nutrição aplicada a enferagem

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    BASES DA NUTRIO GERAL APLICADA ENFERMAGEM

    I NUTRIO :

    a cincia dos alimentos, dos nutrientes e de outras substncias afins, suainterao, atuao e balano em relao sade e a doena. Ou seja, o estudodos alimentos e dos mecanismos nos quais o organismo ingere, digere, absorve,transporta, utiliza e excreta as substncia alimentares.

    A nutrio tambm tem implicaes sociais, econmicas, materiais epsicolgicas, tanto em relao ao alimento como em relao alimentao.

    -CONCEITOS :

    Alimentao a ao de receber ou proporcionar alimentos. um processovoluntrio e consciente.

    Alimentos so produtos de origem animal, vegetal, mineral ou sinttica quefornecem s pessoas a energia de que precisam para crescer, andar, correr,pensar, respirar e at dormir. Eles so constitudos pelos nutrientes.

    Nutrientes so os elementos responsveis pela manuteno de todas asreaes bioqumicas necessrias para o perfeito funcionamento do organismo.

    Exemplo de nutrientes : protenas, carboidratos, lipdios, vitaminas e sais minerais.

    Caloria a quantidade de calor necessria para elevar em 1 C atemperatura de 1 g de gua a 15 C, sob presso atmosfrica normal.

    Quilocaloria so 1000 calorias. Porm, na maioria das vezes as informaesnutricionais dos rtulos de alimentos simplificam o termo para apenas caloria, oque gera uma certa confuso. Em nutrio utiliza-se quilocaloria.

    II- IMPORTNCIA DA NUTRIO

    A alimentao um componente fundamental para que possamos ter umaboa qualidade de vida. A nutrio inclui :

    1) O metabolismo dos alimentos;2) O valor nutritivo dos alimentos;3) As necessidades quantitativas e qualitativas dos alimentos nas diferentesidades e diferentes nveis de desenvolvimento;

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    4) As mudanas em nutrientes e requerimentos alimentares que acompanham ouprevinem estados patolgicos;5) Os fatores econmicos, psicolgicos, sociais e culturais que afetam a seleo ea ingesto de alimentos.

    A cincia e a prtica da nutrio tem como finalidade contribuir com umavida mais segura, relativamente livre de enfermidades e de retardos fsicos ementais.

    III ALIMENTOS E SUA COMPOSIO

    Os alimentos compem-se de vrios compostos, tanto orgnicos comoinorgnicos, de maneira que todo e qualquer alimento compreende um compostoqumico ou uma mistura de compostos qumicos. Esses compostos e elementosdos quais os alimentos se formam dizem respeito a Protenas, Lipdeos,Carboidratos, Sais Minerais, Vitaminas e gua, podendo ser agrupados em :

    - Compostos Orgnicos :Protenas, lipdeos, carboidratos e vitaminas

    - Compostos Inorgnicos :gua e sais minerais como clcio, fsforo, sdio, cloro, potssio, enxofre, ferro,iodo, cobre, magnsio, cobalto, zinco e outros.

    Esses constituintes alimentares so conhecidos como nutrientes. Paraobteno dos nutrientes essenciais ao seu bom funcionamento, o corpo dependeda adequada seleo de alimentos.

    1)GUA :

    1.1) Definio e Importncia :A gua uma substncia polar, formada por oxignio e hidrognio,

    fundamental para a vida. O organismo humano constitudo, em grande parte, pordiversas solues aquosas. Num ser humano adulto saudvel, cerca de 60% deseu peso corporal constitui-se de gua. Esta quantidade de gua encontra-sedistribuda em dois compartimentos principais : o lquido extracelular e o lquidointracelular.

    O lquido intracelular responsvel por 50% do peso do indivduo. Estelquido encontra-se no interior das diversas clulas que compem o organismo.Sua principal funo providenciar um meio adequado para as diversas reaesqumicas necessrias manuteno da vida celular.

    O lquido extracelular subdivide-se em trs outros compartimentos: o lquidointersticial, o lquido intravascular e o lquido transcelular.

    O lquido intersticial permeia as diversas clulas do organismo, permitindo a

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    ocorrncia de trocas de gases e substncias entre o sangue e as clulas. A linfafaz parte do lquido intersticial.

    O lquido intravascular est contido nos vasos sangneos, formando oplasma. A manuteno de um volume plasmtico adequado importante paramanter uma circulao normal e desta forma prover o organismo do oxignio

    necessrio ao seu metabolismo. O volume intravascular diminudo pode levar hipoperfuso de rgos e tecidos, enquanto o volume intravascular aumentadopode causar congesto vascular e edema pulmonar.

    O lquido transcelular constitui cerca de 2% do total de lquidos corporais.Este compartimento inclui lquidos existentes nos espaos sinovial, peritoneal,pleural, pericrdico e intra-ocular, alm do lquido cefalorraquidiano.

    1.2) Funes :

    A gua desempenha diversas funes importantes no organismo :- Lquido intravascular serve como meio de transporte de gases, nutrientes eprodutos do metabolismo celular;- Lquido intracelular compe o meio no qual ocorrem os processos metablicos;- Lquido transcelular lubrifica as articulaes, as membranas serosas (pleura,peritnio, pericrdio), o lquor protege o crebro e a medula espinhal e distribuisubstncias no sistema nervoso central (SNC).

    A gua tambm importante para a regulao da temperatura corporal. Ometabolismo celular gera calor, que perdido principalmente pela evaporao delquidos de maneira insensvel ou atravs da sudorese.

    1.3) Necessidades Dirias :

    A ingesto de gua controlada pela sede. Em um indivduo normal, aingesto de gua deve se igualar s perdas. Em temperatura normais, adultosbebem 1 a 2 litros de gua por dia. Em altas temperaturas, esse valor aumentapara 2 a 3,5 litros por dia. A gua tambm est contida nos alimentos ingeridos,consistindo cerca de 80% do peso de vegetais e frutas.

    Vrios fatores modificam a necessidade diria de gua. So eles :- Necessidade aumentada : febre, sudorese excessiva, hipermetabolismo (porexemplo, nas queimaduras graves, no hiperparatireoidismo), desidratao;- Necessidade diminuda : metabolismo diminudo (por exemplo, nohipoparatireoidismo, idade avanada, insuficincia cardaca, insuficincia renal).

    2) PROTENAS :

    2.1) Definio e Importncia :

    A palavra protena derivada de uma palavra grega que significa deprimeira importncia. Ela foi a primeira substncia reconhecida como parte vitaldos tecidos vivos. As protenas so compostos que contm oxignio, carbono,hidrognio e nitrognio e que liberam aminocidos na hidrlise. As protenas so

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    os componentes estruturais fundamentais das clulas. Elas so os compostosorgnicos mais abundantes no corpo. A maior parte das protenas soencontradas no tecido muscular, o restante se distribui nos tecidos moles, ossos,dentes, sangue, hormnios, enzimas. Cada grama de protena, quando ingeridofornece 4 Kcal. Necessidades diria de 0,8g/Kg a 1,0g/Kg - para adultos.

    2.2) Composio :

    As unidades estruturais das protenas so os aminocidos (AA). Eles seunem em longas cadeias e em vrias combinaes qumicas para formar asprotenas especficas, ou seja os aminocidos do identidade e carter sprotenas.

    Os organismos vivos so formados por 20 tipos de aminocidos,classificados em dois grupos :

    a)Aminocidos Essenciais :Precisam ser fornecidos pelos alimentos.IsoleucinaLeucinaLisinaValinaTreoninaTriptofanoFenilalaninaMetioninaHistidina

    b)Aminocidos No Essenciais :Podem ser sintetizados pelo corpo em quantidade adequada.Glicina

    AlaninaSerinaCitrulinaCistinaTirosina

    cido AsprticoArgininacido Hidroxiglutmicocido GlutmicoHidroxiprolina

    2.3) Funes :

    As protenas da alimentao fornecem os aminocidos para a snteseprotica e tem outras funes metablicas importantes:- Construir novos tecidos;- Reparar protenas teciduais corporais (anabolismo) resultantes do contnuodesgaste natural (catabolismo). Ex.: Cutculas, cabelo;

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    - Fornecer calor e energia;- Contribuir para a formao de numerosos fluidos e secrees corpreasessenciais. Ex.: Muco, leite, esperma;- Transportar outras substncias. Ex.: Transferrina transporta ferro, albuminatransporta cidos graxos livres;

    - Participar da resistncia do organismo doenas. Ex. anticorpos,imunoglubulinas;- Ajudar na manuteno do equilbrio cido-bsico do organismo;- Ajudar a manter a presso onctica.

    2.4) Fontes :

    As protenas esto amplamente distribudas na natureza. No entanto,poucos alimentos contm protenas com todos os aminocidos essenciais, comoas de origem animal. Os alimentos de origem vegetal tambm so fontessignificativas de protenas, porm importante assinalar que so deficientes emalguns aminocidos essenciais.-Protenas de Alto Valor Biolgico carnes (de qualquer animal), leite e derivados(queijo, requeijo, iogurte, coalhada); ovos-Protenas de Baixo Valor Biolgico Leguminosas (feijo, ervilha, lentilha, soja,gro-de-bico) Falta Metionina2.5) Digesto:-Boca(triturao)-Estmago(cido clordrico e pepsina)-Inestino delgado(enzimas pancreticas)-Sistema circulatrio(transporte)-Fgado(sntese)

    3) CARBOIDRATOS OU GLICDIOS :

    3.1) Definio e Importncia :

    Carboidratos so substncias compostas por tomos de carbono,hidrognio e oxignio. Eles fornecem a maior parte de energia necessria para semovimentar, executar trabalhos e viver : so os amidos e os aucares. Oscarboidratos variam desde aucares simples, at polmeros. Cada grama decarboidrato, quando ingerido fornece 4 Kcal.

