o uso do material concreto nas aulas de matemÁtica …

17
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL JAYME DE ALTAVILA FEJAL CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO-NPG CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU” EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL MARAYSA FERREIRA DOS SANTOS LIMA O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL MACEIÓ 2019

Upload: others

Post on 25-Oct-2021

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA …

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL JAYME DE ALTAVILA – FEJAL

CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO-NPG

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU”

EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL

MARAYSA FERREIRA DOS SANTOS LIMA

O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

MACEIÓ 2019

Page 2: O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA …

MARAYSA FERREIRA DOS SANTOS LIMA

O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Artigo apresentado como requisito final, para conclusão do Curso de Pós-Graduação em nível de Especialização em Psicopedagogia Institucional do Centro Universitário CESMAC, sob a orientação da Prof Ms Janne Eyre Araújo de Melo Sarmento.

MACEIÓ 2019

Page 3: O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA …

MARAYSA FERREIRA DOS SANTOS LIMA

O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

Artigo apresentado como requisito para obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia Institucional do Centro Universitário Cesmac sob a orientação da Prof Ms Janne Eyre Araújo de Melo Sarmento.

Maceió, 05 de outubro de 2019.

Prof: Ms: Janne Eyre Araújo de Melo Sarmento.

Page 4: O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA …

O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL

THE USE OF CONCRETE MATERIAL IN MATHEMATICS IN FUNDAMENTAL EDUCATION

Maraysa Ferreira dos Santos Lima 1

Janne Eyre Araújo de Melo Sarmento 2

RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo compreender a importância dos materiais concretos no ensino de matemática nas séries iniciais; mostrando a importância dos jogos e brincadeiras na sala de aula e demonstrar a influência do papel do professor na transmissão do conhecimento matemático. A metodologia utilizada foi uma revisão de literatura em bases de dados eletrônicas e bibliografia da área. Diante do estudo concluiu-se que a matemática com o uso do material concreto, se torna mais atraente aos alunos que colocam a disciplina como a mais difícil e com o uso desses tipos de materiais, facilitam no seu aprendizado de forma mais divertida e mais eficaz.

Palavras-chave: Ensino de matemática. Material concreto, aprendizagem. Recursos.

ABSTRACT

This research aimed to understand the importance of concrete materials in mathematics teaching in the early grades; showing the importance of games and play in the classroom and demonstrate the influence of the teacher's role in the transmission of mathematical knowledge. The methodology used was a literature review in electronic databases and bibliography of the area. From the study it was concluded that mathematics with the use of concrete material, becomes more attractive to students who put the discipline as the most difficult and with the use of these materials, facilitate their learning in a more fun and effective way.

.

Keywords: Mathematics teaching. Concrete material, learning. Resources.

___________________________________________________________________

1Pedagoga graduada pela Universidade Federal de Alagoas - Pós-graduanda em Psicopedagogia Institucional. E-mail: [email protected]. 2Professora Orientadora da Graduação e Pós-Graduação do Centro Universitário CESMAC- E-mail:

[email protected].

Page 5: O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA …

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………… 6

2 METODOLOGIA ................................................................................................... 7

3 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 7

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 15

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 16

Page 6: O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA …

6

INTRODUÇÃO

Tradicionalmente, o ensino de Matemática era caracterizado pelos exercícios

de memorização e fixação onde os alunos tinham que aprender o conteúdo para

reproduzi-lo posteriormente. Hoje em dia, com o surgimento de novas propostas de

ensino, como a presença do lúdico (jogos e brincadeiras) e a utilização do material

concreto tem tornado o ensino de Matemática mais dinâmico e atrativo,

possibilitando com que o aluno compreenda o conteúdo de maneira divertida.

(FIORENTINI, 1996).

De acordo com a afirmativa acima um questionamento surge: Por que a

maioria dos alunos do ensino fundamental I não compreende a matemática?

Nas escolas brasileiras, por exemplo, o uso do material concreto é muito

ignorado e não utilizado por muitos professores do ensino fundamental que

tradicionalmente adotaram o giz, o piloto, o quadro negro ou lousa e xérox para

ensinarem a matemática para os alunos (FIORENTINI, 1996).

