o estado verde - edição 22388 - 18 de novembro de 2014

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ANO VI - EDIÇÃO N o 364 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 18 de novembro de 2014 Página 8 Página 3 Inalienáveis e constituindo-se patrimônio da Cidade no decorrer da nossa história e até hoje, algumas praças estão abandonadas, outras estão sendo adotadas. O desafio é conquistar interessados em adotar áreas na periferia de Fortaleza. G20 O acordo maior aconteceu fora da cúpula global No encontro das vinte maiores economias, os dois maiores foram os protagonistas e colocaram a mudança climática no centro das discussões. EUA e China assinam acordo histórico para reduzir emissões de gases poluentes. PRAÇAS Páginas 9 e 10 TECNOLOGIA Fica mais fácil e “limpo” fazer exames clínicos Exames computadorizados estão tornando-se alternativa sustentável, evitando a emissão de papéis e chapas, além de facilitar a vida dos usuários dos serviços clínicos. Uma empresa já deixou de emitir 125 mil chapas de raio-x. Responsabilidade Social ou interesse comercial? FOTO: NAYANA MELO FOTO: DIVULGAÇÃO

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Jornal O Estado (Ceará)

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Page 1: O Estado Verde - Edição 22388 - 18 de novembro de 2014

ANO VI - EDIÇÃO No 364FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL

Terça-feira, 18 de novembro de 2014

Página 8

Página 3

Inalienáveis e constituindo-se patrimônio da Cidade no decorrer da nossa história e até hoje, algumas praças estão abandonadas, outras estão sendo adotadas. O desafio é conquistar interessados em adotar áreas na periferia de Fortaleza.

G20O acordo maior aconteceu forada cúpula globalNo encontro das vinte maiores economias, os dois maiores foram os protagonistas e colocaram a mudança climática no centro das discussões. EUA e China assinam acordo histórico para reduzir emissões de gases poluentes.

PRAÇAS

Páginas 9 e 10

TECNOLOGIAFica mais fácil e “limpo” fazer exames clínicosExames computadorizados estão tornando-se alternativa sustentável, evitando a emissão de papéis e chapas, além de facilitar a vida dos usuários dos serviços clínicos. Uma empresa já deixou de emitir 125 mil chapas de raio-x.

Responsabilidade Social ou interesse comercial?

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O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Rafael F. Gomes. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Jessica Fortes. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873Verde

TARCILIA [email protected]

POPULAÇÃO MUNDIALO Fundo de População das Nações

Unidas (UNFPA) divulga, hoje, o mais novo relatório sobre a “Situação da Po-pulação Mundial”. Nesta edição, o do-cumento traz dados globais inéditos so-bre a população jovem – 10 a 24 anos – e revela que o mundo está vivendo um momento único, com a maior popu-lação de jovens da história. No entan-to, cerca de um terço dessa população está em situação de vulnerabilidade so-cial e vive abaixo da linha da pobreza, com menos de dois dólares por dia.

O relatório indica que os países, especialmente aqueles em desenvol-vimento, podem alcançar avanços econômicos e sociais expressivos se investirem nos direitos e no potencial produtivo de suas populações jovens; caso isso não ocorra a tempo, esta oportunidade única poderá ser perdi-da. No Brasil, o relatório será apresen-tado na Casa da ONU, em Brasília.

PIB DO NORDESTESegundo o IBGE, com 16,2% do PIB

brasileiro, a Região Sul manteve a parti-cipação de 2011. O Nordeste (13,6% do PIB) avançou sua participação em 0,2 ponto percentual em relação a 2011. Dos estados nordestinos, apenas Bahia (3,8%) e Pernambuco (2,7%) alteraram

suas participações no PIB brasileiro: re-cuo 0,1 ponto percentual e avanço 0,2 ponto percentual, respectivamente, em relação a 2011. Um crescimento pífi o.

DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Começa, hoje, o I Seminário Inter-nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e o IX Fórum de Desen-volvimento Territorial e seguem até o dia 21, no Hotel Romanos, em For-taleza. Promovidos pelo Governo do Estado do Ceará, por meio da Secre-taria de Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA) e o Instituto Interameri-cano de Cooperação para a Agricul-tura (IICA), através da UGP do Projeto São José III e o IICA, tendo como par-ceiros o Banco Mundial, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Mi-nistério do Interior (Minter), governos da Bahia e Pernambuco, os eventos simultâneos deverão reunir cerca de 500 especialistas da América Latina e Caribe e África.

Refl exão: “A questão atual do de-saparecimento dos pequenos cursos d’água, alimentadores dos maiores, é apenas a ponta de um ‘iceberg’ que tende a se tornar cada vez mais eviden-te.” Antropólogo, Altair Sales Barbosa.

Desmatamento aumentou cinco vezes, só no último mês. Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) detectou 244 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal (AL) em outubro de 2014. Isso representou um aumento de 467% em relação a outubro de 2013 quando o desmatamento somou 43 quilômetros quadrados. É como se mais de 24 mil campos de futebol fossem destruídos.

O Imazon chama a atenção não apenas para o aumento do desmatamento, mas tam-bém, para a degradação fl orestal (aquelas áreas de fl orestas exploradas pela atividade ma-deireira ou impactadas pelo fogo). As fl orestas degradadas na AL somaram 468 quilôme-tros quadrados em outubro de 2014. Em relação a outubro de 2013 houve um aumento de 1.070%, quando a degradação fl orestal somou 40 quilômetros quadrados.

Para um bioma que levou mais de 50 milhões de anos para se formar, os números repre-sentam são trágicos. Recente estudo, “O Futuro Climático da Amazônia” mostra a urgência de reverter o desmatamento e garantir as funções climáticas do bioma, alertando que os serviços ambientais fornecidos, continuamente, pela fl oresta, estão sendo negligenciados e isto poderá trazer consequências sérias impactando, inclusive, sobre o PIB.

DESTRUIÇÃO DA AMAZÔNIA

Coluna Verde

2 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 18 de novembro de 2014

VERDE

20 DE NOVEMBRO DE 2014Dia da Consciência Negra • Um dia para dizer não ao preconceito racial. Em 20 de novembro exaltamos nossa origem africana e referendamos a unidade de luta pela liberdade de in-formação, manifestação religiosa e cul-tural. Deve ser um dia de festividade, alegria, dia para renovar a conquista de direitos e igualdade de oportunidades.