    3.2) Classificao :

    a) Monossacardeos: so molculas simples, compostas por apenas ummonmero, tambm chamadas acares. No podem ser hidrolisados para umaforma mais simples. Ex.: Glicose, Frutose, Galactose.b) Dissacardeos: so carboidratos compostos por dois monmeros ligados.Podem ser hidrolisados e fornecem 2 molculas de monossacardeos.Ex.: Sacarose = glicose + frutose

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    Maltose = glicose + glicoseLactose = glicose + galactose

    c) Oligossacardeos: contm de 3 a 10 monossacardeos. Ex.: Rafinose,Estaquiose

    d) Polissacardeos: tambm chamados de carboidratos complexos, so formadospor uma grande quantidade de monossacardeos, podendo chegar a mais de3.000 unidades. Tem uma importante funo como reserva energtica em plantase animais.Ex.: Amido (forma de armazenamento em plantas)

    Glicognio ( forma de armazenamento em animais)

    3.3) Funes :- Principal fonte energtica do corpo;- Indispensvel para manter a integridade funcional do tecido nervoso, tornando-sea nica fonte de energia para o crebro;- Presena necessria para o metabolismo normal de gorduras;- Exerce ao poupadora de protena;

    3.4) Fontes :

    - Carboidratos simples : acar de mesa, mel de abelha, melado de cana, frutas;- Carboidratos complexos : cereais (arroz, trigo, milho, cevada, centeio, aveia) ederivados (farinhas), produtos de cereais (biscoito, bolos, massas, pes);tubrculos (batatas, inhame, macaxeira), vegetais.Recomendao segundo ADA - American Dietetic Association:

    -Adulto 20 a 35g/dia-Criana - idade da criana somado a 5g/dia at 20 anos.

    3.5) Fibras:Fibras Alimentares: so todos os polissacardeos vegetais da dieta(celulose,hemicelulose, pectinas, gomas e mucilagens).

    -Ao - Fibras Solveis: efeito metablico - retardam o esvaziamento gstrico e otempo de transito intestinal; diminuem a absoro de glicose e colesterol; alterama composio da flora intetinal e o metabolismo atravs da composio da floraintestinal e o metabolismo atravs da produo de AG de cadeia curta.Fontes: farelo de aveia, cascas, maracuj, gopma guar.

    -Ao das fibras Insolveis: efeito mecnico - no TGI(aumentam o bolo fecal,aceleram o tempo de trnsito intestinal pela absoro de gua)Fontes: Farelo de trigo, gros integrais, vegetais maduros, trigo, frutas e sementescomestveis, leguminosas.

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    4) LIPDIOS OU GORDURAS :

    4.1) Definio e Importncia :Esse termo foi criado para incluir um grupo heterogneo de compostos

    verdadeiros ou potencialmente relacionados aos cidos graxos (AG). Eles tm aspropriedades comuns de serem :a) insolveis em gua;b) solveis em solventes orgnicos (Ex.: metanol, clorofrmio, ter)c) utilizveis pelos organismos vivos

    A maior parte das gorduras naturais composta de triglicrides , que porsua vez so compostos de carbono, hidrognio e oxignio. Cada grama degordura fornece 9 Kcal.

    4.2) Classificao :- Conforme a quantidade de duplas ligaes:

    . Saturados se no houver dupla ligao entre os carbonos. Ex.: c. Caprico

    . Insaturados com uma ou mais duplas ligaes.- monoinsaturado apenas uma dupla ligao Ex. c. Olico- poliinsaturado duas ou mais duplas ligaes. Ex.: c. Linolico- Conforme a quantidade de carbono :

    . Cadeia Curta(TCC) at seis carbono. Ex.: Ac. Butrico

    . Cadeia Mdia(TCM) de seis a doze carbono. c. Caprico

    . Cadeia Longa(TCL) mais de 12 carbono. Ex.: c. Olico- Conforme a importncia orgnica :. Essencial no so produzidos pelo organismo. Ex. c. Linolico. No Essencial so produzidos pelo organismo. Ex.: c. Mirstico

    4.3) Funes :- Principal forma de armazenamento de energia em animais;- Isolamento trmico;- Carreador de vitaminas lipossolveis;- Precursor de hormnios, principalmente os sexuais;- Palatabilidade;-Aumenta o tempo de digesto;-Transporte: Principais lipoprotenas VLDL, LDL, HDL-cido Omga 3: Peixes, leos vegetais, nozes e frutos do mar

    4.4) Fontes :- Gordura Saturada : manteiga, creme de leite, toucinho, bacon, azeite de dend,gordura visvel de carnes, pele de aves, gema de ovo- Gordura Insaturada : leos vegetais, azeite de oliva, margarinas cremosas,abacate, nozes, castanha de caju, amndoas

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    5)VITAMINAS :

    5.1) Definio e Importncia :As vitaminas so compostos orgnicos presentes naturalmente emdiminutas quantidades nos alimentos, essenciais para a manuteno dometabolismo normal, desempenhando funes fisiolgicas especficas.Elas so constantemente denominadas fatores acessrios dos alimentos pelofato de no fornecerem calorias nem contriburem de forma aprecivel para amassa corprea.

    5.2) Classificao : conveniente dividir as vitaminas em dois grupos de acordo com a solubilidade:

    - Vitaminas Lipossolveis: so encontradas nos alimentos associadas aos lipdios.Ex.: Vitaminas A, D, E e K.-Vitaminas Hidrossolveis: so solveis em gua.Ex.: . Vitaminas do Complexo B Tiamina (B1); Riboflavina (B2), Niacina (B3),

    cido Pantotnico (B5), Piridoxina (B6), Biotina (B7), cido Flico (B9),Cianocobalamina (B12).

    . Vitamina C (cido Ascrbico)

    VITAMINAS LIPOSSOLVEIS

    VITAMINA A (Retinol):Os Carotenos so os precursores da Vitamina A, principalmente o -Caroteno.

    FONTES:Retinol: fgado, gema de ovo, manteiga etcCarotenides: folhas verdes escura, frutas e vegetais cor laranja .Espinafre,brcolis, couve, cenoura, batata doce, abbora, mamo

    DEFICINCIA:- Cegueira Noturna (Nictalopia)- Xeroftalmia- Hiperqueratose folicular- Transtorno do crescimento e desenvolvimento sseo- Transtorno da reproduo- Aumento da suscetibilidade carcinognese

    TOXICIDADE: Mais de 1000 vezes o recomendado para a vit. A. Perda doapetite, irritabilidade, perda de cabelo. Na gravidez popde produzir mal formaono feto.RECOMENDAES: Homens 1000gRE/d e Mulheres 800gRE/d.

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    VITAMINA D (Colecalciferol)

    A Vitamina D pode ser ingerida pronta atravs dos alimentos ou pode ser formadapela exposio da pele aos raios ultravioleta que transformam o colesterol emVitamina D.

    FONTES:Manteiga, queijo, creme de leite, gema de ovo, fgado, leo de fgado de bacalhau,sardinha, atum.

    DEFICINCIA:-Diminui a absoro de Ca intestinal, Ca plasmtico e P.-Raquitismo (pernas em arco, peito de pombo)-Osteomalcia ( amolecimento acentuado dos ossos)

    TOXIDADE: nveis de clcio e fosfro sricos elevados, calcificao de tecidosmoles. Bebs transtornos gastrointestinais, fragilidade ssea e crescimentoretardado. Nvel de ingesto tolervel 1000UI/dia.RECOMENDAES:Homens e mulheres at 50 anos 5g colecalciferol/dia; 51-70 anos 10gcolecalciferol/dia; + de 71 anos 15gcolecalciferol/dia(1gcolecalciferol = 40UI devitamina D).

    VITAMINA E (Tocoferol)A Vitamina E funciona como antioxidante orgnico, ou seja, diminui a formao deradicais livres.Fundamental no metabolismo das clulas, Sntese deprostalgandina.

    FONTES :Vegetais verdes, gema de ovo, leite integral, manteiga, fgado, nozes, leosvegetais.

    DEFICINCIA:-Fraqueza e dores musculares;-Anemia hemoltica em prematuros;-Atrofia testicular;-Alteraes hepticas (esteatose).

    TOXIDADE:Pouco txica, mineralizao ssea prejudicada, coagulao sanguneapejudicada e armazenamento heptico de vit A prejudicado.RECOMENDAES:Depende das quantidades de cidos graxos poliisaturados(PUAs) consumidos.Homem: 10mg alfa-tocoferol/dia Mulheres at 50 anos: 8mg -tocoferol/dia; e +51

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    anos: 10mg -tocoferol/dia.

    VITAMINA KExistem trs formas de Vitamina K : Fitoquinona (K1), Menaquinona (K2) eMenadiona (K3).

    A Vitamina K tem funo especfica na coagulao sangnea, produo deprotombina, envolvimento no metabolismo sseo.

    FONTES:Vegetais de folhas verdes (brcolis, repolho, couve, alface), queijo, geme de ovo,fgado, ch verde.

    DEFICINCIA:- Doena hemorrgica do recm-nascido;- Tendncia aumentada a hemorragias;- Hematria, epistaxes.-Coagulao sangunea deficiente.

    TOXICOLOGIA:Menadiona(1000 vezes a RDA) anemia hemoltica e em ratos e ictrcia embebs.RECOMENDAES:Homem: 19-24 anos: 70g/dia e +25 anos 80g/dia.Mulheres: 19-24 anos: 60g/d e +25 anos: 65g/d

    VITAMINAS HIDROSSOLVEIS

    TIAMINA (B1) conhecida como vitamina antineurtica por ser necessria para o funcionamentonormal do sistema nervoso. Sua deficincia envolve o Sistema Nervoso e oCardiovascular, alm de confuso mental, fraqueza e fadiga muscular, depresso,perda do apetite e Beribri uma deficincia grave e prolongada de Tiamina muitocomum no Oriente devido ao consumo de arroz polido.

    FONTES:Arroz integral, cereais em geral, grmen de trigo, levedura de cerveja, carnes,

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    fgado, ovos, queijo, leguminosas fresca ou secas.

    RIBOFLAVINA (B2) uma vitamina importante no metabolismo dos carboidratos, protenas e lipdios.

    FONTES :Fgado, ovo, leite, carne magra, trigo integral, grmen, aveia, carne de porco.

    DEFICINCIA :A deficincia de Riboflavina no acontece sozinha, mas em conjugao comdeficincia de outras vitaminas do Complexo B.- Transtorno do crescimento, falta de vigor, perda de peso;- Glossite (engrossamento da lngua)- Queilose (estomatite angular)

    NIACINA (B3)

    FONTES:Levedura de Cerveja, fgado, aves, carnes magras, batata inglesa, hortalias,trigo, aveia, amendoim.

    DEFICINCIA:- Pelagra (Doena dos 3 Ds) : Diarria, Dermatite e Demncia

    PIRIDOXINA (B6)

    FONTES :Carnes em geral, pescados, leguminosas, soja, mel, repolho, trigo integral.

    DEFICINCIA :- Mudanas de personalidade, irritabilidade, depresso, perda do senso deresponsabilidade;- Hipertrofia das papilas gustativas.