A proposta de se trabalhar com o material concreto, possibilita a formação de

alunos ativos e agentes na construção do próprio conhecimento, pois a partir de

suas práticas e ações os alunos poderão estabelecer relações entre o conteúdo

ensinado em sala de aula e as situações advindas do seu cotidiano (LIBÂNEO,

1994).

Os processos de ensino e de aprendizagem da Matemática sempre passou

por dificuldades como na geometria, por exemplo, na resolução de situações-

problemas e na representação de Vergnaud, ele enfatiza que esse conceito é

essencial para analisar a formação de concepções e competências segundo Murari

(2011 p. 188),

[...] o fracasso escolar na disciplina Matemática, revelado por indicadores externos (Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (SARESP) e Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)) e pelos internos, produzidos nas escolas, ocasiona uma enorme pressão para que sejam implementadas inovações educacionais, importantes para o desenvolvimento profissional do professor e para diminuição do insucesso dos alunos.

Desta forma Libâneo (1994) retrata que o material concreto pode ser utilizado

em sala de aula como uma ferramenta de ensino que auxilia professores e alunos,

contribuindo para que a transmissão e aprendizagem dos conteúdos abordados

Page 7: O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA …

7

sejam compreendidas com mais naturalidade. Assim, o uso deste material concreto,

em sala de aula, poderá tornar o ensino de Matemática mais sólido e o conteúdo

que pretende ser transmitido pelo docente pode ser compreendido pelo discente de

forma atrativa e dinâmica.

O interesse pelo tema surgiu a partir da observação da dificuldade de

compreensão da matemática, no Ensino Fundamental. Sabendo que o ensino-

aprendizagem em matemática ainda carrega um mito de extrema dificuldade, seja

por parte do docente que, muitas vezes, ministra suas aulas a partir de sua

experiência pessoal com a disciplina ou por parte dos alunos que transformam a

disciplina em um obstáculo.

O presente trabalho teve por objetivo compreender a importância dos

materiais concretos no ensino de matemática nas séries iniciais; mostrando a

importância dos jogos e brincadeiras na sala de aula e demonstrar a influencia do

papel do professor na transmissão do conhecimento matemático.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, baseada em livros, artigos científicos

e publicações na área da educação ressaltando os pontos pertinentes ao uso de

materiais concretos nas aulas de matemática no ensino fundamental com a

finalidade de promover uma aprendizagem significativa. Sendo feita a coleta de

dados nas bases do google acadêmico, scielo e outros artigos que abrangem o

assunto, com as seguintes combinações: material concreto, ensino da matemática

nos anos iniciais com material concreto, recursos didáticos.

REVISÃO DE LITERATURA

Quando o professor de matemática está em sala de aula com recursos

ultrapassados, com certeza virá à tona o descontentamento dos alunos em todos os

sentidos, pois, a maioria acha que a “matemática é uma matéria muito difícil” e

desse ponto, a reprovação, a evasão e também o “monstro” que o professor para a

visão de muitos alunos que “torcem” para que ele falte no dia de aula é muito comum

em praticamente todas as escolas públicas e particulares envolvendo o ensino

fundamental (LIBÂNEO,1994).

Page 8: O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA …

8

Trabalhar com materiais concretos em sala de aula é uma proposta de ensino

aplicada, pois possibilita que haja uma relação entre a teoria e a prática, o que irá

promover uma melhor aquisição da aprendizagem por parte dos discentes, gerando

uma maior interação com os colegas, onde trocarão experiências cotidianas, além

de promover uma maior participação dos discentes nas aulas de Matemática.

É muito difícil, ou provavelmente impossível, para qualquer ser humano caracterizar espelho, telefone, bicicleta ou escada rolante sem ter visto, tocado ou utilizado esses objetos. Para as pessoas que já conceituaram esses objetos, quando ouvem o nome do objeto, sem precisarem dos apoios iniciais que tiveram dos atributos tamanho, cor, movimento, forma e peso. Os conceitos evoluem com o processo de abstração; a abstração ocorre pela separação. (LORENZATO, 2006, p.22).

