avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

82
I UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CI˚NCIAS DA SADE DEPARTAMENTO DE CI˚NCIAS FARMAC˚UTICAS PROGRAMA DE PS-GRADUA˙ˆO EM CI˚NCIAS FARMAC˚UTICAS Avaliaªo farmacolgica das atividades antiinflamatria, analgØsica e anti-ulcerogŒnica do fitoterÆpico Sanativo Viviane Martins de Arruda Recife, 2008

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Page 1: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

I

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS

Avaliação farmacológica das atividades antiinflamatória, analgésica e

anti-ulcerogênica do fitoterápico Sanativo®

Viviane Martins de Arruda

Recife, 2008

Page 2: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

II

Viviane Martins de Arruda

Avaliação farmacológica das atividades antiinflamatória, analgésica e

anti-ulcerogênica do fitoterápico Sanativo®

RECIFE 2008

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas.

Orientador: Prof. Dr. Almir Gonçalves Wanderley

Co-orientadora: Profa. Dra. Simone Sette L. Lafayette

Page 3: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

III

Arruda, Viviane Martins de

Avaliação farmacológica das atividadesantiinflamatória, analgésica e anti-ulcerogênica dofitoterápico Sanativo / Viviane Martins de Arruda. �Recife : O Autor, 2008.

XIV+ 68 folhas. fig., tab.

Dissertação (mestrado) � Universidade Federal de Pernambuco. CCS. Ciências da Saúde, 2008.

Inclui bibliografia.

1. Anti-inflamatório. 2. Antinociceptivo. 3. Antiulcerogênico. 4. Sanativo I. Título.

615.276 CDU (2. ed) UFPE 615.329321 CDD (22.ed.) CCS2008-124

Page 4: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

IV

Page 5: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

V

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

FARMACÊUTICAS

REITOR:

Prof. Amaro Henrique Pessoa Lins

VICE-REITOR:

Prof. Gilson Edmar Gonçalves e Silva

DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE:

Prof. José Thadeu Pinheiro

VICE-DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE:

Prof. Márcio Antônio de Andrade Coelho Gueiros

CHEFE DO DEPARTAMENTO DO CENTRO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS:

Profa. Jane Sheila Higino

COORDENADOR DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS:

Prof. Pedro José Rolim Neto

Page 6: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

VI

DEDICATÓRIA

Aos meus pais Sônia & Gideoni e

ao meu querido Levi.

Page 7: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

VII

AGRADECIMENTOS Ao meu Deus pelo amor e por sua presença constante em minha vida.

Aos meus pais Gideoni Arruda e Sônia Arruda pelo amor, dedicação e apoio.

Ao querido Levi Luiz pela dedicação, companheirismo e acima de tudo o amor.

Às minhas irmãs Gilva, Gilvania, Alessandra, Elisangela e Soni pelo apoio e amizade.

Aos meus avós Francisco Joventino (in memorian) e Maria Arruda; José Martins de Souza (in

memorian) e Dulce Martins de Souza pelo amor.

Aos meus sobrinhos Thiago, Graciema Priscilla, Jhoyce e Gabriel Henrique pelo carinho e

companheirismo.

Ao professor e orientador Almir Gonçalves Wanderley pela oportunidade e dedicação ao seu

trabalho.

A Érick Ramo pela força e mão amiga no momento certo.

A João Henrique Costa-Silva companheiro no laboratório e por todo ensinamento e atenção.

Às professoras Simone Sette e Maria do Carmo Araújo Fraga pela atenção constante.

Aos técnicos e funcionários Rejane Souza, Zenira, Nielson e Fredson pelo apoio nos

trabalhos experimentais.

Aos amigos, pesquisadores e companheiros do laboratório Alice Valença, Ana Gusmão,

Bruno Almeida, Carolina Medeiros, Carlos Brasileiro, Cristiano Lima, Daniela Carvalho,

Diana Falcão, Eduardo Gonçalves, Érick Ramo, Gustavo Dimech, Iggor Macêdo, Joana

Vilar, João Henrique, Juciene Rodrigues, Júlia, Leonardo Yukio Asano, Larissa Farjado,

Liliane Lima, Márcia Brasil, Mariana Lyra, Marianni Karla, Mirtes Gonçalves, Pablo Ferreira

e Regimara Oliveira pela dedicação aos trabalhos realizados no Laboratório de Farmacologia

e Toxicologia Pré-Clínica de Produtos Naturais e Bioativos.

Ao Laboratório Pernambucano Ltda. (Laperli) pelo apoio na pesquisa.

A todos os professores, colegas de graduação e pós-graduação do Departamento de Ciências

Farmacêuticas da Universidade Federal de Pernambuco.

Aos professores e funcionários do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da

Universidade Federal de Pernambuco.

A todos que de alguma forma contribuiu para a realização deste trabalho.

Page 8: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

VIII

SUMÁRIO Página

LISTA DE TABELAS..................................................................................................XI

LISTA DE FIGURAS.................................................................................................XII

RESUMO......................................................................................................................XIII

ABSTRACT. ...............................................................................................................XIV

1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................01

2. REVISÃO DE LITERATURA ..............................................................................04 2.1 - Potencial farmacológico dos produtos naturais......................................................05

2.2 - Avaliação farmacológica antiinflamatória, analgésica e antiulcerogênica..........05

2.2.1 - Atividade antiinflamatória.....................................................................................05

2.2.1.1 � Inflamação............................................................................................................05

2.2.1.2 - Principais metabólitos secundários com ação antiinflamatória.............................07

2.2.2 - Atividade analgésica...............................................................................................08

2.2.2.1 � Dor........................................................................................................................08

2.2.2.2 - Modelos de nocicepção.........................................................................................09

2.2.3 - Atividade antiulcerogênica....................................................................................10

2.2.3.1 � Ulcerogênese.........................................................................................................10

2.2.3.2 - Modelos de ulcerogênese......................................................................................11

2.3 - O Fitoterápico Sanativo®.........................................................................................12

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan

Botânica................................................................................................................................12

Fitoquímica...........................................................................................................................13

Page 9: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

Página

Farmacologia e Toxicologia.................................................................................................14

Schinus terebinthifolius Raddi

Botânica................................................................................................................................15

Fitoquímica...........................................................................................................................16

Farmacologia e Toxicologia.................................................................................................17

Physalis angulata Linné

Botânica................................................................................................................................18

Fitoquímica...........................................................................................................................19

Farmacologia e Toxicologia ................................................................................................19

Cereus peruvianus Miller

Botânica................................................................................................................................21

Fitoquímica...........................................................................................................................21

Farmacologia e Toxicologia ................................................................................................22

3. OBJETIVO

3.1 � GERAL...................................................................................................24

3.2 � ESPECÍFICOS........................................................................................24

Page 10: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

4. ARTIGO I: ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA, ANTINOCICEPTIVA

E ANTIULCEROGÊNICA DO FITOTERÁPICO SANATIVO®...................................26

RESUMO............................................................................................................26

ABSTRACT........................................................................................................27

INTRODUÇÃO..................................................................................................28

MATERIAIS E MÉTODO.................................................................................28

RESULTADOS...................................................................................................31

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES........................................................................31

AGRADECIMENTOS........................................................................................34

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ...................................................................34

5. PRINCIPAIS RESULTADOS E CONCLUSÃO...........................................51

6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................53

Page 11: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

XII

LISTA DE TABELAS

Página

ARTIGO I:

Tabela I: Efeito da administração oral do Sanativo® no volume do edema de pata induzido por carragenina 1% (0,1 mL/pata) em ratos Wistar.........................................42 Tabela II: Efeito da administração oral do Sanativo® no volume do edema de pata induzido por dextrana 1% (0,1 mL/pata) em ratos Wistar.............................................43 Tabela III: Efeito da administração oral do Sanativo® no volume do edema de pata induzido por histamina 0,1% (0,1mL/pata) em ratos Wistar................................. .44 Tabela IV: Efeito da administração oral do Sanativo® nas contorções abdominais induzidas por ác. acético 1% em camundongos...........................................................45 Tabela V: Efeito da administração oral do Sanativo® no tempo de latência ao estímulo térmico (55 ± 1oC) em camundongos............................................................46 Tabela VI: Efeito da administração oral do Sanativo® na lesão gástrica induzida pelo etanol 70% (0,5mL/100g) em ratas Wistar..........................................................47

Page 12: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

XIII

LISTA DE FIGURAS Página

ARTIGO I

Figura 1:Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e indometacina (indomet) no edema de pata de rato induzido por carragenina 1%.Os resultados representam as médias ± e.p.m. dos edemas nos intervalos (n= 9-12 /grupo)................................................48 Figura 2: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e hidroxizina (hidroxiz) no edema de pata de rato induzido por dextrana 1%.Os resultados representam as médias ± e.p.m. dos edemas nos intervalos (n= 9-12 /grupo) ..............................................48 Figura 3: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e hidroxizina (hidroxiz) no edema de pata de rato induzido por histamina 0,1%. Os resultados representam as médias ± e.p.m. dos edemas nos intervalos (n= 6-10 /grupo) ...............................................49 Figura 4: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e indometacina (indomet.) nas contorções abdominais induzidas por ác. acético 1% em camundongos. Os resultados representam as médias ± e.p.m. dos edemas nos intervalos (n=8-9 /grupo) .............49 Figura 5: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e fentanil no tempo de latência de camundongos ao estímulo térmico (55 ± 1oC). Os resultados representam as médias ± e.p.m. dos edemas nos intervalos (n= 8/grupo) ................................................50 Figura 6: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e ranitidina (Ranit.) na úlcera gástrica induzida por etanol em ratos. Os resultados representam as médias ± e.p.m. (n= 6-8/grupo)......................................................................................50

Page 13: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

XIV

RESUMO O Sanativo® (SAN) é um medicamento fitoterápico constituído pela associação de extratos

hidroalcoólicos do angico - Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan (20%), aroeira - Schinus

terebinthifolius Raddi (20%), camapu - Physalis angulata Linné (1,7%) e mandacaru - Cereus

peruvianus Miller (1,7%). Particularmente na região Nordeste do Brasil seus constituintes são

empregados na medicina popular no tratamento de feridas, queimaduras, processos

inflamatórios e infecciosos, gastrites e úlceras gastroduodenais e hemorragias. Em trabalhos

anteriores foi demonstrada sua eficácia como cicatrizante em feridas abertas e a segurança de

uso em roedores. O objetivo desse estudo foi validar as ações antiinflamatória, analgésica e

antiulcerogênica do fitoterápico. Para tanto, os efeitos do SAN foram investigados em

modelos de inflamação aguda (edema de pata induzido por carragenina, dextrana e histamina),

algesia (contorções abdominais por ác. acético e placa quente) e de úlcera induzida por etanol.

Os resultados mostram que no edema por carragenina foi observada uma inibição no pico

máximo nos grupos SAN (200 e 400 mg/kg) e indometacina (10mg/kg) de respectivamente

37; 43 e 63%. No edema por dextrana, aos 30 e 60 minutos houve redução estatística que

variou de 23 a 54% em todas as doses do SAN e a dose intermediária (200mg/kg) produziu

diminuição que variou entre 41 e 52%. Enquanto que no edema por histamina, a menor dose

(50mg/kg) produziu inibição que variou entre 47 e 66%. O estímulo nociceptivo (contorções

abdominais) por ác. acético foi reduzido para 42, 32, 53% respectivamente para os grupos

tratados com SAN (50, 100 e 200mg/kg). O tempo de resposta ao estímulo térmico foi

aumentado no grupo SAN (200mg/kg) em 46, 48, 49 e 65% em relação ao grupo controle. A

área da lesão gástrica induzida pelo etanol foi inibida em 68, 88, 93% respectivamente nos

grupos tratados com SAN (50, 100 e 200mg/kg). Desta forma, conclui-se que o Sanativo®

possui ação antiinflamatória, analgésica e antiulcerogênica.

