o papel da afetividade no … ana paula venancio...como piaget, vygotsky e wallon. não obstante, o...

19
O PAPEL DA AFETIVIDADE NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Ana Paula Venâncio Seraphim dos Santos 1 Professor Dr. Gilmar Alves Montagnoli 2 Resumo: Esta pesquisa estuda a afetividade docente na Educação Infantil. Com base nas contribuições de Henri Wallon (1879-1962), parte-se do entendimento de que o desenvolvimento cognitivo da criança nessa etapa da educação está intimamente relacionado às relações que se estabelecem no processo de ensino- aprendizagem. É considerado também o discurso oficial e suas possibilidades de implementação. Conclui-se que a afetividade contribui no processo de desenvolvimento cognitivo da criança, sendo necessária na Educação Infantil. Outra constatação é acerca dos avanços legais, mas também dos próprios limites que a realidade impõe. Palavras-chave: Afetividade; Educação Infantil; Desenvolvimento. Abstract: This article discusses teachers’ work in Childhood Education. Based on the contributions of Henri Wallon (1879-1962), it is based on the understanding that the cognitive development of the child in this stage of education is closely related to the subjects that are in the teaching-learning process. It also analyzes the official discourse and its possibilities of implementation. It is concluded that affectivity contributes to the cognitive development process of the child, in the Childhood Education. Another finding is about legal advances, but also about the very limits that reality imposes. Keywords: Affectivity; Child education; Development. 1 Formanda do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá. Artigo apresentado como trabalho de Conclusão de Curso. 2 Professor do Departamento de Teoria e Prática da Educação da Universidade Estadual de Maringá. Orientador do TCC.

Upload: phungbao

Post on 20-Nov-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

O PAPEL DA AFETIVIDADE NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO NA

EDUCAÇÃO INFANTIL

Ana Paula Venâncio Seraphim dos Santos1

Professor Dr. Gilmar Alves Montagnoli2

Resumo: Esta pesquisa estuda a afetividade docente na Educação Infantil. Com

base nas contribuições de Henri Wallon (1879-1962), parte-se do entendimento de

que o desenvolvimento cognitivo da criança nessa etapa da educação está

intimamente relacionado às relações que se estabelecem no processo de ensino-

aprendizagem. É considerado também o discurso oficial e suas possibilidades de

implementação. Conclui-se que a afetividade contribui no processo de

desenvolvimento cognitivo da criança, sendo necessária na Educação Infantil. Outra

constatação é acerca dos avanços legais, mas também dos próprios limites que a

realidade impõe.

Palavras-chave: Afetividade; Educação Infantil; Desenvolvimento.

Abstract: This article discusses teachers’ work in Childhood Education. Based on

the contributions of Henri Wallon (1879-1962), it is based on the understanding that

the cognitive development of the child in this stage of education is closely related to

the subjects that are in the teaching-learning process. It also analyzes the official

discourse and its possibilities of implementation. It is concluded that affectivity

contributes to the cognitive development process of the child, in the Childhood

Education. Another finding is about legal advances, but also about the very limits that

reality imposes.

Keywords: Affectivity; Child education; Development.

1 Formanda do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá. Artigo apresentado como

trabalho de Conclusão de Curso. 2 Professor do Departamento de Teoria e Prática da Educação da Universidade Estadual de Maringá.

Orientador do TCC.

2

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento humano é segmentado pelos seguintes aspectos: social,

intelectual, corporal e aos sentimentos e emoções. É por meio da afetividade que

desenvolvemos a empatia, o colocar-se no lugar do outro, sendo capazes de

compreender e amar o outro, tornando mais fácil o viver em sociedade. Partindo

desse pressuposto surge a importância de estudar o tema afetividade docente,

tendo em mente que o cuidar é um ato consciente e a relação afetiva é algo

imprescindível.

É importante atentarmos ao fato de que a criança inicia a fase escolar com

uma junção de emoções e expectativas, como o medo, a curiosidade do novo, a

ansiedade, resistência, timidez. É preciso ressaltar que cada aluno carrega consigo

suas vivências desde o começo da sua infância, que até então são apenas de cunho

familiar e, com isso, a escola embora seja para a criança é um contexto totalmente

novo, deve reconhecer as vivências que a criança traz consigo, sendo necessário

fazer com que ela se sinta acolhida e segura nesse novo ambiente, afim de que

essa nova vivência seja intencionalmente satisfatória, para que seja despertada nela

o interesse pelo aprendizado de forma prazerosa.

