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Aula 09 Noções de Direito Administrativo p/ INSS - Técnico do Seguro Social - Com videoaulas - 2016 Professor: Daniel Mesquita

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  • Aula 09

    Noes de Direito Administrativo p/ INSS - Tcnico do Seguro Social - Com videoaulas -2016

    Professor: Daniel Mesquita

  • Direito Administrativo p/ INSS Tcnico do Seguro Social.

    Teoria e exerccios comentados.

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    AULA 09: Regimes jurdicos. Deveres. Responsabilidades

    SUMRIO

    1. INTRODUO AULA 09 2

    2. REGIME DISCIPLINAR 2

    2.1 DOS DEVERES 6 2.2 DAS PROIBIES 7 2.2.1 DA ACUMULAO 11 2.3 DAS PENALIDADES 18

    3. DAS RESPONSABILIDADES 42

    3.1 RESPONSABILIDADE CIVIL 42

    3.2 RESPONSABILIDADE PENAL 45

    3.3 RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA 49

    4. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 50

    4.1. PROCESSO SUMRIO 70 4.2. REVISO 73

    5. RESUMO DA AULA 85

    6. QUESTES 99

    7. REFERNCIAS 109

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    1. Introduo aula 09

    Bem vindos nossa aula de Direito Administrativo para o INSS

    Tcnico do Seguro Social.

    Nesta aula 09, abordaremos a matria regime disciplinar;

    responsabilidade civil, criminal e administrativa..

    No se esquea de que, ao final, voc ter um resumo da aula e as

    questes tratadas ao longo dela. Use esses pontos da aula na vspera

    da prova!

    Chega de papo, vamos luta!

    2. Regime Disciplinar

    Voc j sabe que a Administrao goza do poder disciplinar.

    O poder disciplinar um poder-dever que cabe Administrao de

    examinar infraes cometidas por servidores pblicos e demais

    pessoas com vnculo jurdico especfico, sujeitas disciplina

    administrativa. Podendo ainda aplicar penalidades se necessrio aps

    a devida averiguao dos fatos.

    Esse poder disciplinar est intimamente ligado ao poder

    hierrquico. No momento em que a administrao exerce o controle

    interno das pessoas a ela vinculadas, exerce o poder disciplinar em uma

    relao decorrente do poder hierrquico.

    Se aos agentes superiores competem o comando e o dever de

    fiscalizar, resultado natural a possibilidade de exigir o cumprimento

    das ordens e regras legais e, caso no ocorra, aplicar a respectiva

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    penalidade. Assim, para os servidores pblicos, a possibilidade de

    aplicao de sano decorre da existncia de hierarquia.

    Esse poder no abrange as sanes impostas aos

    particulares, uma vez que eles no esto sujeitos disciplina interna da

    Administrao e, nesse caso, as medidas punitivas fundamentam-se no

    Poder de Polcia do Estado.

    Nos contratos administrativos regidos pela Lei n 8.666/93 no h

    hierarquia. Apesar das clusulas exorbitantes nos contratos

    administrativos, a Administrao e o particular contratado no se

    situam em uma relao de subordinao.

    Contudo, as bancas vm adotando cegamente o

    posicionamento doutrinrio de Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino

    de que as sanes administrativas a que se sujeitam os contratados

    decorrem do poder disciplinar, uma vez que este seria um vnculo

    jurdico especfico.

    Por isso, fique atento: para concurso, o poder disciplinar

    fundamenta as sanes aplicadas nos contratos administrativos.

    Normalmente, se diz que o Poder Disciplinar discricionrio. Essa

    afirmao decorre, por exemplo, da margem que o administrador tem

    ao aplicar a pena de suspenso, por exemplo. A lei define que o prazo

    de suspenso de at 90 dias, assim, fica ao juzo discricionrio do

    administrador escolher se aplica 5, 10, 30 ou 90 dias de suspenso ao

    servidor, por exemplo.

    Segundo Fernanda Marinela, contudo, no se pode afirmar que o

    Poder Disciplinar sempre discricionrio. A liberdade e o juzo de valor

    do administrador (= a discricionariedade) esto presentes na amplitude

    da infrao funcional (levando em considerao a natureza e a

    gravidade da infrao e os danos para o servio pblico Exemplo

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    clssico: qual a sano de suspenso ser aplicada? 5 dias, 10 ou 90?),

    na definio de seu contedo (em razo das expresses imprecisas

    contidas na lei), devendo respeitar sempre os princpios constitucionais.

    Contudo, a instaurao do processo, sua construo e a aplicao

    da sano correspondente esto determinadas na lei, no tendo o

    agente pblico liberdade sobre eles. Assim, ao se ver diante de uma

    situao que possa se configurar infrao funcional, o administrador

    tem o dever de determinar a abertura do processo (no h

    discricionariedade aqui, o ato vinculado). Noutro giro, se a lei definir

    que o servidor que praticar crime contra a Administrao sofrer a pena

    de demisso, a deciso do administrador s poder ser a de demitir o

    servidor se o processo demonstrar a ocorrncia de crime.

    Assim, nem sempre o Poder Disciplinar discricionrio.

    Por fora dos princpios da proporcionalidade,

    dignidade da pessoa humana e culpabilidade, aplicveis ao regime

    jurdico disciplinar, no h juzo de discricionariedade no ato

    administrativo que impe sano a Servidor Pblico em razo do

    cometimento de infrao disciplinar, de sorte que o controle

    jurisdicional amplo, no se limitando, portanto, somente aos aspectos

    formais (MS 13.083/DF, STJ Terceira Seo, Rel. Min. Napoleo Nunes

    Maia Filho, julgamento: 13.05.2009, DJe: 04.06.2009) (grifo nosso).

