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Universidade Estadual de Maringá 07 a 09 de Maio de 2012
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O LIVRO DIDÁTICO NA PERSPECTIVA DE FORMAÇÃO
DOCENTE
KASPCHAK, Marilene (UEM)
GASPARIN, João Luiz (UEM)
Introdução
Pesquisas apontam que o cenário da escola pública é revelador da baixa
qualidade do ensino. Essa problemática evidenciada a nível nacional vem ocupando
relevante papel nas discussões e pesquisas educacionais, as quais possibilitam
compreender o impacto do modelo econômico sobre o modelo de educação vigente,
como resultado de um longo processo que vem ocorrendo desde a implantação da escola
pública. A contradição apresentada caracteriza-se por um impasse entre os pressupostos
teóricos defendidos nos estudos histórico-cultural e políticas públicas que direcionam o
ensino, visivelmente refletidas nos livros didáticos muito utilizados pelos professores da
escola pública, os quais sistematizam propostas dos organismos internacionais focadas
em interesses principalmente econômicos. No decorrer desse trabalho serão
apresentadas as tentativas de análise do livro didático quanto a proposta de formação
defendida, buscando compreender se a organização desse instrumento tem
proporcionado condições de promover a aprendizagem significativa ao desenvolvimento
intelectual dos alunos.
A intervenção dos organismos internacionais nas propostas de ensino
No contexto da globalização, a proposta de formação requerida incorpora a
reestruturação das formas de produção emergente. “Enquanto na produção em bases
taylorista/fordista faziam-se necessários sujeitos disciplinados, com capacidades para
execução de tarefas repetitivas, a produção de base toyotista requer sujeitos que
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executam múltiplas tarefas [...]” (GALUCH e SFORNI, 2011,p.7). Para e execução das
múltiplas tarefas, passa-se a requerer novas habilidades, como: capacidade de
criatividade, de saber se relacionar /conviver, trabalhar em grupo. Esta organização de
trabalho exige um sujeito com capacidades de comunicação objetiva, criticidade,
autonomia, criatividade, flexibilidade para adaptação frente as constantes mudanças.
Segundo Saviani (2011), para esse novo modelo produtivo, o sistema requer
trabalhadores polivalentes que trabalhem sob a dependência da flexibilidade conduzindo
ao esvaziamento os direitos trabalhistas e da empregabilidade que obriga o trabalhador a
se tornar competitivo no mercado de trabalho. É dever do trabalhador buscar formas de
adquirir as novas competências que o mercado necessita.
Atendo às mudanças econômicas, o “Relatório Jacques Delors” – Educação: um
tesouro a descobrir, publicado em 1996 pela UNESCO, expressa a perspectiva de
formação a ser defendida, a partir dos quatro pilares da educação mundial para o século
XXI, aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Nesse
sentido, a organização do ensino a partir da década de 1990, passou a legitimar a
proposta de formação defendida no Relatório, o qual propõe uma concepção ampliada
de educação, promotora do desenvolvimento permanente à realização da pessoa em sua
totalidade, pela ampliação das possibilidades oferecidas a todos de enriquecer seus
conhecimentos necessários à capacidade de produzir e desenvolver suas habilidades.
Dessa forma, a função da educação é de englobar todos os conhecimentos
pertinentes as capacidades requeridas para minimizar os conflitos de ordem social,
econômico e político, “[…] a educação surge como um trunfo indispensável à
humanidade na sua construção dos ideais da paz, da liberdade e da justiça social” (p.11),
atribui-se ao ensino o compromisso de “[…] vencer os novos desafios” ajudando a
“compreender de algum modo a dominar o fenômeno da globalização e favorecer a
coesão social”. (DELORS 1996, p. 145).
Diante dos “novos desafios” busca-se na escola, por meio da educação, inculcar
nos indivíduos que a frequentam, a ideia de que a educação vai garantir “[…] a
construção de uma sociedade igualitária.” (SAVIANI, 2009, p. 4).
Nesse sentido, o autor nos chama a atenção para os discursos ideológicos
equivocados, no sentido de depositar na educação o poder de corrigir as desigualdades
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sociais, desconsiderando os condicionantes sociais entre prática educativa e prática
social. A disseminação dos ideais pertinentes ao sistema capitalista se fazem presente
nas práticas pedagógicas, cujos conteúdos escolares constituem-se nos meios mais
eficazes à legitimação dos interesses dominantes.
Embora a organização da sociedade capitalista atenta para a manutenção da
hegemonia, Saviani (1991) discorre acerca da viabilidade de uma pedagogia crítica,
“[...] uma educação que não seja, necessariamente, reprodutora da situação vigente, e
sim adequada aos interesses da maioria, aos interesses daquele grande contingente da
sociedade brasileira, explorado pela classe dominante. (SAVIANI, 1991, p.38).
