!!!!!!oprincipemaquiavel-130703145148-phpapp01.rtf

21
O Príncipe – Nicolau Maquiavel abril 2 2013 Trabalho final referente à obra O príncipe de Nicolau Maquiavel. Apresentado pela discente Gabriela Santiago Coelho, do curso Serviço Social/ 2° período.Turma 2012/1 Disciplina : Teoria Política. Docente: Leandro. Universidade Federal de Ouro Preto- ICSA- Campus Mariana. Trabalho Final __________________________________________________________________ GABRIELA SANTIAGO COELHO SERVIÇO SOCIAL/ 2° PERÍODO

Upload: josemssl

Post on 11-Jul-2016

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

O Príncipe – Nicolau Maquiavel

abril 2

2013Trabalho final referente à obra O príncipe de Nicolau Maquiavel.Apresentado pela discente Gabriela Santiago Coelho, do cursoServiço Social/ 2° período.Turma 2012/1 Disciplina : TeoriaPolítica. Docente: Leandro. Universidade Federal de Ouro Preto-ICSA- Campus Mariana.

Trabalho Final

__________________________________________________________________

GABRIELA SANTIAGO COELHO

SERVIÇO SOCIAL/ 2° PERÍODO

O Príncipe

Nicolau Maquiavel

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

Campus ICSA- Mariana

________________________________________________________________________

MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. 2. ed. tradução: Roberto Grassi. Rio de Janeiro:

Civilização Brasileira, 1972.

O PRÍNCIPE- NICOLAU MAQUIAVEL

Palavras-chave: Príncipe, Estado, principados.

Esta obra se trata de, certamente, umas das mais conhecida do autor, pensador e

filósofo Nicolau Maquiavel. Em sua obra "O Príncipe", este busca expressar suas

perspectivas acerca de Estado e Poder. No início do livro, Maquiavel dedica tal obra a

Lorenzo II da Casa dos Medici.

No capítulo I "De quantas espécies são os principados e dos modos de

conquistá-los" Maquiavel defende que todos os Estados são republicas ou principados.

Os principados podem ser hereditários ou novos, sendo que os novos são inteiramente

novos ou são anexados a um Estado por herança.A conquista destes pode ocorrer pela

boa sorte ou pelo valor.

No capítulo II "Dos principados hereditários" Maquiavel aborda acerca das

ideias de principados. De acordo com ele manter e governar um principado hereditário é

algo fácil, já que há uma afeição do povo em relação à família. Deste modo basta ao novo

príncipe seguir os preceitos defendidos pela familia a qual pertence; sendo que neste

caso já se conhece, por parte do príncipe, a melhor maneira de consuzir o Estado. Neste

capítulo o autor tem como objetivo principal expressar como se dá a conquista e

sustentação de um principado hereditario.

No capítulo III "Dos principados mistos", o autor explica que principados mistos

são anexados a um Estado hereditário e possuem dificuldade principais iguais as dos

principados novos.

"Mas é nos principados novos que residem as dificuldades. Em primeiro lugar, se não é

totalmente novo mas sim como membro anexado a um Estado hereditário (que, em seu

conjunto, pode chamar-se "quase misto"), as suas variações resultam principalmente de

uma natural dificuldade inerente a todos os principados novos [...]" (Pag.41)

Independente a da força do exército que um príncipe pode vir a ter sempre será

necessario o apoio popular para que este entre em uma província.Maquiavel defende que

Estados conquistados e anexados a um Estado antigo, se forem da mesma língua, são

facilmente dominados. Porém caso o Estado conquistado e anexado não seja da mesma

língua e província, basta fazer desaparecer a linha do príncipe que o dominava, pois

mantendo-se na condição das coisas antigas os homens vivem calmamente. Para que o

conquistador mantenha-os o autor propõe duas regra, sendo que a primeira consiste em

fazer extinguir o sangue do príncipe anterior; e a segunda consiste em não alterar as leis

nem os impostos.

"E quem conquista, querendo conservá-los, deve adotar duas medidas: a primeira, fazer

com que a linhagem do antigo príncipe seja extinta; a outra, aquela de não alterar nem as

suas leis nem os impostos; por tal forma, dentro de mui curto lapso de tempo, o território

conquistado passa a constituir um corpo todo com o principado antigo." (Pag. 42-43)

Deste modo de uma maneira breve ocorrerá a união ao antigo Estado. Para o

autor as dificuldades em relação à conquista do Estado surgem quanto esta se dá em

uma província de língua e costumes diferentes, neste caso boa sorte e grande habilidade

por parte do conquistados serão necessarias para que tal conquista seja conservada. Se

o príncipe seguir as regras propostas por Maquiavel os suditos ficarão satisfeitos, será

mais difícil a existencia de ataques e a conquista dificilmente será perdida.

No capítulo IV, "Por que razão o reino de Dario, ocupado por Alexandre, não

se rebelou contra os sucessores deste após a morte de Alexandre", o autor expressa

o modo com que são dominados os principados. Estes podem ser dominados de dois

modos, sendo que o primeiro consiste na dominação por um príncipe ajudado por

ministros e o segundo consiste na dominação por um príncipe e barões. estes que graças

a hereditariedade possuem grandes poderes, independentemente da vontade do príncipe.

Na primeira forma de governo, o principe é o senhor absoluto já na segunda os

barões possuem domínios e súditos próprios. Para exemplificar tal relação Maquiavel cita

como exemplos o Império Grão-Turco e o Reinado da França.

