a origem das aves

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A origem das aves ainda é um tema polêmico. A maioria dos biólogos acredita que as aves evoluíram dos dinossauros predatórios de duas pernas, uma teoria que é sustentada por diversas descobertas de fósseis nos últimos 150 anos. A descoberta do Archaeopteryx, em particular, convenceu muita gente de que os dinossauros são a origem das aves modernas. Encontrado na Alemanha em 1860, o Archaeopteryx é uma das descobertas de fósseis mais importantes e comentadas. Os espécimes encontrados até agora parecem ser do período Jurássico, de cerca de 150 milhões de anos atrás, e forneceram a primeira prova de uma criatura que apresentava características comuns a dinossauros e aves. Dentadura completa, uma cauda longa e ossuda e três garras em cada asas demonstram sua relação com os antigos lagartões. Também têm penas e um esterno parecido com a fúrcula (o osso da sorte) dos pássaros modernos. A compreensão sobre a evolução das aves está sempre mudando com aparecimento de mais fósseis. Outros animais semelhantes às aves, do mesmo período, foram encontrados na China, e fósseis de aves de outras linhagens foram encontrados na Ásia, Europa, América do Norte e do Sul. Nem todo mundo concorda com a teoria dos dinossauros. Alguns biólogos acreditam que as aves evoluíram muito antes do Archaeopteryx na mesma época dos primeiros dinossauros, provavelmente ancestrais répteis de quatro patas. De acordo com esta teoria, muitas espécies de aves surgiram e então se tornaram extintas junto com os dinossauros. Entretanto, elas evoluíram, se transformando em um dos grupos de animais mais variados do planeta. Atualmente há mais de 9.700 espécies de aves conhecidas, ocupando todo nicho ecológico e habitat possível. Fonte: www.animalplanetbrasil.com ORIGEM DAS AVES O protagonista dessa incrível história é o Archaeopteryx lithographica, que viveu no período Jurássico, em plena Era Mesozóica (ou Era dos Répteis). No entanto, o Archaeopterys era um réptil diferente dos outros: tinha desenvolvido um novo instrumento de voo, que complementava as asas – as penas. Dos contemporâneos plumados do Archoeopterys (ou de uma espécie similar a essa) derivaram as aves que foram evoluindo cada vez mais. As primeiras aves tinham ainda o esqueleto da cauda bastante longo e o "bico" munido de dentes. Além do Archoeopterys, também existiam outras duas espécies plumadas que tinham dentes: Ichthyornis e Hesperornis.

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Page 1: A Origem Das Aves

A origem das aves ainda é um tema polêmico. A maioria dos biólogos acredita que as aves evoluíram dos dinossauros predatórios de duas pernas, uma teoria que é sustentada por diversas descobertas de fósseis nos últimos 150 anos. A descoberta do Archaeopteryx, em particular, convenceu muita gente de que os dinossauros são a origem das aves modernas.

Encontrado na Alemanha em 1860, o Archaeopteryx é uma das descobertas de fósseis mais importantes e comentadas. Os espécimes encontrados até agora parecem ser do período Jurássico, de cerca de 150 milhões de anos atrás, e forneceram a primeira prova de uma criatura que apresentava características comuns a dinossauros e aves. Dentadura completa, uma cauda longa e ossuda e três garras em cada asas demonstram sua relação com os antigos lagartões. Também têm penas e um esterno parecido com a fúrcula (o osso da sorte) dos pássaros modernos.

A compreensão sobre a evolução das aves está sempre mudando com aparecimento de mais fósseis. Outros animais semelhantes às aves, do mesmo período, foram encontrados na China, e fósseis de aves de outras linhagens foram encontrados na Ásia, Europa, América do Norte e do Sul.

