado, D. Martinho de Mello Castro. Nesse

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documento oficial, 68 que descrevia muitos atentados cometidos por aquele ouvidor “imprudente, precipitado, perturbador da administração da justiça e subornador de eleições”, se referia às violências contra o Sargento-Mor: “Todo intento do ouvidor era macular o crédito do Sargento-mor Gregório Francisco de Miranda e de seu antecessor Dr. Manoel Carlos da Silva Gusmão (de quem havia acabado de sindicar) sobre a quantia de três contos e tantos mil réis, que, tendo sido entregues ao Sargento-mor para remeter para esta cidade e entrar no Cofre do Juízo dos Ausentes de lá, se pretendia figurar distraída, ao mesmo tempo em que esta quantia tinha sido entregue sem demora culpável na Tesouraria Geral dos Ausentes desta cidade, quando se removeram alguns embaraços que ocorreram no provimento do novo tesoureiro, por se achar seqüestrado e fugido o antigo”.

68CartadoVice‐ReiLuizdeVasconcelloseSouzaaoSecretáriod’EstadoDomMartinhodeMelloeCastro,datadadoRiodeJaneiro22deDezembrode1784.AlbertoLamego“TerraGoytacá”IVvol.p.120

NadevassaabertapeloVice‐Rei,a3deAbrilde1784,constaaseguinteinformaçãodoDesembargadorAntonioJoséCabraldeAlmeida,datadade17deMaiode1784:“...sendoCamposumaterraqueestáprincipiandoacivilizar‐se,comgrandeutilidadedesteEstado,senãodevepraticarcomelasummumjusqueoouvidorfazdegenerareminjustiças,comoaspraticadascomoSargento‐MorGregórioFranciscodeMiranda”.–Idem,p.139.

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A decisão do Vice-Rei mais exacerbou a cólera do implacável e rancoroso corregedor; ele havia proclamado por todos os cantos da vila que o Sargento-Mor seria preso, acorrentado e enviado para a fortaleza da Ilha das Cobras.

Com o coração tisnado pelo ódio e onde fervia a vingança, não lhe foi difícil descobrir um novo fundamento para perseguir o homem que tivera a audácia de contrariar seus desejos.

Em 1784, “houve umas dúvidas entre um seu cunhado e sua sogra” sobre a herança paterna, e, indo os autos ao procurador de lá, licenciado João Leite da Silva Escobar, lhos pediu para mandá-los ao Rio de Janeiro, afim de obter o parecer de um advogado e em caminho “se destroncou um mandado sem interesse algum, que não foi mais achado”.

Não perdeu o ouvidor a ocasião que se lhe deparava para perseguir o Sargento-Mor, mandando intimá-lo para entregar em juízo o documento extraviado, sob pena de prisão, embora as partes interessadas tivessem desistido dele.

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Ainda uma vez falharam os planos do temível ouvidor; a ambicionada presa fugiu para o Rio de Janeiro e procurou amparo do Vice-Rei, apresentando a sua queixa a ele, não tendo poderes para suspender aquele magistrado, limitou-se a ordenar que regressasse imediatamente para a sede da ouvidoria, único meio de trazer a concórdia à terra goytacá.

A longa representação que o Sargento-Mor apresentara ao Vice-rei contra o ouvidor assim terminava: “Este Ministro, Exmo. Snr., não tem outra lei mais que a sua vontade; ele tem aterrado não só o suplicante, como todos aqueles que não seguem o partido do seu gosto e dos ambiciosos lisongeiros que o cercam para mais consternar os Povos dos Campos; neles fixou a sua residência deixando a cabeça da comarca, a título de tombar as terras da Aldeia de Guarulhos, sendo que esta diligência não pode ocupar mais tempo que o de 20 a 30 dias, tanto mais que já foram tombadas pelo Ouvidor Francisco Salles Ribeiro e, para acomodação de sua ouvidoria nos mesmos Campos, tem feito obras de grande custo, às despesas da Câmara, como quem espera passar nesse lugar o tempo de seu

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julgado. O suplicante acha-se estabelecido com uma fábrica de engenho e com negócio dos mais avultados de terras e tem duas embarcações no mar; deve-se-lhe bastante dinheiro e todo este fundo está a ponto de se perder ou arruinar-se. V. Ex. que foi providencialmente desti-nado para fazer a fortuna e a felicidade que logram os fiéis vassalos de S. Majestade em todo o continente do seu governo; V. Ex. cuja poderosa mão corta os despotismos e castiga as insolências, digne-se suspender um ministro suspeito e capital inimigo do suplicante, desarman-do-o da autoridade com que sustenta a sua vingança, ministro que não conhece superior nem igual, que publica que na sua comarca só ele manda e pode. E por tudo se prostra aos pés de V. Ex. para o valer e livrar da opressão, rogando que, sendo servido informar-se desta verdade, à custa do suplicante, está pronto com a sua fazenda e toda despesa, desde que seja cometida a diligência para esse fim a qualquer pessoa de maior confiança”.

Tudo o que alegara o Sargento-Mor ficará provado na devassa tirada pelo Ouvidor Geral do Crime Dr. Antonio José Cabral de Almeida, por ordem do Vice-rei.

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O Sargento-Mor faleceu em 19 de Março de 1808 69 e foi sepultado na Igreja do Carmo desta cidade. A sua esposa, que vira a luz do dia em 15 de Agosto de 1753, baixou ao túmulo na mesma igreja, em 5 de Dezembro de 1833, com cheiro de santidade.

O casal deixou um filho que teve o mesmo nome Gregório e que foi depois Barão da Abbadia, de quem nos ocuparemos em outro artigo”. 70

“É útil escavar no passado e levantar do pó dos túmulos aqueles que passaram pela vida, deixando uma doce recordação dos seus feitos.” Dizia Justo Lipsio que a história dos tempos antigos se escreve mais seguramente que a dos modernos, porque as cinzas dos mortos não se temem e dos vivos até as sombras se respeitam.

69Aliás,29deMarço.Oseutestamentoestádoprópriopunhodatadode28deMarçode1808.

70Estudo,tambémde1932,domesmoeminenteconterrâneo,sobotítulo“OBarãodaAbbadia,GregórioFranciscodeMiranda”.

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O1ºBarãod’Abbadia

Um dos campistas mais proeminentes do último século, que bem merece ser lembrado, foi Gregório Francisco de Miranda, o Barão da Abbadia. Genito do Sargento-Mor de igual nome e de D. Maria Francisca da Assumpção, nasceu em Campos, aos 27 de Setembro de 1794 e faleceu em 25 de Fevereiro de 1850 sendo, como seus pais, sepultado na Igreja do Carmo, desta cidade.

Tinha apenas 18 anos, quando tomou praça no 12º Regimento de Milícias com o posto de alferes. Dois anos mais tarde, em 1814, casou-se com D. Maria Isabel de Gusmão, filha do desembargador Manoel Carlos da Silva Gusmão e de D. Anna Rosa de Aguiar Cardoso, abastados fazendeiros.

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Em 1816 foi elevado ao posto de tenente do esquadrão de cavalaria da milícia e promovido, em 1820, a capitão; em 1826, a coronel agregado do 20º batalhão de milícias e em 1828 a comandante do 18º batalhão. Criada a Guarda Nacional, foi em 1832, nomeado o primeiro capitão da sua Companhia e depois tenente-coronel, comandante.

Por diversas vezes, foi eleito vereador da Câmara, constando dos seus Anais os serviços prestados à cidade.

E por duas vezes também teve ocasião de cooperar no apaziguamento dos ânimos, quando a ordem pública foi alterada. A primeira, em 1824, quando o comandante militar, José Eloy Pessoa, tentou sublevar o país. Unindo-se ao comandante do esquadrão de cavalaria, Joaquim Silvério dos Reis Montenegro, frustrou os planos daquele que, desesperado, mandou prendê-lo e transportá-lo para Macaé, com instruções secretas para deter também a Joaquim Silvério. Ali esteve 6 dias incomunicável, e, sendo mandado depois para o Rio de Janeiro, respondeu perante o Conselho de Guerra, ficando provada a sua inocência e ilesa a sua honra.

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A segunda vez, em 1833, quando o povo brasileiro, sem governo, se insurgia em todos os pontos do país. Campos não ficou indemne do contágio da febre revolucionária. Mais de 400 pessoas amotinadas se reuniram na praça de S. Salvador; mas ali comparecendo Gregório de Miranda, conseguiu, pelo seu prestígio, acalmar os ânimos, persuadindo a todos de que o jovem imperador tudo havia de fazer pelo bem de seu povo.

A sua bolsa sempre esteve aberta para as premências do Estado. Concorreu com grandes donativos para o monumento elevado no Rio de Janeiro em honra a D. Pedro I, para o fabrico da fragata campista depois chamada “D. Francisca”, para as despesas feitas com a estrada de Campos ao Rio e com as lutas da Independência. Grande benemérito da Santa Casa, tem o seu retrato no salão de honra.

Em 1844 foi nomeado comandante superior da Guarda Nacional e, quando S. Maj. D. Pedro II visitou esta cidade em 1847, elevou-o a Barão da Abbadia.

Em 1844, quando foram vendidos os bens do morgadio do Visconde de Asseca, Antonio Maria Correia de Sá e Benevides

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Velasco da Câmara, que abrangia bens em Campos e em S. João da Barra, arrematou-os de sociedade com José Martins Pinheiro (Barão da Lagoa Dourada), Joaquim Manhães de Barreto e Domingos Pereira Pinto. Esse morgadio constava de fazendas, estabelecimentos de criação, terras aforadas perpetuamente e arrendadas temporariamente, matas, gado vacum, muar e cavalar, escravos, móveis e semoventes. Incorporada ao mesmo morgadio se achavam as fazendas do Cupim e do Visconde e os campos de criação denominados de S. Luiz, Antunes, VALÉRIO, Cerco da Vermelha, Coqueiros, Campo Novo, Cotia, Boa Vista, Cruzes e Mulaco.

O Barão da Abbadia, como sua mãe D. Maria Francisca da Assumpção, a quem o povo denominara – a Bemaventurada, - era amigo dos pobres.

Os seguintes fatos contestam o seu boníssimo coração. Quando ia para o Rio de Janeiro, descansava algumas vezes na casa de um tal Luiz, que morava em Imboassica. Em uma das suas viagens, encontrou o seu conhecido, que vinha preso por ter desencaminhado um

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depósito de... 400$000 rs. Indagado do motivo da prisão, voltou a Macaé, providenciou quanto ao pagamento do mandado, sendo o nobre homem restituído à liberdade. Um moço seu parente, guiado pelos conselhos de certo padre, escreveu um artigo insultuoso contra o Barão. Sendo demitido do lugar que ocupava, por intercessão de amigos, empenhou-se ele para que o seu desafeiçoado fosse reintegrado no lugar

De outra feita, tendo uma moça perdido o seu pai, que apenas lhe deixara uma escrava que lhe tinha dado em vida, a sua madrasta dela tomou posse e não quis entregar-lhe. Ciente o Barão do que se passava, chamou a sua filha (para que a oferta fosse mais significativa) e disse-lhe: “Filha, toma este dinheiro e compra a escrava a D. F. Essa senhora faz o que tu nunca deves fazer e oferece a essa pobre moça, pois assim principiarás a saborear uma boa ação”. E ela cumpriu as determinações de seu pai.

O Barão de Abbadia, além dos filhos que morreram em tenra idade, deixou mais os seguintes:

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- João Francisco de Miranda; 71

- D. Anna Gregória de Miranda Pinto, casada com Domingos Pereira Pinto;

- D. Marianna Francisca de Miranda Sá, casada com o Dr. Chrysanto Leite Pereira de Sá;

- D. Antonia Gregória de Miranda Manhães, casada com o Dr. Joaquim Manhães Barreto;

- D. Maria Gregória de Miranda Baglione, casada com Miguel Almir Baglione; 72

- D. Maria Izabel Gusmão de Miranda Lima, casada com o cel. Francisco Antonio Pereira de Lima;

- D. Rita de Gusmão Miranda Martins, casada com Constantino Martins Guimarães e

71JoãoGregórioFranciscodeMiranda,casadocomD.MariaAntoniadeCarvalhodeMiranda.

72–D.GregóriaFranciscaenãoMariaGregória.EstafilhadoBarãoerasolteiraetinha24anosquandoopaimorreu.Jáera,porém,falecidaquandoaBaronesad’Abbadiafezoseutestamento,a11deAbrilde1860.ABaronesarecomendaexpressamenteaíqueoseutestamenteirofaçarezarduasmissaspelaalmadesuafalecidafilhaGregória.CasouD.GregóriaFranciscanafamíliaBaglione.

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- D. Brasileira Campista de Miranda Pinto, casada com José Pereira Pinto.

No naufrágio do vapor “Hermes”, ocorrido em Macaé aos 28 de Novembro de 1861, faleceram vários membros dessas famílias: Domingos Pereira Pinto Filho, Gregório Leite de Miranda Sá, José Leite de Miranda Sá.

Na atual geração de campistas se encontram muitos dos seus descendentes que tanto honram à nossa terra”.

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CartadeBrasão

- Selo com as armas da República Portuguesa. 73 – Antonio Oscar de Fragoso Carmona, Presidente da República Portuguesa, faço saber, que havendo-me requerido o Excelentíssimo Senhor Dr. Mario Aloysio Cardoso de Miranda (Petrópolis, Brasil) que no Arquivo Nacional da Torre do Tombo se lhe passasse por certidão o teor da carta de brasão, passada a dez de Agosto de mil oitocentos e sete a Gregório Francisco de Miranda e registrada no Cartório da Nobreza a folhas cento e sessenta do livro sétimo, e obtendo despacho do Diretor do dito Arquivo, o Doutor Antonio Eduardo Simões Baião, na data do dia vinte e nove

73–CertidãodaCartadeBrazão,NobrezaeFidalguia,passadaa10deagostode1807aoprimeirobarãodeAbadia.

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do mês de Agosto de mil novecentos e trinta e oito, em seu cumprimento se procedeu à competente busca e no livro acima citado foi achado o documento pedido, que é do teor seguinte:

“Dom João, por graça de Deus, Príncipe Regente de Portugal e dos Algarves, d’Aquem, e d’Além Mar em África, Senhor de Guiné, e da Conquista, Navegação, Comércio de Etiópia, Arábia, Pérsia, e da Índia et coetera: Faço saber aos que esta minha Carta de Brasão de Armas, de Nobreza e Fidalguia virem, que Gregório Francisco de Miranda, Cavalheiro Fidalgo da minha Casa Real me fez Petição dizendo que, pela Sentença de Justificação de sua Nobreza a ela junta, proferida e assinada pelo meu Desembargador, Corregedor do Cível da Corte e Casa da Suplicação, o Doutor Luiz Dias Pereira, subscrita por Cypriano Antonio Rodrigues Neves, escrivão do mesmo Juízo, se mostrava que ele é filho legítimo de Gregório Francisco de Miranda, Cavalheiro Professo na Ordem de Cristo, Cavalheiro Fidalgo da minha Casa Real, e Sargento Mor das Ordenanças de Vila de São Salvador dos Campos dos Goitacazes, Paraíba do Sul,

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Capitania do Rio de Janeiro, a quem se passou Brasão de Armas aos dezenove de junho de mil oitocentos e dois, e de sua mulher Dona Maria Francisca da Assumpção. Neto, por parte paterna, de João Francisco de Miranda, e de sua mulher Dona Maria Lopes. Neto, por parte materna, do Alferes Agostinho Francisco da Cruz e de sua mulher Dona Maria das Neves Pinto, e que os ditos seus Pais e Avós são pessoas nobres da ilustre família de Miranda, que neste reino são Fidalgos de linhagem, cotta de Armas e de solar conhecido, e como tais se trataram com cavalos e criados, e toda a mais ostentação própria da Nobreza, sem que em tempo algum cometessem crime de leza Majestade Divina ou Humana; pelo que me pedia ele Suplicante, por Mercê, que, para a memória de seus Progenitores não se perder, e clareza da sua Antiga Nobreza, lhe mandasse dar minha Carta de Brasão de Armas da dita Família, para delas tão bem usar na forma que as trouxeram e foram concedidas aos ditos seus Progenitores, e vista por mim a dita sua petição e sentença, e constar de todo o referido, e que a ele, como descende da mencionada família lhe pertence usar e gozar de suas Armas, segundo o meu

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Regimento, e Ordenação da Armaria, lhe mandei passar esta minha Carta de Brasão, delas na forma que aqui vão Brazonadas, Devizadas e Eluminadas, com cores e metais segundo se acham registradas no Livro do Registro das Armas da Nobreza e Fidalguia destes meus Reinos, que tem Portugal meu principal Rei de Armas: a saber um Escudo e nele as Armas dos Mirandas, que são em campo de ouro uma aspas sanguínea, entre quatro flores de lis de verde; elmo de prata aberto guarnecido de ouro; paquife dos metais e cores das Armas; timbre uns penachos de ouro, e entre eles uma flor de lis do Escudo, e por diferença uma brica de ouro com uma banda verde; o qual Escudo e Armas poderá trazer e usar tão e somente 74 o dito Gregório Francisco de

74Apessoaaquiseconfundecomasuaascendênciaedescendênciadireta.SomenteosantepassadosdeGregórioFranciscodeMirandatinhamodireitoaessasarmas,queaísereconhececompetiremsomenteaelee“...seusfilhosedescendentesquedescenderemporlegítimomatrimônio”,conformeoqueestabeleciaD.AffonsoV,em1471.AlegítimapropriedadedobrasãodearmasdosMirandaédessafamília,troncodosdemaisdonome,que,delaadvindo,asterãoesquarteladascomoutrasenãopuras.“...pelasdemonstraçõesesinaisdasArmassãoosLouvoreseseusserviços,etrabalhoperpetuadosnãosomenteaelesmasaosquedelesdescendem...”estabeleciaDomManoel,em1512.Ejáantes,DomDuarte,em1438,diziaqueobrasãodearmasdasfamíliasfidalgas,quandoadjudicadoa“...homensfidalgosmuitohonrados,cristãosvelhoslegítimos,semraçaalgumadejudeu,mouro,gentioououtrainfectanação...”oera“...paraelesetodosdesualinhagemquedelesvieremedescenderem...”Nãoédifícilaveriguaralinhaautênticadossobrenomes,poissóaestacompete,nasuasimplicidadehierárquicaenobilíssima,asvelhasarmasdalinhagemprimitiva,semmisturaoucomposição.AMartimAffonsodeMiranda,porexemplo,quenãoeraascendentedeGregórioFranciscodeMiranda,foramconcedidas,em1629,porFelipeIII,duranteadominação

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Miranda, assim como as trouxeram e usaram os ditos Nobres e antigos Fidalgos seus Antepassados, em tempo dos Senhores meus Antecessores, e com elas poderá entrar em Batalhas, Campos, Rettos, Escaramuças e exercitar todos os mais atos lícitos da Guerra e da Paz, e assim mesmo as poderá trazer em seus Firmais, Anéis, Sinetes, e Divisas, pô-las em suas Casas, Capelas e mais Edifícios, e deixá-las sobre sua própria sepultura, e finalmente se poderá servir, honrar, gozar, aproveitar deles em tudo, e por tudo como à sua Nobreza convém, com o que quero, e me apraz que haja ele todas as Honras, Privilégios, Liberdades, Graças, Mercês, Isenções e Franquezas que hão e devem haver os Fidalgos e Nobres de antiga linhagem, e como sempre de tudo usaram e gozaram os ditos seus antepassados: pelo que mando aos meus Desembargadores, Corregedores, Provedores, Ouvidores, Juízes, e mais Justiças de meus Reinos e em especial aos meus Reis de Armas, Arautos e Passavantes, e a quaisquer outros oficiais, e pessoas a quem esta minha carta for

espanhola,asarmassoi‐disantdosMiranda,comasfloresdelisdevermelhoeaspaportimbre,quandoasarmasverdadeirasdosMirandatêmfloresdelisdeverdeeflordelisentreasplumasportimbre.

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mostrada, e o conhecimento dela pertencer, que em tudo lha cumpram e guardem, e façam cumprir e guardar como nela se contem, sem dúvida nem embargo algum que nela seja posto, porque assim é minha mercê: O Príncipe Regente Nosso Senhor o mandou por Antonio da Silva Rodrigues, Escudeiro cavalheiro de sua Casa Real, e seu Rei de Armas Portugal Francisco de Paulla Campos, Escrivão da Nobreza destes Reinos e suas conquistas, a fez em Lisboa aos dez dias do Mês de Agosto do Ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e seis e Eu Francisco de Paulla Campos a fiz e subscrevi – Rei de Armas Portugal – e eu Francisco de Paulla Campos a fiz Registrar e assinei. Francisco de Paulla Campos”. –

E não se dizia mais na dita carta de brasão aqui trasladada bem fielmente ao rogo do Suplicante o Excelentíssimo Senhor Doutor Mario Aloysio Cardoso de Miranda (Petrópolis, Brasil) e lhe mandei passar esta, quando em Direito possa valer. Dada nesta cidade de Lisboa aos cinco dias do mês de Setembro do ano de mil novecentos e trinta e oito, tendo sido conferida pelo Diretor do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, o Doutor

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Antonio Eduardo Simões Baião, que nela mandou pôr o selo branco e a assinou e rubricou em todas as suas páginas, como manda o número quatro do artigo vinte e quatro do Regulamento deste Arquivo aprovado por Decreto de quatorze de Julho de mil novecentos e dois e tabela primeira a ele anexa. Esta vai escrita em sete laudas de papel. Emilia da Piedade Carvalho Felix, terceiro conservador do Arquivo Nacional da Torre do Tombo a fez.

O Diretor (a.) Antonio Eduardo Simões Baião

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OsMiranda

(Miranda Pinto, Martins Pinheiro, Gusmão Miranda,Cardoso de Miranda, Miranda Menezes, Pache de Faria, Almeida Miranda, Menezes Povoa, Pereira Pinto, Miranda Sá Sobral, Manhães Barreto, Rodrigues Peixoto, Coelho de Almeida, Sá Barroso, Cavalcanti de Albuquerque).

O Sargento-Mor Gregório Francisco de Miranda, nasceu em Braga (Portugal), em 1736, veio para o Brasil em 1756, constituiu família em Campos em 1770 e aí faleceu aos 29 de Março de 1808. Era filho de João Francisco de Miranda (1695-1796), Cavalheiro Fidalgo da Casa Real de Portugal, natural de São Salvador de Joannes, e de D. Maria Lopes de Miranda (1702-1760).

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Casou-se com D. Marianna Francisca da Assumpção Cruz Pinto de Miranda (15-08-1753, 5-12-1833), filha do Alferes Agostinho Francisco da Cruz e de D. Maria das Neves Pinto Cruz.

Desse consorcio nasceram dois filhos:

- D. Maria Gregória (de Miranda?) Martins Pinheiro, Baronesa da Lagoa Dourada, 75 que casou com José Martins Pinheiro, Barão da Lagoa Dourada (12-11-1801, 29-7-1876), 76 e- o Barão de Abbadia.

I) Barão de Abbadia, Tte.-Coronel Gregório Francisco de Miranda (22-9-1795, 25-2-1850), casado com D. Maria Isabel de Aguiar Cardoso Gusmão de Miranda, Baronesa de Abbadia (1796, 22-1-1869),

75Suacaridade,virtudeextremadadetodasasmulheresdafamília,deixouumaprovatocantenacartaqueantesdesuicidar‐seescreveuoBarãoseuesposo.Entreasangústiasmoraisquelheprecederamamorte,nãoesqueciadedizer:“Deixoinclusos25$000paramefazeroobséquiodeentregarcincomilréisacadaumdosseguintes...queéumdonativodeummêsquesevencenodia31docorrente,determinadoporminhamulher,porqueeulhespagueiatéofimdeJunhopróximopassado...”

76InúmerasiniciativasúteislhedeveCampos,quandodasuagestãonaPresidênciadaCâmaraMunicipal.PorocasiãodaprimeiravisitadoImperadoraCampos,em25deMarçode1847(voltoudepoisa13deJunhode1875,a22deNovembrode1878ea24deJunhode1883),oBarãodaLagoaDouradasolenementelheentregouachavedacidade,deouro,“...feitaàsexpressasprópriasedisseasseguintespalavras:“Senhor!ACâmaraMunicipaltemasubidahonradeapresentaraV.M.achavedaCidade,comasegurançadafidelidade,amorerespeitoqueoscampistasconsagramàAugustaPessoadeV.M.I....”,aoqueoImperadorrespondeucomoseunaturallaconismo:“Commuitoprazerarecebo”,‐HorácioSouza“OCycloÁureo”p.364–Campos–1935.

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filha do Desembargador Carlos da Silva Gusmão e de D. Anna Rosa Aguiar Cardoso Gusmão.

Desse consorcio,* nasceram os seguintes filhos: a) Rachel, que morreu solteira, * b) Cônsul João Gregório Francisco de Miranda (1815, 8-5-1866), que casou com D. Maria Antonia de Carvalho de Miranda. 77 Desse consorcio nasceram os seguintes filhos: I) Dr. Gregório de Miranda, que do seu matrimônio com D. Antonia Pache de Faria de Miranda deixou os filhos Pery, Sylvio e João. II) D. Marianna de Miranda Menezes, de cujo matrimônio com o Cap. Antonio de Souza Menezes nasceram os seguintes filhos:

- D. Maria Izabel Menezes de Miranda Pinto, casada com o Dr. Gregório de Miranda Pinto;

- D. Maria da Penha de Miranda Menezes Povoa, casada com Antonio Povoa de Brito; 78

77Senhoradeextraordináriabelezaegradesdotesartísticos.NumadasvisitasdoImperadoraCampos,D.MariaAntoniacantouparaS.M.trechosda“Norma”,deBellini,nosaraudosprimosCarapebús.

78Filhos:Aracy,Raul(oficialdoexército),Mary,Helion(professordaFaculdadedeMedicina),SylviaeOctavio(oficialdoexército).

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- D. Maria da Assumpção de Miranda Menezes Salles, 79 casada com Francisco Salles;

- D. Izabel de Miranda Menezes Povoa de Brito; casada com Francisco Povoa de Brito; 80

- Prof. João de Miranda Meneses, casado com D. Ignácia Menezes; 81

- Josephino de Miranda Menezes, casado com D. Francisca de Barros Menezes; 82

- D. Josepha Leonor de Miranda Menezes.

III) Major João Gregório Francisco de Miranda 83 (1855, 2-1-1898), de cujo consorcio com D. Luiza de Almeida Costa Miranda, falecida a 29-7-1900, nasceram os seguintes filhos:

79Filhos:Nilton(médico)eOsvaldo.

80Filhos:Lucy,casadacomFelicianoMotta;Nelson,casadocomD.MariaCarlotadeMoraesBarretoPovoa;Inah;Nelly,casadacomGastãoGraça;Genaro(engenheiro);Nair;Oswaldo(médico),casadocomD.GersonitadeMirandaPovoa;MariaJosé;Arlette,casadacomoDr.FranciscodaCostaNunes.

81Filhos:Odette,Gilda,Clélia,CarmeneMário(oficialdoexército).

82Filhos:Nelson,Donato,Chrysanto,Manoel,JosephinoeAdahyl.

83FoiesforçadovereadoràCâmaraMunicipaldeCampos.

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- Dr. Felix de Miranda; 84

- Benedicto de Almeida Miranda, casado com D. Maria Francisca Cardoso de Miranda; 85

- D. Anna de Miranda Azevedo, casada com Olavo Elias de Azevedo; 86

- Tarcisio de Almeida Miranda, casado com D. Alice Maciel de Miranda; 87

- Geraldo de Almeida Miranda;

- José Gregório de Miranda, casado com D. Antonieta de Araújo Cardoso de Miranda; 88

- Sebastião de Almeida Miranda;

D. Maria da Glória de Miranda Carvalho, casada com Titelman Pimentel de Carvalho Silva; 89

84FoideputadofederalpeloEstadodoRio.

85Filhos:Antonio,MariaLuizaeBenedicto.

86Filhos:Olavo,Annita,Suzette,Emiliano,Feliciano,PauloeFloriano.

87Filhos:Gerson,casadocomD.MariaFigueiradeMellodeMiranda;Gersonita,casadacomoDr.OswaldoPovoa;Oswaldo,casadocomD.VeraAlvesManhãesdeMiranda;Tarcisio;Fernando.

88Filho:Mário(advogado),casadocomD.ArlettedeToledoRezendeCardosodeMiranda

89F

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- Paschoal de Almeida Miranda, casado com D. Lilia de Azevedo Miranda. 90

IV) D. Maria Antonia Cecília de Miranda Serra, casada com o Dr. Faria Serra.

c) – Baronesa de São Vicente de Paula, D. Anna Gregória de Gusmão Miranda Pinto, casada com Domingos Pereira Pinto. Desse consorcio nasceram os seguintes filhos:

I) Dr. Gregório Pereira de Miranda Pinto, 91casado com D. Anna Maria da Rocha Miranda Pinto; 92

ilhos:HélviaeCarlos.

90Filhos:JoséeDiva.

91Muitofez,quandovereador,pelailuminaçãoagásemCamposeváriosoutrosmelhoramentos.Conjuntamentecomdiversosmembrosdesuafamília,auxiliouseutiooBarãodaLagoaDouradanosgrandesserviçosprestadosaoexércitoporocasiãodaGuerradoParaguai.Remeteu,comseutioLagoaDouradaeoutrosvereadores,oseguintedespachotelegráficodirigidoaD.PedroII,porocasiãodainauguraçãodotelégrafoemCampos,a2deDezembrode1869equefoioprimeirotelegramapartidodeCampos:“ACâmaraMunicipaldeCampos,porsieemnomedeseusmunícipes,cumprimentarespeitosamenteaV.M.ImperialesuaAugustaFamília,porcujasaúdeeprosperidadefazosmaisardentesvotos.Senhor!ÉsumamentegratoàpopulaçãodeCamposverinauguradaalinhatelegráficadestacidade,nodiaemquetodopaís,transportadodejúbilo,festejaoaniversárionatalíciodoseuexcelsoImperador.Digne‐se,pois,V.M.I.aceitarestasaudaçãocomoaexpressãodaveneraçãoefirmeadesãoqueoshabitantesdestemunicípioconsagramaotronodeV.M.I.”

92Foi,comsuatiaaBaronesadaLagoaDourada,grandebenfeitoriadoAsilodaLapa.PromoveuafundaçãodaAssociaçãodasProtetorasdoAsilo,comapresençaesobapresidênciadaPrincesaIzabel.

