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O processo eletrônico e a saúde do usuário: a experiência do TRF4 em busca de um processo saudável Autor: Cândido Alfredo Silva Leal Júnior Desembargador Federal do TRF4(1) publicado em 18.12.2013 Resumo O TRF4 instituiu Comissão para Estudo dos Impactos do Processo Eletrônico sobre a Saúde dos Usuários. Este texto relata estudos e atividades da Comissão na gestão 2011-2013. Identifica o problema e detalha as iniciativas para estudá-lo e enfrentá-lo. Entre outras, destaca: (a) melhoria na usabilidade do e-Proc2; (b) necessidade de acessibilidade universal; (c) curso de usabilidade para desenvolvedores de TI; (d) pausas no trabalho; (e) curso para facilitadores de ergonomia e informática; (f) estudo dos fluxos de trabalho eletrônico no PDG-2012; (g) curso de construção de texto judiciário; (h) inclusão da saúde em eventos institucionais; (i) contatos com outros órgãos; (j) demandas dos usuários pela central de atendimento; (k) melhoria da comunicação interna; (l) exames periódicos de saúde para juízes e servidores; (m) pesquisas sobre condições de trabalho; (n) estudo de novas tecnologias e melhor uso das disponíveis; (o) workshop de ergonomia com setores de compras; (p) memória institucional das formas de trabalho judiciário; (q) registro escrito das reuniões. Reconhece a Comissão como espaço institucional para integração dos órgãos da administração entre si e com os usuários. Destaca a gestão integrada de recursos humanos e de informática do TRF4, com aportes técnicos da ergonomia e foco nas pessoas. Conclui que a responsabilidade pela saúde é individual e institucional. Sugere consolidação da “cultura de saúde no trabalho” e continuidade da Comissão, não limitada ao e-Proc, mas ampliada para saúde e ambiente de trabalho. Palavras-chave: Processo eletrônico. Saúde no trabalho. Processo justo e saudável. Saúde para usuários. Sumário: Introdução. 1 Identificação do problema. 2 Criação da Comissão de Saúde e Processo Eletrônico. 3 Metodologia de trabalho da Comissão. 4 Planejamento do trabalho da Comissão. 5 Reuniões da Comissão. 6 Principais questões tratadas pela Comissão. Conclusões. Anexo. Introdução A proposta deste artigo é apresentar algumas das atividades realizadas e práticas sugeridas pela Comissão para Estudo dos Impactos do Processo Eletrônico sobre a Saúde dos Usuários Internos da 4ª Região da Justiça Federal.(2) Essa comissão foi instituída pela Presidência do Tribunal Regional Federal da 4 a Região, desenvolvendo suas atividades na gestão 2011-2013 e buscando discutir o problema da saúde do usuário dos sistemas de processo eletrônico na 4ª Região e encontrar soluções para mitigar os impactos das novas tecnologias sobre a saúde de juízes e servidores que trabalham com as ferramentas de processo eletrônico. Essa preocupação do TRF4 com a saúde de magistrados e servidores não é exorbitância nem prodigalidade. Antes, é dever imposto pela Constituição aos gestores públicos, já que aquela não se limita a exigir destes obediência ao

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  • O processo eletrnico e a sade dousurio: a experincia do TRF4 em buscade um processo saudvel

    Autor: Cndido Alfredo Silva Leal Jnior

    Desembargador Federal do TRF4(1)

    publicado em 18.12.2013

    Resumo

    O TRF4 instituiu Comisso para Estudo dos Impactos do Processo Eletrnicosobre a Sade dos Usurios. Este texto relata estudos e atividades daComisso na gesto 2011-2013. Identifica o problema e detalha as iniciativaspara estud-lo e enfrent-lo. Entre outras, destaca: (a) melhoria nausabilidade do e-Proc2; (b) necessidade de acessibilidade universal; (c) cursode usabilidade para desenvolvedores de TI; (d) pausas no trabalho; (e) cursopara facilitadores de ergonomia e informtica; (f) estudo dos fluxos detrabalho eletrnico no PDG-2012; (g) curso de construo de texto judicirio;(h) incluso da sade em eventos institucionais; (i) contatos com outrosrgos; (j) demandas dos usurios pela central de atendimento; (k) melhoriada comunicao interna; (l) exames peridicos de sade para juzes eservidores; (m) pesquisas sobre condies de trabalho; (n) estudo de novastecnologias e melhor uso das disponveis; (o) workshop de ergonomia comsetores de compras; (p) memria institucional das formas de trabalhojudicirio; (q) registro escrito das reunies. Reconhece a Comisso comoespao institucional para integrao dos rgos da administrao entre si ecom os usurios. Destaca a gesto integrada de recursos humanos e deinformtica do TRF4, com aportes tcnicos da ergonomia e foco nas pessoas.Conclui que a responsabilidade pela sade individual e institucional. Sugereconsolidao da cultura de sade no trabalho e continuidade da Comisso,no limitada ao e-Proc, mas ampliada para sade e ambiente de trabalho.

    Palavras-chave: Processo eletrnico. Sade no trabalho. Processo justo esaudvel. Sade para usurios.

    Sumrio: Introduo. 1 Identificao do problema. 2 Criao da Comisso deSade e Processo Eletrnico. 3 Metodologia de trabalho da Comisso. 4Planejamento do trabalho da Comisso. 5 Reunies da Comisso. 6 Principaisquestes tratadas pela Comisso. Concluses. Anexo.

    Introduo

    A proposta deste artigo apresentar algumas das atividades realizadas eprticas sugeridas pela Comisso para Estudo dos Impactos do ProcessoEletrnico sobre a Sade dos Usurios Internos da 4 Regio da JustiaFederal.(2)

    Essa comisso foi instituda pela Presidncia do Tribunal Regional Federal da

    4a Regio, desenvolvendo suas atividades na gesto 2011-2013 e buscandodiscutir o problema da sade do usurio dos sistemas de processo eletrnicona 4 Regio e encontrar solues para mitigar os impactos das novastecnologias sobre a sade de juzes e servidores que trabalham com asferramentas de processo eletrnico.

    Essa preocupao do TRF4 com a sade de magistrados e servidores no exorbitncia nem prodigalidade. Antes, dever imposto pela Constituio aosgestores pblicos, j que aquela no se limita a exigir destes obedincia ao

  • princpio da eficincia (artigo 37, caput) e um processo clere (artigo 5,LXXVIII), mas tambm quer ver atendido o direito do servidor-trabalhador reduo de riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de sade,higiene e segurana (artigos 7, XXII, e 39, 3, da CF). Afinal, essaspessoas que diariamente fazem a justia funcionar, magistrados e servidores,merecem (e tm direito a) um processo saudvel tanto quanto os cidados ea sociedade merecem um processo justo e clere.

    Antes de apresentarmos as discusses e as prticas em sade no trabalho

    realizadas na 4a Regio, convm apresentar o contexto em que se inserem.Para tanto, retornamos ao incio do ano de 2010, quando o processoeletrnico foi implantado em todas as unidades judicirias e administrativas

    da 4a Regio.

    Embora a experincia com o processo eletrnico j fosse antiga na 4a Regio,foi a partir daquele ano de 2010 que todas as unidades judicirias e todos osnovos processos passaram a funcionar nos ambientes virtuais do processoeletrnico. A partir dali, magistrados, servidores, advogados e estagiriospassaram a manejar uma nova ferramenta e a frequentar um novo ambientede trabalho em todos os novos processos que eram ajuizados e distribudos.

    Mais do que isso, passaram a ter de lidar com uma nova realidade (oprocesso eletrnico), cujas funcionalidades e peculiaridades trouxeram novasdemandas e diferentes exigncias, muitas delas ligadas sade dos usuriosinternos dessas ferramentas eletrnicas (e-Proc, GedPro, SEI).

    A virtualizao do processo, com transformao das peas processuais depapel (autos fsicos) em documentos eletrnicos (autos virtuais), teveprofundos reflexos sobre as tarefas desempenhadas e sobre o esforocognitivo exigido dos usurios. No se tratou apenas de acrescentarmovimentos corporais e trabalho fsico, mas passou a existir tambm umanova carga de tarefas cognitivas exigidas dos usurios, que repercutiriamsobre a sua sade e a sua qualidade de vida.

    Atenta a esse novo contexto de trabalho e atendendo a demandasapresentadas pelas entidades de classe das categorias diretamenteatingidas (Ajufergs e Sintrajufe-RS), a Administrao do TRF4 instituiucomisso, composta por magistrados, servidores e representante doSintrajufe-RS, para estudo dos impactos do sistema de processo eletrnicosobre a sade dos usurios (Portaria TRF4 1035/2011).

    A composio plural e heterognea desse grupo objetivou discutir de formaampla e buscar o que estivesse ao alcance da administrao para resolver edar conta das mudanas ocorridas na forma de trabalhar, agora no maisdependendo de autos fsicos, mas incidente quase que exclusivamente sobreferramentas eletrnicas e autos virtuais. Canetas e folhas de papel davamlugar ao teclado, ao mouse e ao vdeo do computador, trazendo novasexigncias e novas demandas corporais e cognitivas para os respectivosusurios. Surgia um novo processo e, com ele, um novo fluxo de trabalho.

    Para tanto, durante a gesto 2011-2013 do TRF4, a Comisso, instituda pelaento Presidente do TRF4, Desembargadora Federal Marga Inge BarthTessler, analisou o processo eletrnico em seus variados aspectos(usabilidade, leitura de documentos, tamanho e tipo de fonte, resoluo demonitores, etc.), sempre enfatizando o olhar e as dificuldades dos usuriosdos sistemas eletrnicos. Tambm examinou aspectos da organizao dotrabalho eletrnico (fluxos e tarefas, necessidade de pausas, sobrecarga ecargas aceitveis, etc.). Tudo isso tinha um objetivo: identificar e sugerirmedidas que contribussem para sade e qualidade de vida do usuriodessas ferramentas (GedPro, e-Proc e SEI). A ideia era colocar as ferramentasvirtuais a servio dos usurios, e no tornar estes escravos sujeitos quelas.

    Em reunies peridicas, a Comisso buscou discutir questes relacionadas sade no mbito interno das unidades judicirias, considerando magistrados,servidores e estagirios como usurios do sistema eletrnico. A iniciativa foipioneira no mbito do Poder Judicirio e, por certo, veio ao encontro dasnovas demandas advindas da virtualizao processual e, sobretudo, foisensvel s exigncias da sociedade, que demanda um processo clere(rapidez e eficincia) e uma prestao jurisdicional adequada (justa),preservando e protegendo a sade dos envolvidos. Ou seja, buscando

  • eficincia e boa utilizao dos instrumentos eletrnicos, estamos tambmcontribuindo para proteo da sade dos usurios, evitando licenas mdicas,evitando o adoecimento em decorrncia do trabalho, protegendo aqueles quemovimentam os processos e contribuem para que a jurisdio seja prestada.

    Tambm merece registro que o Conselho Nacional de Justia, ao acompanharo cumprimento das metas de produtividade em vrios tribunais, verificou apreocupao com os ndices de licenas e afastamentos causados pordoenas decorrentes do trabalho, muitos dos quais sugeriam queurgentemente fosse includa meta nacional relacionada a programas depreveno e promoo da sade nos tribunais. Da que aquela iniciativa doTRF4 foi reforada pela criao de grupo de trabalho pelo Conselho Nacionalde Justia (Portaria CNJ 124/2011) para analisar sade de magistrados eservidores. Esse estudo proposto pelo CNJ guardava identidade com ostrabalhos que vinham sendo desenvolvidos pela comisso de sade do TRF4.Ambas as iniciativas examinavam condies de sade dos magistrados eservidores do Poder Judicirio e tentavam propor aes e programas voltadospara a reverso do quadro de adoecimento cada vez mais notado quandoexaminados os ambientes e as relaes de trabalho no mbito das unidadesjudicirias do Pas.

