alessandra da silva martins - unir · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15...

53
ALESSANDRA DA SILVA MARTINS Análises de Impacto Ambiental através do Estudo de Parâmetros Físico-Químicos e Bacteriológicos no Igarapé Próximo do Campus da UNIR sob Influência do Lixão Municipal. Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Biológicas da Fundação Universidade Federal de Rondônia, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas. Porto Velho-RO 2006

Upload: others

Post on 08-Apr-2021

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

ALESSANDRA DA SILVA MARTINS

Análises de Impacto Ambiental através do Estudo de Parâmetros Físico-Químicos e Bacteriológicos no Igarapé Próximo do Campus da UNIR sob Influência do Lixão

Municipal.

Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Biológicas da Fundação Universidade Federal de Rondônia, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas.

Porto Velho-RO 2006

Page 2: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

ALESSANDRA DA SILVA MARTINS

Análises de Impacto Ambiental através do Estudo de Parâmetros Físico-Químicos e Bacteriológicos no Igarapé Próximo do Campus da UNIR sob Influência do Lixão

Municipal.

Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Biológicas da Fundação Universidade Federal de Rondônia, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas. Área de Concentração: Microbiologia Ambiental Orientador: Prof. Dr. José Vicente Elias Bernardi.

Porto Velho-RO 2006

Page 3: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

ii

FICHA CATALOGRÁFICA

MARTINS, A. S. Análises de impacto ambiental através do estudo de parâmetros físico-químicos e bacteriológicos no igarapé próximo do campus da UNIR sob influência do lixão municipal. / Alessandra da Silva Martins. Porto Velho: s.n., 2006 x, 52p. Orientador: José Vicente Elias Bernardi. Monografia – Departamento de Ciências Biológicas da Fundação Universidade Federal de Rondônia. 1. Coliformes fecais 2.Qualidade da água 3. Chorume 4.Parâmetros físico-químicos

Page 4: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

iii

ANÁLISES DE IMPACTO AMBIENTAL ATRAVÉS DO ESTUDO DE PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS E BACTERIOLÓGICOS NO IGARAPÉ

PRÓXIMO DO CAMPUS DA UNIR SOB INFLUÊNCIA DO LIXÃO MUNICIPAL.

ALESSANDRA DA SILVA MARTINS

BANCA EXAMINADORA ______________________________________________ (Drº José Vicente Elias Bernardi) ______________________________________________ (Drº. Wanderley Rodrigues Bastos) ______________________________________________ (Dra. Marisa Gomes Reis)

Monografia defendida e aprovada em ____/____/____

Page 5: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

iv

DEDICATÓRIA

Aos meus pais José e Luzia, pelo apoio e amor, ao meu querido esposo Rafael com todo amor e aos meus irmãos que mesmo distante sempre estiveram comigo.

Page 6: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

v

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar por ter me dado à vida e por ter me dado forças para

seguir em frente nesta minha caminhada;

Ao meu orientador Profº. Dr. José Vicente Elias Bernardi por ter me dado chances de

fazer algo inédito na universidade, pelas brincadeiras engraçadas e pelo esforço de me apoiar

em meu trabalho;

Ao Profº. Dr.Wanderley Rodrigues Bastos, pela orientação, e por abrir novos caminhos

para minha área, a amizade, os conselhos sempre foram bem recebidos por mim;

Ao Laboratório de Análises Ambientais na (SEDAM); Herbert e ao Lindoval pela boa

recepção e amizade;

A minha família, em especial a minha mãe Luzia e ao meu pai José, por tudo que

fizeram por mim em toda a vida, desde a educação ao incentivo e apoio, pois eles querem que

eu viva bem com um bom emprego e saudável; ao meu querido esposo Rafael pela paciência,

compreensão nas horas boas e ruins, a ele devo toda minha felicidade e é o responsável por eu

estar concluindo o curso; aos meus irmãos: Adriana, Márcio e Marcos (Marquinho) que

também sempre fizeram de tudo para eu continuar na minha caminhada.

Aos meus avós que amo muito, sempre me incentivaram e tiveram orgulho de mim. As

minhas amigas de Humaitá: Rejanne (Dane), Lectícia (Leite), Simone (Zui), Necy que me

apoiaram muito mesmo.

Aos meus amigos de Humaitá que moram em Porto Velho que me apoiaram muito:

Márcio e Ane;

A toda equipe do Laboratório de Biogeoquímica Ambiental; Elisabete (Beta) que me

ajudou com análises e por todo carinho, Ronaldo Cavalcante que sempre me incentivou e me

ajudou muito com minhas análises, Ronaldo de Almeida por ter me ajudado em campo e pela

Page 7: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

vi

paciência e amizade, Greiscyléia, Darly, Janeide, Cibelle, Giseli, Ynhaná, Thiago, Dario pela

amizade e momentos de descontração e amizade;

Aos Profº. Wanderley, Vicente, Áurea, Lafayete, Mário, Carol, Manuela, Mariluce,

Patrícia e Elizabeth pelos conhecimentos transmitidos, nunca vou esquecê-los, pois fizeram

parte de minha vida e aos outros professores de Departamento de Biologia que também

contribuíram para minha formação;

Aos meus amigos de turma: Graciela, que é muito especial para mim; Adriana, Virginia,

Ana Cristina, Camila, Alice, Cínthia, Semíriam, pelos momentos de descontração e pela

amizade;

Page 8: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

vii

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ix

LISTA DE FIGURAS x

RESUMO xi

ABSTRACT xii

1. INTRODUÇÃO 01

2. OBJETIVOS 03

2.2.GERAL 03

2.3. ESPECÍFICOS 03

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 04

3.1. POLUIÇÃO FÍSICA 04

3.2. POLUIÇÃO QUÍMICA 04

3.3. POLUIÇÃO BIOQUÍMICA 05

3.4. POLUIÇÃO BIOLÓGICA 06

3.4.1.COLIFORMES TOTAIS 07

3.5. PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DA ÁGUA 08

3.5.1.TEMPERATURA DA ÁGUA 08

3.5.2. POTENCIAL HIDROGIÊONICO (pH) 08

3.5.3. CONDUTIVIDADE ELÉTRICA 09

3.5.4. OXIGÊNIO DISSOLVIDO 09

3.5.5. DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO 10

3.5.6. NITROGÊNIO AMONIACAL (AMÔNIA) 10

3.5.7. FENÓIS 10

3.5.8. SULFETO DE HIDROGÊNIO 11

Page 9: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

viii

4. MATERIAIS E MÉTODOS 12

4.1. ÁREA DE TRABALHO 12

4.2. METÓDOS 15

4.2.2. BACTERIOLÓGICO 15

4.2.3. PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS 19

4.2.4. ANÁLISE ESTATÍSTICA MULTIVARIADA (PCA) 20

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 23

6. CONCLUSÕES 31

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 33

8. ANEXO 39

Page 10: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

ix

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 - Padrões de Balneabilidade através da Resolução CONAMA nº 274, de 29

de novembro de 2000.

24

Tabela 02 - Estatística descritiva das variáveis ambientais e microbiológicas do igarapé

próximo da UNIR.

26

Tabela 03 - Peso (loadings) de cada variável para as duas principais componentes e a

porcentagem de variância explicada de cada componente nos períodos de vazante e

cheia.

27

Page 11: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Igarapé (ponto 3). 12

Figura 02 - Igarapé, (ponto 4). 13

Figura 03 - Igarapé (ponto 5). 13

Figura 04 - Área de estudo. 14

Figura 05 - Armazenagem amostras d’água. 16

Figura 06 - Método de membrana filtrante. 17

Figura 07 - Procedimento membrana filtrante. 18

Figura 08 - Placa com colônias de coliformes fecais (E.coli) e coliformes totais. 18

Figura 9 – Organograma com parâmetros analisados in loco. 19

Figura 10 – Organograma análises laboratoriais. 20

Figura 11 – Número de Coliformes Fecais na vazante e cheia. 23

Figura 12 – Porcentagem de Coliformes Totais na vazante e cheia. 24

Figura 13 – Distribuição espacial dos escores nas componentes principais no período

de cheia e vazante.