Nem todo mundo concorda com a teoria dos dinossauros. Alguns biólogos acreditam que as aves evoluíram muito antes do Archaeopteryx na mesma época dos primeiros dinossauros, provavelmente ancestrais répteis de quatro patas. De acordo com esta teoria, muitas espécies de aves surgiram e então se tornaram extintas junto com os dinossauros. Entretanto, elas evoluíram, se transformando em um dos grupos de animais mais variados do planeta. Atualmente há mais de 9.700 espécies de aves conhecidas, ocupando todo nicho ecológico e habitat possível.

Fonte: www.animalplanetbrasil.com

ORIGEM DAS AVES

O protagonista dessa incrível história é o Archaeopteryx lithographica, que viveu no período Jurássico, em plena Era Mesozóica (ou Era dos Répteis). No entanto, o Archaeopterys era um réptil diferente dos outros: tinha desenvolvido um novo instrumento de voo, que complementava as asas – as penas.

Dos contemporâneos plumados do Archoeopterys (ou de uma espécie similar a essa) derivaram as aves que foram evoluindo cada vez mais. As primeiras aves tinham ainda o esqueleto da cauda bastante longo e o "bico" munido de dentes. Além do Archoeopterys, também existiam outras duas espécies plumadas que tinham dentes: Ichthyornis e Hesperornis.

O conjunto de plumas e penas, ou seja, a plumagem que cobre o corpo das aves, tem várias funções: permite o voo, protege do calor e do frio, ajuda a flutuar na água e contribui para a manutenção de uma temperatura ideal durante a incubação. Juntamente com as asas, as penas são o principal instrumento de voo, funcionando como "hélices" e estabilizadores de voo.

Fonte: asaves.blogspot.com

ORIGEM DAS AVES

Page 2: A Origem Das Aves

Esqueleto de uma ave onde se nota o grande tamanho da quilha (esterno).

Os cientistas sustentam a teoria de que as aves descendem dos répteis. Em 1861, na Alemanha, foram encontrados alguns exemplares fósseis de um organismo que apresentava características intermediárias entre o réptil e a ave: o Archaeopteryx litographica. Esse animal possuía traços de réptil (dentes, cauda grande e extremidades anteriores com dedos compridos) e traços de ave (formato do crânio e penas). Esta descoberta é uma das provas mais importantes que confirma a teoria de que as aves são descendentes dos répteis.

Para lembrar

As aves estão adaptadas para viver num grande número de ambientes (água, planícies, montanhas) e podem ser encontradas em qualquer ponto da Terra: desertos, selvas e também nas calotas polares.

Fonte: klickeducacao.ig.com.br

ORIGEM DAS AVES

A procura por aves ornamentais como animais de estimação é muito grande, e a procura vem aumentando a cada ano. Isto ocorre por vários fatores: Beleza, canto, necessidade de pouco espaço físico, docilidade do animal, baixo custo de manutenção principalmente com alimentação, vacinas e cuidados básicos, facilidade para limpeza e manejo.

As aves são o grupo mais bem pesquisado dos animais. Calcula-se que 99% das espécies recentes sejam conhecidas. Ao todo, são 9500 espécies de aves em todo o mundo.

Destas, 1550 espécies vivem no Brasil, tanto em condição de vida livre como em cativeiro. São papagaios (silvestres ou exóticos), periquitos australianos, calopsitas, araras, agapornis, canários, curiós, pombos, pássaros-pretos, pardais, sabiás, entre outros... Cada um desses animais tem comportamento, biologia, reprodução, alimentação e particularidades próprias.

As aves são animais que necessitam de cuidados, principalmente quando criadas em cativeiro.

Page 3: A Origem Das Aves

Silvestres: São aves que tem origem e ou ocorrência em Território Brasileiro.

Exóticos: São aves provenientes de outras localidades sem ocorrência natural em nosso território.

Só compre aves nacionais de criatórios registrados e autorizados pelo IBAMA.

As aves apareceram no período Jurássico, há 210 milhões de anos e durou por 70 milhões de anos da era mesozóica.