A Educação Infantil é uma das fases mais complexas do desenvolvimento

humano em relação ao desenvolvimento intelectual, emocional, social e motor da

criança, pois é nessa etapa que ela começa a desenvolver a linguagem, a formar a

sua personalidade e com isso, a escola necessita adequar-se para poder ofertar

esse tipo de ensino, proporcionando um ambiente seguro, estimulante, educativo,

afetivo e com profissionais qualificados para acompanhar as crianças nesse

processo. Sendo assim, a afetividade deve ser vista e posicionada como um dos

quatro pilares citados acima para descrever o ambiente no qual a criança necessita

para seu desenvolvimento na Educação Infantil.

As vivências proporcionadas pelo estágio em Educação Infantil nos

despertaram o interesse pelo tema, objeto de preocupação por vários estudiosos,

como Piaget, Vygotsky e Wallon. Não obstante, o foco de nossa pesquisa recai

sobre a abordagem de Wallon, cuja contribuição foi significativa em relação ao tema

da afetividade na criança.

3

Wallon (1992), ao longo de seus estudos referentes à afetividade, fornece

fundamentação necessária à atuação docente, fazendo-nos refletir sobre a

importância da relação afetiva com os alunos, da importância de se estabelecer um

feeling em sala de aula, sendo a afetividade um dos principais fatores que incitam e

estimulam a aprendizagem.

Diante dessa problemática, a pesquisa teve como intuito levar-nos a refletir

sobre o tema, levantando as seguintes problematizações: Qual o papel da

afetividade no processo educativo? A afetividade é colocada em pauta na formação

do docente que está sendo preparado para atuar na Educação Infantil?

Quanto aos aspectos metodológicos dessa pesquisa, é importante salientar

que o trabalho foi desenvolvido por meio de uma pesquisa qualitativa, de cunho

bibliográfico, por meio desse estudo fora possível ampliar o conhecimento e

compreender a importância do papel da afetividade docente na educação infantil.

Partindo deste pressuposto, consideramos que o contato com os textos estudados

possibilitou maior esclarecimento a respeito do tema escolhido, e oportunizou

melhorias na pratica educacional com as crianças. Para que o referencial teórico

pudesse se tornar satisfatório, houve a necessidade de leitura de alguns textos e

livros, tais como os do próprio autor Henri Wallon, que acrescentou de forma

fundamental ao trabalho e a concepção quanto educador, além de outras

bibliografias secundárias.

Com isso, pretendemos mostrar como Wallon afirma a importância da

afetividade enquanto ponto de equilíbrio, tanto para o docente, quanto para o aluno.

Relação essa que deve ser vista como “uma via de mão dupla”, na qual não será

apenas o aluno ou o educador a ganhar nessa relação, mas de forma que os dois

possam se beneficiar.

Nesse sentido, trataremos primeiramente da afetividade e educação na

atuação docente, mostrando como se dá a troca de experiência, mostrando a

importância do contato entre aluno e professor. Secundariamente, discorreremos um

pouco sobre o discurso oficial em relação a essa temática. Por fim, traremos

algumas reflexões necessárias à ação docente, levando-nos a refletir sobre a prática

docente.

4

1 Afetividade e o desenvolvimento da criança

1.1. A afetividade

Este capítulo tem o intuito de definir o que é afetividade e discutir sua relação

no processo de ensino-aprendizagem, destacando sua importância na atuação

docente para que seja possível estabelecer uma relação reciproca e satisfatória

entre professor e aluno na educação infantil.

O termo afetividade deriva da palavra afeto e afetivo, e indica a qualidade que

envolve todos os fenômenos afetivos. No âmbito psicológico, a afetividade é definida

como a capacidade do indivíduo de experimentar e vivenciar fenômenos afetivos.

Segundo o Dicionário Aurélio (1984), afetividade é:

O conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza.

Partindo das definições de afetividade citadas acima, podemos compreender

o papel do professore na relação professor-aluno, discutindo sobre a importância da

afetividade na atuação docente na Educação Infantil, como ela pode direcionar e

auxiliar o professor em relação ao no processo de desenvolvimento do aluno.

Ao entrarmos no tema sobre a afetividade na Educação Infantil, Wallon (1879-

1962), psicólogo e educador, compreende que por meio da afetividade é possível

diferenciar a vida racional aos poucos, ou seja, o afetivo é peça fundamental no

processo de desenvolvimento do indivíduo.

Na emoção predomina a ativação fisiológica, no sentimento a ativação

representacional e, por fim, na paixão a ativação do autocontrole. Wallon se refere à

afetividade como a disposição do ser humano de ser afetado pelo mundo externo e

interno, por sensações agradáveis ou desagradáveis.