Para a Pedagogia Histórico-Crítica, a apropriação do conhecimento científico-
cultural via educação escolar corresponde a uma necessidade histórica do
desenvolvimento humano, cuja apropriação do saber historicamente acumulado torna-se
condição necessária para o desenvolvimento social dos indivíduos. Para a apropriação
do conhecimento científico-cultural exige-se da formação docente práticas de ensino
correspondente à organização do ensino, no desenvolvimento do método da prática-
teoria-prática. A didática da Pedagogia Histórico-Crítica objetiva organizar o ensino
como instrumento maior para uma prática docente condizente aos objetivos da atuação
transformadora da realidade por meio da apropriação dos conteúdos escolares. A
abordagem das dimensões do conhecimento permite o processo de formação tanto do
professor quanto do aluno (GASPARIN, 2009).
Nesse sentido, podemos dizer que os princípios apregoados pelo Relatório
Jacques Delors defendem a perspectiva de formação voltadas ao desenvolvimento das
capacidades que atendam as necessidades do mercado de trabalho, intencionadas à
manutenção da ordem vigente. As novas exigências para a forma de trabalho concebeu
reestruturação na organização do ensino, no entanto, permanecendo inalterado os
princípios que fundamentam a sociedade capitalista. Dessa forma, a valorização dos
saberes práticos/utilitários ocupam sentido relevante na organização dos conteúdos
escolares. Atribui-se como função primordial da escola a valorização das experiências
cotidianas do aluno como meio de aceitação à diversidade cultural, sob uma perspectiva
emancipadora e permanente.
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Conforme o documento da UNESCO, a educação é vista “[…] como uma via
que conduz a um desenvolvimento humano mais harmonioso, mais autêntico, de modo
a fazer recuar a pobreza, a exclusão social, as incompreensões, as opressões, as
guerras...”(DELORS 1996, p.9). Desse modo, deve-se evitar os conflitos de qualquer
natureza. A educação têm um papel fundamental nesse sentido em ajudar a compreender
melhor o mundo, o outro e a si mesmo, portanto, a função da educação é o
desenvolvimento contínuo, tanto das pessoas como das sociedades, visando o pleno
desenvolvimento humano à busca de soluções apaziguadoras dos problemas inerentes a
sociedade.
A proposta de formação instituída no documento da UNESCO tem orientado e
definido as propostas oficiais para educação no Brasil, as quais se expressam também
no Guia de Livro Didático que orientam as escolhas dos Livros Didáticos por meio dos
critérios estabelecidos no PNLD (Programa Nacional do Livro Didático), atendendo aos
interesses do Ministério da Educação (MEC).
O Guia de Livros Didáticos é resultado das avaliações dos livros, realizadas por
especialistas das diversas áreas do conhecimento, com a finalidade de orientar o
processo de escolha dos mesmos. Para que os livros cheguem às escolas, estes passam
por reformulações e adaptações. (BRASIL, 2010).
Considerando-se que o Livro Didático tornou-se um dos principais instrumentos
para organização do ensino, estando acessível a todas as escolas do país, deveria
funcionar como um instrumento de planejamento, recurso metodológico, indispensável
à formação do professor objetivando promover a aprendizagem e o desenvolvimento
cognitivo dos alunos. Dessa forma, a intenção em analisar o Livro Didático de História
pautou-se em investigar se a sistematização das propostas de ensino são promotoras do
desenvolvimento, possibilitando “tornar o conhecimento significativo” aos alunos.
Segundo Sforni, “um conhecimento significativo, é aquele que se transforma em
instrumento cognitivo do aluno, ampliando tanto o conteúdo quanto a forma do seu
pensamento.” (SFORNI, 2003, p.1). Tornar um conhecimento significativo quanto ao
desenvolvimento intelectual do aluno, constitui-se numa complexa tarefa de
organização do ensino, dos quais a utilização de todas as dimensões contextualizadas
são condições para a aprendizagem promotoras do desenvolvimento. Conforme
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Vygotski, o ensino escolar, não pode ser identificado como desenvolvimento, mas sua
realização resulta no próprio desenvolvimento intelectual do aluno. O bom ensino é
aquele que adianta aos processos de desenvolvimento, ou seja, que cria uma zona de
desenvolvimento imediato ou próximo, quando aciona uma série de processos interiores
de desenvolvimento. É a aprendizagem que conduz o desenvolvimento mental da
criança, como afirma o autor: “[...] a aprendizagem, que se orienta nos ciclos já
concluídos de desenvolvimento acaba sendo ineficaz do ponto de vista do
desenvolvimento geral da criança, não conduz o desenvolvimento mas segue a reboque
dele” (VYGOTSKI, 2001, p. 482).