Nesta era, a fauna do mundo mudou e foi quando os dinossauros tiveram o seu auge.

A era mesozóica é dividida nos períodos: triássico (de 245-210 milhões de anos atrás), o jurássico ( de 210 a 146 milhões de anos atrás), e o cretáceo (de 146 a 65 milhões de anos atrás).

Os dinossauros evoluíram no período triássico, e foram extintos no fim do período cretáceo, com exceção dos pássaros.

Os intermediários entre as aves e dinossauros possuíam penas, que serviam para proteção ou exibição, mas ainda se assemelhavam aos celurossauros, dinossauros saurisquianos precursores das aves.

A arqueopterix foi considerada a primeira ave da Terra. Ela não voava, mas dava pequenos saltos para a caça ou exibição. Ela possuía características das aves e dos dinossauros.

Fonte: www.reinodosanimais.com.br

ORIGEM DAS AVES

A origem das aves ainda é um tema polêmico. A maioria dos biólogos acredita que as aves evoluíram dos dinossauros predatórios de duas pernas, uma teoria que é sustentada por diversas descobertas de fósseis nos últimos 150 anos.

A descoberta do Archaeopteryx, em particular, convenceu muita gente de que os dinossauros são a origem das aves modernas.

Encontrado na Alemanha em 1860, o Archaeopteryx é uma das descobertas de fósseis mais importantes e comentadas. Os espécimes encontrados até agora parecem ser do período Jurássico, de cerca de 150 milhões de anos atrás, e forneceram a primeira prova de uma criatura que apresentava características comuns a dinossauros e aves. Dentadura completa, uma cauda longa e ossuda e três garras em cada asas demonstram sua relação com os antigos lagartões.

Também têm penas e um esterno parecido com a fúrcula (o osso da sorte) dos pássaros modernos. A compreensão sobre a evolução das aves está sempre mudando com aparecimento de mais fósseis.

Outros animais semelhantes às aves, do mesmo período, foram encontrados na China, e fósseis de aves de outras linhagens foram encontrados na Ásia, Europa, América do Norte e do Sul. Nem todo mundo concorda com a teoria dos dinossauros. Alguns biólogos acreditam que as aves evoluíram muito antes do Archaeopteryx na mesma época dos primeiros dinossauros, provavelmente ancestrais répteis de quatro patas.

Page 4: A Origem Das Aves

De acordo com esta teoria, muitas espécies de aves surgiram e então se tornaram extintas junto com os dinossauros. Entretanto, elas evoluíram, se transformando em um dos grupos de animais mais variados do planeta. Atualmente há mais de 9.700 espécies de aves conhecidas, ocupando todo nicho ecológico e habitat possível.

Fonte: www.gforum.tv

ORIGEM DAS AVES

As aves apareceram no período Jurássico, há 210 milhões de anos e durou por 70 milhões de anos da era mesozóica.

Nesta era, a fauna do mundo mudou e foi quando os dinossauros tiveram o seu auge.

A era mesozóica é dividida nos períodos: triássico (de 245-210 milhões de anos atrás), o jurássico ( de 210 a 146 milhões de anos atrás), e o cretáceo (de 146 a 65 milhões de anos atrás).

Os dinossauros evoluíram no período triássico, e foram extintos no fim do período cretáceo, com exceção dos pássaros.

Os intermediários entre as aves e dinossauros possuíam penas, que serviam para proteção ou exibição, mas ainda se assemelhavam aos celurossauros, dinossauros saurisquianos precursores das aves.

A arqueopterix foi considerada a primeira ave da Terra. Ela não voava, mas dava pequenos saltos para a caça ou exibição. Ela possuía características das aves e dos dinossauros.

Fonte: www.petvale.com.br

Penas: marcas indeléveis da evolução das aves

Postado por Eli Vieira em 14 outubro 2008 às 8:30

Exibir blog de Eli Vieira

VES são animais fáceis de se reconhecerem. Mesmo nos centros urbanos, fazem ninhos à nossa volta. São conhecidas popularmente por sua beleza, inteligência, fidelidade, destreza e, por que não, sabor.