26

Page 12: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

xi

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a quantidade de coliformes fecais e

coliformes totais em 100/mL por diluição e monitorar os parâmetros físico-químicos no

igarapé próximo ao Campus UNIR. As amostras de água foram coletadas nos meses de abril

de 2005 (primeira coleta), julho de 2005 (segunda coleta), setembro de 2005 (terceira coleta),

novembro de 2005 (quarta coleta), janeiro de 2006 (quinta coleta) e março de 2006 (sexta

coleta), no igarapé. As análises bacteriológicas foram realizadas pelo método membrana

filtrante e o meio de cultura CHROMOCULT. Os parâmetros físico-químicos foram

realizados in locu, onde DQO foi realizado em laboratório, pois foi utilizado o método de

retrotitulação com permanganato de potássio; fenol (padrão 1), sulfeto (acezin ) e amônia

(amônia padrão) foram realizados pelo método colorímetro. Os valores obtidos de coliformes

para balneabilidade encontraram-se pouco acima do enquadramento satisfatório com média de

1.460 por 100/mL d’água. Os valores dos parâmetros também se destacaram muito na época

de cheia devido à alta carga de resíduos que é lançado no igarapé. Os maiores valores tanto de

coliformes quanto nos parâmetros físico-químicos foram encontrados nos pontos mais

próximos do lixão. Desta forma pode-se inferir sobre a influência lixão no igarapé.

PALAVRAS-CHAVE: 1. Coliformes fecais 2.Qualidade da água 3. Chorume 4.Parâmetros

físico-químicos.

Page 13: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

xii

ABSTRACT

The present work had as objective to evaluate the amount of fecais coliforms and coliforms

totals in 100/mL for dilution and to monitor the parameters physicist-chemistries in the next

narrow river to the Campus TO JOIN. The water samples had been collected in the months of

April of 2005 (first collection), July of 2005 (second collection), September of 2005 (third

collection), of 2005 (fourth collection) 2006 (fifth collection) March and, November January

of 2006 (sixth collection), in the narrow river. The bacteriological analyses had been carried

through by the method filter membrane and the way of culture CHROMOCULT. He

parameters physicist-chemistries had been carried through in locu, where DQO was carried

through in laboratory, therefore the method of retrotitulação with permanganato of potassium

was used; phenol (standard 1), sulfheto (acezin) and ammonia (ammonia standard) had been

carried through by the method colorimeter. The gotten values of coliforms for balneabilidade

had met little above of the satisfactory framing with average of 1.460 for 100/mL water. The

dos values parameters had been distinguished also very na time of full which had à high load

of residues that is launched no narrow river. The biggest values in such a way of coliforms

how much in the parameters physicist-chemistries they had been found in the points next to

the garbage publicaria. Of this form garbage publicaria in the narrow river can be inferred on

the influence.

KEYWORDS: 1.Coliforms fecais 2. Quality of the water 3. Chorume 4. Parameters

physicist-chemistri

Page 14: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

1

1. INTRODUÇÃO

"A água é o constituinte mais característico da terra. Ingrediente essencial

da vida, a água é talvez o recurso mais precioso que a terra fornece à humanidade.

Embora se observe pelos países mundo afora tanta negligência e tanta falta de visão

em relação a este recurso, é de se esperar que os seres humanos tenham pela água

grande respeito, que procurem manter seus reservatórios naturais e salvaguardar sua

pureza. De fato, o futuro da espécie humana e de outras espécies pode ficar

comprometido a menos que haja uma melhora significativa na administração dos

recursos hídricos terrestres" (MAURITS LA RIVIÉRE, 2006).

No Brasil, a maioria dos ecossistemas aquáticos recebe toda a espécie de

impactos oriundos da atividade humana, sendo prováveis exceções algumas áreas da

bacia amazônica e corpos d'água situados em localidades bastante isoladas. Nosso

país possui uma ampla rede hidrográfica em relação a outros paises, e 51% dos

sistemas existentes para a captação de águas de abastecimento estão localizadas em

rios, nos quais são lançados cerca de 92% dos esgotos gerados nas grandes regiões

(TUNDISI & BARBOSA, 1995).

Embora a água seja considerada recurso abundante, existe áreas muito

carentes a ponto de transformá-la em um bem limitado às necessidades do homem.

Normalmente, a sua escassez é muito mais grave em regiões onde o desenvolvimento

ocorreu de forma desordenada, provocando a deterioração das águas disponíveis,

devido ao lançamento indiscriminado de esgotos domésticos, despejos industriais,

agrotóxicos e outros poluentes (MOITA & CUDO, 1991).

Os lixões respondem pelo destino final cerca de 21,2% de todo resíduo

produzido no Brasil e se caracterizam por serem depósitos a céu aberto onde o lixo é

Page 15: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

2

apenas dispensado, sem nenhum tratamento dos resíduos da decomposição. Por isso,

há alta contaminação do solo e da região ao redor desses lixões, e contaminação do

lençol freático pela percolação do chorume no solo (PIRATOBA et al, 2001).

Nos dias atuais, pode-se afirmar que os maiores problemas ambientais de

Rondônia estão associados à ausência de saneamento básico: drenagem urbana,

coleta e disposição de resíduos sólidos, esgotamento e tratamento de dejetos

domésticos e industriais e abastecimento de água potável. Este quadro acarreta uma

precária qualidade de vida à população e torna as enfermidades parasitárias e

infecciosas um verdadeiro desafio para o governo rondoniense (KRAKOVICS,

2002).

O município de Porto Velho-RO não é uma exceção na situação geral

encontrada no Brasil, e tem a disposição de seu lixo realizada à semelhança de

vazadouro, onde o mesmo é descartado no local da lixeira, sem qualquer técnica ou

tratamento. Sendo que não foi realizado nenhum estudo técnico prévio para escolha

daquela área e, tampouco montada, antes de sua instalação, uma infra-estrutura que

fosse capaz de evitar os danos conseqüentes da disposição de grandes quantidades

diárias de lixo (NEUBAUER et al 1999).

Por conter substâncias de alto teor energético e, por oferecer

disponibilidade simultânea de água, alimento e abrigo, os resíduos das atividades

humanas são preferidos por inúmeros organismos vivos, a ponto de algumas espécies

o utilizarem como nicho ecológico (LIMA, 1983). Este trabalho tem como

“hipótese” a avaliação bacteriológica de coliformes totais e de alguns parâmetros

físico-químicos, tais com: oxigênio dissolvido, pH, condutividade elétrica,

temperatura da água e do ar, demanda química de oxigênio (D.Q.O), amônia, fenol e

sulfeto.

Page 16: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

3

2. OBJETIVOS

2.1. Geral

• Diagnosticar variáveis de parâmetros físico-químicos com variáveis

microbiológicas através da Análise Multivariada (PCA).

2.2. Específicos

• Determinar através do método membrana filtrante a quantificação de

coliformes fecais e coliformes totais para balneabilidade.

• Analisar parâmetros físico-químicos para avaliar alterações no corpo d’água.

Page 17: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

4

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Podemos classificar os danos causados pela disposição do lixo em cursos

d’água da seguinte forma: poluições físicas, químicas, bioquímicas e biológicas.

3.1. Poluição física

Os mecanismos de poluição das águas são desenvolvidos a partir do

momento em que resíduos industriais e domésticos são lançados nos cursos d’água,

causando uma série de perturbações físicas. Estas perturbações são verificadas nas

variações do gradiente de temperatura, sedimentos inertes; e ainda podem trazer

impactos mais graves ao meio aquático, como por exemplo, a possível quebra do

ciclo vital das espécies, tornando a água biologicamente estéril (LIMA, 1983).

O aumento da temperatura da água diminui a quantidade de oxigênio que

ela pode reter em solução. Desta forma, os seres que habitam o meio aquático

necessitam consumir maiores volumes de água para conseguir o oxigênio exigido

pelo metabolismo.

