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NOTÍCIAS DA EPILEPSIAAno 2004 > Nº2 PUBLICAÇÃO SEMESTRAL Liga Portuguesa Contra a Epilepsia
EDITORIAL
O Notícias da Epilepsia implementa
enfim a edição anual de dois números,
não porque não houvesse sempre
“notícias frescas” sobre este tema,
mas porque foi necessário criar uma
vontade regular de colaboração em
todos os agentes envolvidos no
processo da Epilepsia em Portugal.
No entanto, e como é fácil de constatar,
continuam parcas as colaborações
daqueles a quem principalmente se
destina esta publicação: os doentes e
as suas famílias.
No presente número mantém-se o
enfoque especial sobre a cirurgia da
epilepsia e os avanços no diagnóstico
imagiológico. Sempre e apenas com
um carácter informativo geral. Mas
também as crescentes actividades
dos grupos de ajuda mútua e dos
epicentros aqui são recordadas, bem
como a participação portuguesa em
projectos de âmbito internacional.
Até Março, no 17º ENE. Aqui
aguardamos as vossas ideias.. .
Manuel Gonçalves
Editor
COLUNA DO PRESIDENTE
O programa que nos propusemos levar a efeito neste triénio de 2004/2006
tem vindo a ser desenvolvido e algumas iniciativas forma já levadas a efeito.
Nesta pequena crónica, que acompanha o nosso Notícias da Epilepsia, tentarei
levar ao conhecimento de todos tudo aquilo que se foi passando, não apenas
os êxitos, mas também as frustrações que se nos depararam, as dificuldades
de realização e as interrogações que nos preocupam.
Nesta fase a principal tarefa tem sido preparar o caminho, para conseguir a
separação da Liga Portuguesa contra a Epilepsia em duas associações
independentes que tratem os aspectos científicos e sociais, relacionadas com
a epilepsia e com os doentes que dela padecem, de forma específica.
A LPCE foi fundada há mais de trinta anos e, à semelhança das Ligas de outros
países, tem como finalidade não apenas ajudar
os médicos como os outros técnicos de
saúde a conhecerem e a partilharem
os últimos avanços científicos em
epileptologia, como também
defender os direitos dos doentes
com epilepsia e promover a
sua reabilitação e integração
na sociedade.
Sentimos que a cultura
a c t u a l s o b r e
epileptologia é hoje
muito mais actualizada
e sólida, entre os
m e m b r o s d a
comunidade científica
mas esse sucesso não
se vislumbra quando
se trata de responder
às necessidades dos
doentes no que diz
respeito à sua integração
como cidadãos de pleno
direito. Esta dicotomia tem
provavelmente múltiplas razões
de ser a que não é alheia a
2
Coluna do Presidente
continuação
existência de doentes com epilepsia no seu seio, o estigma
que a doença acarreta, a ignorância da sociedade em
geral sobre a doença e a falta de hábitos associativos
numa sociedade que só recentemente é considerada
uma sociedade desenvolvida e na qual muita da dependência
dos mais desfavorecidos é resolvida pelo acolhimento no
seio da família ou pela simples marginalização.
Os doentes com epilepsia e seus familiares não têm
integrado a LPCE de uma forma activa nem têm feito
parte dos corpos gerentes de uma forma consistente
e participativa. Muitos dirão que provavelmente eles não
sentem a necessidade de o fazer e que uma associação
desse tipo não é necessária. Contudo quem já assistiu
a encontros de doentes e seus familiares que se organizam
durante os Encontros Nacionais de Epileptologia reconhece,
com facilidade a aderência que eles têm e a participação
activa, muitas vezes ingénua mas sempre ávida de adquirir
mais informação, que se consegue despertar depois da
normal hesitação inicial. Mesmo em Portugal com as
limitações de hábitos culturais a que me referi foi possível
que associações de doentes, sem o paternalismo das
sociedades científicas afins, se desenvolvessem durante
as últimas décadas e os seus membros têem visto os
seus direitos reconhecidos não só pela população em
geral mas sobretudo pelo poder político. São disso exemplo
as associações relacionadas com a doença de Alzheimer,
com a doença de Parkinson, com a esclerose múltipla ou
com a esquizofrenia, para só referir algumas das doenças
do Sistema Nervoso Central.
Penso que é chegada a hora deste processo de separação
se iniciar. Portugal é dos poucos países Europeus e do
mundo dito desenvolvido, que mantém os doentes e seus
familiares como sócios de uma sociedade que tem
sobretudo uma vocação de sociedade científica inibindo-
os de encontrarem um caminho próprio adequado. Os
novos corpos gerentes estão determinados em colaborar
de uma forma efectiva neste processo tanto mais que
não é possível, do ponto de vista legal, à LPCE ser
considerada uma Instituição Particular de Solidariedade
Social (IPSS) dado ter nos seus estatutos como finalidade
a actividade científica, além da actividade social.
Outros aspectos da nossa actividade foram considerados
durante este primeiros meses, nomeadamente a elaboração
de um relatório sobre as necessidades de cobertura
nacional em centros de tratamento cirúrgico de epilepsia,
que está em elaboração, a organização do próximo
Encontro Nacional em Março de 2005 em Coimbra de
que todos devem já ter recebido notícias, a elaboração
de um programa nacional de ensino e certificação em
epileptologia, em colaboração com A EUREPA – Academia
Europeia de Epileptologia, a edição de um livro com
conhecimentos básicos sobre epilepsia, etc.. Destas e de
outras iniciativas vos darei conhecimento em próximos
números do Notícias da Epilepsia.
Destaque do Semestre
3
Na última parte do Século XX a
i n t er venção da t omogra f i a
computorizada (TC) e da ressonância
magnética (RM), permitindo observar
o cérebro de uma forma não invasiva
foram um dos mais importantes
avanços no diagnóstico da patologia
neurológica.
A RM permite obter imagens da
anatomia cerebral com grande detalhe
e em vários planos, tendo também
elevada sensibilidade para detectar
alterações estruturais, pelo que é
presentemente o método de imagem
indicado para o estudo dos doentes
com epilepsia sintomática.
Tumores, malformações vasculares e
lesões atróficas são diagnosticadas
com elevada fiabilidade.
O contributo da RM para o diagnóstico
e caracterização das malformações
congénitas do cérebro é fundamental.
Algumas destas malformações como
as displasias corticais focais, são
potentes focos epileptogénicos e
podem ser actualmente tratados
cirurgicamente, por ser possível
identificar a área do córtex alterado,
utilizando sequências que obtêm
imagens de espessura muito reduzida
e alto contraste, com as quais se
p o d e m t a m b é m e fe c t u a r
reconstruções tridimensionais do
cérebro.
Um elevado número de epilepsias
refractárias, passíveis de tratamento
cirúrgico, resultam da esclerose/atrofia
do hipocampo. Esta área do lobo
temporal de dimensões relativamente
reduzidas impõe a realização de
sequências especiais para além das
convencionais, como a volumetria, a
espectroscopia e a relaxometria,
elevando a fiabilidade de diagnóstico.
Estas sequências têm a mais valia de
serem métodos quantitativos,
permitindo identificar em hipocampos
aparentemente normais, discretas
assimetrias do volume, redução de
alguns metabol itos cerebrais
(espectroscopia) e/ou alteração dos
valores do tempo de relaxação dos
tecidos (relaxometria).
A espectroscopia com a qual obtemos
não uma imagem mas sim uma espécie
de gráfico, onde estão desenhados
valores relativos e absolutos de
algumas moléculas existentes no tecido
cerebral, é também utilizada para a
caracterização dos tumores e de
várias outras lesões do S.N.C..
No protocolo de estudo do doente
com epilepsia a RM oferece ainda a
possibilidade de localizar as áreas
corticais da linguagem e motoras –
RM funcional, cujo conhecimento facilita
o planeamento cirúrgico de lesões a
elas adjacentes.
