o gestor logÍstico - relações e funções profissionais nas cadeias logisticas

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Page 1: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas
Page 2: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

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HÉLIO PEREIRA DA SILVEIRA

JOÃO PAULO RODRIGUES CARVALHO

MARCELLO MORAES FRAGA

WAGNER RODRIGUES MATHEUS

O GESTOR LOGÍSTICO: RELAÇÕES E FUNÇÕES

PROFISSIONAIS NAS CADEIAS LOGÍSTICAS

CENTRO DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

“ACÁCIO DE PAULA LEITE SAMPAIO”.

SANTOS – SÃO PAULO

2012

Page 3: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

2

HÉLIO PEREIRA DA SILVEIRA

JOÃO PAULO RODRIGUES CARVALHO

MARCELLO MORAES FRAGA

WAGNER RODRIGUES MATHEUS

O GESTOR LOGÍSTICO: RELAÇÕES E FUNÇÕES

PROFISSIONAIS NAS CADEIAS LOGÍSTICAS

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do Título de Técnico em Logística – Área de Gestão. Orientador (a): Especialista (+MBA) Adriano Guia Ferraro.

CENTRO DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIA, INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

“ACÁCIO DE PAULA LEITE SAMPAIO”.

SANTOS – SÃO PAULO

2012

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HÉLIO PEREIRA DA SILVEIRA

JOÃO PAULO RODRIGUES CARVALHO

MARCELLO MORAES FRAGA

WAGNER RODRIGUES MATHEUS

O GESTOR LOGÍSTICO: RELAÇÕES E FUNÇÕES

PROFISSIONAIS NAS CADEIAS LOGÍSTICAS

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do Título de Técnico em Logística – Área de Gestão. Orientador (a): Especialista (+MBA) Adriano Guia Ferraro.

Banca Examinadora:

Orientador (a): Especialista (+MBA) Adriano Guia Ferraro.

Examinador (a) 1: _________________________________________________.

Examinador (a) 2: _________________________________________________.

Examinador (a) 3: _________________________________________________.

CENTRO DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIA, INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

“ACÁCIO DE PAULA LEITE SAMPAIO”.

SANTOS – SÃO PAULO

2012

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Epígrafe:

"As tendências que vemos impactar na logística de forma mais agressiva são

a globalização dos negócios, os acordos de livre comércio, a terceirização e

as vendas internacionais. Em relação a outros custos do negócio, os gastos

com logística cresceram e, com isso, a logística se tornou mais importante

dentro da estratégia das empresas. Uma segunda tendência é a gestão de

todo canal logístico ao invés de foco único nas atividades logísticas da

empresa. Entendo que a gestão da cadeia de suprimentos amplia as

oportunidades para redução de custos e melhoria dos serviços ao cliente."

BALLOU, (2007, Revista GV Executivo - VOL.6, Nº 4:13)

Page 6: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

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Agradecimentos:

"Este material é oferecido especialmente ao nosso orientador

que acreditou em nosso trabalho desde o primeiro momento,

despendendo dedicação e interesse pelo tema, do qual nos

proporcionou aprofundamento cientifico, refinamento racional

e de sobremaneira melhor experiência de vida, no decorrer do

desenvolvimento deste, e principalmente aos demais docentes

desta instituição de ensino que tornaram possível a realidade de

sua criação."

Page 7: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

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Dedicatória:

Primeiramente a DEUS, pois proporciona a todos nos seres

humanos o liberum arbitrium, liberum voluntatis arbitrium,

libertas arbitrii, ou simplesmente o livre arbítrio, o juízo livre,

na capacidade de escolha pela vontade entre o bem e o mal,

entre o certo e o errado, conscientemente conhecidos. Em

seguida aos nossos queridos a amados PAIS que nos

conceberam o privilégio, quando de suas uniões nos

favoreceram com o dom da vida, na possibilidade de vivenciar

novas experiências diárias, e por ultimo e não menos

importante aos nossos queridos FAMILIARES, AMIGOS e

COLEGAS, pois nos ensinaram e ainda ensinam que aprender é

um prazer que somente se pode apenas compartilhar em

conjunto e nunca sozinhos.

Page 8: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

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RESUMO

Este trabalho de pesquisa faz uma análise contextual de caráter histórico inicialmente, fazendo-se entender a relação que existe entre gestores da antiguidade e da modernidade, permeando as condições e regras que compõe a atual sociedade em termos de movimentação logística moderna, do qual tece caminhos no entendimento das estruturas que focam e direcionam as ações e ferramentas usadas por gestores de forma geral, porém de forma simples. Entender estas estruturas deve ser um caminho que precisa ser entendido desde a antiguidade até o futuro para que problemas de qualquer escala no contexto humano possa ser solucionado. Assim devemos lembrar que todo e qualquer conhecimento que for absorvido, precisa de ter base solida para que se torne realidade. Mostramos quais são estas estruturas, suas necessidades, suas importâncias e como o gestor se comporta dentro delas para que as questões de necessidade logística possam ser atendidas em uma relação produção, versus tempo, versus custo, versus cliente possa ser atendida. Em síntese, o caminho a ser trilhado por qualquer ser humano que tenha interesse em logicamente trilhar caminhos, gerenciar, desenvolver e se encaixar neste mercado de trabalho que é a logística moderna de movimentação, sendo ágil, dinâmico, e de sobre maneira racional, com expectativas para o presente e o futuro. Praticamente um manual básico, de como realmente tornar-se um gestor de soluções. Palavras Chave: Gestor Logístico. SCM Supply Chaim Management. Busca pelo sucesso organizacional. Chegar a algum lugar. Planejar. Gestão de cadeias logísticas. Sucesso. Perseverança. Disciplina. Visão 360 graus. Futuro

Page 9: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

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SUMMARY

This research work makes an analysis contextual of historical character initially, making to understand each other the relationship that exists among managers of the antiquity and of the modernity, permeating the conditions and rules that it composes the current society in terms of movement modern logistics, of which weaves roads in the understanding of the structures that focus and they address the actions and tools used by managers in a general way, however in a simple way. To understand these structures should be a road that needs to be understood from the antiquity to the future so that problems of any scale in the human context can be solved. We should remind like this that all and any knowledge that be absorbed, needs to have solid base for becomes if reality. We showed which are these structures, their needs, their importances and as the manager behaves inside of them so that the subjects of need logistics can be assisted in a relationship production, versus time, versus cost, versus customer can be assisted. In synthesis, the road to be trodden by any human being that has interest in logically to tread roads, to manage, to develop and if it fits in this job market that is the modern logistics of movement, being agile, dynamic, and of on rational way, with expectations for the present and the future. Practically a basic manual, of as really to become a manager of solutions. Words Key: Manager Logístico. SCM Supply Chaim Management. Looks for for the organizational success. The to arrive some place. To drift. Administration of chains logistics. Success. Perseverance. Discipline. Vision 360 degrees. Future

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RESUMEN

Este trabajo de investigación hace un análisis contextual de la calidad histórica inicialmente, hacer ademán de comprendersese la relación que existe entre directores de la antigüedad y de la modernidad, se extendiendo por las condiciones y dictamina que compone la sociedad actual en relación con movimiento logística moderna, de cuál tejer caminos en el conocimiento de las estructuras de que ellos enfocan y abordan las acciones y las herramientas usada por directores en una manera general, sin embargo en una manera simple. Comprender estas estructuras debe ser un camino que tiene que ser comprendido de la antigüedad al futuro con el propósito de que los problemas de cualquier balanza en el contexto humano pueden ser solucionados. Debemos recordar eso de este modo todo conocimientos eso es absorbido, las necesidades para las que tener base maciza ella se ponen si la realidad. Show cuál eran estas estructuras, sus necesidad, sus importances y como el director actúa dentro de ellos con el propósito de que las asignaturas de la necesidad logística puede ser ayudadas en una producción de relación, versus el tiempo, versus el coste, versus cliente pueden ser ayudada. En la síntesis, el camino de ser abierto por algún ser humano que tiene interés de manera lógica abrir caminos, las arreglarse, desarrollarse y si cabe en esto engañar el mercado que es la logística moderna del movimiento, siendo ágil, dinámico, y de sobre la manera sensata, con las expectativas por el presente y el futuro. Prácticamente un manual básico, de tan hacerse un director de las soluciones realmente.

Las palabras afinan: director Logístico. Dirección de Chaim de suministro de SCM. Él / ella buscan el para el organizativo el éxito. El llegar algunos ocupan los primeros puestos. Para moverse empujado por la corriente. Administración de logística de cadenas. Éxito. Perseverancia. Disciplina. 360 degrees de visión. Futuro

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Sumário

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 12

1. LOGÍSTICA ............................................................................................................... 13

1.1. HISTÓRIA .......................................................................................................... 15

1.1.1. Evolução ................................................................................................. 23

1.1.2. Primeira Fase – Atuação Segmentada .................................................... 25

1.1.3. Segunda Fase – Integração Rígida .......................................................... 26

1.1.4. Terceira Fase – Integração Flexível ........................................................ 27

1.1.5. Quarta Fase – Integração Estratégica...................................................... 28

1.1.6. Postergação ............................................................................................. 29

1.1.7. Empresas Virtuais ................................................................................... 29

1.1.8. Logística Verde ....................................................................................... 30

1.1.9. Logística Reversa .................................................................................... 31

1.1.10. SCM Supply Chaim Management – "Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos" ..................................................................................................... 31

1.2. IMPORTÂNCIA ..................................................................................................... 32

1.3. ATIVIDADES ENVOLVIDAS .............................................................................. 35

1.3.1. Planejamento, Organização, Direção e Controle ............................................. 35

1.3.2. O Planejamento estratégico logístico – algumas considerações ...................... 36

1.3.3. Organização...................................................................................................... 38

1.3.4. Direção ............................................................................................................. 39

1.3.5. Controle ............................................................................................................ 40

1.3.6. Atividades Principais ....................................................................................... 41

1.3.6.1. Atividades Primárias ............................................................................ 42

1.3.6.2. Atividades secundárias ........................................................................ 43

2. GESTÃO LOGISTICA .............................................................................................. 45

2.1. Importância ......................................................................................................... 45

2.2. Aplicações ........................................................................................................... 46

2.2.1. Gestão de relacionamento com clientes.................................................. 47

2.2.2. Gestão de serviços ao cliente .................................................................. 48

2.2.3. Gestão de demanda ................................................................................. 48

2.2.4. Gestão de processamento de pedidos ..................................................... 49

Page 12: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

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2.2.5. Gestão do fluxo de produção e de operações ......................................... 50

2.2.6. Gestão dos fornecedores ......................................................................... 51

2.2.7. Projeto e desenvolvimento de produtos e processos. ............................. 51

3. O GESTOR LOGÍSTICO ........................................................................................... 53

3.1. Conhecimento gerencial e organizacional .......................................................... 53

3.2. Interesse Tecnológico.......................................................................................... 54

3.3. Liderança ............................................................................................................. 54

3.4. Visão Estratégica ................................................................................................. 54

3.5. Visão Globalizada ............................................................................................... 55

4. QUAL SERÁ O CAMINHO NECESSÁRIO PARA A FORMAÇÃO DO GESTOR LOGÍSTICO? ................................................................................................................. 56

5. QUAIS AS FUNÇÕES OS GESTORES LOGISTICOS PODEM EXERCER? ....... 60

5.1. Planejamento como fundamentação para definir o conhecimento estratégicos nas funções ....................................................................................................................... 61

5.1.1. Nível Estratégico .................................................................................... 63

5.1.2. Nível Tático ............................................................................................ 65

5.1.3. Nível Operacional .................................................................................. 66

6. QUAL A IMPORTANCIA DO GESTOR LOGÍSTICO NAS CADEIAS LOGÍSTICAS? ............................................................................................................... 68

7. A VISÃO 360 GRAUS – EIKE BATISTA ............................................................... 71

7.1. O gestor logístico moderno dentro da visão 360 graus ....................................... 74

8. QUAIS AS EXPECTATIVAS PARA O GESTOR LOGISTICO NO ATUAL MERCADO DE TRABALHO? ..................................................................................... 77

CONCLUSÃO ................................................................................................................ 81

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 82

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INTRODUÇÃO

O tema do presente trabalho, O GESTOR LOGÍSTICO - (Relações e

funções profissionais nas cadeias logísticas) está centrado justamente na visão do

profissional que terá o papel fundamental na área da gestão, a responsabilidade de

prover recursos, equipamentos e informações para a execução de todas as atividades de

uma empresa.

Aqui abordaremos de forma tri dimensional que este profissional, precisa

ser revestido de um bom relacionamento interpessoal e multifuncional, mostrando

sempre pró-atividade e comprometimento, bom senso e raciocínio lógico acurado,

capacidade de trabalho em equipe, senso analítico, orientação para resultados, além de

coragem para assumir riscos, de forma a planejar controlar e avaliar a eficiência dos

meios de transportes mais utilizados, baseando-se na disponibilidade de recursos físicos,

materiais, financeiros e humanos, coordenando desde o planejamento e programação da

produção, estocagem, distribuição até o transporte de produtos, atendendo pedidos de

vendas, prazos de entrega e pós venda.

O que pretendemos com este trabalho de pesquisa é mostrar dentro de uma

relação parte todo, quais serão os caminhos, conhecimentos necessários e tempo

despendidos por um ser humano para almejar a posição profissional necessária para

organizar e coordenar recursos para atender necessidades, quer sejam de produtos ou

serviços.

Quando falamos da relação parte e todo neste contexto, aprendemos dentro

das estruturas logísticas a observamos a produção, transporte e serviço a favor de

atender desejos analisando cada uma em separado, porém, vem sempre aquela pergunta

que não se cala: “Quem controla esta estrutura?”. Justamente neste ponto que entramos

para responder este questionamento. Abordaremos desde o conceito primitivo ao

moderno no que tange este profissional, que não para de evoluir frente às necessidades

de sobrevivência e do consumo humano.

Além do mais, precisamos compreender que nenhuma estrutura,

independente de dimensão ou mesmo complexidade, pode ser movimentada sem o

devido conhecimento e paciência que somente o tempo e o aprendizado darão ao ser

humano, tornando-o assim ferramenta habilidosa a serviço do seu próximo, de si mesmo

e dos seus ideais.

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1. LOGÍSTICA

Pela definição do Council of Supply Chain Management Professionals1,

"Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja,

implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-

primas, materiais semiacabados e produtos acabados, bem como as informações a eles

relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender

às exigências dos clientes" CARVALHO, (2002:31).

O termo logística vem do grego logos (λόγος), significando "discurso, razão,

rácio, racionalidade, linguagem, frase", mais especificamente da palavra grega

Logistiki (λογιστική), que em latim foi transcrito como Logisticus, ambas as palavras

transmitem o significado perfeito do raciocínio matemático relativo à lógica como hoje

a conhecemos, estando mais definida atualmente como engenharia de logística que é a

área da gestão responsável por prover recursos, equipamentos e informações para a

execução de todas as atividades de uma empresa. A logística está intimamente ligada às

ciências humanas, tais como a administração, a contabilidade, a estatística e o

marketing, envolvendo diversos recursos da engenharia, tecnologia de informação e

transporte, além dos recursos humanos.

Fundamentalmente de forma moderna e mais refinada, a logística possui

uma visão organizacional recursiva, onde o todo compõe as partes e as partes compõe o

todo, ou seja, uma não funciona sem a outra e ambas se completam, e ao mesmo passo

que holístico, ora administrando os recursos materiais, financeiros e pessoais, gerando

movimento em qualquer empresa, gerenciando assim todo e qualquer processo que

tenha relação com a compra e entrada de matérias primas, o planejamento e organização

da produção, armazenamento, transporte e a distribuição dos produtos acabados,

monitorando as operações e gerenciando informações que compõe toda esta estrutura de

forma globalizada, visando sempre à satisfação dos clientes finais, tanto na entrega de

produtos acabados, quanto na relação tempo versus satisfação, tornando mister o

desenrolarem saudável das estruturas de rotatividade comercial tanto nas

movimentações internas e externas que a compõe.

1 Fundada em 1963, o Conselho de Supply Chain Management Professionals (CSCMP) é a preeminente associação de indivíduos envolvidos na gestão da cadeia de abastecimento. CSCMP prevê progressão na carreira educacional, e uma rede de oportunidades para mais de 9.000 membros e para toda a profissão (http://cscmp.org/).

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Entendemos que quando a satisfação dos clientes é atingida em quase toda

sua plenitude, todo um conglomerado de subestruturas que compõe as ferramentas que

movimentam as cadeias logísticas, quer seja interna e ou externa a produção ou mesmo

serviços, será regiamente recompensada com baixos custos e boa lucratividade de quem

as fornece.

Porém, quando analisamos estas, precisamos ter em mente justamente que a

logística em si, precisa estar separada em dois grupos distintos, para melhor ser

entendida, mas sempre andarão de mãos dadas, para melhor serem executadas.

O primeiro grupo é composto pela parte administrativa que gerencia e

coordena qual será o melhor caminho e ferramentas que proverão as necessidades e os

desejos materiais humanos, traçando metas e estipulando dentro destas metas o melhor

recurso e menor tempo para atendê-las, objetivando não sempre o menor valor possível,

mas de certa forma, o essencial para que existam pontos justos de equilíbrio coerentes

nas relações de custos existentes entre o processo de produção e o lucro na entrega do

produto acabado, e o segundo grupo são justamente as ferramentas que compõe de

forma lógica e organizada, quais os meios e os caminhos que serão percorridos para o

atendimento destas metas em prol da satisfação destes clientes, inclusive no pós venda

que justamente mantém a rotatividade e boa saúde de toda e qualquer empresa. Logo

entendemos que um cliente feliz é uma empresa saudável, e uma empresa saudável

sempre gerará bons frutos para o futuro de qualquer bom negócio, prosperando em

qualquer patamar de evolução com necessidades humanas, sociais ou econômicas.

Uma vez que assimilamos o entendimento destes fatores que compõe o

conceito logístico em relações de administração, precisamos entender onde entram os

fatores humanos que as movimentam, pois estes, não se dão de forma natural e

espontânea, pois precisam de experiências, conhecimento e aplicação, para serem

aplicados mediante observação, fundamentação e prática. Tais predicados são essenciais

para compor a mão de obra especializada que regerão as estruturas do primeiro grupo.

Antes de entrarmos nos detalhes que moldam o perfil do profissional que

compõe o primeiro grupo, no caso o gestor logístico, também denominado como

administrador coordenador globalizado de ações será preciso entender as bases

históricas que levaram ao conceito moderno e refinado que atualmente as compõe.

Vejam que não precisamos estender em minucias as fases evolutivas do

mesmo, mas ainda sim é essencial para seu entendimento, pois verificamos que os

recursos que dispomos na atualidade em relação ao administrador no campo logístico, é

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justamente a soma de esforços e sacrifícios, sangue e vidas perdidas que foram

despendidos no decorrer da evolução humana para termos pelo menos dentro de nossas

supostas limitações e insatisfações materiais atuais com todos os recursos que temos

hoje, um mínimo de conforto possível.

