o lÍder na modernidade das organizaÇÕes · 2011-09-28 · 7 conceito do termo e as inúmeras...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO À VEZ DO MESTRE
PÓS- GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
O LÍDER NA MODERNIDADE DAS ORGANIZAÇÕES
Autora: ROBERTA MARICATO CASELLI
Orientador: Prof. Mario Luiz
Niterói
Agosto de 2011
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO À VEZ DO MESTRE
PÓS- GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
O LÍDER NA MODERNIDADE DAS ORGANIZAÇÕES
Autora: ROBERTA MARICATO CASELLI
Objetivo: Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Pós-Graduação da Universidade Cândido Mendes em Gestão Empresarial, como requisito para a obtenção do título de Especialista.
RESUMO
Hoje no mundo que se faz globalizado, evidenciamos ser
determinante para as empresas/organizações a maneira de liderar e gerir
recursos humanos. Além de expandir negócios e melhorar a produtividade, as
organizações devem identificar, desenvolver e reter líderes, preocupando-se
com o bem estar dos seus funcionários.
Nos últimos anos, em algumas grandes empresas, já existe uma
procura pelos melhores métodos para desenvolvimento pessoal e profissional
de seus funcionários com o objetivo de se conseguir melhores resultados. É
nesse desejo de mudanças nas organizações que o bem estar de todos é cada
dia mais visado.
A melhoria do clima organizacional da empresa e funcionários mais
motivados e produtivos, o incentivo ao trabalho em equipe deve ser o objetivo
geral e final da empresa. Fica claro, o papel do líder numa empresa com este
fim. A liderança é fundamental, sendo ela responsável pela valorização da
participação de todas as pessoas da empresa motivando-as e incentivando-as
a trabalharem em conjunto com objetivos comuns.
É de suma importância que os líderes saibam desempenhar bem o
seu papel, deixando claro suas idéias e desenvolvendo estratégias para atingir
cada vez mais, a participação de suas equipes com eficácia e eficiência.
METODOLOGIA
O tema abordado está delimitado em: definir e identificar a diferença
entre líder, liderança, gerente e gerência; analisar competências e habilidades
necessárias a um líder; caracterizar tipos de liderança, conceituar organização,
clima organizacional e finalmente motivação e liderança, com objetivo de definir
o papel do líder nas organizações modernas.
O estudo caracterizou-se por pesquisa bibliográfica, tomando por
base a leitura de obras, artigos sobre o tema, pesquisas webbibliograficas e
etc... que serviram como fontes de consultas relevantes para o embasamento
teórico do mesmo.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 6
CAPÍTULO I ................................................................................................................................ 8
LIDERANÇA ............................................................................................................................... 8
CAPÍTULO II ........................................................................................................................... 28
CLIMA ORGANIZACIONAL ................................................................................................. 28
CAPÍTULO III.......................................................................................................................... 34
MOTIVAÇÃO ........................................................................................................................... 34
CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 44
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 47
6
INTRODUÇÃO O que é então ser líder na modernidade das organizações?
Na atualidade, no mundo dos negócios, muito se fala em líder, liderança,
gestão, clima organizacional e motivação.
Hoje, as organizações cada vez mais focadas em produtividade e
redução de custo pensam em liderança. Pensar em liderança é pensar em
pessoas. Pessoas são emoções, conflitos, razões especificas, atitudes
individuais. Somente um gestor que valorize o capital humano contribuirá para
que a organização conquiste uma posição de destaque perante o mercado de
atuação, sustentando assim, os resultados dos negócios.
Liderança: Trata-se dos conceitos de líder e liderança, gerente e
gerência. Pontuando competências, habilidades e atitudes necessárias para
que um líder saiba desempenhar bem a sua função, junto aos seus liderados,
buscando sempre mais e mais a participação de suas equipes em todos os
projetos que pretenda desenvolver. Detalha-se o perfil profissional para o
exercício da liderança, afim de que o gestor possa enfrentar os desafios no
futuro das organizações. Trata-se também, da importância do papel do líder na
organização.
Clima Organizacional: Aborda-se o clima como algo que já existe vivo e
atuante dentro de uma organização. Conceituando e definindo-se os tipos e os
indicadores do clima organizacional. Destaca-se a importância do
gerenciamento do clima e a implementação de ações que garantam um bom
clima organizacional. Aponta-se que muitas empresas deveriam fortalecer a
cultura organizacional e unificar profissionais em torno de um objetivo comum.
Motivação: Discorre-se sobre o termo organizações, caracterizando-as e
relacionando-as com motivação. No estudo da motivação apresenta-se o
7
conceito do termo e as inúmeras teorias para descrevê-la. Para se destacar um
bom líder, observamos que o indivíduo tem que possuir como uma de suas
principais ferramentas a capacidade de motivar os liderados, daí se estabelece
a importância da motivação no exercício da liderança. Dentro deste contexto,
liderança e motivação se constituem em duas variáveis extremamente
importantes para a sobrevivência das organizações.
A escolha deste tema tem aspectos fundamentais que contribuíram para
se obter uma boa forma de atuação do líder, desempenhando bem o seu papel
com o comprometimento para a obtenção do sucesso das organizações, em
razão de um ambiente em constante transformação.
.
8
CAPÍTULO I
LIDERANÇA As profundas e significativas mudanças nos ambientes, político,
econômico, social, científico e tecnológico, que caracterizam este início de
século, têm sua base alicerçada sobre os seguintes pilares:
a) Globalização;
b) Tecnologia;
c) Sustentabilidade;
d) Cidadania;
O ambiente competitivo, que hoje serve de palco para a atuação de
pessoas e organizações, exige sólidas bases cientificas. O conhecimento,
portanto, assume um papel diferenciador indispensável, para obtenção de
vantagens competitivas sustentáveis, à longo prazo.
O intenso fluxo informacional e os inestimáveis avanços tecnológicos
das últimas duas décadas, fez eclodir a globalização dos mercados, percebida
com clareza pelas facilidades de interligação das relações financeiras,
comerciais e produtivas de bens e serviços.
Concomitantemente, uma espécie de “conscientização coletiva”
começa a tomar forma, inferindo que, o desenvolvimento mundial tem de
satisfazer as necessidades da geração presente, sem deixar passivos
tamanhos, que venham comprometer as condições de vida das gerações
futuras, na satisfação de suas próprias necessidades.
O papel das organizações, portanto, assume novo perfil, que deve
ser manifesto através da clareza de propósitos éticos, da sustentabilidade de
seus projetos (lucratividade empresarial e retorno social) e, principalmente, da
consciência das pessoas que lhes dão forma e conteúdo.
9
Diante deste cenário o novo mundo do trabalho, trás então como
características básicas: a abstração, a intelectualização, uma maior autonomia,
o coletivismo e uma alta complexidade.
O trabalho repetitivo deu lugar a múltiplas possibilidades para o
fazer, para a criatividade. As situações imprevisíveis e as mudanças constantes
no cenário dos negócios obrigam as organizações a tomarem decisões rápidas
guiadas por operações mentais e cognitivas.
O trabalho já não pode ser mais discutido a partir da perspectiva de
um determinado posto, mas sim de uma série de possibilidades de ocupações
que poderão se consolidar a partir de um conjunto de competências e
habilidades desenvolvidas.
Estas mudanças requerem um novo modelo de gestão. A era do
modelo de gestão baseada em penalidades, rigidez e advertências, passou.
As empresas que querem ser competitivas não podem mais ignorar
os desejos dos seus clientes, e para garantirem sua sobrevivência, em
qualquer segmento terão que passar por uma mudança cultural profunda. Os
gestores não podem dar ordens e esperar que sejam cumpridas cegamente. O
seu recurso humano terá que pensar mais rápido, trabalhar inteligentemente,
pensar diferente, sonhar ambiciosamente e sobretudo relacionar-se entre si de
maneira mais amigável. As relações pessoais não podem mais ser aceitas
como verdadeiras, e a criatividade humana não pode ser desprezada e
ignorada.
As organizações de hoje, não podem seguir modelos ultrapassados
premiando talentos e resultados, oferecendo posições de chefia, pois a maioria
desta prática está baseada em experiências com raízes em um mundo que não
existe mais. É necessário evitar que se "desperdicem" talentos que podem
estar voltados para estudos, pesquisas ou desenvolvimento, em nível até
mesmo estratégico, obrigando-os a assumirem posições de lideranças.