De acordo com o autor, a zona de desenvolvimento imediato ou próximo pode
ser definida como a distância entre o nível e outro, ou seja, do nível de resolução de
uma tarefa que uma pessoa pode alcançar ao atuar de modo independente e o nível que
pode realizá-la com a ajuda de alguém mais experiente,
[...] o que a criança se revela em condições de fazer com a ajuda do adulto nos indica a zona de desenvolvimento imediato. Logo, com a ajuda desse método, podemos considerar não só o processo de desenvolvimento terminado no dia de hoje, os ciclos já concluídos e os processos de amadurecimento percorridos mas também que se encontram atualmente em estado de formação, amadurecimento e desenvolvimento. (VYGOTSKI 2001, P. 480).
A organização do ensino, nesse sentido deve estar voltada aos instrumentos de
mediação, para atuar na zona de desenvolvimento imediato ou próximo – a que ocorre
as aprendizagens. As aprendizagens que ocorrem na ZPD favorecem o
desenvolvimento. Portanto, não se trata de qualquer ensino, mas aquele devidamente
organizado, que possibilita à criança a apropriação dos conceitos científicos
fundamental para o desenvolvimento psíquico.
Para Vygotski (2001), os conceitos espontâneos e científicos estão interligados,
se relacionam e se influenciam constantemente. O processo de desenvolvimento de
conceitos ocorre em uma via de mão dupla, em tarefas idênticas se comportam de forma
diferente, mas como partes do mesmo processo. Os conceitos científicos e espontâneos
envolvem experiências e atitudes diferentes por parte das crianças e se desenvolvem por
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caminhos diferentes; "a ausência de um sistema é a diferença psicológica principal que
distingue os conceitos espontâneos dos conceitos científicos". (VYGOTSKI, 2001
p.99). Em ambos o casos, um longo caminho é percorrido até a generalização, que é a
transferência do conceito, para novas situações. O conceito científico é sempre mediado
por outros conceitos.
Para o autor, a interação entre os processos de aprendizagem e desenvolvimento,
possibilitam à criança mesmos antes da escolarização aprender conceitos espontâneos
e/ou cotidianos, uma vez que todas as formas de aprendizagem são promotoras do
desenvolvimento. No entanto, somente o ensino devidamente organizado apresenta
possibilidade formativa. Para a aprendizagem dos conceitos científicos não basta
colocar o aluno em situação de uso, “é preciso que o conceito esteja explícito, para que
se possa ser conscientizado pelos alunos na condição de um instrumento de
generalização” (VYGOTSKI, 2001 p.117). Nesse sentido, o professor tem a função de
mediar o conhecimento espontâneo ao conhecimento, proporcionando ao aluno a saída
da zona de desenvolvimento real para a chegada na zona de desenvolvimento potencial,
promovendo-se a apropriação a internalização dos conceitos possíveis à generalizações.
Análise do livro didático
Para análise do livro didático, selecionou-se o livro da Coleção Caracol (editora
Scipione), da disciplina de História, 4º ano do Ensino Fundamental dos anos iniciais,
considerando-se o mais utilizado pelos professores da rede municipal entre um dos
municípios do interior do Paraná.
A organização temática do livro didático de história estrutura-se por meio de três
eixos: 1- Viver e Conviver; 2- A história das cidades; 3- A cidade um espaço em
transformação.
De acordo com o Guia de Livro Didático de História (2010), o tema central da
coleção Caracol é a criança. Esse tema geral desdobra-se nas unidades temáticas de
cada volume, isto é, o conteúdo é desenvolvido tendo por base o universo da criança.
Cada unidade inicia-se com a apresentação de uma problemática a ser investigada, para
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a qual existem múltiplas respostas. Todas as respostas mencionadas pelos alunos são
aceitas na valorização do pensamento crítico e autônomo. (BRASIL, 2010).
A primeira vista, poderíamos dizer que a organização do conteúdo voltada para o
universo da criança, objetiva o desenvolvimento das capacidades cognitivas pela
apropriação do conhecimento sistematizado. Ao destacar que cada unidade inicia-se
com uma problemática a ser investigada, poderíamos ainda dizer que se estabeleceria
uma relação entre o conceito espontâneo e científico, porém, ao introduzir o conteúdo
por meio de uma problemática aceitando-se as múltiplas respostas dos alunos, podemos
afirmar que a formação do pensamento crítico do aluno refere-se à relatos de situações
cotidianas, conduzindo-nos a ideia de um universo limitado da criança, no qual
dispensa-se a mediação docente.