3.2. Poluição química

A poluição química dos recursos hídricos surge, em função de resíduos

industriais não-biodegradáveis e resíduos tóxicos, e pelo uso intensivo de herbicidas,

fungicidas etc.

Os resultados deste fenômeno podem ser verificados nos próprios locais

de despejo ou a determinadas distâncias. As formas aparentes de revelação deste

Page 18: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

5

processo são verificadas através da mudança de coloração das águas, da formação de

correntes ácidas, águas tóxicas (LIMA, 1983).

3.3. Poluição bioquímica

A poluição das águas superficiais ou subterrâneas pelo lixo é propiciada

por uma série de fenômenos naturais como a lixiviação, percolação e arrastamento. A

primeira conseqüência é a redução do nível de oxigênio presente na água.

Dependendo da intensidade deste processo, muitos danos podem ocorrer inclusive à

completa extinção da fauna e flora aquática (LIMA, 1983).

No caso específico do lixo, as águas das chuvas, percolando através da

massa de resíduos, transportam um líquido de cor negra, denominado chorume ou

sumeiro, característico dos materiais orgânicos em decomposição. O chorume

provém de três fontes principais:

a) umidade natural do lixo, que se agrava sensivelmente nos períodos de chuva;

b) água de constituição dos vários materiais, que sobra durante a decomposição;

c) líquido proveniente da dissolução de matéria orgânica pelas enzimas expelidas

pelas bactérias (LUZ, 1969).

A descarga do chorume nas águas provoca depressão do nível de

oxigênio, elevando a DBO (demanda bioquímica de oxigênio). Quando o oxigênio

desaparece ou é reduzido a níveis baixos, os organismos aeróbios são quase que

totalmente exterminados, cedendo lugar aos anaeróbios, responsáveis pelo

desprendimento de gases (LUZ, 1969).

Mesmo após parar de receber lixo o aterro continua a produzir chorume

por cerca de 50 anos (AL-MUZAINI, 1995). Sua composição físico-química é

Page 19: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

6

extremamente variável dependendo de vários fatores que vão desde as condições

ambientais locais, tempo de disposição, forma de operação do aterro e até

características do próprio despejo (SERAFIM et al, 2003). O chorume pode conter

altas concentrações de sólidos suspensos, metais pesados, compostos orgânicos

originados da degradação de substâncias. Por apresentar substâncias altamente

solúveis, pode contaminar as águas do subsolo nas proximidades do aterro. A

presença do chorume em águas subterrâneas pode ter conseqüências extremamente

sérias para o meio ambiente e para a saúde pública por apresentar compostos

altamente tóxicos. Sua toxicidade não pode ser associada a uma substância

isoladamente e nem a soma de todas as substâncias presentes, mas sim ao efeito

sinérgico entre as diferentes substâncias existentes (SERAFIM et al, 2003). O

chorume é bem mais agressivo que esgoto e precisa de um tratamento adequado. O

tratamento de chorume é uma medida de proteção ambiental, de manutenção da

estabilidade do aterro e uma forma de garantir uma melhor qualidade de vida para a

população local.

3.4. Poluição biológica

Normalmente um corpo d’água é habitado por muitos seres vivos entre os

quais podemos incluir os microrganismos (bactérias) que se alimentam de matéria

orgânica (responsáveis pela limpeza do rio). Além dos microrganismos próprios dos

rios, o mesmo recebe outras bactérias procedentes de cargas de esgotos que podem

prejudicar seriamente a saúde da população que faz uso desta água para seu consumo

diário. Essas bactérias são chamadas de coliformes (SERAFIM et al, 2003).

Page 20: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

7

3.4.1. Coliformes Totais

Pertencem à família Enterobacteriaceae, tendo como principais gêneros a

Escherichia, Salmonella, Shigella, Citrobacter, Klebsiella e Enterobacter, Proteus,

Serratia embora vários outros gêneros pertençam ao grupo (PELCZAR et al, 1981).

Os coliformes são definidos como bastonetes Gram-negativos, aeróbias

ou anaeróbias facultativas, não esporuladas, que fermentam lactose com formação de

ácido e gás dentro de 48h a 35°C, presentes nas fezes de animais homeotermos,

indicando indiretamente a presença de fezes humanas (PRESCOTT et al 1996).

Os Coliformes Fecais são constituídos em sua maior parte pela bactéria

patogênica Escherichia coli, que tem seu “habitat” exclusivo no trato intestinal do

homem e de outros animais (EMBRAPA, 2005). Cada pessoa excreta cerca de dois

bilhões dessas bactérias por dia. Por isso, esse grupo assume importância como

parâmetro indicador da possibilidade da existência de microorganismos patogênicos,

responsáveis pela transmissão de doenças de veiculação hídrica, tais como febre

tifóide, febre paratifóide, desinteria bacilar e cólera (PELCZAR et al 1981). Estas

doenças são de grande importância devido a sua alta patogenicidade no ser humano e

sua abrangência mundial, além de serem reinfectantes, devido a sua grande variação

antigênica (PELCZAR et al 1981). Mas não se pode afirmar que estas bactérias vão

causar algum tipo de patogenicidade.

Page 21: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

8

Os Coliformes Não Fecais são constituídos pelos gêneros Citrobacter,

Enterobacter e Klebsiella, que estão presentes no solo e nos vegetais. Desta forma,

não é possível afirmar categoricamente que uma amostra de água com resultado

positivo para coliformes totais tenha entrado em contato com fezes (JAWETZ,

1989). Então Coliformes Totais = Coliformes Fecais + Coliformes Não Fecais

3.5. Parâmetros físico-químicos da água

3.5.1. Temperatura da água

A temperatura desempenha um papel principal de controle no meio

aquático, condicionando as influências de uma série de parâmetros físicos e

químicos. Organismos aquáticos possuem limites de tolerância térmica superior e

inferior, pois dependem de temperaturas ótimas para crescimento (CETESB, 2005).

3.5.2. Potencial hidrogeniônico (pH)

O pH (potencial hidrogeniônico) - É a proporção entre as concentrações

de íons hidrogênio (H+) e íons hidroxila (OH-), ou seja, acidez ou alcalinidade. A

escala de valores vai de 0 a 14, sendo 7 o pH neutro, em que as concentrações de H+

e OH- são iguais. Valores de pH abaixo de 7 indicam acidez e acima, alcalinidade. O

maior responsável por sua variação é o ácido carbônico, proveniente do gás

carbônico produzido pelo plâncton durante a respiração, o qual, quando em excesso,

torna o pH ácido e, quando em baixa quantidade, torna o pH alcalino ou básico

(FERREIRA, 2003).

Page 22: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

9

3.5.3. Condutividade elétrica

A condutividade é uma expressão numérica da capacidade de uma água

conduzir a corrente elétrica. Depende das concentrações iônicas e da temperatura,

indica a quantidade de sais existentes na coluna d'água, à medida que mais sólidos

dissolvidos são adicionados, a condutividade da água aumenta.

A condutividade também fornece uma boa indicação das modificações na

composição de uma água, especialmente na sua concentração mineral, mas não

fornece nenhuma indicação das quantidades relativas dos vários componentes

(CETESB, 2005).

3.5.4. Oxigênio dissolvido (O.D)

Dentre os gases dissolvidos na água, o oxigênio (O2), é um dos mais

importantes na dinâmica e na caracterização de ecossistemas aquáticos As principais

fontes de oxigênio para a água são a atmosfera e a fotossíntese. Por outro lado, as

perdas são: o consumo pela decomposição de matéria orgânica (oxidação), perdas

para a atmosfera, respiração de organismos aquáticos e oxidação de íons metálicos

como, por exemplo, o ferro e o manganês (ESTEVES, 1998).

A solubilidade do oxigênio na água, como todos os gases, depende de

dois fatores principais: temperatura e pressão. Assim, com a elevação da temperatura

e diminuição da pressão, ocorre redução e solubilidade do oxigênio na água

(ESTEVES, 1998).

