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Página 1 de 19 NOTÍCIAS FISCAIS Nº 3.239 BELO HORIZONTE, 20 DE JANEIRO DE 2016. “A vida é o equilíbrio entre segurar e deixar ir.” Rumi CARF CONDENA NATURA A PAGAR MULTA POR USO DE ÁGIO INTERNO ............................... 2 COMEÇA PRAZO PARA ENTREGA OBRIGATÓRIA DA RAIS 2015 POR EMPREGADORES .... 3 DEFICIENTE VISUAL TEM DIREITO A COMPRAR VEÍCULO COM ISENÇÃO TRIBUTÁRIA .... 4 FARMÁCIAS QUE NÃO MANIPULAM FÓRMULAS SÃO ISENTAS DE TAXA DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL (TCFA) ...................................................................................................... 5 ORGANISMO INTERNACIONAL CONTRATA PROFISSIONAIS DA CONTABILIDADE .............. 5 COBRANÇA DE DPVAT SOBRE VEÍCULO FURTADO É INDEVIDO E DEVE SER ANULADO PELO DETRAN .............................................................................................................................................. 6 ORIENTAÇÕES PARA USO DA MARCA CVM......................................................................................... 6 EMISSÃO DE DECLARAÇÃO NEGATIVA ................................................................................................ 7 ISENÇÃO AO PAGAMENTO DE TAXA DE INSCRIÇÃO DO EXAME DA OAB NÃO PODE ESTAR VINCULADA À INSCRIÇÃO NO CADÚNICO ........................................................................................... 7 COMISSÃO APROVA REUNIÕES POR TELECONFERÊNCIA PARA SÓCIOS DE EMPRESAS DE CAPITAL FECHADO ..................................................................................................................................... 8 RECEPCIONISTA DE HOSPITAL TEM RECONHECIDO TRABALHO COMO ATIVIDADE ESPECIAL ........................................................................................................................................................ 8 CONCESSÃO DE ADICIONAL DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ DEPENDE DA CONDIÇÃO SOCIAL DO SEGURADO ........................................................................................................ 9 CANCELAMENTO POSTERIOR DE VENDA NÃO AUTORIZA ESTORNO DE COMISSÕES.......10 LEI DE REPATRIAÇÃO PODE TE LEVAR A ECONOMIZAR MILHÕES .........................................10 QUOTAS PREFERENCIAIS DE EMPRESAS LIMITADAS ..................................................................14 VENDA DE ESTABELECIMENTO ENSEJA TRANSFERÊNCIA DE CRÉDITO DE ICMS SENDO DESNECESSÁRIA A EMISSÃO DE DOCUMENTO FISCAL – TIT .....................................................16

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NOTÍCIAS FISCAIS Nº 33..223399

BELO HORIZONTE, 20 DE JANEIRO DE 2016.

“A vida é o equilíbrio entre segurar e deixar ir.”

Rumi

CARF CONDENA NATURA A PAGAR MULTA POR USO DE ÁGIO INTERNO ............................... 2

COMEÇA PRAZO PARA ENTREGA OBRIGATÓRIA DA RAIS 2015 POR EMPREGADORES .... 3

DEFICIENTE VISUAL TEM DIREITO A COMPRAR VEÍCULO COM ISENÇÃO TRIBUTÁRIA .... 4

FARMÁCIAS QUE NÃO MANIPULAM FÓRMULAS SÃO ISENTAS DE TAXA DE CONTROLE E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL (TCFA) ...................................................................................................... 5

ORGANISMO INTERNACIONAL CONTRATA PROFISSIONAIS DA CONTABILIDADE .............. 5

COBRANÇA DE DPVAT SOBRE VEÍCULO FURTADO É INDEVIDO E DEVE SER ANULADO PELO DETRAN .............................................................................................................................................. 6

ORIENTAÇÕES PARA USO DA MARCA CVM......................................................................................... 6

EMISSÃO DE DECLARAÇÃO NEGATIVA ................................................................................................ 7

ISENÇÃO AO PAGAMENTO DE TAXA DE INSCRIÇÃO DO EXAME DA OAB NÃO PODE ESTAR VINCULADA À INSCRIÇÃO NO CADÚNICO ........................................................................................... 7

COMISSÃO APROVA REUNIÕES POR TELECONFERÊNCIA PARA SÓCIOS DE EMPRESAS DE CAPITAL FECHADO ..................................................................................................................................... 8

RECEPCIONISTA DE HOSPITAL TEM RECONHECIDO TRABALHO COMO ATIVIDADE ESPECIAL ........................................................................................................................................................ 8

CONCESSÃO DE ADICIONAL DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ DEPENDE DA CONDIÇÃO SOCIAL DO SEGURADO ........................................................................................................ 9

CANCELAMENTO POSTERIOR DE VENDA NÃO AUTORIZA ESTORNO DE COMISSÕES .......10

LEI DE REPATRIAÇÃO PODE TE LEVAR A ECONOMIZAR MILHÕES .........................................10

QUOTAS PREFERENCIAIS DE EMPRESAS LIMITADAS ..................................................................14

VENDA DE ESTABELECIMENTO ENSEJA TRANSFERÊNCIA DE CRÉDITO DE ICMS SENDO DESNECESSÁRIA A EMISSÃO DE DOCUMENTO FISCAL – TIT .....................................................16

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Carf condena Natura a pagar multa por uso de ágio interno

