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O USO DE SOFTWARES NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA
Autor: Juçara Mendes Brito 1
Orientador: João Coelho Neto 2
RESUMO Discussão e reflexão com os educadores de matemática sobre a importância do uso das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC), em especial, dos softwares educacionais em sala de aula, de forma consciente e coerente com o conteúdo disciplinar, possibilita a reflexão acerca da própria prática e assim oportuniza ao educando aprender de forma prazerosa e com isso, desmistifica a aversão que alguns demonstram em relação à matemática. A abordagem metodológica utilizada foi a pesquisa qualitativa, na modalidade pesquisa-ação, visto que, essa discussão e reflexão pautada nas experiências dos educadores e embasadas teoricamente pode otimizar as aulas de matemática, uma vez que, por meio do aporte tecnológico, o ensino e a aprendizagem se torna mais interessante e estimulante, além de dinâmico como aponta Coelho Neto e Altoé (2008), Valente (1999), Pocho (2003), Mendes (2007), Almeida (1999), Ponte (2003), Brito (2008), entre outros, além de salientarem que discutir o uso das tecnologias como instrumento no ensino da matemática, orientar os professores quanto à importância do uso dessas tecnologias para o ensino e a aprendizagem, incentivá-los a conhecer os recursos tecnológicos e seu uso em sala de aula, auxilia-os na otimização de suas aulas, pois utilizando os aportes de softwares educacionais e seus aplicativos em sala de aula contribuem para que os educadores sintam-se encorajados, motivados e capazes de fazer uso da tecnologia e assim, reverter o quadro em que se encontra a disciplina de matemática na visão dos educandos, possibilitando estes a aprender com satisfação e, aos educadores sentirem que são capazes de oportunizarem aos seus alunos a construção de um ensino e uma aprendizagem de qualidade.
Palavras-chave: Educadores; Matemática; TDIC; softwares educacionais; ensino e
aprendizagem.
1 Professor PDE – Núcleo de Cornélio Procópio
2 Professor do Colegiado de Matemática da Universidade Estadual Norte do Paraná – Campus de
Cornélio Procópio – PR
1.INTRODUÇÃO
A Matemática atualmente é uma das disciplinas em que os alunos
demonstram dificuldades, menor interesse e consequentemente menor rendimento.
Sendo, portanto, não muito apreciadas pelos alunos, e isso se deve ao modo como
as aulas são ministradas, pois na maioria das vezes são ministradas
mecanicamente, sem o uso de recursos pedagógicos que despertem o interesse dos
mesmos e que facilite o entendimento em relação ao conteúdo estudado (VALENTE,
1999).
Esse entendimento pode ser feito com a utilização dos laboratórios de
informática disponíveis nas escolas Estaduais do Estado do Paraná, possibilitando
relacionar os recursos tecnológicos que os alunos tanto se interessam com o
conteúdo e, assim tornar as aulas mais atrativas e significativas para os mesmos.
Mas esta situação se dá pelo fato de que os professores não estão
preparados para trabalhar a disciplina de Matemática de forma dinâmica, tendo
como aliada a tecnologia em sala de aula. Até sabem manusear alguns
equipamentos como o computador, porém não sabem utilizar seus aplicativos como
ferramenta de apoio pedagógico e assim sendo, não dão a devida importância para
o uso desses recursos tecnológicos.
Partindo dessa realidade é que acreditamos ser importante trabalhar com o
tema “O uso de softwares no processo de ensino e aprendizagem da Matemática”,
afim de que, os professores entendam a importância da utilização da tecnologia em
sala de aula e sintam-se motivados e aptos a buscar novas metodologias entre as
quais englobem a tecnologia e o uso de softwares.
Por longos anos, as aulas de Matemática vêm sendo vista como umas das
disciplinas que os alunos sentem maior dificuldades e por isso, menos gostam
(VALENTE, 1993a).
Dessa forma, Valente (1993a, p.7) vai ainda mais longe e afirma que “[...].
Aprender matemática ou fazer matemática é sinônimo de fobia, de aversão à escola
e, em grande parte, responsável pela repulsa ao aprender [...]”. E isso se dá, devido
à falta de práticas que despertem neles o interesse e o gosto pela disciplina.
Sendo assim, ficou cada vez mais evidente a necessidade de propiciar ao
educando aulas mais atrativas, afim de que estes pudessem se desvencilhar da
aversão que sentem em relação a algumas disciplinas, principalmente da
matemática.
Com esse trabalho ficou evidente que o uso de aportes teóricos tecnológicos,
realmente é um aliado do educador, uma vez que, vivemos em uma época que a
tecnologia está por todos os lados.
Mas também sabe-se que a dificuldade que muitos sentem em manusear tal
instrumento e por isso, muitas vezes nem buscam conhecer e não as utilizam,
perpetuando as metodologias que aprenderam em sua formação quando ainda
estavam estudando para se tornarem professor.
Sem mencionar a insegurança e o medo de demonstrar aos educandos que
não sabem manusear a ferramenta que eles mexem com tanta facilidade e
intimidade.
Diante disto, questionamos: De que forma o professor poderia otimizar as
aulas de matemática utilizando o aporte teórico tecnológico?
O presente artigo está dividido em cinco seções: sendo esta, a Introdução, em
seguida a Fundamentação Teórica, Abordagens Metodológicas, Análise e
Considerações finais.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Atualmente a tecnologia ligada à informática, está presente em praticamente
todos os seguimentos da sociedade, incluindo a escola, desse modo, estas
tecnologias influenciam diretamente na sociedade e principalmente na escola.