Logística atual não é uma ciência do acaso, mas sim comparada a um jogo

de xadrez, o tabuleiro é caminho com suas metas e opostos competitivos de mercado a

serem vencidas para chegar ao mesmo objetivo, às peças são os meios e estruturas

logísticas com suas cadeias como ferramentas e os jogadores são os gestores que em

meio a estudo e preparação, fazem as jogadas corretas para fazer sobreviver

economicamente às empresas no atual mercado capitalista em que coabitam, guerreando

pela satisfação do cliente final para manterem-se.

Entender sua origem, sua filosofia e conceitos moldam gestores mais

preparados, principalmente em suas bases históricas, tecendo não somente soluções

mais eficientes, mas evitam, justamente, serviços prestados sem as condições adequadas

ao nível da higiene, segurança e conservação de produtos que representam e

representarão sempre a fatia mais significativa das transações comerciais e

sobrevivência, no presente e no futuro da humanidade.

1.1. HISTÓRIA

Desde os tempos bíblicos, os líderes militares já se utilizavam da logística.

As guerras eram longas e geralmente distantes. Eram necessários grandes e constantes

deslocamentos de recursos. Para transportar as tropas, armamentos e carros de guerra

pesados, aos locais de combate, era necessário: o planejamento, organização e execução

de tarefas logísticas. Tarefas estas que envolviam a definição de uma rota que nem

sempre era a mais curta, pois era necessário: ter uma fonte de água potável próxima,

transporte, armazenagem e distribuição de equipamentos e suprimentos. Na antiga

Grécia, Roma e no Império Bizantino os militares com o título de Logísticas eram os

responsáveis por garantir recursos e suprimentos para a guerra, sendo de certa forma o

conceito primitivo de gestores logísticos, com o comparado aos dias atuais.

Quando estudamos o conceito de logística observamos que muitos detalhes

que permeiam a sua existência, englobam os fatores baseados em escolhas, tempo e

recursos, porém do ponto de vista bruto, vamos encontrar no decorrer primitivo de sua

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evolução, fragmentos que mostram justamente a existência dos gestores ou

administradores, sempre com um único objetivo, conquista, expansão e sobrevivência.

É clara a veracidade deste termo, pois verificamos na história da humanidade primitiva

a necessidade de conquistar, dominar e expandir a favor da própria subsistência, todas

intimamente ligadas à condição da faculdade lógica humana, a de escolher aquilo que é

melhor, em síntese, de forma sensata, a logica da melhor escolha a favor da

subsistência.

Partindo-se destes conceitos, começamos analisando e doravante

prosseguindo:

“War is the father and king of all, and has produced some as gods and

some as men, and has made some slaves and some free.” 2 (ÉFESOS, Heráclito - 536-

470 A.C.), filósofo grego.

Não vamos encontrar na antiguidade grega referências diretas à logística,

como a gestão total da cadeia de suprimentos, como nós a conhecemos hoje, por

exemplo, mas elementos em torno dos quais ela se formou, no transporte, no estudo de

terrenos, suprimentos, máquinas, cavalos e homens.

“Assim, o logos, para Aristóteles3, é uma enunciação, uma fórmula, uma

explicação, um discurso explicativo ou um conceito. Lógica torna-se sinônimo de

conceito, de significação, de regras de verdade.” SIQUEIRA, (2003:20).

Segundo a adaptação de CLAVELL, (2003:22) dos ensinamentos de SUN

TZU4, “o valor do tempo, isto é, estar ligeiramente adiante do adversário, vale mais

que a superioridade numérica ou os cálculos mais perfeitos com relação ao

abastecimento”.

Este ensinamento prático da Arte da Guerra com relação à velocidade das

batalhas trata das questões da duração das provisões diretamente relacionadas às

batalhas: quanto mais rápido o desfecho menos importância tem as questões de

suprimentos, logo doravante da melhor escolha tática que o gestor dispõe. Mas pelo

2 A guerra é pai e rei de tudo, faz alguns serem deuses e outros serem homens, e tem feito alguns escravos e outros livres. Tradução do autor. Fonte: PATRICK, 1888, fragmento 44. Também em BONANATE, 2001 p.41. 3 Filósofo grego, discípulo de Platão e professor de Alexandre, o Grande. Seus escritos abrangem diversos assuntos, como a física, a metafísica, as leis da poesia e do drama, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia e a zoologia. Juntamente com Platão e Sócrates (professor de Platão), Aristóteles é visto como um dos fundadores da filosofia ocidental. 4 Foi um general chinês que viveu no século IV, aproximadamente entre 554–456A.C., e que no comando do exército chinês real da província de WU acumulou inúmeras vitórias, derrotando exércitos inimigos e capturando seus comandantes. Foi um profundo conhecedor das manobras militares e escreveu A ARTE DA GUERRA, ensinando estratégias de combate e táticas de guerra.

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texto percebe-se que “cálculos mais perfeitos com relação ao abastecimento” já era um

assunto comum nos grandes exércitos.

Em traduções da obra de SUN TZU encontraremos menções ao conceito

logístico no campo militar, mas que poderia ser traduzida de forma simples e objetiva

como fornecimento no sentido de suprimento, abastecimento ou víveres; considerando

assim cinco elementos importantes nas regras militares, como a análise do terreno, o

cálculo de força de trabalho e dos recursos de material, o cálculo da capacidade

logística, uma comparação da sua própria força militar com a do inimigo e a previsão

entre a vitória ou a derrota. Estes elementos que SUN TZU aplicou com extrema lógica,

eram infundidos nos entendimentos das relações de comando, onde em uma linha de

análise e controle bem definida com a nítida divisão de responsabilidades, resultava

total confiança e entusiasmo aos subordinados dos seus exércitos, fazendo conferir o

papel de exímio general, principalmente na questão de gestão. Apesar de primitivas em

tempo de existência, vamos observar que sua essência se faz presente até os dias atuais.

Conforme o homem foi deixando de ser nômade e passou a prender-se ao

solo por causa do desenvolvimento da agricultura, a logística não como arte estudada e

nem assim percebida como algo específico, foi tomando importância na vida das

pessoas. Decisões de como e para onde transportar os grãos, localização de culturas e

locais apropriados para a sua armazenagem começaram a tomar importância.

A afirmação do parágrafo anterior encontra força ao analisarmos a

civilização egípcia, a manutenção do vasto Império do Egito deu-se no Delta do Nilo e

ao longo do Nilo, nos vales férteis inundáveis, com produção agrícola suficiente de trigo

para sustentar uma complexa sociedade e que necessitava de “armazéns públicos” para

sustentar a população nas entre safras ou no desabastecimento, cerca de 1800 – 2000

A.C. O próprio trigo um grão duro, resistente e estocável por razoável período de tempo

cumpriu bem esta função.

A mesma questão da produção agrícola ocorreu nas margens dos Rios Tigre,

Eufrates e Ganges (ANTUNES, 2005:61), onde se formaram também grandes

civilizações, o mesmo ocorrendo nos terraços da China, na cultura alagada do arroz, e

na cultura do milho nas civilizações pré-colombianas das Américas, os Maias, Astecas e

Incas do século XIII até o XV (SILVA SOUZA, 2004:2).

Na Grécia, o florescimento do comércio por meio das rotas comerciais entre

as ilhas e o continente intensificou a importância da navegação. É atribuído a

Anaximandro de Mileto, (610 – 546 A.C.) o primeiro mapa-múndi Grego, mostrando os

Page 19: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

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arredores da Grécia, a Península Ibérica, o Norte da África (Líbia e Egito), a Península

Itálica, uma parte da Pérsia e um pouco do norte da Europa (COUPRIE, 2006:1).

Por meio de seus estudos BARKER (2005:87) concluiu que o avanço Persa

em 480 A.C. sobre a Grécia, mesmo sendo os persas derrotados, foi um dos mais

grandiosos exercícios logísticos da antiguidade e envolveu grandes esforços para

abastecer mais de duzentos mil homens em território hostil.

Outro exemplo é um episódio da Guerra do Peloponeso, envolvendo Atenas

e Esparta entre 431 – 404 A.C., onde os Espartanos arrasaram os campos de trigo de

Atenas numa tentativa de forçar Atenas para o confronto aberto, o que foi frustrado

nesse episódio pelo suprimento de trigo oriundo da Trácia e do Ponto no Mar Negro

(MACHADO DA SILVA, 2003:8).

Segundo o Exército Brasileiro (2006, A Logística no Exército Brasileiro) no

latim teremos a intendência, o administrador nos exércitos romanos e bizantinos: logista

ou logísticas, também encontramos esta afirmação em (APGAUA, 2001:4), as mesmas

referências temos também em HERMANSEN, (2000:2).

O emprego da logística na Arte da Guerra tem sua maior evidência na Roma

Antiga, por meio da organização do exército, no deslocamento das tropas, máquinas e

suprimentos. Segundo THORNE, (2001:2), “Using evidence spanning the

period under discussion, R. illustrates the nature and function of the stativa or sedes belli, which he calls the “operational base”. This is an installation at which supplies and troops are mustered at the outset of the campaign, and provides a position to fall back on should it go awry.”5.

Logo partindo desta definição de THORNE, verificamos nas relações

logísticas romanas a estratégia e a gestão atribuída em termo de administração a favor

de conquista e controle prevendo falhas com soluções evasivas antecipadas.

Outro exemplo de uso de gestão pode ser atribuído a Alexandre “O grande”,

como o primeiro a empregar equipes especialmente treinadas de engenheiros e

contramestres, para executar funções específicas, além da cavalaria e infantaria

adequada para as movimentações logísticas em batalhas6. Esses primitivos engenheiros

5 Usando a evidência que aborda o período sob a discussão, Roth ilustra a natureza e a função do stativa ou do sedes belli, o qual ele chama "a base operacional". Esta é uma instalação na qual os suprimentos e as tropas são agrupadas no começo da campanha, e fornece uma posição para recuar se a situação piora. Tradução do Autor. Este trecho relata operações do Século II A.C. 6 O termo que aqui se usa, “logísticas em batalhas”, designa-se apenas as possibilidades de como vencer uma guerra com os recursos disponíveis, dado o fato de que o temo logística como conhecemos não

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19

desempenharam um papel importante para o sucesso de suas campanhas, pois tinham a

missão de estudar como reduzir a resistência das cidades que seriam atacadas. Os

contramestres, por sua vez, operacionalizavam o melhor sistema logístico existente

naquela época. Eles seguiam à frente dos exércitos com a missão de comprar todos os

suprimentos necessários e de montar armazéns avançados no trajeto. Aqueles que

cooperavam eram poupados e posteriormente recompensados; aqueles que resistiam,

eram assassinados. O exército de Alexandre o Grande consumia diariamente cerca de

100 toneladas de alimentos e 300.000 litros de água!

O exército de 35.000 homens de Alexandre o Grande não podia carregar

mais do que 10 dias de suprimentos, mas mesmo assim, suas tropas marcharam milhares

de quilômetros, a uma média de 32 quilômetros por dia. Seu exército percorreu 6.400

km, na marcha do Egito à Pérsia e Índia, a marcha mais longa da história. Outros

exércitos se deslocavam a uma média de 16 ou 17 quilômetros por dia, pois dependiam

do carro de boi, que fazia o transporte dos alimentos. Um carro de boi se deslocava a

aproximadamente 3,5 quilômetros por hora, durante 5 horas até que os animais se

esgotassem. Cavalos moviam-se a 6 ou 7 quilômetros por hora, durante 8 horas por dia.

Eram necessários 5 cavalos para transportar a mesma carga que um carro de boi.

Também inovou nos armamentos. Seus engenheiros desenvolveram um

novo tipo de lança, chamada sarissa, que tinha 6 metros de comprimento, largamente

utilizada pela infantaria. Com esse armamento derrotou um exército combinado de

persas e gregos de 40.000 homens perdendo apenas 110 soldados. Em 333 A.C., seu

exército derrotou um exército de 160.000 homens comandados por Darius, rei da Pérsia,

na batalha de Amuq Plain. Devido a esse sucesso, a grande maioria das cidades se

rendeu ao exército macedônico sem a necessidade do derramamento de sangue criando

assim o mais estratégico, móvel e mais rápido exército da época.

Na obra A Arte da Guerra de Maquiavel , escrita entre 1513 e 1521 existem

duas passagens interessantes (p.127 e 128 respectivamente): “É melhor vencer o

inimigo com a fome do que com o ferro, pois na vitória obtida com este vale muito mais

a sorte do que o valor” e em outra passagem logo adiante “Quem não prepara os

alimentos necessários para subsistir é vencido sem o emprego de armas.” Claramente

os conceitos da logística estão implícitos neste contexto, onde se verifica a escolha de

vencer o inimigo pelo fator que o sustenta.

existia no tempo de Alexandre “O Grande”, embora seu conceito já tivesse sido definido pelo filósofo grego Aristóteles, ou seja, a razão da logica a favor da solução de um ou mais problemas.

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Como ciência a logística surge descrita por Leibniz7 no século XVII, mas

ainda a identifica como uma das ciências lógicas:

“A sexta ciência é a logística, que trata do todo e das partes, quer dizer, da

magnitude em geral, das razões e das proporções, e que inclui o livro quinto dos

Elementos de Euclides, como também grande parte da álgebra.” (LEIBNIZ, 2001:101).

Este livro V dos Elementos de Euclides (Alexandria, 300 A.C.) trata da

razão e da proporção, sua obra matemática influenciou profundamente a humanidade.

Segundo a Escola de Material Bélico - ESMB o conceito da logística na

guerra como sistema de apoio regular e organizado teve sua origem em 1611 e 1632 na

Suécia sob o comando do Rei Gustavo Adolfo que reestruturou o exército

modernizando-o e utilizou comboios de suprimentos e manutenção protegidos.

(SOUZA, 2003:5) e (MAGEE,1977:1) afirmam que o verbo francês Loger,

que significa alojar ou acomodar, deu origem à palavra logística no século XVIII. A

partir de então a logística começou a ser estudada e explicada como uma parte ou área

de estudo da Arte da Guerra.

Segundo o Logistics Handbook8 das Forças Canadenses (Revisão 06.

set.2000:14) a logística é uma das três artes militares básicas da doutrina moderna. Sem

entrar nas explanações militares e dando uma conotação mais empresarial são elas:

A. Estratégia, que dispõe sobre os planos;

B. Tática, que usa de manobras e operações dispondo dos recursos para

atender ao plano;

C. Logística, que procura atender ao plano com meios e recursos de

transporte, armazenagem e abastecimento.

O Logistics Handbook das Forças Canadenses (Op. Cit.:15) esclarece que

enquanto é discutível o emprego direto do termo Logística na Roma Antiga, o uso da

logística só vai ser claramente empregado a partir do século XVII na França.

Assim verificamos que a palavra francesa "loger" vai assumir este papel na

definição da logística no século XVIII, mas segundo o Logistic Handbook (Op. Cit.:15)

por volta de 1670 um conselheiro de Luis XIV sugeriu uma nova estrutura de apoio

7 Gottfried Wilhelm Von Leibniz (Leipzig, 1 de julho de 1646 — Hanôver, 14 de novembro de 1716) foi um filósofo, cientista, matemático, diplomata e bibliotecário alemão. 8 O próprio manual chama o verbete Logística na Nova Enciclopédia Britânica (The New Encyclopedia Britannica), Volume 7, edição de 1992, p. 448 e 449.

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(staff9) para resolver os problemas administrativos do exército, criando a posição de

Marechal General de Logis, sendo que Logis deriva da palavra Loger. Deste modo

observa-se no âmbito da história do conceito logístico, a necessidade de seu refinamento

no intento de buscar soluções mais estratégicas, de forma desfragmentada, definindo

funções especificas em prol de soluções mais rápidas aos Logis, assim conhecidos

gestores daquela época.

As responsabilidades incluíam o planejamento das marchas, seleção dos

campos e controle dos transportes e suprimentos. Em português vamos encontrar

correlação com o que chamamos de Intendência no exército e a posição de intendente,

com funções muito semelhantes, ao qual denotam justamente a função dos papeis de

gestores logísticos em suas posições.

O termo la logistique ficou conhecido por meio dos trabalhos do teórico

militar Barão Antoine Henri Jomini , que baseou isso em sua experiência como staff de

Napoleão . O trabalho de Jomini, Sumário da Arte da Guerra de 1836 (Precis de L'art de

la guerre) dividiu a Guerra em cinco áreas: estratégia, grande tática, logística,

engenharia e táticas menores e sua definição de logística é que esta é a arte prática de

movimento dos exércitos (JOMINI:14).

O conceito de Jomini abrangia os transportes, a estrutura organizacional, o

reconhecimento, a inteligência para a movimentação e abastecimento das tropas e

determinava que a logística não fosse apenas apoio da arte da guerra, mas em si um

campo distinto para sustentar e movimentar as forças armadas. (Op. Cit.:14-15)

Foi Jomini quem dividiu a guerra em três partes ou áreas estratégicas e que

influenciou o estudo moderno da guerra.

Esta definição da logística, que ele denominou de ciência vai ser um século

mais tarde defendido pelo General Wavell.

Segundo WAVELL in CHOON, (2007), "The more I se of war,

the more I realize how it all depends on administration and transportation. It takes little skill or imagination to see where you would like your army to be and when; it takes much knowledge and hard work to know where you can place your forces and whether you can maintain them there. A real knowledge of supply and movement factors must be the basis of every

9 Termo inglês que significa "pessoal", no sentido de equipe ou funcionários. O termo é utilizado para designar as pessoas que pertencem ao grupo de trabalho de uma organização particular. Também se refere ao quadro de funcionários de uma empresa.

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leader's plan; only then can he know how and when to take risks with those factors, and battles are won only by taking risks."10.

Foi no século XX, com a própria evolução da Arte da Guerra que a

Logística aprimorou-se, mas não poderemos falar da Ciência Logística, pois como a

guerra é uma arte.

Em 1917 a consciência da logística como ciência torna-se mais solida com a

publicação do livro “Logística Pura: a ciência da preparação para a guerra”, escrito

pelo Tenente Coronel Thorpe, do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA.

Com o advento da 1ª Guerra Mundial em 1939 o termo era muito pouco

usado, atribuindo-se ao mesmo o uso de definições como administração, organização e

economia de guerra.

Já no decorrer da 2ª Guerra Mundial, e por volta de 1945, o Almirante

Henry Eccles, afirma que os EUA poderiam ter economizado milhões de dólares se

tivessem seguido os ensinamentos de THORPE. Eccles aprofunda-se nos estudos da

logística militar, sendo assim considerando o “pai da logística moderna”, onde os

fundamentos eram apenas aplicados a usos e estruturas organizacionais militares. Logo

com o avanço tecnológico da época e a necessidade de suprir locais destruídos pela

guerra, a logística em si foi adotada por várias organizações de interesse e empresas

civis.

Ronald H. Ballou11 em seu livro, Logística Empresarial (1993:28) faz um

interessante resumo da Logística “adormecida”, este autor considera a Logística muito

rudimentar antes de 1950, só ganhando força no pós-guerra dos “Anos de Chumbo12“.