"Os exemplos dessas duas espécies de governo são, nos nossos tempos, o Turco e o rei

de França. Toda a monarquia do Turco é dirigida por um senhor: os outros são seus

servos; dividindo o seu reino em sandjaks, para aí manda diversos administradores e os

muda e varia de acordo com sua própria vontade. Mas o rei de França está em meio a

uma multidão de antigos senhores que, nessa qualidade, são reconhecidos pelos seus

súditos e por eles amados: têm as suas preeminências e não pode o rei privá-los das

mesmas sem perigo para si próprio. Quem tiver em mira, pois, um e outro desses

governos, encontrará dificuldades para conquistar o Estado Turco, mas, vencido que seja

este, encontrará grande facilidade para conservá-lo, Ao contrário, encontrar-se-á em

todos os sentidos maior facilidade para ocupar o Estado de França, mas grande

dificuldade para mantê-lo." (Pag. 51-52)

No capítulo V, "Da maneira de conservar cidades ou principados que antes

da ocupação, se regiam por leis próprias" Maquiavel diz que existem tres modos para

manter a posse em tais lugares com leis próprias, sendo que em primeira linha pose-se

arruina-los, o segundo modo refere-se a habita-los e por último deixá-los viver com suas

leis, arrecadando tributo e criando um governo de poucos. O autor considera a terceira

forma como a menos eficaz já que por mais que se faça os cidadãos sempre se

lembraram de como era a vida antes da invasão. Deste modo, para conservar uma

república conquistada, o caminho mais seguro é destruí-la ou habitá-la pessoalmente.

"Quando aqueles Estados que se conquistam, como foi dito, estão habituados a viver com

suas próprias leis e em liberdade, existem três modos de conservá-los: o primeiro,

arruiná-los; o outro, ir habitá-los pessoalmente; o terceiro, deixá-los viver com suas leis,

arrecadando um tributo e criando em seu interior um governo de poucos, que se

conservam amigos, porque, sendo esse governo criado por aquele príncipe, sabe que

não pode permanecer sem sua amizade e seu poder, e há que fazer tudo por conservá-

los. Querendo preservar uma cidade habituada a viver livre, mais facilmente que por

qualquer outro modo se a conserva por intermédio de seus cidadãos." (Pag. 55)

No capítulo VI, " Dos principados novos que se conquistam pelas próprias

armas e valor", Maquiavel começa alegando que os homens trilham quase sempre

estradas já percorridas, sendo que um homem prudente deve assim escolher os

caminhos já percorridos pelos grande homens e imitá-los. De acordo com o autor:

"[...] no principado completamente novo, onde exista um novo príncipe, encontra-se

menor ou maior dificuldade para mantê-lo, segundo seja mais ou menos virtuoso quem o

conquiste. E porque o elevar-se de particular a príncipe pressupõe ou virtude ou boa

sorte, parece que uma ou outra dessas duas razões mitigue em parte muitas dificuldades;

não obstante, tem-se observado, aquele que menos se apoiou na sorte reteve o poder

mais seguramente. Gera ainda facilidade o fato de, por não possuir outros Estados, ser o

príncipe obrigado a vir habitá-lo pessoalmente." (Pag. 57)

Para este, a principal dificuldade no processo de conquista nasce da tentativa de

introduzir novas leis e costumes para a fundação de seu Estado. O novo legislador terá

por inimigos todos aqueles a quem as antigas leis beneficiavam, e terá tímidos

defensores, pois ainda não há nada consolidado.

No capítulo VII, "Dos principados novos que se conquistam com armas e a

fortuna de outrem", o autor diz que aqueles homens que favorecidos somente pela

sorte se tornam príncipes, não conseguem se manter com a mesma facilidade na qual

conseguem chegar ao posto. Isto acontece quando o Estado é concedido ao príncipe por

dinheiro ou pela graça de quem o concede.

No capítulo VIII, "Dos que alcançaram o principado pelo crime", Maquiavel

demonstra duas maneiras as quais se tornar principe não pode ser atribuído a fortuna ou

ao mérito. A primeira se refere a um principe que chega ao principado através da

maldade, contrariando leis humanas e/ou divinas; já a segunda se refere a um principe

que chega a este posto por mercê do favor de seus conterrâneos.

"Por isso é de notar-se que, ao ocupar um Estado, deve o conquistador exercer todas

aquelas ofensas que se lhe tornem necessárias, fazendo-as todas a um tempo só para

não precisar renová-las a cada dia e poder, assim, dar segurança aos homens e

conquistá-los com benefícios, Quem age diversamente, ou por timidez ou por mau

conselho, tem sempre necessidade de conservar a faca na mão, não podendo nunca

confiar em seus súditos, pois que estes nele também não podem ter confiança diante das

novas e contínuas injúrias. Portanto, as ofensas devem ser feitas todas de uma só vez, a

fim de que, pouco degustadas, ofendam menos, ao passo que os benefícios devem ser

feitos aos poucos, para que sejam melhor apreciados. Acima de tudo, um príncipe deve

viver com seus súditos de modo que nenhum acidente, bom ou mau, o faça variar:

porque, surgindo pelos tempos adversos a necessidade, não estarás em tempo de fazer o

mal, e o bem que tu fizeres não te será útil eis que, julgado forçado, não trará

gratidão."(Pag. 72-73)

No capítulo IX, "Do principado civil", o autor inicia alegando que quando um

cidadão privado se torna principe de sua patria por meio de seus concidadãos, ou isto

ocorre com o apoio do povo, ou como o apoio dos grandes. Tal cenário é contraditório,

sendo que o povo não deseja ser dirigido ou oprimido pelos grande, e estes por sua vez

tem como desejo dirigir e oprimir o povo. Desta contradição surgem tres efeitos, sendo

estes o principado, a liberdade e, a desordem.