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II) José Pereira de Miranda Pinto, de cujo casamento com D. Francisca de Miranda Pinto, nasceu Domingos Pereira de Miranda Pinto, casado com D. Anna Rosa de Miranda Pinto; 93

III) Domingos Pereira Pinto Filho;

IV) Jeronymo Pereira de Miranda Pinto, de cujo casamento com D. Anna Sá de Miranda Pinto nasceram os seguintes filhos: Chrysanto, Anna, Domingos, Jeronymo, Adolpho, Jorge, Marianna, Octavio, Alice e Fernando de Miranda Pinto;

V) Francisco Pereira de Miranda Pinto, de cujo casamento com D. Olivia Barretto de Miranda Pinto nasceram os seguintes filhos: Dr. Gregório Pereira de Miranda Pinto; D. Maria Isabel de Miranda Pinto; D. Rosa de Miranda Pinto Carneiro, casada com Licínio Carneiro. 94

93Filhos:José,Ignácio,Gregório,Ignácia,Francisca(casadacomAryMeirelles)eMariadoRosário(casadanafamíliaPadilha).

94Filho:Paulo

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d) – D. Marianna Francisca de Gusmão Miranda Sá, casada com o Dr. Chrysanto Leite Pereira de Sá. 95

Desse consorcio nasceram os seguintes filhos:

1. D. Maria Gregória de Miranda Sá Sobral, de cujo casamento com José Gomes Sobral nasceram os seguintes filhos: João de Miranda Sá Sobral, casado com D. Maria da Penha Serra Sobral; Dr. Chrysanto de Miranda Sá Sobral, casado com D. Evelina Guimarães Sobral; José de Miranda Sá Sobral; Francisco de Miranda Sá Sobral, casado com D. Maria Guilhermina de Miranda Sá Sobral; D. Marianna de Miranda Sá Sobral; Antonio de Miranda Sá Sobral; Dr. Protogeneo de Miranda Sá Sobral, casado com D. Sebastiana de Castro Barcellos Sobral; Acelino de Miranda Sá Sobral, casado com D. Neria Silva Sobral.

II) Chrysanto Leite de Miranda Sá, 96 casado com D. Maria Guilhermina Felday (Feldhagen -LS). *

95Foiativovereadorà2ªCâmaraMunicipaldeCampos.

96MuitofezpelofornecimentodeáguapotávelaCampos.

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III) D. Anna de Miranda Sá Pinto, casada com Jeronymo Pereira de Miranda Pinto;

IV) Gregório de Miranda Sá;

V) José de Miranda Sá;

VI) D. Marianna de Miranda Sá Barroso, casada com Joaquim Gomes Barroso;

VII) D. Joanna de Miranda Sá Amberger, casada com Carlos Amberger;

VIII) D. Thereza de Miranda Sá Faria, casada com Albano de Miranda Faria;

IX) D. Gregória de Miranda Sá.

e) D. Antonia Gregória de Gusmão Miranda Magalhães Barreto, casada com o Dr. Joaquim Manhães Barreto. Desse consorcio nasceram os seguintes filhos: I) Manoel de Miranda Manhães Barretto, casado com D. Rosa Martins Manhães Barretto. II) D. Maria Isabel de Miranda Manhães Rodrigues Peixoto, casada com o Dr. Manoel Rodrigues Peixoto. 97

97Eminentepolíticoehomemdeletras.NasceuemCamposa1deAgostode1843eaítambémfaleceua29deSetembrode1919.FoioprimeiroPrefeitodeCampos“...devoltaàPátria,nessemesmoanode1868,contraiumatrimôniocomaExma.Sra.D.MariaIsabeldeMirandaManhães,senhoradeperegrinosdotesdebelezaecoração,filhadoDr.JoaquimManhãesBarrettoedaExma.Sra.D.AntoniaGregóriadeMirandaManhães,enetadosBarõesda

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f) D. Rita de Gusmão Miranda Martins Guimarães, casada com Constantino Martins Guimarães. Desse consorcio nasceu D. Maria Isabel de Miranda Martins Coelho de Almeida, casada com Antonio Coelho de Almeida.

g) D. Maria Isabel de Gusmão Miranda Lima, casada com o Cel. Francisco Antonio Pereira Lima. 98

h) D. Gregória Francisca de Gusmão Miranda Baglione, casada com Miguel Almir Baglione. 99

i) D. Brasileira Campista de Gusmão Miranda Pereira Pinto, casada com José Pereira Pinto. Desse consorcio nasceram os seguintes filhos: Gregório Francisco, 100 José Manoel Carlos e Brasileiro de Miranda Pinto.

Abbadia”.–MúciodaPaixão“MovimentoLiterárioemCampos”p.69,Rio–1924.

98AUsinaSãoJoãofoidesuapropriedadeeporeleinauguradaa24deJulhode1884.

99Fazendeiroeagricultor,foivice‐cônsuldaFrançaemCamposatéAbrilde1850.

100FoiumdosúltimosirmãosdaantiqüíssimaRealeImperialIrmandadedeN.S.dosPassos,que,noBrasil‐Colônia,noBrasil‐ReinoenoBrasil‐Império,eraemCamposoredutodavelhanobreza.

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ADDENDA:

D. Francisca Fernandes de Miranda Pinto, casada com José Pereira de Miranda Pinto (segundo filho da Baronesa de São Vicente de Paulo) consorciou-se em segundas núpcias com o Dr. Didimo Agapito da Veiga. Essa senhora era irmã do Cons. José Fernandes da Costa Pereira

Do casamento de João de Miranda Sá Sobral (filho da filha primogênita de D. Marianna Francisca de Gusmão Miranda Sá, quarta filha do Barão) com D. Maria da Penha Serra Sobral nasceram os seguintes filhos: Maria da Glória, Nair e Dulce.

Do casamento de Francisco de Miranda Sá Sobral (irmão do precedente) com D. Maria Guilhermina de Miranda Sá Sobral nasceram os seguintes filhos: José, Maria Chrysantina e Mariano Henriques.

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Do casamento do Dr. Protogeneo de Miranda Sá Sobral (irmão do precedente) com D. Sebastiana de Castro Barcellos Sobral nasceram os seguintes filhos: José e Maria da Conceição.

Do casamento de Acelino de Miranda Sá Sobral (irmão do precedente) com D. Neria Silva Sobral nasceram os seguintes filhos: Maria Thereza, José Manoel, Elza, Irene, Paulo e Nadir.

Do casamento de Chrysanto Leite de Miranda Sá (segundo filho de D. Mariana Francisca de Gusmão Miranda Sá) com D. Maria Guilhermina Felday * (Feldhagen) de Miranda Sá nasceram os seguintes filhos: Chrysanto, Henrique, Francisco, Marianna e Ottilia. O primogênito, Coronel Chrysanto de Miranda Sá, não se casou; Henrique veio a casar-se com D. Zulma de Miranda Sá e teve desse consorcio os filhos José Carlos, Luiz e Zulma: Francisco casou-se com D. Nair de Miranda Sá e desse consorcio veio uma filha de nome Heloisa; Ottilia casou-se com Jeronymo Sá de Miranda Pinto e desse consorcio nasceram Chrysanto, Anna Maria e Carlos Alfredo.

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Do casamento de D. Marianna de Miranda Sá Barroso (sexta filha de D. Marianna Francisca de Gusmão Miranda Sá) com Joaquim Gomes Barroso nasceram os seguintes filhos:

Joaquim, Manoel, Chrysanto, Gregório, Luiz, Pedro, Mário e Paulo.

Desses, Gregório de Miranda Sá Barroso casou-se com D. Risoleta Tivená Barroso e desse consorcio nasceu um filho de nome Áttila; Pedro de Miranda Sá Barroso casou-se com D. Noêmia Simões Barroso e desse consorcio nasceram Isabel, Cariana, Francisco e Magdalena; Mario de Miranda Sá Barroso casou-se com D. Eulina Franco Barroso e desse consorcio nasceu um filho de nome Mario; Paulo de Miranda Sá Barroso casou-se com D. Edeslinda Serpa Barroso e desse consorcio nasceram os filhos Paulo, Isabel e Anna Maria.

Do casamento de D. Joanna de Miranda Sá Amberger (sétima filha de D. Marianna Francisca de Gusmão Miranda Sá) com Victor Carlos Amberger nasceram os seguintes filhos: Irma, Carlos, Berta, Maria Isabel e Yolanda.

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O Dr. Carlos de Miranda Sá Amberger casou-se com D. Maria do Carmo Neves Amberger, nascendo desse consorcio os filhos Carlos e Luiz Carlos.

Do casamento de D. Thereza de Miranda Sá Faria (oitava filha de D. Marianna Francisca de Gusmão Miranda Sá) com Albano de Miranda Faria nasceu o Dr. Antonio de Miranda Sá Faria que se casou com D. Ida Faria, nascendo desse consorcio uma filha de nome Nair.

Do casamento de D. Maria Isabel de Miranda Martins Coelho de Almeida (filha de D. Rita de Gusmão Miranda Martins, sexta filha do Barão) com Antonio Custódio Coelho de Almeida, nasceram os seguintes filhos:

a) D. Maria Martins de Almeida Manhães, de cujo casamento com Manoel Martins Manhães descenderam: Maria Alice de Almeida Manhães, de cujo casamento com Mario Bastos Manhães nasceram Mario e Alice; Consuelo, casada com o Dr. Alpheu da Silva Gomes; Maria José, de cujo casamento com Ivan Carneiro nasceram Rosanie e Geraldo; Manuel; Tylda.

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b) D. Rosa Martins de Almeida Manhães, de cujo casamento com José Martins Manhães descendem: Maria da Penha de Almeida Manhães Barroso, de cujo casamento com Francisco Octaviano de Almeida Barroso nasceram Wanda e Francisco; Anna Maria de Almeida Manhães; Maria Stella de Almeida Manhães.

c) D. Rita Martins de Almeida Manhães, de cujo casamento com Alexandre Martins Manhães descendem: Manuel de Almeida Manhães, de cujo casamento com D. Nadir Calheiros Manhães nasceram Glória, Consuelo, Nadir, João Baptista e Manuel; Antonio Didino de Almeida Manhães, de cujo casamento com D. Cinira Cavalcanti de Albuquerque Manhães nasceram Alexandre, Herculano, Carlos Alberto e Eduardo Ferdinando.

d) Custódio Coelho de Almeida, de cujo casamento com D. Beatriz Sobral Coelho de Almeida descendem: Custódio, Vicente, Maria Albina e Beatriz.

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e) Constantino Coelho de Almeida, de cujo casamento com D. Albertina Bezamat Coelho de Almeida descendem: Mara Isabel, de cujo casamento com o Dr. Gastão Pache de Faria nasceram Fúlvia, Eziodo, Thais e Laizil; Albertina Dulce, casada com o Dr. Arnaldo Branco.

f) Dr. Paulino Coelho de Almeida.

g) Antonio Custódio Coelho de Almeida.

h) Medro Maria Coelho de Almeida, casado com D. Branca Moura Coelho de Almeida.

Do casamento de D. Maria Izabel de Miranda Manhães Rodrigues Peixoto (filha de D. Antonia Gregória de Gusmão Miranda Manhães Barreto) com o Dr. Manoel Rodrigues Peixoto nasceu D. Waldimira Manhães Peixoto, casada com Gizele Peixoto.

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Dos filhos do casamento de Jeronymo Pereira de Miranda Pinto (quarto filho da Baronesa de São Vicente de Paulo) com D. Anna Sá de Miranda Faria, o Dr. Crysantho Sá de Miranda Pinto casou-se com D. Maria Rita Sobral Marehand Bittencourt de Miranda Pinto, nascendo desse consorcio duas filhas, Clotilde e Rosaria; Jeronymo Sá de Miranda Pinto casou-se, em núpcias sucessivas, com duas filhas do Dr. Crysantho Leite de Miranda Sá, Ottilia e Marianna.

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OsCardosoMoreira

(Araújo Silva, Araújo Cardoso, Nabuco de Araújo, Cardoso de Miranda, Motta Maia, Machado Cardoso, Magarinos Torres, Pereira Porto, Domingues Tinoco, Martins Júnior, Aguiar Cardoso)

O Comendador José Cardoso Moreira era primo da Baronesa d’Abbadia e por três vezes a sua família se veio a unir com a do Barão, de tal forma que já é secular a aliança dos Cardoso e dos Miranda. Cabem aqui assim, ainda neste primeiro volume do nobiliário fluminense a que nos propomos, rápidas notas genealógicas dos Cardoso Moreira, 101 outra tradicional família campista.

101SolardeSta.Helena,situadonalocalidadedenominadaCardosoMoreira,emCampos(LamegoFilho,“APlaníciedoSolaredaSenzala”p.135,Rio–1934)OutracasatradicionaldosCardosoMoreiraéaquelaondefuncionouatéhápoucotempooPalaceHotel,emCampos,ecujomagníficoparquefoiinfelizmentemutilado.

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O Comendador José Cardoso Moreira, a quem Campos e o Estado do Rio devem inúmeros benefícios, como a Estrada de Ferro de Carangola, a intensificação da navegação fluvial, do serviço de bondes, etc., casou-se com Dona Maria da Conceição Machado Cardoso, 102 desse consorcio nasceram os seguintes filhos:

I) – Antonio Cardoso Moreira, que casou em segundas núpcias com D. Anna de Araújo Cardoso, 103 filha de Antonio de Araújo Silva e D. Josepha do Espírito Santo Fernandes de Araújo Silva (irmã do Dr. Manoel Fernandes, casado com D. Marianna da Motta Maia Fernandes e de Domingos Fernandes, casado com D. Francisca da Motta Maia Fernandes). 104

Filhos:

OComendadorCardosoMoreiraeraportuguêsdenascimento,possuíaváriascondecoraçõesbrasileirasefaleceua20deOutubrode1889.SeubisnetoCarlosBastosMagarinosTorrespossuiesplêndidoretratoaóleoquedeleadesuamulhertirouemfinsdoséculopassado,pintordegrandenomeada.

102Falecidaa16deFevereirode1900.

103IrmãdeManoel,Amélia,Emilia,Francisca,JoséeEugêniodeAraújo,edeMaria,casadacomAntonioMartinsdaSilvaJúnior

104D.FranciscaeD.MariannadaMottaMaiaFernandeseramirmãsdoCondedaMottaMaia.Doconsorciodaprimeira,nasceuD.MariadoCarmo,quecasoucomoDr.EduardodeMenezes.

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a) - Antonio Cardoso Moreira, que casou com D. Carmem Araújo Cardoso Moreira, filha do Dr. Ernesto Basílio de Araújo. 105

b) – José de Araújo Cardoso, que casou com D. Carolina Manhães Barreto Cardoso, filha de Manoel Manhães Barreto.

c) – D. Antonietta de Araújo Cardoso de Miranda, que casou com o Cap. José Gregório de Miranda, filho do Major João Gregório Francisco de Miranda, 106

d) – Arthur de Araújo Cardoso, que casou com D. Elisa Tavares Cardoso, filha do Cel. João Tavares. 107

II) D. Paulina Cardoso Pereira Porto, casada com Jayme Augusto Pereira Porto. Filhos: Antonio, Antonio Augusto, José Antonio, Jayme e Paulina.

105Filhos:AntonioAraújoCardosoMoreiraJúnior,Lourdes,Carmem,Laura,Fernando,Aloysio,Roberto,Dulce,SérgioePaulo.

106Filhos:MarioAloysioCardosodeMirandaeMariaIsabel(falecida).

107–Filhos:ArthurCardosoFilho,Dulce,ElviaeEmma.

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III) D. Helena Cardoso Bastos, casada com o Desembargador Carlos Bastos. Filhos: a) Ophelia, casada com José Carlos Souto Costa; b) – Orminda; c) Alice, casada com o Dr. Francisco Eugenio Magarinos Torres. Filhos: Francisco Eugênio e Carlos Bastos Magarinos Torres.

IV) D. Maria Cardoso Tinoco, casada com José Antonio Domingues Tinoco. Filhos: a) Etelvina, casada com Albino Pacheco; b) Carlos, que casou com D. Conceição Cardoso de Mello; c) Adalberto; d) Edina, casada na família Raposo; e) José, que casou na família Faria.

V) D. Sophia Cardoso Chaves, casada com Manoel Martins Chaves. Filhos: a) Sebastiana, casada com o Dr. José Thomaz Nabuco de Araújo; b) Isabel, casada com Thomé Guimarães; c) Obertal, que casou com D. Odetta Siqueira Chaves ; d) Olivia, casada com o Dr. Ignácio de Moura; e) Laertes.

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Das famílias neste trabalho citadas, sobre uma linha segunda dos Miranda (Monteiro Teixeira de), sobre os Araújo e os Pereira Pinto nos é possível publicar curiosos dados genealógicos inéditos, coligidos pelo Conde de Sarapuhy e pelo Marques de Itanhaem e completados pelo Conde de Iguassú, cujo manuscrito pudemos copiar graças à nímia gentileza do Comte. Candido Torres de Guimarães.

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OCondedeIguassú

Foi o Conde de Iguassú, J. Pedro Caldeira Brant, casado, em primeiras núpcias, com D. Cecília Rosa de Araújo Vahia, filha única do Conde de Sarapuhy, Bento Antonio Vahia e sua mulher a Condessa D. Rita Clara de Araújo.

Conseguiu o Conde Iguassú, de seu parente o Marques de Itanhaem (Manoel Ignácio de Andrade Souto Maior), uma memória curiosa que, acrescida das notas de seu sogro, lhe permitiu completar a árvore genealógica de sua primeira mulher, em interessante e desconhecido

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estudo que nos veio às mãos e que nos dá oportunidade de ampliar as origens dos Araújos, ligados aos Cardoso Moreira, e aos Azeredo Coutinho, dos Pereira Pinto, ligados aos Miranda (Miranda Pinto) e de um ramo colateral desses mesmos Miranda (os Monteiro Teixeira de Miranda).

Era o Conde de Iguassú filho dos Marqueses de Barbacena, cujo brasão, com as armas dos Caldeiras, dos Oliveiras e dos Hortas, usava. Nasceu a 20 de Junho de 1814 e faleceu a 18 de Fevereiro de 1881, sendo-nos lícito hoje afirmar, à vista dos documentos inéditos examinados, que foi ele notável genealogista, dedicado e criterioso pesquisador.

Gentil-Homem da Imperial Camara, Moço Fidalgo com exercício, Comendador de Cristo, Grã-Cruz de Sto. Estanislau, da Rússia, e de São Fernando, das Duas Sicilias, foi também o Conde de Iguassú Embaixador Extraordinário em Nápoles e senhor de grandes terras em São João do Meriti.

Casou-se em segundas núpcias, com D. Maria Izabel de Bragança, filha legítima

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da Marquesa de Santos e do Imperador D. Pedro I.

No próximo volume, daremos à publicidade os escritos do Conde de Iguassú sobre os títulos de Souza, Duque Estrada, Oliveira Leitão, Motta Leite, Vahia e Furtado de Mendonça, preciosos para um nobiliário fluminense como os que seguem, sobre os títulos de Monteiro Teixeira de Miranda, Araújo e Azeredo Coutinho.

Que motivos de ordem psicológica, de recalque sentimental, teriam levado esse genro de D. Pedro I e da Marquesa de Santos a assim, com tanto empenho, tão acuradas pesquisas, comprovar as boas origens de sua primeira mulher?

É bem provável que os desgostos do segundo matrimônio com a irrequieta D. Maria Isabel de Bragança, o levassem a demonstrar que, em tudo o mais superior, não era inferior a I Condessa de Iguassú, na genealogia, à II Condessa...

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FamíliaMonteiroTeixeiradeMiranda

CAPÍTULOI

§ 1.

CONDE D. FAFES SARRACINS. Senhor de Lantrozo, e outras terras dentre Douro e Minho. Casado com D. ..............Mendes, irmã de D. Fernão Mendes, o Velho de Bragança, e ambos filhos de D. Mendes Adão de Bragança. Vide o Livro Velho das Linhagens do Conde D. Pedro, no Tomo 1º das Provas da História Genealógica da Casa Real Portuguesa, por D. Antonio Caetano de Souza, páginas 182 e 191. Tiveram a

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§ 2.

D. GODINHO FAFES. Senhor das mesmas terras de seu Pai. Edificou em Fonte arcada um Mosteiro da Ordem de S. Bento. Casado com D. Sancha Fernandes, filha de Fernão Mendes de Bragança. Vide a mesma obra, Tomo I das Provas, à página 191. Tiveram a

§ 3.

D. FAFES LUZ. Senhor de muitas terras, e Alferes Mor do Conde D. Henrique de Portugal. Casado com D. Broulhe Viegas, filha de D. Egas Paes, Senhor da Torre. Vide a mesma obra, Tomo I das Provas, à página 191. Tiveram a

§ 4.

D. EGAS FAFES. Senhor de muitas terras. Casado com D. Uryaca Mendes, filha de D. Mem de Souza, Senhor da Casa de Souza. Vide a mesma obra, Tomo I das Provas, páginas 156 e 191; assim como a História Genealógica do mesmo autor Tomo I parte 1ª, página 232. Tiveram a

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§ 5.

D. MEM VIEGAS. Senhor de muitas terras. Casado com D. Maria Pires, filha de Pedro Viegas. Vide a mesma obra Tomo I das Provas, página 179. Tiveram a

§ 6.

D. EMIGIO MENDES TEIXEIRA. Primeiro Senhor de Teixeira, e com jurisdição civil e crime na Província de Tras os Montes. Casado com D. Maria Paes, filha de D. Pavo Novaes, e de sua mulher D. Mar. Soares. Vide a mesma obra, Tomo I das Provas, páginas 156 e 179. Tiveram a

§ 7.

D. ESTEVÃO ERMIGUES DE TEIXEIRA. Segundo Senhor de Teixeira, e de outras terras. Casado com D. Urraca Gomes Zagonha, filha de D. Gomes Viegas de Penagati. Vide a mesma obra, Tomo 1º das Provas, página 156. Tiveram a

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§ 8.

D. MARTIM ESTEVES TEIXEIRA. Terceiro Senhor de Teixeira, e de outras terras, casado com D. Ermingonça Soares, filha de Soeiro Corrêa. Vide a mesma obra, Tomo 1º das Provas, página 156. Tiveram a

§ 9.

D. FERNÃO MARTINS TEIXEIRA. Quarto Senhor de Teixeira, e de outras terras. Casado com D. Beatriz Martins, filha de Martim Vasques. Vide a mesma obra, Tomo 1º das Provas, páginas 151 e 156. Tiveram a

§ 10.

D. MARTIM FERNANDES DE TEIXEIRA. Quinto Senhor de Teixeira, e de outras terras. Casado com a filha de Paes Esteves de Beja, Meirinho Mayor dentre Douro e Minho. Vide a mesma obra, Tomo 1º das Provas, página 151.

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§ 11.

D. ESTEVÃO MARTIM DE TEIXEIRA. Sexto Senhor de Teixeira, e de outras terras. Casado com D. Maria de Macedo, de Vila Pouca de Aguiar. Tiveram a

§ 12.

D. JOÃO TEIXEIRA DE MACEDO. Sétimo Senhor de Teixeira, e de outras terras, Alcaide Mor da Vila Pouca de Aguiar, e de Monte Alegre. Coronel Mor das Províncias de Beja, Minho, Traz os Montes, que era a mesma coisa que hoje Governador. Contador Mor do Reino e do Conselho de Sua Majestade. Casado em segundas núpcias com D. Maria da Cunha. Tiveram a

§ 13.

DUARTE TEIXEIRA DE MACEDO. Senhor de muitas terras etc. etc. Casado com D. Catharina Martins de Souza, filha de

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Fernão Martins de Souza, de Riba Farnego. Tiveram a

§ 14.

MARTIM TEIXEIRA DE MACEDO. Senhor de muitas terras etc. etc. Casado com D. Thereza da Silva e Mendonça. Tiveram a

§ 15.

ESTEVÃO TEIXEIRA DE MACEDO. Senhor de muitas terras etc. etc. Casado com D. Anna Borges de Carvalho, irmã ou filha de Amador Borges de Carvalho. Tiveram a

§ 16.

VASCO MARTINS TEIXEIRA. Senhor de muitas terras etc. etc. Casado com D. Maria Pires Teixeira de Medeiros, neta de um dos dois irmãos do Senhor de Alcalá de Hernares que se refugiaram neste reino, e servira à Sereníssima Casa de Bragança, como consta de seus Registros. Tiveram a

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§ 17.

GASPAR MARTINS TEIXEIRA DE MEDEIROS. Senhor de muitas terras etc. etc. Casado com D. Joanna Teixeira de Miranda, filha de Gonsalo Teixeira de Miranda, Cavalheiro professo da Ordem de Cristo, Mestre de Campo de Auxiliares do Terço da Vila Real, Juiz de Órfãos, e proprietário da Vila de Lamas de Brelhão, mercê que se lhe concedeu em atenção aos seus serviços, como diz a Carta original. Serviu demais em África à sua custa, achando-se com muito valor, e honra em todos os choques que naquela houve, e foi armada cavalheiro em Ceuta onde militava à sua custa. Era filho de Aleixo de Miranda, Fidalgo da Casa Real, Comendador da Pitisqueira na Ordem de Cristo, e foi secretário da Rainha D. Catarina de Gusmão. Tiveram a

§ 18.

BENTO TEIXEIRA DE MIRANDA. Senhor de muitas terras etc. etc. Casado com sua Prima D. Izabel Teixeira Vahya de

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Mesquita, filha de Jacome Teixeira Vahya de Mesquita, e de sua mulher D. Izabel Teixeira de Araújo. Era D. Izabel Teixeira Vahya de Mesquita parenta em oitavo grau de seu marido, por descender igualmente de João Teixeira de Macedo por D. Francisca Teixeira. Era Bento Teixeira de Miranda Cavalheiro professo na Ordem de Cristo, Juiz de Órfãos, proprietário da Vila de Lamas, Capitão de Infantaria, Senhor da Quinta chamada dos Paços de Bom Regalo, e Fidalgo de antiga linhagem. Tiveram três filhos, a saber:

1. Luiz Vahya Monteiro Teixeira de Miranda. Vide § 19.

2. Francisco Teixeira Vahya de Miranda.

3. D. Felicianna Teixeira Vahya de Miranda.

§ 19.

LUIZ VAHYA MONTEIRO TEIXEIRA DE MIRANDA. Senhor de muitas terras etc. etc. Veio para o Rio de Janeiro em 1725, com seu primo irmão o Governador e Capitão General do Rio de Janeiro Luiz

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Vahya Monteiro, na qualidade de seu ajudante de Ordens, com patente de Capitão de Infantaria. Chegou a ser Tenente General, Comendador da Ordem de Cristo, e Fidalgo da Casa Real, como seus antepassados. Faleceu na cidade do Rio de Janeiro, com mais de 85 anos de idade. Casado com D. Roza da Motta Leite, natural da cidade do Rio de Janeiro, filha de D. João da Motta Leite, natural de Portugal, e sua mulher D. Sebastianna da Silva Pereira, filha de Francisco d’Oliveira Leitão, natural de S. Porto, e Fidalgo da Casa Real, que se estabelecendo na cidade do Rio de Janeiro tomou em foro perpétuo uns terrenos, edificou o Trapiche da Cidade, e Casas, e instituiu o prazo chamado dos Trapixeiros. Tiveram 6 filhos, a saber:

1. BARTOLOMEO JOZÉ VAHYA.

2. D. LUIZA. Freira.

3. D. ROZA. Freira.

4. FREI FRANCISCO.

5. FREI LUIZ.

Vide§20.

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6. D. SEBASTIANNA, casada com Nuno Henrique, cavalheiro muito distinto da Província de Beira, que veio para o Rio de Janeiro com patente de capitão de cavalaria. Tiveram dois filhos, Luis e Sebastianna, que, depois da morte de seus Pais, foram chamados para Portugal por seus parentes.

§ 20.

BARTHOLOMEO JOSÉ VAHYA. Natural da cidade do Rio de Janeiro, onde faleceu com mais de 60 anos, a 9 de Agosto de 1800. Foi Mestre de Campo, militou com distinção debaixo das ordens de seu Padrinho o Conde de Bobadella, na Província do Rio Grande do Sul, e no Paraguai; cavalheiro professo da Ordem de Cristo e Fidalgo da Casa Real. Senhor de várias propriedades na cidade, e província do Rio de Janeiro. Deveria ter herdado o morgado, e mais bens em Portugal; porém não tendo querido ir a Portugal, nem mandado tomar posse, passaram todos esses bens para o herdeiro de Francisca Teixeira Vahya de Miranda. Casou com a sua Tia por afinidade D. Maria Roza Furtado de Mendonça, viúva

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de seu Tio Dr. Ignácio José da Motta Leite. Não teve filhos deste casamento. Teve de D. Francisca Josefa de Azeredo Coutinho, filha de D. Luisa Sebastianna de Azeredo Coutinho, e de seu marido Manuel de Souza de Andrade, três filhos naturais que abaixo transcrevo, que foram legitimados por carta régia da Rainha D. Maria I, concedendo-lhes o direito de herdarem bens, e honras, como se fossem de legítimo matrimônio. Casou em segundas núpcias com D. Leonarda Mathilde Furtado de Mendonça. Sem descendência.

I BENTO ANTONIO VAHYA. Vide § 21.

II D. ROZA. Nascida no 1º de Agosto de 1777, e falecida em Abril de 1839. Casada com o Coronel Francisco Xavier dos Santos. Tiveram 2 filhos, a saber:

1. DR. BARTHOLOMEO JOSÉ VAHYA. Juiz de Direito na Província de Piauí. Faleceu solteiro.

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2. D. MARIA casou com Bento Garcia do Amaral. Faleceram sem descendência.

3. D. IGNÁCIA nasceu a 10 de Janeiro de 1779, e faleceu a 14 de Janeiro de 1810. Casada com o Cap. José Alves Moreira. Tiveram um filho único.

1. EDUARDO ALVES MOREIRA. Capitão de Cavalaria, falecido a 19 de Outubro de 1872 com 30 anos de idade. Casado com D. Feliciana Meirelles, falecida a 23 de Outubro de 1874. Tiveram três filhos, a saber:

1. JOSÉ MEIRELLES ALVES MOREIRA. Casado com D. Jeronima Fortunato de Brito, filha legítima de José Fortunato de Brito, e de sua mulher D. Carolina Meyer Fortunato de Brito. Tiveram:

1. D. ANNA; 2. EDUARDO; 3. JOSÉ; 4. FELICIANO; 5. LUIZ.

2. EDUARDO MEIRELLES ALVES MOREIRA.

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3. D. ANNA. Faleceu a 18 de Dezembro de 1858. Casou a 5 de Agosto de 1857 com seu primo, o Dr. João Pedro Carvalho de Moraes.