Palavras-chave: Sanativo®, atividade antiinflamatória, antinociceptiva, antiulcerogênica.

Page 14: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

XV

ABSTRACT

The Sanativo® (SAN) is a herbal drug formed by the association of hydroalcoholic extracts of

angico - Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan (20%), aroeira - Schinus terebinthifolius

Raddi (20%), camapu - Physalis angulata Linné (1,7%) and mandacaru - Cereus peruvianus

Miller (1,7%). Particularly in the Northeast region of Brazil its constituents are employed in

popular medicine to treat wounds, burns, infectious and inflammatory processes, gastritis and

ulcers gastroduodenal and bleeding. In previous study has demonstrated its effectiveness as

healing in the open wounds and safety of use in rodents. The objective of this study was

validate the actions antiinflammatory, analgesic and antiulcerogenic of herbal product

Sanativo®. Thus, the effects of the SAN were investigated in models of acute inflammation

(carrageenin, dextran and histamine-induced paw oedema), pain (acetic acid-induced writhing

and hot plate) and ulcer induced by ethanol. The results show carrageenin-induced oedema an

inhibition in the maximum in groups SAN (200 and 400 mg/kg) and indomethacin (10mg/kg)

of 37, 43 and 63% respectively. The dextrana-induced oedema, at 30 and 60 minutes was

statistics reduced between 23 and 54% for all doses of SAN and the dose (200mg/kg)

produced decrease between 41 and 52%. While, histamine-induced oedema, the lowest dose

(50 mg/kg) produced inhibition between 47 and 66%. The stimulus nociceptive (abdominal

contortions) by acetic acid was reduced to 42, 32, 53%, in the groups treated with SAN (50,

100 and 200mg/kg), respectively. The latency time to the thermal stimulus was increased in

the group SAN (200mg/kg) in 46, 48, 49 and 65% in the control group. The area of gastric

damage induced by ethanol was inhibited in 68, 88, 93% in the groups treated with SAN (50,

100 and 200mg/kg), respectively. Thus, it is suggested, that Sanativo® has antiinflammatory

action, analgesic and antiulcerogenic.

KEY WORDS: Sanativo , antiinflammatory activity, antinociceptive, antiulcerogenic.

Page 15: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

1. Introdução

Page 16: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

2

1. Introdução

A utilização de produtos naturais, particularmente da flora, com fins medicinais nasceu

com a humanidade. Indícios do uso de plantas medicinais e tóxicas foram encontrados nas

civilizações mais antigas, sendo considerada uma das práticas mais remota utilizada pelo

homem para cura, prevenção e tratamento de doenças (VEIGA JUNIOR e PINTO, 2005),

servindo como importante fonte de composto biologicamente ativo (ANDRADE et al., 2007).

Segundo relatos, há mais de 3000 anos a.C. já havia o cultivo e uso de plantas

medicinais que atualmente são utilizadas com eficácia na medicina popular e por laboratórios

farmacêuticos (RODRIGUES e CARVALHO, 2001). Evidencia-se que, já no período

Neolítico, utilizava-se ervas aromáticas em culinária e medicina (BERWICK, 1996). Sendo o

descobrimento das propriedades curativas das plantas considerado, no início, meramente

intuitivo ou, pela observação dos animais quando doentes que buscavam nas ervas a cura para

suas afecções (OLIVEIRA e SILVA, 1994). Desta forma, o uso popular das plantas

medicinais foi crescendo de geração a geração e, a partir do desenvolvimento da química

orgânica, tornou-se possível isolar os princípios ativos das plantas, obtendo substâncias ativas

(TUROLLA e NASCIMENTO, 2006).

Até o século XIX, os recursos terapêuticos eram constituídos predominantemente por

plantas e extratos vegetais, o que pode ser ilustrado pelas Farmacopéias da época. Assim, na

Farmacopéia Geral para o Reino e domínios de Portugal (1794), entre os produtos chamados

simplices constam 30 produtos de origem mineral, 11 produtos de origem animal e cerca de

400 espécies vegetais. Ou seja, as plantas medicinais e seus extrativos constituíam a maioria

dos medicamentos, que naquela época pouco se diferenciavam dos remédios utilizados na

medicina popular (SCHENKEL et al., 2000).

No Brasil, a utilização de plantas para o tratamento de doenças apresenta fundamental

influência da cultura indígena, africana e, naturalmente européia. Os índios utilizavam a

fitoterapia dentro de uma visão mística em que o pajé ou feiticeiro da tribo fazia uso de plantas

entorpecentes para sonhar com o espírito que revelaria a erva ou o procedimento a ser seguido

para cura do enfermo. Os europeus, por meio dos padres da companhia de Jesus, chefiados por

Nóbrega, em 1579, elaboraram receitas chamadas �botica dos colégios�, obtidas a partir de

plantas, para o tratamento de doenças (MARTINS, 1995).

Page 17: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

3

Apesar do grande avanço e evolução da medicina a partir da segunda metade do século

XX, as plantas ainda apresentam uma grande contribuição para a manutenção da saúde. De

acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 65 a 80% da população dos países em

desenvolvimento dependem das plantas medicinais para os cuidados primários com a saúde

(CALIXTO, 2000), utilizando, desta forma, recursos da flora nativa no alívio às enfermidades

(SOUZA e FELFILI, 2006). Entre os principais motivos encontram-se as condições de

pobreza e a falta de acesso aos medicamentos, associados à fácil obtenção e tradição do uso de

plantas com fins medicinais (VEIGA JUNIOR e PINTO, 2005).

Di Stasi (1996) cita que, no Brasil, cerca de 20% da população consome 63% dos

medicamentos disponíveis e o restante encontra nos produtos de origem natural, especialmente

nas plantas, a única fonte acessível de recurso terapêutico. A partir daí observa-se o

crescimento do mercado de fitoterápicos com o uso indiscriminado, baseiado na crença da

ausência de efeitos colaterais, gerando certa preocupação entre os cientistas, que alertam sobre

o grande número de plantas medicinais e chás não licenciados vendidos no mundo (MILLER,

1998), principalmente nas regiões mais pobres do país ou mesmo em grandes centros

brasileiros, onde a comercialização de plantas medicinais é feita sem regulamentação em

feiras livres e mercados populares (MACIEL, PINTO e VEIGA, 2002).

Desta forma, devido à carência sócio-econômica, a fitoterapia é uma alternativa viável

para a maioria dos brasileiros. Se por um lado existe a necessidade de intensificação de

estudos dos potenciais florísticos do Brasil, visando a descoberta ou comprovação de plantas

usadas popularmente, por outro é preciso reverter os conhecimentos adquiridos em benefícios

das pessoas e obter um maior envolvimento da classe médica (ALBUQUERQUE, 1989).

O problema baseia-se no fato de que a maioria dessas plantas é utilizada com base no

seu conhecimento popular (TUROLLA e NASCIMENTO, 2006), observando-se a carência do

conhecimento científico de suas propriedades farmacológicas e toxicológicas (ALICE et al.,

1995). Muitas vezes, entretanto, as propriedades farmacológicas anunciadas não possuem

validação científica por não terem sido investigadas ou comprovadas em testes pré-clínicos e

clínicos, observando-se também escasso conhecimento dos constituintes responsáveis pela

atividade farmacológica (CALIXTO, 2003), ou as possíveis interações que envolvam as

inúmeras moléculas presentes no extrato.

Baseado no contexto observa-se que a avaliação da segurança, assim como a validação

farmacológica dos fitoterápicos deve ser considerada como ponto-chave para o seu uso seguro

pela população na promoção da cura.

Page 18: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

4

2. Revisão de literatura

Page 19: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

5

2. Revisão de literatura

2.1 Potencial farmacológico dos produtos naturais

O surgimento do conceito �natural� em muito contribuiu para o aumento do uso das

plantas medicinais nas últimas décadas. Para muitas pessoas esse conceito significa a

�ausência de produtos químicos�, os quais muitas das vezes podem causar algum dano ou, de

alguma forma, representam perigo. Assim, produtos naturais passaram a ser sinônimo de

produtos saudáveis, seguros e benéficos, o que nem sempre é verdade (MENGUE, MENTZ e

SCHENKEL, 2001).

O termo �produto natural� inclui todos os produtos derivados de fontes naturais, como

planta, animal, microrganismo e fontes minerais (SOEJARTO, 1996). Significante

quantidade de produto farmacêutico sintético ou não-sintético disponível atualmente para uso

clínico é constituído de drogas derivadas de plantas (FARNSWORTH et al., 1985).

Os produtos de origem natural podem ser tão eficazes quanto os produzidos pela

síntese química, contudo a transformação de uma planta em um medicamento deve visar à

preservação da integridade química e farmacológica do vegetal, garantindo a constância de

sua ação biológica e sua segurança de utilização, além de valorizar seu potencial terapêutico;

desta forma, a produção de fitoterápicos requer, primariamente, estudos relacionados aos

aspectos botânicos, agronômicos, fitoquímicos, farmacológicos, toxicológicos, analíticos e

tecnológicos (TOLEDO et al., 2003).

Os produtos naturais, em particular as plantas, contêm inúmeros constituintes e seus

extratos, quando testados, podem apresentar efeitos sinérgicos entre os diferentes princípios

ativos devido à presença de compostos de classes ou estruturas diferentes contribuindo para a

mesma atividade; assim, no estudo da atividade biológica de extratos vegetais é importante a

seleção de bioensaios para a detecção do efeito específico (MACIEL, PINTO e VEIGA,

2002).

2.2 Avaliação farmacológica antiinflamatória, analgésica e anti-ulcerogênica

2.2.1 Atividade antiinflamatória

2.2.1.1 - Inflamação

Page 20: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

6

A inflamação é uma resposta complexa do tecido vivo e vascularizado à estímulo

irritante, sendo freqüentemente associada a dor e envolvendo eventos como retração de

células endoteliais, aumento da permeabilidade vascular e do fluxo sanguíneo local, aumento

da migração de granulócitos e células mononucleares, assim como proliferação de tecido

granulomatoso (ANDRADE et al., 2007).

Inflamação fisiológica ou aguda é uma resposta benéfica do organismo de reparo

tecidual, no entanto, o caráter duradouro do processo pode está relacionado com doenças

auto-imunes ou neoplasias (BALKWILL, CHARLES e MANTOVANI, 2005). A resposta

fisiológica observada no processo inflamatório está relacionada com a liberação de diferentes

mediadores pró-inflamatórios, como aminas biogênicas (histamina e serotonina), cininas

(bradicininas), prostanóides (prostaglandinas), citocinas (TNF-α, IL-1β, IL-6), Fator de

Ativação Plaquetária (PAF) e substância P (KIM et al., 2007; O�SHEA e MURRAY, 2008).

Dentre as diversas metodologias empregadas para pesquisas de novas drogas com

potencial antiinflamatório (como por exemplo, pleurisia induzida por carragenina, ensaio da

mieloperoxidase neutrofílica, indução de granuloma por pellets de algodão) os agentes

flogísticos, indutores do processo inflamatório, como carragenina, dextrana e histamina são

bastante usados em triagem farmacológica para avaliação de substâncias com potencial

antiinflamatório (WINTER, RISLEY e NUSS, 1962).