    CUIDADO: Quando o assunto o julgamento pela

    aplicao de pena para crimes e contravenes prprias do Cdigo

    Penal pelo Poder Judicirio, no h manifestao do poder

    disciplinar. Nesse caso, o poder pblico est exercendo poder punitivo

    do Estado e no o poder disciplinar, objetivando a defesa da ordem

    pblica.

    Convm destacar que, diante do fato concreto, possvel a

    tipificao de uma mesma conduta como ilcito civil, administrativo e

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    penal, admitindo-se a instaurao dos trs processos com competncias

    diferentes, os quais se submetem regra da independncia das

    instncias (possibilidade de decises diferentes), salvo casos

    excepcionais.

    A principal possibilidade de comunicao/vinculao entre os

    processos decorre da absolvio penal com o reconhecimento de

    inexistncia de fato e negativa de autoria.

    (...) III A independncia entre as instncias penal, civil e

    administrativa, consagrada na doutrina e na jurisprudncia, permite

    Administrao impor punio disciplinar ao servidor faltoso revelia de

    anterior julgamento no mbito criminal, mesmo que a conduta

    imputada configure crime em tese. Somente em face da negativa de

    autoria ou inexistncia do fato, a senetena criminal produzir

    efeitos na seara administrativa, sendo certo que a eventual extino

    da punibilidade na esfera criminal in casu pela suspenso condicional

    do processo no obsta a aplicao da punio na esfera

    administrativa. Precedentes. IV A sano administrativa aplicada

    para salvaguardar os interesses exclusivamente funcionais da

    Administrao Pblica, enquanto a sano criminal destina-se

    proteo da coletividade. (...) (RMS 18.188/GO, STJ Quinta Turma,

    Rel. Min. Gilson Dipp, julg: 02.05.2006, DJ: 29.05.2006).

    Importante ressaltar, ainda, que o Poder Disciplinar tambm est

    sujeito ao controle pelo Poder Judicirio, sempre que a conduta do

    administrador contrariar a regra legal.

    Embora o Judicirio no possa substituir-se Administrao na

    punio do servidor, pode determinar a esta, em homenagem ao

    princpio da proporcionalidade, a aplicao de pena menos severa,

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    compatvel com a falta cometida e a previso legal (RMS 24.901/DF,

    Rel. Min. Maurcio Corra, DJ: 11.06.2004).

    A Lei 8.112/90 dispe, em linhas gerais, como deve ser exercido

    esse poder disciplinar com relao ao servidor pblico.

    O regime disciplinar encontra previso no ttulo IV da Lei 8.112.

    Os seus captulos dispem: Captulo I- Dos Deveres; II- Das Proibies;

    III- Da acumulao; IV- Das Responsabilidades; V- Das Penalidades.

    Veremos a seguir cada um desses captulos. Alm disso, veremos ainda

    o ttulo V da referida lei, que trata do Processo Administrativo

    Disciplinar.

    2.1 Dos Deveres

    Com relao aos deveres, vale a transcrio do art. 116 da Lei

    8.112/90:

    Art. 116. So deveres do servidor: I - exercer com zelo e dedicao as atribuies do cargo; II - ser leal s instituies a que servir; III - observar as normas legais e regulamentares; IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; V - atender com presteza: a) ao pblico em geral, prestando as informaes requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; b) expedio de certides requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situaes de interesse pessoal; c) s requisies para a defesa da Fazenda Pblica. VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver cincia em razo do cargo; (Vide Lei n 12.527, de 2011) VII - zelar pela economia do material e a conservao do patrimnio pblico; VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartio; IX - manter conduta compatvel com a moralidade administrativa; X - ser assduo e pontual ao servio; XI - tratar com urbanidade as pessoas; XII - representar contra ilegalidade, omisso ou abuso de poder.

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    PRESTE BEM ATENAO PARA O DEVER INSERTO

    NO INCISO IV: CUMPRIR AS ORDENS SUPERIORES, EXCETO

    QUANDO MANIFESTAMENTE ILEGAIS.

    E se o servidor receber uma ordem ilegal o que ele deve

    fazer?

    O servidor no dever cumpri-la e, alm disso, neste momento

    tambm aparece o dever do servidor de representar contra o superior

    que lhe deu a ordem.

    A representao de que trata o inciso XII ser encaminhada pela

    via hierrquica e apreciada pela autoridade superior quela contra a

    qual formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.

    Nenhum servidor poder ser responsabilizado civil,

    penal ou administrativamente por dar cincia autoridade superior ou,

    quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade

    competente para apurao de informao concernente prtica de

    crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em

    decorrncia do exerccio de cargo, emprego ou funo pblica (art. 126-

    A, acrescentado Lei n 8.112/90 pela Lei n 12.527/11). Para vocs

    entenderem, o objetivo desse dispositivo evitar possvel vingana da

    autoridade superior em relao a servidor que a dedurou.

    Cada um dos deveres violados ter uma sano disciplinar,

    observada a previso legal e o devido processo administrativo.

    2.2 Das Proibies

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    Alm dos deveres, a Lei n. 8.112/90 arrola vrias proibies.

    Estas so especficas e a lei comina a sano que dever ser aplicada

    caso o agente incorra em cada uma delas.

    Vejamos a classificao das proibies com modelo semelhante ao

    proposto por Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo:

    1. Proibies que acarretam advertncia (a numerao foi

    feita de acordo com a posio dos incisos):

    Art. 117. Ao servidor proibido: I - ausentar-se do servio durante o expediente, sem prvia autorizao do chefe imediato; II - retirar, sem prvia anuncia da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartio; III - recusar f a documentos pblicos; IV - opor resistncia injustificada ao andamento de documento e processo ou execuo de servio; V - promover manifestao de apreo ou desapreo no recinto da repartio; VI - cometer a pessoa estranha repartio, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuio que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associao profissional ou sindical, ou a partido poltico; VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou funo de confiana, cnjuge, companheiro ou parente at o segundo grau civil; XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

    2. Proibies que se infringidas tm por consequncia a

    suspenso:

    Art. 117. Ao servidor proibido: XVII - cometer a outro servidor atribuies estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situaes de emergncia e transitrias; XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatveis com o exerccio do cargo ou funo e com o horrio de trabalho;

    Lembre-se que, nos casos de reincidncia em que o servidor j

    foi penalizado com a advertncia, a suspeno poder ser aplicada.