Page 5: A Origem Das Aves

Encontrada uma pena, ou uma única pluma, já temos evidência

suficiente para afirmar presença de ave sem sombra de dúvidas. Mas, se as

aves são também resultado da evolução, encontraríamos numa viagem ao

passado um momento em que suas características, por exemplo as penas,

poderiam pertencer a criaturas bem diferentes do que chamamos hoje de

ave? Por exemplo, alguma criatura com dentes?

A resposta é afirmativa segundo o registro fóssil. As penas, bem como

muitas outras características, trazem consigo marcas indeléveis de que

aves evoluíram.

“Descobertas de estruturas em forma de ‘fibra’

em Sinosauropteryx, Beipiaosaurus, eSinornithosaurus e em

dois dinossauros controversos com penas estimularam debates

sobre a origem das penas além da origem das aves.

Similaridades foram encontradas entre o apêndice

Page 6: A Origem Das Aves

integumentar alongado do arcossauro 

Longisquama, do Triássico tardio, e penas de aves modernas.

O Protopteryx preservou alguns tipos interessantes de penas

com características intermediárias de escamas e de penas

modernas, assim fornecendo evidência fóssil para a origem das

penas em escamas alongadas de répteis. (...) O Protopteryx tem

o tamanho aproximado de um estorninho, com impressões de

penas claramente preservadas.”

É o que dizem Fucheng Zhang & Zhonghe Zhou, da Academia Chinesa de

Ciências, em publicação na revista Science de dezembro de 2000.

Zhang & Zhou concluem:

"As penas modernas provavelmente evoluíram através dos

seguintes estágios: (1) alongamento das escamas, (2)

Page 7: A Origem Das Aves

aparecimento de um veio central, (3) diferenciação de

ramificações em barbas, e (4) aparecimento de bárbulas e

barbicelas."

Traduzindo os termos técnicos, a evolução das penas, segundo as

evidências fósseis, se deu assim: escama reptiliana -> escama reptiliana

alongada -> escama alongada com ramificações -> protopena -> pena.

Essa ordem é consistente com estudos histológicos do crescimento das

penas, como diz Alibardi (2007):

"Aqui se hipotetiza que em arcossauros pré-avianos com uma

pele escamosa, escamas tuberculadas e posteriormente

coniformes se formaram na pele sem penas em expansão. As

escamas coniformes se alongaram em apêndices finos e pilosos

que podem ter funcionado como apêndices isolantes para a

termorregulação em arcossauros pró-avianos. (...) A

morfogênese da coluna de barbas foi uma novidade evolutiva

necessária para a origem de penas em aves e, provavelmente,

em [dinossauros] terópodes. (...) Esses processos

morfogenéticos podem explicar a ramificação simples nas penas

modernas tão bem quanto em apêndices parecidos com penas

primitivas encontrados em fósseis tais

como Sinosauropteryx,Beipiaosaurus, Shuvuuia e Sinornithosau

rus."

Uma mudança gradual que transforma lentamente escamas em penas nada

tem de projetada, muito menos de inteligente. Um projetista inteligente

que precise ajustar a todo momento a sua criação não passa de um

projetista pouco inteligente. E ele tem nome: seleção natural, deriva

genética, ou seja, todos os verdadeiros mecanismos evolutivos já

descobertos.

A transição entre outros dinossauros e aves (porque aves ainda são

Page 8: A Origem Das Aves

dinossauros) é clara. Basta ver fósseis

comoArchaeopteryx, Protopteryx, Confuciusornis, Yixianornis grabaui,

entre outros.

Quanto a este último, é descrito por Julia A. Clarke, Zhonghe Zhou e

Fucheng Zhang (2006) como um animal do cretáceo com claras impressões

de penas e ainda dotado de dentes (ou seja, outra característica além das

penas mudando gradualmente na transição terópode-ave [ornithurines]).