    Essa preocupao com a sade dos usurios do processo eletrnico no gratuita, mas atende a mandamento constitucional. que a ConstituioFederal no se limita a exigir da Administrao Pblica obedincia ao princpioda eficincia (artigo 37, caput) e do Judicirio um processo clere (artigo 5,LXXVIII), mas tambm estabelece o direito do trabalhador-servidor reduodos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de sade, higiene esegurana (artigos 7, XXII, e 39, 3). Logo, aquela preocupao comsade e qualidade de vida de magistrados e servidores tem explcita previsono texto constitucional e constitui dever dos gestores da Justia brasileira.

    Como uma das pioneiras na implantao do processo eletrnico no Brasil euma das Justias mais informatizadas do pas, no bastava Justia Federalda 4a Regio apenas implantar o processo eletrnico em todas as unidadesjudicirias e administrativas. Queramos tambm dar ateno sade dosusurios das novas ferramentas eletrnicas de trabalho. Para isso, aComisso avaliou e props medidas para reduzir os riscos e os efeitos dasnovas ferramentas sobre a sade fsica e mental dos seus usurios.

    O objetivo deste breve artigo agora documentar e apresentar uma sntesedas questes discutidas ao longo do binio pela Comisso e dar conta dealguns dos resultados apurados, procurando lanar sementes para que otrabalho tenha seguimento e para que experincias sejam partilhadas edebatidas com outros tribunais e rgos pblicos que tambm vivenciam (ouvivenciaro) a implantao do processo eletrnico.

    1 Identificao do problema

    Tratar da sade no trabalho de magistrados e servidores exige tambm seenvolver com outros campos do comportamento humano. No suficientepensar apenas no processo e na informtica para dar conta de compreenderas mudanas trazidas pelo processo eletrnico, porque este repercutetambm sobre as formas de trabalhar, gerando novas atividades, novasdemandas, novas exigncias para e sobre quem trabalha. Est enganadoquem pensa que adotar o processo eletrnico significa apenas substituir asfolhas de papel pelas telas de computador. A mudana muito maior e maisprofunda.

    Historicamente, o trabalho sempre foi relacionado a esforo, desgaste (fsicoou mental), exausto. Trabalhvamos para ganhar o po com o suor donosso esforo. Atualmente, essa dimenso de trabalho como sofrimento foiampliada por conta das mudanas havidas na sociedade e nas relaes deproduo, que tornam comuns os relatos sobre a falta de trabalho paraalguns e o excesso de trabalho para outros. Para quem falta trabalho(desempregados ou desocupados), vem o sofrimento de se sentir intil parao mundo e se ver privado das fontes de subsistncia prpria e da famlia.Para quem h excesso de trabalho, vem o sofrimento de se sentir indisponvelpara o mundo e no ter tempo para si nem para sua famlia. Ou seja, omundo moderno traz novas formas de sofrimento associadas ao trabalho,seja por sua falta, seja por seu excesso.

  • Entretanto, para enfrentar essas mudanas nas relaes humanas, surge anecessidade premente de resgatarmos o prazer no e pelo trabalho,corrigindo equvocos como pensar no trabalho apenas como sacrifcio ouapenas como patrimnio, e resgatando a ideia de trabalho como instrumentode afirmao pessoal e social do ser humano.

    Para tanto, algo dentro do indivduo precisa mudar. Mas mais do que apenaso indivduo, preciso que a prpria cultura e as instituies se modifiquem. Aforma como pessoas e instituies pensam as coisas ordinrias da vidaprecisa tambm mudar. Precisamos tirar um pouco do nosso tempo, parandopara pensar no que estamos fazendo e no porqu de estarmos fazendo oque estamos fazendo. Precisamos voltar a ser senhores do nosso tempo edas nossas escolhas, percebendo que aquilo que est nas nossas mos, ofruto do nosso trabalho, pode tambm ser fonte de prazer e realizaopessoal, e no apenas resultado de suor e sofrimento.

    Nesse contexto, acreditamos que a instituio dessa Comisso e os debatesque propiciou contriburam para auxiliar a repensar os processos de trabalhoe colaboraram para que o trabalho no fosse encarado necessariamentecomo sacrifcio inevitvel e desagradvel. Ao contrrio, chamando atenopara o protagonismo do sujeito no trabalho (o usurio dos sistemaseletrnicos) e buscando empoder-lo com mecanismos para defender suasade frente ao desgaste inerente s atividades que desempenha todos osdias, estamos mostrando que o trabalho pode ser fonte de prazer e deinsero do indivduo na sociedade. Acima de tudo, o trabalho no precisa servisto apenas como um sacrifcio para ganhar o po nosso de cada dia, maspode tambm servir para garantir dignidade pessoa e ao trabalhador. Otrabalhador um sujeito de direitos, e o processo eletrnico nada mais deveser do que uma ferramenta para facilitar o trabalho daquele sujeito. Nopode nunca ser fonte de sofrimentos desnecessrios ou motivo para que ousurio seja escravizado pelas exigncias da tecnologia e do computador.

    A propsito, convm novamente ressaltar que o texto constitucionalsalvaguardou a dignidade humana como um dos princpios norteadores doEstado de Direito e, dispondo sobre direitos sociais do indivduo, aConstituio foi minuciosa ao reconhecer o direito do servidor pblico (artigo39, 3), enquanto trabalhador (artigo 7, XXII, da CF), reduo dosriscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de sade, higiene esegurana. Como dito antes, isso d respaldo e impe que a administraopblica realize estudos e adote aes efetivas nessa rea de sade paramagistrados e servidores.

    Entretanto, como em qualquer trabalho, a utilizao de nova ferramenta traznovas consequncias. No caso do processo eletrnico no foi diferente,porque as novas ferramentas trouxeram para juzes e servidores demandasdiferentes das at ento vivenciadas. Na medida em que o processoeletrnico modificou a jurisdio tradicional (autos fsicos de papel setransformam em autos virtuais), as formas tradicionais de trabalho cartorriotambm foram substitudas e modificadas, mudou o fluxo de trabalho nassecretarias e nos gabinetes, estabeleceu-se uma nova relao com o pblicointerno e externo, dentre outras alteraes.

    Isso tudo aconteceu com grande velocidade e repercusso no s sobre asferramentas de trabalho, mas tambm sobre aqueles que as operam (juzes eservidores). Alguns desses efeitos so positivos, na medida em que fica maisfcil trabalhar, as distncias fsicas so superadas, facilita-se a celeridade,diminuem-se custos materiais, ganha-se qualidade na jurisdio. Mas outrosefeitos so negativos, tais como a utilizao intensiva da tela, do mouse e doteclado do computador, os movimentos repetitivos que estes exigem, asposies estticas no trabalho frente ao computador, a dor osteomuscular,alteraes na viso, entre tantos outros.

    Felizmente, no mbito da 4 Regio, essas questes vinham sendoacompanhadas h bastante tempo. O sindicato de servidores (Sintrajufe-RS)e a associao de magistrados (Ajufergs) estavam atentos, reivindicarammelhorias, cobraram providncias, realizaram pesquisas e, acima de tudo,apresentaram-se como parceiros institucionais da administrao na busca desolues para tentar proteger a sade e permitir um mnimo de garantias deque magistrados e servidores no adoeceriam por terem que trabalhar com oprocesso eletrnico.

  • A grande questo como conciliar as novas ferramentas com as demandasdos usurios, evitando o ciclo de adoecimento, que lentamente inicia comdesconforto no trabalho, se transforma em mal-estar, pode virar doenaprofissional e, em casos graves, resultar at na incapacidade daqueles queobrigatoriamente operam com essas novas ferramentas tecnolgicas.

    Nossa inteno era evitar que magistrados e servidores, expostos asobrecarga e trabalho intensivo em razo das novas demandas do processoeletrnico, acabassem adoecendo. Tentamos buscar alternativas e sugeririmplantao de melhorias que permitissem a juzes e servidores trabalharbem e prevenir doenas que decorressem das novas formas de trabalho.

    Portanto, a questo proposta para a comisso era identificar os efeitosdecorrentes do processo eletrnico e ento propor medidas que pudessamreduzir ou mitigar os efeitos indesejados. Queramos aproveitar o que oprocesso eletrnico tinha de bom, mas tambm queramos identificar eenfrentar os efeitos negativos que as novas rotinas e fluxos de trabalhoeletrnico traziam para os respectivos usurios. A questo era: como lidarcom os efeitos decorrentes do processo eletrnico, reduzindo os efeitos ruinse aproveitando os efeitos bons? Como se adaptar? Como trabalhar semsobrecarga no ambiente virtual?

    2 Criao da Comisso de Sade e Processo Eletrnico

    Na gesto 2009-2011 (sob a Presidncia do Desembargador Federal VilsonDars), houve a criao de grupo de trabalho, sob a coordenao do JuizFederal Srgio Renato Tejada Garcia e envolvendo a Diretoria-Geral e asreas de tecnologia, de servio mdico e de recursos humanos do TRF4, paratratar das questes de sade e bem-estar dos magistrados e servidores emrelao s condies de trabalho enfrentadas com a informatizao dosprocessos judiciais e administrativos.

    Dentre as atividades desenvolvidas por aquele grupo, esteve a contrataode especialista que elaborou diagnstico sobre a usabilidade no processoeletrnico (e-Proc2). O estudo foi utilizado pela equipe de tecnologia dainformao do Tribunal para aperfeioar as funcionalidades da nova verso doprocesso eletrnico judicial, o e-Proc v2, criado para utilizao nas varascomuns da Justia Federal, bem como do Sistema Eletrnico de Informaes(SEI), o processo administrativo eletrnico.

    Dando continuidade quelas iniciativas, a Desembargadora Federal MargaInge Barth Tessler, na gesto 2011-2013, instituiu comisso por meio daPortaria 1035, de 13.09.2011, da Presidncia do TRF4, para estudo dosimpactos do sistema de processo eletrnico (e-Proc) sobre a sade dosusurios, bem como para propor medidas para sanar seus efeitos quanto aosusurios internos.

    Essa comisso foi criada a partir da constatao da necessidade detratamento dessas questes no mbito da 4 Regio e de pesquisasrealizadas pelo Sintrajufe e pela Ajufergs sobre o bem-estar no trabalho. Foiintegrada por juzes, servidores e representantes sindicais.(3) Tivemos apoio

    direto e constante da Presidncia do TRF4, representada nas reunies porRogrio Welter (Assessor-Chefe de Gabinete da Presidncia) e por VanessaDias Corra (Assessora Adjunta da Presidncia). Dela tambm participaram osprincipais gestores do TRF4 envolvidos com o processo eletrnico: DiretorJudicirio (Regaldo Amaral Milbradt), Diretor de Recursos Humanos (EduardoCsar Weber), Diretor de Informtica (Cristian Ramos Prange), Diretor doNcleo de Gesto de Pessoas e Ergonomia (Lus Olavo Melo Chaves), Diretorda Secretaria de Gesto de Pessoas (Carlos Alberto Colombo), alm derepresentantes dos juzes e dos servidores. Tambm contamos com aparticipao de representante do Sintrajufe-RS (Rogrio Alexandre NedirDornelles e Mara Rejane Weber).

    Com carter multidisciplinar, o trabalho pretendeu mapear os possveisproblemas e doenas provocados pelo uso do e-Proc e propor aes prticaspara evit-los ou mitig-los. Entre os principais objetivos, estavam oaperfeioamento do sistema eletrnico e de suas ferramentas e tambm umamelhor qualidade de vida para os usurios, obrigados a ficar mais tempoexpostos ao computador e sujeitos aos efeitos da virtualizao do trabalho.