    Alm disso, a suspenso de aplicao residual, ou seja, se no

    houver previso de outra penalidade, a suspenso deve ser aplicada.

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    Cometer pessoa estranha repartio o

    desempenho de atribuies caso de advertncia enquanto

    cometer a outro servidor atribuies estranhas ao cargo caso

    de suspenso. Muito cuidado para no confundir!!!

    3. Poder ocasionar a demisso

    Art. 117. Ao servidor proibido: IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da funo pblica; X - participar de gerncia ou administrao de sociedade privada, personificada ou no personificada, exercer o comrcio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditrio; XI - atuar, como procurador ou intermedirio, junto a reparties pblicas, salvo quando se tratar de benefcios previdencirios ou assistenciais de parentes at o segundo grau, e de cnjuge ou companheiro; XII - receber propina, comisso, presente ou vantagem de qualquer espcie, em razo de suas atribuies; XIII - aceitar comisso, emprego ou penso de estado estrangeiro; XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; XV - proceder de forma desidiosa; XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartio em servios ou atividades particulares;

    Perceba que se trata de situaes bem mais graves, em que se

    aplica a pena de demisso, extinguindo-se o vnculo entre o servidor e a

    Administrao Pblica.

    Existem dois casos em que no se aplica a vedao

    do inciso X:

    1) Participao nos conselhos de administrao e fiscal

    de empresas ou entidades em que a Unio detenha, direta ou

    indiretamente, participao no capital social ou em sociedade

    cooperativa constituda para prestar servios a seus membros;

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    2) Gozo de licena para o trato de interesses

    particulares, observada a legislao sobre conflito de interesses.

    1. (2013/CESPE/MPOG/Analista - Negcios) Tendo como

    referncia a Lei n. 8.112/1990, julgue os itens subsecutivos. O

    funcionrio do Ministrio do Planejamento dever manifestar

    claramente, na sua seo, a sua discordncia e seu desapreo aos atos

    que julgue equivocados e tenham sido desenvolvidos pelas chefias do

    rgo.

    RESPOSTA:

    Dentre as proibies da Lei 8.112/90 est: Ao servidor proibido

    promover manifestao de apreo ou desapreo no recinto da

    repartio.

    Gabarito: Errado.

    2. (2013/CESPE/DEPEN/Especialista) Ao servidor pblico

    federal vedado participar de sociedade privada que explore atividade

    econmica.

    RESPOSTA:

    O art. 117. Ao servidor proibido:

    X - participar de gerncia ou administrao de sociedade privada,

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    personificada ou no personificada, exercer o comrcio, exceto na

    qualidade de acionista, cotista ou comanditrio;

    Logo, ele no poder participar de gerncia ou administrao, pois,

    provavelmente, afetaria no seu servio pblico, pois exige um alto grau

    de dedicao. Mas se for somente acionista, cotista ou comanditrio,

    no haver problema.

    Gabarito: Errado

    3. (2013/ CESPE/ IBAMA/Analista Administrativo) De acordo

    com o estatuto do servidor pblico federal, julgue os itens subsecutivos.

    Ao servidor pblico vedado promover manifestao de apreo ou

    desapreo no recinto da repartio.

    RESPOSTA:

    A resposta desta questo est expressa na lei 8112/90. Veja:

    Art. 117. Ao servidor pblico proibido:

    V- promover a manifestao de apreo ou desapreo no recinto da

    repartio.

    Gabarito: Correto

    2.2.1 Da acumulao

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    A regra geral a vedao acumulao. Assim, somente nas

    hipteses expressamente previstas no texto constitucional ser ela

    lcita, mesmo assim, quando houver compatibilidade de horrios.

    1) A compatibilidade de horrios requisito indispensvel para

    o reconhecimento da licitude da acumulao de cargos pblicos. ilegal

    a acumulao dos cargos quando ambos esto submetidos ao regime de

    40 horas semanais e um deles exige dedicao exclusiva (MS

    26085/DF, STF Tribunal Pleno, Rel. Min. Crmen Lcia, julg:

    07.04.2008, DJ: 13.06.2008).

    Entendimento mais recente, mas do STJ:

    2) O art. 37, XVI, da CF, bem como o art. 118, 2, da Lei n

    8.112/90, somente condicionam a acumulao lcita de cargos

    compatibilidade de horrios, no havendo qualquer previso que limite

    a carga horria mxima, diria ou semanal (AgRg no AREsp

    291.919/RJ, STJ Primeira Turma, Rel. Min. Napoleo Nunes Maia

    Filho, julg: 18.04.2013, DJe: 06.05.2013).

    A vedao s existe quando ambos os cargos, empregos ou

    funes forem remunerados. As excees somente admitem dois

    cargos, empregos ou funes, inexistindo qualquer hiptese de trplice

    acumulao, a no ser que uma das funes no seja remunerada.

    I. O acrdo recorrido entendeu que o servidor pblico que

    exerce trs cargos ou empregos pblicos de mdico um no INSS,

    outro na Secretaria Estadual de Sade e Meio Ambiente e outro junto a

    hospital controlado pela Unio, incorre em acumulao ilegal de cargos.

    (...) (RMS 23917/DF, STF Primeira Turma, Rel. Min. Ricardo

    Lewandowski, julg: 02.09.2008, DJe: 18.09.2008).