    CIDO FLICO ou FOLACINA(B9)FUNO: Participa da sntese de bases nuclicas(purinas e pirimidinas) e cidosnuclicos(RNA e DNA), e ainda na interconverso de aa(serina glicina)

    FONTES :

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    Hortalias frescas (couve-flor, espinafre), frutas frescas, fgado, carne bovina, leite,ovos.

    DEFICINCIA :- Irritabilidade, anorexia, perda de peso, dor de cabea

    - Anemia megaloblstica, leucopenia, neutropatia perifrica.RECOMENDAES:Homens: 200g/dia Mulheres: 180g/dia.

    CIANOCOBALAMINA (B12)

    FONTES:Alimentos proticos animais.

    DEFICINCIA:- Alteraes neurolgicas : parestesia perifrica (mos e ps), perda da memria;- Anemia megaloblstica;- Aumento do tempo de coagulao sangnea.

    VITAMINA C (cido Ascrbico)FUNO: Metabolismo de aa e colesterol, essencial para a sntese docolgeno, alm de ser capaz de aumentar absoro do ferro e imunidade celular.

    FONTES:Frutas (acerola, goiaba, laranja, maracuj, abacaxi, tomate), batata, vegetaisfolhosos.

    DEFICINCIA :-Escorbuto(alteraes dermatolgicas , hemorragias, cicatrizao de feridas),astenia, emagrecimento e cefalia.

    RECOMENDAES: Homens e Mulheres: 60mg/dia.

    6) MINERAIS :

    6.1) Definio e Importncia :Minerais so elementos com funes orgnicas essenciais, que atuam regulandoo metabolismo enzimtico, mantm o equilbrio acido-bsico, a irritabilidadenervosa e muscular e a presso osmtica.

    6.2) Classificao :- Eletrlitos : tem relevante importncia na manuteno do equilbrio eletroltico;

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    Ex.: Potssio (K), Cloro (Cl) e Sdio (Na)- Macronutrientes ou Minerais : presentes em maiores concentraes noorganismo;Ex.: Clcio (Ca), Fsforo (P), Magnsio (Mg), Enxofre (S)- Micronutrientes : presentes em menor quantidade, mas com funes especficas

    essenciais;Ex.: Ferro (Fe), Zinco (Z), Cobre (Cu), Iodo (I), Cromo (Cr), Selnio (Se),Mangans (Mn), Molibdnio (Mo), Nquel (Ni)-Elementos Ultratraos : presentes em diminutas quantidades e com funesainda no totalmente esclarecidasEx.: Flor (F), Cobalto (Co), Silcio (Si), Vandio (V), Chumbo (Pb)

    POTSSIO (K)FUNO o principal ction intracelular. Tem como funes essenciais a transmissonervosa e a contrao da musculatura cardaca, funo renal.DEFICINCIA:Tanto sua carncia quanto seu excesso podem ser prejudiciais ao msculocardaco, causando arritmia ou parada cardaca, respectivamente, diminuireflexos, paralisia, confuso mental, dores musculares.

    FONTES :Frutas (banana, laranja, maracuj), verduras de folha, batatas.TOXIDADE:Paralisia,confuso mental e arritmias.

    SDIO (Na) o principal ction do fluido extracelular. Essencial manuteno da pressoosmtica do sangue e do plasma, para a distribuio orgnica de gua e volumesangneo.DEFICINCIA:Fraqueza, anorexia, diarria, oligria, hipotenso, fadiga.TOXIDADE: Cefalia, delrio, parada respiratria, hipertenso.

    FONTES :Alimentos proticos animais, aspargo, espinafre, cenoura, sal de cozinha,enlatados.

    CLCIO (Ca)Importante nos processos de : coagulao sangnea, transmisso de impulsosnervosos, contrao muscular e mineralizao de ossos e dentes, responsvelpelo transporte de vit. B12 pelo TGI.DEFICINCIA; Sua carncia pode provocar fraturas, raquitismo, osteoporose eosteomalcia, convulses, diarriaTOXIDADE: Sonolncia, coma, anorexia, incoordenao motora, nuseas,

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    vmitos, constipao, paladar amargo, poliria, hipotenso etc.

    FONTES :Leite, iogurte, queijo, brcolis, couve, ovos (casca).

    FERRO (Fe)Componente essencial da hemoglobina e da mioglobina encontrado nosalimentos de duas formas ; a inorgnica (no heme) e a orgnica (heme).Somente a forma heme absorvida. A Vitamina C capaz de converter a formano heme em forma heme.DEFICINCIA: Cefalia, fadiga, reduo da funo leucocitria, anemia.TOXIDADE: Cefalia, convulses, nuseas, Vmitos, febre, suor, hipotenso.

    FONTES :Carnes vermelhas, fgado, msculo, geme de ovo, leguminosas, vegetais folhososverde-escuro, frutas secas.

    ZINCO( Zn )Essencial na mobilizao heptica de Vit. A, crescimento e replicao celular,maturao sexual, fertilidade, reproduo, imunidade, paladar e apetite.DEFICINCIA: Apatia, alteraes no comportamento, retardo na maturaosexual, deficincia imunitria.TOXIDADE: Nuseas, Vmitos, dores abdominais, gosto metlico e anemia.FONTES: Carnes, fgado, cereais integrais, lentilha, germe de trigo, frutos do mare ovos.

    COBRE(Cu):Indispensvel junto com o Ferro para a eritropoiese normal.DEFICINCIA: Anemia, leucopenia, neutropenia, hipotermia, hipercolesterolemia,despigmentao dos cabelos.TOXIDADE: Nuseas, vmitos, hemorragia no TGI, anemia, ictercia, problemashepticos.FONTES: Fgado, midos, feijo e lentilhas.

    IV TABUS ALIMENTARES

    De acordo com o Novo Dicionrio da Lngua Portuguesa, de Aurlio B. deHolanda, mito, do grego Mithos, significa fbula, idia falsa, sem correspondentena realidade. Coisa inacreditvel, fantasiosa, irreal, utopia. Esse conceito temacompanhado a rea de alimentao e nutrio. A nutrio humana est emcompleta evoluo, a cada dia surgem novas informaes e descobertas sobre

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    alguns efeitos benficos dos nutrientes em humanos ou animais de laboratrio.A palavra Tabu tem significado parecido pois uma proibio categrica

    sem uma explicao racional. Ningum ordena essa proibio, mas os indivduosde uma determinada cultura, ou seja, de determinados costumes, formam opiniessobre determinadas coisas sem nenhum fundamento, nem ao menos, nenhuma

    insinuao lgica. O interessante que em determinados momentos essaproibio pode ser suspensa desde que se executem certos atos que os gruposconsideram como um verdadeiro cerimonial. Por exemplo : numa certa regio doNordeste Brasileiro, no se deve comer manga noite porque faz mal mas paraevitar esse malefcio deve-se ingerir logo em seguida trs goles dgua. Nemmais, nem menos do que trs. Comer melancia colhida tarde d sazes. Evita-se porm a doena tomando-se trs pedrinhas de sal e enterrando-se uma a umadizendo na hora de enterrar trs vezes seguidas os seguintes versos : Quando osol nascer e Cristo morrer Sezes quero ter. Ora, se o sol no nasce e Cristo jmorreu h quase 2.000 anos, a pessoa com esse rito no quer ter sezes, no ?

    Do ponto de vista religioso, encontramos em pesquisas feitas pelosocilogo brasileiro Gilberto Freire alguns exemplos de tabus, hoje, felizmente,quase esquecidos como : No comer carne de carneiro por ser este animalsagrado O Agnus Dei, o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo.

    Era a carne do animal que simbolizava nosso Senhor e no devia sercomida por bons cristos.

    Tambm esse pesquisador revela em seus estudos que Tom de Sousa,primeiro Governador Geral do Brasil no comia cabea de peixe em memria dacabea de So Joo Batista que foi degolado por seguir Jesus Cristo.

    Existe tambm os tabus sociais, ou seja, a realizao de certos atos e acomunicao com certas pessoas, fatos por si prprio considerados perigosos,proibidos e impuros uma vez que no existe autoridade reconhecida para ditar taisproibies.

    So tambm classificados como tabus certos animais ou fenmenosnaturais (chuva, raio, etc.) que representem uma fora especial, mgica que podeser transmitida para objetos inanimados e mesmo para seres vivos. Para os quecrem nessas fora, as consideram como protetoras ou malficas e por isso ficamobrigados a uma srie de respeitos, intuies e ritos. Por exemplo : o Judeu e oMaometano no consideram a carne de porco como alimento: na ndia o boi sagrado, intocvel. No Brasil ainda restam muitos desses tipos de tabus que nosfoi legado pelos ndios e escravos e so executados principalmente em certasseitas como umbanda ou candombl.

    Um outro aspecto a destacar a variao e utilizao de certos alimentoscom relao a diversas ocasies do ano como : a Quaresma, o Natal, a Pscoa,etc...Certos dias festivos, as horas do dia, etc.

    Em fim, repetimos, que os tabus so de origem desconhecida, sendoportanto difcil explicar a sua existncia.

    Classicamente, define-se tabu como uma manifestao e conseqncia doinstinto, do medo, do temor s foras do demnio. Psicologicamente, tenta-seexplicar definindo o tabu como um fato da Psicologia Social idntico a umdeterminado fenmeno patolgico individual.

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    Existem trs tipos de tabus :

    a) Natural ou Direto :Que produto de uma fora misteriosa, inerente a uma pessoa ou objeto.

    b)Transmitido ou Direto :O que foi adquirido ou transferido atravs de outras pessoas como famlia, chefe,sacerdote.

    c)Misto ou IntermedirioQuando nato, adquirido ou transmitido.

    d)Permanentes :So os relacionados com sacerdotes, chefes e com os mortos e a tudo quanto aeles se relacionarem.

    e)Temporrios :So os que se relacionam a certos estados fisiolgicos ou atividades como amenstruao, o parto, a amamentao.

    TABUS ALIMENTARES BRASILEIROS :

    Devido a nossa formao histrica baseada nas necessidades que osprimeiros governantes tiveram de preservar a adaptao e multiplicao dediferentes tipos de alimentos que trouxeram do exterior para atender snecessidades dos colonizadores j que os recursos naturais aqui existentes napoca eram bastante escassos em qualidade, vrios tabus foram criados paraconservar essas espcies animais e vegetais.

