habilidades sociais em alunos concluintes do … · monografia apresentada ao centro universitário...

53
UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Psicologia Gisele Figueiredo Santos Noemi Ariane da Silva Guerra Willians Fernandes da Silva Junior HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO CURSO DE PSICOLOGIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM DE LINS LINS-SP 2015

Upload: phungkien

Post on 27-Feb-2019

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Psicologia

Gisele Figueiredo Santos

Noemi Ariane da Silva Guerra

Willians Fernandes da Silva Junior

HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS

CONCLUINTES DO CURSO DE PSICOLOGIA DO

CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO

AUXILIUM DE LINS

LINS-SP

2015

Page 2: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

GISELE FIGUEIREDO SANTOS

NOEMI ARIANE DA SILVA GUERRA

WILLIANS FERNANDES DA SILVA JUNIOR

HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO CURSO DE

PSICOLOGIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO

AUXILIUM DE LINS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Psicologia, sob a orientação da Profª Me. Ana Elisa Silva Barbosa de Carvalho e orientação técnica da Profª Me. Jovira Maria Sarraceni

LINS-SP

2015

Page 3: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

Santos, Gisele Figueiredo; Guerra, Noemi Ariane da Silva; Silva Junior, Willians Fernandes

Psicologia: habilidades sociais em alunos concluintes do curso de Psicologia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins / Gisele Figueiredo Santos; Noemi Ariane da Silva Guerra; Willians Fernandes da Silva Junior. – – Lins, 2015.

53p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia, 2015.

Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Ana Elisa Silva Barbosa de Carvalho

1. Habilidades Sociais. 2. Diretrizes Curriculares. 3. Universitários. I Título.

CDU 159.9

S235p

Page 4: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

GISELE FIGUEIREDO SANTOS

NOEMI ARIANE DA SILVA GUERRA

WILLIANS FERNANDES DA SILVA JUNIOR

HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO CURSO DE

PSICOLOGIA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO

AUXILIUM DE LINS

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Psicologia.

Aprovada em: _____/______/_____

Banca Examinadora:

Prof.(a) Orientador (a): Ana Elisa Silva Barbosa de Carvalho

Titulação: Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade

Presbiteriana Mackenzie

Assinatura: _________________________________

1º Prof.(a): ______________________________________________________

Titulação: ______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: _________________________________

2º Prof.(a): ______________________________________________________

Titulação: ______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: _________________________________

Page 5: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

AGRADECIMENTOS

A Deus que está sempre presente em minha vida e nunca me desamparou e

sei que sem Ele nunca teria chego até aqui.

A minha família que mesmo distante se fez presente em diversos momentos.

Em especial aos meus pais, Leopoldino e Tereza, que me ensinaram a ser

quem sou e se esforçaram tanto para tornar essa conquista, dentre tantas

outras, possíveis em minha vida.

Ao meu marido Rafael, por todo amor, companheirismo e paciência durantes

esses anos, sempre me incentivando e acreditando que sou capaz.

Aos meus professores, por toda dedicação e competência ao transmitirem seus

conhecimentos e experiências, me ensinando a ser a profissional que sempre

sonhei.

A minha orientadora Ana Elisa Carvalho por todo carinho e dedicação durante

esse ano que me permitiram crescer profissional e pessoalmente, pelo

incentivo e compromisso que foram essenciais para que tudo desse certo.

Gisele Figueiredo Santos

A Deus por ter me dado o dom da vida, pois “tudo foi criado por meio dele e

para Ele”. (Colossenses 1:15 b)

Aos meus pais João Carlos Guerra e Lucinéia Guerra por me amarem e me

ensinarem a amar, por me darem parâmetros para tornar-me quem sou hoje e

pelo apoio e incentivo ao longo dos anos de graduação.

Ao meu irmão e companheiro de vida Calebe Guerra que mesmo na mais

longa ausência sempre se faz presente.

Ao meu namorado pelo amor incondicional e pela motivação em tantos

momentos de estudo.

Aos meus professores por me inspirarem a amar a Psicologia e fornecerem

ricos conhecimentos teóricos e práticos para a realização deste sonho.

A minha orientadora Ana Elisa de Carvalho por toda dedicação, disponibilidade

e incentivo ao longo desse ano e por partilhar seus conhecimentos que

contribuíram para meu crescimento pessoal e profissional.

Noemi Ariane da Silva Guerra

Page 6: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

A Deus em primeiro lugar, pois sem sua permissão, uma folha não cai da

árvore.

Aos meus pais, grandes heróis, sem eles e todo apoio não chegaria até aqui.

Em especial minha mãe que sempre esteve ao meu lado, nunca deixou de

acreditar, sonhar, e realizar junto a mim.

Aos meus amigos, companheiros de vida, obrigado pela motivação, por

compartilharem seus conhecimentos e momentos mágicos que enriquecem

imensuravelmente minha vida. Em especial Renata Ramos Laureti, por nunca

deixar de acreditar e não me deixar parar de acreditar também, sempre ao meu

lado buscando cada emoção mesmo que escondida em algum lugar, e

lembrando que o filme nunca acaba. Não deixe de acreditar, segure-se naquela

sensação. Don’t stop believin’.

Aos professores, fonte de inspiração e referência, sempre transmitindo o

melhor de cada um e contribuindo para o aumento constante do amor pela

Psicologia.

A minha orientadora Ana Elisa Carvalho pelo incentivo, dedicação, motivação,

ensinamentos e carinho ao longo desses anos, pessoa indispensável na minha

formação, minha mais sincera gratidão.

Willians Fernandes da Silva Junior

Page 7: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

RESUMO

A definição de habilidades sociais consiste em um conjunto de comportamentos sociais que o sujeito apresenta em diversas situações do seu cotidiano. Este estudo teve como objetivo identificar as habilidades sociais presentes nos alunos concluintes do curso de Psicologia e se tais habilidades estão contempladas nas Diretrizes Curriculares Nacionais do curso. Trata-se de uma pesquisa descritiva. A pesquisa foi desenvolvida no Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium. Participaram da pesquisa 10 universitários do último semestre do curso de Psicologia, sendo 60% mulheres e 40% homens. Os alunos responderam o Inventário de Habilidades Sociais (IHS) que permitiu identificar as habilidades sociais presentes no sujeito. Os resultados baseados na interpretação das respostas do IHS indicaram que as habilidades sociais contempladas nas Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Psicologia estão presentes nos alunos concluintes do curso de psicologia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, sendo que a média dos homens foi maior que a das mulheres em quatro fatores dos cinco analisados, apresentando assim maior indicação para treinamento em HS. Palavras-chave: Habilidades Sociais. Diretrizes Curriculares. Universitários.

Page 8: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

ABSTRACT

The definition of social skills consists of a set of social behaviors that an individual shows when in different situations of everyday life. This study aims to identify the social skills demonstrated in Psychology Undergraduate students and whether such skills are included in the National Curricular Guidelines of the course. It is a descriptive research. The research was carried out at Auxilium, the Salesian Catholic University Center. Ten University students from the last semester of Psychology took part of the survey, 60% women and 40% men. The students answered the Social Skills Survey (IHS – Inventário de Habilidades Sociais) which identified social skills present in the individual. The results based on the understanding of IHS responses indicated that the social skills covered in the Guidelines of the Psychology course of the National Curriculum are present in the graduating students of the course at the Salesian Catholic University, and the average of men was higher than that of women in four of the five factors analyzed, thus presenting greater indication for training in SA. Keywords: Social Abilities. Curricular Guidelines. University Students.

Page 9: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - MÉDIA E DESVIO PADRÃO DOS ESCORES FATORIAIS..........30

TABELA 2 - ESCORES SEXO MASCULINO ...................................................30

TABELA 3 - ESCORES SEXO FEMININO .......................................................31

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

HS: Habilidade Social

IHS: Inventário de Habilidades Sociais

THS: Treinamento em Habilidades Sociais

Page 10: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................10

CAPÍTULO I - HABILIDADES SOCIAIS ................... .......................................12

1 BREVE HISTÓRICO ..............................................................................12

1.1 Conceitos e definições ...........................................................................13

1.2 Classes das habilidades sociais.............................................................17

1.2.1 Habilidades de comunicação..................................................................17

1.2.2 Habilidades de civilidade........................................................................17

1.2.3 Habilidades assertiva de enfrentamento ou defesa de direitos e de

cidadania ..........................................................................................................17

1.2.4 Habilidades empáticas ...........................................................................18

1.2.5 Habilidades sociais profissionais ou de trabalho ....................................18

1.2.6 Habilidades sociais educativas...............................................................18

1.2.7 Habilidades sociais de automonitoria .....................................................19

CAPÍTULO II........................................ .............................................................20

1 HISTÓRIA DA PSICOLOGIA NO BRASIL................... ..........................20

1.1 Pareceres de 2001 a 2011 .....................................................................22

1.2 Diretrizes Gerais e Específicas ..............................................................23

CAPÍTULO III....................................... .............................................................27

1 METODOLOGIA........................................ .............................................27

1.1 Instrumento de Pesquisa........................................................................27

1.2 Local de pesquisa ..................................................................................28

1.3 Sujeito de pesquisa ................................................................................29

1.3.1 Critérios de inclusão...............................................................................29

1.3.2 Critérios de exclusão..............................................................................29

1.3.3 Procedimentos .......................................................................................29

1.4 Apresentação, análise e discussão dos resultados................................30

1.5 Parecer final ...........................................................................................36

Page 11: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO............................ .........................................37

CONCLUSÃO.......................................... .........................................................39

REFERÊNCIAS ................................................................................................40

APÊNDICES.....................................................................................................44

ANEXOS...........................................................................................................48

Page 12: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

10

INTRODUÇÃO

A temática das habilidades sociais, no decorrer dos anos teve um

grande avanço. Segundo Caballo (1996) cada cultura possui normas e regras

de comportamentos que são ou não aceitos pela sociedade. Um

comportamento considerado socialmente habilidoso em uma determinada

cultura, por exemplo, pode não ser em outra. Assim como não existe uma única

maneira de se comportar que seja aceita e vista de forma igualitária por todas

as sociedades, as diversas situações enfrentadas pelo sujeito no seu cotidiano

requerem também atitudes e comportamentos diferentes, condizentes as

respectivas situações. Em um ambiente de lazer, no clube com sua família, por

exemplo, o indivíduo se comportará totalmente diferente de uma reunião, em

seu ambiente de trabalho.