Conforme o Guia do Livro Didático de História, “aprender o tempo no sentido
das vivências humanas”, vincula-se à educação com um ensino de respeito à cultura
local, sua diversidade e especificidade. Ao valorizar esta organização de ensino, a
educação escolar perde seu caráter universalizador e a cultura local se sobrepõe à
cultura universal. Nesse mesmo sentido, o livro didático selecionado atendendo aos
critérios do MEC expressa os princípios apregoados pela UNESCO, ao abordar a
questão da particularidade do conhecimento em detrimento de sua universalidade.
Para Delors (1996), a educação deve adaptar-se constantemente às
transformações da sociedade, sem deixar de transmitir as aquisições, os saberes básicos
frutos da experiência humana, assentadas na esperança de um mundo melhor, em que se
respeitem os direitos, se pratique a compreensão mútua, a solidariedade, a cooperação, o
respeito em que os progressos no conhecimento sirvam de instrumentos, não de
distinção, mas de promoção do gênero humano. (DELORS, 1996).
Compreende-se que os discursos presentes no Guia do PNLD e Relatório
Jacques Delors conduzem a mesma organização do ensino, priorizando-se a formação
para cidadania, incentivando a autonomia do professor e do aluno na construção da
própria pessoa, e, das relações sociais entre indivíduos e grupos sociais para a vivência
mais harmoniosa necessária à pacificação dos conflitos.
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As propostas oficiais de formação encontram respaldo nos documentos de
organismo internacional, e disseminam políticas sociais voltadas para manutenção da
ordem social, as quais, intencionadas a ocultar os conflitos decorrentes das próprias
condições sociais, legitimam as ideologias da dominação, também, quando reforçam
seus discursos nas orientações sobre a concepção de currículo e seus desdobramentos no
processo de elaboração.
As questões referentes ao currículo, como aponta Moreira e Candau (2007)
“têm-se constituído em frequente alvo da atenção de autoridades, professores, gestores,
pais, estudantes, membros da comunidade”, (MOREIRA & CANDAU, 2007, p.17),
ressaltando-se a intensificação dos estudos a partir da década de 1990. Reforça-se a
ideia de que “os conhecimentos oriundos dos diferentes âmbitos são, então,
selecionados e “preparados” para constituir o currículo formal, para constituir o
conhecimento escolar [..]” (MOREIRA & CANDAU, 2007, p.22).
Nesse sentido, a organização curricular sofre interferências dos diversos
seguimentos sociais, uma vez que o currículo não surge do nada, mas de uma
necessidade social e principalmente econômica e cultural. Não se desvincula o currículo
da sua constituição histórica e social, nem tampouco destitui seu caráter ideológico.
Dessa forma, as intencionalidades do currículo são determinantes nos resultados
educacionais pretendidos, ou seja, os conteúdos escolares no livro didático, objetivam a
perspectiva de formação decorrente das concepções das propostas oficiais, ancoradas
nos interesses dos organismos internacionais. Poderíamos dizer que, o currículo escolar
constitui-se na forma mais elementar de materializar as intencionalidades das propostas
oficialmente estabelecidas.
De acordo com Young (2007), a construção de um currículo em torno das
vivências não reflete nenhuma utilidade aos alunos, pois, os conhecimentos cotidianos
já fazem parte de suas experiências, mantendo-se a mesma condição, enquanto que o
conhecimento “poderoso” permite que todos cheguem aos conhecimentos que a
humanidade já produziu, considerando-se que para a camada popular a escola pode
constituir-se na única oportunidade para aquisição dos conhecimentos, ao permiti-los a
apropriação dos conceitos necessários à abstrações e generalizações.
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A proposta da coleção Caracol, em sintonia ao Relatório Delors (1996), ressalta
a necessidade em valorizar todos os talentos, frente as novas perspectivas de
desenvolvimento à construção de uma sociedade melhor, ao propor à educação o
desenvolvimento do “espírito de concórdia” (29).
Contrapondo a esses princípios, Galuch e Sforni (2011), esclarecem: “Quando
se admite que todos os saberes têm o mesmo valor e que, portanto todos devem fazer
parte do currículo escolar, como forma de respeito às diferenças culturais, acaba-se
destituindo a escola de sua função, suprindo o direito daqueles que têm a escola como
a única possibilidade de acesso ao saber universal” (GALUCH e SFORNI, 2011,
p.16).