Page 23: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

10

3.5.5. Demanda química de oxigênio (D.Q.O)

A Demanda química de oxigênio é a quantidade de oxigênio necessária

para oxidação da matéria orgânica através de um agente químico (CETESB, 2005). É

utilizado para que se possa obter uma quantidade aproximada de matéria orgânica

presente na água.

3.5.6. Nitrogênio Amoniacal (amônia)

A amônia presente nos ambientes aquáticos possui diversas origens,

dentre elas, a excreção dos organismos, a mineralização da matéria orgânica por

bactérias heterotróficas e fontes externas como descargas de efluentes orgânicos e

fertilizantes (RUSSO, 1985).

Amônia é uma substância tóxica não persistente e não cumulativa e, sua

concentração, que normalmente é baixa, não causa nenhum dano fisiológico aos

seres humanos e animais. É formada no processo de decomposição de matéria

orgânica (uréia - amônia). Em locais poluídos seu teor costuma ser alto. O caminho

de decomposição das substâncias orgânicas nitrogenadas é chegar ao nitrato,

passando primeiro pelo estágio de amônia onde a presença desta indica uma

contaminação recente (CETESB, 2005).

3.5.7. Fenóis

Os fenóis são compostos orgânicos que apresentam alta solubilidade em

água devido à presença de grupos hidroxilas (OH-) ligada diretamente a um átomo de

Page 24: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

11

carbono num anel benzênico tornando-se ácidos. É um dos principais resíduos das

refinarias de óleo, indústrias de plástico, tintas e pesticidas (SILVA, E. R. & ASSIS,

O. B. G., 2004). Mesmo em baixas concentrações são tóxicos, causando dano à fauna

e à flora e prejudicando a saúde (FILHO et al, 2002).

3.5.8. Sulfeto

A biodegradabilidade anaeróbia de certos efluentes torna-se difícil por

causa da alta concentração de sulfato presente na sua composição, principalmente

quando as relações DQO/sulfato são baixas. Estes efluentes fazem uso de ácido

sulfúrico ou de matérias primas ricas em sulfato (fermentação, indústria pesqueira),

ou ainda, de compostos reduzidos de enxofre, tais como sulfeto (curtume,

polpeamento Kraft). Nestes casos o sulfato atua como aceptor final de elétrons para

um grupo de bactérias que pode associar a oxidação de compostos orgânicos

reduzidos à redução de sulfato à sulfeto de hidrogênio (H2S), o qual é excretado

como produto final do metabolismo. Este processo é conhecido como redução de

sulfato e as bactérias envolvidas são conhecidas como bactérias redutoras de sulfato

(BRS) (SOUZA et al, 2005).

Page 25: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

12

4. MATERIAIS E METÓDOS

4.1. ÁREA DE TRABALHO

O Igarapé estudado está localizado entre a Universidade Federal de

Rondônia que está a 9,5 km da cidade de Porto Velho e o Lixão Municipal a 13 km,

ambos na margem direita da Br 364, sentido Rio Branco (NEUBAUER et al, 1.999).

O igarapé nasce próximo ao lixão e deságua no igarapé Mato Grosso

seguindo em direção ao rio Madeira.

Geomorfologicamente situa no Planalto Rebaixado da Amazônia, com

áreas aplainadas e relevos dissecados, com interflúvios tabulares, cuja altimetria situa

entre 200 e 250m. Apresenta floresta ombrófila aberta com clima equatorial

predominante (NEUBAUER et al, 1.999).

Figura 01 – igarapé (ponto 3)

Page 26: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

13

Figura 02 – igarapé (ponto 4)

Figura 03 - igarapé (ponto 5)

Page 27: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

14

Deixar em branco

Page 28: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

15

4.2. METÓDOS

4.2.1. Desenho amostral

Para a realização deste trabalho estabeleceu seis pontos amostrais. A

localização geográfica de cada ponto amostrado foi determinada utilizando receptor

de GPS (Sistema de Posicionamento Global), modelo GARMIN’ XL12.

Os pontos em seqüência 1 a 5 fazem parte do igarapé principal e o ponto

6 faz parte de um pequeno igarapé que foi utilizado como referência. O ponto 1,

ponto 2 e o ponto 3 (Figura 01) estão mais próximos do lixão e o ponto 3 caracteriza

uma área alagadiça; o ponto 4 (Figura 02) é uma área sem vegetação de margem; o

ponto 5 (Figura 03) é uma área onde foi alterada por moradores da região.

Para confecção do mapa foi utilizada a base cartográfica da SEDAM

1/100.000 no programa ArcView GIS versão 3.2.

4.2.2. Bacteriológico

● COLETAS – De acordo com a sazonalidade da região as coletas foram realizadas

bimestralmente, em cinco pontos ao longo do igarapé principal, um sexto ponto foi

obtido como controle, pois este é somente um pequeno igarapé isolado.

O período de cheia engloba os meses de janeiro, março a novembro; o

período de vazante marca os meses de abril, julho a setembro (GOLDING, 1980).

Para análise bacteriológica a água foi coletada em garrafas de água

mineral, onde a água mineral foi descartada para coletar as amostras, (não foi

realizada análise da água mineral). As amostras foram armazenadas numa caixa de

Page 29: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

16

isopor contendo gelo para manter a preservação bacteriológica até a análise (Figura

05).

Figura 05 - Armazenagem amostras d’água.

● ANÁLISE – Foi utilizado a técnica de membrana filtrante e o meio de cultura

CHROMOCULT COLIFORM AGAR- (MERCK) por ser um meio simples,

econômico e por apresentar resultados rápidos.

O CHROMOCULT é uma combinação de dois substratos cromogênicos

(Salmon-GAL e X-glicuronídeo - substratos enzimáticos sintéticos) que possibilita a

detecção de coliformes totais e fecais (E. coli), em uma mesma placa que é

diferenciada pela cor. Os coliformes totais caracterizam colônias vermelhas e os

coliformes fecais caracterizam colônia azul escura ou violetas (Figura 08). Os

resultados são obtidos após a incubação de 24 horas através da contagem das

colônias que foram realizadas por lupa (PRO-ANALISE, 2005).

O meio de cultura CHROMOCULT COLIFORM AGAR é aprovado e

certificado pelo USEPA (UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION

AGENCY) (MERSE, 2005).

Page 30: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

17

Figura 06 - Método de membrana filtrante.

No laboratório a análise inicia com a diluição de 100/mL, onde se pegou

1mL da amostra aferindo a 100/mL de água deionizada passando em seguida pelo

processo de filtração da amostra através de membrana filtrante de acetato de celulose

(Millipore), de 0,45 µm de porosidade (Figura 06). A seguir, as membranas foram

colocadas sobre o meio de cultura chromocult. Incubaram-se as placas de ágar

CHROMOCULT a 37ºC/24h, observando-se a presença de coliformes totais

(colônias rosa) e de coliformes fecais (E. coli) (colônias azuis), expressando-se o

resultado em número mais provável (NMP/100mL) de amostra (Figura 07). A partir

da contagem destas colônias, calcula-se a densidade de coliformes presentes na

amostra, multiplicando pela quantidade de diluição (100/mL), onde para obter o

número de coliformes totais, soma-se coliformes fecais e coliformes não fecais

(CETESB1, 1987).

CF X 100 e NF X 100

CT= CF + NF

CF – Coliformes Fecais

NF – Coliformes Não Fecais e CT – Coliformes Totais

Page 31: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

18

Figura 07 - Procedimento membrana filtrante (PRO-ANALISE, 2006)

Figura 08 - Placa com colônias de coliformes fecais (E.coli) e coliformes totais

(PRO-ANALISE, 2006)

Page 32: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

19

4.2.3. Parâmetros físico-químicos

Os parâmetros físico-químicos foram medidos “in loco”, as variáveis,

oxigênio dissolvido, condutividade, temperatura da água e pH através do método

potenciométrico: SCHOTT– pH/mV Meter-handylab1); DQO (demanda química de

oxigênio) foi medido laboratório pelo do método de retrotitulação com permanganato

de potássio (CETESB, 1987). Amônia (amônia padrão 1), fenol (padrão 1) e sulfeto

(acezin) foram medidos em laboratório pelo método fotocolorímetro (RUDORFF,

2005) (Figura 09 e 10).