Na escola acontece o mesmo, e de acordo com as Diretrizes Curriculares da
Educação Básica (DCEB) de Matemática, esta temática do uso das tecnologias em
sala de aula, aborda que “[...] a escola como o espaço do confronto e diálogo entre
os conhecimentos sistematizados e os conhecimentos do cotidiano popular”
(PARANÁ, 2008, p.21).
Com base nessas informações, os educandos do século XXI, oriundos da era
tecnológica, ao chegarem à escola se deparam com uma realidade que não está
totalmente informatizada e de imediato se sentem frustrados e desmotivados em
relação à escola.
Ainda essas adversidades, influenciam no resultado do processo de ensino e
aprendizagem desses, essa situação tornam-se ainda mais evidente na disciplina de
Matemática, as quais vêm sendo vista como umas das disciplinas que os educandos
sentem maior dificuldades e por isso, menos gostam e isso se consolida devido às
práticas pedagógicas dos professores que veladamente ainda apresentam
resquícios da educação tradicional (MENDES, 2007).
Assim, D’Ambrósio (2002, p. 80) aborda que:
A matemática é sem dúvida uma das matérias mais temidas pelos alunos em geral, e como tal, pode-se ver que quanto mais recursos e meios reais forem utilizados numa aula maior será o aproveitamento da matéria. A escola não se justifica pela apresentação do conhecimento obsoleto e ultrapassado e, sim em falar em ciências e tecnologia. Além da disposição de fontes alternativas de pesquisa que temos, [...], temos com o auxílio da informática; e com o crescente ramo de programação, vários softwares que possuem o objetivo de aprender, ensinar e se trabalhar com a matemática. Informática e comunicações dominarão a tecnologia educativa do futuro.
Desse modo, a escola é realmente um dos locais onde as transformações
qualitativas de pensamento e conhecimento devem acontecer e Mendes (2007,
p.52) contribui dizendo que:
Na “era da informática”, os alunos chegam à escola repletos de informações. E esta precisa resgatar essas informações, trabalhá-las criticamente com os alunos, aproveitando a experiência de vida. Por fim, a escola necessita reformular seu papel de transmissora para transformadora de informações [...].
Por isso, cabe ao professor trabalhar com essa diversidade de informações e
desse modo, fazer o possível para atender o educando e orientá-lo, uma vez que
fica claro que “a partir da proposta pedagógica curricular, o professor elaborará seu
plano de trabalho docente, [...], vinculado à realidade e às necessidades de suas
diferentes turmas e escolas de atuação” (PARANÁ, 2008, p.26).
Assim evidencia que realmente o professor pode e deve tentar atender às
necessidades da época, aqui no caso a introdução da TIC em seu plano de trabalho.
Almeida; Almeida (1999, p.71) contribui que:
[...] a necessidade do educador desenvolver cinco habilidades básicas para se entender e dominar as tecnologias em prol de seu trabalho, as quais são: “domínio dos conteúdos específicos de nossas áreas do saber; clareza dos problemas que estamos resolvendo; sabedoria para trabalhar em grupo; desenvolvimento de uma prática pedagógica reflexiva; trabalho articulado e cooperativo com as diferentes áreas do conhecimento, como as Ciências, as Artes, a Filosofia, as Matemáticas, a História [...]”.
Dessa maneira, com o surgimento da mídia na educação o ensino passa por
constantes transformações complementando e aperfeiçoando a relação entre
educador e educando, oportunizando assim, uma relação biunívoca entre ambos na
sala de aula (COELHO NETO; ALTOÉ, 2008).
Assim, é fundamental que a relação entre educando e educador seja
harmônica e de troca de experiências e não uma relação hierárquica, pois hoje,
ambos são sujeitos imprescindíveis no processo de ensino e aprendizagem.
2.1. Informática na Educação
O uso da informática na Educação vem possibilitar a mudança do cenário na
educação e obriga a escola principalmente na pessoa do educador a buscar novas
metodologias para tentar dar conta da efetivação e sucesso do ensino aprendizagem
e com isso reverter o quadro de aversão que os educandos têm demonstrado na
disciplina de matemática (Braga; Paula, 2010).
E para que este quadro seja revertido Braga; Paula (2010, p.4) ressalta que:
Devemos crer que, o sentido principal nos processos de ensinar e aprender são as oportunidades de experimentar a construção do conhecimento. As formas como esta construção se dá depende do modo como o conteúdo é apresentado, da metodologia adotada para o ensino e dos recursos a disponíveis no momento da aprendizagem que possam vir a contribuir pra que os assuntos da matemática sejam compreendidos pelos alunos. Para essa compreensão é importante que o aluno produza significado ao que lhe está sendo apresentado.
Cabendo então, à escola, o dever de criar e dar condições para que os
educandos aprendam e se desenvolvam de maneira significativa para os mesmos.
A introdução das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC)
na escola, se bem trabalhada, possibilita ao educando identificar o que de melhor a
tecnologia pode oferecer-lhes. Assim, a escola estará oportunizando o
desenvolvimento da autonomia intelectual do ambiente proposto.