Desta forma afirma Libâneo (1994) os professores devem ter o conhecimento

de que nas suas aulas, a criatividade é muito importante para conquistar e trazer os

alunos para o seu lado e a utilização do material concreto é peça que influencia na

aprendizagem dos alunos desde os primeiros aos últimos anos do ensino

fundamental, favorecendo assim o desenvolvimento do raciocínio lógico, que é muito

importante para os alunos, além da rapidez do pensamento dedutivo, coordenação

motora, concentração para a compreensão e resolução de problemas matemáticos e

do cotidiano e no mais a organização do próprio pensamento.

E esse tipo de trabalho deve ser realizado de forma dirigida para que os

alunos consigam alcançar os seus objetivos e se sentirem capazes e felizes por

vencer etapas.

Para Kamii (1990, p.48), “dizer que a criança deve construir seu próprio

conhecimento não implica que o professor fique sentado, omita-se e deixe a criança

inteiramente só”. Isso significa que ele deve ser o mediador, o incentivador, o

organizador do processo de aprendizagem do aluno.

Um professor promissor deve ter em mente que ele não deve passar a frente

de seus alunos e indicar caminhos e resultados, mas oferecer para seus alunos

atividades que sejam interessantes, começando de preferência da manipulação e

conhecimentos que eles já dominam, favorecendo a construção do saber e

facilitando a descoberta de cada um e consequentemente incentivando-os

regularmente para que tentem sempre o acerto de problemas, operações,

oportunidades de mostrarem suas capacidades.

Page 9: O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA …

9

Muitas vezes, os professores de matemática e mesmo os livros didáticos indicam uma nova unidade pela etapa da representação: em primeiro lugar, vem a definição (representação formal do conceito); depois, alguns exemplos; a seguir situações práticas em que se pode aplicar aquele conceito. Esse, acreditamos, é um dos grandes motivos pelos quais os alunos mesmo os de cursos do nível médio, acham que matemática é uma disciplina em que se devem decorar algumas regras e aplicá-las em situações de sala de aula, e que nada tem a ver com a vida prática. (TOLEDO; TOLEDO, 1997, p.37).

O aluno não vai sentir-se motivado para resolver “continhas” de adição, por

exemplo, que para ele não tem significado, complicando assim o processo para

chegar ao resultado final. O importante seria antes de explicar a teoria, usar

atividades práticas, e para isso pode contar com o uso de materiais concretos

(PIAGET, 1979).

Para Piaget (1971) existem quatro estágios de desenvolvimento que são

considerados para ele como cognitivos, a saber: o estágio sensório-motor, pré-

operatório, operatório completo e o operatório formal.

E de acordo com suas teorias e conceitos, Piaget (1979) relata que as

crianças possuem um desenvolvimento melhor no seu próprio aprendizado quando é

iniciado no concreto e depois partir para o abstrato, ou seja, primeiro passa para a

prática para a teoria do conhecimento.

O professor deve identificar a necessidade de enriquecimento de sua própria

metodologia de ensinamento, utilizando os materiais concretos a fim de que suas

aulas se tornem mais dinâmicas, conciliando a teoria e a prática para que os alunos

tenham um ‘clique’ na participação das aulas, colocarem em evidências as suas

opiniões e também interagir em grupos e a manipulação de objetos possibilita

significativamente no desenvolvimento da criança em habilidades como

discriminação e memorização através da visão.

É muito difícil, ou provavelmente impossível, para qualquer ser humano caracterizar espelho, telefone, bicicleta ou escada rolante sem ter visto, tocado ou utilizado esses objetos. Para as pessoas que já conceituaram esses objetos, quando ouvem o nome do objeto, sem precisarem dos apoios iniciais que tiveram dos atributos tamanho, cor, movimento, forma e peso. Os conceitos evoluem com o processo de abstração; a abstração ocorre pela separação (LORENZATO, 2006, p.22).

O material concreto é uma ferramenta que apresenta para o aluno uma

maneira que facilita e é palpável na aprendizagem da matemática e a mesma é

eficaz quando usada no cotidiano. Ele tem a finalidade de melhorar a aprendizagem

Page 10: O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA …

10

dos alunos e seu uso enriquece as aulas de matemática, estimula o pensamento e

criatividade dos alunos, tornando as aulas mais interessantes (KAMIl,1990).