• Dia Mundial da FilosofiaO Dia Mundial da Filosofi a é o mo-mento propício para se compreender, com Merlau-Ponty, que “a verdadeira

fi losofi a é reaprender a ver o mundo”. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Todos os anos ele é comemorado na terceira quinta-feira do mês de novembro. Neste ano de 2014, os eventos alusivos à data acontecem na próxima quinta (20), dia durante o qual se discutirá, entre outras coisas, sobre para que serve a fi losofi a.

• Seminário “Imortalidade e Vida” em FortalezaUm evento para a promoção da Cultura de PAZ no Ceará acontece no próximo dia 20, às 19 horas, no Vianna’s Buffet. É o Seminário Imortalidade e Vida que será ministra-do pelo médium e conferencista Divaldo Franco, considerado o maior divulgador da Doutrina Espírita em nível mundial. Durante o seminário acontece a pré-estreia nacional do documentário “O Sobreviven-te do Mundo - A história de Jorge Damasceno”. O fi lme, com roteiro e produção do Glauber Filho, narra história do ex-empresário cearense dos anos 1990, que perdeu tudo por causa do vício das drogas, deu a volta por cima e atualmente ministra pales-tras, em escolas, contra a dependência química. Mais informações pelo telefone (85) 3212.1092 ou pelo email: [email protected].

21 DE NOVEMBRO DE 2014Dia Mundial da Televisão • A data foi proclamada pela ONU em 1996. A televisão existe desde os anos 20, mas as pri-meiras transmissões de TV, com mais quali-dade, ocorreram na Alemanha em 1935. A te-levisão com imagem colorida surgiu em 1954, na rede norte-americana NBC. Em 1950, jor-nalista Assis Chateubriand, funda o primeiro canal de televisão do Brasil, a TV Tupi, que transmitia em preto e branco.

24 DE NOVEMBRO DE 2014Dia do Rio • Assim como é comemorado o Dia Mundial da Água, em 22 de março, o do Rio é comemorado dia 24 de novembro. Datas instituídas devido a grande preocupação, atual, como a escassez e a poluição dos recursos hídricos, bem como a preservação e proteção dos mesmos.

AGENDA VERDE

Page 3: O Estado Verde - Edição 22388 - 18 de novembro de 2014

Terminou a reunião do G20 e o prota-gonista foi o presidente Barack Oba-ma, dos Estados Unidos da América

(EUA). Apesar de não ter sido incluído na agenda de debates da cúpula pela Aus-trália, país organizador da cimeira, o tema mudança climática veio à tona, e terminou sendo o destaque do encontro, após Barack Obama anunciar uma contribuição vultosa ao Fundo Verde da Organização das Nações Unidas (ONU), durante pronunciamento a jovens universitários, dia 15, na Universida-de de Queensland, em Brisbane antes mes-mo de sua participação na cúpula.

“Anuncio que os Estados Unidos da América (EUA) dão outro grande passo. Vamos contribuir com US$ 3 bilhões ao Fundo Verde para o Clima de modo que possamos ajudar as nações em de-senvolvimento. Uma oportunidade de ajudar as comunidades vulneráveis com um sistema de prevenção, com defesas mais fortes contra o surgimento das tempestades e uma infraestrutura mais resistente ao clima”, disse Obama.

Ao citar “outro grande passo”, Obama referia-se ao acordo histórico sobre a mudança climática, que os EUA tinham acabado de assinar com a China. No úl-

timo dia 12, em Pequim, o presidente Obama e o dirigente Xi Jinping assina-ram documento através do qual as duas nações comprometem-se a reduzir emis-sões de gases do efeito estufa na atmos-fera. A iniciativa constitui o primeiro anúncio de corte de gases poluentes por parte da China e mais um pelos EUA.

Pelo acordo, os EUA pretendem cortar entre 26% e 28% as emissões de gases em até 11 anos, ou seja, até 2025, o que repre-senta um número duas vezes maior que as reduções previstas entre 2005 e 2020. Os chineses se comprometem a cortar as

emissões até 2030, embora possa começar antes. Segundo presidente chinês, até lá 20% da energia produzida no país vai ter origem em fontes limpas e renováveis. O acordo, que foi negociado durante meses pelos dois países, pretende promover um pacto em nível global, visando a Conferên-cia sobre Mudança Climática que aconte-cerá em Paris no ano que vem.

Mas Obama não se limitou ao anúncio da contribuição econômica e assinar o acordo com os chineses, mas também, pediu aos demais países para que estabeleçam um ob-jetivo de redução das emissões e olhem com

objetividade os dados científi cos e “consi-gam um forte acordo global no próximo ano”. Obama também lembrou que Austrá-lia e Estados Unidos emitem muito carbo-no e alertou sobre o perigo que a mudança climática representa para a Grande Barreira de Corais, situada no nordeste da Austrália e declarada Patrimônio da Humanidade.

Por sua vez, a China se comprometeu a, assim que for alcançado o nível má-ximo de emissões em 2030, começar a reduzi-las e, ao mesmo tempo, a fazer com que 20% de sua energia proceda de fontes limpas e renováveis.

SOBRE O G20O G20 é um grupo criado em 1999 para

discutir a economia global. Foi inaugura-do em Berlim e, neste ano, será reunido na Austrália. Composto por 19 países, Ar-gentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itá-lia, Japão, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Turquia, Rei-no Unido e EUA. A última cadeira sobra para a União Europeia. Em geral, as reuni-ões acontecem uma vez ao ano, mas pode acontecer de haver mais de um encontro anual também, como em 2009 e 2010, durante a crise fi nanceira. O crescimento econômico e a geração de emprego sempre são os assuntos centrais do encontro.

3FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 18 de novembro de 2014

VERDE

Em um encontro no qual o crescimento econômico e a geração de emprego sempre são os assuntos centrais, a mudança climática é o destaque. Graças ao presidente Obama

Acordo maior aconteceu fora da cúpula global com China e EUA

G20

POR TARCILIA [email protected]

DIVULGAÇÃO

Page 4: O Estado Verde - Edição 22388 - 18 de novembro de 2014

4 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 18 de novembro de 2014

VERDE

JORNALISTA E ESCRITOR

PRINCÍPIO DA SUPREMACIAPrimeiro princípio sobre o qual

se deve assentar qualquer deci-são a respeito do meio ambiente é o Princípio da Supremacia do Interesse Público do Meio Am-biente em Relação aos Interesses Privados. Trata-se, de fato, de um princípio geral do Direito Público em que assoma a superioridade natural dos interesses da coleti-vidade em relação a particulares de natureza privada. Enfim, é este princípio que assegura a estabili-dade da ordem social republica-na no sentido pleno que o termo deve abarcar.