Fonte: Valor Econômico. A 1ª Turma da 2ª Câmara do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) considerou ilegítima uma amortização de ágio realizada pela Natura nos anos 2000. A decisão manteve integralmente uma autuação de R$ 546 milhões, em valores de 2013, relativa a ágio amortizado de R$ 1,28 bilhão. A Natura ainda pode recorrer da decisão no próprio conselho. A discussão sobre ágio, em suas diversas formas, é uma das mais relevantes no Carf, por haver poucos julgados sobre o tema, inclusive na Justiça. O ágio consiste em um valor pago, em geral, pela rentabilidade futura de uma empresa adquirida ou incorporada. Ele pode ser registrado como despesa no balanço e amortizado, reduzindo o valor do Imposto de Renda e CSLL a pagar. Apesar de a lei permitir a amortização, a Receita Federal costuma autuar os contribuintes quando interpreta que uma operação entre empresas foi realizada apenas com a intenção de redução de tributos. No caso da Natura, a Fazenda alegou que o ágio seria inexistente por ter sido gerado em operação conhecida como "ágio em si mesmo", - o chamado ágio interno - quando envolve empresas do mesmo grupo econômico. A operação que teria dado origem ao ágio ocorreu em 2000, quando a Natura Empreendimentos passou a ser subsidiária integral da Natura Participações. Em 2004, elas foram incorporadas pela Natura Cosméticos, e então foi feito o aproveitamento do ágio. O total amortizado é de R$ 1,28 bilhão mas, por questões contábeis, o Fisco fez duas autuações referentes a cobranças de CSLL e IRPJ, uma para o intervalo entre 2004 e 2007 e outra para 2008 e 2009, que foi julgada ontem. A autuação fiscal mais antiga já havia sido mantida por turma do Carf, excluídas as multas. A decisão favorável à Fazenda segue o entendimento dominante nas turmas para a operação. De acordo com o advogado Tiago Conde, do escritório Sacha Calmon, cerca de 18% dos casos de ágio interno que já passaram pelo conselho foram julgados a favor dos contribuintes. A Câmara Superior, em sua composição antiga, já decidiu o tema, de forma desfavorável às empresas. Mas Conde afirma que a manutenção da multa qualificada (150% sobre o valor deduzido) no caso da Natura chamou a atenção porque isso dependeria da comprovação de fraude, o que não o ocorreu. Por outro lado, por unanimidade, a turma negou um pedido do Fisco para responsabilizar solidariamente o presidente e conselheiros da empresa em 2008 pela operação indevida. Os integrantes da turma do Carf consideraram que a infração está ligada a atos realizados em 2000. Portanto, não haveria participação direta dos conselheiros. No processo, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) alegou que não existiria ágio porque não houve pagamento nas operações. "O ágio decorre de aquisição de rentabilidade que não era da empresa, aqui, já era da companhia", afirmou o procurador da Fazenda Nacional Marco Aurélio Zortea Marques na sessão. A PGFN

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alegou ainda que o ágio interno não é aceito para a contabilidade e também pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por criar uma receita sem haver custo. O argumento da PGFN foi acompanhado pelo relator, João Otávio Opperman Thomé, representante da Fazenda, e pela maioria dos conselheiros da Turma. O voto de Thomé foi inclusive favorável à cobrança de multas isolada e qualificada. Ele relembrou a jurisprudência do Carf. "O conselho tem rechaçado casos de ágio quando há simulação ou abuso de direito", disse. Segundo o conselheiro, faltou justificativa para o aproveitamento do ágio. O conselheiro Roberto Caparroz fez uma comparação com as pessoas físicas. "Quisera eu ter bens congelados e fazer uma operação comigo mesmo para melhorar minha tributação", afirmou. Já o conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado, representante dos contribuintes, foi o único da turma a discordar quanto ao aproveitamento do ágio. Para Penteado, boa parte das decisões do conselho têm uma visão quase preconceituosa com os casos de ágio interno. "Há marginalização do contribuinte", disse. O outro conselheiro que ocupa cadeira dos contribuintes na turma, João Figueiredo, votou contra a cobrança das multas (qualificada e isolada). Assim como Penteado, defendeu o afastamento da cobrança desses valores. Mas ambos ficaram vencidos. A 1ª Turma da 2ª Câmara realizou o julgamento com seis conselheiros e não oito, pois há duas vagas de representantes de contribuintes abertas. Presentes na sessão, advogados da Natura não quiseram comentar a decisão. Já a empresa informou que não comenta processos em andamento.

Começa prazo para entrega obrigatória da Rais 2015 por empregadores

Fonte: Agência Brasil. Os empregadores de todo o Brasil têm de ontem (19) até o dia 18 de março para encaminhar ao Ministério do Trabalho e Previdência Social a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) referente ao ano de 2015, com informações de todos os empregados. Os inscritos no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), incluindo todos os órgãos da adminstração pública direta e indireta e ainda empregadores urbanos e rurais pessoa física que tenham CNPJ, devem ficar atentos, pois são obrigados a entregar a relação. Se for perdido o prazo, serão aplicadas multas. O ministério esclarece que os empregadores domésticos não precisam entregar a Rais, pois não têm CNPJ. A Rais é encaminhada somente pela internet. Para isso, deve ser utilizado um programa gerador de arquivos chamado RAIS – GDRais2015, disponível em http://www.rais.gov.br, onde também há um manual para o esclarecimento de dúvidas. O empregador não pode se esquecer de imprimir o recibo de entrega até cinco dias úteis após o envio dos formulários.

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Além dos dados completos de cada estabelecimento, incluindo filiais e correlatas, é necessário repassar as informações pessoais e contratuais de todos os tipos de funcionários, mesmo os já desligados ao longo de 2015. As exceções são os estagiários, diretores sem vínculo empregatício e empregados domésticos, entre outros. Se não houver empregados vinculados ao CNPJ, deve ser entregue uma Rais Negativa. Microempreendedores Individuais que não tenham tido empregados no ano passado estão isentos. Criada em 1975, a Rais é um dos principais instrumentos usados pelo governo para a coleta de dados sobre o trabalho formal. As informações servem para o controle da atividade trabalhista no país e a elaboração de estatísticas sobre o mercado de trabalho. Os dados são utilizados também como subsídio por outros órgãos do governo, como é o caso do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que utiliza a Rais para o cruzamento de dados sobre beneficiários do programa Bolsa Família, com o objetivo de evitar fraudes. As informações da Rais são aplicadas ainda no controle de registros ligado à Previdência, como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e dos sistemas de arrecadação e benefícios previdenciários. Por isso, a não entrega da Rais prejudica o empregado, que fica impedido de receber qualquer abono salarial a que tiver direito, como o PIS-Pasep.

