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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Enfermagem Camila Tokuda Kouichi Érica Fabiana Ribeiro Rocha Izabela de Almeida Neves O PAPEL DO PROGRAMA DE CONTROLE AO TABAGISMO NO COMBATE DO VÍCIO AO TABACO LINS – SP 2009

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Enfermagem

Camila Tokuda Kouichi Érica Fabiana Ribeiro Rocha

Izabela de Almeida Neves

O PAPEL DO PROGRAMA DE CONTROLE AO

TABAGISMO NO COMBATE DO VÍCIO AO

TABACO

LINS – SP

2009

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CAMILA TOKUDA KOUICHI

ERICA FABIANA RIBEIRO ROCHA

IZABELA DE ALMEIDA NEVES

O PAPEL DO PROGRAMA DE CONTROLE AO TABAGISMO NO

COMBATE DO VÍCIO AO TABACO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Enfermagem sob a orientação da Profª M.Sc. Tatiana Longo Borges Miguel e orientação técnica da Profª Esp. Jovira Maria Sarraceni.

LINS – SP

2009

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Kouichi, Camila Tokuda; Rocha, Érica Fabiana Ribeiro ; Neves, Izabela de Almeida

O papel do programa de controle ao tabagismo no combate do vicio ao tabaco / Camila Tokuda Kouichi; Érica Fabiana Ribeiro Rocha; Izabela de Almeida Neves. - - Lins, 2009.

80p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Enfermagem, 2009

Orientadores: Tatiana Longo Borges Miguel; Jovira Maria Sarraceni

1. Tabagismo. 2. Programas de Saúde. 3. Vício. I Titulo

CDU 616-083

K88p

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CAMILA TOKUDA KOUICHI

ERICA FABIANA RIBEIRO ROCHA

IZABELA DE ALMEIDA NEVES

O PAPEL DO PROGRAMA DE CONTROLE AO TABAGISMO NO

COMBATE DO VÍCIO AO TABACO

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

para a obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.

Aprovada em:______/______/______

Banca Examinadora:

Prof.ª Orientadora: Tatiana Longo Borges Miguel

Titulação: Mestre em Ciências – Área de Concentração Farmacologia pela USP

– Ribeirão Preto.

Assinatura:_________________________________

1° Prof.(a): ______________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:_________________________________

2 ° Prof.(a): _____________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: ________________________________

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais Dedico este trabalho em especial aos meus pais, pois sem eles nunca teria

chego até aqui, eles que em todos os momentos se fizeram presentes e que nesses quatro anos me agüentaram, em minhas crises pré- provas, minhas reclamações dos horários, matérias, professores, as felicidades e surtos pós- provas, em todos os momentos! Gostaria que soubessem que se fosse preciso passar tudo outra vez escolheria vocês ao meu lado! Vocês são meu caminho e direção, são minha base quando me falta chão. Á vocês o meu Muito Obrigada!

Amo vocês incondicionalmente!!! Mila

Ao meu irmão Juliano

Ju, este trabalho também dedico a você, muito obrigada por contribuir na realização deste sonho, afinal foi você quem me ensinou a fazer certas coisinhas, que não foi de maneira correta, mas essencial para que eu tenha chego até aqui. Talvez não tenha percebido o quanto me encorajou e ensinou durante esses anos, afinal todo filho quer ser como você o orgulho da família.

Amo te! Mila

A todos os meus familiares

Dedico a todos vocês que direta e indiretamente me ajudaram nessa conquista, tios, tias, avós, avô, primos e primas, saiba que por menor que tenha sido a ajuda o significado é imenso e que não importa a distancia nossos corações jamais se separarão. Amo a todos vocês!

Mila A minha família Ferraz Leal

Dedico a cada um de vocês este trabalho, pois em todos esses anos tiveram um significado inexplicável em minha vida e contribuíram da melhor maneira possível para fazer deles inesquecível. Vocês são a maior e melhor prova que amor não se procura, ele simplesmente acontece! Por onde quer que eu vá, vou levar vocês pra sempre! Amo cada um de vocês!

Mila A minha companheira de monografia Érica

Não teria como não dedicar este trabalho a você, amiga, companheira, irmã, madrinha de casamento, e por tantas vezes meu projeto de mãe. Como dizem: “o valor das coisas não esta no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem”. E foram assim os 4 ano que passei ao teu lado, é Érica Cristina nossa casamento esta se acabando, mas como você mesmo me ensinou ex é pra sempre neh! “Em todo tempo ama o amigo e na angústia se faz o irmão”. Amo te cabeçuda!

Mila A minha companheira de monografia Bella

É minha agregada favorita, conseguimos! Mais uma conquista realizada. E não poderia te esquecer nesse momento (nem teria como neh?!). Enfim

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chegamos ao fim, com nossas discussões, nossos tropeços, as saidinhas pra descontrair, te dedico este trabalho. “Em todo tempo ama o amigo e na angústia se faz o irmão”. Amo você loira!

Mila A minha amada família (Pai, Mãe, Irmão, Avô)

Dedico este trabalho a vocês que tanto torcem pelo meu sucesso e acreditaram no meu potencial por todo o esforço que fizeram para que este sonho que era meu mais agora é de todos se realizasse sem vocês nada disso teria acontecido.Mesmo longe,sinto a todo o momento o amor que vocês tem por mim e a todo o instante agradeço a deus por tudo isso vocês foram muito essenciais na minha caminhada,tendo atenção compreensão amor,não mediu esforços para que esse sonho se tornasse realidade.

AMO VOCÊS DEMAIS!!! Érica

Ao meu avô

Onde quer que o senhor esteja te dedico este trabalho, os momentos que passamos juntos foi de grande aprendizado e nunca vou esquecer tudo o que você nos ensinou.

TE AMO VÔ Érica

Ao meu namorado Helder

Dedico este trabalho a você! Obrigado por estar ao meu lado, o termino da faculdade nesses últimos meses foram momentos difíceis para mim, e a sua paciência, companhia compreensão, entre outros foi importante e me ajudou a concluir esse sonho.

TE AMO MUITO!!! Érica

Amigos

Aos meus amigos de longe, perto, os de sala, de estagio podem ter certeza que vocês tiveram uma importância em todos esses anos, e a vocês que também dedico este trabalho. VALEU!

Érica Camila e Izabela

Obrigado por me agüentarem quando estava triste, estressada vocês me incentivaram foi uma longa caminhada que chegamos ao fim, cada momento que passamos juntos estarão guardados no coração (festas, briguinhas, jantas.....). Esta conquista é nossa é dedico a vocês!

AMO VOCÊS Érica

Pessoas que mais amo no mundo (Pai, Mãe, Irmão e Sobrinhos) Dedico este trabalho a vocês! Pai e mãe não tenho palavras para

agradecer tudo o que vocês fizeram por mim e se hoje cheguei onde estou é por mérito de vocês que nunca mediram esforços para que este sonho se tornasse realidade. Aos meus irmãos e sobrinhos que foram um presente de Deus, ter

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colocado pessoas maravilhosas em minha vida como vocês. Obrigado pela força que me deram todo este tempo e por acreditarem em mim. Obrigado por tudo!!!!

Amo vocês demais!!!!! Izabela

A meus amigos

Vocês são pessoas muito importantes em minha vida. Obrigado por fazer parte desta etapa tão importante, sem vocês ela não seria tão especial, obrigado por estarem sempre comigo, são muitas historias compartilhadas e muitas historias vividas juntos. Dedico a vocês este trabalho. Amo vocês!!!!!

Izabela

As minhas amigas de monografia Foram tantos momentos de alegria, tristeza, micos, desabafos, festas,

estudos durante quatro anos, né amigas? rsrs. Cada dia que se passou nossa amizade foi fortalecendo cada vez mais. Aprendi muito com vocês e quero lembrar o quanto foram essencial durante esta fase inesquecível da minha vida. Graças a nossa amizade chegamos até aqui!!!Ufa...terminamos mais uma tarefa cumprida!!! Obrigado!!! Amo vocês!!!

Izabela

As minhas avós: Izaltina (in memorian) e Antonia (in memorian)

A vida resolveu tirar vocês muito cedo de mim. Mais ela nunca vai poder tirar a educação, a dedicação e as lembranças que vivemos juntas. Algumas pessoas marcam a nossa vida pra sempre!!! Saudades imensas....Sempre amarei vocês.....

Izabela

Ao meu avô Miro

Obrigado por tudo que fez por mim até hoje, esta etapa é uma vitória nossa...

Te amo! Izabela

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AGRADECIMENTOS

A DEUS Obrigado pela força e sempre estar iluminando nossas vidas. Sempre nos

dando luz e amparo, sei que não nos colocou neste caminho por acaso, sem você nada se realizaria. Agradecemos pela benção desta conquista.

A JOVIRA Obrigado pela atenção, compreensão, carinho, por sempre acreditar em

nosso potencial, com seu carisma e bom humor fazia das aulas e orientação momento de distração e incentivo, para concluir mais uma etapa de nossas vidas e chegamos a essa vitória.

A ORIENTADORA TATIANA A nossa orientadora que através das suas experiências, sabedoria,

conhecimentos, podemos nos orientar para a conclusão desse trabalho, foram dias e noites de paciência e compreensão, sem sua ajuda e orientação este trabalho não seria concluído.

AO DR. MAURICIO Obrigado pelos ensinamentos, atenção, compreensão e em compartilhar

sua experiência em nosso trabalho. Pelos livros emprestados, obrigado pela sua ajuda e paciência. Sem você não seria possível realizar esse sonho. Obrigado por tudo!!!

AO GRUPO DE TABAGISMO DO RIBEIRO Agradecemos os participantes do grupo de tabagismo que foram

fundamentais para que nossa pesquisa se concretizasse. Muito obrigado!!!!!!

AOS NOSSOS PROFESSORES Agradecemos pelos ensinamentos, paciência e experiência que

compartilharão conosco.

AO PESSOAL DA BIBLIOTECA E LABORATORIO INFORMATICA Obrigado pela disposição, paciência e cooperação.

Camila, Érica e Izabela

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RESUMO

O tabagismo vem crescendo de forma assustadora, com isso deve-se focar cada vez mais na prevenção e controle do tabagismo. O tabagismo pode ser considerado como doença crônica e curável, que infelizmente, na maioria dos pacientes fumantes será necessário mais de uma tentativa de cessação para que esta possa ser alcançada de forma definitiva. O fumo é o fator de risco mais importante para adoecimento e mortalidade prematura, que pode ser modificada. A base do tratamento do fumante pode ser a abordagem cognitivo-comportamental, podendo ser utilizado um apoio medicamentoso em condições específicas. A soma do conhecimento dos profissionais das diversas áreas da saúde é essencial na sensibilização do indivíduo tabagista. Entender porque se fuma e como o hábito de fumar interfere na saúde, alternativas para superar os obstáculos com o objetivo de não haver recaídas e por fim os benefícios obtidos após parar de fumar, se constituem fatores primordiais para o sucesso do tratamento. Conclui-se que o programa de controle ao tabagismo contribui com o abandono do vicio ao tabaco, tendo assim grande importância na vida dos tabagistas, auxiliando na diminuição das doenças relacionadas ao tabaco e proporcionando uma melhor qualidade de vida dos participantes. O trabalho em grupo é coordenado pelo médico, onde são realizadas terapias semanais, promovendo uma troca de experiências e proporcionando um grande incentivo aos participantes a abandonar o vício ao tabaco. Essa pesquisa tem o objetivo de mostrar a eficácia do programa do tabagismo em relação às medidas terapêuticas utilizadas e a ajuda de profissionais de saúde que atuam no mesmo. Desta forma, foi realizado um estudo de caso na Unidade Básica de Saúde Dr. Péricles da Silva Pereira da cidade de Lins, o grupo atual é formado por um grupo de vinte tabagistas, que são utilizadas terapias com os participantes, consulta com o médico e distribuição de medicamentos. Destaca-se a importância da equipe multidisciplinar e interdisciplinar para um melhor resultado no programa.

Palavras-chave: Tabagismo. Programas de Saúde. Vício.

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ABSTRACT

Smoking has been growing at an alarming rate; with it should focus increasingly on prevention and control of smoking. Cigarette smoking may be regarded as chronic and curable, unfortunately, the majority of smokers will take more than an attempt to quit so that it can be achieved in a definitive way. Smoking is the single most important risk for illness and premature mortality, which can be modified. The basis of the smoking cessation therapy may be the cognitive-behavioral approach, which can be used to support medical conditions. The sum of the knowledge of professionals in different fields of health is essential to raise the individual smoker. Understanding why you smoke and how smoking interferes with health, including strategies for overcoming obstacles to avoid relapse and finally the benefits after quitting, whether they are primary factors for the success of treatment. We conclude that the driver contributes to smoking cessation of tobacco addiction, and thus important in the lives of smokers, assisting in the reduction of smoking-related diseases and providing a better quality of life of participants. Group work is coordinated by the physician, which are held weekly therapies, promoting an exchange of experiences and providing a strong incentive for participants to quit tobacco. This research aims to show the effectiveness of the program of smoking in relation to the therapeutic measures used and the help of health professionals who work with it. Thus, we performed a case study in the Basic Health Dr. Pericles da Silva Pereira of the city of Lins, the current group is formed by a group of twenty-smokers, therapies that are used with the participants, consultation with the doctor and distribution of medicines. It highlights the importance of multidisciplinary and interdisciplinary approach to a better result in the program.