§ 21.

BENTO ANTONIO VAHYA. Conde de Sarapuí, Gentil Homem da Câmara de Sua Majestade, e Comendador da Ordem de Cristo. Nasceu a 8 de Abril de 1783, e faleceu no 1 de Dezembro de 1843. Casado com sua prima D. Rita Clara de Araújo, que nasceu a 12 de Agosto de 1790, e faleceu a 22 de Janeiro de 1867, filha de José Caetano de Araújo Vieira e de sua mulher D. Anna Joaquina de Motta Leite. Tiveram duas filhas.

1. D. ANNA, nasceu a 14 de Janeiro de 1810 e faleceu a 20 de Maio de 1810.

2. D. CECILIA. Vide § 22.

§ 22.

D. CECILIA ROZA D’ARAÚJO VAHYA. Nasceu a 8 de Novembro de 1820 e faleceu

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a 9 de Fevereiro de 1846. Dama da Imperatriz. Casou a 21 de Agosto de 1838 com Pedro Caldeira Brant, Conde de Iguassú, filho do Marques de Barbacena, e de sua mulher D. Anna Constança Guilhermina de Castro Cardoso. Tiveram um único filho.

1. FELISBERTO, nasceu a 5 de Agosto de 1859, faleceu a 17 de Dezembro de 1884.

CAPÍTULOII

§ 1.

FRANCISCO TEIXEIRA VAHYA DE MIRANDA. Natural de Portugal e Fidalgo da Casa Real. Casado em primeiras núpcias com D. Serafina Borges Machado de Faria, filha de Antonio Borges Machado de Faria; em segundas núpcias com D. Felipa Mendes de Oliveira, neta paterna de Antonio de Souza Machado, Capitão Mor de Vila Pouca de Aguiar, e neta materna de João Rodriguez de Oliveira, cavalheiro professo da Ordem de Cristo, secretário do Sereníssimo Infante D. Duarte, Vedor Geral da Província de Traz

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os Montes, e Fidalgo da Casa de Bragança, e de sua mulher D. Anna Mendes filha de Antonio Mendes, Moço Fidalgo.

Filha do 1º Matrimônio.

1. D. FELICIANA TEIXEIRA DE MIRANDA. Vide § 2.

Filhos do 2º Matrimônio.

2. RODRIGO TEIXEIRA VAHYA DE MIRANDA. Vide § 5.

3. FREI BENTO JOSÉ.

4. DOMINGOS, faleceu em Goa. Inquisidor da Fé.

5. MANUEL ANTONIO TEIXEIRA, presbítero, que foi para o Brasil.

6. ANTONIO TEIXEIRA DE MIRANDA.

7. D. THEREZA TEIXEIRA DE MIRANDA.

8. D. SEBASTIANNA LUIZA DE MIRANDA.

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§ 2.

D. FELICIANA TEIXEIRA DE MIRANDA. Casada com Antonio Machado Pinto, cavalheiro professo na Ordem de Cristo, Pagador Geral das Tropas da Província de Traz os Montes, Instituidor do Morgado de Bornes, cavaleiro armado de singulares qualidades. Tiveram 2 filhos, a saber:

1. GERVÁSIO JOAQUIM MACHADO PINTO VAHYA DE MIRANDA. Vide § 3.

2. D. SEBASTIANNA JOAQUINA EUFRAZIA MACEDO VAHYA DE MIRANDA. Vide § 4.

§ 3.

GERVÁSIO JOAQUIM MACHADO PINTO VAHYA DE MIRANDA. Casado com D. Josefa Maria de Sá Delgado. Capitão Mor da Vila Pouca de Aguiar. Cavaleiro professo da Ordem de Cristo. Não tiveram sucessão, de maneira que a casa passou à sua irmã do § 4.

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§ 4.

D. SEBASTIANA JOAQUINA EUFRÁZIA MACEDO VAHYA DE MIRANDA. Casada com Francisco José de Souza Machado Canavaro, Cavaleiro professo na Ordem de Cristo, Fidalgo da Casa Real, Coronel do Regimento de Cavalaria de Bragança, natural de Villa Pouca de Aguiar, e Senhor do Morgado de Canavaro, e de outros bens. Tiveram dois filhos, a saber.

1. PEDRO ANTONIO DE SOUZA MACHADO CANAVARO.

2. D. MARIA BENEDICTA DE SOUZA MACHADO PINTO VAHYA DE MIRANDA. Casada com Antonio do Vale Souza e Menezes, da Vila de Thomas, junto à Coimbra, e Fidalgo da Casa Real. Tiveram sucessão.

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§ 5.

RODRIGO TEIXEIRA VAHYA DE MIRANDA. Filho de Francisco Teixeira Vahya de Miranda, e de sua segunda mulher D. Felipa Mendes de Oliveira. Capitão Mor da Villa Pouca de Aguiar, Fidalgo da Casa, e Senhor do Morgado, e mais terras que por direito legítimo pertenciam ao seu primo Bartholomeo José Vahya, residente no Brasil. Casado com D. Josefa Margarida d’Almeida Carneiro Pinto Guedes de Carvalho, filha de Caetano Pinto Borges Guedes de Carvalho, Senhor da Quinta de Alijo e de seu antigo morgado aí instituído por seu quarto Avô João Gonçalves de Carvalho, Senhor do antiqüíssimo privilégio de Aigo de Alijo, cavaleiro de honor, e de espada à cinta, concedida a seu ascendente Gonsalo Vaz, o Moço, filho natural de Gonsalo Vaz Guedes, o Velho; primeiro Senhor de Murça, pelo Senhor Rei D. João I de gloriosa memória, em atenção aos grandes serviços que o dito Gonsalo Vaz, o Moço, fizera na batalha contra el Rei de Castella, em companhia do mesmo Monarca, e sendo Escudeiro de Lança del Rei, Gonsalo Vaz, o Velho, seu Pai, segundo se expressa aquele grande Monarca na sua Carta

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Régia datada em Santarém no ano de 1442, a qual se conserva, e se acha registrada na Torre do Tombo, no Livro das Mercês das Províncias de Traz os Montes, e Beira; onde também consta que o filho do dito Gonsalo Vaz, o Moço, de quem foi sucessor João Gonsalves de Carvalho, foi cavaleiro votado del Rei D. Duarte, e Meirinho Mor da Província de Traz os Montes. Tiveram a:

1. FRANCISCO ANTONIO VAHYA TEIXEIRA DE MIRANDA. Seguiu o estado eclesiástico, e serviu ao Sereníssimo Senhor D. Gaspar, Arcebispo Primaz, sendo Ministro na sua Relação. Foi Abade junto a Niarma, e voltou para o serviço da mesma Cúria, onde fio Desembargador na Relação, Juiz dos Casamentos, e Examinador Sinodal.

2. BENTO JOSÉ VAHYA TEIXEIRA DE MIRANDA. Vide § 6.

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§ 6.

BENTO JOSÉ VAHYA TEIXEIRA DE MIRANDA. Fidalgo da Casa Real, Cavaleiro professo da Ordem de Cristo e Capitão Mor da Vila Pouca de Aguiar. Casado com D. Luiza Joaquina Álvares Teixeira Pinheiro, sua parenta filha do Capitão Francisco Teixeira Álvares e de sua mulher D. Francisca Pinheiro. Tiveram muitos filhos.

§ 7.

D. THEREZA TEIXEIRA DE MIRANDA. Filha de Francisco Teixeira Vahya de Miranda e de sua mulher D. Felipa Mendes de Oliveira. Casada com Rodrigo Teixeira Leite. Tiveram um único filho, que foi Sacerdote, Vice Reitor, etc. etc. da cidade de Braga, e Administrador do Santuário de Parafita.

§ 8.

D. SEBASTIANNA LUIZA DE MIRANDA. Filha de Francisco Teixeira Vahya de Miranda e de sua segunda mulher D.

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Felipa Mendes de Oliveira. Casada com Francisco José de Souza Rabello, Cavaleiro Professo na Ordem de Cristo. Capitão Mor de Soutelo, na Província de Beira. Tiveram a:

1. JACINTO JOSÉ VAHYA TEIXEIRA DE MIRANDA E SOUZA. Cônego na Sé de Lamego.

2. D. BERNARDA DELFINA. Religiosa no Convento das Chagas de Lamego.

3. D. JOAQUINNA ANGELICA GERTRUDES VAHYA TEIXEIRA DE MIRANDA E SOUZA. Casada com Francisco Antonio Álvares de Araújo Borges, Capitão Mor de Abreiro.

4. FRANCISCO JOZÉ DE SOUZA RABELLO VAHYA DE MIRANDA. Cavaleiro professo na Ordem de Cristo, e Capitão Mor de S. João Pesqueira. Casado com D. Rosa Luiza de Araujo, irmã do seu cunhado Francisco Antonio Álvares de Araújo Borges, e ambos filhos de Antonio de Araújo Borges, Capitão Mor de Abreiro, Tem sucessão.

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CAPÍTULOIII

§ 1.

D. FELICIANNA TEIXEIRA VAHYA DE MIRANDA. Filha de Bento Teixeira de Miranda, e de sua mulher D. Isabel Teixeira Vahya de Mesquita. Casada em Mirandella com José Maria Gervazio Prothagio de Siqueira, Cavaleiro professo na Ordem de Cristo. Tiveram a

§ 2.

ANTONIO DA VEIGA DE SIQUEIRA. Capitão Mor de Mirandella. Casado com D. Maria Joaquina Sermento Pimentel, filha do Capitão Mor da Villa de Chacim. Tiveram a

1. JOZÉ MARIA DA VEIGA DE SIQUEIRA. Capitão Mor de Mirandella. Casado com D.F.................. filha de Nicoláo José de Souza, e de sua mulher D. Isabel de Mesquita, Senhores do antigo morgado de Solares no Conselho de Anciaens, fundado

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por D. Gonsalo de Moraes, Bispo que foi do Porto.

2. JOSEFA LUIZA VAHYA DE SARMENTO. Vide § 3.

§ 3.

D. JOSEFA LUIZA VAHYA DE SARMENTO. Casada em Villa de Torre de Moncorvo com Luiz Camelo de Castro e Gamboa, Fidalgo da Casa Real, Senhor do antiqüíssimo morgado de S. Antonio, instituído na mesma vila por Antonio Domingos de Carvalho, Escudeiro Fidalgo da Casa Real, como diz a mesma instituição. Tiveram a

1. LEONOR

2. D. MARIANNA

3. ANTONIO FRANCISCO DE CARVALHO VAHYA SARMENTO E CASTRO, Vide § 4.

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§ 4.

ANTONIO FRANCISCO DE CARVALHO VAHYA SARMENTO E CASTRO. Fidalgo da Casa Real, e Capitão Mor da Torre de Moncorvo. Casado com D. Francisca Antonia Botelho de Moraes e Vasconcellos, filha de José Luiz Cameiro de Vasconcellos, Cavaleiro professo na Ordem de Cristo, Fidalgo da Casa Real, e natural da Torre de Moncorvo, e de sua mulher D. Josefa de Moraes Sarmento. Tiveram a

1. ANTONIO LUIZ DE CARVALHO VAHYA SARMENTO. Fidalgo da Casa Real, Morgado e Chefe da Casa

2. ANTONIO MANUEL DE CARVALHO VAHYA SARMENTO. Fidalgo da Casa Real e Tenente do Regimento de Infantaria de Bragança.

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OsAraújo

(onde aparecem os Pereira Pinto)

CAPÍTULOI

§ 1.

JOSÉ CAETANO DE ARAÚJO VIEIRA. Nasceu em Pernambuco em 1724, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em 25 de Dezembro de 1766. Casado com D. Cecília Freire de Macedo Pereira, nascida em Pernambuco a 2 de Dezembro de 1718, e falecida na cidade do Rio de Janeiro a 28 de Fevereiro de 1789, sendo irmã legítima

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do Tenente General, Governador de Benguella, Francisco Xavier de Macedo Pereira, igualmente natural de Pernambuco, que faleceu na cidade do Rio de Janeiro em Agosto de 1798. Acompanhou ao seu cunhado Tenente General para Benguella, e toda a família com grande riqueza voltou de Benguella para se estabelecer na cidade do Rio de Janeiro no ano de 1763. Tiveram a

§ 2.

JOSÉ CAETANO DE ARAÚJO VIEIRA, nascido em Benguella a 6 de Março de 1759, batizado a 19 de Março do mesmo ano, sendo Padrinho seu Tio Francisco Xavier de Macedo Pereira. Veio para o Rio de Janeiro com seus Pais e Tios em 1763 tendo 4 anos de idade. Foi para Lisboa seguir os estudos em 5 de Julho de 1770, e voltou para o Rio de Janeiro a 7 de Julho de 1776. Casou a 8 de Maio de 1777 no Rio de Janeiro com D. Anna Joaquina da Motta Leite, natural do Rio de Janeiro, e filha do Dr. Ignácio José da Motta Leite, e de sua mulher D. Maria Rosa Furtado de Mendonça. Faleceu a 5 de Abril de 1806, e sua mulher D. Anna Joaquina a 18 de

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Agosto de 1810, na cidade do Rio de Janeiro. Tiveram a:

1. D. ANNA CECILIA DA MOTTA LEITE, Vide Cap. II.

2. FRANCISCO XAVIER DE ARAÚJO. Nasceu a 24 de Outubro de 1775, e faleceu a 2 de Abril de 1821. Casou a 7 de Agosto de 1809 com D. Anna Josefa de Menezes, que faleceu de parto a 7 de Janeiro de 1813. Sem sucessão.

3. JOSÉ CAETANO DE ARAÚJO,

4. BARTHOLOMEU JOSÉ DE ARAÚJO. Nasceu a 10 de Maio de 1781 e faleceu solteiro a 20 de Setembro de 1826. Guarda Roupa de Sua Majestade D. Pedro I, etc.

5. D. CECILIA QUESOBINA FREIRE DE MACEDO. Nasceu a 2 de Julho de 1787, e faleceu a 30 de Maio de 1859. Entrou para o Convento d’Ajuda em 1796, professou em 1805, tomando o nome de Madre Cecília Quesobina de S. José, e foi Abadessa do mesmo Convento por muitos anos.

6. D. RITA CLARA DE ARAÚJO. Nasceu a 12 de Agosto de 1790, e faleceu a 22 de

VideCap.III.

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Janeiro de 1867. Foi herdeira principal de seu irmão Francisco Xavier de Araújo. Casada com seu primo Bento Antonio Vahya, sendo o casamento celebrado a 22 de Janeiro de 1809. Com sucessão.

7. IGNÁCIO JOSÉ DA MOTTA LEITE E ARAÚJO. Nasceu no 1 de Agosto de 1791, foi primeiro para a Inglaterra para estudar os preparatórios, e depois seguiu para a Universidade de Coimbra a ultimar seus estudos; porém, infelizmente, faleceu doido em Lisboa a 22 de Fevereiro de 1819.

CAPÍTULOII

§ 1.

D. ANNA CECÍLIA DA MOTTA LEITE. Nasceu a 8 de Agosto de 1779 e faleceu a 19 de Junho de 1818. Casada com João Pedro Carvalho de Moraes, natural da cidade do Rio de Janeiro, Coronel de Milícias, Gentil Homem da Câmara de Sua Majestade, e Comendador da Ordem de Cristo; faleceu a 15 de Maio de 1845, com 66 anos de idade. Tiveram a

Vide§2.

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1. D. MARIA JOSEFINA DA MOTTA LEITE.

2. PEDRO CARVALHO DE MORAES.

§ 2.

D. MARIA JOSEFINA DA MOTTA LEITE. Nasceu a 10 de Outubro de 1797, e faleceu a 19 de Março de 1829. Casada com o Tenente Coronel Antonio Pereira Pinto, Natural do Rio de Janeiro. Faleceu em 1830. Tiveram 4 filhos, a saber:

I ANTONIO PEREIRA PINTO, natural do Rio de Janeiro, nasceu a 20 de Março de 1819. Faleceu a 5 de Junho de 1880, casado com D. Maria da Glória Gavião Peixoto, natural da cidade de S. Paulo, e filha do Veador de S. M. I., Bernardo José Pinto Gavião Peixoto, e da sua mulher D. Anna Policena de Andrade Vasconcellos, naturais da cidade de S. Paulo. Tiveram 5 filhos, a saber:

1. D. MARIA JOSEFINA PEREIRA PINTO. Casada com Antonio Álvares de Andrade.

Vide§3.

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Tiveram um filho: Alberto Pereira Pinto de Andrade.

2. ANTONIO PEREIRA PINTO, casado com D. Maria Miquelina Vianna Ribeiro, natural da cidade de S. Paulo, filho do Comendador Antonio José Ribeiro, natural de Portugal, e de sua mulher D. Rita Vianna Ribeiro, natural de S. Paulo. Tiveram os seguintes filhos: a) ANTONIO, b) RAFAEL, c) GUSTAVO, d) CARLOS.

a) ANTONIO. Casou em segundas núpcias com D. Anna Blandina da Silva Prado (Condessa Pereira Pinto). – Houve 3 filhas: 1) Margarida; 2)Alice; 3) Aurora.

3. D. ANNA CECÍLIA PEREIRA PINTO.

4. CARLOS. Faleceu na cidade de S. Paulo a 4 de Setembro de 1868, com 18 anos de idade .

5. BERNARDO.

II. D. ANNA CECÍLIA PEREIRA PINTO. Natural do Rio de Janeiro. Faleceu solteira , a 20 de Janeiro de 1871.

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III. JOÃO CARLOS PEREIRA PINTO. Natural do Rio de Janeiro, casado com D. Carolina Luisa Ferreira de Oliveira, filha do Chefe da Esquadra Pedro Ferreira de Oliveira, e de sua mulher D. Carolina Cecília de Campos e Oliveira. Tiveram 3 filhos, a saber:

1. D. CECÍLIA, casada com o Conde de Estrella, filho (Joaquim Manuel Monteiro). Tiveram a) JOAQUIM, b) CAROLINA.

2. D. EDELVIRA, casada com o Capitão Tenente Custódio José de Mello. Tiveram a) JOÃO, b) HEITOR, c) EDELVIRA, d) HORTÊNCIA, e) –

3. D. HORTÊNCIA, casada com o Dr. Hermano Cardoso da Silva Ramos. Tiveram a) HORTÊNCIA, b) CAROLINA, c) EDGARD, d) GUSTAVA, e) –

IV. D. RITA CLARA PEREIRA PINTO, natural do Rio de Janeiro, casada com Carlos Eugênio Figueirôa Nabuco de Araújo, filho do Conselheiro José Paulo

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Figueirôa Nabuco de Araújo, e de sua mulher, D. Maria Emilia Contreiras; neto paterno do Barão de Itapoan (José Joaquim Nabuco de Araújo), Senador do Império, etc. etc., e de sua mulher, a Baronesa do mesmo título (D. Ismeria de Figueirôa Barbuda).

Tiveram 5 filhos, a saber:

1. D. MARIA EUGÊNIA.

2. BENTO. Faleceu no dia 13 de Outubro de 1867, com 7 anos de idade.

3. D. CECÍLIA.

4. D. ANNA RITA.

5. CARLOS EUGÊNIO.

§ 3.

PEDRO CARVALHO DE MORAES

Natural do Rio de Janeiro, tendo nascido a 3 de Junho de 1809, e falecendo em Bruxelas a 31 de Dezembro de 1860. Moço Fidalgo, Guarda Roupa de Sua Majestade, Encarregado de Negócios em várias cortes da Europa, e condecorado com várias

Vide§1

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Ordens. Casado com D. Maria Amália Nascentes de Azambuja, filha de Manuel Theodoro de Azambuja, e de sua mulher D. Maria Rita Nascentes Pinto, naturais do Rio de Janeiro.

Tiveram 2 filhos, a saber:

I. JOÃO PEDRO CARVALHO DE MORAES, natural do Rio de Janeiro, e Moço Fidalgo. Casado em primeiras núpcias com a sua prima D. Anna Meirelles Alves Moreira, falecida a 18 de Outubro de 1858, filha do Capitão Eduardo Alves Moreira, e de sua mulher D. Felicianna Meirelles, naturais do Rio de Janeiro, sem descendência. Casado em segundas núpcias, a 17 de Janeiro de 1863, com sua prima D. Isabel Leonor da Motta Leite e Araújo, filha de Luis da Motta Leite e Araújo e de sua mulher D. Anna Vieira de Carvalho, naturais do Rio de Janeiro, Tiveram a

1. PEDRO

2. LUIS

3. JOÃO

4. THEREZA

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II. D. ANNA, natural de Paris, faleceu em Paris em 1858, com 19 anos de idade.

CAPÍTULOIII

§ 1.

JOSÉ CAETANO DE ARAÚJO, Vide Cap. I § 2. Nasceu a 28 de Outubro de 1783 e faleceu na sua chácara do Monte no Rio Comprido, na cidade do Rio de Janeiro, a 29 de Agosto de 1823. Foi Major de tropa de linha, e casou com a sua prima D. Michaela Josefina de Alves Froes, filha de Luis de Alves Froes, e de sua mulher D. Maria Ignácia da Motta Leite. D. Michaela nasceu no Rio de Janeiro a 10 de Outubro de 1774, e faleceu na mesma cidade a 5 de Abril de 1852.

Tiveram 3 filhos, a saber:

1. D. ISABEL LEONOR DA MOTTA LEITE E ARAÚJO

Vide§2

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2. JOSÉ CAETANO DE ARAÚJO. Nasceu a 7 de Janeiro. Bacharel da Academia de S. Paulo. Endoideceu a 15 de Março de 1845, falecendo a 11 de Outubro de 1855.

3. LUIS DA MOTTA LEITE E ARAÚJO

§ 2.

D. ISABEL LEONOR DA MOTTA LEITE E ARAÚJO. Natural do Rio de Janeiro, tendo nascido a 11 de Janeiro de 1812, e falecendo na mesma cidade a 22 de Outubro de 1859. Casou no 1 de Maio de 1826, com Marques de Lages (João Vieira de Carvalho) Senador do Império, Conselheiro de Estado, Tenente General, Gran Cruz da Ordem de Aviz, etc. etc., que nasceu em Olivença, em Portugal a 16 de Outubro de 1781, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro no 1 de Abril de 1847.

Tiveram 2 filhos.

1. D. ISABEL, falecida de menor idade.

Vide§3.

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2. JOSÉ VIEIRA DE CARVALHO. Nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 18 de Abril de 1830, e faleceu a 26 de Maio de 1866. Moço Fidalgo, e Bacharel da Academia de Olinda. Casou em 1852 com D. Maria Adelaide Pereira Pinto Furtado de Mendonça, natural do Rio de Janeiro, filha de Francisco Samuel da Paz Furtado de Mendonça, natural do Algarve, e de sua mulher D. Anna Josefina Pereira Pinto, filha do Chefe de Esquadra José Pereira Pinto, e de sua mulher D. Maria Genoveva Souto Maior. Tiveram a

1. D. MARIA DA GRAÇA

3. D. RITA, falecida de menor idade. O Marques de Lages já mencionado foi casado de primeiras núpcias com D. Sebastianna Marques Portella, que faleceu em 1824, e era filha do Marechal do Exército, Alexandre Eloy Portella, e de sua mulher D. Joaquina Marques de Souza. Tiveram 4 filhos, a saber:

I. ALEXANDRE VIEIRA DE CARVALHO, Conde de Lages, nasceu a 21 de Fevereiro de 1817, e faleceu a 11 de Dezembro de 1876. Veador de S. M. Casou em 1848 com

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D. Maria Caetana d’Almeida, filha do Visconde de Macaé (José Carlos Pereira d’Almeida Torres), e de sua mulher a Viscondessa do mesmo título.

Tiveram a

1. ALEXANDRE ELOY. Falecido solteiro.

2. JOSÉ CARLOS

3. D. MARIA. Falecida com 19 anos de idade a 19 de Agosto de 1874.

4. SEBASTIÃO

II. D. JOAQUINA VIEIRA DE CARVALHO. Nasceu a 7 de Fevereiro de 1820, e faleceu a 12 de Dezembro de 1850. Casada com o Dr. Manuel da Silveira Rodrigues. Sem sucessão.

III. JOÃO VIEIRA DE CARVALHO. Nasceu a 4 de Fevereiro de 1821, e faleceu a .....

IV. D. ANNA VIEIRA DE CARVALHO. Nasceu a 26 de Julho de 1823, e faleceu no

Vide§3

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1 de Agosto de 1850. Casou a 16 de Outubro de 1843 com Luis da Motta Leite e Araújo.

§ 3.

LUIS DA MOTTA LEITE E ARAÚJO, Vide Cap. III § 1. Nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 21 de Junho de 1861. Bacharel da Academia de Olinda. Casou a 16 de Outubro de 1843 com D. Anna Vieira de Carvalho, filha do Marques de Lages, e da sua primeira mulher D. Sebastianna Marques Portella. Vide acima. Tiveram 2 filhos.

1. D. ISABEL LEONOR DA MOTTA LEITE E ARAÚJO, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 11 de Outubro de 1844, casou a 17 de Janeiro de 1863 com seu primo João Pedro Carvalho de Moraes.

2. MIGUEL JOSÉ DA MOTTA LEITE E ARAÚJO.

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OsAzeredoCoutinhodoRiodeJaneiro

(Annes de Araújo, Alz, Azevedo, Sodré, Grimaldi, Rangel, Coutinho e Mello, Tavares da Silva, Barcellos)

§ 1.

1. JOÃO TIRANT. Foi um fidalgo francês, que dizem os nobiliários ser de sangue real de França. Veio à Espanha servir na guerra contra os Mouros, e foi Rico Homem del Rei D. Affonso VI de Leão; casou com D. Mayor Garcez de Aza, filha de D. Garcia Garcez de Aza, Conde de Navarra, e de sua mulher D. Elvira Peres da Trava, neta pela parte paterna de D. Garcia Ordonhez, Conde de Navarra e Cabre, descendente por varonia do Rei D. Fanelo 2º de Leão, e de sua mulher, a Rainha D. Urraca, que era filha do Rei D. Garcia, o Conde de Navarra, e da segunda mulher, D. Estefânia, filha dos Condes de Barcelona. Teve o dito João Tirant deste matrimônio:

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2. FOANNE ANIS. Casou com D. Hermenengarda Gonsalves, filha de D. Gonsalo Mendes da Maya, chamado o Bom, lidador que foi adiantado do Rei D. Affonso Henriques e um dos maiores Senhores e melhores generais daquele tempo, o qual descendia de varão em varão do Infante D. Antonio Ramires, a quem comumente chamam D. Alboazat, filho do Rei D. Ramiro 2º de Leão. Nasceu desta aliança:

3. RODRIGO ANNES DE ARAÚJO, foi o primeiro que usou o sobrenome de Araújo, por ser Senhor do Castelo e terra de Araújo; casou com D. Maria Aloez Daca, filha de D. Álvaro Rodriguez Daca, neta de D. Rodrigo Alz Daca, filha de D. Maria Pires de Ambia, bisneta por esta parte de Pedro Paez de Ambia e de sua mulher D. Maria Fernandes de Gondiaens, terceira neta de D. Payo Aires de Ambia, e de sua mulher D. Maria Rodriguez de Bayão, que era filha de D. Rodrigo Affonso de Bayão, rico homem, e ilustríssimo fidalgo como quarto neto de D. Arnaldo, Sr. de Bayão por varonia. Deste casamento nasceu:

4. IRVILO DE ARAÚJO, foi Sr. de Araújo e da Torre e Casa de Lobios. Casou com D.

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Moinha Rodriguez, filha do Conde D. Rodrigo Vela Ozório, e de sua mulher a Condessa D. Alamberte, que dizem quase todas as Crônicas da Espanha, e o mesmo Conde D. Pedro, ser Irmã de um Rei da França; neta pela parte paterna do Conde D. Vela Ozório, e da Condessa D. Moinha Forjas, que descendia do Conde D. Mendo, que era irmão de Dezidério, Rei dos Longobardos, e bisneta de D. Ozório, chamado o Santo, e da Condessa D. Urraca Nunes, sua mulher e prima, que era bisneta do Rei D. Ramiro 2º de Leão, e da Rainha D. Paterna. Foi filho deste matrimônio:

5. RODRIGO ANNES DE ARAÚJO. Foi fidalgo de Galiza, Sr. de Araújo e outros estados, e deste procederam os Marqueses de Monte Belo, Alcaides Mores de Ciadozo, e muito grandes casas, assim de Portugal, como também da Espanha. Casou com ................... e teve entre outros:

6. VASCO RODRIGUEZ DE ARAÚJO E AZEVEDO. Foi o primeiro que usou o sobrenome Azevedo, que tomou do Senhorio do lugar de Azevedo, junto da Vila de Betanças, em Galiza. Passou a

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Portugal com outro irmão seu, e casou neste Reino com D. Leonor Pires Velho, sobrinha do dito seu irmão, e filha de Pedro Annes Velho, o qual era filho de João Velho, Embaixador do Rei D. Diniz ao Rei D. Pedro de Aragão, para lhe pedir por mulher a Rainha Santa Isabel. Nasceram deste matrimônio vários filhos e filhas que seguiram o sobrenome de Araújo, como se vê no título destes, e nas notas do Marques de Monte Belo, no nobiliário do Conde D. Pedro. Entre eles houve:

7. RODRIGO VASQUES AZEVEDO. Viveu em Portugal, na Província do Minho e foi chefe da família de que tratamos. Casou com ......................