Deficiente visual tem direito a comprar veículo com isenção tributária

Fonte: TJSP. A Vara da Fazenda Pública de Praia Grande acolheu pedido de uma deficiente visual para declarar seu direito à isenção de ICMS e IPVA na aquisição de um veículo. A autora alegou que precisa de um carro para suprir suas necessidades de transporte, mas a Fazenda Estadual afirmou que a isenção não poderia ser concedida porque não haveria previsão legal, já que o benefício é previsto somente para condutores deficientes e, no caso, o carro seria conduzido por seu esposo. O juiz Rodrigo Martins Faria destacou em sua decisão que a norma não afasta o direito daquele sem condições físicas de dirigir. “Friso que a razão de ser da isenção legal em relação ao IPVA e ao ICMS está no ensejar melhores condições de integração do deficiente físico e maior disponibilidade financeira para fins de tratar-se segundo as necessidades determinadas por sua especial condição, se houver.” O magistrado completou: “Por óbvio que há merecer ainda maior atenção o portador de deficiência que, pela acentuada gravidade de sua patologia, nem mesmo se encontra capaz de conduzir o próprio veículo”. Cabe recurso da decisão. Processo nº 1004551-11.2015.8.26.0477

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Farmácias que não manipulam fórmulas são isentas de Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA)

Fonte: TRF 4ª Região. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) negou, em dezembro, recurso do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e manteve sentença que anulou a cobrança da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA) imposta pelo instituto a uma farmácia de Florianópolis. A empresa recorreu à Justiça Federal após ser notificada da obrigação pelo Ibama. A ação foi julgada procedente e a autarquia apelou ao tribunal alegando que a atividade de comercialização de medicamentos, independentemente de manipulação de fórmulas, é potencialmente poluidora, estando enquadrada na categoria ‘Transporte, Terminais, Depósito e Comércio – Comércio de Produtos Químicos e ou Perigosos’. Conforme a decisão da 1ª Turma, de relatoria da desembargadora Maria de Fátima Freitas Labarrère, a atividade desenvolvida por farmácias não se enquadra na categoria de comércio de produtos químicos e perigosos. “As vendas são restritas a produtos nas mesmas condições em que adquiridos do fabricante, para uso individual e previamente determinado pelo médico, de modo que não se justifica o pagamento de TCFA. 5001453-02.2015.4.04.7200/TRF

Organismo Internacional contrata profissionais da contabilidade

Fonte: CFC. A Federação de Contadores da África (Pafa) está contratando profissionais da contabilidade para atuarem em consultoria no desenvolvimento de planos estratégicos para as organizações contábeis de Moçambique, Guiné Bissau, Congo, Burkina Faso, Malawi e Serra Leoa. Para a função, são exigidos do candidato mestrado, sete anos de experiência de trabalho na área, conhecimento sobre a Federação Internacional de Contabilidade (Ifac, sigla em inglês), e fluência nas línguas português, francês e inglês. Os interessados podem enviar currículo contendo, além das qualificações profissionais, cópia(s) do(s) diploma(s), registro profissional, breve descrição dos trabalhos e três referências profissionais para o [email protected]. Mais informações podem ser obtidas no site http://www.pafa.org.za/ . Sobre a Pafa Criada em março de 2011, a Pafa tem como objetivo acelerar o desenvolvimento da profissão contábil na África, a fim de reforçar a “voz” da profissão a nível mundial. Atualmente composta por 43 organizações contábeis de 37 países, a Pafa é uma instituição sem fins lucrativos que desenvolve projetos voltados para a transparência, gestão financeira de qualidade e governança.

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Cobrança de DPVAT sobre veículo furtado é indevido e deve ser anulado pelo DETRAN

Fonte: TJ-DFT. A juíza do 1º Juizado de Fazenda Pública condenou o DETRAN/DF a anular os débitos referentes ao seguro DPVAT, cobrados indevidamente do proprietário de um veículo furtado em janeiro de 2013. Segundo a magistrada, a Lei Distrital 7431/85, artigo 1º, parágrafo 10, que prevê a não incidência de IPVA em caso de furto, roubo ou sinistro de veículo, quando registrados em ocorrência policial, deve ser estendida também à cobrança do DPVAT. O autor contou que seu veículo foi furtado no dia 31/1/2013, fato comunicado à Secretaria de Fazenda, ao DETRAN/DF, bem como registrado o BO na Polícia Civil do DF. A cobrança do IPVA foi suspensa pelo departamento de trânsito, no entanto, até o ajuizamento da ação judicial, persistiam as cobranças referentes ao seguro DPVAT. Pediu administrativamente a anulação dos débitos, mas, segundo informou, teve o pedido negado. Na Justiça, entrou com ação de obrigação de não fazer, cumulada com danos morais. A juíza determinou a anulação dos débitos relativos aos anos de 2013, 2014 e 2015, no total de R$316,95. Quanto aos danos morais, a magistrada julgou o pedido improcedente: “os fatos narrados, embora indesejados, não configuram ofensa ao direito de personalidade da parte autora, especialmente porque seu nome não foi lançado na dívida ativa”, concluiu. Processo: 0707345-34.2015.8.07.0016

Orientações para uso da marca CVM

Fonte: CVM. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulga hoje, 18/1/2016, o Manual de Identidade Visual, contendo os procedimentos a serem adotados para a aplicação da marca e do slogan da Autarquia em materiais produzidos por públicos de relacionamento. De acordo com a Deliberação CVM 749, também publicada hoje no Diário Oficial da União, é vedada a reprodução e utilização da sigla, do logotipo e do slogan da CVM de modo diverso dos padrões e orientações de forma e cor especificados no Manual. A Autarquia também lembra que a reprodução e utilização da identidade visual pelos seus públicos de relacionamento dependem de autorização prévia, conforme normatizado pela referida Deliberação. Acesse o Manual de Identidade Visual e a Deliberação CVM 749 e confira.

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Emissão de Declaração Negativa

Fonte: CVM. A Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI) e a Superintendência de Relações com Investidores Institucionais (SIN) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgam hoje, 19/1/2016, o Ofício-Circular CVM/SMI/SIN/º2/2016, destinado aos diretores responsáveis pelo cumprimento da Instrução CVM 301. O documento reitera a obrigatoriedade das instituições enviarem, até dia 31/1/2016, Declaração Negativa sobre a não ocorrência no ano civil anterior das transações ou propostas de transações passíveis de serem comunicadas de acordo com o art. 7 da referida norma. O envio deverá ocorrer caso não tenha sido prestada nenhuma comunicação de que trata o artigo, no período entre 1/1/2015 a 31/12/2015, ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF, em atendimento ao art. 7º-A da Instrução CVM 301. As áreas ressaltam que o encaminhamento deverá ocorrer através do segmento CVM no sistema do COAF (Siscoaf), lembrando que as pessoas obrigadas a realizarem a comunicação deverão estar habilitadas no sistema. Para obter mais detalhes, acesse o OFÍCIO-CIRCULAR/CVM/SMI/SIN/Nº2/2016.