Ainda hoje, como relatou a revista científica Current Biology em 2006,

quando acontece uma certa mutação pintinhos podem desenvolver dentes

na fase embrionária - o que chamamos de atavismo, o reaparecimento de

características ancestrais.

Não são poucos nos museus os

exemplares de dinossauros fossilizados com penas, como o descrito por Ji e

colaboradores na revista Nature de abril de 2001 (em muitos, inclusive,

Page 9: A Origem Das Aves

como se vê na foto à direita, membros anteriores se parecem com asas de

ave, mas têm três dedos com garras).  Dos dinossauros dotados

de penas, apenas um dos já citados revelou-se um engano: o que parecia

ser penas no Sinosauropteryx, na verdade era a impressão de fibras de

colágeno no fóssil.

Cuervo e Moller (1999), finalmente, explicam como podem surgir as penas

mais complicadas dos ornamentos mais belos dos pássaros em função de

um caso especial da seleção natural:

"Ornamentos extravagantes de penas evoluíram

independentemente ao menos 70 vezes em aves, e o contexto

desses eventos evolutivos foi investigado estatisticamente. A

aquisição de ornamentos de pena foi significativamente

associada com uma mudança no sistema social de acasalamento

de monogamia para poliginia ou lekking. Essa associação é

consistente com o mecanismo Fisheriano da seleção

sexual."

Penas, para que te quero? Postado por Rodrigo em 5 maio 2010 às 22:00 Exibir blog de Rodrigo

Já faz tempo que a imagem icônica dos dinossauros não é aquela típica dos desenhos e

filmes feitos até meados dos anos 60 e 70. Lagartos agigantados e lerdos que arrastavam

sua caudas de maneira pesada e desajeitada. Mesmo as representações que já mostram

os dinossauros como animais ágeis e ativos, porém ainda com escamas grossas e

reptilianas, fomentadas por filmes bem mais recentes (pós revolução do CGI),

como Jurassic Park e sua seqüências, já começam a dar a impressão de desatualização.

Frente aos belíssimos fósseis escavados e analisados nas ultimas décadas, em um espaço

cada vez menor de tempo, nossa visão sobre estes incríveis animais vem se alterando

ainda mais, bem como nossa apreciação da complexidade e diversidade dessas criaturas.

Page 10: A Origem Das Aves

Uma dessas mudanças de perspectiva

é a crescente constatação de que os

dinossauros não se extinguiram. As

aves modernas não são, somente, os

animais viventes mais aparentados

com os dinossauros, elas próprias são

dinossauros. Este grupo de

vertebrados são os remanescentes da

grande extinção do final do período

cretáceo,

cerca de 65 milhões de anos atrás.

Que extinguiu os demais dinossauros.

Esta proposta ainda encontra alguma

resistência de certos autores no meio

cadêmico. Porém esta idéia parece

cada vez mais difícil de ser negada.

As aves, muito provavelmente, se

originaram a partir de nossauros

terópodes do caldo coelurossáuria,

mais especificamente de um subgrupo

chamado maniraptora, o mesmo grupo

Page 11: A Origem Das Aves

taxonômico ao qual pertencem os

famosos velocirraptores.

As tentativas de achar furos nas filogenias que colocam as aves como um subgrupo dos

terópodes (buscando enfatizar as diferenças entre os dinossauros “não-avianos” e os

dinossauros “avianos”) não tem surtido muito efeito sobre a comunidade científica. A

grande maioria dos paleontólogos vêem as aves, simplesmente como dinossauros vivos.