10
1.1 – Conceito de Líder
A palavra líder aportuguesada do inglês “leader” o qual significa:
“aquele que, guia ou que conduz” São muitas definições como são muitos os
autores que a definem:
Ø Líder é mesmo não dispondo de autoridade estatutária, é
seguido, respeitado e obedecido, que consegue unir o grupo,
representá-lo e levá-lo coeso à perseguição e à defesa dos
anseios comuns, que possui grande identificação com seus
companheiros, com os quais mantém bom relacionamento;
Ø Chiavenato (2003) diz que líder é aquele cuja função comporta
planejar, dar informações, avaliar, arbitrar, controlar,
recompensar, punir, entre outras, tendo como finalidade ajudar
o grupo a atingir os seus objetivos ou a satisfazer as suas
necessidades;
Ø Lacombe (2005), líder é aquele que influencia as pessoas,
graças ao seu poder, que pode ser o poder legítimo obtido com
o exercício de um cargo, poder de referência, em função das
qualidades e do carisma e poder do saber, exercido graças a
conhecimentos que detém;
Ø Líder é o indivíduo que tem autoridade para comandar ou
coordenar outros, ou seja, é uma pessoa cujas ações e
palavras exercem influência sobre o pensamento e
comportamento de outras.
Analisando os conceitos abordados, concluímos que os líderes devem
ser responsáveis por criar uma cultura interna, onde as pessoas possam estar
continuamente expandindo a capacidade de criar o futuro através de seu
desempenho e mostrando habilidades.
11
O líder de hoje, num mundo globalizado onde as organizações
enfrentam mudanças difíceis deve ser aquele que colabora, orienta,
desenvolve conhecimentos e habilidades, antevêem os problemas e buscam
soluções. Deve o líder conhecer seus liderados como pessoas distintas e
diferenciadas e que acredita nele e o acompanha por livre e espontânea
vontade.
Numa empresa, com tantos desafios e muitas variáveis os líderes são
aqueles que conseguem os resultados esperados através de seus liderados.
1.2 – Conceito de Liderança
James C. Hunter, em seu livro O Monge e o Executivo (2004, pag
25.) conceitua Liderança como a habilidade de influenciar pessoas para
trabalharem entusiasticamente visando atingir os objetivos identificados como
sendo para o bem comum.
Para Vergara (1998) liderança seria a capacidade de exercer
influência sobre indivíduos e grupos.
Resende (2004), entende a liderança como uma qualidade que faz
com que uma pessoa seja capaz de influenciar ou conduzir outras para um
objetivo.
Liderança é um processo por meio do qual as pessoas assumem
posições de comando, coordenação de grupo, com o objetivo de atingir um
resultado, uma meta.
Chiavenato em sua obra, Administração Geral e Práticas, (2006 pág.
157), define liderança como “influência interpessoal em determinada situação e
dirigida pelo processo de comunicação humana para a consecução de um ou
mais objetivos específicos”.
12
O presente conceito pode ser subdividido tomando por base os
enfoques inseridos no conceito acima:
ü A liderança é uma forma de influenciar pessoas.
ü A liderança acontece em determinada situação;
ü A liderança realiza-se através de um processo de
comunicação humana;
ü A liderança é exercida para atingir um ou mais objetivos
específicos.
Chiavenato já na citada obra pag. 159 conclui que a liderança é um
processo contínuo de escolha que permite ao grupo caminhar em direção á
uma meta mesmo existindo conflitos internos ou externos. Auxiliando o grupo a
fazer escolhas, a liderança passa a ser uma questão de tomada de decisões
assumidas pelo grupo.
O indivíduo no exercício da liderança trabalha para garantir o
equilíbrio entre as metas existentes na organização, as suas metas e as de seu
grupo.
Em muitas organizações pode-se observar a existência de pessoas
que ostentam títulos, exercendo funções/cargos de chefia, sem estarem
capacitados para o exercício da liderança, indispensável para a relação entre
líder e o liderado.
O exercício da liderança não deve se valer: do controle ou prestígio e
da imposição da autoridade em momentos de decisão. A liderança não é
sempre a mesma, mas igualmente necessária em todas as grandes
organizações.
13
1.3 – Conceito de Gerente/ Gerência
Estabelecer os limites do significado destes conceitos não é tarefa
fácil. O grande dilema que os gestores têm encontrado é de reconhecer os
momentos nos quais é imprescindível gerenciar e estabelecer diferença entre
líder e gerente, liderança e gerência.
Na atualidade, em decorrência da competitividade, as organizações
precisam faturar cada vez mais. A rentabilidade é importante, e a lei da
sobrevivência - é se manter, pois na ciranda do mercado umas crescem e
outras desaparecem.
O gerente é peça fundamental nesse processo. Ele tem que vender
levantar negócios, e muitas vezes ele mesmo tem que arregaçar as mangas e
sair para o campo além de ter que manter uma equipe super motivada.
Robbins (2002) define o gerente como indivíduo que supervisiona as
atividades de outros.
Para Maximiano (2002), os gerentes são protagonistas do processo
administrativo. Os gerentes são funcionários responsáveis pelo trabalho de
outros funcionários nas organizações. Afirma que o gerente de hoje deve
assumir diversos papéis dentre os quais o de facilitador dos processos
organizacionais, e que o trabalho do gerente consiste em tomar decisões,
estabelecer metas, definir diretrizes e atribuir responsabilidades aos integrantes
da organização de modo que as atividades de planejar, organizar, comandar,
coordenar e controlar estejam numa sequência lógica. Concluindo, para que a
administração seja eficaz, a empresa organizada necessita que seus
colaboradores tenham controle gerencial.
Aurélio Buarque de Holanda em seu Dicionário da Língua
Portuguesa (2004) afirma que gestão é o ato de gerir, gerenciar, administrar.
Com significado mais amplo, o gerenciamento é parte da gestão, do gerente. É
atividade administrativa envolvendo mais especificamente a execução e
14
acompanhamento das ações. A gestão é mais abrangente, atuando no
planejamento global, a partir de vertentes políticas, econômicas e sociais.
Dichert (1974) define gerência como sendo algo para organizar. O
objetivo da gerencia é obter melhorias. O autor nos mostra que tornar a
especialização produtiva acarreta mudanças na estrutura das funções, nas
profissões, mudanças tão drásticas nas estruturas organizacionais tanto nas
mais complexas quanto nas mais simples.
James Hunter, na obra o Monge e o Executivo (2004, pag. 25), fala
do retiro realizado em um mosteiro beneditino comandado por um frade -
Leonard Hoffman -, empresário americano que abandonou tudo em busca de
um novo sentido para a sua vida. Os participantes notaram que o frade usava
muito as palavras líder e liderança evitando gerente e gerência. No
esclarecimento estabelece a distinção quando caracteriza a gerência como
algo que uma pessoa faz para outra. “Você gerência seu inventário, seu talão
de cheques, seus recursos. Você pode até gerenciar a si mesmo. Mas você
não gerência seres humanos. Você gerência coisas e lidera pessoas.”
O líder reveste-se de autoridade, ao contrário do gerente que exerce
o poder. O gerente precisa de um papel, de um cargo, já o líder não
necessariamente necessita de um cargo.
No exercício do poder os comandados são obrigados a agir como
alguém manda. Já o exercício da autoridade leva a pessoa a fazer as coisas de
boa vontade. O poder pode ser sustentado pelo cargo da pessoa que o exerce
ou pode ser sustentado através do aliciamento moral. Um líder tem um papel
muito expressivo, pois, quando usa a autoridade, e não o poder, as pessoas o
seguem espontaneamente.
Assim, o líder é caracterizado como um ser respeitado e obedecido,
que consegue unir o grupo, representá-lo e levá-lo coeso à perseguição e à
defesa dos anseios comuns, que possui grande identificação com seus
companheiros, com os quais mantém bom relacionamento.