Ainda segundo Kamii (1990) alguns materiais concretos como os blocos

lógicos, ábaco, material dourado, tangram, etc., são alguns tipos que ajudam no

desenvolvimento dos alunos na prática da matemática e esses podem ser feitos

tanto de cartolina, de papel, papelão, entre outros materiais seguros, sendo os

mesmos confeccionados juntamente com os próprios alunos dentro da sala de aula.

Importante ressaltar que infelizmente, há professores que utilizam esses tipos

de materiais como brinquedos para as crianças ou passa tempo, não utilizando uma

metodologia adequada que vá contribuir na formação dos alunos em relação aos

princípios matemáticos (FIORENTINI; MIORIM, 1996).

Afirmam ainda Fiorentini e Miorim (1996) que mediante esse problema de

professores desatualizados, sem criatividade metodológica e por vezes com

conhecimento restrito na área matemática, existem os professores que se preparam,

pesquisam, estudam para seu próprio conhecimento profissional, sabem que com o

material concreto sendo utilizado de forma correta, fará com que os alunos tenham

maior interesse pelas aulas de matemática, principalmente quando se trata de

geometria.

Na explanação de Pletsch e Oliveira, apoiados nos estudos de Vygotsky,

afirmam que:

[...] as leis que regem o desenvolvimento das pessoas com deficiências, nesse caso específico com deficiênciaintelectual, são as mesmas das demais pessoas. Segundo Vygotsky, a criança com alguma deficiência não é menos desenvolvida do que as crianças sem deficiência, porém, é uma criança que se desenvolve de maneira qualitativamente diferente (PLETSCH E OLIVEIRA, 2010, p.67).

E através das atividades realizadas, esse tipo de material permite que os

alunos consigam identificar e distinguir as figuras geométricas planas e espaciais e

identificar elementos geométricos como ponto, reta e os segmentos de reta.

O material concreto, de uso comum ou educacional que permita, durante uma situação de aprendizagem apelar para os vários sentidos do devendo ser manipulados e que se caracterizam pelo envolvimento ativo dos alunos por exemplo, ábaco, geoplano, folha de papel etc (VALE 1999, p.112).

Page 11: O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA …

11

O ensino da matemática no Brasil depende do vínculo de metodologia do

professor, vendo que se trata para os alunos e também para muitos profissionais da

educação como uma disciplina complicada, difícil de ser entendida por todos,

principalmente pelos alunos e ao mesmo tempo difícil de ser transmitida pelo próprio

professor de forma objetiva. E o material concreto abre portas para novos recursos

de metodologias de ensino e podemos apoiar em pressupostos como:

(...) adotar um método mais intuitivo e indutivo, em que são respeitados os conhecimentos já construídos pelo aluno, ao mesmo tempo, que lhes são dados oportunidades de realizar experiências, descobrir propriedades estabelecer relações entre elas, construir hipóteses e testá-las chegando a determinados conceitos (TOLEDO;TOLEDO, 1997, p. 10).

Através de várias discussões e estudos de educadores, os recursos

metodológicos foram criados para tentar solucionar a falta de compreensão dos

conteúdos matemáticos por parte dos alunos. E antes que o material concreto fosse

utilizado, os educadores devem ter conhecimento e clareza de como utilizá-los

objetivando alcançar os conteúdos e conceitos ensinados através de dinâmicas para

aplicá-los em seus recursos pedagógicos.

Nesse contexto Lorenzato (2006, p. 21), afirma que “o material concreto pode ser um excelente catalisador para o aluno construir seu saber matemático. Dependendo da forma que os conteúdos são conduzidos pelo professor. Ele devera ter uma postura de mediador entre a teoria/material concreto/realidade”.

Os profissionais da educação devem valorizar o material concreto e não os

utilizar simplesmente para entreter e atrair os alunos sem um objetivo final que é a

aprendizagem matemática (KAMII,1990).