Para encerrar este estudo histórico podemos citar BOWERSOX e GLOSS

(2001:20): “O que faz a logística contemporânea interessante é o desafio de tornar os

10 Quanto mais eu vejo as guerras, mais eu realizo como ela depende da administração e do transporte. Toma-se pouca habilidade ou imaginação para ver onde você gostaria de posicionar seu exército; toma-se muito conhecimento e trabalho duro para saber onde você pode colocar suas forças e se você pode as manter lá. Um conhecimento real da fonte de suprimentos e movimentação deve ser à base de cada planejador; somente então se pode saber como e quando tomar riscos com aqueles fatores, e batalhas são ganhas somente tomando riscos. General Sir Archibald Wavell 1883 – 1950, este general britânico foi mais reconhecido por sua ação no Norte da África em 1941 contra a ocupação italiana na Segunda Guerra Mundial utilizando uma força numericamente bastante reduzida contra os italianos. 11 Professor de Operações na Weatherhead School of Management, em Cleveland, Ohio, é considerado o papa do logistica moderna. Recebeu o título de bacharel em engenharia mecânica em 1960, e em 1963 recebeu o título de MBA, e em 1965 recebeu o título de Ph.D. em administração de empresas com especialização em Logística, todos pela universidade do estado de Ohio. 12 1939-1945 A Segunda Guerra Mundial, onde transportes e estratégias influenciaram profundamente as batalhas e a vitória dos Aliados contra os países do Eixo – Itália, Alemanha e Japão.

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resultados combinados da integração interna e externa numa das competências

centrais da empresa.”

A incorporação da Logística por parte das empresas é o que vai criar a

Logística Empresarial a partir dos anos 50 e que hoje contribui como Vantagem

Competitiva nas empresas que atuam globalmente.

1.1.1. Evolução

A logística ocupa atualmente lugar de destaque na administração moderna e

é atribuído a ela o sucesso ou insucesso de muitas organizações, com operações

eficientes é possível tornar-se competitiva num cenário onde a abertura de mercado

elevou a concorrência a níveis antes inimagináveis e tem imposto enormes desafios a

essas organizações, mas a logística veio com modelos de gestão que possibilitam

harmonizar os processos racionalizando de forma que questões relacionadas a custos

fossem amenizadas e transformadas em ganhos.

Num passado recente não se dava à devida importância à logística, pois era

considerada pura e simplesmente como atividade de apoio, consumidora de recursos

quando não meramente transporte, onde pouco se investia em tecnologia e pessoal

especializado, pois a preocupação estava direcionada a outras questões, e atender essas

necessidades tomavam a atenção e tempo dos gestores, de forma que se observa

atualmente e de forma nítida a imperatividade de investir recursos nesta área, pois cada

vez organizações empresariais administram operações logísticas diversas e amis

complexas, precisando tornar-se mais eficientes e de certa forma lutar pela conquista

diária de novos mercados, com novos clientes, e cada vez mais exigentes.

Com isso a logística ganhou de vez espaço das organizações e passou a

fazer parte das estratégias de mercado com foco em operações eficientes e responsivas.

Reconhecidamente a logística moderna ocupa hoje um importante lugar dentro das

organizações e esse tal reconhecimento se dá devido à constante evolução que esta área

tem sofrido ao longo de aproximadamente seis décadas e não sozinha tenha que levar o

mérito, pois a própria dinâmica do mercado fez com que essa evolução acontecesse.

Mesmo assim ainda hoje para muitas destas empresas o conceito e aplicabilidade da

logística esta meramente associada a transporte de cargas, quando tornar-se este um

absurdo, observado a ampla magnitude de seu potencial, estas mesmas empresas não se

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24

modernizaram e continuam atuando nos moldes de décadas atrás, ou por falta de

recursos estruturais, barreiras políticas ou mesmo pela visão míope de seus gestores

despreparados.

Mas não podemos supor o descaso no âmbito desta questão, uma vez que a

logística esta em constante evolução, questões estratégicas permeiam o ambiente

corporativo e a escassez de recursos os desafia a encontrarem soluções para seus

problemas por que logística envolve muito mais que apenas distribuir, abrangendo toda

organização dos processos podendo ser definida como a junção de quatro atividades

básicas que são as de aquisição, movimentação, armazenagem e entrega de produtos,

orquestradas intimamente pelas visões e decisões acuradas do gestor preparado.

Porém percebemos que as atuais organizações ou se preocupam com a

administração logística ou então transferem a responsabilidade para terceiros parecendo

ser a única saída para a sobrevivência. Quando se fala em envolver toda uma

organização é isso que se propõem, essas atividades isoladas não possibilitam um

sincronismo entre as funções de manufatura, marketing e para tal é imperativo que o

planejamento logístico esteja intimamente relacionado com as funções adjacentes por

isso à importância do planejamento e a prática logística.

Outro fator importante é que a logística utiliza a tecnologia a seu favor

lançando mão de sistemas sofisticados buscando atender a demanda de mercado de uma

forma eficiente mesmo tendo de contar com certas limitações impostas a todo o

momento a sua capacidade de resposta no modelo proposto pela logística possibilita

essa troca de informações agilizando as operações.

Mesmo que superado alguns obstáculos à logística e seus processos seguem

em pleno desenvolvimento e continua sendo desafiada a buscar superar os desafios que

se apresentam, prazos cada vez mais apertados são um desses ainda que a capacidade de

resposta seja superior das anteriores as operações logísticas de hoje se tornaram muito

mais complexas e exige muito mais coordenação.

Sua evolução dá-se início com o fim da Segunda Guerra Mundial, época que

as empresas contavam com uma boa capacidade produtiva e inovadores meios de

produção, de um lado e do outro se encontravam ociosas por não haver demanda

suficiente que absorvesse a produção dos bens produzidos, desta forma a guerra era o

grande cliente e sem ela não havia mais com quem comercializar para muitas famílias

daquela época os produtos antes consumidos eram produzidos de forma artesanal e com

pouca diferenciação, dessa forma a oferta de produtos aos consumidores comuns não

Page 26: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

25

chamava a atenção dos produtores uma vez que toda atividade produtiva tinha o

interesse em suprir somente a demanda por víveres de guerra.

Diante desta nova realidade o marketing desses produtos passou a focar nas

famílias tidas como padrão da época, pai trabalhando fora, mãe dona de casa e filhos em

idade escolar vislumbrava-se a possibilidade de introduzir no mercado diversos

produtos despertando a atenção e o interesse desses potenciais consumidores, o

crescente número de produtos e suas variedades proporcionaram aos clientes opções

antes inexistentes e/ou inacessíveis. Essa introdução transformou de vez as relações

cliente varejista da época que passaram a desejar pelo consumo desses bens o que

potencializou ás indústrias a retomada da capacidade produtiva e a exploração desse

mercado que se apresentava promissor.

A partir deste momento as equipes de marketing focaram o consumidor

“comum” toda intenção industrial versava para o consumo dos bens pelos civis, esta

fase é ponto de partida para considerarmos a evolução da logística que destaca a

existência 04 (Quatro) fases importantes nesta evolução, segundo explanado por

NOVAES, G. A. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro.

Ed. Campus. 2000.

1.1.2. Primeira Fase – Atuação Segmentada

Atender os consumidores passou a ser o foco das indústrias por meio de

varejistas locais, a administração desses varejistas constituía em formar estoques

elevados modelo que logo se mostrou pouco eficiente, estoques elevados se traduz em

custos para sua manutenção e fatalmente são repassados para os clientes no estágio

seguinte. Esse foi o primeiro desafio a ser separado pelas indústrias e varejistas, pois

ambos os lados tinham estoques elevados e a instabilidade da demanda não

proporcionava uma análise mais assertiva do comportamento consumidor.

Nesta fase as vendas para serem realizadas dependiam de um ponto

comercial convencional, como o estoque era o elemento chave nesses estabelecimentos

o vendedor tinha conhecimento total da disponibilidade dos produtos e ao efetuar a

venda preenchia manualmente as fichas e encaminhava ao estoque que programava a

entrega ao cliente, periodicamente esse estoque era contado e conforme a necessidade

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26

era feito um pedido ao fabricante que atendia aos pedidos negociando prazos de entrega

e preços. Dois fatores potencializavam esse comportamento do varejista:

• A proximidade do público consumidor possibilitava entender o que de fato

esses consumidores desejavam, portanto se o estoque atendia aos desejos

previamente conhecidos.

• Pouca variedade de produtos, isso possibilitava ao varejista antever a

demanda.

Para os varejistas controlar a demanda era mais fácil que para as indústrias

que num dado momento atendia os varejistas com pedidos baixos e em outros com

pedidos altos e para superarem esse desafio buscaram meios de minimizar os elevados

custos, contratando, por exemplo, transportadores clandestinos com fretes mais baixos

que as empresas do segmento, levando essas empresas a uma guerra por fretes mais

baratos comprometendo a qualidade do serviço prestado, fato este que ainda ocorre com

frequência entre algumas empresas nos dias atuais.

Outra solução encontrada, dessa vez mais racional foi criar lotes

econômicos, constituía em maximizar o carregamento das cargas aproveitando o espaço

da melhor forma possível e com isso obter ganhos possibilitando um aumento

significativo tanto na qualidade dos serviços, possibilitava a indústria e varejista o

trabalho em conjunto maximizando os ganhos, assim como redução dos custos, dessa

forma foi possível atender da melhor forma os clientes nesta fase esta foi uma

considerável evolução.

1.1.3. Segunda Fase – Integração Rígida

A segunda fase é caracterizada por processos industriais inovadores

aplicados ao atendimento da demanda crescente, desta vez com a criação de novos

produtos com cores tamanhos e modelos diferentes elevando o interesse dos

consumidores pela posse dos mesmos.

Essa variedade trouxe consigo muitas expectativas por parte dos

consumidores, o marketing trabalhou muito nesse sentido buscando entender os anseios

dos consumidores e desenvolvendo novos produtos. A flexibilização nos processos

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produtivos sem aumento significativo dos custos que passaram a ser praticado pelas

indústrias, o uso ainda que de forma tímida da informática facilitasse a eles um maior

controle em atender a uma demanda crescente com produtos diferenciados, esse método

exigiam maior controle dos insumos produtivos a serem utilizados, assim como as

entregas que passaram a ser mais dinâmicas e com mais intensidade.

Outro fator importante impulsionou essa dinâmica, a concentração de um

grande número de pessoas nos grandes centros urbanos vindas de vários cantos do país

atrás de oportunidades e de uma vida melhor foi celeiro apropriado para a intensificação

do comércio varejista impulsionando a indústria.

Tanto a indústria quanto o varejo pareciam ter amadurecido o suficiente

para continuar em pleno crescimento, pois agora contavam com processos inovadores e

boa capacidade produtiva e uma demanda crescente, vinham muito bem quando no

inicio de 1970 estourou uma crise de proporções globais conhecidas como a crise do

petróleo, o maior impacto dessa crise foi no transporte encarecendo substancialmente o

valor do frete e o consequente repasse no valor dos produtos, mais uma vez as empresas

tinham como desafio encontrar meios racionais que contornassem essa situação.

Para superar esta crise passaram a mesclar modalidades de transportes, trens

e aviões que estavam ociosos passou a atender nas operações logísticas, uma saída

encontrada com louvor pelas empresas, o uso misto destes modais possibilitou uma

economia considerável nas operações. Outras técnicas também foram aplicadas como o

controle dos estoques, previsão de demanda e aplicação dos sistemas MRP e MRP II,

passaram a fazer parte das organizações, essas técnicas perfeitamente aplicadas

trouxeram as empresas muito mais economia e agilidade nas operações.

A busca pela racionalização que as empresas nessa fase alcançaram envolvia

muito mais que conhecimento, era necessário integrar as áreas envolvidas para que

pudessem atender a demanda de forma mais eficiente e esta próxima fase ficou

conhecida como integração flexível.

1.1.4. Terceira Fase – Integração Flexível

Esta fase que data a época de 1980 até os dias atuais, seus conceitos e

técnicas ferramentais ainda estão sendo implantadas em muitas empresas, caracterizada

pela integração dinâmica e flexível, vendo as empresas que era necessário que todas as

áreas necessitavam estar em constante troca de informações. Surge então o (EDI

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“Intercâmbio Eletrônico de Dados”) que em síntese significa gerar conhecimento a

todas as áreas envolvidas em um processo potencializando a troca de informações em

tempo real, importante evolução que maximizou as operações logísticas.

A informática que deu um salto quantitativo e qualitativo a serviço das

empresas e a todos que fazem uso desta plataforma possibilitou a troca de informações

entre setores internos assim como entre parceiros comerciais e clientes externos, sendo

possível conhecer no momento em que acessa através de um login e senha as emissões

de pedidos, os produtos em fabrico, ou o deslocamento dos modais em trânsito.

Além dessa preocupação necessária para o processo evolutivo das operações

outro fator importante passou a preocupar as empresas, preocupações com a satisfação

dos clientes, entenderam que agora dotado de informações o cliente passa a ter

“controle” definindo como, quando e de que forma quer ser atendido, enfim, esta fase

conta com mais essa variável a ser superada pelas empresas.

No Brasil esta fase ainda está sendo implantadas, muitas empresas até

desprezam aspectos importantes que caracterizam esta evolução, entre empresas e

consumidores há uma constante expectativa pelos serviços prestados.

A preocupação em satisfazer os clientes elevou o entendimento entre os

parceiros e na junção de interesses a busca pela captação de clientes e maior

participação de mercado surgiram questões de caráter estratégico ficando conhecido

como integração entre parceiros.

1.1.5. Quarta Fase – Integração Estratégica

Fase caracterizada fortemente pela atenção voltada à satisfação dos clientes

as operações se tornaram muito mais dinâmicas com recursos tecnológicos de ponta,

concorrência acirrada entre empresas pela disputa de mercado, o cliente de agora dotado

de informações tem o poder absoluto de decidir pela empresa que melhor atenda a seus

interesses, essa nova ordem transformou drasticamente as relações comerciais entre

clientes e empresas.

Pensar de forma estratégica atentando para todos os elos envolvidos no

processo de comercialização dos produtos e bens, uma vez que os serviços que agregam

valor ao cliente se tornaram um elemento a mais a ser oferecido, garantias, serviço de

pós venda já não é mais o diferencial passou a ser item obrigatório para as empresas

atuantes. Daí o porquê a logística se caracterizar como área responsável por manter a

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empresa com fôlego para enfrentar a concorrência, é preciso que toda a organização

esteja em constante troca de informações tanto interna como com parceiros comerciais,

agora é importante discutir com fornecedores e prestadores de serviços à perfeita

sincronia no atendimento a demanda.

Nesse panorama novos conceitos vêm surgindo e transformando ainda mais

as relações comerciais, quem dita às regras agora são os clientes, a produção em massa

em condições de atender aos pedidos ajustando de forma flexível junto a seus parceiros

comerciais suas linhas de aquisição, transformação e distribuição dos produtos, porém

que surge um termo que mais uma vez desafia essas indústrias.

1.1.6. Postergação

Se antes antevir a demanda era o fator considerado de sucesso hoje ela se

estende a continuação dos processos produtivos eficientes mais com a capacidade

responsiva, ou seja, disponível ao menor tempo possível. Os ciclos de pedidos estão

mais curtos e para atender o mais rápido possível a solução encontrada foi produzir até

certo ponto e retardar, ou seja, esperar pelo pedido do cliente.

Há também o interesse tanto do consumidor como do ofertante em

personalizar os produtos, o cliente almeja adicionar características diferenciais ao

produto o outro ganhar esse cliente com tais expectativas atendidas e ao mesmo tempo

se diferenciar dos demais concorrentes.

Podemos exemplificar os procedimentos da empresa Dell computadores13

através do seu site, lá o cliente tem a possibilidade de montar seu computador tendo

disponível diversas opções de peças, modelos, cores e especificações técnicas e como é

possível através da postergação toda a parte interna é produzida e armazenada até que

receba o pedido do cliente para dar continuidade, agora com especificações próprias do

cliente.

1.1.7. Empresas Virtuais

13 Dell Inc. (NASDAQ: DELL) é uma grande empresa de hardware de computadores dos Estados Unidos da América, fundada por Michael Dell em 1984, enquanto estudava na universidade do Texas. Atualmente, emprega mais de 78.700 pessoas no mundo inteiro, desenvolvendo, produzindo, e dando suporte para venda a uma grande variedade de computadores pessoais, servidores, notebooks, netbooks, tablets, dispositivos de armazenamento, switches de rede, PDAs, smartphones, software, periféricos e mais.

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Com o advento da informática e o crescente uso em massa dos

computadores pessoais e internet as relações de compra e venda se transformaram a

ponto de não mais necessariamente precisar “convencer” o cliente a comprar seus

produtos, agora ele é quem decide pela compra e fazendo uso da internet compara

diversos atributos tais como: especificações técnicas, garantias, serviços de pós venda e

até opiniões de clientes que já se utilizaram dos serviços desta empresa.

Conhecidas como empresas sem fumaça, sites de vendas pela internet,

prestação de serviços, consultorias, enfim, tudo o que antes ao varejistas convencionais

ofereciam agora são oferecidos por essas empresas virtuais e com uma vantagem o

cliente nem precisa sair de casa recebe na porta, o que mudou com essa nova

modalidade? O cliente esta mais próximo e as operações mais dinâmicas e o fator tempo

um desfio a ser superado, principalmente na formação de profissionais mais capacitados

para gerenciar e executar funções mais específicas.

A concorrência se intensificou além de processos produtivos alinhados e

entrou no campo das parcerias comerciais e respostas rápidas nas entregas o imperativo

é fazer tudo isso ser percebido pelo cliente, pois sua satisfação representa o sucesso

dessas organizações. Surge então à necessidade de encurtar os canais eliminando os

intermediários, estratégia adotada por várias empresas, quanto mais próximo do cliente

em melhores condições estará diante dos concorrentes é preciso estreitar mais ainda as

parcerias comerciais assim como esse encurtamento as operações devem ser muito

eficientes e responsivas, pois qualquer erro impacta diretamente na imagem desta.

Esse foi e continuará sendo o grande desafio a serem superados, numa

escala global os preços e características dos produtos pelos especialistas é considerado

semelhante e o grande diferencial esta na eficiência das operações logísticas e a oferta

de itens que são percebidos como vantagem pelos clientes, mas claro sem os onerarem.

1.1.8. Logística Verde

O tema sustentabilidade permeia as mídias e todos concordam com o

consumo consciente isso passou a ser discutido nas empresas que atuam no ramo

logístico, já se fala em selo verde para um futuro próximo que atestem as operações que

respeitam o meio ambiente, por exemplo, empresas especializadas em distribuição são

cobradas na manutenção de suas frotas apresentando laudos de inspeção veicular que

atestam estar dentro dos padrões exigidos.

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1.1.9. Logística Reversa

Outra questão importante é com o descarte do lixo no meio ambiente cada

vez mais empresas são pressionadas a assumirem responsabilidades pelo lixo

“produzido”, e estão se preocupando em desenvolver meios de retornarem com esses

descartes para as empresas, as redes de hipermercados disponibilizam sacolas

ecológicas e pontos de descarte de embalagens recicláveis.