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    A proibio de acumular estende-se a empregos e funes e

    abrange autarquias, fundaes, empresas pblicas, sociedades de

    economia mista, suas subsidirias, e sociedades controladas, direta ou

    indiretamente, pelo poder pblico.

    Quando houver compatibilidade de horrios, possvel

    acumular, quando o servidor est em atividade nos dois cargos e recebe

    remunerao em ambos ou quando o servidor est aposentado nos dois

    cargos e recebe proventos em ambos:

    1. Dois cargos de PROFESSOR;

    2. Um cargo de PROFESSOR com outro, TCNICO OU

    CIENTFICO;

    Considera-se como cargo tcnico ou cientfico aquele que

    requer conhecimento tcnico especfico na rea de atuao do

    profissional, com habilitao legal especfica de grau

    universitrio ou profissionalizante de segundo grau (RMS 23131/BA,

    STJ Sexta Turma, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julg:

    18.11.2008, DJe: 09.12.2008).

    Para analisar a existncia do carter tcnico de um cargo,

    exige-se, ainda, a observncia da lei infraconstitucional

    pertinente (RE 379060 ED/DF, STF Segunda Turma, Rel. Min.

    Eros Grau, julg: 04.11.2008, DJe: 27.11.2008).

    3. Dois cargos ou empregos PRIVATIVOS DE

    PROFISSIONAIS DE SADE, com profisses

    regulamentadas.

    Lembre-se que, nesses casos, a soma das duas remuneraes

    no pode ultrapassar o teto remuneratrio previsto no art. 37, inciso IX,

    da CF.

    O servidor no poder exercer mais de um cargo em comisso,

    exceto no caso de exerccio interino em outro cargo de confiana, nem

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    ser remunerado pela participao em rgo de deliberao coletiva.

    EXCEO: essa regra no se aplica remunerao devida pela

    participao em conselhos de administrao e fiscal das

    empresas pblicas e sociedades de economia mista, suas

    subsidirias e controladas, bem como quaisquer empresas ou

    entidades em que a Unio, direta ou indiretamente, detenha

    participao no capital social, observado o que, a respeito,

    dispuser legislao especfica.

    O servidor que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando

    investido em cargo de provimento em comisso, ficar afastado de

    ambos os cargos efetivos, salvo na hiptese em que houver

    compatibilidade de horrio e local com o exerccio de um deles,

    declarada pelas autoridades mximas dos rgos ou entidades

    envolvidos.

    Importante notar a existncia, no texto

    constitucional, de outras hipteses em que lcita a acumulao

    remunerada, a saber:

    1. Permisso de acumulao para os VEREADORES, desde

    que haja compatibilidade de horrios e condicionada ao

    limite remuneratrio do art. 37, XI, CF;

    Lembrando que, no caso de mandato eletivo federal,

    estadual ou distrital, no h acumulao de cargos nem

    direito de optar pela remunerao; j no caso de mandato

    de prefeito, embora tambm no possa acumular, pode

    optar pela remunerao que quer receber (OBS: aplica-se a

    mesma regra do prefeito para quando o mandato for de

    vereador e inexistir compatibilidade de horrios).

    2. Permisso para os JUZES exercerem o MAGISTRIO;

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    3. Permisso para os MEMBROS DO MINISTRIO PBLICO

    exercerem o MAGISTRIO.

    A proibio de acumular a mais ampla possvel, abrangendo,

    salvo as excees constitucionalmente previstas, qualquer agente

    pblico remunerado em qualquer poder ou esfera da Federao.

    Quanto ao tratamento dado percepo simultnea de

    remunerao e de proventos de aposentadoria, o art. 37, 10, da

    Constituio Federal, prev que vedada a percepo simultnea

    de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos

    arts. 42 e 142 com a remunerao de cargo, emprego ou funo

    pblica, RESSALVADOS (ou seja, nas hiptese a seguir ser possvel

    a acumulao de aposentadorias):

    1. os cargos acumulveis na forma desta Constituio;

    2. os cargos eletivos; e

    3. os cargos em comisso declarados em lei de livre

    nomeao e exonerao.

    Como se v, um juiz pode ter a aposentadoria de seu cargo de

    juiz e uma de magistrio, pois so cargos acumulveis na atividade.

    Alm disso, entende-se que a soma dessas aposentadorias no pode ser

    superior ao TETO.

    ATENO!!! No se enquadram na proibio de acumulao

    de proventos com remunerao os proventos recebidos em

    decorrncia de aposentadoria obtida pelo regime geral de

    previdncia (RGPS), de que trata o art. 201 da Constituio.

    Assim, ressalvadas as excees analisadas em que a acumulao

    possvel, todas as demais representam conduta ilegal e, tratando-se de

    servidor pblico federal, regido pela Lei n 8.112/90, a conduta

    representa uma infrao funcional grave, punvel com demisso.

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    Para os servidores titulares de cargo no mbito federal, a Lei n

    8.112/90 dispe, em seu art. 132, que a acumulao ilegal de cargos

    infrao funcional punvel com demisso. Detectada a qualquer tempo a

    acumulao ilegal de cargos, empregos ou funes pblicas, a

    autoridade competente notificar o servidor, por intermdio de sua

    chefia imediata, para apresentar opo no prazo improrrogvel de dez

    dias, contados da data da cincia e, na hiptese de omisso, adotar

    procedimento administrativo disciplinar sumrio para a sua apurao e

    regularizao imediata, conforme previso do art. 133, da mesma lei. A

    jurisprudncia do STF tem reconhecido a presuno de m-f do

    servidor que, embora notificado, no faz a opo que lhe compete,

    cabendo, conforme o caso, a pena de demisso (RMS 23917/DF, STF

    Primeira Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julg: 02.09.2008, DJe:

    18.09.2008).

