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1930
Este caderno é parte integrante da Revista da APM – CoordenaçãoCoordenaçãoCoordenaçãoCoordenaçãoCoordenação: Guido Arturo Palomba – Maio 2006 Maio 2006 Maio 2006 Maio 2006 Maio 2006 – Nº 169 Nº 169 Nº 169 Nº 169 Nº 169
SUPLEMENTO
O Instituto Bacteriológicode São Paulo
Luiz Gonzaga Bertelli
Croqui do Instituto Bacteriológico de São Paulo.Fonte: SÃO PAULO. Relatório de 1896 apresentado ao dr. Manoel
Ferraz de Campos Salles, Presidente do Estado, pelo dr. Alvaro Augustoda Costa Carvalho, Secretário dos Negócios da Agricultura,
Commercio e Obras Publicas, 1897.
Costuma-se dizer que as ciências so-frem uma verdadeira revolução quan-do deixam de levar em conta apenaso que é tangível ou visível a olho nu,esforçando-se por ultrapassar o mun-do da aparência. Na história da medi-cina, esse patamar revolucionário foialcançado no século XIX, quando abusca das verdadeiras causas das doen-ças contagiosas que sempre afligirama humanidade incorporou a idéia deque sua transmissão se devia a inimigosocultos e invisíveis: os microorganismos.Pesquisadores como Jacob Henle (1809-1885), que anteviu as causas da febretifóide, da varíola e da escarlatina; Ro-bert Koch (1843-1910), que descobriuos agentes da tuberculose, da cólera eda doença do sono (tripanosomíase); eLouis Pasteur (1822-1895), com suas im-portantes contribuições para a etiologiada raiva e a imunoterapia preventiva(vacinação) – estes foram, entre tantosoutros, verdadeiros baluartes da novamedicina que então se inaugurava.
À semelhança do Instituto Pasteur,fundado em Paris para o estudo da mi-crobiologia e de sua aplicação no trata-mento de determinadas doenças, eantecipando-se a propostas similaresem outros países, como a do InstitutoRockefeller, em Nova York (1901), o
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2 SUPLEMENTO CULTURAL
governo do Estado de São Paulo criou,em 1892, o Instituto Bacteriológico. Opioneirismo da iniciativa – tributada aCerqueira César, vice-presidente doEstado, e a Vicente de Carvalho, secre-tário do Interior – pode ser entendidocomo resultado de inúmeros fatores,entre os quais se destaca a necessidadede proporcionar aos imigrantes euro-peus que afluíam ao Brasil, atraídos pelapujança da lavoura cafeeira, a garantiade um controle sanitário eficaz.
A população de São Paulo cresciavertiginosamente, numa velocidadeque a expansão dos serviços de saúdenão lograva acompanhar. As epidemiasque assolavam Santos, porta de entradados imigrantes, atingiam também a ca-pital e as mais importantes cidades dointerior, como Campinas e Rio Claro.
Ante a perspectiva de prejudicar apolítica de mão-de-obra do Estado deSão Paulo com a notícia de sua insalu-bridade, o governo adotou medidasque reformaram por completo a situa-ção sanitária paulista. A antiga Inspe-toria de Higiene deu lugar ao ServiçoSanitário do Estado, sob a direção domédico Sérgio Meira. Dividido emdois grandes departamentos – a Dire-toria de Higiene, responsável pelo cum-primento de normas, e o Conselho deSaúde Pública, encarregado de emitirpareceres sobre higiene e salubridade –,este Serviço contava, ainda, com or-ganismos auxiliares: o Instituto Vaci-nogênico, ao qual competia a produ-ção e a aplicação de vacinas contra avaríola (tornadas obrigatórias por de-terminação legal do mesmo ano); o La-boratório de Análises Químicas e Bro-matológicas, para o controle dos ali-mentos vendidos no varejo; o Labo-ratório Químico e Farmacêutico, cujamissão era produzir remédios para oshospitais públicos; e o Instituto Bacte-riológico, ao qual cabia diagnosticardoenças epidêmicas e programar pro-dutos profiláticos.
A direção do Instituto Bacteriológi-co, o mais bem-sucedido entre os re-cém-criados organismos, foi entreguea Félix Le Dantec, indicado pelo pró-prio Pasteur. O jovem biólogo fran-cês, no entanto, ficou apenas algunsmeses no Brasil, dedicando-se a colhermaterial para seus estudos sobre a fe-bre amarela. Foi logo substituído porAdolfo Lutz, médico carioca que, ten-do estudado na Suíça e desenvolvidopesquisas sobre a lepra, dispôs-se aanalisar as doenças infecciosas que, deforma endêmica e epidêmica, castiga-vam os habitantes do Estado de SãoPaulo.