É a consciência da sociedade e a necessidade de cuidar do meio ambiente

mais um desafio para essas empresas que somados aos demais faz com que o uso da

logística seja considerado cada vez mais importante não só do ponto de vista comercial

mais também social.

1.1.10. SCM Supply Chaim Management – "Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos"

Tempos atrás quando se falava em empresa seja de que segmento fosse,

sabíamos que estava preocupada somente com sua atuação no mercado e a busca pelo

sucesso organizacional, na atualidade a realidade é outra, é necessário olhar o outro

como parceiro e almejar crescimento sólido para ambos, há uma dependência mútua e o

gerenciamento isolado depõe contra esse crescimento a eficiência nas operações

logísticas envolvem todos os elos da empresa e a informação é um item bastante valioso

que deve ser compartilhado entre os parceiros. Nesta ótica surge um novo conceito

chamado (Supply Chaim Management “Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos”).

No passado as empresas tinham que estruturar sua própria cadeia e ela

próprio cuidavam para que outra unidade fabril lhe servisse de insumos ou componentes

para dar continuidade ao processo de fabricação, deste modo à empresa era verticalizada

desde a plantação de algodão até a fabrica de tecidos, era controlada pelo mesmo grupo

era o que acontecia com as indústrias Matarazzo por exemplo. Na atualidade

entendemos como se fosse à mesma configuração, porém com cada unidade controlada

por um dono e com a necessidade de se entender como se fosse uma só, cadeia de

suprimentos numa maneira simples de se entender nada mais é que o retorno do antigo

modelo aplicado às necessidades atuais.

A gestão da cadeia no global pode ser feita por uma só pessoa ou então por

uma unidade própria, mas a maneira mais utilizada é mesmo a gestão de um profissional

especializado dentro de cada organização por isso a logística caracteriza-se não somente

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como atividade isolada ela faz parte do todo e tem como objetivo harmonizar todos os

elos na cadeia produtiva, atentando para os indicadores que apontam o desempenho de

toda a cadeia como fator de sucesso.

Dentre vários objetivos de uma cadeia de suprimentos, a principal visa

maximizar o valor global gerado, desta forma a união entre parceiros possibilita

coordenar uma operação onde todos se beneficiam, sendo forte sua atuação no mercado

a lucratividade é dissolvida entre os participantes de modo que cada um se esforça pelo

melhor desempenho individual.

A logística continua em evolução e a todo o momento surgem novas

imposições, esses desafios continuarão exigindo dos profissionais a busca pela

superação, o mercado é volátil e a administração logística permite dar respostas rápidas

e corrigir desvios através de técnicas e visões cíclicas dos processos.

Ainda há muito que fazer e o mais importante são saber que toda e qualquer

empresa para se tornar competitiva deve investir em tecnologia e buscar capacitar seu

profissional está na era da informação e é errado pensar que somente transporte se

traduza em logística, transporte é uma das diversas atividades da logística, troca de

informações é logística “de conhecimento”, administração é logística “de direção”,

parcerias é logística “de relacionamento e valor agregado”.

1.2. IMPORTÂNCIA

Atualmente as empresas de uma forma geral vivem um momento

extremamente desafiador. Este novo cenário é caracterizado pela busca por maior

competitividade, maior desenvolvimento tecnológico, maior oferta de produtos e

serviços adequados às expectativas dos clientes e maior desenvolvimento e motivação

de seu capital intelectual (seus recursos humanos), isto é, gestores mais capacitados e

antenados.

Para superar estes desafios, algumas empresas buscam tomar ações voltadas

para redução de custos de uma forma isolada (através da eliminação de posições em seu

quadro de colaboradores, eliminação do cafezinho, controle de ligações telefônicas e

outras tão conhecidas). Estas ações, às vezes se fazem necessárias, no entanto, quando

tomadas de forma isolada, não garantem o resultado desejado. Por outro lado, temos

empresas que enxergam a logística como uma estratégia competitiva bastante eficaz.

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Estas empresas planejam e coordenam suas ações gerenciais de uma forma

integrada, avaliando todo o processo desde o fornecimento da matéria prima até a

certeza de que o cliente teve suas necessidades e expectativas atendidas pelo produto ou

serviço entregue. O resultado é a superação dos desafios apresentados e

consequentemente um melhor posicionamento no mercado. Como pontos centrais da

logística podemos destacar:

• Visão integrada e sistêmica de todos os processos da Empresa. A

ausência deste conceito faz com que cada área / departamento da

empresa pense e trabalhe de forma isolada. Isto gera conflitos internos

por poder e faz com que os maiores concorrentes de uma empresa

estejam dentro dela mesma;

• Fazer com que as “coisas” (materiais e informações) se movimentem o

mais rápido possível, conseguindo assim aperfeiçoar os investimentos em

ativos (estoques);

• Enxergar toda a cadeia de suprimentos como parte importante do seu

processo. Seus Fornecedores, Colaboradores, Comunidade e Clientes são

como elos de uma corrente e estão intimamente interligados. Por isso,

devemos sempre avaliar se suas necessidades e expectativas estão sendo

plenamente atendidas;

• O Planejamento (Estratégico, Tático e Operacional) e a constante

Avaliação de Desempenho, por meio de indicadores, são ferramentas

gerenciais essenciais para o desenvolvimento de um bom sistema

logístico.

Para compreendermos melhor como isto funciona vamos falar de algo

simples que faz parte do nosso dia-a-dia. Por exemplo, para realizar compras no

supermercado qualquer um de nós geralmente faz uma lista com todos os produtos que

que precisamos comprar. Ao chegar ao supermercado colocando-se no carrinho os

produtos de acordo com o listado, poderemos percorrer o supermercado de duas formas,

pegando os produtos de acordo com a sequência listada ou percorrendo todos os

corredores de uma ponta à outra até finalizar a compra. Se por acaso alguns produtos

estiverem em falta o buscaremos e compraremos em outro lugar. A simples atividade de

efetuar uma compra no supermercado retrata a importância do processo logístico, que

neste caso é ter o produto certo no momento certo, para a nossa comodidade.

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Podemos então dizer que logística é um processo que faz parte da vida de

todo mundo e que tem condições de melhorar a vida das pessoas quando bem praticada.

As grandes empresas sabendo disso trabalham cada vez mais com

profissionais qualificados e ferramentas logísticas adequadas para terem um bom

desempenho de suas atividades. Por ser um diferencial competitivo as empresas

investem cada vez mais em tecnologia e treinamento de seus colaboradores, obtendo

assim bons resultados para satisfação de seus clientes.

Podemos destacar a titulo de exemplo as empresas automobilísticas como

precursoras do aperfeiçoamento de processos logísticos. Tendo como objetivo a redução

de custos no processo, recebendo os materiais no momento certo para execução da

montagem, melhorando processos produtivos sem perder a qualidade do produto final.

Esta necessidade é muito positiva, pois assim novas ferramentas logísticas surgem

melhorando ainda mais o processo.

Atualmente, com cursos de tecnologia em logística, pós-graduação em

logística, MBA em logística empresarial, mestrado em logística, reconhecidos pelo

MEC, é possível capacitar profissionais para as mais variadas áreas da que empreguem

o uso da logística, pois os profissionais qualificados estarão garantindo um lugar no

mercado de trabalho.

Um bom gerenciamento da cadeia logística pode representar uma vantagem

diferencial competitiva no mercado, pois, de um lado, agrega valor ao produto via

serviço ao cliente e, do outro, agrega produtividade à empresa via redução de custo.

Assim sendo, as condições logísticas nos processos de comprar, produzir, vender e

entregar estão se tornando variáveis decisórias de compras por parte dos clientes.

O termo “tempo é dinheiro” está tanto para “conhecimento é poder”, quanto

“satisfação ao cliente” está para “subsistência humana”, sendo uma expressão de

linguagem que denota a logística uma relação vital na gestão da cadeia de suprimentos,

pois tem real e fundamental significado. Não só o tempo significa custo, como também

prazos extensos implicam em penalidades no serviço ao cliente. Na consideração dos

custos, existe uma relação direta entre o tamanho do fluxo logístico e o estoque que fica

retido nele, pois em cada dia de retenção do produto ocorrem despesas de manutenção

de estoques e doravante prejuízos. Na consideração dos prazos, existe uma relação entre

prazos longos e respostas lentas às necessidades dos clientes “versus” prazos curtos e

respostas rápidas às necessidades dos clientes.

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Assim o mercado competitivo atual, onde é cada vez maior a importância da

velocidade das entregas e o serviço ao cliente, à combinação de baixos custos e curtos

prazos pode significar um aumento do grau de competitividade das empresas.

Esta evolução do conceito logístico moderno e futurista exigirá, também,

uma evolução significativa do profissional de logística. O atual profissional deve ter

uma visão sistêmica da empresa juntamente com os seus clientes e seus fornecedores.

Deve entender muito claramente que o aumento da produtividade da cadeia logística

deve agregar valor para aquele que remunera esta cadeia, ou seja, o consumidor final.

Realmente, com a globalização, maiores oportunidades surgirão para as

empresas. Assim, os processos logísticos passarão por mudanças a cada ano para

adequação e aumento da competitividade das mesmas.

A logística vem ganhando notoriedade e conhecimento global

diferentemente da visão de ser somente relacionada a transporte, crescendo e se

profissionalizando, tornando-se cada vez mais refinada e atraente, fazendo-a migrar de

uma atividade focada na operação para uma atividade mais alinhada com a estratégia da

organização.

Sendo assim, o mercado está mais competitivo e os clientes estão mais

exigentes com o nível dos serviços prestados e com o custo dos mesmos. Atividades

como compras, transportes, gestão de estoques e processamento de pedidos precisam ser

bem administradas, pois podem representar o sucesso ou o insucesso de uma

organização.

1.3. ATIVIDADES ENVOLVIDAS

A logística está dividida em dois tipos de atividades - as principais e as

secundárias, segundo (CARVALHO, 2002:37), e descritas conforme segue:

1.3.1. Planejamento, Organização, Direção e Controle

Tiramos esse conceito com base que a Logística estuda como a

administração pode prover melhor o nível de rentabilidade nos serviços de distribuição

aos clientes e consumidores.

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Segundo (BALLOU, 2001), o planejamento logístico tem por objetivo

desenvolver estratégias que possam resolver os problemas de quatro áreas de destaque

em empresas de transporte que são:

a) o nível de serviços oferecido aos clientes;

b) localização das instalações de centros de distribuição;

c) decisões de níveis de estoque e;

d) decisões de transportes que devem ser utilizados no desenvolvimento de

todo o processo.

Com isso o gerenciamento da cadeia de suprimentos envolve o

planejamento e a administração de todas as atividades envolvidas no fornecimento,

requisição, transformação e todas as atividades da administração logística. A

organização e a cooperação entre todos os canais produtivos. O gerenciamento da

cadeia de suprimento integra o fornecimento e demanda ao longo de toda a empresa

envolvida.

1.3.2. O Planejamento estratégico logístico – algumas considerações

Segundo o dito popular: “Se você não sabe aonde quer chegar,

provavelmente nunca vai chegar lá - por mais tempo que tenha. Assim, como quer

chegar a algum lugar?”.

Há muitas razões para se planejar. Quando se está planejando, a gerência

deve considerar a missão da organização por completo e, desenvolver planos de ações

específicos e atividades para levar a organização na direção desejada. No atual ambiente

de rápida transformação de negócios é essencial para os gestores antecipar as mudanças

e preparar suas organizações para melhor incorporar, responder e lucrar com tal

mudança. Sem ter uma abordagem preventiva os gestores estarão constantemente

reagindo de modo emergencial (de crise) e não serão capazes de progredir no alcance da

missão de suas companhias.

Então, o processo de planejamento estratégico existe para patrocinar a

estratégia da organização; é importante desenvolver uma compreensão do conceito geral

de estratégia organizacional antes de discutir estratégia logística. O dicionário

“Random” define estratégia como “um plano, método, ou série de manobras ou

estratagemas para obter um resultado específico ou objetivo”. Então, estratégia

representa as ações gerais ou abordagem a ser realizada em vista de alcançar os

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objetivos e metas da empresa. A declaração da missão coletiva é o preponderante

objetivo da organização a qual serve para guiar a estratégia da organização, atividades e

metas. Isto é, descreve o ramo e o negócio da organização.

Assim, se os gerentes logísticos não entendem a estratégia corporativa, eles

não poderão tomar decisões que sejam do melhor interesse da organização. Até mesmo

ainda que os gerentes de logística usem abordagens sistêmicas para tomar decisões e

analisar trade-offs, eles ainda não poderão tomar as melhores decisões sem um bom

entendimento da estratégia coorporativa e a correspondente estratégia logística.

O Planejamento estratégico logístico pode ser definido como um processo

unificado, compreensivo e integrado para alcançar vantagem competitiva através de

valor acrescido e do serviço ao cliente o qual resulta numa satisfação superior do cliente

– aonde nós queremos estar – antecipando a demanda futura por serviços logísticos e

administrando os recursos de toda a cadeia de suprimentos – como chegar lá. Este

planejamento é feito dentro do contexto do plano contingencial corporativo.

O planejamento estratégico de logística é um processo que requer uma

compreensão de como diferentes elementos e atividades de logística interagem em

termos de troca e o custo total para a organização. Somente por entender a estratégia

corporativa pode a Logística melhor formular sua própria estratégia.

No que tange a hierarquia, o planejamento de uma organização existe em

muitos níveis, como também em muitas áreas funcionais. No mínimo, as maiorias das

organizações formalmente atualizam seus planos em uma base anual. Entretanto,

planejamento é um processo contínuo. É importante também correlacionar todos os

planos funcionais para assegurar que eles se inter-relacionem e patrocinem o plano

contingencial corporativo. É importante ter também planos para diferentes períodos nos

quais há a realização de algo, e que estes planos se ajustem para suportar planos de

longo alcance.

Em relação às áreas de planejamento, os níveis de serviço ao cliente, à

localização, os estoques e o transporte são as principais áreas do planejamento logístico

por causa do impacto que as decisões nessas áreas causam na lucratividade, no fluxo de

caixa e no retorno sobre o investimento da empresa. Cada área de decisão está inter-

relacionada com as outras e não deve ser planejada sem ao menos a consideração dos

efeitos das compensações – trade-offs. O serviço ao cliente é o resultado da estratégia

formulada nas outras três áreas.

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Em síntese, o planejamento logístico tenta responder aos questionamentos

de: O que? Quando? Como? O nível operacional, tático e estratégico, tendo em vista a

preocupação de como movimentar produtos de maneira eficaz e eficiente através do

canal logístico planejado.

1.3.3. Organização

No ambiente organizacional é comum surgirem problemas que demandam

energia, tempo e em alguns casos até gastos monetários para serem resolvidos, e, para

tanto, os profissionais tem que estar preparados para agir com rapidez e de modo que,

dentro das possibilidades, estes não voltem a ocorrer. Contudo, é sabido que o ideal nas

empresas é evitar que esses problemas sejam originados por erros internos ou falhas nos

processos, e que o grande desafio nessa busca constante pela melhoria contínua, pela

qualidade e nível de serviço está centrada na capacidade empresarial de executar as

ações com eficiência e efetividade, com pouco ou mesmo nenhum retrabalho.

Essa capacidade da organização de fazer certo na primeira vez o que tem que ser feito e

de tomar a decisão certa no momento certo não pode ser conseguida se tal

responsabilidade estiver centralizada apenas nos gerentes e dirigentes da empresa.

Todos os profissionais devem estar alinhados para este objetivo, como um sistema

integrado, e devem contribuir para o alcance dos resultados desejados.

Nas empresas mais organizadas esse alinhamento das ações está de certa forma

estruturada nos procedimentos e sistemas de qualidade, mas a existência destes por si só

não determina a execução eficaz na organização. Além do cumprimento dos

procedimentos deve haver uma comunicação clara, objetiva e ágil entre as diversas

áreas, além de uma visão multifuncional dos profissionais.

Mas o que aproxima tudo isso à inteligência logística? Conceitualmente, a

inteligência logística corresponde a um conjunto de habilidades e conhecimentos que

possibilita melhores desempenhos organizacionais dentro do processo logístico, visando

à satisfação do cliente e a diferenciação da empresa no mercado. Assim sendo, percebe-

se que a inteligência logística traz consigo o alinhamento das diversas áreas da

organização e o objetivo comum dos profissionais.

Observando então a contribuição da inteligência logística para a obtenção

dos resultados logísticos, como desenvolvê-la na organização? Na verdade, toda

organização, seja ela atuante na área de logística ou não, pratica de alguma maneira a

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inteligência logística, mesmo sem saber que a está praticando. Normalmente, as

empresas fazem inúmeras reuniões, seja para resolver algum problema ou discutir

algum assunto, e essas reuniões não deixam de ser a inteligência organizacional, que,

quando voltada para a área de logística, passa a ser chamada de inteligência logística.

A questão é que o mais comum nas empresas é utilizar a inteligência

logística como uma prática reativa aos problemas e não como uma ação proativa às

exigências do mercado e dos clientes. Muitas vezes, acha-se que é perda de tempo

reunir os profissionais numa sala para discutir sobre temas que possam trazer melhorias,

porém, muito maior é o tempo perdido quando se precisa reagir às dificuldades

apresentadas pelo mercado.

Portanto, para desenvolver a inteligência logística a organização deve

primeiramente adquirir o hábito do aprendizado organizacional, uma cultura voltada

para o desenvolvimento de conhecimento, voltado para a própria organização, para

soluções específicas a ela.

Inicialmente deve ser identificado qual o processo logístico mais crítico e de

maior impacto no mercado que deve ser mais bem desenvolvido e acompanhado. A

partir desse processo, a inteligência logística deve expandir sua atuação para os outros

que compõem o sistema logístico da empresa, até que todos eles possam ser

trabalhados. É importante, entretanto, que mesmo após serem trabalhados, os processos

não devem ser esquecidos, mas que sejam constantemente acompanhados e controlados

para garantir melhores resultados.

Uma vez assumindo essa postura proativa, a empresa tem a possibilidade de

expandir a inteligência logística para qualquer área da empresa, ou seja, a busca pela

melhoria deixa de ficar centrada nos processos logísticos e assume um papel importante

para o desenvolvimento dos profissionais e dela mesma.

Nesse sentido, muitas organizações hoje em dia preocupam-se em

desenvolver esse conhecimento organizacional e passam a investir no aprendizado

corporativo, chegando até a criar um anexo da empresa com este objetivo específico, o

que está sendo chamado de universidade corporativa. Mas este é um tema a ser

abordado mais profundamente em outros artigos.

1.3.4. Direção

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40

Viver é decidir. Desde que aprendeu a raciocinar, o ser humano tem sido

obrigado a optar entre as diversas alternativas que, em todos os momentos, a vida lhe

apresenta, obrigando-o a posicionar-se perante o futuro. O ato de decidir é, portanto,

inerente ao livre arbítrio, capacidade privativa do homo sapiens. Mesmo quando só há

uma opção, pode ainda ser possível nada decidir, ou seja, mesmo a omissão é uma

forma de decisão.