Keywords: Smoking. Health Programs. Addiction.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Classificação Internacional de Doenças (CID – 10) ................ 22

Quadro 2: Composição da equipe ........................................................... 36

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Distribuição do histórico dos participantes de acordo com

gênero ...................................................................................................... 45

Tabela 2: Distribuição do histórico dos participantes de acordo com

a faixa etária ............................................................................................ 45

Tabela 3: Distribuição do histórico dos participantes de acordo com o

estado civil ............................................................................................... 46

Tabela 4: Distribuição do histórico dos participantes de acordo com o

nível de escolaridade ............................................................................... 46

Tabela 5: Distribuição do histórico dos participantes de acordo com a

idade em que começou a fumar .............................................................. 47

Tabela 6: Distribuição do histórico dos participantes de acordo com a

procura pelo programa ............................................................................. 47

Tabela 7: Distribuição do roteiro de entrevista dos participantes do

programa de acordo com sexo. ............................................................... 48

Tabela 8: Distribuição do roteiro de entrevista dos participantes do

programa de acordo com a faixa etária. .................................................. 49

Tabela 9: Distribuição do roteiro de entrevista dos participantes do

programa de acordo com o estado civil. .................................................. 49

Tabela 10: Distribuição do roteiro de entrevista dos participantes do

programa de acordo com o nível de escolaridade ................................... 50

Tabela 11: Distribuição do roteiro de entrevista dos participantes do

programa de acordo com hábitos tabagistas ........................................... 50

Tabela 12: Distribuição do roteiro de entrevista dos participantes do

programa de acordo com quantidade de maço de cigarros consumidos

por dia .. .................................................................................................. 51

Tabela 13: Distribuição do roteiro de entrevista dos participantes do

programa de acordo com método utilizado para combater o tabaco ....... 51

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Tabela 14: Distribuição do roteiro de entrevista dos participantes do

programa de acordo com tempo que está inserido no programa............. 51

Tabela 15: Distribuição da lista de espera de acordo com o sexo ........... 53

Tabela 16: Distribuição da lista de espera de acordo com a faixa etária . 53

Tabela 17: Distribuição da lista de espera de acordo com o estado civil . 54

Tabela 18: Distribuição da lista de espera de acordo com o nível de

escolaridade............................................................................................. 55

Tabela 19: Distribuição da lista de espera de acordo com a idade em que

começou a fumar .................................................................................... 55

Tabela 20: Distribuição da lista de espera de acordo com a procura pelo

Programa ................................................................................................. 56

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACTH – Hormônio Adrenocorticotrófico

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

APS - Atenção Primaria à Saúde

AVC - Acidente Vascular Cerebral

CEP – Código de Endereçamento Postal

CEP - Comitê de Ética em Pesquisa

CID – 10 – Classificação Internacional de Doenças

CRATOD – Centro de Referencia de Álcool, Tabaco e Outras Drogas

DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

FC – Frequência Cardíaca

HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica

IAM – Infarto Agudo do Miocárdio

IMC – Índice de Massa Corporal

INCA – Instituto Nacional de Câncer

IVAS – Infecção das Vias Aéreas Superiores

MMII- Membro inferior

OMS – Organização Mundial de Saúde

PA – Pressão Arterial

PCT – Programa de Controle ao Tabagismo

PNCT – Programa Nacional de Controle do Tabagismo

RX – Raio X

SHS – Second Hand Smoking

SUS – Sistema Único de Saúde

TFDN – Teste de Fagerström para Dependência Nicotínica

TRN – Tratamento de Reposição de Nicotina

UBS – Unidade Básica de Saúde

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................... 14

CAPÍTULO I - TABAGISMO EM SAÚDE PÚBLICA ............................... 17

1 ASPECTOS HISTÓRICOS DO TABACO .................................. 17

1.1 O fumo como problema de saúde pública ................................... 18

1.2 Tabagismo no Brasil.................................................................... 20

1.3 Aspectos gerais do tabagismo .................................................... 21

1.4 Dependência a nicotina ............................................................... 22

1.4.1 Mensuração da dependência à nicotina ...................................... 24

1.4.2 Síndrome de abstinência ............................................................. 24

1.5 Tipos de tabagistas ..................................................................... 26

1.5.1 Tabagista ativo ............................................................................ 26

1.5.2 Tabagista passivo ....................................................................... 26

1.6 Tratamento do tabagismo ........................................................... 27

1.6.1 Fármacos nicotínicos .................................................................. 29

1.6.2 Fármacos não-nicotínicos ........................................................... 30

1.6.3 O programa nacional de controle do tabagismo .......................... 30

CAPÍTULO II - PROGRAMA DE CONTROLE AO TABAGISMO NA

UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DR. PÉRICLES DA SILVA PEREIRA .. 33

2 ATENÇÃO BÁSICA .................................................................... 33

2.1 Unidade Básica de Saúde Dr. Péricles da Silva Pereira ............. 34

2.1.1 Área física ................................................................................... 35

2.1.2 Área de abrangência ................................................................... 35

2.1.3 População estimada .................................................................... 35

2.1.4 Horário de atendimento ............................................................... 36

2.1.5 Serviços oferecidos ..................................................................... 36

2.1.6 Composição da equipe ................................................................ 36

2.1.7 Programas disponíveis ................................................................ 37

2.2 Programa de Controle ao Tabagismo da UBS ............................ 37

2.2.1 Implantação do programa ........................................................... 38

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2.2.2 Equipe de saúde atuante no programa ....................................... 39

2.2.3 Usuários ...................................................................................... 39

2.2.4 Medidas terapêuticas .................................................................. 40

CAPÍTULO III - A PESQUISA ................................................................. 42

3 INTRODUÇÃO ............................................................................ 42

3.1 Métodos ...................................................................................... 42

3.1.1 Estudo de caso ........................................................................... 43

3.1.2 Método de observação sistemática ............................................. 43

3.1.3 Método histórico .......................................................................... 43

3.2 Técnicas ...................................................................................... 43

3.3 Apresentação e análise dos dados ............................................. 44

3.3.1 Resultados obtidos na coleta de dados do Histórico dos

Participantes ............................................................................................ 44

3.3.2 Resultados obtidos através do Roteiro de Entrevista para os

Participantes do Programa ...................................................................... 48

3.3.2.1 O que o levou a procurar o programa ......................................... 52

3.3.3 Lista de espera ............................................................................ 53

3.3.4 Depoimento dos profissionais ..................................................... 56

3.3.4.1 Palavra do médico....................................................................... 56

3.3.4.2 Palavra da enfermeira ................................................................. 57

3.3.4.3 Palavra do farmacêutico .............................................................. 58

3.4 Discussão .................................................................................... 59

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ............................................................ 63

CONCLUSÃO .......................................................................................... 64

REFERÊNCIAS ....................................................................................... 65

APÊNDICES ............................................................................................ 70

ANEXOS .................................................................................................. 83

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14

INTRODUÇÃO

O tabagismo tem sido considerado um problema de saúde publica

mundial. São previstas para 2020, mais de dez milhões de morte no mundo por

doenças tabaco - relacionadas. Torna-se, portanto, importante aprimorar

formas de tratamento aos fumantes que queiram parar de fumar e busquem

ajuda por não se sentirem capazes de consegui-lo sozinhos. (ISMAEL, 2007).

O tabagismo é o ato de se consumir cigarros ou outros produtos que

contenham tabaco, cuja droga ou princípio ativo é a nicotina. Os fumantes são

classificados em passivo e ativo, sendo que os ativos são os que praticam o

tabagismo, regular e continuamente e os passivos são os que, apesar de não

praticarem o tabagismo, freqüentam ambientes poluídos com as substâncias

da fumaça do cigarro. (NEME, 2008; MORAES, 2006).

O tabaco pode ser usado de diversas maneiras de acordo com sua

forma de apresentação: inalado pode ser através do cigarro, charuto e cigarro

de palha; aspirado conhecido como rapé; mascado em forma de fumo-de-rolo,

porém sob todas as formas ele é maléfico à saúde, mas todas as formas de

uso do tabaco, inclusive os cigarros com mentol, filtros especiais, com baixos

teores como o light e extra light, têm uma composição semelhante, não

havendo, portanto, cigarros saudáveis ou cachimbos e charutos que façam

menos mal.

Cerca de 70% dos fumantes querem parar de fumar, mas poucos

conseguem ter sucesso, sendo que a maior parte deles precisa de cinco a sete

tentativas antes de deixar o cigarro definitivamente. (BOTELHO; GORAYEB;

RONDINA, 2007).

A dependência à nicotina é uma desordem complexa e difícil de ser

superada. A motivação para deixar o hábito é um dos fatores mais importantes

na cessação do tabagismo.

Como fator fundamental no combate ao tabagismo foram criados em

todo o Brasil programas de controle do tabagismo.

Peduzzi; Palma (2000), afirmam que: “programas são esforços

sistemáticos para obtenção de propósitos pré-planejados como a melhoria da

saúde, conhecimentos, comportamento, atitudes e praticas”.

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15

Em todo o mundo, é crescente o número de unidades de saúde que,

conscientes de suas responsabilidades quanto a qualidade de vida de seus

usuários, vem implementando programas de controle do tabagismo, esse

partem da constatação de um número elevado de fumantes na população

geral. (MORAES, 2006).

Os programas de controle do tabagismo devem ser eminentemente

educativos, atuando-nos diversos segmentos da população, conseguindo influir

em menor tempo, sobre o consumo do tabaco, baixando a prevalência dos

fumantes.

A implantação de programas de controle do tabagismo na área da saúde

mostra-se de suma importância, porém, em nosso pais, são poucos os

hospitais que desenvolvem esse tipo de atividade de forma continua e

sistematizada e, quando implantados, a maioria deles não é avaliada.

Avaliar consiste fundamentalmente em fazer um julgamento de valor a

respeito de uma intervenção ou sobre qualquer um de seus componentes, com

o objetivo de ajudar na tomada de decisões. (WESTPHAL, 2001).

A área de avaliação de programas vem sendo considerada, de forma crescente, uma importante ferramenta de apoio as decisões na implementação das políticas de saúde, sendo que, cada vez mais, torna-se imprescindível implementar atividades de avaliações continuas sobre a eficácia em programas de saúde, para subsidiar o direcionamento correto na tomada de decisão (MORAES, 2006, p.25).

Uma vez que o tabagismo tem sido considerado um problema de saúde

pública mundial, resultando em uma alta morbi-mortalidade, todos os estudos

que possibilitam melhorar o atendimento aquele que quer parar de fumar são

importantes.

Este trabalho tem como objetivo descrever a implantação do programa;

caracterizar os usuários do programa; avaliar as medidas terapêuticas

utilizadas no programa e descrever o papel da equipe de saúde e do

enfermeiro do programa.

A pesquisa se baseou no seguinte questionamento: o programa de

controle do tabagismo contribui com o abandono do vício ao tabaco?

Em resposta a este problema, levantou-se a hipótese que fundamentou

o trabalho: os pacientes que freqüentem o grupo de tabagismo devem atingir o

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16

objetivo de parar com o consumo do tabaco, através das medidas terapêuticas

e da ajuda dos profissionais de saúde que atuam no programa.

Foram utilizados estudo de caso que abordaram o histórico do paciente,

tempo de tratamento e se houve cessação do vicio ou não, observação as

consultas e terapias em grupo realizadas com os participantes do programa de

controle ao tabagismo, entrevista com os participantes e questionários.

Para comprovar a veracidade dessa hipótese, foi realizado um estudo de

caso que será detalhado no capitulo III.

O trabalho apresenta a seguinte divisão:

Capitulo I – descreve aspectos gerais do tabagismo.

Capitulo II – descreve o local da pesquisa.

Capitulo III – descreve a pesquisa e os resultados obtidos.

A finalização do trabalho se dá com a proposta de intervenção e a

conclusão.

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17

CAPÍTULO I

TABAGISMO EM SAÚDE PÚBLICA

1 ASPECTOS HISTÓRICOS DO TABACO

O tabaco é uma erva que o ser humano tem utilizado há mais de 300

anos. A planta ganhou o nome de Nicotiana após Jean Nicot, um embaixador

francês em Portugal, que em 1560, exaltou em público a virtude do tabaco

como agente curativo. (SILVA, 2004).

Segundo o Ministério da Saúde, o tabaco é uma erva da família das

solanáceas, têm folhas longas, amplas e macias, suas flores são vistosas e

róseas, seu nome científico é Nicotiana Tabacum, da qual é extraída uma

substância chamada nicotina. Suas folhas quando dessecadas, constituem o

fumo ou tabaco. (BRASIL, 2002).

Usado inicialmente nas Américas, com propósitos religiosos e em

cerimoniais, o tabaco, em 1492, começou a ser levado para a Europa. Em

1884, foi patenteada a primeira máquina para manufaturar cigarros por James

A. Bonsack, produzindo 120.000 cigarros em 10 horas. Apesar de alguns

manifestos na época sobre possíveis malefícios do tabaco, seu uso em forma

de cigarros cresceu assustadoramente, chegando a uma frequência de 80%

nas coortes militares na Segunda Guerra. (ROSEMBERG, 1997).

De acordo com Simas, 2009 durante um bom tempo houve apenas uma

forma de consumo do tabaco: o cachimbo. Depois de quase três séculos da

chegada da planta na Europa é que novas modalidades foram surgindo.

Primeiro o rapé, para ser inalado, depois veio à fase do charuto e por fim, o

cigarro.

Na evolução dos produtos do tabaco, principalmente na indústria do fumo, vieram os cigarros de baixo teor, que possuem uma quantidade menor de nicotina e outras substâncias. Mas a consequência disso é o aumento do consumo de cigarros por dia e não a diminuição da absorção de nicotina, já que o organismo do fumante em

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dependência busca uma quantidade já determinada do principio ativo e não do cigarro em si. (SIMAS, 2009, p.1).

Atualmente, o tabaco é cultivado em todas as partes do mundo, sendo

responsável por uma enorme atividade econômica que envolve milhões de

dólares. Apesar do grande malefício que provoca à sociedade, o tabaco é uma

das drogas mais consumidas mundialmente. (BRASIL, 2001).

1.1 O fumo como problema de saúde pública

De acordo com o INCA (2003), 30% da população adulta mundial são

fumantes e quatro milhões de pessoas morrem anualmente por causas

relacionadas ao tabagismo, o que equivale a 11 mil mortes por dia. A epidemia

do consumo de tabaco no mundo é responsável por mais mortes que cocaína,

heroína, álcool, incêndios, acidentes de carro, homicídios e AIDS somados.

O tabagismo é considerado a principal causa prevenível de morte nos países desenvolvidos. O uso de tabaco geralmente se inicia na adolescência e aproximadamente um terço dos fumantes tenta parar de fumar a cada ano, porém menos de 10% conseguem. Transtornos de pais fumantes são preditores de tabagismo precoce. (VIEGAS, 2007, p.185).

Diversas pesquisas científicas demonstraram que 56 doenças diferentes

estão relacionadas ao consumo de cigarro, reforçando o fato de o tabagismo

ser considerado pela OMS, um dos mais graves problemas de saúde pública,

não somente nos países desenvolvidos, como também em países em

desenvolvimento. (ROSEMBERG, 2002).

Parar de fumar é o fator de risco mais importante para o adoecimento e mortalidade prematura, que pode ser modificado. O tabagismo é fator de risco para as quatro principais causas de morte: doença cardíaca, câncer, acidente vascular encefálico e doença pulmonar obstrutiva crônica. Aproximadamente cerca de um terço a metade dos fumantes morrerão de enfermidade tabaco-relacionada, e para cada morte existem 20 outros pacientes sofrendo de doença relacionada ao tabaco. (VIEGAS, 2007, p.241).

Apesar das evidências da associação do tabaco a várias patologias e

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sua incidência estar diminuindo em alguns países, sabe-se que alguns

tabagistas têm muita dificuldade para manter a abstinência tornando a sua

abordagem um desafio para os profissionais que trabalham na área da saúde.

(CASTRO, 2007).

Além das consequências negativas relacionadas com a saúde, o

tabagismo provoca enormes custos sociais, econômicos e ambientais. Quanto

ao meio ambiente, destaca-se a poluição por pesticidas e fertilizantes durante o

plantio e o desflorestamento necessário para o plantio da folha de tabaco. Em

alguns países em desenvolvimento, o desflorestamento do tabaco atinge 5%

do desflorestamento total. (OLIVEIRA, 2008).

Financeiramente, a perda que o tabagismo gera na economia mundial é de 200 bilhões de dólares por ano, o que equivale a, aproximadamente, 500 bilhões de reais. Este valor é calculado pelo Banco Mundial e diz respeito à soma de vários fatores como tratamento das doenças relacionadas ao tabaco, mortes de pessoas em idade produtiva, maior índice de aposentadorias precoces, aumento no índice de faltas ao trabalho e menor rendimento produtivo. (BANCO MUNDIAL, 1999).