15
Reforçando a diferença entre gerência e líder, um artigo elaborado
por redatores da revista Venda Mais e extraído da Harvard Business Review
Brasil diz que é enorme a diferença entre gerentes e líderes. As metas de um
gerente nascem da necessidade, não do desejo. É um tipo excelente para
desarmar conflitos entre indivíduos ou departamentos, aplacar as partes e
garantir que a rotina de negócios da empresa seja cumprida. Já o líder adota
atitudes pessoais e ativas em relação a metas. Busca oportunidades e
recompensas onde os outros não as enxergam, inspirando subordinados e
atiçando o processo criativo com sua própria energia.
Em entrevista Orlando Pavani Junior, da Gauss Consulting,
consultoria especializada em gestão comportamental em empresas, dada ao
entrevistador Crismeri Delfino Corrêa, Vice-Presidente de Gestão e Inovação
da ABRH-RS (Associação Brasileira de Recursos Humanos) diz que “um líder
tem seguidores e usa seu poder para influenciar, cuida de sua equipe, oferece
espaço de aprendizagem e reconhece, utilizando também a prática do elogio.
Já o gerente, pode ficar apenas no âmbito da tarefa, gerenciando resultados
operacionais e não observa, atentamente, o valor de seu colaborador.”
Na nossa história política e religiosa vamos encontrar pessoas que
foram e ou são líderes, mas poucos foram ou são gestores organizacionais.
Foram e ou são líderes pelo poder de execução que possuíam e ou possuem –
pelo poder de persuasão.
Por certo se realizarmos uma pesquisa nas organizações, vamos
encontrar gestores que são líderes, mas também, iremos encontrar situações
em que o líder não é gestor e o gestor estará também, longe de ser líder.
1.4 – Competências e Habilidades para um Líder
Que competências e habilidades são necessárias a um líder?
16
As transformações pelas quais a sociedade vem passando, estão
criando uma nova cultura e modificando as formas de produção e apropriação
dos saberes.
As empresas estão cada vez mais interessadas em pessoas que
saibam usar habilidades e tenham competências que contribuam para o
crescimento das mesmas. Não adianta ter carisma, conhecimento e muitos
diplomas se não têm a capacidade de colocar em prática tudo que aprendeu
durante toda a vida.
Por isto competências e habilidades ganharam destaque nos debates
atuais, pois fazem referências simultâneas ao cotidiano social, educacional e
profissional.
Nos referenciais bibliográficos encontramos contradições nos
conceitos de competências e habilidades.
Para Perrenoud (2000), não existe uma definição precisa
competências, pois a palavra possui vários significados e ninguém pode
pretender dar a definição.
Ø Competência – Qualidade de quem é capaz de apreciar e
resolver certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade,
habilidade, aptidão, idoneidade. (DICIONÁRIO DA LÍNGUA
PORTUGUESA, AURÉLIO BUARQUE DE HOLANDA, 2004);
Ø Competências são habilidades que podem ser desenvolvidas,
não necessariamente, inatas, e que se manifestam no
desempenho... (KATZ APUD RAMOS, 1980);
Ø Competências são conhecimentos, habilidades, atitudes e
apreciações, exigidos para o desempenho. (KATZ APUD
RAMOS, 1980, p.86);
17
Ø Capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de
situação, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar-se a
eles. (PERRENOUD, 2000);
Ø Competência é a aplicação prática de conhecimentos,
aptidões, habilidades, valores, interesses – no todo ou em
parte – com obtenção de resultados. (RESENDE, 2004);
Segundo Fleury e Fleury (2001) a competência não é somente a
junção de conhecimentos teóricos e empíricos armazenados pelo individuo,
mas é também a inteligência praticada que ganha força ao se deparar com
situações complexas. A competência do individuo não reduz a um
conhecimento, é formada por um eixo com três variáveis que é formada pela
pessoa, por sua biografia e ambiente social em que ela se insere, pela sua
formação educacional e pela experiência profissional.
A competência, portanto, é associada a muitas variáveis como: saber
agir, mobilizar recursos, saber aprender, ter visão estratégica e, que as
competências devem agregar valor econômico e social para a organização. As
competências são sempre contextualizadas e o ambiente social em que o
individuo se insere é importante para que a comunicação seja eficiente e gere a
competência.
Segundo Antonello Ruas e Boff (2005), para que exista competência
individual é preciso que haja atitudes individuais, pois são as atitudes que
levam ao conhecimento e habilidades para cumprir com eficiência qualquer tipo
de trabalho em áreas especificas da organização.
As competências de uma empresa estão relacionadas a processos,
funções, tecnologia e pessoas que a empresa possui, de forma que essas
competências sejam reconhecidas por seus clientes, fornecedores, acionistas,
concorrentes e empregados.
18
Maria das Graças Teles Martins em artigo da internet (Habilidades e
competências: componentes inseparáveis na ação profissional) - diz que
“competências e habilidades são inseparáveis da ação, mas exigem domínio
de conhecimento”
As Competências se constituem num conjunto de conhecimentos,
atitudes, capacidades e aptidões que habilitam alguém para vários
desempenhos da vida.
Elas pressupõem operações mentais, capacidades para usar as
habilidades, emprego de atitudes, adequadas à realização de tarefas e
conhecimento.
As habilidades estão associadas ao saber fazer – relacionadas à
prática do trabalho mental – saber conviver – trabalhar em grupo – respeitar as
divergências – saber ouvir – e ao saber ser - (aspectos éticos, cooperação,
solidariedade, participação).
Maximiano (2002) diz que o desempenho de qualquer papel
gerencial depende de habilidades e habilidades são competências que
determinam o grau de sucesso ou eficácia de gerente no cargo de uma
organização.
Traz ao nosso conhecimento os estudos de Katz e de Mintzberg. O
primeiro divide as habilidades gerencias em três categorias:
Ø Habilidades técnicas – estão relacionadas às atividades
específicas do gerente- conhecimentos, métodos e
equipamentos para a realização de tarefas; conhecimento de
produtos e suas aplicações, preço de venda, canais de
distribuição, mercado e técnica de venda;
19
Ø Habilidades humanas – estão relacionadas à compreensão
das pessoas e suas necessidades, de entender, liderar e
trabalhar com pessoas;
Ø Habilidades conceituais – estão relacionadas à
compreensão e liderança da complexidade de toda a
organização e de utilizar os conhecimentos cognitivos para
formular estratégias, usar a criatividade, planejar, entender o
contexto e aplicar o raciocínio abstrato;
O segundo apresenta oito categorias de habilidades:
Ø Habilidade de relacionamento com os colegas –
estabelecer e manter relações formais e informais para atender a
seus próprios objetivos;
Ø Habilidades de liderança – necessária para realização de
tarefas que envolvem equipe, orientação, treinamento, motivação
e uso de autoridade;
Ø Habilidade de resolução de conflitos – habilidade
interpessoal, habilidade de tomar decisões e arbitrar conflitos
entre pessoas. Pode causar tensões;
Ø Habilidade de processamento de informações –
construir redes informais e desenvolver habilidades de
comunicação, como expressar eficazmente suas idéias e falar
eficazmente como representante da empresa;
Ø Habilidade de tomar decisões em condições de
ambiguidade – liderar com incertezas e sobre carga de
informações, conseguindo resultados satisfatórios dentro do
grupo o qual gerencia;
20
Ø Habilidade de alocação de recursos – fornecimento de
critérios para a definição de prioridades, afim de que as escolhas
sejam as melhores.
Ø Habilidade de empreendedor – buscar oportunidade e
mudança organizacional;
Ø Habilidade de introspecção – relaciona-se com a
capacidade de reflexão e auto-análise. O gerente deve ser capaz
de entender seu grupo e o impacto de sua organização;
O jornal “O Globo” datado de 11 de julho de 2010 em artigo
Liderança Pede Emoção, traz depoimentos de profissionais que atuam na
gerencia de empresas discutindo a relação de proximidade com a equipe das
quais destacamos as seguintes:
Ø “Estimular o surgimento de idéias, reconhecer o esforço
dos funcionários para atingir resultados é a melhor forma
de ganhar a credibilidade e a confiança de um grupo;
Ø A liderança deve ser compreendida como uma questão de
confiança e não de hierarquia. Os funcionários devem ter
responsabilidade, liberdade e devem poder expressar
opiniões e falar diretamente com os superiores;
Ø O líder pode adotar qualquer estilo mais rígido ou flexível,
distante ou próximo desde que atenda a necessidade do
momento e esteja alinhado com o comportamento do outro.