De acordo ainda com Coelho Neto; Altoé (2008, p. 8):
Com o uso das tecnologias da informação e comunicação, no processo ensino e de aprendizado, os conteúdos são abordados de uma forma que torne o estudo mais atraente e acessível, desse modo podemos ajudar na resolução de problemas e no diagnóstico dos obstáculos do ensino, seu uso como meio auxiliador no ensino é bastante estimulador, tendo que ser planejado e direcionado para seu bom uso, além de que, conhecendo-as pode-se explora-las em todas as suas potencialidades.
Partindo desse pressuposto, é imprescindível a mudança de paradigma do
educador de matemática que deve buscar trabalhar os conteúdos de forma
significativa e atrativa para o educando.
Com a introdução das TDIC nas escolas, essa mudança de paradigma se
torna ainda mais urgente e de acordo com (BELLONI, 2009, p.24) “os sistemas
educacionais devem introduzir as TIC não só como meios para melhorar a eficiência
do sistema, mas também e principalmente como ferramentas pedagógicas, visando
à formação do indivíduo autônomo”, uma vez que de acordo com Ponte (1995 apud
PONTE et.al., 2003, p.1) enfatiza que o trabalho com:
Estas tecnologias permitem perspectivar o ensino da matemática de modo profundamente inovador, reforçando o papel da linguagem gráfica e de novas formas de representação e relativizando a importância do cálculo e da manipulação simbólica.
Ainda para Ponte et.al. (2003), um ensino inovador, é aquele que se preocupa
em criar condições de aprendizagens estimulantes, desafiando o educando a
pensar, favorecendo a divergência e a diversificação dos percursos de
aprendizagem, os quais o autor divide em dois papéis: os velhos papéis: fornecer
informação, controlar e uniformizar e os novos papéis: criar situações de
aprendizagem, desafiar, apoiar e diversificar.
Portanto, para que isso seja possível essa mudança Bittar; Guimarães e
Vasconcellos (2008, p. 86) mencionam que: “Acreditamos que a verdadeira
integração da tecnologia somente acontecerá quando o professor vivenciar o
processo e quando a tecnologia representar um meio importante para a
aprendizagem”, pois só perdura e é importante aquilo que tem sentido e significado.
É salutar lembrar que Filatro (2004) afirma que enquanto professores deve-se
ter a consciência do papel da TDIC na educação e na formação do educando, pois
busca-se compreender de que forma essas tecnologias podem contribuir para o
aperfeiçoamento do processo de ensino e de aprendizagem.
Pois estes representa uma oportunidade de redescobrir a natureza ímpar,
insubstituível e altamente criativa da educação no processo de desenvolvimento
humano e social.
Fica então, cada vez mais claro que, o uso de aportes teóricos tecnológicos
na educação é fato, portanto, é fundamental que o uso dessas ferramentas seja
realizado de forma correta e coerente com o que se almeja alcançar em termos de
aprendizagem.
2.2. Abordagem Construcionista
Valente (1993) enfoca o uso do computador de duas formas na Educação:
uma relacionada à abordagem instrucionista, a qual introduz o computador no
ensino, com escassas mudanças na prática pedagógica do Professor e outra, a qual
o aluno constrói o seu conhecimento realizando no computador o que é de seu
interesse.
Quando menciona-se a abordagem construcionista Valente (1999, p. 114)
enfatiza a necessidade do suporte ao educador, o que é imprescindível em toda e
qualquer mudança a ser realizada.
A abordagem baseada no construcionismo contextualizado propõe, basicamente, a formação em serviço, onde o professor não é removido do seu contexto e aprende, usando a sua experiência como objeto de reflexão e de depuração. Essa depuração é realizada com o apoio de um especialista que deve vivenciar a escola como um todo e resolver, juntamente com o professor, as questões de ordem pedagógicas e administrativas para viabilizar a implantação da Informática na escola. A dificuldade dessa proposta é, justamente, o fato de o especialista ter que “vivenciar” essa escola, o que muitas vezes é impraticável.
Ainda em relação ao construcionismo, Papert (1986 apud MALTEMPI, 2000,
p.11-12) esclarece que:
O Construcionismo é tanto uma teoria de aprendizado quanto uma estratégia para educação, que compartilha a idéia (sic) construtivista de que o desenvolvimento cognitivo é um processo ativo de construção e reconstrução das estruturas mentais, no qual o conhecimento não pode ser simplesmente transmitido do professor para o aluno. O aprendizado deve ser um processo ativo, onde os aprendizes “colocam a mão na massa” (hands-on) no desenvolvimento de projetos, em vez de ficarem sentados atentos à fala do professor.
Papert (1986 apud MALTEMPI, 2000, p.14), também menciona que há cinco
dimensões que formam a base do construcionismo, oportunizando assim a
construção de conhecimento pelo educando, são elas:
1. Dimensão pragmática: a sensação que o aprendiz tem de estar aprendendo algo que pode ser utilizado de imediato, e não em um futuro distante. 2. Dimensão sintônica: a oportunidade de o aprendiz encarar suas tarefas como projetos pessoais utilizados para expressar um estilo pessoal de fazer as coisas, ou uma estética pessoal. O computador é utilizado para fazer algo que o aprendiz sente como importante e psicologicamente poderoso. 3. Dimensão sintática: a possibilidade de o aprendiz facilmente acessar os elementos básicos que compõem o ambiente de trabalho, e progredir na manipulação destes elementos de acordo com a sua necessidade e desenvolvimento cognitivo. 4. Dimensão semântica: a oportunidade de o aprendiz manipular elementos que carregam significados que fazem sentidos a ele, em vez de formalismos e símbolos. 5. Dimensão social: a integração da atividade com as relações pessoais e com a cultura do ambiente no qual ela se encontra.