Nenhuma hipótese filogenética alternativa é oferecida pelos críticos do modelo vigente,

apenas vagas alusões de que as aves teriam se originado muito mais cedo, antes mesmo

da origem dos terópodes, de um grupo desconhecido de Arcossauros (grupo ao qual

tanto os dinossauros como os crocodilianos pertencem). Porém, a falta de fósseis

evidenciando uma origem mais antiga para as aves, associada a fraqueza dos

argumentos (que visam “demonstrar” que evolução das aves a partir dos dinossauros é

improvável) é que são os maiores problemas das críticas a idéia de que as aves são

dinossauros. 

A despeito dessa controvérsia remanescente, uma coisa parece inegável. As penas, uma

das mais distintivas características das aves modernas, simplesmente não “surgiram para

o vôo”. A utilização das penas para o vôo parece ser uma co-optação, desta estrutura

para uma nova função, relativamente tardia do ponto de vista filogenético (veja o artigo

de Eli Vieira neste mesmo blog). Diga-se de passagem, a co-optação funcional (ou

exaptação) de uma estrutura, e utilização dessa mesmas estrutura para diferentes

funções em linhagens descendentes, parece ser algo muito recorrente na evolução.

Nas últimas décadas evidências tem se acumulado mostrando que as penas já existiam

em certos grupos de dinossauros, como os já mencionados grupos tetrápodes, mas muito

possivelmente também, em outros grupos, como em certas linhagens de Ornithischia,

uma das duas ordens que, junto com Saurischia (grupo formado pelos grande

sarópodes e terópodes), formam o táxon Dinosauria.

Boa parte destas evidências vem de sítios fossilíferos localizados na China. Estas

incríveis localidades tem revelado ao mundo muitos exemplares de dinossauros “não-

avianos” com penas. Por isso, não é surpresa que, destes mesmos sítios, venha nossa

mais recente janela para o passado longínquo. Desta vez os achados paleontológicos

trazem pistas sobre o desenvolvimento ontogenético das penas nos dinossauros. Algo

que pode motivar muito trabalho experimental e teórico na biologia evolutiva do

desenvolvimento, a cada vez mais popular, “Evo-Devo”.

Page 12: A Origem Das Aves

Em um artigo da Nature, Xu e colaboradores descrevem dois espécimes, STM4-1 e

STM22-6, de dinossauros terópodes do cretáceo inferior, encontrados a oeste da

província de Liaoning na formação de Yixian, China. O fato mas peculiar sobre estes

dois espécimens é que ambos parecem ser indivíduos juvenis porém em fases diferentes

de desenvolvimento. Já é bastante raro encontrar espécimens juvenis bem preservados,

sobretudo com estruturas delicadas como penas, mas é ainda mais raro encontrar

espécimens que ilustrem fases diferentes de desenvolvimento da mesma espécie.

Os dois espécimens possuem uma série de características derivadas partilhadas com

outros maniraptores. Com crânios com uma região pré-orbital pequena; pré-maxila com

uma grande região central, narinas externas dorsalmente posicionadas; uma grande

fenestra mandibular e um longo processo retro-articular; além de um haste pubiana

curvada anteriormente, ambos espécimes tem todas as indicações de serem pertencentes

ao grupo de Oviraptorossauria,Similicaudipteryx, encontrados recentemente em

escavações na mesma região.

STM4-1 possui características típicas de animais juvenis, com estrias longitudinais

presentes nas superfícies dos ossos (muito possivelmente devido a calcificação

incompleta) e arcos neurais não

fundidos na região central, com exceção da região da vértebra caudal. O espécimen

também é muito menor do que adultos ou sub-adultos de outros fósseis de

Oviraptorossauria, com um fêmur de 38 mm. Apesar de bem maior, com um fêmur de

cerca de 140 mm, STM22-6 também parece ser um animal juvenil, já que os arcos

neurais não estão ainda fundidos nas vértebras dorsal e caudal. Xu e

colaboradores sugerem portanto que STM4-1 e STM22-6 sejam respectivamente formas

juvenis, iniciais e tardias deSimilicaudipteryx.