Isenção ao pagamento de taxa de inscrição do Exame da OAB não pode estar vinculada à inscrição no CadÚnico

Fonte: TRF 1ª Região. A 7ª Turma do TRF da 1ª Região entendeu ser abusivo condicionar a isenção do pagamento da taxa de inscrição no Exame da Ordem à inscrição do candidato no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). A decisão foi tomada após a análise de recurso apresentado por uma candidata que teve seu pedido de isenção do pagamento da taxa de inscrição do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil negado por não cumprir o citado requisito. A OAB alegou, em sua defesa, que o pedido foi negado porque a isenção do pagamento da taxa de inscrição no Exame da Ordem deve ser feito nos estritos termos do edital, ou seja, somente pode ser deferida àqueles que comprovarem que atendem, conjuntamente, os seguintes requisitos: “estiver inscrito no CadÚnico e for membro de família de baixa renda”. Ao analisar o caso, o Colegiado vislumbrou que a condição de hipossuficiência da apelante ficou devidamente demonstrada nos autos, “razão pela qual deve ser afastada a exigência editalícia à inscrição no CadÚnico como única forma de assegurar a realização do direito social fundamental ao trabalho, que, por sua vez, deve ser garantido a todos, independentemente de sua situação econômico-financeira”, diz a decisão. Assim, nos termos do voto do relator, desembargador federal Hercules Fajoses, a Turma deu provimento à apelação para declarar que a recorrente é isenta do pagamento da taxa

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de inscrição no Exame da Ordem 2010.3, condenando o Conselho Federal da Ordem dos Advogados ao pagamento das custas e honorários advocatícios em favor da Defensoria Pública da União no valor de R$ 500,00. Processo nº: 0001086-74.2011.4.01.4100/RO Data do julgamento: 29/9/2015 Comissão aprova reuniões por teleconferência para sócios de empresas de capital fechado Fonte: Portal de Notícias da Câmara dos Deputados. A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados aprovou proposta que possibilita aos sócios de empresas de capital fechado (sem ações na bolsa) realizar reuniões por meio de teleconferência. Hoje, esse tipo de operação é reservado às empresas com capital na bolsa, cujos acionistas podem participar e votar à distância durante as reuniões. Nesses casos, caberá à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) fixar as regras de participação. A medida está prevista no Projeto de Lei 2097/15, do deputado Alexandre Baldy (PSDB-GO). O objetivo, segundo o autor, é expandir as negociações das empresas entre interessados no país e no exterior. O texto aprovado foi o substitutivo da relatora, deputada Jozi Araújo (PTB-AP), com alterações pontuais no texto original. Segundo ela, o projeto não poderia atribuir competências à Secretaria da Micro e Pequena Empresa, ao Departamento de Registro Empresarial e Integração ou às juntas comerciais, sob o risco de ingerência do Legislativo em assuntos da alçada do Executivo. Os pontos que tratavam destas atribuições foram rejeitados pela deputada. Registro eletrônico A proposta original também possibilita aos empresários registrar pela internet os documentos em juntas comerciais, como as alterações feitas no próprio contrato social da firma. O registro eletrônico também se aplica aos documentos expedidos pelos cartórios e juntas comerciais. De acordo com Baldy, a ideia é diminuir a burocracia, sem abrir mão do registro oficial dos documentos da empresa, o que confere segurança jurídica às negociações. Tramitação A proposta ainda será analisada, de forma conclusiva, pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Recepcionista de hospital tem reconhecido trabalho como atividade especial

Fonte: TRF 3ª Região. O desembargador federal Sergio Nascimento, da Décima Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), reconheceu como exercício de atividade

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especial o tempo de trabalho de uma segurada que exerceu funções de recepcionista em um hospital. Para o magistrado, a atividade de recepcionista não é, em regra, tida por especial, ainda que em ambiente hospitalar, tendo em vista a dificuldade de se demonstrar a exposição habitual e permanente a agentes biológicos. Todavia, ele explicou que, no caso, há houve provas de que a autora permanecia em contato direto com pacientes enfermos, não isolados e exposta a agentes biológicos nocivos. “Houve exposição habitual e permanente, na medida em que a autora, durante toda sua jornada de trabalho, tinha contato com pacientes e permanecia em local onde aflui um grande número de doentes, o que denota que o ambiente de trabalho é fator de permanente risco à exposição aos agentes”, escreveu o relator. No TRF3, o processo tem o nº 0003500-13.2012.4.03.6183/SP.

Concessão de adicional de aposentadoria por invalidez depende da condição social do segurado

Fonte: STJ. A concessão de adicional de aposentadoria por invalidez, além dos critérios definidos pela legislação, depende da análise da condição socioeconômica, profissional e cultural do segurado pelo INSS, ainda que um laudo pericial tenha concluído pela sua incapacidade para o trabalho. Esse entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi reafirmado recentemente na votação de causa de segurado pelo INSS pela Segunda Turma da corte. Na ação, um segurado que sofre de amaurose, doença da retina que causa perda de visão desde o nascimento, reivindica o pagamento de adicional de 25% na aposentadoria por invalidez para quem necessita de assistência permanente de outra pessoa. No voto, aprovado por unanimidade pela Segunda Turma, o ministro Humberto Martins afirmou que é “justo” utilizar os mesmos critérios tanto para a concessão de aposentadoria por invalidez como para o adicional de 25% ligado ao benefício. O ministro salientou que, ao negar o pedido do segurado, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (São Paulo e Mato Grosso do Sul) levou em conta apenas avaliação médica. O laudo constatou que o segurado sofre de amaurose e que, “quando bem treinado”, pode desenvolver suas atividades com independência. “Observa-se, portanto, que o tribunal não avaliou todas as circunstâncias socioeconômicas e culturais relacionadas ao segurado em questão, não sendo razoável se pautar em comportamentos padrões de outras pessoas portadoras desse tipo de lesão”, disse o ministro no voto. Para Humberto Martins, a avaliação deve ser feita caso a caso, “considerando-se todas as variáveis e conjecturas da vida de cada um, a fim de verificar se o segurado tem propensão a ter uma vida independente da assistência de outra pessoa para as atividades cotidianas”.

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O ministro decidiu pelo retorno do processo ao TRF3 para que sejam analisadas as condições pessoais do segurado.

