unisalesiano centro universitário católico salesianio auxilium · informações do setor fiscal e...

74
UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium Curso de Ciências Contábeis Ana Yukiko Duarte Iwai Cleber Rocha Pereira Obrigações Fiscais / Tributárias a que está sujeita uma empresa tributada pelo lucro real Viarondon Concessionária de Rodovia S.A. Lins - SP Lins SP 2013

Upload: dinhdat

Post on 07-Nov-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium

Curso de Ciências Contábeis

Ana Yukiko Duarte Iwai

Cleber Rocha Pereira

Obrigações Fiscais / Tributárias a que está sujeita uma empresa tributada pelo

lucro real

Viarondon Concessionária de Rodovia S.A.

Lins - SP

Lins – SP

2013

Page 2: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

ANA YUKIKO DUARTE IWAI

CLEBER ROCHA PEREIRA

OBRIGAÇÕES FISCAIS / TRIBUTÁRIAS A QUE ESTÁ SUJEITA UMA

EMPRESA TRIBUTADA PELO LUCRO REAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Ciências Contábeis, sob a orientação do Prof. Dr. André Ricardo Ponce dos Santos e orientação técnica da Profª Ma. Heloisa Helena Rovery da Silva.

LINS – SP

2013

Page 3: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

Iwai, Ana Yukiko Duarte; Pereira, Cleber Rocha;

P49g

Obrigações fiscais / tributárias a que está sujeita uma empresa tributada

pelo lucro real: Viarondon Concessionária de Rodovia S.A./ Ana Yukiko

Duarte Iwai; Cleber Rocha Pereira. – – Lins, 2013.

72p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Ciências Contábeis, 2013.

Orientadores: André Ricardo Ponce dos Santos; Heloisa Helena Rovery da Silva

1. Obrigações Fiscais e Tributárias. 2. Setor Fiscal. 3. Exigências Tributárias.

CDU 658

2. Obrigações Fiscais e Tributárias. 2. Setor Fiscal. 3. Exigências Tributárias.

CDU 658

Page 4: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

ANA YUKIKO DUARTE IWAI

CLEBER ROCHA PEREIRA

OBRIGAÇÕES FISCAIS / TRIBUTÁRIAS A QUE ESTÁ SUJEITA UMA

EMPRESA TRIBUTADA PELO LUCRO REAL

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Aprovada em: _____/_____/_____

Banca Examinadora:

Prof. Orientador: André Ricardo Ponce dos Santos

Titulação: Doutor em Engenharia de Produção pela FGN – UNIMEP

(Universidade Metodista de Piracicaba)

Assinatura: ________________________________

1º Prof. (a) :______________________________________________________ Titulação: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________

Assinatura: _______________________________ 2º Prof. (a) :______________________________________________________ Titulação: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________

Assinatura: _______________________________

Page 5: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

DEDICATÓRIA

Aos profissionais que atuam na área em que este trabalho foi

realizado, que no decorrer de suas carreiras encontram muitas adversidades,

mas por amor a profissão seguem um estudo contínuo. A toda equipe do

Unisalesiano-Lins, professores, colaboradores e colegas de sala, que de

diferentes formas contribuíram para nosso crescimento pessoal e profissional,

dividindo conosco seus conhecimentos e experiências. Em especial a DEUS,

por nos permitir mais esta vitória.

Page 6: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por responder as minhas orações e estar presente em

todos os momentos da minha vida, por ter me abençoado com uma família

maravilhosa. Ao meu pai Choiti, que nos deixou há tão pouco tempo e

certamente teria muito orgulho ao ver este trabalho finalizado. Meu pai

amado,obrigada por tudo! Meu exemplo de coragem, sabedoria e luta. À minha

mãe Elzinha, por sua força e amor incondicional, pela esposa e mãe

formidável, pela forma com que souberam orientar e educar a mim e minhas

irmãs Mayumi e Cláudia, as melhores amigas e maiores parceiras, com quem

dividirei todas as minhas vitórias. Aos meus cunhados queridos Ivan e Edher,

pois depois deles vieram as maiores riquezas das nossas vidas Yumi e Kaori.

Agradeço à querida diretora de ensino Tânia Márcia, ao Prof. Janderlei

de Oliveira e a todos os amigos que fiz na Escola Silvio de Almeida na

cidade de Promissão enquanto participei do Programa Escola da Família, que

também agradeço por contribuir principalmente para meu crescimento pessoal

e viabilizar a tantas pessoas a realização de seus sonhos.

Ao Grupo BRVIAS em geral, que nos permitiu desenvolver este

trabalho.

Com muito carinho, agradeço ao Dr. André e à querida professora

Heloísa, profissionais que tenho enorme admiração e que nos orientaram com

muita dedicação e respeito.

Ana

Agradeço a Deus por minha vida, por sempre me dar forças para

continuar lutando nesta jornada, por me conceder fé e esperança para

continuar acreditando que venceria.

A minha esposa pelo incentivo diário, pela confiança, paciência e por

nos momentos difíceis não me deixar desistir.

A minha filha querida, que é motivo de enormes alegrias.

Aos meus pais, pela minha existência e pelo apoio de sempre.

As minhas irmãs que sempre me incentivaram.

A minha sogra que também me apoiou e sempre acreditou em mim.

Page 7: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

Aos amigos do curso de Ciências Contábeis, com quem fiz amizade, e

pudemos dividir muitos momentos de alegria e aos professores que nos

transmitiram seus conhecimentos contribuindo para que nos tornássemos

profissionais éticos e de bom caráter.

A Viarondon, que nos abriu as portas permitindo que este trabalho

fosse possível.

Cleber

Page 8: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

RESUMO

Nos últimos dez anos, as empresas brasileiras puderam perceber o aumento das obrigações fiscais / tributárias e o avanço da tecnologia contribuiu para isto, de modo que o governo tornou-se mais exigente quanto às informações solicitadas às empresas, que sentiram a necessidade de adequar seus procedimentos e inovar suas ferramentas utilizadas na elaboração das atividades contábeis e fiscais a fim de atender as exigências tributárias. As informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas impostas pelos entes federativos com eficácia é preciso eliminar falhas nos processos e riscos. Com o objetivo de demonstrar as principais dificuldades e entraves que os profissionais da área contábil/fiscal enfrentam no cumprimento das obrigações fiscais, foram analisados os procedimentos e etapas realizadas para apuração, recolhimento dos impostos, alimentação de dados nos sistemas que produzirão os arquivos para a transmissão das obrigações acessórias e o reflexo destes processos até a efetiva entrega das informações ao Fisco. A escolha do tema para desenvolvimento do trabalho de conclusão do curso foi movido pela urgente necessidade da conscientização das empresas e profissionais da área em relação à atualização quanto à legislação, aos novos processos de informação e trabalho a fim de que sejam cumpridas as obrigações tributárias evitando ônus fiscais para as empresas, o que também exige tempo e recursos financeiros. Para que este trabalho fosse possível, esta pesquisa foi realizada na empresa VIARONDON CONCESSIONÁRIA DE RODOVIAS S.A. e contém fundamentações legais, bem como conceitos capazes de demonstrar a possibilidade de facilitar os procedimentos de um setor fiscal e obter melhores resultados.

Palavras chaves: Obrigações Fiscais e Tributárias. Setor Fiscal. Exigências Tributárias.

Page 9: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

ABSTRACT

In the last ten years, Brazilian companies could realize increased tax liabilities / tax and the advancement of technology has contributed to this, so the government has become more demanding as the requested information to companies who felt the need to adapt their procedures and innovating their tools used in the preparation of accounting and tax activities to meet tax requirements. The information industry and tax accounting are clearly interlinked and to meet all the demands imposed by federal entities effectively is necessary to eliminate gaps in processes and risks. In order to demonstrate the main difficulties and obstacles that accounting professionals / face tax on tax compliance, it was analyzed the procedures and steps taken for calculating , collecting taxes , feeding data systems that will produce files for transmission of ancillary obligations and the reflection of these processes to the effective delivery of information to the tax authorities. The theme for the development of the work of completing the course was moved by the urgent need of awareness between companies and professionals in relation to the qualification , the new information and work processes so that they meet the legal requirements for avoiding tax liens companies , which also requires time and financial resources To make this work possible, this research was carried out in the company VIARONDON CONCESSIONÁRIA DE RODOVIA S.A and contains legal foundations and concepts able to demonstrate the ability to facilitate the procedures for a sector tax and get better results . Keywords : Taxes and Tax . Fiscal Sector . Tax Requirements .

Page 10: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Organograma......................................................................................19

Figura 2: C.C.O – Centro de Controle Operacional...........................................21

Figura 3: Base S.A.U, Caminhão guincho e resgate........................................21

Figura 4: Equipe Inspeção de tráfego................................................................22

Figura 5: Trecho da rodovia...............................................................................24

Figura 6: Campanha doação de sangue 2013...................................................26

Page 11: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

LISTA DE SIGLAS

ARTESP: Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte

do Estado de São Paulo

COFINS: Contribuição pra o financiamento da Seguridade Social

CSLL: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

CFC: Conselho Federal de Contabilidade

CPJP: Comissão de Processamento e Julgamento das Propostas

DACON: Demostrativo de apurações e contribuiçoes sociais

DCTF: Declaração de débitos e créditos federais

ECD: Escrituração contábil digital

EFD: Escrituração Fiscal digital

ERP: Enterprise Resource Planning

GIA : Guia de Informação e Apuração do ICMS

IRRF: Imposto de Renda Retido na Fonte

IRPJ: Imposto de Renda Pessoa Jurídica

INSS: Instituto Nacional do Seguro Social

ISSQN: Imposto sobre serviço de qualquer natureza

ICMS: Imposto Sobre Circulação de mercadoria e Serviços

LC: Lei Complementar

NF- e: Nota fiscal eletrônica

PIS: Programa de Integração Social

RFB: Receita Federal Do Brasil

RICMS: Regulamento do ICMS

RIR: Regulamento do imposto de renda

SPED: Sistema público de escrituração digital

Page 12: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................13

CAPÍTULO I – VIARONDON CONCESSIONÁRIA DE RODOVIA S.A

1 O PROCESSO LICITATÓRIO E O CONTRATO DE CONCESSÃO............16

1.1 Processo Licitatório......................................................................................16

1.1.1 Contrato de Concessão ...........................................................................17

1.1.2 Viarondon – Uma empresa BRVIAS .......................................................17

1.2 Estrutura organizacional..............................................................................19

1.2.1 Organograma............................................................................................19

1.2.2 Quadro de colaboradores.........................................................................20

1.3 Estrutura Física............................................................................................20

1.3.1 Sede administrativa..................................................................................20

1.3.2 Suprimentos, almoxarifado e frota............................................................21

1.3.3 C.C.O – Centro de Controle Operacional.................................................21

1.3.4 S.A.U – Serviço de Atendimento ao usuário.............................................22

1.3.5 Praças de Pedágio....................................................................................23

1.3.6 Engenharia e Meio Ambiente....................................................................23

1.4 O trecho da concessão................................................................................23

1.4.1 Histórico....................................................................................................23

1.4.2 Benefícios socioeconômicos aos municípios localizados no trecho.........25

1.5 Responsabilidade Social..............................................................................25

1.6 Valores Institucionais...................................................................................27

1.6.1 Missão.......................................................................................................27

1.6.2 Visão.........................................................................................................27

1.6.3 Valores......................................................................................................27

CAPÍTULO II - REVISÃO TEÓRICA SOBRE O REGIME DE LUCRO REAL

2 LUCRO REAL...............................................................................................28

2.1 Definição de Lucro real................................................................................28

2.2 Obrigatoriedade de adoção do lucro real.....................................................28

2.3 Periodicidade de apuração do lucro real.....................................................29

Page 13: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

2.4 Lucro real trimestral.....................................................................................29

2.5 Lucro real anual...........................................................................................29

CAPÍTULO III - PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS EXIGIDAS PARA

EMPRESAS OPTANTES PELO LUCRO REAL

3 DECLARAÇÕES............................................................................................32

3.1 A DCTF – Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais.............32

3.1.1 Penalidade no não cumprimento do prazo de entrega.............................33

3.1.2 Retificação da DCTF.................................................................................33

3.2 DACON - Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais...............34

3.2.1 Desobrigatoriedade da entrega do DACON.............................................34

3.2.2 Penalidade no não cumprimento do prazo de entrega do DACON..........35

3.2.3 Retificação do DACON.............................................................................35

3.3 DIRF - Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte.........................35

3.3.1 Penalidade no não cumprimento do prazo de entrega da DIRF...............35

3.3.2 Retificação da DIRF..................................................................................35

3.4 DIPJ – Declaração de Rendimentos da Pessoa Jurídica............................38

3.4.1 Penalidade no não cumprimento do prazo de entrega da DIPJ...............38

3.4.2 Retificação da DIPJ..................................................................................39

3.5 Projeto SPED...............................................................................................39

3.5.1 Nota Fiscal Eletrônica...............................................................................42

3.5.2 SPED Contábil..........................................................................................44

3.5.3 SPED Fiscal..............................................................................................45

3.5.4 EFD Contribuições....................................................................................46

CAPÍTULO IV – CRITÉRIOS E CONTROLES PARA O RECOLHIMENTO DE

IMPOSTOS E ENTREGA DAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS NA

VIARONDON UTILIZADOS PELO SETOR FISCAL

4 ESTUDO DE CASO........................................................................................47

4.1 O Setor Fiscal..............................................................................................47

4.1.1 Retenções Municipais..............................................................................48

4.1.2 ISSQN incidente nos serviços tomados....................................................49

4.1.3 ISSQN incidente no serviço prestado.......................................................51

4.2 Retenções de Impostos Federais...............................................................52

Page 14: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

4.2.1 IRRF..........................................................................................................52

4.2.2 Alíquota aplicável ao IR............................................................................54

4.2.3 DARF de arrecadação – Código de recolhimento e limite de valor para

recolhimento e retenção para o IR.....................................................................54

4.2.4 PIS, COFINS E CSLL...............................................................................54

4.2.5 Prazo de recolhimento das contribuições.................................................55

4.2.6 Percentual aplicável às contribuições PIS, COFINS e CSLL...................55

4.2.7 DARF de arrecadação – Código de recolhimento e limite de valor para

recolhimento e retenção das contribuições PIS, COFINS e CSLL....................55

4.2.8 INSS..........................................................................................................56

4.2.9 Dispensa da retenção do INSS...............................................................57

4.2.10 Alíquotas, Base de Cálculo e Deduções Permitidas...............................57

4.3 Obrigações Estaduais..................................................................................58

4.3.1 REDF........................................................................................................58

4.3.2 GIA............................................................................................................59

4.3.3 EFD – ICMS..............................................................................................59

4.4 Programas utilizados nos procedimentos fiscais.........................................60

4.4.1 Sistemas municipais.................................................................................60

4.4.2 Excel.........................................................................................................60

4.4.3 Sistema para escrituração fiscal e geração dos arquivos para entrega das

declarações ao Fisco Federal............................................................................61

4.4.4 Sistema Contábil – ERP (Enterprise Resource Planning)........................61

4.5 Guarda de NF- e em arquivo digital.............................................................62

4.6 Parecer Final................................................................................................62

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.....................................................................63

CONCLUSÃO....................................................................................................64

REFERÊNCIAS.................................................................................................66

APÊNDICES......................................................................................................68

Page 15: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

13

INTRODUÇÃO

Atualmente as empresas estão diante de um cenário um tanto complexo

no que se refere à nova realidade da escrituração fiscal trazida pela legislação,

cenário este, que vem sendo implantado pela Receita Federal do Brasil, e

assim nascem novas exigências a serem inclusas no calendário de obrigações

acessórias das empresas.