Em resumo:
Os grandes avanços tecnológicos da
RM em paralelo com os que ocorrem
nas técnicas electrofisiológicas,
revolucionaram o estudo dos doentes
com epilepsia, permitindo um
diagnóstico mais fiável e estabelecer
critérios mais seguros para
intervenções terapêuticas mais
agressivas.
Contributo da ressonância magnética do diagnóstico da EpilepsiaPor Drª Constança Jordão
EYIE OF HORUS
4
1. Quais são os objectivos do
projeto EYiE?
O objetivo do projecto EYiE é fornecer
oportunidades para jovens de discutir
a epilepsia e os seus efeitos nas suas
vidas. Isto é feito através de uma
chat na Internet, através da página
deste projecto (www.eyie.org) produzida
por jovens de 26 países diferentes e
durante as reuniões de troca de
experiências realizadas todos os anos.
2. Quais são os objectivos a longo
prazo do projeto EYiE?
Os objectivos a longo prazo são
incentivar mais jovens a participar
cada vez ma i s ( para se
transformarem em líderes) nas suas
associações nacionais de epilepsia,
incentivarem o desenvolvimento de
grupos de juventude e desenvolvendo
a cooperação internacional. Isto será
conseguido a curto prazo: organizar
reuniões ao menos uma vez por ano
para que forneça oportunidades aos
jovens?
Desenvolvendo a auto-estima;
aprendendo as habilidades necessárias
para as actividades voluntárias;
prat icando o vo luntariado , a
apresentação e as habilidades de uma
comunicação; criando um grupo de
ajuda mútua internacional de jovens
com epilepsia ; aprendizagem na
comunicação eficaz via internet/email
etc.; quebrando barreiras de cultura;
aprendendo outras línguas.
O índice real das reuniões é sugerido
pelos participantes do projecto EYiE.
As actividades mudaram no caráter
e cresceram desde os começos em
1998 - começando como uma oficina
virtual no emprego numa conferência
de epilepsia em Bolonha, nos cursos
de Internet em Atenas e Bielefeld, e
agora nas reuniões de troca de
experiências entre os jovens onde a
ênfase está cada vez mais em
actividades dos próprios jovens.
Nós expandimos também para incluir
organizações de jovens com epilepsia
na América latina.
3. Qual é o objectivo do projeto
EYiE em relação ao desenvolvimento
dos jovens?
A intenção é que os participantes
desenvolvam uma auto-estima maior
e aprendam o necessário, sabendo
viver com a epilepsia, e tendo uma
qualidade de vida necessária para que
tenham sucesso nas suas vidas.
4. Que sustentação pode ser
fornecida pelo projecto EYiE nas
actividades dos jovens fora da
troca de experiências entre eles?
O projeto de EYiE fornece a
sustentação através da Internet e de
nossos contactos. Uma investigação
dos jovens pode também ser uma
parte de um dos projectos .
A página do EYiE está lá para que os
participantes façam uso dela. Por
exemplo, será possível adicionar páginas
(ou uma ligação às páginas que eles
próprios criaram) e poderá ser feita
investigação sobre a epilepsia visto
esta página ter um link onde eles têm
Epilepsia e Juventude na Europa
5
EYIE OF HORUScontinuação
acesso a um grande número de
associações de epilepsia a nivel mundial.
5. Qual é o futuro do projecto
EYiE?
É nosso desejo que o projecto EYiE
esteja estabelecido como uma parte
permanente do departamento
internacional para a epilepsia com
financiamento anual. Um pedido para
a comissão dentro do IBE será feito
ao executivo no seguinte congresso
internacional em Paris 2005. É
também nosso desejo que este
projecto inclua todos os grupos de
juventude de todas as associações de
epilepsia da Europa, América latina e
os expandirá aos países da Europa
oriental e do Mediterrâneo sul.
Paulo Nuno - Epicentro Porto
Hospital Egas Moniz
Cirurgia da Epilepsia
Todos os que se dedicam ao
tratamento de doentes com epilepsia
conhecem as limitações da terapêutica
farmacológica: cerca de 50% dos
doentes que sofrem de epilepsia são
controlados com o 1º fármaco
administrado e 20 a 25% serão
controlados satisfatoriamente com o
2º ou o 3º fármaco, em monoterapia
ou em associação. Os restantes 25
a 30% não são controlados ou os
efeitos colaterais causados por doses
elevadas e/ou pol iterapia, são
inaceitáveis. Parte destes doentes
s e m c o n t r o l o a d e q u a d o ,
essencialmente os que sofrem crises
de início focal, constituem os candidatos
à cirurgia de epilepsia. Nestes doentes,
o objectivo é remover a área
epileptogénica – a área de tecido
cerebral hiperexcitável, necessária e
suficiente para provocar as crises.
Foi por sentir a necessidade e urgência
de oferecer esta modalidade de
tratamento que alguns profissionais
de saúde do HEM, com destaque para
os Drs. Orlando Leitão, José Pratas
Vital, Luís Guerra e Joaquim Pedro
Correia, deram início ao Grupo de
Cirurgia deste Hospital. Numa primeira
fase foram reunidas as diversas
valências necessárias e alguns colegas
deslocaram-se a Centros de Cirurgia
de Epilepsia em outros países, para
formação específ ica . Também
decorreram acções de formação no
próprio HEM. Actualmente o Grupo
conta com as valências de Neurologia,
Neurocirurgia, Neurofisiologia Clínica,
Neurorad i o l og i a , Ps iqu i atr i a ,
Psicologia/Neuropsicologia, Neurologia
Pediátrica e Neuropatologia. A
Fundação Gulbenkian deu o apoio
financeiro para a aquisição do sistema
de Vídeo-EEG e as primeiras cirurgias
foram realizadas em 1995. Desde
então o Grupo tem mantido a sua
actuação ao longo destes anos, com
manutenção de quase toda a equipa.
A avaliação pré-cirúrgica depende de
trabalho multidisciplinar e a selecção
meticulosa e eficaz é fundamental
para o sucesso da cirurgia e benefício
do doente. O objectivo da avaliação é
comprovar que o doente sofre de
crises epilépticas, que estas são
refractárias aos fármacos indicados
para o tipo de crise, nas doses
adequadas, que têm impacto
significativo na qualidade de vida do
doente, localizar a área epileptogénica,
por meios electrofisiológicos e/ou
imagiológicos e avaliar se a área
definida pode ser removida sem causar
défices significativos.
Há outros tipos de cirurgia, para
doentes e situações clínicas diferentes,
em que o objectivo é impedir a
propagação das crises e diminuir o
impacto sobre a vida de doentes e
familiares. Um exemplo deste tipo de
cirurgia é a calosotomia, em que o
objectivo é o controlo das crises
secundariamente generalizadas. Na
hemisferectomia funcional, usualmente
feita em crianças, a desconexão de
todo um hemisfério já intensamente
comprometido, pode permitir o
controlo de uma epilepsia grave e
evitar o efeito de crises muito
frequentes sobre o hemisfério são,
d e mod o a p e rm i t i r um
desenvolvimento melhor , apesar de
uma sequela motora. O objectivo visa
sempre o benefício do doente, com o
mínimo de riscos que o estado da
arte actual permite, e o procedimento
cirúrgico deve ser adequado a este
fim.
Já há alguns anos que a Liga
6
Cirurgia da Epilepsiacontinuação
Portuguesa contra Epilepsia, com base
em estudos epidemiológicos bem
fundamentados, avaliou o número total
de candidatos à cirurgia de epilepsia
em Portugal, entre 2 a 3 mil doentes
e cerca de 200 a 300 novos casos
por ano. O número de Centros para
Cirurgia de Epilepsia tem aumentado
ao longo da última década em quase
todos os países europeus e observa-
se uma tendência a avaliar os doentes
em fase mais precoce, de modo a
reduzir os efeitos deletérios das crises
repetidas, da politerapia e da exclusão
social.