    Por outro lado, o brasileiro herdou muitos tabus dos portugueses, negros ede outros grupos que aqui se estabeleceram depois do incio de nossacolonizao.

    Felizmente hoje, o que existe entre ns so vestgios de tabus, noexistindo neles o verdadeiro carter de coisa sagrada ou misteriosa, embora aindatenham uma pondervel ao nociva sobre as bases de uma alimentao corretanotadamente em perodos de decises da vida, com conseqncias perigosas efatais.

    Exemplo disso so interdies ou proibies ingesto de certos alimentosimpostos s :

    -gestantes e nutrizes:;-mulheres durante a menstruao;-crianas durante a puberdade e adolescncia.

    Dentro daquele conhecido conceito sem lgica e nenhum fundamentocientfico, os tabus tm como finalidade bsica, para aqueles que neles crem :

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    a)preservar os indivduos dos perigos resultantes da ingesto de determinadosalimentos;b)proteger as crianas que ainda vo nascer e recm-nascidos dos perigos quepossam surgir da ingesto por parte dos pais, de certos alimentos com finalidadesespeciais.

    Para ns que procuramos agir sempre dentro da lgica e da racionalidadebuscando fazer com que a coletividade, principalmente as de menor poderaquisitivo, aproveitem o mximo dos poucos recursos de que dispem embenefcio do atendimento das suas necessidades orgnicas, temos o dever deprocurar por todos os meios combater esses preconceitos, crendices e tabus cujosefeitos muito concorrem para lev-los ao estado de subnutrio.

    Falamos acima de preconceitos e crendices, sem ainda os ter conceituado.

    - Preconceito : o fato da pessoa no ingerir o alimento simplesmente pelo seu aspecto,

    no que diz a cor, consistncia, valor, etc. Como nos casos de bifes sangrentos,nata de leite, preparaes base de quiabos e outros; ou ento por uma razosubjetiva embora reconhecendo algumas vezes o valor nutritivo do alimento, elasente repugnao por eles como por exemplo : carne de cavalo, de rs, ovos queno so de galinha...

    - Crenas :Relacionam-se sempre com uma suposta ao nociva e so facilmente

    generalizadas, ao contrrio da crendice que tem carter individual. Apesar dessascrenas abrangerem um pequeno nmero de pessoas, isto , um grupo,transformam-se rapidamente em contra-indicao que difundida como dogmaspor toda coletividade resultando da conceitos errneos sobre a ingesto epreparao de certos alimentos. Como exemplo de crenas temos os alimentos :leves, pesados, frios, quentes, fortes, fracos, etc.

    Ainda sobre crianas, gostaramos de salientar aqui uma crena muitodifundida no Brasil principalmente na regio norte que diz respeito ao uso devrios alimentos como feijo, laranja cida, leite e ovos como prejudiciais aofgado. De um modo geral o brasileiro pensa sempre que sofre do fgado. Asvezes uma simples dor de cabea leva superstio de que o fgado oresponsvel.

    Acredita-se que essas crenas sejam ainda uma conseqncia de antigasepidemias de febre amarela e malria que existiram no Brasil h muitos anos.Hoje j no existem, no devendo mais persistir essa crena absurda que s vemdiminuir mais ainda o valor da dieta habitual de nosso povo.

    Alm dos preconceitos, das crenas e dos tabus, existe ainda um outro elementoresponsvel por hbitos alimentares errneos so as idolatrias.

    -Idolatrias :So observadas em pessoas geralmente de razovel ou mesmo de bom

    nvel de conhecimentos, que se entusiasmam por determinados alimentos ou tiposde alimentao atribuindo-lhes propriedades, sem se preocuparem, todavia, com

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    as leis que regem os princpios cientficos da alimentao. Essas pessoas, de ummodo geral, chegam ao fanatismo. So os vegetarianos, os macrobiticos, etc.

    Um outro hbito alimentar errneo e que muito arraigado, o de que se adeficincia de um princpio nutritivo pode provocar uma doena, uma grandeingesto do mesmo produzir uma sade muito melhor, o que representa

    exatamente o contrrio, pois o excesso de qualquer princpio nutritivo poder sertxico, ou seja, provocar um desequilbrio orgnico.Por tudo o que j vimos aqui, muito mais fcil qualquer um de ns chegar

    a uma concluso da gravidade, de como esses hbitos afetam negativamente onvel alimentar de um povo principalmente nos grupos mais vulnerveis dapopulao, como gestantes, nutrizes e crianas.

    Reconhecemos ser um problema muito complexo porque envolvepsicologia, fisiologia, e sobretudo a cultura dos povos. Eles a esto, ospsiclogos, os socilogos, os economistas, os fisiologistas e os nutricionistas, paraem uma ao conjunta, tentar, atravs de educao alimentar, combater todosesses preconceitos, crenas, tabus, que tanto malefcio tem causado scomunidades. S assim podemos pensar numa nao forte e produtiva.

    Somente atravs de alimentos, o organismo recebe todos os elementosnecessrios ao seu crescimento, desenvolvimento, reparao de tecidos gastos efornecimento de energia, para manter a sua temperatura e executar suasatividades. A proibio de inmeros alimentos vai naturalmente afetar o equilbrioorgnico que caracteriza a sade.

    Um dos pontos bsicos da alimentao correta exatamente fornecer aquantidade necessria de cada princpio nutritivo indispensvel ao organismo. Eisto possvel atravs do consumo de uma variedade de alimentos. Como ento possvel condenar a mistura de alimentos? Restringe-se fontes de protena emocasies em que a necessidade desse princpio maior, de frutas que so osmelhores veculos de vitaminas, baseado em supersties sem nenhumfundamento lgico.

    Lembremos alguns conceitos que se ajustam to bem a este assunto queora tratamos : o valor de um povo se mede pela sua cultura. O termo cultura aqui empregado no sentido sociolgico, isto , do que inato nos indivduos e que fenmeno social que se generaliza pelo grupo e se transmite a geraosucessoras por imitao das anteriores. A produo de um pas depende dasade de seu povo, Sem desenvolvimento fsico no h progresso moral.Finalizando, vamos tentar juntos encontrar alguma explicao para alguns dosmais conhecidos tabus alimentares.

    Tabus Alimentares :

    - Obstculos para uma perfeita alimentao;- Nenhuma mistura de alimentos faz mal ao organismo;- O estmago no tem prateleiras;- Aprenda voc mesmo a escolher seus alimentos.

    V DIETOTERAPIA

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    1) CONCEITO:

    A dietoterapia a parte do tratamento do paciente nas enfermidadesagudas ou crnicas que envolve modificaes na ingesto diria de alimentos. Elapode ser a parte mais importante do tratamento ou at ser o nico tratamento

    institudo, como no caso da dieta com baixo teor energtico empregada para tratara obesidade no complicada. Ela pode ser empregada em associao commedicamentos como no caso do diabetes. Em outros casos, a dietoterapia podeconstituir apenas um suporte a outros tipos de tratamento, como, por exemplo, aprogresso de uma dieta lquida para uma dieta normal depois de uma cirurgia.

    Dietoterapia a alimentao que leva implcita uma finalidade teraputica,j que os alimentos empregam-se como remdio e so utilizados para a cura deuma doena e para a recuperao do organismo doente.

    2) ALIMENTAO BALANCEADA :Alimentao balanceada aquela que contm todos os nutrientes :

    carboidratos, protena, gordura, sais minerais e vitaminas, mantendo entre si umequilbrio. Ela utilizada para manuteno da sade ou para prevenir algumadoena.

    VI CARNCIAS ALIMENTARES

    1)ANEMIAS :

    1.1)Introduo :O sangue transporta oxignio, hormnios, eletrlitos, excrees celulares e

    outras substncias de e para todas as partes do organismo. Ele a prpria vida equalquer enfermidade ou desordem do sangue ou rgos hematopoiticos afeta oorganismo como um todo.

    No indivduo normal e sadio, o sangue constitui aproximadamente 5 a 6%do peso corporal. A concentrao de clulas vermelhas (eritrcitos) deaproximadamente 4.5000.000/mm3 em mulheres e 5.000.000/mm3 em homens.

    Para obter material necessrio produo de glbulos vermelhos dosangue (eritropoiese), o organismo depende do aporte de alimentos. Para tanto,uma dieta bem balanceada deve fornecer os seguintes nutrientes essenciais :

    - Ferro, vitamina B6 (piridixina) e cobre, para a sntese de hemoglobina;- cido Flico e vitamina B12 (cianocobalamina), para a maturao dos glbulosvermelhos;- Protenas, para a formao da globulina;- Vitamina C (cido ascrbico) para auxiliar a absoro de ferro.

    1.2) Conceito :Anemia um estado no qual h uma deficincia no tamanho ou no nmero

    do Eritrcito ou na quantidade de hemoglobina que eles contm. Os fatoresnutricionais de maior importncia nas Anemias so :

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    - Deficincia de ferro- Deficincia de vitamina B12- Deficincia de cido Flico

    1.3) Classificao :a) Anemia Resultante de Hemorragia Aguda :

    Aps uma hemorragia aguda num indivduo anteriormente sadio, podeaparecer uma anemia Normocrmica e Normoctica. O organismo repe o plasmaem poucos dias. Entretanto, a velocidade com que a hemoglobina restauradadepende do tipo da dieta ingerida. Uma dieta adequada, normalmente rica emalimentos que contm ferro, cido ascrbico e protenas essencial.

    Os lquidos so necessrios para repor os fluidos perdidos atravs dahemorragia e, consequentemente perdidos dos tecidos. Em casos de hemorragiamuito sria, pode ser necessria a restaurao do volume do sangue atravs detransfuses.

    b)Anemia Nutricional :A deficincia pode ser causada por :

    -Ingesto inadequada;-Absoro deficiente;-Utilizao imperfeita;-Leses de medula ssea;-Aumento das necessidades : Adolescncia e gestao

    - Anemia por Deficincia de Ferro ou Anemia FerroprivaEsta forma de anemia caracterizada pela quantidade reduzida de

    hemoglobina no sangue e uma diminuio do contedo total de ferro noorganismo.

    As trs causa de Anemia Ferropriva so :

    - perda crnica de sangue, tais como lceras Ppticas Hemorrgicas em formacrnica, Hemorridas sangrentas, Parasitas (Necator americanus ou Ancylostomaduodenalis) ou Tumores;- ingesto ou absoro deficiente de ferro;- necessidade aumentada de ferro por aumento do volume de sangue, comoinfncia, puberdade, gestao e lactao.