O “batismo de fogo” do novo Ins-tituto ocorreu em agosto de 1893,quando houve casos de diarréias letaisna Hospedaria dos Imigrantes de SãoPaulo. Os exames feitos por AdolfoLutz constataram a presença do bacilodo cólera, mas os médicos da cidadecontestaram o diagnóstico, atribuindoa doença a simples caso de intoxicaçãoalimentar, sem risco de contágio. Foipreciso enviar culturas do microorga-nismo para o Instituto de MedicinaTropical de Hamburgo para que a po-lêmica fosse esclarecida, dando razãoa Adolfo Lutz.
Em 1894, ocorrências similares naHospedaria dos Imigrantes levaram osmédicos a apontar o cólera como cau-sa. Coube a Adolfo Lutz, mais umavez, desmenti-los: tratava-se, então, deintoxicação alimentar. No ano seguinte,um novo confronto com os clínicospaulistas colocava em evidência o papeldo Instituto Bacteriológico e de seudiretor, ao diagnosticar um surto defebre tifóide na cidade.
Muitas foram as contribuições deLutz ao Instituto que hoje leva seunome. Juntamente com Emílio Ribase Vital Brasil, Lutz identificou um sur-to de peste bubônica em Santos. Em1900, examinou mais de 7 mil ratosem busca do bacilo da peste e defen-
Luiz Gonzaga BertelliPresidente Executivo do Centrode Integração Empresa-Escola,
Presidente da Academia Paulistade História e membro titular da
Academia Cristã de Letras
deu a criação de um Instituto Serumte-rápico no Butantã, para combatê-lacom vacinas e soros e produzir materialantiofídico. Devem-se a ele tambémimportantes descobertas científicas so-bre a febre amarela, o impaludismo, aancilostomose e a leishmaniose.
Quando Lutz deixou o Instituto, em1908, para trabalhar no Rio de Janei-ro, encerrou-se uma etapa na trajetóriado órgão. Cinco anos depois, o rela-tório do professor alemão Martin Fi-cker, contratado pelo Estado para ava-liar a situação e propor medidas mo-dernizadoras, afirmava: “O institutoque tenha apenas objetivos práticostermina fossilizando-se. Pode resolvercertos problemas práticos segundo li-nhas estreitas, e isto certamente ajudao país, mas quando se defronta comnovos problemas entra em dificulda-des devido à falta de base científicareal”.
Um tortuoso mas fértil caminhoaguardava a entidade em sua trajetóriano tempo. De outubro de 1940, quan-do passou a ostentar o nome do cien-tista que o dirigiu nos primeiros anos,para os dias atuais, o Instituto ficou in-ternacionalmente conhecido como cen-tro de referência no campo da saúdepública.
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SUPLEMENTO CULTURAL 3
De antigas cepas, Ernesto de Souza
Campos herdaria de seu progenitor, o
médico Antonio de Souza Campos, as
virtudes de uma grei.
Nasceu em São Paulo, em 1883, e
desde a mais tenra idade demonstrava
ser ávido pelo saber.
Fez uma primeira faculdade, a de
Engenharia, Escola Politécnica, for-
mando-se em 1906. A seguir, ingres-
sou na recém-formada Faculdade de
Medicina de São Paulo, formando-se,
com distinção, na primeira turma, em
1918.
Estudante ativo, líder inato, em 1913
fundou o Centro de Estudos Oswal-
do Cruz, deixando registradas precio-
sas reminiscências dos dias iniciais da
Casa de Arnaldo, em cujos escritos põe
em evidência os seus grandes dotes de
historiador.
Ernesto de Souza Campos era do-
tado de cultura polimorfa, que o le-
vou a adentrar o Instituto Histórico e
Geográfico de São Paulo, tendo sido
o seu presidente de 1950 a 1956. Ocu-
pou a cadeira n. 34 da Academia Pau-
lista de Letras, sendo recebido pelo
egrégio Ernesto Leme.
Homem de múltiplas atividades, foi
ministro de Estado e dos Negócios da
Educação e da Saúde (1946), interino
da Justiça, embaixador especial, pro-
fessor de Microbiologia da Casa de
Arnaldo, colecionador de objetos de
arte, liberal e grande constitucionalista
em 1932, a honrar seus pares. Em bra-
Ernesto de Souza Campos
vura e idealismo, glorificou os amados
chãos paulistas.
Ernesto de Souza Campos dedicou-se
com afinco às universidades e sobre
elas escreveu vários importantes arti-
gos de história. Entre eles, merece des-
taque As três universidades da cidade de São
Paulo (1954), em cujas páginas, com
minudência, mostra que, no Brasil, a
primeira universidade foi criada em
1920, no Rio de Janeiro. Depois, nas-
ceram, em 1927, a Universidade de
Minas Gerais e a Universidade de São
Paulo. Ainda em São Paulo, seriam cria-
das a Pontifícia Universidade Católica,
em 1946, e a Universidade Mackenzie,
em 1952.