    Antes de encerrar, vale a pena ler os dispositivos da Lei n.

    8.112/90 relacionados acumulao. PRESTE ATENO!

    Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituio, vedada a acumulao remunerada de cargos pblicos. 1o A proibio de acumular estende-se a cargos, empregos e funes em autarquias, fundaes pblicas, empresas pblicas, sociedades de economia mista da Unio, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territrios e dos Municpios. 2o A acumulao de cargos, ainda que lcita, fica condicionada comprovao da compatibilidade de horrios. 3o Considera-se acumulao proibida a percepo de vencimento de cargo ou emprego pblico efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remuneraes forem acumulveis na atividade. Art. 119. O servidor no poder exercer mais de um cargo em comisso, exceto no caso previsto no pargrafo nico do art. 9o, nem ser remunerado pela participao em rgo de deliberao coletiva. Pargrafo nico. O disposto neste artigo no se aplica remunerao devida pela participao em conselhos de administrao e fiscal das empresas pblicas e sociedades de economia mista, suas subsidirias e controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades em que a Unio, direta ou indiretamente, detenha participao no capital social, observado o que, a respeito, dispuser legislao especfica. Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular

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    licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em comisso, ficar afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hiptese em que houver compatibilidade de horrio e local com o exerccio de um deles, declarada pelas autoridades mximas dos rgos ou entidades envolvidos.

    4. (CESPE - 2014 - PM-CE - Oficial da Polcia Militar) A

    proibio de acumular cargos pblicos alcana todos os rgos da

    administrao direta, autrquica e fundacional, no se estendendo

    apenas aos empregos situados nas empresas pblicas, sociedades de

    economia mista e suas subsidirias, cujo pessoal est submetido a

    regime jurdico de direito privado.

    A proibio de acumular estende-se a empregos e funes e

    abrange autarquias, fundaes, empresas pblicas, sociedades de

    economia mista, suas subsidirias, e sociedades controladas, direta ou

    indiretamente, pelo poder pblico.

    Gabarito: Errado.

    5. (CESPE 2013 TRF2 regio Juiz Federal questo

    adaptada). vedada a acumulao remunerada de cargos pblicos,

    exceto quando, havendo compatibilidade de horrios, caracterizar-se

    uma das seguintes situaes: dois cargos ou empregos privativos de

    profissionais de sade; dois cargos de professor; ou um cargo de

    professor com outro de natureza tcnica ou cientfica.

    Nessa questo o Cespe foi um pouco maldoso! O Erro da questo

    muito sutil. O Art 37 CF XVI dispe: vedada a acumulao

    remunerada de cargos pblicos, exceto, quando houver

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    compatibilidade de horrios, observado em qualquer caso o disposto no

    inciso XI:

    a) a de dois cargos de professor;

    b) a de um cargo de professor com outro tcnico ou cientfico;

    c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de

    sade, com profisses regulamentadas.

    O item ento est incorreto.

    6. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo)

    Servidor pblico que ocupe cargo de mdico na administrao direta da

    Unio e cargo de professor em uma universidade pblica federal, ambos

    remunerados, pode, havendo compatibilidade de horrios entre as

    atividades, ocupar outro cargo pblico remunerado de mdico, desde

    que esse cargo se situe no mbito da administrao de um estado-

    membro, do Distrito Federal ou de um municpio.

    Em nenhuma das hipteses que estudamos possvel acumular

    trs cargos. Tal hiptese no est prevista na Constituio. Item

    errado.

    2.3 Das Penalidades

    O servidor estar sujeito s penalidades sempre que descumprir

    suas obrigaes e faltar com seus deveres, devendo ser observado o

    devido processo legal.

    Por devido processo legal se entende tanto a necessidade de se

    observar o procedimento previsto em lei para se aplicar a penalidade

    (no pode o superior hierrquico criar um procedimento para punir um

    subordinado, ele deve seguir o rito que a lei prev) como a necessidade

    de aplicar, to somente, as infraes previstas na lei de acordo com a

    conduta praticada pelo servidor (devido processo legal substancial).

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    Esses postulados decorrem dos seguintes dispositivos do art. 5

    da Constituio de 1988:

    Art. 5 (...) LIV - ningum ser privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;.

    O artigo 127 da Lei n. 8.112/90 prev as penalidades

    disciplinares:

    Art. 127. So penalidades disciplinares: I - advertncia; II - suspenso; III - demisso; IV - cassao de aposentadoria ou disponibilidade; V - destituio de cargo em comisso; VI - destituio de funo comissionada.

    Perceba que o rol traz 6 penas, da mais branda (advertncia) at

    a mais grave (demisso e cassao de aposentadoria ou

    disponibilidade).

    A demisso e a cassao de aposentadoria e da disponibilidade

    so equivalentes, pois no faz sentido aplicar a demisso a um servidor

    que j se aposentou. Nesse caso, o que faz sentido destituir a

    aposentadoria desse servidor, pois ele j no est trabalhando e vai

    passar a no perceber nenhum valor, interrompendo seu vnculo com o

    servio pblico.

    Veja que a remoo de ofcio no uma sano disciplinar e no

    pode ser utilizada para esse fim, sob pena de se caracterizar num

    desvio de finalidade. Nesse passo, vale destacar que o administrador

    no poder inovar nas sanes a serem aplicadas no servidor (no pode

    criar uma nova sano), tal dispositivo numerus clausus.

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    Voc deve ter observado que h uma discricionariedade no grau

    de aplicao da pena, por isso sempre ser analisado a natureza e a

    gravidade da infrao cometida, bem como o princpio da

    proporcionalidade.

    ATENO: Tambm se verifica, ao aplicar a penalidade, o

    tamanho do dano para o servio pblico, as circunstncias

    agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.