Dados demonstram que cerca de 16% dos homens e 9% das mulheres

na fase adulta fumam cigarros. Demonstraram também que o tabagismo

continua presente em 3 a 12,1% dos adolescentes. Essa diminuição é

decorrente das intensas campanhas antitabagística e de novos programas de

prevenção e controle do tabagismo, desenvolvidos e financiados pelo Ministério

da Saúde abrangendo uma porção maior da sociedade. (MORAES, 2006).

Não havendo uma mudança de curso da exposição mundial ao

tabagismo, a Organização Mundial de Saúde estima que o número de

fumantes passará do ano 2000 a 2030 de 1,2 bilhões para 1,6 bilhões e que o

número de mortes anuais atribuíveis ao tabagismo aumentará de 4,9 milhões

para 10 milhões, sendo que 70% ocorrerão nos países menos desenvolvidos.

(OLIVEIRA, 2008).

Desta forma, o interesse de diversos setores da sociedade em programa

de controle do tabagismo, vem ocorrendo de forma muito eficaz. Há algumas

datas determinadas para o controle do tabaco como o Dia Mundial Sem

Tabaco, 31 de maio e o Dia Nacional de Controle do Tabaco, 29 de agosto.

(ROEDER, 2003).

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20

1.2 O tabagismo no Brasil

O Brasil há vários anos tem investido esforços para o combate ao

tabagismo, tentado de diversas formas e por diferentes meios a

conscientização da população para os malefícios do tabaco.

No Brasil um dos primeiros e notórios documentos é a “Carta de Salvador”, redigida em março de 1979. Relata os prejuízos econômicos e os malefícios à saúde provenientes do tabaco, retrata o tabagismo no Brasil, indica as medidas fundamentais de luta antitabagista e constitui um verdadeiro grito de alerta. Logo a seguir, em julho de 1979, em São Paulo, por iniciativa da Sociedade Brasileira de Cancerologia, elaborou-se o Programa Nacional de Combate ao Fumo com medidas propostas como a solicitação ao Congresso Nacional da instituição de Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o tabaco e saúde; estimular o Governo a adotar medidas legislativas contra o tabagismo; estabelecer incentivos fiscais para a conversão das culturas de tabaco em outras de maior interesse comunitário; desencorajamento de investimentos de capital em indústrias de tabaco. Em Abril de 1980 realizou-se em Vitória a Primeira Conferência Brasileira de Combate ao Tabagismo com contribuições nacionais, na qual se debateram três temas: efeitos nocivos do fumo do cigarro nos fumantes involuntários e direito dos não-fumantes; prevalência do tabagismo; história natural do fumante. (ROSEMBERG, 1981, p. 299).

A legislação brasileira, considerada uma das mais fortes do mundo,

representa um indicador positivo no processo evolutivo do combate ao

tabagismo. Desde 2000, a propaganda de produtos de tabaco é proibida em

revistas, jornais, TV, rádio, internet, outdoors, sendo permitida apenas nos

pontos internos de venda. O patrocínio de eventos culturais e esportivos por

marcas de cigarro é proibido no Brasil desde 2003, exceto para eventos

internacionais que tenham sede em outros países. Além disso, durante a

transmissão de eventos internacionais patrocinados por marcas de cigarro, as

emissoras nacionais são obrigadas a apresentarem mensagens de

advertências. Além disto, as companhias de tabaco são obrigadas a inserirem

advertências com imagens ilustrativas nas embalagens dos produtos de

tabaco. É proibida ainda o uso de descritores como light, ultra light, suave e

outros. O fumo é proibido em ambientes públicos fechado e a venda de

produtos de tabaco para menores. A Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA),

um órgão para controle e fiscalização do Ministério da Saúde, fiscaliza o

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cumprimento da lei que limita conteúdos, emissões e atividades de promoção

dos mesmos. (INCA, 2003).

No dia 07 de maio de 2009 foi criada a lei Nº 13.541 (ANEXO D), que

proíbe o uso de cigarro e demais produtos derivados do tabaco nos ambientes

fechados, esta lei antifumo prevê multa e até suspensão das atividades aos

proprietários de bares e restaurantes fechados e também na calçada, se

cobertas por toldos. Além disso, fica proibido fumar em casas de espetáculo,

ambientes de trabalho, estudo, culto religioso, lazer, esporte e entretenimento,

bibliotecas, espaços de exposições, veículos de transporte coletivo, táxis e nas

áreas comuns de condomínios. Em estádios de futebol, tabacarias e cultos

religiosos, quando o tabaco faz parte da cerimônia, ou ainda quartos de hotéis

e motéis, estão livres da fiscalização.

De acordo com Viegas (2007), o Brasil tem avançado a passos largos

para uma política intersetorial de peso no controle do tabagismo e para o

fortalecimento e cumprimento efetivo das leis de controle do tabagismo, com

ações educativas, legislativas e econômicas com vistas a prevenir a iniciação

do tabagismo, proteger a população da exposição involuntária às substâncias

tóxicas da fumaça dos produtos do tabaco e apoiar os fumantes no processo

de cessação.

1.3 Aspectos gerais do tabagismo

Segundo estatísticas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) com

pesquisa realizada em 2004, estimam-se 200 mil óbitos anuais relacionados ao

fumo no Brasil e que um terço da população adulta fuma, correspondendo a

16,7 milhões de homens e 11,2 milhões de mulheres.

O Brasil é hoje o quarto maior produtor de tabaco no mundo, desde

1993, ocupa o primeiro lugar na exportação mundial. Isso é resultado do baixo

custo do tabaco brasileiro, já que a mão-de-obra é barata e o preço final acaba

sendo menor que em outros lugares. (SIMAS, 2009).

De 1990 para 2005, observa-se redução da prevalência de fumo

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entre os adultos, sendo a mesma mais evidenciada para o sexo masculino que para o sexo feminino. O tabagismo nos adolescentes mostra um aumento da prevalência da década de 1980 para 1990, com posterior redução até o ano de 2005. Enquanto no sexo masculino esta redução tem sido ao redor de 40%, no sexo feminino está ao redor de 10%. As prevalências de tabagismo no país ainda são muitos altas, sendo que o grupo de mulheres e, especialmente, os adolescentes femininos são os que vêm apresentando menor redução (VIEGAS, 2007, p. 9).

Segundo Menezes; Silva (2001), no Brasil, calcula-se que nos últimos 30

anos, um milhão de mortes sejam também atribuíveis ao tabagismo. Estas

mortes poderiam ser atribuídas à exposição tabágica correspondendo à queima

de aproximadamente 2.700.000 toneladas de tabaco, de 3.690.689.000

cigarros, gerando 50.000 toneladas de alcatrões, outro tanto de monóxido de

carbono e 50 toneladas de amônia. Tudo isso em busca de 4 mil toneladas de

nicotina.

1.4 Dependência à Nicotina

A nicotina é amplamente reconhecida como tendo grande capacidade de

causar dependência.

A dependência da nicotina é um comportamento tão virulento que

embora 70% dos fumantes desejem parar de fumar, apenas 5% destes

conseguem fazê-lo por si mesmos. Isto ocorre porque o comportamento do

fumar não apenas causa doenças, mas é, ele mesmo, uma doença: a

dependência a nicotina. (ALVES; GIGLIOTI; LARANJEIRA, 2005).

Essa dependência pode ser observada numa faixa muito completa,

desde a simples dependência psíquica em que, em alguns momentos, o

individuo precisa de fumar por alguma condição externa, até uma atitude mais

intrínseca de dependência orgânica.

De fato, a dependência do tabaco é classificada como doença mental e

comportamento na Classificação Internacional de Doenças (CID – 10).

Algumas inserções podem ser vistas no quadro 1.

(Continua) F 17 Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de fumo

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(Conclusão)

F 17.2 Síndrome de dependência nicotínica

F 17.3 Estado de abstinência nicotínica

Z 72 Problemas relacionados com estilo de vida

Z 81.2 História familiar de abuso de fumo

T 65.2 Efeito tóxico do tabaco e da nicotina

Fonte: Viegas, 2007, p.25.

Quadro 1: Classificação Internacional de Doenças (CID – 10).

Segundo Ismael (2007, p. 14), “a dependência significa uma

necessidade compulsiva do uso da droga e o resultado disto, é que o cigarro

passa a ser controlador do comportamento do individuo”.

Quando o fumante dá uma tragada, a nicotina é absorvida pelos

pulmões, chegando ao cérebro geralmente em 9 segundos. Quando chega ao

Sistema Nervoso Central, atua como um agonista do receptor nicotínico da

acetilcolina. Possui propriedades de reforço positivo e viciantes devido à

ativação da via dopaminérgica mesolímbica. Aumenta também as

concentrações da adrenalina, noradrenalina, vasopresina, beta endorfinas,

ACTH e cortisol, que parecem influir nos seus efeitos estimulantes. (VIEGAS,

2007).

Uma maneira simples de qualificar se o indivíduo é dependente ou não é

constatar se ele pode ficar muito tempo sem o cigarro. Se tiver muita

dificuldade para ficar muito tempo sem o cigarro, esse elemento é o que se

pode classificar de dependente, por outro lado, se tiver relativa facilidade para

deixar de fumar, provavelmente esse indivíduo não seja um dependente.

A nicotina possuiu propriedades que desencadeiam sensações

prazerosas, refletidas na procura compulsiva da droga e no aparecimento da

síndrome de abstinência, com sintomas de ansiedade após suspensão do seu

uso.

Os sintomas desagradáveis da síndrome, que podem aparecer já com a redução de menos de 50% da carga tabágica diária, tendem a surgir cerca de 8 horas após o último cigarro, atingem seu auge em 3 ou 4 dias, podendo durar vários meses. Geralmente a síndrome é caracterizada por procura compulsiva da droga, depressão, ansiedade, dificuldade de concentração, disforia, aumento do apetite, insônia, irritabilidade, frustração, raiva, agitação e diminuição da frequência cardíaca com duração média de 4 a 8 semanas, sendo a principal causadora das recaídas. Contudo, a busca compulsiva por nicotina, o aumento do apetite e a diminuição da concentração, por

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exemplo, podem permanecer por vários meses ou anos. (VIEGAS, 2007, p.27).

Quanto mais dependente da nicotina for o fumante, maior será a

possibilidade e/ou gravidade da síndrome de abstinência durante a suspensão

do tabagismo, assim como maior será a dificuldade de manter a abstinência em

longo prazo.

1.4.1 Mensuração da Dependência à Nicotina

Elaborado pelo médico dinamarquês Karl Fagerström, em 1974, o Teste

de Fagerström para Dependência Nicotínica (TFDN) (ANEXO C), é o teste

mais comum utilizado para avaliar a dependência à nicotina e é utilizado em

todo o mundo.

Segundo Viegas (2007), o objetivo do TFDN é a identificação e

mensuração da dependência nicotínica e sua utilização como instrumento de

ajuda na decisão do tratamento do tabagismo.

O questionário TFDN fundamenta-se em seis suposições maiores com

as quais estaria relacionada à dependência nicotínica e que seria o reflexo do

comportamento frente ao fumo, independente das interpretações pessoais.

Cada resposta recebe uma pontuação, quanto maior a pontuação maior o grau

de dependência à nicotina. A pontuação varia de 0 a 10.

1.4.2 Síndrome de abstinência

Estado de abstinência: É um conjunto de sintomas, de agrupamento e gravidade variáveis, ocorrendo em abstinência absoluta ou relativa de uma substância, após uso repetido e usualmente prolongado e/ou de altas doses daquela substância. O início e curso do estado de abstinência são limitados no tempo e relacionados ao tipo de substância e a dose que vinha sendo utilizada imediatamente antes da abstinência. O estado de abstinência pode ser complicado por convulsões. (CID-10, 2003, p. 76).

O Conselho Nacional de Saúde relata sobre a abstinência do cigarro:

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25

a) Após 20 minutos: a pressão arterial, a frequência do pulso e a

temperatura das mãos e pés tende a normalizar.

b) Após 8 horas: o nível de monóxido de carbono no sangue diminui,

aumenta o nível de oxigenação no sangue.

c) Após 24 horas: diminui riscos de problemas cardíacos.

d) Após 48 horas: as terminações nervosas começam a regenerar-se, o

olfato e o paladar ficam mais aguçados, ocorre à diminuição do

monóxido de carbono no organismo e uma diminuição em torno de

50% de chance de infarto.

e) Após 72 horas: a árvore brônquica relaxa favorecendo a respiração,

a capacidade pulmonar aumenta e a sua função aumenta em até

30%.

f) Após 2 semanas a três meses: a circulação sanguínea aumenta e a

prática da atividade física torna-se menos cansativa.

g) De 1 a 9 meses: diminui a tosse, a congestão nasal, a fadiga e a

dispnéia (falta de ar); movimento ciliar dos brônquios volta ao normal,

purificando os pulmões e reduzindo os riscos de infecções

respiratórias e aumento da capacidade física. (MORAES, 2006).

Segundo Dórea (2004), a síndrome de abstinência da nicotina atinge

vários aspectos:

Psicológicos:

a) Humor eufórico ou deprimido;

b) Insônia e sonolência diurna;

c) Irritabilidade, frustração, raiva;

d) Ansiedade;

e) Dificuldade de concentração;

f) Inquietação;

g) Fissura.

Biológicos:

a) Frequência cardíaca diminuída;

b) Pressão arterial diminuída;

c) Aumento do apetite;

d) Ganho de peso;

e) Tremores;

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f) Tosse;

g) Constipação, diarréia.

Sociais

a) Relacionamento social instável em consequência da ansiedade.

1.5 Tipos de tabagistas

Os tabagistas são classificados de acordo com a maneira que o tabaco

é consumido, podendo ser ativo e/ou passivo.

1.5.1 Tabagismo ativo

Segundo Neme (2008), o tabagismo é o ato de se consumir cigarros ou

outros produtos que contenham tabaco, cuja droga ou princípio ativo é a

nicotina.

São considerados tabagistas ativos os que praticam o tabagismo,

regular e continuadamente, independente da forma de apresentação do tabaco,

sendo que estas podem ser inalado através do cigarro, charuto e cigarro de

palha, aspirado popularmente conhecido como rapé, mascado em forma de

fumo-de-rolo, e independente também de serem com mentol, filtros especiais,

com baixos teores como o light e extra light, salientando que sob todas as

formas é maléfico à saúde. (MORAES, 2006).

1.5.2 Tabagismo passivo

O tabagismo passivo é definido como a exposição involuntária de pessoas não-fumantes às substâncias produzidas pela combustão do tabaco em ambientes fechados. O tabagismo passivo ou second-hand smoking (SHS) é atualmente considerado como a terceira causa de morte evitável nos países desenvolvidos, ficando atrás apenas do

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tabagismo ativo e do alcoolismo. (INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, 2004, p. 21).

O fumante passivo é aquele que apenas inala a fumaça de derivados do

tabaco, como o cigarro, cigarro de palha, o charuto, o cachimbo e outros,

através da convivência com fumantes, principalmente em ambientes fechados,

ou seja, é aquele que absorve as substâncias do tabaco sem ser fumante.