    O tratamento mais eficiente e adequado, nos casos de anemia ferropriva, a ministrao de ferro medicamentoso, sob a forma de sais ferrosos, visando umamelhor absoro. Quando a terapia pela via oral se mostrar inapropriada ou poucoefetiva, as preparaes base de ferro sero ministradas por via parenteral.

    A dietoterapia, entretanto pode ser de grande ajuda para a medicao. Uma dietabem balanceada fornece quantidade suficiente de ferro para a maioria daspessoas.

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    - Anemia por Deficincia de cido Flico ou Anemia Megaloblstica :O cido Flico necessrio para a sntese do DNA e para a maturao dos

    glbulos vermelhos. Esta anemia est presente em algumas gestantes e embebs nascidos de mes que tenham a deficincia. A deficincia pode aindaresultar de uma dieta inadequada. vista tambm, com freqncia, no alcoolismo

    crnico, porque altos nveis de lcool no sangue bloqueiam a resposta da medulassea ao cido flico e interferem na formao dos glbulos vermelhos.O tratamento da anemia megaloblstica consiste na ministrao de cido

    flico atravs de medicamentos, at que a deficincia seja corrigida. O consumodos demais nutrientes indispensveis produo de glbulos vermelhos (vitaminaC, protenas, ferro, cobre e vitamina B12), alm do consumo de alimentos fontesde cido flico, ajuda no tratamento. Pacientes com anemia por deficincia decido flico tm a boca e lngua doloridos, por isso recomendado o consumo deuma dieta de consistncia branda ou lquida.

    - Anemia por Deficincia de Vitamina B12 (cianocobalamina) :A anemia por deficincia de vitamina B12 pode acontecer por duas causas:

    - consumo inadequado de vitamina B12 (fator extrnseco) , tambm conhecidacomo Anemia Megaloblstica. O consumo deficiente dessa vitamina comum nasdietas vegetarianas, pois a vitamina B12 somente encontrada em alimentos deorigem animal.- falta do fator intrnseco (uma glicoprotena secretada pelo estmago), necessriopara a absoro da vitamina B12. Esta anemia conhecida pelo nome dePerniciosa. A Anemia Perniciosa se desenvolve normalmente aps umaGastrectomia Total.

    A vitamina B12 necessria para a maturao dos glbulos vermelhos dosangue, assim como o cido flico. Na sua ausncia, os glbulos vermelhos noamadurecem e se desenvolve a anemia.

    O tratamento da anemia perniciosa feito por injees intramusculares devitamina B12 para o resto da vida. Quando o organismo comea a regenerar osglbulos vermelhos, em resposta terapia medicamentosa, necessitar dealimentos fontes de outros nutrientes exigidos pela eritropoiese.

    - Anemia Falciforme : uma anemia hemoltica herdada, na qual a hemoglobina defeituosa e os

    eritrcitos tm o formato de foice. Ocorre mais freqentemente em certos gruposraciais (como a populao negra).

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    ANEMIA MEGALOBLSTICA

    DEFICI NCIA DE VITAMINA B12 DEFICI NCIA DE CIDO F LICOE

    T

    I

    O

    L

    O

    G

    I

    A

    Ausncia do Fator Extrnseco :

    . ingesto deficiente

    . dieta vegetariana

    Ausncia do Fator Intrnseco :

    . gastrectomia total

    .sndromes disabsortivas

    Ingesto deficiente

    Necessidades Aumentadas (gestao)

    Alterao na absoro :

    . sndromes disabsortivas

    . medicamentos

    Q

    U CA L

    D I

    R N

    O I

    C

    O

    ParestesiaHipotenso Postural

    Obstipao Intestinal

    Leso Neurolgica

    GlossiteDistrbios Nervosos

    . irritabilidade

    . esquecimento

    Perda de Peso

    Diarria

    T

    R

    AT

    A

    M

    E

    N

    T

    O

    . Tratar a SMA ou a DEP

    . 1mg/dia vit.B12 intramuscular(fase crtica)

    . 6 a 8 injees por ano (fase decontrole)

    . Dietoterapia de Apoio:

    Fgado, carne bovina, ovos, leite

    .Tratar a SMA ou a DEP

    . 100mg/dia de cido flicointramuscular (10 dias)

    . 5 a 15 mg/dia de cido flicointramuscular (semana)

    . Dietoterapia de Apoio :

    Fgado, levedo, vegetais verdesfolhosos, frutas frescas

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    2) DESNUTRIO :

    2.1) Causas :

    ALGUMAS CAUSAS DA DESNUTRIO

    Desastres M distribuio da renda

    Naturais Seca Subdesenvolvimento Carncia Materna

    Enchentes Negligncia Distrbios Psicolgicos

    Humanos Guerras

    Desordens Civis Inadequao Emocional

    Somtica

    Hbitos Alimentares Pobreza Abandono Anorexia

    Tradies Ausncia de

    saneamento e

    educao

    Defeitos Congnitos Consumo Alimentar DeficientePrematuridade Quantidade, balano, adaptao

    Erros metablicos Qualidade, fsico, bioqumico

    Defeitos Nutricionais Apresentao ContaminaoAnatmicos

    Desenvolvimento

    Infecciosos

    Necessidades Aumentadas Outras DoenasVariaes individuais Infecciosas : tuberculose

    Crescimento, gravidez escabiose

    Lactao Endcrinas metablicas Alteraes enzimticas

    Ferimentos, doenas Degenerativas Alteraes bacterianas

    Esforo fsico Anatomia intestinal

    Atrofia Intestinal

    Mal Absoro

    Distrbios Gastrintestinais de Origem DesconhecidaEsteatorria

    Retocolite Ulcerativa

    Doena de Crohn

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    (Segundo Williams.C.DMalnutrition. Lancet.2:342,1962)

    2.2) Tipos :

    O termo desnutrio calrico-protica utilizado para identificar um

    complexo grupo de problemas nutricionais correlatos. Crianas com desnutriocalrico-protica apresentam retardo no crescimento e desenvolvimento, enquantooutros sintomas clnicos variam com a idade e o estado da criana, alm daintensidade dos fatores causais.

    a)Kwashiorkor : causado por grave deficincia protica, com ingesto energtica mais

    adequada. As vezes pode ocorrer consumo inadequado de protena de alto valorbiolgico. Com isso a quantidade de protenas na dieta no insuficiente, mas aqualidade o . A deficincia protica real existe em lugares onde as razes etubrculos amilceos constituem o alimento bsico. O kwashiorkor tende aaparecer com mais freqncia em crianas com mais de um ano de idade. Apresena de edema sua caracterstica mais distinta. Invariavelmente ocrescimento retardado, embora a existncia de edema possa mascarar o graude inanio.

    O kwashiorkor uma afeco aguda de curta durao, em que arecuperao ou morte ocorrem de modo relativamente rpido. A taxa demortalidade, mesmo entre crianas hospitalizadas elevada e a crianaapresenta-se aptica e triste. Tambm podem existir distrbios da pigmentao dapele e do cabelo e alguma hepatomegalia. Kwashiorkor significa cabelo vermelhoe seu nome originrio da regio africana.

    b)Marasmo :A idade de uma criana constitui importante fator, ao se determinar se a

    desnutrio protico-calrica grave surgir como Marasmo Nutricional ouKwashiorkor. mais provvel que o marasmo se desenvolva em crianas commenos de um ano de idade, quando a alimentao materna falha ou no realizada por um perodo suficiente de tempo e os alimentos aconselhveis para odesmame no so disponveis, ou as prticas de alimentao desencorajam o usode tais alimentos.

    A criana com marasmo est a mais de 40% abaixo do peso corpreopadronizado. Existe uma ausncia de gordura subcutnea, fraqueza muscular ediminuio da altura. O edema no observado. A criana marasmtica pareceum velho, com a cabea e olhos muito grandes, face enrugada e corpo diminuto.Essas crianas so muito suscetveis doena infecciosa, e sua taxa demortalidade elevada.

    CARACTERSTICAS HISTOLGICAS, BIOQUMICAS E CLNICAS DO

    MARASMO E KWASHIORKOR

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    MARASMO KWASHIORKOR

    Freqncia Criana menor de 1 ano Criana maior de 1 anoProtenas Plasmticas normais DiminudasEdema Ausente Presente

    Anemia Ausente PresenteSinais Avitaminosos Ausente PresenteEsteatose Heptica Ausente PresenteMucosa Intestinal Leses mnimas Achatamento

    Alteraes Imunolgicas Presente PresenteApetite Mantido Rejeita o alimentoRetardo do Crescimento Acentuado LevePerda de Peso Acentuado Leve

    Atrofia Muscular Acentuado Leve

    VII DIETAS HOSPITALARES

    No existe um nico padro de dieta que possa ser considerado ideal paradeterminada patologia. O que deve existir um padro ideal para CADA pacienteem CADA situao. Assim como a ingesto de alimentos varia ,individualmente,variam tambm as necessidades nutricionais. Cada paciente vai requerer calorias,aminocidos, cidos graxos, minerais e vitaminas em quantidades e proporesvariveis. O aporte de calorias e princpios nutritivos pode ser obtido atravs deinmeras combinaes de alimentos, uma vez que tambm as caractersticas ecomposio dos alimentos variam infinitamente.

    Por causa destes trs fatores diferena nos requerimentos nutricionais

    individuais, diferenas nas condies de ingesto e variao na composio dosalimentos torna-se praticamente impossvel a generalizao de um plano dealimentao que seja adequado a todos os pacientes. Como conseqncia, acaracterstica mais importante das dietas oferecidas em um hospital deve ser suaflexibilidade, ou seja, a possibilidade de variaes e adequaes individuais,tornando, ento, a dieta individualizada.

    Apesar da individualizao da dieta ser meta prioritria, e independentedesta individualizao, necessrio que sejam estabelecidas, em nvel hospitalar,condutas gerais a partir das quais maiores especificaes possam ocorrer. Assim, preciso que dietas com nomenclatura prpria e composio conhecida estejamdisponveis populao de pacientes.

    1)CLASSIFICAO :

    Para compreendermos melhor a variedade de dietas hospitalares, necessrio que tomemos conhecimento dos pontos nos quais elas se baseiam.Para especificarmos uma dieta, nos baseamos em suas caractersticas fsicas equmicas quanto aos aspectos qualitativo e quantitativo. Quando falamos emdietas hiperproticas ou hipolipdicas, estamos nos baseando em suas

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    caractersticas qumicas e no aspecto quantitativo destas. Dietas brandas oupastosas se baseiam na consistncia das preparaes, ou seja, uma caractersticafsica.O primeiro passo na determinao de uma dieta a sua textura, ou seja, adefinio da dieta como sendo de consistncia normal, banda, pastosa ou lquida.