Esta realidade tem preocupado as empresas, que inevitavelmente

necessitam adequar-se aos novos padrões para que continuem sua atuação no

mercado mantendo seus valores, objetivos e sobre tudo, dentro da legalidade.

A discussão acerca do excesso de obrigações acessórias, e dos custos

que elas representam, ganhou força nos últimos anos com a implantação do

Sistema Público de Escrituração Digital – SPED, este sistema exigiu das

empresas a realização de alguns processos para se adequarem às exigências

impostas pela legislação, como a contratação de serviços de tecnologia da

informação para a instalação dos programas exigidos pela RFB, bem como a

compra de equipamentos mais modernos para suportarem o grande volume de

informações que precisarão ser armazenadas e processadas.

A escolha do tema para desenvolvimento do trabalho de conclusão do

curso foi movido pela urgente necessidade da conscientização das empresas e

profissionais da área em relação à qualificação, aos novos processos de

informação e trabalho a fim de que sejam cumpridas as obrigações legais

evitando ônus fiscais para as empresas, o que também exige tempo e recursos

financeiros.

O contador tem como função realizar os registros contábeis das

empresas, cuidar da documentação, abertura e fechamento de empresas,

responsabilizar-se pelas demonstrações contábeis, análises de balanços e

obrigações fiscais acessórias.

Diante da vasta função que o contador exerce, fica bastante explícita a

necessidade de manter-se atualizado quanto à legislação e ao direito tributário.

Este profissional deixa de ser tão somente um “guarda livros” e figura

como uma das bases das empresas de sucesso, como profissionais com áreas

de atuação específicas, como a prestação de serviços de assessoria tributária.

Page 16: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

14

O Código Civil trata da responsabilidade do profissional contábil em seus

artigos 1.177 e 1.178 demonstra que o contador torna-se tão responsável pelas

informações quanto o proprietário da empresa.

Artigo 1.177 - Os assentos lançados nos livros ou fichas dos proponentes, por quaisquer dos prepostos encarregados de sua escrituração produzem, salvo se houver procedido de má fé, os mesmos efeitos como se fossem por aquele. Parágrafo único - No exercício de suas funções, por prepostos são pessoalmente responsáveis, perante os preponentes, pelos atos culposos; e perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos. Artigo 1.178 - Os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da empresa ainda que não autorizados por escrito. Parágrafo único - Quando os atos forem praticados fora do estabelecimento, somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito, cujo instrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor.

Alguns aspectos possuem maior relevância para que uma empresa

tributada pelo lucro real esteja adequada ao cumprimento das obrigações

fiscais/tributárias.

Diante do conteúdo teórico apresentado surgiu o seguinte

questionamento: Entre tantas obrigações acessórias a que estão sujeitas as

empresas tributadas pelo lucro real, quais aspectos seriam mais relevantes

para adequar-se as exigências do Fisco?

Inicialmente propôs-se a seguinte hipótese: para suprir as exigências do

Fisco, os profissionais da área contábil/fiscal e as empresas necessitam

estruturar seus procedimentos para operacionalização do Departamento Fiscal,

o que requer tempo, dinheiro e responsabilidade.

Os objetivos principais desse trabalho foram:

Demonstrar as principais dificuldades e entraves que os profissionais da

área contábil/fiscal enfrentam no cumprimento das obrigações acessórias,

analisar a importância da integridade das informações prestadas nas

declarações ao Fisco e apresentar meios que possibilitem melhorias melhor na

forma de administrar os processos e operações do departamento responsável

pelas obrigações tributárias e acessórias.

O trabalho é estruturado da seguinte forma:

No capítulo I, apresenta a empresa, sua história e desenvolvimento.

No capítulo II, aponta o embasamento teórico do regime de apuração

lucro real.

Page 17: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

15

No Capítulo III, é apresentada a pesquisa de campo.

No Capítulo IV, métodos e técnicas utilizados pelo setor fiscal.

Para finalizar, apresenta-se proposta de intervenção e conclusão.

Page 18: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

16

CAPÍTULO I

VIARONDON CONCESSIONÁRIA DE RODOVIA S.A

1 O PROCESSO LICITATÓRIO E O CONTRATO DE CONCESSÃO

Este capítulo apresenta a empresa pela qual será realizado o estudo de

caso deste trabalho. Serão descritas a missão, os valores, assim como a

estrutura organizacional, a caracterização das atividades de concessão de

rodovias, dentre outras informações relevantes.

1.1 Processo Licitatório

Por meio do Edital nº 006/2008, foi aberta a concorrência pública de

âmbito internacional realizada pela Agência Reguladora de Serviços Públicos

Delegados de Transporte do Estado de São Paulo - ARTESP com a finalidade

de selecionar a proposta mais vantajosa, apresentada por empresa ou

consórcio de empresas, que se encarregaria da exploração, mediante

concessão onerosa, da rodovia SP-300 e acessos.

Neste sentido, o governo do Estado de São Paulo atribuiu à iniciativa

privada a exploração, sob-regime de concessão, do Sistema Rodoviário

constituído pela malha rodoviária estadual do corredor Marechal Rondon

Oeste, correspondente ao lote 19 do Programa Estadual de Concessões

Rodoviárias.

Sua execução, gestão e fiscalização foi autorizada pelo Decreto

Estadual nº 52.188, de 21 de Setembro de 2007, com as alterações

promovidas pelos Decretos nº 53.107, de 13 de Junho de 2008 e Decreto nº

53.308, 8 de agosto de 2008, e conforme diretrizes definidas na Resolução do

Secretário de Transportes ST-07, de 27 de Agosto de 2008.

No dia 29/10/2008, a Agência Reguladora de Serviços Públicos

Delegados de Transporte do Estado de São Paulo – ARTESP recebeu

envelopes com proposta de tarifa quilométrica básica de pedágio, metodologia

de execução e documentos de qualificação das empresas interessadas no local

Page 19: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

17

e horário conforme disposto no edital 006/2008, quando a Comissão de

Processamento e Julgamento das Propostas (CPJP) realizou a sessão onde se

procedeu a abertura dos envelopes para análise e classificação e em seguida

iniciou-se a análise da Metodologia de Execução, do Plano Econômico-

Financeiro, Plano de Negócios e os documentos para Qualificação dos

licitantes.

A CPJP verificou que a Via Rondon Concessionária de Rodovia S.A.

atendeu todas as condições fixadas no edital sendo a empresa mais bem

classificada e desta forma a Via Rondon foi declarada vencedora do processo

licitatório.

1.1.1 Contrato de concessão

O contrato de concessão tem como legislação aplicável o artigo 175 da

Constituição Federal, as Leis Federais nº 8.987, de 13 de Fevereiro de 1995, nº

9.074, de 07 de Julho de 1995, nº 8.666, de 21 de Julho de 1993 as Leis

Estaduais nº 7.835 de 08 de Maio de 1982, nº 9.361, de 05 de Julho de 1996 e

nº 6.544, de 22 de Novembro de 1999, o REGULAMENTO DA CONCESSÃO e

demais normas regulamentares aplicáveis.

O objeto social da empresa não poderá ser alterado, bem como seu

capital social ou quaisquer operações que importem modificação da

composição do controle acionário, seja ele direto ou indireto sem que haja

autorização expressa da ARTESP. A administração da companhia compete ao

seu Conselho de Administração e à Diretoria que possuem suas atribuições

conferidas por lei e pelo Estatuto Social, trabalhando sempre em consonância

com o regulamento da ARTESP.

O prazo de duração da companhia é indeterminado, observando o prazo

suficiente para o cumprimento das obrigações decorrentes do Contrato de

Concessão com a ARTESP.

1.1.2 VIARONDON – uma empresa BRVIAS

O Grupo BRVias foi fundado em 2006, como resultado da associação do

Grupo Splice e da Comporte. O grupo nasceu com objetivo de ingressar no se-

Page 20: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

18

tor de concessões de rodovias, tanto nas licitações federais como estaduais.

A Comporte Participações S.A. é a Companhia responsável pelo maior

conglomerado brasileiro em transportes urbanos de passageiros, com a maior

frota de ônibus da América Latina. Ela pertence ao Grupo controlador da Gol

Linhas Aéreas, a 2ª maior companhia em transportes aéreos e um dos

principais players no setor de transportes no Brasil.

A Splice do Brasil Telecomunicações e Eletrônica S.A. é um Grupo com

grande histórico de desempenho em modelos de concessão, com foco no setor

de telecomunicações. Atualmente focada nos setores de construção civil,

telefonia, educação e financeiro.

A primeira atuação do Grupo BRVias foi no leilão federal, ocorrido em 9

de outubro de 2007, na Bolsa de Valores de São Paulo, onde fez lances em

quatro dos sete lotes de estradas do Programa de Privatização Federal: Fernão

Dias (São Paulo/Belo Horizonte), Régis Bittencourt (São Paulo/Curitiba), o

trecho de Curitiba a Florianópolis da BR-101, e o trecho paulista da BR-153.

O Grupo BRVias foi vencedor do trecho paulista da BR-153 com 321,6

km, que se estende da divisa São Paulo - Minas Gerais à divisa São Paulo -

Paraná.

Em 2008, a Companhia participou de um novo leilão de concessão de

rodovias e foi vencedora do trecho oeste da rodovia Marechal Rondon (SP-

300). Em 2009 foi assinado o contrato de concessão no qual o Governo do

Estado de São Paulo transferiu a administração de 416,8 Km do Corredor

Marechal Rondon Oeste.

Para administrar estas concessões, o grupo BRVias criou as empresas

Transbrasiliana Concessionária de Rodovia S.A (BR-153) e a Viarondon

Concessionária de Rodovia S.A (SP-300), com sede em Lins- SP.

Os investimentos do Grupo BRVIAS, na cidade de Lins, tiveram valores

bastante significativos. Atualmente o grupo possui três empresas instaladas na

cidade de Lins, sendo uma delas a Concessionária de Rodovias

Transbrasiliana S.A., que administra o trecho que inicia na divisa entre os

Estados de Minas Gerais e São Paulo e termina na divisa entre os Estados de

São Paulo e Paraná da rodovia BR-153 que se trata de uma rodovia federal, a

Noroestecom Telecomunicações S.A atuando no ramo de telecomunicações e

entrando no mercado para competir com outras prestadoras de serviços já

Page 21: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

19

bastante populares e conceituadas, e por fim a Via Rondon administrando um

trecho da Marechal Rondon que se trata de uma rodovia estadual.

1.2 Estrutura organizacional

1.2.1 Organograma

O organograma é a representação gráfica da estrutura organizacional da

empresa e sua finalidade é demonstrar os órgãos que compõem a empresa e

de modo sucinto, as funções desenvolvidas pelos mesmos, a interdependência

entre eles , os níveis administrativos e a hierarquia.

A Viarondon tem sua estrutura organizacional demonstrada na figura 1.

Figura 1: Organograma

Fonte: Viarondon, 2013

Page 22: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

20

1.2.2 Quadro de colaboradores

Atualmente, a Viarondon conta com aproximadamente quatrocentos e

sessenta colaboradores.

Os colaboradores estão distribuídos entre os setores que correspondem

às áreas administrativas e operacionais, sendo eles:

a) Operações – praças de pedágio

b) Operações – inspeção de tráfego

c) Departamento pessoal

d) Jurídico

e) Ouvidoria

f) TI e Telefonia

g) Engenharia

h) Conservação e Segurança Viária

i) Qualidade

j) Meio Ambiente

k) Segurança do Trabalho

l) Comunicação

m) Arrecadação

n) Centro de controle Operacional

o) Suprimentos e Almoxarifado

p) Frota

q) Financeiro – Contas a pagar e a receber

r) Controladoria – Contabilidade - Fiscal

1.3 Estrutura física

1.3.1 Sede administrativa

O escritório administrativo da Viarondon está localizado a Rua Argemiro

Sandoval, número 30, no bairro Jardim Americano, na cidade de Lins, onde a

empresa reúne os departamentos de Controladoria, Recursos Humanos,

Financeiro, Comunicação, Jurídico, Ouvidoria, TI e Telefonia, Arrecadação,

Qualidade e Segurança do Trabalho.