Figura 09 - Organograma c/ parâmetros analisados in loco.

Corpo d’água

Parâmetros Físico-Químicos In loco

pH Oxigênio

Dissolvido

Método Potenciométrico SCHOTT

Condutividade elétrica

Page 33: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

20

Figura 10 - Organograma Análises Laboratoriais

4.2.4. Análise Estatística Multivariada (PCA).

Em estudos ambientais com muitas amostras e variáveis, sejam elas

físicas e/ou biológicas, uma das formas de avaliar mutuamente o conjunto de dados

gerados é a análise estatística multivariada. O propósito desta análise é produzir uma

ordenação das variáveis, em um número pequeno que dê ênfase aos principais

Análises Laboratoriais

Parâmetros Físico-Químicos

Bacteriológica

Sulfeto Amônia Fenol Diluição e Filtração da Água por

Membrana Filtrante (CETESB1 , 1987)

D.Q.O.

Meio de Cultura

Incubadora por 24 horas

Método Retrotitulação com Permanganato de Potássio (CETESB2, 1987)

Método Fotocolorímetro

(RUDORFF, 2005)

Contagem das

colônias

Page 34: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

21

padrões de variação, indicando assim as variáveis de maior importância (LANDIM,

1997).

Entre os métodos da estatística multivariada, a análise das componentes

principais (PCA) vem sendo utilizada com bastante relevância por vários

pesquisadores da área ambiental, (BERNARDI et al., 2001) para ordenação de

variáveis e dedução da importância destas na variação dos dados.

A análise das componentes principais inicia-se com o cálculo dos

autovalores e correspondentes autovetores de uma matriz de variâncias e co-

variâncias ou de correlações entre variáveis. O primeiro autovalor a ser determinado

corresponderá à maior porcentagem da variabilidade total existente no conjunto de

dados, o segundo pela maior variação possível restante, e assim por diante até que

toda a variação do conjunto tenha sido explicada (LANDIM, 2000).

Os autovetores correspondem às componentes principais e é o resultado

do carregamento das variáveis originais em cada um deles. Tais carregamentos

podem ser considerados como uma medida da relativa importância de cada variável

em relação às componentes principais e os respectivos sinais, se positivos ou

negativos, indicam relações diretamente e inversamente proporcionais (BICUDO &

BICUDO, 2004).

A matriz de carregamentos de cada variável nas componentes principais

ao ser multiplicado pela matriz original de dados fornecerá a matriz de contagens

(escores) de cada caso em relação às componentes principais. Esses valores podem

ser dispostos num diagrama de dispersão, em que os eixos são os dois componentes

mais importantes, e mostrar o relacionamento entre os casos condicionados pelas

variáveis medidas (LANDIM, 2000).

Page 35: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

22

A análise de componentes principais é, portanto, uma técnica de

transformação dos dados. Cada variável medida pode ser considerada como um eixo

de variabilidade, estando usualmente correlacionada com outras variáveis. Esta

análise transforma os dados de tal modo a descrever a mesma variabilidade total

existente, com o mesmo número de eixos originais, porém não mais correlacionados

entre si (LANDIM, 1997).

Foram utilizadas as seguintes variáveis: oxigênio dissolvido, saturação de

oxigênio (%), pH, condutividade elétrica, temperatura da água e do ar, amônia, fenol,

sulfeto, coliformes fecais e não fecais (ANEXO, p. 39).

Page 36: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

23

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados de coliformes fecais (E.coli) foram maiores nos meses de

janeiro, março e abril correspondente ao período de cheia. Os meses de janeiro e

março não variaram, entretanto no mês de abril houve um acréscimo de coliformes

fecais (E.coli) como mostra a (Figura 11). No período de vazante (setembro e

novembro) houve um decréscimo de coliformes fecais (E.coli) (Figura 11). O ponto

3 corresponde a uma área alagadiça, comum na região amazônica se destacou

independente da sazonalidade. Destacou também o ponto 6 com baixos índices de

coliformes fecais, isto se deve ao fato deste pequeno igarapé estar isolado. Os

coliformes fecais obtiveram uma média de 1.460/mL (Tabela 02), portanto não se

enquadra na categoria de satisfatória e nem imprópria permanecendo em um meio

termo (Tabela 01).

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

Densidade

abr/05 jul/05 set/05 nov/05 jan/06 Maç/06

Período

Gráfico Coliformes Fecais

Ponto - 1

Ponto - 2

Ponto - 3

Ponto - 4

Ponto - 5

Ponto - 6

Figura 11 – Número de Coliformes Fecais na vazante e cheia.

Page 37: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

24

Tabela 01 - Padrões de Balneabilidade através da Resolução CONAMA nº 274, de

29 de novembro de 2000.

Categoria Coliformes fecais/100ml

Excelente até 250

Muito boa até 500

Satisfatória até 1000

Imprópria > 2500

O número de coliformes totais no período de cheia principalmente nos

meses de janeiro e março teve uma porcentagem alta de 91% indicando a influência

da sazonalidade. Neste período a chuva é mais freqüente, onde há intensa lixiviação

de matéria orgânica que escoa no corpo d’água. Enquanto no período de vazante os

níveis de coliformes totais foram bastante baixos (Figura 12).

1% 2% 3%3%

41%

50%Abril

Julho

Setembro

Novembro

Janeiro

Março

Figura 12 – Porcentagem de Coliformes Totais na vazante e cheia.

Page 38: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

25

Antes da PCA obteve-se a média das variáveis (oxigênio dissolvido, %

oxigênio, pH, temperatura da água e do ar, condutividade elétrica, DQO, amônia,

fenol e sulfeto), no período de cheia e vazante. De acordo com a análise de

Componente Principal separou três grupos como mostra a (Figura 13).

No primeiro grupo está incluído o ponto 1, ponto 2 e o ponto 3;

respectivamente, são os que estão mais próximos do aterro. Esses pontos recebem

influência direta do lixão.

Pode-se dizer que no segundo grupo está o ponto 4 e o ponto 5 que

seguem em seqüência no decorrer do igarapé. Conforme ocorre diluição de água e

quanto mais distante do lixão menor é a influência no corpo d’água.

O ponto 6 isolou-se no terceiro grupo, sendo que este é um pequeno

igarapé que foi utilizado como referência (Figura 13) Neste ponto a condutividade

mostrou-se baixíssima, o oxigênio dissolvido mais elevado e alguns parâmetros que

resultou alto deve-se a pequena diluição (ANEXO p. 39).

Page 39: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

26

Figura 13 - Distribuição espacial dos escores nas componentes principais no período

de cheia e vazante.

Tabela. 02 – Estatística descritiva das variáveis ambientais e microbiológicas do

igarapé próximo da UNIR.

GR 1 GR 3 GR 2

Observations (axes F1 and F2: 88 %)

P6

P5

P4

P3

P2

P1

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6

-- axis F1 (63 %) -->

Variáveis Média Mínimo Máximo Desvio Padrão Coliformes Fecais

100mg/L

1.460

200

3.800

921.113 Coliformes Não Fecais 100mg/L

7.140

1.600

13.100

2839.241

Coliformes Totais 100mg/L

8.600

1.900

14.600

2945.410

Condutividade µs/cm-1

211,53 6,60 418,00 100,314

Oxigênio Dissolvido mg/L

3.16 1 5,7 1,201

pH

6,1 4,07 6,9 0,639

Tº água

24,62 21,1 26,8 1,545

Tº ar

25,58 20,7 31,5 2,631

D.Q.O

3,39 0,32 9,60 1,842

Amônia

3,95 0,71 6,97 1,848

Fenol

11,85 0,23 0,50 14,996

Sulfeto

0,08 0,05 0,16 0,028

Page 40: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

27

A primeira componente principal, combinação linear das variáveis

avaliadas, explicou 63,46% da variância total. A segunda componente principal

explicou 24,52% da variância total, representando, os dois primeiros eixos fatoriais,

87,98% da variância total (Tabela 03).