8. JOAO RODRIGUEZ DE AZEVEDO, filho de Rodrigo Vasquez de Azevedo, e de sua mulher D. ............................................. Viveu nos reinados de D. Affonso 5º, e D. João 2º, aos quais serviu muito nas guerras do seu tempo contra Castella. Foi Alcaide Mor de SEABRA, e teve a sua Casa na Vila de Guimaraens; casou com D. Ignez Gonsalves de Araújo, filha de Gonsalo Rodriguez de Araújo e neta de outro fidalgo do mesmo nome que foi

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Mordomo Mor do Rei D. Fernando, e por sua mulher Sra. dos Coutos de Villar de Yaras Cidraes, casal de Donnas, terras de Lindozo, e das Jogadas e Portejos de Castro Savoeiro, e de sua mulher D. Maria de Ribeira. Tiveram a

9. ALVARO RODRIGUEZ DE AZEVEDO, filho de João Rodriguez de Azevedo e de sua mulher D. Ignez Gonsalves de Araújo. Casou com D. Ignez Gonsalves da Fonseca, filha de Bartholomeo Gomes Fonseca, morador em Guimaraens, e de sua mulher D. Branca Coelho, dos Coelhos da Casa de Filgueiras e Vieira, e descendente do famoso Egas Moniz, Aio do Rei D. Affonso Henriques; neta de Bartholomeo Gomes Brito, e bisneta de Pedro Godins de Brito, da família dos Godins de Beja, e de sua mulher Thereza Gonsalves da Fonseca, pela qual era terceira neta de Nuno Gonsalves de Ávila, fidalgo castelhano e aio do Infante D. Henrique, irmão do Rei D. Duarte, e de sua mulher Joanna Mendes da Fonseca Coutinho, filha de Diogo da Fonseca Coutinho, Alcaide Mor de Marialva, parente em grau muito próximo dos antigos Condes de Marialva, e com a mesma ascendência dos Condes de

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Marialva, Condes de Borba, Condes de Redondo, Marechais do Reino e Senhores de Alriouval. Houve os filhos seguintes:

10. JOÃO ALZ DE AZEVEDO, que se segue.

10. BALTHAZAR DE AZEVEDO, que tirou brasão com as Armas de Azevedos, a 23 de Dezembro de 1730, o qual registrou no livro daquele ano fl. 34. Passou a militar no Brasil, onde serviu com muito valor na Capitania do Espírito Santo, em que foi Provedor da Fazenda Real, como consta da Provisão do mesmo ofício passada ao seu sobrinho Marcos de Azevedo, a quem ele deixou por seu herdeiro, como na mesma Provisão se declara.

10. FRANCISCA DE AZEVEDO, mulher de Nuno Alz.

10. MAGDALENA DE AZEVEDO, mulher de Francisco Sodré.

10. GASPAR DE AZEVEDO DA FONSECA, Cônego de Braga.

10. LUIZ DE AZEVEDO.

10. JOÃO ALZ DE AZEVEDO, casou com Isabel Leite, filha de .................. Tiveram os filhos seguintes:

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11. LANSAROTE DE AZEVEDO.

11. BELCHIOR DE AZEVEDO, que também serviu na Capitania do Espírito Santo, e onde foi Capitão Provedor dos defuntos e ausentes, como consta da Provisão do mesmo Ofício passada ao seu sobrinho Marcos de Azevedo.

11. BALTHAZAR DE AZEVEDO.

XI. LANSAROTE DE AZEVEDO, casou com D. Isabel Dias Sodré, filha de .................... Tiveram os filhos seguintes:

12. MIGUEL DE AZEVEDO.

12. MARCOS DE AZEVEDO.

12. HELENA DE AZEVEDO, mulher de Belchior do Canto Viegas.

12. PAULA DE AZEVEDO, mulher de * Diogo Ramalho, de quem teve Francisco de Azevedo, que casou no Brasil

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XII. MIGUEL DE AZEVEDO. Passou ao estado do Brasil em que serviu 22 anos, foi Capitão e Governador da Capitania do Espírito Santo, por nomeação de Vasco Fernandes Coutinho, o Moço, segundo Senhor e Capitão Donatário da mesma Capitania. Esteve em muitas batalhas com os Gentios, sobre os quais alcançou muitas vitórias, e favorecendo-lhe da mesma sorte a fortuna contra os holandeses, que naqueles tempos infestavam o Estado do Brasil. Foi senhor de um engenho na mesma Capitania, célebre pelos milagres que nele obrou o venerável Padre Anchieta, como escreveu o Padre Simão de Vasconcellos na sua vida, Liv. 5, Cap. II, § 1 e 3, o qual também em outros lugares da mesma obra torna a repetir o seu nome. Tirou brasão com as armas dos Azevedos no ano de 1604, provando ser descendente de João Rodriguez de Azevedo, Capitão em Guimaraens, de quem dissemos no N° 8, que deu princípio a esta família. Casou com D. Luiza Correa, filha bastarda de Pedro Alz Correa (Irmão inteiro de D. Luiza * Grimaldi, mulher de Vasco Fernandes Coutinho, o Moço, 2º Senhor donatário da Capitania do Espírito Santo) que a houve em D. Antonia de Abreu, que não chegou a receber, neta de

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outro Pedro Alz Corrêa, que tio do Príncipe Felisberto de Sabóia, de d’onde passou com seu Pai a Portugal, foi Capitão em Arzilla, e de Tanger, e de sua mulher D. Catharina Grimaldi, fidalga saboiana da ilustríssima família de Grimaldi de Genova, que foram Príncipes de Mônaco, e bisneta de Simão Corrêa que foi valido do Rei D. Manuel, Capitão de Arzilla e teve a honra de armar cavaleiro ao Rei D. João 3º, e foi Mordomo da Infanta D. Brites, a quem acompanhou a Sabóia, e de sua mulher D. Thereza. Tiveram a

13. LUCAS DE AZEVEDO, que voltando da Inglaterra morreu sem geração.

13. PEDRO ALZ CORREA DE AZEVEDO, tesoureiro mor da Sé de Évora.

13. SIMÃO CORREA DE AZEVEDO, que se segue.

13. FR. ANTONIO DA BAHIA, do Convento da Piedade.

13. D. BRITES.

13. D.BRITES. (Religiosa no Convento do Paraíso em Évora)

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13. D. CANDIDA. (Religiosa no Convento do Paraíso em Évora)

13. D. GRIMALDA. (Religiosa no Convento do Paraíso em Évora)

13. D. ISABEL. (Religiosa no Convento do Paraíso em Évora)

XIII. SIMÃO CORRÊA DE AZEVEDO. Viveu na Vila de Moura, e onde se casou com D. Catharina Cotel, filha de Braz Lopes Cotel, e de sua mulher D. Maria Coelho, naturais da mesma Vila. Tiveram a:

14. MIGUEL DE AZEVEDO CORRÊA, que se segue.

14. BRAZ CORRÊA, cônego em Évora.

14. LUIZ, faleceu menino.

14. ANTONIO, faleceu menino.

14. D. MARIA, freira no Paraíso de Évora.

XIV. MIGUEL DE AZEVEDO CORRÊA. Casou em Estremoz com D. Luisa Rolim * ,

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filha de Manuel de Faria da Costa, e de D. Catharina de Landim. Tiveram a:

15. SIMÃO CORRÊA DE AZEVEDO, que se segue.

15. MANUEL DE FARIA ROLIM, morreu sem geração.

15. FR. PEDRO. (Religioso eremita de S. Paulo)

15. FR. ANTONIO. (Religioso eremita de S. Paulo)

15. D. PAULO. (Religioso no Paraíso de Évora)

15. D. MAYOR. (Religioso no Paraíso de Évora)

15. D. CANDIDA DE AZEVEDO, mulher de D. Rodrigo Corrêa de Mello.

15. D. BRITES.

XV. SIMÃO CORRÊA DE AZEVEDO. Sucedeu na Casa de seu Pai, por cavaleiro da Ordem de Cristo, fidalgo da Casa Real, Coudel Mor da Câmara de Évora, casou com D. Águida Maria da Corte Real, filha

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de José Chaves de Abreu, Cavaleiro da Ordem de Cristo, e de D. Francisca Antonia Henrique Corte Real, filha de Christovão Borges Corte Real, e de sua D. Isabel Henriques, naturais de Lisboa.

Tiveram a:

16. CHRISTOVÃO CORRÊA DE AZEVEDO: Faleceu sem geração.

16. JOZÉ CORRÊA DE AZEVEDO. Deão da Sé de Évora.

16. FR. MIGUEL DE AZEVEDO. Monge da Ordem de S. Jerônimo.

16. JOÃO CORRÊA DE AZEVEDO. Frade da Ordem de S. Bento d’Aviz, e Cônego da Sé de Évora.

16. MANUEL CORRÊA DE AZEVEDO CÔRTE REAL, que se segue.

XVI. MANUEL CORRÊA DE AZEVEDO CÔRTE REAL. Sucedeu na Casa de seus Pais por morte de seu irmão primogênito, sem descendência, Fidalgo da Casa Real, e Deão da Sé de Évora, foi casado com D. Marianna Pestana de Affonseca, filha

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herdeira do Dr. João Mendes da Costa, Corregedor de Évora, e de sua mulher D. Francisca Pestana d’Affonseca, filha de Rui Pires Pestana, natural de Almendral, e de D. Antonia Pestana d’Affonseca. Tiveram a:

17. D. FRANCISCA ANTONIA AZEVEDO CÔRTE REAL, que se segue.

XVII. D. FRANCISCA ANTONIA AZEVEDO CÔRTE REAL. Nasceu em Maio de 1716, e sucedeu na casa de seus Pais por falta de filho varão; casou em Évora no 1 de Maio de 1730 com Antonio Saldanha de Oliveira de Souza e Abreu, filho inteiro de João Pedro de Saldanha de Oliveira e Souza, 14º Senhor dos Morgados de Oliveira, Val de Sobrados Bercavano, da Quinta de Zinhgera, e Comendador de S. Martinho de Santarém, e de Torre, e de Santa Maria de África na Ordem de Cristo, e de sua mulher D. Josefa Maria Margarida Pereira, filha, que veio a ser herdeira, de Gaspar de Abreu Freitas, do Conselho do Rei e do da sua Fazenda, e Embaixador na Inglaterra, Comendador da Ordem de Cristo; e de sua mulher, D. Ignácia Pereira, irmã inteira de Antonio de Bastos Pereira, Procurador da

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Fazenda, do Conselho da Rainha, e Chanceler Mor do Reino; o qual Gaspar de Abreu Freitas, foi filho de Luiz de Abreu Freitas, fidalgo da Casa Real, Comendador da Ordem de Cristo, e irmão inteiro de D. Áquila de Alves Freitas, mãe de José Chaves de Abreu, por cuja linha ficava sendo D. Francisca de Azevedo Corte Real prima de 3º grau de seu marido Antonio de Saldanha. Tiveram a:

18. D. MARIANNA DE SALDANHA DE AZEVEDO E TAVORA, que se segue.

18. D. ANNA JERONIMA DE SALDANHA DE AZEVEDO E TAVORA, que nasceu a 30 de Abril de 1732, em 1753 estava ajustada para casar em Lisboa com Vasco Martins de Siqueira e Souza, herdeiro da casa de seu irmão Ruy Vaz de Siqueira, Comendador de S. Vicente de Beira, cujo casamento não teve lugar.

18. D. JOSEFA DE SALDANHA DE AZEVEDO E TAVORA, que nasceu a 4 de Outubro de 1737, assim como mais dois que morreram pequenos.

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XVIII. D. MARIANNA DE SALDANHA DE AZEVEDO E TAVORA. Nasceu a 11 de Julho de 1731, e como herdeira da casa de seus Pais, casou em 1751 com D. José Paulo de Câmara, filho de D. Francisco Estevão Xavier da Câmara, e de sua mulher, D. Francisca Xavier de Castro, neto por parte paterna de D. José Rodrigo da Câmara, segundo Conde de Ribeira, e da sua mulher a Condessa Constância Emilia de Rohan, de Francisco Rohan, Príncipe de Soubise na França, e da Princesa Anna Chabot de Rohan, D. Francisco Estevão foi pensionista do Colégio de S. Paulo. Cônego do Patriarcal, depois deixado a vida eclesiástica foi Coronel de Cavalaria no Alentejo. D. Francisca Xavier de Castro, sua mulher, foi irmã inteira de D. Isabel de Castro, mulher de D. Rodrigo de Alemcastro, gentil Homem da Câmara do Infante D. Manuel, e filha de João Corrêa de Lacerda, Capitão de Cavalaria na corte, Mestre de Campo, e Governador do Castelo de Outas, e Setubal, e de sua mulher, D. Luiza Fontoura Carneiro. Com poucos anos de casada faleceu D. Marianna, deixando as filhas seguintes:

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XIX. D. MARIA ROSA DE ROHAN DA CAMARA E SALDANHA, que nasceu a 28 de Janeiro de 1753, e depois teve outra irmã de quem não sabemos o nome.

§ 2.

12. MARCOS DE AZEVEDO, filho * segundo de Lansarote de Azevedo e de sua mulher, D. Isabel Dias Sodré, foi cavaleiro da Ordem de Cristo, Moço Fidalgo da Casa Real, passou também para o Brasil com seu Irmão Miguel de Azevedo, onde serviu toda a sua vida na Capitania do Espírito Santo, em que foi Capitão, e não se distinguiu menos que o dito seu irmão nas ocasiões que se lhe ofereceram de pelejar com os inimigos daquela conquista. Descobriu as minas de esmeraldas, no Sertão da mesma Capitania, como escreve o Padre Simão de Vasconcellos, onde lhe acrescenta por engano o apelido de Coutinho, que só principia a unir-se com o de Azevedo em seus descendentes. Foi também Provedor da Fazenda Real, na mesma Capitania, por provisão feita em Lisboa por Francisco Ferreira a 26 de Outubro de 1607, registrada na Casa de Mina no Liv. 12 nos Registros, a fl. 5, de

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Janeiro de 1608 na Chancelaria, a fl. 244. Provedor da Fazenda dos defuntos e ausentes por provisão do Rei D. Felippe de Portugal, passada por Francisco de Alvarenga a 20 de Julho de 1598, nas quais provisões o declara o mesmo Monarca ** fidalgo de Geração, e de Cota d’Armas, Ouvidor Geral e Capitão Governador da mesma Capitania, por nomeação de Francisco de Aguiar Coutinho, 3º Senhor e Capitão Donatário dela, passada em Lisboa a 12 de Julho * de 1605. Havia nascido em Guimaraens *, testou na Vila de Vitória (Uma das três que naquela Capitania fundou o seu sogro) a 19 de Maio de 1618, e o seu testamento se conserva com o Inventário dos seus bens no cartório de Henrique Miguel Esquites de Portes, escrivão dos Órfãos da mesma Capitania. Casou com D. Maria Coutinho de Mello (a quem alguns chamam D. Maria de Mello Coutinho *, e assim se escreve na justificação que no ano de 1683 fez seu bisneto Diogo de Azeredo Coutinho. Temos, porém, por certo, que seu primeiro sobrenome foi o de Coutinho, porque deste modo está escrito no testamento de seu marido), a qual era natural da mesma Capitania, irmã inteira de Vasco Fernandes Coutinho, ♣ o Moço,

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segundo Sr. Donatário, por cujo falecimento, sem sucessão de sua mulher, D. Luisa Grimaldi, passou este senhorio ao seu sobrinho Francisco de Aguiar Coutinho, filho de Ambrozio de Aguiar Coutinho, Governador das Ilhas dos Açores, e neto de Pedro Affonso de Aguiar, e de D. Antonia de Vilhena Coutinho. Deste, pela mesma causa de falta de descendência, passou a sua Irmã D. Joanna de Castro, que se achava casada com Antonio Gonsalves da Câmara, Comendador da Ordem de Cristo, que se verificou em seu filho Ambrozio de Aguiar Coutinho, que foi o 4º Senhor Donatário, e deste passou a seu filho Antonio Luiz Gonsalves da Câmara Coutinho, Almotacé Mor do Reino, Vice Rei da Índia, o qual veio a ser o 5º e último Senhor Donatário desta família de Coutinho, não passando o mesmo Senhorio a seus filhos por havê-lo vendido a um particular da Bahia, como escreve o autor da América Portuguesa. Ambos filhos de Vasco Fernandes Coutinho, o grande fundador, e primeiro Senhor Donatário da referida Capitania em 50 léguas de terra pela costa, e direito de Saga e Castella, por mercê do Rei D. João 3, feito de Jaro e Herdade para ele, e seus descendentes ao ano de 1525,

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.................... havidos em Anna Vaz de Almada, como consta dos testamentos de seu filho Vasco Fernandes Coutinho Moço, e o de seu genro Marcos de Azevedo, Netos pela parte paterna de Jorge de Mello, por alcunha, O Lages, Copeiro Mor do Reino e Alcaide Mor de Paiva Redondo, e de sua mulher, D. Branca Coutinho, filha de Vasco Fernandes Coutinho, Senhor de Bastos e Monte Longo, e de sua mulher, D. Maria de Lima, filha dos primeiros Viscondes da Vila da Cerveira; neta de Irmão Coutinho, Senhor de Armar e Penagião (o qual era irmão de D. Vasco Fernandes Coutinho, 1º Conde de Marialva, de quem foi bisneta e herdeira da sua casa D. Guiomar Coutinho, que veio a ser Infanta deste Reino, por haver casado com o Infante D. Fernando, filho legítimo do Rei D. Manuel) e foi também Senhor de Bastos e Monte Longo, por haver casado com D. Maria Coutinho, filha herdeira de Ruy Vaz Coutinho, Senhor de Bastos, e de Monte Longo, e de sua mulher, D. Branca Vilhena, filha de Henrique Manuel, Conde de Cea e Cintra, que era bisneto de S. Fernando, o 3º de Castella, e de sua mulher D. Brites de Souza. Sendo esta D. Brites de Souza mulher do Conde de Cea, bisneta do Rei

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D. Affonso 3 de Portugal; e em D. Branca Coutinho, mulher de Jorge de Mello, de quem se trata mais acima, bisneta por varonia de Gonsalo Vasques Coutinho, segundo Marechal do Reino, e sétimo Senhor do Couto de Leomil, e de sua mulher D. Leonar de Azevedo, filha de Gonsalo Vasques de Azevedo, 1º Marechal do Reino, e de D. Ignez Affonso de Albuquerque, filha de D. João Affonso de Albuquerque, descendente por varonia do Rei D. Diniz, de Portugal. Bisnetos de Martinho Affonso de Mello, Copeiro Mor do Reino, Alcaide Mor de Paiva e Redondo (Irmão inteiro de Garcia de Mello, Alcaide Mor de Serpa, de quem descendem o Monteiro Mor e Porteiro Mor do Reino, e de sua mulher, D. Guiomar de Menezes, filha de Gonsalo Nunes Barreto, Alcaide Mor de Faro, ascendente dos Conde do Val dos Reis, Duque de Gandia, Príncipe de Osquibeca, e outras casas ilustres.

Terceiros netos de João de Mello, copeiro Mor do Reino, e Alcaide de Serpa e Redondo, Guarda Mor do Rei D. Duarte, e Senhor de Ferreira de Alves, de quem foi filho D. Rodrigo Affonso de Mello, 1º Conde de Olivença, cuja filha herdeira, D.

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Felipa de Mello, casou com o Sr. D. Álvaro, da Casa de Bragança, e são ascendentes dos Duques de Cadaval) e de sua mulher, D. Isabel da Silveira, filha de Nuno Miz da Silveira, Senhor de Friena, Coudel Mor do Reino, escrivão das Raridades, e ascendente dos Condes Sortella, Oriola, Sargedas. E, finalmente, quartos netos de Martim Affonso de Mello, o Velho, Guarda Mor do Rei D. João 1º, Alcaide Mor de Évora, e Olivença, Senhor de Barbacena, o qual era sexto neto, por varonia, de D. Pedro Prasseires, contemporâneo do Conde D. Henrique, pai do nosso primeiro Rei, D. Affonso Henriques, em quem o Conde D. Pedro dá princípio a família de Mello, e de sua mulher D. Briolonja de Souza, filha de Martinho Affonso de Souza, Senhor de Mortagoa, bisneta, por varonia, do Rei Affonso 3º, de Portugal. Consta do brasão d’armas de Carlos Manuel Tavares da Silva, e o trazem todas os genealogistas do Reino em título de Mello e Coutinho. Nasceram deste matrimônio os filhos seguintes, cujos nomes se escrevem aqui pela mesma ordem que seu Pai os declarou no seu testamento, que são sete:

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13. JOÃO DE AZEREDO COUTINHO DE MELLO, que casou com a sua parenta D. Maria de Azeredo, filha de .......................... , e teve geração que se acha quase extinta.

13. BELCHIOR DE AZEREDO COUTINHO DE MELLO, que se segue.

13. FREI MIGUEL DE S. MARCOS, religioso reformado de S. Francisco.

13. DOMINGOS DE AZEREDO COUTINHO E MELLO.

13. ANTONIO DE AZEREDO COUTINHO DE MELLO.

13. D. HELENA COUTINHO DE AZEREDO, mulher de Duarte de Albuquerque de Mello.

13. D. ISABEL COUTINHO DE AZEREDO.

XIII. BELCHIOR DE AZEREDO COUTINHO E MELLO. Nasceu na Capitania de seu Avô, e passou a viver na cidade do Rio de Janeiro, onde casou com D. Antonia de Gouvêa, filha de Miguel Gomes Brabo, e de sua mulher D. Isabel Pedroza de

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Gouvêa, neta de Rui Dias Brabo, e de sua mulher D. Antonia Rodriguez, bisneta de Miguel Gomes Brabo, Escudeiro Fidalgo, terceira neta de Fernão Gomes Brabo, que teve o mesmo foro, e quarta neta de Martim Gomes Brabo, fidalgo galego. Tiveram os seguintes filhos, são três:

14. BELCHIOR HOMEM DE AZEREDO, que morreu degolado na Bahia, por matar inocentemente a sua parenta D. Maria Coutinho e seu marido Antonio, na Ilha Grande.

14. D. MARIA COUTINHO DE AZEREDO E MELLO, que se segue.

14. ISABEL DE AZEREDO COUTINHO.

XIV. D. MARIA COUTINHO DE AZEREDO E MELLO. Casou no Rio de Janeiro com Pantalião Duarte Velho, Senhor de Engenho de Irajá, de cujo recebimento fez assento na Sé da mesma cidade no 1º de Julho de 1637, o qual se acha no Livro dos casamentos daquele ano, a fl. 119. Tiveram os seguintes filhos, que são quatro:

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15. PANTALIÃO DUARTE VELHO, que faleceu sem geração.

15. D. MARIA COUTINHO DE AZEREDO E MELLO, que se segue.

15. D. ANTONIA DE AZEREDO COUTINHO, mulher de Francisco Alz de Mattos.

15. D. ISABEL DE AZEREDO COUTINHO, mulher de Lucas de Canto, Capitão naquela cidade, de cuja descendência não temos notícia alguma.

XV. D. MARIA COUTINHO DE AZEREDO E MELLO. Foi batizada no Rio de Janeiro a 21 de Março de 1638. Foram seus padrinhos seu Avô Belchior de Azevedo, e a sua Bisavó Isabel Pedrosa de Gouveia. Casou na mesma cidade a 14 de Julho de 1652, sendo seu padrinho D. Luiz de Almeida, Governador de lá, com Lucas da Silva Tavares, natural de Lisboa, de onde passou ao Brasil na aramada do Conde de Vila Pouca, pelo que se lhe deu o hábito de Cristo com vinte mil réis de Tença, o qual recebeu por carta de 29 de Maio de 1651, foi Capitão no Rio de Janeiro, e voltando a

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Lisboa, Vedor das obras desta cidade. Filho de Manuel Nuno da Silva, Cavaleiro da Ordem de Cristo, que recebeu em Novembro de 1647, Vedor das obras da cidade de Lisboa, o qual entregou a bandeira da Câmara de Lisboa a D. Álvaro de Abranches, no dia feliz da aclamação do Rei D. João 4º, e a Sua Majestade as chaves da mesma cidade, e de sua mulher, D. Maria Garcez; neto de Francisco da Silva Tavares. Vedor das obras públicas, morreu degolado por matar inocentemente a sua mulher, D. Brites de Gouvêa; bisneto de outro Lucas da Silva Tavares, Vedor das obras da cidade de Lisboa, e de sua mulher D. Catharina Tavares. Tiveram dois filhos.

16. FRANCISCO DA SILVA, que se segue.

XVI. FRANCISCO TAVARES DA SILVA. Nasceu no Rio de Janeiro, passou a Lisboa na companhia de seu Pai que vinha preso por causa de umas alterações que houveram na mesma cidade, deixando ficar suas irmãs, e a sua mãe, e não querendo tornar para a sua pátria, ficou em Lisboa, onde foi Vedor da mesma cidade, casou três vezes, a primeira vez

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com D. Maria da Gama Lobo, filha de ...................... Tiveram uma filha.

17. IGNEZ FLÁVIA DA GAMA LOBO, que casou por eleição sua com Veríssimo Pinto, natural de Alenquer, casado segunda vez com a sua parenta D. Julia Máxima da Silva, filha de ...................... , Contador das Contas do Reino, e de sua mulher, D. Violanta da Silva, filha de Vicente da Silva, tesoureiro do Consulado, e Contador das Contas do Reino, e de sua mulher D. Maria Reboredo Carneiro; e neta por seu Pai de Matheus da Rocha Pereira e de sua mulher, D. Isabel da Silva, filha de Diogo da Silva, instituidor de uma Capela em S. Vicente de Fora. Tiveram 3 filhos.

17. LUCAS NICOLAO TAVARES DA SILVA, que se segue.

17. DR. JOÃO EVANGELISTA. Cônego regular de Santo Agostinho, que depois faleceu Vigário do Socorro, em Lisboa, foi qualificador do Santo Ofício, Examinador das três Ordens Militares, Deputado da Bulla de Cruzada, e um dos maiores letrados do seu tempo.

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17. MIGUEL NUNO SILVA, que passou ao Brasil, e havendo casado nas Minas, morreu sem geração. Casou a terceira vez com D. Thereza Gabriella do Amaral, natural de Leira, onde se recebeu na freguesia de Monte Redondo a 29 de Outubro de 1705; e ela foi batizada na Sé, a 18 de Março de 1688, filha de Antonio Castes, e de sua mulher, D. Thedia Pereira; neta por seu Pai de João Cortes, e de sua mulher, Andreza Vieira, pela parte materna neta de Manuel de Almeida Falcão, superintendente que foi das participações de Beja, Tenente de Mestre de Campo General, e Governador de Serpa, Aranches, e Saramenha, e sua mulher, D. Maria do Amaral. Tiveram dois filhos.

17. ANTONIO DO AMARAL DA SILVA, Sacerdote do hábito de S. Paulo, depois de haver sido religioso da Trindade.

17. CARLOS MANUEL TAVARES DA SILVA, cavaleiro da Ordem de Cristo, e familiar do Santo Ofício, por carta de 16 de Março de 1743. Tirou brasão com as armas dos Silvas, Azevedos, Coutinhos e Mellos, a 26 de Março de 1745, do qual se

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prova toda a ascendência que lhe damos neste título.

17. LUCAS NICOLAO TAVARES DA SILVA, filho de Francisco Tavares da Silva, e de sua segunda mulher, D. Julia Máxima da Silva, nasceu junto à Freguesia do Paraíso, faleceu em uma quinta junto ao Convento das Religiosas da Conceição de Laz, a 8 de Julho de 1750, e por disposição sua foi sepultado na Igreja das mesmas Religiosas, onde tinha uma filha. Casou em Lisboa com D. Maria Magdalena Trigueiras Samedo e Vasconcellos, filha de Manuel de Azevedo da Silva, e de sua mulher, D. Guiomar Rui Grades Trigueiros, filha de João Trigueiros Somedo, dos Trigueiros de Torres Vedras, e de sua mulher, D. Thereza Rui Grades; neta de João Pereira Trigueiras, e de sua mulher, D. Guiomar de Alz e Cunha, filha de Antonio Madeira da Cunha, e de sua segunda mulher, D. Maria de Siqueira, instituidores do Morgado de Cadafais; bisneta de João Trigueiros Pereira, cavaleiro fidalgo da Casa Real, e de sua mulher e parenta, D. Isabel Trigueiros, 3ª neta de Francisco Pereira Semedo, e 4ª neta de Rui Pereira e de sua mulher, D. Francisca Trigueiros, a qual era filha de

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Sebastião Semedo, e de sua mulher, D. Brites Trigueiros, dos verdadeiros Trigueiros e Pereiras deste Reino, como consta no brasão de seu neto Sebastião Semedo, de Torres Vedras, e moço da Câmara do Rei D. Sebastião, passado no ano 1577. Tiveram dois filhos.

18. MIGUEL NUNO DA SILVA DE AZEREDO COUTINHO, que por morte de seu Pai sucedeu na sua casa.

18. MARIA ANNA JOSEFA. Religiosa no Convento da Luz, no qual professou, em Fevereiro de 1747, com o nome de Sóror Maria Anna Josefa de Jesus.

§ 3.

XIV. D. ISABEL DE AZEREDO COUTINHO, filha de Belchior de Azeredo Coutinho, e de sua mulher, D. Antonia de Gouveia, nasceu no Rio de Janeiro, onde fez testamento a 20 de Junho de 1692 e codecílio em 1694, o qual foi aprovado pelo tabelião José Correa Ximenes e o

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testamento por f. .................... do Couto. Casada com Manuel de Gouveia, natural da Vila de Obidos, e Senhor de Engenho no Rio de Janeiro, como consta do testamento de sua mulher, filho de João Gouvêa, e de sua mulher D. Maria de Obidos, como se prova das inquisições do seu filho Frei Ignácio de Gusmão. Tiveram 3 filhos.

15. FREI IGNACIO DE GOUVEA, Religioso Carmelita Calçado, da Província do Rio de Janeiro, no qual professou em 1688.

15. MANUEL DE GOUVEA, que voltando a Obidos, morreu casado, e dele não sabemos outra coisa. Foi filho mais velho.

15. D. THEREZA DE GOUVEA, que casou, sem a aprovação de seus parentes, com Antonio Rodrigues de Leão, de quem houve bisnetos casados.

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§ 4.