Tais dimensões possibilitam melhor entendimento quanto à importância do
uso da abordagem construcionista na educação e principalmente nas aulas de
matemática, facilitando assim, a aprendizagem do educando.
Para Carvalho Junior (2009) o foco dessa abordagem está na construção do
conhecimento, sendo assim, o educador deve atuar como facilitador e mediador da
aprendizagem do educando, pois, para que o educando se envolva é necessário que
o mesmo veja significado naquilo que está sendo ensinado.
Com o uso da TDIC nas aulas, especialmente nas de Matemática, a
abordagem construcionista se faz necessária, pois como Valente (1993, p. 4)
ressalta:
[...] o uso do computador no trabalho com alunos cria situações de conflito que levam o aluno-professor a questionar sua postura, refletir
sobre sua prática pedagógica, refletir e questionar a prática pedagógica a que está submetido, e a iniciar um processo de mudança de postura como educador, diferente daquela de professor repassador de conhecimento.
Esta mudança de postura do educador é inevitável em se tratando do uso do
computador nas aulas de matemática e com isso, possibilitar ao educando ser o
principal agente construtor de seu conhecimento.
Por isso, a necessidade de saber utilizar esse instrumento, a fim de
proporcionar uma aprendizagem construcionista e contextualizada, uma vez que
neste tipo de abordagem o educando relaciona o que está sendo ensinado à sua
realidade, portanto, vê significado e se envolve, tornando o aprendizado menos
fragmentado, desenvolvendo projetos interdisciplinares, tornando assim, um ensino
cooperativo (ALMEIDA; ALMEIDA, 1999).
2.3. Possibilidades do uso das TDIC no processo de ensino e aprendizagem
Uma das alternativas e foco principal desta Unidade Temática oportuniza a
reflexão e a discussão acerca da importância do uso de softwares educacionais, no
processo de ensino e aprendizagem da matemática, buscando sua ressignificação.
Em se tratando de softwares educacionais é importante saber o que é, e qual
sua finalidade. Para elucidar a este respeito, Cano (apud Lima & Giraffa, 2007, p. 1),
[...] ressalta que softwares são conjuntos de recursos informáticos que podem serem usados pelo educador no processo de ensino e de aprendizagem, com diversas finalidades desde a aquisição de conceitos até o desenvolvimento de habilidades básicas ou resolução de problemas.
Iégas (2003, p. 14) ainda ressalta que softwares educacionais são:
Conjuntos de instruções pré-programadas que visam atingir objetivos educacionais. Um software pode contar com vários recursos, como som, imagem e ação. Eles podem ser categorizados em exercícios-e-prática, tutorial, simulação e jogos.
Ainda em Iégas (2003, p. 11) salienta que:
É importante que sejam usadas ferramentas (softwares) adequadas. [...]. A escolha de um software a ser adquirido deve, portanto, ser cuidadosa, pois o mercado conta com uma infinidade de tipos e modelos, sendo que apenas alguns têm características educativas.
O uso dos softwares educacionais em sala de aula pode auxiliar de maneira
dinâmica as aulas, em especial na disciplina de Matemática, a literatura apresenta
alguns softwares que podem ser utilizados em sala de aula.
No quadro abaixo apresenta-se o software e sua funcionalidade, visto sua
diversidade na literatura, apresentar-se-á os softwares disponíveis no sítio do Dia a
Dia Educação, do Governo do Estado do Paraná, mesmo contendo inúmeras
opções o quadro apresenta os mais utilizados pela literatura, e os que são
freewares3.
Quadro 1 – Descrição dos Softwares Educacionais Freewares disponíveis no Dia a Dia Educação
SOFTWARE DESCRIÇÃO
Xlogo Software que, para alunos e professores, é um meio acessível e poderoso de criar simulações, apresentações, gráficos, textos, jogos e animações.
Régua e Compasso Software composto por uma interface apresentável, didática e de fácil manuseio, que possibilita a construção de figuras geométricas, das mais simples às mais complexas. Além das vantagens relacionadas ao fator conteúdo, ele instiga e incentiva a criatividade e a descoberta.
Dr. Geo (volume 1 e 2) Software de construção em Geometria que pode ser utilizado por professores do Ensino Fundamental e Médio, em disciplinas como Matemática e Física. Ele permite ao aluno explorar, de maneira interativa, noções como óptica, cinemática e relações trigonométricas, além de permitir fazer cálculo de ângulos, interseção e equações de retas.
Geogebra Software de matemática dinâmica para ser utilizado nas escolas de Educação Básica e de Ensino Superior. Reúne recursos de geometria, álgebra, tabelas, gráficos, probabilidade, estatística e cálculos.
JClic Software destinado a auxiliar o professor, na elaboração de atividades
3 Softwares Freewares são aqueles que podem ser utilizados sem a necessidade de pagamento (licença gratuita).
pedagógicas.
Cmap Tools Software que, para alunos e professores, é um meio acessível e poderoso de se criar simulações, apresentações, gráficos, textos, jogos e animações.
Inkscape Destinado a professores e alunos para que possam treinar a arte da ilustração. Com ele é possível editar e criar imagens utilizando os pincéis ou linhas prontas, incluindo círculo, retângulo, quadrado entre outros.