Tabela. 03 – Peso (loadings) de cada variável para as duas principais componentes e

a porcentagem de variância explicada de cada componente nos períodos de vazante e

cheia.

Variáveis Código Componente 1 Componente 2 Amônia (cheia) AMCH 0,936 0,314

Amônia (seca) AMSC 0,894 0,383

Condutividade (cheia) CODCH 0,997 -0,047 Condutividade (seca) CODSC 0,992 -0,089 Demanda Q. Ox. (cheia) DQOCH 0,137 0,981 Demanda Q. Ox (seca) DQO SC -0,830 0,481 Fenol (cheia) FNCH -0,889 0,136 Fenol (seca) FNSC -0,964 0,244 Oxigênio Dissolvido (cheia) ODCH -0,828 0,512 Oxigênio Dissolvido (seca) ODSC 0,799 0,524 pH (cheia) PHCH 0,953 0,265 pH (seca) PHSC 0,981 -0,170 Sulfeto (cheia) SCH -0,565 0,721 Sulfeto (seca) SSC -0,512 -0,489 Saturação oxigênio (cheia) SOCH -0,751 0,642 Saturação oxigênio (seca) SOSC 0,792 0,596 Tº água (cheia) TAGCH -0,102 -0,920 Tº água (seca) TAGSC 0,915 -0,397 Tº ar (cheia) TARCH -0,102 -0,920 Tº ar (seca) TARSC -0,543 -0,764 Coliformes Fecais (cheia) CFCH 0,934 0,039 Coliformes Fecais (seca) CFSC 0,326 0,090 Não Fecais (cheia) NFCH -0,802 0,477 Não Fecais (seca) NFSC -0,898 -0,091

Autovalor 15,231 5,886 % variância 63,464 24,524

%cumulativo 63,464 87,988

As variáveis que mais se destacaram na primeira componente foram:

amônia (cheia e seca), condutividade elétrica (cheia e seca), DQO (seca), fenol (cheia

Page 41: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

28

e seca), oxigênio dissolvido (cheia e seca), pH (cheia e seca), saturação oxigênio

(cheia e seca), temperatura da água (cheia e seca), coliformes fecais (cheia) e não

fecais (cheia e seca) (Tabela 03). Devido à contribuição destas variáveis ser muito

grande entre elas se destacou a condutividade na cheia com 6,52%, fenol na seca

com 6,10% e pH na seca com 6,32%, esse primeiro eixo foi determinado como

sólidos em suspensão.

Os coliformes fecais (E. coli) fora do seu “habitat natural”, o intestino de

animais homeotermos causam grandes danos quando em contato com outras regiões

internas do corpo (ex.: infecções urinárias de alta patogenicidade). Apresentaram de

grande importância no período de cheia com um peso de (0,934) (Tabela 03). A

predominância desse grupo se deve a evasão de excretas pelas águas das chuvas e

pela lixiviação de chorume que possui alto teor contaminante. Os coliformes fecais

obtiveram uma média de 1.460 colônias/100mL, um mínimo de 200 colônias/100mL

e o máximo de 3.800 colônias/100mL (Tabela 02) ultrapassando os valores da

categoria de satisfatória obedecidos pela Resolução CONAMA 2.000 (Tabela 01).

Os coliformes não fecais apresentam uma ecologia diferente, pois estão

presentes no solo, na vegetação e ainda podem ser encontrados entericamente. Este

grupo se mostrou muito freqüente tanto no período de cheia com peso de (-0,802)

(Tabela 03) como no período de vazante com peso de (-0,898) (Tabela 03) e na

(Tabela 02) pode observar que o mínimo foi de 1.600 colônias/100mL e o máximo

foi de 13.100 colônias/100mL confirmando assim a grande freqüência de Proteus e

Serratia. No período de cheia a grande presença destas bactérias se deve a lixiviação

de matéria orgânica do solo pelas águas das chuvas em direção ao corpo d’água e no

período de vazante se justifica pela grande massa de folhas (matéria orgânica) em

Page 42: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

29

decomposição no leito do igarapé onde nesse período ocorre pouca diluição

favorecendo a proliferação das bactérias.

O oxigênio dissolvido se mostrou baixo com uma média de 3,6 mg/L e

um mínimo de 1 mg/L e o máximo- de 5,7 mg/L (Tabela 02). Obteve pesos de (-

0,828) na vazante e (0,799) na cheia (Tabela 03). A baixa quantidade de O2 na água

se deve a grande presença de matéria orgânica (folhas) disponibilizada pela

vegetação que sofre alterações no período de vazante, é onde ocorre o processo de

decomposição e oxidação no corpo d’água. O oxigênio é muito utilizado por

bactérias no processo de decomposição e está relacionado com a saturação de

oxigênio indicando a quantidade máxima de O2 dissolvido na água.

A condutividade elétrica é um dos parâmetros que mais se destacou. Na

vazante obteve um peso de (0,992) (Tabela 03) e no período de cheia um peso de

(0,997) (Tabela 03). A condutividade se mostrou muito elevada com uma média de

211,53µs/cm-1, um mínimo de 6,60µs/cm-1 e o máximo de 418,00µs/cm-1 (Tabela

02). A grande incidência da condutividade pode está relacionada com a dissolução de

ácidos carbônicos, fulvicos, húmicos e carbonatos resultantes da oxidação da matéria

orgânica na vazante, enquanto que no período de cheia se justifica pela elevada

lixiviação de sólidos em suspensão com grandes quantidades de íons e influência do

chorume que é impactante.

O pH mostrou uma carga de (0,981) (Tabela 03) na vazante e uma carga

de (0,953) (Tabela 03) na cheia; obteve uma média de 6,1 sendo levemente ácido, um

mínimo de 4,07 e o máximo de 6,9 (Tabela 02). Pode relacionar o pH com a

condutividade devido à dissolução de ácidos carbônicos, húmicos e carbonatos.

A amônia é um parâmetro indicador de contaminação recente, esta se

mostrou de grande importância nos períodos de vazante com um peso de (0,894)

Page 43: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

30

(Tabela 03) e no período de cheia com um peso de (0,936) (Tabela 03) ambos na

primeira componente. Obteve uma média de 3,9mg/L, o mínimo de 0,71 e o máximo

de 6,97 (Tabela 02). Foram realizadas somente duas coletas uma na cheia e outra na

vazante.

O fenol mostrou um peso de (-0,964) na cheia (Tabela 03) e na vazante

um peso de (-0,889) (Tabela 03). Obteve uma média de 11,85 mg/L, um mínimo de

0,23 e o máximo de 50. Indica índices de produtos industriais como detergentes,

desodorantes, desinfetantes.

Na segunda componente as varáveis com maiores pesos foram: DQO

(cheia) e temperatura do ar (cheia e seca) (Tabela 03) As variáveis que mais

contribuíram foram D.Q.O. (cheia) com 16,36%, temperatura do ar (cheia) com

14,37% e sulfeto (cheia). Esta componente foi determinada como de ambiente

redutor, devido à sazonalidade onde com freqüentes chuvas nesse período ocorre

uma grande lixiviação de materiais provenientes do solo.

A demanda química de oxigênio (DQO) mostrou importância com um

peso de (0,981) (Tabela 03). Obteve uma média de 3,39mg/L, um mínimo de 0,32 e

o máximo de 9,60 (Tabela 02). Estabelece a quantidade de matéria orgânica presente

no corpo d’água e essa matéria orgânica passa pelo processo de decomposição e

oxidação diminuindo a quantidade de oxigênio no corpo d’água.

A temperatura do ar mostrou a importância de um peso de (-0,920) na

cheia e de (-0,764) na seca, isso se deve a influência da sazonalidade da região.

Obteve uma média de 25, 58, um mínimo de 20,7 e o máximo de 31,5. A temperatura

está associada à variação do tempo na região e tem grande influência na difusão dos

gases (O2) para a água.