Ao definir o que é um comportamento socialmente considerado

habilidoso, pode se encontrar grande adversidade. Muitas pesquisas e

definições sobre o assunto já foram e estão sendo estudadas e apresentadas,

porém não se chegou ainda em um acordo explícito sobre quando se pode

considerar um comportamento como habilidoso (CABALLO, 1996). De acordo

com Meichenbaum (1969 apud CABALLO, 1996) é impossível desenvolver

uma definição estável de habilidade social, visto que um comportamento

socialmente habilidoso é definido como tal, dependendo do contexto cultural

em que se apresenta. Com o contexto de habilidade social sendo mutável, a

mesma deve ser considerada dependendo do marco cultural em questão, e os

padrões de comunicação variam entre as culturas e também dentro de uma

mesma cultura devido fatores como idade, sexo e classe social.

A psicologia ao longo dos anos desenvolveu-se como ciência. Quando

foi reconhecida no Brasil, foi proposta uma tradição curricular que foi

caracterizada pela formulação de disciplinas e conteúdos programáticos por

diretrizes curriculares baseadas em competências e habilidades profissionais

que exige o estabelecimento acerca de um conjunto de desempenhos e

habilidades sobre a identidade profissional, considerando uma consciência de

que a legislação que instituiu o currículo mínimo para os cursos de Psicologia

cumpra seu importante papel. (CNE/CES 1.314/2001)

Page 13: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

11

Acredita-se que este trabalho é importante, pois permitirá verificar as

habilidades sociais presentes nos alunos concluintes do curso de psicologia do

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium e se tais habilidades estão

contempladas nas Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de psicologia.

Este trabalho foi dividido em três capítulos, de forma que o capítulo I

aborda o tema das habilidades sociais, trazendo um breve histórico dessa área,

seus conceitos e definições, e as classes das habilidades. No capítulo II é

possível conhecer a história da psicologia no Brasil e suas Diretrizes

Curriculares, que se modificaram ao longo dos anos até a Resolução nº 5, de

15 de março de 2011, que está atualmente em vigor, e finaliza-se com o

capítulo III que apresenta a metodologia da pesquisa realizada, o instrumento

de pesquisa utilizado e a análise dos dados obtidos.

Page 14: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

12

CAPÍTULO I

HABILIDADES SOCIAIS

1 BREVE HISTÓRICO

Nas décadas de 1960 e 1970 foram assentadas as bases para o

desenvolvimento e a investigação sobre o campo das habilidades sociais (HS),

que teve sua época de maior crescimento em meados da década de 70. Na

década de 1930 alguns trabalhos foram publicados, mas não foram

reconhecidos. (CABALLO, 1996).

Referente à origem do campo das habilidades sociais, Caballo (1996)

divide os estudos científicos e sua fundamentação nas seguintes fontes:

1) Os estudos de Salter (1949) que fala sobre técnicas para aumentar a

expressividade dos indivíduos e que posteriormente são

complementados pelos estudos de Wolpe (1958) que utilizou pela

primeira vez o termo “comportamento assertivo”, que logo chegou a

ser sinônimo de habilidades sociais e pelos estudos de Wolpe e

Lazarus (1966) os quais incluíram o treinamento assertivo como

técnica de terapia comportamental para o emprego na prática clínica.

2) Os estudos de Zigler e Phillips (1960, 1961) sobre “habilidade social”

que tinham como área de investigação os adultos institucionalizados

e mostraram que quanto maior é a habilidade social antes da

hospitalização, menor é seu tempo de internação e mais baixa sua

taxa de recaída.

3) Enquanto as duas primeiras fontes aconteceram nos Estados Unidos,

essa terceira originou-se na Inglaterra com os estudos de Argyle e

Kendon (1967) que baseavam o conceito de “habilidade” aplicado às

interações homem-máquina “no qual a analogia com esses sistemas

implicava em características perceptivas, decisivas, motoras e outras

relativas ao processamento de informação”. (CABALLO, 1996, p.

363).

Page 15: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

13

Segundo Del Prette e Del Prette (2001) foi na Inglaterra com Argyle e

outros estudiosos a ele associados que o uso do termo “habilidades sociais” se

disseminou.

O desenvolvimento dessas fontes ocorreu com base em diferentes

modelos conceituais. Há cinco modelos sobre os quais tem se estruturado o

campo teórico prático das habilidades sociais: “o cognitivo, o da teoria de

papéis, o da assertividade, o da aprendizagem social e o da percepção social”.

(HIDALGO; ABARCA, 1991 apud DEL PRETTE; DEL PRETTE, 1996, p. 236).

O modelo cognitivo baseia-se na suposição de que o desempenho social

é mediado por habilidades sócio-cognitivas aprendidas na interação entre a

criança e o meio em que está inserida. O modelo da teoria de papéis relaciona

as habilidades sociais ao desenvolvimento da compreensão do próprio papel e

do papel do outro. O modelo da assertividade apresenta-se em perspectivas

que explicam os déficits e o desempenho social empobrecido. O modelo de

aprendizagem social afirma que as HS são aprendidas através de experiências

interpessoais onde a observação do desempenho de outro é tida como modelo

no processo básico na aquisição do repertório social. O modelo da percepção

social enfoca a habilidade de “leitura” do ambiente social. (DEL PRETTE; DEL

PRETTE, 1996; 2001).

Segundo Del Prette e Del Prette (1996), no decorrer dos anos a temática

das habilidades sociais alcançou grande aceitação além da verificada em seus

países de origem (Estados Unidos e Inglaterra). Os autores destacam que na

literatura encontram-se publicações no Canadá, na Espanha, na Bélgica e no

México. Na América do Sul se reconhece uma considerável difusão no Chile,

na Colômbia e no Brasil.

No Brasil o primeiro trabalho relacionado a esse tema data da década de

70 que foi o estudo de Almir Del Prette no ano de 1978, época em que eram

escassos trabalhos nessa área na psicologia em contexto nacional. Contudo,

esse cenário começou a mudar na década de 90 com publicações de artigos e

livros sobre HS. Atualmente, percebe-se que o campo ampliou-se por meio de

publicações de trabalhos. (DIAS; OLIVEIRA; FREITAS, 2011).

1.1 Conceitos e definições

Page 16: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

14

Segundo Caballo (1996), grandes problemas ocorrem na hora de definir

o que é um comportamento socialmente habilidoso. Muitas definições são

apresentadas, porém não se chegou ainda em um acordo claro sobre quando

se pode considerar um comportamento como socialmente habilidoso.

Meichenbaum (1969 apud CABALLO, 1996), afirma que é impossível

desenvolver uma definição consistente de habilidade social, pois um

comportamento socialmente habilidoso é definido assim dependendo do

contexto cultural em que se manifesta.

A habilidade social deve ser considerada dentro de um determinado marco cultural e os padrões de comunicação variam amplamente entre culturas e dentro de uma mesma cultura, dependendo de fatores como a idade, o sexo, a classe social e a educação. (CABALLO, 1996, p. 364).

Os indivíduos devem viver e relacionar-se de acordo com normas e

valores criados pela subcultura e determinados como condutas aceitáveis em

diferentes situações. (DEL PRETTE, DEL PRETTE, 1996).

Para Del Prette e Del Prette (1996) é importante que os condicionantes

culturais sejam reconhecidos, pois isso implica em levar em consideração tanto

os padrões comportamentais que são situados historicamente quanto às

variantes peculiares de diferentes subculturas. Dessa forma, é possível pensar

em padrões generalizados de expectativas de ações e reações sociais, como

por exemplo, as pessoas se cumprimentam e respondem a cumprimentos, mas

sem ignorar as especificidades da situação e do significado dessas ações e

reações em diferentes subculturas.

Cada cultura possui normas e regras implícitas e explícitas de

comportamentos que são socialmente aceitos e essas normas são diferentes

em outras culturas (CABALLO, 1996). Um comportamento considerado

socialmente habilidoso em uma tribo indígena, por exemplo, pode não o ser em

uma cidade metropolitana. Assim como não existe uma única maneira de se

comportar que abranja todas as sociedades, as diferentes situações vividas

pelo indivíduo no seu dia a dia requerem também diferentes comportamentos.

Esse mesmo indivíduo se comportará de maneira distinta quando estiver em

um jogo de futebol e em seu ambiente de trabalho.

Page 17: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

15

Normalmente uma resposta competente é aquela que a pessoa acredita

ser apropriada em uma situação específica. Do mesmo modo não existe uma

única maneira de se comportar que seja igual a todos os indivíduos, o que

existe são conceitos diferentes que podem variar de acordo com cada um.