Page 23: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

21

1.3.2 Suprimentos, almoxarifado e frota.

O Departamento de Suprimentos, almoxarifado e frotas está localizado

em outro prédio próximo ao escritório administrativo, à Rua João Moreira da

Silva número 534.

A Via Rondon administra uma frota de 20 veículos para uso dos

colaboradores da área administrativa e operacional, o controle da utilização dos

veículos é feito pelo Departamento de Frotas.

1.3.3 C.C.O – Centro de Controle Operacional

O Centro de Controle Operacional – CCO executa o monitoramento do

trecho da concessão da Via Rondon através de câmeras e está localizado no

km 455 da rodovia Marechal Rondon.

Figura 2: C.C.O – Centro de controle operacional.

Fonte: Viarondon, 2013

Figura 3: Base S.A.U, Caminhão guincho e resgate.

Page 24: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

22

Fonte: Viarondon, 2013

Figura 4: Equipe Inspeção de tráfego.

Fonte: Viarondon, 2013

1.3.4 S.A.U. – Serviço de atendimento ao usuário

Page 25: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

23

Desde o início do contrato de concessão o usuário passou a contar com

atendimento mecânico e socorro médico, cuja frota é composta por nove

ambulâncias, nove guinchos, UTI móvel, caminhão de combate a incêndio e

captura de animais, oito viaturas de atendimento aos usuários que ficam de

plantão para possíveis ocorrências na rodovia, estas viaturas ficam nas bases

denominadas S.A. U. – Serviço de Atendimento ao Usuário onde inclusive, os

usuários podem fazer paradas para informações e descanso. As bases S.A.U;

possuem banheiros e fraldários para oferecer conforto aos usuários.

1.3.5 Praças de pedágio

Ao longo do trecho de concessão, a Viarondon possui instaladas oito

praças de pedágio que estão localizadas nos seguintes km: Praça 1 –

município de Avaí km 367+767, Praça 2 – município de Pirajuí km 400+809,

Praça 3 – município de Promissão km 455+700, Praça 4 – município de

Glicério km 497+910, Praça 5 – município de Rubiácea km 562+800, Praça 6 –

município de Lavínia km 590+482, Praça 7 – município de Guaraçaí km

621+250 e Praça 8 – município de Castilho km 655+800.

1.3.6 Engenharia e Meio Ambiente

Os Departamentos de Engenharia, Conservação e Segurança Viária,

Meio Ambiente atualmente estão localizados no km 195 da BR 153, no prédio

onde também se localiza o Centro de Controle Operacional da Transbrasiliana,

conforme visto anteriormente, outra concessionária do Grupo BRVIAS.

1.4 O trecho da concessão

1.4.1 Histórico

A administração transferida pelo Governo Estadual dos 416,8 Km do

Corredor Marechal Rondon Oeste que compreende 331,13 km da Rodovia

Marechal Rondon SP-300 e, também, 23 rodovias de acessos (SPA), totalizam

85,5 km. A Rodovia SP-300 corresponde ao trecho do Município de Bauru, km

Page 26: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

24

336,5, logo após o entroncamento com a rodovia SP-225, até o km 667,63, no

município de Castilho/SP, divisa com Mato Grosso do Sul.

Os vinte e cinco municípios paulistas que cortam o trecho oeste da

Marechal Rondon são: Bauru, Avaí, Presidente Alves, Pirajuí, Guarantã,

Cafelândia, Lins, Guaiçara, Promissão, Avanhandava, Penápolis, Glicério,

Coroados, Birigui, Araçatuba, Rubiácea, Guararapes, Bento de Abreu,

Valparaíso, Lavínia, Mirandópolis, Guaraçaí, Murutinga do Sul, Andradina e

Castilho.

A Viarondon investe na manutenção da rodovia e, consequentemente,

na redução de números de acidentes. Assim, a economia da região ganha mais

agilidade e competitividade, que podendo contar com um corredor mais seguro

ganha vantagens em diversos segmentos, como turismo, comércio, indústria,

integração entre as cidades, logística de produtos e serviços. Além desses

benefícios, os usuários economizam na manutenção do veículo, no consumo

de combustível e tempo de viagem.

O compromisso da Viarondon é priorizar a contratação de mão-de-obra

na região. E segundo informações publicadas no site da empresa, a previsão

para a arrecadação foi prevista para os diversos níveis de governo durante

toda a concessão no valor de R$ 847 milhões em impostos e repasse de 3% da

receita bruta da cobrança dos pedágios para o Estado de São Paulo, além do

repasse de aproximadamente 5% de ISS sobre a receita de pedágio que, será

rateado e distribuído de acordo com o percentual de quilômetros que a rodovia

percorre dentro de cada município.

A Viarondon Concessionária de Rodovias S.A é uma sociedade por

ações regida por um Estatuto Social e pelas disposições legais aplicáveis, em

especial a Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, a “Lei das S.A” e suas

posteriores alterações.

A companhia tem por objeto social exclusivo realizar, sob o regime de

concessão, mediante cobrança de pedágio a exploração do Corredor

Rodoviário correspondente ao Contrato de Concessão com a Agência

Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São

Paulo – ARTESP.

Figura 5: Trecho da rodovia.

Page 27: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

25

Fonte: Viarondon, 2013

1.4.2 Benefícios socioeconômicos aos municípios localizados no trecho

A Via Rondon superou suas expectativas e gerou cerca de quinhentas

vagas de empregos diretos e duas mil vagas de indiretos, o que certamente

trouxe benefícios a diversas famílias dos vinte e cinco municípios localizados

ao longo do trecho da concessão. Os empregos gerados atingem diversos

níveis de escolaridade e salários.

As prefeituras puderam perceber um aumento em sua arrecadação de

impostos devido o ISSQN pago aos municípios na proporção da extensão de

sua quilometragem através do faturamento mensal da Via Rondon devido à

arrecadação das oito praças de pedágios e ainda sobre o ISSQN referente à

prestação de serviços ocasionados pelas obras na rodovia, no qual o imposto é

devido no município em que o serviço foi executado.

1.5 Responsabilidade Social

Contando com profissionais qualificados e comprometidos, a Via Rondon

possui uma política de trabalho exemplar, oferecendo oportunidade aos seus

Page 28: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

26

colaboradores através do PROMOVI, um programa que prioriza um

recrutamento interno sempre que surge a possibilidade de uma nova vaga e

desta forma aposta no crescimento pessoal e profissional de seus

colaboradores.

A Via Rondon, com o apoio dos colaboradores e do Departamento de

Qualidade, desenvolve programas sociais voltados à educação sócio/ambiental

sempre com intuito de atingir diferentes níveis da sociedade, e assim o faz por

meio de campanhas de conscientização no trânsito, campanha do agasalho,

doação de sangue, campanhas educativas aos motociclistas, campanha contra

exploração sexual de crianças e adolescentes, campanhas para o consumo

consciente da água, entre ações educativas com foco na saúde, como a

prevenção de doenças como a AIDS e a pressão alta.

Figura 6: Campanha doação de sangue 2013 - Hemonúcleo Lins.

Fonte: Viarondon, 2013

Em algumas das campanhas a empresa conta com a figura carismática

do “Brasinho”, o mascote do grupo BRVIAS representado por um grande e

simpático boneco, que conquista a simpatia das crianças e sem dúvida

contribui para que o intuito das mensagens sejam bem assimilados.

Page 29: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

27

A concessionária possui um Sistema de Gestão Integrado comprometido

em satisfazer as necessidades e expectativas dos usuários gerando valor para

os colaboradores e acionistas; em promover a melhoria contínua do Sistema de

Gestão Integrada, assim como cumprir os requisitos das legislações e normas

aplicáveis.

Por fim, todas essas ações, num processo que reúne esforços de muitos

profissionais atuando em diversas áreas fazem da Via Rondon uma empresa

conceituada e certificada pelas normas de Qualidade, Meio Ambiente,

Segurança e Saúde do trabalho, denominadas ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS

18001.

1.6 Valores Institucionais

1.6.1 Missão

A missão da Via Rondon é recuperar, conservar, ampliar e modernizar a

rodovia, desta forma, aumentar o nível de segurança dos usuários, promover o

desenvolvimento socioeconômico e a geração de empregos.

1.6.2 Visão

Através do seu comportamento empresarial, a Via Rondon visa ser uma

empresa de referência nos serviços prestados na rodovia SP-300 por meio da

tecnologia e capacitação dos seus colaboradores e usar de pró-atividade no

relacionamento com os usuários e as comunidades ao seu redor.

1.6.3 Valores

A Via Rondon traça seu caminho de maneira que seja norteada por

valores como a inovação, comprometimento, responsabilidade socioambiental,

humanização e transparência.

Page 30: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

28

CAPÍTULO II

REVISÃO TEÓRICA SOBRE O REGIME DE LUCRO REAL

2 LUCRO REAL

2.1 Definição

Conforme Cleônimo dos Santos, 2010, lucro real é o lucro líquido do

período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações

prescritas ou autorizadas em legislação. Desta forma, define-se lucro real pelo

próprio lucro tributável, para fins da legislação do Imposto de Renda, distinto do

lucro apurado contabilmente.

Para as empresas tributadas por este regime, sendo por opção ou

obrigatoriedade, o lucro real é aquele sobre o qual incidirá efetivamente o

Imposto de Renda Pessoa Jurídica, conforme artigo 247 do RIR /1999.

2.2 Obrigatoriedade de adoção de lucro real

Algumas pessoas jurídicas estão obrigadas à apuração do lucro real e

consequentemente não podem optar pela tributação com base no lucro

presumido e pelo Simples. Atualmente a receita federal estabelece os critérios

para a obrigatoriedade ao lucro real à pessoa jurídica:

a) Que atinja o limite de R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões)

para a receita total do ano calendário anterior ou proporcional ao

número de meses do período, quando inferior a doze meses

multiplica-se o número de meses por R$ 4.000.000,00 (quatro

milhões)

b) Quando a atividade econômica da empresa tratar-se de bancos

comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento,

caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e

investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades

Page 31: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

29

corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de

títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil,

cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de

capitalização e entidades de previdência privada aberta.

c) Que tenham lucros, rendimentos ou ganhos de capital proveniente do

exterior também estão obrigadas a adotar o lucro real.

d) Que usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do

imposto.

e) Que, no decorrer do ano calendário, efetuem pagamento mensal do

imposto de renda pelo regime de estimativa.

f) Que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de

serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito,

seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber,

compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a

prazo ou de factoring.

g) Que, constituídas como Sociedade de Propósito Específica formada

por microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo

Simples Nacional. (LC nº 123/2006. Artigo 56, na redação da LC nº

128/2008)

Exceto as situações acima, a adoção de outro regime de tributação pela

pessoa jurídica é opcional.

2.3 Periodicidade de Apuração do Lucro real

Para a pessoa jurídica tributada com base no lucro real é permitido

determinar o imposto de renda efetivamente devido trimestralmente ou

anualmente, opção esta que deve ser feita no início no ano calendário e que

tem o mesmo efeito para a contribuição social sobre o lucro.

Com base em que o período será trimestral, diz-se que a pessoa jurídica

está no balanço trimestral. Enquanto por estimativa mensal, em que o período

base será anual diz-se que a empresa está no balanço anual.

2.4 Lucro real trimestral

Page 32: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

30

No regime de lucro real trimestral, os períodos de apuração serão

encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro.

Os casos de cisão, incorporação, fusão ou encerramento de atividades

em que a base de cálculo do imposto devido deve ser feita na data em que

ocorrer o evento não se aplica as datas para encerramento acima citadas,

(artigo 220 do RIR/1999).

O imposto devido trimestralmente deve ser pago em quota única, ou,

opcionalmente, em três quotas mensais, iguais e sucessivas, respeitando o

valor mínimo de R$ 1.000,00 para cada uma.

Para o recolhimento do imposto, deverão ser observadas as seguintes

regras (artigo 856 do RIR/1999), que inclusive aplicam-se igualmente a

contribuição social sobre o lucro.

a) As quotas deverão ser pagas até o último dia útil dos meses

subsequentes ao do encerramento do trimestre de apuração;

b) O valor de cada quota (exceto a primeira, se paga no prazo) será

acrescido de juros equivalentes à taxa Selic para títulos federais,

acumulada mensalmente , a partir do primeiro dia do segundo mês

subsequente ao do encerramento do trimestre de apuração até o

último dia do mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do

pagamento. Aqui, apurados os saldos, se positivos, devem ser pagos

em quota única, até o último dia útil do mês de março do ano

subsequente acrescidos de juros calculados com base na taxa Selic,

a partir de 1º de fevereiro até o último dia do mês anterior ao do

pagamento, e de 1% no mês do pagamento. Se negativos, devem

ser compensados com o imposto e a contribuição devidos a partir do

mês de janeiro do ano calendário subsequente ao do encerramento

do período de apuração (pagos a partir de fevereiro, se a empresa

permanecer na estimativa), acrescidos de juros equivalentes à taxa

Selic, acumulada mensalmente, calculados a partir do mês

subsequente ao do encerramento do período de apuração até o mês

anterior ao da compensação, e de 1% ao mês em que estiverem

Page 33: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

31

sendo compensados, assegurado o direito da pessoa jurídica de

entrar com pedido de restituição do valor pago a maior.

2.5 Lucro real anual

A empresa que optar pelo pagamento mensal do imposto por estimativa,

ou seja, pelo lucro real, deverá assim proceder:

a) efetuar a apuração e recolhimento do imposto mensalmente com

base nos valores estimados. O prazo para o recolhimento é o último

dia do mês seguinte ao da apuração;

b) o lucro real deverá ser apurado anualmente, na data de 31 de

dezembro, ou por ocasião de incorporação , fusão, cisão ou

encerramento de atividades, para fins de determinação do imposto

efetivamente devido no período e ajuste de diferenças-pagamento do

saldo positivo apurado, restituição ou compensação de saldo

negativo apurado, conforme artigo 221 do RIR/1999.