Page 44: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

31

6. CONCLUSÕES

A presença de coliformes fecais e coliformes totais é de grande

importância em se tratando de ÁGUA, pois interfere na saúde humana. Por isso,

neste estudo priorizou-se a contagem de bactérias do grupo coliformes e análise de

parâmetros físico-químicos para afirmar da influência do lixão sobre o igarapé.

O presente trabalho permitiu concluir que:

A análise bacteriológica mostrou-se significativa nos pontos mais

próximos do lixão. Os resultados demonstraram que a água do igarapé está sendo

contaminada por coliformes totais. O número de colônias de coliformes

fecais/100mL ultrapassou a categoria de satisfatória para balneabilidade, mas não se

enquadrou como imprópria para balneabilidade, sendo que os maiores valores de

foram encontrados no período de cheia.

A análise das componentes principais das variáveis físico-químicas e

bacteriológicas demonstrou as diferenças quanto à influência sazonal nos dois

períodos amostrados. Observando-se a importância de alguns fatores como a

influência das chuvas na lixiviação de resíduos e escoamento de chorume.

Pode-se afirmar que o igarapé está sendo contaminado pelo chorume e

águas das chuvas que são arrastadas do lixão.

A análise da componente principal foi de grande importância, pois

separou em grupos os pontos onde houve um destaque do grupo mais próximo do

lixão, isto mostrou que a área estudada está recebendo influência direta de

contaminantes como foi observado em algumas variáveis que se destacaram com

elevada importância na análise.

Page 45: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

32

Por estar próximo do igarapé faz-se necessário que autoridades

(prefeitura) retirem o lixão das proximidades da nascente e adotem o sistema de

tratamento de lixo mais eficaz como, por exemplo, tratamento de células coletoras de

chorume, pois a contaminação é permanente.

Page 46: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

33

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Al-MUZAINI, S., BEG. M. U. & MUSLMANI, K Environ. Science Technol., 21:

399-405. 1995.

BERNARDI, J. V. E. Estudo quantitativo da estrutura florestal do Parque Estadual

da Ilha do Cardoso –SP. 2001. Tese de Doutorado em Geociências e Meio Ambiente.

Instituto de Geociências e Ciências Exatas. Universidade Estadual Paulista, Rio

Claro. cap.5; 376 p.

BICUDO, C. E. M. & BICUDO, D. C., 2004. Amostragem em Limnologia. São

Carlos: Editora RIMA Artes e Textos, 371 pág.

CETESB1. Técnica de membrana filtrante em pesquisas microbiológicas. Coord.

Lourivaldo Bernardino (et al). Cuiabá-MG. 1987.

CETESB2, Guia de coleta e preservação de amostras de água. Coord. Edmundo

Garcia Agudo (et al). São Paulo: CETESB.1987.

CETESB

Disponível em: <http://www.cetesb.sp.gov.Br/Agua?rios/variáveis.asp#>

Data de acesso: 21/06/2005

CONAMA, Resolução nº 274, de 29 de novembro de 2000.

Page 47: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

34

Disponível em: http://www.cetesb.sp.gov.br/Agua/praias/res_conama_274_00.pdf

Data de acesso: 2004

EMBRAPA

Disponível em:

http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Pupunha/PalmitoPupunh

eira/glossario.htm

Acessado em: 2005

ESTEVES, F. A. Fundamentos de Limnologia 2ª ed. Interciência. Rio de Janeiro.

602p. 1998.

FERREIRA, C. M. A importância da água e sua utilização em ranários comerciais.

Publicado na revista Panorama da Aqüicultura nº 79, vol. 13, páginas 15 a 17. 2003.

FILHO, O. F., SOUZA, M.G. & VIEIRA, I. C. Determinação espectrofotométrica

por injeção em fluxo de compostos fenólicos em águas residuárias empregando

peroxidase de abobrinha (Cucurbita pepo). Eclética Química. Vol..27.São Paulo.

2002

GOLDING, M. The fish and the forest. Explorations in Amazonian natural history.

University of California Press, Berkeley, Los Angeles. 280p, 1980.

JAWETZ, E. Microbiologia Médica. 18. Ed.Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 519

p. 1989.

Page 48: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

35

KRAKOVICS, F. Diagnóstico Sócio-Econômico do Estado de Rondônia. 2002.

Disponível em: www.rondonia.ro.gov.br/secretarias/seplad/Diag-2002

LANDIM, P. M. B. 1997. Análises estatísticas de dados geológicos multivariados.

Laboratório de Geomática IGCE/UNESP, Rio Claro, Publicação Didática Nº 5.

LANDIM, P. M. B., 2000. Análise estatística de dados geológicos multivariados.

Lab. Geomatemática, DGA, IGCE, UNESP/Rio Claro, Texto Didático 03, 128 pp.

Disponível em http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/textodi.html. Acesso em:

23/01/05.

LIMA, L. M. Q. Tratamento de Lixo 2ªed. Hemus. São Paulo. 1983.

LIMA, A. C. F. Anaerobic sulphatereducing microbial process using UASB reactor

for heavy metals decontamination. Environmental Technology, v. 22, p. 261-270,

2000.

LUZ, F. X. R. Lixo e Limpeza Pública. São Paulo. cap.7: 266p. 1969.

MAURITS LA RIVIÉRE, J. W. PhD em Microbiologia. Delft University of

Technology, Holanda.

Disponível em: www.geocities.com/~esabio/agua/agua

Acessado em: 12/03/2006

Page 49: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

36

MERSE

Disponível em: http://www.merse.com.br/dicas/dicas_04.asp

Acessado em: 2006

MOITA, R. & CUDO, K. Aspectos gerais da qualidade da água no Brasil. In:

Reunião Técnica sobre Qualidade da Água para Consumo Humano e Saúde no

Brasil, 1991, Brasília. Anais. Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria do Meio

Ambiente, 1991. p.1-6.

NEUBAUER, A., POSSARI, I. A., HERRMANN, J. C., SILVA, L. P., SILVEIRA,

M. A. P. A., ROSARIO, N. R. & FEITOSA, S. C., Análise ambiental da lixeira

urbana de Porto Velho, monografia – UNIR, Rondônia, 1999.

PELCZAR, M., REID, R., CHAN, E. Microbiologia. Vol. II; São Paulo; McGraw-

Hill LTDA. 1981.

PIRATOBA M. G., FENZL, N., DIAS, C. T. C., TEIXEIRA, M. O., MORGANE C.

R. O. H. Poluição dos recursos hídricos superficiais por chorume no lixão do Aura

Belém – PA. Anais do VIII Congresso Brasileiro de Geoquímica. pag. 42 (21 a 26 de

outubro de 2001).

PRESCOTT, L. M., 1996. Microbiology;. In Mascarenhas, A., Martins, J. & Neves,

M. Avaliação de tratamento de agues superficiais efectuado na ETA de Alcantarilha

com base na análise de indicadores de poluição fecal. Univ. Algarve. 2002.

Disponível em: http://www.ualg.pt/npfcma/docs/trab_eamb/micro_ETA.pdf

Page 50: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

37

Acessado em: 07/2004

PRO-ANALISE

Disponível em:

http://www.proanalise.com.br/downloads/Merck%20Chromocult%20coliform.pdf

Acessado em: 07/09/2005.

SERAFIM, A. C., GUSSKOV, K.C., SILVA, F., CONEGLIAN, C. M. R., BRITO-

PELEGRINI, N. N., SOBRINHO, G. D., TONSO, S. & Pelegrini R. 2003. Chorume,

impactos ambientais e possibilidades de tratamentos. III Fórum de Estudos Contábeis

(área ambiental), Rio Claro. In Pelegrini, N. N., Sobrinho, G. D., Tonso, S. e

Pelegrini, R. Chorume, impactos ambientais e possibilidades de tratamentos. III

Fórum de Estudos Contábeis (área ambiental), Rio Claro, 2005.