Portanto, as pessoas podem se comportar de um modo diferente em uma

mesma situação e todas as respostas ser consideradas com o mesmo grau de

habilidade social. (CABALLO, 1996).

Em maneira geral, espera-se que um comportamento socialmente habilidoso produza reforço positivo mais frequentemente que punição. Em nível clínico, é importante avaliar tanto o que a pessoa faz quanto as reações que o seu comportamento provoca nos demais. (CABALLO, 1996, p. 365).

Apesar das dificuldades em se formular uma definição universal, pode-

se considerar a princípio uma definição do que constitui um comportamento

socialmente habilidoso:

O comportamento socialmente habilidoso é esse conjunto de comportamentos emitidos por um indivíduo em um contexto interpessoal que expressa os sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou direitos desse indivíduo, de um modo adequado à situação, respeitando esses comportamentos nos demais, e que geralmente resolve os problemas imediatos da situação enquanto minimiza a probabilidade de futuros problemas. (CABALLO, 1986 apud CABALLO, 1996, p. 365).

A definição proposta por Caballo (1996) engloba três dimensões gerais

que segundo Del Prette e Del Prette (1996) são usadas para caracterizar a

categoria de Habilidades Sociais: dimensão comportamental, dimensão

pessoal e dimensão situacional.

Na dimensão comportamental encontram-se dois conjuntos de classes

de comportamentos: as classes molares e as classes moleculares. As classes

molares de comportamento podem ser organizadas em dois grupos. No

primeiro grupo (de emissão) incluem as ações que tem origem no próprio ator,

na medida em que são iniciadas por ele, por exemplo: fazer pedidos, iniciar

conversações, fazer elogios e cumprimentos, expressar afeto e outros.

No segundo grupo (de reação) são incluídas as ações que são

provocadas pelo interlocutor. Essas reações podem ser negativas, tais como

Page 18: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

16

recusar pedidos, expressar raiva, pedir mudança de comportamento do outro e

outros. Ou podem ser positivas, tais como responder a cumprimentos, manter

conversação e outros. As classes comportamentais moleculares representam

conjuntos de unidades menores que resultam da análise do comportamento

interpessoal e servem de base para avaliação de necessidades e de objetivos

para os programas de desenvolvimento de HS.

Existem diversas classes moleculares: os componentes não verbais

(contato visual, sorrisos, gestos, expressões faciais e outros), os

paralinguísticos (volume da fala, entonação, velocidade e outros), os verbais

(incidência de perguntas, humor, clareza e outros) e os componentes mistos

(afetividade, atenção, escolha do momento e outros).

Na dimensão pessoal há uma ênfase no estilo de resolução de

problemas interpessoais, a precisão e exatidão na leitura das demandas e

dicas sociais e os tipos de esquemas de processamento de informações.

A dimensão situacional refere-se às características da situação em que

ocorrem as interações sociais compreendendo desde os diferentes tipos de

interlocutores e seus comportamentos ao contexto cultural mais amplo.

As três dimensões não podem ser vistas separadamente. A

caracterização das HS inclui a análise entre componentes encobertos

(dimensão pessoal das cognições e sentimentos) e abertos (dimensão dos

comportamentos observáveis) como também a relação de tempo e de função

entre essas dimensões. (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 1996).

Pode-se dizer que habilidade social é:

a) uma característica do comportamento, não das pessoas; b) é uma característica específica à pessoa e à situação, não universal; c) deve contemplar-se no contexto cultural do indivíduo, assim como em termos de outras variáveis situacionais; d) está baseada na capacidade de um indivíduo para escolher livremente sua atuação; e) é uma característica do comportamento socialmente efetivo, não prejudicial. (ALBERTI, 1977 apud CABALLO, 1996, p. 365).

De acordo com Caballo (1996) ainda que se afirme que não há uma

definição geralmente aceita, há um acordo geral sobre o que compreende os

conceitos das Habilidades Sociais.

Page 19: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

17

1.2 Classes das habilidades sociais

É necessário possuir um conjunto de habilidades para manter relações

interpessoais e conseguir bom desempenho pessoal e profissional. Del Prette e

Del Prette (2001) destacaram no Inventário de Habilidades Sociais (IHS) alguns

conjuntos principais de HS, dividindo-os em classes e subclasses, como forma

de organizar as avaliações de competência social.

As habilidades sociais são aquelas classes de comportamentos existentes no repertório do indivíduo que compõem um desempenho socialmente competente. (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2001, p. 12).

1.2.1 Habilidades de comunicação

Em grande parte do seu tempo, o ser humano está envolvido em

relações interpessoais, seja em um ambiente profissional ou em sua vida

pessoal, e para mantê-las é necessário saber comunicar-se com o outro e

entendê-lo. (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2001).

Segundo Del Prette e Del Prette (2001), as habilidades de comunicação

se referem a pedir e responder perguntas (pois muitas informações são obtidas

através de perguntas sobre algo que se tem interesse, sendo importante

conseguir se expressar para que fique explícito o que se deseja), pedir e dar

feedback, elogiar, iniciar, manter e terminar uma conversa.

1.2.2 Habilidades de civilidade

Expressar-se de maneira educada e respeitosa, como dizer, por favor,

agradecer, cumprimentar, apresentar-se e despedir-se, são habilidades de

civilidade inevitáveis para as interações sociais, apontadas por Del Prette e Del

Prette (2001).

1.2.3 Habilidades assertivas de enfrentamento ou defesa de direitos e de

cidadania

Page 20: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

18

Essa classe de habilidades se refere àqueles desempenhos em situações que envolvem risco de consequências aversivas e costumam eliciar alta ansiedade, podendo, portanto, ser caracterizadas como reações de enfrentamento. (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2001, p. 13).

Essas habilidades, conforme o IHS referem-se a manifestar opinião,

lidar com críticas, aceitar e discordar, pedir desculpas, aceitar, recusar e fazer

pedidos, reconhecer e admitir falhas, interagir com autoridade, pedir mudança

de comportamento, estabelecer e encerrar relacionamentos, expressar raiva

e/ou desagrado.

Em relação a pedir mudança de comportamento, “deve incluir a

descrição do comportamento que se pretende suprimir, a expressão de

desagrado que ele causa e a especificação do comportamento indicado”.

(BOWER; BOWER, 1977 apud DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2001, p. 60).

1.2.4 Habilidades empáticas

Segundo o IHS, essas habilidades são definidas como: “parafrasear,

refletir sentimentos, expressar apoio”. (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2001, p.

13).

Essa habilidade está ligada a pessoas que tem facilidade de se colocar

no lugar de outras pessoas, possibilitando a compreensão das atitudes de um

individuo em uma determinada situação. (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2006).

1.2.5 Habilidades sociais profissionais ou de trabalho

No campo profissional, devem-se ter habilidades para um melhor

desenvolvimento individual e em equipe no ambiente de trabalho. Alguns

aspectos como criatividade, intuição, facilidade para coordenar grupos, falar em

grupo cada vez mais são características determinantes para um desempenho

satisfatório. (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2006).

1.2.6 Habilidades sociais educativas

Page 21: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

19

É a habilidade mais encontrada em pais, professores e agentes

envolvidos em atividades de educação, treinamento e pessoas comprometidas

com a promoção do desenvolvimento e aprendizagem do outro. (DEL PRETTE;

DEL PRETTE, 2006).

A tarefa educativa pode ocorrer em vários contextos e sob a

responsabilidade de diferentes pessoas, a principal característica seria o

exercício de um papel socialmente atribuído ou autoatribuído de promover a

aprendizagem e o desenvolvimento de outras pessoas como: educadores de

rua, líderes religiosos, sindicais, dentre outros. Aqueles que realizam essas

tarefas estão sendo designados aqui como "agentes educativos", termo

aplicado a qualquer pessoa que promove, de maneira regular ou ocasional, o

processo de aprendizagem e ou desenvolvimento de outras. (DEL PRETTE;

DEL PRETTE, 2008).

1.2.7 Habilidades sociais de automonitoria

De acordo com Del Prette e Del Prette (2006), é através dessa

habilidade que o individuo é capaz de observar, interpretar, descrever,

sentimentos e pensamentos, permitindo sua manutenção em interações

sociais.

No ano de 2010, Del Prette e Del Prette acrescentaram ao conceito de

automonitoria, mais comportamentos como: identificar e descrever eventos

antecedentes e consequentes, avaliar o próprio comportamento e escolher

respostas com maior probabilidade de reforço. (DIAS, 2014).

Page 22: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

20

CAPÍTULO II

HISTÓRIA E DIRETRIZES DA PSICOLOGIA

1 HISTÓRIA DA PSICOLOGIA NO BRASIL

Para uma melhor compreensão sobre a história da Psicologia no Brasil

segundo Mitsuko (2004), essa história se desdobra em vários tipos de História

da Psicologia. Não há duvida de que nessa influência histórica, a ação de

fatores de uma época sobre a atividade de pesquisadores é igualmente válida

para os historiadores da Psicologia.

Psicólogos de diferentes escolas se preocupavam com a conceituação

básica de sua ciência. Em seu inicio, a Psicologia era conhecida como ciência

que estudava a consciência. Era a abordagem de Wundt e de seus inúmeros

discípulos, ainda que reconhecessem a importante ligação entre consciência e

sistema nervoso. (MITSUKO, 2004).