Os estilos devem se complementar na medida em que lida
com as adversidades;
Ø A liderança deve ser:
21
ü compartilhada – estimulando novas idéias e
inspirando a confiança;
ü transparente – o funcionário deve estar ciente do
que acontece na empresa e participar dos
processos de decisão;
ü reconhecida – reconhecendo o esforço, mantendo o
grupo motivado e comprometido;
ü focada no individuo – reconhecendo as
necessidades e limitações de cada integrante da
equipe;”
Com a nova estrutura e funcionamento das organizações
apresentamos, data vênia, o perfil para o exercício da liderança que deve ser
constituído dentre outras das seguintes competências e habilidades:
Ø Formação Técnica Organizacional
Capacidade de compreender e conduzir a organização
tendo em vista as perspectivas sociais, política, econômica,
jurídica, cultural e ecológica.
Ø Espírito de criatividade e decisão
Capacidade de tomar iniciativa e de decidir.
Ø Formação Humanística
Capacidade de avaliar a problemática nacional e
internacional e a posição das organizações nesse contexto.
Ø Habilidades para Comunicação
Capacidade de estabelecer relações inter e intrapessoais
no contexto organizacional.
22
Ø Formação Técnica Profissional
Capacidade de utilizar os conhecimentos técnicos na
resolução de problemas organizacionais.
Ø Formação Interdisciplinar
Capacidade de visualizar a complexidade organizacional,
tendo em vista seus vários segmentos internos.
Ø Espírito de Colaboração
Capacidade de liderar e de trabalhar em equipe.
Ø Espírito de Criatividade
Capacidade de manter-se atualizado e sensível às
inovações e mudanças.
Ø Comportamento Ético-Profissional
Capacidade de agir fundamentado em valores éticos e
morais identificados com a realidade objetiva.
Para além desse detalhamento acrescente-se, ainda:
• Explorador de Oportunidades – envolve a competência
necessária para a definição dos mercados e o planejamento
da empresa para explorá-los.
• Viabilizador do Negócio – compreende a competência
necessária para que possa decidir sobre a viabilidade
financeira e os riscos envolvidos no empreendimento, sempre
mediado pela análise do ambiente de negócios.
• Arquiteto Organizacional – encerra a competência
necessária para que possa organizar a cadeia de
transformação de insumos em produtos e liderar as pessoas
23
envolvidas no processo.
A seguir apresentamos uma análise que reflete o perfil profissional
em uma linha de tempo.
Na década de 70 a experiência era a principal ferramenta que
caracterizava o profissional, tornando-o como um ser acomodado.
Entre as décadas de 70 e 90 o grau de escolaridade era a principal
ferramenta, tornando-o confiante;
Hoje e no futuro a performance, realizações individuais, de equipe de
trabalho, constituem ferramentas de sucesso que o leva à busca constante do
conhecimento.
Paulo Dias em artigo Líderes em Mutação, publicado no caderno Boa
Chance de “O Globo”, datado de 21 de março de 2010, relata resultado de
entrevista realizada com 365 executivos seniores em Miami. O resultado desta
pesquisa revela que:
“O cenário atual exige novas competências, que passam não só
por habilidades técnicas, mas também por inteligência e atitude.
É uma questão de visão de negócio, é preciso entendê-lo, saber
tomar decisões complexas e se concentrar na resolução de
problemas.
O resultado da pesquisa mostra ainda que desenvolver talentos
é a prioridade, investindo nos indivíduos que têm capacidade de
aprender com a sua própria experiência e aplicar esse
aprendizado em diferentes situações.
Ressalta também, que um dos métodos de desenvolver líderes
e enquadrá-los nos seguintes perfis:
24
Ø Solucionador de problemas – analisa muito bem as
complexidades dos desafios;
Ø Líder do pensamento – é implacável em interpretar
situações difíceis que diferencia do primeiro - Envolve
recursos e pessoas para colaborar com idéias e
sugestões e o segundo coloca o planejamento antes da
execução e funciona nos bastidores antes da mudança.
Ø Desbravador – não teme desafios e confia nas suas
capacidades, usando as diferenças, fazendo com que
todos sejam beneficiados.
Ø O campeão – busca resultados e desenvoltura e age
melhor quando alguém tem a idéia e permite que
desenvolva resultados a partir dela.
Ø Pilar – que conduz as atividades organizacionais
pensando mais em melhorar do que em mudar.
Ø Político e diplomata – é focado em gerenciar crises
mantendo a equipe unida e comprometida.
Ø Enérgico hábil – em mobilizar funcionários mais
competentes para obter o melhor resultado no menor
tempo possível. Realiza e trabalha duro.”
Podemos concluir que o grande líder deve possuir habilidades
interativas e ser capaz de desenvolvê-las junto com seus liderados a
percepção, a comunicação, a empatia, a escuta ativa e conseguir colocar em
prática nas suas tarefas.
25
Na atualidade a preocupação na obtenção de mais habilidades para
trabalhar com as incertezas é o grande desafio dos líderes. É indispensável
estar preparado para tudo, principalmente para as mudanças organizacionais
que aumentam sucessivamente no mundo profissional.
1.5 – Tipos de Líder
Analisaremos os tipos de líder a partir dos estilos de liderança.
Iniciaremos a reflexão destacando três teorias das existentes: traços de
personalidade, contingencial e de estilos de liderança.
A Teoria dos Traços de Personalidade nos dá a noção de que o líder
já nasce com determinadas características físicas, intelectuais, sociais e
atitudinais.
São elas:
§ Físicas: aparência,estatura, peso;
§ Intelectuais: inteligência elevada, fluência verbal,
raciocínio, criatividade, habilidades mentais;
§ Sociais: cooperação, habilidades interpessoais,
introversão, extroversão, empatia;
§ Atitudinais: persistência, iniciativa, valores éticos,
autocontrole, integridade, humildade, dinamismo,
firmeza, bom humor;
Teoria Contingencial – os comportamentos e a busca de padrões são
preocupação central, mas são investigados com vistas a identificar a
adequação deles às diferentes situações grupais e organizacionais. O
26
desempenho do líder vai ser influenciado pela sua motivação no sentido das
relações interpessoais ou no desempenho das tarefas.
Por fim a Teoria de Estilo de Liderança estuda o comportamento do
líder em relação aos seus subordinados, participação do grupo. Fixa as
diretrizes e determina qual tarefa isto é, maneiras pelas quais o líder orienta
sua conduta, o seu estilo de comportamento de liderar. Não se preocupa com
características de personalidade e refere-se a três estilos de liderança:
Ø Autocrático – Chiavenato (2006) define este estilo como o
líder que fixa as diretrizes, sem qualquer participação do
grupo. As tarefas devem ser realizadas a sua maneira.
Centraliza todas as decisões e diretrizes. É um estilo de
liderança não indicado em uma empresa onde tenha uma
equipe de profissionais experientes. Neste tipo de liderança
não há uma boa produção, o trabalho não é de boa
qualidade e com relação à equipe percebe-se um auto grau
de insatisfação e nenhuma motivação.
Ø Democrático – orienta o grupo a executar suas atividades,
fazendo-o participar da tomada de decisão. Foca a
realização das tarefas no interesse da equipe e da
empresa. Utiliza a persuasão e transfere a confiança aos
liderados; orienta-os, educa e motiva.
Ø Laisse-faire – caracteriza-se pela total liberdade à equipe.
Raramente usa a persuasão e jamais a coerção Não há
comando e controle. A equipe é que determina o grau de
obediência. Tem uma atitude bastante passiva.
A partir da análise dos estilos concluímos que é importante que as
organizações tenham líderes que sejam capazes de fazer, criando um
ambiente propício a analisar, refletir e discutir propostas, contextualizando
idéias utilizando a criatividade. Cultuem o desprendimento e a diversidade
27
admirando e respeitando as diferenças, motive os colaboradores conduzindo-
os para uma visão de futuro, rompendo barreiras, buscando soluções.
Resumindo bons lideres são aqueles que encorajam seus liderados,
porque conhecem ou percebem as suas potencialidades, mantendo-os
motivados a realizar bem e cada vez melhor o seu trabalho. Não existe, porém,
um modelo padrão, uma receita pronta para o líder eficaz onde podemos dizer
que em determinadas situações a liderança X ou Y seria mais adequado. Os
estilos não são antagônicos, mas se completam de acordo com a situação,
com as pessoas e a tarefa a ser executada.
