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O eu e o outro: sobre a exclusão e a inclusão social Teresa Cristina Silva Kurimoto

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Page 1: O eu e o outro: sobre a exclusão e a inclusão social Teresa Cristina Silva Kurimoto

O eu e o outro: sobre a exclusão e a inclusão social

Teresa Cristina Silva Kurimoto

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O eu: uma radical diferença

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O Eu e o olhar do outro

O falso espelho – René Magrite - 1929

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Fadados a sermos absolutamente únicos... Assim como todos.

Juan Pablo Echeverri

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Uma verdade...“O mais importante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior. É o que a vida me ensinou.”

(Guimarães Rosa,1956 - Grande Sertão Veredas)

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Afinam e desafinam...

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Afinam e desafinam...

“É sempre um quase que transforma um desarrazoado em insano (...), um artista num delirante ou um delirante num pensador...”

(Pelbart, 1989)

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Aos desafinados..

.

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Motores da exclusão social...

• A exclusão da diferença = não é fato da natureza e sim da civilização.

(Foucault,1999)

• Razão: valor máximo do ser humano

• Normalização: princípio de organização social

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Motores da exclusão social...

• “Todos os indivíduos se desenvolvem através da mesma sequência de estádios, independentemente das dificuldades que apresentem, dependendo o seu desenvolvimento dos mesmos fatores necessários a todas as pessoas ...”

(Sprinthall & Sprinthall, 1993)

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“(...) Esses homens não são meus semelhantes, não são meus próximos, são outros, espécies de alienígenas, de alienados.”

“(...) uma massa amorfa...”

“ (...), os excluídos, categoria na qual é fácil projetar a figura do monstro que carregamos”.

(Viñar ,2007).

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Inclusão?Exclusão?

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Que inclusão possível?

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Que projeto de escola temos?

•Escola como espaço de socialização. •Escola espaço do exercício de

“agitar” os estudantes e incitar-lhes a dúvida.

(Almeida, 2009)

•Escola como lugar de circulação da palavra.

•Escola como lugar de expressão de subjetividades.

•Escola: pluralidade e multiplicidade.

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Inclusão: movimento

constante do Eu que afina e

desafina

Salvador Dali – Metamorfose de Narciso

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Inclusão:visibilidade

Quando olho sou visto, logo existo.

Agora tenho como olhar e ver.

(Winnicott, 1968)

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Inclusão como

reconhecimento

Escher – Laço de União

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A inclusão e suas

questões:desafios e

possibilidades

• “(...) estar incluído é muito mais do que uma presença física: é um sentimento e uma prática mútua de pertença entre a escola e a criança, isto é, o jovem sentir que pertence à escola e a escola sentir que é responsável por ele ”.

(Rodrigues, 2003)

• “Considerar os fatores histórico-políticos, econômicos e ideológicos que promovem a exclusão de vários segmentos da população não significa situar os excluídos como vítimas da sociedade”.

(Elia,2004)

Page 19: O eu e o outro: sobre a exclusão e a inclusão social Teresa Cristina Silva Kurimoto

A inclusão e suas

questões:desafios e

possibilidades

• “Se excluímos o sujeito de sua responsabilidade, nós o mantemos, sob pretexto de ajudá-lo a lutar contra sua exclusão, sob a tutela de nossa responsabilidade. Assim, nós o desresponsabilizamos e o mantemos alienado de sua condição...”

(Elia,2004)

Possibilidades:

• Reconhecimento do outro em seu desejo.

• Responsabilização.

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A inclusão e suas

questões:desafios e

possibilidades

• “Diante dos inúmeros “textos” que escrevem o mundo, a arte da conversação civilizada é algo que o espaço da escola necessita de maneira urgente. Dialogar com as distintas tradições que chegam até ela, sem combatê-las; procurar entendê-las, sem aniquilá-las ou descartá-las como mutantes; fortalecer sua própria perspectiva (a do professor, por exemplo) com o livre recurso à experiências alheias (a dos alunos e suas culturas, por que não?).”

• “Conversar ou perecer!”

(ALMEIDA, 2009, p. 56).

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Menino Passarinho - CPCD

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Referências Bibliográficas

1. Almeida FQ, Brach TV e Gomes IM. Bauman e a educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. 2.Elia L. Responsabilidade do sujeito e responsabilidade no campo da saúde mental. Rio de janeiro: Secretaria Municipal de Saúde; 2004. Disponível em: http://www.saude.rio.rj.gov.br/saude/pubsms/media/responsabilidade_do_sujeito.pdf    2. Foucault M. Ditos e Escritos, 1. Problematização do sujeito: psicologia, psiquiatria e psicanálise. Rio de Janeiro: Forense Universitária. 1999. 3. Hamad N. A cultura e a questão da violência. Estud. psicanal. [online]. 2011, n.35, pp. 87-92. 4. Pelbart P P. Da Clausura do Fora ao Fora da Clausura: loucura e desrazão. São Paulo: Brasiliense. 1989.5. Rodrigues D (Org.) Perspectivas sobre Inclusão. Da Educação à Sociedade. Porto: Porto Editora. 20036. Sander J. A caixa de ferramentas de Michel Foucault, a reforma psiquiátrica e os desafios contemporâneos. Psicologia & Sociedade; 22 (2): 382-387, 2010. 7. Sprinthall N e Sprinthall RC. Psicologia Educacional. Lisboa: MacGraw-Hill. 1999.8. Vinar M. Qué puede decir un psicoanalista sobre exclusión social? In: Rio , que cidade é essa?, 10, Rio de Janeiro. Anais... 2007.9. Winnicott DW. A comunicação entre o bebê e a mãe e entre a mãe e o bebê: convergências e divergências. In:______. Os bebês e suas mães. São Paulo: Martins Fontes, 1994.