Religiosos, políticos, educadores, filósofos e moralistas foram os primeiros a abordar questões psicológicas no Brasil colonial. Essas ideias figuram em obras de filosofia moral, teologia, pedagogia, medicina, política e arquitetura; abordando temas como emoções, sentidos, autoconhecimento, educação, personalidade, controle do comportamento, aprendizagem, influência paterna, educação feminina, trabalho, adaptação ao meio, processos psicológicos, práticas médicas, controle político, diferenças raciais e étnicas e persuasão de “selvagens”. (CRP/SP, 2011, p. 6).

Com o surgimento do Iluminismo no século XVIII surgem novas

concepções de conhecimento, que tiveram impacto sobre o entendimento dos

fenômenos psicológicos. A figura do médico se destacou como substituto beato

na cura dos males da alma. (CRP/SP, 2011).

Em sua obra Medicina Theologica ou Suplica Humilde, Franco (1794

apud CRP/SP, 2011, p. 6) afirma que: “Descobrindo-se na Confissão, as

chagas todas do coração humano facilmente são conhecidas e podem ser

inteiramente curadas pelos médicos, que as observarão e examinarão em

segredo”.

Page 23: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

21

Os saberes psicológicos, no século XIX, foram produzidos principalmente no interior da medicina e da educação; na medicina, em teses de doutorado que os formandos do curso de medicina deveriam defender para obter o título de doutor e nas práticas dos hospícios. Grande parte dos assuntos psicológicos tratados refere-se à: paixões ou emoções, diagnóstico e tratamento das alucinações mentais, epilepsia, histeria. (CRP/SP, 2011, p. 8).

De acordo com o CRP/SP (2011) foi a partir da década de 1840 que

começaram a serem criados os primeiros hospícios no Brasil. Tais locais foram

feitos baseados na necessidade de oferecer tratamento adequado aos “loucos”,

que até então viviam nas ruas, prisões e nas “casinhas de doidos” das Santas

Casas de Misericórdia.

Na área da educação, conteúdos psicológicos que abordavam as

faculdades psíquicas, a aprendizagem e os métodos e instrumentos educativos

são encontrados no ensino secundário e há certa preocupação com o

fenômeno psicológico, fundamentando principalmente a metodologia de ensino,

com foco no educando e na formação do educador. Conteúdos psicológicos

são encontrados nas disciplinas de Filosofia, Psicologia Lógica, Pedagogia e

Psicologia. (CRP/SP, 2011).

Gradativamente, a Psicologia vai sendo reconhecida como uma ciência

autônoma, ocupando um lugar significativo no âmbito do ensino, da pesquisa e

da prática e se consolida como uma ciência capaz de formular teorias, técnicas

e práticas para orientar e integrar o processo de desenvolvimento demandado

pela nova ordem política e social.

Consolidam-se os campos de atuação: educação, trabalho e clínica. Testes e métodos de avaliação psicológicos são utilizados nos serviços públicos de orientação infantil implantados em São Paulo e no Rio de Janeiro. (CRP/SP, 2011, p. 12).

A Lei nº 4.119 de 27 de agosto de 1962 reconhece a profissão de

psicólogo, fixa normas para a atuação profissional e estabelece um currículo

mínimo para sua formação. Os campos de atuação são aqueles que se

consolidaram como prática no período anterior: clínica, escolar-educacional e

organização do trabalho. (CRP/SP, 2011).

Page 24: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

22

1.1 Pareceres de 2001 à 2011

Quando a Psicologia foi reconhecida no Brasil, foi necessário

caracterizar e enunciar disciplinas e conteúdos programáticos para os cursos

no país todo. Contudo, algum tempo depois, percebeu-se a necessidade de

uma caracterização e enunciação de disciplinas baseadas em competências e

habilidades profissionais. (CNE/CES 1.314/2001)

Levando em consideração que a antiga legislação que instituiu o

currículo mínimo para os cursos de Psicologia havia cumprido seu papel, mas

precisava ser substituída diante do desenvolvimento da Psicologia quanto

ciência, em 07/11/2001 foi aprovado pelo Conselho Nacional de Educação o

parecer nº: CNE/CES 1.314/2001 que instituiu as Diretrizes Curriculares para o

Curso de Graduação em Psicologia.

Os pareceres 1.314/2001 e 072/2002 propunham três perfis de

formação: Bacharelado em Psicologia, Licenciatura e Formação de Psicólogo.

O primeiro voltado para pesquisa, o segundo voltado para a formação de

professores e o terceiro voltado para a formação profissional. Ficava a critério

da instituição de ensino oferecer ou não as duas primeiras formações, pois a

última era obrigatória.

Depois de muitas discussões e colocações que divergiam no que se

referia aos diferentes perfis para o curso de Psicologia, em 19/02/2014 foi

aprovado o parecer nº CNE/CES 0062/2004 que contemplava uma formação

ampla do Psicólogo, respeitando as múltiplas concepções teóricas e

metodológicas.

Em 08/07/2007 foi aprovado o parecer CNE/CES nº 153/2007 que

constituiu em uma consulta referente à Resolução CNE/CES nº 8/2004. Esse

parecer estabeleceu que a Instituição de Ensino Superior poderia reconhecer

atividades realizadas pelo aluno de psicologia para fins de estágio

supervisionado obrigatório junto aos Juizados Especiais e outras instituições,

desde que estivessem consonantes com o Projeto Pedagógico do curso de

Psicologia.

O parecer CNE/CES nº 338/2009, aprovado em 12 de novembro de

2009, propôs a alteração do art. 13 da Resolução CNE/CES nº 8, de 7 de maio

Page 25: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

23

de 2004 que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de

Psicologia. (BRASIL, 2009)

O art. 13 da resolução de 2004 previa a formação do Professor de

Psicologia para atuar na construção de políticas públicas de educação, na

educação básica, no nível médio, em cursos profissionalizantes, assim como

em contextos de educação informal, como abrigos e centros socioeducativos,

entre outros.

Contudo, esse artigo não definiu com clareza a questão da formação de

professores de Psicologia, exigindo assim sua alteração. O art. 13 do parecer

338/2009 instituiu que a formação dar-se-ia em um projeto pedagógico

complementar e diferenciado, elaborado de acordo com a legislação que

regulamenta a formação de professores no país. Portanto, nessa resolução

ficou estabelecido que a formação de professores de Psicologia deveria

integrar a formação específica e a pedagógica na área da Psicologia.

1.2 Diretrizes Gerais e Específicas

A Resolução nº 5, de 15 de março de 2011, institui as Diretrizes

Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Psicologia,

constituindo as orientações sobre princípios, fundamentos, condições de

oferecimento e procedimentos para o planejamento, a implementação e a

avaliação deste curso. (BRASIL, 2011)

Segundo esta resolução os objetivos gerais da formação do psicólogo

são dotar o profissional de conhecimentos para o exercício das competências e

habilidades gerais, tais como:

a) Atenção à saúde, diz respeito à prática do serviço do profissional

dentro de padrões elevados de qualidade e dos princípios da

ética/bioética, e de sua aptidão em desenvolver ações de prevenção,

promoção, proteção e reabilitação da saúde psicológica e

psicossocial, individualmente ou coletivamente;

b) Tomada de decisões, o profissional deve basear o seu trabalho em

comprovações cientificas, fundamentando na capacidade de avaliar,

sistematizar e decidir as condutas mais adequadas;

Page 26: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

24

c) Comunicação, todo profissional deve estar acessível e deve manter

os princípios éticos na utilização das informações a ele confiadas, na

interação com outros profissionais de saúde e no público em geral;

d) Liderança, o profissional deve estar apto a assumir o papel de líder

em um trabalho com uma equipe multiprofissional, zelando sempre

pelo bem-estar da comunidade;

e) Administração e gerenciamento referem-se à aptidão em ter

iniciativa, conseguir administrar e gerenciar o trabalho, os recursos

físicos e materiais e de informação, da mesma forma que os

profissionais devem estar aptos também para serem

empreendedores, gestores, empregadores ou líderes nas equipes de

trabalho;

f) Educação permanente, o profissional deverá ser capaz de aprender

continuamente, em sua formação e no trabalho, ter responsabilidade

e compromisso com a sua educação e o treinamento dos futuros

profissionais, estimulando e desenvolvendo a mobilidade acadêmica

e profissional, a formação e a cooperação através de redes nacionais

e internacionais.

De acordo com o Art. 5º dessa resolução, a formação do psicólogo exige

que o curso de graduação articule conhecimentos, habilidades e competências

em torno dos eixos estruturantes abaixo:

I. Fundamentos epistemológicos e históricos, que permitam ao

formando o conhecimento das bases epistemológicas,

desenvolvendo a capacidade para avaliar criticamente as linhas

de pensamento em Psicologia;

II. Fundamentos teórico-metodológicos que garantam a apropriação

crítica do conhecimento disponível, garantindo uma visão ampla

do conhecimento científico em Psicologia;

III. Procedimentos para a investigação científica e a prática

profissional, garantindo tanto o domínio de instrumentos e

estratégias de avaliação e de intervenção quanto à competência

para selecioná-los, avaliá-los e adequá-los a problemas e

contextos específicos de investigação e ação profissional;

Page 27: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

25

IV. Fenômenos e processos psicológicos que constituem objeto de

investigação e atuação no domínio da Psicologia, de forma a

propiciar amplo conhecimento de suas características, questões

conceituais e modelos explicativos, assim como seu

desenvolvimento recente;

V. Interfaces com campos afins do conhecimento para demarcar a

natureza e a especificidade do fenômeno psicológico e percebê-lo

em sua interação com fenômenos biológicos, humanos e sociais;

VI. Práticas profissionais voltadas para assegurar um núcleo básico

de competências que permitam a atuação profissional e a

inserção do graduado em diferentes contextos institucionais e

sociais, de forma articulada com profissionais de áreas afins.