    3 Metodologia de trabalho da Comisso

  • A Comisso teve como objetivos gerais: (a) estudar o problema e examinarpropostas; (b) identificar o que vinha sendo feito quanto sade do usurio;(c) realizar, consolidar e apresentar estudos, concluses e propostas emrelatrios e atas; (d) planejar o trabalho, pensando (primeiro momento) eagindo (segundo momento); (e) servir como espao para discusso eintegrao entre os diversos gestores do TRF4 e interessados da 4 Regiosobre a questo da sade do usurio interno do processo eletrnico,permitindo reflexes e compartilhamento dessas reflexes para que cada umdesses gestores, quando tiver de agir, faa-o considerando o bem maior que a sade de todos.

    A proposta inicial de trabalho consistiu em: (a) definir pontos de partidacomuns para o trabalho da Comisso; (b) realizar livre troca de ideias,pensando no ponto de partida e imaginando aonde queremos chegar; (c)atribuir tarefas para pensar e sugerir quanto ao que fazer; (d) servir comoespao de reflexo e chamamento de ateno para o problema e aimportncia da sade do usurio interno para o processo eletrnico.

    4 Planejamento do trabalho da Comisso

    Planejamos realizar o trabalho em duas etapas distintas, que envolviamdiagnstico e enfrentamento do problema. As medidas adotadas em cadauma dessas etapas eram distintas, mas isso no quer dizer que os momentostenham ocorrido de forma sucessiva. Ao contrrio, o trabalho da Comissoera construdo a cada reunio, mesclando reflexo e prtica.

    Em um primeiro momento (reflexo), pretendemos identificar e mapear oproblema para examinar o que j tinha sido feito, o que era problemtico ecomo poderamos pensar em enfrentar essas questes.

    Em um outro momento (prtica), pretendemos debater e implementarmedidas para reduzir e mitigar os efeitos indesejados do processo eletrnicoe buscar sade e qualidade para a vida e para o trabalho do usuriodaquelas ferramentas eletrnicas.

    Vamos detalhar um pouco esses distintos momentos.

    (a) Estudando o problema (primeira fase):

    Principalmente nos primeiros meses de funcionamento (2011), o trabalhorealizado pela Comisso teve por objetivo estudar o problema e discutirsobre medidas de proteo da sade dos usurios do processo eletrnico(juzes e servidores). O objetivo era chegar a um processo de trabalho quefosse bom para todos: justo para os cidados e saudvel para os servidores.

    Para tanto, a Comisso discutiu e sintetizou sua proposta de trabalho a partirde um planejamento estratgico para sua atuao, estabelecendo formaspara pensar um processo justo e saudvel. O grupo pretendeu identificar epropor medidas para melhoria do processo eletrnico e da sade dos seususurios internos, procurando condies para trabalhar bem sem adoecer.

    O planejamento do trabalho da Comisso para 2011 levou em conta diversosfatores. Por exemplo, a razo para existncia da Comisso (nossa misso)era estudar e propor medidas para proteo da sade e melhoria deferramentas e servios eletrnicos para os usurios internos (magistrados eservidores) do processo eletrnico.

    O que queramos para o futuro da nossa comisso (viso de futuro) esteveassim resumido:

    (a) um processo justo e saudvel: queramos conseguir identificar e propormedidas para melhoria do processo eletrnico e da sade dos seus usuriosinternos, permitindo um processo (ferramenta adequada) justo (trabalharbem) e saudvel (sem adoecer);

    (b) o nosso processo eletrnico: queramos continuar e evoluir com o nossoprocesso eletrnico (feito na 4 Regio, para a 4 Regio, atendendo snecessidades da 4 Regio). Entendemos que um sistema nacional no incompatvel com um processo eletrnico regionalizado, pois, tecnicamente, possvel desenvolvermos uma interface nica para os usurios externos e, aomesmo tempo, extrairmos todos os relatrios estatsticos importantes para o

  • gerenciamento dos Conselhos Nacionais.

    Os princpios que orientaram o trabalho da Comisso foram estes:

    (a) o processo eletrnico irreversvel: enquanto nova ferramenta para aprestao jurisdicional, o processo eletrnico no mais questionado. Valeaqui a ideia do no retrocesso: no h mais discusso sobre a essencialidadeou a oportunidade da adoo do processo eletrnico. Ele j foi implantado ese mostra moderno, essencial, necessrio para melhoria da jurisdio e daadministrao da Justia. um avano do qual no se pode mais abrir mo;

    (b) nosso e-Proc2 deve ser a nossa ferramenta de processo eletrnico(porque adaptada realidade regional e passvel de ser alterada emelhorada dentro da prpria regio);

    (c) o e-Proc deve se adaptar ao usurio e s necessidades da jurisdio (aferramenta que deve se adaptar ao trabalhador, no o trabalhador quedeve se submeter ferramenta);

    (d) as funcionalidades do e-Proc devem ser amigveis, confortveis, fceis deusar, pensando no usurio. A utilizao do e-Proc enquanto ferramenta detrabalho deve considerar as necessidades e as condies do usurio;

    (e) esse usurio tambm utiliza (e no tem como evitar utilizar) o computadore as redes para muitas outras tarefas (vida particular e vida profissional). Ousurio do e-Proc usurio integral da tecnologia da informao, inclusive emsua vida pessoal. Assim, seu contato com o mundo virtual vai alm do seuhorrio de trabalho, e isso deve ser levado em conta quando se pensa econcebe o processo eletrnico;

    (f) a Comisso deve representar e pensar no usurio interno do processoeletrnico;

    (g) os usurios devem participar e ser ouvidos naquilo que envolve o e-Proc eas decises relacionadas ferramenta;

    (h) as propostas e solues devem alcanar o maior nmero possvel deusurios internos, no se limitando ao TRF4 ou s capitais, mas alcanandotodas as unidades da 4 Regio (Tribunal e Sees Judicirias);

    (i) as solues podem ser simples, desde que eficazes para muitos;

    (j) o trabalho da Comisso e de cada integrante deve contribuir para:melhorar o processo eletrnico; encontrar solues de sade e bem-estar;fazer com que nosso e-Proc seja diferente pela preocupao com o usurio ea sua sade.

    As oportunidades que o trabalho da Comisso pensava encontrar noambiente externo (pontos positivos) seriam as seguintes: (a) diversaspesquisas sobre sade no trabalho em outros rgos (Sintrajufe, Ajufergs,TJRGS, CNJ); (b) aceitao do processo eletrnico por suas facilidades e suaagilizao; (c) cobrana social por eficincia no servio pblico e no Judicirio;(d) irreversibilidade do processo eletrnico.

    As ameaas que o trabalho da Comisso pensava encontrar no ambienteexterno (pontos negativos) seriam as seguintes: (a) desenvolvimento deoutras ferramentas de processo eletrnico por outros rgos; (b) pretensoda OAB e dos advogados de processo eletrnico nico para todas as Justiase para todo pas, com risco de que este no seja adaptado s nossasnecessidades; (c) uso do computador para outras atividades pelo usurio(vida pessoal e vida profissional).

    Os pontos positivos que a Comisso pensava encontrar no ambiente interno(nossos pontos fortes) seriam os seguintes: (a) e-Proc j est implantado(falta apenas melhorar); (b) disposio da Administrao para enfrentar oproblema (resolver, mitigar, melhorar); (c) disposio em estabilizar o e-Procantes de avanar em outras mudanas; (d) o problema nosso (nossa sadee sade de nossos colegas) e ns temos de resolv-lo (nossas solues).

    Os pontos negativos que a Comisso pensava encontrar no ambiente interno(nossos pontos fracos) seriam os seguintes: (a) implantao urgente do e-Proc2, privilegiando o funcionamento do sistema e suas funcionalidades,

  • muitas vezes em detrimento do usurio (fazendo funcionar primeiro edeixando para melhorar depois); (b) ausncia de consulta prvia eparticipao limitada dos usurios na implantao e nas mudanas; (c)insatisfao dos usurios com os servios e preconceito quanto ao sistema.

    Entre outras medidas que poderamos encontrar ou adotar para cumprir amisso de nossa comisso, destacamos estas estratgias e diretrizes: (a)composio plural e heterognea da Comisso; (b) participao efetiva ecomprometida de cada um (futuro e sade nossos e dos nossos colegas); (c)lista de e-mails para discusso eletrnica; (d) reunies peridicas paradiscusso presencial; (e) atribuio de tarefas e projetos aos integrantes daComisso; (f) divulgao de e-mail para participao pblica e sugestes dosusurios; (g) pesquisas de satisfao junto aos usurios para identificarproblemas e buscar sugestes; (h) contato com outros rgos eorganizaes para identificar estudos, pesquisas, iniciativas, solues quepossam servir Justia Federal e aos nossos usurios; (i) campanhasinternas (cartazes, vdeos, mensagens, lembretes, palestras, curso EaD)sobre preveno sade e medidas para cuidar da sade.

    Finalmente, para concluir, destacamos os seguintes objetivos e metas queorientaram nosso trabalho:

    (a) estudar e buscar alternativas para melhoria na visualizao dedocumentos e reduo do nmero de cliques exigidos para o usurio operar osistema;

    (b) estudar e buscar alternativas para melhoria no tempo de resposta dasferramentas e para reduo de indisponibilidade dos sistemas eletrnicos;

    (c) realizar campanhas e iniciativas de preveno sade e de sensibilizaodos usurios internos quanto a medidas de proteo sade (cartazes,vdeos institucionais, mensagens, lembretes, palestras, curso EaD, etc.);

    (d) propor melhorias nos servios de suporte e atendimento de informtica aousurio;

    (e) propor medidas e alternativas para comunicao eficiente com o usurio,inclusive quanto divulgao de informaes relevantes (novidades,interrupes, etc.);

    (f) difundir, de forma criativa e atrativa, a cultura da pausa durante a jornadade trabalho, estudando e buscando consensos sobre essas prticas;

    (g) manter contato com outros rgos e organizaes para identificarestudos, pesquisas, iniciativas e solues que possam servir Justia Federale aos usurios do sistema eletrnico.

    (b) Enfrentando o problema (segunda fase):

    Em um segundo momento (2012-2013), voltamos nossas atividades para aexecuo de medidas prticas tentando enfrentar e minorar o problema.Como dito antes, no h uma separao propriamente cronolgica entre asduas etapas, visto que, ao longo da existncia da Comisso, sempre foramrealizadas reunies peridicas em que eram trocadas experincias e feitasreflexes pelos integrantes da Comisso, representando diversos setores daadministrao e dos usurios.

    Ainda assim, pareceu conveniente separar os dois momentos, destacando naparte de prtica as experincias que adiante sero detalhadas (captulo 7,sobre as principais questes tratadas), dentre as quais agora destacamos:

    (a) a execuo das medidas propostas, como foi a incluso da temtica sobreos fluxos de trabalho eletrnico nos gabinetes do TRF4 no programa dedesenvolvimento gerencial de 2012, o curso para facilitadores de ergonomia,o curso de usabilidade para desenvolvedores de tecnologia da informao,etc.;

    (b) a discusso do problema alm da Comisso, mas dentro da instituio daJustia Federal da 4a Regio, como foi a incluso da temtica no encontrorealizado sobre direito previdencirio e Juizados Especiais Federais emFlorianpolis, a participao no seminrio sobre o futuro da administrao daJustia realizado pelo TRF4 em Porto Alegre, a participao no seminrio

  • realizado pela JFRS em Porto Alegre com nfase na Semana da Sade, etc.;

    (c) a discusso da temtica com outros rgos pblicos, fora da JustiaFederal da 4a Regio, como foi a insero da temtica no eixoresponsabilidade social do projeto socioambiental apresentado pelo TRF4 naRio+20, a participao em eventos e palestras no TJ-RS, no TRE-SC e no TRT4,os contatos institucionais e as visitas realizadas ao TRF4 por outros rgos, ocomparecimento a reunio da Comisso de membro do grupo de trabalho doCNJ sobre sade de juzes e servidores, etc.