"O que chega ao principado com a ajuda dos grandes se mantém com mais dificuldade

daquele que ascende ao posto com o apoio do povo, pois se encontra príncipe com

muitos ao redor a lhe parecerem seus iguais e, por isso, não pode nem governar nem

manobrar como entender. [...] Mas aquele que chega ao principado com o favor popular,

aí se encontra só e ao seu derredor não tem ninguém ou são pouquíssimos que não

estejam preparados para obedecer." (Pag. 75-76)

De acordo com o autor, o principado é estabelecido pelo povo ou pelos grandes,

de acordo com as oportunidade que se tem no momento. Pra satisfazer o povo é

facil,segundo Maquiavel, pois já que este tem apenas o desejo de não ser oprimido e o

pior que um príncipe pode esperar de um povo hostil é ser abandonado. Porém a

inimizade dos grandes é algo que deve ser temido pelo principe, já que estes o podem

atacar.

Maquiavel divide os grandes em dois grupos:

"E, para melhor esclarecer esta parte, digo que os grandes devem ser considerados em

dois grupos principais: ou procedem por forma a se obrigarem totalmente à tua fortuna,

ou não. Os que se obrigam e não são rapaces, devem ser considerados e amados. Os

que não se obrigam devem ser encarados de dois modos: se fazem isso por

pusilanimidade ou por natural defeito de espírito, deverás servir-te deles, máxime que são

bons conselheiros, porque na prosperidade isso te honrará e na adversidade não

precisarás temê-los. Mas quando eles, ardilosamente, não se obrigam por ambição, é

sinal que pensam mais em si próprios do que em ti: desses deve o príncipe guardar-se

temendo-os como se fossem inimigos declarados, porque sempre, na adversidade,

ajudarão a arruiná-lo." (Pag. 76)

De acordo com as ideias do autor, quem se torna príncipe pelo povo deve mante-

lo como amigo, mas aquele que se torna príncipe através do apoio doa grandes, deve de

alguma forma tentar conquistar o povo. Tal conquista é fácil, sendo que basta o principe

fazer algo de bom ao povo, que por sua vez só espera atitudes ruins por parte deste, e

assim este se obrigará mais com o novo benfeitor.

No capítulo X, "Como se devem medir as forças de todos os principados", é

defendido que é importante considerar a força de um principe em relação ao seu Estado,

para que em tempo de necessidades ele possa se manter ou precise da ajuda de

terceiros.

Um principado forte tem dinheiro e homens para resistir a qualquer invasor. Um

principado fraco é aquele que não consegue lutar uma batalha em campo aberto e precisa

se refugiar detrás de seus muros. Assim um príncipe que tenha uma cidade forte e não

seja odiado por seu povo, não pode ser atacado.

No capítulo XI, "Dos principados eclesiásticos", estes podem ser conquistados

ou pelo martírio ou pela sorte, sendo que são mantidos atraves da rotina da religião. Os

principados eclesiasticos são aqueles que possuem Estados e não os defendem,

possuem súditos e não governam e seus Estados, apesar de indefesos, não são

arrebatados. Só esses principados são seguros e felizes, pois são protegidos por Deus.

No capítulo XII, "Dos gêneros de milícias e dos soldados mercenários", o

autor diz que boas leis e boas armas são as principais bases de um Estado. Sendo as

forças que um príncipe dispõe para manter um Estado ou são próprias ou são

mercenárias auxiliares, ou mistas.

Para o autor as forças mercenárias e auxiliares são inúteis e perigosas, pois não

amam o príncipe apenas lutam com ele por dinheiro, o que não basta para que morram

por ele.

"Digo, pois, que as armas com as quais um príncipe defende o seu Estado, ou são suas

próprias ou são mercenárias, ou auxiliares ou mistas. As mercenárias e as auxiliares são

inúteis e perigosas e, se alguém tem o seu Estado apoiado nas tropas mercenárias,

jamais estará firme e seguro, porque elas são desunidas, ambiciosas, indisciplinadas,

infiéis; galhardas entre os amigos, vis entre os inimigos; não têm temor a Deus e não têm

fé nos homens, e tanto se adia a ruína, quanto se transfere o assalto; na paz se é

espoliado por elas, na guerra, pelos inimigos. A razão disto é que elas não têm outro amor

nem outra razão que as mantenha em campo, a não ser um pouco de soldo, o qual não é

suficiente para fazer com que queiram morrer por ti. Querem muito ser teus soldados

enquanto não estás em guerra, mas, quando esta surge, querem fugir ou ir embora."

(Pag. 87-89)

No capitulo XIII, "Das tropas auxiliares, mistas e nativas", o autor inicia

defendendo que:

"As tropas auxiliares, que são as outras forças inúteis, são aquelas que se apresentam

quando chamas um poderoso para que, com seus exércitos, te venha ajudar e defender,

como fez em tempos recentes o Papa Júlio que, tendo visto na campanha de Ferrara a

triste figura de suas tropas mercenárias, voltou-se para as auxiliares e entrou em acordo

com Fernando, rei da Espanha, no sentido de que este, com sua gente e armas, viesse

ajudá-lo. Estas tropas auxiliares podem ser úteis e boas para si mesmas, mas, para quem

as chame, são quase sempre danosas, eis que perdendo ficas liquidado, vencendo ficas

seu prisioneiro."(Pag. 93)

Para o autor, o perigo das tropas mercenárias esta na covardia, já nas auxiliares o

perigo pode ser visto na bravura. Para este principes prudentes optam por perder com

suas tropas a obter uma falsa vitória com as tropas auxiliares, pois estas obedecem

somente a outro poderoso.

Os exércitos mistos (compostos de mercenários e soldados próprios) são

melhores que as tropas auxiliares ou mercenárias e muito inferiores aos exércitos

próprios. As forças próprias são aquelas formadas pelos súditos sendo a mais confiável e

segura.