XIII. DOMINGOS DE AZEREDO COUTINHO E MELLO, filho quarto de Marcos de Azeredo, e de sua mulher, D. Maria Coutinho de Mello. Nasceu na Capitania de seu Avô, onde foi batizado a 18 de Maio de 1596, e vendo que nela lhe faltavam ocasiões de se poder adiantar no serviço de seu Monarca por haver amizade as guerras que ali nos faziam os Bárbaros Guaranis e Tupiniquins e ditadores do País, afim de nos ................. o estabelecimento nela; tendo-se domesticado algumas aldeias deles, e havendo se retirado os mais para o interior dos Sertões, onde todo o seu cuidado era esconder-se dos portugueses, passou ao Rio de Janeiro, onde eram mais freqüentes as embarcações para Portugal, com o projeto de passar a este Reino, movido pela esperança de achar todo o apoio nos ilustres parentes que tinha na Corte e amplíssimo teatro para as melhores ações nos dilatados domínios da Monarquia Espanhola, de que então fazia parte a de Portugal. E tradição que estando já embarcado e fora de fazer vella no dia seguinte para Lisboa, o foi buscar a bordo Chrispim da Cunha Ferreiro,

15FamilavolI–p145143

Ângela.TinovolIp239

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cidadão principal daquela cidade, e dissuadindo-o da viagem que empreendia, lhe ofereceu para esposa uma filha, grandemente dotada. Aceitou Domingos de Azeredo a oferta, movido das conveniências do dote, e da qualidade da esposa, e desembarcou o seu fato, assentou a sua casa no Rio de Janeiro, onde se achava vivendo pelos anos de 1645, em que lembrou ao Rei D. João 4º para o ocupar no descobrimento das Minas de esmeraldas, que seu Pai descobrira, mandando o mesmo Senhor a Duarte Corrêa Vasques Annes, que então governara o Rio de Janeiro, cuidasse com a maior diligência no estabelecimento das ditas Minas, coisa tão importante ao serviço da Casa e bem dos seus Vassalos, e ordenando-lhe expressamente que para o dito efeitos tratasse com os filhos de Marcos de Azeredo. Em conseqüência desta ordem, mandada a Duarte Corrêa, em Carta de 7 de Dezembro de 1644, tratou este Governador do dito estabelecimento com Domingos de Azeredo Coutinho, e o seu irmão Antonio de Azeredo Coutinho, os quais, vendo que aquilo era agrado de S. Majestade, se lhe ofereceram não só para ir ao dito descobrimento, mas para o fazerem à sua

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custa, esperando que o mesmo Senhor lhes faria ao depois mercês correspondentes ao seu trabalho e despesas. Não era para rejeitar esta oferta. O Governador a aceitou, nomeando o Capitão descobridor e administrador das ditas Minas das esmeraldas, e de todas as mais que pudesse descobrir, e o poder de levar, às suas ordens, o gentio das Aldeias que quisessem, e uma companhia de 50 portugueses, e com todos os mais poderes que S. Majestade havia sido servido conceder-lhe, com a Administração das Minas do Estado do Brasil, o que tudo se prova da Provisão que lhe passou para o mesmo efeito, dada no Rio de Janeiro a 12 de Agosto de 1645, e registrada nos Livros da Câmara da Vila da Vitória, a fl. 34, cujo teor, tirando algumas palavras menos substanciais, é o seguinte:

“Duarte Corrêa Vasques Annes, Governador do Rio de Janeiro, e Administrador das Minas de S. Paulo, e das mais deste Estado, etc. etc. por quanto S. Majestade, que Deus guarda, me ordena por Carta de 7 de Dezembro do ano passado, que trate com todo o cuidado de

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estabelecimento das Minas de Esmeraldas que diz haver no Sertão da Capitania do Espírito Santo já descobertas, por Marcos de Azeredo e que também foram alguns religiosos da Companhia de Jesus, e particularmente o Padre Ignácio de Siqueira, ordenando-me que trate com os ditos Religiosos, e com os ditos filhos de Marcos de Azeredo, a saber Domingos de Azeredo Coutinho, e Antonio de Azeredo Coutinho se ofereceram para ir a suas custas por serviço de Sua Majestade esperando de Sua Real Grandeza mercês iguais ao serviço que nisso fizeram, ajustando me com a dita Carta e Ordem que o dito Senhor nela me dá, e como Administrador das Minas deste Estado, Hey por bem e serviço do dito Senhor de nomear para o dito descobrimento, emtabulamento das ditas Minas das Esmeraldas do Sertão da dita Capitania do Espírito Santo aos ditos Domingos de Azeredo Coutinho e Antonio de Azeredo Coutinho para que em companhia dos ditos religiosos vão tratar delas; e sendo caso que para algum impedimento ou falta de licença não possam ir os ditos Religiosos, que vão os ditos Domingos de Azeredo Coutinho e Antonio de Azeredo Coutinho, a quem em nome de Sua

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Majestade concedo faculdade que possam levar 50 portugueses homens brancos, e os Gentios das Aldeias que para isso houverem de mister na forma da dita Carta de Sua Majestade, e lhes encarrego da dita diligência com ação em que o Serviço do dito Senhor vai tão interessado, de cuja parte lhes manifesto, que o dito Senhor lhes manda fazer as mercês que for servir descobrindo a Serra como na dita Carta declara. Pelo que ordeno ao Capitão Mor da dita Capitania do Espírito Santo, e a todos os oficiais de Justiça, Fazenda e Guerra dêem aos ditos Domingos de Azeredo Coutinho, e Antonio de Azeredo Coutinho a ajuda e favor que lhes seja necessário. Com combinação e para melhor efeito do dito entabulamento concedo por esta maneira que passo aos ditos Domingos de Azeredo Coutinho, e Antonio de Azeredo Coutinho, e a cada um em particular, e a ambos juntos todos os poderes que com administração das Minas deste Estado Sua Majestade há servido conceder-me ......................... e as pessoas que forem ao dito descobrimento, e Índios que os acompanharem vejam e obedeçam as suas ordens, e mandados como se fossem, por mim dadas, e tudo isto assim se entenderá

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no descobrimento das ditas Minas de Esmeraldas, como nas mais da que tenham notícia de ouro, prata e outros gêneros, em que também lhes encarrego façam diligência ........................

Dado nesta cidade do Rio de Janeiro sob meu sinal e selo das minhas armas, aos 12 de Agosto de 1645”.

Desempenharam fielmente a promessa Domingos de Azeredo Coutinho e seu Irmão, Antonio de Azeredo Coutinho, indo por vezes ao dito descobrimento como o atesta o Padre Simão de Vasconcellos. Porém não correspondeu o sucesso às esperanças, para que havendo crescido as matas, se ocultaram desta arte as ditas Minas, e não foi possível dar com elas.

O Padre Vasconcellos o diz – E depois deste o Capitão Marcos de Azeredo, que trouxe quantidade considerável delas, e por diversos outros tempos fizeram a mesma jornada seus filhos e outras pessoas; porém sem efeito por terem os tempos cegado os caminhos, crescendo o mato, e escondendo ao homem estas riquezas.

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Casou Domingos de Azeredo Coutinho com D. Antonia Tenreiro da Cunha, natural do Rio de Janeiro, filha de * Chrispim da Cunha Tenreiro, da mais * nobre família da mesma cidade, como consta do instrumento de justificação de Diogo de Azeredo Coutinho o qual Chrispim da Cunha foi natural de Évora, e das famílias dos seus sobrenomes, aparentado também com as de Souza, Carvalhos, Paes, Ferreiras Falcões, Vidigaes, os quais eram fidalgos e comendadores da Ordem de Cristo, como consta de um brasão que a 8 de Janeiro de 1643 tirou o seu Pai Dr. Francisco Paes Ferreira, e se conserva no poder de seu descendente Sebastião da Cunha Coutinho Rangel, e de sua mulher, D. Isabel * Velho de Martins, irmã inteira de Diogo de Maris, 2º Provedor da Fazenda Real da mesma cidade, ambos filhos * de Antonio Maris, o Velho, e de D. Isabel Velho. Tiveram os filhos seguintes, que são 3. *

Guaranip.99

Famílias‐19janeirovol.IIp.519.”.

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14. CHRISPIM DA CUNHA TENREIRO, que foi Coronel no Rio de Janeiro, e onde casou com D. Bárbara da Silva, filha de .........................

14. MARCOS DE AZEREDO COUTINHO E MELLO, que se segue.

14. DOMINGOS DE AZEREDO COUTINHO, que casou com D. Maria Coelho, filha de ....................... e tiveram a MANUEL DE AZEREDO, de quem só sabemos que foi Capitão no Rio de Janeiro, e não temos notícia de que casasse e deixasse descendência.

14. ANTONIO DE AZEREDO COUTINHO. * Apontamento: “p. 333”.

14. D. ISABEL TENREIRO DA CUNHA.

14. D. ANNA TENREIRO DA CUNHA, mulher de Francisco Machado, teve filhos que morreram sem geração.

14. D. JOANNA TENREIRO DA CUNHA.

14. D. HELENA DE AZEREDO COUTINHO, mulher de Antonio Pimenta Tello ou de Carvalho, tia do Mestre de Campo Manuel Pimenta Tello. Tiveram a:

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15. D. CLARA DE AZEREDO COUTINHO, mulher de João de Castro Pinto.

15. D. MARIA E D. CANDIDA, que faleceram sem estado.

14. MARCOS DE AZEREDO COUTINHO E MELLO. Nasceu no Rio de Janeiro, e onde foi Capitão e casou com D. Paula Rangel de Macedo (Irmã inteira de D. Catharina da Sa. Sandoval, mulher de Francisco Sodré Pereira, Moço Fidalgo, e Coronel da Infantaria, e filho do Senhor das Águas Velhas, e de cujo matrimônio descendem os Sodré, do Rio de Janeiro) filha de João Gomes da Silva, Capitão de Infantaria e Governador da Fortaleza de S. Antonio da Bahia no tempo da guerra dos Holandeses, e depois havendo passado ao Rio de Janeiro, Capitão da Fortaleza de S. João da Barra da mesma cidade, Provedor da Fazenda Real, e Juiz de Órfãos que serviu a 28 de Fevereiro de 1632, em que tinha 50 anos de idade, e mais de 26 de assistência na terra, o que tudo consta de uma certidão da Câmara da mesma cidade, passada em seu favor no dito ano, por se querer a propriedade do mesmo ofício, e de sua mulher, D. Maria Maris, filha de

1ªFamíliaVolIp.145

an.a.Latinovol.Ip.239

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Diogo Maris Loureiro,* segundo Provedor da Fazenda Real do Rio de Janeiro, (irmão inteiro de Antonio de Maris Loureiro, Prelado Administrador daquela diocese, antes de sua erecção em Bisbado) e de sua mulher D. Paula Rangel de Macedo (irmã inteira de Belchior Rangel, que pelos anos de 1614 era um dos Capitães da Conquista do Maranhão, debaixo das ordens de seu Capitão Mor Jerônimo de Albuquerque, e dele faz menção o Autor dos Anais Históricos do Estado do Maranhão, desde o N° 248 até 318, onde se achará um testemunho de sua qualidade, e também irmã inteira de Balthazar Rangel de Macedo, que, casando com D. Joanna de Souza, filha de Ambrósio de Souza, e de D. Jarta de Azevedo, e neta de D. Jorge de Souza, Comendador de Azambuja, e 3º Avô por varonia de Julião Rangel Souza Coutinho e seus Irmãos; filha de Julião Rangel de Macedo, O Velho, Fidalgo da Casa Real, e Capitão da Conquista do Rio de Janeiro, em que serviu com muito valor contra o gentio que naqueles tempos nos traziam inquietos em repetidos ataques, e onde vivia pelos anos de 1583, em que por ausência do Governador e Ouvidor Geral Salvador Corrêa de Sá, lhe ordenou o Rei d. Felipe I, de Portugal, que servisse no

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lugar do Ouvidor Geral da mesma cidade, e o que ele obedeceu tomando posse do dito emprego a 28 de Junho do mesmo ano, e de sua mulher D. Brites Sardinha, irmã de D. Pedro Fernandes Sardinha, primeiro Bispo de todo Estado do Brasil; bisneta a dita Paula Rangel de Macedo, por parte de seu Avô, Diogo de Maris, de * Antonio de Maris, O Velho, primeiro Procurador da Fazenda Real na mesma cidade, e de sua mulher Isabel Velho natural da Capitania de S. Vicente. João Gomes da Silva tinha passado a militar no Brasil, era filho de Braz Gomes de Sandoval, e de sua mulher, D. Helena da Silva, filha de João Gomes da Silva, valido del Rei D. Sebastião, e ascendente das ilustres Casas de Marquez de Alegrete, e Conde de Tarouca. Nasceram deste matrimônio os seguintes filhos, que são 6.

15. IGNÁCIO RANGEL DE AZEREDO COUTINHO, que se segue.

15. D. CATHARINA COUTINHO DE MELLO. * P. 266

15. D. MARIA COUTINHO DE MELLO. * 273

15. D. PAULA RANGEL DE MACEDO. * 274

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15. D. LUISA GRIMALDI COUTINHO. * 309

15. D. BRITES DE AZEREDO COUTINHO. * 310

XV. IGNÁCIO RANGEL DE MACEDO DE AZEREDO COUTINHO, nasceu no Rio de Janeiro, onde foi Capitão e faleceu com 24 anos de idade, casou 3 vezes, a primeira com a sua parenta D. Isabel Rangel de Macedo, filha de Amador de Lemos de ................. e de sua mulher, D. Isabel Rangel de Macedo, filha do Dr. Francisco Affonseca Diniz, e de D. Isabel Rangel de Macedo *, filha de Catharina Abreu de Souto Maior, natural da Ilha da Madeira, moço fidalgo da Casa Real, e de sua mulher, D. Isabel Rangel de Macedo, filha de Julião Rangel de Macedo, o Velho, e de D. Brites Sardinha, dos Rangeis do Rio de Janeiro. O dito Dr. * Francisco de Affonseca Diniz, foi natural do Rio de Janeiro, sobrinho de Pedro Homem de Albernaz, aclamador de D. João IV na mesma cidade, e por este serviço Prelado Administrador daquela diocese, foi filho de D. Jorge Fernandes da Affonseca, natural de Buracos, Bispado de Coimbra, * e de sua mulher, D. Brites da Costa

*Pequenasmarcasnaformadexis,aprimeira,doladodireitodotexto,grafadocomcanetaazulaoladodonome“D.IsabelRangeldeMacedo,...”.Asegundamarcaestádoladoesquerdoaoladodonome“FranciscodeAffonsecaDiniz,...”,tambémcomcanetaazul.*Aofimdapáginaconstaaseguinteanotaçãografadacomcanetavermelha:“na.G.Latinovol.7p.168”.

na.Glat.vol.4p.424445

“363

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Homem, natural do Rio de Janeiro, neto, por parte paterna, de Francisca da Affonseca, natural de Aveiro, e de sua mulher, D. Juliana Nunes, natural de Lisboa, e, pela parte materna, neta de Aleixo Manuel, natural da Ilha do Fayal, e de sua mulher, Francisca da Costa Homem, natural da Ilha da Terceira. Não teve descendência do primeiro casamento. Casou segunda vez com Victória Maciel Tourinho, filha de ............................. Tiveram 4 filhos, a saber:

16. ESTEVÃO RANGEL DE AZEREDO COUTINHO, que se segue.

16. MARCOS DE AZEREDO COUTINHO, que casou em Campos dos Goitacazes. * Anotação em caneta vermelha: “an. Glat. vol 4 p. 442”.

16. ANTONIO AZEREDO COUTINHO, morreu sem geração.

16. D. ÚRSULA DE AZEREDO COUTINHO, mulher de João Dias de Espínola. Morreram sem geração. Casou a terceira vez com a sua prima irmã D. Isabel de Azevedo Coutinho, filha de Luiz Cabral de Távora, e de sua tia, D. Isabel Tenreiro da

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Cunha. Deste casamento não teve descendência

XVI. ESTEVÃO RANGEL DE AZEREDO COUTINHO. Nasceu no Rio de Janeiro, no lugar a que chamam Pendotiba. Casou com D. Catharina de Sá Leão, batizada na Freguesia da Vila de S. Antonio de Sá, filha de Domingos de Sá Leão, e de D. Maria de Barros, filha de Domingos de Barros, e de D. Cecília Freire Ribeiro, filha de Francisco Freire Ribeiro, e de D. Catharina Pimenta.

Tiveram 3 filhos:

17. IGNÁCIO RANGEL DE AZEREDO COUTINHO, que casou com D. Isabel ............... e parece que faleceram sem geração.

17. DOMINGOS DE LEÃO SÁ, que no ano de 1747 estudava no Seminário de Belém na Bahia.

17. JOSÉ.

an.Glat.vol4cyclo424

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§ 5.

XV. D. CATHARINA COUTINHO DE MELLO, filha de Marcos de Azeredo Coutinho de Mello, e de D. Paula Rangel de Macedo, casou no Rio de Janeiro (onde faleceu) com Luis de Barcellos Machado, Senhor de Engenho Velho em Meriti, e de muitas fazendas de gado nos Campos de Goitacazes, no lugar que chamam Capivari Furado; filho de Jozé de Barcellos Machado, O Velho, e de sua mulher D. Bárbara de Madureira; neto, por parte paterna, de Luiz Barcellos Machado, O Velho, neto, por parte materna, de Antonio de Madureira, natural de Vimioso, de onde passou ao Brasil, e depois de viúvo de D. ................... de Maria, filha de ................... que foi religioso da Companhia de Jesus. Era filho de Gonsalo Vaz do Rego, e de sua mulher, D. Maria de Madureira, filha de Antonio Des de Madureira, e de sua mulher, Antonia Garcia de Gamboa. E o dito Gonsalo Vaz do Rego, filho de outro de seu nome e sobrenome, e de sua mulher, Isabel Velho, o que tudo se prova de um instrumento de sua ascendência, feito no

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Rio de Janeiro a 12 de Dezembro de 1714, pelo Frei Antonio de Madureira de Jesus, Religioso Carmelita Calçado, o qual era irmão inteiro de João de Madureira Machado, Senhor de Engenho de Madureira no Riachão, e filhos ambos de Ignácio de Madureira, irmão inteiro de Luis de Barcellos Machado, marido de D. Catharina Coutinho de Mello.

Tiveram deste matrimônio, entre outros filhos, a 4, que são os seguintes, faltando-nos notícias dos outros.

16. JOSÉ BARCELLOS MACHADO, que se segue.

16. D. BARBARA DE MADUREIRA, mulher de José de Moura Côrte Real, natural do Rio de Janeiro, Capitão Mor Governador da cidade de Assumpção de Cabo Frio, Senhor de Engenho de Parati, no recôncavo, e irmão do Frei João de Moura, religioso reformador de S. Francisco do Rio de Janeiro. Sem geração.

16. D. PAULA RANGEL DE MACEDO.

16. IGNÁCIO DE MADUREIRA MACHADO, que sucedeu a seu Pai no Engenho Velho em Meriti, em que morreu. Casou com D.

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Thereza Maciel, filha de João Velho Barreto, Senhor de Engenho da Pavuna, e de sua mulher, D. Maria Tourinho; de cujo matrimônio sabemos só que teve dois filhos.

17. JOÃO VELHO BARRETO, que viveu em 1754. Senhor do Engenho Velho, de Meriti, casou com D. Sebastianna, de quem só sabemos que é sobrinha de João Areas de Aguirre, Senhor de Engenho em Portella, e Mestre de Campo do Regimento dos Auxiliares do Rio de Janeiro e de sua Comarca.

17. D. ................., mulher de João de Abreu de Vargas.

XVI. JOSÉ BARCELLOS MACHADO. Sucedeu na casa e morgado de Capivari Furtado que o seu Pai instituíra nos Campos dos Goitacazes, onde viveu. Casou com D. Barbara .................... . Tiveram a:

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XVII. CAETANO DE BARCELLOS MACHADO, que sucedeu na casa, e morgado e casou com D. Luisa Pinto de Sampaio, filha de ............ Tiveram a:

XVIII. JOÃO JOSÉ DE BARCELLOS MACHADO, que por morte de seu Pai sucedeu na casa e morgado de Capivari Furtado. Casou no Rio de Janeiro com D. Francisca, filha de José Lins Sayão, Cavaleiro da Ordem de Cristo, fidalgo da Casa Real, e faleceu na Capitania das Minas Gerais, e era Coronel de Cavalaria de Auxiliares, e Secretário do Governo das mesmas Minas, natural de Lisboa, e de sua mulher, D. Catharina de Velasco, filha de Domingos Rodrigues Távora, Tenente Coronel de Ordenanças da mesma cidade, e de sua mulher, D. Francisca Mauricia de Velasco, filha de João Pinto de Affonseca, Sargento Mor de Infantaria, e de sua mulher, D. Catharina de Velasco, filha de D. Fernando de Mulina Velasco, a qual era neta, pela parte paterna, de D. João de Mulina, natural de Castella, de onde passou a Portugal, com o emprego de Auditor Geral de Gente de Guerra de Lisboa.

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§ 6.

XVI. D. PAULA RANGEL DE MACEDO, filha de D. Catharina Coutinho de Mello, e de Luis de Barcellos Machado. Casou com José Barreto de Faria, Senhor de Engenho do Rio Grande, e Padroeiro da Capela do Senhor dos Passos no Convento do Carmo, onde jaz sepultado em Jazigo próprio, e para seus descendentes, filho de Francisco Barreto de Faria, também Senhor de Engenho, e natural da mesma cidade, onde casou com D. Isabel Velho Maris, irmã inteira de D. Anna Tenreiro da Cunha, mulher de Domingos de Azeredo Coutinho, neto de Diogo de Faria, natural de Lisboa, de onde passou ao Rio de Janeiro; foram frutos deste matrimônio os seguintes 3 filhos:

17. D. IGNÁCIA DE AZEREDO COUTINHO, mulher de seu parente José de Azeredo Coutinho de Macedo, Senhor de Engenho do Rio Grande, e Capitão da Companhia da Nobreza do Rio de Janeiro, e havendo durado somente dez meses a sua união por haver ela falecido depois do dito tempo, foi fruto deste matrimônio um filho.

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17. D. ISABEL DE AZEREDO COUTINHO, mulher de seu parente Sebastião Martins Coutinho Rangel, irmão de seu cunhado José Azeredo Coutinho de Macedo, Senhor de Engenho e Capitão da Nobreza antes do dito seu Irmão. Tiveram 4 filhos, a saber:

18. JOZÉ BARRETO DE FARIA, religioso carmelita calçado, com o nome de Frei José de Santa Isabel.

18. VASCO FERNANDES COUTINHO.

18. D. BRITES ISABEL DE MARIZ, mulher de seu Primo João Maris da Silva *, Tenente de Cavalaria no Rio de Janeiro, onde nasceu.

18. D. BARBARA DE MADUREIRA, mulher de seu primo, Sebastião Gomes Pereira, Senhor de Engenho de Paetendiba, Tenente da Companhia da Nobreza.

an.GLatinovol..ano7p.169

an.Gen.Latinovol.7p.168”

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17. D. CATHARINA COUTINHO DE MELLO, mulher de Egas Moniz da Silva, fidalgo da Casa Real, Senhor de um morgado em Torres Vedras, dos quais foi filho João Muniz da Silva, que sucedeu no mesmo foro e morgado de seu Pai, e casou com a sua Prima Irmã D. Brites Isabel de Maris.

§ 7.

XV. D. MARIA DE MELLO COUTINHO, filha de Marcos de Azeredo Coutinho, e de D. Paula Rangel de Macedo, casou com Sebastião Gomes Pereira, que foi Senhor de uma casa opulenta no Rio de Janeiro, e dele não temos mais notícia. Tiveram a:

16. JOÃO GOMES PEREIRA, em quem se continua a família.

16. MARCOS DE AZEREDO, que foi religioso da Companhia de Jesus.

16. FR. SEBASTIÃO DOS MÁRTIRES, religioso dos reformados de S. Francisco da Província do Rio de Janeiro.

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16. FR. MANUEL DA VISITAÇÃO, religioso Carmelita Calçado e Prior do seu Convento no Rio de Janeiro.

XVI. JOÃO GOMES PEREIRA, filho de D. Maria de Mello Coutinho e de Sebastião Gomes Pereira. Foi Senhor de Engenho da Paetendiba e Tenente da Companhia da Nobreza.

17. JOSÉ GOMES PEREIRA.

17. D. MARIA DE AZEREDO COUTINHO.

17. D. ANNA DE AZEREDO COUTINHO.

17. D. ANTONIA DE AZEREDO COUTINHO.

17. D. BRITES DE AZEREDO COUTINHO.

§ 8.

XV. D. PAULA RANGEL DEMACEDO, filha de Marcos de Azeredo Coutinho * e de sua mulher, D. Paula Rangel de Macedo, casou no Rio de Janeiro, com Domingos Pereira

259

“.an.G.Latinovol.ano7.p.267

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da Silva, natural de Lisboa, onde foi batizado na Freguesia de Madalena, o qual passou àquela cidade com patente de Capitão de Infantaria de sua guarnição. Foi Senhor de Engenho de Itauna, e teve boa casa, tratando-se com luzimento, e como qualquer dos cavaleiros principais daquela cidade, e serviu nos empregos civis de república, o que tudo provou seu filho nos anos de 1703, de que se lhe passou instrumento que se acha no Cartório da Nobreza, onde ele o meteu por ocasião do Brasão que tirou. Era filho de Paulo Fernando Pereira, e de sua mulher, D. Maria Francisca da Silva. Faleceu no Rio de Janeiro a 22 de Maio de 1698, e jaz sepultado no Colégio da Companhia de Jesus da mesma cidade, como Irmão que era dela, em cuja sepultura se sepultou também sua mulher, D. Paula Rangel de Macedo, que faleceu a 16 de Agosto de 1680. Tiveram a:

16. CLEMENTE PEREIRA DE AZEREDO COUTINHO, que se segue.

16. D. ANDREZA DE GRIMALDI COUTINHO, mulher de Constantino de Paiva Pereira, com quem se recebeu no 1

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de Outubro de 1700, o qual era filho de Estevão de Oliveira Vargas, pessoa muito principal daquela terra, e havendo as Minas, tiveram descendência de quem nos falta notícias.

XVI. CLEMENTE PEREIRA DE AZEREDO COUTINHO, filho de D. Paula Rangel de Macedo, e de Domingos Pereira da Silva, nasceu no Rio de Janeiro, a 23 de Outubro de 1673, foi batizado na Freguesia de Nossa Senhora da Candelária, sendo seus padrinhos Luiz de Barcellos Machado e D. Maria de Oliveira. Foi Senhor de Engenho de Itaúna e Guaxindiba, sitos na Freguesia de S. Gonsalo da outra parte da enseada do Rio de Janeiro, e nas Minas Gerais, para onde se passou depois do ano de 1709, e foi Senhor de Engenho do Arraial da Velha, junto à Vila Real, e Nossa Senhora da Conceição, chamado vulgarmente de Sabará, da qual foi * Capitão Mor, e em que se achava pelos anos de 1715, em que fez testamento, a 17 de Fevereiro. Tirou Brasão com as armas dos Azeredos e Coutinhos no ano de 1717, o qual se acha registrado no Cartório da Nobreza. Faleceu no ano de 1739 no seu

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Engenho de Itaúna. Casou a 16 * de Abril de 1698, dias antes do falecimento de seu Pai, na Igreja de Nossa Senhora d’Ajuda, com D. Helena de Andrade de Souto Maior, irmã inteira de José de Andrade, Senhora da Casa, e Engenho de Gericinó, sendo seus Padrinhos seu meio irmão Ignácio de Souza Pereira, e D. Francisca da Ponte Maciel, e D. Ignez de Andrade de Souto Maior, irmãs inteiras de seu sogro. Os Pais de D. Helena foram Ignácio de Andrade de Souto Maior, e D. Anna de Alanção e Luna, natural de S. Paulo. Era ela filha de Ignácio de Andrade de Souto Maior, Senhor da mesma Casa, e Senhor do Engenho de Gericinó, Pedra d’Água, Novo, Meriti e outros, em que completava o número de sete, que fazia de sua casa uma das de mais opulência daquela Capitania, o qual houve a sua filha D. Helena de Andrade, de sua mulher, D. Anna de Alanção e Luna, natural da cidade de S. Paulo. Foram Avós paternos de D. Helena, Ignácio de Andrade Machado, natural da Vila de Praia, na Ilha Terceira, e das famílias dos seus apelidos da mesma Ilha; o qual passou ao Rio de Janeiro onde foi Capitão, Senhor do Engenho da Pedra, e teve boa casa, e de sua mulher, D. Helena de Souto Maior

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Cardoso, natural do Rio de Janeiro, a qual sobreviveu o seu marido, e por assistir no seu Engenho da Pedra foi muito conhecida pela circunstância de a chamarem de Viúva da Pedra. Por parte de seu Avô paterno, Ignácio de Andrade Machado, era D. Helena bisneta de Antonio Fernandes Botelho, natural da dita Vila da Praia, morador no lugar das Fontainhas, onde tinha as suas fazendas, e de sua mulher, Francisca de Ponte Maciel, pela qual foi terceira neta de Diogo da Ponte Maciel, e de sua segunda mulher, Catharina Gaspar Machado, por quem vinha a ser quarta neta de Gaspar Gonsalves Machado, Senhor do lugar Ribeira Seca, na mesma Ilha, e da sua segunda mulher, Clara Gil Fagundes, filha de Gil de Borba, e de sua mulher, Beatriz Rodriguez Fagundes, quinta neta, pelo dito Gaspar Gonsalves Machado, de Gonsalo Annes de Affonseca, natural de cidade de Lages, no Reino de Algarve, fidalgo da Casa do Infante D. Henrique, e de geração e varonia de Affonseca, o qual passou a Ilha Terceira, no ano de 1450, com seu primeiro donatário, Jacome de Borges, que o havia convidado àquela povoação com promessa de uma grande data de terra, a qual fielmente satisfez

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naquela parte da Ilha que hoje chamam Paul das Barcas, de que ele tomou posse, e ficando na mesma Ilha fundou o lugar de Ribeira Seca, de que alguns a apelidaram, chamando-o Gonsalves Annes de Ribeira Seca, e outros apelidaram chamando-o Gonsalo Annes de Lagos, da Pátria em que nasceu, foi Governador da Capitania da Praia, por ausência do seu donatário. Foi um dos mais nobres povoadores que entraram naquela Ilha, sendo naqueles tempos tão qualificados os que concorriam a povoar países que se descobriram de novo. Depois de ter tomado posse das suas terras, voltou Gonsalo Annes a Lisboa, para conduzir a aquela Ilha a sua mulher, Maria Annes de Andrade Machado. Gaspar Gonsalves nasceu pouco depois de chegar com a circunstância de ser o primeiro homem que nasceu em toda Ilha. Mecia Annes de Andrade Machado foi filha de Dr. João Machado, natural de Lisboa, o qual também passou a mesma Ilha, de que teve o Governo político e civil por espaço de 47 anos; neta de Pedro Machado, do Conselho do Rei, e seu Desembargador do Paço, o qual foi filho de João Esteves da Vila Nova, Alferes Mor do Rei D. João, de boa memória, e de sua mulher, Leonor Gonsalves Machado, Irmã inteira de D.