    5 Reunies da Comisso

    As reunies peridicas da Comisso foram espao democrtico para troca deideias, reflexo e debate, contando com o conhecimento e a perspectivamultidisciplinares dos seus integrantes. A discusso coletiva, o debate aberto,a identificao de pontos importantes e boas prticas foram linhasconvergentes construo do trabalho.

    Os encontros foram documentados e registrados em relatrios disponveis noSEI Sistema Eletrnico de Informao (processo n 11.1.000104783-2),podendo ser acessados por qualquer interessado. Esses relatriosacompanham este relatrio, como anexos (1 reunio em 27.09.11; 2

    reunio em 13.10.11; 3 reunio em 10.11.11; 4 reunio em 07.12.11; 5a

    reunio em 11.04.12; 6a reunio em 10.05.12; 7a reunio em 19.09.12; 8a

    reunio em 14.12.12; 9a reunio em 19.06.13).

    Paralelamente a isso, foi tambm criada lista de discusso para o grupo([email protected]), em que os integrantes da Comisso puderam trocarinformaes e discutir virtualmente questes relacionadas temtica dasade e ao trabalho da Comisso.

    Cada integrante se comprometeu em realizar levantamento resumido dasaes de sade e das necessidades relacionadas ao e-Proc na sua rea deatuao, levando em conta a sade do usurio interno em suas atuaes,decises e sugestes. Esses levantamentos foram trazidos s reuniesperidicas, e ali se discutiram as questes luz da sade do usurio,propondo melhorias e trazendo novas abordagens para as questes.

    6 Principais questes tratadas pela Comisso

    O presente texto no pretende esgotar o estudo at agora desenvolvidonem apresentar detalhamento completo e minucioso de todas as prticas ereflexes. Nosso objetivo apenas apresentar um panorama geral do que foidiscutido e tratado pela Comisso, mostrando um pouco do trabalho que foifeito, dando mais publicidade temtica e estimulando reflexes para acontinuidade do que foi at agora desenvolvido.

    Embora diversas questes tenham sido tratadas ao longo dos encontrosrealizados e muitas delas dependam ainda de mais estudos e reflexo,apresentamos aqui um apanhado geral das principais questes tratadas,deixando-as aqui registradas e documentadas para que a reflexo dosusurios e daqueles que tiverem acesso a esse texto possa contribuir paraque continuem sendo debatidas e aprimoradas.

    (a) nfase e melhoria na usabilidade do e-Proc2:

    Na gesto do Desembargador Federal Vilson Dars (em 2010), foidesenvolvido pelo professor Walter de Abreu Cybis relatrio sobre ausabilidade com o objetivo de avaliar a ergonomia de interface com o usuriodo Sistema e-Proc v2.

    Em linhas gerais, o trabalho desenvolvido por aquele especialista consistiuem avaliar, internamente ao sistema e-Proc, o esforo exigido do usurio pararealizao de suas tarefas. Por exemplo, foram cronometrados os acessos,medidos os nmeros de cliques, examinado o tipo utilizado. Isso foi feito comobjetivo de mapear e identificar possveis falhas ou deficincias ergonmicasexistentes no sistema, com vistas a sugerir correes e melhorias.

    A Comisso recomendou a realizao de novo estudo sobre usabilidade(atualizao do relatrio do Dr. Walter), que deveria: (a) considerar o que foiproposto no relatrio de 2010, o que foi implantado, o que est pendente de

  • implantao e as alteraes no e-Proc havidas desde a implantao; (b)identificar as deficincias e atualizar as necessidades do e-Proc em termos deusabilidade e relaes da interface com o usurio; (c) considerar asdemandas e as necessidades dos usurios do e-Proc na melhoria dasferramentas.

    Um novo relatrio foi contratado e realizado, sendo avaliadas as novasinterfaces do e-Proc v2 adotadas e modificadas desde o relatrio anterior,constando do novo estudo realizado pelo professor Walter de Abreu Cybisque

    o simples fato de navegar pela interface atual do sistema permitiu verificar aevoluo que esta experimentou desde maio de 2010. O balano bastantepositivo. interessante perceber o cuidado que se est tendo com a interfacedo e-Proc v2, tanto nos pequenos detalhes (rtulos, ttulos, orientaes)como nos aspectos mais estruturais (leiaute e configuraes).

    Essa impresso geral de evoluo positiva foi confirmada por meio deobservaes e entrevistas com usurios do e-Proc v2, realizadas por aqueleprofissional e constantes de seu relatrio. De um modo geral, os usuriosesto operando o sistema sem maiores dificuldades, inclusive algunsmanifestando sua satisfao em relao produtividade e facilidade queproporciona.

    Constatou-se, portanto, melhoria na ergonomia e na usabilidade da interfacedo e-Proc v2, deixando o relatrio registrado que ainda existem (e sempreexistiro) pequenos detalhes a revisar e a ajustar, mas que a interface estsendo bem cuidada e proporciona boa usabilidade aos seus usurios.

    (b) Necessidade de avanar para acessibilidade universal:

    Embora a questo no tenha sido enfrentada pela Comisso nessa gesto,por conta de termos dedicado nossa ateno para os aspectos maisprementes que envolviam a usabilidade do processo eletrnico, foi feito oregistro de que necessrio avanar em direo tambm acessibilidade dasferramentas eletrnicas e universalizao dos ambientes de trabalhovirtuais, inclusive para permitir que a ele tambm tenham acesso servidores eusurios portadores de necessidades especiais.

    Embora o acesso universal implantado no TRF4 seja referncia (por exemplo,elevadores, mesas e cadeiras adaptados para pessoas portadoras denecessidades especiais), foi constatado que ainda existe uma srie deobstculos nas ferramentas eletrnicas que prejudicam e at mesmoimpedem o acesso a informao para pessoas cegas e deficientes visuais.

    Foi dito que o emprego da tecnologia WAI/Aria (Web Accessibility Initiative Accessible Rich Internet Applications) poderia remediar muitos dos problemasencontrados, sugerindo-se que a questo passasse a ser tratada no mbitodos rgos tcnicos do Tribunal, especialmente quanto melhoria dasferramentas e dos ambientes virtuais para garantir acessibilidade universal.

    (c) Curso de usabilidade para desenvolvedores de TI:

    Juntamente com a realizao do novo relatrio de usabilidade, a Comissosugeriu realizao de curso especfico de usabilidade para a equipe deprogramadores de informtica, para que tais profissionais atuem nodesenvolvimento do processo eletrnico sempre considerando a usabilidade eas demandas dos usurios.

    Acolhendo a sugesto, o TRF4 realizou o curso Usabilidade de Interfaces como Usurio para desenvolvedores de sistemas de informtica da JustiaFederal da 4a Regio.

    Ministrado pelo engenheiro Walter Cibys, especialista em usabilidade eergonomia, o curso teve por objetivo capacitar os servidores da rea detecnologia da informao do TRF4 para criarem programas com uma boainterface com os usurios, o que significa programas com uso mais facilitado etambm mais agradveis de se utilizar.

    A medida foi importante porque todos os sistemas utilizados na 4 Regioso desenvolvidos por servidores da prpria Justia Federal, o que torna

  • importante investir no aperfeioamento destes, inclusive chamando suaateno para as questes que envolvem a usabilidade e sua importnciapara reduzir o sofrimento dos usurios dos sistemas e ferramentaseletrnicos.

    Esse curso foi constitudo de dois mdulos. O primeiro ocorreu no ms dedezembro de 2011, sendo presencial e tendo carga horria de 10 horas. Osegundo mdulo ocorreu em maro de 2012, sendo realizado a distncia.

    A importncia desse curso para melhorar o processo eletrnico evidente:quanto mais qualificados forem nossos desenvolvedores de solues para asferramentas do processo eletrnico, mais o usurio ganhar com isso, porqueteremos condies para que essas ferramentas sejam desenhadas eaperfeioadas com observncia das regras de usabilidade e ergonomia.Afinal, quanto mais prximo estiver o desenvolvedor do usurio final dosistema, mais teremos condies de desenvolver ferramentas amigveis econfortveis.

    (d) Importncia das pausas na jornada de trabalho:

    Aps vrios debates e ampla troca de ideias, a Comisso chegou a umconsenso de que as pausas durante a jornada de trabalho so importantespara a sade do usurio e se constituem em medida benfica pararecuperao da fadiga fsica e mental.

    A Comisso debateu exaustivamente o assunto, fomentando a discusso eapontando que a administrao deve oferecer aos servidores e magistradosopes para essas pausas, como por exemplo, ginstica laboral (j existentena 4 Regio) e criao, nos locais de trabalho, de espao especfico parapausas, entre outras.

    A partir daqueles estudos, a Comisso encaminhou minuta de resoluo naqual constava a recomendao de que, a cada 50 minutos trabalhados, ousurio fizesse uma pausa de 10 minutos (no deduzidos da jornada normalde trabalho).

    Nesse contexto, visando a maior divulgao e apoio a tal recomendao, aComisso sugeriu que a Presidncia do TRF4, em conjunto com aCorregedoria Regional, enviasse a resoluo por meio de ofcio s VarasFederais e aos demais setores, juntamente com folder explicativo paradestacar a importncia das pausas durante a jornada de trabalho. Em talfolder se teria a oportunidade de explicar melhor, deixar mais explcita aexistncia de parceria com a Corregedoria Regional para divulgar e implantaras pausas.

    A Presidncia do TRF4 acolheu a sugesto de ato normativo recomendandoas pausas durante a jornada de trabalho (Resoluo TRF4 122, de 16.12.11),sendo tal resoluo homologada pelo Conselho de Administrao do TRF4,com algumas alteraes sugeridas naquele rgo (Resoluo TRF4 23, de16.03.12). Disso resultou ato normativo vigente no mbito do TRF4, querecomenda a realizao de atividades alternativas, a critrio da chefia, de 10minutos para cada 50 minutos trabalhados diretamente no meio eletrnico(artigo 1 da Resoluo TRF4 122/11, na redao que lhe deu a ResoluoTRF4 23/12).

    Esse ato normativo importante e se constitui em um marco importante,inclusive por sua fora simblica, para marcar a importncia das pausasdentro da jornada de trabalho e servir como ponto de referncia e reflexoquanto temtica.

    Posteriormente, no mbito da Comisso, prosseguiu-se a discusso sobre atemtica, resultando na elaborao de nota tcnica, assinada pelo Diretor doNcleo de Gesto de Pessoas e Ergonomia, Lus Olavo Melo Chaves, econstruda de forma colaborativa com a participao dos mdicos EduardoBoger (mdico do trabalho do TRF4), Helena Flores (mdica do trabalho daSJPR) e Rogrio Dornelles (mdico do trabalho e consultor do Sintrajufe-RS).

    Essa nota tcnica est disponvel para consulta no SEI (informao NERGON1168020 no processo SEI 11.1.000104783-2) e, por sua importncia, aqui integralmente transcrita como anexo a este texto, servindo como refernciapara marcar o tratamento pioneiro da questo no mbito da 4a Regio da

  • Justia Federal e contendo amplo levantamento da literatura tcnica arespeito da questo, mostrando evidncias biopsicossociais de que a adoode pausas em situaes de trabalho humano aumentam os ndices deprodutividade e bem-estar dos trabalhadores.

    Ainda que a questo deva continuar sendo debatida e cada unidade detrabalho possa buscar as solues apropriadas para dar conta de suarealidade e do respectivo ambiente de trabalho, no h como negar que necessrio adotar pausas de descanso quando se trabalha com o processoeletrnico e no ambiente virtual, trazendo conforto para o usurio e inclusivemelhorando sua produtividade.