A maior parte do tempo total de consumo de um cigarro corresponde à

fumaça que sai silenciosamente do processo de queima, a qual contém todos

os componentes tóxicos e em proporções elevadas. (MORAES, 2006).

A presença da fumaça do tabaco nas casas, locais de trabalho, dentro

dos carros ou em ambientes de lazer condiciona a existência dos fumantes

passivos. Os expostos involuntariamente a esta fumaça adquirem uma pré-

disposição a diversas patologias e a maioria das suas vítimas são indefesas e

não tem opção de sair do ambiente, pois moram no útero materno ou em lares

de pais fumantes.

O tabagismo passivo expõe os não fumantes a sofrerem uma perda

gradativa e substancial de suas vidas.

1.6 Tratamento do tabagismo

Deve-se sempre considerar o tabagismo como doença crônica e curável

que, infelizmente, na maioria dos pacientes fumantes, será necessária mais de

uma tentativa de cessação para que esta possa ser alcançada de forma

definitiva.

De acordo com Rosemberg (2007), a cessação do tabagismo é um

processo, mais que um evento específico. Ele se inicia com a decisão de parar

de fumar e só termina com a abstinência mantida por longo período. Mais

ainda, parar de fumar é uma mudança de comportamento, na qual o paciente é

o sujeito ativo de sua própria mudança. Os fumantes esperam e apreciam a

abordagem, por profissionais de saúde, que deve sempre ser feita com carinho

e de maneira respeitosa.

Segundo Laranjeira; Giglioti; Alves (2005), parar de fumar é um processo

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dinâmico que se repete ao longo do tempo e tem diferentes estágios. Em cada

um deles, o indivíduo lança mão de diferentes processos cognitivos e

comportamentais.

Prochaska propôs cinco estágios diferentes neste processo:

a) A pré-comtemplação, caracterizada pela ausência de intenção de

mudar o comportamento. O indivíduo não percebe, no caso, o ato de

fumar como um problema.

b) A contemplação implica alguma consciência do problema. Ele é

percebido, existe a intenção de mudar, mas não existe noção de

quando, não há um compromisso em relação a isto.

c) A preparação é o estágio prévio à ação. Existe intenção de mudar, o

indivíduo já tem algumas iniciativas em relação à mudança, mas a

ação ainda não está efetivada.

d) Ação já é uma mudança de comportamento para tentar resolver o

problema. O indivíduo despende tempo, procura tratamentos, e

promove mudanças que devem ser duráveis.

e) Manutenção é o estágio no qual tais mudanças devem ser

consolidadas, abrangendo tudo que foi conquistado no estágio da

ação.

O problema é que estes estágios não ocorrem de forma linear no processo de mudança, mas sim em forma de espiral, ou seja, o indivíduo pode estar em um estágio mais adiantado, em algum momento por qualquer motivo, regredir a um estágio anterior e depois conseguir evoluir de novo. (ISMAEL, 2007, p. 28-29).

Segundo Alves; Giglioti; Laranjeira (2005) existem métodos diretos e

indiretos de parar de fumar, sendo que os métodos indiretos são aqueles que

influenciam o fumante à abandonar o cigarro, sem que haja um contato direto

com ele, com ênfase na saúde pública. Tendo como exemplo a realização de

campanhas educacionais anti-fumo; elaboração de normas sociais como a

proibição do fumo em lugares públicos; e a aplicação de altos impostos sobre o

cigarro. Estas intervenções têm como foco a comunidade, são menos custosas

e produzem taxas de abstinências mais baixas. Os métodos diretos envolvem a

utilização de fármacos, realização de psicoterapia, ou somente

aconselhamento por um profissional de saúde a respeito da maneira mais

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adequada de deixar de fumar.

Quando o grau de dependência da nicotina atinge níveis expressivos, a cessação do tabagismo, via de regra, torna-se pouco provável. Fato constatado, o apoio medicamentoso representa um recurso a melhorar a qualidade de vida, ao amenizar os sintomas desagradáveis da síndrome de abstinência. (ROSEMBERG, 2007, p. 230).

De acordo com Viegas (2007), existem medicamentos

comprovadamente eficazes, classificados em dois grandes grupos, conforme o

mecanismo de ação: nicotínicos (terapia de reposição de nicotínica – TRN) e

os não-nicotínicos (principalmente alguns antidepressivos), também são

classificados como de primeira e segunda linha, conforme a eficácia e a

segurança.

Uma medida utilizada para o controle do tabagismo no Brasil são os

programas de controle, que envolvem terapêuticas medicamentosas, terapias

em grupo e individuais, ações educativas, utilizando-se assim de métodos

diretos e indiretos no apoio ao tabagista.

Em qualquer tipo de tratamento, marcar consultas de acompanhamento

é importantíssimo. Quanto maior a intensidade, frequência e duração do

contato, melhor será o resultado. Por isso a disponibilidade de tempo por parte

do clínico ou outro profissional de saúde é fundamental.

1.6.1 Fármacos nicotínicos

O suprimento da nicotina pode ser feito através da goma de mascar,

adesivo, spray nasal, inalação e pastilhas. Atualmente, a indústria farmacêutica

brasileira disponibiliza apenas a goma e o adesivo sendo essas formas de

liberação lenta de nicotina e o restante são formas de liberação rápida de

nicotina. A TRN é considerada um tratamento de primeira linha. (LARANJEIRA;

GIGLIOTI; ALVES, 2005).

A TRN é frequentemente utilizada como componente da estratégia de cessação tabágica e alivia os sintomas psicológicos e psicomotores

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30

da abstinência, podendo contribuir também para o sucesso no alcance e na manutenção da abstinência (VIEGAS, 2007, p.249).

De acordo com Viegas (2007), todas as formas de apresentação da TRN

são seguras e efetivas em promover a cessação tabágica, elevando em duas

vezes a chance de sucesso.

1.6.2 Fármacos não-nicotínicos

Bupropiona é um antidepressivo classificado como de primeira linha, de

ação lenta, de ação inibitória seletiva da recaptação da norepinefrina e

dopamina e menos intensa da serotonina.

Drogas de segunda linha são medicamentos não-nicotínicos, não-

preferenciais, de eficácia intermediária ou baixa, os mais utilizados são:

Nortriptilina, Clonidina e Buspirona. (VIEGAS, 2007).

1.6.3 Programa Nacional de Controle do Tabagismo

No Brasil de acordo com Mirra e Rosemberg (2000), as ações de

controle do tabagismo, inicialmente tímidas tornaram-se mais agressivas e

sistematizadas, tomando forma de um programa nacional a partir de 1985, com

a criação do grupo assessor do Ministério da Saúde para o controle do

tabagismo no Brasil, assumindo, oficialmente, a partir dessa data, essa

importante forma de controle. Esse grupo assessor era composto por vários

técnicos representantes de diferentes instituições governamentais e não-

governamentais envolvidos no controle do tabagismo.

A partir de 1989, o Instituto Nacional de Câncer do Ministério da Saúde

nasceu a coordenação das ações do Programa Nacional de Controle do

tabagismo (PNCT), atualmente é conhecido como um dos programas mais

efetivos do desenvolvimento de múltiplas ações de controle do tabagismo em

todo o mundo de modelo internacional. (INCA, 2003).

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31

De acordo com o INCA (2003), o Programa Nacional de Controle do

Tabagismo sistematiza quatro grandes grupos de estratégias: o primeiro,

voltado para a prevenção da iniciação do tabagismo, tendo como público alvo,

crianças e adolescentes; o segundo, envolvendo ações para estimular os

fumantes a deixarem de fumar; e um terceiro grupo onde se inserem medidas

que visam proteger a saúde dos não-fumantes da exposição à fumaça do

tabaco em ambientes fechados; e, por fim, medidas que regulam os produtos

de tabaco e sua comercialização. Com esses objetivos, o Programa foi

delineado visando sistematizar ações educativas e mobilizar ações legislativas

e econômicas, de forma a criar um contexto que:

a) Reduza a aceitação social do tabagismo,

b) Reduza os estímulos para que os jovens comecem a fumar e os que

dificultam os fumantes a deixarem de fumar,

c) Proteja a população dos riscos da exposição à poluição tabagística

ambiental,

d) Reduza o acesso aos derivados do tabaco,

e) Aumente o acesso dos fumantes ao apoio para cessação de fumar,

f) Controle e monitore todos os aspectos relacionados aos produtos de

tabaco comercializados, desde seus conteúdos e emissões até as

estratégias de comercialização e de divulgação de suas

características para o consumidor.

Além disso, para atingir todo o País, o Programa buscou criar uma base

geopolítica para que essas ações pudessem acontecer de modo equitativo em

todo o território nacional. O PNCT é desenvolvido em parceria com as

Secretarias estaduais e Municípios de Saúde de vários setores da sociedade

civil organizada, sobretudo das sociedades científicas e de conselhos

profissionais da área da saúde. (INCA, 2003).

Foi realizada em 2006, uma pesquisa avaliativa longitudinal, com a

finalidade de avaliar as intervenções aplicadas no PNCT em um hospital da

cidade de São Paulo e sua eficácia na diminuição da prevalência do tabagismo.

Como principais resultados, as análises demonstraram que a opinião dos

pesquisados, referentes às fases de intervenções aplicadas ao PCT, mostrou-

se bastante favorável, pois as porcentagens relativas à participação desses

498 trabalhadores nas ações desenvolvidas no programa variaram de 74,3% a

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32

99%. Esse estudo apresentou algumas conclusões positivas: a avaliação de

estrutura - processo - resultado, permitiu concluir que o PCT realizado nesse

hospital mostrou-se eficaz tendo em vista apresentar uma estrutura adequada

em relação à capacidade instalada, alcançar as metas programadas na sua

avaliação de processo e, como resultado final, ter diminuído em 52,91% a

prevalência entre seus trabalhadores. (MORAES, 2006).

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33

CAPÍTULO II

PROGRAMA DE CONTROLE AO TABAGISMO NA UNIDADE BÁSICA

DE SAÚDE DR. PÉRICLES DA SILVA PEREIRA

2 ATENÇÃO BÁSICA

Amaral (2008), descreve a Atenção Básica como um conjunto de ações,

de caráter individual ou coletivo, situadas no primeiro nível de atenção dos

sistemas de saúde voltadas para: a promoção da saúde; a prevenção de

agravos; o tratamento e a reabilitação.

A atenção básica, foi definida pela Organização Mundial da Saúde em 1978 como: “Atenção essencial à saúde baseada em tecnologia e métodos práticos, cientificamente comprovados e socialmente aceitáveis, tornados universalmente acessíveis a indivíduos e famílias na comunidade por meios aceitáveis para eles e a um custo que tanto a comunidade como o país possa arcar em cada estágio de seu desenvolvimento, um espírito de autoconfiança e autodeterminação. É parte integral do sistema de saúde do país, do qual é função central, sendo o enfoque principal do desenvolvimento social e econômico global da comunidade. É o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da comunidade com o sistema nacional de saúde, levando a atenção à saúde o mais próximo possível do local onde as pessoas vivem e trabalham, constituindo o primeiro elemento de um processo de atenção continuada à saúde”. (Declaraçao de Alma-Ata,1978).

De acordo com Starfield (2002), as principais características da atenção

primária à saúde (APS) são:

a) Constituir a porta de entrada do serviço: espera-se da APS que seja

mais acessível à população, em todos os sentidos, e que com isso

seja o primeiro recurso a ser buscado.

b) Continuidade do cuidado: a pessoa atendida mantém seu vínculo

com o serviço ao longo do tempo, de forma que quando uma nova

demanda surge esta seja atendida de forma mais eficiente; essa

característica também é chamada de longitudinalidade.

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34

c) Integralidade: o nível primário é responsável por todos os problemas

de saúde; ainda que parte deles seja encaminhado a equipes de

nível secundário ou terciário, o serviço de Atenção Primária continua

co-responsável. Além do vínculo com outros serviços de saúde, os

serviços do nível primário podem lançar mão de visitas domiciliares,

reuniões com a comunidade e ações intersetoriais

d) Coordenação do cuidado: mesmo quando parte substancial do

cuidado à saúde de uma pessoa for realizado em outros níveis de

atendimento, o nível primário tem a incumbência de organizar esses

cuidados, já que frequentemente são realizados por profissionais de

áreas diferentes, e que, portanto, têm pouco diálogo entre si.

e) Focalização na família: torna indispensável considerar a família como

o sujeito da atenção, o que exige uma interação da equipe de saúde

com essa unidade social e o conhecimento integral de seus

problemas de saúde;

f) Orientação comunitária: pressupõe o reconhecimento das

necessidades familiares em função do contexto físico, econômico,

social e cultural em que vivem o que exige uma análise situacional

das necessidades de saúde das famílias na perspectiva da saúde

coletiva.

Os sistemas orientados pela atenção primária à saúde estão associados

com menores custos, maior satisfação da população, melhores níveis de saúde

e menor uso de medicamentos.

2.1 Unidade Básica de Saúde Dr. Péricles da Silva Pereira

A Unidade Básica de Saúde Dr. Péricles da Silva Pereira, popularmente

conhecida como UBS do Ribeiro, situado na cidade de Lins, interior do Estado

de São Paulo, localizada na rua Dr. José Garcez Novaes nº 287 – CEP 16401-

423, no bairro do Ribeiro. A procura pela unidade é espontânea, os usuários

vão para apresentarem queixas, a unidade busca atender da melhor forma

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35

possível os princípios impostos a nível nacional na atenção básica, que são:

integralidade, qualidade, equidade e participação social.

2.1.1 Área física

O primeiro andar possui as seguintes salas: coleta, consultório

ginecológico, consultório médico/Hiperdia, consultório odontológico, consultório

pediátrico, consultório medico/ clinico, sala de curativo, depósito de material,

depósito de medicação, expurgo, farmácia, fichário, sala de inalação/

medicação, lavanderia, pré e pós consulta clínica, pré e pós consulta pediatria,

pré e pós consulta ginecologia, sala da gerência, serviço social e vacina,

balcão de atendimento, banheiros pra uso dos pacientes, banheiro para uso

dos funcionários; o segundo andar possui as seguintes salas: copa, sala pra

reunião/consultas do grupo de controle ao tabagismo; consultório das

estagiárias de nutrição, sala de reunião/PACS e banheiros de uso dos

funcionários.

2.1.2 Área de abrangência

Abrange moradores do bairro Ribeiro e proximidades como os bairros

Bandeirantes, São João, Lins V e VI, Jardim Tropical, São Benedito e outros,

porém, atende qualquer pessoa residente em outro bairro.

2.1.3 População estimada

Possui aproximadamente 25000 pessoas cadastradas, cada qual com

um prontuário individual que ficam arquivados em ordem numérica.

2.1.4 Horário de atendimento

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36

A unidade funciona de segunda a sexta-feira das 6h às 21h. Sendo que

seu horário com maior fluxo de pacientes é das 6h às 15h.

2.1.5 Serviços oferecidos

Oferece os atendimentos médicos de pediatria, ginecologista/obstetra,

clinico geral. Atendimento de enfermagem de vacinação, coleta de exames,

curativo, inaloterapia, teste do pezinho, visitas domiciliares. Atendimentos com

nutricionistas, dentistas e farmacêutico.