Cancelamento posterior de venda não autoriza estorno de comissões

Fonte: TRT 2ª Região. Trabalhador que era vendedor comissionado entrou com recurso, após sua ex-empregadora recorrer de sentença que lhe concedeu alguns de seus pedidos. A empresa alegou que o autor não impugnou os controles de jornada que indicavam uma hora de intervalo, e que estas deviam ser considerados como usufruídas e sua indenização excluída da condenação. O autor, por sua vez, contestou diversas diferenças, inclusive o estorno de comissões por vendas não concretizadas. Os magistrados da 10ª Turma julgaram os recursos. Quanto ao pedido da ré, foi negado. No processo, o autor ressalvou a ausência de anotação da pausa alimentar, informação confirmada por suas duas testemunhas. Com relação às razões de recurso do trabalhador, o acórdão, de relatoria da desembargadora Cândida Alves Leão, lhe deu razão quanto à devolução dos valores de comissões indevidamente descontadas, relativas às vendas canceladas ou devolvidas. A relatora esclareceu que até que eventualmente o consumidor manifeste arrependimento ou intenção de cancelar o negócio, “houve o anterior trabalho do vendedor, o que impõe a remuneração correspondente”. Segundo a ementa do acórdão, a prática da empresa equivalia a transferir os encargos e riscos da relação de consumo entre ela e seus clientes a seu empregado. Todos os demais pedidos do autor foram indeferidos. Portanto, seu recurso foi parcialmente procedente, e o da empresa, negado. (Acórdão 20150664570 – Processo 0001457-58.2014.5.02.0402)

Lei de Repatriação pode te levar a economizar milhões

Por Priscila Yazbek para EXAME.com. Brasileiros que possuíam dinheiro ou bens no exterior até 31 de dezembro de 2014 e não declararam os recursos ao governo têm agora a chance de regularizar sua situação, garantindo a anistia dos crimes que poderiam ser relacionados à essa prática irregular. A oportunidade de repatriação dos ativos sem implicações penais foi aberta com a chamada Lei da Repatriação, sancionada neste mês pela presidente Dilma Rousseff. Do ponto de vista macroeconômico, a lei foi criada para elevar a arrecadação do governo, que espera embolsar 21 bilhões de reais com a medida apenas neste ano. Já para os contribuintes as vantagens são a redução nos valores das multas aplicadas e o afastamento de eventuais processos criminais que poderiam ser gerados. Entenda a lei

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Qualquer brasileiro que possui valores em conta, bens ou qualquer tipo de recurso no exterior é obrigado a informar ao governo brasileiro, por meio da Declaração de Imposto de Renda, que esses recursos existem e estão em outro país. A ausência dessa declaração é considerada um crime, daí a importância da Lei de Repatriação. Em dezembro de 2015, o Senado aprovou o Projeto de Lei da Câmara nº 186, de 2015 (PL nº 186/15), que dispõe sobre o Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária (RERCT). O PL, chamado de Lei de Anistia Fiscal ou Lei da Repatriação, foi sancionado pela presidente no dia 13 de janeiro e pode ser entendido como um perdão que o governo garantirá a quem manteve recursos no exterior sem declará-los. Ainda que o governo perdoe os crimes – boa parte deles, mas não todos, como será visto a seguir -, a lei não dispensa os contribuintes do pagamento de multas aplicadas pela omissão dos recursos que deveriam ter sido declarados. Mas, por mais que as multas não evaporem, os valores pagos são inferiores aos que serão cobrados caso o contribuinte não opte por aderir à Lei da Anistia Fiscal. Os crimes relacionados à omissão de recursos em outros países podem ser, entre outros, o crime contra a ordem tributária e a evasão de divisas. As punições dependem da gravidade do crime, o que é avaliado caso a caso. Mas, no limite, tratam-se de crimes que podem levar à prisão. Assim sendo, é possível dizer que a lei é um perdão bem generoso. Podem usufruir da lei os contribuintes que possuíam recursos em outros países no dia 31 de dezembro de 2014 e em anos anteriores. Quem possuía recursos no exterior em 31 de dezembro de 2015 não tem motivos para aderir à lei porque a posse desses ativos deve ser informada na Declaração de Imposto de Renda deste ano, referente ao ano-calendário de 2015. Como não houve nenhum crime, portanto, não há motivos para usufruir da anistia. Mesmo que você tenha se desfeito dos recursos e não reste mais nada no exterior, se você deixou de informar que possuía esses ativos no dia 31 de dezembro de 2014 ou no dia 31 de dezembro de anos anteriores, a omissão passada pode ser configurada como crime também e, portanto, vale a pena usufruir da anistia. Quem tinha menos de 10 mil reais em conta no exterior não deve se preocupar A nova lei define que os contribuintes que mantiveram recursos em valores inferiores a 10 mil reais estão automaticamente anistiados de quaisquer crimes. Ou seja, em tese, esses valores deveriam ter sido declarados, mas com a nova lei não haverá nenhum tipo de punição pois o contribuinte, amparado na lei, estará automaticamente anistiado. A lei também prevê a isenção da multa de 15% para ativos de até 10 mil reais, mas ainda assim, o contribuinte deve pagar o Imposto de Renda sobre o valor. Vale ressaltar que essa brecha é válida apenas para recursos mantidos em conta, seja na forma de depósitos à vista, investimentos, ou outros. Já ativos como veículos e outros bens, por exemplo, não estão incluídos nessa isenção. Também é importante destacar que, para checar se os recursos não passam dos 10 mil reais, a recomendação é que a conversão dos valores seja feita pela cotação da moeda de

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referência no dia 31 de dezembro de 2014 – no caso do dólar, por exemplo, a cotação era de 2,65 reais. Aderir à lei é extremamente vantajoso Alessandro Fonseca, sócio do escritório Mattos Filho, afirma que a lei é extremamente vantajosa para contribuintes que possuem recursos no exterior ou possuíam até 2014. “Se a omissão de recursos no exterior fosse apenas um crime de natureza tributária, no momento em que o tributo é pago o crime morre, então no limite a pessoa resolve o problema pagando o imposto. Nesse caso, no entanto, existe a questão penal, por isso é extremamente recomendável aderir à lei”, afirma Fonseca. O advogado ressalta que mesmo os contribuintes que deixaram de declarar valores há décadas devem aproveitar a lei para se regularizar e aderir ao Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária (RERCT). Em matéria fiscal, explica Fonseca, a sonegação de tributos prescreve em cinco anos. É o mesmo que ocorre no caso da omissão de rendimentos na Declaração de Imposto de Renda: se um certo valor não for declarado e se passarem cinco anos, o contribuinte não cai mais na malha fina por causa dessa omissão. No entanto, em matéria penal, dependendo do tipo de crime o prazo de prescrição é maior ou pode nem existir. “A omissão de recursos no exterior envolve o binômio fiscal e penal. A prescrição da evasão de divisas pode demorar de dois a seis anos, já a lavagem de dinheiro dez anos, mas, dependendo do crime, uma omissão feita há mais de 20 anos pode ser exposta à pena”, diz Fonseca. O sócio do Mattos Filho acrescenta que a evasão de divisas é considerada um crime continuado. “Se o contribuinte tem um ativo lá fora e não declarou por seis anos, ele cometeu crime por seis anos”, afirma. Lei permite economizar até milhões de reais em multas Além do benefício de anistia do crime, a lei também reduz os valores pagos pelas multas. Sem a lei, a omissão de recursos no exterior pode levar o contribuinte a pagar multas de até 150% sobre o valor do tributo – o que ocorreria em caso de fraude, simulação e dolo – ou ainda de 225% – caso houvesse indício de fraude, simulação ou dolo e se, mesmo após intimação, o contribuinte ficasse inerte, um caso extremamente atípico, segundo Alessandro Fonseca. No entanto, a multa que normalmente é aplicada pela omissão de recursos é de 75% sobre o valor do imposto que não foi recolhido, sendo que, em todos os casos, a multa é corrigida pela variação da taxa Selic, calculada do momento em que o tributo deixou de ser pago até o momento do seu pagamento. Com a Lei da Repatriação, portanto, é possível dizer que a multa aplicada cai de 75% para 15%. Lembrando que, além da multa, o contribuinte deve pagar Imposto de Renda sobre os rendimentos. O imposto segue a tabela progressiva do IR, a mesma válida na Declaração de IR, cujas alíquotas variam entre 15% e 27,5% e aumentam de acordo com o valor. Outro grande benefício, em termos financeiros, é que ao repatriar os recursos por meio da Lei da Repatriação o contribuinte tem a oportunidade de converter os ativos para