A carragenina, um polissacarídeo sulfatado de origem vegetal, isolado da alga

Chondrus crispus, é amplamente utilizado como agente edematogênico (EMIM, 1996). O

edema de pata induzido pela administração intraplantar de carragenina é considerado um

modelo padrão de inflamação aguda (KALE et al., 2007), apresentando característica

bifásica: na fase inicial (90-180 min após a indução) observa-se liberação de mediadores

como histamina, serotonina, bradicinina; a segunda fase é mantida pela liberação de

prostaglandinas, PAF, substância P, proteases, citocinas (TNF-α, IL-1β, IL-6, IL-8) e

lisossomos do tecido inflamado (ORHAN et al., 2007), observando-se um pico máximo 3-4h

após da injeção do agente flogístico (EMIM, 1996).

A administração intraplantar de dextrana (homopolissacarídeo extracelular ramificado,

biossintetizado por Leuconostoc mesenteroides, constituída por unidades de D-glicose unidas

por ligações α(1-6) (SOUZA e GARCIA-CRUZ, 2004) induz uma reação edematogênica que

segue uma evolução diferente da observada pela carragenina (ANDRADE et al., 2007),

observando-se uma reação caracterizada pelo extravasamento e formação do edema, como

Page 21: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

7

conseqüência, principalmente da liberação de histamina e serotonina de células mastocitárias

teciduais (VAN WAUVE e GOOSENS, 1989), seguindo uma evolução com pico máximo 2h

após a administração do agente. A administração intraplantar de histamina produz efeitos

vasculares como aumento da permeabilidade e vasodilatação arteriolar (DAUD, HABIB e

RIERA, 2006), observando-se o pico do edema 15-30 minutos após a administração deste

agente flogístico.

Antiinflamatórios são fármacos que podem agir em vários passos do processo

fisiopatológico, podendo inibir a biossíntese de mediadores pela interação direta com

enzimas-chaves (como inibidores da enzima ciclooxigenase), ou reduzindo níveis de

substrato (redução da liberação de ácido araquidônico), adicionalmente podem agir inibindo a

liberação de mediadores estocados (por ex. histamina) ou através da imunoestimulação (por

ex.: maturação de células mielóides ou estimulação de fagocitose), removendo a substância

irritante e diminuindo a agressão tecidual (SAFAIHY e SAILER, 1997).

2.2.1.2 - Principais metabólitos secundários com ação antiinflamatória:

A avaliação do potencial terapêutico de plantas medicinais e seus principais

constituintes (tais como alcalóides, esteróides, triterpenos, taninos, saponinas, flavonóides,

lignanas), têm sido objeto de estudos; avaliando-se as ações farmacológicas através de testes

pré-clínicos com animais, visando possibilidades de futuramente virem a ser aproveitados

como agentes medicinais (CECHINEL-FILHO e YUNES, 1998).

Muitas plantas medicinais usadas popularmente para tratar condições inflamatórias

apresentam triterpenóides exibindo ação antiinflamatória in vivo e in vitro, incluindo

supressão da síntese de prostanóides e citocinas, bem como inibição da atividade enzimática e

peroxidação lipídica. Em geral sesquiterpenos e triterpenos pentacíclicos tem sido reportados

por exibir ação antiinflamatória, antiulcerogênica e antinociceptiva (NAVARRETE, TREJO-

MIRANDA, REYES-TREJO, 2002; FERNANDES et al., 2003; MALHEIROS et al., 2001;

SCHEIDT et al., 2002).

Em trabalho desenvolvido por Jain e colaboradores (1995) foi verificado que os

triterpenos, como ácido masticadienóico e o ácido masticadienólico (schinol), apresentam

atividade antiinflamatória por serem inibidores competitivos específicos da fosfolipase A2.

Flavonóides e alguns compostos triterpênicos têm sido relatados por apresentar efeito

inibitório da enzima lipoxigenase ou ciclooxigenase (NARAYANA et al., 2001; KIM et al.,

2004; ORHAN et al., 2006; KUPELI et al., 2006; GUTIERREZ-LUGO et al., 2004).

Page 22: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

8

Alguns glicosídeos do ácido caféico apresentam seletiva inibição da 5-lipoxigenase, a

qual está relacionada com a biogênese dos leucotrienos, estando estes envolvidos com a

imunorregulação (KIMURA et al., 1987). Plantas ricas em taninos são empregadas

tradicionalmente em doenças como diarréias, hipertensão, reumatismo, hemorragias,

problemas estomacais (azia, náusea, gastrite e úlcera gástrica); problemas renais e processos

inflamatórios em geral (HASLAM, 1996). Saponinas como glicirrizina, (isolada da

Glycirrhiza glabra L.) têm demonstrado importante atividade antiiflamatória (SCHENKEL et

al., 2000). Diversas atividades foram atribuídas as xantonas tais como inibição da agregação

plaquetária e ação antiinflamatória (LIN et al., 1996). Lignanas (como glicosídeo do álcool

di-hidrodicofenil isolada da espécie Plagiorhegma dubium Maxim.) e Neolignanas (como por

exemplo, a magnoshinina, isolada da Magnolia salicifolia Maxim.) demonstraram também

atividade antiinflamatória (MACRAE e TOWERS, 1984).

2.2.2 - Atividade analgésica

2.2.2.1 - Dor

A dor foi conceituada, em 1986, pela Associação Internacional para o Estudo da dor

(IASP), como �uma experiência desagradável, de natureza sensorial, cognitiva e emocional,

associada a dano tissular real ou potencial�. Englobando não apenas a dor inflamatória, mas

também a dor neurogênica (estimulação direta de nociceptores) e a dor neuropática derivada

de anormalidades neurofisiológicas envolvendo fibras sensoriais (LAPA et al., 2003).

Sintomaticamente, a dor pode ser manifestada espontaneamente (dor estímulo-

independente), estimulada por agentes nocivos (hiperalgesia), inócuos (alodínia) ou

estimulada por lesões ou alterações em neurônios sensoriais (dor evocada por estímulo)

(WOOLF e MANNION, 1999). Esta estimulação ocorre nos nociceptores, terminações livres

de fibras aferentes primárias localizadas nos tecidos periféricos, que detectam o estímulo

doloroso com limiar variável de excitabilidade e projetam ao tálamo e córtex cerebral

(CHICHORRO, LORENZETTI e ZAMPRONIO, 2004).

A dor de origem inflamatória é desencadeada por mediadores pró-inflamatórios, como

bradicinina, prostaglandina, substância P e citocinas, que sensibilizam os nociceptores

periféricos polimodais C, com propagação do sinal ao SNC, através de fibras aferentes

primárias C ou A, que entram através do corno dorsal (KUMAZAWA et al., 1996; IKEDA et

al.,2001).

Page 23: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

9

Os potenciais de ação são desencadeados por estímulos previamente sub-limiares

(hiperalgesia); ou estímulos supra-limiares passam a desencadear respostas maiores em

intensidade e/ou duração (alodínia). A hiperalgesia e a alodínia inflamatórias resultam da

atuação de mediadores liberados pelo endotélio vascular, por fibras nervosas sensoriais e

autonômicas, por células inflamatórias locais e migratórias, etc. O primeiro mediador para o

qual se descreveu esta função foi bradicinina. Desde então foram identificados vários outros,

de ação direta ou indireta, dentre os quais estão as prostaglandinas, leucotrienos, serotonina,

adenosina, histamina, interleucinas como TNF-alfa (REICHLING e LEVINE, 1999). Sendo a

sensibilização produzida através da ativação de proteínas kinases, como proteínas kinases C

(PKC), proteínas kinases A (PKA) e kinases ativadoras (SCHOLZ e WOLF, 2002). A

inflamação não é a única circunstância que determina a ocorrência da resposta álgica,

agressões químicas podem atuar diretamente sobre as terminações nervosas determinando

uma resposta conhecida como dor neurogênica. A lesão crônica das fibras nervosas determina

a dor neuropática. A dor traumática decorre de uma injúria mecânica a um sítio determinado,

ao passo que a dor visceral profunda revela o estímulo de fibras sensoriais presentes em

alguns órgãos ou tecidos abdominais (LAPA et al., 2003).

2.2.2.2 � Modelos de nocicepção

Define-se nocicepção como um processo de detecção e sinalização da presença de um

agente nocivo. Diante de um estímulo doloroso mecânico ou térmico, ativam-se os

nociceptores na região atingida, os quais enviam a informação ao cérebro através das fibras C

aferentes. Essa dor, que é denominada fisiológica e que tem por objetivo informar ao corpo

acerca de um perigo, desencadeia um conjunto de fenômenos, entre os quais se encontra o

reflexo de retirada (proteção).

O teste de placa quente é um modelo bastante utilizado para avaliação de drogas com

potencial ação analgésica central (ELHABAZI et al, 2006), permitindo medir o tempo de

reatividade dos animais ao estímulo térmico, sendo assim um modelo sensível para a

detecção de dor aguda e analgesia opióide, bem como vários tipos de reações hiperalgésica de

origem espinhal (BISPO et al, 2001). No entanto apesar de ser utilizada para avaliação de

drogas analgésicas narcótica, outras drogas como sedativos, relaxantes musculares ou drogas

psicomiméticas atuam centralmente, podendo modificar essa resposta biológica (CHOI e

HWANG, 2003).

Page 24: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

10

A administração intraperitonial de substâncias algogênicas em animais de

experimentação é um modelo de nocicepção amplamente utilizado na pesquisa de drogas

analgésica (EMIM, 1996). Injeção subcutânea de substâncias como a formalina, ácido acético

ou capsaicina em animais de experimentação determina o aparecimento de uma gama de

respostas motoras bem caracterizadas, cuja quantificação permite que se avalie a intensidade

da resposta nociceptiva (DUBUISSON e DENNIS, 1977).

A administração intraperitoneal de ácido acético em animais de experimentação,

como camundongos, promove a liberação de substâncias endógenas como aminas biogênicas,

cininas e prostanóides, que estimulam as terminações nociceptivas (WHITTLE, 1964).

A administração subplantar de formalina, em animais, permite a observação de duas

fases distintas de nocicepção devido a diferentes estímulos (HUNSKAAR, FASMER e

HOLE, 1985). A primeira fase relaciona-se com a dor neurogênica, que aparece nos

primeiros 5 minutos após a injeção da formalina, ocorrendo por estimulação química direta

das terminações aferentes nociceptivas. Tal fase é inibida farmacologicamente por agonistas

opióides, sendo também descrita a participação da bradicinina e do sistema taquicininérgico

(CORREA e CALIXTO, 1993). A segunda fase da dor é de origem inflamatória, que aparece

15-30 minutos após a injeção da substância algogênica, estando relacionada a uma resposta

decorrente à liberação de diferentes mediadores pró-inflamatórios, como aminas biogênicas

(histamina e serotonina), cininas (bradicininas) e prostanóides (prostaglandinas); sendo dessa

forma sensível principalmente aos fármacos antiinflamatórios esteroidais e não-esteroidais,

além dos analgésicos opióides (HUNSKAAR e HOLE, 1987).

A modificação farmacológica de qualquer um dos passos do processo inflamatório irá,

logicamente, interferir na resposta final. Esta interferência justifica-se principalmente quando

a inflamação perdeu seu papel protetor ou quando suas manifestações são exacerbadas a

ponto de se tornarem incômodas ou limitantes para o indivíduo. Neste contexto, a dor

inflamatória é o componente da resposta que mais freqüentemente determina a interferência

clínica sobre o processo inflamatório.

2.2.3 - Atividade antiulcerogênica

2.2.3.1 - Ulcerogênese

Fisiologicamente, há um equilíbrio no estômago entre os fatores agressores (HCl,

eletrólitos, fatores intrínsecos, microrganismos, sais biliares, pepsinogênio e pepsina) e os

Page 25: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

11

mecanismos gastroprotetores (muco-bicarbonato e prostaglandinas) (RHOADES e TANNER,

2005), os quais podem ser classificados, pelo local de ação, em mecanismos de proteção pré-

epitelial, epitelial ou subepitelial.