Ernesto de Souza Campos era apai-
xonado pela técnica de edificações, ten-
do por destino dirigir a construção de
vários edifícios hospitalares.
Antonio de Almeida Prado, em sua
importante obra, Vultos e temas médicos,
relata que o grande vate da Medicina
era, também, um arguto observador
dos povos, mostrando que a viagem
feita ao Japão, a qual deveria ser sim-
ples roteiro de peregrinação ao Orien-
te, transformou-se, pela riqueza de in-
formações e de documentação, em um
verdadeiro inquérito a todos os aspec-
tos da civilização nipônica, principal-
mente no que se refere às universida-
des, institutos e centros de pesquisa.
Assim, como apóstolo da difusão
da cultura e do ensino e como idealis-
ta inato, Souza Campos criou entida-
des as mais importantes do país. Entre
elas, ressalte-se a gloriosa Associação
Paulista de Medicina, em 1930, ideali-
zada por ele ao lado de outros gran-
des daqueles tempos: Rubião Meira,
Alberto Nupieri, Celestino Bourroul,
Álvaro Lemos Torres, Rezende Pue-
ch, Nicolau de Moraes Barros, Raul
Briquet, Alfonso Bovero, Menotti Sai-
ati, Diogo de Faria, entre outros.
Foi um polígrafo na acepção exata
do termo. Entre os temas publicados,
estão: Ordem de malta; Catedrais da Euro-
pa; Castelos de ontem e de hoje; A casa pri-
maz de São Paulo; O apóstolo de Aviz; Meio
século de ensino médio em São Paulo; Páginas
andinas; No limiar da Academia Paulista de
Letras; As sete noivas da montanha; O tosão
de ouro e a ordem da rosa; Problema univer-
sitário (1938); Educação superior no Brasil
(1941); Temas universitários (1952); His-
tória da Universidade de São Paulo (1952);
Cidade Universitária da Universidade de São
Paulo (1954).
Faleceu em São Paulo, em 21 de ja-
neiro de 1970, deixando muitos segui-
dores e uma vasta obra para iluminar,
por décadas e décadas, sucessivamente
e de modo perene, as gerações futuras.
Guido Arturo Palomba
Guido Arturo PalombaMembro da Academia
de Medicina de São Paulo
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4 SUPLEMENTO CULTURAL
Em conversas informais com o pro-fessor João Alessio Juliano Perfeito, dacadeira de Cirurgia Torácica da Esco-la Paulista de Medicina – Universida-de Federal de São Paulo – e membrodo Departamento de Cirurgia Toráci-ca da Sociedade Paulista de Pneumo-logia e Tisiologia, conversas estas ex-tensivas ao doutor Gladstone FerreiraMachado, foram sendo cristalizadas asidéias de uma reunião, na qual se junta-riam os cirurgiões de tórax veteranospara contar experiências e fatos curio-sos de suas vivências em épocas pas-sadas, nas quais as condições do exer-cício da medicina não contavam comos atuais e mais modernos recursos.
Iríamos realizar uma volta no tem-po, cuja idéia seria reunir estes colegasna já tradicional “Reunião da Pizza”,que o Departamento de Cirurgia To-rácica promove na primeira quinta-fei-ra do mês para discussão de casos,condutas “como eu faço”, bem comopropostas para tornar essas reuniõesmais dinâmicas e proveitosas, com aparticipação de todos os colegas es-pecialistas. No entanto, como argu-mentava doutor João Alessio, “faltavaum algo mais...”. Talvez o elementofundamental para o conhecimento dahistória. Em geral, o especialista vaiaprendendo o seu mister e nem sem-pre lhe são relatadas as dificuldades eos percalços que permitiram chegar atéo estágio atual. Já dizia o ilustre cirur-gião professor Nairo França Trench,da Faculdade de Ciências Médicas daSanta Casa de São Paulo, comentandosua odisséia para trilhar os incertos edifíceis primeiros tempos “... vocês co-meçam no centésimo degrau, mas eucomecei no primeiro!...”
Da idéia à execução foi um passo, e,no dia 5 de março, finalmente ocorreu
Uma noite de reminiscências...M. I. Rollemberg
o evento. De imediato, foram coloca-dos em uma mesa em destaque os seiscirurgiões mais “velhos” presentes:Nagib Curi, Samuel Reibscheid, Glads-tone Machado, Carlos Frazato, VicenteForte e Manoel Rollemberg. DoutorGladstone fez um breve retrospectoda história da Cirurgia Torácica, aocabo do que cada um foi gradativa-mente sendo chamado a intervir noassunto em debate, contando curiosi-dades vividas e apreendidas. Aos pou-cos, os assuntos foram se voltandocada vez mais para o passado e, alémdas curiosidades de maior relevância,aproveitava-se a “deixa” para acrescen-tar fatos pitorescos e saborosos.