SILVA, E. R. & ASSIS, O. B. G. Avaliação de técnica eletroquímica na remoção de

resíduos orgânicos em água com emprego de unidade em escala de laboratório.

Engenharia Sanitaria e Ambiental. Vol. 9 - Nº 3. p.193-196. Rio de Janeiro. 2004

SOUZA, H. P., ROCHA, S.M.S., SERVULO, E.F.C., CAMMROTA, M.C. &

CARDOSO, V.L. Redução da produção de H2 S em sistemas anaeróbios. VI

Congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica. Unicamp.

2005 -

RUDORFF, N. M. 2005. Técnicas laboratoriais relacionadas ao estudo da ecologia

de microorganismos marinhos e suas aplicações na aqüicultura. Relatório de Estágio

Supervisionado II do Curso de Engenharia de Aqüicultura. FURG. 2005

Page 51: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

38

Disponível em: http://www.tcc.cca.ufsc.br/aquicultura/RAQI001.pdf

Acessado em: 11/2005

RUSSO. R. C., 1985. Ammonia, Nitrite and Nitrate. Pp. 455-471 em: Fundamentals

of aquatic ecotoxicolog.Methods and aplications. Ed. by Raud; Gary M., Petrocalli,

Sam R.

TUNDISI, J. G. & Barbosa, F. A. R. 1995. Conservation of aquatic ecosystems:

present status and perspectives. In Tundisi, J.G., Bicudo, C.E.M., Matsumura-

Tundisi, T. (eds.). Limnology in Brazil, Rio de Janeiro: ABC/SBL, 365-371.

Page 52: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

1Apêndice 01. Banco de dados das variáveis físico-químicas da água no período de Cheia e Vazante. Temperatura do ar e H2O em ºC; Condutividade elétrica em µS/cm-1; O2 dissolvido em mg.L-1; Saturação em %; Amônia em mg/L;Fenol em mg/L ; Sulfeto em mg/L; Coliformes fecais/100ml;Coliformes totais/100ml; Coliformes não fecais/100ml.

LONG. LAT. PONTOS PERÍODO TAR TH2O COND. pH O.D. mg/L

O.D. % AMÔNIA

mg/L FENOL

mg/L SULFETO

mg/L COLIF.FECAIS

(100Ml) COL.TOTAIS

(100Ml) NÃO

FECAIS (100Ml)

DQO mg/L

9022781UTM 0396330UTM 1 ABRIL/05 27,8º 26,2º 198,6 6,48 2,8 36% 2000 4000 2000

9022646UTM 0396374UTM 2 ABRIL/05 27,9º 25,8º 156,5 6,54 3 32% 2900 6900 4000

9022915UTM 0396292UTM 3 ABRIL/05 28,1º 26,3º 166 6,25 2,1 25% 3200 6900 3700

9023038UTM 0396231 4 ABRIL/05 28,5º 26,4º 146,2 6,33 2 21% 1200 6300 5100

9023169UTM 0396257 5 ABRIL/05 31,5º 26,6º 129,2 6,52 1 11% 1500 8300 6800

9022781UTM 0396330UTM 1 JULHO/05 22,2º 3,3º 296 6,52 3,5 41% 1200 7200 6000

9022646UTM 0396374UTM 2 JULHO/05 20,7º 22º 284 6,65 3,6 41% 1200 8500 7300

9022915UTM 0396292UTM 3 JULHO/05 23º 22,1º 253 6,27 3,6 42% 3800 13600 9800

9023038UTM 0396231 4 JULHO/05 23,2º 22,6º 215 6,25 3,6 38% 800 5900 5100

9023169UTM 0396257 5 JULHO/05 23,7º 22º 195,3 6,19 3,2 36% 700 7900 7200

635620.7º 085004.5º 6 JULHO/05 23,2º 21,1º 6,6 6,65 4,3 48% 900 4200 3300

9022781UTM 0396330UTM 1 SET/05 22º 23,5º 278 6,35 1,8 21% 6,97 16,7 0,05 1000 9400 8400 5,12 9022646UTM 0396374UTM 2 SET/05 21,5º 23,5º 271 6,48 1,8 21% 5,54 15,7 0,09 800 8500 7700 3,52 9022915UTM 0396292UTM 3 SET/05 22º 23,5º 259 5,67 1,8 22% 4,69 17,2 0,09 1700 9100 7400 3,36 9023038UTM 0396231 4 SET/05 23,2º 23,4º 221 5,67 1,8 22% 3,63 18,6 0,09 1800 10100 8300 3,84 9023169UTM 0396257 5 SET/05 24,4º 23,5º 207 5,13 1,6 19% 3,06 22,1 0,08 1900 9500 7600 3,68

635620.7º 085004.5º 6 SET/05 23,6º 22,7º 16 5,8 1,8 22% 1,78 49,5 0,09 1500 14600 13100 9,6

9022781UTM 0396330UTM 1 NOV/05 27,4º 25,2º 235 5,71 5 31% 6,23 0.30 0,06 300 9900 9600 3.6 9022646UTM 0396374UTM 2 NOV/05 27,7º 25,6º 226 5,71 5 33% 5,04 0.23 0,05 400 7800 7400 3.5 9022915UTM 0396292UTM 3 NOV/05 28º 26,2º 214 5,36 5 27% 4,22 0.23 0,08 200 9700 9500 3.2 9023038UTM 0396231 4 NOV/05 28,4º 26,5º 184 4,95 4,8 22% 3,16 0.24 0,05 1200 8200 7000 2.8 9023169UTM 0396257 5 NOV/05 30,2º 26,8º 177 4,07 4,7 14% 2.43 0.35 0,05 2300 6800 4500 2.8

635620.7º 085004.5º 6 NOV/05 26,2º 24º 11,3 4,82 5,7 51,10% 0.71 0.49 0,06 400 10900 10500 6.7

9022781UTM 0396330UTM 1 JAN/06 25,5º 25,4º 284 6,59 2,6 32,50% 0,08 2600 14300 11700 3,68 9022646UTM 0396374UTM 2 JAN/06 22,5º 25º 281 6,5 2,6 32% 0,1 2800 12600 9800 3,5 9022915UTM 0396292UTM 3 JAN/06 27,1º 25,2º 50 6,38 2,8 34,40% 0,1 2100 11200 9100 3,04 9023038UTM 0396231 4 JAN/06 27,5º 25º 219 6,54 2,7 33,50% 0,07 1100 11000 9900 2,88 9023169UTM 0396257 5 JAN/06 27,3º 25º 203 6,53 2,7 33% 0,05 1200 9800 8600 0,32

635620.7º 085004.5º 6 JAN/06 26,5º 24,5º 80 6,03 4,4 53% 0,16 200 3700 3500 3,68

9022781UTM 0396330UTM 1 MAR/06 25,3º 25,8º 418 6,78 3,1 37,10% 2400 11700 9300 3,2 9022646UTM 0396374UTM 2 MAR/06 25,3º 25,7º 401 6,9 2,65 32,30% 2500 10500 8000 2,88 9022915UTM 0396292UTM 3 MAR/06 25,4º 25,6º 342 6,34 3,83 47% 1700 11700 10000 2,4 9023038UTM 0396231 4 MAR/06 26,8º 25,5º 302 6,5 2,78 34% 800 4900 4100 1,44 9023169UTM 0396257 5 MAR/06 27º 25,5º 271 6,7 2,55 3% 500 3500 3000 0,48

635620.7º 085004.5º 6 MAR/06 25,3º 24,8º 7 µs/cm 5,49 4,73 57% 300 1900 1600 2,56 25,5 24 205,82 6,1 3,22 32% 4,432 23,3 0,07 1460 8600 7140 3,28

Page 53: ALESSANDRA DA SILVA MARTINS - UNIR · 2019. 5. 27. · 4.2. metÓdos 15 4.2.2. bacteriolÓgico 15 4.2.3. parÂmetros fÍsico-quÍmicos 19 4.2.4. anÁlise estatÍstica multivariada

2Figura 04 – Mapa localização dos pontos amostrados no igarapé próximo do campus UNIR.