Acerca das ideias do capítulo, Maquiavel conclui que:

"Portanto, aquele que num principado não conhece os males logo no início, não é

verdadeiramente sábio, o que é dado a poucos. [...] Concluo, pois, que, sem ter armas

próprias, nenhum principado está seguro; ao contrário, fica ele totalmente sujeito à sorte,

não havendo virtude que o defenda na adversidade. " (Pag. 96)

No capítulo XIV, "Dos deveres do Príncipe para com suas tropas", Maquiavel

alega que um principe deve sempre pensar na guerra, na organização e disciplina de

suas tropas, sendo este seu objetivo principal. A guerra tem o poder de fazer principes

perderem o trono e fazer de cidadaos comuns principes.

"Deve o príncipe, portanto, não desviar um momento sequer o seu pensamento do

exercício da guerra, o que pode fazer por dois modos: um com a ação, o outro com a

mente, Quanto à ação, além de manter bem organizadas e exercitadas as suas tropas,

deve estar sempre em caçadas para acostumar o corpo às fadigas e, em parte, para

conhecer a natureza dos lugares e saber como surgem os montes, como embocam os

vales, como se estendem as planícies, e aprender a natureza dos rios e dos pântanos,

pondo muita atenção em tudo isso. Esses conhecimentos são úteis por duas razões:

primeiro, aprende-se a conhecer o próprio país e pode-se melhor identificar as defesas

que ele oferece; depois, em decorrência do conhecimento e prática daqueles sítios, com

facilidade poderá entender qualquer outra região que venha a ter de observar, eis que as

colinas, os vales, as planícies, os rios e os pântanos que existem, por exemplo, na

Toscana, têm certa semelhança com os das outras províncias, de forma que, do

conhecimento do terreno de uma província, se pode passar facilmente ao de outras. O

príncipe que seja falto dessa perícia, está desprovido do elemento principal de que

necessita um capitão, pois ela ensina a encontrar o inimigo, estabelecer os

acampamentos, conduzir os exércitos, ordenar as jornadas, fazer incursões pelas terras

com vantagem sobre o inimigo." (Pag. 98)

No capitulo XV, "Das razões por que os homens, e especialmente os

Príncipes, são louvados ou censurados", é abordada a froma como um principe deve

se portar frente a seus suditos. De acordo com Maquiavel, para se manter no poder um

principe deve aprender a ser mau, e ultilizar essa maldade de acordo com as

necessidades. A qualificação de um principe se da pelas qualidades que lhe trazem

reprovação ou louvor, mas este não deve se deixar levar por tais classificações, pois uma

virtude se fosse aplicada lhe acarretaria a ruína e um defeito traz a um príncipe segurança

e bem-estar.

No capitulo XVI, "Da liberdade e da parcimônia", Maquiavel defende que para

ser considerado um liberal, um principe não deve omitir nenhuma demonstração de

suntuosidade. Esta é muito cara e para mante-la o principe devera onerar o povo, o que

fatalmente o fara ser odiado pelo mesmo. Deste modo é mais prudente que o principe

tenha fama de miseravel, sendo deste modo uma má fama sem odio por parte do povo,

do que ser obrigado a onerar o povo e se tornar odiado.

No capitulo XVII, "Da crueldade e da piedade e se é melhor ser amado ou

temido", é dito que todo principe tem como desejo ser tido como piedoso e não como

cruel, mas este deve empregar de forma conveniente tal piedade.

"O príncipe, contudo, deve ser lento no crer e no agir, não se alarmar por si mesmo e

proceder por forma equilibrada, com prudência e humanidade, buscando evitar que a

excessiva confiança o torne incauto e a demasiada desconfiança o faça intolerável." (Pag.

107)

Deste modo nasce a questão: É melhor ser temido ou amado? Para Maquiavel, já

que o ser humano não consegue ser os dois é mais seguro que um homem seja temido a

ser amado.Este defende que o amor é mantido como um sentimento de obrigação, já o

temor pelo receio do castigo. Um príncipe amado cria muitas expectativas e caso estas

não sejam logo sanadas ele se tornará odiado. Um príncipe temido é respeitado e a única

coisa que ele deve evitar fazer é se tornar odiado.

"Concluo, pois, voltando à questão de ser temido e amado, que um príncipe sábio,

amando os homens como a eles agrada e sendo por eles temido como deseja, deve

apoiar-se naquilo que é seu e não no que é dos outros; deve apenas empenhar-se em

fugir ao ódio, como foi dito." (Pag.110)

No capitulo XVIII, "De que forma os príncipes devem manter a palavra",

Maquiavel define como ideal que um principe mantenha sempre a palavra e viva com

integridade, não com a astucia. Para o autor existem duas de combate, sendo uma pela

lei e outra pela força, porém nem sempre a primeira é suficiente e acaba sendo preciso

recorrer a segunda. Este defende que um príncipe prudente não pode nem deve guardar

a palavra quando ela lhe é prejudicial, ou quando as causas que a determinam cessem de

existir. O príncipe não precisa possuir todas as virtudes do mundo, basta a ele apenas

aparentar possuí-las. Um príncipe, em especial um novo, deve aparentar ser todo

piedade, integridade, lealdade, humanidade e religião, em especial este último. Todos

vêem o que tu pareces, mas poucos o que és realmente e esses poucos não ousaram

contrariar a opinião da maioria.

