cultura e escola: processos de inclusão/exclusão de caboclos
DESCRIPTION
Este livro procura contribuir com a reflexão acerca das relações sociais entre os caboclos e os colonos imigrantes no período da colonização do oeste catarinense, a partir da década de 1920. Analisa o encontro e o conflito cultural e intercultural entre os modos de vida das diferentes culturas. Investiga a complexidade que envolve as relações culturais e como se evidenciam no contexto escolar, bem como procura perceber até que ponto os caboclos têm consciência das práticas de exclusão e de discriminação.TRANSCRIPT
Chapecó, 2011
Ourora Rosalina Bolzan
Cultura e esColaproCessos de
inClusão/exClusão de CaboClos
Reitor: Odilon Luiz Poli Vice-Reitora de Ensino, Pesquisa e Extensão: Maria Luiza de Souza LajúsVice-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento: Claudio Alcides Jacoski
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306.43 Bolzan, Ourora Rosalina B694c Cultura e escola: processos de inclusão/exclusão de caboclos / Ourora Rosalina Bolzan. – Chapecó : Argos, 2011. 170 p. (Regionais ; 5) Inclui bibliografias. ISBN: 978-85-7897-028-4 1. Sociologia educacional. 2. Caboclos – colonização. 3. Caboclos – escolas. 4. Oeste catarinense (SC : Mesorregião) – colonização. I. Título. CDD 306.43
Sumário
Prefácio
Introdução
Contextualização da região pesquisada: caboclos e imigrantes
Os caboclos antes da colonizaçãoAs relações socioculturais entre
caboclos e imigrantesRelações culturais entre caboclos e imigrantes
Educação escolar: os desafios da diversidade sociocultural
PreconceitoEstereótipo
DiscriminaçãoEscola e cultura
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2532
3439
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Diversidade cultural na escola e na legislaçãoOs PCNs e a LDB à luz da diversidade cultural
As diretrizes curriculares nacionaisBases e perspectivas para a construção
do currículo
Considerações finais
Referências
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Prefácio
A presentar uma obra que trata de caboclos e a escola é um grande prazer. São reduzidas as publicações que abordam questões relativas à
cultura e à escola entre caboclos, assim como são poucas as pesquisas que investigam esses sujeitos que, histori-camente, ficaram à mercê das políticas de Estado e, em grande parte, foram tratados apenas quando partícipes de conflitos sociais. Os caboclos, por um lado, estiveram envolvidos em conflitos sociais, mas, por outro, construí-ram relações sociais, políticas, econômicas, culturais e re-ligiosas entre eles e com outros grupos étnico-culturais. Nessa perspectiva, os caboclos precisam ser compreen-didos dentro dos seus contextos históricos e das relações que estabeleceram historicamente.
A pesquisa desenvolvida por Ourora busca com-preender os caboclos do ponto de vista da cultura enten-
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dida como modos de vida, que são construídos e transfor-mados historicamente. A autora faz esse trabalho investi-gativo trazendo para o cenário a presença desses sujeitos em confronto/relações com descendentes de imigrantes, particularmente de italianos, com os quais estabeleceram relações muitas vezes conflitivas, mas sempre de modo subordinado. A posição dominante das culturas dos imi-grantes se expressa, às vezes, de forma arrogante, o que dificulta o reconhecimento do outro. Ao “estranho” são atribuídas representações preconceituosas, dada a inca-pacidade de reconhecer o diferente. Essa postura se es-tende para além das relações interpessoais e se materia-liza nas instituições sociais, no caso, a escola.
A escola tem desempenhado historicamente uma função reprodutora das relações sociais e culturais. Desse modo, para os que desempenham uma função dominan-te na sociedade, a escola coloca-se como extensão dessas práticas discriminatórias. Este livro ajuda a compreen-der como essas práticas são produzidas e recriadas. Evi-dentemente a escola também pode desempenhar outros papéis, como o de constituir-se num espaço onde seus atores tomam consciência dos processos excludentes e atuar no sentido de problematizar as diferentes formas de violência exercidas de uns sobre os outros. Reconhecer e valorizar as formas históricas da cultura dos caboclos e como os modos de vida foram se transformando no tempo é uma das tarefas que a escola pode desempenhar.
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Para tanto, é fundamental a formação de professores com uma visão aberta em relação aos conflitos socioculturais e à diversidade de modos de vida. Sem essa formação, fica difícil pensar numa postura que ultrapasse a impo-sição cultural dos grupos hegemônicos.
O oeste de Santa Catarina, palco em que se de-senrola a obra de Ourora, é perpassado por conflitos socioculturais, religiosos, econômicos e políticos. Des-de a metade do século XIX, esses conflitos, alguns resul-tando em confrontos armados, se acentuam e ganham maior visibilidade. A interpretação desses processos tem ganhado novas abordagens, dentro das quais os caboclos são tratados como atores sociais e não como fanáticos, bandidos e jagunços. Essas novas abordagens podem re-vitalizar experiências históricas e também atribuir novas funções socioculturais à escola.
As políticas de educação pós-constituição de 1988 dão amparo para novas perspectivas de educação, de mo-do particular, de escola. Esta pesquisa evidencia que é possível pensar uma escola capaz de abranger a diversida-de cultural e de ser propositiva em relação aos caboclos. Para tanto, tem de se repensar as formas de trabalhar o conhecimento, bem como a qualidade deste. Não basta apenas a mudança nos modos de trabalhá-lo, é preciso transformar o próprio conhecimento trabalhado. Para isso, obras como esta são fundamentais.
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Para concluir, gostaria de desafiar educadores e pesquisadores que estão desenvolvendo novas experi-ências de educação com caboclos para que aprofundem teoricamente essas experiências. As práticas bem-sucedi-das, como esta publicação, precisam ganhar visibilidade e inspirar novas formas de atuação docente e da própria instituição escolar.
Passo Fundo (RS), julho de 2011.
Telmo Marcon Professor doutor da Universidade
de Passo Fundo (UPF)
Título
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Divulgação, distribuição e vendas
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Revisão
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Papel
Número de páginas
Tiragem
Publicação
Impressão e acabamento
Cultura e escola: processo de inclusão/exclusão de caboclos
Ourora Rosalina Bolzan
Regionais
Maria Assunta Busato
Alexsandro Stumpf
Neli Ferrari
Leonardo Favero
Neli FerrariEduardo WeschenfelderLuana Paula BiazusRenan Klaus Alves de Souza
Alexsandro Stumpf
Alexsandro Stumpf Sara Raquel Heffel
Alexsandro Stumpf Caroline KirschnerSara Raquel Heffel
Carlos Pace Dori
Carlos Pace DoriLúcia Lovato LeiriaRodrigo Junior LudwigAraceli Pimentel Godinho
14 X 21 cm
Minion Pro entre 10 e 14 pontos
Capa: Supremo 250 g/m2
Miolo: Pólen Soft 80 g/m2
170
300
julho de 2011
Gráfica e Editora Pallotti – Santa Maria (RS)
Argos Editora da Unochapecó
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Sobre a autora
Ourora Rosalina Bolzan é graduada em Pedagogia, es-pecialista em Alfabetização, História, Educação Popular e Movimentos Sociais, mestre em Educação e doutora em Ciências da Educação. É professora na Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), campus Xanxerê, na Celer Faculdades, em Xaxim, e no Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi). Contribui ativamente em Pastorais e Movimentos na Diocese de Chapecó (SC).
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