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João Machado, Bispo de Coimbra, que trasladou os ossos da mãe de Santo Antonio, de quem era parente, por ela proceder também dos Machados, da parte de fora, em que estavam, para dentro da Igreja de S. Vicente de Fora, filhos de Álvaro Gonsalves Machado, Governador das Justiças do Reino, e com a mesma ascendência dos Machados, Senhores de Entre Homem e Cavallo, que depois foram Marqueses de Monte Belo, o que assim justificou Diogo de Barcellos Machado no ano de 1533, para tirar o seu Brasão. Por parte de sua avó paterna, D. Helena de Souto Maior, era D. Helena de Andrade bisneta de Belchior da Ponte Maciel, natural da Ilha Terceira, e Senhor de uma quinta no lugar do Porto Martim, o qual também passou ao Rio de Janeiro, e de sua mulher, Ignez Gonsalves Serra, filha de Pedro Affonso e de sua mulher, Maria Serra de Pedro Martins, morador da Ilha da Madeira, e de sua mulher, a terceira neta de Roque da Ponte Maciel, e de sua mulher, Maria Álvares Cardoso Gonsalves de Souto Maior, a quem chamaram o Cavaleiro, por sua qualidade, e de sua mulher, Margarida Cardoso, filha de Henrique Cardoso, natural de Lamego, o qual passou a Ilha Terceira

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acompanhando a sua irmã, Ignez Martins Cardoso, mulher de Álvaro Martins Homem, primeiro Senhor e Capitão da Praia, onde casou com Beatriz Affonso Homem, e eram filhos de Martim Annes Cardoso, fidalgo da Casa dos Infantes, da antiga Casa dos Senhores da Honra de Cardoso, em Lamego; quarta neta do mesmo Diogo de Ponte Maciel, de quem já acima falamos, o qual viveu no lugar de Beljardim de S. Caetano, saindo da Vila da Praia, onde teve as suas fazendas, e de sua primeira mulher, Margarida Coelho. Finalmente, quinta neta de João da Ponte, Senador de Angra, assim chamado por ser um dos três Senadores que levou consigo para a dita Ilha, Jacome de Bruges, para que com o seu Conselho de dirigisse o Governo dela.

Por parte de sua mãe, D. Anna de Alanção e Luna, era a mesma D. Helena de Andrade Souto maior, neta de D. João Matheos Rendorre de Quevado e Luna, *fidalgo castelhano, natural da cidade de Coira, de onde passou ao Brasil em socorro da Bahia, que se achava tomada pelos holandeses, embarcando na armada

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do General d. Fradique de Toledo, que saiu do porto de Cádiz para o da Bahia no ano de 1625, com a praça de soldado raso, em que vencia mais de três escudos por mês, além do soldo ordinário, em atenção à sua qualidade. Retomada a Bahia, passou à cidade de S. Paulo, em serviço da coroa, e depois de se achar casado nela serviu na restauração de Pernambuco contra os mesmos holandeses, com uma companhia à sua custa. Foi sua mulher D. Maria Bueno da Ribeira, *natural da cidade de S. Paulo, pela qual vinha a ser D. Helena de Andrade Souto Maior bisneta de Amador Bueno da Ribeira, natural da mesma Capitania, Capitão Mor, Governador, Provedor da Fazenda Real, Administrador Geral das Aldeias do Padroado, e Ouvidor Geral da mesma Capitania, de que tomou posse a 11 de Fevereiro de 1627, vassalo tão fiel que, havendo sido aclamado Rei, pelo povo daquela Capitania, ele não consentiu, gritando, a evidente perigo de sua vida, que só vivesse o Senhor D. João IV, seu Rei e Senhor, e que pela fidelidade de vassalo queria morrer na sua defesa, de que tudo se fez assento que se conserva no Livro da Câmara da Vila de S. Vicente, cabeça de toda a Capitania; e de sua

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mulher, D. Bernarda Luiz Camacho, pela qual era D. Helena de Andrade Souto Maior terceira neta de Domingos Luis, Cavaleiro da Ordem de Cristo, Fundador e Padroeiro da Igreja da Nossa Senhora da Luz, da mesma cidade de S. Paulo, chamado vulgarmente o Carvoeiro, por haver nascido em Santa Maria do Carvoeiro de Portugal, de onde passou ao Brasil, e de sua mulher, Anna Camacho, pela qual era quarta neta de Gonsalo Camacho, natural de Portugal, e de sua mulher, Catharina Ramalho, filha de João Ramalho, natural de Boazelas, Comarca de Vizeu, * Capitão Mor, e Alcaide Mor da Vila de Santo André, primeira povoação de Serra acima, o qual testou em 1580, e faleceu em S. Paulo, com mais de 120 anos de idade. Por parte de seu Bisavô, Amadeo Bueno da Ribeira, foi 3º neto de Bartholomeo Bueno da Ribeira, natural de Sevilha, de onde passou a São Paulo em que se acha, no ano de 1599, com o seu Pai Francisco Ramires de Torre, *e de sua mulher, Mecia Pires, filha de Salvador Pires, e de sua mulher, Mecia Fernandes, chamada pelos Índios da Terra, Messiuça, que quer dizer Mecia, A Grande, e neta de Salvador Pires, natural da cidade do Porto, em Portugal, e de Maria Rodriguez,

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natural da mesma cidade do Porto, filha de Garcia Rodriguez e de Isabel Velho; bisneta de João Pires, o Gago, natural da mesma cidade, em Portugal, que passou deste Reino a São Paulo, já viúvo, levando consigo seus filhos Manuel Pires, e Salvador Pires, e na cidade de São Paulo fundou a Casa de Misericórdia, e o altar de Santo Cristo no Colégio dos Padres da Companhia, e foi progenitor da família Pires em São Paulo, tão distinta naquela cidade que alcançou um Alvará de S. Majestade de para que só ela e a dos Camargos pudessem servir na Câmara da mesma cidade, para melhor dizer que um membro de cada uma destas duas famílias fizesse parte da Câmara. Por seu Avô D. João Matheos Rondon e Sra. Era D. Helena de Andrade Souto Maior bisneta de D. Pedro Metheos *Rondom, Regedor e Alcaide Mor da Vila de Olanha pelo estado de fidalgo, e de sua mulher D. Magdalena Clemente de Alanção Cabeça de Vaca, os quais eram fidalgos notórios de vingar 500 soldos segundo os foros da Espanha, e as famílias de Rondom, que não cede, a de Luna, Alanção e Cabeça de Vaca tão ilustres na Espanha como é notório, o que tudo consta de uma justificação feita em Madrid no ano de 1639 perante o Alcaide

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D. Gregório Lopes de Mendicadal, sendo escrivão Eugênio Lopes a requerimento de D. José Rondom de Luna e Quevedo, outro filho seu que estava para passar esse ano ao Brasil, ao qual se passou Instrumento de lá que se conserva o original em poder de José de Andrade de Souto Maior pelo ano de 1746. Nasceram deste matrimônio:

17. D. ANNA DE ALANÇÃO E LUNA, que nasceu a 21 de Abril de 1699, dia em que caiu aquele ano na 2ª oitava de Páscoa, sendo a hora de seu nascimento a meia noite, foi batizada na Freguesia de Nossa Senhora da Candelária pelo Vigário do Padre Thomé de Freitas; Padrinho Luis Telles Barreto de Menezes, seu Primo, e sua Tia D. Francisca de Ponte Maciel. Casou com Bento Rodriguez de Andrade, natural ................... e Sargento Mor. Sem geração.

17. D. HELENA DE ANDRADE DE SOUTO MAIOR COUTINHO, que se segue mais abaixo.

17. IGNÁCIO, que faleceu apenas nascido.

17. CARLOS, que faleceu apenas nascido.

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17. CARLOS DE AZEREDO COUTINHO, que nasceu às 7 horas da manhã do dia 17 de Fevereiro de 1705, foi batizado na casa dos Pais, na sua Capela, pelo Padre Gregório Caldeira de Mello; Padrinho Constantino de Paiva Pereira, marido de sua Tia, D. Andreza de Grimaldi, e sua Irmã, D. Antonia de Alanção e Luna. Faleceu ainda solteiro, e sem geração, no ano de 1739, quinze dias depois de ter falecido seu Pai.

17. D. IGNÁCIA DE ANDRADE DE SOUTO MAIOR, nasceu ao romper do dia a 20 de Junho de 1709, foi batizada na mesma Capela de seus Pais, no Engenho Itaúna, pelo mesmo Vigário Gregório Caldeira de Mello; padrinhos João de Souza Pereira, e D. Maria Coutinho, Tia de seu Pai, e viveu solteira, em companhia de sua Irmã, D. Helena.

17. D. HELENA DE ANDRADE DE SOUTO MAIOR COUTINHO, do N° 17 *acima mencionada, filha de Clemente Pereira de Azeredo Coutinho e de D. Helena * de Andrade Souto Maior do N° 16, § 8,nasceu no seu Engenho de Itaúna a 30 de Setembro de 1700 e foi batizado na Freguesia de Nossa Senhora da Piedade de

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Magé, pelo Vigário Antonio Gomes Homem, sendo seu padrinho Paulo Martins da Gama, e as sua Tia D. Andreza de Grimaldi. Casou no Rio * de Janeiro. Casou com Manuel Pereira Ramos, cujo recebimento se fez na casa deste a 16 de Agosto de 1721, sendo padrinhos Ayres Saldanha de Albuquerque, Governador atual da mesma cidade, e Manuel Corrêa Vasques. Nasceu Pereira *Ramos no Rio de Janeiro, em que foi batizado na Freguesia da Sé, a 5 de Abril de 1682. Seus Pais o fizeram aplicar aos estudos que ele seguiu com aproveitamento, e teria feito aos maiores progressos pelo excelente talento de que a natureza o dotou, se os continuasse a seguir até ciências maiores. Porém as riquezas das Minas, que naquele tempo atraiam não só aos que viviam a muita distância das Minas, não podiam deixar de produzir nele muito efeito. Deixou os estudos, e passou a Minas Gerais, onde viveu muitos anos, possuindo muitas horas, e fazendas rendosas, foi Capitão de Infantaria, e com esta patente serviu onze anos, baixando com ela das Minas em que se achava em socorro da cidade do Rio de Janeiro, invadida por franceses no ano de 1713, acompanhando-o Antonio de Albuquerque Coelho,

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Governador das Minas e General do mesmo socorro. Foi Capitão Mor da Vila do Ribeirão do Carmo, hoje cidade de Mariana, instituído no lugar do seu nascimento, fechou o seu assento nos seus engenhos de Marapicú e Cabuxú, havendo conservado o que possuía em Minas, o do Garma, que depois alienou pela dificuldade da administração. Ali todo o seu cuidado foi aumentar as suas fazendas para deixar um bom patrimônio a seus filhos, obrigando o Governador do Rio de Janeiro, na ocasião das últimas guerras da Colônia, e todos os paisanos a aparecerem na cidade, e passarem mostra nos seus regimentos, e causando-lhe esta ordem detrimento por haver de tirar do seu serviço durante o tempo das mostras muitos homens que ele trazia ocupados no serviço e na administração de suas fazendas, requereu ao Governador referido, pedindo que lhe fizesse isentá-los e dispensá-los da execução de sua ordem. Concedendo-lhe o Governador o que pediu como condição que eles se encarregariam de arregimentar todos os moradores da Freguesia da Nossa Senhora da Conceição de Marapicú e Juari, e faculdade de formar companhias e nomear-lhes os capitães, para estarem

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prontos à servir na defesa daquela cidade se ocasião se pedisse, para cujo efeito lhe passou patente de Capitão Mor daquele distrito, que se compreendia nos limites das duas referidas Paróquias. Aceito o encargo para seguir a isenção que pediram, e passando mostra em suas milícias achou muitos daqueles moradores sem armas. Não pode sofrer o seu coração que se conservassem assim. Mandou comprar espingardas, que o mesmo Governador depois ajustou a instância sua, e distribuiu-as gratuitamente pelos que achou desarmados. Fundou a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Marapicú, em benefício de todos que habitavam nas suas terras, olhando mais para o bem comum daquele povo que para as comodidades de sua família; pois podendo edificar a Freguesia que fundou contigua à sua cãs, para lhe servir ao mesmo tempo de Capela, pelo contrário, a erigiu em distância dela, que ao depois lhe foi necessário fundar uma Capela para a sua família, que consagrou a Nossa Senhora de Guadalupe. Não satisfeito de haver edificado a Freguesia à sua custa, passou a constituir-lhe seu dote, dando-lhe com este título 50 braças de terra vizinha à mesma Igreja e obrigando-se a

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dar o azeite necessário para a sua lâmpada por um contrato feito com o Bispo daquela diocese, ficando ele com o padroado e sepulturas, e tribuna da mesma Freguesia para si e seus descendentes. Tem uma grande instrução de história sagrada, que deve a uma continuada lição da Bíblia, da qual se diverte de quando em quando a sua lição para os poetas latinos, principalmente Virgílio com quem gasta alguma parte do tempo ocioso. Familiarizou-se bastante com as Musas, das quais é favorecido quando se lhe faz necessário o seu influxo. A sua conversação é agradável pelas notícias com que sabe adorná-la, o ânimo tão sincero e tão revestido de tanta bondade como o experimentam todos os moradores da Freguesia em que vive, entre os quais ele conserva a boa harmonia, e a paz, acomodando com a sua autoridade as dissenções que se excitam entre eles, e expulsando daquele distrito os que perturbam o sossego com que ele quer que todos vivam nas suas terras, por cujo motivo o chamam ali seu Juiz Conservador. É * filho de Thomé Álvares do Couto Moreira, e de sua mulher D. Michaela Pereira de Faria e Lemos. Neto pela parte paterna de outro Thomé

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Álvares de Couto Moreira, e de sua mulher, D. Maria de Araújo. Este Thomé Álvares do Couto Moreira nasceu na quinta do Zenha, de que seus Pais eram Senhores, na Freguesia de S. Salvador de Moreira do Conselho de Maia, Bispado do Porto e foi Senhor das Quintas de Eirado, Realheiros, e do Praso de Nicontes, do que se lhe fez empregamento no ano de 1688, por escritura que fez João de Brito, Tabelião daquela Comarca, no dito ano, e por uma morte que fez, se retirou para o Rio de Janeiro, onde depois faleceu, havendo mandar vender tudo que possuía em Portugal, e feito passar àquela cidade a sua mulher, e alguns filhos que tinha dela antes de se haver passado à América. De sua descendência se acharam as memórias em título de Couto Moreiras, do Porto. Por parte de sua Mãe é neto de Francisco de Lemos de Faria, natural da Ilha do Fayal, e de sua mulher, D. Isabel Pereira de Carvalho, filha de Gaspar de Carvalho, Senhor de Engenho de Pendotiba no Rio de Janeiro, e de sua mulher Margarida Gomes de Oliveira, de Capitania do Espírito Santo, e filha de Antonio de Carvalho, e de sua mulher Camila Jorge, dos primeiros povoadores da mesma Capitania. Bisneto de Gaspar de

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Abreu Lima, e de sua mulher, D. Maria Faria e Lemos, pela qual é 4º neto de Manuel de Lemos e Faria, irmão inteiro de Gaspar de Lemos e Faria, Capitão de Infantaria da Ilha do Fayal, o qual testou na Vila de Horta, da mesma Ilha, no ano de 1587 (dispondo que o enterrassem na cova de seu bisavô Pedro de Lemos e Faria, o Velho, o qual foi um dos primeiros povoadores que passaram à Ilha do Fayal, não só pela antiguidade de seu transito, mas também pela qualidade de seu sangue, porque do brasão de seu neto Pedro de Lemos e Faria, tirado no ano de 1575, se declara que era homem fidalgo, e o seu filho Pedro de Lemos e Faria se acha filiado e matriculado entre os fidalgos da Casa de Sua Majestade, como sobrinho de D. Álvaro da Costa, de quem são descendentes por varonia os Condes de Sousel, e os Armeiros Moraes do Reino, e por fêmea todas as Casas e Mestres, e da primeira grandeza do Reino. Era o dito Pedro de Lemos e Faria, o Velho, filho de Luiz Annes de Faria, 5º neto por varonia legítima do famoso Nuno Gonsalves de Faria, progenitor dos Farias, e bem conhecido nas Histórias e Nobiliários do Reino, pela famosa defesa do Castelo de Barcellos, e de sua mulher, D. Brites de

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Lemos e Siqueira, filha de João Gomes de Lemos, 2º Senhor de Frota, e ascendência dos que hoje possuem a mesma casa. A descendência que Pedro de Lemos de Faria, O Velho, deixou no Fayal, difundiu-se depois para outras ilhas, nas quais se aliaram nos filhos e netos com a primeira nobreza delas, como se pode ver no Padre Cordeiro, Livro 6, página 326, N° 224, e Livro 7, página 439, N° 43, e Livro 8, página 462, N° 31. O mesmo atesta Jeronymo de Brum e Silveira, Capitão Mor atual da Ilha do Fayal, o qual havendo se lhe pedido notícias desta família, deu o seguinte: Os Lemos e Farias são dos primeiros povoadores da Ilha do Fayal e da Governança dela, e como tais estimados dos seus primeiros donatários como se vê do testamento de D. Francisca Côrte Real, filha de Jorge da Orta, segundo donatário, e de sua mulher, D. Isabel da Côrte Real, a qual D. Francisca diz no seu testamento feito no 1 de Dezembro de 1538 – por conhecer Jorge Peixoto, e Christovão de Lemos são homens de boa consciência e bom viver, confio eu minha alma, e os faço meus herdeiros e testamenteiros – o qual testamento se encontra nos Resíduos, Tomo da Prsor. Fl. 259, e o mesmo Jorge

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de Orta, segundo donatário, testou em 1549 (dito Tomo fl. 273) a favor do dito Pe. de Lira de Mendonça, varão desta família, a quem deixou a sua terça, que corre em um dos ramos de Lemos. Destes Lemos, aliados com outras famílias nobres, têm saído pessoas ilustres em Armas e em Letras, como foi o Arcebispo de Goa, D. Fr. Christovão de Lemos, de quem faz menção o Padre Cordeiro, página 412, N° 429. O Pr. Francisco Furtado, religioso da Companhia, que vem no Synoptico da Companhia, e na biblioteca lusitana Verbo Francisco, e outros mais que na ilha ocuparam os primeiros postos e cargos da república, e deixaram instituições de capela e outras obras pias entre as quais é boa testemunha a fundação do Convento de Religiosos de Nossa Senhora do Carmo, que fez Helena de Aboim da Silveira (e filha do referido Gaspar de Lemos e Faria) mulher do Capitão Mor desta ilha, Francisco Gil da Silveira. Desta antiga e ilustre família foi ramo Manuel de Lemos e Faria, até que o Capitão Mor Jeronymo de Brum nos relata ser do número dos sujeitos mais distintos que produziu esta família Jorge de Lemos de Bitancourt, que no ano de 1618 povoou o Maranhão à sua custa, e por este serviço foi Comendador

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da Ilha de S. Maria, na Ordem de Cristo, em que teve mais duas Comendas, uma das quais deixou ao seu Irmão D. Francisco de Bitancourt Avilla Lemos Vasconcellos, cujos descendentes se conservam ainda hoje na Terceira. Acham-se Memórias do referido Jorge de Lemos, nos Anais Históricos do Maranhão. Nasceram deste matrimônio 12 filhos, a saber:

18. JOÃO PEREIRA RAMOS DE AZEREDO COUTINHO

§ 9 * 303

18. D. MICHAELA JOAQUINA PEREIRA DE FARIA E LEMOS. Religiosa no Convento de Nossa Senhora da Conceição de Madre Villo, junto de Lisboa, onde professou com o nome de Sóror Michaela Joaquina Archangela de Sta. Anna.

18. MANUEL PEREIRA RAMOS E FARIA, batizado a 16 de Julho de 1728. Presbítero Secular.

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18. D. HELENA DE ANDRADE DE SOUTO MAIOR COUTINHO DE AZEREDO. Religiosa do mesmo Convento da Conceição, tendo o nome de Sóror Helena José Angélica da Glória.

18. CLEMENTE DE LEMOS DE AZEREDO COUTINHO E MELLO, nascido a 31 de Outubro de 1731. Foi um militar ilustre, e Governador da Capitania do Maranhão. Faleceu na cidade de Lisboa a 13 de Fevereiro de 1774.

18. IGNÁCIO DE ANDRADE DE SOUTO MAIOR RONDON. § 10. N° 18. * 306

18. FRANCISO DE LEMOS DE FARIA PEREIRA COUTINHO. Nasceu a 5 de Abril de 1735 no Rio de Janeiro. Foi para Portugal, estudou na Universidade de Coimbra, e tomou grau de Dr. em Cânones em 1754. Reitor do Colégio dos Militares em 1761. Juiz Geral das Ordens Militares em 1767. Desembargador da Casa de Suplicação em 1768. Logo depois foi promovido em um lugar do Tribunal da Inquisição, em Lisboa, e no Vigário Capitular de Coimbra. Reitor da Universidade de Coimbra em 14 de Maio de 1770, e pouco depois foi eleito Bispo de Coimbra, e recebeu ao mesmo tempo o

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título de Conde de Arganil. Exerceu estes lugares até á sua morte, que teve lugar em 22 de Abril de 1822.

18. D. ANNA DE ALANÇÃO E LUNA. Religiosa no Convento de Nossa Senhora do Desterro do Rio de Janeiro

18. THOMÉ DO COUTO MOREIRA E AZEREDO. Morreu apenas batizado.

18 D. MARIA COUTINHO DE MELLO E AZEREDO. Religiosa no Convento de Nossa Senhora do Desterro do Rio de Janeiro.

18. THOMÉ. Faleceu apenas batizado.

18. JOSÉ MANUEL PEREIRA RAMOS. Batizado a 20 de Junho de 1743.

§ 9. * 301

XVIII. JOÃO PEREIRA RAMOS DE AZEREDO COUTINHO. do § 8. Nº 18. Nasceu a 2 de Julho de 1722 no Rio de Janeiro, e faleceu em Lisboa a 6 de Fevereiro de 1779. Formou-se em Cânones na Universidade de Coimbra e tomou grau de Dr. em 19 de Julho de 1744, e foi Lente

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da mesma Universidade, Desembargador do Paço, Procurador da Coroa, e Ministro da Junta de Exame do Estado e Melhoramentos temporal das ordens regulares no Reino del Rei D. José de Portugal. Gozou de toda a estima do Rei D. José e da Rainha D. Maria I. Serviu com o Ministro Marques de Pombal, merecendo toda a sua confiança, e foi sem dúvida uma das maiores notabilidades de seu tempo. Casou em Lisboa com D. Maria do Cordal Ramalho da Fonseca Arnaut do Rivo, filha única de José Ramalho de Oliveira, * 308 e de sua mulher, D. Anna Thereza Arnaut do Rivo. Tiveram 4 filhos nascidos em Portugal.

19. MANUEL PEREIRA RAMOS DE AZEREDO COUTINHO RAMALHO. Moço fidalgo, Desembargador e Senhor do Morgado junto a Condeixa em Portugal. Casou com D. Maria da Conceição Pereira de Sá, filha legítima do Marechal de Campos José Antonio Pereira Lacerda. Teve sucessão, que existe em Portugal.

19. JOSÉ RAMALHO DE OLIVEIRA DE AZEREDO COUTINHO. Moço Fidalgo.

Ver.an.4p.m.p295

p.321

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252

19. FRANCISCO DE LEMOS PEREIRA DE FARIA COUTINHO. Moço Fidalgo e Desembargador, Senhor do Morgado de Marapicú perto da cidade do Rio de Janeiro. Veio para o Brasil, e casou com a sua Prima D. Maria Carolina Pinto Coelho da Cunha, filha de Antonio Caetano Pinto Coelho, e de sua mulher, D. Anna Casemira Furtado Leite, Vide § 14 Nº 20. Tiveram 3 filhos nascidos no Rio de Janeiro, a saber:

20. FRANCISCO DE LEMOS PEREIRA DE FARIA COUTINHO, Visconde de Aljezur. Veador da Imperatriz do Brasil D. Thereza Christina Maria, Moço Fidalgo, e Senhor do Morgado de Marapicú. Casou com D. Maria Rita da Cunha, natural de Lisboa, e Viscondessa do mesmo Título. Sem sucessão.

20. JOÃO PEREIRA RAMOS DE AZEREDO COUTINHO, casou com o

20. D. ANNA CAROLINA DE LEMOS DE AZEREDO COUTINHO, casou com o seu Primo Modesto Casemiro Pinto Coelho da Cunha. Sem sucessão, filho de Modesto Casemiro Pinto Coelho da Cunha, e de D. Anna Teixeira da Mota do § 14.

an.G.13.vol.anosp93

“....Lvol.4p.343

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253

19. D. THEODORA ARNAUT DO RIVO, casou com seu Primo Manuel Ignácio de Andrade Souto Maior Pinto Coelho § 10 Nº 19.

§ 10. * “302”

XVIII. IGNÁCIO DE ANDRADE SOUTO MAIOR RONDON do § 8, Nº 18., Fidalgo Cavaleiro da Casa Real Comendador da Ordem de Cristo, e Instituiu o morgado de Mato Grosso em Novembro de 1780, e Brigadeiro dos Reais Exércitos. Nasceu no Rio de Janeiro a 10 de Agosto de 1733, e faleceu a 6 de Julho de 1815. Casou em Minas Gerais a 30 de Outubro de 1780 com a sua Prima D. Antonia Joaquina de Ataíde Portugal, filha do Coronel Luiz José Pinto Coelho de Cunha, e de sua mulher D. Antonia Joanna Miranda da Costa, filha de José Lourival da Corte e de sua mulher D. Leonor de * Miranda, do § 13, Nº 18. Tiveram 3 filhos, a saber:

19. MANUEL IGNÁCIO DE ANDRADE DE SOUTO MAIOR PINTO COELHO. * “Marquês de

289p

p315

306

an.G.Latinovol.7p.265

p.314

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254

Itanhaém” Nasceu a 5 de Maio de 1782, batizado a 5 de Junho de 1782, na Capela do Morgado de Marapicú, e faleceu nesta corte a 17 de Agosto de 1867. Senhor do Morgado de Mato Grosso. O Imperador D. Pedro I lhe concedeu as seguintes graças: de Marques de Itanhaém, Gentil Homem da Câmara, e a Comenda de Cristo; o Imperador D. Pedro II, as seguintes de Estribeiro Mor, e a Grã Cruz da Ordem de Cristo. Foi Tutor do Imperador D. Pedro II desde 1833 até 1840. Era demais condecorado com várias gran cruzes estrangeiras. Casou em primeiras núpcias com a sua Prima D. Theodora Arnaut do Rivo, filha de seu Tio João Pereira Ramos de Azeredo Coutinho, e de sua mulher D. Maria Pardal Ramalho da Fonseca Arnaut do Rivo, do § 9, Nº 18. Casou em segundas núpcias com D. Francisca Pinto Ribeiro, falecida sem sucessão. Casou em terceiras núpcias com D. Joanna Pinto, irmã da sua segunda mulher, faleceu sem sucessão. Casou de quartas núpcias com D. Maria Angelina Beltrão da Silva, que faleceu a 16 de Setembro de 1867, um mês depois do seu marido. As suas esposas de 1 a 4 foram Damas de honra das Imperatrizes D. Leopoldina e D. Thereza. *

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FILHO DO 1º MATRIMÔNIO

20. IGNÁCIO DE ANDRADE DE SOUTO MAIOR PINTO COELHO. Moço Fidalgo. Nasceu a 31 de Janeiro de 1809, e faleceu solteiro a 12 de Outubro de 1836.

FILHO DO 4º MATRIMÔNIO

20. MANUEL IGNÁCIO DE ANDRADE DE SOUTO MAIOR PINTO COELHO. Fidalgo. Nasceu a 25 de Maio de 1835. Casou com D. Leocádia Augusta Pinto, filha legítima de Caetano Pinto. Tiveram 2 filhos, a saber:

21. PEDRO AFFONSO DE ANDRADE SOUTO MAIOR PINTO COELHO.

21. MANUEL IGNÁCIO DE ANDRADE SOUTO MAIOR PINTO COELHO.

19. LUIS JOSÉ PINTO COELHO. Nasceu em Abril de 1783, e faleceu solteiro a 19 de Março de 1810. Foi Capitão de Cavalaria e Coronel de Milícias.

an.G.Bras.vol.IIIp.52

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256

19. IGNÁCIO DE ANDRADE SOUTO MAIOR. Gentil Homem da Câmara. Casou com D. Roza Moreira da Costa. Faleceu em Abril de 1843 sem sucessão. Tendo falecido poucos dias antes da mulher.

§ 11.

XV. D. LUISA GRIMALDI COUTINHO * 262

do § 4, Nº 15. filha de Marcos de Azeredo Coutinho e de D. Paula Rangel de Macedo, casou com José Rodriguez da Costa. Tiveram a:

16. D. MARIA JOSEFA GRIMALDI COUTINHO. Casou com o seu parente Antonio de Azeredo Coutinho § 19. Nº 16.

§ 12.

XV. D. BRITES DE AZEREDO COUTINHO do § 4, Nº 15, filha de Marcos de Azeredo Coutinho, e D. Paula Rangel de Macedo, casou com Diogo Figueira Brabo. Tiveram 4 filhos, a saber:

16. FRANCISCO DO AMARAL COUTINHO, que foi Coronel. Viveu no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Casou em São

p.26

)“1ªFamíliaVol.I,p.150”2

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Paulo, faleceu em Goiás, e não sabemos da sua descendência.

16. BENTO DO AMARAL COUTINHO, que foi conhecido pelo valor com que servia, assim nas Minas Gerais como no Rio de Janeiro, em que deu a vida pela Pátria, passado de uma bala na ocasião da invasão dos franceses.

16. ANTONIO DE AZEREDO COUTINHO, casado com D. Joanna Maria de Sá, filha de Luiz Barbosa de Sá, e de sua 1ª mulher D. Maria da Silva.

16. D. ANNA DO AMARAL E SILVA, casou com Gaspar Brito Soares, filho de Cosme de Brito e de D. Maria de Abreu. Tiveram 2 filhos, a saber:

17. D. MARIA JOSEFA DE AZEREDO COUTINHO. Casou com Antonio Caetano Pinto Coelho, filho de Francisco Pinto Coelho, Moço Fidalgo, e de D. Maria de Castro e Silva, filha de Pedro Ferreira Souto Maior, Fidalgo da Casa Real, e D. Felidade de Castro e Silva. Neto pela parte paterna de Antonio Pinto Coelho, Moço Fidalgo, Senhor de Filgueiras, e de D. Francisca de Ataíde, irmã inteira de Almeida 1º Conde d’Avintes, e ambos

an.G.Latinovol.I‐p.208

an.GLatinonº7p.4‐12”,b)

AntonioPintoCoelho...‐.an.GBNIp.262”,

D.MagdalenadeAtaíde,...

an.G.B.vol.9,p.280”.

D.ManuelMascarenhas

.an.Gen.Latino.vol.VII.p.12”.