Doutor Gladstone comentava suaexperiência no serviço do professorVasconcelos na Faculdade de Medicinade São Paulo. Doutor Nagib não dei-xou por menos e contou uma passa-gem engraçadíssima daquele mestre,famoso por sua excelsa técnica opera-tória, mas igualmente possuidor de ex-trema vaidade. Aconteceu de cruzarcom uma paciente visitando o Hospitaldas Clínicas, a qual, ao abordá-lo, re-cebeu como resposta “...estar falandocom o maior cirurgião do Brasil”, aoque a visitante, entre entusiasmada eeufórica, exclamou:
– “DOUTOR ZERBINI!...”Doutor Samuel relembrou os primei-
ros tempos heróicos de Botucatu, paracitar a figura atual do doutor Cattaneo.
A figura quase lendária do profes-sor Costabile Galucci foi lembrada pelodoutor Vicente Forte, entremeada poremoções, deixadas pelo excelso mestreentre todos os que o conheceram. Ga-lucci era baixo e gordinho, lembrandoa figura de Beniamino Gigli, já que tam-bém se destacava no “bel canto” como
tenor. Recordaram ainda suas passagenscomo esportista, em que brilhava naponta esquerda com seus petardos, ines-quecíveis nas famosas Pauli-Poli, quandose digladiavam as equipes da EscolaPaulista de Medicina e da Escola Poli-técnica, competições essas que lamenta-velmente desapareceram.
Entre suas excelsas qualidades, Galuccinutria profundo respeito pelos grandesmestres que o antecederam. Entre eles,o professor Alípio Correa Netto ocupa-va um papel de destaque, pois foi inega-velmente uma das maiores figuras damedicina e cirurgia brasileiras. Incentivoue criou especialidades que antigamenteeram exercidas pelo mestre-professor,que exercia seu mister praticamente comoum factótum. Foi seu estímulo que per-mitiu o desenvolvimento das especiali-dades e superespecialidades, das quais in-discutivelmente a criação do Incor foiconseqüência.
Não foi apenas neste particular quese destacou. Ele fundou a AssociaçãoMédica Brasileira, brilhou como gran-de cirurgião das tropas brasileiras e doVIº. exército dos Estados Unidos, co-mandado pelo general Mark Clark,durante a Segunda Guerra Mundial, re-cebendo todas as condecorações pos-síveis. Foi mais além, destacando-setambém na política. Durante o gover-no do senhor Jânio Quadros, respon-deu pela Secretaria de Educação, exa-tamente no início, quando se fazia sen-tir o descalabro das administrações an-teriores, tendo, por mais de uma vez,de agir de maneira enérgica, quase he-róica, evitando uma atitude mais de-sastrada de nosso trêfego governador.Infelizmente, ao dirigir os destinos dopaís, aquele político não levou Alípiopara Brasília. Talvez não tivéssemos
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5SUPLEMENTO CULTURAL
sido castigados pela he-catombe que se abateusobre nossas cabeças,cujas conseqüências sen-timos até hoje.
Galucci tinha porAlípio a maior admira-ção e respeito. Já no seufinal, trôpego e esque-cido por seus pares,recebia o mais fidalgotratamento de Galucci,que enviava seu mo-torista particular paracontar com a presençade Alípio nas reuniõessemanais da cadeira deCirurgia Torácica, co-locando-o em posiçãode destaque, de onderecebíamos suas palavras sábias eoportunas. Tive o privilégio de partici-par de uma dessas sessões ao lado domestre.
Doutor Frazato historiou os percalçosde sua vida, lembrando o fato de sempreestar acompanhado pelo fumo, prin-cipalmente como cirurgião de tórax,operando portadores de neoplasiapulmonar com antecedentes de taba-gismo. Seus estudos foram garantidospelo pai, que possuía uma firma comnome não menos pitoresco: “O Reido Fumo”!
Doutor Rollemberg recordou a fun-dação da Faculdade de Ciências Mé-dicas da Santa Casa de São Paulo, porintermédio da Associação dos Médi-cos da Santa Casa, da qual fez parte,cuja primeira diretoria contou com afigura maiúscula de Emilio Athiê. Este,tal qual um aríete indomável, venceutodos os obstáculos, inclusive a terrí-vel envidia medicorum de seus pares, paralevar adiante, com sucesso, o velho so-nho daqueles que ficaram na centená-ria Casa, após ser deixada pela Facul-dade de Medicina. Relatou a partici-pação dos médicos mais jovens que
souberam conjugar com o idealismode Athiê. Citou, ainda, os primórdiosda cirurgia cardíaca com circulação ex-tracorpórea, com os resultados iniciaisfreqüentemente insatisfatórios. Lem-brou uma reunião para comentar, final-mente, dois casos de sucesso na trocade válvulas mitrais, quando a equipe co-mandada pelo professor Felipozzi foisurpreendida pela afluência de inúmerose ilustres cirurgiões, entre eles o doutorAdib Jatene, curiosos por saber osdetalhes daquele sucesso.