    Veja o seguinte dispositivo da Lei n 8.112/90:

    Art. 128. Na aplicao das penalidades sero consideradas a natureza e a gravidade da infrao cometida, os danos que dela provierem para o servio pblico, as circunstncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais. Pargrafo nico. O ato de imposio da penalidade mencionar sempre o fundamento legal e a causa da sano disciplinar.

    Vamos a cada uma das penalidades?

    a) ADVERTNCIA: ser aplicada nos casos que j citamos,

    em situaes em que a repreenso ao servidor deve ser branda, pois o

    fato praticado no grave. Destacamos ainda que a advertncia ser

    por escrito e ficar no banco de dados do servidor at ser cancelada

    aps 3 anos de efetivo exerccio, desde que no praticada nova infrao

    disciplinar. O cancelamento, contudo, no tem efeitos retroativos.

    Confira o art. 129 da Lei 8.112/90:

    Art. 129. A advertncia ser aplicada por escrito, nos casos de violao de proibio constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservncia de dever funcional previsto em lei, regulamentao ou norma interna, que no justifique imposio de penalidade mais grave.

    Lembre-se das hipteses de proibies que ensejam a advertncia:

    Art. 117. Ao servidor proibido: I - ausentar-se do servio durante o expediente, sem prvia autorizao do chefe imediato; II - retirar, sem prvia anuncia da autoridade competente, qualquer

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    documento ou objeto da repartio; III - recusar f a documentos pblicos; IV - opor resistncia injustificada ao andamento de documento e processo ou execuo de servio; V - promover manifestao de apreo ou desapreo no recinto da repartio; VI - cometer a pessoa estranha repartio, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuio que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associao profissional ou sindical, ou a partido poltico; VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou funo de confiana, cnjuge, companheiro ou parente at o segundo grau civil; XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

    b) SUSPENSO: ser cabvel nos casos de reincidncia em

    que a advertncia foi aplicada, alm das situaes j tratadas, no

    punveis com demisso. O servidor poder ser suspenso por no

    mximo 90 dias.

    Lembre-se das hipteses que ensejam a suspenso:

    Art. 117. Ao servidor proibido: XVII - cometer a outro servidor atribuies estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situaes de emergncia e transitrias; XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatveis com o exerccio do cargo ou funo e com o horrio de trabalho;

    A lei nos traz um caso especfico de suspenso. Vamos conferir?

    Art. 130 1 Ser punido com suspenso de at 15 (quinze) dias o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeo mdica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinao.

    Quando for conveniente ao servio pblico, a

    penalidade de suspenso poder ser convertida em multa, na base de

    50% (cinqenta por cento) por dia de vencimento ou remunerao,

    ficando o servidor obrigado a permanecer em servio (art. 130, 2).

    Essa hiptese menos prejudicial ao servidor, uma vez que no

    perodo da suspenso ele fica sem receber os seus vencimentos.

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    CUIDADO! Dentre as penalidades expostas no art. 127 da Lei

    8.112/90 no existe a pena de multa, a multa ser aplicada somente

    no caso de converso da suspenso.

    O cancelamento do registro da suspenso s se dar aps 5 anos

    de efetivo exerccio, desde que no praticada nova infrao disciplinar.

    O cancelamento, contudo, no tem efeitos retroativos.

    Mais uma vez, isso deve ficar claro: o servidor no receber

    remunerao no perodo da suspenso tampouco o tempo de suspenso

    ser computado como tempo de servio.

    c) DEMISSO: Neste caso no h cancelamento do registro da

    pena, o servidor perde o seu vinculo com a Administrao e deixa de

    prestar o servio pblico. Vimos acima proibies que ensejam a

    demisso, se descumpridas.

    Para que voc no esquea, vamos relembrar as hipteses:

    Art. 117. Ao servidor proibido: IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da funo pblica; X - participar de gerncia ou administrao de sociedade privada, personificada ou no personificada, exercer o comrcio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditrio; XI - atuar, como procurador ou intermedirio, junto a reparties pblicas, salvo quando se tratar de benefcios previdencirios ou assistenciais de parentes at o segundo grau, e de cnjuge ou companheiro; XII - receber propina, comisso, presente ou vantagem de qualquer espcie, em razo de suas atribuies; XIII - aceitar comisso, emprego ou penso de estado estrangeiro; XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; XV - proceder de forma desidiosa; XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartio em servios ou atividades particulares;

    Contudo, voc deve estar atento ao art. 132 da Lei 8.112/90, que

    prev diversas outras situaes em que ser aplicada a pena de

    demisso. Confira:

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    Art. 132. A demisso ser aplicada nos seguintes casos: I - crime contra a administrao pblica; II - abandono de cargo; III - inassiduidade habitual; IV - improbidade administrativa; V - incontinncia pblica e conduta escandalosa, na repartio; VI - insubordinao grave em servio; VII - ofensa fsica, em servio, a servidor ou a particular, salvo em legtima defesa prpria ou de outrem; VIII - aplicao irregular de dinheiros pblicos; IX - revelao de segredo do qual se apropriou em razo do cargo; X - leso aos cofres pblicos e dilapidao do patrimnio nacional; XI - corrupo; XII - acumulao ilegal de cargos, empregos ou funes pblicas; XIII - transgresso dos incisos IX a XVI do art. 117.

    Veja que os fatos que ensejam a demisso so fatos graves

    (aplicar irregularmente dinheiro pblico, corrupo, incontinncia

    pblica, improbidade administrativa, praticar crime contra a

    administrao, bater em um colega de trabalho, revelar segredo do

    cargo etc.).

    O que considerado abandono de cargo, uma das situaes que

    geram a aplicao de pena de demisso??? A ausncia intencional do

    servidor ao servio por mais de 30 dias consecutivos (art. 138).