Conforme Dantas:

A dimensão afetiva ocupa lugar central, tanto do ponto de vista da construção da pessoa quanto do conhecimento. (...) A caracterização que apresenta da atividade emocional é complexa e paradoxal: ela é simultaneamente social e

5

biológica em sua natureza. (...) a consciência afetiva é a forma pela qual o psiquismo emerge da vida orgânica (DANTAS, 1992, p. 85).

Com isso, podemos perceber é a afetividade já nos primeiros anos de vida da

criança, pode ser vista como um instrumento de sobrevivência, mobilizando o

ambiente, pois quando, por exemplo, o bebê chora, o instinto da mãe (biológico) se

compadece para tentar acalmá-lo e, consequentemente, busca estabelecer vínculos

afetivos (e também sociais). Em outras palavras, o autor ainda defende a ideia de

que o processo evolutivo depende de dois fatores, biológico e o ambiente em que a

criança está inserida. Para ele, a criança nasce com dados que a pré-dispõe a

determinados recursos, mas é o meio em que se encontra que irá possibilitar o

desenvolver dessas potencialidades. Diante disso, Wallon (1989), ao estudar a

criança, ressalta que a inteligência não deve ser colocada como principal fator do

desenvolvimento infantil, pois ela, antes de tudo, já apresenta desejos, emoções e

sentimentos.

Em relação à Educação infantil (período escolar que abrange desde os zero

aos seis anos de idade), notamos que o papel da afetividade é fundamental. Para

estabelecer um vínculo afetivo com a criança, o professor não pode comparar as

crianças com um adulto, pois “a infância é considerada como um período claramente

diferenciado, com necessidades e características próprias” (NOGUEIRA; LEAL,

2015, p. 182).

Com isso, para que haja relação afetiva com uma criança é preciso, pois,

antes tudo, que o educador se coloque no lugar da criança, entre em seu mundo e

tente entender o seu modo de pensar. “Wallon recomenda que, ao nos dedicarmos

ao estudo da criança, é necessário, antes de qualquer coisa, observar, pois é por

meio da observação que podemos efetivamente apreender todas as partes do

desenvolvimento” (NOGUEIRA; LEAL, 2015, p. 182) e, assim, tentar estabelecer

laços afetivos com a criança.

O professor da Educação Infantil deve ainda ter em mente que as crianças

dessa idade são muito pequenas e não entendem por que precisam ficar longe de

casa e dos pais, tendo em mente que é a primeira vez que a criança se afasta de

casa por um período longo e sem qualquer pessoa conhecida por perto. Suas

vivências até então são referentes à sua família, o que transmite à criança

segurança e sentimentos bons, tais como: carinho, amor, afeto, cuidado, dentre

6

outros, por isso o professor precisa desenvolver um olhar sensível que seja capaz

de mediar com empatia. Esse processo de adaptação deve ser considerado como

ponto de partida para uma experiência escolar, podendo ser boa ou ruim, e boa

parte do direcionamento dessa experiência vem do professor responsável.

1.2. A afetividade e o desenvolvimento da criança

Toda teoria de Wallon (1989) está centrada na afetividade, mostrando como o

desenvolvimento humano leva em conta as emoções. Estas são essenciais para a

nossa sobrevivência, já nos primeiros anos de vida. Com efeito, quanto ao

desenvolvimento psíquico da criança, o autor aponta três importantes dimensões, a

saber, a dimensão motora, a afetiva e a cognitiva, as quais atuam de forma

integrada e são fundamentais para entendermos os estágios do desenvolvimento.

A dimensão motora: Nesse conjunto, encontramos as funções necessárias ao

movimento do corpo no ato motor. Encontramos também o apoio tônico para as

emoções, além de recursos para a construção do conhecimento. Nesse sentido, o

ato motor é dos pontos importantes da aprendizagem. O movimento é um modo de

respostas a estímulos determinados já quando a criança nasce, sendo modo de

expressão, simbolizando e gesticulando.

A dimensão afetiva: Aqui, encontramos as funções responsáveis pelas

emoções, sentimentos e paixões. Com efeito, a emoção assume o comando de

desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida. Já na fase dos 3 aos 6

anos, a criança apresenta um sentimento muito peculiar, o ciúme e o egocentrismo,

dada a construção do seu eu. Já na terceira infância, a criança começa a internalizar

valores morais e demonstrar suas paixões e gostos. Mas os sentimentos, emoções e

paixões são a base do desenvolvimento, apresentando-se em todas as etapas da

vida infantil.

A dimensão cognitiva: Nesse estágio, encontramos as funções responsáveis

pela aquisição do conhecimento. Se nas dimensões anteriores o professor poderia

ajudar apenas para que a criança construísse sua personalidade, agora ele também

tem a tarefa de fazer com que o aluno aprenda as coisas em sua volta e, nesse

sentido, a relação afetiva e a socialização mostram-se fundamentais. Se na fase

7

inicial do desenvolvimento da criança a afetividade é puramente emoção, agora ela

faz relação direta com a inteligência.