Os doentes operados vêm da Consulta
de Epilepsia do HEM e de outros
Hospitais da zona sul do país. A
avaliação segue um protocolo geral,
com adaptação à situação clínica
específica. As ressonâncias magnéticas,
essenciais na avaliação, são feitas na
Ressonância Magnética de Caselas,
por um acordo, com protocolos de
exame apropriados para as diferentes
situações, como é o caso da volumetria,
relaxometria e espectroscopia, usadas
na maior parte dos doentes com
epilepsia do lobo temporal . A
monitorização intensiva de Vídeo-EEG
decorre com o doente internado no
Serviço de Neurologia, a duração
média é de 3-4 dias. Tem havido uma
cooperação com o Hospital Fernando
da Fonseca, Serviço de Neurologia,
que tem permitido melhorar a
capacidade de resposta , pois no HEM
só há uma sala para monitorização.
O apoio dos colegas pediatras do H.S.
Francisco Xavier tem sido inestimável
no pós-operatório das crianças com
menos de 3 anos. Após a cirurgia os
doentes são seguidos nas Consultas
de Epilepsia e de Neurocirurgia e
reavaliados pela Neuropsicologia e
Psiquiatria, segundo um protocolo que
vai até os 5 anos após cirurgia.
Até o final de Junho de 2004, foram
operados 111 doentes, 37 deles com
menos de 18 anos de idade. A epilepsia
do lobo temporal , com crises parciais
complexas como tipo de crise
dominante, foi a mais frequente (80
doentes). A epilepsia do lobo frontal
vem a seguir, com 7 doentes. Entre
os doentes com epilepsia temporal a
etiologia mais comum foi a esclerose
mesial temporal, em 49 doentes, com
os DNETs e gangliogliomas a seguir
(7 casos cada). Em 40 doentes com
esclerose temporal mesial operados,
com seguimento superior a 1 ano,
85% estão sem crises (Classe I de
Engels), resultado sobreponível aos
dos centros de referência. Resultados
muito bons são também observados
nos doentes operados a DNETs e
gangliogliomas do lobo temporal (14
doentes operados, 13 sem crises).
Como há um número significativo
(35%) de doentes com menos de 18
anos, entre eles crianças e
adolescentes com epilepsia grave e
atraso no desenvo l v imento
n e u r o p s i c omo t o r, h á uma
correspondência no número de
calosotomias (10) e hemisferectomias
funcionais (5) praticadas.
Apesar dos bons resultados obtidos
restam vários aspectos por melhorar.
A curto prazo, há necessidade de
reduzir o tempo de espera para as
monitorizações, para a cirurgia e para
a avaliação neuropsicológica, o que
também trará a possibilidade de dar
resposta a um número maior de
doentes. Está prevista a deslocação
de alguns membros da equipa a
Centros que pratiquem regularmente
a monitorização com eléctrodos
invasivos e o mapeamento cortical
por estimulação, pois a realização
destas técnicas permitirá a avaliação
de doentes que actualmente são
encaminhados para outros centros.
O projecto e as propostas para
incrementar e aperfeiçoar a actividade
do grupo , foram ava l i ados
positivamente e aguardamos as
medidas que permitam oferecer mais
e melhores serviços aos doentes
epilépticos.
Pedro Rosado
Chefe de Serviço de Neurofisiologia
Clínica
Serviço de Neurologia
(Pelo Grupo de Cirurgia de Epilepsia
HEM)
7
A Cirurgia da Epilepsia noHospital de Santa Maria
Introdução
Todos nós, devotados ao estudo e tratamento dos doentes
epilépticos, temos a noção de não conseguirmos controlar
farmacêutica e eficazmente cerca de 10 a 15% dos nossos
pacientes, e que, destes, uma percentagem significativa
beneficiarão de cirurgia. Por outras palavras, é de admitir
que cerca de 5% dos epilépticos em geral necessitam
desta intervenção para o controlo das suas crises. Este
valor aumenta consideravelmente se acrescentarmos
muitos doentes da população pediátrica que se sabe
lucrarem com uma cirurgia precoce, antes mesmo da
epilepsia se tornar resistente às diferentes terapêuticas
médicas, como é o caso da denominada esclerose mesial
do lobo temporal. Em Portugal, conforme é bem conhecido,
perfilam-se cerca de 250 novos doentes todos os anos
para este tipo de tratamento.
O grupo da cirurgia da epilepsia (GCE) do Hospital de Santa
Maria (HSM) nasceu no início da década de noventa,
precisamente com o intuito de fazer face aos casos dos
doentes da Consulta de Epilepsia do HSM, tendo o primeiro
doente sido operado em 1992. Em 1998, por vicissitudes
de vária ordem, o grupo sofreu uma remodelação, datando
dessa data a sua constituição e orgânica actual.
Constituição e orgânica
Na figura I estão referidos os membros dos diferentes
departamentos e das diferentes especialidades que
constituem o grupo.
Os doentes seleccionados para a avaliação inicial devem,
em geral, obedecer aos seguintes requisitos: epilepsia
intratável medicamente (critérios respectivos variáveis
conforme o caso particular de cada doente), EEG intercrítico
com estudo de sono e ressonância magnética encefálica
(RME ) em aparelho de 1.5 Tesla realizados, consentimento
informado assinado. Os casos clínicos são depois discutidos
nas reuniões quinzenais do grupo, decidindo- se então a
inclusão no protocolo de avaliação pré- cirúrgica ou a sua
exclusão. No primeiro caso, os exames complementares
a realizar rotineiramente, embora outros o possam ser
eventualmente também, são a monitorização vídeo/EEG e
as avaliações neuropsicológica e psiquiátrica Se a decisão
for a de intervir, o seguimento pós- cirúrgico é realizado
de acordo com as normas estabelecidas no respectivo
protocolo (Fig. II). Para além deste, o grupo realizou também
protocolos de actuação para as calosotomias e
hemisferectomias.
Cirurgias realizadas
Até Agosto de 2004 (Fig. III) foram realizadas 69 cirurgias
(num total de 68 doentes) no âmbito do protocolo de
avaliação do GCE, salientando- se o número crescente de
intervenções anuais, embora cientes de estarmos longe
dos valores desejados.
FIGURA I -GRUPO DA CIRURGIA DA EPILEPSIADO HSM
Coordenador - José PimentelClínicos - Francisco Pinto; José PimentelNeurofisiologistas - Carla Bentes; Teresa PaivaNeuropsicologistas - Isabel Pavão; Carla LoureiroNeurorradiologista - Carlos MorgadoPsiquiatra - Luís C. PestanaNeurocirurgião - A. Gonçalves FerreiraNeuropatologista - José Pimentel
FIGURA II - PROTOCOLO DA CIRURGIA DA EPILEPSIADO HSM
Cons. Epilepsia HSMCons. outros Hospitais
Protocolo de avaliaçãopré-cirúrgico
Reuniõesquinzenais
· Epilepsia intractável· EEG intercrítico· RMN 1.5t.· Consentimento informado
Av. neurofisiológica Av. neuropsicológica Neuroimagem Av. psiquiátrica Outros
Não candidato
CirurgiaNeuropalologia
Cons. epilepsiaEEGAv. neuropsicológica
Protocolo de Avaliaçãopós-cirúrgico
Cons. neurocirurgiaNeuroimagem
Outros
Núm
ero
de C
irurg
ias
1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004( Agosto)Anos
1 1 1
32
6 6
4
6 6
10
1211
FIGURA III - CIRURGIA DA EPILEPSIA DO HSMTipos de Cirurgias ( n=69)
Nº doentes - 68
FIGURA IV - CIRURGIA DA EPILEPSIA DO HSM( Tipos de Cirurgias ( n=70)
60
50
40
30
20
10
0
57
11
1
Núme
ro
1
TSM Calosot. NEV Lesionect.