    (e) Curso para facilitadores de ergonomia e informtica:

    Essa foi uma das mais importantes medidas implantadas pela Comisso, apartir da proposta apresentada pelos responsveis pelo curso, que oconceberam e o realizaram em 2011. A coordenao do projeto esteve acargo de Lus Olavo Melo Chaves, que Diretor do Ncleo de Gesto dePessoas e Ergonomia do TRF4.

    Esse curso de formao de facilitadores de ergonomia e informtica objetivoumelhorar as condies no ambiente funcional, capacitando um servidor porlocal de trabalho, que atuar como facilitador em conhecimentos bsicos deergonomia e funcionalidades bsicas de informtica.

    Em uma primeira etapa, realizada em outubro e novembro de 2011, o cursoabordou temas ligados ao posto de trabalho em um judicirio altamenteinformatizado. Apresentou conceitos bsicos de ergonomia, demonstrou comocadeira, mesa e computador podem ser ergonomizados. Apontou as variveisbiopsicossociais intervenientes no posto de trabalho e a contribuio daergonomia para a ponderao entre elas. Exps, ainda, a interface cognitivanos sistemas judiciais com a otimizao de procedimentos de acesso aossistemas de informtica da 4 Regio. O sentimento advindo dessa primeiraetapa foi de que os servidores esto abertos aos estudos, s sugestes. Ocurso foi efetuado em estao de trabalho, resolvendo as situaes naprtica. Na oportunidade, concedeu-se senha de acesso para possibilitar queos facilitadores instalem programas e resolvam pequenos problemas deinformtica em seus prprios setores.

    Na segunda etapa, realizada em maro de 2012, o curso tratou sobre leiautee otimizao dos sistemas. Apresentou o sistema produtivo de um ambientede trabalho judicial, a equao de equilbrio entre as variveis de ambincia ehumanas com vista reduo do sofrimento ou da dor durante a jornada detrabalho. Ainda, abordou as alteraes nas interfaces computacionais,objetivando a reduo do sofrimento ou da dor durante a jornada detrabalho, trabalhou as alteraes possveis e as alteraes necessrias.

    Esse curso estabeleceu uma rede de conhecimento, formando um conjunto depessoas treinadas e qualificadas para em seus prprios locais de trabalho,orientar, colegas e magistrados acerca das medidas saudveis para seconviver com o processo eletrnico e resolver pequenas demandas deinformtica. A indicao de solues simples como posio do monitor,altura da cadeira, educao postural, utilitrios de informtica capaz degerar alteraes no ambiente funcional, colaborando para a construo de umprocesso de trabalho mais justo e saudvel.

    A Comisso sugeriu a realizao peridica e constante de tal curso,objetivando sedimentar a cultura ergonmica no ambiente de trabalho e cadavez mais divulgar e continuar a difundir esses conceitos bsicos (masfundamentais) de ergonomia, que contribuem muito para bem-estar econforto no trabalho.

    (f) Repensando o processo e os fluxos de trabalho no PDG-2012:

    A Comisso apontou a necessidade de estudos para avaliar a nova forma e acultura de trabalho exigidas para dar conta do processo eletrnico, tendo emconta a necessidade de identificar os efeitos dessa nova sistemtica sobre afora de trabalho e sobre as rotinas de trabalho.

    Para comear a repensar o processo e os fluxos de trabalho alterados a partirda implantao total do processo eletrnico, foi proposto o mapeamento do

  • processo de trabalho judicirio, contando com auxlio de equipemultidisciplinar com representantes do primeiro e do segundo graus dejurisdio, bem assim com rea da educao e do direito. Tal estudo serviriade base para a preparao de cursos direcionados aos gestores, sendo elesmais prticos, colaborando para solucionar as dificuldades vivenciadas noambiente de trabalho pelos servidores.

    Tal anlise auxiliaria, tambm, na adequao da fora de trabalho e daslotaes ideais da 4 Regio, determinando o aceitvel e o necessrio paradar conta das tarefas em cada unidade judiciria.

    Nessa linha de atuao, o TRF4 realizou workshop, no ms de novembro de2011, para esclarecer e apontar questes sobre o e-Proc, iniciativa fruto dosdebates realizados durante as reunies.

    Nesse encontro, servidores das reas de informtica e judicial comexperincia em gabinete trocaram experincias e partilharam conhecimentoscom servidores dos gabinetes e das secretarias de Turma. Na oportunidade,apuraram as dificuldades no manuseio das ferramentas do e-Proc, e algumasdemandas, de fcil soluo, foram resolvidas imediatamente. Outras, quedependiam de programao, foram levadas rea de tecnologia dainformao para anlise e futura modificao no sistema, se for o caso.

    Esse formato de trocas de experincias entre os setores distintos foifundamental para esclarecer dvidas, compartilhar conhecimento, ouvirsugestes de melhorias dos prprios usurios, buscando aprimorar o sistemae otimizar a utilizao das ferramentas e da fora de trabalho.

    Alm disso, aproveitou-se o programa de desenvolvimento gerencial do TRF4para focar, quanto rea judicial, as rotinas de trabalho dos gabinetes doTRF4 em relao ao processo eletrnico. O PDG consiste de cursos deaperfeioamento em gesto aos servidores com cargos de direo no TRF e,no ano de 2012, optou-se por tratar do processo eletrnico.

    Foi contratado o professor Claudio Muller, doutor em engenharia da produoe vinculado Ufrgs, para coordenar o trabalho, atuar como consultor eministrar as aulas de capacitao. Em uma primeira etapa, o professor e aequipe de trabalho realizaram visitas aos gabinetes e secretarias do TRF4,conversando com os assessores e gestores sobre os fluxos de trabalho doprocesso eletrnico em cada gabinete. A partir disso, foi elaborado oprograma que seria desenvolvido em 2012, apresentado aos participantes(assessoria dos gabinetes, servidores com CJ-1, CJ-2 e CJ-3) em aulainaugural e depois desenvolvido em workshops e seminrios que ocorreramem 2012.

    A inteno foi desenvolver um processo de ao e reflexo com os gestores,provocando debates e estimulando a formulao de novas propostas demelhoria no trabalho com o processo eletrnico. A partir do mapeamento dosfluxos de trabalho nos gabinetes do TRF4, propiciou-se aos gestores aoportunidade de repensar suas rotinas de trabalho. Os gestores das reasjudiciria e da informtica tambm estiveram presentes s oficinas detrabalho, podendo colher sugestes e crticas para melhoria das ferramentasdo processo eletrnico de modo a atender exatamente quelas demandas edificuldades manifestadas na ocasio pelos gabinetes do TRF4.

    Em um primeiro momento, optou-se por centrar esse trabalho nos gabinetesdo Tribunal, porque havia mais uniformidade nos procedimentos (emboraexista variao de matria tratada em cada gabinete, as rotinas de trabalhoso muito semelhantes) e porque todos esto reunidos em um mesmo local

    (enquanto as varas esto espalhadas pela 4a Regio). Mas se reconheceuque no futuro seria importante estender esse projeto tambm ao trabalho devaras e respectivas secretarias, permitindo que todos repensassem a formade trabalhar quanto s modificaes trazidas pela implantao do processoeletrnico.

    importante destacar que o conhecimento sobre as rotinas de trabalho noest necessariamente fora da instituio, com algum especialista ou consultorexterno. Ao contrrio, a funo deste mais estruturar o ambiente detrabalho e acompanhar as oficinas de trabalho. O conhecimento est com osparticipantes, que so gestores e assessores nos gabinetes e realizamdiariamente as tarefas no processo eletrnico. O grande ganho que se tem

  • no necessariamente a produo de novos conhecimentos, mas a troca deinformao e a circulao de boas prticas que j so adotadas por algunsdos servidores e podem ser debatidas, experimentadas e partilhadas com osdemais colegas.

    (g) Curso de Construo de Texto Judicirio:

    Nessa linha de repensar os fluxos de trabalho a partir do processo eletrnico,tambm foi realizado em 2012 um curso sobre construo do texto judicirio,ministrado por Cndido Alfredo Silva Leal Jnior e Rogrio Heckler dos Passos,

    dirigido a servidores do TRF4 (1 turma) e da JFRS (2a turma).

    O curso foi realizado no ambiente de ensino a distncia, pretendendo discutira construo dos textos judicirios no contexto da Justia Federal de 1 Graue do Tribunal Regional Federal da 4a Regio (sentenas, acrdos, votos,decises, despachos).

    Seu objetivo era simples e prtico: sugerir reflexes sobre como esses textosso construdos e estimular a troca de experincias e boas prticas emtermos de produo textual judiciria. No se tinha a pretenso de ensinar aescrever, nem de dar aulas de gramtica. Tampouco se tinha inteno deimpor um modelo nico de construo textual a ser seguido.

    Procurou-se apenas compartilhar estratgias de escrita e produo textualque pudessem simplificar e facilitar o trabalho judicirio cotidiano, mantendonosso foco na realidade do processo eletrnico e na necessidade de textosclaros e planejados para dar conta das novas exigncias da escrita judiciriasurgidas com o ambiente virtual de trabalho.

    As atividades foram desenvolvidas em duas perspectivas distintas,simultaneamente, dando conta de: (a) uma parte terica (esttica textual),que envolve os conceitos de lingustica textual (coeso, coerncia, concisoetc.), visando clareza do texto; (b) uma parte prtica (dinmica textual),que envolve a construo propriamente dita do texto, voltada para o seuplanejamento (relacionada ao processo de construo do texto pelo juiz e porseus auxiliares).

    importante que os usurios reflitam sobre seus hbitos de escrita eestejam atentos para os processos e as etapas de construo dos textosjudicirios e cartorrios diariamente produzidos. muito diferente manusearpeties e decises em papel, juntadas aos autos de um processo fsico, etrabalhar com os mesmos textos apresentados em forma eletrnica, visveisapenas a partir da tela do computador. O curso procura chamar ateno paraa importncia de os textos serem construdos de forma consciente,pensando-se no planejamento prvio e observando-se as tcnicas de revisoposterior, facilitando assim a leitura pelos usurios que com eles venham ater contato.

    (h) Incluso da temtica nos eventos para juzes e servidores:

    A Comisso sugeriu a incluso da temtica de sade no trabalho em cursos eeventos para juzes e servidores. A proposta consistia em sugerir que fossemdestinados espaos curtos (10 ou 20 minutos) antes das programaes doscursos ou eventos para que um especialista falasse sobre questes atinentes sade no trabalho. Os profissionais dariam dicas de bem-estar, trariamproblemas e indicaes de solues para resolver os problemas de saderelacionados ao trabalho e discutiriam outros temas pertinentes.

    Sem prejuzo de que eventualmente se realizasse um evento de maior porte,dedicado principalmente questo da sade no trabalho e aos reflexos doprocesso eletrnico, essa proposta de pequenos espaos abertos em outroseventos parece tambm ser eficiente para alcanar um maior pblico e

    contribuir para fortalecer na 4a Regio essa cultura de sade no trabalho.

    Embora o tempo destinado participao nos eventos pudesse parecerescasso, procuramos aproveit-lo da melhor maneira possvel no sentido deexpor a temtica e sensibilizar os presentes. Pareceu-nos que essaspequenas participaes em grandes eventos organizados pela Emagis, pelaDRH ou por outros rgos do TRF4 seriam mais proveitosas do que arealizao de evento nico para tratar de sade no trabalho, porqueacabamos conseguindo atingir um maior pblico que, muitas vezes, no

  • estaria diretamente interessado em participar de um evento exclusivo sobresade no trabalho.

    Por isso, ao longo do binio, procuramos espaos em eventos realizados peloTRF4 sobre outras temticas, procurando sempre neles inserir algumaquesto relacionada sade no trabalho.