PRESERVAÇÃO DA VIDAAinda que legítimos, os interes-

ses de natureza privada não de-vem prevalecer sobre os interes-ses coletivos e a proteção ao meio ambiente, como direito fundamen-tal, eleva-se sobre os demais neste quesito, uma vez que pressupõe a preservação da própria vida e, por extensão, da própria humanidade. Nos dias atuais não se concebe a vida em sociedade com perspec-tivas de futuro saudável, sem a

preservação do meio ambiente. E, paradoxalmente, esta é condição sine qua non para a manutenção e o exercício pleno dos direitos indi-viduais dos particulares.

ATÉ NA LUANo plano internacional este prin-

cípio se coaduna com o Princípio de que o ambiente é patrimônio comum da humanidade. Este princípio incorporou-se ao Direito Internacional do Meio Ambiente e se encontra inscrito em tratados internacionais, tais como o Trata-do sobre os Princípios Regulado-res das Atividades dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Cósmico, inclusive a Lua e de-mais Corpos Celestes; e o Acordo da ONU sobre as Atividades dos Estados na Lua e nos demais Cor-pos Celestes; bem como consti-tui a orientação predominante no que diz respeito à atuação dos Estados na exploração dos recur-sos antárticos (Cf. “Princípios de Direito Ambiental na Dimensão Internacional e Comparada”, de José Aderson Leite Sampaio Chris Wold e Afrânio Nardy).

PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL E SUAS FONTES

Como anteriormente afirmado o Direito Ambiental se subordina e princípios específicos que norteiam ação e atuação de quantos se de-bruçam sobre o assunto, especialmente operadores do direito. Todo e qualquer princípio deve ser imprescindivelmente extraído do ordena-mento jurídico vigente e não cabe a indivíduos em particular definir tal e qual princípio deve ser determinado. No caso do Direito Ambiental Brasileiro as fontes que lhe dão arrimo podem ser encontradas nos textos positivados tais como a Carta Magna oriunda da Constituinte de 1988; a Lei Federal 6938/81 (Lei da Política Nacional de Meio Am-biente, recepcionada no ordenamento pós-Constituinte); as constitui-ções estaduais, as declarações internacionais acordadas em fóruns de igual jaez e adotadas por organismos como a Organização das Nações Unidas e outros. Entre estas Declarações aceitas pela maioria dos países do planeta, ressaltam-se a de Estocolmo (1972), sobre o meio ambiente humano; e a do Rio de Janeiro (1992), sobre meio am-biente e desenvolvimento.

A presidente da República reeleita precisa adotar com agilidade e efi cá-cia soluções para um tema que fi cou esquecido na campanha eleitoral dos presidenciáveis: a Lei nº 12.305, de 2010, que instituiu a Política Na-cional de Resíduos Sólidos (PNRS), cuja execução prática é de extrema importância para o meio ambiente, a melhoria da qualidade da vida no meio urbano e a saúde pública. Infe-lizmente, o tema praticamente não foi abordado pelos candidatos e, ao mes-mo tempo, a Câmara dos Deputados conseguiu aprovar a prorrogação por quatro anos da erradicação dos lixões, embutida em Medida Provisória que tratava de assunto econômico.

Por isso, espera-se que a presiden-te Dilma Rousseff, no novo governo, deem à matéria tratamento à altura de seu signifi cado para o desenvolvimen-to e condizente com a complexidade dos problemas a serem enfrentados. É pertinente lembrar que a PNRS alinha nosso país ao que há de mais contem-porâneo no cenário urbano mundial, em termos de enfrentamento dos prin-cipais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos.

A lei prevê o aumento da reciclagem e reutilização de tudo o que for pos-sível e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos. Institui, ainda, a responsabilidade dos fabricantes, im-portadores, distribuidores, comercian-tes, cidadãos e encarregados dos servi-ços de coleta na Logística Reversa das embalagens e produtos pós-utilização, processo indispensável para que equi-pamentos eletrônicos, pilhas, lâmpa-das, pneus, embalagens em geral e res-tos do consumo não retroalimentem a degradação ambiental.

A lei é ótima, mas sua execução está atrasada, prejudicando muito o Brasil e seu povo. O mais urgente refere-se à erradicação dos chamados lixões, cujo prazo, fi xado pela PNRS, expirou em 2 agosto de 2014. Apenas cerca de me-tade dos municípios brasileiros con-seguiu cumprir a determinação legal.

O principal motivo desse problema é a falta de recursos fi nanceiros das pre-feituras. Por isso, é decisivo o aporte de recursos da União para comparti-lhar esses investimentos com as cida-des brasileiras. É premente extinguir a deposição dos resíduos sólidos a céu aberto, um verdadeiro atentado am-biental, e lhes dar correta destinação em aterros sanitários adequados.

Esse é o alicerce que possibilitará o cumprimento integral da PNRS nos próximos anos. Assim, no novo gover-no, será decisiva a devida atenção ao tema, no âmbito dos compromissos de governo a serem colocados em prá-tica no próximo ano. Nesse sentido, é decisivo que a lei Lei nº 12.305 saia defi nitivamente do papel na próxima gestão federal. O Brasil não pode mais postergar esse avanço em sua política de meio ambiente.

Por isso, durante a campanha elei-toral relativa ao segundo turno da eleição presidencial, o Selur (Sindica-to das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo) enviou men-sagem aos dois candidatos, na qual solicitava providências, perguntava de modo objetivo o que pretendem fa-zer a respeito e pedia a ágil alocação de recursos para que os municípios possam recuperar o tempo perdido, remover os lixões e implantar os ater-ros sanitários. Isso é prioridade máxi-ma! Agora, o novo governo tem esse compromisso com a população.

O Brasil está em dívida com o meio ambiente urbano. É preciso vencer esse desafi o, que responde aos três eixos do mais atual conceito da sustentabilida-de: o econômico, o social e o ambiental. Nossas cidades não podem continuar depositando os resíduos sólidos em céu aberto, o anticartão postal dos resquí-cios de nosso subdesenvolvimento.

*Ariovaldo Caodaglio, cientista social, biólogo, estatístico e pós--graduado em meio ambiente, é presidente do Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo).