Tipos de Cirurgias
TSM - Translação subpial múltiplaCalosot. - CalosotomiaNEV - Neuroestimulação vagalLesionect - Lesionectomia
50454035302520151050
Arquicortex
Neocortex F P O
Temporais(n=51)
Extratemporais(n=6)
TOPOGRAFIA
FIGURA V - CIRURGIA DA EPILEPSIA DO HSM( Lesionectomias ( n=57)
4 4 1 1
F - FrontalP - ParietalO - Occipial
47
Núm
ero
8
continuação
Os tipos de cirurgias realizados estão indicados na figura
IV, e, tal como seria de esperar, as lesionectomias foram as
mais frequentes. De realçar ainda que foram realizados 11
implantes neurovagais exclusivamente em doentes sem
indicação para cirurgia convencional. Ainda como resultante
da habitual maior frequência das lesões nesta região, as
lesionectomias mesotemporais (arquicortex) constituíram
o procedimento mais usual (Fig. V).
São 32 os doentes actualmente incluídos no protocolo de
avaliação pré-cirúrgico, 27 em estudo e 5 aguardando
cirurgia.
Dificuldades actuais e expectativas futuras
De acordo com as Recomendações Internacionais para a
Cirurgia da Epilepsia (Epilepsia 42: 804- 814, 2001), o
centro médico-cirúrgico do HSM está bem cotado, situando-
se entre os níveis 3 e 4. As nossas maiores carências
actuais são de natureza humana e técnica. Quanto ás
primeiras, temos falta de mais um neurofisiologista a tempo
completo que nos permita, nomeadamente, realizar exames
neurofisiológicos mais sofisticados (como seja, a possibilidade
registos intracranianos e de mapeamento funcional
intra/extra-operatório), de mais alguns técnicos de EEG, de
pessoal de enfermagem com formação em epilepsia, e de
uma assistente social ligada ao grupo. No que diz respeito
ás segundas, o número de camas para a realização de
monitorizações vídeo/EEG é manifestamente insuficiente e
os exames de imagem, no que respeita á RMN, são realizadas
fora do HSM, uma vez não haver um aparelho com as
características necessárias.
Pensamos colmatar esta dificuldades num futuro próximo
e poder, deste modo, atingir o perfil de investigação e o
número de intervenções cirúrgicas adequadas ao nível 4
referido. Assim, ao mesmo tempo que se vislumbra para
breve a resolução dos problemas de imagem, também se
prevê , num futuro próximo, a abertura da Unidade de
Monitorização Neurofisiológica do SNC, com cinco camas e
pessoal médico, técnico e de enfermagem próprios. Igualmente
estão previstos cursos de formação de epilepsia para
enfermeiros.
Considerações finais
A cirurgia da epilepsia é, desde há muitos anos, uma real
possibilidade de melhorar a qualidade de vida de muitos
doentes epilépticos. No nosso país, os centros existentes
oferecem a garantia de qualidade no que à investigação das
epilepsias e resultados cirúrgicos diz respeito. No entanto,
um caminho longo há ainda a percorrer no sentido de
acelerar e aumentar o acesso dos doentes a esta modalidade
terapêutica. Por outro lado, urge planificar e racionalizar
os meios actuais ao nosso dispor no sentido de conseguir
esse desiderato.
José Pimentel
(Coordenador do Grupo da Cirurgia da Epilepsia do
HSM)
A Cirurgia da Epilepsia noHospital de Santa Maria
9
À semelhança de 2002, o encontro
anual de verão para os grupos de
ajuda mútua do Epicentro Porto,
contou com a participação do grupo
de ajuda mútua da Associação
Portuguesa de Paralisia Cerebral
(APPC) – “Os Amigos do Futuro”. Este
convívio entre os diferentes grupos
de ajuda mútua da LPCE – “Epi Grupo”
e “Grupo da Amizade” – têm-se
revelado uma iniciativa muito frutuosa
pois permite um intercâmbio de
experiências e de vontades que
estimula os elementos a investir cada
vez mais neste movimento. A abertura
de espírito e a necessidade de alargar
esta troca de experiências são os
principais motivos que levaram à
repetição do encontro entre grupos
da LPCE e da APPC.
Em 2002 o passeio teve como destino
a Régua num dos barcos que efectuam
habitualmente a subida do Rio Douro.
Foi uma experiência pioneira que
motivou desde logo todos os
participantes e que entusiasmou os
que não puderam ir para a
participação em actividades futuras.
Em 2003 o Oceanário de Lisboa foi o
local escolhido para visitar. Por motivos
de logistica este passeio não pôde
contar com a participação do grupo
da APPC, tendo havido um encontro
prévio, inter grupos, nos jardins do
Palácio de Cristal, para que o convívio
não fosse prejudicado.
Este ano um destino mais próximo
captou a atenção dos organizadores
do evento e o passeio foi até ao outro
lado do Rio Douro, ao Parque Biológico
de Gaia. Conhecido de nome por quase
todos os participantes, foi para muitos
uma experiência nova e divertida o
contacto com variadas espécies da
flora e da fauna do nosso país.
É de salientar sobretudo, no passeio
deste ano, a colaboração e o empenho
de todos os elementos em auxiliar os
Encontro Inter-grupos 2004
Os Grupos de Ajuda Mútua
Voluntariado
Av. Boavista, 1015, 6º- sala 6014100-128 PortoTel./ Fax 226054959www.lpce.pt
10
elementos que se deslocam em
cadeiras de rodas, para que também
eles tivessem acesso a todos os pontos
altos da visita, até aos mais difíceis
e ingremes.
Para além da visita e de um agradável
almoço de convívio no parque, os
participantes puderam ainda “meter
as mãos na massa” e fazer uma
genuína actividade tradicional da zona
de Avintes e confeccionaram broa.
Agradecemos a simpatia e amabilidade
do Sr. Manuel que nos instruíu nas
diversas fases do fabrico e que nos
presenteou com momentos
inesquecíveis, de mãos enfarinhadas
e sorrisos nos lábios. E o melhor
estava ainda para vir, no fim do dia
todos puderam ainda levar o produto
do seu trabalho para casa, um naco
de broa quentinha!
São momentos que ficam e que se
esperam ansiosamente ao longo do
ano! Onde será o próximo? E quem
mais se juntará a nós em 2005?
Dr.ª Jovita Vieira-Epicentro Porto
Encontro Inter-grupos 2004continuação
9ª Conferência de Epilepsia e SociedadeMalta 18 a 20 de Março de 2004
O congresso europeu de Epilepsia e
Sociedade visa a troca de experiências
de países europeus na área social.
São diversos os temas abordados dos
quais destaco as estratégias partilhas
sobre “Viver com Epilepsia”, debates
sobre emprego e educação, assim
como alguns estilo de vida que
serviram de exemplo de formas de
lidar com a doença de uma forma
positiva.
Outro aspecto importante foi a
abordagem ao tema da defesa de
direitos e deveres das pessoas com
epilepsia, a chamada “advocacy”. Houve
relatos de experiências pessoais de
defesa de direitos que enfatizam a
formação e a informação sobre
epilepsia como os principais meios
para consegu ir combater a
discriminação e a falta de informação
acerca da epilepsia. Daqui realçam-
se as parcerias entre associações
pelas defesa dos direitos das pessoas
com epilepsia (ver artigo sobre FIADC).
Neste congresso são também
realizados diversos workshops sobre
os temas centrais que pretendem
ser um espaço de discussão e partilha
de experiências de cada país.
Discutiram-se estratégias para a
formação da população em geral,
serviço de voluntários, e formas de
interacção prove itosa entre
associações.
Desta forma, a Liga Portuguesa Contra
a Epilepsia pode, através dos relatos
de países europeus, obter uma
experiência muito mais evoluída que
nos permitirá ter uma visão a médio
prazo do resultado de estratégias
que pretendemos pôr em prática.
Esta troca de experiências com países
de realidades tão distintas é, sem
dúvida, uma forma de aprendizagem
muito enriquecedora e positiva.
Foto 1 – Mesa de discussão sobre a
importância dos Médicos Clínicos
Gerais e a Epilepsia.
Foto 2 - Workshop sobre “Defesa de
Direitos”.
Foto 2 - Encontro em Malta.