Assim, estão presentes nestes processos a afetividade e a inteligência que se

alternam, mas durante o primeiro ano de vida da criança a que predomina é a

afetividade usada para se comunicar e interagir com o meio. Mesmo após o período

do primeiro ano a criança continua a estabelecer relação, sendo a afetividade um

fator primordial para que sua vivência possibilite um desenvolvimento minimamente

prazeroso.

Agora, Wallon (1989) também acredita que o desenvolvimento da criança apresenta

contradições e conflitos, salientando que em cada idade existe um modo próprio de

interação da criança com o seu meio. Não obstante, a passagem de um estágio ao

outro ocorre de modo linear e de forma progressiva. Wallon (1989) divide o

desenvolvimento em cinco etapas; impulsivo-emocional, sensório-motor,

personalismo, categorial e puberdade-adolescência. Abordaremos cada um destes,

mesmo que de forma breve.

O Estágio impulsivo-emocional está relacionado a questões internas da

criança (motora e emocional), para a construção do “eu”. Esse estágio ocorre entre o

nascimento e o primeiro ano de vida. Nesse estágio, há um momento de

impulsividade motora (movimentos reflexivos), mas também as questões emocionais

(expressão e comunicação). Quando a criança começa a desenvolver a construção

do real, do mundo externo, há a passagem para o outro estágio.

O Estágio sensório motor e projetivo estende-se até os três anos de idade.

Nesse período, ela passa a explorar a realidade exterior, tendo contato com o

mundo físicos e aspectos objetivos. Aqui também, aparece o desenvolvimento da

linguagem e da marcha, o que permitirá à criança entrar no mundo dos símbolos

(segunda parte desse estágio, chamado de projetivo). Com efeito, a função

simbólica permitirá à criança a representação do real e a projeção mental das

coisas.

No Estágio do personalismo, período em que corresponde dos três aos seis

anos, “a criança volta-se para si, ao buscar o enriquecimento do “eu” e a construção

da personalidade” (NOGUEIRA; LEAL, 2015, p. 199). Aqui a escola torna-se

fundamental para que a criança aprenda a se socializar e a lidar com o diversificado.

8

O Estágio Categorial é marcado pela diferenciação ente o Eu e o mundo e

entre o Eu e o Outro. Dos seis aos onze anos a criança aprende a se reconhecer

enquanto pessoa. Até os nove anos a criança está na fase pré-categorial, onde há a

presença do sincretismo, dos nove aos onze anos a criança desenvolve o

pensamento categorial (surgindo os pensamentos abstratos).

Por fim, no Estágio da Puberdade e da adolescência, que corresponde dos

doze anos em diante, a criança começa a fazer a escolha dos sentimentos morais, o

conhecimento e a apropriação do próprio corpo, dada as transformações fisiológicas,

sendo a idade das reflexões.

Em suma, a tabela abaixo mostra claramente os estágios do

desenvolvimento, as predominâncias e indicadores, como havíamos tratado.

Estágio

Período

Predominância

do conjunto

funcional

Indicadores

Impulsivo

emocional

Nascimento

até 1 ano

Motor e afetivo

Construção do “eu”, interação

criança-meio, impulsividade

motora, emocional.

Sensório-

motor e

projetivo

Até os 3

anos

Cognitivo

Surgimento da marcha e da

linguagem, Independência, Ato

mental projeta-se em atos

menos, função simbólica.

Personalismo

Dos 3 aos

6 anos

Afetivo

Consciência corporal, Utilização

de pronomes. Oposição, sedução

e imitação; Diferenciação do eu-

outro/ eu-mundo.

Categorial

Dos 6 aos

11 anos

Cognitivo

Escolha de papéis, Autodisciplina

mental, Pensamento pré-

categorial (sincretismo),

pensamento categorial (formação

de categorias”.

Puberdade e

adolescência

12 anos em

diante

Afetivo

Fortalecimento do pensamento

categorial, Ambivalência de

sentimentos, Escolha de valores

9

morais, Reorganização do

esquema corporal, Atitude de

dependência e oposição.

Tabela 1. Estágios do desenvolvimento, predominâncias e indicadores. (NOGUEIRA; LEAL, 2015, p.

183-193).

Concluímos mostrando a importância da função cognitiva, afetiva e motora

nos estágios do desenvolvimento infantil, ressaltando seus aspectos principais,

salientando que a teoria das emoções de Wallon nos auxilia a entender a criança e

ajudá-la tanto em sua construção interior como também nas relações sociais.