Doutor Leiro atendeu à solicitaçãodo doutor Vicente Forte e recordouseu mentor, doutor Mercúrio.
Doutor Rubens Arruda, responsávelpela formação de uma plêiade de cirur-giões, foi amplamente lembrado, já queteve papel saliente no processo de agre-gação dos cirurgiões de tórax do paísem sua entidade nacional.
Sobre o doutor Losso foram lembra-dos fatos da vida do pai e homônimo,que, como assistente do professor Zer-bini, foi responsável por grande parte dossucessos cirúrgicos no Hospital São LuizGonzaga, naquela época no distante Ja-çanã, aquele mesmo bairro imortalizadopor Adoniran Barbosa.
M. I. RollembergEmérito em Cirurgia Torácica pelo
Colégio Brasileiro de Cirurgiões
Da esquerda para a direita:Nagib Curi, João Alessio Perfeito,
Vicente Forte, Manoel Rollemberge Gladstone Machado.
Foram fatos e mais fatos, histórias emais histórias, às vezes picantes, outrasvezes pitorescas, a lembrarem um pas-sado não muito distante.
As reuniões, que normalmente têmseu final em torno das 22 horas, foi seestendendo, ultrapassando a meia-noi-te, sem que ninguém quisesse “arredaro pé”. Foi preciso lembrar que o diaseguinte seria um dia de “guerra”.
O sucesso da empreitada mostrou,de maneira cabal, que todos têm inte-resse em conhecer o passado, fazendoapologia das palavras de Santayanna,quando afirmava que o “desconheci-mento da história arrisca-nos a vê-larepetir-se...” Certamente, acontecerãofuturas reuniões científicas pintalgadasde um passeio pelo passado.
Parabéns pela iniciativa!
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6 SUPLEMENTO CULTURAL
Nas últimas três vezes em que parti-cipei de eventos na sede da Associa-ção Médica Mineira, sempre me cha-mou a atenção um painel, em localnobre, em que figuram “os vinte maio-res médicos mineiros do século XX”.
Além de ser uma significativa home-nagem àqueles que fizeram jus de per-manecer na memória de seus pares, nãodeixa de ser um pedagógico exemplo àsgerações vindouras.
A idéia foi protagonizada pela Aca-demia Mineira de Medicina com auxí-lio da Fundação Carlos Chagas e daAssociação Médica Mineira, que ele-geram as seguintes normas:1. seriam homenageados somente vin-
te médicos;2. deveriam ter nascido em Minas Ge-
rais ou ter exercido a medicina na-quele Estado;
3. deveriam ter falecido até 30 de ou-tubro de 1999.Houve uma pré-seleção dos ilustres
candidatos, com votação em 8 de no-vembro seguinte, envolvendo ampla-mente os médicos que atuavam naqueleEstado. Em 22 de novembro daqueleano, ocorreu sessão solene de home-nagem aos referidos esculápios.
Foram escolhidos vinte médicos quemais engrandeceram a prática da artede Hipócrates, levando uma vida dig-na, transmitindo pensamentos imortaise praticando uma medicina pura. Des-sa maneira, enalteceram Minas Geraise o Brasil, dignificando a espécie hu-mana e fazendo por merecer a umahomenagem perene.
O resultado final foi por ordem al-fabética, e não pelo número de votos:Alfredo Balena, Amílcar Vianna Mar-tins, Carlos Ribeiro Justiniano das Cha-gas, Cícero Ferreira, Clóvis Salgado daGama, Eduardo Borges da Costa,Ezequiel Caetano Dias, Hermenegildo
Os vinte maiores médicosmineiros do século
Helio Begliomini
Rodrigues Vilaça, Hilton Ribeiro daRocha, Hugo Furquim Werneck, JoãoGalizzi, José Baeta Vianna, JuscelinoKubitschek de Oliveira, Lucas Montei-ro Machado, Luigi Bogliolo, Luiz A-delmo Lodi, Oswaldo de Mello Cam-pos, Oswaldo Gonçalves Costa, VitalBrazil Mineiro de Campanha e WilsonTeixeira Beraldo (ver figura ao lado).
Uma frase latina adorna bem o pai-nel no qual se alojam as fotografias des-ses numes da medicina mineira: “Sed
famam extendere factis. Hoc virtutis opus”
que é traduzida por “perpetuar pelosfeitos a fama é obra da virtude.”