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reais pela cotação de 31 de dezembro de 2014, de 2,65 reais, bem abaixo da cotação atual, por exemplo, de 4,03 reais, que valeria, por exemplo, para quem repatriasse os recursos neste ano, sem aderir à nova lei. Para exemplificar a economia que pose ser obtida com a lei, o escritório Mattos Filho simulou o valor que um contribuinte pagaria, em multas e impostos, caso omitisse a posse de 1 milhão de reais no exterior. Veja a seguir. Multas aplicadas na repatriação de R$ 1 milhão de reais com a Lei da Repatriação

Total de Ativos (em dólares) 1.000.000,00

Conversão em R$ (18/01/2016): R$4,03 4.036.400,00

Conversão em R$ (31/12/2014): R$2,65 2.656.100,00

Alíquota Nominal (Imposto de Renda + Multa) 30%

Custo Anistia (R$) 796.830,00

Alíquota Real (percentual que representa sobre o valor de R$ 4.036.400) 19,74%

Multas aplicadas na repatriação de R$ 1 milhão de reais sem a Lei da Repatriação

Total de Ativos em USD 1.000.000,00

Conversão em R$ (18/01/2016): R$4,03 4.036.400,00

Imposto de Renda – 27,5% 1.110.010,00

Multa – 75% 832.507,50

Juros Selic (desde jan/2011) 1.828.970,05

Valor Autuação 3.771.487,55

Alíquota Real (percentual que representa sobre o valor de R$ 4.036.400) 93,44%

Conforme pode ser observado, com a Lei da Repatriação, o contribuinte economiza nada menos que 2.974.657,55 reais. A simulação evidencia não só que as multas aplicadas são bem menores, mas também destaca que é possível obter uma boa economia apenas com o câmbio, já que a conversão feita pela cotação de 2014 é muito mais favorável do que pela cotação atual. Quais tipos de recursos podem ser repatriados? Estão enquadrados na Lei da Repatriação depósitos bancários, instrumentos financeiros, operações de empréstimos, operações de câmbio, participações societárias, ativos intangíveis, bens imóveis em geral e veículos em geral. Joias e obras de arte faziam parte da primeira versão da lei, mas foram vetadas pela presidente “Esse tipo de bem poderia ser usado para esquentar recursos: o contribuinte poderia declarar uma obra de arte ou joia por um valor superior ao que realmente valeria”, esclarece Fonseca, sócio do Mattos Filho. Vale lembrar que a adesão ao RERCT não exige que os recursos sejam repatriados ao Brasil, sendo possível mantê-los no exterior, mas agora em situação regular. Na prática, repatriação deve valer a partir de março Inicialmente, o governo havia informado que até o dia 13 de fevereiro a regulamentação da lei já estaria finalizada. No entanto, ao sancionar a lei com vetos, a presidente justificou que a lei teria de passar por algumas adaptações.

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Assim, a expectativa é que a regulamentação seja finalizada até o dia 15 de março, segundo Alessandro Fonseca. A partir dessa data, os contribuintes terão um prazo de 210 dias para aderir à nova lei. Conforme explica o sócio do Mattos Filho, apenas quando a regulamentação for finalizada é que serão detalhados os procedimentos necessários para repatriar os bens e recursos. “Neste ponto, o governo deve informar quais formulários deverão ser preenchidos e demais detalhes do procedimento”, afirma o advogado. Nem todos os crimes serão perdoados Nem todos os crimes relacionados à manutenção de recursos do exterior serão perdoados pela lei, obviamente. Crimes como associação criminosa e caixa 2, por exemplo, não serão anistiados. Dentre os crimes passíveis de anistia estão: sonegação fiscal, evasão de divisas, falsidade ideológica, falsificação de documento, sonegação de contribuição previdenciária e operação de câmbio não autorizada. De maneira bem superficial, é possível dizer que um contribuinte que possuía 10 mil dólares em uma conta no exterior em 2014 e não informou o valor à Receita Federal na Declaração de IR 2015, por exemplo, pode ser indiciado por sonegação fiscal, evasão de divisas e crime contra a ordem tributária.