Para identificar e enunciar um problema, a primeira indagação é "o quê

queremos?" Ou "qual é o objetivo?". Muitas vezes a decisão começa a identificar e

comparar alternativas sem saber exatamente o que se quer. Comece, portanto,

elucidando com toda clareza qual é o objetivo do seu empreendimento. Todo o tempo

desprendido aqui não será em vão. Afinal, "se um navio não sabe seu porto de destino,

nenhum vento lhe será favorável".

Conhecido o(s) objetivo(s) e o ambiente (conjuntura, marco legal,

adversários, demais atores, sua própria instituição) você estará em condições de

formular suas alternativas estratégicas.

Alguns chamam de linhas de ação; outros, de soluções estratégicas; outros,

simplesmente de estratégias. Vamos chamar de alternativas, que são as formas (ou

fórmulas) encontradas que poderão conduzir ao objetivo.

É fundamental construir mais de uma alternativa. Se a sua equipe só

consegue ver uma estratégia para alcançar seus objetivos, ela certamente não será a

melhor. Falta talento e criatividade.

Quanto mais exatas forem as variáveis, mais válido será o processo de

AMD. Para decisões que envolvem alto grau de subjetividade, contudo, é preciso muito

talento para atribuir os valores corretamente e evitar distorções no processo.

Como se pode ver, embora pareça simples, decidir não é nada fácil, e é parte

fundamental do planejamento estratégico.

1.3.5. Controle

Através de algumas ferramentas podemos dar um à direção para

executarmos nosso trabalho de Gestor Logístico para que nossa empresa possa fazer

todas as atividades da empresa.

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Pela definição do Council of Supply Chain Management Professionals, "Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes" (CARVALHO, 2002:31).

Assim como ferramental, a logística utiliza (entre outros):

• WMS, Warehouse Management System, em português - literalmente:

sistema de automação e gerenciamento de depósitos, armazéns e linhas

de produção. O WMS é uma parte importante da cadeia de suprimentos

(ou supply chain) e fornece a rotação dirigida de estoques, diretivas

inteligentes de picking, consolidação automática e cross-docking para

maximizar o uso do valioso espaço dos armazéns.

• TMS, Transportation Management System, que é um software para

melhoria da qualidade e produtividade de todo o processo de

distribuição. Este sistema permite controlar toda a operação e gestão de

transportes de forma integrada. O sistema é desenvolvido em módulos

que podem ser adquiridos pelo cliente, consoante as suas necessidades

(GASNIER et al., 2001).

• ERP, Enterprise Resource Planning ou SIGE (Sistemas Integrados de

Gestão Empresarial, no Brasil) são sistemas de informação que integram

todos os dados e processos de uma organização em um único sistema. A

integração pode ser vista sob a perspectiva funcional (sistemas de:

finanças, contabilidade, recursos humanos, fabricação, marketing,

vendas, compras, etc) e sob a perspectiva sistêmica (sistema de

processamento de transações, sistemas de informações gerenciais,

sistemas de apoio a decisão, etc).

• MRP, Material Requirement Planning ou planejamento (português

brasileiro) das necessidades de materiais, PNR).

1.3.6. Atividades Principais

O conceito de cadeia de valor formulado por (PORTER, 1986) destaca a

agregação de valor através da realização de atividades primárias e secundárias.

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42

Para Porter, não é possível entender a vantagem competitiva sem analisar a

empresa como um todo.

A análise da cadeia de valor busca enxergar a empresa como um conjunto

de atividades inter-relacionadas que buscam agregar valor específico ao cliente.

Muitos autores destacam ainda que a cadeia de valor é um modelo que

descreve como um produto se movimenta desde a etapa da matéria-prima até o

consumidor final, sendo que o objetivo é adicionar o máximo de valor aos elos da

cadeia de maneira menos dispendiosa possível.

Segundo o conceito de Porter, as atividades que geram valor podem ser

agrupadas em atividades, e podem ser explicadas da seguinte forma:

1.3.6.1. Atividades Primárias

Consideradas atividades-chaves, são as mais importantes no ambiente da

Logística e, que, além disso, participam com os maiores percentuais nos custos

logísticos, tais como:

• Logística Interna: atividades relacionadas com o manuseio de materiais,

armazenagem e controle de estoques, utilizadas para receber e disseminar os

insumos de um produto.

• Operações: atividades necessárias para converter os insumos fornecidos

pela logística interna na forma de produto final.

• Logística Externa: atividades relacionadas com a coleta, armazenagem e

distribuição física do produto final para o cliente.

• Marketing e Vendas: atividades concluídas para fornecer os meios que

permitam que os clientes adquiram os produtos e induzam a adquiri-los.

• Serviços: atividades destinadas a realçar ou manter o valor de um

produto.

A análise da cadeia de valor busca enxergar a empresa como um conjunto

de atividades inter-relacionadas que buscam agregar valor específico ao cliente.

Muitos destacam ainda que a cadeia de valor é um modelo que descreve

como um produto se movimenta desde a etapa da matéria-prima até o consumidor final,

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sendo que o objetivo é adicionar o máximo de valor aos elos da cadeia de maneira

menos dispendiosa possível.

1.3.6.2. Atividades secundárias

Como o nome sugere, estas são as atividades que dão o suporte

indispensável às atividades Primárias, para que seja atendido, na plenitude, o objetivo

da redução de distâncias entre a demanda e a produção, para a perfeita satisfação dos

clientes, tais como:

• Suprimento de serviços e materiais: atividades realizadas visando a

compra dos insumos necessários à fabricação dos produtos, bem como

ativos fixos – máquinas, equipamentos de laboratórios, equipamentos e

materiais de escritórios e edificações.

• Desenvolvimento tecnológico: atividades realizadas com o objetivo de

melhorar o produto e os processos utilizados em sua fabricação. Assume

várias formas, como equipamentos de processo, pesquisa básica, design do

produto e procedimentos de serviços.

• Gestão de Recursos Humanos: atividades relacionadas com

recrutamento e seleção, admissão, treinamento, desenvolvimento e

remuneração do pessoal.

• Infraestrutura da organização: inclui atividades necessárias ao apoio

total de toda a cadeia de valor como direção geral da organização,

planejamento, finanças, contabilidade, apoio legal e relações

governamentais. A partir da infraestrutura, a organização tenta identificar de

forma eficaz e consistente as oportunidades e ameaças externas, os recursos

e capacidades e fornecer apoio às competências essenciais.

É importante ressaltar que, o sucesso da organização, depende não apenas

da excelência do trabalho de cada departamento isoladamente, mas principalmente da

coordenação e integração destes.

Como podemos perceber, o conceito de cadeia de valor está diretamente

ligado aos conceitos de logísticas e sendo assim, podemos entender que as empresas que

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buscam a otimização de seus processos logísticos buscam também adicionar valor aos

produtos e serviços ofertados aos seus clientes, fornecedores e colaboradores,

conseguindo assim, aumentar a sua vantagem competitiva.

v

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45

2. GESTÃO LOGISTICA

A gestão da cadeia logística, também conhecida como gerenciamento da

cadeia de suprimentos (Brasil), gestão da cadeia de fornecimento (Portugal), pipeline

logístico ou rede logística, tem, desde o final dos anos 1980, ganhou bastante

popularidade, apesar de existir confusão sobre o seu significado. Muitas pessoas

utilizam esta noção como um substituto ou sinônimo de logística. No entanto, a

definição de gestão da cadeia logística é mais abrangente que o conceito de logística.

A gestão da cadeia logística é a integração dos processos do negócio do

consumidor através dos fornecedores de produtos, serviços e informação, com o

objetivo de acrescentar valor para o cliente (LAMBERT et al., 1998:504).

Na cadeia logística padrão, as matérias-primas são procuradas e os bens são

produzidos em uma ou mais fábricas, transportadas para armazéns como

armazenamento intermédio, e depois transportadas para os retalhistas ou clientes.

As estratégias utilizadas para obter uma cadeia logística eficaz consideram

as interações entre os vários níveis da cadeia logística, de forma a reduzir o custo e

melhorar o serviço prestado. A cadeia logística consiste nos fornecedores, centros de

fabricação, armazéns e centros de distribuição, assim como matérias-primas, produtos

no processo de fabricação, e produtos finais que circulam entre as fábricas.

Assim a gestão da cadeia logística consiste numa série de aproximações

utilizadas para integrar eficazmente fornecedores, fabricantes e lojas, para que a

mercadoria seja produzida e distribuída nas quantidades ideais, na localização certa e no

tempo correto, com o objetivo de satisfazer o nível de serviço e diminuir os custos ao

longo do sistema (SIMCHI-LEVI et al., 2003:1).

A cadeia logística não é composta apenas de movimentação de produtos

físicos entre empresas. Envolve, também, o fluxo de informação e capitais entre as

mesmas companhias. A comunicação é um fator chave para a manutenção e gestão da

cadeia logística. Os membros da cadeia logística têm de fazer tudo o que estiver ao seu

alcance para melhorar as operações da cadeia, pois são essas medidas que permitem

reduzir os custos e aumentar as receitas (FREDENDALL et al., 2001:4).

2.1. Importância

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46

A importância da gestão logística é fazer com que os materiais e

informações movimentem o mais rápido possível dentro da visão integrada e sistêmica

contemplando fornecedores, colaboradores, comunidade e clientes.

A logística é uma ferramenta obtenção de vantagem competitiva e maior

participação de mercado, onde somente os inovadores e arrojados, conseguem alcançar

os seus objetivos em sua totalidade. A logística ainda diz respeito à criação de valor –

valor para clientes e fornecedores da empresa e valor para os acionistas de empresa. O

valor em logística é expresso em termos de TEMPO e LUGAR.

Devido a toda esta importância, as empresas brasileiras ainda perdem

bilhões de dólares por ano em decorrência dos custos elevados e da precariedade da

infraestrutura de transporte e logística, problemas estruturais nos aeroportos brasileiros,

problemas nos portos e etc., o que contribui para a perda de competitividade do país.

Como é sabido a logística tem papel fundamental nas estratégias das

empresas que querem se destacar no comércio eletrônico.E é preciso ficar atento aos

prazos praticados, custos de distribuição e qualidade dos serviços relacionados à

logística interna e externa.

Na logística interna busca-se a qualidade dos sistemas para que os clientes

possam consultar estoques de produtos, preços, informações sobre os produtos e etc.

Na logística externa deve-se preocupar com a embalagem, prazo de entrega

ao cliente, qualidade do transporte, atendimento no domicílio e é claro custo final e a

logística reversa quando for o caso, pois, como o cliente não tem o contato com o

produto adquirido este poderá desistir da compra até 30 dias após a compra.

2.2. Aplicações

Aplicação básica da gestão logística tem a estrutura da cadeia de

suprimentos que consiste de organizações com processos de negócios interligados, ou

seja, processos que produzem valor para o cliente.

Os componentes gerenciais da cadeia são administrados de modo integrado

entre as organizações que participam da estrutura da cadeia. Os processos de negócios-

chave relevantes para a gestão da cadeia de suprimentos que devem ser tratados em

conjunto pelos membros da cadeia são:

• gestão do relacionamento com clientes;

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47

• gestão do serviço ao cliente;

• gestão da demanda;

• gestão do processamento de pedidos;

• gestão do fluxo de produção e de operações;

• gestão dos fornecedores;

• projeto e desenvolvimento de produtos e processos.

2.2.1. Gestão de relacionamento com clientes

Gestão de Relacionamento com o Cliente CRM - Customer Relatioship

Management iniciou em meados de 1990 com abordagem totalmente diferenciada em

relação às demais áreas de atendimento, conhecidas no mercado como SAC - Serviço de

Atendimento ao Cliente, CAC - Central de Atendimento ao Cliente entre outras

comumente utilizadas, onde o foco dessas áreas estava restrito a realizar o atendimento

telefônico com respostas rápidas e padronizadas através de um script roteiro e garantir

o cumprimento das normas e regulamentações de atendimento exigido pelos órgãos.

Através desse entendimento e da visão aprofundada, bem como a

participação e o envolvimento das pessoas chave das áreas de interface quanto às

informações relacionadas aos clientes ou grupo de clientes - através do processo de

segmentação permitirá com que identifiquem as oportunidades de melhorias internas e

os colaboradores canalizem os esforços adequadamente para garantir um excelente

atendimento ao cliente e com rentabilidade. A empresa terá condições de avaliar a sua

capacidade em atender a demanda dos clientes a curto, médio e longo prazo, mas sem

deixar de olhar para dentro, ou seja, tendo a oportunidade de se planejar

adequadamente, rever e readequar o seu planejamento estratégico e no desdobramento

das áreas, e em algumas situações, até de declinar no atendimento de determinados

clientes, quando o resultado da análise for negativo e não houver possibilidade de

reverter o quadro.

É importante ressaltar que cada empresa define qual o seu melhor modelo

de Gestão de Relacionamento com o Cliente com base na sua estratégia de atuação e no

foco da empresa em relação aos clientes: captar, reter e manter, fidelizar, desenvolver

parcerias e alianças.

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48

2.2.2. Gestão de serviços ao cliente

Antes de abordarmos a logística por detrás do serviço ao cliente é necessário

introduzir o próprio conceito de serviço ao cliente e a sua importância.

O conceito de Serviço ao Cliente segundo DOCTKER - "... é o processo completo de resposta à encomenda do cliente. Inclui a recepção da encomenda (manual ou eletronicamente), a questão do pagamento, a recolha e embalagem dos bens, a sua expedição e entrega, e ainda o apoio à sua utilização e o seu eventual retorno." (DOCTKER, 2000 in FERREIRA, 2007, tradução do autor).

E a sua importância é bem descrita da seguinte forma, segundo (KYJ e KYJ,

1994), "... o serviço ao cliente, quando eficazmente utilizado, é uma variável

fundamental com impacto significativo no aumento da procura e na fidelização do

cliente.".

Logo os elementos do Serviço Logístico ao Cliente, se definem como:

• Pré transação condições, plano de contingência, responsáveis, manual.

• Transação prazo de entrega, correção do envio, estado dos bens,

substituição de defeituosos, disponibilidade de estoque.

• Pós-transação apoio à utilização, reparações, devolução, atendimento de

reclamações, retorno da embalagem.

2.2.3. Gestão de demanda

A idealização e constituição de atividades voltadas para o controle eficaz da

demanda dependem da integração entre os departamentos da empresa, ou seja, as metas,

os indicadores de desempenho não devem ser conflitantes, pois pode levar a

discordância e falta de cooperação entre as áreas bem como a subotimização na

interpretação das informações de mercado. Podemos também assegurar que esta

premissa se aplica as empresas da cadeia de suprimentos, pois a integração visa à

otimização do resultado global e não o resultado de cada departamento ou empresa

separadamente. Este fenômeno ocorre justamente porque as empresas que fazem parte

da cadeia de suprimento para se protegerem das variabilidades do processo (demanda e

suprimento), fazem estoques de segurança, ou seja, não existe uma sincronia entre a

demanda dos clientes – varejistas – revendedor – fabricante.

Page 50: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

49

A margem dupla é resultado do formato tradicional no relacionamento entre

empresas, onde cada busca a maximização do seu resultado, ou seja, não trabalham

deforma integrada. Do mesmo modo, podemos também citar a importância de três

componentes principais, para construção de processos de planejamento da demanda,

constituídos pela base de dados, processo de previsões de vendas e os usuários.

2.2.4. Gestão de processamento de pedidos

Ao definir uma política de canais de distribuição, cria-se para a organização

logística uma missão, pois cabe a logística o papel de operacionalizar esta política.

Portanto, a estrutura de um sistema logístico deve ser projetada a partir do

estabelecimento de sua missão, que resulta da formalização dos tipos e níveis de

serviços a serem oferecidos aos diferentes canais e segmentos de clientes.

A montagem de um sistema logístico, por outro lado, compreende cinco

componentes básicos: transporte; armazenagem; estoque; processamento de pedidos e

informações, e produção/compras. Dentro do conceito de logística integrada, o papel da

organização logística é atender os níveis de serviços estabelecidos pela estratégia de

marketing ao menor custo total de seus componentes, ou seja, ao menor somatório dos

custos dos componentes. Importante chamar atenção para os trade-offs existentes entre

os componentes do sistema logístico. A existência destes trade-offs exige uma

coordenação/integração entre os diversos componentes.

O sistema de processamento de pedidos e de informações, em uma empresa

avançada em logística, faz uso intensivo de tecnologias de informação, e é considerada

a base para a coordenação/integração. Este papel de coordenação coloca o sistema de

processamento de pedidos como nervo central do sistema logístico. Um sistema de

processamento de pedidos bem projetado permite um comando centralizado dos fluxos

de informação e materiais.

Uma vez confirmada a existência de crédito e a disponibilidade de estoque

pode ser dada a partida nas atividades físicas de separação, embalagem e expedição do

pedido. Paralelamente a estas atividades físicas de movimentação de materiais, torna-se

necessário programar o transporte e emitir a documentação legal, envolvendo o

conhecimento de cargas e nota fiscal. O ciclo se completa com o transporte e entrega da

mercadoria, e o pagamento da nota fiscal por parte do cliente.

Page 51: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

50

2.2.5. Gestão do fluxo de produção e de operações

O planejamento e a gestão de cadeias e redes de suprimentos com base em

diferenciais competitivos e em termos logísticos, informacionais, de investimentos e de

arquiteturas organizacionais de governança.

Estudar questões de desempenho, sustentabilidade, riscos operacionais,

resiliência e alinhamento estratégico em cadeias e redes de suprimentos.

Apresentar elementos de projeto de malhas logísticas e discutir o papel da

logística na competitividade de cadeias e redes de suprimentos.

Apresentar modelos referenciais de dimensionamento do fluxo físico e de

decisão sobre limites de verticalização ou terceirização em cadeias e redes de

suprimentos.

Incorporar questões da chamada Logística Reversa e da Logística de

Reparos na competitividade de cadeias de suprimentos.

Apresentar e discutir áreas funcionais e processos típicos de logística em

cada nível decisório organizacional.

A gestão do fluxo de valor agregado pelas organizações exige contemplar

toda a cadeia de suprimentos de forma a identificar e construir diferenciais competitivos

que integrem as exigências de seus clientes finais. Esta integração acaba requerendo

atenções que vão da logística de suprimento ao fluxo informacional ou do fluxo de

investimentos às alternativas organizacionais de governança das organizações

envolvidas.

É neste sentido que se torna importante tanto o papel da logística quanto a

da gestão de cadeia de suprimentos. A competição organizacional tem se deslocado para

a competição entre cadeias de suprimentos enquanto a logística tem se demonstrado

como fator-chave na integração dos elos das mesmas.

Atenção crescente também deve ser dada à economia das cadeias de

suprimento com a incorporação de responsabilidades sociais e ambientais no fluxo ao

cliente e no fluxo reverso, especialmente em termos de exigências da chamada Logística

Reversa e da Logística de Reparos.

Page 52: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

51

2.2.6. Gestão dos fornecedores

Aumentar a eficiência e competitividade da empresa, através da integração

da logística de suprimento de bens e serviços, visando ao fortalecimento de seu poder de

compra e à redução de custos de aquisição e administração de bens e serviços.