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filhos de D. Antonio de Almeida, e de D. Magdalena de Ataíde, filha de Manuel Mascarenhas, Senhor da Torre. Segundo neto de Francisco Pinto da Cunha, e de D. Francisca de Noronha. Terceiro neto de Gonsalo Pinto e de Beatriz da Cunha. Quarto neto de Francisco Vaz Pinto e de D. Maria de Valença. Quinto neto de Gonsalo Vasques Guedes, e de D. Maria Pereira Pinto, filha de Nuno Álvares Pinto. Sexto neto de Álvaro Vasques Guedes e de D. Anna Isabel de Mesquita. Sétimo neto de Gonsalo Vaz Guedes, Senhor de Murça. Tiveram 4 filhos, a saber:

18. LUIZ JOSÉ PINTO COELHO do § 13.*

18. FRANCISCO PINTO COELHO DO AMARAL COUTINHO *

18. JOÃO PINTO COELHO DO AMARAL COUTINHO.

17. JOÃO DE GUARDA COUTINHO, casou com D. Maria da Rocha Viegas. Tiveram a:

314

314

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18. BENTO FIGUEIRA DA ROCHA, casado com D. Josefa da Cruz Lemos (Vide Árvore dos Duques Estradas Capítulo 30), filha de Pedro Zina Ribeiro, e de D. Helena da Cruz e Lemos, filha de Paulo da Matta; e D. Jeronyma de Lemos. Neta paterna de Pedro Freire Ribeiro, O Velho, e de Anna de Duque Estrada, que serviu na restauração de Pernambuco, e de D. Theodosia da Rosa e Aguiar, filha de Nuno Fernandes de Aguiar e de D. Magdalena da Roza; e neta de João Duque Estrada, natural de Anvers, de onde passou ao Reino de Portugal, e de sua mulher D. Anna de Paraty, filha de Henrique Paraty de Souza e de D. Maria Rosa. Tiveram uma única filha, a saber:

19. D. HELENA FREIRE DUQUE ESTRADA, casou a primeira vez com Francisco Antunes Leão de Sá; casou pela segunda vez com seu Parente Miguel Rangel de Souza Coutinho, terceiro neto por varonia de Balthazar Rangel de Macedo, e de D. Joanna de Souza, de que se trata nesta Árvore dos Azeredos Coutinhos § 4 N° 14. Para a descendência vide árvore dos Duque Estradas, Capítulo 30.

Anotações:a)Emverde“Gen.Fluminense”,e,b)emvermelho:“.an.G.Latinovol.Ip.208”

.an.G.Latinovol.Ip.208

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260

§ 13

XVIII. LUIZ JOSÉ PINTO COELHO DA CUNHA. Teve o foro de Fidalgo e foi Coronel de Cavalaria. Casou com D. Antonia Joanna de Miranda e Costa filha de José Ferreira da Costa e de D. Leonor de Miranda. Tiveram a 6 filhos, a saber:

19. LUIZ JOSÉ PITNO COELHO DA CUNHA. Faleceu solteiro.

19. ANTONIO CAETANO PINTO COELHO DA CUNHA do § 14.

19 FELÍCIO MONIZ PINTO COELHO DA CUNHA do § 15. *321

19. FRANCISCO D’ASSIZ PITNO COELHO DA CUNHA. Faleceu Solteiro.

19. JOSÉ LUIZ PINTO COELHO DA CUNHA do § 16. * “328”.

19. D. ANTONIA JOAQUINA DE ATAÍDE PORTUGAL, casou com seu Primo, o Brigadeiro Ignácio de Andrade Souto Maior Rondon, do § 10. * “306”

“###vol.Ip.167”

JoséFerreiradaCostaeD.LeonordeMiranda.‐“p.307.

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261

§ 14.

XIX. ANTONIO CAETANO PINTO COELHO DA CUNHA, Fidalgo, e Coronel de Cavalaria, casou com D. Anna Casemira Furtado Leite, filha do Capitão Mor Manuel Furtado Leite de Mendonça, e D. Ignácia Custódia de Sá, filha de Custódio de Sá, natural de Portugal, e de D. Anna Ignácia Pires de Oliveira Leite, e de Ignácia Pires de Arruda. Tiveram 7 filhos, a saber:

20. CORONEL ANTONIO CAETANO PINTO COELHO DA CUNHA, casado pela primeira vez com D. Maria de Araújo; casou a segunda vez com D. Joanna de Araújo, irmã de primeira mulher. Teve do primeiro casamento:

21. D. MARIA OLINTA PINTO COELHO, casada com seu Primo Irmão Antonio Feliciano Pinto Coelho da Cunha, filho do Barão e Baronesa de Cocais.

21. ANTONIO OLINTO PINTO COELHO DA CUNHA, Dr. em Medicina, casado com D. Luiza de Lemos.

Rev.48.mp.290ou240

M.Cocaisp.72”e####vIp.175

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262

20. JOSÉ FELICIANO PINTO COELHO DA CUNHA, Coronel Barão de Cocais, e Vedor de Sua Majestade a Imperatriz, casado com D. Antonia Thornazia de Figueiredo Neves. Tiveram 4 filhos, a saber:

21. D. ANNA CASEMIRA PINTO COELHO, casada com Bernardo Antonio Nascentes Pinto, natural do Rio de Janeiro. Com descendência.

21. D. JULIA AMALIA PINTO COELHO, casada com seu Primo Irmão Ovídio Cesar Pinto Coelho, filho de Modesto Casemiro Pinto Coelho da Cunha, e de D. Anna Maria Teixeira de Motta.

21. ANTONIO FELICIANO PINTO COELHO, casado com a sua Prima Irmã D. Maria Olinda Pinto Coelho, filha do Coronel Antonio Caetano Pinto Coelho da Cunha, e de D. Maria de Araújo.

21. D. ANTONIA JOSEFINA PINTO COELHO, casada com Seu Primo João Jacinto de Aguiar Leite Pinto. Vide Nº 21.

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263

20. LUIZ JOSÉ PINTO COELHO DA CUNHA. Faleceu solteiro.

20. FRANCISCO D’ASSIZ PINTO COELHO DA CUNHA, casado com a sua Sobrinha D. Eliza Pinto Coelho da Cunha, filha de Joaquim Roberto de Carvalho Macedo, e de D. Anna Amália Pinto Coelho da Cunha. Tiveram 5 filhos, a saber:

21. D. ELIZA.

21. FRANCISCO.

21. D. FRANCISCA.

21. CARLOS.

21. D. ELOISA.

20. MODESTO CASEMIRO PINTO COELHO DA CUNHA, casado com Anna Maria Teixeira da Motta. Tiveram 11 filhos, a saber: * “Solares p. 33”

21. MODESTO CASEMIRO PINTO COELHO DA CUNHA, casado com sua

Rev.arg.p.m.p.295

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264

Prima Irmã D. Anna Carolina de Lemos de Azeredo Coutinho. Vide § 9. Nº 20. * 305

21. DR. VIRGÍLIO AUGUSTO PINTO COELHO, casado com D. Maria Eugenia de Paula Santos.

21. OVIDIO CESAR PINTO COELHO, casado com a sua Prima Irmã D. Julia Amália Pinto Coelho. Com descendência.

21. JOAQUIM HORACIO PINTO COELHO.

21. CARLOS GORÁCIO PINTO COELHO, casado com D. Amalilla Fernandes Leão. * “.Rev. arg. p. m. p. 295”.

21. JOÃO CARLOS PINTO COELHO, casado com a sua Prima D. Antonia de Figueiredo Neves. * “Dos lados deste texto constam anotações de difícil leitura, do lado esquerdo do texto: “.an.. g. b. vol. am 12 p. 105”(?). Do lado direito parece constar: “vol. 15 p. 38 a Família Figueiredo p. 38”

21. CARLOS AUGUSTO PINTO COELHO.

21. AMÉRICO D°.

21. JOSÉ.

20. D. ANNA AMALIA PINTO COELHO DA CUNHA, casada com Joaquim Roberto de

an.G.Latinovol.ano7p.148”.

Rev.G.B.vol.ano4p.452‐árvore

a.g.ano5p.229

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265

Carvalho Macedo, natural de São Paulo. Tiveram 10 filhos, a saber:

21 D. MARIA CAETANA DE CARVALHO MACEDO, casada com o seu Primo Emílio Soares de Gouvêa Horta. Com descendência.

21. D. EMÍLIA AMÁLIA DE CARVALHO MACEDO. Faleceu solteira.

21. D. JOAQUINA AMÁLIA DE CARVALHO MACEDO, casada com o seu Primo José Maria de Aguiar Leite Pinto. Com descendência.

21. D. ANNA CAROLINA DE CARVALHO, casada com Pedro Alves de Souza Coutinho. Com descendência.

21. FRANCISCO DE ASSIZ DE CARVALHO MACEDO.

21. D. ESCOLÁSTICA JOAQUINA DE CARVALHO MACEDO, casada com o Capitão José Maria da Cunha Porto. Com descendência.

21. JOZÉ DE CARVALHO MACEDO.

Ang.B.vol.Ip.252

.Rev.G.B.vol.ano4p.

an.G.Latinovol.ano7‐p.149

an.G.Latinovol.ano7‐p.14945

2

A. G.B.vol.3‐p.393”

B. AFamíliaFig.p.87

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266

21. D. ELISA PINTO COELHO DA CUNHA, casada com seu Tio Francisco d’Assiz Pinto Coelho da Cunha.

21. ANTONIO AUGUSTO CARVALHO DE MACEDO, casado com D. Amélia de Souza Coutinho. Com descendência.

20. D. MARIA CAROLINA PINTO COELHO DA CUNHA, casada com seu Primo Francisco de Lemos Pereira de Faria Coutinho. Vide § 9. Nº 19.

§ 15.

XIX. FELÍCIO MONIZ PINTO COELHO DA CUNHA. Fidalgo, casou com D. Marianna Manuella Furtado Leite, filha do Capitão Mor Manuel Furtado Leite de Mendonça, e de D. Ignácia Custódio de Sá, filha de Custódio de Sá, natural de Portugal, e de D. Anna Ignácia Pires de Oliveira Leite, natural de São Paulo, filha de Maximiano de Oliveira Leite, e de D. Ignácia Pires de Arruda. Tiveram 9 filhos, a saber:

p.305

L. vol. 4-p. 332 - Revista 290 --314

A Família Fig. p. 87 - M. Cocais p. 69

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267

20. MANUEL FURTADO LEITE PINTO COELHO, casado com D. Cândida de Souza Coutinho. Tiveram dois filhos.

21. JOÃO BAPTISTA FURTADO LEITE PINTO COELHO, casado com D. Isabel de Souza Coutinho. Com descendência.

21.FELÍCIO MONIZ DE MAGALHAENS, casado com D. Procina Cerqueira. Policena Pinto

20. D. ANNA FELICIA PINTO COELHO DA CUNHA, casada com o Capitão Ignácio Mendes de Magalhaens. Tiveram 11 filhos, a saber:

21. FELÍCIO MONIZ PINTO COELHO, casado com D. ........................

21. D. MARIA MANUELA, casada com o Capitão José Pereira Pinto Bastos, natural de Portugal. Com descendência.

21. ANTONIO ALVES PINTO COELHO. Faleceu solteiro.

M.Cocaisp.69

F.L.vol.4p.332

F.L.vol.4p.332e

Revistaa.p.m.pág.291,292

Page 268: O Cyclo das Gerações

268

21. LUIS, dito.

21. IGNÁCIA, faleceu solteira.

21. JOSÉ.

21. D. MARIA DA CONCEIÇÃO.

21. D. BARBOSA.

21. D. ANTONIA.

21. PEDRO NOLASCO.

E outros que não temos informações.

20. JOÃO EGAS MONIZ PINTO COELHO DA CUNHA, casado com D. .............. Tiveram 4 filhos.

21. D. FRANCISCA.

21. D. MARIA.

21. D. JOANNA * + artnr p.122

21. D. MARIANNA * “Art. Resende 2º vol. 122.

Solares31eRevista292

F.L.vol.4‐p.332

M.Cocaisp.69

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269

20. D. MARIANNA FLORINDA, casada com o Senador, Dr. em Medicina Antonio Gonsalves Gomide, natural de Minas. Tiveram 7 filhos, a saber:

21. D. EMILIA ANGELICA DE ATHAÍDE GOMIDE, casada com João Morgan, natural da Inglaterra. Com descendência.

21 D. EMÍLIA PERPÉTUA DE ATHAÍDE GOMIDE, casada com Patrício Martins de Oliveira, natural de Minas. Com descendência.

21. D. EMÍLIA BÁRBARA DE ATHAÍDE GOMIDE, casada com Jorge Morgan, natural da Inglaterra. Com descendência.

21. D. EMÍLIA LUIZA DE ATHAÍDE GOMIDE, casada com o Dr. Jerônimo Máximo Nogueira Penido, natural de Minas. Com descendência.

21. D. EMÍLIA ANTONIA. Faleceu de menoridade.

21. D. EMÍLIA – Dito

21. COMENDADOR EMÍLIO GOMIDE PINTO COELHO DA CUNHA, casado com

M.Cocais69eF.L.vol.4‐p33

F.L.vol.4p.333

JorgeMorgan

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270

D. Emília Rosa de Oliveira, natural de Minas. Com descendência. * F. L. vol. 4 p. 334.

20. D. MARIA CÂNDIDA. Faleceu solteira.

20. FELÍCIO MONIZ PINTO COELHO DA CUNHA, casado com D. Domitila de Castro Canto e Mello. Tiveram 2 filhos.

21. COMENDADOR DA ORDEM DE CRISTO FELÍCIO PINTO COELHO DE MENDONÇA E CASTRO, natural de Minas, casado com D. Anna Alves de Oliveira, natural de São Paulo. Com descendência.

21. D. FRANCISCA PINTO COELHO DE MENDONÇA E CASTRO, casada com o seu Tio materno, o Brigadeiro José de Castro Canto e Mello, Gentil Homem da Câmara, e natural de São Paulo. Tiveram uma única filha, D. Escolástica Pinto Coelho de Mendonça e Castro, casada com o Dr. José Soares Teixeira de Gouvêa. Com descendência.

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271

20. D. EMERENCIANNA CLAUDOMILLA, casada com o seu Primo, o Capitão José de Aguiar Vasconcellos de Mendonça, natural da Ilha de S. Miguel. Tiveram 11 filhos, a saber.

21. D. MARIA ISABEL DE AGUIAR LEITE PINTO, casada com seu Primo Francisco Paes Rabello Horta. Com descendência.

21. JOSÉ MARIA DE AGUIAR LEITE PINTO, casado com a sua Prima D. Joaquina Amália de Carvalho Macedo. Vide N° 21. Com descendência.

21. FRANCISCO DE SALLES AGUIAR LEITE PINTO. Faleceu solteiro.

21. D. ANNA CASEMIRA DE AGUIAR LEITE PINTO, casada com seu Primo Álvaro Borges de Rego, natural da Ilha de S. Miguel. Com descendência.

21. D. CAROLINA CLAUDOMILLA DE AGUIAR LEITE PINTO, casada com o seu Primo João Cabral de Vasconcellos Leite, natural da Ilha de S. Miguel. Não sabemos se tiveram descendência.

Ospróximos11(onze)textosestãoassinaladoscomumpequenoxisdecanetavermelha.Até21.“ANTONIO.Dito.”napágina327

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21. D. EMMERENCIANA AUGUSTA DE AGUIAR LEITE, casada com Antonio de Abreu Leite. Com descendência.

21. ANTONIO JACINTO DE AGUIAR LEITE PINTO, casado com D. Anna. Com descendência.

21. JOÃO JACINTO DE AGUIAR LEITE PINTO, casado com sua Prima D. Antonia Josefina Pinto Coelho. Vide N° 21.

21. D. FRANCISCA. Faleceu solteira

21. D. ANNA. Faleceu em menoridade.

21. ANTONIO. Dito.

20. ANTONIO PINTO COELHO DA CUNHA. Faleceu solteiro.

20. EGAS MONIZ PINTO COELHO DA CUNHA, casado em 1ª núpcias com D. Anna .......... e em 2ª com D. Emília ...............

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273

§ 16.

XIX. JOSÉ LUIZ PINTO COELHO DA CUNHA, Fidalgo do § 13, N° 19, casou com D. Lourença Maria de Abreu e Mello, natural das Minas, filha do Coronel Manuel do Valle Amado, e de D. Maria Cardoso de Abreu e Mello, filha de Lionel de Abreu e Lima e de D. Maria Ignácia Pires de Oliveira Leite, e de D. Ignácia Pires de Arruda. Tiveram 14 filhos, a saber:

20. D. MARIA JOSÉ DE ATHAÍDE E MELLO, casada com João Felisberto Carneiro de Miranda, natural das Minas. Tiveram 13 filhos:

21. JOÃO MARIA.

21. JOSÉ MARIA.

21. FELISBERTO MARIA.

21. ANTONIO MARIA.

21. MODESTA MARIA.

F.Limevol.4p.346314”..an.G.B.volI‐102Rev.Arq.P.M.p.301”.Pedrononovol.Ip.156–Troncov.Ip.71”.

Revista304.

Rev.Arq.p.m.p308

an.#bvol.ano5.p.217

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274

21. FRANCISCO MARIA

21. D. GUILHERMINA MARIA, casada com seu Tio Lourenço José Pinto Coelho da Cunha. Vide

21. D. LOURENÇA MARIA

21. D. MARIA JOSÉ, casada com seu Tio Lourenço José Pinto Coelho da Cunha. Vide

21. D. GENEROSA MARIA

21. D. IGNÁCIA MARIA

21. LOURENÇO MARIA, faleceu em menoridade.

20. D. ANTONIA JOAQUINA DE ABREU E MELLO, casada com Francisco Thomaz Carneiro de Miranda, naturais de Minas. Tiveram um único filho.

21. JOSÉ LUIZ CARNEIRO DE MIRANDA, casado com D. Maria Magdalena. Tiveram dois filhos.

R.Arq.p.m.304(ou309)

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275

21. JOSÉ MARIA PINTO COELHO DA CUNHA, casado com D. Maria Claudia Vaz, naturais de Minas. Tiveram 2 filhos.

21. ANTONIO VAZ PINTO COELHO DA CUNHA.

20. ANTONIO LUIZ PINTO COELHO DA CUNHA.

20. LUIZ DA CUNHA PINTO COELHO, casado com D. Marianna ............ naturais de Minas. Tiveram 5 filhos:

21. D. REGINA

21. LUIZ

21. JOSÉ

21. D. MARIA LUIZA

20. LOURENÇO JOSÉ PINTO COELHO DA CUNHA, casado em primeiras núpcias com a sua Prima D. Maria José de Abreu e Mello; em 2ª com a sua Sobrinha D. Guilhermina Maria, em 3ª com a sua Sobrinha D. Maria José, naturais de Minas, filhas de João Felisberto Carneiro

Art.Resende2ºvol.p.310

F.L.vol.4p.347

R.A.P.M.vol.XIIp.308.

nanavolIp.111‐118F.L.vol.4‐p.347

EngenheiroH.Halfeldp.39

A.G.B.Priesa.p.64‐Rev.Arq.p.m.309‐D.MariaJosédeAbreueMello”:“F.L.vol4p.349(8‐2

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276

de Miranda e de D. Maria José de Athaíde e Mello. Vide Nº 20. Teve do 1º matrimônio duas filhas.

21. D. UMBELINA, faleceu em menoridade.

21. D. MARIA.

21. D. LEONOR CAROLINA DE ABREU E MELLO. Casada, sendo a 2ª mulher de João Felisberto Carneiro de Miranda. Com 8 filhos:

20. FRANCISCO PINTO COELHO DA CUNHA, casado com D. Anna ............... naturais de Minas. Sem descendência.

20. D. FRANCISCA, faleceu de menoridade.

20. BELMIRO PINTO COELHO DA CUNHA

20. MODESTO JOSÉ PINTO COELHO DA CUNHA

20. BELMIRO JOSÉ PINTO COELHO DA CUNHA

Rev.arq.p.m.309

Rev.arq.p.m.309

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277

20. GENEROSA JOSÉ PINTO COELHO DA CUNHA, casada com D. Felipe ................. naturais de Minas. Sem descendência.

20. D. GENEROSA QUEROBINA DE ATHAÍDE E MELLO, casada com José Teixeira da Fonseca Vasconcellos, naturais de Minas, filho do Visconde e Viscondessa de Caeté.

Tiveram 6 filhos:

21. D. GENEROSA SERAFINA

21. JOSÉ

21. D. FRANCISCA

21. MANUEL

21. JOÃO

21. D. LOURENÇA MARIA

§ 17.

XIV. ANTONIO DE AZEREDO COUTINHO do § 4 N° 14, filho de Domingos de

Arq.G.B.vol.II,p.103‐vol.##p.92‐Pompeu250‐F.L.vol.4p.348

an.G.B.vol.ano2p.106–SilvaLemevol.4p.348

an.G.B.vol.I–260m

Rev.Arq.P.M.p.304309

p.258”

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278

Azeredo Coutinho e de D. Antonia Ferreira da Cunha do § 4 N° 13, foi chamado e conhecido pela circunstância do Porto para diferença de um Tio do mesmo nome. Casou 3 vezes. A 1ª vez com D. Isabel de Borges. Tiveram a:

15. COSME DE AZEREDO COUTINHO. Vide § 18.

15. MARCOS DE AZEREDO COUTINHO. A 2ª vez com D. Francisca Cardoso, filha de Ignácio Cardoso, e sobrinha de Miguel Cardoso, cujo casamento causou muito desgosto a todos os seus parentes. Teve sucessão que se extinguiu em seus netos.

A 3ª vez com sua Parenta D. Anna da Silva, irmã inteira de sua cunhada, D. Paula Rangel de Macedo, mulher de seu Irmão Marcos de Azeredo Coutinho e Mello. Vide § 4, § 14.

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279

§ 18.

XV. COSME DE AZEREDO COUTINHO, § 17, N° 15, filho de Antonio de Azeredo Coutinho e de D. Isabel Borges. Foi Senhor de Engenho em Itapacará, e casou com D. Águida de Bitancourt, filha de Francisco de Ávilla Bitancourt, natural da Ilha Terceira, e de sua mulher D. Luiza de Aguiar, filha de Nuno Fernandes de Aguiar, 1º Provedor da Fazenda Real em Angola.

Tiveram 6 filhos, a saber:

16. ANTONIO DE AZEREDO COUTINHO. Vide § 19.

16. D. ANNA FERREIRA DA CUNHA. Vide § 20. * 338

16. D. LUIZA DE AZEREDO COUTINHO, casou com João de Araújo do Amaral, filho de Pedro Gatto de Araújo, e neto de Francisco de Araújo Caldeira, e de D. Francisca de Araújo, naturais da Ilha da Madeira.

16. D. MARIA DE AZEREDO COUTINHO. Vide § 21.

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280

16. D. ISABEL DE AZEREDO COUTINHO, casou com Bernardo Soares Proença, Mestre de Campo de um regimento do Rio de Janeiro, e senhor de uma boa fazenda no caminho de Minas Gerais. Tiveram um único filho, a saber:

17. ANTONIO DE PROENÇA DE AZEREDO COUTINHO. Seguiu os estudos, e andando na filosofia na ocasião em que se formou uma Companhia de estudantes por causa dos movimentos da Colônia, foi nomeado Capitão dela. Por morte de seu Pai que se sucedeu pouco depois, deixou a Capitania, e retirou-se a viver na sua fazenda, onde faleceu em 1753, não sabemos se foi casado, e se deixou filhos.

16. D. BÁRBARA DE AZEREDO COUTINHO. Faleceu solteira.

§ 19.

XVI. ANTONIO DE AZEREDO COUTINHO do § 18, Nº 16, foi chamado por alcunha o Flecha, por ser de estatura alta, e pouco

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281

corpulento. Foi Senhor de Engenho em Itapacará, e Capitão Mor da Vila de S. Antonio de Sá, que chamam vulgarmente de Macacu. Casou com a sua Parenta D. Maria Josefa Grimaldi Coutinho, do § 11. Tiveram um único filho, a saber:

17. MARCOS DE AZEREDO COUTINHO. Serviu na defesa da Colônia na ocasião do último sitio que lhe puseram os Castelhanos, com patente de Alferes, e que foi logo promovido depois de assentar praça. Voltando para o Rio de Janeiro, passou a Ajudante de Infantaria, patente que deixou para viver na casa de seus Pais, em que havia sucedido por seu falecimento. Foi Tenente Coronel do Regimento da Nobreza do Rio de Janeiro, o Senhor de Engenho em Itapacará. Casou duas vezes. A primeira vez com D. Joanna Francisca de Vasconcellos, sobrinha do Pr. Matheos de Pina, Provincial da Ordem de S. Bento da Província do Brasil, e de cuja Senhora teve um único filho, a saber:

18. ANTONIO DE AZEREDO COUTINHO. Faleceu em menoridade.

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18. MANUEL ANTUNES DE AZEREDO COUTINHO, casado com a sua Prima D. Joaquina Custódia da Cruz Freire Duque Estrada (Vide Título de Duque Estradas, Capítulo 40), filha do Sargento Mor Ambrosio Dias Raposo e de D. Anna Josefa da Cruz Duque Estrada (Vide o mesmo Título Capítulo 32). Tiveram filhos, a saber:

19. D. ANNA CATHARINA. Religiosa do Convento d’Ajuda.

19. MANUEL CUSTÓDIO DE AZEREDO COUTINHO.

19. D. MARIA GRIMALDI DE AZEREDO COUTINHO.

19. JOÃO MANUEL DE AZEREDO COUTINHO.

19. D. JOAQUINA

19. D. CATHARINA

19. D. MARIANNA

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283

19. AMBRÓSIO JOSÉ DE AZEREDO COUTINHO.

§ 20.

XVI. D. ANNA FERREIRA DA CUNHA do § 18, N° 16, filha de Cosme de Azeredo Coutinho, e de D. Águida de Bitancourt. Casou com João Corrêa da Silva, Senhor de Engenho e Capitão do Rio de Janeiro, filho de Ignácio Corrêa da Silva e de D. Helena Silva, irmã inteira de D. Paula Rangel de Macedo, mulher de Marcos de Azeredo Coutinho, do § 4, N° 14. Tiveram 2 filhos, a saber:

17. COSME DE AZEREDO COUTINHO, Senhor de Engenho.

17. IGNÁCIO CORRÊA DA SILVA, casou com a sua parenta D. Isabel Mariz, filha de Diogo Rodriguez de Faria, Tenente Coronel, e de D. Paula de Mariz. Não temos notícia da sua descendência.

334

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284

§ 21.

XVI. D. MARIA DE AZEREDO COUTINHO do § 18, filha de Cosme de Azeredo Coutinho, e de D. Águida de Bitancourt. Casou com Pedro Freire Ribeiro Duque Estrada, sendo sua segunda mulher (Vide Título de Duque Estrada, Capítulo 40), filho de Pedro Freire Ribeiro, e de D. Anna Duque Estrada (Vide Título de Duque Estrada, Capítulo 8). Tiveram um único filho, a saber:

17. JOÃO PEDRO FREIRE DE AZEREDO COUTINHO. (Vide Título de Duque Estrada, Capítulo 41.)

§ 22.

XIV. D. JOANNA DA CUNHA do § 4, N° 14, filho de Domingos de Azeredo Coutinho e de D. Antonia Ferreira da Cunha. Casou com Francisco Martins Ribeiro, Senhor de Engenho em Guaxindiba. Tiveram 2 filhos, a saber:

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15. SEBASTIÃO MARTINS COUTINHO, do § 23.

15. FR. MIGUEL DE AZEREDO COUTINHO. Religioso Carmelita Calçado, ex-provincial na sua província do Rio de Janeiro.

§ 23

XV. SEBASTIÃO MARTINS COUTINHO do § 22, N° 15. Foi Senhor de Engenho de Guaxindiba no Rio de Janeiro, e depois de viúvo foi clérigo. Casou com D. Brites Rangel de Macedo, filha do Dr. Francisco d’Affonseca Deniz, e de D. Isabel Rangel de Macedo, filha de Balthazar de Abreu Souto Maior, natural da Ilha da Madeira, Moço Fidalgo da Casa Real, e de D. Isabel Rangel de Macedo, filha de Julião Rangel de Macedo e de D. Brites Sardinha e de quem já tratamos no § 4, N° 14, em Marcos de Azeredo Coutinho. Neta paterna do Dr. Jorge Fernandes d’Affonseca, e de sua mulher D. Brites da Costa Homem, filha de Aleixo Manuel, o Velho, e de sua Mulher, D. Francisca da Costa Homem, de quem já temos feito menção no § 4, N° 15 em Ignácio Rangel de Macedo de Azeredo

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Coutinho, onde também escrevemos os Pais do Dr. Jorge Fernandes de Affonseca. O Dr. Francisco d’Affonseca Deniz acima mencionado era sobrinho de Pedro Homem de Albernaz aclamador do Rei D. João 4º no Rio de Janeiro, e por este serviço nomeado Prelado Administrador daquela diocese, e irmão inteiro de Manuel d’Affonseca Homem, e de Mathias da Costa Homem, Presbítero do hábito de São Pedro. Tiveram 13 filhos, a saber:

16. D. JOANNA DE AZEREDO COUTINHO, casou com seu parente João Gomes Pereira, Senhor de Engenho de Paitendiba, Vide § 7, Nº 16. Com sucessão.

16. FRANCISCO MARTINS COUTINHO RANGEL, que foi presbítero secular, visitador do Bispado do Rio de Janeiro, pelo Bispo D. Francisco de S. Jerônimo. Senhor do Engenho de Guaxindiba, que pela sua morte legou ao seu sobrinho Francisco Martins Coutinho, de que tratamos neste § 23, Nº 17.

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16. D. IZABEL DE AZEREDO COUTINHO, casada com o seu parente Antonio de Sá Barboza, pessoa muito principal. Sem sucessão.

16. JOSÉ DE AZEREDO COUTINHO. Faleceu apenas batizado.

16. D ANNA DE AZEREDO COUTINHO, casada com Antonio Cardoso Barboza, Senhor do Engenho para as partes de Guaxindiba.

16. JOSÉ DE AZEREDO COUTINHO MACEDO. Vide § 24.

16. D. BRITES RANGEL DE MACEDO, casada com seu parente Antonio da Cunha Falcão. Vide § 25, Nº 16.

16. SEBASTIÃO MARTINS COUTINHO RANGEL, Capitão da Companhia da Nobreza, e Senhor de vária fazendas em Campos dos Goitacazes, onde faleceu. Casou com a sua parenta D. Isabel de Azeredo Coutinho. Tiveram sucessão. Vide § 6, Nº 17.

16. D. MARIA DENIZ COELHO, casada com seu parente Luiz Barboza de Sá, Tenente de Cavalos. Com sucessão.

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16. FR. BOAVENTURA DO MONTE CARMELLO. Religioso Carmelita Calçado.

