observacao das aves

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  • 8/8/2019 Observacao Das Aves

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    LMS, 2006

    Trabalho para o requisito n 6, Estudo da Natureza, da Classe Progressiva de Pioneiros

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    Binculos ou

    OBSERVAO DAS AVES Este pequeno manual serve para o efeito de proporcionar ao leitor os conhecimentos mais bsicos daobservao de aves. No se trata de um trabalho muito exaustivo mas sim de uma pequena compilao deinformaes obtidas em documentos vrios.

    Serve tambm para a avaliao do requisito de Estudo da Natureza da Classe Progressiva de Pioneiros.

    Mat er i a l que se deve u t i l i za r pa ra a obse rvao das avesDic as e suges t es

    Apontamentos Os guias so essenciais para a identificao das aves, mas a manuteno de um livro deapontamentos a melhor maneira de treinar a vista para observar as principais

    caractersticas destes animais. Esboos da plumagem, dos padres de voo e apontamentosacerca do respectivo comportamento sero da maior utilidade para aprofundar osconhecimentos do observador.

    Equipamento de desenho No se pretende que o observador de aves seja um artista, mas um rpido esboo pode poup-lo a uma extensa descrio da ave observada. Com lpis de cor desenham-se pormenores, emvez de escrever notas elaboradas. Este procedimento pode mesmo simplificar a pesquisa ou aleitura dos apontamentos.

    telescpio As aves so animais que se observam facilmente. Como voam, possvel v-los no cu, ondeno existem muitos esconderijos. Os outros animais selvagens costumam ser menos sociveise visveis, por motivos muito bvios.

    No entanto, o facto de ser possvel encontrarmos mais facilmente as aves, no quer dizer queelas venham poisar sempre perto de ns. Muitas vezes elas encontram-se muito distantes, nocu, numa escarpa, num ninho muito elevado. Tambm, as suas dimenses, por vezes, muito pequenas, tornamnecessrio que consigamos ampliar a sua imagem sem as incomodar. Sim, porque, na sua maioria, as aves soseres muito assustadios.

    Por esses motivos, os observadores utilizam muitas vezes binculos ou, em alguns casos, telescpios parafazerem as suas observaes. A utilizao de um telescpio pouco prtica, dado ser muito pesado e deenvolver necessariamente a utilizao de um enorme trip (mais peso e volume). H tambm a questo de ter deser montado e calibrado para cada utilizao. Mas, no entanto, cada vez mais usual pelo facto de proporcionarum longo alcance.

    Os binculos so a opo mais prtica, j que so mais fceis de utilizar e de transportar. Para observar as aves,os binculos devem ser leves, proporcionar uma razovel ampliao e um amplo campo de viso. Binculospesados so incmodos e se aumentam mais do que dez vezes o campo de viso torna-se estreito e a imagemtrmula - o que pode tornar difcil a localizao das aves em movimento. Os binculos so classificados pelodimetro das lentes da objectiva e pela ampliao. Uma das melhores combinaes de tamanho de lentes eampliao para observar aves a de 8X30. H muitos observadores que aconselham mais binculos queampliem 10X50. No entanto, h que ter em ateno que, dada a grande ampliao e, frequentemente, o maior peso dos binculos, pode acontecer que a imagem treama muito, j que a mais pequena oscilao est 10Xampliada.

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    Mquina fotogrfica Mais fcil que descrever ou desenhar as aves que se observam, fotograf-las, eminmeras posies e aces (em pleno voo, a alimentar as crias, etc).

    Muitos observadores consideram que uma mquina reflex de 35mm ideal parafotografar aves, porque a imagem pode ser vista exactamente atravs do visor. Isto verdade, at porque h uma maior percepo daquilo que se regista. Estas mquinaspermitem tambm, pelo menos na maioria dos casos, controlar a abertura do diafragma e

    a velocidade de obturao, o que essencial dadas as condies de luz e a velocidade a que a ave se move ouno.

    Hoje em dia, com o surgimento das mquinas digitais, a opo de fotografar as aves que se observam cadavez mais vivel. Por um lado, no necessita de revelao do rolo. Por outro, a imagem capturada pode ser logovista no ecran LCD, e, portanto, possvel saber logo se necessria outra foto ou no. J agora, em termosambientais, tambm tem as suas vantagens, j que no ser necessria a utilizao de qumicos para arevelao das fotografias.