O compromisso de Dilma com a política de resíduos sólidos

OPINIÃO

Por Ariovaldo Caodaglio*

Page 5: O Estado Verde - Edição 22388 - 18 de novembro de 2014

O caju é comemorado todo dia 12 de novembro. Mas, no período de 19 e 22 de novembro, em

Beberibe o fruto do cajueiro será mais do que comemorado, será o dono da fes-ta e estará no centro das discussões. No Município, da Região Metropolitana de Fortaleza, acontece a 11ª edição do Caju Nordeste com o objetivo de contribuir com a organização, a modernização e o desenvolvimento da cultura do cajueiro.

O evento busca atender às demandas da cadeia produtiva do caju, com apre-sentações, debates e incentivos ao uso de tecnologias inovadoras, de forma que os agentes da cajucultura possam usufruir as variadas oportunidades de negócios.

TECNOLOGIAUma das inovações no evento des-

te ano é o lançamento da máquina

de corte automático da castanha do caju. Há déca-das, uma das p r i n c i p a i s dificuldades enfrentadas pelas mini fábricas de beneficiamen-to de castanha de caju no Brasil é o processo de corte para extração da amêndoa, pois os equipamentos existentes ain-da são operados manualmente.

Este gargalo é um dos responsáveis pela baixa produtividade e a elevação dos custos operacionais, pois exige um funcionário para cada máquina de corte, além da possibilidade de acar-

retar dano à saúde dos operadores devido o esforço repetitivo e o

contato direto das mãos com o Líquido da Castanha de

Caju (LCC).A máquina que está

sendo apresentada foi de-senvolvida pela Usinagem Santo Antônio, de Picos/

PI. Há vários anos, a empre-sa vem produzindo linhas de

equipamentos para as minifá-bricas de extração da polpa do caju

e a fabricação de cajuína e doces.

PALESTRAS TÉCNICASDurante o evento, haverá, também,

um encontro dos empreendedores das minifábricas de beneficiamento da castanha e do pedúnculo do caju, uma boa oportunidade para que os

interessados em adquirir amêndoas, cajuína, polpa, doces e outros deri-vados do caju estabeleçam contatos comerciais com uma rede de fornece-dores dos citados produtos.

Acontecerão também palestras téc-nicas e ofi cinas para o público da área, como produtores e empreendedores rurais, agricultores familiares, micro, pequenos e médios empresários da cadeia produtiva do caju, agrônomos, pesquisadores e técnicos agrícolas, alunos e professores de escolas e cur-sos agrícolas, dentre outros. Confi ram www.cajunordeste.org.br .

SERVIÇO11° Caju Nordeste Quando: 19 a 22 de novembro Onde: Beberibewww.cajunordeste.org.br

Com o objetivo de reconhecer as em-presas do setor de transportes de passa-geiros e de cargas que investem em res-ponsabilidade ambiental, a Federação das Empresas de Transportes Rodoviá-rios (Cepimar) realiza a entrega do Prê-mio Melhoria da Qualidade do Ar 2014 no próximo dia 26 (quarta-feira), às 16 horas, na Casa José de Alencar, em For-taleza. A solenidade terá a presença de empresários, personalidades do setor e colaboradores das 28 empresas de trans-porte de passageiros e de cargas concor-rentes ao prêmio.

Em sua décima segunda edição, o cer-tame busca reconhecer as organizações que mobilizam equipes e empreendem ações que priorizam a dimensão ambien-tal nas suas garagens e nas comunida-des onde atuam. A solenidade contará com um momento simbólico, onde uma muda será plantada em nome do Pro-grama Despoluir, iniciativa de respon-

sabilidade socioambiental do setor de transporte e coordenada pela Cepimar. O período de inscrição ao prêmio ocorreu de 1º de janeiro a 27 de fevereiro de 2014 e o de avaliação de 1º de janeiro a 30 de setembro de 2014.

HOMENAGENSAlém do troféu principal , destinado

às empresas vencedoras, a premiação contempla com o Certifi cado de Quali-dade Empresa 100%, as organizações com frota totalmente aprovada pelo Programa Despoluir e que não tiveram nenhuma multa aplicada pelos órgãos fi scalizadores ambientais. Também contempla, com o Troféu Destaque Am-biental, uma personalidade ou uma ins-tituição, pelos relevantes serviços pres-tados ao meio ambiente e à sociedade. Nesta edição, o destaque ambiental vai para a diretora de Controle e Proteção Ambiental, Magda Kokay Farias, da Su-

perintendência Estadual do Meio Am-biente do Ceará (Semace).

SOBRE O DESPOLUIRA Federação dos Transportes – Cepi-

mar coordena desde 1997 o Despoluir, Programa Ambiental do Transporte, que tem como objetivo promover o uso racio-nal de combustíveis e reduzir emissões de gases poluentes pelo setor de transporte. A equipe do Despoluir realiza inspeções veiculares periódicas nos veículos das fro-tas das empresas do Ceará, Piauí e Mara-nhão. Além de orientar sobre a qualidade do óleo diesel e realizar palestras sobre condução econômica e meio ambiente.

SERVIÇOPrêmio Melhoria da Qualidade do Ar –

Versão 2014 - FortalezaLocal: Casa José de AlencarData: 26 de novembro (quarta-feira)Hora: 16h

5FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 18 de novembro de 2014

VERDE

Amanhã, começa o maiorevento da cajucultura no Brasil

11° CAJU NORDESTE

Cepimar entrega o Prêmio Melhoria da Qualidade do Ar 2014SETOR DE TRANSPORTES

DIVULGAÇÃO/CEPIMAR

Page 6: O Estado Verde - Edição 22388 - 18 de novembro de 2014

6 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 18 de novembro de 2014

VERDE

Incubada no Instituto Centro de Ensi-no Tecnológico (Centec), a Autoterm, empresa especializada em apresentar

soluções inovadoras em produtos e servi-ços para o mercado de energias térmica e elétrica, criou um painel heliotrópico seis vezes mais efi ciente que um painel solar fotovoltaico estático convencional de mesma área.

Criado pelo engenheiro Roberto Cam-pos, o painel heliotrópico foi inspirado nas plantas de mesmo nome, que são caracte-rizadas por perseguirem o movimento do Sol, ao longo do dia, como é o caso do gi-rassol. O movimento garante que o coletor solar aproveite a luz do Sol por mais horas, já que ele se movimenta de acordo com a posição solar. A energia captada serve para gerar energia térmica, para o aquecimento da água e energia elétrica para o funciona-mento de eletrodomésticos.