Para isso Kamiii (1990) afirma que o planejamento deve ser realizado para

que com ele o material concreto seja utilizado de forma coerente, correta e que

venha a fazer com que os alunos consigam entender o que está sendo proposto no

que se refere ao conhecimento matemático.

Com tudo isso bem preparado, o professor passa então a mediar todo o

processo de ensino-aprendizagem da matemática criando um ambiente que seja

natural e espontâneo para os alunos, fazendo suas próprias intervenções e sempre

fazer questionamentos, afirmações, sugestões, entre outros tendo a certeza que

consegue sentir o interesse dos alunos na aprendizagem da matemática no dia-a-

dia.

Page 12: O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA …

12

É importante, no entanto, fazer uma alerta: não basta abrir uma caixa cheia de pecinhas coloridas e deixar os alunos quebrarem a cabeça sozinhos. Alguns educadores acreditam que o simples fato de usar o material concreto torna suas aulas “construtivas” e que isto garante a aprendizagem. Muitas vezes o estudante além de não entender o conteúdo trabalhado não compreende o porquê o material está sendo usado (MARTINS, 2009, p.1).

É necessário que o professor ou educador estimule os seus alunos através de

desenhos e linguagens o que conseguiu realizar com as atividades desenvolvidas

com o material concreto.

O professor deve saber que o aluno é o principal alvo de todo esse esquema

na formação de seu próprio conhecimento e que o ensino da matemática não deve e

nem pode ser resumida apenas em adições, subtrações, multiplicações e fórmulas

(FIORENTINI; MIORIM, 1996).

Fiorentini e Miorim (1996) afirmam que o professor como mediador deve

proporcionar meios para que seus alunos enriqueçam suas imaginações e ampliem

suas criatividades, sendo que o material concreto seja um bom aliado para que

aconteçam diferenciadas situações ricas em trocas de experiências entre os alunos

e o meio, fazendo ao mesmo tempo em que eles se divirtam, troquem opiniões, se

envolvam em regras às atividades aplicadas por ele.

Novello et al (2009) apoia a ideia no sentido de que “O uso do material

concreto propicia aulas mais dinâmicas e amplia o pensamento abstrato por meio de

um processo de retificação sucessiva que proporciona a formação de diversos níveis

de elaboração do conceito”.

Os métodos tradicionais ainda utilizados nas escolas e consequentemente nas

salas de aula de matemática passam a não permitir tempo suficiente aos alunos

para compreenderem os conceitos básicos da matemática e diante desse problema,

é imprescindível a utilização dos materiais concretos nas atividades curriculares que

possam ser propostas em sala de aula e dessa maneira, o uso desse tipo de

material é muito importante para os alunos em todos os níveis de ensino (DANTAS;

MANOEL,2005).

Castelnuovo (1970) apud Fiorentini e Miorim (1996) também argumentam que

a teoria piagetiana mostra o conceito fundamental da ação, tornando-a reflexiva.

Porém, para que isso ocorra satisfatoriamente, existe a necessidade de que:

Page 13: O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA …

13

(…) o interesse da criança seja atraído pelo objeto material em si ou pelo ente matemático, senão pelas operações sobre o objeto e seus entes. Operações que, naturalmente, serão primeiro de caráter manipulativo para depois interiorizar-se e posteriormente passar do concreto ao abstrato. Recorrer à ação, diz Piaget, não conduz de todo a um simples empirismo, ao contrário, prepara a dedução formal ulterior, desde que se tenha presente que a ação, bem conduzida, pode ser operatória, e que a formalização mais adiantada o é também.

De acordo com os PCN (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS), os

jogos provocam nos alunos um desafio interessante e dá aquele prazer dentro da

disciplina da matemática. Por isso que sua implantação na cultura escolar visa ao

professor avaliar e analisar a potencialidade educativa dos mais variados tipos de

jogos dentro do aspecto curricular que se deseja desenvolver (BRASIL, 1998, p. 36).

Para Kamii e Declark (1992) os professores de matemática devem perceber

que nem sempre os exercícios a serem resolvidos desenvolve a capacidade

cognitiva do aluno, enquanto que os jogos, envolvem regras e interação social,

possibilitando a tomada de decisões em conjunto, sendo essencial para o

desenvolvimento da autonomia, fazendo com que o aluno deixe de ser passivo.