A proteção pré-epitelial é realizada pela barreira muco-bicarbonato que cria um

gradiente de pH favorável a manter neutra a superfície das células epiteliais. A proteção

epitelial é dada pelos surfactantes (fosfolípides anfóteros) que aumentam a hidrofobicidade

das membranas biológicas tornando-as resistentes aos agentes hidrofílicos agressores (como

por ex. ácido acetilsalicílico). Juntamente com os surfactantes, os compostos sulfidrílicos

não-protéicos constituem fatores importantes da proteção epitelial contra radicais livres. A

proteção subepitelial é dada pelo fluxo sangüíneo que suplementa nutriente e oxigênio,

removendo íons hidrogênio e outros agentes nocivos. Sendo atribuído esse controle do fluxo

sanguíneo da mucosa gástrica principalmente às prostaglandinas (FORSELL, 1988).

Desta forma, a úlcera gástrica decorre de um desequilíbrio entre os fatores agressivos

e defensivos, os quais são responsáveis em manter a integridade da mucosa gástrica

(BATISTA et al., 2004; HOLZER, 2000; SCHUBERT, 2000).

2.2.3.2 - Modelos de ulcerogênese

A atividade antiulcerogênica de uma substância pode ser determinada em animais de

experimentação por vários modelos: indução de lesões gástricas por álcool, indução de lesões

gástricas por estresse ou indução de lesões gástricas por medicamentos (ex.: ácido

acetilsalicílico ou indometacina) (HIRUMA-LIMA et al., 2006). Tais modelos são os mais

utilizados porque representam os agentes etiológicos mais comuns envolvidos na patologia da

úlcera gástrica humana.

No modelo de indução de lesões gástricas, observa-se que o álcool, em concentrações

elevadas (70-80%), induz uma proporção significativa de lesões ou úlceras independentes da

secreção ácida, lesando a mucosa gástrica, por uma ação direta sobre o epitélio gástrico

causando peroxidação lipídica (TOMA et al., 2004); o tratamento agudo oral com álcool

causa hiperemia, edema, necrose, hemorragia da submucosa, bem como distúrbios

circulatórios (BATISTA et al., 2004). Os anti-inflamatórios não-esteroidais, como aspirina® e

indometacina, induzem lesões gástricas por inibirem a biossíntese de prostaglandinas (PGE2),

as quais, uma vez presentes, aumentam a secreção de muco no estômago e intestinos e inibem

a secreção ácida estimulada por alimentos, histamina ou gastrina. Já o modelo de úlcera por

estresse envolve mecanismos nervosos centrais, principalmente hipotalâmicos (GLAVIN e

Page 26: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

12

SZABO, 1992). Em todos esses modelos, além de se contar o número de úlceras e medir o

seu tamanho, são avaliadas também, de forma semi-quantitativa, as lesões da mucosa gástrica

que precedem à ulceração. Essas lesões, por não permitirem mensuração direta fácil, são

avaliadas subjetivamente e pontuadas segundo o grau aparente de intensidade e

comprometimento da mucosa. A somatória da pontuação atribuída aos diferentes tipos de

lesão fornece um índice (índice de lesão) que reflete a gravidade da injúria à mucosa gástrica.

2.3 - O fitoterápico Sanativo

O Sanativo é um produto fitoterápico constituído a partir da associação dos extratos

hidroalcoólicos de espécies vegetais nativas da região Nordeste do Brasil. Na sua composição

estão presentes 20% de angico (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan), 20% de aroeira

(Schinus terebinthifolius, Raddi), 1,7% de camapu (Physalis angulata, Linné) e 1,7% de

mandacaru (Cereus peruvianus, Miller). Este produto tradicional, apresentado na forma de

extrato fluido, é produzido desde 1888 pela empresa Laperli (Laboratório Pernambucano

Ltda), tem seu efeito terapêutico relacionado às propriedades farmacológicas apresentadas

pelas espécies vegetais que constituem sua fórmula. O angico, devido sua propriedade

adstringente, tem sido aplicado no tratamento de anginas, diarréias, leucorréias e lesões de

pele (PIO CORREA, 1978; MONTEIRO et al., 2006). A aroeira tem demonstrado ação em

processos inflamatórios e infecções bacterianas (JAIN et al., 1995; MARTINEZ et al., 1996).

O extrato hidroalcoólico da sua entrecasca tem sido empregado no tratamento de feridas da

pele, gastrites, úlceras gastroduodenais e infecções urogenitais (QUEIRES e RODRIGUES,

1998; AMORIM e SANTOS, 2003). O camapu apresenta atividade analgésica, sendo

atribuído ao infuso desta planta propriedades sedativa, antireumática e antiinflamatória

(TOMASSINI et al., 2000; BASTOS et al., 2006). E com o mandacaru procura-se a assepsia

necessária das regiões lesionadas, já que o mesmo tem seu uso popular ligado a ações

detersivas. No conjunto obtém-se um produto indicado no tratamento de feridas,

queimaduras, inflamações de garganta e de tecidos epiteliais lesionados.

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan (angico)

BOTÂNICA

Page 27: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

13

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan é uma árvore nativa das florestas tropicais

da América do Sul, estando amplamente distribuída no Norte da Colômbia e em ampla parte

do Brasil, ocorrendo desde o Maranhão até o Paraná, crescendo em altitudes superiores a

400m (DELGOBO et al., 1998). Esta espécie pertence à família Leguminosae-Mimosoideae

sendo popularmente conhecida como: angico, angico branco, angico vermelho e cambuí-

angico. Em relação às suas características morfológicas, o angico apresenta-se como uma

árvore entre 12-15m, com tronco de 30-50 cm de diâmetro. Suas folhas são compostas

bipinadas, com 15 a 20 jugas, folíolos opostos, de 4-6 mm de comprimento, com 20-80 jugos.

Suas flores são melíferas e florescem a partir do mês de novembro, prolongando-se até

janeiro. A maturação de seus frutos ocorre durante os meses de julho-agosto, produzindo

anualmente grande quantidade de sementes viáveis (LORENZI, 1998).

FITOQUÍMICA

As espécies desse gênero são bem conhecidas por demonstrarem elevadas

concentrações de tanino, particularmente na sua entrecasca e por serem consideradas plantas

com atividades medicinais, dentro da tradição popular (PIACENTI et al., 1999;

GUTIERREZ-LUGO et al., 2004). Segundo Pio Corrêa (1978), essa espécie apresenta em

suas cascas aproximadamente 32% de tanino, sendo este constituinte fitoquímico considerado

o principal responsável pelas atividades terapêuticas da espécie.

Em estudo recente, foi avaliada a concentração de taninos presentes na entrecasca e

nas folhas da Anadenanthera colubrina, em diferentes épocas do ano. Sendo verificado que a

entrecasca e as folhas apresentam maiores teores de taninos (7,2 e 15,3%, respectivamente)

na estação mais seca do ano (MONTEIRO et al., 2006). Em investigação química das partes

aéreas da Anadenanthera colubrina realizada por Gutierres-Lugo e colaboradores (2004) foi

isolado um novo flavonóide chamado anadantoflavona, junto com ele foram encontrados

mais 11 compostos já conhecidos: alnusenol, lupenona, lupeol, ácido betunílico, α-amirina,

β-amirina, β-sitosterol, estigmasterol, apigenina, ácido 4-hidroxibenzóico e ácido cinâmico.

Estudos anteriores realizados por Pachter e colaboradores (1959) revelaram a

presença do alcalóide indólico bufotenina na concentração de 2,1%, em extrato etanólico de

suas sementes. Desta árvore ainda é retirado um exsudato gomoso, conhecido como �goma

arábica�, a qual é empregada na indústria e também contra infecções pulmonares e das vias

respiratórias. Segundo Delglobo e colaboradores (1998) o exsudato gomoso produzido pelo

angico consite em um complexo heteropolissacarídeo ácido formado principalmente por

Page 28: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

14

moléculas de galactose e arabinose, sendo esta estrutura denominada �aragal�. Ele encontrou

ainda a presença de mono e oligossacarídeos como: ramose, arabinose, manose, galactose e

ácido glicurônico (DELGLOBO et al., 1999).

FARMACOLOGIA E TOXICOLOGIA

Algumas atividades medicinais são atribuídas ao angico, sendo a sua entrecasca a

parte mais empregada para esses fins. O decócto obtido da entrecasca desta espécie tem sabor

amargo e adstringente, apresentando propriedades hemostática, depurativa e cicatrizante.

Devido a sua ação adstringente, o angico vem sendo aplicado no tratamento de anginas,

diarréias, leucorréias, gonorréia e ulcerações. O nome angico é comum a várias espécies da

mesma família, todas fornecendo cascas taníferas, com emprego na indústria do curtume

(PIO CORRÊA, 1978).

A utilização do angico por tribos indígenas brasileiras em suas cerimônias místico-

religiosas despertou a curiosidade de pesquisadores quanto à possíveis efeitos narcóticos

relacionados com o uso dessa espécie vegetal. Os índios utilizavam as sementes torradas e

pulverizadas, sendo consumidas na forma de rapé. Foi constatado que as sementes do angico

eram, assim como as demais espécies desta família, ricas no alcalóide bufotenina,

apresentando um rendimento de 2,1% na extração realizada com etanol (PACHTER,

ZACARIAS e RIBEIRO, 1959).

Em trabalho recente realizado por Monteiro e colaboradores (2006) foi quantificado o

conhecimento popular sobre o uso da Anadenanthera colubrina em relação a sua atividade

medicinal. Verificou-se que a sua maior aplicação medicinal está ligado ao tratamento de

problemas respiratórios e de inflamações de um modo geral, sendo a entrecasca a parte mais

utilizada. Em uma avaliação farmacológica inicial dos efeitos do extrato aquoso obtido das

cascas do angico sobre o sistema nervoso central (SNC) de ratos e camundongos observou-se

ações sinérgicas, depressoras, com o pentobarbital sódico, clorpromazina e o diazepam

(SARSUR-NETO et al., 1989).

A anadantoflavona isolada das partes aéreas da Anadenanthera colubrina demonstrou

uma ação inibitória sobre as atividades das lipoxigenases 12 e 15, presentes nas plaquetas e

nos reticulócitos humanos, apresentando valores da Concentração Inibitória média (IC50) de

13 ± 3µM e 17 ± 3µM, respectivamente. A apigenina inibiu seletivamente a atividade da 15-

lipoxigenase, com IC50 de 40 ± 1µM. A lupenona, o lupeol e a α-amirina também

Page 29: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

15

demonstraram relativa atividade inibitória da ação das lipoxigenases (GUTIERREZ-LUGO et

al., 2004).

Em trabalho realizado por Moretão e colaboradores (2003) foi demonstrado o efeito

do �aragal� sobre o sistema imunológico, como potencial modificador da resposta biológica.

A presença de macrófagos ativados com citoplasma aumentado, núcleos grandes, projeções

citoplasmáticas e com maior habilidade de propagação foram observadas tanto em células in

vitro expostas ao �aragal� quanto em células obtidas de animais tratados. No teste in vitro,

82% das células foram ativadas na presença de 300 mg/ml de �aragal�, após 24h de

incubação e de 91% depois de 48h. A ocorrência de macrófagos ativados também ficou

evidente em preparações de células obtidas de ratos tratados com �aragal� nas doses de 100,

250 e 500 mg/kg proporcionando um aumento de 60, 75 e 75% respectivamente na ativação

de macrófagos, caracterizando assim, uma relação tempo e dose-dependente. O tratamento de

camundongos com 50, 100 ou 200mg/kg de �aragal� aumentou o número de células

fagocitárias presentes no exsudato de peritônio em 18, 44 e 88%, respectivamente. O �aragal�

também promoveu um crescimento na produção do Fator de Necrose Tumoral (TNF-α) por

parte dos macrófagos. Macrófagos tratados in vitro por 18h com �aragal� foram capazes de

destruir 180 células de Sarcoma (S-180), isto pode ser constatado pela presença dessas

estruturas no interior do citoplasma dessas células. Na concentração de 100mg/kg, o �aragal�

mostrou atividade antitumoral contra S-180 em ascites ou tumores sólidos, a inibição tumoral

foi de 63 e 38%, respectivamente. (MORETÃO et al., 2004).