POTENCIAL NÃO É UTILIZADOSegundo Campos, o Ceará tem uma das

maiores incidências de raios solares do mun-do, mas praticamente não usufrui desse potencial, pois convencionou-se dizer que é uma tecnologia cara, que advêm da ausên-cia de tecnologias que a tornem mais viável. Pensando nisso, o empresário e pesquisador criou o painel, que busca o máximo de apro-veitamento da luz solar incidente. “A menor média anual de irradiação solar no Brasil é cerca de 30% maior que a maior média de ir-radiação solar da Alemanha (um dos líderes do mercado europeu no segmento)”.

Conforme dados da Associação Brasi-leira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), o Brasil utiliza somente 10,14 kWth de po-tência solar por cada 1000 habitantes. En-quanto isso, países como Chipre,

Empresa cearensedesenvolve painel solarLIMPA E RENOVÁVEL

Equipamento capta energia solar que pode ser utilizada tanto para aquecimento quanto para eletricidade. Tecnologia já está apta para o mercado

POR JESSICA [email protected]

FOTOS:DIVULGAÇÃO/CENTEC

Page 7: O Estado Verde - Edição 22388 - 18 de novembro de 2014

7FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 18 de novembro de 2014

VERDE

SAIBA MAIS• O equipamento tem movimentos diferenciados que proporcionam maior captação de raios solares;

• Fonte de energia totalmente limpa, renovável, com um payback muito atrativo, além de economizar mais espaço do que os painéis convencionais;

• Seis vezes mais efi cientes que o convencional;

• Tecnologia está sendo desenvolvida no País, isso diminui os custos, inclusive está sendo estudada parceria com o Centec para treinar e capacitar profi ssio-nais para fazer a manutenção;

• Empresa está buscando investimentos para produzir o equipamento em escala;

• Falta de água já afeta várias regiões do Brasil e uma saída é a geração de novas fontes de energia. A energia solar é uma tecnologia que já é possível;

• Para conhecer mais sobre a Autoterm, acesse o site da empresa. No site do Instituto Centec, você também pode conferir informações sobre a Intece.

Israel, Áustria e Barbados utilizam 657, 498, 205 e 200 kWth, respectivamente.

Ainda segundo dados da Abrava, apenas 730 mil domi-cílios utilizam aquecedor solar no Brasil, representando a

fatia de 1,48% de todos os domicílios do País. Em paralelo, Israel, que tem política pública voltada para o setor, tem 90%

das residências com aquecedores solares. Para aproveitar a forte incidência solar que o território nacional tem, Roberto Campos co-

bra medidas políticas e privadas de incentivo ao mercado de energia solar. Para chegar à tecnologia fi nal do painel heliotrópico, ele teve

que criar um aparelho chamado tensiostato. Ambas as tecnologias es-tão em processo de patenteação junto ao Instituto Nacional da Proprie-

dade Industrial (Inpi). “A tecnologia foi apresentada e já está apta para o

mercado. Já temos dois pedidos de orçamentos e vamos iniciar a comercialização. No entanto,

estamos procurando empresários que quei-ram investir no negócio e assim produzir-mos em maior escala e consequentemen-te, baratear ainda mais os preços dos painéis. Atualmente, o nosso equipa-mento com uma produção por enco-menda, ou seja, um a um, está, hoje, em relação ao convencional, com um custo 20% menor na instalação e com um payback (análise de investi-mentos e dos prazos de recuperação do capital investido) de cinco anos, bem menor que os convencionais”, explica o empreendedor.

INCUBADORA CENTECSegundo a coordenadora da Incubadora

Tecnológica do Centec (Intece), Sueli Vas-concelos, as incubadoras são ambientes plane-

jados para o desenvolvimento das empresas, colocando à disposição das mesmas, infraestrutura física, serviços de

consultoria em gestão administrativa e operacional, facili-tando a intermediação entre as empresas incubadas e os

potenciais investidores, tais como instituições de ensi-no e pesquisa, governos e outros.

O Programa Intece tem como principal objetivo proporcionar as condições necessárias para que as empresas incubadas possam se preparar e se fortalecer para o mercado através da transferência de conhecimen-tos e de tecnologias geradas e adaptadas pelo Instituto Cen-tec, universidades e outras instituições de ensino e pesquisa.

De acordo com Sueli,99% das empresas do País são microem-presas e representam 21% do PIB nacional, mas o índice de mor-talidade é muito grande, pois muitas delas, dominam a técnica, mas não tem gestão, não tem planejamento, não tem a cultura da inova-ção, e a incubadora de empresas do Centec, faz a transferência destes conhecimentos, para o setor produtivo”.

Dentro da incubadora as empresas tem uma gama de serviços ofertados que fazem com que elas tornem-se mais com-

petitivas no mercado, melhorando níveis de produti-vidade e de inovação, além de uma série de recur-

sos e facilidades que minimizam a mortalidade das mesmas.

COMO PARTICIPARPara participar do programa é necessá-

rio que o empresário/empreendedor ela-bore a proposta de Plano de Negócios da empresa e apresente à coordenação da incubadora, ou a um dos gerentes das Unidades da Intece localizadas no inte-rior do estado. Após passar por análise

de uma comissão quanto à viabilidade técnica e econômica, assim como quan-

to ao seu alinhamento às diretrizes de atuação da incubadora, da entidade ges-

tora e dos parceiros, se o projeto for consi-derado viável e se houver disponibilidade de

vaga no programa, o participante poderá iniciar as suas atividades na incubadora.

Para os empreendedores que necessitem aprimorar os seus planos de negócios, há a possibilidade de pré-incubação, período no qual a empresa é estimulada a desenvolver o po-tencial do seu negócio para o efetivo exercício das suas atividades, fazendo uso de alguns serviços assistenciais fornecidos pela incubadora.

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VERDE

O uso de Tecnologias da Infor-mação e Comunicação (TIC) no setor de saúde tem crescido

em todo o mundo nas últimas três dé-cadas, tanto no setor privado quanto no público. Os exames computadori-zados, por exemplo, estão se tornando uma alternativa sustentável, evitando a emissão de papéis e chapas – noci-vas ao meio ambiente. Apesar disso, apenas 49% dos hospitais brasileiros registram, eletronicamente, os dados clínicos conforme a pesquisa TIC Saú-de 2013, divulgada pelo Centro de Es-tudos sobre Tecnologias da Informa-ção e da Comunicação (Cetic).