    Fotografar espcies selvagens, especialmente em voo, difcil. Devemos praticar com aves de jardimaproximando-nos delas, focando rapidamente e estabilizando a mquina antes de partirmos para trabalho decampo.

    Tele-objectivasPara fotografar aves pequenas, precisar de lentes muito potentes (por exemplo, com 200mm dedistncia focal, ou mais) e de um trip, se pretender resultados melhores.

    Esconderijos As aves so rpidas a detectar movimentos mas ignoram os objectos estticos por muitoestranhos que estes nos paream ser. Mesmo em campo aberto as aves aceitam esconderijoscomo um acontecimento natural e aproximam-se deles sem receio.

    Outros objectosPara fazer uma observao mais precisa, muitas vezes do habitat das aves, possvel utilizar tambm os seguintesinstrumentos:

    Pina preferencialmente de plstico, serve essencialmente para pegar em ossos ou em bolas de regurgitao;Lupa para uma observao mais meticulosa das bolas de regurgitao;

    Sacos de plstico para guardar penas ou outros materias recolhidos;Rgua para medio de penas, ossos, etc.

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    Identificao das aves pelos sons que emitem O som que uma ave produz pode indicar por onde devemos comear a procurar, j que o canto uma pista deonde a ave est. Algumas aves vivem em locais de difcil acesso ou observao, nos quais nunca as podemos ver.Para tal, preciso aprendermos tambm as vocalizaes de cada ave que observamos se o som interrompidoou contnuo, etc.Por outro lado, cada ave emite um som caracterstico e pode ser reconhecida por ele.

    Identificao das diversas partes do corpo das aves.

    Algumas aves As aves aqui descritas foram escolhidas por motivos de gosto pessoal, mas tambm de forma a serem facilmente observadas pela maioria das pessoas,quer vivam no campo ou na cidade.

    As aves distinguem-se em vrias categorias. errado dizer que todas as aves so pssaros. Os pssaros so um tipo deaves tecnicamente designado de passariformes. Os passariformes so aves de pequeno porte que no tm ceroma na basedo bico e possuem trs dedos dirigidos para a frente e um para trs. So aves canoras e o seu regime alimentar baseia-seem insectos, sementes, legumes e frutos.Alguns exemplos de pssaros so os seguintes.

    Gaio ou Gaio-Comum(Garrulus glandarius)O Gaio um pssaro da famlia dos corvdeos mas muito colorido, ao contrrios dos seus parentes(Corvo, Gralha, Melro...) muito escuros. As suas asas so arredondadas e a sua cauda comprida. Acor predominante no Gaio o castanho claro, embora a cauda e as asas sejam pretas. Nas asaspersistem ainda outras cores, nas coberturas primrias: o azul e o branco. O uropgio branco, assimcomo a garganta. A coroa malhada de preto e branco e tem, ainda, bigode preto. O seu bico preto ligeiramente arredondado na ponta. As patas so fortes e castanho-claras.Mede aproximadamente 33 a 36 cm.

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    uma ave esquiva. Pode, no entanto, ser detectado pelo seu grito spero. Aindaassim, consegue imitar as vozes de outras aves e, se ensinado, at a voz humana.Este pssaro depende largamente do carvalho para principal fonte de alimentao abolota. Come pinhes, bolotas, frutos da faia, fruta em geral, insectos grandes,incluindo os escaravelhos, lagartas, lesmas e aranhas. Pode tambm roubar ovos oucrias jovens de aves mais pequenas.

    O Gaio tambm conhecido por enterrar bolotas como reservas para o Inverno. Esteaspecto contribui tambm para a disseminao desta espcie vegetal.Habita e frequenta terrenos arborizados e, quando no cho, desloca-se em saltinhos.O Gaio encontra-se nas zonas temperadas da Europa e sia. bastante vulgar avist-lo nas nossas matas. Nos pases maisa Norte, sobretudo na Escandinvia, substitudo pelo Gaio-da-Sibria.