    Por exemplo, participamos com Lus Olavo Melo Chaves, Diretor do Ncleo deGesto de Pessoas e Ergonomia da Secretaria de Gesto de Pessoas (DRH-TRF4), de painel sobre Impactos do Sistema Eletrnico e-Proc sobre aSade, por ocasio do Encontro dos Magistrados dos Juizados EspeciaisFederais Previdencirios e Processo Eletrnico, realizado entre 29 e 31 deagosto de 2012, em Florianpolis (SC). Na ocasio, tambm se aproveitoupara fazer exposio tcnica sobre a adoo das pausas e para divulgar ocurso de facilitadores de ergonomia e informtica.

    Apenas para dar uma ideia de como se dava essa insero da temtica emoutros eventos do TRF4, em um primeiro momento, naquele painel, fizemosum relato do problema (sade no trabalho), apresentamos o histrico daComisso e tecemos genericamente algumas consideraes sobre o trabalhorealizado em 2011-2012. Em um segundo momento, apresentamos trsexemplos concretos da atuao da Comisso e discutimos como isso poderiarepercutir na questo de sade no ambiente de trabalho de magistrados eservidores da 4 Regio. Procuramos que a apresentao fosse simples eobjetiva, tentando motivar magistrados e servidores presentes no eventopara a relevncia do tema (sade no trabalho) e para a importncia de quetodos participem, destacando que no se trata apenas de questo individual,mas de que estamos diante de poltica institucional que envolve umapreocupao coletiva com questes relacionadas s condies do trabalho,ao ambiente de trabalho e principalmente sade de magistrados eservidores.

    Outro evento de que participamos, como palestrante, foi no Programa deDesenvolvimento Gerencial para a rea administrativa do TRF4 (TemasEstratgicos). Nessa ocasio, em 29.06.12, tivemos a oportunidade deapresentar a temtica Sade dos magistrados e servidores: Comisso deSade para os servidores de nvel estratgico do TRF4, que ocupavamcargos de direo na administrao do Tribunal.

    Nesse evento, dividimos a participao em dois momentos. Em um primeiro,discutindo que futuro queremos: velhos, mas saudveis, pretendemosidentificar o problema e apresentar o trabalho da Comisso. Depois,discutindo buscar alternativas no presente para conseguir esse futurodesejado (plantar hoje para colher amanh), pretendemos estimular orelato de vivncias e experincias de sade no trabalho no mbito de cadaum dos participantes.

    Interessante mencionar que ilustramos a apresentao com dois filmesmotivacionais, um deles mostrando que preciso saber quando parar(disponvel em "http://www.youtube.com/watch?v=M6ZjMWLqJvM" e o outromostrando que sempre possvel recomear (disponvel em"http://www.youtube.com/watch?v=bdu2d5coyiM"). A inteno era fazer osparticipantes refletirem sobre como fazer a sade presente no seu cotidianoe no cotidiano das pessoas que dependiam de cada um dos gestoresestratgicos que participavam do evento.

    Tambm participamos de Seminrio de Juzes Vitaliciandos do TRF4, tratandoda temtica relativa a audincias (em maio e junho de 2012). Os encontrosforam em Florianpolis e Foz do Iguau, e nesse evento abrimos tambm umpequeno espao para discutir sobre sade no trabalho em relao temticadas audincias judiciais, enfocando o que importante para a sade do juize das outras pessoas envolvidas na audincia. Na ocasio, pretendemossuscitar debate e discusso entre os participantes sobre como lidar com aspausas, com o estresse, com as pessoas e com os recursos da informticadurante as audincias.

    Tambm foi realizado pela Corregedoria e pela Emagis-TRF4 um seminrio noambiente de ensino a distncia, destinado aos magistrados em vitaliciamento(Programa de Vitaliciamento Prticas da Jurisdio). O curso aconteceuentre maro e maio de 2013, sendo composto de trs mdulos, com a

  • participao de Nivaldo Brunoni (Juiz Auxiliar da Corregedoria), ElizabethEliana Schefer (Psicloga do TRF4), Daniel Chaves Vieira (Psiclogo do NADH-JFRS), Salise Monteiro Sanchotene e Cndido Alfredo Silva Leal Jnior(magistrados). O terceiro daqueles mdulos (maio de 2013) tratou detemticas relacionadas pessoa e ao trabalho, abrindo espao para que osvitaliciandos apresentassem trabalhos e partilhassem boas prticas eexperincias a respeito de questes que envolviam sua pessoa em relaoao trabalho.

    Essa experincia foi bastante produtiva, constituindo um importante espaode debate e troca de experincias entre os magistrados vitaliciandos, em umambiente restrito com seus pares, sobre as dificuldades e as angstias que otrabalho judicirio impe, destacando aqui alguns dos trabalhos que foramapresentados pelos vitaliciandos sobre: (a) gerencimento de recursoshumanos voltados otimizao do trabalho em equipe e a atualizaodinmica das rotinas de trabalho; (b) reconhecimento do trabalho como fatorde influncia na motivao do servidor pblico e as formas de suaconcretizao; (c) motivar sem remunerar como uma prtica possvel nombito do servio pblico; (d) facilitao do dilogo e incremento dos canaisde comunicao como importante ferramenta na gesto de recursoshumanos; (e) tempo dos filhos e da famlia; (f) papel do juiz na soluo dosconflitos; (g) conciliando metas, prazos e recomendaes com a vida pessoaldo magistrado; entre outros temas. Aps a elaborao e a apresentao detrabalho pelos vitaliciandos, as questes foram discutidas pelos participantesem um frum de discusses no ambiente virtual, onde foi abordada umaenorme gama de interessantes questes e prticas pelos magistradosparticipantes.

    Tambm participamos de outros eventos da Justia Federal, como, porexemplo, de um evento para Juzes Diretores de Foro e Diretores deSecretaria na Justia Federal do Rio Grande do Sul, em 23.11.2012, em queforam tratadas questes relacionadas cultura organizacional e confiana.Nessa oportunidade, pudemos falar sobre Gesto Sustentvel: ocompromisso presente preserva o futuro, discutindo a importncia da culturainstitucional sobre a sade, a importncia de todos agirem ativamente emprol da sade individual e coletiva e o trabalho da Comisso.

    Em todas essas atividades em que a Comisso se fez representar, demosprosseguimento ideia de que as questes discutidas na Comisso fossemlevadas a outros gestores e partilhadas com outros setores da Justia

    Federal da 4a Regio, promovendo constante debate sobre o tema eprocurando gerar uma cultura de sade nas preocupaes institucionais daJustia e individuais.

    (i) Contato com outros rgos e instituies:

    Essa busca de outros interlocutores para a temtica da sade no ficourestrita ao mbito interno da Justia Federal. Procuramos divulgar as boas

    prticas realizadas no mbito do processo eletrnico da 4a Regio paraoutros rgos judicirios, visando a trocar experincias e partilhar com elesboas prticas.

    Por exemplo, convidamos a Juza de Direito Vera Regina Muller e contamoscom a sua presena em uma das reunies da Comisso, ela que foi uma dasintegrantes da Comisso de Sade instituda no mbito do CNJ e representante da Ajuris-RS quanto a essa temtica. Foi extremamenteoportuna a troca de informaes, mostrando a nossa experincia e ouvindoas consideraes daquela experiente e engajada magistrada.

    Tambm tivemos a oportunidade de representar a Comisso em eventopromovido pelo Tribunal de Justia do Rio Grande do Sul, em 26.10.2012,integrando o Ciclo sobre Qualidade de Vida no Trabalho. Ali, apresentamosa temtica Ns e o Processo Eletrnico: Efeitos da Virtualizao, procurandomostrar um apanhado do que experimentamos na Justia Federal a partir daimplantao do processo eletrnico e de como a Comisso vinha tentandolidar com o tema. O evento foi dirigido a magistrados e servidores da JustiaEstadual, sendo extremamente proveitosa a troca de experincias.

    Outro evento em que a Comisso se fez presente foi a 1 Semana Internade Preveno de Acidentes de Trabalho, realizada pelo Tribunal Regional do

  • Trabalho da 4a Regio. Como Presidente da Comisso, apresentamos o temaAs Mutaes do Trabalho e a Nossa Sade, expondo a experincia do TRF4com a implementao do processo eletrnico, ocorrida a partir de 2010, eprocurando chamar ateno para o fato de que as mudanas drsticas nasrotinas de trabalho fizeram com que o TRF4 implementasse aes visando preservao da sade fsica e psquica dos servidores.

    Nesse evento, tambm participou outro integrante da Comisso, CarlosAlberto Colombo, Diretor da Secretaria de Gesto de Pessoas do TRF4, queanalisou a conjuntura que levou s mudanas no trabalho na Justia,enfatizando aspectos como acelerao tecnolgica e busca pelaprodutividade e seus reflexos sobre a gesto de pessoas da instituio.Tambm destacou que um dos aspectos mais relevantes trazidos peloprocesso eletrnico a mudana no perfil dos servidores, j que o novosistema exige mais servidores capazes de analisar o processo judicial(analistas) e necessita que seja desenvolvido um projeto de requalificaodaqueles que no tinham formao jurdica (tcnicos).

    Tambm participaram do painel integrantes do Sindicato dos Trabalhadoresdo Judicirio Federal no Rio Grande do Sul (Sintrajufe-RS), o mdico dotrabalho Geraldo Azevedo e a coordenadora de sade Mara Rejane Weber,apresentando os resultados da pesquisa de sade realizada pelo Sindicato econtribuindo para um debate plural a partir das distintas perspectivas eexperincias de cada um dos debatedores.

    Ainda participamos, juntamente com Carlos Alberto Colombo, de seminriopromovido em conjunto por vrios rgos aqui em Porto Alegre, em12.03.2013, sobre Novas Fronteiras da Administrao da Justia. Mais umavez, ali pudemos falar sobre as mudanas trazidas pelo processo eletrnicopara nossa sade e tambm sobre os seus efeitos quanto gesto derecursos humanos no Poder Judicirio.

    A Comisso ainda se fez presente em evento de sensibilizao promovidopelo Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina, em 23.05.2013. Esseevento era dirigido ao corpo funcional daquele Tribunal, tendo Carlos AlbertoColombo, Diretor da Secretaria de Gesto de Pessoas do TRF4, comparecidopara apresentar a experincia da Justia Federal com a implantao doprocesso eletrnico e as dificuldades surgidas em relao sade demagistrados e servidores.

    (j) Atendimento e resposta s demandas dos usurios:

    A Comisso examinou os pedidos encaminhados pelos usurios Central deAtendimento de Usurios quanto a modificaes e reclamaes em relao aoprocesso eletrnico. Essas demandas dos usurios eram importantes porque,quando reiteradas ou repetidas, mostravam pontos crticos dos sistemas, quemereciam ateno dos respectivos desenvolvedores.

    A Comisso sugeriu que os pedidos fossem organizados de formahierarquizada, identificando-se aquilo que era prioritrio e urgente, levandoem conta questes de sade e bem-estar do usurio. Feita essa triagem nasdemandas, seria possvel identificar o que poderia ser resolvido com urgnciae o que deveria ser enfrentado com prioridade por envolver usabilidade esade dos usurios.

    Foram feitas grandes modificaes no tocante comunicao aos usuriosdas mudanas e melhorias feitas no processo eletrnico. A Comissodestacou que no bastava que as melhorias fossem implantadas, sendoimprescindvel que fossem comunicadas de forma clara e eficiente aosusurios para que estes, tomando conhecimento das mudanas, pudessemaproveitar seus benefcios. Destacou-se sempre o trabalho de traduo dasdemandas dos usurios e a respectiva prestao de contas (feedback) aousurio do sistema. Procurou-se que as demandas fossem organizadas e, namedida do possvel, os destinatrios tivessem resposta ao que demandaram.O retorno no pode ser dado em linguagem tcnica da informtica, mas devese dar em linguagem simples, acessvel ao usurio comum.