No Brasil, os Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática do Ministério

da Educação e Cultura (MEC), em relação à inserção de jogos no ensino de

matemática, pontuam que estes: constituem uma forma interessante de propor

problemas, pois permitem que estes sejam apresentados de modo atrativo e

favorecem a criatividade na elaboração de estratégias de resolução de problemas e

busca de soluções. Propiciam a simulação de situações-problema que exigem

soluções vivas e imediatas, o que estimula o planejamento das ações[...]

(BRASIL,1998).

Dentro das intervenções pedagógicas com jogos nas salas de aulas de

matemática, podem ser realizadas momentos, tais como: Familiarização com o

material do jogo; reconhecimento das regras do jogo; garantia das regras;

intervenção pedagógica verbal; registro dos jogos; intervenção escrita e jogar com

competência.

Rêgo e Rêgo (2006) explicam que cabe ao professor ter cuidados básicos na

utilização do material didático que serão aplicados aos seus alunos, dentre os quais

ele destaca:

Dar um certo tempo para que os alunos tenham conhecimento do material

com liberdade;

Page 14: O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA …

14

Incentivar, trocar ideias e discutir com os alunos os diferentes processos,

estratégias e resultados;

Fazer a mediação, quando necessário, no desenvolvimento das atividades,

através de perguntas, registrando o que foi realizado nas atividades;

Realizar uma escolha responsável e criteriosa do material a ser trabalhado;

Planejar com antecedência, buscando conhecer bem os recursos a serem

utilizados; e

Estimular a participação do aluno e de outros professores na confecção do

material a ser utilizado.

Acredita-se que os cursos de formação de professores em Matemática deverão

oferecer, por meio do laboratório didático, a instrumentalização necessária para os

cursos de formação inicial e continuada de professores, possibilitando a estes

aprenderem confeccionar e utilizar o material didático a ser utilizado durante a

prática pedagógica (KALEFF 2006).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo mostra o contraste entre o ensino da matemática com métodos

totalmente ultrapassados e a utilização do material concreto no ensino fundamental,

fazendo com que o segundo se sobressaia diante do primeiro pelo interesse e pela

aprendizagem mais acelerada dos alunos.

Fato esse que a matemática ainda é conhecida como o ‘bicho de sete

cabeças’ para os alunos e também para professores que não tem uma preparação

adequada para o ensinamento de seus alunos e consequentemente a desmotivação,

o desinteresse e a evasão por não gostarem e não entenderem a matemática.

A utilização do material concreto é uma luz para os professores que lecionam

matemática, principalmente nas séries iniciais, e lógico que os anos seguintes

também tenham esse tipo de metodologia, mas que poucos utilizam e preferem o

tradicional quadro branco ou lousa.

Os países desenvolvidos exigem que o material concreto seja utilizado com

frequência nas escolas e essa exigência mostra o alto conhecimento matemático por

parte dos alunos, completamente do que vemos nos países subdesenvolvidos, como

o Brasil.

Page 15: O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA …

15

Mas como a educação ainda está caminhando para uma melhoria, lenta, mas,

não parada, acreditamos que quando nos referimos à base escolar no que condiz a

matemática, a utilização do material concreto como regra no currículo escolar e não

apenas em uma pequena porcentagem de escolas, possam fazer com que os alunos

do ensino fundamental consigam entender, gostar e se sentirem atraídos pela

disciplina que é ainda considerada como a mais difícil.

Os alunos de matemática que tiveram a oportunidade de utilizar o material

concreto têm mais rapidez no raciocínio, equilíbrio mental, atenção mais privilegiada

até em outras disciplinas.

Portanto, os professores devem se capacitar para em menos tempo possível

utilizarem esse recurso que é o material concreto no ensino da matemática que fará

bem tanto para eles (professores) como para seus alunos no futuro.

Page 16: O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA …

16

REFERÊNCIAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: matemática. Brasília: MEC/SEF, 1998.

CASTELNUOVO, E. Didatica de la Matemática Moderna. México: Trillas, 1970.