    E a inassiduidade habitual, que tambm gera demisso???

    Consiste na falta ao servio, sem causa justificada, por perodo igual ou

    superior a 60 dias interpoladamente, durante o perodo de 12 meses

    (art. 139).

    Dessa forma, a demisso est vinculada a uma das situaes

    especficas. Isso quer dizer que a pena de demisso um ato

    vinculado, ou seja, ocorrida uma das hipteses descritas no quadro, o

    julgador deve aplicar a sano de demisso ele no tem escolha!

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    Nesse sentido, vale a transcrio do entendimento do Superior

    Tribunal de Justia sobre o tema:

    ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANA. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. INEXISTNCIA DE VCIOS CAPAZES DE MACULAR A LEGALIDADE DO PROCEDIMENTO. INADEQUAO DA VIA MANDAMENTAL PARA AFERIR A LEGALIDADE DOS ATOS ATRIBUDOS CONDUTA DO IMPETRANTE. SEGURANA DENEGADA. (...) 9. Compreendida a conduta do impetrante nas disposies dos arts. 117, IX, e 132, IV e XIII, da Lei n. 8.112/90, inexiste para o administrador discricionariedade a autorizar a aplicao de pena diversa da demisso. 10. Segurana denegada, com a revogao da liminar anteriormente concedida. Pedido de reconsiderao da Unio prejudicado. (MS 12.642/DF, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, TERCEIRA SEO, julgado em 25/02/2015, DJe 05/03/2015)

    d) Cassao de aposentadoria ou indisponibilidade: Ser

    aplicada no caso do inativo que houver cometido, na atividade, falta

    punvel com a demisso.

    e) Destituio de cargo em comisso: ser aplicada ao no

    ocupante de cargo efetivo nos casos de infrao sujeita s penalidades

    de suspenso e de demisso (Art. 135 da Lei 8.112/90).

    Se o servidor tiver sido exonerado do cargo em comisso a pedido

    ou a critrio da autoridade competente, na forma do art. 35 da Lei n

    8.112/90, e constatar-se a ocorrncia de infrao sujeita s penalidades

    de suspenso ou demisso, ser convertida em destituio de cargo em

    comisso.

    Por fim, com relao s penalidades, voc deve atentar-se para o

    disposto nos arts. 136 e 137 da Lei n 8.112/90, que revela hipteses

    em que (I) a pena de demisso ensejar a indisponibilidade de bens e o

    ressarcimento ao errio, (II) o servidor demitido vai estar incompatvel

    para outro cargo pblico federal por 5 anos e (III) o servidor nunca

    poder retornar ao servio pblico federal.

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    (I) a pena de demisso ensejar a indisponibilidade de bens e

    o ressarcimento ao errio:

    improbidade administrativa;

    aplicao irregular de dinheiros pblicos;

    leso aos cofres pblicos e dilapidao do patrimnio

    nacional;

    corrupo;

    Art. 136. A demisso ou a destituio de cargo em comisso, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao errio, sem prejuzo da ao penal cabvel. So as seguintes hipteses: IV - improbidade administrativa; VIII - aplicao irregular de dinheiros pblicos; X - leso aos cofres pblicos e dilapidao do patrimnio nacional; XI - corrupo;

    (II) o servidor demitido vai estar incompatvel para outro cargo

    pblico federal por 5 anos:

    valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em

    detrimento da dignidade da funo pblica;

    atuar, como procurador ou intermedirio, junto a reparties

    pblicas, salvo quando se tratar de benefcios previdencirios ou

    assistenciais de parentes at o segundo grau, e de cnjuge ou

    companheiro;

    Art. 137. A demisso ou a destituio de cargo em comisso, por infringncia do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo pblico federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos. So as seguintes hipteses: IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da funo pblica; XI - atuar, como procurador ou intermedirio, junto a reparties pblicas, salvo quando se tratar de benefcios previdencirios ou assistenciais de parentes at o segundo grau, e de cnjuge ou companheiro;

    (III) o servidor nunca poder retornar ao servio pblico federal:

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    crime contra a administrao pblica;

    improbidade administrativa;

    aplicao irregular de dinheiros pblicos;

    leso aos cofres pblicos e dilapidao do patrimnio

    nacional;

    corrupo;

    Art. 137. Pargrafo nico. No poder retornar ao servio pblico federal o servidor que for demitido ou destitudo do cargo em comisso por infringncia do art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI. So as seguintes hipteses: I - crime contra a administrao pblica; IV - improbidade administrativa; VIII - aplicao irregular de dinheiros pblicos; X - leso aos cofres pblicos e dilapidao do patrimnio nacional; XI - corrupo;

    No podemos encerrar este tpico sem mencionar que no uma

    penalidade, mas encontra previso da Lei n 8.112/90 o

    afastamento preliminar.

    Esse afastamento uma medida cautelar adotada pela

    Administrao que afasta o servidor de suas funes, pelo prazo de at

    60 dias (pode ser prorrogado por uma s vez), para que ele no

    influa na apurao da irregularidade cometida por ele.

    ATENO: Nesse perodo, o servidor continua recebendo!

    Outra coisa bastante importante refere-se competncia para

    aplicao das penalidades, aplicando-se o disposto no art. 141 da Lei

    n 8.112/90:

    Art. 141. As penalidades disciplinares sero aplicadas: I - pelo Presidente da Repblica, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da Repblica, quando se tratar de demisso e cassao de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, rgo, ou entidade; II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior quelas mencionadas no inciso anterior quando se tratar de

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    suspenso superior a 30 (trinta) dias; III - pelo chefe da repartio e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertncia ou de suspenso de at 30 (trinta) dias; IV - pela autoridade que houver feito a nomeao, quando se tratar de destituio de cargo em comisso.