Em São Paulo, a DVI Radiologia, bus-cando soluções para evitar o processo de gerar resultados apenas por meios físicos, especializou-se em diagnósticos virtuais, enviados por meio de sistema (site com login e senha) ou CD. A em-presa, desde o início de sua operação em 2005, já deixou de emitir 125 mil chapas de raio-x. Por ano, são realizados mais de 100 mil exames digitalizados, evi-tando que esse montante seja emitido e descartado no meio ambiente.

“As chapas tradicionais são compostas por uma lâmina plástica, produzida a par-tir de um material termo sensível, que pode demorar até 450 anos para se deteriorar”, explica Hugo Rosin, sócio-diretor da DVI Radiologia. A empresa também utiliza um sistema de envio de imagens, auxilian-do e agilizando o processo de leitura dos exames. “O resultado e o diagnóstico do exame fi cam disponíveis online, podendo ser acessados a qualquer momento e de qualquer aparelho que esteja conectado à internet”, ressalta o executivo.

Apesar disso, a impressão da pelícu-la ainda é solicitada em 70% dos casos atendidos pela DVI. Para atender à de-

manda de pacientes e dentistas, a em-presa encaminha uma película que não possui metais pesados e é totalmente re-ciclável. “Consideramos importante res-saltar, informar e conscientizar nossos clientes de que, o processo digital é van-tajoso não só para eles, como também para o meio ambiente”, fi naliza Rosin.

Na Capital cearense, também encon-tramos clínicas que ao mesmo tempo estão preocupadas com a qualidade ambiental e agilidade de seus processos e adotam critérios médicos que usam tecnologia informatizada para simplifi -car e melhorar o processo de prescrição e atendimento tradicional em papel. É o caso da Clínica Trajano Almeida, que atua há 36 anos em diagnósticos por imagem e metade dos resultados é entre-gue em CDs e a outra metade em fi lmes.

“Mas a revelação não é manual”, des-taca a secretária da diretoria da clínica, Margarida Carneiro. Segunda ela, há mais de dez anos a revelação na Trajano Almeida, deixou de ser manual, “é digi-talizada como fotografi as”, disse. “Faz muito tempo que deixamos de usar re-velação manual, em decorrência, prin-cipalmente, dos impactos ambientais”.

Elas possuem metais pesados, que po-dem prejudicar a saúde e não devem ser jogadas em lixo comum, pior, muitas ve-zes, são incinerados. “Se isso acontece, os metais que ela possui podem causar danos irreversíveis ao meio ambiente”.

O potencial de aplicações das TIC em saúde para melhorar a oferta de atendi-mento de saúde vai muito além do exem-plo da telessaúde. Registros eletrônicos em saúde são vistos, cada vez mais, como uma ferramenta importante para otimi-zar a qualidade do atendimento, além de torná-lo mais efi caz ao permitir acesso rápido e melhor transmissão das infor-mações médicas do paciente para todo o espectro do atendimento de saúde.

A aposentada Branca Bezerril tem diabe-te e por conta da doença faz uma série de exames, a cada três meses. Ela disse à nos-sa reportagem que agora fi cou mais fácil, apenas vai ao Laboratório Pasteur colher a amostra de sangue. “Daí pego o resulta-do pela internet e envio diretamente para o endereço eletrônica de minha médica. É uma facilidade, já não tenho que voltar ao laboratório.” Além da praticidade evita o uso de veículos que emitem gases poluen-tes, uso de mais papel, contribuindo para a

sustentabilidade ambiental.

PESQUISA TIC SAÚDEDesde 2013 o Cetic. br realiza a pesquisa

TIC Saúde, que investiga a infraestrutura, a disponibilidade das TIC e de aplicações nelas baseadas nos estabelecimentos de saúde no País. Além disso, observa como médicos e enfermeiros fazem uso dessas ferramentas em seu trabalho e as princi-pais barreiras para a sua incorporação.

A pesquisa TIC Saúde busca analisar o estágio de adoção das TIC em estabele-cimentos de saúde brasileiros, desenvol-vendo indicadores relacionados a: Infra-estrutura de TIC e gestão de TI; Registro eletrônico em saúde e troca de informa-ções; Serviços oferecidos ao paciente e prá-tica de Telessaúde.

SERVIÇO- A DVI - Diagnóstico Volumétrico por

Imagem: www.dviradiologia.com.br

- O Laboratório Pasteur: http://www.la-bpasteur.med.br/.

- Clínica Trajano Almeida: http://www.trajanoalmeida.com.br/.

Clínicas, profissionais e pacientes aderem a Tecnologia da Informação

TI E SAÚDE

Exames computadorizados estão se tornando uma alternativa sustentável, evitando a emissão de papéis e chapas. Empresa já deixou de emitir 125 mil chapas de raios-xPOR TARCILIA [email protected]

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FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 18 de novembro de 2014

As praças e áreas verdes são espa-ços de lazer, inalienáveis e cons-tituindo-se patrimônio da Cida-

de, segundo Lei Orgânica do Município. Apesar de Fortaleza possuir diversos lo-cais, assim, grande parte deles encontra--se abandonado ou em situação precária. O Programa Adoção de Praças e Áreas Verdes faz parte da Coordenadoria de Políticas Ambientais da Secretaria Mu-nicipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), em parceria com a Vice- Prefei-tura e as secretarias regionais. O objeti-vo é integrar as políticas de urbanismo e meio ambiente, além de aumentar a boa conservação destes lugares.

As praças e áreas verdes de Fortaleza somam 475 logradouros. Atualmente, 163 estão contempladas com o projeto, sendo que 42 já foram adotadas e 121 estão em processo fi nal de adoção. Seis áreas foram reformadas e entregues, a exemplo, das praças Engenheiro Pedro Felipe Borges, Eudoro Correia e Dou-tor Moreira de Souza. Esta última foi a terceira a ser reformada na área da Secretaria Executiva Regional (SER) II.

Os espaços são utilizados diariamen-te pela população, seja para uma cami-nhada, passeio com o cachorro, práti-ca de atividades físicas, jogar bola ou apenas conversar com os amigos. Mas, apesar do alto número de amparos, grande parte delas se resume à SER II ou à Secretaria Executiva Regional do Centro (Sercefor). Com o programa e as transformações espaciais, defende a secretária Águeda Muniz, as pesso-as voltam às ruas, à convivência com Fortaleza. “A cidade contemporânea é a cidade onde a sociedade e o poder público agem para o bem viver em co-munidade”, considera.