A empresa poderá apurar o lucro real no decorrer do ano, mediante

levantamento de balanços e balancetes periódicos, com base nos quais poderá

reduzir ou suspender os pagamentos mensais do imposto.

Para as regras acima citadas, tanto o Imposto de Renda quanto a

Contribuição Social, obedecem aos mesmos parâmetros de apuração,

periodicidade e recolhimento.

Page 34: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

32

CAPÍTULO III

PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS EXIGIDAS PARA EMPRESAS

OPTANTES PELO LUCRO REAL

3 DECLARAÇÕES

3.1 A DCTF – Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais

A DCTF deve conter informações relativas aos tributos e contribuição

apurada pela pessoa jurídica em cada mês, os pagamentos, eventuais

parcelamentos e as compensações de créditos, como as informações sobre a

suspensão da exigibilidade do crédito tributário. A partir de janeiro de 2010, as

pessoas jurídicas de direitos privado em geral, inclusive equiparadas às imunes

e às isentas, as autarquias e fundações da administração pública dos Estados,

Distrito Federal e Municipal e os órgãos públicos dos poderes Executivos,

Legislativo e Judiciários, desde que se constituam em unidades gestoras de

orçamento, deverão apresentar mensalmente e de forma centralizada, pela

matriz, a declaração de débitos e creditos tributários federais.

Nos termos da Instrução normativa RFB. 125/2012, as pessoas jurídicas

devem apresentar a DCTF mensal ainda que não tenham débitos a declarar.

A DCTF será apresentada mediante sua transmissão pela internet com a

utilização do programa RECEITANET, disponível no endereço eletrônico

www.receita.fazenda.gov.br, e é obrigatória a assinatura digital efetivada

mediante utilização de certificado digital. As pessoas jurídicas devem

apresentar a DCTF até o 15º (décimo quinto) dia útil 2º(segundo) mês

subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores. Se essa não for

entregue até a data prevista e o prazo não for prorrogado pela RFB haverá

neste momento o fato gerador de uma multa prevista na LEI nº10, 426/2002.

As normas que disciplinam a DCTF estão dispostas na Instrução

Normativa nº 1.130, bem como as regras para sua apresentação ao órgão

federal e penalidades, nestes termos:

Page 35: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

33

Art. 2º Deverão apresentar a Declaração de Débitos e Crédito Tributário Federal Mensal, desde que tenham débitos a declarar: (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.130, de 18.02.2011, DOU 21.02.2011, com efeitos a partir de 01.01.2011) I – as pessoas jurídicas de direito privado em geral, inclusive as equiparadas, as imunes e as isentas, de forma centralizada, pela matriz; II – as unidades gestoras de orçamento das autarquias e fundações instituídas e mantidas pela administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, Municípios, e dos órgão públicos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário dos Estados e do Distrito Federal e dos Poderes Executivo e Legislativo dos Municípios; (Redação dada a Instrução Normativa RFB nº 1.177, de 25.07.2011)

3.1.1 Penalidades no não cumprimento do prazo de entrega da DCTF

A pessoa jurídica que deixar de apresentar a DCTF no prazo fixado ou

que apresentar com incorreções, omissões ou quaisquer divergências assim

determinadas pela RFB poderá ser intimada a apresentar a declaração original.

No caso de não atender à intimação, a empresa estará sujeita as

penalidades assim determinadas:

a) 2% (dois por cento) de juros ao mês calendário ou fração, incidente

sobre o montante dos demais impostos e contribuições informadas na

DCTF, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega

dessa declaração ou de entregar após o prazo o percentual poderá

atingir o limite de 20%.

b) R$ 20,00 (Vinte Reais) para cada grupo de 10 informações incorretas

ou omitidas.

c) 50% (cinquenta por cento) quando a declaração for apresentada após

prazo, mas antes de qualquer procedimento de oficio ou intimação.

d) 25% (vinte e cinco por cento) se houver a apresentação de

declaração no prazo fixado em intimação.

A multa mínima a ser aplicada na hipótese de atraso na entrega da

declaração será de R$ 500,00 (quinhentos reais); tratando-se de PJ inativa,

será de R$ 200,00 (duzentos reais).

3.1.2 Retificação da DCTF

Page 36: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

34

A retificação da DCTF tem a mesma natureza da original, substituindo-a

integralmente, e serve para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os

valores dos débitos já declarados, ou modificar as vinculações dos débitos

(pagamentos, saldos a pagar, compensação, parcelamento, exigibilidade

suspensas), como a DCTF retificadora substitui integralmente a original, ela

deve conter todas as informações do período abrangido pela DCTF retificada.

3.2 DACON - Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais

O DACON foi instituído pela instrução normativa SRF de 20 de janeiro

de 2004 em substituição ao demonstrativo de apuração da contribuição para o

PIS/PASEP não cumulativo de 29 de outubro de 2003. Estão obrigadas à

entrega do DACON as pessoas jurídicas de direito privado em geral e as que

são equiparadas pela legislação do IR, submetidas à apuração da contribuição

para PIS/PASEP e da contribuição para financiamento da seguridade

(COFINS) nos regimes cumulativo e não cumulativo; inclusive aquelas que

apuram a contribuição para o PIS/PASEP com base na folha salário.

Entre o período de 2005 a 2009, o DACON foi apresentado

trimestralmente pelas pessoas jurídicas obrigadas a entrega mensal da DCTF;

e semestralmente pelas demais pessoas jurídicas. A partir do ano calendário

de 2010 passou a ser mensal por todas as pessoas jurídicas obrigadas a

entrega.

Com o advento do programa Dacon Mensal-Semestral, o

preenchimento, a gravação e a transmissão dos Demonstrativos com

periodicidade semestral ocorrem de forma isolada em relação a cada um dos

meses que compõem o semestre, sendo, consequentemente, emitidos recibos

distintos para cada mês.

3.2.1 Desobrigatoriedade da entrega do DACON

A instrução normativa-RFB. Nº1252 DE um DE MARÇO DE 2012 art. 1º

fica dispensada da entrega do demonstrativo de apuração de contribuição

sociais DACON relativos a fatos geradores ocorridos a partir de 1 de janeiro de

Page 37: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

35

2013, as pessoas jurídicas tributadas pelo imposto sobre a renda, no ano-

calendário de 2013, com base no lucro presumido ou arbitrado.

3.2.2 Penalidades no não cumprimento do prazo de entrega do DACON

A pessoa jurídica que deixar de apresentar a DACON no prazo

estabelecido ou que apresenta-la com incorreções ou omissões, estará sujeita

as seguintes multas:

a) 2% (dois por cento) ao mês calendário ou fração, incidente sobre o

montante da COFINS, ou, na sua falta da contribuição para o

PIS/PASEP, informado no DACON, ainda que integralmente pago, no

caso de falta de entrega deste demonstrativo ou de entrega após o

prazo, limitada a 20% daquele montante.

b) R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de dez informações incorretas

ou omitidas.

As multas mínimas aplicadas pelo atraso ou falta de entrega do Dacon

Mensal-Semestral são de R$ 200,00 (duzentos reais), no caso de pessoas

jurídicas inativas, e de R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.

3.2.3 Retificação do DACON

Os pedidos de alterações nas informações prestadas no DACON serão

formalizados por meio do DACON retificador, mediante a apresentação de

novo demonstrativo elaborado com observância das mesmas normas

estabelecidas para o demonstrativo retificado.

O DACON retificador terá a mesma natureza do demonstrativo original

apresentado, substituindo o integralmente, e servirá para declarar novos

débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar

quaisquer alterações nos créditos informados em demonstrativos anteriores.

3.3 DIRF – Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte

Page 38: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

36

A DIRF trata-se de uma obrigação tributária acessória a que estão

submetidas todas as pessoas jurídicas e equiparadas (autônomos,

profissionais liberais, etc.) independente da forma de tributação, perante o

imposto de renda, que virá informar à Receita Federal as retenções do imposto

de renda, PIS, COFINS e contribuição social sobre o lucro, feita sobre

pagamentos efetuados a terceiros e pagamento decorrente de trabalho

assalariado. A DIRF é a declaração feita pela fonte pagadora destinada a

informar Receita Federal os rendimentos pagos ou creditados no ano anterior

ao ano calendário.

Após a transmissão, a pessoa jurídica poderá acompanhar o

processamento da declaração por intermédio do Centro Virtual de Atendimento

ao Contribuinte (e – CAC), disponível da página da RFB na internet. O arquivo

apresentado pelo estabelecimento matriz deve conter as informações

consolidadas de todos os estabelecimentos da pessoa jurídica.

Para a efetiva entrega da DIRF as pessoas jurídicas, exceto as optantes

pelo simples nacional estão obrigadas à utilização da assinatura digital da

declaração mediante utilização certificado válido.

3.3.1 Penalidades no não cumprimento do prazo de entrega da DIRF

O contribuinte obrigado a apresentar a declaração do imposto de renda

de pessoa física, no caso de entrega após o prazo previsto, fica sujeito ao

pagamento de multa. A declaração que não atender às especificações técnicas

estabelecidas pela RFB é considerada não entregue e o sujeito passivo será

intimado a apresentar nova declaração dentro do prazo estabelecido na

intimação.

Conforme artigo 27 da Instrução Normativa RFB 1.297, de 17 de outubro

de 2012, nestes termos:

Art. 27. O declarante ficará sujeito às penalidades previstas na legislação vigente, conforme disposto na Instrução Normativa SRF nº 197, de 10 de setembro de 2002 , nos casos de: I - falta de apresentação da Dirf no prazo fixado ou a sua apresentação depois do prazo; ou II - apresentação da Dirf com incorreções ou omissões.

Page 39: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

37

Para aplicação da multa, será considerado como termo inicial o dia

seguinte ao término do prazo originalmente fixado para a entrega da

declaração e como termo final à data da efetiva entrega ou, no caso de não

apresentação, da lavratura do auto de infração.

A multa poderá ser reduzida em 50% (cinquenta por cento) quando a

declaração for entregue após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de

ofício e em 25% (vinte e cinco por cento) havendo apresentação da declaração

no prazo fixado em intimação.

A multa mínima a ser aplicada será de R$ 200,00 (duzentos reais)

quando pessoa física, pessoa jurídica inativa e pessoa jurídica optante pelo

regime de tributação previsto na Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996. E R$

500,00 (quinhentos reais) nos demais casos.

3.3.2 Retificação da DIRF

A declaração retificadora tem a mesma natureza da declaração

originalmente apresentada, substituindo-a integralmente e, portanto, deve

conter todas as informações anteriormente declaradas com as alterações e

exclusões necessárias, bem como as informações adicionadas, se for o caso.

Para fins de priorização no pagamento das restituições será considerada

como data de apresentação da declaração a data do envio da retificadora, e

não a data de apresentação da declaração original.

Não é possível retificar a declaração do exercício que estiver sob

procedimento de fiscalização.

O contribuinte com declaração retida em malha, que tenha agendado

atendimento, não poderá retificar a declaração do exercício após a entrega dos

documentos à Receita Federal.

As especificações para a Dirf retificadora estão previstas no artigo 24 da

Instrução Normativa RFB 1.297, de 17 de outubro de 2012

Desde que não esteja sob procedimento de ofício, o contribuinte tem o

prazo de cinco anos para retificar a declaração, conforme artigo 1º, Decreto nº

6.761, 05 de fevereiro de 2009, nestes termos:

Page 40: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

38

Art. 1º A apresentação da Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF) relativa ao ano calendário de 2012 (Dirf 2013), e a aprovação e utilização do Programa Gerador da Dirf 2013 (PGD Dirf 2013) obedecerão ao disposto nesta Instrução Normativa. Artigo 2º Estarão obrigadas a apresentar a Dirf 2013 as seguintes pessoas jurídicas e físicas que pagaram ou creditaram rendimentos sobre os quais tenha incidido retenção do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), ainda que em um único mês do ano calendário, por si ou como representantes de terceiros (...)

3.4 DIPJ – Declaração de Rendimentos da Pessoa Jurídica

As pessoas jurídicas deverão apresentar anualmente a declaração de

rendimentos compreendendo o resultado das operações do período de 01

janeiro a 31 de dezembro do ano anterior ao que se apresenta a declaração.

Conforme a lei do imposto de renda, as pessoas jurídicas optantes pelo

sistema integrado de pagamento de imposto e contribuição que se enquadram

no regime ME e EPP (simples) estão obrigadas à apresentação da declaração

simplificada, entretanto, a pessoa jurídica cuja exclusão do simples nacional

produziu efeitos dentro do ano calendário, fica obrigada a entregar duas

declarações, a declaração anual do simples nacional (DASN) referente ao

período em esteve enquadrado no simples e a DIPJ, referente ao período

restante do ano calendário.

As pessoas jurídicas inativas estão obrigadas à apresentação da DSPJ-

inativa. O período de apuração dos resultados da pessoa jurídica é trimestral

(lucro real presumido arbitrado), contudo, a pessoa jurídica que optar pelo

pagamento mensal com a estimativa, balanço ou balancete de suspensão ou

redução, fica sujeita a apuração pelo lucro real anual, a ser feita em 31 de

dezembro do ano calendário, ou na data do evento, nos casos de fusão, cisão,

incorporação e extensão. Sua forma de entrega é exclusiva em meio

magnético, mediante a utilização do programa gerador disponibilizado no site

da Receita Federal do Brasil.

A DIPJ foi instituída pela Instrução Normativa SRF 127 de 30 de outubro

de 1998 em consonância com o RIR/1999.