Page 13: A Origem Das Aves

As penas são estruturas epidérmicas que crescem a partir de folículos, como as escamas

e os pelos em outros vertebrados, sendo formadas de uma substância chamada de

queratina, a mesma que forma nossos cabelos e unhas. Existem vários tipos de penas,

como as rêmiges e as retrizes, ambas chamadas “penas de vôo”, pelo menos nas aves

modernas. As rêmiges cobrem as asas, possuindo contorno assimétrico, mais largas na

sua parte interna; já as retrizes cobrem a cauda e tem contorno simétrico. Além delas,

temos as tetrizes que são penas de cobertura e as plumas que são estruturas bastante

delicadas que também revestem o corpo das aves. As penas podem ser subdivididas da

seguinte forma: cálamo (a base oca) e ráquis (a haste central) que juntas formam o “eixo

da pena” e as barbas e bárbulas que forma o “vexilo (ou lâmina) da pena”.

Os espécimens encontrados em Yixian tem uma combinação peculiar dessas estruturas e

a disposição das penas e as características particulares delas em cada um dos

espécimens sugerem que o desenvolvimento das penas ocorria de forma bastante

diferente nesses animais em relação ao que acontece nos “dinossauros avianos”, ou seja,

nas aves modernas. Xu e seus colegas sugerem que originalmente havia mais

diversidade e até flexibilidade desenvolvimental em relação as penas, mas que boa parte

dela foi eliminada com a extinção das demais linhagens de terópodes.

As rêmiges são muito menores que as retrizes no espécimen STM4-1

do que em STM22-6, onde a diferença de tamanho é muito menos

pronunciada. Esta outra diferença ontogenética em relação ao

tamanho relativo das penas pode sugerir que as rêmiges

desenvolviam-se em uma taxa desigual nosSimilicaudipteryx, talvez

“possivelmente refletindo o aumento no papel funcional das rêmiges

em indivíduos se aproximando da fase adulta”.

Page 14: A Origem Das Aves

No artigo, Xu, chama mais

atenção para o contraste entre as rêmiges e retrizes do espécimen

juvenil mais “crescido”, STM22-6, para as suas contrapartidas em

STM4-1, o espécimen mais jovem, no qual as regiões proximais, ou

seja, próximas a base, assumem a forma de laço e as regiões distais

formando pontas “penosas”. Isto é algo que não parece ocorrer nas

aves modernas que sofrem poucas mudanças após a primeira

geração de penas. As rêmiges e retrizes em STM4-1 (aparentemente

não podendo ser caracterizadas com primeira geração de penas) e

STM22-6 são bastante diferentes umas das outras, sugerindo,

segundo Xu, que mudanças morfológicas significantes dos tipos de

penas ocorreriam mesmo na fase logo após a eclosão dos ovos. Algo

que não é conhecido em nenhuma ave moderna. 

A presença desses dois morfo-tipos (STM22-6 e STM4-1) indica que um processo de

“muda” de penas, como nas aves modernas, já ocorria em Similicaudipteryx como parte

do seu desenvolvimento ontogenético. A possibilidade alternativa de que essas

diferenças representem apenas mudanças em uma única geração de penas parece muito

menos provável, principalmente ao comparamos os tamanhos dos espécimens,

julgando-os pelas diferenças do comprimento do fêmur, como o de STM4-1 sendo

menos de 30% do comprimento do fêmur de STM22-6. Os autores vão mais além e

sugerem que outros estágios deveriam existir além daqueles inferidos a partir dois

morfo-tipos. Pelo menos mais um estágio de primeira geração de penas, e quem sabe

estágios intermediários entre STM4-1 e STM22-6. 

Penas “penáceas” (não plumosas) na forma de laços em sua porção distal (PRPFs)

semelhantes as encontradas no espécimen STM4-1 também estão presentes em

confuciusornitideos e outras aves ditas “primitivas”. Este tipo de pena parece ser

amplamente distribuído tanto em grupos “basais” de aves como em “dinossauros não-

avianos” maniraptores.