2.1.6 Composição da equipe

Quantidade Profissionais

04 Enfermeiras

04 Técnicos de enfermagem

28 Agentes comunitários de saúde

06 Auxiliares de enfermagem

03 Dentistas

01 Assistente social

02 Funcionários de limpeza

02 Estagiários de nutrição

02 Vigilantes noturnos

05 Clínicos gerais

02 Ginecologistas

03 Pediatras

03 Auxiliares administrativos

01 Auxiliar de manutenção

02 Visitadores sanitários

Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

Quadro 2: Composição da equipe.

2.1.7 Programas disponíveis

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37

Estão disponíveis na unidade programas como: Hiperdia, Programa de

Controle ao Tabagismo, Programa de Agentes Comunitários de Saúde, Projeto

Bebê Saudável, Programa Nacional de Suplementação de Ferro e

Planejamento Familiar.

2.2 Programa de Controle ao Tabagismo da UBS

Dos cerca de 1,25 bilhões de fumantes no mundo, mais de 30 milhões

são brasileiros. Em virtude disso, o INCA desenvolve o Programa de Controle

do Tabagismo, que utiliza as três instâncias governamentais – federal, estadual

e municipal para treinar e apoiar os 5.527 municípios brasileiros no

gerenciamento e desenvolvimento de ações do Programa nas áreas da

educação legislação e economia. (INCA, 2001).

Para atingir toda a população, as ações previstas pelo INCA escoam

dentro de um processo de descentralização que utiliza o sistema de gerência

do SUS em parceria com os estados e municípios. Neste processo, o INCA

capacita os recursos humanos das equipes coordenadoras dos estados que

são as secretarias estaduais de saúde que, por sua vez, capacitam às equipes

coordenadoras dos municípios as secretarias municipais de saúde, para

desenvolverem atividades de coordenação/gerência operacional e técnica do

Programa. (INCA, 2001).

No início do programa na Unidade Básica de Saúde Dr. Péricles da Silva

Pereira era coordenado pela Secretária de Saúde, e sua equipe era composta

por um médico, três enfermeiras, um farmacêutico, uma assistente social e

uma estagiária de nutrição. Para fazer parte do programa o interessado deve

ser tabagista e estar cadastrado na lista de espera. Ë realizada uma entrevista

pela enfermeira para avaliar o grau de dependência, hábitos tabagísticos,

presença de patologias entre outros dados. Sendo que após esta etapa, o

tabagista passa a frequentar o programa.

Atualmente o programa é coordenado por um terapêuta ocupacional que

atua na secretária da saúde. Na UBS o responsável é o médico. Sua equipe é

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composta por um médico, uma enfermeira, uma assistente social, um

farmacêutico e um estagiário de psicologia que presta serviço voluntário.

Com o programa é possível disseminar entre todas as informações

sobre os malefícios do tabaco, tabagismo passivo, dependência de nicotina e

benefícios da cessação de fumar. Não há o objetivo de perseguir ou

marginalizar os fumantes e, sim, apoiá-los no processo de cessação de fumar e

preservar sua saúde e facilitar o acesso dos fumantes aos avanços existentes

na cessação do tabagismo. (INCA, 2001).

Na Unidade Básica de Saúde Dr. Péricles da Silva Pereira a alta é dada

pelo próprio usuário, ou seja, quando ele julgar que seu vício está cessado e

ele apto a manter a abstinência sem temer recaídas após sua saída e, se julgar

necessário, ele é autorizado a retornar ao programa .

2.2.1 Implantação do programa

O Programa foi implantado em 26 de junho de 2007, com terapias de

grupo e reuniões individuais as terças, quartas, quintas e sexta-feira com

duração de uma hora, cada grupo composto era por 20 pessoas. Os

interessados em participar do programa são em sua maioria usuários do SUS,

quando apresentam algum tipo de patologia com atestado médico o usuário

passa a frente e os outros aguardam na fila de espera. Na medida em que dê

mais de uma falta sem justificativa é excluído do programa e seu lugar passa a

outro que aguardava. Todas as pessoas podem participar do grupo exceto

dependentes de drogas ilícitas, alcoolistas e pacientes psiquiátricos.

O CRATOD (Centro de Referencia de Álcool, Tabaco e Outras Drogas) é

responsável por coordenar os programas de controle do tabagismo do Estado

de São Paulo entre eles o de Lins, ele que fornece o medicamento (adesivo,

bupropiona, goma de mascar e educação continuada). A UBS é obrigada a

fazer uma planilha a cada três meses com a porcentagem exata das medições

usadas, feita pelo farmacêutico.

O município contribui cedendo espaço físico utilizado e financeiramente

pela equipe multidisciplinar. Quando o CRATOD ou o município não arca

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financeiramente com o programa de controle do tabagismo, entra o INCA que

se torna responsável pelas verbas utilizadas no programa.

2.2.2 Equipe de saúde atuante no programa

Um terapeuta ocupacional é que coordena o programa. No entanto,

ressalta-se a função do médico pneumologista, que atua realizando as terapias

em grupo e as consultas individuais, todos os procedimentos relacionados ao

grupo desde a entrada e saída do paciente é de responsabilidade do médico,

ele coordena o grupo com o auxilio da enfermeira, assistente social,

farmacêutico e um estagiário de psicologia que presta serviço voluntário junto

às reuniões. As entrevistas para entrada no programa é de responsabilidade da

enfermagem.

A assistente social é responsável pela lista de espera, todos os

interessados são encaminhados a ela, o farmacêutico administra a parte

medicamentosa, avaliando disponibilidade, falta de medicamentos utilizados no

programa. Um estagiário de psicologia realiza sessões individuais com os

componentes dos grupos auxiliando assim o médico com as perspectivas,

medos dos usuários, sendo que participar dessas sessões é de vontade do

usuário, não tendo obrigatoriedade em freqüentá-la. A enfermeira realiza as

entrevistas iniciais.

2.2.3 Usuários

Os usuários do programa são pessoas tabagistas.

Para participar do programa não é necessário que o paciente apresente

alguma patologia, independe o grau onde o tabagista se encaixe no teste de

Fagerstron (Apêndice A). O requisito mínimo para que ele faça parte e comece

a freqüentar o grupo é que se tenha vontade em parar de fumar e esteja

disposto a contribuir para o sucesso do tratamento.

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São pessoas de variadas idades, de ambos os sexos, de diversas

classes sociais, que normalmente apresenta hábitos tabagistas a um período

longo de tempo, e que já tentaram anteriormente com outras formas cessar

esse vício, mas em algum momento recaíram e voltaram a fumar.

2.2.4 Medidas terapêuticas

O programa de controle ao tabagismo com o apoio do CRATOD, fornece

as seguintes medicações: o Bupropiona (antidepressivo), a goma de mascar, o

adesivo que são terapias de reposição de nicotina. Tais medicações têm o

intuito de minimizar os sintomas da depressão e facilitar a abordagem

cognitivo-comportamental.

Outra medida utilizada são as terapias em grupo, que visa auxiliar o

paciente no tratamento psicológico. De acordo com Ismael (2007), em relação

aos pacientes fumantes, o que se observa é que eles são, em geral, pessoas

muito ansiosas. Quando eles experimentam uma sensação de ansiedade maior

com possibilidade de perigo, eles subestimam os recursos pessoais para lidar

com as situações. Portanto, fumar acaba sendo uma alternativa, já que a

nicotina diminui a ansiedade e gera uma sensação de tranqüilidade na situação

vivenciada, conseguindo assim fazer com que o fumante passa a ter melhor

atuação ou adie uma situação eventualmente problemática. O ato de fumar faz

com que o indivíduo sinta uma diminuição do perigo relacionado ao problema a

ser enfrentando. O fumar começa, igualmente, a ser associado a várias

situações pelas quais o individuo passa: se ele esta nervoso fuma; se esta

tenso fuma; se esta triste, fuma; se esta depressivo, fuma; se tem que pensar

em uma solução, e assim por diante. Para cada uma das situações

mencionadas, a resposta será o fumo, também em todas elas parece que o

fumar faz com que haja uma minimização dos problemas. Diminuindo o nível

de ansiedade, o fumo deixa a pessoa tranqüila, até que o efeito do cigarro

passe e ele tenha que ascender outro, dando continuidade ao processo.

A terapia de grupo procura então produzir mudanças no pensamento e

no sistema de crenças do paciente, para promover mudanças emocionais e

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comportamentais duradouras.

O processo terapêutico evolui de acordo com etapas que focalizam inicialmente a conceituação e adesão ao tratamento. Depois a terapia enfatiza a modificação dos pensamentos automáticos, as emoções e os comportamentos que mantém o comportamento de fumar. Á medida que os sintomas são aliviados, o tratamento focalizará a modificação de regras e esquemas estabelecidos. Em último lugar, trabalha-se nas estratégias de prevenção e de recaídas. (ISMAEL, 2007, p. 25).

Esta medida desenvolve o inter-relacionamento, a troca de experiências

e interpretação da realidade vivenciada, hábitos tabagistas, visando auxiliar na

tomada de decisão para a cessação do fumo a partir de informações sobre a

doença com orientação, aconselhamento e acompanhamento de equipe

interdisciplinar.

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CAPITULO III

A PESQUISA

3 INTRODUÇÃO

Pretendeu-se com este estudo, descrever a implantação do programa;

caracterizar os usuários do programa; avaliar as medidas terapêuticas

utilizadas no programa e descrever o papel da equipe de saúde e do

enfermeiro do programa.

Diante dos dados relatados surgiu a seguinte pergunta-problema: “o

programa de controle ao tabagismo contribui com o abandono do vício ao

tabaco?”. A partir da pergunta-problema levantou-se a seguinte hipótese: “Os

pacientes que frequentam o grupo de tabagismo devem atingir o objetivo de

parar com o consumo do tabaco, através das medidas terapêuticas e da ajuda

dos profissionais de saúde que atuam no programa”, que norteia o trabalho.

Para demonstrar na prática a veracidade da hipótese após aprovação do

projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro Universitário

Católico Salesiano Auxilium, processo número 231/2009 e apresentação do

termo de consentimento iniciou-se a presente pesquisa de campo, cujos

métodos e técnicas estão descritos abaixo, foi realizada na Unidade Básica de

Saúde Dr. Péricles da Silva Pereira, de 18/06/2009 a 18/09/2009, totalizando 3

meses.

3.1 Métodos

Os métodos utilizados foram: estudo de caso, método de observação

sistemática e método histórico.

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43

3.1.1 Estudo de caso

Foi realizado um estudo de caso, no programa de controle ao tabagismo

na UBS Ribeiro, analisando aspectos voltados para o histórico do paciente,

tempo de tratamento e se houve cessação do vício ou não.

3.1.2 Método de observação sistemática

Foram observados, analisados e acompanhados os procedimentos

aplicados nos atendimentos a participantes e nas prestações de serviços, como

suporte para desenvolvimento do Estudo de Caso.

3.1.3 Método histórico

Foram observados os dados e evolução da história dos participantes do

programa de controle ao tabagismo, como suporte para desenvolvimento do

Estudo de Caso.

3.2 Técnicas

Roteiro de Estudo de Caso (Apêndice A).

Roteiro de Observação Sistemática (Apêndice B).

Roteiro do Histórico dos Participantes (Apêndice C).

Roteiro de Entrevista Para o Médico Coordenador do Programa

(Apêndice D).

Roteiro de Entrevista Para o Enfermeiro (Apêndice E).

Roteiro de Entrevista Para o Farmacêutico (Apêndice F).

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Roteiro de Entrevista Para o Participante do Programa (Apêndice G).

Programa de Controle de Tabagismo – Roteiro de Entrevista (Anexo A).

Aprovação Comitê de Ética (Anexo B).

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a Instituição (Anexo

E).

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para os Participantes do

Programa (Anexo F).

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para os Profissionais do

Programa (Anexo G).

Outros registros: Teste de Fagerström para Avaliação da Dependência à

Nicotina (TFDN) (Anexo C) e LEI Nº 13.541, de 7 de maio de 2009 (Anexo D).

3.3 Apresentação e análise dos dados

A seguir descrevem-se os resultados obtidos na coleta de dados do

Histórico dos Participantes (Apêndice C) no Roteiro de Entrevista para os

Participantes do Programa (Apêndice G).

3.3.1 Resultados obtidos na coleta de dados do Histórico dos Participantes

(Apêndice C)

A seguir descrevem-se os resultados obtidos na coleta de dados do

Histórico dos Participantes (Apêndice C), para os aspectos sobre gênero, faixa

etária, estado civil, nível de escolaridade, idade em que começou a fumar,

procura pelo programa e data da entrevista.

Os dados foram coletados com o total de 70 entrevistas, estas

realizadas por enfermeiras que atuaram na UBS nos anos de 2007 a 2008,

realizadas a participantes e ex-participantes do programa de controle ao

tabagismo.

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45

Tabela 1: Distribuição do histórico dos participantes de acordo com gênero.

Gênero F. F. %

Feminino

Masculino

45

25

64

36

Total ∑F.= 70 ∑F.%=100

Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

A tabela 1, demonstra que foram identificados 45 tabagistas do gênero

feminino (64%), e 25 tabagistas do gênero masculino (36%), denotando

prevalência para o gênero feminino na procura de tratamento para a cessação

do vício, durante o período da pesquisa.

Tabela 2: Distribuição do histórico dos participantes de acordo com a faixa

etária.

Idade F. F.%

< 19 anos

20 a 29

30 a 39

40 a 49

50 a 59

60 a 69

>70 anos

0

7

13

21

22

6

1

0

10

18.57

30

31.43

8.57

1.43

Total ∑F.= 70 ∑F.%=100

Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

A idade foi avaliada com as faixas etárias divididas em grupos de 10

anos. Pode-se notar prevalência na taxa de idade entre 50 e 59 anos composta

por 22 tabagistas (31.43%), logo após com 21 tabagistas (30%) a prevalência é

na taxa de idade entre 40 e 49. Entre 30 e 39 anos a taxa é de 13 tabagistas

(18.57%), seguido da faixa de 20 a 29 anos que apresentou 7 tabagistas

(10%), com os menores resultados junto ao <19anos (0%), e em ultimo lugar

aparece a faixa >70 anos composta por 1 tabagista (1.43%).

A idade variou de 20 anos e superior a 70, sendo identificado apenas 1

(1%) participante na faixa de 70 anos e mais e nenhum inferior a 19 anos.

Nota-se uma concentração predominante no grupo etário de 40 a 59

anos, que somados, atingem 61.43% dos participantes.

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46

Tabela 3: Distribuição do histórico dos participantes de acordo com o estado

civil.

Estado civil F. F.%

Casado

Solteiro

Divorciado

Viúvo

30

22

10

8

42.86 31.43 14.29 11.42

Total ∑F.= 70 ∑F.%=100 Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

De acordo com a tabela 3, pode-se constatar que 30 tabagistas

(42.86%) são casados, evidenciando maior preocupação e procura na

cessação do vício ao tabaco, abaixo composto por 22 tabagistas (31.43%)

apresenta-se os solteiros, logo em seguida estão os divorciado com 10

tabagistas (14.29%); e com a menor taxa vem o grupo dos viúvos com apenas

8 tabagistas (11.42%).