Kino Software voltado à edição de vídeo para que professores e alunos possam treinar e produzir seu próprio material audiovisual.
Audacity Software voltado à edição de arquivos de áudio digital é utilizado para melhorar a qualidade dos arquivos de áudio digital. Com ele é possível gravar sons, capturar áudio de outros softwares, criar e adicionar sons por síntese, abrir arquivos de diversos formatos, convertê-los para outro tipo de formato de áudio, salvá-los e até mesmo realizar mixagens de várias pistas para um arquivo final mono.
Gimp Software utilizado para a criação de pinturas e desenhos, retoques em fotografias, edição e manipulação geral de imagens, preparação de gráficos para a Internet e processamento em massa de arquivos, entre outras utilidades.
Fonte: Terminologias encontradas no sitio do Dia a Dia Educação, disponível em: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=167. Acesso em: 30 nov. 2012.
Com base nas informações apresentadas, tudo que se relaciona com o
ensino e aprendizagem e com o uso da TIC em sala de aula, deve ser bem
planejado e bem trabalhado, e Pocho (2003, p.76) enfatiza que:
O professor [...] pode, com criatividade, utilizar alguns softwares [...]. Com as ferramentas oferecidas por estes softwares o aluno pode produzir textos e ilustrá-los, construir gráficos, criar cartazes, resolver problemas, preparar relatórios etc.
Daí a importância de fazer uso de softwares no ensino de matemática, uma
vez que de acordo com as diretrizes curriculares da educação básica de matemática
(PARANÁ, 2008, p.66) “o trabalho com as mídias tecnológicas insere diversas
formas de ensinar e aprender, e valoriza o processo de produção de
conhecimentos”.
Desse modo, oportuniza ao educando aprender com satisfação e com as
ferramentas de domínio dos mesmos, cabendo ao educador atuar como mediador
no processo ensino e aprendizagem.
Por isso, Mendes (2007, p.62) contribui dizendo que “Na educação
informatizada, os alunos tornam-se agentes da construção de seu próprio
conhecimento, enquanto que o professor será o dinamizador das aulas, orientando
os alunos na construção do saber”.
De acordo com Lima (2006, p. 39):
Para se utilizar softwares educacionais no ensino de Matemática, é fundamental a criatividade e interesse de professores e alunos. Além disso, o professor precisa planejar em que momentos devem ser introduzidos, de forma a torná-los um recurso pedagógico. Logo em seguida, deve-se proporcionar a coleta e organização dos dados através de um relatório que pode servir como instrumento de avaliação e como ponte para o próximo assunto a ser trabalhado.
Por isso, Valente (1999, p. 21-22) pontua que:
A sala de aula deve deixar de ser o lugar das carteiras enfileiradas para se tornar um local em que professor e alunos possam realizar um trabalho diversificado em relação ao conhecimento. O papel do professor deixa de ser o de “entregador” de informação para ser o de facilitador do processo de aprendizagem. O aluno deixa de ser passivo, de ser o receptáculo das informações, para ser ativo aprendiz, construtor do seu conhecimento.
E Valente (1999) explicita que desta forma, o educando, não mais vai apenas
memorizar informações, mas sim, construir o conhecimento a partir das informações.
Os educadores dominam seus conteúdos, mas necessitam de formação
continuada para aprenderem trabalhar com essa ferramenta, conhecer tudo sobre
os recursos tecnológicos disponíveis e seus aplicativos.
No caso o computador e os softwares, possibilitando assim, atuar como
mediador e orientador do processo de ensino e aprendizagem, tornando suas aulas
interessantes e motivadas.
Além disso, Brito (2008, p.40) corrobora, “[...] só o uso não basta; se as
tecnologias educacionais não forem bem utilizadas, garantem a novidade por algum
tempo, mas não que realmente aconteça uma melhoria significativa na educação”.
Por isso, é imprescindível que o educador esteja preparado para trabalhar
com essas tecnologias, principalmente as ligada à informática, afim de que as
mesmas se tornem um apoio pedagógico eficiente.
E no aspecto relacionado ao uso do computador pelo educador, Valente
(1999, p.25-26) salienta que:
Não se trata de criar condições para o professor dominar o computador ou o software, mas sim auxiliá-lo a desenvolver conhecimento sobre o próprio conteúdo e sobre como o computador pode ser integrado no desenvolvimento desse conteúdo. Mais uma vez, a questão da formação do professor mostra-se de fundamental importância no processo de introdução da Informática na Educação.
Brito (2008, p.40), também se posiciona nesse sentido e ressalta que: “dessa
forma, o simples uso das tecnologias educacionais não implica a eficiência do
processo de ensino-aprendizagem [...]”, pois o uso tem que ser feito de forma que
propicie realmente a construção do conhecimento.
Com base nisso, Iégas ( 2003, p.11) explicita que:
Para que isso aconteça, é importante que sejam usadas ferramentas (softwares) adequadas. [...] um software educativo deve-se levar em conta, não somente, o currículo escolar e o conteúdo a ser ensinado, mas também a forma como as atividades foram programadas [...].
É notório que os educadores sentem certa insegurança ao fazerem uso das
tecnologias ligadas à informática em sala de aula, pois sabem que os educandos tão
bem as dominam, mas em se tratando de softwares educacionais.