2 Afetividade no discurso oficial

A Educação Infantil foi instituída em 1988 em seu artigo 208 pela Constituição

Federal, como dever do Estado. A mesma deve ser ofertada em creches e pré-

escolas a todas as crianças de até 5 anos de idade. No entanto a Educação Infantil

como conhecemos hoje, passou por um processo histórico-social até sua

funcionalidade atual. Mais tarde, 8 anos após a Constituição, a Lei de Diretrizes e

Bases da Educação 9.394/1996, institui a Educação Infantil como primeira etapa da

Educação Básica obrigatória.

Com efeito, a Educação Infantil já teve funções distintas e controversas. De

acordo com Abramovay e Kramer (1984) esta já teve papel assistencialista, onde

apenas tinha função de assistir às crianças na ausência de seus responsáveis. A

função compensatória carrega um pouco do assistencialismo, mas acrescenta a

compensação da falta da mãe e acaba tendo o papel de suprir essa falta. Já a

escola pedagógica, como conhecemos hoje, tem o papel de contribuir para o

desenvolvimento dos educandos através de atividades que estimulem o mesmo para

além das funções psíquicas elementares3 ofertando-lhe condições objetivas para o

3 Entendemos como Funções Psíquicas Elementares, aquelas inatas aos seres vivos, capaz de

garantir a sobrevivência dos mesmos.

10

desenvolvimento das funções psicológicas superiores4. Compreendendo assim, os

papéis de cuidar e educar, sendo estes indissociáveis no processo de ensino.

Desta forma, a finalidade da Educação Infantil é definida pela LDB (1996)

como:

Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (BRASIL, 1996).

O educar e o cuidar na Educação Infantil, já defendidos aqui como processos

indissociáveis, devem proporcionar ao máximo o desenvolvimento da criança em

todos os seus aspectos, o que também assegura o Referencial Curricular Nacional

para a Educação Infantil (BRASIL, 1998).

Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e

aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o

desenvolvimento de capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com

os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso,

pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Neste

processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de

apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais,

estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e

saudáveis (BRASIL, 1998, p. 23).

Sendo assim, o papel do professor da Educação Infantil é de trabalhar

conteúdos que alcancem cuidados básicos até conhecimentos específicos, a

conduta do professor deve ser uma que de acordo com o documento “[...] forneça

elementos afetivos e de linguagem para que as crianças aprendam a conviver,

buscando as soluções mais adequadas para as situações com as quais se

defrontam diariamente” (RCNEI, 1998, p.31).

O RCNEl, v.3, apresenta a comunicação como um fator dependente da

afetividade no início da vida:

4 Funções Psicológicas Superiores já definidas pela Teoria Histórico-Cultural, compreende as

capacidades desenvolvidas estritamente na espécie humana, como a linguagem.

11

O dialogo afetivo que se estabelece com o adulto, caracterizado pelo toque corporal, pelas modulações da voz, por expressões cada vez mais cheias de sentido, constituiu-se em espaço privilegiado de aprendizagem. A criança imita o parceiro e cria suas próprias reações: balança o corpo, bate palmas, vira ou levanta a cabeça, etc (BRASIL, 1998, p.21).

Compreendemos aqui que a criança atendida em creches, pré-escolas e/ou

centros de educação infantil, dependem das interações afetivas estabelecidas com o

adulto que a acompanha diariamente. A criança se expressa através das emoções

que mostra ao adulto suas necessidades e o adulto, por sua vez, estabelece uma

relação emocional com a criança que propicie o seu desenvolvimento integral.

O Referencial Curricular Nacional (1998) nos mostra em que situações a

afetividade está presente, sendo elas,

No ato de alimentar ou trocar uma criança pequena não é só o cuidado com a alimentação e higiene que estão em jogo, mas a interação afetiva que envolve a situação. Ser carregado ao colo e, ao mesmo tempo, ter o seio ou mamadeira para mamar é uma experiência fundamental para o ser humano. Na relação estabelecida, por exemplo, no momento de tomar a mamadeira, seja com a mãe ou com o professor de educação infantil, o binômio dar e receber possibilita às crianças aprenderem sobre si mesmas e estabelecerem uma confiança básica no outro e em suas próprias competências. Elas começam a perceber que sabem lidar com a realidade, que conseguem respostas positivas, fato que lhes dá segurança e que contribui para a construção de sua identidade (BRASIL, 1998, p. 16).

Sobre as influências do adulto no desenvolvimento da personalidade da

criança, os RCNEI, ressaltam que

Entre o bebê e as pessoas que cuidam, interagem e brincam com ele se estabelece uma forte relação afetiva (a qual envolve sentimentos complexos e contraditórios como amor, carinho, encantamento, frustração, raiva, culpa etc.) (BRASIL, 1998, p. 17).