Dra. Márcia Vasques-Epicentro
Porto
11
A FIADC é uma instituição de âmbito
nacional, sens fins lucrativos e de
duração por tempo indeterminado,
que integra instituições particulares
que visem dar apoio a pessoas com
doenças crónicas e suas famílias. A
federação tem como objectivo a
coordenação das acções comuns às
instituições associadas, relativamente
a quaisquer entidades públicas ou
privadas e, em especial, junto dos
ministérios de tutela, a organização
de serviços de interesse e intervenção
comuns e representação dos
interesses comuns das instituições.
A participação da LPCE na reunião da
FIADC realizada em Lisboa a 6 de
Abril de 2004, teve como intuito o
conhecimento dos objectivos desta
federação para poder contextualizá-
los nos interesses e características
da nossa associação. Desta reunião
realça-se o interesse da LPCE em se
tornar associada da FIADC para, de
uma forma mais estruturada e com
a força de uma plataforma de
instituições, lutar pelos direitos das
pessoas com Epilepsia e seus
familiares.
Epicentro Porto
Parceria entre a LPCE e a Federação dasInstituições de Apoio aos Doentes Crónicos(FIADC)
Grupo de Apoio a Paisde crianças e jovens com Epilepsia
Av. Boavista 1015, 6º sala 6014100-128 Porto
Tel/Fax: [email protected]
www.lpce.pt
Sente que...• Precisa de apoio?• Gostaria de conhecer pessoas na sua situação?• Gostaria de conviver e partilhar experiências?
Venha saber o que o Grupo de Apoio a Pais podefazer por si e o que você pode fazer pelo grupo.Em grupo é mais fácil!
Exmo. Senhor
Ministro da Saúde
Dr. Luís Filipe Pereira
Porto, 20 de Julho de 2004
Excelência,
Os meus cumprimentos.
Venho por este meio, na qualidade de
Presidente da Direcção Nacional da
Liga Portuguesa contra a Epilepsia,
expor e requerer a V. Exa. o seguinte:
O Decreto-Lei nº 173/2003, de 1 de
Agosto, estabeleceu “o regime das
taxas moderadoras no acesso à
prestação de cuidados de saúde no
âmbito do Sistema Nacional de Saúde”,
tendo no seu art. 2º elencado um
conjunto de situações que isentam
os doentes do pagamento das taxas
moderadoras.
Ora, os doentes que sofrem de
epilepsia, dada a gravidade e
complexidade da doença, deveriam
constar expressamente desse elenco,
o que não acontece.
A sua identificação como doentes
mentais crónicos não é aceitável, pois
não é correcta, dado que a grande
maioria dos doentes com epilepsia não
tem qualquer problema mental.
Ass im sendo , é de toda a
conveniência regular correctamente
tal situação, de modo a que os
doentes com epilepsia possam
beneficiar da isenção das taxas
moderadoras. Para esse efeito, o art.
2º, nº 1, alínea q) do Dec.-Lei nº
173/2003, de 1 de Agosto, enuncia
que estão isentos do pagamento das
taxas moderadoras:
“q) Os doentes portadores de doenças
crónicas, identificadas em portaria do
Ministro da Saúde que, por critério
médico, obriguem a consultas, exames
e tratamentos frequentes e sejam
potencial causa de invalidez precoce
ou de significativa redução de
esperança de vida;”.
Deste modo, e tendo nós tomado
conhecimento que estaria prestes a
ser publicada a citada portaria do
Ministério da Saúde, venho requerer
a V. Exa. que seja incluída nessa
listagem de doenças a Epilepsia, ou
que seja encontrada uma outra solução
que satisfaça as mesmas necessidades,
por forma a que muitos portugueses
que sofrem desta doença e que vivem
com graves carências económicas
possam ficar isentos do pagamento
das taxas moderadoras, sempre que
for pertinente mediante o critério
médico acima definido.
Renovando os meus cumprimentos,
subscrevo-me,
Atentamente
(Prof. Doutor José Manuel Leite Lopes
Lima)
12
Carta ao Ministro da Saúde
Carta ao Presidente do Infarmed
Porto, 31 de Março de 2004
Ref : Tegreto l /Carbamazep ina
Exº Sr. Presidente do Infarmed
Têm chegado ao conhecimento os
corpos gerentes da Liga Portuguesa
Contra a Epilepsia queixas de alguns
doentes que após terem mudado de
Tegretol CR para a Carbamazepina
genérico, sentiram efeitos secundários
indesejáveis ou a exacerbação de crises
em número e/ou intensidade.
O número de referênc ia é
provavelmente pouco significativo e é
possivel que haja outra explicação para
casos pontuais.
Não posso contudo, deixar de
comunicar estas apreensões que são
partilhadas por estes corpos gerentes.
Agradecendo, desde já que nos
manifeste a recepção desta carta
bem assim como os comentários que
achar por bem enviar, despeco-me.
Com os meus melhores cumprimentos,
Lopes Lima
Presidente da Direcção Nacional
Estes Encontros Regionais pretendem
divulgar a LPCE e fornecer informação
gratuita à população em geral.
Até á data foram organizados dois
Encontros Regionais realizados em
hospitais do Grande Porto os quais
são divulgados aos doentes das
consultas de epilepsia, aos sócios da
LPCE, associações, instituições de
formação e reabilitação, escolas,
hospitais, centros de saúde, farmácias,
universidades...
O I Encontro Regional teve como
título a “Epilepsia –aspectos gerais” e
foi realizado a 27 de Março de 2004
no salão Nobre do Hospital Geral de
Santo António. Contou com a presença
de cerca de 200 pessoas que
ass ist iram a apresentações
relacionadas com o tema. Na mesa
estiveram presentes um médico
neurologista, um médico clinico geral,
uma psicóloga, uma representante da
LPCE, e uma assistente social que
responderam às questões colocadas
no debate. Contou-se com o apoio de
elementos dos Grupos de Ajuda mútua
do Epicentro Porto na divulgação e
distribuição gratuita de folhetos
informativos sobre Epilepsia. Este
encontro foi divulgado na Rádio Festival
através de uma entrevista à Drª
Márcia Vasques, Psicóloga do Epicentro
Porto.
O II Encontro Regional realizado a 3
de Julho de 2004, abordou a
problemática da “Epilepsia e Emprego”
com apresentações de um médico
neurologista, uma psicóloga, de uma
Assistente social, de um empregador
e de um empregado. Foram abordados
temas como a discriminação laboral,
as qualidades de um bom empregado,
técnicas e estratégias para arranjar
emprego, competências necessárias
à procura de emprego, competências
para o trabalho, competências sociais,
recurso a serviços públicos (IEFP,
Câmaras Municipais, Juntas de
Freguesia e UNIVAS) e à Segurança
Social. Salientou-se a importância dos
processos de orientação vocacional e
de desenvolvimento de carreira para
a construção de um projecto de vida.
No Salão Nobre do Hospital Pedro
Hispano estiveram presentes cerca
de 80 pessoas que participaram
activamente no debate colocando
questões relacionadas com o tema
do emprego e de uma forma mais
alargada, sobre a epilepsia.
Este segundo evento teve divulgação
no Jornal “Comércio do Porto”.
Promete-se a realização de mais
encontros regionais com uma
periodicidade trimestral, estando o
próximo previsto para o mês de
Novembro em Amarante.
Foto 1 – Mesa do II Encontro Regional
intitulado “Epilepsia e Emprego”
Foto 2 – Auditório do II Encontro
Regional
Foto 3 – Grupo de voluntários na
organização dos Encontros Regionais
Dra. Márcia Vasques - Epicentro
Porto
13
Encontros Regionais promovidos peloEpicentro do Porto
Seminários de Epilepsia
Tema: Síndromas Epilépticos da
criança com abordagens em
cirurgia de Epilepsia
Palestrante:
Olivier Delalande MD, PhD.Professor of Neurosurgery
Un i te de neuroch i rurg i e
p e d i a t r i q u e , F o n d a t i o n
Ophtalmologique A. de Rothschild,
Paris, France
Organização:Unidade de Epilepsia e UENF, HUC
Consulta de Epilepsia, Hospital
Pediátrico de Coimbra
Liga Portuguesa Contra a Epilepsia
– Epicentro de Coimbra
Contactos:
Telefone/Fax: 239715134
Email: [email protected]
Data:
15 de Outubro de 2004 às 18h
Local:
Hotel Mélia Coimbra
A LPCE tem vindo a realizar acções
de formação em escolas e instituições
diversas. Pretende-se com este
serviço formar as pessoas que
diariamente lidam com esta doença
(professores, auxiliares, técnicos...)
sobre aspectos básicos da epilepsia,
tipos de crises e o que fazer perante
uma crise.