3.4.1 Penalidades no não cumprimento do prazo de entrega da DIPJ

Page 41: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

39

O sujeito passivo que deixar de apresentar declaração de informação

econômica- fiscais da pessoa jurídica no prazo fixado, ou que apresentar com

incorreções ou omissões, será intimado a apresentar declaração original. No

caso de não apresentar ou não prestar esclarecimento no prazo estipulado pela

Secretaria da Receita Federal estará sujeito à multa prevista no RIR/99 artigo

964 e lei 9.532/97 artigo 27, limitada a 20% (vinte por cento) do imposto de

renda devido, respeitando o valor mínimo de R$ 414,35 a R$ 6.629,60.

Os valores da multa variam conforme as situações ocorridas e outras

legislações aplicáveis.

3.4.2 Retificação da DIPJ

A declaração anteriormente entregue poderá ser retificada nas hipóteses

admitidas, independentemente de autorização da autoridade administrativa e

terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada. (MP nº

2.189-49, de 2001, art. 18 e IN SRF nº 166, de 1999, art 1º e 4º).

A pessoa jurídica que entregar DIPJ retificadora alterando os valores

que tenham sido informados na DCTF deverá providenciar acerto dos valores

informados nesta declaração.

Dentro do prazo fixado para a entrega da declaração original, a

retificadora poderá ser transmitida pela internet.

3.5 Projeto SPED

Por força do principio federativo, a União, os Estados, o Distrito Federal

e os Municípios são dotados de autonomia política, administrativa e financeira,

cujas atribuições, competências e respectivas limitações estão previstas na

Constituição Federal. De acordo com as regras constitucionais, cada ente

federativo tem competência para instituir e administrar respectivos tributos.

Desta forma, cada ente, com a finalidade de fiscalizar a atividade do

contribuinte pode estabelecer obrigações acessórias as quais julgar mais

conveniente, o que gera multiplicidade de rotina de trabalho e burocracia,

tornando o custo para cumprimento de obrigações tributarias mais alto.

Page 42: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

40

Portanto, a integração e o compartilhamento de informações tem o

objetivo de racionalizar e modernizar a administração tributária brasileira,

reduzindo custos e entraves burocráticos, facilitando o cumprimento das

obrigações tributárias e o pagamento de impostos e contribuições, além de

fortalecer o controle e a fiscalização por meio de intercâmbio de informações

entre as administrações tributárias.

Neste sentido foi aprovado a Emenda Constitucional nº42/20013, que

introduziu o inciso XXII ao art. 37º da constituição federal, determinando a

administração tributária da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios que atuam de forma integrada, inclusive com o compartilhamento

de cadastros e de informações fiscais.

Para atender a essa alteração constitucional, foi realizado, em julho de

2004, o 1º ENCONTRO NACIONAL de administradores tributários, e ENAT

foram aprovados dois protocolos de cooperação técnica nas áreas de

cadastramento e da nota fiscal eletrônica.

No segundo semestre de 2005, no 2º evento do ENAT assinaram o

protocolo ENAT. 02/2005 objetivando o desenvolvimento do sistema publico da

Escrituração Digital, que deveria atender aos interesses da administração

tributária. E desde então, o SPED vem sendo implantado e instituído por

módulos, abrangendo determinados tipos de empresas com determinação de

legislações específicas. Desta forma, este sistema atinge os departamentos

mais relevantes das instituições.

Conforme Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, artigo 2º:

Art 2º O Sped é instrumento que unifica as atividades de recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a escrituração contábil e fiscal dos empresários e das pessoas jurídicas, inclusive imunes ou isentas, mediante fluxo único, computadorizado, de informações. (...) § 2º O disposto no caput não dispensa o empresário e as pessoas jurídicas, inclusive imunes ou isentas, de manter sob sua guarda e responsabilidade os livros e documentos na forma e prazos previstos na legislação aplicável. (NR).

A medida provisória nº 2.200/01 instituiu a infraestrutura de chaves

públicas com o objetivo de criar no país a cadeia de certificação digital para

garantir a autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos em

forma eletrônica.

Page 43: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

41

Desta forma, as informações fiscais e contábeis passaram a ser

compartilhadas, desde que respeitados os limites legais que permite o acesso.

Um dos grandes propósitos é a eliminação de obrigações acessórias, visto que

muitas informações são repetidas em diferentes declarações.

Assim como empresas dos mais diversos segmentos econômicos,

outras entidades fazem parte do SPED, algumas delas editando atos legais

dentro de seu limite de competência e de forma articulada com os demais

participantes, dentre estas empresas estão:

a) Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT

b) Associação Brasileira da Companhia Abertas-ABRASCA

c) Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Creditos e

Serviços-ABECS

d) Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais-

ABRASF

e) Associação Brasileira de Bancos ABBC

f) Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro ANDIMA

g) Associação Nacional das Fabricações de Veiculos Automotores-

ANFVEA

h) Banco Central do Brasil-BACEN

i) Comissão de Valores Mobiliarios-CVM

j) Conselho Federal de Contabilidade-CFC

k) Departamento Nacional De Registro Do Comércio- DNRC

l) Federação Brasileira De Bancos- FEBRABAN

m) Federação Nacional Da Informática- FENAINFO

n) Secretaria Da Receita Federal Do Brasil- RFB

o) Secretarias De Estado Da Fazenda De Todas UF E Do Distrito

Federal

p) Superintendência Da Zona Franca De Manaus- SUFRAMA

q) Superintendência De Seguros Privados- SUSEP

Para o fisco, o SPED vem racionalizando e uniformizando as obrigações

acessórias, tornando mais eficaz a identificação de ilícitos tributários com a

melhoria do controle dos processos, rapidez no acesso às informações e a

Page 44: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

42

fiscalização mais efetiva das operações com o cruzamento de dados e

auditoria eletrônica. Além disso, o SPED traz outros benefícios, tais como:

a) Redução de custos com a dispensa de emissão e armazenamento de

documentos em papel;

b) Redução do envolvimento involuntário em práticas fraudulentas;

c) Redução do tempo despendida com a presença de auditores fiscais

nas instalações do contribuinte;

d) Simplificação e agilização dos procedimentos sujeitos ao controle da

administração tributaria (comercio exterior, regimes especiais e

transito entre unidades da federação);

e) Rapidez no acesso às informações;

f) Aumento da produtividade do auditor através da eliminação dos

passos para coleta dos arquivos;

g) Possibilidade de troca de informações entre os próprios contribuintes

a partir de um leiaute padrão;

h) Redução de custos administrativos;

i) Melhoria da qualidade da informação;

j) Possibilidade de cruzamento entre os dados contábeis e fiscais;

k) Disponibilidade de copias autentica e validas da escrituração para

usos distintos e concomitantes;

l) Redução do “CUSTO BRASIL”;

m) Aperfeiçoamento do combate à sonegação;

n) Preservação do meio ambiente pela redução do consumo de papel.

3.5.1 Nota Fiscal Eletrônica

O Conselho Nacional de Política Fazendeira CONFAZ e o Secretário

Geral da Receita Federal do Brasil, na reunião ordinária do Conselho Nacional

de Política Fazendária realizada em Manaus/Amazonas, em 30 de setembro de

2005, tendo em vista disposto no art. 199 do código tributário nacional (lei

nº5.172, de 25 de outubro de 1966), resolvem celebrar o seguinte.

Nova redação dada ao caput da cláusula 1º pelo ajuste SINIE. F.15/10, e

feitos a partir 01/02/2011, cláusula primeira fica instituída NF-e, nota fiscal

eletrônica, que poderá ser utilizada pelos contribuintes do imposto sobre

Page 45: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

43

produtos industrializados - IPI, imposto sobre operação relativas a circulação

de mercadorias e sobre serviço de transporte interestadual e intermunicipal e

de comunicação - ICMS em substituição a nota fiscal, modelo 1 ou 1-A, a nota

fiscal de produtos modelo 4.

Considera-se nota fiscal eletrônica o documento emitido e armazenado

eletronicamente de existência apenas digital com intuito de documentar

operações e prestações cuja validade jurídica garantida pela assinatura digital

do emitente e autorização de uso pela administração tributária da unidade

federada do contribuinte, antes da ocorrência do fato gerador.

A empresa emissora gera um arquivo eletrônico que deverá conter as

informações fiscais da operação comercial e também ser assinada digitalmente

pelo emitente para garantir a integridade dos dados e autoria do emissor.

Este arquivo eletrônico, que corresponde a NF é transmitido pela internet

para secretaria da fazenda do Estado em que estiver localizado o emitente, que

faz uma pré- validação do arquivo e devolve uma autorização de uso, sem a

qual não pode haver o trânsito da mercadoria, após a autorização do uso da

NF-e, a secretaria da fazenda do estado disponibiliza a consulta na internet

para o destinatário e outros legítimos interessados que detém a chave de

acesso do documento eletrônico.

Para acompanhar o trânsito da mercadoria é impressa a DANFE, em

papel comum, em única via, que trará impresso em destaque a chave de

acesso para consulta da nota fiscal eletrônica na internet em um código de

barras unidimensional que facilitará a captura e a confirmação de informações

da NF- e pelos postos fiscais de fronteira dos demais estados.

Para emissão da NF-e , o contribuinte deverá solicitar previamente seu

credenciamento na unidade federada em cujo cadastro de contribuinte do

ICMS, estiver inscrito.

É vedado o credenciamento para emissão de NF-e de contribuinte que

não utilize sistema eletrônico de processamento de dados nos termos dos

convênios ICMS.

As empresas devem ficar atentas à conduta fiscal de seus clientes e

fornecedores, motivo é que mais de um milhão de companhias brasileiras

estarão na obrigatoriedade da emissão da nota fiscal eletrônica e será ainda

maior o acompanhamento da receita federal. Para aquelas que já adoram o

Page 46: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

44

modelo a fiscalização sobre os documentos fiscais poderá ser feitas em ate 5

anos, caso tenha enviado informações erradas ao fisco. O resultado pode ser

um grande número de multas com valores acumulativos, pelo tempo em que

ocorreu a irregularidade, o valor da multa fica entre 10% e 100% sobre cada

nota fiscal autuada e outras variáveis para erros no SPED fiscal e contábil.

3.5.2 SPED Contábil

ECD (Escrituração Contábil Digital) é parte integrante do projeto SPED e

tem por objetivo a substituição da escrituração em papel pela escrituração

transmitida via arquivo, ou seja, corresponde à obrigação de transmitir, em

versão digital os seguintes livros: Livros diários e seus auxiliares,Livro razão e

seus auxiliares.

Segundo a instrução normativa RFB nº 787/2007 estão obrigados a

adotar a ECD, em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de 1º/01/2009,

todas as pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base

no lucro real.

O Código Civil prevê que o empresário e a sociedade empresária são

obrigados a seguir um sistema de contabilidade mecanizado, com base na

escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a

documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e do

resultado econômico.

Somente o pequeno empresário a que se refere o art. 970 do Código

Civil é dispensado dessa obrigatoriedade, ou seja, com exceção destes, todos

empresários e sociedade empresarias estão obrigados a manter o sistema de

escrituração contábil. Para as outras sociedades empresariais a ECD é

facultativa, é o caso das pessoas jurídicas tributadas com base no lucro

presumido ou optante pelo simples nacional. Neste caso ficarão dispensadas

da impressão dos livros contábeis em papel

As regras de obrigatoriedade não levam em consideração se a

sociedade empresária teve ou não movimento no período.

A ECD deverá ser transmitida anualmente até o último dia útil do mês

de junho do ano seguinte ao calendário a que se refira à escrituração. Essa é a

Page 47: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

45

regra constante da instrução normativa RFB nº787/2007 a qual o contribuinte

deverá atender impreterivelmente para que não fique sujeito à penalidade

prevista em legislação. A falta de entrega da ECD ou a sua apresentação após

prazo fixado resultará ao contribuinte mula no valor de R$5.000,00 por mês-

calendário ou fração.

3.5.3 SPED Fiscal

A Escrituração Fiscal Digital é um conjunto de escriturações fiscais e de

outras informações de interesse dos fiscos das unidades federadas e da

Secretaria da Receita Federal do Brasil e outros registros de apuração de

impostos referente às operações praticadas pelo contribuinte.

A escrituração fiscal digital substitui a escrituração e impressão dos

livros de registro de entradas, saídas, inventário, registro de apuração do IPI e

apuração do ICMS. A entrega desta escrituração é de âmbito estadual.

A partir de janeiro de 2009, os contribuintes do imposto sobre operações

relativas à circulação de mercadoria sobre prestação de serviços de transporte

interestadual e intermunicipal, de comunicação e imposto sobre produtos

industrializados ficaram obrigados à entrega do Sped fiscal.

O SPED fiscal é operacionalizado a partir da base de dados da empresa

que deve gerar um arquivo digital de acordo com leiaute estabelecido em Ato

COTEPE, informando todos os arquivos que estariam contidos nos

documentos substituídos. Este arquivo é submetido à importação e validação

pelo Programa Validador e Assinador (PVA) fornecido pelo programa SPED. A

periodicidade da apresentação do arquivo SPED fiscal é mensal.

A obrigatoriedade e desobrigatoriedade da entrega do Sped fiscal estão

prevista na portaria CAT nº 147 de 27/07/2009, capítulo I, artigo 1º.

Artigo 1° - O contribuinte relacionado no Protocolo ICMS previsto no artigo 5º deverá efetuar a Escrituração Fiscal Digital - EFD, de que trata o artigo 250-A do Regulamento do ICMS, de acordo com o disposto nesta portaria. § 1º - O contribuinte não relacionado no Protocolo ICMS referido no “caput” ficará dispensado da EFD. § 2º - O contribuinte dispensado da EFD deverá manter a escrituração das operações, prestações e informações de acordo com o disposto na legislação, em especial o previsto nos artigos 213, 214, 215, 221, 223, 224, 225, 226, 229, 231 e 233 do Regulamento

Page 48: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

46

do ICMS e na Portaria CAT-25/01, de 2 de abril de 2001. (Redação dada ao parágrafo pela Portaria CAT-155/12, de 17-12-2012, DOE 18-12-2012).