É desafi o, porém, conquistar interes-sados para a adoção de praças em áreas

periféricas da Capital, como nos bairros Conjunto Ceará, Barra do Ceará, Ca-nindezinho, Ancuri e Lagoa Redonda. Segundo a titular da Seuma, é impor-tante e necessário dar a devida atenção a estas áreas, que possuem grandes es-paços públicos urbanos como praças e campos de futebol. “O trabalho de di-vulgação e sensibilização da Prefeitura e da Seuma, vem aos poucos conquis-tando adotantes para essas áreas. Um dos exemplos que podemos destacar é a adoção da Praça Farias Brito, no bair-ro Passaré/Jangurussu”, comemora.

ADESÃOA adoção é voluntária, sendo outro

desafi o da gestão sensibilizar as pessoas a cuidar de seu bem público numa bus-ca contínua de melhor qualidade de vida

na Cidade. Por conta disso, o Programa abrange pessoas físicas, associações, empresas e entidades da sociedade civil.

Os interessados devem se dirigir à Secretaria Regional responsável pela área e declarar interesse por meio da abertura de processo administrativo com a intenção de adoção. Com essa iniciativa, a Prefeitura visa contribuir com exemplos de cidadania e respon-sabilidade social, ao permitir que tan-tos cidadãos como empresas passem a zelar por áreas verdes do município.

A atitude, segundo a titular, repre-senta a quebra de paradigmas para a Cidade e, principalmente, para a sociedade, que costuma dissociar as questões ambientais das questões ur-banas. Para ela, tal integração foca no desenvolvimento sustentável conside-

rando seus três pilares: ecologicamen-te correto, economicamente viável e socialmente justo; no rigor do cum-primento das legislações urbanísticas e ambientais; e na aproximação e va-lorização da participação da sociedade civil nos processos decisórios.

BONS EXEMPLOSQuem passa todos os dias pela Praça

Bárbara de Alencar talvez nem lembre como ela estava diferente há alguns meses atrás. O espaço, na Avenida Heráclito Graça, era perigoso, escuro e sem frequentadores. Não tinha ne-nhum atrativo, mas após a adoção, em fevereiro, uma nova praça surgiu. O espaço adotado por uma construtora ganhou acessibilidade, quadras espor-tivas, nova iluminação e movimento.

Adoção de espaços públicos dá vida nova aos locais, mas ainda é desafio

PRAÇAS E ÁREAS VERDES

Programa, embeleza os logradouros, dá novos ares à rotina da Capital. Apesar disso, Prefeitura Municipal ainda enfrenta difi culdade de adesão na periferia de FortalezaPOR JESSICA [email protected]

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Outro bom exemplo é a Praça do Pajeú, no Centro, adotada pela Câma-ra de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL). Antes do projeto, o lugar, se-gundo comerciantes e frequentadores, era abandonado, inseguro e vivia cheio de moradores de ruas usando drogas. Atualmente, o cenário é outro. “Sem-pre têm homens trabalhando na limpe-za e crianças brincando, até as vendas aqui da lanchonete melhoraram depois que a praça foi reformada”, comenta a comerciante Maria Elisabeth.

ADOTANTEApós a assinatura do Termo de Coo-

peração, o adotante será o responsável pela realização dos serviços descritos no processo de adoção. Os trabalhos mencionados envolvem a manutenção e reforma, desde a pintura do meio-fi o, limpeza e cuidado do jardim, até a ins-talação de mobiliário e equipamentos e reestruturação completa da estrutura da área. O termo de cooperação tem o prazo de validade de cinco anos, conta-dos da data da assinatura, podendo ser prorrogado segundo a conveniência e oportunidade da Prefeitura.

De acordo com a secretária Águeda Muniz, ao se criar espaços públicos por meio da promoção da qualidade das áreas de lazer, como os parques, pra-ças e passeios arborizados, pessoas são atraídas e novas centralidades são cria-das. “Ao criar centralidades é possível contribuir para a mobilidade urbana na redução das viagens, na utilização de novos modais (bicicletas e pedestrianis-mo), na diminuição das emissões de ga-ses e do consumo de combustíveis (am-pliado durante os engarrafamentos)”.

POPULAÇÃO PRECISA PARTICIPAR O urbanista Euler Muniz, professor

da Universidade de Fortaleza (Unifor), defende que haja mais envolvimento da comunidade com o projeto, para que ele tenha mais abrangência e mais força em todos os bairros da Capital. Para ele, as pessoas não agem como se os espaços públicos os pertencessem e outorgam a responsabilidade a titulari-dade ao município, ou ao Governo. Mas de fato todos têm responsabilidade so-bre a cidade, sobre o Estado e sobre o País, enquanto cidadãos.

“É muito positivo, tanto do ponto de vista da Prefeitura encampar esta ideia, como das empresas e da sociedade de assumirem essa corresponsabilidade de adotarem os espaços e cuidarem deles. Não vejo como uma privatiza-ção. As responsabilidades precisam ser divididas, ainda que os interesses sejam diferentes. As empresas ganham mais visibilidade com ações sociais e as comunidades se benefi ciam por ga-nharem espaços gratuitos de lazer, que muitas vezes, nem precisam de gran-des reformas, mas de zelo que já é algo muito positivo”, ressalta.

SERVIÇOPrograma Adoção de Praças

e Áreas VerdesPessoas físicas, entidades da socie-

dade civil, associações de moradores, empresas e órgãos de direito público ou privado podem adotar praças, parques,

jardins e canteiros centrais de Fortaleza. Como: os interessados devem procurar a Secretaria Regional responsável pela

área e declarar interesse na adoção.Informações: www.fortaleza.ce.gov.

br/seuma e (85) 3452 6910 NAYANA MELO

NAYANA MELO

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Estão abertas, até dia 31 de dezembro, inscrições para que agentes do setor público can-

didatem os seus edifícios para fazer parte de um estudo de benchmarking de eficiência energética em edifica-ções públicas do Brasil. No País, a ad-ministração pública direta e indireta conta com mais de 22.000 edificações próprias e 1.400 imóveis alugados. Essas edificações juntamente com prédios comerciais e de serviços são responsáveis por quase 20% de todo o consumo energia elétrica do Brasil.

O projeto pretende receber inscrições de ao menos 300 edifícios para a realiza-ção de um benchmarking de consumo de energia elétrica em prédios públicos de escritórios acima de 500m2, que será feito por meio de um processo de avalia-ção de dados que visa acessar o cenário

do consumo energético de edifícios pú-blicos e comparar seus desempenhos.