Estas acções de formação têm sido
realizadas por um Médico Neurologista
14
Acções de Formaçãodo Epicentro do Porto
Liga Portuguesa Contra a Epilepsia
Epicentro de Coimbra
Avenida Bissaia Barreto 268 r/c 3000
Coimbra
Telefone/Fax: + 351 239482865
Email:
Secretariado: António Costa
Horário de Funcionamento:
2 a 4ª feira: das 16 ás 20 horas
5ª feira: das 17 ás 20 horas
6ª feira: das 16 ás 20 horas
Actividades regulares:
Banca informativa nas Consultas de
Epilepsia dos Hospitais da Universidade
de Coimbra (HUC), Centro Hospital de
Coimbra (CHC) e Hospital Pediátrico
de Coimbra (HPC).
Periodicidade: semanal
CHC: 5ª feira das 14 ás 17 horas
HPC: 6ª feira das 9 ás 13 horas
HUC: 5ª feira das 14 ás 17 horas
Actividades suplementares:
2º Trimestre – Abril a Junho de 2004
1. Seminário de Epilepsia – Epilepsias
Neocorticais: perspectiva da cirurgia.
Convidado: Professor Peter Winkler,
uma organização conjunta da Unidade
de Epilepsia dos HUC, e da Consulta
de Epilepsia do HP, com o apoio do
Epicentro de Coimbra da LPCE. Datas:
14 e 15 de Maio de 2004
2. Semana informativa sobre Epilepsia
nas Escolas. Esta actividade decorreu
em Abril de 2004, nas seguintes
escolas:
Escola de Enfermagem Ângelo da
Fonseca em Coimbra
Escola Superior de Educação de
Coimbra
Escola C+S da Pedrulha em Coimbra
Escola C+S de Miranda do Corvo
Estas sessões tiveram a presença de
elementos do Epicentro-centro da
LPCE, tendo sido utilizado um inquérito
de avaliação de conhecimentos sobre
Epilepsia, antes e após a sessão
informativa. A análise estatística
encontra-se pendente.
3. Preparação do 17º Encontro Nacional
de Epileptologia
3º Trimestre – Julho a Setembro de
2004
1. Deu-se início à preparação do estágio
profissional da psicóloga Dra. Ana
Catarina Cunha com o objectivo
primário de criação de grupos GAM
na região centro.
2. Preparação do 17º Encontro Nacional
de Epileptologia
4º Trimestre – Outubro a Dezembro
de 2004
1. Seminário de Epilepsia – Sindromas
Epilépticos da criança com abordagens
em cirurgia. Convidado: Professor O.
Delalande, uma organização conjunta
da Unidade de Epilepsia dos HUC, da
UENF e da Consulta de Epilepsia do
HP, com o apoio do Epicentro de
Coimbra da LPCE. Datas: 15 e 16 de
Outubro de 2004.
2. 4º Curso Teórico-Prático de Epilepsia,
uma organização conjunta da Unidade
de Epilepsia dos HUC e da Consulta
de Epilepsia do HP, com o apoio do
Epicentro de Coimbra da LPCE. Data:
13 de Novembro de 2004.
3. Sessões informativas temáticas
sobre Epilepsia para a população em
geral no âmbito do programa de
criação de grupos GAM.
4. Preparação do 17º Encontro Nacional
de Epileptologia
Actividades do Epicentro de Coimbrada LPCE
com o apoio constante de técnicos
da LPCE que tratam dos aspectos
organizacionais, distribuição de
material informativo e apresentação
da LPCE e seus serviços.
A LPCE pretende também através
destas acções de formação a
divulgação da sua existência e a
angariação de novos sóc ios .
Acções de formação realizadas:
• Instituto de Estudos da Criança da
Universidade do Minho em 17 de
Março de 2004 (Braga)
• Escola Manuel Laranjeiro (Espinho)
• APPACDM de Matosinhos em 17 de
Maio de 2004 (Matosinhos)
• Escola EB 2/3 de Sá Couto (Espinho)
em 22 de Junho de 2004
entre outras...
Dr.ª Márcia Vasques-Epicentro
Porto
15
¤ 12.500 Prémios¤ 7.500 Bolsa
REGULAMENTO DO PRÉMIO E BOLSA DA LIGA PORTUGUESA CONTRA A EPILEPSIAA VIGORAR A PARTIR DE 2000
ALiga Portuguesa contra a Epilepsia (LPCE) vai instituir, anualmente, um Prémio e uma Bolsa de Estudos , no valor global de vinte mileuros , a fim de incentivar o interesse pela investigação na área da Epilepsia.
O Prémio será atribuído aos três melhores trabalhos inéditos portugueses sobre Epilepsia , apresentados aconcurso e classificados peloJúri, nos termos deste regulamento. Poderão também candidatarem-se trabalhos já apresentados sob a forma de comunicação oral ou em cartazem Encontros Nacionais de Epileptologia ou outros Congressos.
São considerados candidatos ao Prémio todos os trabalhos enviados para a sede da Liga, em sobrescrito fechado contendo 6 (seis) exemplares,até 30 de Novembro do ano a que respeitam.
O montante global do Prémio será de 12.500 ¤ (doze mil e quinhentos euros), assim distribuídos:1º Prémio - 7.500 ¤ ( sete mil e quinhentos euros)2º Prémio - 3.500 ¤ (três mil e quinhentos euros)3º Prémio - 1.500 ¤ (mil e quinhentos euros)
A Bolsa de Estudos será atribuída, anualmente, a um ou mais candidatos que apresentem um requerimento fundamentado (incluindo umorçamento detalhado) em 6 (seis) exemplares em folhas numeradas, contendo a identificação completa e idade do candidato, grau de carreira,local de trabalho, tipo e objectivos do projecto, estágio ou outra forma de aplicação da Bolsa, relação com a Epilepsia, juntamente com umaDeclaração de Compromisso de apresentar um relatório detalhado sobre a forma como a Bolsa foi utilizada, no prazo máximo de 12 meses apósa atribuição.
A apresentação das candidaturas à Bolsa termina a 30 de Novembro do ano a que respeitam.
O montante global da Bolsa será de 7.500 ¤ (sete mil e quinhentos euros), podendo ser dividida por vários candidatos.
O júri será constituído por 6 (seis) elementos, sendo um o Presidente da Liga Portuguesa contra a Epilepsia , que presidirá ao Júri e, emcaso de empate, terá voto de qualidade. Os restantes cinco elementos serão nomeados pela Direcção da LPCE, devendo ser representativosdas várias áreas ligadas à Epilepsia, designadamente Neurologia ,Neurologia Pediátrica, Psiquiatria, ,Neurofisiologia ,Neurorradiologia,Neurocirurgia, Neuropsicologia, Psicologia, Pedopsiquiatria
As candidaturas serão dirigidas ao Presidente do Júri que, até 15 de Dezembro do ano a que respeitam, as enviará a cada um dos elementosdo Júri, convocando uma reunião do Júri para a apreciação das mesmas.
A reunião do Júri terá lugar durante o mês de Janeiro seguinte, sendo as decisões tomadas por maioria, cabendo, em caso de empate, o votode qualidade do Presidente.
Após a atribuição dos Prémios e Bolsas os premiados deverão ser informados por escrito dos resultados da deliberação, do valor contempladoe da respectiva data de entrega.
As candidaturas em que participem membros do Júri só poderão ser aceites caso o membro do Júri em questão peça escusa da sua participaçãono mesmo. Caso o número de membros do Júri nestas condições seja superior a dois, os membros que hajam apresentados escusa deverãoser substituídos.