    Embora no exista um consenso sobre o assunto, poderamos definir algumascaractersticas gerais destas dietas

    1.1)Dieta Lquida de Prova :Dieta constituda por gua fervida e filtrada, gua de coco ou ch adoado

    com nidex ou dextrosol.- Indicao : Dieta geralmente oferecida para pacientes no perodo ps-

    operatrio e para aqueles que apresentam crises de vmitos, sendo utilizada como intuito de testar a aceitao e a tolerncia gastrointestinal.

    1.2)Dieta Lquida Restrita ou Clara :Dieta constituda de alimentos lquidos, pobre em gorduras e resduos com

    quantidade insuficiente de calorias e nutrientes, sendo utilizada durante umperodo curto (24-36 horas) por conter em mdia 400-500 Kcal.

    - Indicao : Dieta freqentemente indicada nos perodos pr e ps-operatrios com o objetivo de hidratar o paciente e fornecer nutrio ainda antesdo retorno das funes gastrointestinais normais.

    - Alimentos Utilizados : sucos de frutas coados, caldos de legumes e carneslmpidos, ch, caf (sem cafena), gelatina, acar, gua de coco.

    1.3) Dieta Lquida Completa : constituda de alimentos que se apresentam em forma lquida

    temperatura ambiente. A dieta pode ser considerada adequada s necessidadesde manuteno, exceto no que diz respeito s fibras. Se a dieta for utilizada porum perodo mais longo, deve-se procurar aumentar seu valor nutritivo atravs douso de suplementos alimentares.

    - Indicao : indicada para pacientes que necessitam de alimentos de fcildigesto e consumo, isenta de fibras e agentes mecnicos ou condimentos quepossam causar irritao.

    - Alimentos Utilizados : sucos de fruta coados, sopas liquidificadas ecoadas, chs, consomes, gelatina, gemada, caf, mingau, vitaminas de fruta, leite,shakes.

    1.4) Dieta Lquido-Pastosa (Pastosa) :Dieta de consistncia espessada, constituda principalmente de lquidos e

    alimentos semi-slidos, pobre em fibras e de fcil digesto. E uma dietaintermediria entre a lquida e a branda.

    - Indicao : Dieta utilizada para vrias enfermidades, principalmente empacientes debilitados por se de mais fcil digesto, bem como em pacientesdesprovidos de dentes e com dificuldade de mastigar.

    - Alimentos Utilizados : sucos de frutas, sopas liquidificadas, consomes,pur de vegetais, pats, arroz papa, sorvetes, cremes, gelatinas, gemadas,

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    vitamina de frutas, mingaus ou papas, caf com leite, chs, frutas amassadas,pudins, ovos poached ou mexidos, carnes modas ou desfiadas.

    1.5) Dieta Branda : uma dieta de transio, adequada em todos os nutrientes, pobre em

    fibras a tecidos conjuntivos, com modificao na consistncia atravs dasubdiviso e coco de alimentos.- Indicao : dieta planejada para casos em que se deseja facilidade de

    digesto. utilizada tambm para pacientes com pouco ou nenhum dente ou comprteses mal adaptadas.

    - Alimentos Utilizados : bebidas preparadas com leite; ovos cozidos (molesou duros) ou mexidos; peixe e frango assados ou grelhados, carne de boi cozida;queijos cremosos; pes em forma de torradas, mingaus, biscoitos doces oucracker, arroz, macarro, e outros cereais enriquecidos, refinados ou modos;manteiga, azeite, leos vegetais; vegetais cozidos ou purs; frutas macias, naforma de purs ou cozidas, sucos de frutas, vitamina de frutas; pudins, bolos,todos os lquidos.

    1.6) Dieta Livre, Normal ou Geral : uma dieta completa, adequada em todos os nutrientes, sem restries

    quanto s caractersticas fsicas (Ex.: consistncia, fibras, temperatura).- Indicao : utilizada por toda coletividade sadia constituda por

    funcionrios e acompanhantes dos pacientes, bem como por aqueles parentesque no necessitam de dietas com restrio de nutrientes ou com modificaes naconsistncia dos alimentos.

    - Alimentos Utilizados : Lquidos, cereais, leguminosas, vegetais, leite ederivados, ovos, pes, biscoitos, bolos, pudins, carnes, peixes, aves, sopas,frutas.

    Obs.: So restringidos ou utilizados com moderao apenas aquelesalimentos formadores de gases e de difcil digesto como o repolho, carne deporco e crustceos.

    VIII IMPORTNCIA DAS DIETAS EM CERTOS TRATAMENTOS

    1)DIABETES MELLITUS :

    O Diabetes Mellitus uma sndrome decorrente da falta de insulina ou daincapacidade da insulina exercer adequadamente seus efeitos metablicos.Caracteriza-se pela presena de hiperglicemia e freqentemente por complicaescrnicas microvasculares, macrovasculares e neurolgicas.

    O Diabetes tem recebido especial ateno entre a comunidade mdica porvrios motivos, tais como :

    - problema de sade pblica que atinge 5 milhes de pessoas no Brasil;- tem prevalncia similar entre os sexos;- a prevalncia aumenta com a idade :

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    . 30-69 anos 7,6% da populao

    . > 70 anos 20% da populao;- a 6 causa mais comum de internao hospitalar;- a 4 causa mais comum de morte;- 50% dos diabticos no sabem que tm a doena;

    - 25% dos diabticos, que sabem que tm a doena, no se tratam;- o diabetes aumenta o risco de desenvolvimento de doenas cardiovasculares;- a principal responsvel por amputaes de membros inferiores e de cegueiraadquirida.

    1.1) Classificao :- Diabetes Mellitus :. Insulinodependente (Tipo 1).No insulinodependente(Tipo2)

    . No-obeso

    . Obeso- Tolerncia Glicose Diminuda- Diabetes Mellitus Gestacional

    1.2)Dietoterapia :A educao alimentar um dos pontos fundamentais do tratamento do

    Diabetes, ou seja, no possvel um bom controle metablico sem umaalimentao adequada. As recomendaes nutricionais dos pacientes comdiabetes sofreram considerveis modificaes nos ltimos anos. Isso gerou muitadivergncia de condutas e surgimento de tabus alimentares que terminaram portornar o plano alimentar muito restritivo e de difcil adeso.

    Os objetivos da conduta nutricional do paciente com diabetes so :- contribuir para normalizao da glicemia;- diminuir fatores de risco cardiovascular;- fornecer calorias suficientes para obteno e manuteno do peso saudvel, poisa obesidade promove alteraes estruturais e metablicas nos stios receptores deinsulina do adipcito;- prevenir complicaes agudas e crnicas;- promover sade atravs da nutrio adequada.

    Para que o plano alimentar do paciente diabtico seja adequado,recomenda-se atualmente a mesma alimentao saudvel e equilibrada que todoindivduo deveria seguir, ou seja com calorias suficientes para sua atividade emanuteno do peso, alm de adequada em protenas, minerais, gorduras,vitaminas e carboidratos. A nica diferena a restrio de sacarose, encontradano acar, no mel de abelha, nos doces em geral, no caldo de cana, na rapadura.Uma ateno especial dada s fibras (cereais integrais, frutas e vegetais crus),que tem a capacidade de reduzir o tempo de absoro da glicose, favorecendo ocontrole da glicemia.

    Os alimentos dietticos podem ser recomendados considerando-se o seucontedo calrico. Vale ressaltar a importncia de se diferenciar alimentosdiet(isento de sacarose, mas que podem ter valor calrico elevado devido ao teorde gordura) e light (de valor calrico reduzido em relao aos convencionais,

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    porm nem sempre isentos de sacarose). De uma forma geral importante que opaciente seja treinado a ler o rtulo do alimento para saber qual o mais indicado.

    Os adoantes podem ser utilizados considerando-se o seu valor calrico. Oaspartame, o ciclamato, a sacarina, o acessulfame K, a stvia e a sucralose sopraticamente isentos de calorias. No entanto a frutose, a dextrose, a maltose, a

    lactose, o sorbitol e o xilitol possuem valor calrico considervel e devem serusados esporadicamente. Os alegados efeitos danosos dos adoantes artificiaisno tem fundamentao cientfica. A Organizao Mundial de Sade recomendaevitar o uso excessivo e alternar os diferentes tipos de edulcorantes.

    2)OBESIDADE :

    A obesidade , atualmente, um dos mais graves problemas de sadepblica. Sua prevalncia vem crescendo acentuadamente nas ltimas dcadas,inclusive nos pases em desenvolvimento, o que levou a doena condio deepidemia global. H 20 anos, calculava-se que 20% da populao brasileira eraobesa, enquanto que estudos recentes mostram que esse nmero est chegandoaos 40%. Nos Estados Unidos, a estatstica de que 1 em 2 americanos estacima do peso.

    A situao preocupante, pois os quilos a mais esto entre os principaisfatores de doenas mortais, sobretudo cardiovasculares, como infarto, acidentesvasculares cerebrais, diabetes, hipertenso colesterol elevado. Sem contar com osproblemas psicolgicos, ortopdico ( como hrnia de disco ) e orgnicos (comopedras nos rins e vescula). At mesmo alguns tipos de cncer esto associados obesidade. O de clon, por exemplo, mais freqente em obesos.

    2.1) Classificao :Define-se obesidade como um acmulo excessivo de gordura de magnitude

    tal que compromete a sade.Na origem da obesidade existem fatores genticos, psicossociais, culturais,

    nutricionais, metablicos e endrcrinos que lhe conferem um carter multifatorial.A tcnica mais utilizada para seu reconhecimento o IMC (ndice de MassaCorporal). Na literatura mdica o IMC comumente usado para classificar o baixopeso, o peso normal, o sobrepeso e a obesidade em adultos. A OMS(Organizao Mundial de Sade) atualmente recomenda seu uso baseando-se naassociao que existe entre IMC elevado e morbi-mortalidade, como demonstramvrios estudos nos quais se evidencia que a partir de um IMC de 30 Kg/m2 o riscopara enfermidade cardiovascular, diabetes, enfermidades de vias biliares, algunstipos de cncer, dentre outros, aumenta consideravelmente.