Basta observar a relação dos laureados,todos verdadeiras jóias da arte hipocrá-tica mineira e nacional, para se constatarque a passagem breve, mas gloriosa, deJuscelino Kubitschek de Oliveira pelamedicina deixou marcas indeléveis de suainvulgar personalidade.
A memória dos vinte maiores médicosmineiros do século XX foi duplamenteperenizada, pois se encontra também,desde 2002, ditosamente consignada emlivro de Fernando Araújo, membro daSociedade Brasileira de Médicos Escri-tores (Sobrames-MG) e ex-presidente daAssociação Médica de Minas Gerais eda Academia Mineira de Medicina.
Com relação aos vinte ínclitos escu-lápios mineiros, tive humildemente oinsólito privilégio de ombrear, na inol-vidável noite de 26 de maio de 1989,por ocasião da instalação da AcademiaBrasileira de Médicos Escritores (Abra-mes), no Palácio da Cultura GustavoCapanema, na cidade maravilhosa doRio de Janeiro, com Hilton Ribeiro daRocha, o condestável da oftalmologianacional. Nessa memorável efeméride,fomos empossados como fundadoresdesse sodalício, ocupando, respectiva-mente, a cadeira 33 e a cadeira 8.
O exemplo dos mineiros merece en-cômios e deveria ser seguido por to-
Helio BegliominiMembro da Academia de Medicina
de São Paulo, da Sociedade Brasileirade Médicos Escritores, da AcademiaBrasileira de Médicos Escritores e da
Academia Cristã de Letras
Mural em homenagem aos vinte maioresmédicos mineiros do século XX, na sede da
Associação Médica de Minas Gerais.
dos os Estados, pois, enaltecendo seuspares, não somente lhes outorga ummerecido reconhecimento, mas tam-bém os torna modelos a serem segui-dos e fachos de luzes na trajetória mé-dica, sobremodo numa sociedade ico-noclasta com carência de ideais e debons protagonistas que bem merece-riam ser imitados.
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7SUPLEMENTO CULTURAL
Vida de hospitalUbirajara Dolacio Mendes
Para qualquer pessoa pode acontecer, umdia, ter de internar-se num hospital. Entidadesui generis, que não é feita para divertir como
um teatro, nem para passar despreocupado
por uns instantes como num circo de cavali-
nhos, ou mesmo para assistir a uma conferên-
cia literário-artística.
Normalmente, um hospital se instala em
um prédio de grandes proporções, cheio de
quartos e corredores, todos cobertos de azu-
lejos brancos, com os pisos preferencialmente
da mesma cor, e de passagens largas o suficien-
te para as difíceis evoluções de macas e camas.
Ambiente higiênico, limpo, mas insensível e
gélido como os círculos polares. De permeio,
médicos e enfermeiros, também de alvos
aventais ou, modernamente, envoltos em pa-
nos cinza ou verde. Dizem que essas cores
aparentam ser mais agradáveis e menos cansa-
tivas para os olhos. Azáfama por toda a parte,
a par de se ouvir linguajar abstruso, incom-
preensível para os leigos, com palavras tais
como faringo-edemas, infectopostemas, nu-
cleotídeos ou eosinófilos.
O internado, seja pela quebra de uma perna,
seja por uma úlcera de estômago, sente-se
como um boneco de engonço, largado num
leito e remexido de tempos em tempos para
ingerir um comprimido, para mudança de
um curativo, tomada de temperatura e pressão,
ou para uma eventual massagem. Agradabilís-
simo, por exemplo, é o paciente ser acordado
no meio da noite – quando do repouso mais
profundo, em que ele possivelmente estivesse
sonhando com sua namorada favorita –, ser
acordado, como dizíamos, por uma voz me-
líflua, que lhe diz, muito profissionalmente:
“Benzinho, queridinho, vamos virar de bruços
para tomar aquela injeçãozinha na nádega?” E
pespega-lhe 10 cc de um líquido incolor que
arde como brasa viva e se mantém abrasante
por, no mínimo, meia hora. O sonho com a
namorada querida fica para todo o sempre
no limbo.
Os senhores médicos, então, verdadeiros
deuses no meio hospitalar, aparecem de quando
em quando para examinar o pobre internado.
Viram-no e reviram-no na cama, apalpando-o,
tocando-o nas regiões mais íntimas, toman-
do-lhe o pulso, exigindo-lhe que ponha a
língua de fora, fazendo-lhe cócegas na planta
dos pés, apertando-lhe o fígado, ao mesmo
passo em que ordena que respire fundo sila-
bando o número cabalístico trinta e três, aus-
cultando-o por todos os lados com o tal de
estetoscópio. Depois de toda essa faina, sorri-
dente, o esculápio diz ao paciente: “Está tudo
muito bem. Seu caso está evoluindo maravi-
lhosamente. Poderemos operar esse abscesso
amanhã mesmo... Posso até dispensar qual-
quer analgésico: não vai doer quase nada...”.