A perspectiva de formação defendida pelo MEC reforçada nas propostas dos
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e Guia de Livro Didático de História,
contempla os princípios instituídos no Relatório Jacques Delors, os quais materializam-
se no Livro didático, conduzindo-se a organização do ensino por meio de práticas
pedagógicas direcionadas ao desenvolvimento de competências e habilidades, voltadas
para construção de condições subjetivas de pensar, criar, e desenvolver projetos de
sociabilidade, as quais exigem ações colaborativas e que despertem a sensibilidade para
a vivência harmoniosa.
As concepções sobre o conhecimento histórico são apresentadas. “fato que não
há um aprofundamento acerca das correntes interpretativas da história, mas há uma
significativa discussão sobre a concepção de história, conceitos e documentos utilizados
na obra” (BRASIL, 2010, p.173).
Ainda, de acordo com o Guia de Livro Didático de História - PNLD 2010 alguns
critérios considerados fundamentais no processo de avaliação dos livros, nos chama a
atenção o seguinte critério: a diversidade teórico- metodológica e a atualização de
conteúdos na área, propiciam uma orientação pedagógica clara e consistente para o
ensino e para a ampliação da formação dos professores e fornecem aos alunos um
material estimulante e acessível para a aprendizagem da disciplina. (BRASIL, 2010,
p.9).
Nesse sentido, a diversidade teórico-metodológica constitui-se numa
problemática vivenciada no campo teórico educacional sobre qual/quais perspectiva/s
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teórica/s tem fundamentado a organização do ensino. Considera-se relevante destacar
que o ecletismo teórico presente nas práticas pedagógicas vem sendo resultado de
mudanças ocorridas na sociedade. Com a ascensão da pós modernidade os paradigmas
epistemológicos emergentes, os quais demonstram privilégio aos elementos
pedagógicos “[…] isolados da materialidade que os origina” (BITTAR e FERREIRA,
2009, p. 490), o “abandono da teoria do conhecimento”, e a relevância ao relativismo
ocasionou o abandono das preocupações explicativas do sentido da totalidade. Com o
“recuo da teoria” temos o esvaziamento do conhecimento. Quando a “teoria recua,
posteriormente tem-se o fragmento da teoria”, no intuito de responder aos novos
problemas (mas que sempre existiram), busca-se a hegemonia. (MORAES, 2001, p.13).
No entanto, quando não se têm uma definição teórica que orienta e sustenta a
prática pedagógica, as dificuldades em compreender a concepção do ensino
devidamente organizado, elimina a possibilidade em analisar a qualidade dos conteúdos
escolares, e o modo de sua apropriação pelo aluno, tampouco interessa-se o ensino
correspondente aos objetivos de uma formação promotora do desenvolvimento
intelectual.
As atividades no Livro Didático de História
Em reportagem publicada no portal dia-a-dia Educação, Saviani posiciona-se em
relação à Política Nacional do Livro Didático, reconhece alguns avanços mas tece
críticas à ideologia da subversão em “defesa da ordem da sociedade burguesa, do
sistema capitalista. Para o autor, o livro didático permite ao professor definir o que vai
ser objeto de estudo e como o conteúdo vai ser trabalhado. “O Programa Nacional do
Livro Didático não é o ideal, mas é um avanço. Acredito que se pode melhorar ainda
mais o programa., é preciso que a questão seja considerada uma política de Estado e não
só de governo” (SAVIANI, 2007).
A questão discutida pelo autor quanto ao PNLD constituir-se uma política de
Estado, nos remete a pensar na disseminação de uma proposta de ensino devidamente
organizada no Livro Didático, voltadas para a apropriação dos conhecimentos
historicamente construídos pela humanidade. Por meio dos conteúdos escolares,
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deveria-se propiciar ao aluno o conhecimento como domínio das formas complexas do
pensamento, propondo-se práticas pedagógicas intencionadas ao desenvolvimento do
sujeito enquanto ser histórico e social.
Sob essa perspectiva, propomo-nos analisar o conteúdo do livro didático de
história, limitando-nos a apresentar algumas das atividades analisadas, as quais seguem
a mesma organização didática das demais atividades que compõe toda coleção Caracol.
Em atendimento as legislações, o Livro didático da Coleção Caracol elucida os
três eixos temáticos centralizadores dos conteúdos, os quais trazem abordagens
temáticas da História e da Cultura Afro-Brasileira e Indígenas como conteúdo escolar.
As atividades propostas discorrem sobre a leitura da realidade, e, por meio de relatos,
do ponto de vistas dos alunos.
Na introdução de cada eixo temático há uma afirmação, seguido de alguns
questionamentos. Para cada unidade há uma pergunta inicial, a qual introduz o texto
base da reflexão, sequencialmente apresenta-se fragmentos de diversos textos
informativos como complemento ao assunto abordado na unidade.