    IMC = Peso (Kg) / altura2 (metros)

    Classificao IMC (Kg/m2) Risco de ComorbidadeBaixo peso < de 18,5 Baixo (risco de outros

    problemas clnicos)

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    Normal

    Pr-obeso

    Obesidade Grau I

    Obesidade Grau II

    Obesidade Grau III

    18,5 24,9

    25,0 29,9

    30,0 34,9

    35,0 39,9

    40,0

    -

    Aumentado

    Moderado

    Severo

    Muito severoFonte : Organizao Mundial de Sade (1998)

    Atualmente se reconhece que no se deve levar em considerao apenas aquantidade total de gordura corporal, mas tambm a sua localizao. Devido aofatos de que o aumento da gordura visceral (abdominal) se relaciona com um altorisco de morbidade e mortalidade, principalmente cardiovascular, suadeterminao necessria.

    - Obesidade Andride (em forma de ma) : pessoa que possui maiorquantidade de gordura acumulada no tronco; os braos e pernas so mais finos.Estes indivduos esto mais sujeitos a coronariopatias, como infarto earteriosclerose.

    - Obesidade Ginecide (em forma de pera) : caracteriza indivduos comquadris largos. Forma mais comum em mulheres e na populao masculina negra.

    2.2) Dietoterapia :No possvel estabelecer um tratamento dietoterpico rotineiro, uma vez

    que este o principal responsvel pelos grandes fracassos no tratamento deobesos. A experincia mostra que dois obesos, da mesma idade, sexo e altura,com o mesmo peso e tratamento alimentar iguais, apresentam valores de perdade peso diferentes. O tratamento deve ser individualizado, e aps a prescrio doprograma alimentar necessrio observar atentamente a evoluo do obeso para

    efetuar a adequao de acordo com a resposta obtida.De uma forma geral o plano alimentar apresenta as seguintes

    caractersticas:

    - baixa densidade calrica com restrio de gorduras;- aumento do fracionamento do cardpio, oferecendo no mnimo 04 refeies pordia- carboidratos em todas as refeies;- estmulo ao consumo de alimentos ricos em fibras como : gros e cereaisintegrais, frutas, verduras e legumes;- uso moderado e espordico de acares simples, doces, bebidas alcolicas e

    gorduras, principalmente as de origem animal;- participao ativa do paciente na elaborao dos cardpios e escolha dosalimentos.

    Ainda importante a adoo de um estilo de vida mais saudvel, que incluino somente a mudana dos hbitos alimentares, como tambm prtica de umaatividade fsica que favorecer tanto a perda como a manuteno do peso.

    Em casos mais severos de obesidade pode estar indicado a utilizao de

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    medicamentos ou at mesmo de cirurgias para reduo da capacidade gstrica.

    3) DOENAS CARDIOVASCULARES :

    As doenas do corao, principalmente aquelas denominadas de maneirageral doenas cardacas degenerativas, figuram entre as primeiras causas demorte. A severidade da cardiopatia depende da extenso do comprometimento dosistema cardiovascular e o quanto suas funes esto afetadas.

    3.1) Infarto do Miocrdio (IAM) :O infarto do miocrdio um processo no qual o msculo cardaco se v

    privado do suprimento sangneo e torna-se necrosado. A interrupo dosuprimento sangneo (isquemia), o resultado da obstruo de uma das artriascoronrias, ou de um de seus ramos, devido trombose ou a placas de ateromas.

    A finalidade do tratamento a de promover o repouso, para reduzir oesforo despendido com o trabalho cardaco e a de diminuir a carga sobre omiocrdio lesado. O tratamento tambm inclui a preveno de complicaes comochoque ou colapso, arritmias cardacas, bem como a eliminao de fatores quepossam levar a outros ataques.

    - Dietoterapia :Imediatamente aps o infarto dever ser estabelecido um plano

    endovenoso, principalmente para ministrao de medicamentos. Neste momento adieta estar suspensa.

    Lquidos puros constituiro a primeira alimentao permitida por via oral,assim que o paciente estiver estvel. No caso de vmitos e aspirao, os lquidospuros so os menores perigos. Aproximadamente, de 1,5 a 2 litros de lquidosclaros, por dia, devero ser dados durante dois dias. A seguir, inicia-se uma dietabranda, de poucas calorias, com restrio mdia de sdio. Os alimentos deveroser distribudos em seis pequenas refeies, para evitar a distenso gstrica.

    3.2) Insuficincia Cardaca Congestiva (ICC) :Na ICC o corao se torna incapaz de bombear sangue suficiente para

    fornecer s clulas do organismo adequadas quantidades de oxignio e de outrosnutrientes. Em virtude deste bombeamento insuficiente, a rede vascular dospulmes sofre estase, o que leva hipertenso pulmonar e ao edema pulmonar.

    O tratamento da ICC deve iniciar-se com repouso, para reduzir o trabalhodo corao. A teraputica usada com a finalidade de fortalecer a ao docorao, diminuindo seu ritmo e reforando seus batimentos. Para eliminar oedema, usa-se uma combinao de repouso, diurticos e dietoterapia.

    -Dietoterapia :A principal finalidade da dietoterapia a de eliminar o edema. Esse objetivo

    obtido pela restrio da ingesto de sdio. Os lquidos geralmente so restritos,por seu excesso dificulta a regresso do edema. Os alimentos so divididos emcinco ou seis pequenas refeies, para evitar distenso do diafragma, o que iriareduzir a capacidade vital. A perda de peso tambm vantajosa e, para tanto,

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    dever ser indicada uma dieta hipocalrica.

    3.3) Hipertenso Arterial :A hipertenso arterial, uma entidade clnica multifatorial, conceituada

    como sndrome caracterizada pela presena de nveis tensionais elevados,

    associados a alteraes metablicas hormonais e a fenmenos trficos (hipertrofiacardaca e vascular). A prevalncia da hipertenso arterial elevada, estimando-se que de 15 a 20% da populao brasileira adulta possa ser rotulada comohipertensa. Aps aferio criteriosa da presso arterial, aceita-se como normalpara indivduos adultos (com mais de 18 anos de idade) cifras inferiores a 85mmHg de presso diastlica e inferiores a 130 mmHg de presso sistlica.

    O tratamento da hipertenso arterial compreende dois tipos de abordagem:o farmacolgico, base de drogas anti-hipertensivas, e o no-farmacolgico, quese baseia fundamentalmente em mudanas de estilo de vida, nas quais omanuseio nutricional tem papel fundamental.

    -Dietoterapia :Dentre as modificaes alimentares que comprovadamente reduzem a

    presso arterial, podemos citar :. reduo na ingesto de sal. Do ponto de vista prtico, deve-se evitar a ingesto

    de alimentos processados industrialmente, tais como enlatados, conservas,embutidos e defumados. Deve-se ainda orientar os pacientes a utilizar o mnimode sal no preparo dos alimentos, alm de evitar o uso do saleiro mesa, duranteas refeies.

    . Aumento da ingesto de potssio . Essa indicao se justifica pelapossibilidade de o potssio exercer efeito anti-hipertensivo, ter ao protetoracontra danos cardiovasculares, e servir como medida auxiliar em pacientessubmetidos a terapia com diurticos, desde que no existam contra-indicaes.

    . Reduo do consumo de bebidas alcolicas. O consumo de lcool eleva apresso arterial, aumenta a prevalncia de hipertenso, fator de risco paraacidente vascular enceflico, alm de ser uma das causas de resistncia teraputica anti-hipertensiva.

    Alm dessas medidas dietticas, ainda aconselhado que o pacientereduza o peso corporal, pois o excesso de peso tem forte correlao com oaumento da presso arterial. A atividade fsica tambm capaz no s de regulara presso arterial, como tambm de reduzir o peso corporal.

    3.4) Hiperlipidemias :A problemtica da hiperlipidemia reside na comprovada relao que essa

    alterao metablica mantm com o aparecimento da doena arterial coronria. Ahiperlipidemia decorre do aumento da concentrao de lpides plasmticos,conseqente a alteraes de seu metabolismo. Clinicamente as hiperlipidemiaspodem manifestar-se como hipercolesterolemia e/ou hipertrigliceridemia.

    A teraputica das dislipidemias, de comprovada eficincia, tem porfinalidade fundamental a preveno da Doena Arterial Coronariana. A teraputicadeve ser iniciada com mudanas individualizadas no estilo de vida, quecompreendem hbitos alimentares saudveis, busca e manuteno do peso ideal,exerccio fsico aerbio regular, combate ao tabagismo e promoo do equilbrio

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    emocional. No sendo atingidos os objetivos propostos, deve ser considerada aintroduo de drogas, com manuteno da dietoterapia.

    -Dietoterapia :Dentre as recomendaes para reduo da taxa de gordura sangnea,

    podemos citar :

    . reduo do consumo de COLESTEROL para isso deve-se restringir oconsumo de leite integral e seus derivados, biscoitos amanteigados, croissants,sorvetes cremosos, embutidos em geral, carne vermelha gordurosa, pele deanimais, frutos do mar, gema de ovo.

    . reduo do consumo de GORDURA SATURADA para diminuir o consumo decidos graxos saturados, aconselha-se restrio na ingesto de gordura animal,da polpa do coco e do uso de alguns leos vegetais (coco e dend).

    . margarinas so os substitutos das manteigas, mas deve-se dar prefernciaquelas mais cremosas e que apresentem na sua embalagem a composiomostrando maior teor de gordura poliinsaturada de que de saturada.

    . aumento do consumo de fibras solveis retardam o esvaziamento gstrico eaumentam o tempo de trnsito intestinal; tornam mais lenta a absoro da glicosee reduzem os nveis de colesterol total e de LDL-col.

    . lcool sua ingesto moderada no prejudicial, salvo em casos dehipertrigliceridemia.

    4) INSUFICINCIA RENAL:

    Falha renal ou insuficincia renal so termos utilizados para descrever aalterao da funo renal. Pode ser aguda ou crnica, e a primeira pode, ou no,evoluir para a forma crnica.

    4.1) Insuficincia Renal Aguda :Conceitua-se insuficincia renal aguda (IRA) como a deteriorao rpida da

    funo renal, resultando em desequilbrio hidroeletroltico e acmulo dos produtosdo catabolismo nitrogenado, como uria e creatinina. A IRA muitas vezes ocorreaps queimaduras, estado de choque ou infeces (sepsis).