1.6 – O Papel do Líder
Na abordagem do líder de ontem sua responsabilidade era tomar
decisões e captar os recursos, visando explorar habilidades de um funcionário
em proveito da organização. Pensava o líder de ontem só no crescimento
financeiro da empresa, o funcionário era visto como um recurso para atingir as
metas do chefe.
Hoje as organizações estão cada vez mais investindo em seus
gestores com vistas nos bons resultados da empresa. Uma pergunta feita por
Robbins (2003) é: A experiência torna os lideres mais eficazes? Afirma Robbins
(2003, pág 376), “a liderança não está estreitamente relacionada ao
desempenho do líder devido a variabilidade das situações”.
É bem verdade que as responsabilidades do verdadeiro líder não
são pequenas, pelo contrário são muitas e algumas só se consegue depois de
muito tempo. O líder hoje deve preencher as necessidades de uma situação
social. É verdade que existem pessoas mais dotadas para se tornarem lideres
possuindo qualidades pessoais e capacidade especial, mas também sabemos
que a liderança pode ser aprendida pelo profissional.
28
CAPÍTULO II
CLIMA ORGANIZACIONAL
2.1 – Definição de Clima Organizacional
A definição de clima organizacional tem origem nas escolas de
administração dos Estados Unidos em 1967 e o conceito tem uma estreita
relação com as condições meteorológicas e ambientais.
“O clima hoje não está bom!....Quanta cobrança!...”
O que fica claro é que se o clima na empresa está favorável maior é
a satisfação no trabalho, sendo verdadeiro o contrário. Esta relação de causa e
efeito justifica a importância que o tema vem recebendo na administração das
empresas: o ambiente de trabalho nas organizações influencia no
comportamento das pessoas que ali trabalham. Mas não é facilmente
percebido pelos que administram a empresa.
Dentre algumas definições de clima organizacional mais conhecidas,
citaremos:
• Flávio de Toledo e Benedito Milioni, que no Dicionário de
Administração de Recursos Humanos definem:
• Clima Organizacional: como um conjunto de valores, atitudes
e padrões de comportamento, formais e informais, existentes
em uma organização. Já para o consultor norte-americano
Stanley M. Davis: Clima organizacional é uma avaliação de
até que ponto as expectativas das pessoas estão sendo
atendidas dentro da organização.
• Warren G. Bennis, outro consultor norte-americano entende
que o Clima Organizacional como um conjunto de valores ou
29
atitudes que afetam a maneira como as pessoas se
relacionam umas com as outras e com a organização.
Concluindo é que o clima organizacional é alguma coisa que já
existe dentro da empresa resultante de fatores internos, das decisões tomadas
e da maneira como o pessoal é administrado pelos seus chefes sendo,
portanto, resultado de diferentes combinações dos elementos que constituem
ou formam a empresa.
Pode o clima organizacional ser modificado através de ações
gerenciais, políticas e o sistema da empresa.
2.2. – Tipos de Clima Organizacional
A organização é como um universo de vários interesses, resultante
de posturas pessoais e profissionais diferentes. Cada pessoa tem os seus
próprios valores e conceitos. No clima organizacional há interação de variáveis
que compõe o ambiente interno que é criado pelos próprios funcionários
fazendo dele um clima positivo ou negativo, bom ou ruim.
Os termos usados pelos funcionários em relação ao clima existente
nas empresas muitas vezes formam a imagem dela perante concorrentes e
fornecedores, indicando como anda o ambiente interno. Uma das formas mais
claras de se perceber o clima da organização é observar a intensidade dos
conflitos interpessoais e/ ou entre os departamentos. Cabe destacar mais uma
vez a influencia da liderança sobre seus subordinados.
2.3. – Indicadores do Clima Organizacional
Existem indicadores que demonstram sinais para que se possa
avaliar a qualidade do clima organizacional. Estes indicadores são como
ferramentas para identificar os problemas causados e melhorar as condições
30
de relacionamento dentro da empresa, com a ajuda da percepção dos
profissionais. A percepção definida como um processo pelo qual os indivíduos
organizam e interpretam suas impressões sensoriais é um fator decisivo para a
motivação.
Os funcionários devem saber e reconhecer seu papel e as normas
dentro de uma empresa, mas existem inúmeros outros aspectos que interferem
na percepção dos funcionários. Desta forma, os líderes devem trabalhar de
forma alinhada para que os sinais, os atos mais por simples que sejam,
possam ser interpretados de maneira homogênea, entendendo a origem e seus
reais motivos e objetivos. Ressalta-se a comunicação e a informação
contribuindo para que a empresa torne-se competitiva.
As atividades das empresas são realizadas por pessoa e a política
de comunicação adotada por ela, irá influenciar no desempenho das pessoas,
podendo até provocar conflitos.
Segundo Minicucci (1995, pág. 248), a comunicação completa e
eficaz é entendida como o fornecimento ou troca de informações idéias e
sentimentos através de palavras escritas, orais e sinais, sendo vital para o
ajuste das pessoas dentro de uma organização. Por meio da comunicação, o
superior define os objetivos da organização, seu papel, os recursos que se
encontram a sua disposição e quais são as suas falhas.
Quando a comunicação se estabelece ou não se realiza entre
pessoas que estão juntas ou entre grupos, podemos dizer que há: filtragem,
bloqueios ou ruídos que podem provocar ressentimentos criando até
inimizades. Além disso, sabemos que as percepções passam pelos sentidos e
que se pode distorcer o que se vê e o que se ouve em função de nossas
necessidades e experiências, fazendo com que a mensagem que não
desejamos aceitar sejam reprimidas, enquanto que outras sejam aplicadas e
comentadas.
31
Há de se considerar a linguagem não verbal. Quem está recebendo
a mensagem pode expressar corporalmente por diversas manifestações de
atenção ou desagrado (bocejo, olhar vago, olhar distante, etc...). Quem quer se
comunicar bem, deve estar atento a esta linguagem de forma a esclarecer
possíveis incompreensões com a sua mensagem. Pela linguagem não verbal
um administrador poderá sentir o comportamento de seus subordinados ainda
que a linguagem verbal não esteja confirmada.
Igualmente, é importante que se saiba ouvir não só o que se diz,
mas também o conteúdo “não manifesto”, em muitas comunicações, o “ler
entre linhas” manifesta conteúdo afetivo emocional, que é tão importante
quanto o conteúdo informativo.
Em uma organização as dificuldades de percepção sobre o conteúdo
das mensagens aumentam e passam a ser interpretado por grupos e qualquer
falha na comunicação pode prejudicar o clima organizacional das empresas.
As comunicações face a face (verbal) são superiores às ordens
escritas, cartas, e-mails, normas e procedimentos.
O importante é que todos em uma organização em especial os seus
lideres devem ter cuidado com o seu estilo de comunicação, pois ela pode
afastá-lo do seu grupo, da pessoa ou do público que deseja atingir, devendo a
comunicação ser recebida de forma clara.
Segundo Levine e Wright Kozoles (1998), quando os empregados
são mantidos informados, sentem-se mais satisfeitos com seus trabalhos,
apresentam um moral de nível mais alto e são motivados a serem produtivos. A
informação é como alimento dos funcionários de uma empresa, é com ela que
ele consegue motivação para se manter bem, dentro da organização. A
informação leva ao saber e se a empresa proporciona o saber a seus
funcionários, é que se preocupa com ele como pessoa.
32
A comunicação é um dos principais recursos para a liderança de
sucesso.
2.4 – Gerenciamento do Clima Organizacional Uma das maneiras de se gerenciar o clima da organização é fazer uma
pesquisa sobre ele. Aplica-se uma pesquisa para que a partir dos resultados,
se aumente a satisfação dos colaboradores com as condições e as interações
no ambiente de trabalho e também aumente a motivação deles para trabalhar e
alcançar os objetivos da organização. Uma pesquisa do clima organizacional
deve ser elaborada com base nos objetivos e estratégias da empresa, que já
devem ser bem conhecidos pelo pessoal que a elabora. Definindo previamente
os pontos que serão abordados e os que não devem ser mencionados,
partindo do princípio que deve haver disposição para a mudança.