(BRASIL, 2011)

Em relação às competências do futuro profissional, o Art. 8º destaca a

necessidade de possuir domínio em conhecimentos de psicologia e ser capaz

de trabalhá-los em diversas situações que solicitem a investigação, análise,

avaliação, prevenção, atuação em processos psicológicos e psicossociais e

promovem qualidade de vida. Em seguida, o Art. 9º coloca que as

competências básicas devem estar de acordo com as seguintes habilidades:

I. Levantar informação bibliográfica através de busca convencional

e meios eletrônicos;

II. Ler e interpretar documentos da área da Psicologia;

III. Trabalhar com diversos métodos de investigação científica;

IV. Realizar diversas formas de entrevistas para diferentes finalidades

e situações;

V. Analisar as relações entre contextos e processos psicológicos e

comportamentais, de forma a descrevê-los e interpreta-los;

VI. Descrever, analisar e interpretar manifestações verbais e não

verbais, para acesso a estados subjetivos;

VII. Utilizar os recursos de outras áreas, como matemática, estatística

e informática, para que possam ser realizadas análise e

apresentação de dados e na preparação de atividades

profissionais em Psicologia. (BRASIL, 2011)

Page 28: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

26

De acordo com o Art. 17, “as atividades acadêmicas devem fornecer

elementos para a aquisição das competências, habilidades e conhecimentos

básicos necessários ao exercício profissional”, com o intuito de aproximar o

graduando às práticas profissionais.

Esta resolução entrou em vigor a partir de sua publicação, revogando a

resolução nº 8, de 7 de maio de 2004 e outros documentos em contrário.

Segundo o breve histórico do desenvolvimento da psicologia no Brasil,

observa-se que ocorreram algumas mudanças no que diz respeito a conteúdos

programáticos e formulação de disciplinas. As Diretrizes Curriculares foram

baseadas a partir das habilidades profissionais e das competências que são

necessárias e exigidas ao futuro profissional.

Ao analisar as resoluções anteriores, observa-se o andamento dos

cursos de graduação em psicologia no Brasil e as mudanças ocorridas tanto na

formação do psicólogo quanto nas habilidades e competências escritas de

forma mais detalhada na resolução atual que traz as Diretrizes Curriculares de

modo a articular conhecimentos, habilidades e competências. É necessário

identificar as habilidades e competências propostas e verificar se as mesmas

foram desenvolvidas pelos sujeitos desta pesquisa.

Page 29: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

27

CAPÍTULO III

PESQUISA

1 METODOLOGIA

O método utilizado foi a Pesquisa de Campo que, segundo Gonçalves

(2001 apud PIANA, 2009) é o tipo de pesquisa que busca a informação

diretamente com a população pesquisada. Ela exige que o pesquisador tenha

um encontro mais direto. O pesquisador precisa ir ao espaço onde o fenômeno

ocorre, ou ocorreu e reunir informações a serem documentadas.

A pesquisa foi Descritiva e de acordo com Menezes e Silva (2005) esse

tipo de pesquisa tem o objetivo de descrever as características de determinada

população ou fenômeno. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de

dados e assume, em geral, a forma de levantamento.

Os dados foram analisados a partir das instruções de correção e

interpretação dos resultados contidos no manual do Inventário de Habilidades

Sociais (IHS) a fim de identificar as Habilidades Sociais (HS) presentes nos

alunos e verificar se tais habilidades estão contempladas nas diretrizes

curriculares do curso de Psicologia.

1.1 Instrumento de Pesquisa

O IHS foi idealizado com base no interesse pelo assunto e na

inexistência de instrumentos dessa natureza no Brasil. É um instrumento de

autorrelato para identificar o repertório de habilidades sociais usualmente

requeridas em situações interpessoais cotidianas. (DEL PRETTE; DEL

PRETTE, 2001).

De acordo com Del Prette e Del Prette (2001), os itens do IHS foram

elaborados a partir da análise da literatura sobre as situações abrangidas pelo

conceito de habilidades sociais e de estudos feitos com universitários. Essas

análises permitiram a composição de 38 itens que descrevem situações sociais

cotidianas em vários contextos em que o ser humano se encontra como família,

Page 30: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

28

lazer e trabalho, com diferentes interlocutores e diferentes habilidades as quais

avaliam o repertório de habilidades sociais de acordo com a estimativa que o

respondente faz sobre a frequência com que reage da forma indicada em cada

item.

O instrumento é composto por um Caderno de Aplicação e uma Folha de

Resposta. O caderno de aplicação tem instruções e 38 itens, cada um

descrevendo uma situação de interação social e uma possível reação. É

solicitado ao respondente que faça uma estimativa da frequência com que

reage da forma escrita. A escala tem cinco pontos que variam de nunca ou

raramente a sempre ou quase sempre e a Folha de Respostas contém um

quadro para a anotação das respostas com um modelo da escala para

estimativa da frequência das repostas.

A interpretação do escore total e dos escores fatoriais do respondente é baseada na sua posição, em termos de percentis, em relação ao seu subgrupo de referência do mesmo sexo. O valor situado no percentil 50 indica uma posição mediana, com aproximadamente metade dos indivíduos da amostra de referência acima e metade abaixo da posição do respondente. Os valores acima do percentil 50 indicam que o respondente se situa entre os 50% dos indivíduos com escores mais altos em habilidades sociais; abaixo do percentil 50, indica o contrário. Acima de 75%, o escore do respondente se situa entre os 25% maiores; abaixo de 25% pode-se considerar que seu repertório de habilidades sociais é bastante deficitário, requerendo programas de intervenção nessa área. (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2001, p. 27).

A correção e interpretação dos dados são feitas de acordo com as

instruções contidas no Manual de aplicação, apuração e correção.

O projeto foi submetido à Plataforma Brasil e aprovado pelo Comitê de

Ética em 01 de junho de 2015, com parecer número 1.090.013. (ANEXO A)

1.2 Local de pesquisa

A pesquisa foi realizada na instituição de ensino Centro Universitário

Católico Salesiano Auxilium de Lins na sala 101 do bloco A no horário das 9h

às 11h.

Page 31: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

29

1.3 Sujeito de pesquisa

Participaram da pesquisa 10 universitários, sendo 60% do sexo feminino

(n=6) e 40% do sexo masculino (n=4), regularmente matriculados no último

semestre do curso de Psicologia com idade média de 30 e 7 anos.

1.3.1 Critérios de inclusão

Estar matriculado no último semestre do curso de Psicologia, realizar os

estágios determinados na matriz curricular para o ano de conclusão, estar

presente no dia da aplicação, aceitar responder o Inventário e assinar o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido.

1.3.2 Critérios de exclusão

Não estar matriculado no último semestre do curso de Psicologia, não

realizar os estágios determinados na grade curricular para o ano de conclusão,

faltar no dia da aplicação, não aceitar responder o Inventário e não assinar o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Ressalta-se que os três alunos que aplicaram o IHS por estarem

matriculados no último semestre do Curso de Psicologia foram excluídos da

pesquisa.

1.3.3 Procedimentos

Convidaram-se os alunos no dia oito de agosto de 2015 durante a aula

de Metodologia do Trabalho Científico II, com a autorização da docente

responsável. Foram explicados os objetivos da pesquisa e em seguida foi

marcado o dia e horário da aplicação que foi realizada no dia cinco de agosto

de 2015 no horário das 9h às 11h no Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium de Lins.

No dia em que foi feito o convite estavam presentes aproximadamente

40 alunos, porém houve uma mudança no cronograma da aula e no dia da

aplicação estavam presentes 12 alunos, dos quais 10 aceitaram responder o

Page 32: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

30

questionário do IHS. A pesquisa foi espontânea e voluntária e foi realizada a

explicação do teste e lido juntamente com os participantes o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A). Em seguida, foram

recolhidas as assinaturas do Termo de Consentimento e realizada a aplicação

do Inventário.

1.4 Apresentação, análise e discussão dos resultados

A tabela abaixo apresenta a Média e o Desvio Padrão dos Escores

Fatoriais, obtidos pelos participantes da pesquisa.

TABELA 1 - MÉDIA E DESVIO PADRÃO DOS ESCORES FATORIAIS

Masculino M (DP)

Feminino M (DP)

F1 – Enfrentamento e autoafirmação com risco

10,18 (2,25) 6,99 (2,94)

F2 – Autoafirmação na expressão de sentimento positivo

10,29 (1,22) 9,02 (1,00)

F3 – Conversação e desenvoltura social

6,83 (1,41) 7,59 (2,57)

F4 – Autoexposição a desconhecidos e situações novas

4,28 (1,24) 3,52 (1,64)

F5 – Autocontrole da agressividade 1,50 (0,53) 1,13 (0,53) Fonte: Santos, Guerra, Silva Jr; 2015.

As tabelas 2 e 3 apresentam os Escores Totais e Fatoriais obtidos pelos

participantes de ambos os sexos.