Desse modo, há a necessidade do educador intervir com o conteúdo, afinal,
de acordo com Sant (1995, p. 36), “Assim como um bom livro-texto, não é, por si só,
garantia de um bom curso, também um bom software precisa ser bem explorado por
mestres e alunos para dar bons resultados”.
É importante que o educador entenda que ao se trabalhar utilizando software,
o mesmo deve oportunizar ao educando a interação entre o software e os conceitos
matemáticos, possibilitando assim, a construção do conhecimento.
Conforme expõe Lima & Giraffa (2007, p. 1)
Os softwares educacionais podem auxiliar os professores na sua atividade docente e, são potenciais auxiliares dos alunos na construção do seu conhecimento. A variedade e quantidade de softwares educacionais voltados para a área de Matemática permitem aos professores e alunos diversificarem a forma como trabalham e constroem o conhecimento.
Ainda se tratando dos softwares, Frescki (2008, p. 8) corrobora enfatizando
que é importante atentar para algumas características que o mesmo deve possuir:
[...] como ser fácil de utilizar, ser amigável para o usuário, ser fácil de compreender, favorecer a assimilação dos conteúdos, possuir aspectos motivacionais que despertem e mantenham a atenção do usuário, ser capaz de atrair e conquistar o interesse dos usuários, verificar o grau de compreensão dos alunos, bem como de suas dificuldades, entre outros aspectos.
Dessa forma, é de suma importância que estes instrumentos tecnológicos
sejam utilizadas adequadamente não tornando-se meros recursos para onde são
transpostos exercícios do papel para a tela ou para significar simplesmente que se
fazem uso da tecnologia nas aulas ou ainda para repetir exercícios (IÉGAS, 2003).
Introduzir a TIC na escola não é apenas unir informática e educação, mas,
integrá-las entre si conjuntamente à prática pedagógica, implicando em uma
contínua busca de preparação do educador e de mudança na escola (ALMEIDA;
ALMEIDA 1999).
Então, é necessário ter o domínio dessa tecnologia enquanto educador, pois
de acordo com Mendes (2007, p. 58) “[...] devemos lembrar que o computador é um
meio, um recurso mediador de uma aprendizagem dinâmica. Ele não substitui o
professor, mas auxilia-o como ferramenta interativa na construção da
aprendizagem”.
Ainda segundo Almeida; Almeida (1999, p. 19) é importante e imprescindível
destacar que neste processo por qual a escola está passando:
A mudança de atitudes é uma condição necessária, não só para os professores, como também para os diretores e demais colaboradores, pois estes devem conceber a sua posição e a sua autoridade de forma diferente – como agentes formadores, incentivadores atuando, sobretudo, como mediadores do processo e co-participantes do trabalho escolar.
Deve-se sempre ressaltar que o educador precisa urgentemente adquirir
segurança ao trabalhar com a TIC, uma vez que a mesma é uma realidade em todos
os âmbitos da sociedade.
E Almeida; Almeida (1999, p.74) contribui dizendo que:
O professor não caminha à frente do aluno, mas junto com ele, promovendo sua aprendizagem, fazendo intervenções segundo o seu estilo de pensamento, questionando-o para desestabilizar as certezas inadequadas,
incitando-o a buscar informações em diferentes fontes ou, quando necessário, fornecendo-lhe as informações demandadas pela situação, ajudando-o a encontrar por si próprio a resposta para sua questão ou situação-problema.
Desta forma este artigo visou oportunizar a reflexão e discussão acerca do
uso da TIC em especial dos softwares nas aulas de matemática, afim, de torná-las
mais interessantes, desmistificando-a da repulsa evidente que há nos educandos e
assim, possibilitar aos educadores mostrar aos seus educandos que aprender
matemática também pode ser prazeroso.
3. ABORDAGEM METODOLÓGICA
A elaboração deste Artigo Científico sistematiza os resultados observados e
auferidos durante o decorrer das atividades propostas pelo Programa de
Desenvolvimento Educacional-PDE, destinado à formação e capacitação dos
professores do Quadro Próprio do Magistério-QPM do Estado do Paraná, o qual tem
por objetivo proporcionar aos professores da rede pública estadual subsídios teórico-
metodológicos para o desenvolvimento de ações educacionais sistematizadas, e que
resultem em redimensionamento de sua prática, instituindo uma dinâmica de
reflexão, discussão e construção do conhecimento sobre a realidade escolar,
redimensionando as práticas educativas.
A proposta metodológica foi pautada nas seguintes ações:
Elaboração do Projeto de Pesquisa.
Elaboração e desenvolvimento da Unidade Temática.
Implantação na escola, do tema “O uso de softwares no processo de
ensino e aprendizagem da matemática” com os professores de Matemática do
Colégio Estadual Professor Pedro Viriato Parigot de Souza do município de
Jataizinho-PR, Núcleo Regional de Educação de Cornélio Procópio.
Discussão sobre o material (Unidade Temática) apresentado, os pontos
relevantes apontados e quais as dificuldades encontradas, em relação à
teoria e prática;
Avaliação durante todo o processo de desenvolvimento do trabalho “O
uso de softwares no processo de ensino e aprendizagem da matemática”, os
avanços no ensino e aprendizagem dos professores em relação à temática
discutida;
Para preservar a identidade dos professores participantes, os mesmos, serão
identificados pelo método de codificação, sendo, P1, para o Professor 1 e assim,
sucessivamente.