16. FR. JOÃO DE MARIZ. Religioso formado em S. Francisco.

16. D. MICHAELLA COUTINHO DE AZEREDO, casada com Miguel Monteiro Barboza.

16. D. LUISA JOSEFA GRIMALDI COUTINHO, casada com Antonio Dias Delgado, Cavaleiro da Ordem de Cristo, Senhor de Engenho e Mestre de Campo de um dos regimentos de ordenança do Rio de Janeiro, filho de Belchior Vaz de Oliveira. Tiveram 9 filhos, a saber:

17. FRANCISCO MARTINS COUTINHO, Senhor de Engenho de Guaxindiba, que herdou de seu Tio Francisco Martins Coutinho Rangel, de quem já tratamos em § 23, Nº 16.

17. D. MARIA JOSEFA GRIMALDI COUTINHO. Religiosa em Maroilla.

17. D. ISABEL MICHAELLA COUTINHO Dº. Dº.

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17. BELCHIOR DE AZEREDO COUTINHO

17. D. CATHARINA DE AZEREDO COUTINHO. Faleceu em menoridade.

17. ANTONIO DE AZEREDO COUTINHO.

17. D. CATHARINA. Religiosa em Maroilla.

17. JOSÉ DE AZEREDO COUTINHO E MELLO.

17. D. ANTONIA SEBASTIANNA DE MACEDO, casada com Sebastião Fagundes Varella, o qual falecendo sem sucessão, sua viúva casou em 2ª núpcias com o Dr. Eusébio Álvares Ribeiro. Tiveram uma filha.

18. D. ANNA FERREIRA DA CUNHA, que casou com seu Primo José de Azeredo Coutinho e Mello. Vide § 24, Nº 17.

§ 24.

XVI. JOSÉ DE AZEREDO COUTINHO DE MACEDO do § 23, Nº 16, filho de Sebastião Martins Coutinho e D. Brites Rangel de Macedo. Nasceu no Rio de Janeiro, foi

an.Gen.Latinovol.7.p.168

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290

Capitão da Companhia da Nobreza, Padroeiro da Capela de Nossa Senhora do Pilar e S. José no Engenho do Rio Grande, sito no distrito da Freguesia de S. Gonçalo. Instituiu um morgado de seus bens a 8 de Outubro de 1753, vinculando com consentimento de seu filho único o seu Engenho do Rio Grande com mais de duas datas de terra de 128 braças de testada, e outra na restinga de Araruama, e com mais uma fazenda de gado nos Campos dos Goitacazes com 4 currais, e capacidade para mais, começando do primeiro Monte da Piedade, e beirando o Rio Macaé, e assim mais uma de ......................... casas na Rua Direita da cidade do Rio de Janeiro, com a obrigação dos sobrenomes de Azeredo Coutinho três capelas de missas em cada um ano pela alma dele instituidor, do seu filho, e de sua mulher, e mais uma missa na primeira segunda-feira do ano, dita na Capela do Senhor dos Passos do Convento do Carmo, pela alma do seu Sogro José Barreto de Faria, Padroeiro dela, e ali sepultado, assistindo à mesma missa dois pobres a quem manda dar uma pataca de esmola a cada um. Para administração do morgado chamou em primeiro lugar o seu filho único, como instituidor deste vínculo,

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José de Azeredo Coutinho, e seus descendentes, preferindo sempre os filhos varões às fêmeas, e por falta desta linha se chamaria a de seu Irmão Sebastião Martins Coutinho Rangel, e seus descendentes, e na falta destes às suas Irmãs. Na falta de todos estes Irmãos e descendentes se chamaria para herdar o morgado as irmãs de sua mulher D. Ignácia, e sua descendência, e faltando mesmo esta linha, concede-se a faculdade ao último administrador para poder nomear um sucessor ao mesmo vínculo, contanto que seja parente dos sobrenome dos Azeredos Coutinhos, e no caso deste último administrador não nomear sucessor ao morgado, se chamará então para herdar o morgado as parentas dos mesmos sobrenomes que conservar mais esplendor naquela época futura. Casou com a sua parenta D. Ignácia de Azeredo Coutinho, filha de José Barreto de Faria, e de D. Paula Rangel de Macedo. Vide § 6, Nº 17. Tiveram um único filho, a saber:

17. JOSÉ DE AZEREDO COUTINHO E MELLO, que foi instituidor do mesmo vínculo, instituído por seus Pais nos bens

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que ele tinha das legítimas de sua Mãe e Avô. Casou em 1753 com a sua Prima D. Anna Ferreira da Cunha, filha de sua Tia D. Antonia Sebastianna de Macedo, e de seu segundo marido o Dr. Eusébio Álvares Ribeiro. Vide § 23, Nº 17. Com sucessão.

18. D.

18. D.

§ 25

XVI. D. BRITES RANGEL DE MACEDO do § 23, Nº 16, filha de Sebastião Martins Coutinho, e de D. Brites Rangel de Macedo. Casou com o seu parente Antonio da Cunha Falcão, Senhor do Engenho Novo, de Meriti, filho de Crispim da Cunha Ferreira, e de D. Maria Ribeiro. Neto de Crispim da Cunha Tenreiro, e de D. Isabel de Macedo Falcão. Bisneto de outro Crispim da Cunha, de quem dissemos mais atrás ser natural de Évora, fidalgo da Casa Rela, etc. etc. Vide § 4, Nº 13. Tiveram 11 filhos.

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17. SEBASTIÃO DA CUNHA COUTINHO RANGEL. Vide § 26.

17. D. BRITES ANNA DE AZEREDO COUTINHO.

17. D. MARIA RIBEIRO. Religiosa do Convento d’Ajuda.

17. D. ISABEL LUIZA DE GRIMALDI DE AZEREDO.

17. D. ANTONIA, faleceu menina.

17. ANTONIO DA CUNHA FALCÃO, casado com D. Brites, filha de Francisco Paes Ferreira.

17. CRISPIM DA CUNHA TENREIRO.

17. D. PAULA RANGEL DE MACEDO, Religiosa do Convento d’Ajuda.

17. FRANCISCO MARTINS TENREIRO.

17. MANUEL, faleceu menino.

17. D. LUISA SEBASTIANNA DE AZEREDO COUTINHO. Vide § 27.

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§ 26.

XVII. SEBASTIÃO DA CUNHA COUTINHO RANGEL, do § 25, Nº 17. Nasceu a 29 de Abril de 1708, e foi batizado na Freguesia de S. Antonio de Jacutinga. Residiu no Rio de Janeiro, onde foi Alferes da Companhia da Nobreza. Passou depois a viver na Capitania da Paraíba do Sul, nos Campos Goitacazes, em que foi Senhor do Engenho de Santa Cruz, no qual se achava vivendo no ano de 1748, em que havendo uma revolução do povo da mesma Capitania por se lhe haver negado vista a carta em virtude da qual pretendia o Visconde de Asseca, Martim Corrêa de Sá, tomar posse da dita Capitania por morte de seu Pai o Visconde, Diogo Corrêa de Sá, foi negado pelo mesmo povo o que passasse a Corte de Lisboa a fim de representar a Sua Majestade as Vexações que padeciam conservando-se a Capitania no domínio do Visconde, e pediu-lhe fosse servido incorporá-la à Casa, comprando-a ao mesmo Visconde, ou mandando ajustar para que o mesmo povo a pague, a qual incumbência ele aceitou em benefício comum daqueles moradores, embarcando na frota do Rio de Janeiro, que chegou a Lisboa a 23 de Junho de 1749. Na corte

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soube representar tão vivamente as injustiças e as extorsões que o povo do Brasil padeciam vivendo nas Capitanias que se conservavam em poder dos Donatários, especialmente as que se haviam praticado com o referido povo por ocasião do requerimento que se intentou, que Sua Majestade foi servido mandar que se incorporassem à Coroa não só a referida Capitania da Paraíba do Sul, dando-se por ela um equivalente ao Visconde de Asseca neste Reino, mas também todas as mais Capitanias que ainda hoje tivessem Senhor Particular, compensando-se estes com os seus equivalentes respectivos. Conseguindo o negócio que deu ocasião ao seu embarque, restituiu-se a sua casa na frota que se fez a vela do porto de Lisboa para o Rio de Janeiro no ano de 1753. Havendo chegado a esta cidade no dia de S. Bartholomeu do mesmo ano, e recebendo-o aqueles povos como o seu libertador, pois o apresentando as ordens que levava da Corte, se tomou posse da dita Capitania pela coroa pelo Ouvidor Geral da Capitania do Espírito Santo, Francisco Salles Ribeiro, a 30 de Novembro do mesmo ano, a qual posse foi tão agradável ao mesmo povo que a festejou com três

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dias de luminárias, cavalhadas, e no terceiro dia expondo o Senhor na Matriz da Vila de S. Salvador de Campos, capital da mesma Capitania, e oficiando-se solenemente, recitando um sermão de ação de graças o Padre Fr. Jerônimo Seixas, Religioso Carmelita Calçado, e cantando-se solenemente um Te Deum. Não satisfeitos os povos com estas demonstrações de alegria, passaram ao de agradecimento, publicando as vezes, não queriam outro Capitão Mor e Governador, e que ele devia ser eleito para este emprego em conformidade das ordens de Sua Majestade, que havia mandado ao Senado da Câmara procedesse a esta eleição com o Ouvidor Geral da Câmara, em cujo estado nos representam este negócio as últimas notícias recebidas pela Frota de 1758. Nos seus primeiros anos se aplicou as letras, e desta aplicação é parte uma carta que escreveu em Lisboa em defesa das Conquistas e Estados do Brasil, e em que dá bastante a conhecer que entende de política, e tem boa inspecção da história portuguesa. Na Corte adquiriu o conhecimento do idioma Francês, em algumas composições que traduziu na nossa língua, assim na Corte, como na pátria tem mostrado que o escuta

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benignamente Apolo. Casou com D. Isabel Sebastianna Pedrozo de Moraes, que nasceu a 19 de Julho de 1720, e foi batizada na Matriz da mesma Vila de S. Salvador de Campos, onde também fez o seu recebimento a 13 de Abril de 1759, filha do Dr. Álvaro Pessanha, Capitão Mor, e Governador da mesma Capitania andando na coroa por um seqüestro feito ao Visconde, e de sua mulher D. Anna Pedroso de Moraes. Neta por seu Pai de Domingos Álvares Pessanha, natural da Capitania do Espírito Santo, e de D. Isabel Roza, natural da cidade de Assumpção de Cabo Frio, e viúva de Pedro Manhães Barreto do Cham. Neta por parte materna do Capitão Domingos de Souza Barros, natural de S. Paulo, e de sua mulher D. Isabel Bicudo, natural da mesma cidade, filha de Antonio Bicudo Leme, e de D. Francisca Romeiro * Velho Cabral, filha de Manuel da Costa Cabral, natural da Ilha de São Miguel, e de D. Francisca Cardoso, filha de Gaspar Vaz Guedes, e de sua mulher D. Francisca Cardoso. Antonio Bicudo Leme, já referido, era filho de Braz Esteves Leme e de Margarida Bicudo de Brito, neto de Pedro Leme e de Helena do Prado; bisneto de Leonor Leme, e de Braz Esteves, naturais * da Ilha da Madeira.

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Leonor Leme era filha de Pedro Leme, e este passou a Capitania de S. Vicente, hoje Capitania de S. Paulo, logo que se fundou, em 2 de Outubro de 1564 justificou perante o Dr. Braz Fragoso, Ouvidor Geral do Brasil, que era filha de Antão Leme, da Ilha da Madeira, irmão maior de Aleixo Leme e Pedro Leme, Fidalgos todos nos livros do Rei, e de Antonia Leme, mulher de Pedro Affonso de Aguiar, e de Leonor Leme, mulher de André de Aguiar, os quais eram fidalgos e primos do Capitão da Ilha da Madeira, e parentes em grau próximo de D. Deniz de Almeida , Contador Mor, e de Diogo de Almeida, Armador Mor, e de Diogo de Cabreira, filho de D. Henrique de Souza, e de Tristão Gomes da Meira, etc. etc. Tiveram 6 filhos, a saber:

18. JOAQUIM VELHO DE AZEREDO COUTINHO. Faleceu menino.

18. JOSÉ JOAQUIM DA CUNHA DE AZEREDO COUTINHO. Nasceu a 8 de Setembro de 1742, foi batizado na Capela de Santa Rita, do Engenho de Santa Cruz, de seus Pais. Seguiu com a vida eclesiástica, e renunciou sem discutir ao

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morgado da casa, em favor de seu Irmão imediato Sebastião da Cunha Azeredo Coutinho. Foi Bispo de Pernambuco em 1794. Bispo d’Elvas em Portugal em 1806. Recusou ser Bispo de Beja em 1818, por ele dizer que não ambicionava aumento de rendas. Foi nomeado Inquisidor Geral, assim como Presidente da Junta do Exame do Estado atual, e melhoramento temporal das Ordens Religiosas em 1818. Foi eleito deputado às Cortes de Lisboa em 1820 pela Província do Rio de Janeiro e tomou assento a 10 de Setembro de 1820. Faleceu em Lisboa a 12 de Setembro de 1831. Para mais esclarecimentos vide a sua biografia na Revista do Instituto Histórico do Rio de Janeiro, Tomo 7, página 106.

18. SEBASTIÃO DA CUNHA DE AZEREDO COUTINHO. Coronel de Milícia, Fidalgo da Casa Real, e herdou o morgado da casa por renúncia que fez o irmão acima mencionado. Nasceu no Rio de Janeiro a 22 de Janeiro de 1744.

18. CRISPIM DA CUNHA TENREIRO. Faleceu menino.

18. DOMINGOS DE AZEREDO COUTINHO E MELLO. Nasceu em Campos a 3 de Junho de 1749. Foi Brigadeiro dos Reais

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Exércitos. Faleceu no Rio de Janeiro a 14 de Março de 1814 com 65 anos. Casou com D. Maria Isabel de Azeredo Coutinho, que faleceu a 21 de Outubro de 1779 com 22 anos. Tiveram um único filho, a saber:

19. a) MANUEL DA CUNHA DE AZEREDO COUTINHO DE SOUZA CHICORRO. Nasceu no Rio de Janeiro, e faleceu na cidade de S. Paulo em 13 de Abril de 1839, com 64 anos. Formado na Universidade de Coimbra em Portugal e Secretário do Governo em S. Paulo. Casou com D. Catharina Fortunata Ricci de Lima, natural de Portugal. Tiveram um único filho, a saber:

20. a) JOÃO MARIA DE SOUZA CHICORRO, casado com D. Carlota Bauvaim. Sem sucessão.

18. D. MARIANNA DE AZEREDO COUTINHO. Faleceu menina.

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18. D. LUISA DE AZEREDO COUTINHO, casada com o Coronel Cláudio José Pereira da Silva.

18. D. BEATRIZ. Faleceu menina.

§ 27.

XVII. D. LUISA SEBASTIANNA DE AZEREDO COUTINHO do § 25, N° 17, filha de D. Brites Rangel de Macedo, e de Antonio da Cunha Falcão. Casou com Manuel de Souza de Andrade. Tiveram uma única filha.

18. D. FRANCISCA JOSEFA DE AZEREDO COUTINHO. Nasceu a 18 de Junho de 1749, e faleceu de parto a 22 de Abril de 1783. Teve 3 filhos naturais reconhecidos por Carta Régia. Vide, do Mestre de Campo Bartholomeo José Vahya,Vide Título de Monteiro Teixeira de Miranda § 20.

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§ 28.

XIV. ISABEL TENREIRO DA CUNHA do § 4, N° 14, filha de Domingos de Azeredo Coutinho e Mello e de D. Antonia Tenreiro da Cunha do § 4, N° 13. Cuja sucessão por descuido escrevemos depois da sua Irmã D. Joanna Tenreiro da Cunha, que, segundo a ordem que observamos nesta genealogia, devia ter precedido, sendo ela mais velha. Casou com D. Francisco Cabral de Távora, Provedor da Fazenda Real e Juiz dos Órfãos do Rio de Janeiro, onde havia nascido, filho de D. Francisco Cabral da Távora, Provedor da Fazenda Real e Juiz dos Órfãos, e de sua mulher D. Maria Maldonado, natural de S. Paulo no Brasil, filha de Miguel Arias Maldonado, natural de Gran Canária, Cavaleiro Fidalgo da Casa Real, e da Ordem de Cristo, e Capitão no Rio de Janeiro, e em S. Paulo, e de sua mulher Maria de Medeiros, da Capitania de S. Vicente. Neto de D. Luiz Cabral da Távora, natural de Beja, onde também nasceu o referido filho seu, Cavaleiro Fidalgo da Casa Real, etc. etc.; e de sua mulher Antonia Góes Froes, natural de Tanger. D. Francisco Cabral de Távora, natural de Beja, e que veio para o Brasil com o Pai, tinha os

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seguintes irmão, a saber: um Religioso Heremita Calçado de Santo Agostinho, em Lisboa, Luiz da Costa Cabral, e Estevão Gomes Cabral, e estes dois últimos também passaram ao Brasil onde casaram. Luiz da Costa Cabral foi Avô de D. Francisco Matheus Rondon, como se vê no Brasão d’Armas do Tenente General José Arouche de Toledo Rondon. este Francisco Matheus Rondon casou com D. Maria de Araújo, irmã inteira de José de Góes de Moraes, Capitão Mor, Governador e Alcaide Mor, Provedor da Fazenda Real em S. Paulo, ambos filhos de Pedro Taques de Almeida, conforme se vê no Brasão d’Armas dos Taques. Tiveram 4 filhos, a saber:

15. MIGUEL DE ARIAS MALDONADO, Fidalgo da Casa Real, Cavaleiro da Ordem de Cristo, Sargento Mor, e depois Coronel no Rio de Janeiro, onde faleceu sem geração legítima.

15. DIOGO DE AZEREDO COUTINHO, fidalgo da Casa Real, e Cavaleiro da Ordem de Cristo. Passou a estudar na Universidade de Coimbra, onde se formou. Foi Juiz de Fora na Aldeia Galega, e faleceu moço. Justificou a sua

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ascendência conforme vem declarado neste Título dos Azeredos Coutinhos perante André da Costa Moreira, Ouvidor Geral do Rio de Janeiro, a 14 de Maio de 1683, e sendo escrivão João Álvares de Souza, incorporado na dita justificação as provisões de Provedor da Fazenda Real dos defuntos e ausentes, de Ouvidor Geral, e de Capitão Governador da Capitania do Espírito Santo, pelos quais foi provido nos ditos ofícios que pertenciam ao seu Bisavô Marcos de Azeredo Coutinho do § 14 e cuja justificação se passou instrumento que conserva com seu poder Miguel Rangel de Souza Coutinho.

15. FRANCISCO CABRAL DE TÁVORA. Presbítero Secular.

15. D. ISABEL DE AZEREDO COUTINHO. Terceira mulher de seu Primo Ignácio Rangel de Azeredo Coutinho. Vide § 4 N° 15. Sem sucessão.

§ 29.

XIII. ANTONIO DE AZEREDO COUTINHO E MELLO, do § 2, Nº. 13, filho de Marcos

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de Azeredo, e de D. Maria Coutinho de Mello do § 2, Nº. 12. Nasceu na Capitania de seu Avô, da qual passou ao Rio de Janeiro, onde vivia pelos anos de 1645, com que foi nomeado Capitão descobridor, e administrador das Minas de Esmeraldas com seu Irmão Domingos de Azeredo Coutinho do § 4, Nº. 13; onde falamos nesta nomeação com mais largueza, e acham-se Memórias dele na Vida do Padre João de Almeida, escritas pelo Padre Simão de Vasconcellos, a página 252 Nº. 7. Casou com a sua parenta D. Maria de Spinola. Tiveram 2 filhos, a saber?

14. JOÃO DE AZEREDO COUTINHO E MELLO. Faleceu solteiro.

14. D. PAULA DE GALLEGOS, que casou e teve geração; mas da família do seu marido inteiramente nos faltam notícias.

NOTA

Esclarecimentos sobre a Família de D. Maria Coutinho de Mello, mulher de Marcos de Azeredo § 2, Nº. 12.

233

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Irmão Coutinho, irmão de 1º Conde de Marialva, de que trata no § 2 e Nº. 12, para a sua ascendência veja História Genealógica da Casa Real Portuguesa, por D. Antonio Caetano de Souza, Tomo 3, página 415, Tomo 12, Parte 2ª , página 893.

Para a ascendência de D. Henrique Manuel, Conde de Cea, de quem trata no § 2, Nº. 12, e seu descendente dos Reis de Castella, veja a mesma História Genealógica, Tomo 12, parte 1ª , página 599; Tomo 12, página 382; e Tomo 12, parte 2ª página 893. Como D. Brites de Souza, mulher do Conde de Cea é descendente do Rei D. Affonso 3º de Portugal, veja a mesma História Genealógica Tomo 12, Parte 1ª , página 599, e 222, assim como Tomo 1, página 177. Como D. Leonor Gonsalves de Azeredo de quem trata em § 2, Nº. 12, é descendente do Rei D. Deniz de Portugal, provem de que ela é neta de João Affonso de Albuquerque, que é neto do Rei D. Diniz, como se pode ver na mesma História Genealógica, Tomo 1º , página 245.

Da ascendência de Martim Affonso de Mello, de quem trata o § 2, Nº. 2, Nº. 12,

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página...., veja a mesma História Genealógica, Tomo 12, Parte 2ª , página 893. Para a ascendência ainda mais remota, veja a mesma História Genealógica, Provas, Tomo I, página 149, tratando de Men Soares de Mello, pai de Affonso Mendes de Mello, de quem se trata na mesma História Genealógica, Tomo 12, Parte 2ª , página 893. Para ascendência de D. Briolonja de Souza, mulher de Martim Affonso de Mello, veja a mesma História Genealógica, Tomo 3, página 415. Para a ascendência de Martim Affonso de Souza, Senhor de Mortagoa, e pai de D. Briolonja de Souza, veja a mesma História Genealógica, Tomo 3, página 415; Tomo 12, Parte 2ª , página 701 e 874; assim como aí verá como D. Briolonja de Souza descende do Rei D. Affonso 3º , como diz no § 2, Nº. 12. Para a ascendência dos Briteiros, veja a mesma História Genealógica, Tomo 12, Parte 2ª , página 705, e nos Provas Tomos, páginas 157, 159 e 161.

Para a ascendência de D. Guiomar Gil de Severoza, mulher de João Rodriguez Briteiros, veja as Provas da mesma História Genealógica, Tomo 1, página 151. Para a ascendência de D. Ignez Lourenço

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de Souza, mulher de D. Martim Affonso Chicosso, e filha de Lourenço Soares Valladares, veja a mesma História Genealógica, Tomo 12, Parte 1ª , página 245, e as Provas da mesma História Genealógica, Tomo 1, páginas 158, 159 e 183.

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NotasComplementares

“O quam pulchra est casta generatio cum claritate...” Ex libro Sapientae

“...las jararquias... son la forma natural, y por consiguiente divina, de lo que es vario... ”Donoso Cortés “Pensamientos” p. 41, Madrid, ed. de 1934.

“A cultura da terra produz, com a abundância e com a saúde, virtudes e amor da Pátria”. Castilho “Quadros Históricos de Portugal” p. 90, Lisboa, 1905.

Falho, como todas as obras iniciais de genealogia a que faltaram o préstimos de muitos interessados, este trabalho se ressente de numerosos defeitos e bastante omissões, de que será escoimado pelos esclarecimentos e retificações posteriores.

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A incoerência ortográfica, resultante da falta de unidade da revisão, aderiram dezenas de descuidos de outra natureza.

Era meu intuito fazer proceder às comemorações do 4º Centenário da Cana de Açúcar e dos Centenários de Portugal um nobiliário da baixada fluminense, onde velhas famílias portuguesas tinham constituído no novo mundo a aristocracia do açúcar. E pretendia fazer dois trabalhos: um de genealogia, animada, sentimental, encarada sob o ponto de vista da tradição doméstica, e culto transmitido da terra; outro, no romance, mais ou menos histórico, da fase de transição entre o engenho e a usina.

Vão dos dois, aqui, apenas duas amostras. Enquanto os lazeres da advocacia e do magistério me permitiram dispor de tempo e paciência para assunto assim minucioso, próprio das horas calmas e vigílias quietas, coligi o material da obra que me propusera e é parte dele, ajuntado às pressas, longe de minhas vistas, o que compôs este volume: Prefeito de Petrópolis e Secretário do Interior e Justiça do Estado, não pude, e tinha

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obrigação de não poder, levar avante a empresa sonhada.

Mister se fazia alguma referência mais pormenorizada a certos solares, como o da Abbadia 108 o dos Barões da Lagoa Dourada, 109 a Quinta de Mirandela, 110 a Casa do Carmo, até hoje na posse da família. Mas também muitas árvores genealógicas haveria a completar, na ramaria complexa em que elas se desdobram. 111

108Jánãoexiste.NolocalfoilevantadaaatualUsina.Dacasaprivativa,oBarãod’Abbadia,haviafeitoretirarobrasãod’Armas,porocasiãodocasamentodeumadesuasfilhas.

109OndehojefuncionaoantigoLiceudeHumanidades.NumdossalõesdessacasaesteveacélebremobíliadouradadosBarõesdaLagoa,quedepoispassouparaoSolardeSto.Antonio,ondeviveuemorreuseusobrinho‐netoJoãoGregórioFranciscodeMiranda.Asalaprincipalseconservaintacta,nasuasuntuosadecoraçãoprimitiva:deumafestaprincipescaaírealizada,guardou‐seatéhojeinestimávelrelíquia–umvestidodaBaronesadaLagoaDourada,bordadoaouropelasmãosseráficasdaBemaventurada.TambémumdoscarrosfechadosdaFazendaGrandedeSto.AntoniodoBeccoforadoserviçodessesolar.

110EmTrazosMontes,Portugal:passouamãosestranhasemfinsdoséculopassado(XIX).

111AD.MariaLuizadeAlmeidaCostaMiranda,casadacomJoãoGregórioFranciscodeMiranda,erafilhadeGeraldoMartinsdeAlmeidaeD.AnnaBernardinadoNascimentoMartinsdeAlmeida,avósmaternosdoDr.NilodeAlvarenga(quejárepresentouCamposnaCâmaraFederal),decujocasamentocomD.AnnadeAlvarenganasceramdoisfilhos,Fernando,queseguiuacarreiradiplomática,eVera;b)D.EufemiaFernandesSoutoRibeirodoRosário,sobrinhadeD.JosephadoEspíritoSantoFernandesdeAraújoSilva,casou‐secomoDr.AntonioRibeirodoRosárioedessematrimônionasceramAntonio,queseguiuacarreiraeclesiástica,GraziellaeSylvia;c)UmirmãodeD.MariaMachadoCardoso(mulherdoCom.CardosoMoreira)JoãoMachado,deseucasamentocomD.QuitériaMachado,teveasfilhasMaria,ÚrsulaeSebastiana.

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Os Miranda estão ligados aos Azeredo Coutinho e a muitas outras famílias fluminenses e não fluminenses. E a várias casas de Portugal, a que aqui não me aportei, por ter deixado para empreendimento maior da parte referente à península, que vai do século XVII aos veneráveis tombos onde as linhas legítimas de sucessão das famílias de origem lusa se batizam e que são a galilé de Pombeiro e a tapeçaria de Dom Fernando.

Os Cardoso, de que os Cardoso Moreira do séc. XIX são uma linha segunda, e os Gusmão, de que os Miranda do séc. XVIII descendem por linha feminina, estão no Brasil há trezentos anos, tendo chegado a Campos no sec. XVII.

Essas famílias, fluminenses de três séculos, até hoje tem terras em Campos e sempre ininterruptamente as tiveram: nunca, portanto, o vínculo que as unia à gleba se rompeu e, sem solução de continuidade, a estripe rural se manteve íntegra no Espaço e se prolongou fecunda no Tempo.

Como aquela Austria Feliz do dístico latino, os demônios do sangue se

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estenderam pelo casamento, a outras famílias e a outras províncias.

Mas o carvalho secular e originário, tendo lançado raízes eternas no chão da sua comuna, ali continua, vergastado pelo nordeste, com a fronde desfeita pelas intempéries, quase reduzido a tronco algumas vezes, mas ainda de pé...

Deus conserve. E o sopro quente do nosso afeto o revigore, e o orgulho dele nos reabilite, e os olhos reconhecidos que para ele havemos de voltar tenham a virtude de reanimá-lo e o dom de rejuvenescê-lo.

Assim o desejam estas páginas e isso pedem aos homens e às mulheres do mesmo sangue.

Para que os velhos se confortem com a certeza de que tem a quem transmitir a lembrança do passado; para que os moços se amparem no exemplo dos velhos e se exaltem na memória do que puderam os antigos do seu nome.

FIM

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Índice

Genealogia.................................. XI (6)

Institutos e obras......................XXV (11)

Árvores dinásticas.................... 27 (14)

A gleba......................................39 (25)

A unidade do Sangue.................49 (310

Nobreza.....................................55 (39)

Origem dos Sobrenomes.............69 (51)

Teoria da Heráldica....................79 (54)

Filhos d’algo........................ .....87 (63)

O Testamento do Sarg. Mor........95 (69)

A Baronesa d’Abbadia...............103 (78)

O Sarg. Mor G. F. de Miranda....115 (86)

O 1º Barão d’Abbadia.................129 (99)

Carta de Brasão.........................137 (106)

Os Miranda (Miranda Pinto, Martins Pinheiro, Gusmão Miranda,Cardoso de Miranda, Miranda Menezes, Pache de Faria, Almeida Miranda, Menezes Povoa,

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Pereira Pinto, Miranda Sá Sobral, Manhães Barreto, Rodrigues Peixoto, Coelho de Almeida, Sá Barroso, Cavalcanti de Albuquerque, etc.)........................................147 (113)

Os Cardoso Moreira (Araújo Silva, Araújo Cardoso, Nabuco de Araújo, Cardoso de Miranda, Motta Maia, Machado Cardoso, Magarinos Torres, Pereira Porto, Domingues Tinoco, Martins Júnior, Aguiar Cardoso, etc. ..........................167 (130)

O Conde de Iguassú...................171 (135)

Os Monteiro Teixeira de Miranda (Teixeira de Macedo, Vahya, Meirelles, Souza Rabello, Sarmento e Castro, Veiga de Siqueira, etc)........................175 (138)

Os Araújo (Pereira Pinto, Motta Leite, Vieira de Carvalho, Carvalho de Moraes, etc. .........................................199 (162)

Os Azeredo Coutinho (Annes de Araújo, Alz, Azevedo, Sodré, Grimaldi, Rangel, Coutinho e Mello, Tavares da Silva, Barcellos, etc. ...........................213 (176)

Notas Complementares...............364 (309)