Caso, por excepção, o Júri decida não atribui o 1º Prémio, cabelhe decidir se o respectivo valor é transferido para a Bolsa do mesmo ano oureverte para a valorização do 1º Prémio da edição seguinte, ao qual será acrescentado. Das decisões do Júri serão lavradas actas.
A entrega do Prémio e da Bolsa, assim como dos respectivos diplomas, será feita, sempre que possível, no jantar de encerramento do EncontroNacional de Epileptologia subsequente.
Os trabalhos premiados só poderão ser publicados pela LPCE , em brochura própria, com o apoio de um ou mais patrocinadores.
A entrada de novos patrocinadores ao Prémio e à Bolsa dependerá do acordo maioritário da LPCE e dos patrocinadores existentes na altura.
Prémio e Bolsa da Liga PortuguesaContra a Epilepsia
16
Durante o ano de 2003 a Delegação
de Lisboa / Sul realizou as seguintes
actividades:
1. Manteve as actividades de
atendimento não directo ao público
(telefónico e correio) e realizou os
primeiros contactos com associados
interessados na formação do primeiro
Grupo de Ajuda Mútua;
2. Foi constituído um Grupo de Ajuda
Mútua de pessoas com epilepsia e
delineou-se a formação de um Grupo
de Pais e de Familiares de pessoas
com epilepsia. Por deslocação da
psicóloga do Epicentro para outra
cidade foi interrompida a actividade
do GAM desde o início do Verão de
2003;
3. Prosseguiu a realização de Reuniões
com Educadores, Professores do Ensino
Básico e Especial e Enfermeiros.
Assim, a 11 de Março realizou, em
colaboração com o Centro de
Formação Profissional do Seixal e com
o Núcleo de Desenvolvimento do
Hospital Garcia de Orta, o IV Ciclo de
Encontros da Rede de Centros de
Formação da Associação de Escolas
da Península de Setúbal sobre “Epilepsia
em Crianças e Jovens”.
A 11 de Abril realizou, em colaboração
com o Centro de Paralisia Cerebral
de Évora (CPCE) e com o Núcleo de
Desenvolvimento do Hospital Garcia
de Orta uma acção de formação:“
Escola e Epilepsia- Mitos e Realidades”,
para Professores do Ensino Geral e
Especial, Fisioterapeutas, Terapeutas
de Fala, Enfermeiros e alguns Pais de
utentes do CPCE. Do programa
constaram:Um vídeo formativo sobre
Crises e Epilepsia. Resposta às
perguntas:Como actuar perante uma
crise? O que não é Epilepsia? Painel
de Discussão – Epilepsia e Família: a
perspectiva dos pais; aspectos
psicológicos– Epilepsia e a Escola a
perspectiva do educador.
4. Manteve a regularidade das Reuniões
Conjuntas das Consultas de Epilepsia
da Zona Sul, promovendo a organização
de duas reuniões (as 19ª e 20ª).
A primeira realizou-se a 12 de Abril
em Évora, organizada conjuntamente
por neurologistas do Hospital dos
Capuchos e do Hospital de Santa Maria
sobre Epilepsia e Doença Cerebro-
Vascular: Crises epilépticas no AVC
cortical-abordagem teórica e
experiência de um Serviço; Crises
epilépticas pós AVC subcortical;
D iscussão de casos c l ín icos .
A segunda reunião decorreu a 14 de
Novembro no Hospital de Júlio de
Matos, sob organização da Consulta
de Neurologia e do Laboratório de
Neurofisiologia sobre Crises
Paroxísticas Não Epilépticas: O papel
do Video-EEG no diagnóstico diferencial;
Episódios paroxísticos não epilépticos
na i n f â nc i a ; Ab ordagem e
acompanhamento psiquiátrico nas
crises psicogénicas; Discussão de
casos clínicos.
5. Prosseguiu as actividades de
divulgação da LPCE e de angariação
de sócios , particularmente nas
reuniões e encontros referidos;
6. Divulgou os resultados de um
inquér i to sobre at i tudes e
conhecimento em Epilepsia realizado
à população geral, estudantes
universitários e professores durante
os anos de 1998 a 2000 intitulado.
Actividades da Delegação Regional do sulda LPCE
17
Durante o 1º semestre de 2004 a
Delegação de Lisboa / Sul realizou as
seguintes actividades:
EM DESTAQUE: O 16ºEncontro
Nacional de Epileptologia
1) Organizou localmente o 16º Encontro
Nacional de Epileptologia que se realizou
no Instituto de Higiene e Medicina
Tropical em Lisboa de 11 a 13 de
Março de 2004, com o apoio da
Sociedade Portuguesa de Neurologia
(SPN). Como tem sido hábito, foi um
Encontro muito participado, contando
com uma assistência média diária de
200 pessoas.
Na sessão de abertura estiveram
presentes o Presidente da Liga
Portuguesa Contra a Epilepsia (LPCE)
– Prof. Dr. Lopes Lima, a Presidente
do Epicentro Sul - Dra. Paula Breia
que, em nome pessoal, da LPCE e da
SPN, se congratularam com a
realização de mais um encontro que
permite a partilha de experiências e
de novos conhecimentos num ambiente
de multidisciplinaridade em prol da
actualização de todos os interessados
em Epileptologia. De registar, a
colaboração da SPN neste evento,
através da edição do “Caderno de
Resumos das Comunicações” antevendo
a transformação da revista “Sinapse”,
no órgão oficial de LPCE, no âmbito
científico.
O 1º dia do Encontro contou com a
presença de do is oradores
internacionais: o Prof. Soheyl Noachtar,
do Departamento de Neurologia da
Universidade de Munique que, na sua
conferência temática abordou a
“Semiologia Ictal- Novos Métodos de
Avaliação” e o Prof. Renzo Guerrini,
Neuropediatra do Hospital Universitário
de Milão que dissertou sobre
“Síndromas Epilépticos Focais na
Infância”. Este dia foi completado com
10 Comunicações Orais de autores
nacionais e um Simpósio Satélite, tendo
terminado com um Jantar de
Confraternização.
Durante o 2º dia decorreram duas
conferências temáticas. A primeira
sobre “Cirurgia da Epilepsia na Criança”
apresentada pelo Prof. Delalande,
Neurocirurgião do Hospital des Enfants
Malades em Paris, foi seguida de uma
mesa redonda dedicada à discussão
da “Cirurgia da Epilepsia em Portugal.
Que perspectivas?”. A segunda
conferência versou o “Registo
Simultâneo de EEG e RMN funcional”,
sendo prelectora a Engenheira Biofísica
Sónia Gonçalves, investigadora da
Un ivers idade de Amsterdão .
Completaram o programa deste dia,
duas animadas sessões de Cartazes
e de Comunicações Orais e um
Simpósio Satélite.
No último dia do encontro decorreu
um curso particularmente destinado
a i n t ernos de Neuro l og i a ,
Neuropediatria, Neurorradiologia e
Pediatria em formato de discussão
interactiva e multidisciplinar de casos
clínicos: “ Do Lactente à Adolescência.
Abordagens Clínica, Neurofisiológica,
Imagiológica e Terapêutica”, no qual
participaram muito interessada e
dinamicamente cerca de 30 inscritos.
No período da tarde teve lugar uma
reunião de Pessoas com Epilepsia;
Familiares, Educadores e Grupos de
Ajuda Mútua, que contou com a
presença de aproximadamente 80
elementos vindos de vários zonas do
país. Na primeira parte foram
debatidos “Aspectos Gerais das
Epilepsias, “ E para além das crises?
Aspectos psicológicos e a Epilepsia no
Jovem”. Na segunda parte, a mesa
redonda: “Viver com Epilepsia” abordou
a perspectiva dos Pais, do Professor
e dos Grupos de Ajuda Mútua . Tratou-
se de um dos momentos mais altos
deste Encontro em que livre e
a b e r t a m e n t e ( e t a m b é m
emotivamente...) os vários elementos
da mesa e da assistência expuseram
a sua experiência pessoal de viver
Plano de Acção para 2004-06do Epicentro Sul da LPCE1º Semestre de 2004
“Epilepsia: estigmatização, indiferença
ou integração activa na sociedade?”.