Estes materiais foram compostos por textos com abordagem de temas do
cotidiano escolar e possibilidades dos educadores fazerem uso dos softwares para
auxiliar o processo de ensino e aprendizagem da Matemática, bem como debates e
reflexões acerca do tema.
Assim, a construção deste Artigo Científico foi sendo conjecturado desde as
primeiras atividades do PDE com início em 2012 até o presente momento (final de
2013) sob a orientação do professor João Coelho Neto, docente do Departamento de
Matemática da Universidade Estadual Norte do Paraná – Campus de Cornélio Procópio –
PR, e por meio da equipe PDE do NRE e da Secretaria Estadual de Educação, os
quais conjuntamente proporcionaram a nós professores PDE o retorno às atividades
acadêmicas, sem desconsiderar as questões do cotidiano escolar , oportunizando
ainda condições de atualização e aprofundamento de nossos conhecimentos
teórico-práticos, permitindo a reflexão teórica sobre a prática para possibilitar
mudanças na escola.
Esse retorno à academia se deu por meio de encontros presenciais na
Universidade Estadual Norte do Paraná, Campus de Cornélio Procópio e de
Jacarezinho, visando estudos, aprofundamentos de conhecimentos e orientações do
Projeto de Pesquisa, Unidade Temática e este Artigo Científico.
Para que fosse possível a realização desse trabalho final, durante a formação
do PDE, houve intensas discussões e reflexões a respeito da importância do uso
das TDIC, especialmente dos softwares em sala de aula, bem como a necessidade
do professor saber lidar com essa ferramenta, uma vez que é o maior responsável
pelo ensino e aprendizagem do aluno.
Portanto, essa formação foi respaldada com os encontros presenciais na
UENP para formação e orientação na elaboração e construção dos materiais a
serem utilizados na implementação na escola, nas interações e discussões do GTR
e por fim na construção deste artigo científico, o qual perpassa todo o processo até a
análise do resultado final.
4. ANÁLISE
O PDE é dividido em 4 (quatro) etapas, sendo a que a 1ª consta da
elaboração do projeto, a 2ª, da elaboração da produção Didático-Pedagógica, a 3ª,
da implementação na escola e grupo de trabalho em rede e, por fim, a 4ª etapa, que
se constitui pela análise do resultados da implementação e pela construção deste
Artigo Final.
Mas, nesse momento, enfatizaremos e analisaremos a 3ª etapa, que foi a
implementação pedagógica na escola cujo período foi de grande aprendizado e
troca de experiências.
4.1. Análise da Implementação na escola4
A implementação pedagógica foi um momento em que os professores se
reuniram para ler, discutir e refletir sobre a prática pedagógica e o uso das TDIC em
sala de aula na disciplina de Matemática. Foi um momento de parar e se autoavaliar,
se ver na pessoa do educando que está inserido na escola no século XXI e analisar
a prática pedagógica utilizada pelos professores.
Ao serem questionados sobre o que pensam a respeito do uso das TDIC em
sala de aula, ficou evidente que os professores não estão preparados para utilizar
tais recursos em especial os softwares em suas aulas, como mencionam:
4 Os participantes da implementação foram os professores da área de matemática, do Colégio
Estadual Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, do Núcleo Regional de Educação de Cornélio Procópio, município de Jataizinho - escola de origem do Professor PDE.
P1: Eu considero muito importante o uso das tecnologias em sala, porém não domino muito bem esses recursos a ponto de utilizá-los. Os alunos sabem mais do que eu. Não me atrevo.
P2: Sei que a utilização desses recursos vem se tornando imprescindíveis para podermos ministrar aulas mais dinâmicas. Acredito que esses recursos devam ser utilizados para complementar outros recursos por nós utilizados, mas não utilizo, pois não os domino.
É notório que todos os professores têm consciência da importância de se
utilizar as TDIC como recursos pedagógicos, mas ficou muito mais evidente ainda
que os mesmos não se sentem capacitados para utilizar tais instrumentos em suas
aulas. Faltam-lhes capacitação, formação continuada, conforme fica explícito nas
falas seguintes.
P3: Acredito que minhas aulas seriam muito mais dinâmicas, mas já tentei e não consegui me entender com o computador, o software e meu conteúdo. Domino o conteúdo, mas não sei como ensinar utilizando a tecnologia.
P4: Esses recursos ajudam, ilustram, tornam a aula mais agradável, prazerosa, mas já tentei usar o geogebra e apesar de já ter tido uma explicação, ainda assim não tive sucesso, desisti. Acredito que seria necessário uma oficina mesmo, com os softwares e os conteúdos específicos. Não uma formação relâmpago, mas uma oficina de verdade.
Os desabafos e as dificuldades encontradas pelos professores foram sendo
expostas. Ficou nítido que praticamente não faziam uso dos recursos tecnológicos
ligados à informática, usavam a TV multimídia com o pendrive, o DVD, mas em
relação ao computador ainda “apanhavam”, uns ajudavam os outros a baixar um
vídeo, converter e salvar.
Alegaram que são conscientes de que seria necessário mais empenho dos
mesmos, mas aí mais uma dificuldade foi exposta.
P5: Eu até tentei aprender a lidar com o geogebra, com o Dr. Geo, mas o laboratório de informática da escola praticamente não funciona. Os computadores um dia funcionam outro não. A internet é muito lenta, um dia conecta outro não, ou então conecta, mas fica “caindo” o tempo todo. Já reclamei para o ADM local, mas o mesmo nada conseguiu fazer, alegou ser um problema de rede. Assim acabei deixando de lado.