Schinus terebenthifolius Raddi (aroeira)

BOTÂNICA

A espécie Schinus terebenthifolius Raddi, é um membro da família Anacardiaceae,

nativa da América do Sul, ocorrendo no Brasil nos estados de Minas Gerais e Bahia até o Rio

Grande do Sul, em diversas formações vegetais. Apresenta várias sinonímias botânicas: S.

acutifólia Engl., S. glazioviana Engl., S. pohliana Engl., S. raddiana Engl., S. aroeira Vell. e

S. mucronulatus M. (PIO CORRÊA, 1978).

No Brasil esta espécie é conhecida popularmente como aroeira, aroeira vermelha,

aroeira mansa, pimenta-do-reino do Brasil, cabuí, fruto de sabiá; �pink peper�, �pink berries�,

nos Estados Unidos; �pfeffer� e �rosa beeren�, na Alemanha; �baies roses de Bourbon� na

França e �aguará-mi-ybá�, no Paraguai (PIERIBATTEST et al., 1981; PIRES et al., 2004).

Page 30: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

16

A aroeira é uma planta comum em beiras de rios, córregos e em várzeas úmidas de

formações secundárias; entretanto, cresce também em terrenos secos e pobres. Sua altura

varia de 5-10m, dotada de copa arredondada, seu tronco é tortuoso, de 30-60 cm de diâmetro,

com casca grossa e fissurada. Pelo porte pequeno, é indicada para a arborização de ruas

estreitas e sob fios elétricos; no entanto, pode causar alergia a pessoas sensíveis que entram

em contato com suas folhas. As suas flores são melíferas, florescendo principalmente durante

os meses de setembro a janeiro e frutifica predominantemente no período de janeiro a julho.

Suas sementes são amplamente disseminadas por pássaros, o que explica sua boa regeneração

natural (LORENZI, 1998).

FITOQUÍMICA

O emprego de diferentes partes da aroeira tem sido relatado na medicina tradicional

de vários países. A espécie já foi relativamente bem pesquisada, apresentando amplo número

de trabalhos relacionados à identificação das substâncias presentes na planta, bem como

relacionados à comprovação de suas atividades terapêuticas.

Em trabalho realizado por Campelo e colaboradores (1974), foram isoladas das cascas

da espécie: bauerenona, α-amirina, α-amirenona e ácido terebintefólico. No ano seguinte,

investigando as folhas da espécie os mesmos autores isolaram alguns triterpenos: o ácido 3α-

hidroximasticadienóico, o sitosterol e o simiarenol (CAMPELO e MARSAIOLI, 1975).

Nos frutos da aroeira foram isolados ainda os seguintes componentes: ácido

masticadienóico, hidroximasticadienóico e ácido ursólico (LLOYD et al., 1977). As sementes

moídas da espécie são irritantes de mucosa. Stahl (1982) separou os compostos fenólicos

responsáveis pela ação, através de cromatografia de camada delgada. No ano seguinte, o

cardanol, substância irritante cutânea, foi isolado dos frutos da espécie (STAHL, KELLER e

BLINN, 1983).

No seu óleo essencial foram identificados α-pineno, β-pineno, sabineno, ∆3-careno, α-

felandreno, limoneno, β-felandreno, p-cimeno e terpinoleno, cis-sabinol, carvotanacetona, β-

cariofileno, α e β-cubeneno, simiarenol, simiarenona, α-amirina e α-amirenona (LLOYD et

al., 1977). Em pesquisa realizada por Lawrence (1984) foi verificada a presença de 23

compostos no óleo essencial, não detectados anteriormente. Em outro estudo químico do óleo

essencial dos frutos da aroeira foram identificados os triterpenos: α-pineno, β-pineno, γ-

terpineno, limoneno, α-terpinoleno, anetol, timol, carvacrol e β-cariofileno (SANTOS et al.,

1986).

Page 31: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

17

Queires e colaboradores (1998) demonstraram a variabilidade quantitativa na

distribuição de fenóis totais nos diversos órgãos que constituem a parte aérea da aroeira. Os

valores médios encontrados, com base no peso úmido (P.U.) foram: fruto = 9,5; flor = 43,8;

folha = 40,3; caule-córtex = 32,1 e caule-lenho = 18,1 mg/g P.U.

Na análise obtida a partir do extrato metanólico das cascas do caule da Schinus

terebenthifolius Raddi foi encontrado uma predominância de compostos polifenólicos e

terpenóides. Dentre os polifenóis, confirma-se a existência de forte concentração de taninos

catéquicos, sendo atribuída a estes, boa parte da bioatividade dessa planta (ARAÚJO, 2002).

Em análise fitoquímica mais recente realizada por Lima e colaboradores (2006) no

extrato etanólico obtido da entrecasca da espécie, foram identificadas as presenças de fenóis,

triterpenos pentacíclicos e antraquinonas; na extração com hexano utilizando a mesma parte

da planta, os testes foram positivos para a presença de flavonas, flavonóides, xantonas,

esteróides livres.

FARMACOLOGIA E TOXICOLOGIA

Com relação à avaliação farmacológica da aroeira, verificou-se que o extrato aquoso

obtido das suas folhas apresentou atividade antiinflamatória do tipo não-esteroidal, no

modelo de granuloma induzido por algodão em dorso de rato (MOURELLE et al., 1993).

Em pesquisa desenvolvida por Jain e colaboradores (1995) foi verificado que os

triterpenos, ácido masticadienóico e o ácido masticadienólico (schinol), presentes nos frutos

da aroeira, apresentam atividade antiinflamatória por serem inibidores competitivos

específicos da fosfolipase A2.

O extrato hidroalcoólico obtido das folhas da aroeira apresentou significativa

atividade antimicrobiana frente às bactérias Gram positivas (Staphylococcus aureus) e Gram

negativas (Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa), além de uma ação antifúngica

contra Candida albicans (MARTINEZ et al., 1996; MARTINEZ et al., 2000).

Resultado semelhante foi obtido por Schmourlo e colaboradores (2005), utilizando um

extrato aquoso obtido a partir das partes aéreas do vegetal (folhas, talos e flores) também

observou uma atividade antifúngica significativa frente à Candida albicans. O extrato

etanólico da entrecasca da espécie demonstrou excelente atividade antibacteriana,

particularmente frente a cepas resistentes de Staphylococcus aureus (LIMA et al., 2006).

Page 32: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

18

A emulsão preparada a partir do extrato hidroalcoólico obtido da entrecasca da

espécie demonstrou significativa atividade cicatrizante e antiinflamatória, frente os modelos

de ferida aberta em dorso de rato e o teste de edema de pata induzido por carragenina,

respectivamente (SILVA, 1999).

Amorim e Santos (2003) em trabalho clínico constataram que o gel vaginal produzido

com aroeira demonstrou-se seguro e eficaz no tratamento da vaginose bacteriana,

promovendo 84% de cura nas pacientes tratadas.

Em relação à avaliação toxicológica, poucas informações são descritas na literatura.

Em trabalho realizado por Ruiz e colaboradores (1996) foi verificada a ausência de efeitos

genotóxicos no extrato hidroalcoólico das folhas da aroeira. Em uma análise preliminar de

toxicidade aguda e dose letal mediana (DL50) dos frutos da aroeira em camundongos, foi

determinada uma DL50 acima de 5000 mg/kg na administração por via oral. Já pela via

intraperitoneal o valor obtido foi de 3500 mg/kg (PIRES et al., 2004). Em estudo realizado

por Araújo (2002) avaliando a toxicidade aguda do extrato metanólico bruto obtido das

cascas da aroeira em ratos, não foi revelado qualquer sinal de toxicidade ou morte

relacionada ao tratamento.

Physalis angulata Linné (camapu)

BOTÂNICA

O gênero Physalis inclui cerca de 120 espécies com caracteres herbáceos e hábitos

perenes, que se distribuem pelas zonas temperadas do mundo principalmente nas Américas

Central e Sul. O nome Physalis é oriundo do grego onde �physa� significa bolha ou bexiga,

referindo-se ao cálice que encerra seus frutos, comestíveis na maioria das vezes

(TOMASSINI et al., 2000; SANTOS et al., 2003).

Sua ocorrência vai do Pará até o Rio de Janeiro, sendo popularmente conhecida no

Brasil por camapu, camabu, camaru, bucho-de-rã, joá ou juá de capote e mata-fome. A

Physalis angulata Linné (P. arenaria Hort., P. dúbia Lk., P. flexuosa Russ., P. ixocarpa

Hort., P. linkiana Ness) é uma erva ramosíssima de caule verde, flores amarelas, pequenas,

sem mácula e com anteras azuladas ou viláceas; frutos baga verde-amarelado, semente

rufescente com minúsculas pontuações (PIO CORRÊA, 1978).

Page 33: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

19

FITOQUÍMICA

No gênero Physalis são encontradas uma variável e extensa presença de constituintes

químicos, incluindo flavonóides simples ou glicosilados (campferol, quercetina, rutina, com

uma, duas ou três unidades de açúcares), esteróides (β-sitosterol, estigmasterol, campestrol,

24-metileno-colesterol, dentre outros); ácidos graxos de cadeia linear (C6 a C24),

hidroxilados, epoxidados; carotenóides; ácido ascórbico e alcalóides (BASEY, MCGAW e

WOOLLEY, 1992; TOMASSINI et al., 2000).

Em pesquisa desenvolvida por Shingu e colaboradores (1992) foram obtidas do

extrato metanólico das folhas e do caule da Physalis angulata Linné três vitaesteróides

denominadas de fisagulinas A, B e D.

As fisalinas correspondem ao grupo de moléculas que têm sido isoladas em maior

quantidade e variedade da Physalis sp. Estas foram caracterizadas como derivados esteroidais

do tipo 13,14-seco-16, 24 ciclo ergostano, carbonilados em C-15 (VASINA,

MASLENNIKOVA e ABUBAKIROV, 1986; MAKINO et al., 1995).

FARMACOLOGIA E TOXICOLOGIA

A seiva produzida pela espécie é calmante e depurativa, útil contra reumatismo, e os

frutos são comestíveis desobstruentes, resolventes e diuréticos (PIO CORRÊA, 1978).

A presença da acetilcolina foi observada nos frutos da Physalis angulata, sua

identificação foi baseada nas seguintes observações: contração isotônica no reto anterior do

sapo, efeito inotrópico negativo no coração isolado de sapo e contração isotônica no jejuno de

rato (MELO e AFIATPOUR, 1985).

Um novo flavonóide glicosilado, o miricetin-0-neoesperidosídeo foi isolado do extrato

metanólico das folhas do camapu. Este composto apresentou uma notável citotoxicidade in

vitro contra as células P-388 na leucemia, frente as KB-16 da nasofaringe no carcinoma

epidermóide e nas A-549 no adenocarcinoma de pulmão com valores da Dose Efetiva média

(DE50) de 0,048; 0,50 e 0,55 µg/mL-1, respectivamente (ISMAIL e ALAM, 2001).