Sendo assim, o adulto é ativo no desenvolvimento das emoções da criança

pequena, influenciando-a na formação da conduta, pois, estes são os mediadores

principais, da qual possibilitam além da conduta, “[...] valores, atitudes e hábitos

necessários à inserção naquele grupo ou cultura específica”. (BRASIL, 1999, p. 17)

O Referencial Curricular, compreende a criança como um ser social, que

possui capacidades afetivas, emocionais e cognitivas, que vão se desenvolvendo a

12

partir das relações estabelecidas com o outro. Essas relações incluem desde

imitação até mesmo a linguagem. (BRASIL, 1998)

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2009),

estabelecem que o fazer pedagógico na etapa da Educação Infantil, compreende

que,

Art. 4º As propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar que a criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (BRASIL, 2009, p. 18).

É importante ressaltar que essas interações são repletas de ligações afetivas

que vão propiciar o desenvolvimento de uma visão de si, do outro e do mundo que a

rodeia, podendo desta forma, interagir sobre ele. Ainda é importante destacar que,

conforme o Referencia Curricular Nacional para a Educação infantil (RNEI), esta

deve ser organizada atendendo os seguintes objetivos:

- desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente, confiante em sua capacidade e percepção de suas limitações; - descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidados com a própria saúde e bem-estar; - estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças, fortalecendo sua autoestima e ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social; - estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos a articular seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração; - observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente e valorizando atitudes que contribuam para sua conservação; - brincar expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades; - utilizar as diferentes linguagem (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva; - conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito e participação frente a elas e valorizando a diversidade (BRASIL, 1998 a, p.63).

Nesse sentido, o professor enquanto mediador entre os objetos do

conhecimento e a criança, deve oportunizar a elas meios para que elas se

13

desenvolvam integralmente, organizando espaços e situações de modo que as

capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas sejam trabalhadas e

articuladas na Educação Infantil, cuja principal atividade é a socialização. Com isso,

podemos dizer que a afetividade é o fio condutor da Educação Infantil.

Em suma, concluímos defendendo que o processo educativo é responsável

pelo desenvolvimento integral do ser humano e a ação do professor é extremamente

importante. Compreendemos que o ser social que inicia sua trajetória escolar,

necessita estar em constante interação para que se desenvolva de forma plena, e,

essa interação, principalmente bebê-adulto, será mantida nos processos de educar e

cuidar, vistos como interdependentes e correlacionados. Sendo (não apenas) o

professor responsável por propiciar momentos de interação afetiva com ela, para

que possa desenvolver sua visão sobre o mundo.

Com isso, trataremos agora da reflexão acerca da formação docente e o que

compete a afetividade ao desenvolvimento infantil, chamando a atenção para a

importância de se estabelecer uma troca afetiva e como essa é a chave para o

desenvolvimento da criança em todas as suas potencialidades.

3 O lugar do afetivo no Desenvolvimento Infantil: uma reflexão necessária à

formação docente

Partindo de estudos realizados durante o curso de pedagogia podemos

afirmar que para que as crianças sejam bem atendidas no ambiente escolar os

conhecimentos a respeito de suas necessidades afetivas nesta fase do

desenvolvimento são fundamentais, pois a criança está em um momento

significativo de sua constituição subjetiva e, na escola, tais conhecimentos precisam

fazer parte da formação docente, já que não são somente os aspectos cognitivos

que devem ser privilegiados para o bom andamento da aprendizagem do aluno na

Educação infantil. Wallon (1954) discorre que:

14

A afetividade é um domínio funcional, cujo desenvolvimento dependente da ação de dois fatores: o orgânico e o social. Entre esses dois valores existe uma relação recíproca que impede qualquer tipo de determinação no desenvolvimento humano, tanto que a constituição biológica da criança ao nascer não será lei única do seu futuro destino. Os seus efeitos podem ser amplamente transformados pelas circunstâncias sociais da sua existência onde a escolha individual não está ausente (WALLON, 1954, p.288).

Sendo assim podemos ressaltar a importância do ambiente escolar nos

primeiros anos de vida da criança. As vivências que ocorrem no período da

Educação Infantil, sendo elas positivas ou negativas, fazem uma grande diferença

no decorrer da vida estudantil da criança. A escola bem como um ambiente no qual

a criança passa a maior parte do seu tempo, deve proporcionar a mesma condições

favoráveis não só na formação cognitiva, mas também na formação do individuo

como um todo.