Há diretrizes a serem seguidas tendo em vista a eficácia do que ela se
propõe, conduzindo a empresa a níveis de excelência em produtos e serviços e
assim ela será um instrumento importante para o gestor balizar as ações para
melhorar o clima interno da empresa.
Algumas ações podem ser implementadas para garantir um bom clima
organizacional (Kanaane, 1999), podemos citar:
ü Benefícios Individuais - ao permitir que o funcionário escolha o tipo de
beneficio que quer receber, como por exemplo, curso de idiomas, de
informática ou pós-graduação, a organização mostra que entende as
necessidades de cada individuo de sua equipe;
ü Programas Sociais – a empresa pode incentivar projetos sociais que
contribuam para melhoria das comunidades mais próximas ou aceitar
indicações dos funcionários para um trabalho comunitário;
33
ü Programa de Qualidade de vida – a empresa pode utilizar ferramentas
ligadas ao programa de estética e a pratica de exercícios físicos que
demonstram a importância da saúde de seus empregados. A saúde da
empresa começa com a das pessoas. As empresas que pensam assim
sabem que colaboradores saudáveis erram menos, atendem melhor aos
clientes, são criativos, faltam menos e sofrem menos acidentes. O líder
que opera dentro deste contexto tem consciência que as medidas que
afetam diretamente os recursos humanos contribuem para o bem estar
dos trabalhadores e o recurso humano é o maior dos ativos de uma
empresa.
Pode também a empresa implantar algumas praticas que flexibilize a
jornada rígida de trabalho dos funcionários e com isso reduzir os fatores de
estresse preservando assim o ótimo clima da organização.
Uma empresa criativa e inovadora pode propiciar, portanto, um bom
ambiente de trabalho sendo mais valorizada por seus colaboradores e clientes.
Quanto maior for o envolvimento dos indivíduos da empresa como um todo
maior será a tendência de surgirem soluções para as dificuldades.
Hoje, o desafio fundamental de uma empresa e de uma liderança capaz
de influenciar no comportamento humano é fazer com que profissionais
diferentes, quando submetidos a uma visão compartilhada, trabalhem por um
objetivo comum, buscando diminuir os aspectos negativos oriundo dos
conflitos, administrando estas tensões e consequentemente garantir o sucesso
da organização.
34
CAPÍTULO III
MOTIVAÇÃO A motivação foi fator de estudo no campo da Administração a partir
da Revolução Industrial, sendo a principal maneira de motivar o uso de
punições, trazendo como conseqüência o medo. Passado muitos anos da
Revolução Industrial, o estudo da motivação foi evoluindo e nos dias atuais a
analise deste item nos sugerem ser importante iniciar com:
3.1 – As organizações
O termo organização tem origem no grego e significa ferramenta ou
instrumento.
Para Chiavenato (1997, pag. 264) a palavra organização tem
diversos significados em administração:
1. A organização sob o ponto de vista das ciências
comportamentais – representa um sistema de comportamento
de todos os participantes, todas as relações formais e
informais;
2. A organização no sentido da empresa – seria um
empreendimento moldado para atingir um objetivo.
3. A organização como função administrativa – representa a
organização como parte do processo administrativo. É o
agrupamento de atividades necessárias para atingir os
objetivos da empresa e a atribuição de cada agrupamento a
um executivo com devida autoridade para atingir tais
atividades. A organização requer, pois o estabelecimento de
relações de autoridade com disposições para a coordenação
entre as mesmas, tanto vertical como horizontalmente, na
estrutura da empresa.
35
Gibson (1981, pág. 38) refere-se às organizações como “sistemas
que perseguem metas e objetivos que podem ser alcançados de modo eficaz e
eficiente pela ação conjunta de indivíduos”. Destaca-se ainda, que criam
ambientes, pois tem influência sobre os comportamentos, desenvolvem a
sociedade e interagem com outras organizações.
As organizações são tão antigas quanto a história do homem.
Através dos séculos as pessoas se reuniram para alcançar determinados
objetivos, primeiro em família, depois em tribos e, posteriormente, em unidades
políticas mais sofisticadas.
A construção das pirâmides, templos, navios, a criação de governos,
comércio e as próprias guerras, são provas de que as organizações já
ensaiavam a sua atual estrutura, baseada, apenas no conceito de que se
houvesse uma “organização” entre os indivíduos, os objetivos seriam
realizados. Embora esse esforço conjunto para se alcançar algo não tivesse
nome formal, a idéia de “se organizar” espalhava-se por todas as antigas
civilizações.
As organizações podem ser caracterizadas como:
ü Formais – as pessoas têm relações regidas por regulamentos
explícitos, utilizando-se de recursos, divisão de trabalho e
processos de transformação.
ü Informais – refere-se ao conjunto organizado de três tipos de
fatores: relações sócio-afetivas concretas que englobam as
relações de simpatia e antipatia e de confiança e
desconfiança, relações comunicacionais não formalizadas, isto
é, privadas, espontâneas, sem referencia a status e papel
social; ação de grupos primários não oficiais, caracterizados
por relações personalizadas e conhecimento direto e
36
frequente. A união destes fatores regula a vida organizacional,
ora facilitando, ora bloqueando a tomada de decisão.
Dentro de toda organização formal existe a informal que segue
características de grupos (exemplo: família, amigos, vizinhos) que estão
envolvidos diretamente com a cultura e o clima organizacional.
3.2 –Conceito de Motivação Defini-se motivação pelo estudo da palavra: motiva + ação, ou seja,
motivação é a forma bastante genérica como um motivo se torna uma ação.
Ao estudar os motivos humanos observamos que é através da
conduta do individuo que se pode entender os motivos que levam as pessoas a
agirem desta ou daquela maneira.
Motivação também pode ser o processo responsável pela
intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance
de um determinado objetivo ou meta.
A motivação deve existir dentro das pessoas e se dinamiza com as
necessidades humanas. Cada pessoa pode sentir e perceber seus motivos e
necessidades de maneiras diferentes em diferentes épocas e situações.
As necessidades que regem o comportamento das pessoas, apesar
das diferenças individuais, são basicamente iguais ou semelhantes fazendo
com que as pessoas organizem o seu comportamento visando atingir a
satisfação.
Sob esta ótica, muitas teorias procuram identificar as necessidades
que são comuns a todas as pessoas e a sua utilidade, reside no fato que o
gestor de uma área, por exemplo, pode motivar sua equipe a agir de acordo
com os objetivos da empresa e simultaneamente alcançar a satisfação dela por
37
meio do contexto organizacional. Tanto a empresa como os funcionários
podem receber benefícios.
As empresas precisam conseguir o comprometimento de seus
funcionários com relação ao alcance de seus objetivos. De nada adianta
formular objetivos se os funcionários não estiverem plenamente imbuídos de
motivação pessoal para atingi-los, tendo em mente que o nível de motivação
varia tanto entre os indivíduos, como dentro de cada indivíduo, dependendo de
cada situação.
O mundo altamente competitivo de hoje exige altos níveis de
motivação das pessoas. Empregados motivados para realizar seus trabalhos
individuais ou em grupo tendem a proporcionar melhores resultados, portanto,
a motivação é importante para a produtividade da empresa.
A motivação funciona de maneira cíclica e repetitiva em termos de
forças ativas e impulsionadoras. O chamando ciclo organizacional é comporto
de fases que se alteram e se repetem. O organismo humano tende um estado
de equilíbrio dinâmico, esse equilíbrio se rompe quando surge uma
necessidade. O equilíbrio sede lugar a um estado de tensão que dura enquanto
a necessidade não for devidamente satisfeita. A necessidade é uma força
dinâmica e persistente que provoca o comportamento (Davidoff, 2001).
Atenção, ou estresse gera ansiedade e sofrimento e provoca um
elevado consumo de energia física e mental. A satisfação da necessidade
devolve ao organismo o estado de equilíbrio dinâmico anterior.
Algumas necessidades humanas exigem um ciclo de motivação
bastante rápido e repetitivo como é o caso das necessidades fisiológicas
enquanto as necessidades humanas mais sofisticadas como a auto-realização,
exige um ciclo mais longo no tempo ou até envolve toda uma vida humana.
A complexidade do fenômeno da motivação determinou o
aparecimento de diferentes teorias para a explicação deste fenômeno.