Três tipos de genes, Bone Morphognetic Protein (BMP), noggin e sonic

hedgehog (SHH) desempenham um papel essencial na formação da raque e das barbas e

do balanço entre estes elementos nas penas das aves modernas. Por este motivo, Xu e

Page 15: A Origem Das Aves

seus colaboradores, especulam que

alterações nos padrões de ativação dos genes relacionados com a especificação das

barbas e da apoptose (morte celular programada) das regiões inter-barbas, provocados

por genes “apoptóticos

inter-barbas”, poderiam gerar os morfo-tipos representados pelos dois espécimens

estudados. Uma possibilidade envolveria a supressão do gene SHH que poderia formar

vexilos contínuos que seriam “basicamente laminas de queratina não divididas em

barbas”. Outra possibilidade é que este padrão poderia ser gerado pela expressão

incompleta dos genes especificadores das barbas e apoptóticos inter-barbas. Estes genes

são expressos muito cedo no desenvolvimento das gerações de

penas das aves modernas, mas ao comparar os padrões de desenvolvimento sugeridos

pela análise dos dois morfo-tipos, os autores sugerem que a ativação,

em Similicaudipterix, aconteceria de forma mais tardia e espacialmente incompleta

produzindo a morfologia característica do morfo-tipo mais jovem, SMT4-1, apenas

parcialmente coberto por penas penáceas. Este padrão então se modificaria nas fases

mais tardias e, provavelmente, na fase adulta, onde a expressão dos genes

especificadores das barbas e apoptóticos inter-barbas seriam expressos de forma

equivalente ao que acontece nas aves modernas. 

A expressão limitada do mesmo subconjunto de genes desenvolvimentais também

poderia gerar outro tipo de penas do tipo elongadas amplas e filamentosas (EBFF) em

outros tipos dinossauros terópodes encontrados recentemente. Estes achados, tomados

em um contexto maior, levaram Xu e seus colaboradores a propor que as etapas de

desenvolvimento inferidas a partir dos dois espécimens de Similicaudipterix e das

recentes descobertas de dinossauros “não-avianos” basais com penas do tipo PRPF e

EBFF, eram produzidas por um sistema genético semelhante ao atual, mas no qual a

expressão de certos genes como especificadores das barbas e apoptóticos inter-brabas

eram

incompletas ou mesmo completamente ausente. Além disso, apesar dos achados

relatados no artigo e outros dados recentes serem consistentes com o modelo padrão de

evolução das penas (barbas

→ ráquis → vexilo) a origem das penas parece ter sido mais complicada, inclusive com

uma

maior flexibilidade e diversidade que simplesmente se perdeu durante a evolução e não

está mais representada nas espécies de terópodes modernos, as aves. A filogenia

proposta pelos autores aponta para esta diversidade original e sugere que os tipos 1,2,7

tenham se perdido com a extinção dos dinossauros não avianos.

Page 16: A Origem Das Aves

Os estudos do grupo de Xu e outras novas descobertas, e análises de fósseis de

dinossauros do período cretáceo, nos ajudam a

compreender como a evolução “molda” os fenótipos através de

alterações ontogenéticas, revelando nuances que a pouco tempo não eram nem

imaginadas. Este trabalhos jogam um pouco mais de luz sobre o problema do

desenvolvimento de novas características e, ao mesmo tempo, permitem-nos

apreciarmos melhor o fato que a diversidade atual é só uma fração daquilo que já

existiu.

Referências:

Xu, X., Zheng, X., & You, H. (2010). Exceptional dinosaur fossils show ontogenetic development of early feathersNature, 464 (7293), 1338-1341 DOI: 10.1038/nature08965

Vieira, E. 2008. Penas: marcas indeléveis da evolução das aves.; Evolucionismo.ning.com, acesso em 05/05/2010.