Tabela 4: Distribuição do histórico dos participantes de acordo com o nível de

escolaridade.

Ensino F. F.%

Analfabeto 1 1.43

Fundamental*

Fundamental* incompleto

3

26

4.29

37.14

Médio*

Médio* incompleto

9

3

12.85

4.28

Nível Superior*

Nível Superior* incompleto

4

1

5.72

1.43

Não consta 23 32.86

Total ∑F.= 70 ∑F.%=100

Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

Fundamental*: Primeira a oitava série;

Médio*: Primeiro colegial ao terceiro colegial;

Superior*: Graduação

Na tabela 4, verifica-se no que se refere à escolaridade, o nível

fundamental incompleto aparece em primeiro lugar somando 26 tabagistas

(37.14%), sendo este seguido do nível médio com 9 tabagistas (12.85%), e dos

com nível superior com 4 tabagistas (5.72%) e constituindo a menor parte

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aparecem junto em proporções iguais o nível fundamental e nível médio

incompleto, cada nível com 3 tabagistas cada (4.29%); e os analfabetos com 1

tabagista (1.43%) junto ao nível superior incompleto com a mesma proporção.

E em 23 dos dados analisados (32.86%) não constava essa informação.

Verifica-se que grande parte dos tabagistas não concluiu o ensino médio

completo, que somados constituem 33 tabagistas (47.14%) dos participantes.

Tabela 5: Distribuição do histórico dos participantes de acordo com a idade em

que começou a fumar.

Idade F. F.%

< 09 anos

10 a 19

20 a 29

30 a 39

40 a 49

> 50 anos

3

55

9

1

1

1

4.29

78.57

12.85

1.43

1.43

1.43

Total ∑F.= 70 ∑F.%=100

Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

A idade em que o tabagista começou a fumar foi avaliada com as faixas

etárias divididas em grupos de 10 anos.

Em destaque na presença quantitativa apresentando 55 tabagistas a

faixa etária de 10 a 19 anos (78.57%), na sequência com 9 tabagistas a faixa

etária de 20 a 29 anos (12.85%) e após apresentando 3 tabagistas a faixa < 9

anos (4.29%). Com as mesmas proporções com 1 tabagista cada aparecem as

faixas etárias de 30 a 39, 40 a 49 e as maiores que 50 anos (1.43%)

respectivamente.

Observa-se uma proporção mínima para os tabagistas que iniciaram seu

vício nas faixas etárias acima de 30 anos que somados atingem (4.29%) dos

tabagistas, sendo que destas a maior idade foi 53 anos, bem distante da idade

mais baixa pesquisada que foi 7 anos.

Tabela 6: Distribuição do histórico dos participantes de acordo com a procura

pelo programa.

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48

Procura F. F.% Voluntária Médico

37 6

52.86 8.57

Amigos 27 38.57 Total ∑F.= 70 ∑F.%=100 Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

De acordo com a tabela 6, pode-se constatar que 37 tabagistas

(52.86%) buscaram o programa por vontade própria sem intermédios de outras

pessoas, e 27 tabagistas (38.57%) por intermédio dos amigos e a menor

parcela 6 tabagistas (8.57%) por recomendações médicas. Os dados

demonstram uma grande preocupação individual dos tabagistas em buscar

tratamento para a cessação do vício.

3.3.2 Resultados obtidos através do Roteiro de Entrevista para os

Participantes do Programa (Apêndice G)

A seguir descrevem-se os resultados obtidos na coleta de dados do

Roteiro de Entrevista para os Participantes do Programa (Apêndice G), para os

aspectos sobre sexo, idade, estado civil, nível de escolaridade, fumante atual,

método terapêutico utilizado, tempo que está inserido no programa e a opinião

dos participantes sobre o que o levou a procurar o programa.

Os dados foram coletados a partir de entrevistas, fornecidas a 20

participantes atuais do programa de controle ao tabagismo, que frequentam as

reuniões semanais da terapia em grupo que acontecem nos dias de terça,

quinta e sexta-feira, com duração média de 1 hora, considerando que cada

participante frequenta uma reunião por semana, no dia definido pelo médico.

Tabela 7: Distribuição do roteiro de entrevista dos participantes do programa de

acordo com gênero.

Gênero F. F. %

Feminino 13 65

Masculino 7 35

Total ∑F.= 20 ∑F.%=100

Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

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49

Foram entrevistados 20 participantes, sendo 65% (13) do gênero

feminino e 35% (7) do gênero masculino, nota-se que a grande maioria dos

participantes são do gênero feminino.

Tabela 8: Distribuição do roteiro de entrevista dos participantes do programa de

acordo com faixa etária.

Idade F. F.%

< 19 anos

20 a 29

30 a 39

40 a 49

50 a 59

60 a 69

> 70 anos

0

1

2

6

7

3

1

0

5

10

30

35

15

5

Total ∑F.= 20 ∑F.%=100 Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

A idade do tabagista foi avaliada com as faixas etárias divididas em

grupos de 10 anos.

Os participantes do grupo possuem 5% (1) entre 20 a 29 anos, 10% (2)

entre 30 a 39 anos, 25% (6) entre 40 a 49 anos e 35% (7) na faixa entre 50 a

59 anos, 15% (3) entre 60 a 69 anos e 5% (1) está acima de 70 anos, sendo

que para o índice menor que 19 anos não houve prevalência (0%), ressaltando

que a idade mais baixa encontrada foi de 23 anos e a mais alta foi de 72 anos.

Tabela 9: Distribuição do roteiro de entrevista dos participantes do programa de

acordo com o estado civil.

Estado civil F. F.%

Casado

Solteiro

Divorciado

Viúvo

11

4

3

2

55

20

15

10

Total ∑F.= 20 ∑F.%=100 Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

O estado civil dos participantes assim distribuídos: 55% (11) são

casados, 20% (4) são solteiros, 15% (3) são divorciados, 10% (2) são viúvos –

ressaltando-se que a maioria dos fumantes são casados, - não indica que

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50

pessoas sozinhas ou divorciadas tendem a fumar devido ao relacionamento

afetivo que possuem

Tabela 10: Distribuição do roteiro de entrevista dos participantes do programa

de acordo com o nível de escolaridade.

Ensino F. F.%

Analfabeto 2 10

Fundamental*

Fundamental* incompleto

3

2

15

10

Médio*

Médio* incompleto

9

0

45

0

Nível Superior*

Nível Superior* incompleto

Não consta

3

0

1

15

0

5

Total ∑F.= 20 ∑F.%=100 Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

Fundamental*: Primeira a oitava série;

Médio*: Primeiro colegial ao terceiro colegial;

Superior*: Graduação

De acordo com os participantes 45% (9) possui ensino médio completo,

10% (2) possuem ensino fundamental incompleto, 15% (3) possuem ensino

fundamental, 15% (3) possuem ensino superior, 10% (2) são analfabetos e 5%

(1) não relataram. Logo que, a maioria dos participantes possui o ensino médio

completo, que não resulta na falta de informação sobre os males que o tabaco

pode causar.

Tabela 11: Distribuição do roteiro de entrevista dos participantes do programa

de acordo com hábitos tabagistas.

Fumante atual F. F.%

Sim 7 35

Não 13 65

Total ∑F.= 20 ∑F.%=100 Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

Dos 20 participantes, atualmente 65% (13) não fumam e 35% (7) fumam.

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51

Tabela 12: Distribuição do roteiro de entrevista dos participantes do programa

de acordo com quantidade de maço de cigarros consumidos por dia.

Maços por dia F. F.%

< 1 maço

> 1 maço

6

1

86

14

Total ∑F.= 7 ∑F.%=100 Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

Dentre os que fumam 86% (6) consome menos de um maço de cigarros

por dia e 14% (1) consome mais de um maço de cigarros por dia. Pode-se

notar que o programa é muito importante na cessação ao tabagismo e com isso

faz com que os participantes adquiram uma melhor qualidade de vida.

Tabela 13: Distribuição do roteiro de entrevista dos participantes do programa de

acordo com método utilizado para combater o tabaco.

Método F. F.%

Antidepressivo

Adesivo

Outros

Associados

Nenhum

4

3

3

8

2

20

15

15

40

10

Total ∑F.= 20 ∑F.%=100

Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

Conforme a tabela 13, pode-se contatar que dos 20 participantes do

grupo, 20% (4) usam antidepressivo, 15% (3) usam adesivos, 15% (3) outros,

40% (8) usam medicações associadas e 10% (2) nenhuma medicação, sendo

que os associados incluem 35% (7) usam antidepressivo associado com

adesivo, 5% (1) usa antidepressivo, adesivo associado com goma de mascar; e

os outros incluem 5% (1) a goma de mascar e 10% (2) somente a terapia em

grupo.

Tabela 14: Distribuição do roteiro de entrevista dos participantes do programa de

acordo com tempo que está inserido no programa.

(Continua)

Tempo Fr. Fr.%

< 3 meses 7 3

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52

(Conclusão)

> 3 meses 13 65

Total ∑Fr.= 20 ∑Fr.%=100

Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

Os participantes apresentam 35% (7) estão no programa a menos de três

meses e 65% (13) estão há mais de três meses. Pode notar-se que a maioria

permanece mais tempo no programa por se sentir mais seguro e mais confiante

para voltar a conviver na sociedade.

3.3.2.1 O que o levou a procurar o programa

Durante as coletas da entrevista, foram entrevistados 20 tabagistas,

sendo que 13 do gênero feminino e 7 do gênero masculino, a maioria possui

ensino médio completo. O grau de escolaridade dos participantes são 45% (9)

e possuem ensino médio completo, 10% (2) possuem ensino fundamental I,

15% (3) possuem ensino fundamental II, 15% (3) possuem ensino superior,

10% (2) são analfabetos e 5% (1) não relatou. O estado civil dos participantes

são: 55% (11) casados, 20% (4) solteiros, 15% (3) divorciados e 10% (2)

viúvos.

Quando perguntado aos mesmos sobre o que levou a procurar o

programa foi possível observar que a expressão “parar de fumar” foi utilizado

em 11 respostas e em 5 delas foi citado a presença de alguma patologia.

“ Busquei o programa com o objetivo de parar de fumar” (M. O. 30

anos)

“Parar de fumar” (D.S.A. 23 anos)

“A.V.C.”(W.S.A. 66 anos)

“Parar de fumar” (G.S.N.M. 59 anos)

“Patologia, começo de efisema” (C.O. 57 anos)

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53

“Tumor no estômago” (L. H. C. T. 32 anos)

3.3.3 Lista de espera

Abaixo descrevem-se os resultados obtidos na coleta de dados do

Histórico dos Participantes (Apêndice C), para os aspectos sobre gênero, faixa

etária, estado civil, nível de escolaridade, idade em que começou a fumar,

procura pelo programa e data da entrevista.

Os dados foram coletados com o total de 20 entrevistas, estas

realizadas por enfermeiras que atuaram na UBS nos anos de 2007 a 2008,

realizadas a tabagistas interessados a participar do programa, formando assim,

a lista de espera, ressaltando que tal é formada por um numero bem maior que

as avaliadas, mas como o numero de reuniões semanais não comporta tantos

interessados e não há previsão de tempo para serem chamados, ficam

arquivadas 20 entrevistas preenchidas, sendo realizadas novas entrevistas de

acordo com as vagas disponíveis.

Tabela 15: Distribuição da lista de espera de acordo com o gênero.

Gênero F. F.%

Feminino

Masculino

12

8

60

40

Total ∑F.= 20 ∑F.%=100

Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

A tabela 15, demonstra que mais da metade dos interessados, 12

tabagistas, são do gênero feminino (60%), e 8 tabagistas do gênero masculino

(40%), confirmando assim a prevalência para o gênero feminino na procura de

tratamento para a cessação do vício.

Tabela 16: Distribuição da lista de espera de acordo com a faixa etária.

(Continua)

Idade F. F.%

< 19 anos

20 a 29

1

1

5

5

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54

30 a 39 40 a 49

50 a 69 60 a 69 >70anos

4

9

4

1

0

(Conclusão)

20

45

20

5

0

Total ∑F.= 20 ∑F.%=100 Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

A idade foi avaliada com as faixas etárias divididas em grupos de 10

anos.

Nota-se prevalência na faixa etária dos 40 a 49 anos, somando 9

interessados (45%) seguido das faixa 30 a 39 e 50 a 59 anos, apresentando

resultados semelhantes, cada um com 4 tabagistas (20%) e por ultimo,

também, com resultados semelhantes, encontra-se a faixa <19anos, 20 a 29 e

60 a 69, cada faixa apresentando 1 tabagista cada (5%), para a faixa >70 não

houve tabagista.

Ressaltando-se que a menor idade encontrada foi 14 anos e a maior foi

62 anos, demonstrando assim o interesse de tabagistas cada vez mais novos

em busca de tratamento.

Tabela 17: Distribuição da lista de espera de acordo com o estado civil.

Estado civil F. F.%

Casado

Solteiro

Divorciado

Viúvo

Não consta

13

3

1

0

3

65

15

5

0

15

Total ∑F.= 20 ∑F.%=100 Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

Pode-se constatar que a maioria dos interessados 13 tabagistas (65%)

são casados, seguido por 3 tabagistas (15%) apresenta-se os solteiros, em

seguida um (1) tabagista divorciado (5%), não houve tabagistas no grupo dos

viúvos e, em 3 entrevistas (15%), os dados não foram relatados.

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55

Tabela 18: Distribuição da lista de espera de acordo com o nível de

escolaridade.

Ensino F. F.%

Analfabeto 0 0

Fundamental*

Fundamental* incompleto

2

6

10

30

Médio*

Médio* incompleto

3

0

15

0

Nível Superior*

Nível Superior* incompleto

Não consta

0

0

9

0

0

45

Total ∑F.= 20 ∑F.%=100 Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

Fundamental*: Primeira a oitava série;

Médio*: Primeiro colegial ao terceiro colegial;

Superior*: Graduação

Na tabela 18, verifica-se no que se refere à escolaridade, o nível

fundamental incompleto aparece em primeiro lugar somando-se 6 tabagistas

(30%), seguido pelo ensino médio com 3 tabagistas (15%) e por fim, encontra-

se o ensino fundamental com 2 tabagistas (10%). Em 9 entrevistas (45%), não

constam estes dados.

Tabela 19: Distribuição da lista de espera de acordo com a idade em que

começou a fumar.

Idade F. F.%

< 09 anos

10 a 19

20 a 29

30 a 39

40 a 49

> 50 anos

Não consta

0

12

3

1

0

0

4

0

60

15

5

0

0

20

Total ∑F.= 20 ∑F.%=100 Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

A idade em que o tabagista começou a fumar foi avaliada com as faixas

etárias divididas em grupos de 10 anos.

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56

Em destaque, na presença quantitativa, apresentando 12 tabagistas na

faixa etária de 10 a 19 anos (60%), na seqüência com 3 tabagistas na faixa

etária de 20 a 29 anos (15%) e após apresentando 1 tabagistas na faixa de 30

a 39 anos (5%).

Observa-se que não houve representantes nas faixas < 9 anos, 40 a 49

e > 50 anos, e em 4 entrevistas (20%) não consta nenhum dado.