A classificação dos fornecedores localizados na pesquisa terá em conta a

localização e dimensão do fornecedor e as características especificadas pelo produtor,

intermediário ou cliente. Esta classificação tem como objetivo avaliar aspectos

específicos do fornecedor.

Após a classificação ser realizada, a avaliação do fornecedor segue uma

hierarquia de especificações dadas pela empresa a ser aprovisionada. As especificações

estão relacionadas com o preço, qualidade e entrega. A hierarquia de especificações

exigida pelo cliente e a classificação dada aos fornecedores dão informações sólidas ao

comprador na escolha da fonte abastecedora.

Uma pontuação objetiva, onde seguirá a classificação e a hierarquia e

escolher sem ponderações a fonte de aprovisionamento;

Uma pontuação subjetiva, em que o comprador evitará erros de apreciação

na classificação;

Uma pontuação quantitativa, utilizando uma check-list com as

especificações do comprador ou números-índice de modo a medir o desenvolvimento do

fornecedor.

2.2.7. Projeto e desenvolvimento de produtos e processos.

O processo de desenvolvimento de produtos constitui um ponto-chave

dentro de qualquer empresa que busca a liderança em seu setor de atuação.

Antigamente, produzir um produto a baixo custo e vender e larga escala era receita certa

de sucesso. Tal premissa não se aplica às empresas de hoje. Saber criar valor é a chave

do negócio. Neste ponto, o processo de desenvolvimento de produtos tomou outra

proporção, tendo suas atividades iniciadas na compreensão das necessidades do

mercado e terminando com o fim do ciclo devida do produto.

O processo de desenvolvimento de produtos pode ser dividido em três

grandes fases, quais sejam:

Page 53: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

52

Pré-desenvolvimento: é, como o próprio nome diz, a fase que concepção

do produto. Essa grande fase é dividida em outras duas subfases, quais sejam:

planejamento estratégico de produtos e planejamento do projeto.

Desenvolvimento: fase do desenvolvimento do produto é onde o mesmo

será de fato produzido, estando subdivida em projeto informacional, projeto conceitual,

projeto detalhado, preparação da produção do produto e lançamento do produto.

Pós-desenvolvimento: realizado o desenvolvimento e lançamento do

produto a organização deve atentar para as atividades pós-desenvolvimentos, que são o

acompanhamento do produto e o processo de descontinuação do produto no mercado.

v

Page 54: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

53

3. O GESTOR LOGÍSTICO

O Gestor Logístico pode ser definido como o profissional especializado em

armazenagem, distribuição e transporte, ou em qualquer outro campo que exija a

solução de um problema de caráter material ou humano. Este profissional dentro de

qualquer campo de negócio estará planejando e coordenando a movimentação física

além de informações sobre operações multimodais de transporte generalizado,

proporcionando fluxo sintetizado em qualquer cadeia logística existente que opere com

o uso de matérias-primas, peças e produtos acabados. Da mesma forma, gerenciará

redes de distribuição e unidades logísticas, estabelecendo processos de compras,

identificando fornecedores, negociando e estabelecendo padrões de recebimento,

armazenamento, movimentação e embalagem de materiais, podendo ainda ocupar-se do

inventário de estoques, sistemas de abastecimento, programação e monitoramento do

fluxo de pedidos. Este profissional estará preparado para desenvolver atividades

relacionadas à gestão dos setores na logística das organizações, visando de forma

dinâmica sempre à melhoria dos processos e dos resultados operacionais.

Além do conhecimento técnico em sua área de atuação, o gestor logístico

deve ter algumas características adicionais para seu bom desempenho. A logística

passou a representar um setor estratégico para muitas empresas, as quais investem

constantemente em uma melhor formação dos profissionais em todos os níveis das

cadeias de produção e ou suprimento.

Neste cenário, evidenciam-se as seguintes características como essenciais

para o crescimento deste profissional, a saber:

3.1. Conhecimento gerencial e organizacional

Para este profissional, os processos logísticos estão fortemente interligados

com diversas outras áreas da empresa e com os processos da cadeia de produção e ou

suprimentos. A otimização dos processos e a adequação do serviço pela logística a

outros setores só ocorrerá com uma visão gerencial e organizacional ampla. Um

processo pode parecer ótimo em uma visão limitada da logística, mas ao verificar os

efeitos nas cadeias como um todo, pode-se determinar que as alternativas fossem

melhores. O profissional deve investir em um treinamento mais amplo do que apenas

questões técnicas da logística, voltado a um conhecimento da organização com um todo

e de ferramentas gerenciais modernas.

Page 55: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

54

Além disso, passam a serem valorizados os profissionais que possuem uma

formação em logística, mas tiveram a oportunidade de atuar em setores diferentes,

adquirindo assim uma visão mais abrangente da realidade de uma organização.

3.2. Interesse Tecnológico

A presença da tecnologia nos processos das cadeias de produção e ou

suprimentos está cada vez mais forte e também se tornou um diferencial competitivo

para muitas empresas. Com ela se obtém uma produtividade nunca antes imaginada,

obtendo a redução de custos, agilidade na movimentação de materiais, e informações

estratégicas para a organização. O profissional inserido neste cenário não pode ficar

atrás da tecnologia. Deve não só conhecer bem as ferramentas atuais de sua função, mas

também conhecer outras opções e o que está sendo desenvolvido para o futuro. Desta

forma, poderá procurar novas formas de usar a tecnologia para melhorar seu

desempenho, atendendo as necessidades de qualquer empresa.

3.3. Liderança

O líder na logística passa a ter um papel de protagonista principal na

organização. A cadeia tanto de produção como de suprimentos abrangem, além dos

setores internos de qualquer empresa, fornecedores, clientes e terceirizadas. Nesta

situação, o desenvolvimento da liderança é essencial para obter resultados da equipe. As

equipes podem estar compostas de pessoas de diversos setores, formações e empresas,

aumentando ainda mais a necessidade de uma liderança eficiente. Também associado à

liderança está o bom relacionamento pessoal, primordial. Ao estar em contato com um

enorme número de profissionais nos diversos pontos da cadeia, consegue-se aumentar a

eficiência do trabalho tendo um bom relacionamento profissional com todos.

A liderança exercida deve motivar as equipes a obter mudanças

organizacionais que levem a novos patamares de produtividade, custos e agilidade.

3.4. Visão Estratégica

Page 56: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

55

Os custos logísticos representam cada vez mais um fator estratégico

importante para toda e qualquer empresa. A logística já não é um setor operacional, e

sim um caminho racional e lógico na obtenção de um diferencial competitivo nos

negócios. O profissional deve se encaixar neste contexto, conhecendo o plano

estratégico da organização e os objetivos associados a ele. Os objetivos e metas da

logística devem estar alinhados com a estratégia da organização, e o mesmo ocorre com

os objetivos individuais de cada profissional. O profissional que possui uma visão

estratégica identificará as oportunidades que sua organização deve aproveitar para

alavancar o crescimento, assim como protegerá os interesses da empresa em que atua,

de ameaças à atuação eficiente tanto nas cadeias de produção e ou suprimentos.

3.5. Visão Globalizada

O movimento de materiais através de fronteiras cresce exponencialmente há

muitos anos. Isto, aliado à velocidade e facilidade da comunicação global que cria

novos desafios para o profissional da logística. Saber inglês não é um diferencial, é um

requerimento básico. Conhecer de outros idiomas, entender e respeitar outras culturas, e

acompanhar os acontecimentos mundiais consiste no verdadeiro diferencial para o

desempenho do profissional nas cadeias já citadas.

O mundo corporativo atual é moldado por muitas mudanças bruscas e

inesperadas e outras tantas também devidamente planejadas e organizadas, e a cada dia

com o aumento da competitividade e da tecnologia do conhecimento, percebemos que

as organizações vêm buscando um profissional logístico cada vez mais preparado para

lidar com as variações do mercado que tem se apresentado.

Desta forma analisaremos com base nestes conceitos primordiais, quais são

os passos em campos de conhecimento dos quais as organizações potencializam na

formação de um gestor de logística, orientado por um comportamento ético e

transparente na ocupação do mesmo no mercado de trabalho, sem, contudo querer

esgotar tal tema, permeando suas funções do qual lhe atribuem evolução profissional.

v

Page 57: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

56

4. QUAL SERÁ O CAMINHO NECESSÁRIO PARA A FORMAÇÃO DO GESTOR LOGÍSTICO?

Em todo e qualquer campo de atuação profissional, a busca pelo

aperfeiçoamento técnico é essencial para o desenvolvimento pessoal e para

ambicionarmos posições mais elevadas na estrutura organizacional de uma empresa.

Atualmente, isso é ainda mais preocupante dada à competitividade existente no mercado

de trabalho, o alto grau de exigência por parte das empresas e a restrita quantidade de

vagas disponíveis. Na área de logística (e também Supply Chain), isso é ainda mais

complexo. O profissional, além de precisar acumular conhecimento técnico na área em

que atua, necessitará também desenvolver-se e muitas vezes especializar-se em

disciplinas ou temas periféricos, como estatística básica e avançada, matemática

financeira, custos, etc. Além disso, envolve-se com uma complexa rede de interações

verticais (chefia e subordinados), horizontais (outros departamentos) e externas

(Clientes, Clientes dos Clientes e Fornecedores), daí a necessidade de uma abordagem

exaustiva e completa na formação desse profissional.

A situação vivenciada é fruto do próprio processo de maturidade pelo qual

passa a função de gestor ou analista na área de logística e Supply Chain, ainda recente

no Brasil. Onde a experiência do profissional muitas vezes torna-se mais valorizada do

que a sua própria formação acadêmica, pois as empresas priorizam primeiros os

resultados alcançados, o histórico de obstáculos superados e a experiência ao longo dos

anos trabalhados e depois a formação acadêmica e o trânsito em instituições de ensino

de primeira linha. Os recrutadores preferem focar nos resultados obtidos e valorizam

profissionais hands on (mãos na massa), é uma postura menos arriscada diante da

diversidade de profissionais atuantes na área e da dificuldade em estabelecer ainda um

padrão de formação dos mesmos.

O sucesso na área de Logística e Supply Chain dependerão da perfeita

conjugação entre dois fatores: experiência profissional e formação acadêmica. Para

formação acadêmica entendemos que com o mercado aquecido devido ao crescimento

da economia, o bom profissional de logística precisa conhecer quatro áreas distintas:

Engenharia Industrial ou de Produção, Administração de Empresas, Economia e

Administração de Marketing. O objetivo é usar os espaços de armazenagem de

materiais da melhor forma possível, planejar o transporte desses produtos, tudo de

forma rápida e com custo baixo. Estes cursos não focam apenas em logística, o que

Page 58: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

57

possibilita um campo de atuação maior, fazendo com que estes profissionais ainda

continuem sendo os mais requisitados para exercer a função de gestor.

Quem pretende trabalhar na área precisa ter conhecimentos em informática,

para trabalhar com bancos de dados e sistemas, o mundo está cada vez mais

informatizado, portanto, saber lidar hoje com softwares básico (pacote Microsoft Office

ou BR Office, cujo destaque seria o Excel), internet, Linux e Windows, é vital para

todos. Idiomas podem decidir uma vaga de emprego. É importante, no mínimo, ter

conhecimento básico em alguma língua estrangeira, de preferência o inglês ou espanhol,

uma vez que se fará necessário falar outras línguas, para se comunicar com fornecedores

e clientes de várias partes do mundo. Revistas e sites especializados em logística são

formas rápidas de se manter atualizado e conhecer mais sobre o setor, pois trazem

matérias práticas de projetos elaborados em empresas. Além do mais, o gestor logístico

deve manter-se em treinamento e reciclagem constantes.

Hoje existem cursos técnicos em logística, tecnólogos (graduação

tecnológica) ou mesmo bacharelados na área. O primeiro passo é ingressar num curso

superior em logística. Atualmente existem vários, em todo o país. Recomenda-se

também um bom curso de pós-graduação, como o de Especialização em Logística

Empresarial, Logística de Transporte ou Gestão de Compras no Varejo, Gestão de

Pessoas. Independente da graduação, ingressar numa pós-graduação ou MBA também é

muito importante para obter novos conhecimentos e melhorar o currículo.

Participar de cursos e eventos é uma ótima oportunidade para se mantiver

atualizado e, o melhor, conhecer gente nova e interessada no mesmo setor de trabalho,

aumentando, assim, o networking. E finalizando, ter gosto pela área, pois somente desta

maneira se chega a um nível de gestor, pois para se tiver uma carreira de sucesso, é

necessário muito esforço, dedicação, disciplina e objetivo. Porque mais importante de

tudo, independente do cargo, desde o faxineiro até o presidente da empresa, é ter

respeito e educação com todos ao seu redor, pois só assim você será respeitado e visto

como um bom líder.

De uma forma bastante simples, podemos dizer que Logística é sinônimo

de BOM SENSO, DISCIPLINA e PERSEVERANÇA. O bom senso é obtido a partir

do julgamento individual e particular de cada profissional, que depende, por sua vez, da

experiência pessoal, da vivência profissional e de elementos do caráter e da

personalidade de cada um. Aqui, a formação acadêmica poderá ser um grande

Page 59: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

58

diferencial, pois tornará o bom senso um excelente e importante atalho para atingir as

metas e os desafios propostos.

A disciplina, além de ser uma característica pessoal, está diretamente ligada

à existência de processos formais. Por mais disciplinado que seja um profissional,

pouco ou nada conseguirá em uma empresa onde os processos não estejam formalizados

ou aonde existam lacunas e redundâncias em atividades de grande importância tática e

estratégica. Por outro lado, processos desenhados sob a perspectiva dos Clientes

internos e externos, estando orientados para as suas necessidades e expectativas,

aperfeiçoam o papel exercido pela disciplina Não é a toa que no meio militar, onde a

disciplina é um dos principais pilares da instituição, a gestão logística permite alcançar

resultados excepcionais!

A perseverança é a força motora que mantém a “chama acesa”, e que

permitirá o renascimento a cada derrota diante dos difíceis obstáculos que surgirão. A

capacidade de renovação é fundamental não apenas para o profissional em si, mas para

toda a equipe e empresa, pois tem um caráter motivacional muito grande, influenciando

positivamente muitas pessoas ao seu redor. Na rotina da área de Logística Supply Chain

não faltarão desafios e tampouco o constante sobe-desce da carreira dos profissionais da

área. Em cenários cada vez mais agressivos e menos tolerantes a erros, onde serão

cobrados resultados de alto impacto no curto prazo e melhorias constantes ano após ano,

a postura do profissional de Logística e Supply Chain se constituirão no grande

diferencial!

Não será suficiente apenas aos profissionais da área de Logística e Supply

Chain investirem na sua formação acadêmica. Deverão continuar, é claro, acumulando

novos conhecimentos, mas sem perder a vitalidade prática e o contato com o

operacional e a presença junto ao dia-a-dia do motorista e dos armazéns, além é claro,

do constante contato com Clientes e Fornecedores.

A “fórmula mágica” do profissional de SUCESSO passará pelo

aprimoramento técnico, mas também pelo reforço da competência de BOM SENSO,

PERSERVERANÇA e DISCIPLINA.

Assim como para várias outras carreiras, entendemos que o gestor logístico

deve desenvolver as competências necessárias para realização das atividades logísticas

ou diversas. Em resumo, deve-se estar fundamentado em pilares bem definidos como o

conhecimento, visando buscar sempre saber mais, buscando refinar as próprias

habilidades, sabendo colocar em prática o conhecimento adquirido, revestido de atitude

Page 60: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

59

e confiança para colocar em prática o aprendizado e fundamentalmente tecer valores

que que digam respeito à ética do profissional.

v

Page 61: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

60

5. QUAIS AS FUNÇÕES OS GESTORES LOGISTICOS PODEM EXERCER?

Os profissionais logísticos atuais são, na sua maioria, pessoas provenientes

de outras áreas que acabaram aprendendo e desenvolvendo a Logística de uma forma

não convencional (sem curso específico de Logística), de maneira que todo o

desenvolvimento muitas vezes fica limitado apenas à realidade de cada empresa.

Desta forma todo e qualquer gestor logístico estará apto a realizar as

seguintes atividades:

• Levantamento de requisitos na área de logística relativo a diferentes

ramos de negócio, contemplando as especificidades dos vários setores envolvidos;

• Estudo e Planejamento de projetos logísticos envolvendo estimativas de

esforço, prazo e custo;

• Elaboração de projetos logísticos que melhor atenda às necessidades do

negócio;

• Planejamento, execução e controle das atividades de movimentação e

armazenagem de produtos em indústrias;

• Planejamento, execução e controle das atividades de movimentação e

armazenagem de produtos em prestadoras de serviços Logísticos;

• Identificação de oportunidades de melhoria das atividades logísticas das

empresas de diferentes setores;

• Identificação e solução de problemas logísticos, utilizando as mais

modernas técnicas e ferramentas logísticas.

Neste contexto, este profissional poderá exercer inúmeras funções, como:

auxiliar de almoxarifado, assistente de logística, analista, supervisor, coordenador,

gerente, diretor e até mesmo gerenciar seu próprio negócio, etc.

Para melhor entendimento, apontaremos das várias designações existentes

para os profissionais de logística, algumas de sumula importância com suas respectivas

responsabilidades:

• Auxiliar de Almoxarifado– responsável por organizar o estoque da

empresa, controlar a entrada e saída das mercadorias, ou produtos armazenados;

• Assistente de Logística – realização das atividades operacionais;

• Analista de Logística – controle e planejamento logístico;

• Analista de Transporte – controle e planejamento de transporte;

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61

• Analista de Abastecimento – controle e planejamento de envio de envio

de produtos a centro de distribuição;

• Analista de Distribuição – controle e planejamento da distribuição;

• Controlador de Tráfego – controle de viagens;

• Chefe de Expedição – coordenação e controle de saída de produtos;

• Chefe de Armazém/Depósito – recebimento e estocagem de produtos;

• Controlador de Estoques/Almoxarifado – controle de produtos em

estoques;

• Coordenador de Logística – planejamento, coordenação e supervisão das

atividades logísticas;

• Supervisor de Logística – planejamento, coordenação e supervisão das

atividades logísticas;

• Gerente de Logística – gerenciamento de toda a área de Logística;

• Gerente de Supply Chain – gerenciamento das atividades logísticas

desde o fornecedor até o cliente final;

• Diretor de Logística ou Supply Chain – gerenciamento das atividades

logísticas desde o fornecedor até o cliente final, incluindo compras e produção;

• Vice Presidente de Logística ou Supply Chain – administração de

materiais, integrando em muitos casos, atividades comerciais.

5.1. Planejamento como fundamentação para definir o conhecimento estratégicos nas funções

Algumas de nossas ações necessitam de planejamento, mas muitas não. Em

nossas atividades diárias, estamos sempre agindo, e antecipamos os resultados de nossas

ações, mesmo que não estejamos completamente cientes dessa antecipação. Mas agimos

com muito mais frequência do que planejamos, explicitamente, nossas ações: poucas

vezes temos consciência de estarmos executando um processo de deliberação antes da

ação. Assim que tomamos conhecimento de uma ação, ou quando executamos

comportamentos bem treinados para os quais possuímos planos previamente

armazenados, ou quando o curso de uma ação pode ser livremente adaptado enquanto

ela estiver sendo executada, então, geralmente agimos e adaptamos nossas ações sem

planejá-las explicitamente.