TABELA 2 - ESCORES SEXO MASCULINO

SUJEITO ESCORE TOTAL

FATOR 1

FATOR 2

FATOR 3

FATOR 4

FATOR 5

1 114 11, 699 11,35 7,11 5,81 1,53 2 108 8, 589 11,3 7,4 4,01 1,14 3 99 12, 292 9,06 5, 051 3,56 1,15 4 96 8, 125 9,46 7,77 3, 753 2, 207

Fonte: Santos, Guerra, Silva Jr; 2015.

Page 33: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

31

TABELA 3 - ESCORES SEXO FEMININO

SUJEITO ESCORE TOTAL

FATOR 1

FATOR 2

FATOR 3

FATOR 4

FATOR 5

1 119 12,85 8,71 9,95 5,01 1,47 2 93 4, 946 8,45 9,9 4,27 0, 857 3 93 6, 541 10,94 6, 912 2, 909 1,22 4 92 5, 929 8, 957 7,16 5,51 1,55 5 81 5, 226 8,06 8,59 1,72 0,19 6 73 6, 435 9, 023 3, 054 1, 757 1,53

Fonte: Santos, Guerra, Silva Jr; 2015.

Fator 1

Observando os dados obtidos, nota-se que nesse fator, que “avalia

principalmente assertividade” (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2001) e a

capacidade dos indivíduos em lidar com situações interpessoais que requerem

autoafirmação como: fazer perguntas, falar em público, manter conversa com

desconhecidos, apresentar-se a outra pessoa, cobrar dívida de um amigo e

lidar com críticas, a média dos estudantes do sexo masculino (10,18) foi

consideravelmente maior que a média dos estudantes do sexo feminino (6,99).

Nos dados analisados entre os homens (Tabela 2), observou-se que um

participante apresentou repertório bastante elaborado de HS (12,292), um ficou

entre o repertório bastante elaborado de HS e bom repertório acima da

mediana (11, 699) e dois foram indicados para treinamento em HS no caso dos

déficits de tornarem fontes de problemas (8,589 / 8,125). No caso das mulheres

(Tabela 3), uma apresentou repertório bastante elaborado (12,85), duas

apresentaram um bom repertório, porém abaixo da mediana (6,541 / 6,435),

uma ficou entre um bom repertório abaixo da mediana apresentando indicação

para treinamento (5,929). Duas foram indicadas para treinamento caso os

déficits se tornem fontes de problemas (5,226 / 4,946).

De acordo com Lange e Jakubowski (1978 apud BANDEIRA; QUAGLIA,

2005), a assertividade pode ser compreendida como a capacidade que um

indivíduo tem de se posicionar para defender seus direitos e se autoafirmar

diante de situações interpessoais.

Estudos revelam que alunos de Psicologia compreendem adequação

social como a capacidade de abrir mão de seus direitos para evitar conflitos.

Essa compreensão é errada e afeta o comportamento dos estudantes

Page 34: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

32

revelando seu grau de inassertividade (BANDEIRA; QUAGLIA, 2005 apud

CARNEIRO; TEIXEIRA, 2011), como se verificou mais significativamente no

sexo feminino.

A habilidade de enfrentamento e autoafirmação com risco é encontrada

na Resolução nº 5, de 15 de março de 2011, no Art. 4º, no item II que se refere

à habilidade de Tomada de decisões, que é a capacidade de avaliar,

sistematizar e decidir condutas mais adequadas, e no item III que se refere à

habilidade de Comunicação, que é a capacidade do individuo em manter uma

postura ética ao falar sobre informações a ele confiadas, posicionando-se de

forma adequada, sabendo expressar-se de maneira assertiva quando

necessário diante de outros profissionais ou do público em geral.

A partir dos resultados obtidos entende-se que os homens estão mais

preparados para enfrentar situações que requer autoafirmação em todas as

áreas de suas vidas, inclusive na área profissional onde tais habilidades são

necessárias.

Fator 2

Esse fator mede a autoafirmação na expressão de afeto positivo como:

agradecer a elogios e saber elogiar, defender alguém e participar de

conversação. Observou-se que a média do sexo masculino (10,29) foi maior

que a média do sexo feminino (9,02).

Observou-se que, nos dados do sexo masculino (Tabela 2), dois

participantes apresentaram repertório bastante elaborado de HS (11,35 / 11,3)

e dois apresentaram bom repertório em HS acima da mediana (9,46 / 9,06).

Nos dados do sexo feminino (Tabela 3) observou-se que uma participante

apresentou repertório bastante elaborado (10,94), uma ficou entre o repertório

médio e o bom repertório abaixo da mediana (9,023), duas apresentaram bom

repertório abaixo da mediana (8,957 / 8,71), uma ficou entre bom repertório

abaixo da mediana e indicação para treinamento (8,45) e uma foi indicada para

treinamento caso os déficits se tornem fontes de problemas (8,06).

De acordo com Carneiro e Teixeira (2011) é necessário considerar que

essas situações acontecem tanto na vida pessoal do indivíduo quanto na vida

acadêmica, por isso é importante considerar o nível ontogenético dos

Page 35: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

33

participantes que segundo Leontiév (1978 apud ZANELLA, 1994,) se

desenvolve num processo de inter-relações com o meio.

A habilidade medida neste fator pode ser encontrada no Art. 4º da

Resolução nº 5, no item II que se refere à habilidade de Tomada de decisões,

no item III que se refere à habilidade de Comunicação e no item IV que se

refere à habilidade de Liderança, que é a capacidade do indivíduo em se

posicionar diante de diversas situações, visando o bem-estar de todos.

Portanto segundo Carneiro e Teixeira (2011), é possível que o grupo do

sexo masculino tenha vivenciado relações mais gratificantes e com isso

desenvolveram a habilidade de expressar sentimentos positivos com maior

facilidade. Contudo, é importante ressaltar que a diferença entre a média dos

grupos não é tão significativa.

Fator 3

Nesse fator que mede a capacidade dos indivíduos de conversação e

desenvoltura social como: manter conversação, encerrar conversação, pedir

favores a colegas, abordar autoridade e recusar pedidos abusivos, a média do

sexo masculino (6,83) foi menor que a média do sexo feminino (7,59).

Os dados do sexo masculino (Tabela 2) indicaram que um participante

apresentou repertório bastante elaborado de HS (7,77), dois apresentaram bom

repertório acima da mediana (7,11 / 7,4) e um foi indicado para treinamento em

HS no caso em que os déficits se tornem fontes de problemas (5,051). Os

dados do sexo feminino (Tabela 3) indicaram que três participantes

apresentaram repertório bastante elaborado (9,95 / 9,9 / 8,59), duas

apresentaram bom repertório acima da mediana (7,16 / 6,912) e uma foi

indicada para treinamento caso os déficits se tornem fonte de problemas

(3,054).

Os microssistemas (como família, escola, amigos) representam os

contextos mais básicos e nucleares de interação organismo-ambiente e são

caracterizados por relações interpessoais face a face significativas e estáveis,

afetividade e alteração gradual nas relações de poder. Na vida adulta, novas

habilidades sociais são requeridas: realização de tarefas em grupo, exercício

da liderança em algumas atividades, demandas da própria independência,

entre outras. (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2001).

Page 36: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

34

No Art. 4º da Resolução nº 5, é possível encontrar esta habilidade nos

itens II referente à habilidade de Tomada de decisões e III referente à

habilidade de Comunicação.

Sendo assim, uma possível explicação para os dados obtidos nesse

fator pode ser atribuída ao fato de que as mulheres, no contexto social em que

viveram e que estão inseridas, vivenciaram situações de interação social mais

abrangente e desafiadora em cada estágio de seu desenvolvimento, gerando

assim uma maior desenvoltura social que os homens pesquisados.

(CARNEIRO; TEIXEIRA, 2011).

Fator 4

No F4, fator que mede a capacidade de autoexposição a desconhecidos

ou a situações novas como: falar com conhecidos e desconhecidos e saber se

portar em diversas situações, média do sexo masculino (4,28) foi maior que a

média do sexo feminino (3,52).

Nos dados analisados do sexo masculino (Tabela 2), um participante

apresentou repertório bastante elaborado de HS (5,81) e os outros três

apresentaram bom repertório acima da mediana (4,01 / 3,753 / 3,56). Nos

dados do sexo feminino (Tabela 3), observou-se que duas participantes

apresentaram repertório bastante elaborado (5,51 / 5,01), uma ficou entre um

bom repertório acima da mediana e um repertório bastante elaborado (4,27),

uma apresentou bom repertório abaixo da mediana (2,909) e duas foram

indicadas para treinamento em HS (1,757 / 1,72).

Podem-se entender os dados descritos levando em consideração que ao

final de um curso superior os estudantes desconstroem o conhecimento do

senso comum e o substituem pelo conhecimento teórico. Dessa forma é

provável que os alunos associem esse conhecimento à responsabilidade de

agirem como profissionais em qualquer ambiente em que estiverem evitando

muitas vezes sua exposição para não entrar em contato com críticas a sua

postura. (CARNEIRO; TEIXEIRA, 2011)

É possível relacionar esta habilidade com o item III que se refere à

habilidade de Comunicação e IV que se refere à habilidade de Liderança,

presentes no Art. 4º da Resolução nº 5.

Page 37: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

35

Assim é possível observar na Tabela 1, tal situação é mais acentuada

entre as mulheres, tendo como consequência menor habilidade em se expor

em situações novas.

Fator 5

Fator que mede a capacidade de autocontrole da agressividade como:

controle da raiva, saber lidar com críticas e cumprimentar desconhecidos. A

média entre os homens pesquisados (1,50) foi maior do que entre as mulheres

(1,13), porém observou-se pouca diferença em tal resultado.