P4: Realmente está difícil o manuseio no laboratório de informática, lá quase nada funciona, quando tentamos realizar uma aula diferente, que demoramos meses preparando (por não dominarmos as tecnologias) ao chegarmos lá
com nossos alunos além da quantidade de maquinas ser insuficientes, a maioria não funciona ou quando funcionam e todos são ligados ao mesmo tempo, começam a travar e aí não dá para finalizar o trabalho e acabamos perdendo tempo e ficamos frustrados e desmotivados.
À medida que relatavam suas dificuldades, também refletiam sobre suas
práticas. Foi muito discutido a situação enfatizada por Valente (1993a) que diz que
os alunos sentem fobia e aversão à matemática porque as aulas são ministradas
mecanicamente, sem metodologia ou utilização de recursos que despertem neles o
gosto e o interesse pela disciplina, uma vez que são crianças oriundas de era
tecnológica.
Em momento algum das discussões e reflexões, os professores se eximiram
do cenário em que se encontra a disciplina de matemática na visão do aluno e
argumentaram que as dificuldades e os obstáculos são muitos, o tempo para
preparar não é suficiente, todos acabam levando trabalho para casa, e também
enfatizaram que há falta de formação continuada no tocante ao uso das TDIC. Mas
se propuseram a repensar suas práticas e “Arregaçarem as mangas” e ir em busca
de formação e de aprenderem a lidar com essa ferramenta, a fim de redimensionar
sua prática pedagógica.
A problemática de que os professores não são e não estão preparados para
fazerem uso das tecnologias, muito menos de softwares em suas aulas e que
também não se sentem motivados para tal, ficou explícita tanto na realidade como
na literatura pesquisada.
Mas, a implementação pedagógica realizada na escola, oportunizou a
discussão e a reflexão de que a iniciativa de aprender e de superar o mito de que só
os jovens sabem lidar com as TDIC deve partir de cada um em particular. Só assim
haverá uma mudança da prática pedagógica.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A tecnologia ligada à informática está muito presente em nosso dia a dia e os
alunos, como nasceram na era tecnológica, vivem a tecnologia, o que faz com que
certas práticas dos professores se tornem mecânicas e sem significados na visão
dos mesmos.
Entende-se que para responder a pergunta desse artigo: “De que forma o
professor poderia otimizar as aulas de Matemática utilizando o aporte teórico
tecnológico?”
Os professores analisados identificaram como obstáculos principais:
laboratórios ultrapassados, sem manutenção; falta de instrutor para apoiar nas
dificuldades técnicas; falta de tempo para autoformação; falta de formação
continuada ou impossibilidade de participar das mesmas quando oferecidas pelo
CRTE, as quais são poucas e só oportunizadas para quem não tem aula no dia.
Sabe-se que a dificuldade que muitos professores sentem em manusear as
TDIC especialmente, os softwares, os levam muitas vezes a nem buscar conhecer
e utilizar tais ferramentas, perpetuando-se as metodologias que aprenderam em sua
formação enquanto acadêmicos.
Mas, com a literatura pesquisada e refletida durante a implementação
pedagógica na escola, foi possível entender que essa mudança da práxis é urgente
e que não tem escolha, é necessidade irreversível.
Portanto, as atividades do PDE, principalmente a implementação pedagógica
na escola, nos permitiu a interação e a troca de ideias e experiências com os
professores, visando à reorganização das diferentes práticas que são vivenciadas no
ensino de matemática, vinculando o uso das TDIC ao ensino e a aprendizagem.
Visto que, uma vez que, o ensino de matemática pode ser desmistificado e se
tornar além de significativo, também prazeroso. Possibilitando a construção do
conhecimento, contribuindo para a formação crítica e autônoma do educando.
A implementação pedagógica foi objetivada para dinamizar as aulas de
matemática, partindo do diálogo com professores e defendendo o uso das
tecnologias. Nas discussões foi notório que alguns não viam possibilidades de unir
tecnologia de informática com conteúdo matemático, outros até achavam
interessante trabalhar com softwares, porém, não viam condições, depois acabaram
admitindo que não sabiam lidar com esse instrumento.
Assim, empenhei em conscientizá-los e motivá-los de que não tinham mais
como não fazerem uso dessas possibilidades, uma vez que, as TDIC estão
presentes em todos os lugares e que seria necessário orientar nossos alunos quanto
ao uso adequado.
Para tanto, pautei-me em autores da área como Coelho Neto e Altoé (2008),
Valente (1999), Pocho (2003), Mendes (2007), Almeida (1999), Ponte (2003), Brito
(2008), que defendem o uso, para motivar e facilitar a aprendizagem, já que é um
recurso que os alunos demonstram interesse.
Acredito que a questão levantada neste artigo pode ser respondida, pois os
professores que fizeram parte dessa implementação, se conscientizaram de que o
primeiro passo tem que partir deles próprios, para depois poderem ensinar os
alunos.
Portanto, após as discussões e reflexões, ficaram convencidos de que o
aporte tecnológico realmente é um recurso que pode auxiliá-los na otimização das
aulas, então se prontificaram a buscar formação continuada, a fim de sentirem-se
preparados para fazerem uso desse recurso, em prol de aulas mais dinâmicas e de
qualidade, desmistificando a Matemática para os alunos e tornando-a mais
interessante.
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