38
3.3 –Teorias sobre Motivação
O fator motivação torna-se fonte de estudo, surgindo assim, teorias
para descrevê-la.
A primeira teoria influente nas ciências sociais – Teoria da Hierarquia
das Necessidades – desenvolvida por Maslow (1979). Consiste em identificar
cinco tipos de necessidades humanas que seriam a base motivacional das
ações. Essas necessidades são:
ü Fisiológicas: fome, sede, sono; cansaço, estresse;
ü De segurança: proteção contra danos físicos, segurança em
casos de doenças, acidentes, problemas financeiros
(necessidades primárias);
ü Sociais: ser aceito por outros, pertencer a grupos;
ü De estima: ter o respeito de outros, ter seu valor reconhecido, ser
considerado útil, ter seu próprio valor;
ü De auto realização: atingir o máximo de seu potencial, utilizar o
máximo de sua capacidade (necessidades secundárias). Elas
emergem em ordem hierárquica, à medida que são parcialmente
satisfeitas;
Para Abraham Maslow (1987): os motivos do comportamento
residem dentro do próprio indivíduo e estão associados à satisfação das
necessidades básicas, fisiológicas, de segurança, sociais, auto estima, auto
realização.
Segundo Gil (2001, pag. 206), a Teoria é importante no ambiente de
trabalho, pois ressalta que as pessoas não necessitam apenas de
recompensas financeiras, mas também de respeito e atenção dos outros.
39
Assim, os gerentes, ao distribuírem tarefas, criar condições de trabalho, definir
estruturas organizacionais, deve considerar as hierarquias de necessidades
para obtenção de melhores resultados pela ação de seus colaboradores.
A segunda teoria a ser citada, é a teoria X e a teoria Y de MCGregor,
neste sentido, Douglas MCGregor (1960), propôs duas visões distintas do ser
humano, uma basicamente negativa chamada Teoria X e outra basicamente
positiva chamada teoria Y.
Na teoria X os executivos partem do pressuposto que as pessoas
tem aversão ao trabalho e a responsabilidade, preferindo ser dirigidas e, por
isso, devem ser controladas e motivadas pela coação, pela punição, pelo
dinheiro ou pelos elogios.
Na teoria Y, parte-se da hipótese de que as pessoas são criativas e
competentes e que consideram o trabalho tão natural como a diversão e o
descanso. Assim sendo, é fundamental proporcionar-lhe condições para o seu
desenvolvimento pessoal. Estes pressupostos constituem a base da chamada
administração participativa.
Dependendo da percepção do gestor este terá que utilizar tanto da
teoria X como da teoria Y, por certo tempo, de forma que se atendam as
necessidades da organização.
Outra teoria a ser citada é de Herzberg Gil (2001) – Teoria de Dois
Fatores Motivacionais e Higiênicos. Os primeiros localizam-se nas pessoas ou
no conteúdo das tarefas, e esses fatores são aqueles capazes de motivar as
pessoas a realizarem seus trabalhos. Os segundos – higiênicos – situam-se
fora dos indivíduos, estando presentes no ambiente de trabalho, e são capazes
de remover ou não a insatisfação;
As teorias apresentadas acima, apesar de serem amplamente
conhecidas não resistiram a uma analise mais detalhada. Porém, as teorias
contemporâneas, possuem como ponto de inicio, uma ou mais características
40
das teorias fundamentais. Dentre elas, destaco como importante a Teoria ERG,
a Teoria das Necessidades, a Teoria da Fixação de Objetivos, a Teoria da
Expectativa e a Teoria de Auto Eficácia.
A Teoria ERG (existence, relatioship, growth) em resumo argumenta
que as necessidades de nível baixo levam a um desejo de satisfazer as
necessidades de nível alto. Múltiplas necessidades podem operar em conjunto
como motivadoras e a frustração em tentar satisfazer uma necessidade de
nível alto, podem resultar na regressão a uma necessidade de nível baixo. A
teoria ERG veio flexibilizar a hierarquia das necessidades de Maslow.
A Teoria das Necessidades foi desenvolvida por David McClelland
(Montana & Charnov, 1999) e enfoca três necessidades para os indivíduos:
Realização, Poder e Associação. Cada pessoa tem um nível destas três
necessidades e, portanto devem ser motivadas de forma diferentes.
A Teoria da Fixação de Objetivos Específicos, afirma que a intenção
de lutar por um objetivo é a maior fonte de motivação do trabalho. Um objetivo
diz ao funcionário o que é preciso ser feito e quanto esforço deve despender
para o seu alcance. Esta teoria foi proposta Edwin Locke no final da década de
60 (Robbins, 2002, pág. 163).
Atualmente segundo Robbins (2002, pág. 163) uma das explicações
mais amplamente aceita sobre a motivação é a Teoria da Expectativa de Victor
Vroom. Apesar de ter alguns críticos, boa parte das pesquisas dá
embasamento a esta teoria. As pessoas têm expectativas e esperam
recompensas. Leva-nos a concluir que as organizações obtêm de seus
empregados o desempenho desejado não apenas quando satisfazem os seus
objetivos individuais, mas quando mostram a eles que o caminho para a
satisfação destes objetivos está no alcance do desempenho desejado.
E por último, a Teoria da Auto Eficácia que diz que o processo
motivacional é determinado pela crença das pessoas sobre o quanto podem
ser eficientes. Alguém desejoso de realizar algo e vendo-se capacitado para
41
isso, dirige a sua conduta para alcançar com maior probabilidade seus
objetivos, portanto, se alguém que não se vê capaz de realizar algo dificilmente
realiza, pois tende a ter seu comportamento inibido. Essa teoria pode ser
utilizada no sentido de promover a auto-eficácia em colaboradores
organizacionais, mostrando-lhes que a boa produção depende também da
crença positiva antecipada. Gestores podem usar resultados de sucesso
anteriormente obtidos pelos seus colaboradores.
3.4 – A Importância da Motivação no Exercício da Liderança A teoria e a prática da motivação já são estudadas por muitos anos. A
motivação pode gerar aumentos na produtividade e na satisfação do trabalho,
além da redução das faltas, dos atrasos, nos agravos e daí por diante.
No processo de motivação, as necessidades não satisfeitas criam
tensão, que levam as ações direcionadas a satisfazerem estas necessidades
humanas gerando assim a redução da tensão. A motivação pode ser descrita
como o processo de estimular o indivíduo a tomar ações que levarão ao
preenchimento de uma necessidade ou à realização de uma meta desejada.
Daí a importância da motivação no exercício da liderança.
3.4.1 – Motivação e Liderança
Realizaremos uma reflexão sobre o tema a partir desta pequena
história extraída da revista Liderança, maio de 2010, nº 67, pág. 29.
“Quem não conhece a clássica relação entre a malvada rainha
da história da Branca de Neve e seu espelho mágico? "Espelho,
espelho meu, há no mundo alguém mais bela do que eu?",
perguntava ela. E o espelho respondia: "És a mais bela de
todas as mulheres, minha rainha".
42
Você deve estar se questionando: o que isso tem a ver com o
mundo corporativo?
Para responder essa pergunta, seria interessante refletir sobre a
relação que você tem com o seu espelho: o que, de fato, você
vê diante dele todas as manhãs, logo que acorda? A rainha, por
exemplo, via a mulher mais bela do mundo e, ainda assim,
precisava do retorno do espelho para se sentir mais segura e
motivada.
Veja que, se trocarmos algumas particularidades, conseguimos
perceber tal relação com o mundo corporativo. No caso dos
líderes, uma das perguntas poderia ser: "Espelho, espelho meu,
existe equipe mais motivada e comprometida que a minha?".
O que acha que o espelho responderia para você?
Essas reflexões são importantes, pois tais respostas interferem
diretamente não só na vida pessoal e profissional do indivíduo,
mas também nos resultados da empresa em que ele trabalha,
uma vez que a motivação dos colaboradores é fator
determinante para o sucesso das organizações.
Mas, afinal, quais são os fatores que estimulam e mantêm um
funcionário motivado no trabalho? Será um aumento de salário,
um novo desafio, a identificação com os valores da organização,
o modo como à empresa se comunica com os colaboradores, a
opinião do cliente... Enfim, será que existe uma única resposta
para tal questão?”