3.5.4 EFD Contribuições

EFD contribuições trata de um arquivo digital instituído no sistema

publico de escrituração digital-SPED, a ser utilizado pelas pessoas jurídicas de

direito privado na escrituração da contribuição para o PIS/PASEP e do COFINS

no regime de apuração não cumulativo ou cumulativo com base no conjunto de

documentos e operações representativos da receita auferida, bem como dos

custos, encargos e aquisições geradores de créditos não cumulativos.

Os documentos e operações da escrituração representativa de receitas

auferidas e de aquisições, custos, despesas e encargos incorridos, serão

relacionados no arquivo da pessoa jurídica. A escrituração das contribuições

sociais e dos créditos, bem como da contribuição previdenciária sobre receita

bruta, será efetuada de forma centralizada pelo estabelecimento matriz da

pessoa jurídica. A entrega desta escrituração é de âmbito federal.

O arquivo da EFD-contribuições deverá ser validado, assinado

digitalmente e transmitido, via internet, ao ambiente SPED conforme disciplina

a instrução normativa. RFB. Nº1. 252 de 1 de março de 2012, artigo 3º, nestes

termos:

Art. 3º A EFD-Contribuições emitida de forma eletrônica deverá ser assinada digitalmente pelo representante legal da empresa ou procurador constituído nos termos da Instrução Normativa RFB nº 944, de 29 de maio de 2009 , utilizando-se de certificado digital válido, emitido por entidade credenciada pela Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), que não tenha sido revogado e que ainda esteja dentro de seu prazo de validade, a fim de garantir a autoria do documento digital.

Parágrafo único. A EFD-Contribuições de que trata o caput deverá ser transmitida, ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), instituído pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, pelas pessoas jurídicas a ela obrigadas nos termos desta Instrução Normativa e será considerada válida após a confirmação de recebimento do arquivo que a contém.

Page 49: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

47

CAPÍTULO IV

CRITÉRIOS E CONTROLES PARA O RECOLHIMENTO DE IMPOSTOS E

ENTREGA DAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS NA VIARONDON UTILIZADOS

PELO SETOR FISCAL

4 ESTUDO DE CASO

Neste capítulo são apresentadas as atividades desenvolvidas pelo setor

fiscal da empresa, destacando as operações com as retenções municipais que

são uma particularidade deste tipo de atividade, assim como o ISSQN, as

retenções federais e demais obrigações.

4.1 O Setor Fiscal

O setor fiscal da empresa conta com um analista fiscal responsável

pelas atividades pertinentes a Viarondon e um assistente fiscal que o auxilia

nos seguintes procedimentos:

a) recebimentos e análise de quaisquer documentos fiscais,

b) escrituração dos documentos fiscais nos devidos sistemas

particulares ou dos órgãos a que estão sujeitos,

c) emissão de notas fiscais,

d) guarda dos arquivos digitais e xml das notas recebidas e emitidas,

e) conferência das retenções contidas em notas fiscais,

f) tabulação e controle em planilha de Excel dos impostos retidos

g) apuração dos impostos incidentes sobre o faturamento mensal e

impostos retidos em notas fiscais de serviços tomados,

h) confecção e lançamento no sistema das guias para recolhimento,

i) geração de arquivos e alimentação de dados para transmissão das

declarações aos fiscos: municipal, estadual e federal.

O analista fiscal tem como função acompanhar a legislação do ICMS,

PIS, COFINS, IRRF, ISSQN, consubstanciando a orientação necessária às

Page 50: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

48

demais áreas da empresa envolvidas na emissão e recepção de documentos

fiscais, manter-se atualizado quanto a Legislação Fiscal/Tributária a fim de

garantir que as atividades executadas estejam de acordo com a Legislação

vigente.

Outra função que também cabe ao analista fiscal é o auxilio ao contador

no atendimento à fiscalização e auditoria; acompanha e alerta os envolvidos no

processo sobre os prazos de recolhimento dos impostos e entrega de

declarações obrigatórias. O setor fiscal segue um cronograma de processos

baseado em um calendário de obrigações em três âmbitos: municipal, estadual

e federal.

4.1.1 Retenções Municipais

A administração das retenções municipais é uma atividade bastante

complexa, visto que no trecho da rodovia SP 300, administrado pela Viarondon,

existem 25 municípios, os quais puderam perceber um aumento de sua

arrecadação no que refere-se ao ISSQN.

Neste sentido, para que este repasse do ISSQN ocorra dentro da

legalidade, a setor fiscal necessita consultar e manter-se atualizado às

legislações pertinentes, Constituição Federal, a lei 116/2003, ainda, em

conformidade com as exigências impostas pelos municípios, dentro daquilo que

a legislação os permite estabelecer.

Dentro da organização do Estado Brasileiro, o município é entidade

autônoma, ou seja, pessoa jurídica que legisla para si de acordo com as

competências constitucionais lhes conferidas, de acordo com o artigo 30, da

Constituição Federal, nos incisos I e II, in verbis compete aos municípios:

a) legislar sobre assuntos de interesse local;

b) suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; e

c) instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar

suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e

publicar balancetes nos prazos fixados em lei.

No tocante ao pagamento do ISSQN aos municípios, este está dividido

Page 51: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

49

em dois aspectos, o ISSQN incidente sobre os serviços tomados e incidentes

sobre os serviços prestados.

4.1.2 ISSQN incidente nos serviços tomados

Os serviços relativos às obras de manutenção e conservação da rodovia

são terceirizados, neste momento é relevante a análise de cada contrato

estabelecido, visto que em alguns casos torna-se o tomador de serviço

obrigado a efetuar as retenções de alguns impostos e assim fazer o repasse ao

fisco municipal.

Grande parte dos contratos de prestação de serviços pertinentes as

obras na rodovia, referem-se aos serviços descritos nos itens do grupo 7 da

lista de serviços anexas a Lei 116/2003, a retenção está prevista no artigo 6º e

deve ser realizada nos serviços prestados em que o imposto é devido no local

da prestação de serviço, em conformidade com os incisos de I a XXII, artigo 3º.

o serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do

estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do

domicílio do prestador, exceto em hipóteses quando o imposto será devido no

local:

a) do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na

falta de estabelecimento, onde ele estiver domiciliado, na hipótese do

§ 1o do art. 1o desta Lei Complementar;

b) da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas,

no caso dos serviços descritos no subitem 3.05 da lista anexa;

c) da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02

e 7.19 da lista anexa.

De acordo com o artigo 6o, os Municípios e o Distrito Federal, mediante

lei, poderão atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário

a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo

a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo

do cumprimento total ou parcial da referida obrigação, inclusive no que se

refere à multa e aos acréscimos legais.

Page 52: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

50

Neste caso, os responsáveis a que se refere este artigo estão obrigados

ao recolhimento integral do imposto devido, multa e acréscimos legais,

independentemente de ter sido efetuada sua retenção na fonte. Os

responsáveis são o tomador ou intermediário de serviço proveniente do exterior

do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País; e a pessoa

jurídica, ainda que imune ou isenta, tomadora ou intermediária dos serviços

descritos na legislação.

Dentre os itens de serviços cita-se conforme a Lei 116/2003:

a) Serviços relativos a engenharia, arquitetura, geologia, urbanismo,

construção civil, manutenção, limpeza, meio ambiente, saneamento e

congêneres;

b) Engenharia, agronomia, agrimensura, arquitetura, geologia,

urbanismo, paisagismo e congêneres; e

c) Execução, por administração, empreitada ou subempreitada, de

obras de construção civil, hidráulica ou elétrica e de outras obras

semelhantes, inclusive sondagem, perfuração de poços, escavação,

drenagem e irrigação, terraplanagem, pavimentação, concretagem e

a instalação e montagem de produtos, peças e equipamentos (exceto

o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços

fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).

Devido os aspectos legais acima citados, faz-se necessário a análise

minuciosa do setor fiscal das notas fiscais dos serviços tomados no que se

refere a sua data de emissão, número de contrato a que faz menção, local

onde o serviço foi executado, alíquotas de ISSQN, bem como as

particularidades de cada município quanto aos possíveis abatimentos de

valores referentes a materiais descritos em notas fiscais e alíquotas

estabelecidas para cada tipo de serviço prestado, uma vez que o município

pode instituir as alíquotas, desde que obedecidos os limites impostos da Lei

Complementar 116/2003.

Parte dos municípios exige que os tomadores de serviços efetuem a

declaração dos serviços tomados em um sistema da prefeitura. No caso da

Viarondon, 10 dos 25 municípios fizeram esta exigência, fornecendo uma

Page 53: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

51

senha para acesso ao sistema da prefeitura, a empresa precisa cumprir os

prazos para a declaração das notas fiscais, emissão e recolhimento das guias

de ISSQN no sistema da prefeitura, outras exigem que as notas sejam

enviadas em arquivo digital para que as mesmas efetuem a emissão das guias.

Estas obrigações acessórias, sujeitam a Viarondon a possíveis

fiscalizações por parte das prefeituras, o que trata-se de um processo dentro

dos padrões legais uma vez que, de certa forma estabelece com as prefeituras

relações financeiras que por sua vez possuem o direito de averiguar se a sua

arrecadação está correta coforme estabelecido na lei 116/2003 e leis

municipais.

4.1.3 ISSQN incidente no serviço prestado

O fechamento mensal de arrecadação das praças de pedágio é

realizado pelo C.C.A que posteriormente envia ao setor fiscal, onde será

realizado o cálculo para apuração do ISSQN devido aos 25 municípios.

O cálculo é realizado por meio de rateio das receitas de pedágio entre as

cidades utilizando a quantidade de quilômetros que cada município contém na

extensão do trecho de concessão. A base legal para fins de incidência do

ISSQN sobre as receitas de pedágio está prevista no § 1º art. 7º da Lei

Complementar nº 116/2003, in verbis:

Art. 1o O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de

competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. (...) § 3

o O imposto de que trata esta Lei Complementar incide ainda

sobre os serviços prestados mediante a utilização de bens e serviços públicos explorados economicamente mediante autorização, permissão ou concessão, com o pagamento de tarifa, preço ou pedágio pelo usuário final do serviço. (...) Art. 3

o O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local

do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXII, quando o imposto será devido no local: (...) Art. 7

o A base de cálculo do imposto é o preço do serviço.

§ 1o Quando os serviços descritos pelo subitem 3.04 da lista anexa

forem prestados no território de mais de um Município, a base de cálculo será proporcional, conforme o caso, à extensão da ferrovia,

Page 54: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

52

rodovia, dutos e condutos de qualquer natureza, cabos de qualquer natureza, ou ao número de postes, existentes em cada Município. (...)

O serviço prestado pela Viarondon Concessionária de Rodovia S.A, está

previsto na lei complementar 116/2003, como atividade de Locação,

sublocação, arrendamento, direito de passagem ou permissão de uso,

compartilhado ou não, de ferrovia, rodovia, postes, cabos, dutos e condutos de

qualquer natureza.

4.2 Retenções Federais

A Constituição Federal, em seu artigo 153 permite que a União crie

impostos sobre a renda e proventos de qualquer natureza.

Alguns impostos federais são incidentes nos serviços tomados

referentes aos contratos de prestação de serviços e contratação de serviços

esporádicos contratados pela Via Rondon, a retenção e repasse desses

impostos ao fisco obedecem à legislação específica. Os mais comuns são:

IRRF, INSS, PIS, COFINS e CSLL.

4.2.1 IRRF

Conforme artigo 647 do RIR/1999, as importâncias pagas ou creditadas

por pessoa jurídica a outra pessoa jurídica, civis ou mercantis, pela prestação

de serviço que se caracterize profissional estão sujeitas a retenção do IR na

fonte sob alíquota de um e meio por cento, no parágrafo primeiro deste artigo

estão listados os tipos de serviços que enquadram-se neste critério.

Muitos dos contratos de prestação de serviços que a Viarondon

estabelece com seus fornecedores referem-se aos itens listados no artigo

acima citado, sendo alguns deles serviços de: advocacia, análises técnicas,

arquitetura, auditoria, consultoria, engenharia, e outros itens conforme artigo

647, parágrafo que compreendem:

a) administração de bens ou negócios em geral (exceto consórcios ou

fundos mútuos para aquisição de bens);

Page 55: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

53

b) advocacia;

c) análise clínica laboratorial;

d) análises técnicas;

e) arquitetura;

f) assessoria e consultoria técnica (exceto o serviço de assistência

técnica prestado a terceiros e concernente a ramo de indústria ou

comércio explorado pelo prestador do serviço); 7. assistência social;

g) auditoria;

h) avaliação e perícia;

i) biologia e biomedicina;

j) cálculo em geral;

k) consultoria;

l) contabilidade;

m) desenho técnico;

n) economia; entre outros.

Desta forma, no momento em que o setor fiscal recebe as notas de

serviços tomados é realizada a conferência dos impostos e suas devidas

retenções, o controle é realizado inicialmente através da tabulação das

retenções em planilha de Excel.

Nesta planilha é demonstrada a data de emissão do documento fiscal,

fornecedor, valores, data de pagamento ao fornecedor, recolhimento do

imposto e juros e multa se for o caso.

Só após esta conferência são seguidos os procedimentos para

contabilização das notas fiscais realizada pelo setor de contabilidade, que

posteriormente retornarão ao departamento fiscal para escrituração nos

softwares particulares e respectivos órgãos, que conforme visto anteriormente,

todas as notas fiscais de serviços tomados devem ser declaradas no site da

prefeitura de Lins independente do local em que ocorre a prestação do serviço,

por ser o município onde se estabelece a Viarondon, feito isto, as notas ainda

serão lançadas nos softwares dos devidos municípios onde ocorre a prestação

para que se faça a emissão das guias do imposto sobre o serviço de qualquer

natureza.