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62

Uma atividade premeditada exige deliberação quando se volta para novas

situações ou tarefas e objetivos complexos ou quando conta com ações menos

familiares. O planejamento também é necessário quando a adaptação das ações é

coagida, por exemplo, por um ambiente crítico envolvendo alto risco ou alto custo, por

uma atividade em parceria com mais alguém, ou por uma atividade que necessite estar

sincronizada com um sistema dinâmico.

Uma vez que o planejamento é um processo muito complicado, que

consome muito tempo e dinheiro recorremos ao planejamento apenas quando é

realmente necessário ou quando a relação custo X benefício nos obriga a planejar. Além

disso, geralmente, procuramos somente planos bons e viáveis ao invés de planos ótimos.

É importante que o planejamento seja entendido como um processo cíclico e

prático das determinações do plano, o que lhe garante continuidade, havendo uma

constante realimentação de situações, propostas, resultados e soluções, lhe conferindo

assim dinamismo, baseado na multidisciplinaridade, interatividade, num processo

contínuo de tomada de decisões.

Assim acordo com (BATEMAN e NELL, 1998), as organizações podem ser

divididas em três níveis: estratégico, tático e operacional, de acordo com o tipo de

trabalho que é desenvolvido por cada nível e, a fim de que toda e qualquer demanda

moderna seja atendida com a eficácia desejada, é fundamental estabelecer, os requisitos

necessários e desejáveis para o(s) profissional (is) candidato(s) às atribuições de âmbito

logístico possam exercê-las adequadamente.

Níveis de Planejamento

Fonte: KENNETH CORRÊA, 2007.

Page 64: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

63

5.1.1. Nível Estratégico

O nível estratégico compreende os altos executivos da organização,

responsáveis pela definição dos objetivos e planos da empresa, e tomada de decisões

quanto às questões de longo prazo da empresa, como: sua sobrevivência, crescimento e

eficácia geral (BATEMAN, 1998), ao qual deverá agregar os seguintes conhecimentos:

• Possuir nível superior com sólida formação acadêmica (de preferência

em Logística, Engenharia de Produção/Industrial, Administração de

Empresas ou Informática);

• Capacidade de implantar e gerenciar projetos colaborativos só Supply

Chain;

• Reunir conhecimentos teóricos de economia e marketing;

• Pós-graduação/MBA/Mestrado em Logística;

• Ter domínio de custos;

• Altamente focado em resultados;

• Domínio de pelo menos duas línguas;

• Saber relacionar-se com níveis da organização;

• Manter um treinamento e reciclagem constantes;

• Conhecimento sobre ferramentas gerenciais;

• Espírito empreendedor;

• Conhecer o uso de equipamentos;

• Ter uma posição mesclada de teoria e prática;

• Amplo conhecimento administrativo e líder de equipes e diversos perfis

de profissionais;

• Coeficiente emocional aguçado;

• Desenvolver e usufruir dos modernos sistemas integrados de gestão

informática e TI;

• Pensar e agir não só no curto prazo, mas, primordialmente, termos de

médio e longo prazo;

• Detectar e explorar as alternativas do mercado;

• Coordenar as informações e necessidades desde o cliente final e/ou

distribuidor, passando pelos clientes internos, como marketing, vendas,

Page 65: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

64

engenharia de produto, produção e manutenção e atingindo seus

fornecedores e os fornecedores destes;

• Obter sinergia através da flexibilidade, visibilidade, otimização,

compromisso, colaboração e integração da cadeia logística;

• Bom conhecimento dos processos de negócio dos elementos de uma

cadeia de suprimentos, como os de fabricantes, atacadistas, varejistas,

transportadores e operadores logísticos;

• Flexibilidade para se adaptar aos diferentes segmentos de mercado, tipos

de produtos e realidades distintas dos clientes;

• Boa capacidade de comunicação (interna e externa);

• Capacidade de aglutinar as pessoas para o enfoque de custos logísticos e

nível de serviços da organização;

• Competência para adotar métricas de indicadores de desempenho

logístico que indiquem riscos e oportunidades na operação;

• Aberto a mudanças;

• Capacidade de diagnosticar oportunidades e soluções de âmbito

logístico;

• Capacidade de planejar, desenvolver e implantar projetos colaborativos

internamente e ao longo da cadeia de suprimentos;

• Possuir visão integrada e com enfoque sistêmico, de modo a obter

sinergia;

• Capacidade de organizar, em um único sistema integrado, as unidades

logísticas dispersas pela empresa;

• Foco no cliente, no processo e em resultados, com o objetivo de obter

níveis de serviços e custos competitivos;

• Domínio de um 3o idioma, além do português e do inglês;

• Conhecimento da potencialidade de utilização de ferramentas gerenciais

e de sistemas de gestão e informação integrados;

• Possuir espírito empreendedor e capacidade de negociação;

• Possuir habilidade e conhecimento para balancear adequadamente teoria

e prática;

• Ser integrador e possuir coeficiente emocional compatível com o cargo;

Page 66: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

65

• Pensar e agir não somente a curto, mas, também – e especialmente –, a

médio e longo prazo;

• Possuir bons conhecimentos e relacionamento com as entidades

participantes dos canais de abastecimento e distribuição;

• Possuir capacidade de comunicação e flexibilidade para adaptar-se aos

diferentes contextos e segmentos de mercados participantes do processo

logístico;

• Possuir capacidade analítica e abstração numérica.

5.1.2. Nível Tático

O planejamento, no nível tático, é utilizado para traduzir os objetivos gerais

e as estratégias da alta diretoria em objetivos e atividades mais específicos.

(BATEMAN, 1998).

O principal desafio neste nível é promover um contato eficiente e eficaz

entre o nível estratégico e o nível operacional, ao qual deverá agregar os seguintes

conhecimentos:

• Conhecimento do Sistema Logístico e suas interfaces;

• Possuir nível superior com sólida formação acadêmica (de preferência

em Logística, Engenharia de Produção/Industrial, Administração de

Empresas ou Informática), sendo desejável pós-graduação);

• Capacidade de liderar projetos;

• Possuir visão integrada e com enfoque sistêmico;

• Ter domínio de, ao menos, dois idiomas;

• Possuir espírito empreendedor e capacidade de negociação;

• Possuir flexibilidade para adaptar-se e interagir com os diferentes

segmentos de mercado pertencentes à cadeia de suprimentos;

• Desenvolver e usufruir de modernas ferramentas de gestão e de

informações gerenciais;

• Possuir capacidade analítica e abstração numérica para o

desenvolvimento de modelos matemáticos;

• Facilidade de comunicação, liderança e trabalho em equipe;

• Ser integrador e possuir equilíbrio emocional;

Page 67: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

66

• Ter capacidade para tomadas-de-decisão rápidas e adequadas.

5.1.3. Nível Operacional

Já no planejamento operacional, o processo é de uma menor amplitude,

onde o foco é trabalhar junto aos funcionários não administrativos, implementando os

planos específicos definidos no planejamento tático. (BATEMAN, 1998), ao qual

deverá agregar os seguintes conhecimentos:

• Possuir 2º grau completo e, se possível (desejável), ser tecnólogo;

• Ser especializado e dispor de conhecimentos para a utilização e aplicação

de ferramentas e dispositivos tecnológicos de operação e controle.

• Possuir visão integrada e com enfoque sistêmico

• Possuir espírito empreendedor e capacidade de negociação

• Ser integrador e possuir equilíbrio emocional;

• Ter capacidade para tomadas-de-decisão rápidas e adequadas.

Desta maneira, o profissional de logística moderno deve ser orientado em

servir seus clientes com iniciativa, e para isto deve conhecer toda a cadeia de

abastecimento, em termos da capacidade de responder às demandas, as restrições e os

riscos.

Para isso precisa tecer atitudes colaborativas que exprimam total facilidade

de comunicação e capacidade de trabalho em equipe, mantendo-se informado e

atualizado, treinando e reciclando-se constantemente, comprometendo-se proativa

mente, mantendo sempre o foco nos cliente e nos resultados dos setores das unidades da

empresa, com um único intuito, o bem estar da mesma.

Estes requisitos se definem mais sinteticamente da seguinte forma:

• Raciocínio lógico: Capacidade de analise e concepção, isto é, de

encontrar respostas rápidas e efetivas, são fundamentais para solucionar

frequentes problemas de suprimentos, movimentação, armazenagem e

distribuição;

• Superar desafios: Especificações rígidas e um ambiente de constante

mudança exigem criatividade e muita flexibilidade;

Page 68: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

67

• Habilidades administrativas: Preparo para organizar sistemas e

conduzir pessoas através de processos rotineiros e projetos de

melhorias;

• Conhecimento da tecnologia de informação: É cada dia mais

importante à capacidade de extrair dados do sistema de informações,

analisar e interpretar, para conceber e simular um solução efetiva e,

finalmente, implementar e manter o sistema sempre atualizados.

Logo verificamos que o perfil do gestor moderno de logística, estas são as

principais qualidades que as empresas buscam atualmente para estes profissionais,

independente da função.

Assim, o desenvolvimento da carreira profissional não significa

necessariamente subir de cargo, como a meta principal, mas ainda assim, é possível

melhorar o desempenho no mesmo cargo, com mais responsabilidades e novas áreas de

negócios, sobretudo nas empresas horizontais, já que o posto nem sempre corresponde

ao conteúdo, mesmo porque, conhecimento sempre será poder, se bem administrado,

principalmente se de forma justa e correta.

v

Page 69: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

68

6. QUAL A IMPORTANCIA DO GESTOR LOGÍSTICO NAS CADEIAS LOGÍSTICAS?

A globalização impõe as empresas uma necessidade de adaptação as

variáveis do mercado. Um ponto importante que as microempresas não podem deixar de

estar avaliando a cada momento. Isto requer um investimento continuo em tecnologias

de sistemas gerenciais e de informações.

Com a concorrência cada vez mais acirrada a sobrevida de uma pequena ou

media empresa esta intrinsecamente ligada à necessidade da analise destes fatores:

globalização e tecnologia da informação. Para a criação de um diferencial em um

mercado cada vez mais competitivo e restrito que tem determinado o falecimento de

muitas microempresas.

Os gestores de logística a cada dia têm sido desafiados a encontrar soluções

práticas, rápidas e eficientes para gerir as organizações frente aos desafios impostos pela

globalização.

Neste cenário o papel do gestor de logística ainda se tornam mais

desafiadores, diante das concorrências de outras tantas microempresas, que oferecem

produtos e serviços similares. Surge a necessidade de criarem diferenciais tanto na

aquisição de materiais primas, na produção dos produtos e principalmente uma maior

agilidade nos serviços de entrega.

É de fundamental importância que o gestor de logística tenha

conhecimentos administrativos, para criar elementos motivacionais dentro das MPEs

para que as pessoas envolvidas sejam um fator diferencial para o sucesso das ações

implantadas. Se não houver um comprometimento das pessoas envolvidas em toda a

cadeia de produção, venda e entrega de nada valerá todo investimento em tecnologias e

ate mesmo o melhor plano logístico não surtirá efeito, se as pessoas envolvidas não

estiverem comprometidas em fazer o sucesso e a sobrevida de uma microempresa

acontecer.

Além do mais cabe ao gestor de logística desenvolver parcerias com seus

fornecedores de produtos ou serviços a fim de receberem os produtos com prazos

definidos, otimizando assim a produção, negociando descontos, cuidando não apenas do

resultado final do produto que é a venda, mas buscar e desenvolver um mecanismo de

agilidade na produção e entrega de tais produtos, sem se descuidar de um fator

primordial e que por muitas MPES negligenciado algumas vezes, que é o pós-venda.

Page 70: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

69

Logo um bom pós-venda proporciona ao cliente total segurança, confiança,

credibilidade, comodidade e interesse de novos negócios com a empresa e/ou vendedor.

Os três setores que formam o mercado são, no caso a indústria, o comercio e

o setor de serviços, onde encontram diferentes situações de concorrências que são

justamente a concorrência monopolista onde o mercado tem muitos compradores e

vendedores e os produtos oferecidos são diferenciados, a concorrência pura (ou perfeita)

que se parece com a concorrência monopolista exceto pela oferta de produtos

homogêneos e o oligopólio onde existem poucos vendedores comercializando produtos

ou serviços para muitos compradores, este método de concorrência costuma fazer

investimentos altíssimos em propagandas e promoções, bem como em desenvolvimento

e pesquisa.

E nas grandes empresas são criados departamentos e diretorias de logística

que passam a visualizar seus fluxos de materiais, de informações e de recursos

financeiros de um ponto de vista interfuncional. Como continuidade desse processo, a

nova onda de Supply Chain Management (Administração de cadeias de suprimentos),

fez a perspectiva deixar de ser apenas interfuncional para se tornar interorganizacional.

A competição nos setores de ponta vem se dando não mais entre empresas, mas entre

cadeias de suprimento.

Em um contexto estratégico, o papel do gestor é contribuir para que a

empresa consiga maximizar o valor entregue ao cliente e o valor agregado por ela

própria. O valor agregado pela empresa pode ser medido pela diferença entre a receita

total e a despesa total incorrida para obtê-la, incluindo os custos de oportunidade.

Surge ai a importância do profissional de logística neste cenário imposto

pela globalização, que tem aproximado mercado e tem despejado produtos e serviços

homogêneos ou não em um mercado cada vez mais saturado e com clientes

extremamente exigentes. Assim, o investimento em tecnologias e profissionais

capacitados dentro de qualquer empresa tem fundamental importância para a sobre

vivencia da mesma no atual mercado globalizado de concorrência acirrada e não rara às

vezes desleal.

Não se devem encarar investimentos nesta área como custo, muito pelo

contrario, mas como um diferencial para manter a sustentabilidade de uma

microempresa.

O mercado ficará cada vez mais restrito á empresas que invistam em

tecnologias e em seus profissionais não só para o desenvolvimento de seus produtos,

Page 71: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

70

bem como a venda, distribuição e pós-venda. Por isto estes investimentos tendem a criar

benefícios para as MPEs tais como: produtos competitivos, fortalecimento da sua marca

ou serviço perante os consumidores, lucros com maior agilidade nas entregas e menor

perca de tempo, sem contar com o maior dos benefícios, que é a satisfação final de seus

clientes e parceiros comerciais.

v

Page 72: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

71

7. A VISÃO 360 GRAUS – EIKE BATISTA

Grande parte dos empresários e empreendedores levam em conta apenas

dois ou três vetores estratégicos quando pensa seus projetos. Olham a parte financeira.

Qualquer empreendimento exige recursos, isso é natural. Estudam as questões legais,

acionam a área jurídica. Tocam os projetos de engenharia, fazem cálculos, compram

ativos. Muitas vezes, a partir daí, entretanto, não conseguem dar foco a outros

elementos que também afetam o negócio - e são fundamentais para o seu sucesso!

Desenvolvida e muito comentada pelo empresário Eike Batista, a visão 360

graus tece a base teórica para os projetos e negócios de qualquer micro, pequena ou

grande empresa. Nela é esquematizado um quadro com nove áreas ou nove tipos de

engenharias, como são chamadas:

De maneira simplificada, trata-se de um quadro esquematizado, com nove

áreas ou nove tipos de engenharias:

Visão 360º - Eike Batista

Fonte: http://www.ebx.com.br

Page 73: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

72

Em volta do modelo, alguns valores básicos14 como paixão, humildade,

meritocracia, conectividade, dividir resultados, capital de risco, sorte, pensar grande,

stop loss, transparência e ética, fluidez, perseverança e liderança, precisam ser tocadas

ao mesmo tempo, sem descuido de nenhuma destas partes.

A criação deste processo de empreender teve seus motivos variados e

justamente acentuados, pois de certa forma todo empreendedor ou mesmo gestor acaba

tendo dificuldade em trabalhar todos estes vetores ao mesmo tempo. Logo, não se

considera fácil, lhe dar com tais. Um exemplo da importância e da fundamentação teoria

aplicada no dia-a-dia é citado no Livro “O X da questão”, de própria autoria, onde

questões ligadas à exploração de ouro em alta floresta acabam gerando condições de

subestima a ocorrência de doenças locais fazendo com que equipes inteiras precisem ser

substituídas em um intervalo curto de tempo, na tentativa de minimizar os custos

excessivo com perdas de tempo e falhas de decisão.

Dentro de cada engenharia existem gestores e equipes responsáveis por toda

a parte administrativa e operacional, todos com papéis definidos, tendo que organizar e

verificar todas as probabilidades variáveis, ou seja, identificar todas as falhas que

possam ocorrer e antecipar as soluções antes que elas aconteçam.

Todo e qualquer gestor moderno deve analisar e saber interpretar a relação

de gestão existente dentro destas engenharias e seus padrões:

• Gestão de pessoas: o gestor é responsável por administrar os

comportamentos internos e potencializar o capital humano.

• Gestão financeira: é responsável pelo planejamento financeiro, na

organização, direção, captação e nos investimentos de recursos da

empresa.

• Gestão jurídica: é voltada ao atendimento de Departamentos Jurídicos,

consistindo na administração eficiente do passivo judicial e pré-judicial

das relações de consumo, responsabilidade civil e recuperação de crédito.

• Gestão ambiental e social: responsável pela administração do exercício

de atividades econômicas e sociais de forma a utilizar de maneira

racional os recursos naturais, renováveis ou não. Visa o uso de práticas

que garantam a conservação e preservação da biodiversidade, a

14 Segundo Eliezer Batista (pai de Eike), "– Eike tem a humildade de se cercar em todas as áreas em que atua de profissionais altamente talentosos e experientes. Desde cedo, ele aprendeu que saber ouvir é um dos atributos do empresário de sucesso.".

Page 74: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

73

reciclagem das matérias-primas e a redução do impacto ambiental das

atividades humanas sobre os recursos naturais.

• Gestão de saúde e segurança: promove um ambiente de trabalho seguro

e saudável, gerenciando os aspectos de riscos relacionados ao pessoal no

ambiente de trabalho, permitindo assim que sua organização controle os

custos com seguros e que aumente o desempenho de suas operações

existentes.

• Gestão logística: gerenciar a integração dos processos de produção desde

a aquisição ou compra da matéria-prima ate o consumidor final,

analisando custos, transporte, qualidade, tempo e acima de tudo,

satisfação do cliente.

• Gestão de comunicação: gerenciamento da comunicação interna, externa

e marketing.

• Gestão política: responsável por ações tomadas pelo governo, que

utilizando instrumentos econômicos, busca atingir determinados

objetivos macroeconômicos.