    Pardal-Comum (Passer domesticus) Encontra-se em quase toda a parte. provavelmente a espcieque se encontra mais facilmente, principalmente em zonashabitadas.O macho e a fmea distinguem-se pela cor das penas mastambm pela maior corpulncia do macho. O macho tem as partessuperiores castanhas e torradas com listras pretas intensas. Acoroa cinzenta. A nuca castanho-chocolate e a garganta preta. O peito preto em quase toda a sua exteno, sendo aparte inferior branca. O uropgio desta ave cinzento.Mede aproximadamente 15 cm.A fmea de um castanho menos vivo e mais acinzentado no dorso. Distingue-se bem do macho por no possuir qualquer preto no peito, garganta ou na nuca.Um aspecto interesante para quem observa aves que as cores dos pardais que vivem nas cidades tendem a ser mais

    baas e pardas do que as das suas congneres que vivem no campo.Os pardais so habitualmente avistados em bandos numerosos e ruidosos. Ao amanhecer e aoentardecer, comum haver nas zonas onde eles habitam um ruidoso chilrear de inmerasaves desta espcie.Alimentam-se de cereais e sementes, mas tambm dos restos deixados pelo Homem (da asua familiaridade). No Vero, a sua dieta consiste em pequenos insetos e aranhas, rebentos deplantas e flores de rvores de fruto.

    Pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula) Os Piscos-de-peito-ruivo so muito fceis de identificar: partes suberiores castanho acinzentados, cara e peitos laranjaintenso com um rebordo cinzento. A barriga branca. Parecem umas pequenas bolas com uma mancha laranja. Mede

    aproximadamente 13 a 15 cm.So muito visveis no Inverno, embora na poca de reproduo se tornem mais retrados. Osseus ninhos so, normalmente, construdos no cho, debaixo da vegetao, em garagensabandonadas, sempre em stios muito escondidos e de difcil acesso.Alimentam-se, sobretudo de insectos, excepto quando se deparam com condies de mautempo. Em campo aberto empoleiram-se, muitas vezes em fios de telefone, cercas ou outros, esaltitam pelo cho. Tambm conhecido por Pintarroxo.

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    Pintassilgo (Carduelis carduelis) umas das aves mais fceis de identificar e mais atraentes tambm. O seu imenso colorido,certamente que chama a ateno. A face manchada de vermelho, dentro de branco, dentrode preto. O dorso castanho e as asas pretas com uma banda amarela bem visvel. O peito castanho, mas a barriga e o uropgio so brancos. A cauda preta. Trata-se de um pssaromuito pequeno, medindo aproximadamente 12 cm. , portanto, praticamente impossvelconfundir esta ave com qualquer outra.Os habitat predilectos destas aves so os jardins, parques e periferias de reas arborizadas.Alimentam-se de sementes de dente-de-leo e bardana, cardos e insectos.

    Verdilho (Carduelis chloris) No Vero, macho verde nas partes superiores, a verde-amarelado nas partes inferiores. Asasas so cinzentas com uma banda amarela estreita na borda. A cauda preta e amarela. NoInverno, a plumagem muda tornando-se as partes superiores num misto mal definido de verde,cinzento e castanho claro. A face e os flancos torna-se mais cinzenta e mantm a bordaamarela das asas e das partes inferiores.

    Mede aproximadamente o mesmo que um pardal, 14 a 15cm. A fmea muito parecida com omacho, distinguindo-se por ser mais clara e acastanhada do que este.Habita principalmente em reas arborizadas, mesmo que urbanas.Alimenta-se, sobretudo, de sementes, sendo muito tendencioso para as sementes de girassol, mas tambm de rebentos dervores e flores, bagas e insectos.

    Andorinha-dos-beirais (Delichon urbica) Esta andorinha muito conhecida pelos seus hbitos migratrios. Inclusivamente, arauto da chegada do bom tempo. Dsinal, tanto do incio da Primavera, quando chega ao nosso territrio, como do incio do Outono, altura em que costumaabandonar-nos e rumar para Sul, onde h menos frio.Vista de cima completamente preta (coroa e dorso preto-azulados), excepo do uropgio branco, apenas visivel emvoo; vista de baixo, completamente branca. Mede aproximadamente entre 12 a 13 cm. A sua cauda muito caracterstica,bifurcada em forma de meia lua. Tambm as suas asas ponteagudas, quando abertas, fazemlembrar uma meia lua.So habitualmente vistas em voo, procura de insectos, que constituem toda a suaalimentao. Capturam os insectos em voo e, se vistas no cho, apenas se encontram arecolher lama para os ninhos.Faz o seu ninho, que se assemelha a um grande casulo, nos exteriores abrigados das casas(varandas, alpendres e beirados).