Em pesquisa desenvolvida por Soares e colaboradores (2003) foi demonstrado que as

fisalinas purificadas de extratos da Physalis angulata apresentaram atividade supressora em

culturas de macrófagos estimuladas com lipopolissacarídeos e interferon-γ. A administração

das fisalinas B, F ou G preveniu a morte induzida em camundongos após a injeção letal de

Page 34: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

20

lipopolissacarídeos. Estes resultados demonstraram que estas substâncias são potentes

imunomoduladores.

O extrato hidroalcoólico obtido das folhas do camapu foi testado in vitro, quanto a sua

possível ação contra a Neisseria gonorrhoeae penicilino-resistentes. A espécie apresentou um

halo de inibição de aproximadamente 9 mm frente às cepas desse microrganismo

demonstrando assim sua efetividade no tratamento da gonorréia (CÁCERES et. al, 1995).

Em estudo realizado por Drummond e colaboradores (2000) foi avaliada a atividade

antimicrobiana dessa espécie. Foram utilizados extratos e frações de extratos obtidos dos seus

frutos e raízes, sendo verificado que as frações do extrato obtidas com butanol, diclorometano

e acetato de etila apresentaram atividade frente à cepa ATCC 6538 de Staphylococcus aureus,

quando comparados ao controle. O potencial antibacteriano do extrato metanólico obtido das

flores da espécie foi evidenciado contra a cepa da bactéria Streptococcus mutans, uma das

principais causadoras da cárie dentária (HWANG, SHIM e CHUANG, 2004).

Em outro trabalho, verificou-se que os extratos aquosos e metanólicos da Physalis

angulata, Linné inibiram o crescimento de Staphylococcus aureus e Escherichia coli

(SANCHES et al., 1997, SILVA et al., 1999). No ensaio de difusão em meio Ágar, a fisalina

B (200 µg/mL) isolada da Physalis angulata, provocou uma inibição de 80% sobre o

Staphylococcus aureus Linné (SILVA et al., 2005).

Uma atividade tripanossomicida presente nos extratos de Physalis angulata Linné foi

descrita por Freiburghaus e colaboradores (1996). Os autores apresentaram em seus

resultados um IC50 abaixo de 1mg/mL, mostrando assim um índice de seletividade superior a

produtos farmacêuticos aplicados nas tripanossomíases. Extratos utilizando acetona, acetato

de etila e metanol a partir das folhas, talos e raízes da espécie, foram analisados quanto as

suas atividades contra a Biomphalaria tenagophila, todos demonstraram resultados positivos

para a atividade moluscicida (SANTOS et al., 2003).

Em trabalho realizado por Choi e Hwang (2003) foi demonstrado que o extrato

metanólico das flores da P. angulata, exibiu ação antiinflamatória frente ao modelo de edema

de pata induzido por carragenina, no edema de orelha induzido por ácido araquidônico e na

artrite induzida por formaldeído, bem como propriedades antialérgicas na reação de

hipersensibilidade por contato induzido por 2,4-dinitrofluorbenzeno. O extrato aquoso obtido

das raízes dessa espécie produziu marcante ação antinociceptiva na dor visceral induzida por

ácido acético, como também na dor produzida em processo inflamatório induzido por

formalina. O tempo de latência dos animais tratados com o extrato foi significantemente

aumentado no ensaio de chapa aquecida, caracterizando sua ação analgésica (BASTOS et al.,

Page 35: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

21

2006). O extrato etanólico preparado, utilizando a planta inteira apresentou uma significativa

atividade antihepatoma frente às células de hepatoma humano Hep G2, Hep 3B e

PLC/PRF/5, além de não causar efeitos citotóxicos em células (BALB/C) saudáveis de fígado

de ratos (WU et al., 2004).

Cereus peruvianus Miller (mandacaru)

BOTÂNICA

Cereus peruvianus Mill. é uma espécie pertencente à família das Cactáceas, sendo

popularmente conhecida no Brasil por mandacaru e urumbeva; �torch thistle�, na Inglaterra e

�cierge du perou�, na França. As cactáceas são plantas características de regiões áridas e

desérticas, desta forma estão amplamente presentes na vegetação de caatinga característica do

semi-árido do Nordeste do Brasil. Mandacaru é uma planta arborescente, alcançando até 8m

de altura, de ramos lenhosos em forma de candelabro, sulcados e com acúleos agrupados;

flores grandes, brancas ou róseas, com sépalas verdes. Sua ocorrência estende-se desde o

Piauí até São Paulo e Mato Grosso. Ocupa o segundo lugar entre os cactos gigantes.

Apresenta a variedade variegatus Hort, que se distingue por ter manchas amarelas no caule

(PIO CORRÊA, 1978).

FITOQUÍMICA

As cactáceas têm atraído atenção de cientistas devido à ampla variedade de compostos

biologicamente ativos, como alcalóides, saponinas, esteróides, triterpenos, glicosídeos,

gorduras, óleos e ceras presentes nestas espécies (HUGHES, RAMOS e MOYNA, 1980;

OLIVEIRA e SILVA, 2003).

A maioria das plantas xerófitas produz sementes que são excelentes fontes de óleo. Da

mesma forma, a cutícula que envolve a superfície externa dessas plantas é rica em ceras de

ésteres, tornando-as impermeáveis à água. Durante a época das chuvas os cactos absorvem

boa quantidade de água, a qual é conservada em seu interior, a existência desta camada

cerosa que envolve a planta favorece sua sobrevivência frente às condições adversas

encontradas no ambiente desértico (DEMBITSKY e REZANCA, 1996).

Em pesquisa fitoquímica realizada por Kringstad (1980) foi encontrado o ácido

cereptárico, presente, em grande quantidade nessa espécie. No mesmo ano, Kringstad e

Page 36: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

22

colaboradores identificaram na mesma espécie de cactaceae o ácido 2-c-metilaldotetrônico.

No caule da Cereus peruvianus Mill foi identificada ainda, a presença do ácido fórbico

(NORDAL, KROGH e OGNER, 1965).

Em trabalho realizado por Dembitsky e Rezanca (1996) foram detectados vários

compostos presentes nesta cera produzida pela C. peruvianus. Em sua maioria são ésteres

alquilados com cadeia carbônica longa (C26 a C58). Estas ceras esterificadas são compostas

principalmente por álcoois e ácidos graxos. Já foram identificados mais de 600 isômeros

desses ésteres cerídeos presentes nas folhas da espécie. Os mesmos autores dois anos depois

encontraram mais 80 novos ésteres alquilados com cadeia muito longa (C62) presentes na cera

dessa espécie vegetal (REZANKA e DEMBITSKY, 1998).

FARMACOLOGIA E TOXICOLOGIA

A medicina popular tem utilizado a raiz e o caule do Cereus peruvianus como peitoral

para bronquite, cardiotônica, antiescorbútica, cicatrizante, detersiva, vermífuga, contra

perturbações hepáticas e renais, reumatismo, febre gástrica e biliosa, afecções pulmonares,

tosse persistente, úlcera sórdida e tumor glandular (PIO CORRÊA, 1978; SEPLANTEC,

1979).

Com pedaços do caule, cortados transversalmente, faz-se um doce, apreciado no

interior do Brasil. Extraída a casca, é comido cru; em épocas de escassez; nessa ocasião

queimados os acúleos ou espinhos, serve de forragem para o gado. Seu fruto é comestível.

Plantado em linhas a pequenas distâncias um do outro serve para cercar fazendas e pastagens

(PIO CORRÊA, 1978). O fruto produzido pela Cereus peruvianus Mill. tem sido responsável

pelo desenvolvimento de algumas espécies ligadas ao cultivo, manejo e melhor

aproveitamento desta espécie. Isto tem ocorrido principalmente em Israel, já que neste país o

consumo da fruta é bastante apreciado, apresentando uma significativa importância comercial

(NINIO et al., 2003; SITRIT et al., 2004).

Apesar do uso tradicional do fitoterápico Sanativo®, com mais de um século de

comercialização, na literatura inexistem estudos relacionados à comprovação da eficácia

farmacológica antiinflamatória, analgésica e antiulcerogênica da associação das quatro

espécimes vegetais na forma do fitoterápico comercializado. Assim, a avaliação

farmacológica pré-clínica desta formulação deve ser considerada como uma das etapas

importante no processo de validação do seu potencial terapêutico.

Page 37: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

23

3- Objetivo

Page 38: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

24

3- Objetivo

3.1- Geral:

Avaliar o potencial antiinflamatório, antinociceptivo e antiulcerogênico do extrato

seco do fitoterápico Sanativo®.

3.2- Específicos:

! Analisar a atividade anti-edematogênica do fitoterápico Sanativo® através do

modelo de edema de pata induzida por carragenina, dextrana ou histamina.

! Avaliar a atividade analgésica do fitoterápico Sanativo® através modelo de

contorção abdominal induzida por ácido acético e teste de placa quente.

! Investigar o efeito anti-ulcerogênico da administração do Sanativo® pelo

modelo de úlcera induzida pelo álcool.

Page 39: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

4- Artigo I

Page 40: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

26

Atividade antiinflamatória, antinociceptiva e antiulcerogênica do

fitoterápico Sanativo®

Viviane Martins de ARRUDA1; Cristiano Ribeiro de LIMA1, Liliane Bezerra de LIMA1

Iggor Macêdo do Amaral COSTA1, Maria do Carmo C. A. FRAGA2; Simone S. L.

LAFAYETTE1,2 & Almir Gonçalves WANDERLEY1,2*

1Departamento de Ciências Farmacêuticas, (Programa de Pós-Graduação) Universidade

Federal de Pernambuco,

Rua Prof. Artur de Sá, s/n CEP 50740-520, Recife-PE, Brasil. 2Departamento de Fisiologia e Farmacologia, Universidade Federal de Pernambuco,

Av. Prof. Moraes Rego, s/n CEP 50670-901, Recife-PE, Brasil.

___________________________________________________________________________

Resumo

O potencial antiinflamatório, analgésico e antiulcerogênico do fitoterápico composto

Sanativo (SAN) foi validado em modelos de inflamação aguda (edema de pata induzidos por

carragenina, dextrana e histamina), nocicepção (contorções abdominais por ácido acético e

teste de placa quente) e úlcera por etanol. Os resultados mostram que os edemas por

carragenina, dextrana e histamina, foram inibidos entre 23 e 66% pelo tratamento com SAN

(50 a 400mg/kg). A latência ao estímulo térmico foi aumentada entre 46 e 65% no grupo

SAN (200mg/kg). As contorções abdominais e a área da lesão gástrica foram respectivamente

inibidas em 58, 68 e 47% e 68, 88 e 93% nos grupos SAN (50, 100 e 200 mg/kg). Desta

forma, conclui-se que o Sanativo® possui ação antiinflamatória, analgésica e

antiulcerogênica.

Palavras-chave: atividade antiinflamatória, antinociceptiva, antiulcerogênica, farmacologia

pré-clínica, Sanativo®.

Page 41: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

27

Abstract

The potential antiinflammatory, analgesic and antiulcerogenic of herbal drug composed

Sanativo® (SAN) was valited in models acute inflammation (carrageenin, dextran and

histamine-induced paw oedema), nociception (acetic acid-induced writhing and hot plate test)

and ulcer by ethanol. The results show that the oedema by carrageenan, dextran and

histamine, were inhibited between 23 and 66% by treatment with SAN (50 to 400 mg/kg).

The latency time to the thermal stimulus was increased between 46 and 65% in group SAN

(200mg/kg). The acetic acid-induced writhing and gastric damage induced by ethanol was

inhibited in 58, 68 and 47%, and 68, 88 and 93% in groups SAN (50, 100 and 200 mg/kg),

respectively. Thus, it sugest, that Sanativo® has antiinflammatory action, analgesic and

antiulcerogenic.