Page 56: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

54

4.2.2 Alíquota aplicável ao IR

A alíquota normalmente aplicável nos serviços tomados pela Viarondon

é de 1,5%, sendo que existem algumas particularidades acerca de alguns

serviços, como o serviço de limpeza e logradouros públicos cuja alíquota

estabelecida em lei é 1%.

4.2.3 DARF de arrecadação – Código de recolhimento e limite de valor para

recolhimento e retenção para o IR

O código para recolhimento das contribuições a ser utilizado é 1708.

Não é admitido o recolhimento do Darf com valor igual ou inferior a dez

reais, o qual deverá ser adicionado ao imposto do mês seguinte, conforme

artigo 724, II do RIR /1999, in verbis:

Art. 724. É dispensada a retenção de imposto, de valor igual ou inferior a dez reais, incidente na fonte sobre rendimentos que devam integrar (Lei n º 9.430, de 1996, art. 67): I - a base de cálculo do imposto devido na declaração de ajuste anual das pessoas físicas; II - a base de cálculo do imposto devido pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado.

4.2.4 PIS, COFINS E CSLL

A partir do dia primeiro de fevereiro de 2004, passou a vigorar uma nova

forma de retenção, que tornou obrigatório à fonte pagadora de serviço

descontar e recolher a Cofins, PIS e a Contribuição Social sobre o Lucro

Líquido (CSLL) quando feito o pagamento de serviços que tiver incidência

destas retenções, in verbis:

Art. 30. Os pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas de direito privado pela prestação de serviços de limpeza, conservação, manutenção, segurança, vigilância, transporte, locação de mão-de-obra, medicina, engenharia, publicidade e propaganda, assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, bem como pela remuneração de serviços profissionais estão sujeitos a retenção na fonte da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido -

Page 57: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

55

CSLL, da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS e da Contribuição para o PIS/PASEP.

Na Viarondon, o critério utilizado para conferência dos impostos retidos

nas notas de prestação de serviços tomados bem como os demais

procedimentos é idêntico ao critério utilizado para o IR.

A retenção das contribuições PIS, COFINS e CSLL obedece os itens dos

serviços contidos no artigo 647, parágrafo 1º do regulamento do imposto de

renda, acima citado.

Por lei, esta contribuição deverá ser descontada da tomadora no

momento do pagamento do serviço e se o serviço vier a ser pago em

prestações, a retenção será efetuada no pagamento de cada parcela.

4.2.5 Prazo de recolhimento das contribuições.

Conforme artigo 74, da Lei 11.196/2005, o recolhimento desta

contribuição ao Tesouro Nacional é feita quinzenalmente de maneira

centralizada pelo estabelecimento da pessoa jurídica tomadora do serviço,

desta forma, o recolhimento ocorre no último dia útil da quinzena subsequente

àquela em que tiver ocorrido o pagamento à pessoa jurídica prestadora.

4.2.6 Percentual aplicável às contribuições PIS, COFINS e CSLL

O percentual de 4,65% (quatro inteiros e sessenta e cinco centésimos

por cento) aplica-se também na hipótese de a prestadora de serviço estar

enquadrada no regime de não-cumutatividade do PIS/Pasep e da Cofins, este

percentual representa a soma das alíquotas 3% para Cofins, 0,65% para o PIS

e 1% para CSLL.

4.2.7 DARF de arrecadação – Código de recolhimento e limite de valor para

recolhimento e retenção das contribuições PIS, COFINS e CSLL

O código para recolhimento das contribuições a ser utilizado é o 5952

conforme ato declaratório nº 71/2005. No caso de benefício de isenção,

alíquota zero ou medida judicial o recolhimento deverá ser feito de forma

Page 58: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

56

individual obedecendo os seguintes códigos: 5987 para CSLL, 5960 para

Cofins e 5979 para PIS/Pasep.

Não é admitido o recolhimento do Darf com valor inferior a dez reais, o

qual deverá ser adicionado ao imposto do mês seguinte.

A fonte pagadora está dispensada de reter na fonte as contribuições na

condição prevista em lei e deve obedecer critérios para a retenção conforme

disposto no artigo 31, parágrafo 3º e 4º da lei 10.833 de 2003.

§ 3o É dispensada a retenção para pagamentos de valor igual ou

inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais). (Incluído pela Lei nº 10.925, de 2004) § 4

o Ocorrendo mais de um pagamento no mesmo mês à mesma

pessoa jurídica, deverá ser efetuada a soma de todos os valores pagos no mês para efeito de cálculo do limite de retenção previsto no § 3

odeste artigo, compensando-se o valor retido

anteriormente. (Incluído pela Lei nº 10.925, de 2004)

4.2.8 INSS

A Lei nº 9.711/1998 passou a vigorar em fevereiro de 1999, introduzindo

a obrigatoriedade da retenção pela empresa contratante de serviço mediante

cessão de mão de obra ou empreitada de 11% sobre o valor total dos serviços

destacados no documento fiscal.

Empreitada caracteriza-se pela execução estabelecida em contrato, de

tarefa, serviço por preço ajustado, com ou sem uso de equipamentos e

fornecimento de material, realizados nas dependências da empresa

contratante, nas de terceiros ou nas da empresa contratada.

Cessão de mão de obra é a colocação à disposição da contratante

trabalhadores que realizem serviços contínuos de qualquer natureza e forma

de contratação nas dependências da contratante ou de terceiros.

A maioria dos contratos de prestação de serviços firmados entre a

Viarondon e seus contratados para a realização das obras e manutenção na

rodovia e praças de pedágio enquadram-se na empreitada de mão de obra e

estão sujeitos a retenção do INSS sob alíquota de 11%, conforme artigo artigo

112 da IN RFB nº 971/2009, in verbis:

Page 59: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

57

Art 112.A empresa contratante de serviços prestados mediante cessão de mão de obra ou empreitada, inclusive em regime de trabalho temporário, a partir da competência de fevereiro de 1999, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura, ou do recibo de prestação de serviços e recolher à Previdência Social a importância retida, em documento de arrecadação identificado com a denominação social e o CNPJ da empresa contratada, observado o disposto no art. 79 e no art. 145.

É de responsabilidade tanto da contratante quanto da contratada a

pormenorização das tarefas firmadas em contrato, e no caso de

enquadramento duvidoso, deverá consultar a RFB, artigos 117, 118 e 119 da

IN RFB nº 971/2009.

4.2.9 Dispensa da retenção do INSS

A dispensa da retenção do INSS ocorre conforme disposto no artigo 120

da IN RFB nº 971/2009, sendo os mais comuns quando no caso do serviço

prestado pelo proprietário da empresa, e nos casos em que o valor é inferior ao

estabelecido pela RFB, in verbis:

Art. 120. A contratante fica dispensada de efetuar a retenção, e a contratada, de registrar o destaque da retenção na nota fiscal, na fatura ou no recibo, quando: I - o valor correspondente a 11% (onze por cento) dos serviços contidos em cada nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços for inferior ao limite mínimo estabelecido pela RFB para recolhimento em documento de arrecadação; II - a contratada não possuir empregados, o serviço for prestado pessoalmente pelo titular ou sócio e o seu faturamento do mês anterior for igual ou inferior a 2 (duas) vezes o limite máximo do salário-de-contribuição, cumulativamente;

4.2.10Alíquotas, Base de Cálculo e Deduções Permitidas

Para a Viarondon, nos contratos de prestação de serviços faz-se

necessário observar rigorosamente algumas particularidades pertinentes às

contratações relativas à empreitada e mão de obra, estando estas

particularidades dispostas no artigo 122 da IN RFB nº 971/2009, in verbis:

De acordo com o artigo Art. 122, os valores de materiais ou de

equipamentos, próprios ou de terceiros, exceto os equipamentos manuais, cujo

fornecimento esteja previsto em contrato, sem a respectiva discriminação de

Page 60: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

58

valores, desde que discriminados na nota fiscal, na fatura ou no recibo de

prestação de serviços, não integram a base de cálculo da retenção, devendo o

valor desta corresponder no mínimo a:

a) 50% (cinquenta por cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou

do recibo de prestação de serviços;

b) 10% (dez por cento) para pavimentação asfáltica;

c) 15% (quinze por cento) para terraplenagem, aterro sanitário e

dragagem;

d) 45% (quarenta e cinco por cento) para obras de arte (pontes ou

viadutos);

e) 50% (cinquenta por cento) para drenagem; e

f) 35% (trinta e cinco por cento) para os demais serviços realizados com

a utilização de equipamentos, exceto os manuais.

Assim como nos procedimentos que envolvem os impostos vistos

anteriormente, o setor fiscal realiza a análise dos contratos de prestação de

serviços a fim de identificar possíveis riscos com relação às particularidades

relativas a cada imposto e legislação.

4.3 Obrigações Estaduais

Embora a atividade em que a Viarondon encontra-se enquadrada seja

exclusivamente a prestação de serviços e não seja contribuinte do ICMS, fez-

se necessário o cadastro da inscrição estadual devido a necessidade de emitir

notas fiscais nos casos de haver devolução de mercadoria ou remessa.

O fato de a empresa possuir inscrição estadual a obriga à entrega

mensal da GIA, independente de haver ou não operações de compra e venda

ou de ser contribuinte do ICMS. Desta forma, as obrigações estaduais as quais

a Viarondon encontra-se sujeita são o REDEF, a GIA e SPED – EFD ICMS.

4.3.1 REDF – Registro Eletrônico de Documento Fiscal

Page 61: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

59

A entrega do REDF é regulamentada pela portaria CAT nº 85/2007,

artigos 2º e 8º e anexos I e III, in verbis:

Artigo 2º - Os documentos fiscais a seguir indicados deverão, após sua emissão por contribuinte paulista, ser registrados eletronicamente na Secretaria da Fazenda para que seja gerado seu respectivo Registro Eletrônico de Documento Fiscal - REDF: I - Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A; Artigo 8° - O contribuinte emitente deverá observar os prazos previstos no Anexo I para registrar eletronicamente na Secretaria da Fazenda os documentos fiscais de que trata o artigo 2º. Parágrafo único. O contribuinte sujeito ao Regime Periódico de Apuração de que trata o artigo 87 do Regulamento do ICMS deverá registrar a Nota Fiscal, modelo 1 ou 1-A, em até 4 (quatro) dias contados da emissão do documento fiscal.

O REDF trata-se do Registro Eletrônico do Documento Fiscal, e a

entrega obedece à regra estabelecida pelo Posto Fiscal do Estado de São

Paulo, no caso da Viarondon, cujo oitavo dígito do seu CNPJ é o número 1, a

data para transmissão do REDEF é todo dia onze do mês relativo aos fatos

ocorridos no mês anterior.

4.3.2 GIA - Guia de Informação e Apuração do ICMS

A GIA é regulamentada pela portaria CAT 92/1998, anexo IV, artigo 20,

in verbis:

Art. 20. Excetuadas as hipóteses expressamente previstas na legislação, a GIA disciplinada neste anexo será apresentada no mês subseqüente ao da apuração e até os dias a seguir indicados, de acordo com o último dígito do número de inscrição estadual do estabelecimento. (...) IV - finais 8 e 9 - até o dia 19. (Redação dada ao caput pela Portaria CAT nº 49, de 26.06.2001, DOE SP de 27.06.2001, com efeitos a partir de 01.07.2001).

A GIA eletrônica relativa ao mês anterior é apresentada por meio da

internet no site do posto fiscal eletrônico observando o último dígito da

inscrição estadual, que no caso da Viarondon trata-se do dígito 2, e sua

entrega deverá ser feita no dia dezesseis de cada mês.

4.3.3 EFD – ICMS

Page 62: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

60

A EFD – ICMS é regulamentada pela portaria CAT 147/2009, trata-se da

transmissão do arquivo digital contendo as informações relativas às operações

e prestações ocorridas no mês anterior ao da transmissão e deve ser

transmitido até o dia 25 do mês, conforme artigo 10, in verbis:

Art. 10. O arquivo digital da EFD deverá ser enviado até o dia 25 do mês subseqüente ao período a que se refere.

4.4 Programas utilizados nos procedimentos fiscais

Para realizar todos os procedimentos descritos no item 4.1 deste

capítulo, o departamento fiscal utiliza três sistemas internos e pelo menos

quinze, dos vinte e cinco municípios, fornecem senhas de acesso para que as

informações pertinentes ao municípios sejam declaradas individualmente.

4.4.1 Sistemas municipais.

Os softwares municipais são sistemas de domínio das prefeituras, que

por sua vez necessitam fornecer senhas de acesso para que os contribuintes

do ISSQN no município realizem a declaração mensal dos impostos devidos e

desta forma possam efetuar o recolhimento das guias geradas neste sistema.

Dos vinte e cinco municípios os quais a Viarondon efetua o repasse do

ISSQN, atualmente dez fornecem senhas para que a concessionária efetue a

declaração dos serviços tomados e prestados. A declaração das notas nos

sistemas ocorre conforme a data de vencimento de cada município. Quanto

aos demais municípios, parte deles exige que a Departamento fiscal envie

cópia das notas em arquivo digital e planilha de cálculo do ISSQN referente ao

faturamento, só assim efetuam a emissão da guia para que a Viarondon possa

realizar o recolhimento do imposto, algumas municípios exigem que seja feito o

depósito em conta corrente da prefeitura e que posteriormente os

comprovantes sejam enviados juntamente com as cópias das notas fiscais.

4.4.2 Excel

Page 63: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

61

O Excel é uma ferramenta bastante utilizada nos procedimentos dos

trabalhos da controladoria em geral, visto que nas planilhas é possível adaptar

as informações de modo que sejam atendidas algumas particularidades da

empresa, como as exigências de órgãos relacionados como, por exemplo, as

prefeituras e auxílio de processos internos, os quais, dependendo da

especificidade não são possíveis nos demais sistemas utilizados.