Para participar, os agentes do setor público devem preencher um formu-lário e fornecer – em caráter estrita-mente confi dencial – dados simples de consumo energético de seus edifícios, que consistem em: contas de energia dos últimos 12 meses; área do edifício (com comprovação pelo IPTU ou outra fonte); e contatos de email e telefone do interlocutor responsável. O formulário deve ser preenchido e enviado pelo cor-reio de acordo com as orientações do edital (www.pnud.org.br/arquivos).

A ação faz parte do projeto “Trans-formação do Mercado de Efi ciência En-ergética no Brasil”, que tem o objetivo de contribuir com a economia de até 4 milhões de MWh de eletricidade nos próximos 20 anos e de reduzir emissões

de gases de efeito estufa em até 2 mil-hões de toneladas de dióxido de car-bono (CO2). O projeto é executado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em parceria com o Programa das Na-ções Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e fi nanciado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês) e pelo Banco Interameri-cano de Desenvolvim-ento (BID).

PRÉDIO PÚBLICO Conceito de prédio pú-

blico na esfera federal são as edifi cações utilizadas e administradas direta ou indiretamente pelo Poder Público Federal,

segundo o Programa Nacional de Con-servação de Energia Elétrica (Procel).

Fontes: Pnud, MMA e Procel.

Edital seleciona 20 edifícios públicos para benchmarking

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

INDICAÇÃO DE LEITURA

Nas últimas seis décadas, a Organi-zação das Nações Unidas para a Edu-cação, a Ciência e a Cultura (Unesco) promoveu seis Conferência Internacio-nal de Educação de Adultos (Confi tea). Para celebrar o marco, a organização da ONU produziu o livro Educação de Adultos em Retrospectiva: 60 anos de Confi tea. O lançamento da publicação aconteceu no último dia 03, na sede do Ministério Público do Rio de Janeiro, durante o Encontro Latino-americano de Educação para Jovens e Adultos em Situação de Restrição e Privação de Liberdade. O Confi tea é um dos fóruns mais infl uentes da arena internacional em educação de adultos.

O livro escrito pelo professor da Universidade Federal da Paraíba

(UFP), Timothy Ireland, represen-tante da cátedra de EJA - Educação de Jovens e Adultos da Unesco e o ofi cial de projetos da representação do organismo no Brasil, Carlos Spezia, é inspirado no desejo de registrar a longa história de um movimento mun-dial, que se expandiu por seis décadas. Os autores consultaram registros e documentos ofi ciais produzidos para as conferências, particularmente os relatórios fi nais, elaborados pela Organização. Esse processo de resgate histórico tornou possível realizar uma leitura transversal do desenvolvimen-

to do conceito de educação de adultos ao longo dos anos.

A expectativa é que o livro contribua para um entendimento dos resultados das Confi teas no mundo, bem como aprofunde as discussões em torno do conceito de EJA na perspectiva da aprendizagem ao longo da vida. A despeito dos avanços nos últimos 60 anos, os registros evidenciam os reais desafi os para que as sociedades garan-tam o princípio do direito à educação básica para todos os jovens e adultos do mundo. O livro está disponível para download gratuito, em português, es-panhol e inglês no endereço eletrônico: www.bit.ly/unesco_eja

60 anos de trabalho são contados em livroEDUCAÇÃO DE ADULTOS

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As milenares orquídeas estão cada vez mais próximas de todos que procuram conviver um pouco

mais com a natureza e sua beleza. Mas a venda de orquídeas retiradas do mato é a principal preocupação das diversas as-

sociações de orquidófi los que se multi-plicam por quase todo o País. Este tema será debatido durante o 8º FestOrquíde-as, que acontece entre os dias 28 e 30 de novembro na Casa José de Alencar (Av. Washington Sores, 6055).

Durante o evento que reúne orqui-dófi los para exibir suas fl ores, será expressamente proibida a exibição e/ou comercialização de qualquer planta coletada na natureza. A participação no evento é gratuita, mas a Associa-

ção Cearense de Orquidófi los (ACEO), organizadora do evento, sugere aos vi-sitantes a doação de alimentos não pe-recíveis, que serão doados à Assocrio, que atende pacientes com câncer, vin-dos do interior.

Com urgência constitucional, o Proje-to de Lei 7735, de 2014, do Poder Exe-cutivo, que simplifi ca as regras para pesquisa e exploração do patrimônio genético de plantas e animais nativos e para o uso dos conhecimentos indíge-nas ou tradicionais sobre eles, pode ser

votado hoje (18/11), no Plenário

da Câmara. O proje-to tranca

a pauta naquela

Casa.A t u a l -

mente, o acesso ao

patr imônio é regulado pela Medida

Provisória 2.186-16/01 e cabe ao Conse-lho de Gestão do Patrimônio Genético (Cgen) dar autorização prévia para o início das pesquisas por meio de proces-so que leva tempo e exige grande docu-mentação do pesquisador.

Na última rodada de negociações, governo, pesquisadores e agronegó-cio chegaram a um texto de maior consenso. Pontos polêmicos - fiscali-zação da agricultura, royalties e ques-tão indígena - , no entanto, só serão resolvidos no voto.

Segundo glossário legislativo da Câ-mara dos Deputados, há o trancamento de pauta, “entre outras hipóteses, quan-do vence o prazo (120 dias) para que a Casa se manifeste sobre medida provi-sória em tramitação, ou enquanto ela não delibera sobre matéria em regime de urgência já com o prazo vencido”.

O Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, ganha iluminação limpa e renovável. Desde o último fi m de semana, a ener-gia gerada a partir do movimento de pessoas sobre o piso naquele local, ilu-mina o símbolo da Cidade Maravilho-sa. Ao cair da noite, será possível ver a estátua na cor verde, com um coração pulsante, em homenagem às pessoas que passaram por lá e transformaram seu movimento em luz.

Os nove módulos do EcoPiso geram 250 watts-hora, o sufi ciente para carre-gar 50 celulares ou quatro televisores de 32 polegadas por hora ou, ainda, uma lâmpada fl uorescente por 25 horas. A energia é armazenada em baterias de lítio especiais. A instalação é resistente à chuva e suporta veículos de todos os portes, podendo ser utilizada em esta-cionamentos, estradas e praças de pe-

dágio. A experiência foi patrocinada por Furnas Centrais Elétricas e pela Eco-Greens Soluções Sustentáveis.

Câmara Federal pode votar projeto, hoje

Agora, a imagem, também, emite energia limpa

FESTORQUÍDEASEvento debate retirada da mata e comercialização ilegal das flores