Para ser operado, o infeliz precisa antes ser
depilado. A lâmina de barbear raspa tudo, até
no interior das rugas da pele. Depois vem o
banho – o qual é feito, quase sempre, no
próprio leito. Surge-lhe pela frente uma en-
fermeira delicadinha, bonita, corpo de Vênus
bamboleante e sensual, que irá desnudá-lo,
ensaboá-lo, esfregá-lo pedaço por pedaço, sem
nenhum constrangimento, enxugando-o
depois com um par de mãozinhas macias e
cariciosas que só o deixarão semilouco – caso
ainda esteja em pleno vigor varonil. O homem
tem de resignar-se, pois o constrangido na
verdade é ele.
O espetáculo pode, no entanto, ser ainda
pior: é quando o doente precisa aliviar-se de
suas necessidades corporais. Só o fato de ter
de solicitar o instrumento chamado “papa-
gaio” o deixará embatucado. Eliminar líqui-
do sob as cobertas será difícil; porém, dificíli-
mo será se tiver de esvaziar seus intestinos. A
chamada “comadre” não se equilibra bem
sobre o colchão; e o infeliz se equilibra ainda
menos sobre aquele artefato hospitalar. De-
sastres homéricos soem acontecer nessa oca-
sião – para supina vergonha do paciente e
nojo dos atendentes, obrigados, pela profis-
são, a aceitarem a prebenda da higienização
conseqüente.
O máximo da complicação ocorre quando
o doente, em virtude de seu morbus, estiver
obrigado a ficar ligado a uma porção de tubi-
nhos que lhe levem soro, solução fisiológica,
remédios ou plasma, além de fios que recolham
eletronicamente suas pulsações, sua pressão
ou a intensidade de oxigenação de seu sangue.
O fulano perde completamente a liberdade –
ficando amarrado à cama, à semelhança dos
antigos torturados pela roda de polé ou das
vítimas dos porões da inquisição.
Aí chegou a hora da refeição. Aleluia! Vai
alimentar-se e, com isso, deverá gozar de uns
minutos de descanso. Ledo engano, pois, na
realidade, irá apenas enfrentar novo suplício.
Os pratos fornecidos pelos nosocômios têm
quase sempre o sabor muito apetitoso de
pacotes de palha. Quando são caldos, consti-
tuem-se, de regra, em sopas de mandioquinha
ou chuchu com o delicioso gosto de nada,
multiplicado por nada, elevado ao cubo. Além
do admirável acréscimo de zero, vírgula zero,
de sal e condimentos.
Sentado no leito, com todos os tubinhos
pendurados pelo peito, braços e, às vezes,
pernas, envolvendo-o como uma mosca que
estivesse enrolada nos fios de uma teia de
aranha, a triste vítima impacientemente tenta
ingerir a substanciosa sopa com os braços qua-
se amarrados, sugando-a da concavidade de
uma colher de plástico que, ocasionalmente,
encurva o cabo, derramando o líquido gor-
duroso na toalha com que lhe envolveram o
pescoço, à guisa de babador.
Ah! Não esquecer um pormenor: os hospi-
tais melhor providos contam com aparelhos
televisores nos quartos. Os programas que
os enfermeiros escolhem transmitem, de or-
dinário, anúncios em quantidade, além de
receitas de bolos ou entrevistas com o emi-
nente político Zé Silva dos Anzóis, que fala
aos borbotões, com voz de taquara rachada.
Ou, então, quando o monitor é posto nas
mãos do paciente, proíbem-no de elevar o
som à altura do que pode ouvir para não
prejudicar a palestra animada que os demais
pacientes estão entabulando com seus visi-
tantes nos quartos adjacentes. A solução é
assistir à TV muda, tentando desesperada-
mente adivinhar os diálogos dos atores. Isso,
se a sessão televisiva não for subitamente in-
terrompida por uma rígida enfermeira alemã
que vem propiciar ao hospitalizado um de-
leitável purgante ou impor-lhe um enema
de, no mínimo, dois litros de líquido.
Decididamente: pretendo nunca mais me
internar, ou mesmo, simplesmente, visitar
um hospital.
A menos que seja forçado pelo destino, é
claro.
Ubirajara Dolacio MendesEx-paciente de hospital
Suplemento Maio_2006.p65 18/05/2006, 16:067
Coordenação: Guido Arturo PalombaMaio de 2006Maio de 2006Maio de 2006Maio de 2006Maio de 2006SUPLEMENTO CULTURAL8
DEPARTAMENTO CULTURAL
Diretor: Ivan de Melo Araújo – Diretor Adjunto: Guido Arturo Palomba
Conselho Cultural: Duílio Crispim Farina [presidente (in memorian)] – Celso Carlos de Campos GuerraJosé Roberto de Souza Baratella – Rubens Sergio Góes – Rui Telles Pereira
Cinemateca: Wimer Botura Júnior – Pinacoteca: Aldir Mendes de Souza
Museu de História da Medicina: Jorge Michalany – Coordenação Musical: Dartiu Xavier da Silveira
O Suplemento Cultural somente publica matérias assinadas, as quais não são de responsabilidade da Associação Paulista de Medicina.