As atividades de ensino versam sobre os questionamentos em torno das
vivências dos alunos, os quais propõe como forma de trabalho escolar, atividades
individuais e coletivas, na primeira - o aluno realiza sozinho (são atividades de leituras e
reflexão); a segunda consiste em dois momentos: - a realização das atividades em
duplas com vistas à comparações das respostas, e atividades em grupos voltadas ao
debate dos temas já estudados. Na organização do debate professor e alunos conduzem
as discussões, as quais objetivam preservar a opinião dos alunos.
A introdução do conteúdo “viver e conviver” nas cidades faz uma menção à
vivência harmoniosa, atribuindo ao professor a função de pacificador de conflitos.
Apresenta-se em conformidade com o Relatório Jacques Delors, para a educação escolar
“[…] o confronto através do diálogo e da troca de razões é um dos instrumentos
indispensáveis à educação do século XXI” (DELORS, 2006, p.98).
Em atendimento a essa expectativa, a organização da primeira unidade do livro
didático analisa do, aponta para o respeito à diversidade, apresentando logo na abertura
da unidade a imagem em que uma criança afrodescendentes ilustra a temática “Viver e
Conviver”. A temática afirmativa se reforça nas imagens: paisagem do Morro do
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Tucano, na cidade do Rio de Janeiro, o qual retrata a realidade das pessoas que vivem
em precárias condições, em contraste apresenta um cartão postal do Rio de Janeiro –
representando a paisagem turística do Rio de Janeiro. Observa-se que as imagens
retratam as desigualdades sociais, as quais são diluídas pela temática Viver e Conviver
nas cidades, por serem entendidas como diversidade cultural. A ideia de aceitação dos
problemas sociais, decorrentes das desigualdades como diversidade cultural desenvolve-
se na escola por meio dos conteúdos escolares, os quais manifestam interesses à de
manutenção do sistema vigente.
Observa-se ainda, que as imagens apresentadas não estabelecem relações com as
atividades propostas, descartando-se pretensões de a escola promover o entendimento
de algo contraditório. A imagem apresentada na abertura da unidade, dissemina a ideia
de o ensino de história incorporar os novos sujeitos históricos. Sobre esse aspecto, a
história nova preocupa-se com os acontecimentos do cotidiano da vida da humana
ligados à vida da família, dos diferentes grupos, no sentido de valorizar o respeito à
diversidade.
Observa-se que o Guia determina ao ensino de História a legitimação dos
princípios de convívio democrático, como o respeito, a ética e o reconhecimento da
diversidade visando à construção de uma sociedade antirracista, justa e igualitária,
compreendendo a luta contra a discriminação e o preconceito de nossa sociedade.
(BRASIL,2010, p.29).
Essa perspectiva de formação requerida no ensino de história corresponde, art. 3º
Título II da LDB nº 9394/96, os quais desdobram-se em outros documentos
orientadores do ensino, sendo: Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) – Parecer
CEB/CEB 03/97; Diretrizes Nacionais do Ensino Fundamental; Ensino Fundamental de
9 anos (Lei 11274/2006), entre outros, os quais direcionam a organização do ensino no
Livro Didático correspondendo aos princípios contemplados no Relatório Jacques
Delors.
Em conformidade às mudanças ocorridas nas últimas décadas, a formação de
novos sujeitos objetivam o respeito às diversidades, o multiculturalismo, a solidariedade
e cooperação como valores a serem priorizados pela educação. Nesse sentido, ensino de
história limitou-se a atender as propostas dos documentos oficiais. De acordo com
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Galuch e Sforni, “Ao colocar em primeiro plano as práticas pedagógicas voltadas para o
desenvolvimento de atitudes, valores, competências e habilidades exigidas pela
sociedade globalizada, em detrimento da transmissão e apropriação dos conhecimentos
disciplinares, a educação escolar diminui seu compromisso com a cultura científica
[…]” (GALUCH e SFORNI, p.16).
Como princípios do ensino da disciplina, preconiza-se o “[…] pluralismo de
ideias, [...] apreço à tolerância [..]”, primando para formação da cidadania (BRASIL,
2010, p.12). No entanto, as atividades propostas pela coleção analisada não trazem
nenhum conceito de cidadania, tampouco discute-se os conceitos nos diferentes
contextos, mas conduzem a ideia de aprender cidadania na escola. As indagações
inferidas dispensam a exploração dos conceitos cotidianos. “Os conceitos cotidianos são
apreendidos em situações cuja consciência está voltada para o fenômeno, para o
contexto, e não exatamente para o conceito presente nele [...]”, (GALUCH; SFORNI,
2009, p.116).