A motivação tem significativa importância no cenário empresarial, no
desempenho das pessoas nas organizações.
43
A análise das teorias deixa evidente que o motivo impulsiona a
pessoa a agir, gerado por fatores externos: o ambiente e pelo raciocínio logo
está também ligado ao conhecimento das pessoas e seus paradigmas
adquiridos durante a sua vivência.
Em síntese, gestão de pessoas sob o contexto sócio-organizacional
demanda tempo e trabalho árduo, o perfil dos novos entrantes nesse mercado
apresenta peculiaridades distintas. O mercado por sua vez, se apresenta muito
mais dinâmico em relação à outros tempos, enfim, equacionar produtividade
com motivação não é uma tarefa fácil, liderar contrariando muitos preconceitos
também não é tarefa fácil.
44
CONCLUSÃO
Como conclusão, podemos afirmar que a empresa deve investir em
capacitar seus líderes, de forma que eles estejam sempre motivados e sirvam
de paradigma para seus subordinados. Os líderes efetivamente interferem
como já observamos e auxiliam na formação de um bom clima organizacional.
Líderes alinhados com a estratégia da empresa para obter um bom
clima podem ser canais de motivação para com seus colaboradores e de
incentivo ao trabalho em equipe, alcançando assim o objetivo final da empresa.
Sabemos que as responsabilidades que seguem o verdadeiro líder
são muitas. Enumeramos as qualidades que um líder deve possuir, mas, não
pretendemos afirmar que um líder deve possuir todas elas, mas que deve
possuir muitas, conforme a necessidade. Afirmar que tem uma qualidade mais
importante que outra seria errado, todas são importantes dentro de um
contexto.
O líder atualmente desenvolve pessoas e constroem
relacionamentos duradouros, abre mão do poder, de sua posição e age
potencializando o seu poder pessoal. O papel da liderança é fundamental,
sendo ela responsável pela valorização da participação de todos, motivando as
pessoas da empresa para que trabalhe em conjunto com objetivos comuns.
A mudança das organizações de trabalho, centra-se no desempenho
das pessoas por meio do compartilhamento dos resultados e se passa a exigir
do líder, antes voltado simplesmente para execução das tarefas, competências
que estimulem o auto-gerenciamento e por conseguinte tornam os grupos
autônomos e empreendedores.
Como fator de sucesso é importante o bom relacionamento
interpessoal, os planos de capacitação e desenvolvimento estruturados
45
guiando o desempenho de outras pessoas, mantendo-as responsáveis pelo
que fazem, despertando o entusiasmo da equipe e resolvendo os problemas
que surgem.
Programas de qualidade de vida e de motivação quando bem
planejados, definidos como estratégias para melhorar o clima interno da
empresa e bem comunicados é um excelente fator interno para modificar o
clima organizacional.
No entanto, liderança não é um estado final a qual se chega como
indivíduo ou como empresa. Conquistar a liderança é um desafio diário. O
comportamento das pessoas mudam conforme as necessidades e acabam
sendo influenciados de alguma forma pelos líderes dentro das organizações.
O comportamento do líder serve como guia para ações pessoais à
medida que se trabalha junto para alcançar os objetivos da empresa.
O importante é que os liderados lembrem a capacidade de
adaptação ao comportamento de cada líder e a sabedoria da liderança está em
saber em quanto usar um estilo de liderança de acordo com as pessoas com
as quais de defronta em seu trabalho e em conformidade com cada situação.
Na modernidade o líder deve ter os seguintes valores: sensatez,
sensibilidade, visão de futuro, cooperação, efetividade, respeito e trabalhar
esses valores nos seus liderados para que as empresas possam ser
competitivas no novo cenário dos negócios.
Para o alcance desses valores consideramos que o exercício da
liderança exige aquisição de competências e habilidades básicas, um processo
contínuo de aprendizagem que deve estar fundamentada no:
Ø Saber Fazer: que recobre dimensões técnicas e científicas
adquiridas formalmente no dia-a-dia, nas atividades práticas
durante o trabalho e na qualificação continuada.
46
Ø Saber Ser: contemplado com a aquisição de conteúdos, os
desenvolvimentos de habilidades e de atitudes formativas
que ditam os comportamentos nas relações de trabalho,
como capacidade de iniciativa, comunicação, disponibilidade
para a inovação e mudança, assimilação de novos valores
de qualidade, produtividade e competitividade.
Ø Saber Agir: que é subjacente à exigência de intervenção ou
decisão diante de situações, destacando-se o saber
trabalhar em equipe, ser capaz de resolver problemas e
realizar trabalhos novos e diversificados.
Nos tempos de hoje, na modernidade, o líder está desenvolvendo
sua liderança a cada dia dentro das empresas junto com seus seguidores.
Líder é aquele que inova, cria, desenvolve e pergunta o que é o porquê.
47
BIBLIOGRAFIA
AIPO, Cristiano. Motivação Humana, artigo
http://www.portaldomarketing.com.br
BERGAMINI, Cecília Wnitaker. Motivação nas Organizações. São Paulo, Atlas.
1997.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos Novos Tempos. 2. ed. – Rio de
Janeiro: Elsevier, 2004
CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando com as pessoas: transformando o
executivo em um excelente gestor de pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005 –
2ª Reimpressão.
CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2006.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos
humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1999.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 2000.
Administração, Teoria, Processo e Prática. São Paulo, Atlas 2002.Hierarquia
das Necessidades. São Paulo, Atlas, 1994.
DAVIDOFF, Linda L. Introdução à Psicologia. São Paulo: Makron Books, 2001.
DIAS, Paulo, Lideres em Mutação. Artigo in Globo caderno boa chance
21/03/2010.
DRUCKER, Peter F., O Gerente eficaz, 2ª edição- Rio de Janeiro, Zahar, 1971
DICHTER, Ernest, O gerente, São Paulo, Editora Summus, 1974
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário da Língua Português.
2004.
FLEURY, Afonso; FLEURY, Maria Tereza Lema. Estratégias empresariais e
formação de competências: um quebra-cabeça caleidoscópico da indústria
brasileira. - 2ª Edição – São Paulo: Atlas, 2001
GIL, Antonio Carlos. Gestão de Pessoas: enforque nos papéis profissionais.
São Paulo: Atlas, 2001
HUNTER, James C., O Monge e o Executivo: Uma História sobre a Essência
da Liderança. Sextante- RJ. 2004.
48
KANAANE, Roberto. Comportamento Humano nas Organizações; o homem
rumo ao século XXI. São Paulo: Ed. Atlas, 1999
LACOMBE, F. Recursos Humanos Princípios e Tendências. Saraiva 2005.
Levine e Wright Kozoles (1998)
MACHADO, Pauline, Impulsione a Motivação. Artigo in: Revista Liderança
05/2010 nº 67.
MARTINS, Maria das Graças Teles. Habilidades e Competências:
Componentes Inseparáveis na Ação Profissional.
http://www.gracamartins.com.br
MAXIMIANO, Antonio. Teoria Geral da Administração: Da Revolução Urbana a
Revolução Digital. São Paulo, Atlas, 2002.
MALLET. Clima Organizacional. Htt:///www.artigos.com
MARINHO, Robson Moura.OLIVEIRA. Figueiredo. Liderança uma Questão de
Competência. Saraiva.
MINICUCCI, Agostinho. Psicologia aplicada à Administração. São Paulo:
Editora Atlas, 1995.
PERRENOLD. Philippe. Dez Novas Competências para Ensinar. Artmed. 2000.
QUEIROZ, Eugenio Sales. Em Busca da Excelência. Ed. Eko. 2005.
RUAS, Roberto; ANTONELLO, Cláudia Simone; BOFF, Luiz Henrique. Os
novos horizontes da gestão: aprendizagem organizacional e competências.
Porto Alegre: Bookman,2005.
ROBBINS, S. Comportamento Organizacional. São Paulo: Prentice Hall, 2002
ROBBINS, Stephen. Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo: Ed.
Saraiva, 2003.
SANTOS, Maria de Fátima Poças Alves Dois. Liderança com Criatividade a
Chave da Gestão de Pessoas. http://www.rhportal.com.br.
VERGARA, Sylvia Constant. Gestão de Pessoas.S.P.1999.