Analogias em medicinaJosé de Souza Andrade Filho
quanto apenas um terço das plaquetas produzidas é ar-mazenado normalmente por um determinado períodono baço, na esplenomegalia maciça até 90% do reserva-tório total das plaquetas pode ser capturada neste ór-gão (seqüestro plaquetário).
Ainda dentro dos distúrbios hematológicos, há as de-nominadas crises de seqüestração na anemia falciforme:hemoglobinopatia hereditária, com alteração da formadas hemácias. As crises de seqüestro das hemácias ocorremem crianças com o baço intacto. Quando a seqüestraçãoé acentuada, nota-se rápida esplenomegalia, hipovolemiae choque, requerendo transfusão de sangue.
Alguns autores descrevem o seqüestro pagético nos por-tadores de doença de Paget óssea (osteíte deformante),que, ocasionalmente, apresentam sintomas de tontura,visto que o sangue é desviado do sistema carótido in-terno para os ossos, privando o cérebro de vasculariza-ção satisfatória. Sabe-se que nesta doença há aumentosignificativo de fluxo sangüíneo para o esqueleto.
Em psicologia, temos a síndrome de Estocolmo, quando oseqüestrado mostra sentimento de simpatia pelos seqües-tradores. A síndrome recebeu esse nome por causa dofamoso assalto em um banco de Estocolmo, Suécia, entre23 e 28 de agosto de 1973. Neste caso, as vítimas defen-deram seus seqüestradores, mesmo após a prisão deles. Otermo foi criado pelo criminólogo e psicólogo Nils Beje-rot, que se referiu à síndrome em uma reportagem.
Segundo outra fonte, a síndrome de Estocolmo re-velou-se pela primeira vez naquela cidade quando umdiplomata alemão ocidental, seqüestrado e devolvido,declarou simpatia pelo grupo terrorista Baader-Meinhoff(Novo Dicionário Aurélio, Jornal do Brasil, 5.11.1985).
José de Souza Andrade FilhoPatologista, membro da Academia Mineira
de Medicina e professor de Anatomia Patológicada Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais
Seqüestro é o ato ou efeito de pôr à parte,insular, afastar; tomar com violência; crime que consisteem reter ilegalmente alguém, privando-o de sua liber-dade. Infelizmente, é o que tem ocorrido com freqüên-cia assustadora em nosso país.
A conotação ou o sentido de seqüestro está presenteem algumas situações patológicas. Uma das mais comunsrefere-se à porção de tecido desvitalizado, principal-mente de tecido ósseo, que, no decurso de inflamação enecrose, fica destacado ou isolado da parte sã: é o seqüestro
ósseo, visto, sobretudo, em casos de osteomielite provocadapelo S. aureus. A tuberculose osteoarticular pode tambémprovocar focos de necrose óssea nas extremidades opostasde uma articulação, como nas regiões distal do fêmur eproximal da tíbia, e que acabam por ficar isolados dotecido vivo adjacente, criando a imagem radiológica deseqüestro em beijo.
Em pneumologia, há o seqüestro pulmonar, consideradoum defeito do desenvolvimento e definido como massade tecido pulmonar anormal, sem comunicação com aárvore traqueobrônquica, recebendo suprimento sanguí-neo através de uma artéria sistêmica. Divide-se em doistipos: o seqüestro extralobar, que se caracteriza por massapulmonar fora do revestimento da pleura visceral, po-dendo ser torácico ou extratorácico, sendo mais encon-trado nos primeiros seis meses de vida e associado aoutras malformações; e o seqüestro intralobar, que fica con-tido dentro da pleura visceral. Atualmente, parece tratar-se não de anomalia do desenvolvimento, mas de lesãopós-infecciosa. Ao exame microscópico, observa-se massaatelectasiada com múltiplos cistos, revestidos por epitéliocúbico ou colunar e com sinais inflamatórios (baseado,em parte, em Bogliolo-Patologia. 6. ed. Guanabara-Koogan).
Com relação ao baço, pode haver o chamado seqües-
tro esplênico, isto é, o isolamento de porção do baço, bemcomo o aprisionamento de plaquetas na polpa esplêni-ca, em casos de hiperesplenismo. Este é síndrome quetem as funções esplênicas exacerbadas, com reduçãodos elementos sangüíneos, incluindo as plaquetas. En-
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