Wallon (1954) estabelece uma relação de reciprocidade entre a educação e a

psicologia. A escola é vista por ele como um espaço privilegiado para o estudo da

criança. Referente ao desenvolvimento da criança o autor apontou a afetividade, a

motricidade e a inteligência como campos funcionais que se complementam na

constituição da pessoa como um ser completo.

Em outro aspecto, conforme Piaget, o desenvolvimento intelectual abrange

duas etapas, a saber, um cognitivo e outro afetivo. Nesse sentido, é impossível

desvincular a afetividade e a cognição. Em palavras mais simples, não há como

aprender se o aluno não estabelece uma relação afetiva com aquele que está

ensinando, que é o professor.

Essa relação afetiva é fundamental na medida em que a escola não tem a

função somente de instruir e transmitir conhecimento, mas promover a socialização

e a interação com o meio e com indivíduos que vivem em torno dos alunos. A

efetividade, pois, motiva o aluno a aprender, sendo essencial no processo da

aprendizagem. Conforme Freire (2013, p. 15), “não há educação sem amor (...).

Quem não é capaz de amar os seres inacabados não pode educar”.

Diante da necessidade do estabelecimento dessa relação afetiva, cumpre

questionarmos qual é o papel do professor em relação a isso. Embora a escola

tenha um papel fundamental na construção e transmissão de conhecimentos, há que

evidenciar as relações afetivas como importantíssimas, principalmente na Educação

15

Infantil. Nesse sentido, a afetividade não deve ser ignorada pelos docentes,

demonstrando carinho e afeto de modo superficial.

Conforme Mahoney (2004, p. 198):

À medida que se desenvolvem cognitivamente, as necessidades afetivas da criança tornam-se mais exigentes. Por conseguinte, passar afeto inclui não apenas beijar, abraçar, mas também conhecer, ouvir, conversar, admirar a criança. Conforme a idade da criança, fazer mister ultrapassar os limites afeto epidérmico, exercendo uma ação mais cognitiva no nível, por exemplo da linguagem.

Sabendo-se que a afetividade é a energia que motiva o aluno e o direciona a

aprender, a se socializar a interagir com as outras crianças, professores, e até

mesmo com a família, o professor deve desenvolver técnicas e habilidades para que

haja, de fato, uma relação afetiva.

Conforme La Taille (1992), a base do saber é a internalização e todo

processo afetivo ou pedagógico é desenvolvido por um plano interno da consciência,

assim, podemos dizer que as crianças (mais do que os adultos, que apresentam

uma capacidade cognitiva mais abrangente) são movidas a carinho, afeto, abraço e

beijo. Por exemplo, se uma criança de três anos se recusa a pintar um desenho ou a

repartir um brinquedo, não é brigando com ela que a ação irá ocorrer, mas sim por

meio da conversa afetuosa.

Outro ponto importante a ser destacado é que as crianças projetam suas

ações com base na vivência e percepção da ação dos adultos. Com isso, se o

professor é agitado, a turma também irá ser assim e mais, se o professor briga com

uma criança, as demais tendem a repetir esse gesto umas com as outras. Nesse

sentido, é fundamental, mesmo para questão de exemplo e boa convivência, que o

professor trate afetuosamente todos os seus alunos. Nesse sentido, a sala de aula,

embora seja um ambiente próprio para o processo de ensino aprendizagem, tem a

função de promover a socialização, interação das crianças com o ambiente em que

elas estão inseridas.

Nesse sentido, chamamos o professor para refletir acerca de sua prática

docente, pois como falamos, é imprescindível que o professor não domine apenas o

conteúdo escolar, mas tenha também didática e pense em metodologias para

assistir os alunos em suas necessidades. No caso da educação infantil, mais

16

importante do que aprender as cores, formas geométricas ou musicalização, por

exemplo, é amparar diante das necessidades básicas, como cuidados com higiene,

alimentação e carinho.

O educador deve sempre se questionar sobre sua prática em sala de aula,

buscando sempre o bem-estar dos alunos. Pensar como fazer isso é uma ação

desafiadora para todos, mas necessária em sua função.

Em suma, o professor de educação infantil deve atentar ao fato de que ele

não deve ignorar a criança quando ela chora, pois é por meio do choro que ela se

expressa. O educador deve tentar entender a situação problema (por exemplo, se o

aluno está estranhando algum colega, que representa perigo, se passou muitos dias

sem frequentar a escola, se sente saudades da mãe ou se só precisa de colo, se

tem alguma dor). As vezes, a criança pode parecer sufocada ao se deparar com

uma situação desafiadora (como dividir o brinquedo ou quando alguém chama a sua

atenção). Nesse sentido, conforme BONFATTI (2008) é importante que haja dialogo,

presença amiga e até mesmo “colo de mãe”. Enfim, é preciso que o professor

chegue cada vez mais próximo da criança.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tema da afetividade na Educação Infantil é algo que deve ser discutido

atualmente, pois a muito tempo o papel do professor deixou de ser apenas uma

figura de transmissão mecânica de conteúdos. Com efeito, a afetividade está

presente desde a vida intra-uterina até os últimos dias do indivíduo, sendo a mola

propulsora de todas as atividades desempenhadas ao longo da vida.