O Excel também atua como ferramenta de apoio nas conciliações dos

impostos retidos, e cálculo do ISSQN sobre faturamento devido aos municípios

conforme quilometragem. O assistente fiscal realiza a tabulação de todas as

notas de serviços tomados que possuem impostos retidos, esta planilha

também auxilia a conferência e cálculos das medições das obras dos contratos

firmados.

4.4.3 Sistema para escrituração fiscal e geração dos arquivos para entrega

das declarações ao Fisco Federal.

Após a conferência das notas fiscais recebidas e tabulação dos impostos

retidos, as notas são enviadas a contabilidade para que o analista contábil

realize a contabilização do documento no sistema contábil, feito isto, as notas

retornam para o analista fiscal para que todos os processos sejam realizados,

como a escrituração dos documentos fiscais, o lançamento nos softwares

municipais e emissão das guias para recolhimento dos impostos.

Neste sistema é onde também são gerados os arquivos para entrega de

algumas das declarações que a Viarondon está sujeita, como a GIA, EFD-

Contribuições, SPED fiscal.

4.4.4 Sistema Contábil – ERP (Enterprise Resource Planning)

O setor fiscal recebe as notas dos departamentos responsáveis por cada

contrato de prestações de serviços ou de contratações esporádicas e compras

de materiais, após a análise e tabulação dos impostos retidos em Excel, a

contabilização é realizada pelo analista contábil em um sistema ERP, neste

sistemas estão integrados os módulos de compras, contábil e financeiro.

Page 64: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

62

Para que o financeiro consiga visualizar e realizar o pagamento das

guias dos impostos, o departamento fiscal necessita efetuar o lançamento da

guia no sistema ERP, este procedimento é feito de modo que o a inclusão da

guia ocorra com a compensação do imposto gerado pela contabilização do

documento fiscal.

Neste sistema, ficam armazenadas grande parte das informações que

são levadas para algumas das declarações, como a DIRF, DIPJ e SPED

Contábil.

4.5 Guarda de NF- e em arquivo digital

O setor fiscal realiza o controle e guarda dos arquivos XML referente às

notas fiscais eletrônicas de compra de materiais, no caso da Viarondon, como

destinatária, está igualmente obrigada a efetuar o armazenamento destes

arquivos, conforme cláusula 10 º do Ajuste SINIEF 07/05, in verbis:

Cláusula décima O emitente e o destinatário deverão manter a NF-e em arquivo digital, sob sua guarda e responsabilidade, pelo prazo estabelecido na legislação tributária, mesmo que fora da empresa, devendo ser disponibilizado para a Administração Tributária quando solicitado.

4.6 Parecer Final

Observadas as características da Viarondon, foi possível aplicar um

estudo de caso que apresentasse as particularidades que envolvem as funções

do setor fiscal e a quantidade de informações e dados a serem armazenados

para que o cumprimento do calendário de atividades seja possível.

As bases legais e os conceitos teóricos apresentados nesta pesquisa

foram necessários para demonstrar a relevância das atividades que envolvem

as obrigações acessórias em consonância com as legislações.

Desta forma, conclui-se que as declarações a que está sujeita a

Viarondon, bem como as demais atividades do setor fiscal, compõem um

grande conglomerado de obrigações acessórias de acordo com a exigência de

cada ente público.

Page 65: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

63

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Assim como as demais empresas optantes pelo lucro real, a Viarondon

está sujeita a diversas obrigações acessórias e consequentemente aos riscos

fiscais.

Devido à necessidade dos entes públicos em fiscalizar o contribuinte,

cada vez mais ocorrem mudanças na legislação e o surgimento de novas

obrigações acessórias. Diante deste fato, os setores da empresa que lidam

diretamente com esta realidade estão mais propensos às dificuldades em

administrar tantas obrigações fiscais.

Após os resultados apresentados no estudo de caso, constantes no

capítulo IV, propomos à empresa uma análise com relação à integração de um

módulo fiscal no sistema ERP já utilizado, para que desta forma, todas as

informações permaneçam armazenadas em um único sistema que será fonte

da geração dos arquivos das declarações e relatórios auxiliares. Os estudos

realizados concluem que tal medida além de proporcionar a redução dos riscos

fiscais, permitirá aos colaboradores, mais tempo para a atualização da

legislação fiscal/tributária.

Page 66: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

64

CONCLUSÃO

O avanço da tecnologia trouxe muitos benefícios e consequentemente

mudanças significativas para a elaboração das atividades realizadas pelos

departamentos contábil e fiscal, a tecnologia é responsável pela eficiência e

ganhos de produtividade nos processos realizados por estes setores.

O setor fiscal é parte do universo contábil, suas informações estão

evidentemente interligadas e para atender as necessidades de um setor

contábil/fiscal, o principal método utilizado é a linguagem de programação, que

padroniza informações em um conjunto de regras.

Um sistema integrado de gestão empresarial, os chamados ERP, são

desenvolvidos para integrar todos os processos de uma empresa em um único

sistema atuando com um grande banco de dados e assim proporcionar a

otimização do fluxo das informações, eliminar atividades repetitivas, reduzir o

tempo utilizado nos processos e desta forma auxiliar na tomada de decisões e

em contrapartida usufruir de outros benefícios que a implantação de um

sistema que integra todos os módulos traz à organização em geral.

Um dos sistemas utilizados pela Viarondon trata-se de um ERP que

implantado em módulos integrou as informações de suprimentos, contabilidade

e financeiro, o que facilitou grande parte dos processos no tocante às

informações contábeis.

O governo já há algumas décadas vem fazendo uso da tecnologia, mas

atualmente não mais voltado apenas às suas demandas internas. É do

conhecimento de todos que o Brasil possui uma vasta carga tributária, o que

atrelado à burocracia compõem um imenso conjunto de exigências que

aumenta diariamente.

Desde a implantação do SPED tem se tornado mais evidente o controle

do governo sobre as operações das pessoas jurídicas e de certa forma é

aceitável a necessidade de haver sanções para as infrações. Os

administradores, contadores e empresas em geral são forçados a acompanhar

esta evolução e é inevitável a adaptação dos seus sistemas e processos

internos para que seja possível cumprir as exigências dos controles fiscais, já

que devem obediência à legislação tributária.

Page 67: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

65

Diante da realidade em que nos encontramos com relação às inúmeras

obrigações fiscais, acreditamos que o módulo fiscal integrado aos demais

módulos no sistema ERP, trará mais eficácia nos processos realizados pelo

setor fiscal.

Page 68: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

66

REFERÊNCIAS

Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF. IN. SRF n 482. 21. dez. 2004. Disponível em <http://www.receita.fazenda.gov.br/legisla- çao/ /ins/2002/in.2552.htm> acesso em: 05. jul. 2013. _____LEI No 10.406, de 10. Jan. 2002. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. DF. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm> acesso em: 05. jul.

2013. _____LEI Nº 5.172, 25. out. 1966. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. DF. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil03/leis/I5 172.htm> acesso em: 05. jul. 2013. _____ LEI Nº 12.546, DE 14 de dezembro de 2011. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. DF. Disponível em: <http://www.pla- nalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12546.htm> acesso em 05. jul. 2013. _____ LEI COMPLEMENTAR Nº 116. 31. jul. 2013 Diário Oficial da Republica Federativa do Brasil. Brasília. DF. Disponível em: <http://www.pla- nalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp116.htm> acesso em 05. jul. 2013. _____ LEI nº 10.833. 29. dez. 2003. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. DF. Disponível em: < www.receita.fazenda.gov. br/legisla cao/leis/2003/lei10833.htm > acesso em 05. jul. 2013. _____ Lei nº 10.925. 23. jul. 2004. - Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. DF. Disponível em: < http://www.receita. fazen da.gov.br/Legislacao/leis/2004/lei10925.htm> acesso em 05 jul. 2013. _____ Lei 9.711. 20. Nov. 1998. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. DF. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9 711.htm> acesso em 05. jul. 2013.

_____Lei n 9.718. 27. nov. 1998. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. DF. Disponível em: < http://www.receita.fazenda.gov.br/ ccivil-03/leis/l 9718compilada.htm> acesso em 25. jul. 2013. _____IN. SRF n 1.110. 24. dez. 2010. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. DF. Disponível em: < http://www.receita.fazenda.gov.br/le gislaçao/ /ins/2011/in.1120.htm> acesso em 05. ag. 2013. _____IN. SRF n 1252, de 1 de março de 2012 . Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. DF. Disponível em: < http://www.receita.fazenda .gov.br/legislaçao/ /ins/2012/in.1252.htm> acesso em 05. ag. 2013.

Page 69: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

67

_____IN. SRF n 1.387. 2013 . Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF. Disponível em: <http://www.receita.fazenda. gov.br/sped/> acesso em 05. ag. 2013. _____IN. SRF n 848. 15. ma. 2008. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. DF. Disponível em: < http://www.iobonlineregulatorio.com.br /templates/coreonline/onlinhome.jsf> acesso em 01. set. 2013 e 05. ag. 2013. _____ Decreto nº 3.000. 26. mar. 1999. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. DF. Disponível em: < http://www.receita.fazenda .gov.br/Legislacao/rir/default.htm> acesso em 05. ag. 2013. _____Decreto nº 6.761. 05. fev. 2009. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF. Disponível em:< http://www.re ceita.fazenda.gov.br/legis lacao/decretos/2009/dec6761.htm> acesso em 05. ag. 2013. _____ Decreto nº 6.022. 22 de jan. 2007. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília. DF. Disponível em:< http://www.receita.fazenda. gov.br/Legislacao/Decretos/2007/dec6022.htm> acesso em 05. ag. 2013. _____ IN RFB nº1.177. 25. jul. 2011. Diário Oficial da Republica Federativa do Brasil. Brasília. DF. Disponível em: < http://www.receita.fazenda.gov.br/Le .br/Legislacao/ins/2011/in11772011.htm acesso em 05> acesso em ag. 2013. _____ IN RFB nº 971. 13. nov. 2009. Diário Oficial da Republica Federativa do Brasil. Brasília. DF. Disponível em: < http://www.receita.fazenda.gov.br/Le gislacao/ins/2009/in9712009.htm> acesso em 05. ag. 2013. Governo do Estado de São Paulo. Portaria CAT-85. S.P. 04. set. 2007. Disponível em: <http://www.fazenda.sp.gov.br/publicacao/noticia.aspx?id=563> acesso em 05. ag. 2013. _____ Governo do Estado de São Paulo. Portaria CAT – 147. 27. jul. 2009. Disponível em: <http://info.fazenda.sp.gov.br/NXT/gateway.dll/legislacao_tribu taria/portaria_cat/pcat1472009.htm?f=templates&fn=default.htm&vid=sefaz_tributaria:vtribut> acesso em 05.ag. 2013. MARCHEZIN, G.; AZEVEDO, O. R.; CONCÓRDIA, R. M. Manual Prático de Retenção de Impostos e Contribuições. 9. ed. São Paulo: IOB, 2010. 544p. SANTOS, C. Auditoria Fiscal e Tributária. São Paulo: IOB, 2010. 350 p.

Page 70: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

68

APÊNDICES

Page 71: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

69

APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso

1 INTRODUÇÃO

Serão apresentados os objetivos relacionados ao estudo de caso na

empresa Viarondon Concessionária de Rodovia S.A, descrevendo os

processos do Departamento Fiscal para demonstrar a importância do

cumprimento das obrigações tributárias e acessórias a que a empresa está

sujeita.

1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado

a) Descrição dos procedimentos utilizados pelo Departamento Fiscal

b) Entrevista com Contador e Coordenadores

1.2 Discussão

Por meio da pesquisa será realizada uma análise sobre os

procedimentos utilizados na empresa para operacionalização do Departamento

Fiscal.

1.3 Parecer sobre o caso e sugestões sobre modificações de

procedimentos.

Page 72: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

70

APÊNDICE B – Roteiro de Estudo de Caso

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Empresa: ....................................................................................................

Localização: ...............................................................................................

Cidade: ........................................................... Estado: ..............................

Atividade Econômica: .................................................................................

Início das atividades: ..................................................................................

Número de funcionários: ............................................................................

II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1 Histórico da Empresa

2 Instalações e Tecnologia

3 Procedimentos Internos

4 Início das atividades

5 Número de funcionários

6 Ramo de atividade

7 Procedimentos do setor fiscal

Page 73: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

71

APÊNDICE C – Roteiro de Entrevistas para funcionários

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Tempo de Empresa: ...................................................................................

Cargo/Função: ............................................................................................

Escolaridade: ..............................................................................................

Especialidades: ..........................................................................................

Experiências Profissionais Anteriores: .......................................................

Cidade:............................................................... Estado: ...........................

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Como funciona o processo para apuração dos impostos referente a

arrecadação dos pedágios?

2 Qual a infra-estrutura necessária para realização das atividades do

Departamento Fiscal?

3 Existe alguma dificuldade em manter-se atualizado quanto aos assuntos

da área em que atua?

4 Como são compostas as atividades do Departamento Fiscal?

5 Entre os trabalhos executados no setor fiscal, onde se encontra a maior

dificuldade?

Page 74: UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesianio Auxilium · informações do setor fiscal e contábil estão evidentemente interligadas e para atender a todas as demandas

72

APÊNDICE D – Roteiro de Entrevistas para coordenadores

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Tempo de Atuação no mercado: ................................................................

Cargo/Função: ............................................................................................

Escolaridade: ..............................................................................................

Especialidades: ..........................................................................................

Experiências Profissionais Anteriores: .......................................................

Cidade:............................................................... Estado: ...........................

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 De que forma a empresa tem reagido diante as novas obrigações

acessórias impostas pelo Fisco nos últimos anos?

2 Durante os últimos anos, houve a necessidade de novas contratações

devido às exigências do Fisco?

3 Como são divididas as atividades do Departamento Fiscal e Contábil?

4 Atualmente, a maioria das empresas foram forçadas a adquirirem novas

ferramentas tecnológicas afim de suprir as informações contidas nas

declarações entregues ao Fisco, isto também ocorreu na VIARONDON?