Salientando-se que a idade mais baixa na iniciação do hábito de fumar

encontrada foi 11 anos e a mais alta foi de 32 anos.

Tabela 20: Distribuição da lista de espera de acordo com a procura pelo

programa.

Procura F. F.%

Voluntária

Médico

Amigos

Não consta

12

1

3

4

60

5

15

20

Total ∑F.= 20 ∑F.%=100 Fonte: Kouichi; Rocha; Neves, 2009.

De acordo com a tabela 20, pode-se constatar a prevalência na busca

voluntária ao programa com 12 tabagistas (60%), seguida na busca por

intermédio dos amigos 3 tabagistas (15%), e por fim, com 1 tabagista (5%) a

busca por recomendações médicas. O item não consta, somou 4 tabagistas

(20%).

3.3.4 Depoimento dos profissionais

Foram entrevistados os seguintes profissionais: um médico, uma

enfermeira e um farmacêutico.

3.3.4.1 Palavra do Médico

Gênero masculino, 35 anos, está formado a 10 anos, reside na cidade

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57

de Lins-SP, como experiência na aréa pneumologista do Hospital UNIMED, de

Lins, médico responsável pelo programa de Tabagismo, coordenador do

programa de reabilitação Pulmonar do Hospital UNIMED/Unisalesiano,ambas

da cidade de Lins, é médico plantonista da UTI do Hospital UNIMED, médico

clinico geral do CAPS-AD de Lins, médico da Prefeitura de Municipal de Lins e

professor do Unisalesiano de Lins.

Relatou que:

O programa de controle de tabagismo foi implantado na

UBS do Ribeiro, no dia 26 de junho de 2007, o que

incentivou a implantação do programa foi a eficácia do

tratamento publicada em literatura médica, junto à minha

experiência profissional. Na minha opinião a terapia de

grupo com os participantes estimula a cessação mútua

dos problemas gerados pelo cigarro entre os

participantes. O programa é muito eficaz, pois, pela

literatura médica comprovou-se que estes programas

podem atingir índices de abstinência ao redor de 30 a

40% do total dos participantes. O papel da enfermagem é

muito importante, além da entrevista inicial, poderia

verificar dados vitais, orientar quanto à medicação e fazer

aferições da quantidade de monóxido de carbono do

paciente, através do monoxímetro (aparelho usado em

alguns centros de referências no tratamento do tabagismo

para verificar se o paciente não está fumando). Além do

médico e enfermagem, a equipe ideal seria composta por:

psicólogo, terapeuta ocupacional, nutricionista, assistente

social e educador físico. (PNEUMOLOGISTA, 35 anos).

3.3.4.2 Palavra da enfermeira

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58

Gênero feminino, 23 anos, reside na cidade de Lins-SP, tem como

experiência atual ser enfermeira na Unidade Básica de Saúde Dr. Péricles da

Silva Pereira há dois anos e seis meses e está formada há dois anos e nove

meses.

Relatou que:

O Programa de Tabagismo tem como benefício contribuir

para melhoria da qualidade de vida das pessoas usuárias

de tabaco. Estas pessoas querem parar de fumar por

algum motivo relacionado à saúde, medo de ficar doente

no futuro ou por algum problema do presente. Esse

Programa auxilia muito porque deixar de fumar é uma

grande mudança e melhora a qualidade de vida do

tabagista. A enfermagem ajuda na orientação da

medicação, na orientação de dieta, atividades físicas, o

atendimento em grupo possibilita aos pacientes vivenciar

experiências diferentes e compartilhar com os outros

participantes. A seleção para entrar no Programa de

Tabagismo é necessário as pessoas interessadas

deixarem o nome em uma lista de espera. Em seguida,

são chamamos para a entrevista as pessoas com

indicação médica por motivo de saúde e, passadas pela

Assistência Social, e avaliada e tem prioridade.

(ENFERMEIRA, 23 anos).

3.3.4.3 Palavra do farmacêutico

Gênero masculino, 33 anos formado a nove anos, reside na cidade de

lins-SP,tem como experiência os anos de 2001-2004, na Sônia Santini Ciuffa

ME; de 2004-2006 na Regino e Freitas Comércio de Produtos Farmacêuticos –

ME, na atualidade é farmacêutico na Unidade Básica de Saúde Dr.Péricles da

Silva Pereira bairro do Ribeiro e na Drogaria Droga Campo- Medicamentos.

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59

Relatou que:

O uso da medicação para auxiliar na dependência

química e os grupos para que possam discutir os

problemas em comuns com os dependentes, falta de ar,

dores de cabeça, tosse são os efeitos colaterais mais

frequentes relatados pelos participantes. A unidade

oferece as seguintes medicações :Niquitin adesivo97mg,

14mg, e 21mg),Nicorette(goma),Cloridato bupropiona

150mg em falta.Acredito que os medicamentos

ansiolíticos (calmante), e bronco dilatador (falta de ar),

deveriam ser acrescentados no programa,o farmacêutico

desenvolve o papel na distribuição de medicamentos com

orientação na posologia.Os pontos positivos do programa

são a soma dos grupos com a distribuição dos

medicamentos para que os usuários deixem o vício com

maior facilidade. (FARMACÊUTICO, 33 anos).

3.4 Discussão

No presente estudo foi possível caracterizar os pacientes que

frequentam ou frequentaram o programa de tabagismo e a eficácia do mesmo.

No que se refere ao perfil dos usuários do programa, foi observado em

um grupo de tabagistas por Moraes (2006), entre 20 a 72 anos, características

semelhantes ao verificado no presente estudo. Nos grupos extremos de limite

inferior a 19 anos e superior a 70 anos praticamente não houve participantes,

notou-se uma concentração predominante no grupo etário de 30 a 49 anos, em

relação ao gênero observa-se que a maioria é de gênero feminino, quando

analisado o estado civil, verificou-se que a maioria encontra-se no grupo de

casados, sendo este seguido dos solteiros, dos separados, e em último lugar

aparece o grupo dos viúvos. No que se refere à escolaridade, o nível médio

aparece em primeiro lugar com o maior número de participantes.

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60

Os grupos etários dos menores que 19 e acima de 70, apresentou

valores mínimos, em relação ao estado civil os valores em forma decrescente

aparecem na seguinte sequência: casado, solteiro, divorciado, e viúvo.

Observou-se ainda, que em geral as mulheres procuram mais ajuda.

Torres; Cruz; Albuquerque; Arraes (2001) ressaltam que: Em muitos aspectos,

as mulheres têm mais suscetibilidade aos efeitos nocivos do tabaco. Em

comparação com os homens, as mulheres apresentam mais problemas

nutricionais, carência, anemias e menor acesso aos serviços de saúde, fatores

estes que contribuem para um maior agravo à saúde. Um dos fatos mais

relevantes, é que o tabagismo passivo das crianças de menores idades são

fundamentalmente produzidos pela mãe, especialmente quando fuma durante

os primeiros anos de vida do seu filho, aumentando dramaticamente a

mortalidade perinatal e infantil. No entanto, estatisticamente sabe-se que o

tabagismo é mais comum em homens. Segundo estatísticas do Instituto

Nacional do Câncer (INCA) com pesquisa realizada em 2004, estimam-se 200

mil óbitos anuais relacionados ao fumo no Brasil e que um terço da população

adulta fuma, correspondendo a 16,7 milhões de homens e 11,2 milhões de

mulheres.

No que se refere a escolaridade assim como no estudo de Moraes

(2006), houve prevalência do nível médio apenas nos dados obtidos pela

entrevista, ficando em segundo lugar nos dados obtidos no histórico.

Outro fato que cabe ressaltar é o início do vício ao tabaco. Dados

constatados na presente pesquisa demonstram que a maioria iniciou o vício do

tabaco antes dos 19 anos. Nesse sentido, Moraes (2006), considera o

tabagismo como uma doença pediátrica, pois 90% dos fumantes começam a

fumar antes dos 19 anos. Além disso, segundo o INCA (2001), cerca de 80% a

90% dos fumantes iniciam-se no tabagismo antes de 18 anos.

Dados constatados na presente pesquisa mostram que dos usuários a

grande maioria ressalta o desejo em parar de fumar como o maior motivador

para frequentar o grupo e a procura dos pacientes é voluntária. De acordo com

Moraes (2006), 80% dos fumantes desejam parar de fumar porém apenas 3%

conseguem parar sozinho a cada ano e, desses últimos, mais de 90% o fazem

por auto decisão. É importante ressaltar que independente do método utilizado

para a cessação do vício de fumar, os melhores resultados serão alcançados

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61

quando o dependente de nicotina estiver altamente motivado a abandonar o

uso do cigarro.

Para Echer (2006), o ponto de partida para parar de fumar é a

determinação da pessoa, a crença na sua capacidade e força para resistir à

vontade de fumar. O abandono acontece como resultado de um progresso, às

vezes longo e difícil, com sucessos e recaídas, para o qual os indivíduos

devem estar preparados.

Outro dado interessante observado no presente estudo é o uso

concomitante de bupropiona associado com adesivo, além da frequência ao

grupo, como escolha para o tratamento do vício ao tabaco. Segundo Balbani e

Montovani (2005) o uso combinado de TRN (adesivo) e bupropiona

praticamente dobra a taxa de sucesso no abandono do fumo. Dados

demonstram na presente pesquisa que a maioria faz o uso de bupropiona

associado com adesivo. Rosemberg (2004), ressalta que pelo fato de as

terapias de acompanhamento do fumante serem longas, feitas, geralmente por

varias sessões e inúmeros retornos, o que demanda do fumante tarefas e

condições sociais de participação, que requerem tempo. Segundo Botelho

(2006), a motivação individual para deixar o cigarro é um dos fatores mais

importantes. Para Cendon; Bueno; Romaldini (2001) ressaltam que a

associação de nicotina transdérmica e bupropiona apresentou os melhores

resultados.

Na presente pesquisa pode-se notar que 65% dos participantes do

programa abandonaram o vício comprovando assim sua eficácia.

Foi visto que a enfermeira realiza a entrevista inicial, de acordo com

Buzo; Kinock; Gonçalves (2005) cabe ao enfermeiro a realização de uma

educação continuada para redução dos riscos do tabagismo. Para Echer

(2006) a enfermeira hospitalar também deve contribuir para a aquisição ou

modificação do comportamento de pacientes fumantes, Echer (2006) afirma

que Intervenções da enfermeira durante e após a alta hospitalar aumenta a

cessação do tabagismo.

De acordo com Ismael (2001), sabe-se que os programas

multidisciplinares voltados para o tratamento da parada do hábito de fumar são

os que funcionam. Utiliza-se a técnica da terapia comportamental cognitiva, em

sessões programadas que vão de seis a oito, e o sucesso deste tipo de

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62

tratamento em um ano tem sido em torno de 60%. Para Echer (2006), sabe-se

que cerca de 80% dos fumantes desejam parar de fumar e que apenas 3% o

conseguem sem ajuda. Isso evidencia o grande potencial de ajuda dos

profissionais de saúde na abordagem rotineira do fumante. Além disso, nos

setores com intervenção para o abandono do hábito de fumar 8,43%

abandonaram, no entanto, nos setores sem intervenção o percentual foi de

0,097%, o que reforça a eficácia das técnicas de intervenções. Para Meirelles

(2004), os fumantes que utilizam alguma forma de reposição de nicotina,

juntamente com a terapia comportamental, dobram a chance de abandonar o

tabaco. Embora segundo o INCA (2001), as terapias para a cessação do

tabagismo têm sido pouco efetivas, com taxas de abstinência de 30% a 41%.

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63

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Com a realização deste trabalho, buscou-se destacar a importância de

um programa de controle de tabagismo, sendo o mesmo localizado na Unidade

Básica de Saúde Dr. Péricles da Silva Pereira no bairro do Ribeiro, situada na

cidade de Lins.

Os programas de controle do tabagismo vêm se destacando nas últimas

décadas, sendo comprovada por estudos descritivos. Almejando uma redução

da morbimortalidade, a diminuição da poluição ambiental e doenças

relacionadas ao tabaco, a lei proibindo fumar em locais fechados e controlando

a publicidade dos cigarros, é certamente um avanço, mas não é suficiente para

conseguir controlar o avanço desta verdadeira epidemia que ameaça a vida de

milhões de pessoas.

A equipe multidisciplinar tem um importante e fundamental papel na

ajuda aos pacientes dependentes do tabaco. Com isso, propõe-se que além do

médico e enfermagem, a equipe ideal para um bom atendimento tem que ser

composto por psicólogo, terapeuta ocupacional, nutricionista, assistente social

e educador físico.

Pode-se constatar durante o estudo que há grande interesse dos

tabagistas em fazer parte do programa, mas como o número de reuniões e

profissionais não comportam o mesmo a lista de espera cresce cada dia mais,

demonstrando a necessidade de novos grupos. Propõem-se assim novos

grupos com mais profissionais capacitados e horários que atenda a todos os

interessados.

Sendo este assunto amplo e de extrema importância, propõem-se a

realização de outras pesquisas referentes a programas de controle do

tabagismo, analisando parâmetros não utilizados neste trabalho ou até mesmo

correlacionando outros dados.

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64

CONCLUSÃO

Após análise dos dados, de acordo com os resultados obtidos na

presente pesquisa, pode-se concluir que foi possível traçar um perfil dos

participantes do grupo e sua eficácia através da apreciação de entrevistas e

históricos de pacientes de ambos os gêneros submetidos ao programa de

controle do tabagismo na UBS do Ribeiro na cidade de Lins. Salientando-se

que este estudo é de extrema importância para melhor compreensão daqueles

que participam da terapia de grupo e a importância dos outros profissionais

envolvidos no tratamento de tais pacientes na UBS do Ribeiro.

De acordo com os resultados da pesquisa realizada, pôde ser

comprovado que houve uma grande importância o grupo de controle do

tabagismo, pois motivam os participantes e pode-se notar que a grande maioria

parou realmente de fumar.

A implantação de programas de controle do tabagismo ainda é pouco

desenvolvida em nosso país, são poucos hospitais e instituições que usam esta

atividade de forma continua e sistematizada.

Os programas de controle do tabagismo além de todos os benefícios já

citados, também constituem uma forma de educação em saúde e atuam em

diversos segmentos da população, conseguindo em menos tempo, baixar a

prevalência dos fumantes sobre o consumo do tabaco.

É interessante considerar a importância de uma atuação efetiva da

enfermeira nestes tipos de programas. A enfermeira pode contribuir além da

realização da entrevista inicial, com a educação continua e para a aquisição ou

modificação do comportamento de pacientes fumantes.

Com isso conclui-se que o programa de controle ao tabagismo contribui

com o abandono do vício ao tabaco, tendo assim grande importância na vida

dos tabagistas, contribuindo para a diminuição das doenças relacionadas ao

tabaco e proporcionando uma melhor qualidade de vida dos participantes.