Verificou-se, nos dados obtidos entre o sexo masculino (Tabela 2) que

um participante apresentou repertório bastante elaborado de HS (2,207), um

apresentou bom repertório acima da mediana (1,53) e os outros dois

apresentaram bom repertório abaixo da mediana (1,15 / 1,14). Entre os dados

do sexo feminino (Tabela 3) verificou-se que duas apresentaram repertório

bastante elaborado (1,55 / 1,53), uma ficou entre bom repertório acima da

mediana e um repertório bastante elaborado (1,47), uma apresentou bom

repertório acima da mediana (1,22), uma ficou entre um bom repertório abaixo

da mediana e um repertório mediano (0,857) e uma foi indicada para

treinamento em HS no caso dos déficits se tornarem fonte de problemas (0,19).

Notou-se que nesse fator apenas uma participante foi indicada para

treinamento em HS. Esses dados revelam que a maioria dos alunos reage de

maneira adequada à estimulação aversiva, controlando a raiva e a

agressividade ou consideram muito ruim serem considerados agressivos

emitindo respostas de fuga e esquiva diante de situações que podem revelar

essas condutas. (CARNEIRO; TEIXEIRA, 2011)

Outra explicação para esse dado é o fato dos estudantes se ajustarem

ao estereótipo do psicólogo como um profissional mais contido e controlado.

Observa-se que o impacto da expectativa social é relevante na determinação de comportamentos e, nesse caso, contribuem para a construção de respostas que são valorizadas para a profissão de psicólogo, como autocontrole da agressividade. (DEL PRETTE et al., 2004 apud CARNEIRO; TEIXEIRA, 2011, p. 49)

Page 38: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

36

É possível relacionar essa habilidade com a Resolução nº 5, no Art. 4º,

nos itens II referente à habilidade de Tomada de decisões e III referente à

habilidade de Comunicação.

Segundo Del Prette e Del Prette (2001) entender o que o outro diz e

fazer-se entender dependem da comunicação e comunicar envolve

compartilhar modo de vida, pensamento, atitude e comportamento. A utilização

da linguagem vocalizada na comunicação varia de pessoa para pessoa e

relaciona-se com a cultura, a classe social e a educação da sociabilidade.

1.5 Parecer final

Após analisar cada fator, é possível identificar que o sexo masculino

apresentou uma média maior que o sexo feminino em quatro fatores dentre os

cinco que compõe o IHS.

Apenas no F1 e no F3 houve uma indicação para Treinamento de HS

por parte do sexo masculino, enquanto o sexo feminino apresentou esse

resultado em todos os fatores analisados.

A percepção de que estudantes que estão muito próximos de atuarem como profissionais, assumindo funções que envolvem diretamente o uso de habilidades sociais, apresentam um repertório inadequado de comportamentos sociais deve conduzir os profissionais os quais formam esses alunos a reflexões acerca da formação dada a esses futuros psicólogos, uma vez que um padrão deficitário dessas habilidades pode acarretar consequências prejudiciais para todos os envolvidos. (CARNEIRO; TEIXEIRA, 2011, p. 50).

Page 39: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

37

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Após o diagnóstico obtido através da aplicação do Inventário de

Habilidades Sociais, propõe-se como plano de intervenção um grupo de

Treinamento em Habilidades Sociais (THS) desenvolvido ao longo dos anos de

graduação.

Segundo Goldsmith e Mcfall (1975 apud CABALLO, 1996, p.366) o

treinamento em habilidades sociais pode ser definido como “um enfoque da

terapia dirigido a incrementar a competência da atuação em situações críticas

da vida.” Também pode ser definido, segundo Curran (1985 apud CABALLO,

1996, p. 367) como “uma tentativa direta e sistemática de ensinar estratégias e

habilidades interpessoais aos indivíduos, com a intenção de melhorar sua

competência interpessoal e individual nos tipos específicos de situações

sociais.”

De acordo com Caballo (1996) o THS adere-se a um enfoque

comportamental de aquisição de resposta, ou seja, concentra-se na

aprendizagem de um novo repertório de respostas. Esse processo implica em

quatro elementos de forma estruturada:

1- Treinamento em habilidades, onde são ensinados

comportamentos específicos que são integrados ao repertório comportamental

do sujeito.

2- Redução da ansiedade em situações problemáticas.

3- Reestruturação cognitiva, na qual se pretende modificar crenças,

valores e atitudes do indivíduo.

4- Treinamento em solução de problemas, onde se ensina o sujeito a

perceber, processar, selecionar de maneira correta os valores de todos os

parâmetros situacionais relevantes e enviar respostas de maneira que aumente

a probabilidade de alcançar o objetivo que impulsionou a comunicação

interpessoal.

Sugere-se acompanhamento do aluno ingressante ao 5º ano. Propõe-se

inicialmente no 1º ano do curso, a aplicação do IHS para mensurar as

habilidades sociais nos alunos e depois se propõe grupos de treinamento em

HS ao longo do curso e reaplicação do inventário ao final do curso para

Page 40: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

38

verificar o desenvolvimento das habilidades sociais dos alunos ao longo do

curso.

Page 41: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

39

CONCLUSÃO

Ao longo do desenvolvimento humano o individuo se encontra em um

processo de socialização com o meio em que vive e com outras pessoas. Para

que suas relações interpessoais sejam satisfatórias é necessário que possua

habilidades sociais que facilitem tais interações.

É necessário considerar as diferentes culturas que, por sua vez,

englobam costumes, valores e normas antes de definir o que é um

comportamento socialmente habilidoso. Contudo, apesar da dificuldade de

conceituação, diante das mudanças que as sociedades são submetidas ao

longo do tempo, pode-se considerar um comportamento socialmente habilidoso

como a capacidade de expressão de sentimentos e pensamentos de maneira

adequada às situações em que o indivíduo se encontra.

O campo da psicologia no Brasil cresceu gradativamente e no século

XVIII os saberes psicológicos, que até então eram abordados especialmente

por religiosos, passaram a ser mencionados e estudados por médicos.

Em 1962 a Psicologia foi reconhecida como profissão e percebeu-se a

necessidade de definir conteúdos programáticos dos cursos espalhados pelo

país e caracterizar as disciplinas baseadas em habilidades profissionais. Desta

forma foram elaboradas Diretrizes Curriculares que se modificaram ao longo

dos anos das quais está em vigor atualmente a Resolução nº 5 de 15 de março

de 2011.

A fim de identificar se as habilidades sociais apresentadas nos

universitários estavam contempladas nas Diretrizes, foi aplicado o IHS e

concluiu-se que na maioria dos alunos a hipótese foi confirmada. Observou-se

que o sexo masculino obteve uma média maior que o sexo feminino em quatro

fatores dentre os cinco do IHS.

Somente no F1 (Enfrentamento e autoafirmação com risco) e no F3

(Conversação e desenvoltura social) houve uma indicação do sexo masculino

para Treinamento de HS, enquanto o sexo feminino obteve esse resultado em

todos os fatores analisados.

Através dos resultados obtidos e a análise dos mesmos, concluiu-se que

a hipótese foi confirmada.

Page 42: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

40

REFERÊNCIAS

ALBERTI, R. E. Assertive behavior training : Definitions, overview, contributions. San Luis Obispo, Impact, 1977. BANDEIRA, M.; QUAGLIA, M. A. C. Habilidades sociais de estudantes universitários: identificação de situações sociais significativas. Interação em Psicologia , v. 9, n.1, p. 45-55, 2005. BRASIL, Lei nº 4.119 de 27 de agosto de 1962. Brasília, 1962. BRASIL. Parecer CNE/CES nº 1.314, de 7 de novembro de 2001. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&id=12991:diretrizes-curriculares-cursos-de-graduacao> Acesso em: 22 jun. 2015. BRASIL. Parecer CNE/CES nº 72, de 20 de fevereiro de 2002. Disponível em:< http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&id=12991:diretrizes-curriculares-cursos-de-graduacao> Acesso em: 22 jun. 2015. BRASIL. Parecer CNE/CES nº 62, de 19 de fevereiro de 2004. Diário Oficial da União . Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&id=12991:diretrizes-curriculares-cursos-de-graduacao> Acesso em: 22 jun. 2015. BRASIL. Resolução CNE/CES nº 8, de 7 de maio de 2004. Diário Oficial da União , Brasília, DF, Seção 1, p. 16. Disponível em:< http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&id=12991:diretrizes-curriculares-cursos-de-graduacao> Acesso em: 22 jun. 2015. BRASIL. Parecer CNE/CES nº 153/2007, de 8 de agosto de 2007. Diário Oficial da União . Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&id=12991:diretrizes-curriculares-cursos-de-graduacao> Acesso em: 22 jun. 2015. BRASIL. Parecer CNE/CES nº338, de 12 de novembro de 2009. Diário Oficial da União , Brasília, DF, Seção 1, p. 13. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&id=12991:diretrizes-curriculares-cursos-de-graduacao> Acesso em: 22 jun. 2015.