"Procure, pois, um príncipe, vencer e manter o Estado: os meios serão sempre julgados

honrosos e por todos louvados, porque o vulgo sempre se deixa levar pelas aparências e

pelos resultados, e no mundo não existe senão o vulgo; os poucos não podem existir

quando os muitos têm onde se apoiar. Algum príncipe dos tempos atuais, que não

convém nomear, não prega senão a paz e fé, mas de uma e outra é ferrenho inimigo;

uma e outra, se ele as tivesse praticado, ter-lhe-iam por mais de uma vez tolhido a

reputação ou o Estado." (Pag. 113)

No capítulo XIX, "De como se deve evitar o ser desprezado e odiado", é

defendido que ser usurpador e usar dos bens e das mulheres dos súditos são atitudes

que fazemn com que um príncipe seja odiado pelos mesmos. Os homens vivem muito

bem se não o tirarem seus bens e sua honra.

Para não ser desprezado o príncipe deve evitar ser volúvel, leviano, efeminado,

pusilânime, irresoluto. Ele deve procurar passar em seus ações grandeza, coragem,

gravidade e fortaleza. Aquele principe que conseguir formar tal opinião de seus súditos

terá uma boa reputação, e aquele que a tem não é conspirado ou atacado. O receio das

conspirações internas e dos distúrbios externos criados pelos poderosos é um sentimento

necessario que o principe devera ter.

"O príncipe que dá de si esta opinião é assaz reputado e, contra quem é reputado, só

com muita dificuldade se conspira; dificilmente é atacado, desde que se considere

excelente e seja reverenciado pelos seus. Na verdade, um príncipe deve ter dois temores:

um de ordem interna, de parte de seus súditos, o outro de natureza externa, de parte dos

potentados estrangeiros. Destes se defende com boas armas e bons amigos; e sempre

que tenha boas armas terá bons amigos. A situação interna, desde que ainda não

perturbada por uma conspiração, estará segura sempre que esteja estabilizada a externa;

mesmo quando esta se agite, se o príncipe organizou-se e viveu como eu já disse, desde

que não desanime, resistirá a qualquer impacto, como salientei ter feito o espartano

Nábis." (Pag.115)

"Mas, a respeito dos súditos, quando os negócios externos não se agitam, deve-se temer

que conspirem secretamente, contra o que o príncipe se assegura firmemente fugindo de

ser odiado ou desprezado e mantendo o povo com ele satisfeito; isto é de necessidade

seja conseguido, como já acima se falou longamente. Um dos mais poderosos remédios

de que um príncipe pode dispor contra as conspirações é não ser odiado pela maioria,

porque sempre, quem conjura, pensa com a morte do príncipe satisfazer o povo, mas,

quando considera que com isso irá ofendê-lo, não se anima a tomar semelhante partido,

mesmo porque as dificuldades com que os conspiradores têm de se defrontar são

infinitas. "(Pag. 116)

"Concluo, portanto, que um príncipe deve dar pouca importância às conspirações se o

povo lhe é benévolo; mas quando este lhe seja adverso e o tenha em ódio, deve temer

tudo e a todos. Os Estados bem organizados e os príncipes hábeis têm com toda a

diligência procurado não desesperar os grandes e satisfazer o povo conservando-o

contente, mesmo porque este é um dos mais importantes assuntos de que um príncipe

tenha de tratar." (Pag.117)

"Daí pode-se extrair outra conclusão digna de nota: os príncipes devem atribuir a outrem

as coisas odiosas, reservando para si aquelas de graça. Novamente concluo que um

príncipe deve estimar os grandes, mas não se fazer odiado pelo povo." (Pag. 118)

"Deve-se notar inicialmente que, enquanto nos outros principados tem-se de lutar apenas

contra a ambição dos grandes e a insolência do povo, os imperadores romanos

encontravam uma terceira dificuldade, aquela de terem de suportar a crueldade e a

ambição dos soldados." (Pag. 118)

"Deve-se notar aqui que o ódio se adquire tanto pelas boas como pelas más ações: como

já disse acima, querendo um príncipe conservar o Estado, freqüentemente é forçado a

não ser bom, pois quando aquele elemento mais forte, povo, soldados ou grandes, de

que julgas necessitar para manter-te, é corrompido, convém que sigas o seu desejo para

satisfazê-lo; então, as boas obras tornam-se tuas inimigas." (Pag. 120)

"Assim, digo que os príncipes de nossos tempos têm a menos, nos seus governos, esta

dificuldade de satisfazer extraordinariamente aos soldados, eis que, não obstante se deva

ter para com os mesmos alguma consideração, isso se resolve logo, pois nenhum destes

príncipes tem um exército que seja inveterado com os governos e administrações das

províncias, como eram os exércitos do Império Romano." (Pag. 127)

No capítulo XX, "Se as fortalezas e muitas outras coisas que dia a dia são

feitas pelo príncipe são úteis ou não", o autor inicia dizendo que um príncipe nunca

desarma seus súditos, se este os encontra desarmados os arma fazendo deles homens

fiéis. Ao desarmar uma população um príncipe ofendera a todos, sendo esta uma prova

de confiança por parte do mesmo. Deste modo ele será obrigado a recorrer as tropas

mercenárias.

No cenário no qual um príncipe conquista um novo Estado e o anexa aos seus

domínios, é necessário desarmar o Estado conquistado, exceto aqueles que te ajudaram

na conquista.Para o autor um príncipe sábio deve formentar com astúcia certas

inimizades, para que ele possa derrotar o inimigo e sair engrandecido dessa vitória. O

hábito entre os príncipes de construir fortalezas serve de refugio seguro caso sofra algum

ataque inesperado.