Quotas preferenciais de empresas limitadas

Por Ana Cláudia Teles Silva Bloisi para o Valor Econômico. O cotidiano empresarial, especialmente no que diz respeito às estratégias para formatação jurídica dos negócios imaginados e ajustados pelas partes interessadas, acaba, por vezes, encontrando entraves burocráticos ou legais. Depara-se, também, com omissões do ordenamento jurídico que dão margem a interpretações diversas e inconclusivas, causando embaraço para instrumentalizar o que se deseja legitimamente na prática. As sociedades limitadas representam a preferência nacional para formatação dos negócios societários, especialmente de pequenas e médias empresas. A percepção é que as sociedades anônimas acabam por se adequar mais a empreendimentos que implicam investimentos de grande vulto, ou para aqueles que a própria lei exige esse tipo societário (como seguradoras, agentes do mercado financeiro e de capitais). E isso se explica porque as sociedades anônimas implicam custos financeiros e aparato burocrático mais intenso, do que é exemplo singelo e corriqueiro a obrigação de publicar seus atos em jornais e em Diários Oficiais. Tratando do tema específico aqui proposto, temos que, antes da vigência do Código Civil atual, era costume amplamente reconhecido e aceito o direito de os sócios criarem quotas ordinárias e quotas preferenciais nas sociedades limitadas. Ou seja: nas limitadas era possível, a exemplo do que se pratica nas sociedades anônimas com as ações, haver

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quotas diferentes para os diferentes interesses dos sócios; aqueles que pretendiam apenas investir na sociedade, sem interferir em sua administração, podiam ser titulares de quotas preferenciais por meio das quais suas vantagens e restrições seriam reguladas em contrato social. Não são poucas as ocasiões em que um investidor de um negócio de médio porte deseja apenas injetar capital na sociedade, sem necessariamente participar de sua gestão, prescindido até mesmo do direito de voto. Porém, com o advento do Código Civil, vigente desde 10 de janeiro de 2003, o assunto virou polêmica. E o Departamento de Registro de Comércio, atual Departamento de Registro Empresarial e Integração, editou as Instruções Normativas de números 10/2013 e 26/2015 que proíbem a emissão de quotas preferenciais em sociedades limitadas, vedação, a nosso ver, totalmente contrária à liberdade de contratar e à própria natureza e à função das sociedades limitadas. Proibição que ultrapassa, além de tudo, as próprias atribuições legais do registro empresarial, questão que pode até ser tema de outras reflexões, a exemplo de artigo publicado neste mesmo periódico em 5 de outubro do ano passado, de autoria de Armando Luiz Rovai, que tratava dos entraves causados por aquele mesmo departamento. Por força dessas instruções normativas, as Juntas Comerciais dos Estados não têm aceitado o registro de contratos sociais de limitadas que prevejam a criação de quotas preferenciais que restrinjam, limitem ou proíbam o direito de voto. Em alguns casos até aceitam o registro de contratos com quotas que prevejam vantagens econômicas a determinados sócios, mas não aceitam registrar contratos que de alguma forma confiram direito de voto diverso a determinados sócios. A doutrina diverge, e os juristas não chegaram a um consenso sobre o tema. Como advogados, muitas vezes nos vemos na situação de ter que ajustar os interesses dos sócios por meio de estratégias e instrumentos jurídicos que seriam desnecessários caso a lei fosse clara e permitisse a disposição do capital social de uma limitada em quotas de diferentes espécies o que, na prática, como acima salientado, já ocorria frequentemente antes da edição do atual Código Civil. Na vida profissional tenho me deparado com vários casos nos quais as quotas preferenciais acomodariam legítimos interesses de gestores e investidores. Mas, ao longo prazo, parece haver solução para o tema. Na Câmara dos Deputados Federais, a Emenda nº 192/2013 ao Projeto de Lei nº 1.572/2011, prevê expressamente a criação das quotas preferenciais, por meio das quais os sócios poderão estabelecer os direitos políticos e econômicos de seus titulares. A relevância desse tema foi reconhecida e ressaltada no relatório parcial que acolheu parte dessa emenda. No Senado Federal, uma comissão de juristas de renome nacional apresentou relatório sobre o Projeto de Lei nº 487/2013, e emitiu parecer sobre a necessidade de aplicação das quotas preferenciais às sociedades limitadas, justamente para que a lei esteja em consonância com a flexibilidade de que esse tipo de sociedade sempre gozou no dia a dia empresarial.

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As quotas preferenciais possibilitam e facilitam a formatação de sociedades que possam absorver investimentos, bem assim a formação de joint ventures. O fato de, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal, tramitarem projetos de lei nos quais a emissão dessas quotas preferenciais tem previsão clara e inequívoca, só reforça que a matéria necessita de pacificação. E a expressa previsão legal que permita a criação das quotas preferenciais parece ser único caminho para tanto. Só assim, o tipo societário mais difundido em nosso país poderá usufruir de um instrumento legítimo que permita a conjugação dos interesses e das necessidades dos sócios, administradores e investidores. Considerando a necessidade de investimentos de nosso país, especialmente no momento atual, instrumentos legítimos para estimulá-los são mais que bem-vindos. São, na verdade, urgentes.

Venda de estabelecimento enseja transferência de crédito de ICMS sendo desnecessária a emissão de documento fiscal – TIT

Por Amal Nasrallah para Tributário nos Bastidores. Uma pessoa jurídica transferiu integralmente a titularidade de um estabelecimento para outra. Em vista disso, o contribuinte foi autuado e acusado pelo fisco paulista de (i) receber indevida e irregularmente de outra empresa, crédito de ICMS, transferido sem autorização fiscal; (ii) creditar-se indevidamente de ICMS, por ter se utilizado de impressos e de documento fiscal autorizados para uso exclusivo de outro contribuinte; (iii) receber e estocar mercadorias desacompanhadas de documentos fiscais; (iv) receber e estocar mercadorias destinadas ao ativo imobilizado matéria prima e produtos de elaboração, desacompanhadas de documentação fiscal. O contribuinte apresentou defesa administrativa, depois o processo foi encaminhado ao TIT que anulou o lançamento pelas seguintes razões. No caso analisado, uma pessoa jurídica adquiriu de outra a integralidade de um estabelecimento. Estabelecimento, por sua vez, tem o seguinte conceito: – estabelecimento é o “complexo de bens, materiais e imateriais, que constituem o instrumento utilizado pelo comerciante para a exploração de determinada atividade mercantil” (Oscar Barreto Filho), “Teoria do Estabelecimento Comercial”, São Paulo, Max Limonad, 1ª edição, 1969, pág. 75); – estabelecimento é o “complexo de meios idôneos, materiais ou imateriais, pelos quais o comerciante explora determinada espécie de comércio” (José Xavier Carvalho de Mendonça. “Tratado de Direito Comercial Brasileiro”, Rio de Janeiro, Livraria Freitas Bastos, 3a. edição, 1938, vol. V, Livro III, pág. 15); – o estabelecimento “se forma com as coisas simples ou complexas, singulares ou coletivas, nele intencionalmente reunidas e agregadas em todo para o exercício do comércio ou de indústria” (Waldemar Ferreira, “Tratado de Direito Comercial”, São Paulo, Edição Saraiva, 1a. edição, 1962, 6º volume, pág. 7).

