cultura e escola: processos de inclusão/exclusão de caboclos

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Este livro procura contribuir com a reflexão acerca das relações sociais entre os caboclos e os colonos imigrantes no período da colonização do oeste catarinense, a partir da década de 1920. Analisa o encontro e o conflito cultural e intercultural entre os modos de vida das diferentes culturas. Investiga a complexidade que envolve as relações culturais e como se evidenciam no contexto escolar, bem como procura perceber até que ponto os caboclos têm consciência das práticas de exclusão e de discriminação.

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Page 1: Cultura e escola: processos de inclusão/exclusão de caboclos
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Chapecó, 2011

Ourora Rosalina Bolzan

Cultura e esColaproCessos de

inClusão/exClusão de CaboClos

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Reitor: Odilon Luiz Poli Vice-Reitora de Ensino, Pesquisa e Extensão: Maria Luiza de Souza LajúsVice-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento: Claudio Alcides Jacoski

Vice-Reitor de Administração: Sady Mazzioni

Diretor de Pesquisa e Pós-Graduação Stricto Sensu: Ricardo Rezer

Todos os direitos reservados àArgos Editora da Unochapecó

Av. Atílio Fontana, 591-E – Bairro Efapi – Chapecó (SC) – 89809-000 – Caixa Postal 1141(49) 3321 8218 – [email protected] – www.unochapeco.edu.br/argos

Conselho Editorial: Rosana Maria Badalotti (presidente), Carla Rosane Paz Arruda Teo (vice-presidente),

César da Silva Camargo, Érico Gonçalves de Assis, Maria Assunta Busato, Maria Luiza de Souza Lajús, Murilo Cesar Costelli, Ricardo Rezer,

Tania Mara Zancanaro Pieczkowski

Coordenadora: Maria Assunta Busato

Catalogação elaborada por Caroline Miotto CRB 14/1178Biblioteca Central da Unochapecó

Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem autorização escrita do Editor.

306.43 Bolzan, Ourora Rosalina B694c Cultura e escola: processos de inclusão/exclusão de caboclos / Ourora Rosalina Bolzan. – Chapecó : Argos, 2011. 170 p. (Regionais ; 5) Inclui bibliografias. ISBN: 978-85-7897-028-4 1. Sociologia educacional. 2. Caboclos – colonização. 3. Caboclos – escolas. 4. Oeste catarinense (SC : Mesorregião) – colonização. I. Título. CDD 306.43

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Sumário

Prefácio

Introdução

Contextualização da região pesquisada: caboclos e imigrantes

Os caboclos antes da colonizaçãoAs relações socioculturais entre

caboclos e imigrantesRelações culturais entre caboclos e imigrantes

Educação escolar: os desafios da diversidade sociocultural

PreconceitoEstereótipo

DiscriminaçãoEscola e cultura

09

13

2532

3439

7172757687

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Diversidade cultural na escola e na legislaçãoOs PCNs e a LDB à luz da diversidade cultural

As diretrizes curriculares nacionaisBases e perspectivas para a construção

do currículo

Considerações finais

Referências

115124135

147

157

163

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Prefácio

A presentar uma obra que trata de caboclos e a escola é um grande prazer. São reduzidas as publicações que abordam questões relativas à

cultura e à escola entre caboclos, assim como são poucas as pesquisas que investigam esses sujeitos que, histori-camente, ficaram à mercê das políticas de Estado e, em grande parte, foram tratados apenas quando partícipes de conflitos sociais. Os caboclos, por um lado, estiveram envolvidos em conflitos sociais, mas, por outro, construí-ram relações sociais, políticas, econômicas, culturais e re-ligiosas entre eles e com outros grupos étnico-culturais. Nessa perspectiva, os caboclos precisam ser compreen-didos dentro dos seus contextos históricos e das relações que estabeleceram historicamente.

A pesquisa desenvolvida por Ourora busca com-preender os caboclos do ponto de vista da cultura enten-

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dida como modos de vida, que são construídos e transfor-mados historicamente. A autora faz esse trabalho investi-gativo trazendo para o cenário a presença desses sujeitos em confronto/relações com descendentes de imigrantes, particularmente de italianos, com os quais estabeleceram relações muitas vezes conflitivas, mas sempre de modo subordinado. A posição dominante das culturas dos imi-grantes se expressa, às vezes, de forma arrogante, o que dificulta o reconhecimento do outro. Ao “estranho” são atribuídas representações preconceituosas, dada a inca-pacidade de reconhecer o diferente. Essa postura se es-tende para além das relações interpessoais e se materia-liza nas instituições sociais, no caso, a escola.