    A estrutura de atendimento s demandas dos usurios foi concebida paratentar dar conta do que era necessrio solucionar e melhorar para o bomdesempenho dos sistemas eletrnicos, comeando nos Ncleos de ApoioJudicirio/NAJs existentes nas trs capitais das Sees Judicirias, que esto

  • aparelhados para prestar o primeiro atendimento aos usurios internos eexternos, conjuntamente com os Ncleos de Tecnologia daInformao/NTINFs.

    As demandas que no possam ser atendidas pelos NAJs e NTINFsso encaminhadas Diretoria Judiciria do Tribunal/Dirjud, que solucionao problema ou, em caso contrrio, encaminha a questo Diretoria deTecnologia da Informao/Dirinf ou Secretaria de Registros e InformaesProcessuais/Srip.

    O fluxo de atendimento utiliza os seguintes meios: atendimento pessoal(especialmente para o usurio externo), e-mail, Siscom, Central de Pedidos daDirinf.

    Para se ter uma ideia da quantidade de demandas, mencionamos que, entrejaneiro e novembro de 2012, foram recebidos 1.542 e-mails, com ou semdemandas de e-Proc, 216 solicitaes foram cadastradas na Central dePedidos, 861 demandas foram atendidas pela Dirjud (inclusive as postadasna Central de Pedidos, no total de 107), 285 foram encaminhadas Dirinf e69 foram encaminhadas Srip.

    O feedback das solicitaes ocorre por e-mail, Siscom, Painel do e-Proc e,eventualmente, em contato pessoal.

    A Diretoria Judiciria participou, junto Corregedoria Regional, de grupo queatualizou o provimento que disciplina o funcionamento das unidadesjudicirias de primeira instncia. Um conjunto de regras est sendoincludo sobre o processo eletrnico, a fim de padronizar e auxiliar oandamento dos trabalhos da Justia Federal da 4 Regio.

    (k) Campanhas e melhoria da comunicao interna:

    Um ponto sensvel verificado dentro da instituio foi a falta de comunicaointerna quanto aos detalhes e s modificaes do processo eletrnico, bemassim a dificuldade em democratizar o conhecimento relativo forma derealizar as pausas ou de adotar medidas simples, ergonmicas e saudveisno ambiente de trabalho, tais como regulagem de monitores, estmulo formao de facilitadores e participao em iniciativas de sade. Nessalinha, a Comisso instituiu novo grupo de trabalho, agregando a rea decomunicao social do TRF4, para efetuar campanhas de divulgao de talconhecimento.

    Pensamos, inclusive, em viabilizar a realizao de concurso interno sobreboas prticas de pausa, estimulando que magistrados e servidoresrefletissem sobre o tema e partilhassem boas prticas relacionadas pausadurante a jornada de trabalho, mas no houve tempo suficiente paraimplantar essa proposta.

    Buscou-se, no entanto, em conjunto com a Assessoria de Comunicao Socialdo TRF4, realizar algumas campanhas de sensibilizao para melhorar acomunicao interna, por meio de colocao de cartazes, informativos nospainis eletrnicos disponveis nos elevadores, avisos na intranet, entreoutras formas de divulgao, procurando explicar mudanas havidas noprocesso eletrnico (as melhorias demandadas que eram implantadas) etambm sensibilizar para questes como necessidade das pausas,convenincia de regulagem da altura e da luminosidade dos monitores, entreoutras.

    Tambm se melhorou bastante a divulgao no prprio sistema de processoeletrnico das alteraes feitas nas rotinas e da disponibilizao de novasferramentas de trabalho ou de customizao do sistema para cada usurio.No bastava que as notcias de melhorias fossem colocadas em um lugarespecfico do sistema de processo eletrnico, com dificuldade de visualizaoe de forma meramente burocrtica. Era preciso que essa divulgao dasmelhorias observasse as normas de usabilidade, permitindo que seususurios tomassem conhecimento delas de forma simples, direta e objetiva e,assim, pudessem incorporar em seus hbitos de trabalho essas mudanashavidas no sistema eletrnico.

    No podemos esquecer que as pessoas se habituam ao trabalho, criamhbitos para gerir suas rotinas e seus fluxos dirios de trabalho, e preciso

  • vencer essa resistncia e essa inrcia decorrentes do hbito quando asinovaes so feitas e as melhorias so disponibilizadas. Para isso, importante que as novidades do sistema eletrnico sejam apresentadas deforma direta, mostrando como fazer para aproveit-las e o benefcio de faz-lo. Do contrrio, as modificaes no so aproveitadas pelos usurios, queacabam mantendo seus hbitos antigos e deixam de aproveitar as melhoriasfeitas.

    (l) Exames peridicos de sade para juzes e servidores:

    A Comisso sugeriu a criao de um pronturio mdico eletrnico, cujoobjetivo seria mapear afastamentos e licenas de sade para identificarproblemas de sade e incapacidades, permitindo direcionar a atuao paraesses pontos crticos.

    A partir de demandas dos usurios, tambm se deu andamento ao projeto deao para disponibilizar exames mdicos peridicos para juzes e servidores,contribuindo assim para que se tivesse um diagnstico da sade do corpofuncional e tambm para que fosse implementado programa de medicinapreventiva.

    Por certo, a implementao de exames peridicos possibilitaria estruturaruma slida base de dados referente sade de magistrados e servidores.Sob a tica assistencial, permitiria o encaminhamento individual de todos oscasos detectados que necessitassem ateno, interveno eacompanhamento. Dentro de um olhar coletivo, ofereceria administrao apossibilidade de conhecer a sade dos grupos que compem a 4 Regio,buscando solues coletivas que minimizassem o impacto sade,neutralizassem riscos segurana e oferecessem ganhos em qualidade devida no trabalho e tambm em produtividade.

    Em relao ao programa de medicina preventiva, que depende principalmentedo oferecimento de exames peridicos de sade, a Administrao do TRF4 seempenhou muito para conseguir as dotaes oramentrias necessrias paraque fossem realizados. Aps muitas gestes e oramentos, conseguiu-seinstituir a Resoluo TRF4 106, de 17.06.2013, que institui o Programa deExames Peridicos de Sade EPS e estabelece aes de promoo epreveno em sade no mbito da Justia Federal de 1o e 2o Graus da 4aRegio.

    A viabilizao desse Programa de Exames Peridicos de Sade e a edio darespectiva resoluo constituem marcos importantes em prol da sade notrabalho, atendendo a comandos legais (artigo 206-A da Lei 8.112/90 eDecreto 6.856/09) e acolhendo as recomendaes da Comisso de Sade eProcesso Eletrnico, de modo a oferecer ao corpo funcional exames peridicoscom avaliao clnica, exames complementares e ainda exames especficos.

    (m) Pesquisas sobre sade e condies de trabalho:

    Antes da criao da Comisso, a Ajufergs (Associao dos Juzes Federais doRio Grande do Sul) realizou pesquisa com seus associados sobre suaspercepes quanto s condies de sade e quanto aos recursos deinformtica disponibilizados para prestao jurisdicional. Da mesma forma, oSintrajufe-RS havia consultado alguns segmentos de servidores da 4 Regioacerca do tema, focado naqueles que anteriormente j trabalhavam com oprocesso eletrnico nos Juizados Especiais Federais ou em algumascategorias especficas (por exemplo, oficiais de justia).

    Tais pesquisas, por certo, no pretenderam esgotar o assunto ou apresentarsolues definitivas, mas serviram para apontar problemas relacionados scondies de sade e de bem-estar no trabalho, inclusive estimulando aAdministrao do TRF4 a instituir esta Comisso de Sade e ProcessoEletrnico.

    No mbito da Comisso, reconhecemos a importncia dessas pesquisas pelatroca de informaes e pela possibilidade de chamarem ateno para a

    questo da sade no trabalho no mbito da 4a Regio. Alm disso, otratamento associativo da questo da sade no mbito das entidades declasse de magistrados e de servidores contribuiu para estimular a parceriadelas com a Administrao do TRF4, em busca de solues que atendessemao interesse de todos em prol de um processo justo e saudvel.

  • Vale destacar que o Sintrajufe-RS tinha representantes integrando aComisso de Sade e Processo Eletrnico, que participaram de todas asreunies e contriburam muito para que os problemas fossem debatidos epara que se buscassem solues possveis no mbito da administrao,destacando a presena constante do mdico Rogrio Alexandre NedirDornelles e da diretora Mara Rejane Weber, que muito contriburam com suaparticipao e com a perspectiva do servidor e da entidade sindical no examedas questes e no enfrentamento dos problemas.

    A Comisso deliberou que nesse binio no realizaria pesquisas de opinioou de satisfao dos usurios dos sistemas eletrnicos, principalmenteporque: (a) algumas das deficincias e dificuldades do sistema eletrnico jeram conhecidas a partir das pesquisas feitas pelas entidades de classe e doque foi apurado no relatrio da usabilidade, sendo prefervel que no binio seprocurasse enfrentar e resolver essas dificuldades j conhecidas; (b) outrasentidades de classe realizaram, no binio, pesquisas sobre a opinio dosusurios, inclusive apresentando os dados e resultados nas reunies daComisso, o que recomendava que os esforos da Comisso se voltassempara tentar enfrentar o problema, relegando para um momento posteriorvoltar a consultar os usurios mediante alguma pesquisa de opinio ouconsulta pblica; (c) a central de atendimentos disponvel aos usurios (eefetivamente utilizada pelos usurios para solicitaes, demandas ereclamaes) j trazia uma srie de questes que poderiam ser enfrentadase melhoradas nos sistemas de processo eletrnico.

    Cabe destacar que, durante as reunies da Comisso, pelo menos duasentidades de classe de servidores compareceram e tiveram espao paraapresentao de dados e resultados obtidos em pesquisas de opiniorealizadas com seus associados a respeito das condies de trabalho,inclusive quanto ao processo eletrnico e ao ambiente de trabalho.

    Inicialmente, tivemos a apresentao dos resultados preliminares do relatrioda Comisso de Sade do Sintrajufe, quanto pesquisa que realizou com osservidores do Judicirio federal no seu mbito de atuao. A apresentaodos resultados foi detalhada, dando conta dos principais achados eresultados da pesquisa que realizou e que seria publicamente divulgada embreve.

    Os resultados foram apresentados, comentados e discutidos pelos presentesna Comisso, tendo se debatido sobre o que os achados indicavam. Detodos, restou a concluso de que o trabalho importante e de que essesdados devem ser guardados como marcos de um determinado momento,sendo muito importantes para se comparar, no futuro, se houve ou nomelhorias no sistema. Tambm se sugeriu que os temas e resultados fossemseparados por assunto e tratados em reunies especficas, aprofundando-seas concluses e, principalmente, realizando-se comparaes com dadosobjetivos disponveis na Justia, como, por exemplo, nmero de processos,aumento de distribuio de novos processos, dados estatsticos, etc.Considerou-se que seria muito importante que esses dados da organizaodas unidades judicirias (lotao ideal, lotao real, nmero de processos,etc.) fossem comparados e cotejados com os achados da pesquisa,aprofundando-se os resultados e as concluses possveis, que seriam muitoteis para prosseguimento dos trabalhos. Foi muito proveitosa aapresentao dos resultados, principalmente se destacando a importncia dotrabalho conjunto e cooperativo que vem sendo realizado pelo TRF4 e peloSintrajufe-RS, buscando sempre o dilogo em busca de solues comuns, queatendem ao interesse de todos.

    Em outra oportunidade, o Sintrajusc apresentou os resultados da pesquisaComo vai voc?, realizada na Seo Judiciria de Santa Catarina. Apsicloga Regina Roesler mostrou que a pesquisa teve por objetivo verificar aqualidade do trabalho dos servidores no estado de Santa Catarina. Alm daapresentao dos achados e resultados da pesquisa, foram discutidas vriasquestes a partir das concluses da pesquisa e das constataes dapesquisadora, que se mostrou bastante experiente e conhecedora doassunto, inclusive havendo sugesto para que no futuro se aproveitasse suaexperincia e a do seu grupo acadmico para algum evento na Justia Federalda 4a Regio.