Os conceitos científicos, portadores de um grau mais elevado de abstração, não são tão evidentes nos fenômenos e contextos; para que sejam adquiridos, é preciso que a consciência do sujeito lhes seja intencionalmente dirigida. Caso contrário, corre-se o risco de não haver apropriação do conceito e de se manter na superficialidade dos fenômenos. (GALUCH e SFORNI, 2009, p.116).
De acordo com Sforni (2004), os conceitos têm início numa atividade mediada
em relação ao objeto, cujo o acesso ao conceito científico ocorre via instrução. Nesse
sentido o papel do professor é fundamental na mediação intencional do conhecimento,
com base nos conceitos científicos as práticas e experiências podem ser
problematizadas, proporcionando ao aluno a abstração dos conceitos, para que em suas
múltiplas relações sejam entendidos em sua totalidade, reconhecidos como
conhecimentos históricos.
Quando a autora afirma que “a escola tem-se limitado a reforçar o pensamento
empírico” (SFORNI, 2004, p.64), a afirmação é sustentada nas atividades do livro
didático, cujas as atividades compõe fragmentos de textos inviabilizando a exploração
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de ideias, a compreensão de conceitos relevantes a aprendizagem. As atividades
propostas consistem em saber a opinião dos alunos. Destaca-se as atividades sobre vida
das crianças na cidade, as quais apresentam como texto base para o desenvolvimento
das atividades o diálogo entre um macaco e uma girafa, ao observarem gatos e
cachorros domésticos. Posteriormente as atividades propostas referem-se a comparação
entre a cena do diálogo dos animais, e a cena que apresenta duas crianças moradoras de
uma das grandes cidades, as quais aparecem nas dependências de um edifício
observando a rua por entre as grades dos portões. Propõe-se aos alunos tecer suas
opiniões e estabelecer relação entre uma cena e outra. Os conteúdos desta unidade
objetiva discutir e comparar a vida das crianças no passado e no presente, discorrendo
sobre tipos de moradias, de brincadeiras, etc. Os exercícios dessa unidade, além da
abordagem espontaneísta apresentam atividades a serem completadas com o seguinte
enunciado: eu acho que sim, porque …..; eu acho que, porque ….(40-42 ), os quais
impossibilitam de tecer uma apreciação crítica, abando-se a perspectiva de educação
que promove o desenvolvimento do aluno.
Para essa organização de ensino, os alunos não necessitam do texto para
responder as perguntas que são trazidas no decorrer de toda Coleção, as quais permitem
aos alunos conduzirem as próprias atividades. As condições para aprendizagem
apresentam-se limitadas. Conforme Sforni (2004), para a expectativa de uma
aprendizagem que se proponha a desenvolver capacidades individuais de forma
pragmática e utilitarista, o desenvolvimento do pensamento empírico pode ser
suficiente.
Nesse sentido, o modo como é abordado o conteúdo sobre “A vida das crianças
na cidade: ontem e hoje” reforça-se a perspectiva de ensino apregoado pela UNESCO,
“[...] o professor deve necessariamente manter uma certa distância entre a escola e o
meio envolvente, a fim de que as crianças e os adolescentes tenham ocasião de exercer o
seu senso crítico” (DELORS, 1996, p. 148).
A organização das atividades de ensino do livro didático de história, em
conformidade aos princípios instituídos no Relatório Jacques e incorporados pelos
documentos oficiais apresentam atividades diversificadas, as quais compõe diversos
gêneros textuais, cujo o enfoque consiste na opinião do aluno concordando ou não com
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determinados assuntos, sem antes o trabalho com outras atividades que explorem
conceitos implícitos e/ou explícitos no texto. Dessa forma, não há apropriação dos
conceitos, como aponta Vygotski, a formação dos conceitos científicos são formados na
escola, por meio da organização do ensino.
A organização do ensino pela formação de opiniões, nega ao aluno uma análise
crítica frente às incoerências da sociedade. Nesse sentido, o Relatório Delors também
propõe a negação dos conhecimentos historicamente construídos pela humanidade,
[…] uma bagagem escolar cada vez mais pesada — já não é possível nem mesmo adequada. Não basta, de fato, que cada um acumule no começo da vida uma determinada quantidade de conhecimentos de que possa abastecer-se indefinidamente. É, antes, necessário estar à altura de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de atualizar, aprofundar e enriquecer estes primeiros conhecimentos, e de se adaptar a um mundo em mudança (DELORS, 1996, p. 89).
Desconsidera-se a apropriação do conhecimento ao declarar a necessidade de
saberes utilizáveis para a vida. Para Sforni, (2004), “a atenção para os conteúdos
vincula-se à necessidade de formação do indivíduo para a vida, daí a recomendação de
torná-los um saber prático, não extrapolando com isso, os limites do pensamento
empírico”. (SFORNI, 2004, p.65).