"O príncipe que tiver mais temor de seu povo do que dos estrangeiros, deve construir as

fortalezas; mas aquele que sentir mais medo dos estrangeiros que de seu povo, deve

abandoná-las.[...] Por isso, a melhor fortaleza que possa existir é o não ser odiado pelo

povo: mesmo que tenham fortificações elas de nada valem se o povo te odeia, eis que a

este, quando tome das armas, nunca faltam estrangeiros que o socorram. " (Pag.128)

No capítulo XXI, "O que a um príncipe convém realizar para ser estimado",

Maquiavel diz que nada cria mais estima do que os grandes empreendimentos. Este usa

como exemplo Fernando de Aragão e suas grandes e vitoriosas expedições militares.

"Um príncipe é estimado, ainda, quando verdadeiro amigo e vero inimigo, isto é, quando

sem qualquer consideração se revela em favor de um, contra outro. Esta atitude é sempre

mais útil do que ficar neutro, eis que, se dois poderosos vizinhos teus entrarem em luta,

ou são de qualidade que vencendo um deles tenhas a temer o vencedor, ou não. Em

qualquer um destes dois casos será sempre mais útil o definir-te e fazer guerra digna,

porque no primeiro caso se não te definires serás sempre presa do que vencer, com

prazer e satisfação do que foi vencido, e não terás razão ou coisa alguma que te defenda

nem quem te receba. O vencedor não quer amigos suspeitos ou que não o ajudem nas

adversidades; quem perde não te recebe por não teres querido correr a sua sorte de

armas em punho." (Pag. 132)

No capitulo XXII, "Dos ministros dos príncipes", é abordado acerca do modo

de avaliar um principe e seu ministros. A primeira avaliação que se faz sobre a inteligência

de um príncipe, se faz pelos homens que ele tem ao seu redor. Bons príncipes escolhem

bons ministros e vice-versa. Uma boa forma de escolher um ministro consiste naquela em

que se o ministro pensar mais nele do que no príncipe e em todas situações buscar

proveito pessoal este é considerado um mau ministro. Deste modo, caso encontre um

bom ministro, o príncipe deve mimálo e enriquecê-lo para que ele não deseje outra coisa

que não seja servir ao príncipe.

No capítulo XXIII, "De como se devem evitar os aduladores", Maquiavel diz

que as cortes estão cheias de aduladores e um príncipe prudente deve saber como se

defender deles. O único modo de se defender é o príncipe deixando claro que lhe dizer a

verdade não o ofende. Mas quando todos dizem a verdade, faltar-te-ão ao respeito.

Então o príncipe deve escolher em seu Estado homens sábios e só estes tem o

direito de te dizer a verdade e somente das coisas que lhe perguntar.O príncipe deve

consultá-los e ouvi-los, então depois deliberar como bem entender, porém nunca deve

voltar atrás nesta deliberação ou será arruinado.

No capítulo XXIV, "Por que os príncipes da Itália perderam seus Estados", é

dito que um príncipe recente é muito mais vigiado que um hereditário, mas se ele mostrar

muitas virtudes, será seguido por muito mais homens do que um príncipe de sangue.Os

príncipes da Itália perderam seus Estados pelas falhas nas armas, por serem hostilizados

pelo povo e por não terem neutralizado os grandes. Estes senhores italianos perderam

seus principados hereditários pela própria indolência, pois não se preocuparam na

bonança com os períodos de tempestade, e quando este chegou eles fugiram e não se

defenderam.

No capítulo XXV, "De quanto pode a fortuna nas coisas humanas e de que

modo se deve resistir-lhes", tem-se a ideia de que a providência divina é a responsável

pelos caminhos de um governo e não há nada que o homem possa fazer para corrigi-las.

E como não se pode fazer nada, que se deixe governar pela sorte. Para Maquiavel a

fortuna ou sorte é responsável por metade de nossas ações e como temos livre arbítrio

somos os responsáveis pela outra metade. E a fortuna apenas se manifesta onde não há

resistência organizada. Um príncipe que se apóia somente na fortuna, tende a variar

segundo ela no sucesso e no fracasso, pois a sorte não é uma constante.

"Concluo, pois, que variando a sorte e permanecendo os homens obstinados nos seus

modos de agir, serão felizes enquanto aquela e estes sejam concordes e infelizes quando

surgir a discordância. Considero seja melhor ser impetuoso do que dotado de cautela,

porque a fortuna é mulher e consequentemente se torna necessário, querendo dominá-la,

bater-lhe e contrariá-la; e ela mais se deixa vencer por estes do que por aqueles que

procedem friamente. A sorte, porém, como mulher, sempre é amiga dos jovens, porque

são menos cautelosos, mais afoitos e com maior audácia a dominam." (Pag. 146)

No capítulo XXVI, "Exortação para tomar e livrar a Itália das mãos dos

Bárbaros", Maquiavel conclui sua obra clamando aos Médici que tomem o poder em toda

a Itália. Para o autor a Itália chegou a um ponto de extremo caos e por isso necessita de

um novo príncipe. Este novo príncipe que surgirá para colocar a Itália em ordem deve ser

da família Médici. Estes seriam os redentores que protegeriam a Itália das constantes

invasões estrangeiras e das lutas internas.

Nicolau Maquiavel foi um escritor e pensador que nasceu em Florença e desde os

29 anos atuou na política, onde pode observar e estudar o comportamento daqueles que

ocupavam o poder. Através de suas obras e neste trabalho, especialmente, da obra “O

Príncipe”, podemos ver que suas perspectivas acerca da política possuem ideias que são

vigentes até hoje se formos analisar o contexto político atual.

Através de “O Príncipe” Maquiavel, disserta acerca do que é poder, e das

manobras e atitudes que um homem deve ter para chegar e se manter nele. Este mostra

como as coisas realmente são, e dá uma ideia de que o homem por muitas vezes é mau

para conseguir o que quer. Maquiavel não só mostra os caminhos que levam ao poder

como os exemplifica.