    Em ambos os casos, as apresentaes feitas foram disponibilizadas

  • Comisso de Sade, sendo muito importante esse olhar externo sobre otrabalho desenvolvido pela Comisso e pela Administrao do TRF4. Aparceria institucional muito importante para que se busquem solues, e asentidades de classe de magistrados e servidores devem ocupar esse papelde interlocuo entre os usurios dos sistemas eletrnicos e os gestores dosrgos administrativos da Justia Federal, havendo um ganho comum ecoletivo quando todos se empenham nessa participao, ainda que existamdivergncias decorrentes das distintas perspectivas que cada um representa.

    (n) Estudo de novas tecnologias e melhor uso das disponveis:

    A Comisso tambm constatou que existe espao para melhoria na utilizao(otimizao) das tecnologias j disponveis no mbito do processo eletrnicoe das ferramentas e dos equipamentos de informtica disponibilizados, como,por exemplo, seria o caso de estudar as melhores fontes para visualizaodos textos no GedPro e no e-Proc e o ajuste de monitores, que foram doistemas que ocuparam as pautas da Comisso.

    Quanto busca da melhor fonte para os sistemas eletrnicos, as sugestes epropostas da Comisso foram consideradas para construo do novo Portaldo TRF4 e da nova Central de Recursos Humanos (utilizao de fonte noserifada).

    Outra questo debatida pela Comisso foi a possibilidade de alterao dasfontes utilizadas no GedPro e no e-Proc, j que existiam relatos de que asfontes ento utilizadas causariam maior sensao de cansao e trariamdesconforto ocular. A Comisso sugeriu que essa questo fosse tratada nombito da usabilidade, buscando aporte tcnico para lidar com a questo ealterando as fontes do GedPro e do e-Proc para utilizar outras quetrouxessem maior conforto visual ao usurio. O mesmo se aplica tambm questo da utilizao de cores e panos de fundo nos ambientes virtuaisvisualizados pelo GedPro e pelo e-Proc.

    Pensou-se tambm em realizar campanha de esclarecimento aos usuriosexternos dos sistemas eletrnicos (advogados, estagirios, rgos pblicos,etc.) para que estes utilizem, em suas manifestaes e peties, fontes noserifadas (como Arial ou Verdana), que facilitam a leitura e que por issocontribuem para melhoria da sade de todos os usurios, inclusive delesprprios.

    Muitas dessas questes, como cabealho, letra e outras questesergonmicas utilizadas na padronizao dos sistemas eletrnicos, foramconsideradas naquele curso de usabilidade feito com os desenvolvedores e

    programadores de tecnologia da informao no mbito da 4a Regio.

    Quanto ao ajuste dos monitores, a Diretoria de Tecnologia da Informaocriou grupo para visitar, em um primeiro momento, todos os gabinetes eadequar os monitores s necessidades especficas dos usurios. Paraatender aos usurios do interior, os facilitadores de informtica e ergonomiaforam orientados a realizar esses ajustes. Tambm se pensou, futuramente,em realizar estudos, inclusive contratando alguma consultoria tcnica, parareadequar os leiautes dos ambientes de trabalho e diminuir a quantidade delmpadas nesses locais, com vistas a dar maior conforto visual aos usurios.Esse cuidado com a iluminao questo importante, que no pde sertratada nesse binio, mas certamente dever ser objeto de atenoespecfica da administrao em breve, porque muito interfere na sade dosusurios, que j passam grande parte da jornada de trabalho expostos luminosidade proveniente dos monitores que esto sua frente (geralmente,cada usurio utiliza dois monitores, existindo situaes em que so trs osmonitores em frente ao usurio).

    Quanto ao estudo de novas tecnologias para mitigar os problemasdecorrentes da exposio constante ao computador, a Comisso chamouateno para a necessidade de melhoria na visualizao de documentos(peas processuais, decises, atos processuais), porque essa tarefa essencial na anlise de processos e no encaminhamento dado pelas rotinasdo trabalho judicirio. O usurio do sistema (magistrado e servidor) necessitaconstantemente visualizar e analisar os documentos do processo eletrnico(peties, decises, provas, documentos trazidos pelas partes), e o sistemaeletrnico deve contar com ferramentas e funcionalidades que facilitem esse

  • trabalho de visualizao.

    Alm disso, quando falham essas funcionalidades de visualizao, surgemqueixas dos usurios quanto a dor nos olhos, dificuldade de viso, dor decabea, excesso de movimentos de teclado e mouse, etc.

    Alm de sugerir sejam realizados estudos especficos quanto questo davisualizao dos documentos nas telas do processo eletrnico, a Comissotambm constatou que existe problema decorrente da utilizao de duastelas (dois monitores) quando os nveis de brilho entre elas no soconstantes e idnticos, o que acarreta cansao ocular excessivo, que deveser mitigado. A Comisso recomendou a substituio, aos poucos, paramonitores de igual brilho e idnticas dimenses; ou ento, no sendo issopossvel em um primeiro momento, que ao menos se procurasse agrupar osmonitores em pares, com telas iguais. Tambm se sugeriu que as comprasfuturas de equipamentos obedecessem orientao para igualdade entre astelas de um mesmo computador.

    Muitas dessas questes de visualizao de documentos, especialmentequanto forma de referenciao do documento dentro do processo (indicaouniforme da pgina em que se encontra) e quanto s ferramentas deanlise da ntegra do processo eletrnico (essencial no trabalho dosgabinetes, quando preciso analisar o processo para elaborar o voto), foramabordadas nas oficinas realizadas no programa de desenvolvimento gerencialrealizado com os assessores dos gabinetes do TRF4. Foi importante a trocade experincias e o partilhamento das boas prticas para que todospudessem conhecer as solues encontradas pelos colegas para problemassemelhantes e tambm para que as reas judiciria e de informticapudessem conhecer de perto as reais necessidades dos gabinetes quanto visualizao dos processos. Mais uma vez, a informao se mostraimprescindvel para melhor aproveitamento dos recursos da informtica, e elamuitas vezes est com o colega ao lado e pode ser adquirida medianteoficinas e workshops, em que se troquem experincias, se partilhemproblemas e se conheam rotinas e hbitos que podem contribuir paramelhorar o trabalho.

    Considerou-se tambm que, alm do Microsoft Windows, existem outrossistemas operacionais, pagos ou gratuitos, que utilizam plataformasdiferentes e consideradas mais estveis. Por isso, outras tecnologias e outroscomputadores, diferentes do Windows, tambm foram objeto de discusso naComisso, sendo sugerido que sempre se considere essa possibilidade e sebusquem alternativas ao Windows, como j vem sendo feito, recorrendo-se aprogramas abertos e procurando sempre a melhor ou a mais saudvelsoluo para equipamentos e recursos de informtica. Destaca-se que osistema GedPro e o e-Proc passaram a ser acessados e trabalhados a partirde computadores Apple e de iPads (navegador Safari), o que trouxe umganho muito grande em termos de trabalho remoto, j que foram

    disponibilizados iPads aos magistrados da 4a Regio, que, antes de poderemacessar o GedPro pelo Safari, tinham de recorrer a um ambiente Windows noiPad, o que o tornava pouco operacional e instvel.

    (o) Workshop de ergonomia com setores de compras e licitaes:

    A Comisso tambm props que se estudasse a realizao de workshops comos setores do Tribunal e das Sees Judicirias, buscando consensos e trocade experincias sobre usabilidade, ergonomia e preveno sade, de modoque essas consideraes pudessem orientar compras e licitaes futurasrealizadas pela 4 Regio.

    A ideia foi trocar informaes com aqueles setores administrativos (compras elicitaes), procurando sensibiliz-los e buscar parmetros mnimos para queas futuras compras na 4 Regio levassem em considerao, na medida dopossvel, questes relacionadas sade dos usurios (magistrados eservidores), ergonomia e usabilidade.

    Foi, ento, realizado curso de ergonomia para gestores de aquisio de

    mobilirio na 4a Regio, conscientizando-os da importncia dessas escolhas

    para melhoria da sade de magistrados e servidores no mbito da 4a Regio.

    (p) Registro e documentao das formas de trabalho judicirio:

  • Em uma das reunies da Comisso, tambm se destacou a importncia dedocumentar as prticas e as reaes das pessoas frente implantao doprocesso eletrnico, guardando essas impresses e adaptaes s novastecnologias como parte da memria institucional da Justia Federal.

    Pensou-se que talvez fosse o caso de documentar e registrar entrevistas efalas das pessoas e dos servidores que tenham vivido essas transformaes,desde a poca dos processos fsicos registrados em fichas guardadas emarquivos A-Z, passando pela mquina de escrever e pela introduo da cpiaxerogrfica, at chegar ao processo eletrnico, definitivamente substituindo opapel e aposentando os autos fsicos.

    Essa memria de servidores mais antigos da instituio, alguns at japosentados, seria importante de ser registrada, documentada e guardadapara que no futuro se pudesse conhecer e ter material para estudo dessasnovas realidades e transformaes pelas quais passou a Justia Federal e oTRF4, no tocante aos modos de produo das decises, de operao dassecretarias judicirias, etc.

    Iniciativa semelhante j se fez no mbito do Tribunal de Justia e doMinistrio Pblico do Estado do Rio Grande do Sul, com a tomada dedepoimentos e o registro da memria de Juzes de Direito, DesembargadoresEstaduais e Promotores de Justia.

    Embora os setores de documentao, arquivo e memria da Justia Federaltenham comeado a implantar vrios projetos de resgate e registro da vida edos fatos mais marcantes da Justia Federal, seria importante que tambm seenfocasse a implantao do processo eletrnico e a adaptao das nossasrotinas de trabalho s novas tecnologias, no registrando apenas a memriade juzes e desembargadores, mas tambm colhendo as histrias, aslembranas e as experincias de servidores, principalmente no tocante aosmeios tecnolgicos disponveis e utilizados em cada poca para dar conta doservio judicirio, com nfase nas dificuldades e nos reflexos disso quanto sade, quanto ao desempenho, quanto s formas de trabalhar de cadapoca.

    (q) Outras medidas sugeridas ou tratadas:

    Outras questes tratadas no mbito da Comisso devem ser registradas,aproveitando agora a oportunidade apenas para brevemente enumer-las eapresentar um curto relato do seu estado atual, como, por exemplo:

    (a) foi sugerido o fortalecimento da incluso da temtica da sade e damelhoria das formas de trabalho no planejamento estratgico da JustiaFederal, reforando aquele item que j consta no mapa estratgico doplanejamento do TRF4 de 2010-2014 quanto gesto de pessoas, com metaespecfica para fortalecer o clima organizacional e o bem-estar dosmagistrados e dos servidores;

    (b) foi mencionada a importncia da imerso de gestores de reasadministrativas e de reas da sade no funcionamento do processoeletrnico judicial, para que conheam as demandas, as rotinas de trabalho eas dificuldades decorrentes do ambiente virtual, permitindo assim quepensem em estratgias de sade para lidar com aquelas demandas dosservidores da rea judiciria, constantemente expostos ao trabalhoeletrnico;

    (c) foi referido projeto que contribuiu para melhorias no que diz respeito sade e segurana de magistrados e servidores da 4 Regio quanto sleses decorrentes da LER-Dort, sendo sugerido que se pensasse em dar aosmagistrados e aos servidores tratamento similar quele recebido pelostrabalhadores celetistas quanto s normas regulamentadoras de segurana esade no trabalho, mencionando-se a Resoluo TRF4 64/03, que