Para cada engenharia, existe um gestor ligado diretamente à administração

dos setores. O gestor logístico terá que ter uma visão holística, dinâmica e

tridimensional para gerenciar as cadeias de suprimentos, tendo em mente todo este

esquema a seu favor. Valores (referente à ética profissional) são atribuídos e

concretizados a seu conhecimento a fim de comandar toda uma cadeia ou setor onde há

logística, pois é através destes que problemas de rotina ou consequentes são presumidos

e identificados, podendo assim ser reparados.

De repente, uma engenharia fiscal inadequada não permite antever uma

taxação não percebida, prejudicial ao planejamento do empreendimento. Quantas vezes

uma loja num shopping center não prospera porque, talvez numa avaliação rápida, não

se levantou com precisão quantas lojas do mesmo setor havia? Faltou engenharia de

marketing?

Desta forma todo e qualquer empreendedor ou mesmo gestor deve se

perguntar, regularmente: "Eu já olhei isso?", "Eu já prestei atenção neste ponto?",

"Vislumbrei todos os aspectos?". E a importância dessa atenção redobrada é muito

simples: as pessoas, às vezes, esquecem detalhes! Então, que tal olhar para o esquema

de Empreender 360° e checar cada item?

Page 75: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

74

7.1. O gestor logístico moderno dentro da visão 360 graus

A gestão eficiente exige à criação de uma nova cultura onde as empresas

precisam encarar e modernizar práticas de gestão de serviços de TI constantemente

como a mudança de culturas internas, da qual todos devem participar para que os

desafios sejam superados e se alcance o sucesso em qualquer consolidação de caráter

logístico

A mudança de cultura é um assunto extensamente tratado nos círculos de

gerenciamento de serviços de TI (IT Service Management15), e há que se concordar que

a mudança de uma cultura que focaliza, basicamente, a tecnologia para outra que tem

como foco os serviços a clientes (usuários internos e externos) é imperativa e fator

crítico de sucesso. E é, também, um dos maiores desafios – se não o maior – a ser

vencido pelos gerentes de organizações que desejam implementar esse modelo de

gestão.

Pode parecer lugar-comum falar de mudança de cultura, mas, de fato, aí

reside o mais importante aspecto para o sucesso da adoção das práticas de

gerenciamento de serviços. Não há nada mais difícil de sondar do que o espírito

humano, principalmente quando a questão é mudar. Por que, para onde e como são

algumas das perguntas que surgem nesse contexto, no qual nem sempre a palavra

expressa é sinônimo de crença e nem sempre a crença se consegue expressar por meio

de palavras. Logo é preciso transformar as palavras em atos e os atos em atitude.

Dogma, filosofia, nova era da gestão, bolha do ITIL16 ou simplesmente uma forma

cartesiana de resolver um problema. Não importa a classificação que se queira dar.

Trata-se, na realidade, de dividir um grande problema em outros menores e para cada

um deles buscar uma solução, até que se obtenha a resolução de todos.

A implementação das práticas de gerenciamento de serviços de TI, da forma

como apresentado no modelo de referência ITIL, depende de pessoas, até porque foi

15 Organização mundial independente e sem fins lucrativos dedicada a promover as melhores práticas no gerenciamento de serviços em TI. Fundado em 1991 no Reino Unido, o itSMF tem mais de 6.000 empresas associadas em 40 países. 16 Information Technology Infrastructure Library (ITIL) é um conjunto de boas práticas a serem aplicadas na infraestrutura, operação e manutenção de serviços de tecnologia da informação (TI). Foi desenvolvido no final dos anos 1980 pela CCTA (Central Computer and Telecommunications Agency) e atualmente está sob custódia da OGC (Office for Government Commerce) da Inglaterra. A ITIL busca promover a gestão com foco no cliente e na qualidade dos serviços de tecnologia da informação (TI), lidando com estruturas de processos para a gestão de uma organização de TI apresentando um conjunto abrangente de processos e procedimentos gerenciais, organizados em disciplinas, com os quais uma organização pode fazer sua gestão tática e operacional em vista de alcançar o alinhamento estratégico com os negócios.

Page 76: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

75

concebido por pessoas que entenderam que, em algum momento, o conjunto de suas

experiências poderia ser de alguma valia para outros e tem forte relação com a visão

360 de Eike Batista. É lógico que o objetivo de negócio sempre esteve presente em suas

visões, mas todos acreditavam – como Eike acredita – que o sucesso está nas pessoas

que conseguem interpretar aquilo que está por trás das palavras.

Não importa muito, nessa altura do campeonato, se reunimos mais ou menos

conhecimento, sobre o tema ou se precisaremos de alguém para ajudar a ampliá-lo. O

que realmente interessa é a predisposição para avançar, para vencer, para solucionar

problemas. O convite é para uma transformação. Uma mudança no modo de ver e fazer

as coisas. Ou seja, reorientar a visão e o foco: da tecnologia para o processo, do

isolamento para a integração, do silo para a organização, da perspectiva interna de TI

para a perspectiva de negócio, dos processos informais para as melhores práticas e, por

fim, da TI operacional para a TI orientada a serviços, tudo funcionando

harmoniosamente e bem gerenciado.

No momento em que uma organização toma a decisão de trilhar esse

caminho é importante que todos estejam sintonizados e comprometidos. Principalmente

os líderes e gestores, isso porque é preciso que o time de colaboradores tenha a certeza

de que seus líderes são os primeiros a acreditar nos benefícios que a mudança pode

trazer e que estarão ao seu lado durante todo o processo, orientando e fortalecendo a

todos os envolvidos.

À primeira vista, isso pode parecer muito simples. E, de fato, não é tão

complicado. Basta que haja disposição em aceitar certas condições. A primeira delas é

admitir o tempo em que as coisas acontecem: o tempo poderá se transformar em uma

estrada longa, com desafios, frustrações, mas também com sucessos e alegrias. Uma

outra coisa reconhecer a natureza humana: as pessoas são diferentes e, com certeza,

cada uma delas fará um exame do tempo, da forma e do conteúdo utilizados para

promover a mudança de modo diferente. Entretanto, ninguém pode ser deixado de lado,

sejam estes céticos ou crentes. Todos devem, em algum momento, estar convencidos de

que as mudanças são desejadas, necessárias e que delas devem fazer parte.

Dos gestores logísticos moderno, portanto, são esperadas obviamente

liderança, mas também clareza, comunicação e coordenação. Liderança porque falamos

aqui de pessoas e não de máquinas, e é preciso que elas sejam cuidadas e lideradas.

Pode não ser tão fácil, principalmente quando falamos de grandes organizações, com

estruturas complexas e distribuídas, mas o esforço deve ser perseguido e aplicado

Page 77: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

76

A clareza quanto ao estabelecimento da estratégia da mudança e seus

objetivos conhecidos para que sejam aceitos por todas as pessoas envolvidas, sem

nenhuma exceção. Não há espaço para ambiguidades, incertezas e falta de direção.

Comunicação é vital. É preciso falar com todos, indistintamente, e comunicar os

objetivos com entusiasmo e certeza de sucesso. Instigar o entusiasmo e o

comprometimento daqueles que têm atitude mais positiva, até porque poderão ajudar de

forma decisiva na disseminação dos objetivos do projeto. Coordenação da mudança na

organização também é crucial.

Programar uma forma departamental de trabalho não quer dizer,

necessariamente, que ela se espalhará por toda a organização. Assim, é preciso que o

gestor moderno e todos com quem trabalha nesta visão tridimensional de ver soluções

tomem consciência dos determinados valores e atitudes que condicionam a percepção

da realidade, para que se possa compreendê-la e até modificá-la. Pois nenhum gestor é

capaz de motivar uma equipe e levá-la a uma atuação de excelência se não incutir os

valores certos e fomentar uma cultura de busca por resultados com base em princípios e

objetivos predeterminados.

v

Page 78: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

77

8. QUAIS AS EXPECTATIVAS PARA O GESTOR LOGISTICO NO ATUAL MERCADO DE TRABALHO?

A logística evoluiu a uma velocidade gigantesca nos últimos dez anos,

exigindo dos profissionais da área uma visão integrada de todo o processo e uma

postura colaborativa junto aos clientes internos e externos, e fornecedores.

Grande parte do tempo dedicado às atividades estratégicas e táticas foi

substituída pela necessidade de apresentar resultados imediatos e pelo temor de perder o

emprego, forçando muitos desses profissionais a voltar-se quase que exclusivamente à

rotina operacional diária. Devido ao fato de muitos deles trabalharem em torno de 10h

às 14h diárias, muitas vezes independendo do cargo e do segmento em que atuam,

diminuiu-se as chances destes ingressar em cursos técnicos e complementares,

graduação, pós-graduação e MBAs.

É fundamental que as empresas estejam dispostas a investir na capacitação

técnica de seus colaboradores, desenvolver um plano de carreira de acordo com o

potencial, entender quais são suas necessidades e expectativas resgatando as questões

motivacionais é de vital importância pois aumenta a capacidade intelectual.

Consequentemente reter talentos, permitindo-lhes desenvolver e

implementar soluções diferenciadas. Até mesmo uma "pitada" de qualidade de vida

poderá ser um diferencial fundamental.

Mais do que proativos e comprometidos com os resultados da sua empresa,

os profissionais de logística precisarão estar, antes, envolvidos com suas aspirações e

desejos individuais.

A área deixou de ser meramente gerencial e passou a ter muita técnica

envolvida. Não apenas é possível utilizar a matemática como apoio na tomada de

decisões e diminuição dos custos, como a tecnologia que apoia a logística é

praticamente sem fim. Existem sistemas automatizados para guardar e pegar produtos

num armazém (picking17), sistemas computacionais ERP completíssimos (que exigem

meses de treinamentos e milhares de dólares na aquisição e implantação), a digitação do

código do produto foi substituída pelo código de barras, código de barras 2D e pela

etiqueta RFID, dentre outros avanços, necessitando cada vez a intervenção de

profissionais especializado e cada vez mais capacitados para tal. 17 O picking, também conhecido por order picking (separação e preparação de pedidos), consiste na recolha em armazém de certos produtos (podendo ser diferentes em categoria e quantidades), face ao pedido de um cliente, de forma a satisfazer o mesmo (Rodrigues, 2007).

Page 79: O GESTOR LOGÍSTICO - Relações e Funções Profissionais nas Cadeias Logisticas

78

A visão do profissional tem de estar amplamente prolongada de acordo com

o mercado, seja em estratégia ou em qualidade de operação. O profissional de logística

precisa conhecer todas as áreas e crescer em cada uma delas para consolidar o seu

desempenho na organização

Assim, para atender as novas demandas de mercado, o novo profissional de

logística e Supply Chain necessita de ter conhecimentos técnicos da área,

conhecimentos tecnológicos, conhecimentos comportamentais e tão importante quanto

todos estes, também precisa de conhecimentos de gestão empresarial. O segredo para o

sucesso é investir na sua qualificação.

Dados divulgados pela ASLOG18 (Associação Brasileira de Logística),

mostram que somente no segmento dos PSLs19 (prestadores de serviços logísticos), ou

seja, aquelas empresas que têm como foco prestação de serviços logísticos, há

aproximadamente 150 mil profissionais empregados diretamente em todo o pais. E esse

número é bem maior, se considerados os profissionais que atuam no segmento em

qualquer empresas. Se levarmos em conta uma média de 20 pessoas por empresa

atuando na área, teremos mais de um milhão de profissionais empregados.

Outra constatação é que as oportunidades de novos empregos se concentram

em quatro áreas essenciais para o sucesso da logística: atendimento a clientes,

operações, tecnologia de informação e planejamento. Outro fato interessante e que

gerou surpresa é o número de mulheres, que vem crescendo ano a ano. Hoje, mais de

40% das vagas são ocupadas por profissionais do sexo feminino.

Sobre essa falta de profissionais capacitados, especialistas confirmam que a

migração de profissionais do sul e sudeste para o nordeste é grande. Muitas empresas

buscam profissionais capacitados, em especial, para os cargos de analistas, gerentes e

para áreas de transporte e distribuição.

18 A Associação Brasileira de Logística – ASLOG, fundada em 6 de junho de 1989, é o principal organismo de estudo, debate e divulgação da Logística no Brasil. Entidade sem fins lucrativos, tem como foco a promoção da Logística através da integração de seus associados, prestando serviços, captando informações, disseminando conhecimentos, exercendo ação política e contribuindo para o aumento da competitividade do setor. 19 Trata-se de um especialista quer seja ao nível individual quer ao nível de empresa, cujo função é acrescentar valor ao produto ou serviço durante as várias fases da cadeia de abastecimento, designadamente controle de estoque, armazenagem, transporte e serviço pós-venda. Um PSL é, portanto, aquele que, de uma forma profissional estabelece a adaptação entres os diferentes e independentes sistemas de uma empresa (CARVALHO, 2006:66).

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79

Com o aumento da logística no Brasil, muitas empresas se reestruturam para

conduzir de forma eficiente suas operações logísticas. Uma questão pouco abordada é a

da "terceirização" das atividades logísticas, que hoje é uma realidade.

Dentre as atividades mais terceirizadas encontram-se as classificadas como

básicas, que são aquelas mais voltadas para a operação, que exigem menos gestão. Por

outro lado, são as atividades mais sofisticadas as que apresentam as maiores

possibilidades de crescimento.

O mercado é promissor já que a necessidade de planejar adequadamente o

setor de transportes é urgente. É preciso saber lidar com o trânsito caótico e com as

estradas mal cuidadas do país, outro problema crônico.

O maior interesse de contratação vem das empresas transportadoras,

automobilísticas, alimentícias e varejistas, que precisam minimizar tempo e dinheiro no

transporte e estoque de mercadorias. Outra boa opção está nos órgãos públicos ligados

ao setor de engenharia de tráfego.

Potencial gerador de empregos, o segmento torna empresas mais

competitivas, de estabelecimentos comerciais a bancos.

Neste contexto o processo de globalização tem exigido a reestruturação das

empresas, obrigando empresários a procurar a diferenciação de seus produtos.

Nos últimos dez anos, cada vez mais eles perceberam que os processos

logísticos trazem competitividade e isso se transformou em grande potencial gerador de

empregos.

O segmento de logística é bastante amplo e inclui muito mais que

armazenagem e distribuição de produtos no mercado interno e externo. Isso faz com que

tanto uma indústria quanto um estabelecimento comercial ou banco possuam

profissionais de logística em seu quadro de colaboradores diretos.

Adicionalmente, há uma gama bastante extensa de prestadores de serviços

acessórios necessários à consecução das atividades logísticas, tais como transportadores

de carga, empresas de consultoria e gestão, fornecedores de equipamentos e estruturas

etc.

Também podemos verificar nichos favoráveis nas áreas de atendimento a

clientes, operações, tecnologia de informação e planejamento, quatro áreas consideradas

vitais ao sucesso das empresas do segmento logístico, tanto como prestadores de

serviços quanto como usuários de serviços logísticos.

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80

Segundo PANZAN, (Presidente da ASLOG), “A maior perspectiva de aumento de oferta no setor, em curto prazo, se dará pela sequência dos investimentos das empresas privadas, com base em seu planejamento estratégico e com vistas a alcançar as sinergias e os resultados que a competitividade global demanda.”.

Logo um maior número de empresas do segmento continua se instalando e

ou ampliando e melhorando suas estruturas, com critérios de contratação cada vez mais

exigentes, reflexo visível de que todo e qualquer nicho de cliente também o está, face á

um maior Acessado ao conhecimento e qualidade de produtos e serviços solicitados.

Desta forma, empresas buscam profissionais qualificados com formação

técnica ou de graduação em logística, apesar de áreas de ciências exatas e humanas

também contribuírem positivamente com a formação especializada nesse mercado.

A demanda por estudantes de Tecnologia em Logística está em alta.

Profissionais com nível superior completo em Engenharia de Produção e com pós-

graduação na área de Logística, para cargos com nomenclaturas de analistas,

coordenadores de operações e nível equivalente são os mais requisitados, pois o

aumento da competitividade, a logística ganhou papel essencial na estratégia das

empresas.

No entanto, também vemos certa falta de oferta de profissionais

especializados disponíveis neste mercado de trabalho, ao qual tem sido motivo de

preocupação tanto para os empresários, quanto para as entidades de classe.

Estudos mais abrangentes sobre as demandas dos setores correlacionados

ainda precisam ser feitos, para que as escolas e faculdades possam melhor direcionar ou

focar um mais seus cursos, ou seja, prover gestão do conhecimento como solução para

as necessidades de demanda do mercado, a gestão dentro da gestão.

Assim a busca por candidatos a postos de trabalho se torna essencial, pois

além da bagagem de informações adquiridas nos cursos especializados, precisam ser

capazes de articular raciocínio lógico e se expressar corretamente, seja verbalmente ou

de forma escrita, é grande e promissora.

v

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81

CONCLUSÃO

Sabemos que na atual sociedade as empresas visam o lucro, porém não há

empresa sem pessoas, logo, não há lucro sem bons gestores, e como ser os melhores?

Simples! Valorizando suas qualidades como seres humanos, como pessoas e seu

conhecimento! Temos que respeitá-las e tratá-las da mesma forma como gostaríamos de

ser tratado. Dentre as atividades e qualidades de um bom gestor destaca-se justamente o

perfil, e analisamos mais, a garantia do sucesso profissional está em maior parte na

gestão de pessoas do que na gestão dos processos, quem pensa contrariamente tem todo

o direito, mas com o passar do tempo terá sérios problemas, pois um profissional errado

na hora errada, e no local errado, sem o devido conhecimento da área em que vai atuar,

com certeza e de forma justa quebrará o conceito de que o produto certo deverá chegar

de forma rápida a baixo custo ao seu destino, logo como resultado a insatisfação gerada,

e na perda do combustível motriz de toda e qualquer empresa, que é o cliente. No

mercado moderno e futurista de trabalho com seres humanos cada vez mais

competitivos, o gestor de logística em seu papel, precisa e deve ter a mente e a visão

ampla, refinada, de forma tridimensional, expandida, com um foco quase que visionário

praticamente quadridimensional, enxergando de forma holográfica a sua frente todos os

processos que o cercam. Imaginemos um mapa holográfico do universo a nossa volta e

o gestor controlando todos os processos desde a criação até termino de cada parte deste

universo em tempo real, então, assim deve ser o gestor, não um DEUS, mas um artista

em soluções. Em suma, todo e qualquer profissional quer atingir um objetivo e quer ser

feliz em suas aspirações, para isso basta perseverar naquilo que acredita, ouvindo outros

profissionais da área, se relacionando bem com eles e com seus clientes, pois se torna

um grande diferencial, assim e desta maneira tece redes de contatos, de possibilidades e

de novas experiências, ao qual proporcionam a alavancada de novas técnicas

profissionais e tecnologias, novos horizontes, possibilidades racionais e

consequentemente a evolução da nossa espécie. Cada um de nós escolhe ser quem é ou

o que será e o comportamento que terá, pois essas escolhas estão baseadas em

conhecimentos e crenças, assim é preciso fazer escolhas acerca daquilo em que se

acredita e procurar ser o melhor que puder, ou seja, gostar daquilo que se faz.

Logo concluímos que: “O universo a nossa volta é pura logística e a

logística é o universo do verdadeiro gestor” (GRUPO DESTE TCC, 2012).

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