    As finalidades do tratamento so : corrigir a anormalidade subjacenteresponsvel, quando possvel, e manter o organismo em estado de equilbrio atque os rins reassumam um funcionamento adequado.

    -Dietoterapia :As necessidades energticas dos pacientes com IRA esto aumentadas e

    eles devem receber um nmero suficiente de calorias para impedir o catabolismodas protenas corpreas. A quantidade de protena deve ser prescrita de acordocom o grau de aparecimento de escrias nitrogenadas, podendo variar de hipo ahiperprotica. Os carboidratos e gorduras completaro as necessidadesenergticas do paciente. Caso haja reteno hdrica, os lquidos sero limitados.

    4.2) Insuficincia Renal Crnica :A insuficincia da funo dos rins, depois de uma insuficincia renal aguda,

    ou a perda progressiva da funo renal devido a doenas renais, pode resultar eminsuficincia renal crnica (IRC).

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    Os rins no so mais capazes de preencher seu papel na remoo deresduos metablicos do sangue e o mecanismo homeosttico do organismo estirreversivelmente transtornado. O objetivo do tratamento nutricional consiste emfornecer uma dieta que satisfaa s necessidades mnimas para a sade.

    Os pacientes com IRC devem ser observados a intervalos regulares para se

    monitorizar a evoluo da doena, avaliando a melhor forma de tratamento. Estebaseia-se na utilizao de medicamentos especficos; na indicao ou no dedilise, e transplante para pacientes na fase terminal.

    - Dietoterapia :A dietoterapia deve ser utilizada de acordo com o estado nutricional, com os

    dados laboratoriais e o tipo de tratamento em que se encontra o paciente, e podeser essencial no tratamento de pacientes com IRC, pois propicia melhorasintomtica e torna mais lenta a perda da funo renal residual.

    De uma forma geral, se o paciente no estiver em tratamento dialtico,prescreve-se uma dieta hipoprotica para maior preservao da funo renal. grande a preocupao com o estado nutricional que tende a cair com aprogresso da doena. Como comum a presena de edemas e de hipertensoarterial, a dieta quase sempre ser hipossdica.

    Caso o paciente esteja em tratamento dialtico (hemodilise, diliseperitoneal ou CAPD), a prescrio diettica modificada para dieta hiperprotica,para compensar perda de protena que ocorre durante cada sesso dialtica.Existe tambm preocupao com o estado nutricional do paciente. Prescreve-sedieta hipocalmica (pobre em potssio) caso os nveis desse mineral estejamaumentados, alm de dieta rica em clcio e pobre em fsforo, de acordo com osexames laboratoriais.

    IX SUPORTE NUTRICIONAL

    O constante avano tecnolgico tem permitido aos profissionais de sadeoptar por procedimentos extremamente modernos nas mais diversasespecialidades com o objetivo de atender s necessidade mais especficas dospacientes.

    Embora possamos contar, atualmente, com uma srie de recursos para amanuteno do aporte calrico, nitrogenado, enfim, de todos os princpiosnecessrios ao atendimento dos requerimentos nutricionais, a via preferencialpara a alimentao deve ser a via oral. Sempre que houver um tratogastrintestinal ntegro, em termos de ingesto e digesto de alimentos e absorode nutrientes, apetite preservado e condies neuromusculares para que aingesto possa ocorrer, e havendo disponibilidade de gneros alimentcios epreparaes, a via oral deve ser utilizada. Entretanto, em alguma situaes, opaciente no pode se alimentar, sua ingesto insuficiente ou sua digesto ouabsoro esto prejudicadas, fazendo com que a dieta normal se torne ineficaz e,por vezes, prejudicial. Sempre que a via oral no puder ser utilizada ou noproporcionar o necessrio aporte alimentar, o suporte nutricional por outra viaestar indicado.

    O estado do trato gastrintestinal (TGI) vai determinar a escolha entre

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    nutrio enteral (NE) e nutrio parenteral (NP).

    1) NUTRIO ENTERAL:

    O termo nutrio enteral (NE) utilizado referindo-se a pacientes

    submetidos alimentao forada pelo TGI, atravs de sondas nasoenterais ounasogstricas ou estomias, localizadas em vrios locais do tubo digestivo.

    1.1)Vias de Acesso :Indicado a NE, faz-se escolher a melhor via de acesso para sua

    administrao. As vantagens de se utilizar o trato digestivo so muitas : maisfisiolgico, seguro e preserva as funes e a integridade da mucosa intestinal,alm de ser mais econmico.

    Existem diversas maneiras de transportar o alimento at o tubo digestivo. Aescolha da via deve ser feita considerando-se vrios fatores : a existncia dedoenas ou obstruo no tubo digestivo; a provvel durao da alimentaoenteral; o risco de regurgitao ou vmito e broncoaspirao; idade e estado geraldo paciente; atividade fsica do paciente, etc.

    A nutrio enteral pode realizar-se pelas seguintes vias :- nasogstrica;- nasoduodenal;- nasojejunal;e tambm atravs de estomias :- esofagostomia;- gastrostomia;- jejunostomia.

    A NE est contra-indicada quando o TGI no est funcionante, como ocorrena obstruo intestinal, leo paraltico e obstruo gstrica.

    1.2)Classificao :A NE pode ser dividida em dois grupos, segundo os nutrientes utilizados e o

    modo de preparo :- Artesanais ou naturais, preparadas a partir de alimentos in natura e/ou

    industrializados, liquidificados, sendo, na maioria das vezes, preparadosintegralmente na prpria cozinha diettica hospitalar;

    - Industrializadas ou quimicamente definidas, formuladas e preparadasintegralmente por empresas especializadas, exigindo ou no pequenamanipulao prvia administrao da dieta. Apresentam-se na forma de p parareconstituio, ou lquida, pronta para uso.

    1.3) Tcnica de Administrao da Dieta :O volume e a concentrao das frmulas ministradas pela sonda devem

    ajustar-se a cada caso, individualmente, tomando-se por base as necessidadenutricionais do doente, o seu estado nutricional, sua situao clnica e a frmulaselecionada. O trato digestivo do paciente precisa de um perodo de adaptao nova via de alimentao. Esta capacidade de adaptao depender diretamentedas condies clnicas apresentadas pelo paciente, bem como da integridade e do

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    funcionamento do TGI. O posicionamento da sonda influir nesta aceitao. Deve-se considerar que o duodeno e o jejuno so mais sensveis que o estmago aovolume administrado e osmolaridade da soluo.

    - Administrao intermitente em bolos e gravitacional :

    A administrao de dieta chamada de intermitente quando seus horriosso fracionados, como por exemplo a cada 3 horas, a cada 4 horas, etc.A administrao em bolos aquela que utiliza-se uma seringa para a

    infuso de dieta enteral. Habitualmente, indica-se um volume de 100 a 300 ml dedieta a cada 2 ou 6 horas. O tempo para administrao da frmula varia de 30 a50 minutos por horrio. O clculo sugerido :

    . no incio do tratamento : volume total/ 3 = x minutos;

    . aps fase de adaptao : volume total/6 = y minutos.A administrao gravitacional aquela que utiliza-se de um equipo provido

    de pina para controle de gotejamento, o qual escoar pela fora da gravidade.Recomenda-se que, no incio do tratamento, sejam administrados no mximo 60gotas/minuto. Todavia, o programa de administrao dever ser calculadoindividualmente com base nas necessidades calricas e volumtricas do enfermoe do tempo global de oferta.

    - Administrao contnua gravitacional e por bomba de infuso :A administrao contnua aquela que ocupa um perodo de 12 a 24 horas

    seguidos para infuso da dieta enteral. Pode ser gravitacional ou por bomba deinfuso.

    Entretanto, independente da forma escolhida para administrao da dieta,para garantir a melhor tolerncia digestiva da mesma, fundamental que haja ocontrole da velocidade do gotejamento, afim de prevenir tanto o atraso daalimentao quanto a acelerao na introduo da NE.

    1.4)Complicaes :A alimentao por via nasoenteral ou por estomias no isenta de

    complicaes que, uma vez conhecidas, podem ser tratadas ou prevenidasmonitorizando-se de forma adequada os pacientes.

    - Pneumonia por Aspirao :A pneumonia aspirativa considerada a complicao de maior gravidade

    em NE. A seleo certa da sonda e sua posio correta so fatores importantes ase considerar. Deve-se considerar o risco de aspirao em pacientes muitodebilitados, em coma ou submetidos a analgesias profundas. Uma precauomuito importante elevar a cabeceira do leito em cerca de 30 durante a nutrioe nos 30 minutos seguintes, como rotina.

    - Alterao hidro-eletroltica :So alteraes muitas vezes perigosas da nutrio por sonda. A

    desidratao pode ser resultado de uma diarria excessiva, um excesso deprotenas ingeridas ou da falta de administrao de gua. Essa complicao podeser prevenida, aumentando a oferta de gua potvel aps cada horrio de dieta.

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    -Diarria : a complicao mais freqente em NE. Uma srie de fatores, isolados ou

    em conjunto, podem desencadear o quadro diarreico, como a contaminaomicrobiana, a sobrecarga osmolar, a intolerncia lactose, a hipoalbuminemia e afarmacoterapia. Para prevenir esta complicao importante observar se a

    velocidade de infuso da dieta est correta, se a osmolaridade est adequada aopaciente e se a temperatura da dieta est prxima a do ambiente.

    1.5) Cuidados de Enfermagem :A enfermagem desempenha papel preponderante no controle da NE, desde

    a manuteno e controle da via escolhida e o volume administrado, at as maisvariadas reaes que o paciente pode apresentar durante a teraputica.

    Toda a equipe de enfermagem dever estar habilitada, atualizada etreinada para atuar de forma integrada com a equipe multidisciplinar, e prestarcuidados, no s especficos em NE, mas de forma global, para se obter umresultado efetivo.

    2) NUTRIO PARENTERAL :

    A nutrio parenteral total (NPT) consiste na administrao de todos osnutrientes necessrios para a sobrevida por outras vias que no o TGI. Pode ser :

    - Nutrio Parenteral Central (NPC) : administrada por meio de uma veia degrande dimetro, geralmente a subclvia ou jugular interna, que chegadiretamente ao corao;

    - Nutrio Parenteral Perifrica (NPP) : administrada atravs de uma veiamenor, geralmente na mo ou no antebrao.

    A monitorizao em NPT mandatria para a preveno de complicaesmetablicas e spticas, alm de permitir a observao da evoluo nutricional dospacientes.

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    X BIBLIOGRAFIA

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