A escola tem desempenhado historicamente uma função reprodutora das relações sociais e culturais. Desse modo, para os que desempenham uma função dominan-te na sociedade, a escola coloca-se como extensão dessas práticas discriminatórias. Este livro ajuda a compreen-der como essas práticas são produzidas e recriadas. Evi-dentemente a escola também pode desempenhar outros papéis, como o de constituir-se num espaço onde seus atores tomam consciência dos processos excludentes e atuar no sentido de problematizar as diferentes formas de violência exercidas de uns sobre os outros. Reconhecer e valorizar as formas históricas da cultura dos caboclos e como os modos de vida foram se transformando no tempo é uma das tarefas que a escola pode desempenhar.

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Para tanto, é fundamental a formação de professores com uma visão aberta em relação aos conflitos socioculturais e à diversidade de modos de vida. Sem essa formação, fica difícil pensar numa postura que ultrapasse a impo-sição cultural dos grupos hegemônicos.

O oeste de Santa Catarina, palco em que se de-senrola a obra de Ourora, é perpassado por conflitos socioculturais, religiosos, econômicos e políticos. Des-de a metade do século XIX, esses conflitos, alguns resul-tando em confrontos armados, se acentuam e ganham maior visibilidade. A interpretação desses processos tem ganhado novas abordagens, dentro das quais os caboclos são tratados como atores sociais e não como fanáticos, bandidos e jagunços. Essas novas abordagens podem re-vitalizar experiências históricas e também atribuir novas funções socioculturais à escola.

As políticas de educação pós-constituição de 1988 dão amparo para novas perspectivas de educação, de mo-do particular, de escola. Esta pesquisa evidencia que é possível pensar uma escola capaz de abranger a diversida-de cultural e de ser propositiva em relação aos caboclos. Para tanto, tem de se repensar as formas de trabalhar o conhecimento, bem como a qualidade deste. Não basta apenas a mudança nos modos de trabalhá-lo, é preciso transformar o próprio conhecimento trabalhado. Para isso, obras como esta são fundamentais.

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Para concluir, gostaria de desafiar educadores e pesquisadores que estão desenvolvendo novas experi-ências de educação com caboclos para que aprofundem teoricamente essas experiências. As práticas bem-sucedi-das, como esta publicação, precisam ganhar visibilidade e inspirar novas formas de atuação docente e da própria instituição escolar.

Passo Fundo (RS), julho de 2011.

Telmo Marcon Professor doutor da Universidade

de Passo Fundo (UPF)

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Título

Autora

Coleção

Coordenadora

Assistente editorial

Assistente de vendas

Secretaria

Divulgação, distribuição e vendas

Projeto gráfico e capa da coleção

Capa

Diagramação

Preparação dos originais

Revisão

Formato

Tipologia

Papel

Número de páginas

Tiragem

Publicação

Impressão e acabamento

Cultura e escola: processo de inclusão/exclusão de caboclos

Ourora Rosalina Bolzan

Regionais

Maria Assunta Busato

Alexsandro Stumpf

Neli Ferrari

Leonardo Favero

Neli FerrariEduardo WeschenfelderLuana Paula BiazusRenan Klaus Alves de Souza

Alexsandro Stumpf

Alexsandro Stumpf Sara Raquel Heffel

Alexsandro Stumpf Caroline KirschnerSara Raquel Heffel

Carlos Pace Dori

Carlos Pace DoriLúcia Lovato LeiriaRodrigo Junior LudwigAraceli Pimentel Godinho

14 X 21 cm

Minion Pro entre 10 e 14 pontos

Capa: Supremo 250 g/m2

Miolo: Pólen Soft 80 g/m2

170

300

julho de 2011

Gráfica e Editora Pallotti – Santa Maria (RS)

Argos Editora da Unochapecó

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Sobre a autora

Ourora Rosalina Bolzan é graduada em Pedagogia, es-pecialista em Alfabetização, História, Educação Popular e Movimentos Sociais, mestre em Educação e doutora em Ciências da Educação. É professora na Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), campus Xanxerê, na Celer Faculdades, em Xaxim, e no Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi). Contribui ativamente em Pastorais e Movimentos na Diocese de Chapecó (SC).

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