Na unidade dois da Coleção Caracol a temática central discorre sobre a história
das cidades, no entanto, não são apresentados contextos históricos. Os conteúdos são
trazidos em fragmentos de textos em forma de depoimentos, os quais nos chamaram a
atenção pela sua abordagem teórica. Retiramos um pequeno trecho de um depoimento
para reforçar o que já abordamos na análise da unidade 1. Segundo o Livro Didático
trata-se do depoimento de um viajante que visitou São Pedro do Sul: “[…] por trás
dessa fileira de casas, que é realmente bonita e graciosa, fica uma rua de cabas
pequeninas e baixas, feitas e barros e cobertas de palha, habitação das classes mais
baixas [...]” (p.91).
As atividades propostas giram em torno das diferentes habitações, solicitando-se
dos alunos “imaginar” diferentes situações, a exemplo: imaginar uma cidade e descrevê-
la e posteriormente, comparar as respostas às dos colegas. Toda a unidade apresenta a
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mesma organização, portanto, os conceitos presentes nos textos são abandonados dando
lugar à imaginação dos alunos. Esta organização não estabelece relação entre os
conceitos científicos e espontâneos. A ênfase é para os conteúdos atitudinais. Os
elementos mediadores, instrumentos simbólicos são destituídos dessa organização.
O processo de ensino aprendizagem é entendido como um processo mediado por
um conjunto dos conceitos, elementos culturais que podem promover a aprendizagem,
cuja intencionalidade está voltada para a apropriação dos conhecimentos historicamente
produzidos pela humanidade.
Para Sforni (2004), a necessidade de mobilizar o pensamento para a
aprendizagem reafirma que na organização do ensino, o professor não trata apenas da
organização lógica do conteúdo, mas também do modo de fazer corresponder o objeto
do ensino com os motivos, desejos e necessidades do aluno (p.111). Necessidade,
entendida como “o fato desencadeador da atividade, ela motiva o sujeito a ter objetivos
e a realizar ações para supri-la [...] nem todo processo é uma atividade, mas somente
aquele que é movido por uma necessidade” (p.97). Portanto, destaca-se que as
“necessidades” não são subjetivas de cada aluno, mas são as problematizadas pelo
professor, a partir de sua intenção com conteúdo. (SFORNI, 2004).
Podemos dizer que a organização do ensino proposto pela colação Caracol, não
conduz ao impacto na aprendizagem dos estudantes, por não possibilitarem os
elementos mediadores, promotores do desenvolvimento das funções complexas do
pensamento. A abordagem dos conteúdos são em defesa Do relativismo cultural e do
discursos que se faz da diversidade, as quais demonstram total ausência do conteúdo
escolar, não apresentando possibilidades para a promoção da aprendizagem na
apropriação dos conhecimentos disciplinares. - entendidos como conceitos científicos.
Segundo Saviani (2005), a escola diz respeito ao conhecimento elaborado e não ao
conhecimento espontâneo; ao saber sistematizado e não fragmentado; à cultura erudita e
não à cultura popular.
Considerações Finais
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A organização dos conteúdos nas unidades didática analisadas, mostra-se
limitada à aprendizagem dos conceitos científicos pelos alunos. A abordagem dos
conteúdos distancia-se da aprendizagem conceitual, prioriza-se um ensino não
correspondente aos estudos - histórico cultural, mas correspondente aos princípios da
UNESCO.
Consideramos que, de acordo com os estudos histórico-culturais a aprendizagem
escolar é um fator decisivo para o desenvolvimento intelectual dos estudantes, pois, a
aprendizagem devidamente organizada conduz ao desenvolvimento das funções
complexas do pensamento. A apropriação do conceito científico origina-se nos
processos de ensino, por meio de suas atividades estruturadas, com a participação dos
professores, atribuindo ao estudante abstração mais formais e conceitos mais definidos
do que os construídos espontaneamente. (GALUCH: SFORNI).
No entanto, o Livro Didático de História livro didático materializa os princípios
do Relatório Jacques Delors, visto que as organizações da Coleção Caracol, em sua
totalidade apresenta a mesma sequência das atividades, as quais giram em torno dos
saberes e/ou vivências dos alunos, visam uma perspectiva de formação fundamentada
nas propostas oficiais originárias dos documentos internacionais, as quais disseminam
políticas sociais voltadas para manutenção da ordem social, na intenção de ocultar os
conflitos decorrentes das próprias condições sociais. Portanto, a escola tem sido uma
forte aliada à manutenção das desigualdades sociais na sociedade vigente.
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