Traba lho apresentado como
comunicação oral no 15ºEncontro
Nacional de Epileptologia em Fátima,
Março de 2003 e como cartaz no
25th International Congress of
Epileptology em Lisboa, Outubro de
2003;
7. Organização do 16º Encontro Nacional
de Epileptologia a realizar de 11 a 13
de Março de 2004 em Lisboa.
A Delegação Regional do Sul
Dr.ª Paula Breia
Actividades da Delegação Regional do sulda LPCEcontinuação
18
com epilepsia. Para todos um
agradecimento especial pela coragem
e determinação.
A indústria farmacêutica esteve
também presente neste Encontro,
desde sempre disponível para
participar na sua realização, com os
seus expositores e patrocínio da
logística social. Proporcionaram-nos
ainda dois Simpósios Satélite (GSK e
Janssen Cilag) que permitiram a
partilha de experiências e de opiniões
com epileptologistas convidados, de
renome nacional e internacional nas
várias áreas da Epileptologia. Em nome
da Comissão Organizadora Local lhe
e x p r e s s a m o s o s n o s s o s
agradecimentos.
Por nós, consideramos que valeu a
pena o empenho na realização de mais
um Encontro Nacional de Epileptologia.
Estimamos que tenha ido também ao
encontro das diversas expectativas
das pessoas a quem se destinou-
técnicos e não técnicos. Provavelmente
muito do que se semeou em Março
só dará fruto mais tarde. Muitas das
pessoas que estiveram na reunião de
dia 17 à tarde sabem que pela sua
vontade nasceram já dois Grupos de
Ajuda Mútua – um de Pessoas com
Epilepsia e outro de Pais e Familiares.
Pois que se mantenha o estímulo para
a continuidade da formação de mais
grupos e que ele não falte também
aos organizadores do próximo Encontro
em Coimbra, que desde já se revela
promissor em qualidade científica. E
do Epicentro Sul, fazendo ponte para
as Beiras: Bem hajam!
2) Manteve as actividades de
atendimento não directo ao público
(telefónico e correio) e realizou os
primeiros contactos com associados
interessados na formação dos
primeiros Grupos de Ajuda Mútua
(GAM).
3) Contratou duas psicólogas em
tempo parcial para integrar as
actividades de divulgação do Epicentro
e facilitação dos GAM.
4) Foram constituídos dois Grupos
de Ajuda Mútua de Pessoas com
Epilepsia e outro de Pais e de Familiares
de pessoas com epilepsia após um
encontro plenário de elementos
potencialmente interessados em
constituir grupos, realizado a 19 de
Junho no Centro Social de Juventude
do Feijó.
5) Prosseguiu a realização de Reuniões
com Educadores, Professores do Ensino
Básico e Especial e Alunos do
Secundário .
Assim, a 30 de Abril realizou em
Marvão, em colaboração com o
Agrupamento de Escolas de Portagem
e Equipa de Apoios Educativos de
Portalegre e de uma Pediatra do
Hospital de Portalegre, um Seminário
sobre “Escola e Epilepsia” que incluiu
Professores do Ensino Geral e Especial,
Fisioterapeutas, Terapeutas de Fala,
Enfermeiros e alguns Pais e utentes
da Cerci do Distrito de Portalegre.
Do programa constaram: Um vídeo
formativo sobre Crises e Epilepsias.
Resposta às perguntas: Como actuar
perante uma crise? O que não é
Epi lepsia? E a inda : Aspectos
psicológicos relacionados com a vivência
das crises. Na segunda parte foram
apresentados pelos organizadores
locais e discutidos numa abordagem
clínica, psicológica e terapêutica
multidisciplinar a situação de três
jovens com epilepsia, utentes daquela
escola e da Consulta de Pediatria do
Hospital de Portalegre.
A 14 de Maio, dinamizou uma Sessão
sobre Epilepsia em Crianças e Jovens,
na Escola Secundária Manuel
Cargaleiro no Fogueteiro-Almada-, em
colaboração como o seu Clube Saúde
e o Gabinete de Orientação Escolar.
Esta sessão destinou-se a professores
e a alunos do 10 e 11º anos de
escolaridade.
A 19 de Junho promoveu o encontro
“ Um dia com...as Epilepsias” no Hotel
da Cartuxa em Évora em colaboração
com os neurologistas Dra. Rita Silva
e Dr. José Moniz do Hospital de Évora,
destinado a clínicos de Medicina
Plano de Acção para 2004-06do Epicentro Sul da LPCEcontinuação
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Familiar do Distrito de Évora e a
Internistas, Pediatras, Ginecologistas
e Obstetras daquele Hospital. Do
programa constaram: “Novos
Fármacos Anti-Convulsivantes”,
“Epilepsias Refractárias na Criança”,
“A adolescência e a Epilepsia”, “Mulher
e Epilepsia “, “As Epilepsias no Idoso”.
6) Prosseguiu as actividades de
divulgação da LPCE e de angariação
de sócios , particularmente nas
reuniões e encontros referidos.
Pela Comissão Executiva da
Delegação do Sul
Paula Breia
Plano de Acção para 2004-06do Epicentro Sul da LPCEcontinuação
Fiquei contente por te ver na reunião da Liga e, como só
tens consulta marcada para daqui a muitos meses, escrevo-
te para te transmitir essa alegria.
A Liga tem sido mais uma associação científica do que
uma associação de defesa dos interesses dos doentes
mas ambas as funções são importantes.
Fala-se agora em criar uma nova associação (juntando
doentes, familiares e mais pessoas interessadas)
especialmente dedicada para combater a ignorância pública
face às epilepsias e também para prestar serviços que
interessem aos doentes.
É preciso que pessoas como tu se juntem a este movimento.
Pessoas como tu, quero dizer, pessoas que andam bem,
estão medicados e sem crises há longos anos e que acham
até que não precisam de nada de especial. Pessoas como
tu que se diplomaram e que estão na vida profissional
com sucesso e até não gostam que se saiba que têm
epilepsia. Pessoas como tu que trato há tantos anos que
por vezes até parecem meus filhos.
Há muitas coisas para fazer.
Há doentes que, além das crises epilépticas, têm também
outros problemas (dificuldades mentais ou perturbações
motoras) – é natural que esses precisem de mais ajuda
e mesmo de alguns serviços especiais vocacionados para
eles.
Mas os “normais” também devem perceber que uma
associação forte pode exercer um importante papel na
defesa dos seus interesses.
Só um exemplo. Lembras-te daquela vez em que
inesperadamente tiveste uma crise quando ias a conduzir
o teu carro? Nunca percebemos bem a razão pois sempre
afirmaste que não te esqueceste de tomar os comprimidos,
nem houve febres, diarreias ou interferências com outros
medicamentos. Talvez o facto de andares a dormir pouco
tenha ajudado. O certo é que a companhia de seguros não
queria pagar os prejuízos que causaste e foste obrigado,
pela lei e pela prudência, a estar dois anos sem conduzir.
Não achas que seria útil que a “tua” associação tivesse
um gabinete de apoio e aconselhamento para situações
destas e que, de um modo mais geral, fizesse lobby para
que uma pessoa com epilepsia, quando impedida de conduzir,
pudesse ter direito a algumas isenções ou modificações
do seu estatuto profissional ou, talvez, do seu regime
fiscal?
A nova associação precisa de pessoas como tu. Precisa
de gente nova com ideias novas. Já somos muitos mas
podemos ser muitos mais e juntos podemos fazer dela
uma verdadeira agência que represente todo o tipo de
pessoas afectadas – seja em que grau for – pelas epilepsias.
Recebe um abraço amigo do teu
Médico
(como todas as anteriores cartas, também esta é totalmente inventada)
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Carta para um doentePor Dr. Rosalvo Almeida
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