Keywords: antiinflammatory activity, antinociceptive, antiulcerogenic, pre-clinical

pharmacology, Sanativo®

__________________________________________________________________________

Page 42: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

28

Introdução

O Sanativo (SAN) é um medicamento fitoterápico composto pela associação dos

extratos hidroalcoólicos das espécies vegetais Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan

(angico; 20%), Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira-da-praia; 20%), Physalis angulata

Linné (camapu; 1,7%) e Cereus peruvianus Miller (mandacaru; 1,7%). Este produto é

comercializado desde 1888 principalmente nas regiões norte e nordeste do Brasil

fundamentado no uso tradicional dessas espécies na medicina popular.

O uso etnomedicinal dessas espécies no tratamento e cicatrização de feridas,

queimaduras, processos inflamatórios e infecciosos, gastrites e úlceras gastroduodenais,

hemorragias e outras condições é descrito na literatura (PIO CORRÊA, 1978; RUTTER,

1990; MONTEIRO et al., 2006). De fato, as atividades antimicrobiana (MARTINEZ et al.,

1996; AMORIM e SANTOS, 2003), cicatrizante (SILVA, 1999; NETO et al., 2006;

SANTOS et al., 2006), antiinflamatória (MOURELLE et al., 1993; SILVA, 1999) da Schinus

terebenthifolius; assim como, ações antiinflamatória e analgésica da Physalis angulata

(CHOI e HWANG, 2003; BASTOS et al., 2006) tem sido confirmadas experimentalmente.

A análise fitoquímica da Anadenanthera colubrina revelou na casca do caule um alto

teor (32%) de tanino (PIO CORRÊA, 1978) e nas partes áreas a presença do flavonóide

anadantoflavona, junto com ele foram encontrados mais 11 compostos já conhecidos:

alnusenol, lupenona, lupeol, ácido betunílico, α-amirina, β-amirina, β-sitosterol,

estigmasterol, apigenina, ácido 4-hidroxibenzóico e ácido cinâmico (GUTIERREZ-LUGO et

al., 2004). Enquanto que na entrecasca da Schinus terebenthifolius foram isolados vários

constituintes como taninos (13,9%), óleo essencial (0,12%), resinas e saponinas (BÓRIO,

CECY e YASUMOTO, 1973), além de baurenona, α-amirina, α-amirenona e ácido

terebentifólico (CAMPELO e MARSAIOLI, 1975). Prévios estudos do laboratório mostraram que o SAN possui atividade cicatrizante em

modelo de ferida aberta e baixa toxicidade em ratos (LIMA et al., 2006). Nesse trabalho

buscou-se avaliar o potencial antiinflamatório, analgésico e antiulcerogênico das espécies que

compõe o fitomedicamento Sanativo visando ampliar seu espectro de atividade.

Materiais e método

Material botânico

Os extratos hidroalcoólicos (70º GL) obtidos a partir das cascas do caule (angico e

aroeira a 50%), planta inteira (camapu a 20%) e caule (mandacaru a 20%) foram

Page 43: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

29

concentrados em rotaevaporador e em seguida liofilizados na mesma proporção do produto

acabado (20: 20: 1,7: 1,7% respectivamente, angico: aroeira: camapu: mandacaru), na

empresa TECNAPE-SP. O liófilo foi conservado em temperatura ambiente até sua utilização

e ressuspenso em água destilada em concentrações variando de 2 a 10%.

Animais

Foram utilizados ratos Wistar, Rattus norvegicus var. albinus machos entre 3-5 meses

de idade, provenientes do Biotério do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da

Universidade Federal de Pernambuco e camundongos albino, Mus muscullus, machos, com

90 dias de idade, pesando entre 25 - 30g, provenientes do Biotério do Centro de Pesquisa

Aggeu Magalhães (CPqAM/Fiocruz/UFPE). Os animais receberam água e dieta (Labina®) ad

libitum e antes dos experimentos foram privados de ração por 12h dentro de condições

controles de iluminação (ciclo 12h claro/escuro) e temperatura (22 ± 2°C). O protocolo

experimental foi submetido ao Comitê de Ética em Experimentação Animal (CEEA) da

Universidade Federal de Pernambuco (014114/2007-33).

Edema de pata induzido por carragenina 1%, dextrana 1% ou histamina 0,1%:

Seis grupos experimentais (n=6-12 ratos/grupo) foram tratados por via oral com

Sanativo® (SAN; nas doses de 50, 100, 200 e 400 mg/kg), indometacina 0,1% (10 mg/kg) ou

hidroxizina (70 mg/kg) e veículo (água destilada; 10 mL/kg). Uma hora após o tratamento foi

administrado por via subplantar (s.pl.), na pata direita traseira de cada animal 0,1mL de uma

solução de carragenina 1%, dextrana 1% ou histamina 0,1%; a pata contralateral (controle)

recebeu o mesmo volume de solução salina 0,9% (WINTER, RISLEY e NUSS, 1962).

Imediatamente após a injeção, o volume das patas foi medido através de um

hidropletismômetro (Ugo Basile 7140) em intervalos regulares. O volume (mL) do edema foi

expresso como a diferença entre as patas direita e esquerda.

Contorções abdominais induzidas por ácido acético 1%

Cinco grupos experimentais (n=8-9 camundongos/grupo) ambientados 2h antes do

experimento no laboratório foram tratados por via oral com Sanativo® (SAN, nas doses de 50,

100 e 200 mg/kg), indometacina 0,1% (10 mg/kg) ou veículo (salina, 0,1 mL/10g). Uma hora

após o tratamento foi administrado por via intraperitoneal (i.p.) em todos os animais ácido

acético 1% (0,1mL/10g) diluído em salina (KOSTER, ANDERSON e DE BEER, 1959). Em

seguida, os animais foram transferidos individualmente para caixa de acrílico, com uma das

Page 44: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

30

paredes revestida com espelho, para avaliação do número de contorções abdominais,

caracterizadas por contrações das paredes abdominais seguidas de torções do tronco e

extensão dos membros posteriores (VACHER, DUCHÉNE-MARULLAZ e BARBOT,

1964). O número cumulativo de contorções foi determinado a partir e durante 5 minutos por

um período de 30 minutos.

Teste da placa quente

Quarenta animais distribuídos aleatoriamente em cinco grupos (n=8/grupo) foram

tratados por via oral com Sanativo® (SAN, nas doses de 50, 100 e 200 mg/kg), fentanil (50

µg/kg) ou veículo (salina, 0,1 mL/10g). Os animais foram colocados individualmente numa

placa quente aquecida à 56°C e determinado o tempo de latência que expressa o valor em

segundos da presença do animal sobre a placa até o ato de retirar e lamber as patas (ANKIER,

1974). Foi estabelecido o tempo de permanência máxima na placa de 20 segundos (tempo de

corte) para evitar danos teciduais que poderiam afetar determinações subseqüentes. O tempo

de latência foi obtido 60 e 30 minutos imediatamente antes e até 120 minutos após os

tratamentos.

Lesão gástrica induzida por etanol 70%:

Ratos machos foram randomicamente distribuídos em cinco grupos (n=6-8

ratos/grupo). Os grupos receberam respectivamente por gavagem água da torneira (Controle,

5 mL/kg), ranitidina (50 mg/kg) e Sanativo® (SAN, nas doses de 50, 100 e 200 mg/kg). Uma

hora após o tratamento foi administrado em todos os grupos por via oral, etanol a 70% (1

mL/100g de peso corporal). Decorridos uma hora após a administração do agente lesivo, os

animais foram submetidos à eutanásia por anestesia etérea, em seguida, os estômagos foram

removidos, mantidos em placa de Petri sobre gelo e abertos ao longo da pequena curvatura

(ROBERT et al., 1979). Posteriormente, o conteúdo gástrico foi desprezado, a mucosa

estomacal lavada delicadamente com solução salina e a área (mm2) do corpo gástrico e da

lesão gástrica determinada por planimetria (SARTORI et al., 1999).

Análise estatística

Os valores foram expressos como média ± erro padrão da média (E.P.M.) As diferenças

entre os grupos foram analisadas através da Análise de Variância (ANOVA), seguido por

Newman-Keuls. O nível de significância para rejeição da hipótese de nulidade foi ≥ 5%.

Page 45: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

31

Resultados

Atividade antiedematogênica

A carragenina produziu uma reação edematogênica aguda e progressiva nas patas dos

animais atingindo o pico máximo em 4 horas. Os resultados da tabela I e figura 1 mostram

que nos animais tratados com Sanativo® o edema foi inibido, exceto na menor dose (SAN

100 mg/kg), ao final da 3ª e 4ª hora de administração.

Todas as doses empregadas do SAN (50 a 400 mg/kg) foram efetivas em reduzir a

formação do edema induzido por dextrana aos 30 e 60 minutos. E no grupo tratado (SAN 200

mg/kg) o edema foi inibido em todo o período de tempo analisado (tabela II e figura 2).

Enquanto que no edema por histamina, apenas a menor dose do SAN (50 mg/kg) diminuiu o

edema após 15, 30 e 60 minutos de administração (tabela III e figura 3).

Atividade antinociceptiva

O número de contorções abdominais induzidas por ácido acético nos grupos SAN (50,

100 e 200 mg/kg) foram reduzidas em respectivamente 58, 68 e 47% (tabela IV e figura 4). O

tempo de reação ao estímulo térmico foi aumentado no grupo (SAN 200 mg/kg) em 46, 48,

49 e 65% respectivamente aos 30, 60, 90 e 120 minutos de observação. Nesse último período,

a dose intermediária do SAN (100 mg/kg) produziu aumento de 33% (tabela V e figura 5).

Atividade antiulcerogênica

Os animais tratados com SAN (50, 100 e 200 mg/kg) inibiram respectivamente em 68,

88 e 93% a área da lesão gástrica (tabela VI e figura 6).

Discussão e conclusão

O presente estudo foi idealizado para avaliar o potencial antiinflamatório,

antinociceptivo e antiulcerogênico do fitomedicamento Sanativo®.

O efeito do Sanativo® foi observado inicialmente frente ao edema de pata induzido

por carragenina, o qual é um modelo tradicional e amplamente usado para triagem de drogas

com potencial antiinflamatório. Em ratos, esse edema produz nos primeiros 60-90 minutos a

liberação de histamina, serotonina, Fator de Ativação Plaquetária, substância P e bradicinina.

Em seguida, o edema é mantido pela liberação de prostaglandinas e óxido nítrico produzidos

pelas isoforma induzida da cicloxigenase tipo 2 (COX-2) e óxido nítrico sintase (iNOS)

Page 46: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

32

respectivamente (DI ROSA, GIROUD e WILLOUGHBY, 1971; SEIBERT et al., 1994;

SALVEMINI et al., 1996; NANTEL et al.,1999).

A administração oral do Sanativo® produziu inibição significativa do edema por

carragenina. As doses maiores do Sanativo® (200 e 400 mg/kg) produziram redução do

edema em todo o período experimental. Essa redução foi mais pronunciada nas duas

primeiras horas de observação, diferente do obtido para o grupo que recebeu indometacina,

cuja inibição foi praticamente uniforme. Os resultados apontam para uma possível atividade

anti-edematogênica do Sanativo®. Dados da literatura mostram que o extrato da Schinus

terebenthifolius inibe o edema por carragenina (SILVA, 1999), inibe a inflamação no modelo

de granuloma induzido por algodão e pleurisia por carragenina (MOURELLE et al., 1998) e

que triterpenos isolados dos seus frutos possuem atividade inibitória específica sobre a

fosfolipase A2 (JAIN et al., 1995). Como a primeira hora de resposta ao edema por

carragenina está essencialmente associada à liberação de histamina/serotonina foi investigada

a participação do Sanativo® no edema induzido por dextrana, que possui a capacidade de

liberar esses autacóides de mastócitos de rato (DI ROSA e WILLOUGHBY, 1971; WEST,

1990).