Page 43: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

41

BRASIL. Resolução CNE/CES 5/2011, de 15 de março de 2011. Diário Oficial da União , Brasília, DF, Seção 1, p. 19. Disponível em:< http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&id=12991:diretrizes-curriculares-cursos-de-graduacao> Acesso em: 22 jun. 2015. CABALLO, V. E. Evaluación de las habilidades sociales 3 ed. Madrid, Piramide, 1986. ______. Manual de técnicas de terapia e modificação de comp ortamento . São Paulo: Santos, 1996. CARNEIRO, A. A; TEIXEIRA, C. M. Avaliação de Habilidades Sociais em alunos de graduação em Psicologia da Universidade Federal do Maranhão. Psicol. Ensino & Form . Brasília, v. 2, n. 1, p. 43-56, 2011. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Código de Ética Profissional do Psicólogo . Brasília: CFP, 2005. Disponível em: <http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf>. Acesso em: 28 out. 2015. CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA da 6ª Região (org.) Exposição 50 anos da psicologia no Brasil: A História da psicologia no Brasil./ Conselho Regional de Psicologia da 6ª Região. - São Paulo: CRP/SP, 2011. CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA. CRP/SP, 2011. Disponível em: <http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/pdf/catalogo50anos.pdf> Acesso em: 06 de jun. 2015. CURRAN, J. P. Social skills therapy: a model and a treatment, em R. M. Turner y L. M. Ascher (comps.), Evaluating behavior therapy outcome, New York, Springer, 1985. DEL PRETTE, Z. A. P; DEL PRETTE, A. Habilidades sociais: uma área em desenvolvimento. Psicologia Reflexão e Crítica . Porto Alegre, v. 9, n. 2, p. 233-255, Jun. 1996. ______. Inventário de habilidades sociais . São Paulo: Casa do Psicólogo, 2001.

Page 44: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

42

______. Psicologia das habilidades sociais : terapia e educação. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2001. ______. Habilidades sociais de estudantes de psicologia: um estudo multicêntrico. Psicologia: Reflexão e Crítica , Porto Alegre, v.17, n. 3, p. 341-350, 2004. ______. Habilidades sociais : conceitos e campo teórico e prático. 2006. Disponibilizado em <http://www. rihs.ufscar.br> Acesso em: 10 maio 2015. ______. Um sistema de categorias de habilidades sociais edu cativas . 2008. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-863X2008000300008&script=sci_arttext Acesso em: 16 maio 2015. DIAS, T. P. Conceituação, avaliação e promoção de automonitoria em pré-escolares e sua relação com competência social e co mportamentos-problema / Talita Pereira Dias. - Tese (Doutorado) - Universidade Federal de São Carlos, 2014. FRANCO, F. M. Medicina Teológica ou súplica humilde a feita todos os Senhores Confessores e Diretores, sobre o modo de p roceder com seus Penitentes na emenda dos pecados, principalmente da Lascívia, Cólera e Bebedice . Rio de Janeiro: Editora da Biblioteca Nacional, 2008. GOLDSMITH, J. B. Y; MCFALL, R. M. Development and evaluation of an interpersonal skills-training program for psychiatric patients. Journal of Abnormal Psychology , 84, p. 51-58, 1975. GONÇALVES, E. M. Iniciação à pesquisa científica . 2 ed. Campinas: Alínea. 2001. LANGE, A. J; JAKUBOWSKI, P. Responsible Assertive Behavior. Illinois: Research Press Co., 1978. LEONTIÉV, A. O desenvolvimento do psiquismo . Lisboa: Horizonte Universitário, 1978. MEICHENBAUM, D. The effects of instructions and reinforcement on thinking and language behaviors of schizophrenics. Behaviour Research and Therapy , p. 101-114, 1969.

Page 45: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

43

MENEZES, E. M; SILVA, E. L. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. Florianópolis: UFSC, 2005. MITSUKO, A. M. A. História da Psicologia no Brasil : primeiros ensaios – Rio de Janeiro; EdUERJ: Conselho Federal de Psicologia, 2004. PIANA, M. C. A pesquisa de campo. Cultura Acadêmica , São Paulo, 2009. Disponível em: <http://books.scielo.org> Acesso em: 23 out. 2014. ZANELLA, A. V. Zona de desenvolvimento proximal: análise teórica de um conceito em algumas situações variadas. Temas em Psicologia , Ribeirão Preto, vol. 2, n. 2. p. 97-110, ago. 1994.

Page 46: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

44

APÊNDICES

Page 47: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

45

APÊNDICE A – Termo de Consentimento

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP / UniSALESIANO

(Resolução nº 466 de 12/12/12 – CNS)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE OU RESPONSÁVEL LEGAL

1. Nome do Paciente: Documento de Identidade nº

Sexo:

Data de Nascimento:

Endereço: Cidade: U.F. Telefone: CEP: 1. Responsável Legal: Documento de Identidade nº

Sexo: Data de Nascimento:

Endereço: Cidade: U.F. Natureza (grau de parentesco, tutor, curador, etc.) :

II – DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA

1. Título do protocolo de pesquisa: Habilidades Sociais em alunos concluintes do curso de Psicologia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium - Lins.

2. Pesquisador responsável: Ana Elisa Silva Barbosa de Carvalho Cargo/função: Professora e Coordenadora do curso de Psicologia

Inscr.Cons. Regional:

Unidade ou Departamento do Solicitante:

3. Avaliação do risco da pesquisa: (probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como conseqüência imediata ou tardia do estudo). SEM RISCO RISCO MÍNIMO RISCO MÉDIO RISCO MAIOR 4. Justificativa e os objetivos da pesquisa (explic itar): Segundo Caballo (1986 apud CABALLO, 1996), o comportamento

socialmente hábil é aquele conjunto de comportamentos emitidos por um indivíduo em um contexto interpessoal específico, expressando sentimentos, atitudes, opiniões ou direitos, de modo adequado àquela situação; respeitando os demais e, geralmente, resolvendo os problemas imediatos da situação ao mesmo tempo em que minimiza a probabilidade de problemas futuros.

Page 48: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

46

Caballo (1996), afirma ainda que muitos problemas humanos

possam ser decorrência de um déficit de habilidades sociais. Elas formam um elo entre o indivíduo e as pessoas que o cercam. Se este elo está enfraquecido ou é disfuncional, podem não ser geradas consequências reforçadoras o suficiente para que o indivíduo tenha o que se chama de “vida satisfatória” ou “vida feliz”.

Levando em conta essa temática que está presente no cotidiano do

ser humano e interfere nas diferentes áreas da sua vida, essa pesquisa tem como objetivo a aplicação do Inventário de Habilidades Sociais a fim de identificar as habilidades sociais em universitários concluintes do curso de Psicologia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins.

5. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos que são experimenta is:

Será realizada a aplicação do Inventário de Habilidades sociais (IHS) em alunos concluintes do curso de Psicologia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins a fim de identificar o repertório de habilidades sociais presentes nos alunos ao final da graduação.

6. Desconfortos e riscos esperados: Constrangimento.

7. Benefícios que poderão ser obtidos: - Autoconhecimento dos alunos de

comportamentos socialmente habilidosos que já possuem e de possíveis déficits

destes comportamentos.

- Conhecimentos, por parte da coordenação do curso, de como os alunos saem

da universidade para o mercado de trabalho.

8. Procedimentos alternativos que possam ser vanta josos para o indivíduo: 9. Duração da pesquisa: Três meses a partir da aprovação do CEP 10. Aprovação do Protocolo de pesquisa pelo Comit ê de Ética para análise de projetos de pesquisa em / /

III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU REPRESENTANTE LEGAL

1. Recebi esclarecimentos sobre a garantia de resposta a qualquer pergunta, a qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa e o tratamento do indivíduo. 2. Recebi esclarecimentos sobre a liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar no estudo, sem que isto traga prejuízo à continuação de meu tratamento. 3. Recebi esclarecimento sobre o compromisso de que minha identificação se manterá confidencial tanto quanto a informação relacionada com a minha privacidade. 4. Recebi esclarecimento sobre a disposição e o compromisso de receber informações obtidas durante o estudo, quando solicitadas, ainda que possa afetar minha vontade de continuar participando da pesquisa.

Page 49: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

47

5. Recebi esclarecimento sobre a disponibilidade de assistência no caso de complicações e danos decorrentes da pesquisa. Observações complementares.

IV – CONSENTIMENTO PÓS ESCLARECIDO

Declaro que, após ter sido convenientemente esclarecido (a) pelo pesquisador

responsável e assistentes, conforme registro nos itens 1 a 5 do inciso IV da

Resolução 466, de 12/12/12, consinto em participar, na qualidade de

participante da pesquisa, do Projeto de Pesquisa “Habilidades Sociais em

alunos concluintes do curso de Psicologia do Centro Universitário Católico

Salesiano Auxilium - Lins.”

________________________________ Local, / / Assinatura

___________________________________ Testemunha Nome: Endereço: Telefone: R.G.: ___________________________________ Testemunha Nome: Endereço: Telefone: R.G.:

Page 50: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

48

ANEXOS

Page 51: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

49

ANEXO A – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA

Page 52: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

50

Page 53: HABILIDADES SOCIAIS EM ALUNOS CONCLUINTES DO … · Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Psicologia,

51

ANEXO B – INVENTÁRIO DE HABILIDADES SOCIAIS

Segundo o Art. 18 do Código de Ética Profissional do Psicólogo, “o

psicólogo não divulgará, ensinará, cederá, emprestará ou venderá a leigos

instrumentos e técnicas psicológicas que permitam ou facilitem o exercício

ilegal da profissão”, portanto apenas este profissional pode fazer uso destes

instrumentos.

Considerando os deveres do profissional de psicologia, o teste utilizado

nesta pesquisa não será divulgado nos anexos.