Neste livro, que foi escrito na época do Renascimento, o autor expressa seu

desejo de ver a Itália poderosa e unificada. Isto ele deixa claro de maneira mais

expressiva especialmente no capítulo XXVI. Através de tal obra Maquiavel busca ensinar ,

não que se tenha o absolutismo, mas a unificação e estabilidade.

Antes de estudar acerca do pensador Maquiavel, tinha uma impressao que o

mesmo defendia o mau, ao ouvir os comentários acerca de sua obra achava que o autor

tinha ideias que focavam em conseguir o que se quer, custe o que custar, mesmo que

para isso precise ser uma pessoa má. Ao ler “O Príncipe” pude mudar de ideia; hoje vejo

que o autor descreve o processo da política e do Poder de uma forma realista e não há

como negar através dos exemplos que ele próprio citou. Este mostra que há de ter uma

conveniencia por parte de um governante, e que este tem que saber a hora certa de ser

bom ou mau. Levando tudo isso em consideração é certo dizer que O Príncipe ensina a

agir segundo as circunstancias e necessidades, fazendo com que caia por terra também o

pejorativo adjetivo maquiavélico. Muitas vezes usado para definir alguém sem escrúpulos

e imoral, que age contra a ética em qualquer situação visando unicamente o beneficio

próprio.

Nicolau prega apenas que a política tem uma moral própria, a qual não se

classifica nem como moral, nem como imoral. Isso se deve ao “agir de acordo com as

circunstancias”. E ao analisar cuidadosamente seus ensinamentos é possível perceber

que ele prega o equilíbrio. O que não significa que não dê valor às qualidades. Nicolau

tanto dá valor as qualidades como também as “deseja”, dando preferência aos “bons”

meios sempre que possível e aos “maus” sempre que necessário. Maquiavel ressalta

ainda que é importante ter o povo ao seu lado. Para o autor um bom governante teria de

ter virtude e fortuna. Deste modo, deveria ter habilidade (virtude) e circunstâncias

favoráveis (fortuna). Outra conclusão a que chegou foi que “dos homens, em realidade,

pode-se dizer genericamente que eles são ingratos, volúveis, fementidos e dissimulados,

fugidios quando há perigo, e cobiçosos.”.Maquiavel ensina como tomar o poder e implora

que alguém o faça, que alguém unifique a Itália. Tanto ele não prega que disseminem o

mal, que tudo o que ensina é para salvar sua pátria, ele e o povo. Procura um príncipe

virtuoso que faça o bem para si, para o povo e para a pátria.

Certas citações de Nicolau Maquiavel tem grande contexto no que se refere a

organização política e social da atualidade:

"...as alterações nascem principalmente de uma dificuldade natural a todos os principados

novos, que consiste no fato de os homens gostarem de mudar de senhor, acreditando

com isso melhorar."

Tal citação se enquadra bem na polótica atual, onde nós pensamos que com cada

mudança de presidente, governador ou prefeito, conseguiremos melhorar. O povo

brasileiro a cada mudança de governantes renova suas esperanças achando que

assim os problemas sociais e economicos serão resolvidos. Da mesma forma é

uma dificuldade sofrida por um príncipe novo, pois este será criticado, e tentativas

de lhe tirarem do poder não faltaram, mesmo não sendo a melhor solução a sua

mudança, essa cultura como sabemos prevalece até hoje, onde é difícil a

reeleição de um político, e nota-se que quando esta se dá, seria muito mais difícil

tirá-lo do poder devido à cultura de longa data que estabeleceu. Um exemplo claro

é visto no ex presidente Luiza Inacio Lula da Silva, que dificilmente sairia do poder

se pudesse ter concorrido a presidencia novamente.

"Aqueles que, somente pela fortuna, de cidadãos particulares se tornam príncipes fazem-

no com pouco esforço, mas com muito esforço se mantêm. E não encontram dificuldade

no caminho porque passam voando por ele: mas todas as dificuldades surgem quando

chegam ao destino."

Para se manter a posição ocupada, não basta apenas sorte, mas sim competência

para tal, se foi fácil chegar até lá, não tão simples pode ser de se manter. Quando

se esta num lugar alto, com certeza outros gostariam e querem estar no seu lugar,

e caso você não tenha competência para manter o lugar conquistado, mais cedo

do que se pensa perderá o trono. Um exemplo, na área da Administração é um

funcionário que assumiu o cargo de gerente por conhecer as rotinas da empresa,

se ele não for capaz o suficiente para tal função, logo, outro mais qualificado lhe

tirará do lugar, ao menos que o primeiro tenha meios de se manter.

"[...] deve um príncipe viver com seus súditos de forma que nenhum incidente, mau ou

bom, faça variar seu comportamento: porque, vindo às vicissitudes em tempos adversos,

não terás tempo para o mal, e o bem que fizeres não te será creditado, porque julgarão

que o fizeste forçado..."

Se o príncipe, mudar seu comportamento sendo agressivo em alguns momentos

por algum motivo qualquer que o seja, e crueldades começar a fazer por não se

agradar de alguma coisa, pode este, futuramente, em situação desfavorável, fazer

alguma obra, para se fazer parecer bom, mas então lhe dirão que só fez aquilo,

pois necessitava, porque no resto do tempo, sempre foi mal, e agora por

necessidade, muda seu comportamento, despertando a desconfiança do povo.

Não cabe só aos príncipes esta observação, mas a todos nós, que não devemos

fazer alguma coisa a alguém apenas por interesse, se no resto do tempo, não

mexemos uma "palha" sequer, com certeza, verão nosso interesse, e não será

considerado por ninguém.