O Sanativo® (50, 100 e 400mg/kg) diminuiu a intensidade do edema aos 30 e 60

minutos após a administração de dextrana. Esse padrão de redução nos grupos que receberam

Sanativo®, exceto a dose de (200mg/kg), também foi distinto do obtido com o anti-

histaminíco hidroxizina, que foi eficaz durante toda a vigência do edema.

Quando o efeito do Sanativo® foi testado diretamente frente ao edema produzido pela

histamina observou-se que apenas a menor dose (50mg/kg) inibiu o edema em todos os

períodos analisados de forma similar ao observado com o padrão hidroxizina.

A inibição do Sanativo® tanto na fase inicial (15-30min) do edema por

dextrana/histamina, como na fase tardia (> 3h) por carragenina assim como a comparação

com o perfil de inibição produzido pelos respectivos padrões hidroxizina e indometacina

revela que o Sanativo® possui características que são distintas de um típico anti-histamínico

H1 ou de um antiinflamatório não-esteroidal (AINEs). Contudo, pode-se especular que o

mesmo possa agir através da inibição de vários mediadores. Assim, uma ação estabilizante de

membrana, por exemplo, especialmente nos mastócitos poderia prevenir a liberação de

histamina/serotonina e justificaria desta forma a inibição da fase recente do edema. Enquanto

que a fase posterior poderia refletir uma provável inibição da liberação de prostaglandinas

e/ou óxido nítrico. As prostaglandinas desempenham um papel importante na resposta

nociceptiva (KOSTER, ANDERSON e DE BEER, 1959); com esse intuito o efeito do SAN

Page 47: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

33

foi investigado nas contorções abdominais induzidas por ác. acético, que além da

prostaglandina, produz a liberação de eicosanóides, aminas simpatomiméticas e citocinas

como o Fator de Necrose Tumoral (TNF-α) e interleucinas 1β e 8 (FERREIRA,

NAKAMURA e CASTRO, 1978; CODERRE, ABBOTT e MELZACK, 1984; DOHERTY et

al., 1985; DUARTE, NAKAMURA e FERREIRA, 1988; SANTOS, VEDANA e FREITAS,

1998; RIBEIRO et al., 2000).

Os resultados sugerem que o Sanativo® possui atividade antinociceptiva, uma vez que

todas as doses (50 a 200 mg/kg) foram efetivas em reduzir a dor visceral produzida pelo

ácido acético. Essa atividade poderia está relacionada à inibição da síntese de prostaglandinas

(FERREIRA, NAKAMURA e CASTRO, 1978) e/ou uma diminuição da sensibilidade dos

receptores nociceptivo periférico (BERKENKOPF e WEICHMAN, 1988). Entretanto, dados

da literatura mostram claramente que vários grupos como antihistamínicos, hipotensores,

estimulantes ou depressores do SNC, além dos antiinflamatórios não-esteroidais e opióides

podem inibir essa resposta nociceptiva (HENDERSHOT e FORSAITH, 1959; COLLIER et

al., 1968; SANTOS, VEDANA e FREITAS, 1998; REICHERT et al., 2001). Nesse sentido,

considera-se que embora o teste de contorções por ácido acético seja sensível para triagem de

drogas com atividade analgésica esse não deve ser assumido como exclusivo para tal classe.

Um possível componente central no efeito antinocipetivo do Sanativo® foi avaliado

através do teste da placa quente. Os dados revelam que os animais que receberam Sanativo®

(200 mg/kg) aumentaram o tempo de resposta em todo o período experimental. Esses

resultados apontam em princípio que o efeito antinociceptivo do Sanativo® nesta dose não

está restrito apenas a inibição do processo inflamatório. Cabe ressaltar, que a latência de

resposta ao estímulo térmico pode ser aumentada não apenas por drogas opióides, mas

também por sedativos, relaxantes musculares e psicomiméticos (EDDY e LEIMBACH,

1953). Porém, em contraste ao efeito da morfina, a indometacina e outros AINEs não tem

nenhum efeito nesse teste (YAMAMOTO e NOZAKI-TAGUCHI, 1996; SANTOS,

VEDANA e FREITAS, 1998).

Existem diversas classes de drogas usadas para o tratamento da úlcera tais como

antiácidos, inibidores da bomba de próton, anti-histamínico H2 e anticolinérgicos. Porém

muitas dessas drogas estão associadas a efeitos colaterais como ginecomastia, alterações

hematopoiéticas, nefrite intersticial aguda (RA e TOBE, 2004), trombocitopenia (ZLABEK e

ANDERSON, 2002), reações de anafilaxia (GONZALEZ et al., 2002), nefrotoxicidade e

hepatoxicidade (FISHER e LE COUTEUR, 2001). Por outro lado, as plantas medicinais têm

Page 48: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

34

se revelado promissora no tratamento de vários tipos de desordens gástricas (BORRELLI e

IZZO, 2000; HIRUMA-LIMA et al., 2002, 2006; ALMEIDA et al., 2003).

O tratamento oral com SAN em todas as doses testadas protegeu de forma bastante

eficiente a lesão da mucosa gástrica produzida pelo etanol sugerindo dessa forma um possível

efeito citoprotetor. Velázquez et al. (2003) mostraram que a Schinus terebinthifolius que é

rica em taninos mostrou atividade antioxidante e antiperoxidação lipídica que poderia

neutralizar a lesão por etanol, uma vez que essa surge a partir de um dano direto nas células

da mucosa gástrica resultando no desenvolvimento de radicais livres de oxigênio (PIHAN,

REGILL e SZABO, 1987) e hiperoxidação de lipídeos (PURUNEN, HUTTUNEN e

HIRVONEN, 1980). Como a Anandenanthera colubrina também é rica em taninos

(MONTEIRO et al., 2006) pode-se por analogia, especular que essas duas espécies de

composição majoritária no Sanativo® poderiam proteger a mucosa da lesão induzida pelo

álcool.

Um dos aspectos interessantes desses resultados é o fato do fitoterápico Sanativo®

possuir atividade antiinflamatória e citoprotetora diferente do observado com as drogas

AINES.

Em resumo, o conjunto dos resultados permite validar o fitomedicamento Sanativo®

como antiinflamatório, analgésico e antiulcerogênico. Entretanto, o mecanismo dessas ações

permanece a ser estabelecido, uma vez que a associação de seus extratos vegetais pode

contribuir de formas distintas ou sinérgicas na dependência do modelo experimental

empregado.

AGRADECIMENTOS

Ao Laboratório Pernambucano (Laperli) por fornecer o Sanativo® e a técnica Rejane Souza

pelo apoio nas pesquisas.

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43

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)

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0,0

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)

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0,0

8 (2

9%)

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Page 58: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

44

Tab

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III:

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Page 59: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

45

Tabela IV: Efeito da administração oral do Sanativo® nas contorções abdominais induzidas por ác. acético 1% em camundongos.

GRUPOS

Dose (mg/kg)

N° de contorções acumuladas

Inibição (%)

Controle

-

41,1 ± 7,7

-

indometacina

10

12,4 ± 4,3*

70

SAN

50

17,1 ± 4,0*

58

SAN

100

13,3 ± 3,0*

68

SAN

200

21,9 ± 7,5*

47

Os dados representam a média ± e.p.m (n=8-9/grupo). *Estatisticamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido de Newman-Keuls, p< 0,05).

Page 60: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

46

Tab

ela

V: E

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)

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)

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)

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)

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100

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%)

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0,4

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)

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0,4

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)

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)

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Page 61: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

47

Tabela VI: Efeito da administração oral do Sanativo® na lesão gástrica induzida pelo etanol 70% (1 mL/100g) em ratas Wistar

GRUPOS EXPERIMENTAIS

Controle ranitidina 50 mg/kg

SAN 50 mg/kg

SAN 100 mg/kg

SAN 200 mg/kg

Área corpo gástrico (mm2) 695,6 ± 24,8 688,0 ± 54,1 695,2 ± 23,7

683,0 ± 22,0

693,5 ± 38,6

Área da ulceração (mm2) 136,0 ± 13,9 61,2 ± 17,1* 44,2 ± 9,7* 16,7 ± 4,1* 9,3 ± 5,0*

Inibição (%) 0 55 68 88 93

Os valores representam as médias ± e.p.m (n=6-8/grupo). *Estatisticamente diferente do grupo controle (ANOVA seguido de Newman-Keuls, p< 0,05); (n=7/grupo).

Page 62: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

48

Figura 1: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e indometacina (indomet) no

edema de pata de rato induzido por carragenina 1%.

Os valores representam as médias ± e.p.m. (n= 9-12/grupo).

*Estatisticamente significante (p < 0,05); ANOVA seguido de Newman-Keuls.

Figura 2: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e hidroxizina (hidroxiz) no

edema de pata de rato induzido por dextrana 1%.

Os valores representam as médias ± e.p.m. (n= 9-12/grupo).

*Estatisticamente significante (p < 0,05); ANOVA seguido de Newman-Keuls.

Page 63: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

49

Figura 3: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e hidroxizina (hidroxiz) no

edema de pata de rato induzido por histamina 0,1%. Os valores representam as médias ±

e.p.m. (n= 6-10/grupo).

*Estatisticamente significante (p < 0,05); ANOVA seguido de Newman-Keuls.

Figura 4: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e indometacina (indomet.)

nas contorções abdominais induzidas por ác. acético 1% em camundongos.

Os valores representam as médias ± e.p.m. (n= 8-9/grupo).

*Estatisticamente significante (p < 0,05); ANOVA seguido de Newman-Keuls

Page 64: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

50

Figura 5: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e fentanil no tempo de latência

de camundongos ao estímulo térmico (55 ± 1oC). Os valores representam as médias ± e.p.m.

(n= 8/grupo). *Estatisticamente significante (p < 0,05); ANOVA seguido de Newman-Keuls.

Figura 6: Efeitos das administrações orais de Sanativo® (SAN) e ranitidina (ranit.) na úlcera

gástrica induzida por etanol em ratos. Os valores representam as médias ± e.p.m. (n= 6-

8/grupo). *Estatisticamente significante (p < 0,05); ANOVA seguido de Newman-Keuls.

Page 65: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

51

5- Principais resultados e conclusão

Page 66: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

52

5- Principais resultados e Conclusão

• Em vista dos resultados observou-se que o fitoterápico Sanativo® possui atividade

antiinflamatória, observada durante todo período experimental pela inibição significativa

da ação edematogênica induzida pela carragenina (doses de SAN 200 e 400 mg/kg),

dextrana (dose de SAN 200 mg/kg) e histamina (dose de SAN 50 mg/kg).

• O Sanativo® possui atividade antinociceptiva periférica e central, observadas pela

inibição da dor visceral produzida pelo ácido acético (nas doses de SAN 50, 100 e 200

mg/kg) e aumento do tempo de resposta ao estímulo térmico, observado na dose de 200

mg/kg.

• A administração do Sanativo® nas doses de 50, 100 e 200 mg/kg apresentou atividade

protetora da mucosa gástrica inibindo significativamente a lesão produzida pelo etanol.

O conjunto dos resultados indica que o fitoterápico Sanativo® possui atividade

antiinflamatória, analgésica e antiulcerogênica.

Page 67: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

53

6- Referências Bibliográficas

Page 68: Avaliaçªo farmacológica das atividades antiinflamatória

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