    As prximas aves no pertencem famlia dos passariformes. Trata-se de duas aves pernaltas da famlia dasciconiformes e uma ave de rapina, do grupo das corujas, mochos e bufos.

    Gara (Bubulcus ibis) Tambm muito conhecida como Gara-boieira, Carraceiro ou Cata-bois, devido ao seu hbito de andar empoleirada em cima dos bovinos que as toleram perfeitamente numa simbiose perfeita a garaalimenta-se dos parasitas na pele dos bovinos e, consequentemente, eles ficam libertos deste seresnada saudveis.

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    Trata-se de uma ave pernalta. Sendo a espcie de gara mais comum e mais visvel no nosso territrio, observada peloscampos. muito fcil de identificar pelos seus hbitos, pois vista sobretudo em espaos devegetao rasteira, associada muitas vezes ao gado ou s alfaias agrcolas.Sobretudo no Inverno, normal v-la a deambular pelas lixeiras.De pernas altas e amarelas, bico grande e da mesma cor, a gara identifica-se

    principalmente pela sua plumagem branca e pelo seu pescoo esguio. Durante apoca de reproduo, o macho adquire uns tons alaranjados no peito, coroa e dorso.Mede aproximadamente 50cm.Em voo, as patas ficam completamente estendidas para trs como a cegonha,porm, encolhe o pescoo.

    Cegonha-branca (Ciconia ciconia) Tal como a andorinha-dos-beirais, a cegonha tambm uma ave migradora que permanece no nossoterrit rorio desde a Primavera at ao Outono.De bicos e patas vermelhas, plumagem branca com as asas parcialmente pretas, a cegonha uma aveconsideravelmente grande, medindo cerca de 1m. Caracterizam-se pelas patas alongadas, bico comprido ecnico, direito e robusto, assim como pelas suas asas longas e largas.Nidificam em chamins, torres, campanrios, postes, e at em sinais das estradas. Os seus ninhos

    enormes construdos com galhos aparecem nos stios mais espatafrdios. No entanto, acegonha regressa sempre ao mesmo ninho, di que seja importante conservar os ninhos destaespcie.Alimentam-se de anfibios, rpteis e pequenos mamferos, da que sejam importantes para aagricultura, pela desinfestao que proporcionam aos campos, controlando o ecossistema.Voa com o pescoo e a cabea esticados, assim como as patas totalmente estendidas. uma espcie protegida pelas leis de muitos pases, especialmente desde o grande

    decrscimo da populao de cegonhas nos anos 80. Em Portugal, a sua parente cegonha negra est classificada comoescie ameaada.

    Coruja-das-torres (Tyto alba) A Coruja-das-torres uma ave de rapina. Encontra-se frequentemente em zonashabitacionais, mais visvel pela noite, mas tambm de dia em algumas ocasies deInverno ou quando anda mais azafamada para alimentar as crias. Associam-se muito

    a herdades, quintas, etc.Constroem os ninhos em buracos de rvores, alpendresabandonados ou pouco usados, ruinas, adros de igrejas,telhados com chamins, ou outros tipos de abrigo.Quando plana sobre ns, assemelha-se a um grandefantasma branco, com dois olhos esbugalhados como azeitonas na sua cara em forma de corao eespalmada. Nas partes superiores, a plumagem apresenta uma tonalidade castanho alaranjada compintas pretas. Todo o resto cara, peito, barriga e patas branco.Alimenta-se de pequenos mamferos como os ratos, e de pequenas aves e insectos. Como todas as

    aves de rapina, muito solitria, percorre grandes distncias para caar, pairando a maior parte do tempo.Mede aproximadamente 35cm.

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    Bibliografia:DUBOURG-SAVAGE, Marie-Jo; FITZSIMONS, Cecilia Aves de Rapina. Col. Pequenos Guias da Natureza, PltanoEdies Tcnicas, 1998EVERETT, Mike Guia das Aves. Editorial Estampa, 1997FARINHA, Joo Carlos; COSTA, Helder Aves Aquticas de Portugal Guia de Campo. Instituto de Conservao daNatureza, 1999GOODERS, John Guia de Campo das Aves de Portugal e da Europa. Temas&Debates, 1996