"[...] aquele que não detecta no nascedouro os males de um principado não é

verdadeiramente sábio."

É muito mais difícil corrigir do que prevenir, da mesma forma acontece conosco

todo dia, se não prevenimos, ou seja se não antecipamos os males que irão nos

afligir, dificilmente estes são contornados sem problemas. Em uma empresa é fácil

notar isso, por exemplo se uma empresa não notar que as vendas em fevereiro

irão cair, e tiver grande quantidade de estoque, perderão dinheiro com isso, cabe

ao administrador anteceder os males e corta-los antes que causem algum dano.

"[...] deves parecer clemente, fiel, humano, integro, religioso - e sê-lo, mas com a

condição de estares com o ânimo disposto a, quando necessário, não o seres de modo

que possas e saibas como tornar-te o contrário."

O governante segundo Maquiavel deve ter essas cinco qualidades, mas da

mesma forma, saber, usar de maneira que lhe seja proveitosas, deve-se usar da

astúcia, de quando e como é a melhor forma de demonstrar qualidades ou não

demonstra-las, pois caso precise deve-se ser firme e as vezes até cruel. Cabem

aos governantes, dirigentes, diretores, usar de bom senso onde possam

demonstrar essas qualidades, mesmo não a tendo elas, mas que saibam usar ao

seu favor.

"Nada torna um príncipe tão estimado quanto realizar grandes empreendimentos e dar

de si raros exemplos"

Como pode um príncipe cobrar dos súditos algo que ele não faz? Como pode

exigir um Presidente, honestidade do seu povo, se ele não é honesto? Como pode

um administrador pedir empenho dos seus funcionários, se este não o faz? A

melhor maneira para cobrar algo e ser reconhecido por isso é dar o exemplo, é

fazer aquilo que os outros não esperam, é surpreender para encantar e conseguir

um lugar alto.

Acerca da importancia da obra de Nicolau Maquiavel para o curso de Serviço

Social, pude perceber que as explicações referentes ao funcionamento do Estado e como

se chega ao Poder aumenta o campo de visão e a analise crítica de um aluno deste

curso. O uso de bem e do mau de acordo com a conveniencia, situação defendida por

Maquiavel, podem resultar nas chamadas Questoes Sociais presentes no cotidiano atual.

Questoes estas que são a base do trabalho de um assistente social. Ao ler tal obra tomei

a liberdade de pesquisar alguns conceitos formados pela mesma. Ao ler alguns artigos

acerca de O Principe encontrei conceitos que de certa forma nos dias de hoje podem ser

relacionados a situação social contemporanea.

"Percebemos na obra alguns conceitos básicos:

Verdade efetiva: Ver e examinar as coisas como elas realmente são e não como

gostaríamos que elas fossem.

Natureza humana: Em Maquiavel o ser humano é ruim (ontem, hoje e sempre), busca o

êxito acima de qualquer coisa, sem levar em consideração valores éticos; os homens são

ingratos, volúveis, simuladores, covardes ante o perigo e ávidos de lucro.

Historia cíclica: A Historia é cíclica e repete-se indefinidamente; assim, a ordem sucede a

desordem e esta, por sua vez, chama por uma nova ordem.

Para Maquiavel, diante de seres ruins, como são os homens, o Estado deve ser forte e as

leis devem ser rígidas, pois o ser humano tem a corrupção em sua natureza. Onde quer

que este venha a agir haverá corrupção, onde a ação forte do Estado mediante leis

rígidas é garantia de manutenção da ordem.”

(http://angelicarocha26.blogspot.com.br/2012/05/uma-analise-da-obra-o-principe-de.html)

Através destes conceitos percebi que certas parte do cotidiano em que vivemos

ainda funcionam assim. Como Maquiavel defende as leis devem ser rigidas já que o ser

humano tem a maldade como algo natural em si. O funcionamento das leis na

organização de um país tem como objetivo principal evitar a violencia e os maus atos por

parte do ser humano, colocando ordem na sociedade. Maquiavel em sua obra não

defende a maldade, preciso salientar, este defende que o principe haja de acordo com o

que for conveniente. O autor alega que o homem é ruim, essa caracterista faz parte de

sua natureza; ele sempre buscara o exito independente dos valores éticos. Pode-se

perceber isso no atual modo de produção capitalista, neste o homem esplora outros

homens, os ilude através do fetichismo da mercadoria e de politicas sociais para que

possa contunuar a enrriquecer. Para grandes empresários, em sua maioria, nao importa

os problems de saude ou psicologicos que possam ser causados em seu funcionarios

através da rotina do trabalho. Este sempre terá como objetivo principal sua realização

pessoal, o que não deixa cair por terra a concepção de Maquiavel acerca da natureza

ruim do homem.

Pude perceber uma relação entre o principe de Maquiavel e os Papas da Igreja

Católica.O Papa é o líder espiritual da Igreja Católica, mas também é um líder político. É o

chefe de Estado do Vaticano, por isso, suas ações podem ser discutidas sob a ótica da

política. De acordo com Maquiavel todo o poder emanava do Príncipe e em seu nome era

exercido. Para ele aos olhos do povo o Príncipe deve sempre ser bom. Para todos os

efeitos, ele só faz o bem. Todas as decisões impopulares tomadas pelo príncipe são

executadas por seus capitães, e a eles são creditadas. Assim, se e quando algo dá

errado, quem perde a cabeça são os capitães. O príncipe sempre sai ileso. Podemos

perceber as concepções defendidas por Maquivel na Igreja Católica, o Papa possui

grande influencia na política, economia e sociedade e muitas vezes acaba por tomar

decisões que não são de todo boas porém sempre sairá com boa reputação.