DANTAS, L. E.; MANOEL, E. J. Conhecimento no desempenho de habilidades motoras: o problema do especialista motor. In Tani, G. (Ed.). Comportamento motor: aprendizagem e desenvolvimento. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2005. p. 295- 313. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/motriz/v18n3/a10v18n3.pdf. Acesso em 20 set 2019.

FIORENTINI, D. Alguns modos de ver e conceber o Ensino da Matemática no Brasil. In: Zetetiké, vol. 3, n. 4, pp. 1––SP.1996. Disponível em:https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/102016/passos_mm_dr_bauru.pdf?sequence. Acesso em: 20 set 2019.

FIORENTINI, Dário, MIORIM, Maria A. Uma reflexão sobre o uso de materiais concretos e jogos no ensino da matemática. Boletim SBEM, São Paulo, v.4, n.7,

1996.

KALEFF, A. M. M. R. Do fazer concreto ao desenho em geometria: ações e atividades desenvolvidas no laboratório de ensino de geometria da Universidade Federal Fluminense. In: LORENZATO, Sérgio. Laboratório de Ensino

de Matemática na formação de professores. Campinas: Autores Associados, 2006. p. 113-134. Disponível em: file:///C:/Users/Aline/Downloads/36706-134675-1-PB.pdf. Acesso em 20 set 2019.

KAMII, Constance. A criança e número: Implicações educacionais da teoria de Piaget para a atuação com escolares de 4 e 6. Tradução A. de Assis. 11ª ed.

Campinas: Papirus, 1990.

KAMII Constance; DECLARK, Geórgia. Reinventando a aritmética: implicações da teoria de Piaget. São Paulo: Papirus, 1992.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

LORENZATO, Sergio. O Laboratório de Ensino de Matemática na Formação de Professores. Campinas: Autores Associados, 2006.

MARTINS, Raquel. Material concreto: um bom aliado nas aulas de Matemática.

2009.

MURARI, Claudemir. Experienciando Materiais Manipulativos para o Ensino e a Aprendizagem da Matemática. Bolema, Rio Claro (SP), v. 25, n. 41, p. 187-211, dez. 2011. PAIS, L. C. Ensinar e Aprender Matemática. Belo Horizonte: Autêntica,

Page 17: O USO DO MATERIAL CONCRETO NAS AULAS DE MATEMÁTICA …

17

2011. Disponível em:.https://www.redalyc.org/pdf/2912/291223514010.pdf. Acesso em 16 set 2019.

NOVELO, Tanise Paula, SILVEIRA, Daniel da Silva, LUZ, Vanessa Silva da, COPELLO, Gláucia Brasil, LAURINO, Débora Pereira, Material concreto: uma estratégia pedagógica para trabalhar conceitos matemáticos.2009. Disponível em: <http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/3186_1477.pdf> Acesso em 20 set 2019.

PLETSCH. M. D; OLIVEIRA, A. A. S. de. O atendimento educacional especializado (AEE): análise da sua relação com o processo de inclusão escolar na área da deficiência intelectual. In: MILNANEZ, S. G. C.; OLIVEIRA, 2010.

PIAGET, Jean. A Formação do Símbolo na Criança. Imitação, jogo e sonho, imagem e representação. Trad. Alvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.

_______. Aprendizagem e Conhecimento. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1979.

_______.A Epistemologia Genética. Trad. Nathanael C. Caixeira. Petrópolis:

Vozes, 1971. 110p.

RÊGO, R. M.; RÊGO, R. G. Desenvolvimento e uso de materiais didáticos no ensino de matemática. In: LORENZATO, Sérgio. Laboratório de Ensino de Matemática na formação de professores. Campinas: Autores Associados, 2006. p. 39-56.Disponível em:http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/232-4.pdf. Acesso em 20 set 2019.

TOLEDO, Marília. TOLEDO, Mauro. Didática da matemática: com a construção da matemática. São Paulo: FTD, 1997.

VALE, I. Materiais manipuláveis na sala de aula: o que se diz, o que se faz. Actas do ProfMat 1999 (pp. 111-120). Lisboa: APM.