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De acordo com o art. 1.142 do Código Civil “considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária”. Por outro lado, o artigo 3°, inciso VI, da Lei Complementar 87/1996, que regulamenta o ICMS no âmbito nacional, estabelece que não incide ICMS sobre operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie. De se observar que, para que não incida ICMS, o estabelecimento deve ser transferido integralmente. Vale dizer, nos termos da LC 87/1996, com a transferência total do estabelecimento, a operação fica fora do campo de incidência do imposto, pois não ocorre circulação de mercadorias e tampouco circulação de bens do ativo. E no caso analisado houve transferência integral do estabelecimento. Quando ocorre a transferência de titularidade de estabelecimento comercial, a consequência jurídica é a transferência de todos os direitos e obrigações, dentre eles, a transferência dos créditos, bem como dos débitos de ICMS que eventualmente existam no estabelecimento alienado, não sendo necessária qualquer autorização da fiscalização ou emissão de nota fiscal por força do artigo 3°, inciso VI, da Lei Complementar 87/1996. Por essas razões o TIT afastou o lançamento. Eis a ementa do julgado: ICMS – RECEBIMENTO E APROPRIAÇÃO INDEVIDA DE CRÉDITO – RECEBIMENTO DE MERCADORIA DESACOMPANHADA DE DOCUMENTO FISCAL – UTILIZAÇÃO E POSSE DE IMPRESSOS DE DOCUMENTOS FISCAIS AUTORIZADOS PARA USO EXCLUSIVO DE OUTRO CONTRIBUINTE. 1. A transferência integral, a qualquer título, de titularidade de estabelecimento entre pessoas jurídicas distintas, ainda que não decorrente fusão, cisão ou incorporação, enseja os efeitos da não incidência prevista no art. 3°, VI, da Lei Kandir. 2. Com a transferência de titularidade de estabelecimento, transferem-se todos os bens, direitos e dívidas a ele relativos (inclusive débitos e créditos do imposto), sem que caracterize o fato gerador, sendo dispensada (mais do que isso, vedada) a emissão de documento fiscal para registrar a transferência. 3. Recurso Ordinário conhecido e integralmente provido (AIIM: 3112113-5 Processo: DRTC -11-580710/2009, 27/04/2015 publicação) Uma pessoa jurídica transferiu integralmente a titularidade de um estabelecimento para outra. Em vista disso, o contribuinte foi autuado e acusado pelo fisco paulista de (i) receber indevida e irregularmente de outra empresa, crédito de ICMS, transferido sem autorização fiscal; (ii) creditar-se indevidamente de ICMS, por ter se utilizado de impressos e de documento fiscal autorizados para uso exclusivo de outro contribuinte; (iii) receber e estocar mercadorias desacompanhadas de documentos fiscais; (iv) receber e estocar mercadorias destinadas ao ativo imobilizado matéria prima e produtos de elaboração, desacompanhadas de documentação fiscal. O contribuinte apresentou defesa administrativa, depois o processo foi encaminhado ao TIT que anulou o lançamento pelas seguintes razões.

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No caso analisado, uma pessoa jurídica adquiriu de outra a integralidade de um estabelecimento. Estabelecimento, por sua vez, tem o seguinte conceito: – estabelecimento é o “complexo de bens, materiais e imateriais, que constituem o instrumento utilizado pelo comerciante para a exploração de determinada atividade mercantil” (Oscar Barreto Filho), “Teoria do Estabelecimento Comercial”, São Paulo, Max Limonad, 1ª edição, 1969, pág. 75); – estabelecimento é o “complexo de meios idôneos, materiais ou imateriais, pelos quais o comerciante explora determinada espécie de comércio” (José Xavier Carvalho de Mendonça. “Tratado de Direito Comercial Brasileiro”, Rio de Janeiro, Livraria Freitas Bastos, 3a. edição, 1938, vol. V, Livro III, pág. 15); – o estabelecimento “se forma com as coisas simples ou complexas, singulares ou coletivas, nele intencionalmente reunidas e agregadas em todo para o exercício do comércio ou de indústria” (Waldemar Ferreira, “Tratado de Direito Comercial”, São Paulo, Edição Saraiva, 1a. edição, 1962, 6º volume, pág. 7). De acordo com o art. 1.142 do Código Civil “considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária”. Por outro lado, o artigo 3°, inciso VI, da Lei Complementar 87/1996, que regulamenta o ICMS no âmbito nacional, estabelece que não incide ICMS sobre operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie. De se observar que, para que não incida ICMS, o estabelecimento deve ser transferido integralmente. Vale dizer, nos termos da LC 87/1996, com a transferência total do estabelecimento, a operação fica fora do campo de incidência do imposto, pois não ocorre circulação de mercadorias e tampouco circulação de bens do ativo. E no caso analisado houve transferência integral do estabelecimento. Quando ocorre a transferência de titularidade de estabelecimento comercial, a consequência jurídica é a transferência de todos os direitos e obrigações, dentre eles, a transferência dos créditos, bem como dos débitos de ICMS que eventualmente existam no estabelecimento alienado, não sendo necessária qualquer autorização da fiscalização ou emissão de nota fiscal por força do artigo 3°, inciso VI, da Lei Complementar 87/1996. Por essas razões o TIT afastou o lançamento. Eis a ementa do julgado: ICMS – RECEBIMENTO E APROPRIAÇÃO INDEVIDA DE CRÉDITO – RECEBIMENTO DE MERCADORIA DESACOMPANHADA DE DOCUMENTO FISCAL – UTILIZAÇÃO E POSSE DE IMPRESSOS DE DOCUMENTOS FISCAIS AUTORIZADOS PARA USO EXCLUSIVO DE OUTRO CONTRIBUINTE. 1. A transferência integral, a qualquer título, de titularidade de estabelecimento entre pessoas jurídicas distintas, ainda que não decorrente fusão, cisão ou incorporação, enseja os efeitos da não incidência prevista no art. 3°, VI, da Lei Kandir. 2. Com a transferência de titularidade de estabelecimento, transferem-se todos os bens, direitos e dívidas a ele

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relativos (inclusive débitos e créditos do imposto), sem que caracterize o fato gerador, sendo dispensada (mais do que isso, vedada) a emissão de documento fiscal para registrar a transferência. 3. Recurso Ordinário conhecido e integralmente provido (AIIM: 3112113-5 Processo: DRTC -11-580710/2009, 27/04/2015 publicação) O boletim jurídico da BornHallmann Auditores Associados é enviado gratuitamente para clientes e usuários cadastrados. Para cancelar o recebimento, favor remeter e-mail informando “CANCELAMENTO” no campo assunto para: <[email protected] >.