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65

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______.Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer INCA. Coordenação de prevenção e vigilância abordagem e tratamento do fumante: consenso 2001. Rio de Janeiro: INCA, 2001. ______. Ministério da saúde. Instituto Nacional do Câncer INCA. Inquérito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade referida de doenças e agravos não transmissíveis. Brasil, 15 capitais e distrito federal 2002 – 2003. Rio de Janeiro, 2003. ______. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer INCA. Programa Nacional de Controle do Tabagismo e outros fatores de risco de câncer. Rio de Janeiro: INCA, 2003. ______. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer INCA. Programa Nacional de Controle do Tabagismo e outros fatores de risco de câncer. Rio de Janeiro: INCA, 2003. ______. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer INCA. Programa Nacional de Controle do Tabagismo e outros fatores de risco de câncer. Rio de Janeiro: INCA, 2001. Disponível em: < http://www.inca.gov.br/tabagismo/publicacoes/estrategias.pdf > Acesso em: 17 ago. 2009. ______. Ministério da Saúde. Pacto pela Saúde; Política Nacional de Atenção Básica. Vol. 4. Disponivel em: < http://portal.saude.gov.br/saude/area.cfm?id_area=1021> Acesso em: 25 ago. 2009. BUENO, M. A. S.; et.al. Tabagismo: táticas para o abandono. Revista Brasileira de Medicina. São Paulo, v.58, n.3, p. 141- 142, mar 2001. CASTRO,M.G., OLIVEIRA, M.S. Qualidade de vida e gravidade da dependência de tabaco. Revista de Psiquiatria Clínica, São Paulo, v.43, n.2, p. 3-5, 2007. Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10 Clínicas e diretrizes Diagnósticas – Coord. Organiz. Mund. da Saúde; trad. Dorgival Caetano. – Porto Alegre: Artes Médicas, 2003. Conferência Internacional sobre Cuidados de Saúde Primários. Alma-Ata, Casaquistão, URSS, 12 de Setembro de 1978.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso

1 INTRODUÇÃO

1.1 Os participantes que freqüentam o grupo de tabagismo devem atingir o

objetivo de parar com o consumo do tabaco, através das medidas terapêuticas

oferecidas pelo programa, ou seja, medicamentos e terapia de grupo, e da

ajuda dos profissionais de saúde que atuam no programa, o grupo é formado

por participantes de ambos os sexos e idades que freqüentam o programa de

controle do tabagismo na UBS do ribeiro, em Lins.

2 RELATO DO TRABALHO QUE SERA REALIZADO

2.1 Materiais

2.2 Métodos

2.3 Técnicas

2.4 Depoimentos do médico do programa de controle do tabagismo na UBS

do ribeiro de Lins, enfermeira, farmacêutico, e participantes do grupo.

3 DISCUSSÃO

Análise entre a teoria e prática utilizada nos participantes do programa

de controle do tabagismo, fazendo uma comparação em como parar de fumar

com o programa de controle do tabagismo.

4 RESULTADOS E SUGESTÕES

Serão colocados os resultados do estudo realizado, e sugerida a

proposta de intervenção.

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APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática

1 IDENTIFICAÇÃO

Razão Social: Unidade Básica de Saúde Dr. Péricles da Silva Pereira

Nome Fantasia: UBS do Ribeiro

Ramo de Atividade: A Unidade Básica de Saúde Dr. Péricles da Silva

Pereira fornece serviços a nível de atenção básica, á moradores do bairro

Ribeiro e proximidades, porém qualquer pessoa residente á outro bairro que

procure a unidade é atendido.

2 ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

Comportamento individual e coletivo durante a terapia de grupo.

Interação entre o grupo e os profissionais

Desempenho social

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APÊNDICE C - Roteiro do Histórico dos Participantes

I DADOS DE INDENTIFICAÇÃO

Sexo:___________________________________________________________

Idade:__________________________________________________________

Estado civil:_______________Escolaridade:____________________________

Profissão: _______________________________________________________

Dados do encaminhamento: ________________________________________

_______________________________________________________________

Doenças pré – existentes: __________________________________________

_______________________________________________________________

Há quanto tem fuma ? _____________________________________________

_______________________________________________________________

Quantos cigarros por dia? __________________________________________

_______________________________________________________________

II PERGUNTAS ESPECIFÍCAS

1. Tempo que permaneceu no programa?

_____________________________________________________________

Data da entrada ___/___/___

Data da saída ___/___/___

2. Método utilizado?

( ) Medicamento

( ) Adesivos

( ) Outros

2.1 Quais ?

_____________________________________________________________

3. Resultado final

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3.1 Parou completamente?

( ) Sim

( ) Não

( ) Parcialmente

3.1.1 Quanto?

__________________________________________________________

Outras informações:_______________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Fonte: Adaptado UBS – Ribeiro

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APÊNDICE D - Roteiro de Entrevista Para o Médico do Programa

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Sexo: __________________________________________________________

Idade: __________________________________________________________

Experiências profissionais anteriores:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Experiências profissionais atuais:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Tempo de formação:_______________________________________________

Cidade:__________________________Estado: ________________________

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1. Quando foi implantado o programa de controle de tabagismo na UBS do

Ribeiro?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

2. O que o incentivou na implantação do programa?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

3. Em sua opinião quais os pontos positivos de uma terapia de grupo com

os participantes?

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76

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

4. V. acredita na ampliação do papel da enfermagem dentro do programa?

Sim ( ) Não ( )

4.1 Como?

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

5. Na sua opinião o programa é realmente eficaz ou seja há cessação do

vicio?

Sim ( ) Não ( )

5.1 Comente?

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

6. De quais profissionais poderia ser composta a equipe do programa,

além dos que já atuam?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

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APÊNDICE E - Roteiro de Entrevista para a Enfermeira

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Sexo: __________________________________________________________

Idade: __________________________________________________________

Experiências profissionais anteriores:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Experiências profissionais atuais:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Tempo de formação:_______________________________________________

Cidade:__________________________Estado: ________________________

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1. Como é feita a seleção dos indivíduos para entrar no programa de

tabagismo?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

2. Em sua opinião qual a importância da intervenção da enfermagem junto

ao grupo?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

3. V. acredita que o atendimento em grupo é uma opção adequada aos

participantes?

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_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

4. Qual o maior beneficio do programa de tabagismo na UBS do ribeiro?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

5. Quais os motivos mais freqüentes para a busca ao programa?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

6. O programa auxilia na qualidade de vida dos participantes?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

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APÊNDICE F - Roteiro de Entrevista para o Farmacêutico

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Sexo: __________________________________________________________

Idade: __________________________________________________________

Experiências profissionais anteriores:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Experiências profissionais atuais:

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Tempo de formação:_______________________________________________

Cidade:__________________________Estado: ________________________

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1. V. vê benefícios a associação de medicação e terapia de grupo?

Sim ( ) Não ( )

6.1 Quais?

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

2. Quais os efeitos colaterais mais freqüentes relatados pelos

participantes?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

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3. Quais as medicações que a unidade oferece aos participantes?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

3.1 Quais as medicações você acredita que poderia ser adicionada

ao programa?

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

4. Qual o papel do farmacêutico no programa?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

5. Na sua opinião quais são os pontos positivos do programa?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

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APÊNDICE G - Roteiro de Entrevista para os Participantes do Programa

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Sexo: __________________________________________________________

Idade: __________________________________________________________

Cidade:_________________________________________________________

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

7. Atualmente você fuma?

Sim ( ) Não ( )

7.1 Se sim, quantos cigarros você fuma por dia?

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

8. Qual método você utiliza para combater o vicio ao tabaco?

( ) Medicamento

( ) Adesivo

( ) Outros

8.1 Quais?

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

9. Tempo que esta no programa?

_______________________________________________________________

Data da entrada ___/___/___

Data da saída ___/___/___

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10. Qual a importância do programa na sua vida?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

11. O que te levou a procurar o programa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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ANEXOS

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ANEXO A – Programa de Controle de Tabagismo – Roteiro de Entrevista

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ANEXO B – Aprovação Comitê de Ética

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ANEXO C - Teste de Fagerström para Avaliação da Dependência à Nicotina

(TFDN)

1. Ao acordar, você fuma o primeiro cigarro

a) Em 5 minutos? 3 pontos

b) 6- 30 minutos? 2 pontos

c) 31- 60 minutos? 1 ponto

d) Após 1 hora? 0 ponto

2. Você acha difícil ficar sem fumar em locais onde é proibido ( por

exemplo: igreja, biblioteca, cinema etc.?)

a) Sim 1 ponto

b) Não 0 ponto

3. Qual cigarro você mais sofreria em deixar?

a) O primeiro da manhã 1 ponto

b) Qualquer outro 0 ponto

4. Quantos cigarros você fuma por dia?

a) 10 ou menos 0 ponto

b) 11- 20 1 ponto

c) 21- 30 2 pontos

d) Mais que 31 3 pontos

5. Você fuma mais durante a primeira hora após acorda do que durante o

resto do dia?

a) Sim 1 ponto

b) Não 0 ponto

6. Você fuma mesmo que esteja doente e precise ficar na cama quase

todo o dia?

a) Sim 1 ponto

b) Não 0 ponto

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Resultado: 0 a 2 pontos não há dependência, 3 a 4 pontos baixa

dependência, 5 pontos dependência media e 6 a 10 pontos alta dependência.

Fonte: Viegas, 2007.

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ANEXO D - LEI Nº 13.541, DE 7 DE MAIO DE 2009

LEI Nº 13.541, DE 7 DE MAIO DE 2009

Proíbe o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer

outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, na forma que especifica

O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: Faço saber que a

Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:

Artigo 1º - Esta lei estabelece normas de proteção à saúde e de

responsabilidade por dano ao consumidor, nos termos do artigo 24, incisos V,

VIII e XII, da Constituição Federal, para criação de ambientes de uso coletivo

livres de produtos fumígenos.

Artigo 2º - Fica proibido no território do Estado de São Paulo, em ambientes de

uso coletivo, públicos ou privados, o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos

ou de qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco.

§ 1º - Aplica-se o disposto no “caput” deste artigo aos recintos de uso coletivo,

total ou parcialmente fechados em qualquer dos seus lados por parede,

divisória, teto ou telhado, ainda que provisórios, onde haja permanência ou

circulação de pessoas.

§ 2º - Para os fins desta lei, a expressão “recintos de uso coletivo”

compreende, dentre outros, os ambientes de trabalho, de estudo, de cultura, de

culto religioso, de lazer, de esporte ou de entretenimento, áreas comuns de

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condomínios, casas de espetáculos, teatros, cinemas, bares, lanchonetes,

boates, restaurantes, praças de alimentação, hotéis, pousadas, centros

comerciais, bancos e similares, supermercados, açougues, padarias, farmácias

e drogarias, repartições públicas, instituições de saúde, escolas, museus,

bibliotecas, espaços de exposições, veículos públicos ou privados de

transporte coletivo, viaturas oficiais de qualquer espécie e táxis.

§ 3º - Nos locais previstos nos parágrafos 1º e 2º deste artigo deverá ser

afixado aviso da proibição, em pontos de ampla visibilidade, com indicação de

telefone e endereço dos órgãos estaduais responsáveis pela vigilância sanitária

e pela defesa do consumidor.

Artigo 3º - O responsável pelos recintos de que trata esta lei deverá advertir os

eventuais infratores sobre a proibição nela contida, bem como sobre a

obrigatoriedade, caso persista na conduta coibida, de imediata retirada do

local, se necessário mediante o auxílio de força policial.

Artigo 4º - Tratando-se de fornecimento de produtos e serviços, o empresário

deverá cuidar, proteger e vigiar para que no local de funcionamento de sua

empresa não seja praticada infração ao disposto nesta lei.

Parágrafo único - O empresário omisso ficará sujeito às sanções previstas no

artigo 56 da Lei federal n.º 8.078, de 11 de setembro de 1990 - Código de

Defesa do Consumidor, aplicáveis na forma de seus artigos 57 a 60, sem

prejuízo das sanções previstas na legislação sanitária.

Artigo 5º - Qualquer pessoa poderá relatar ao órgão de vigilância sanitária ou

de defesa do consumidor da respectiva área de atuação, fato que tenha

presenciado em desacordo com o disposto nesta lei.

§ 1º - O relato de que trata o “caput” deste artigo conterá:

1 - a exposição do fato e suas circunstâncias;

2 - a declaração, sob as penas da lei, de que o relato corresponde à verdade;

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3 - a identificação do autor, com nome, prenome, número da cédula de

identidade, seu endereço e assinatura.

§ 2º - A critério do interessado, o relato poderá ser apresentado por meio

eletrônico, no sítio de rede mundial de computadores - “internet” dos órgãos

referidos no “caput” deste artigo, devendo ser ratificado, para atendimento de

todos os requisitos previstos nesta lei.

§ 3º - O relato feito nos termos deste artigo constitui prova idônea para o

procedimento sancionatório.

Artigo 6º - Esta lei não se aplica:

I - aos locais de culto religioso em que o uso de produto fumígeno faça parte do

ritual;

II - às instituições de tratamento da saúde que tenham pacientes autorizados a

fumar pelo médico que os assista;

III - às vias públicas e aos espaços ao ar livre;

IV - às residências;

V - aos estabelecimentos específica e exclusivamente destinados ao consumo

no próprio local de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou de qualquer

outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, desde que essa condição

esteja anunciada, de forma clara, na respectiva entrada.

Parágrafo único - Nos locais indicados nos incisos I, II e V deste artigo deverão

ser adotadas condições de isolamento, ventilação ou exaustão do ar que

impeçam a contaminação de ambientes protegidos por esta lei.

Artigo 7º - As penalidades decorrentes de infrações às disposições desta lei

serão impostas, nos respectivos âmbitos de atribuições, pelos órgãos estaduais

de vigilância sanitária ou de defesa do consumidor.

Parágrafo único - O início da aplicação das penalidades será precedido de

ampla campanha educativa, realizada pelo Governo do Estado nos meios de

comunicação, como jornais, revistas, rádio e televisão, para esclarecimento

sobre os deveres, proibições e sanções impostos por esta lei, além da

nocividade do fumo à saúde.

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Artigo 8º - Caberá ao Poder Executivo disponibilizar em toda a rede de saúde

pública do Estado, assistência terapêutica e medicamentos antitabagismo para

os fumantes que queiram parar de fumar.

Artigo 9º - Esta lei entra em vigor no prazo de 90 (noventa) dias após a data de

sua publicação.

Palácio dos Bandeirantes, 7 de maio de 2009.

JOSÉ SERRA

Luiz Antônio Guimarães Marrey

Secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania

Luiz Roberto Barradas Barata

Secretário da Saúde

Guilherme Afif Domingos

Secretário do Emprego e Relações do Trabalho

Aloysio Nunes Ferreira Filho

Secretário-Chefe da Casa Civil

Publicada na Assessoria Técnico-Legislativa, aos 7 de maio de 2009.

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ANEXO E – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a Instituição

ANEXO IV

TERMO DE RESPONSABILIDADE DA(S) INSTITUIÇÃO(ÕES) Eu, _____________________________, Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Lins, declaro estar ciente dos termos da Resolução 196, de 09/10/96, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde e que a Unidade Básica de Saúde do Ribeiro tem recursos para realizar o projeto de pesquisa O Papel do Programa de Controle do Tabagismo no Combate do Vicio ao Tabaco. Lins, 06 de Abril de 2009.

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ANEXO F – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para os Participantes

do Programa.

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ANEXO G – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para os Profissionais

do Programa.

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