A Educação por compreender um grande período na vida da criança, visa a

formação integral dessa seja na forma intelectual e emocional. Com isso, qualquer

aprendizagem nessa etapa deve estar ligada integralmente a vida afetiva. Sendo

justamente por isso, que o lúdico é a principal forma de trabalhar com essas

crianças.

Segundo Maluf (p. 13, 2008), os primeiros anos são decisivos na vida de uma

criança, na medida em que é nesta fase que ela começa a construir sua identidade,

17

assim como também grande parte de sua estrutura física, intelectual e afetiva.

Nesse sentido, é importante a adoção de várias estratégias, as atividades, para que

se possa intervir em seu desenvolvimento.

Nesta idade a criança aprende a desenvolver meios de interagir com os

amigos, professores, pais e demais indivíduos, mostrando formas diversas de

comunicação, percepção e compreensão mediante as trocas sociais possibilitadas

no ambiente escolar. É fundamental considerar a observação crítica e criativa das

atividades, o desenvolvimento da imaginação e das interações mediante as

brincadeiras, o fortalecimento da autoestima dos alunos, permitindo conquistas e a

superação de algumas dificuldades (como por exemplo, com a fala).

Conforme a pesquisa bibliográfica realizada para a construção deste trabalho,

tendo como base a LDB e também a prática docente proporcionada pelo estágio

supervisionado na Educação Infantil, pudemos perceber a importância de se refletir

sobre o tema em questão.

Com efeito, a Educação Infantil visa contribuir para a formação global e

harmônica da criança, de maneira lúdica e afetiva.

Portanto, chamamos atenção em relação à prática docente, a qual deve

considerar que o amor, o carinho e o afeto são a chave para uma educação de

qualidade, que atenda os objetivos propostos pela escola, promovendo uma

educação mais humana; tudo graças ao estabelecimento de um vínculo afetivo entre

o professor e o aluno, ação que repercutirá de forma positiva no desenvolvimento

integral da criança, enquanto ser social.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMOVAY, M.; KRAMER, S. O rei está nu: um debate sobre as funções da pré-

escola. Cadernos CEDS, v.01, nº 9, São Paulo, 1984, p. 27-38.

ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. Wallon e a Educação. In. : MAHONEY, A. A.;

ALMEIDA, L. R. de. (orgs). Henri Wallon: Psicologia e Educação. São Paulo: Loyola,

2003.

18

BRASIL. Lei nº 9.394. Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). De 26 de

Dezembro de 1996.

BONFATTI, P. Disponível em: http://www.acessa.com/infantil/dicas/2008/01/31-escola/ - acesso em Out/2017.

DANTAS, H. A afetividade e a construção do sujeito na psicogenética de

Wallon. In: La Taille, Yves de et al. Piaget, Vygotski, Wallon. Teorias psicogenéticas

em discussão. São Paulo: Summus, 1992.

Afetividade. Dicionário Aurélio. Disponível em: https://dicionariodoaurelio.com/

Acesso em: 25 out 2017.

LA TAILE, Y.; OLIVEIRA, M.; DANTAS, H. Piaget, Vygotksy, Wallon: teorias

psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992.

MALUF, A. Atividades lúdicas para a Educação Infantil: conceitos, orientações e

práticas. Petrópolis, Vozes, 2008.

MAHONEY, A.A e ALMEIDA, L.R. Afetividade e processo ensino-aprendizagem:

contribuições de Henri Wallon. Psicologia da Educação. São Paulo, p 11-30, 2005.

Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental.

Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, V.1,

1998.

Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental.

Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, V.2,

1998.

Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental.

Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, V.3,

1998.

19

Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental.

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: 2009.

NOGUEIRA, M.; LEAL, D. Teorias da aprendizagem: um encontro entre os

pensamentos filosófico, pedagógico e psicológico. 2.ed. Curitiba: InterSaberes,

2015.

QUINT, J.; Winz, R. Sobre a afetividade e a construção de vínculos na educação

infantil. In: OSTETTO, L. (Org.). Educação Infantil: Saberes e fazeres da formação

de professores. São Paulo: Papirus, 2008.

WALLON, H. As origens do pensamento na criança. São Paulo: Manole, 1989.

WALLON, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições, 1995.

WALLON, H. Psicologia e Educação. São Paulo, LOYOLA, 2000.