    Ah, j a me esquecendo da prescrio. Afinal, quando uma

    infrao administrativo-disciplinar prescreve? At quando os servidores

    ficaro sujeitos a uma punio se a Administrao se mantiver inerte e

    no instaurar qualquer procedimento?

    Esses questionamentos so respondidos pelo seguinte dispositivo

    da Lei n 8.112/90:

    Art. 142. A ao disciplinar prescrever: I - em 5 (cinco) anos, quanto s infraes punveis com demisso, cassao de aposentadoria ou disponibilidade e destituio de cargo em comisso; II - em 2 (dois) anos, quanto suspenso; III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto advertncia.

    Assim como h uma autoridade julgadora para cada pena prevista,

    h um prazo prescricional para cada sano, de forma que, quanto mais

    grave a penalidade, maior o prazo prescricional. Como se viu, para a

    demisso, cassao de aposentadoria ou disponibilidade e destituio

    de cargo em comisso, a Administrao deve promover a abertura de

    processo disciplinar em 5 anos.

    Para as infraes sujeitas suspenso, a prescrio de 2 anos.

    Para as sujeitas advertncia, a Administrao deve promover a

    abertura de processo disciplinar no exguo prazo de 180 dias.

    Para as infraes disciplinares que tambm so previstas como

    crime, o prazo prescricional ser o da lei penal.

    E qual o termo inicial para a contagem desses prazos, professor?

    A partir de quando comeam a contar os 5, 2 anos ou 180 dias?

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    O termo inicial a data em que o fato tornou-se conhecido

    pela Administrao. No da data em que a corregedoria tomou

    conhecimento, mas qualquer autoridade administrativa.

    Outro ponto que voc deve saber sobre a prescrio de que, na

    hiptese em que um ilcito administrativo seja tambm um crime (ex:

    corrupo), a prescrio administrativa segue o prazo da prescrio

    criminal (que costuma ser maior). Contudo, MUITA ATENO, isso s

    ocorre se j aberto o processo criminal de apurao da conduta do

    servidor.

    Leia com ateno os seguintes trechos de julgados do Superior

    Tribunal de Justia:

    MANDADO DE SEGURANA. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. TERMO INICIAL DO PRAZO PRESCRICIONAL. CONHECIMENTO DOS FATOS PELA ADMINISTRAO, MAS NO PELA AUTORIDADE COMPETENTE PARA APURAR A INFRAO. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAO DO PRAZO PRESCRICIONAL PREVISTO NO CPB, POR INEXISTNCIA DE AO PENAL E CONDENAO EM DESFAVOR DO IMPETRANTE. APLICAO DO PRAZO QUINQUENAL PREVISTO NA LEGISLAO ADMINISTRATIVA (ART. 142 DA LEI 8.112/90). INSTAURAO DE PAD. INTERRUPO DO PRAZO PRESCRICIONAL. REINCIO APS 140 DIAS. TRANSCURSO DE MAIS DE 5 ANOS. PRESCRIO DA PRETENSO PUNITIVA. ORDEM CONCEDIDA, EM CONSONNCIA COM O PARECER MINISTERIAL. (...) 3. A Terceira Seo desta Corte pacificou o entendimento de que o termo inicial do prazo prescricional da Ao Disciplinar a data em que o fato se tornou conhecido da Administrao, mas no necessariamente por aquela autoridade especfica competente para a instaurao do Processo Administrativo Disciplinar (art. 142, 1o. da Lei 8.112/90). Precedentes. 4. Qualquer autoridade administrativa que tiver cincia da ocorrncia de infrao no Servio Pblico tem o dever de proceder apurao do ilcito ou comunicar imediatamente autoridade competente para promov-la, sob pena de incidir no delito de condescendncia criminosa (art. 143 da Lei 8.112/90); considera-se autoridade, para os efeitos dessa orientao, somente quem estiver investido de poder decisrio na estrutura administrativa, ou seja, o integrante da hierarquia superior da Administrao Pblica. Ressalva do ponto de vista do relator quanto essa exigncia. 5. Ainda que a falta administrativa configure ilcito penal, na ausncia de denncia em relao ao impetrante, aplica-se o prazo prescricional previsto na lei para o exerccio da competncia punitiva administrativa; a mera presena de indcios de crime, sem a devida apurao em Ao Criminal, afasta a aplicao da norma penal para o cmputo da prescrio (RMS 20.337/PR, Rel. Min. LAURITA VAZ, DJU 07.12.2009), o mesmo ocorrendo em

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    caso de o Servidor ser absolvido na eventual Ao Penal (MS 12.090/DF, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, DJU 21.05.2007); no seria razovel aplicar-se prescrio da punibilidade administrativa o prazo prescricional da sano penal, quando sequer se deflagrou a iniciativa criminal. (...) 7. A prescrio tem o condo de eliminar qualquer possibilidade de punio do Servidor pelos fatos apurados, inclusive as anotaes funcionais em seus assentamentos, j que, extinta a punibilidade, no h como subsistir os seus efeitos reflexos. 8. Ordem concedida, em conformidade com o parecer ministerial. (MS 14.159/DF, Rel. Ministro NAPOLEO NUNES MAIA FILHO, TERCEIRA SEO, julgado em 24/08/2011, DJe 10/02/2012)

    DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. INQURITO CIVIL INSTAURADO PELO MINISTRIO PBLICO PARA INVESTIGAR A PRTICA DE ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. POLICIAL CIVIL DO RIO GRANDE DO SUL. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAO DO PRAZO PRESCRICIONAL PREVISTO NO CPB, POR INEXISTNCIA DE AO PENAL E CONDENAO EM DESFAVOR DO IMPETRANTE. APLICAO DO PRAZO QUINQUENAL PREVISTO NO ART. 23, II DA LEI 8.429/92. OCORRNCIA DA PRESCRIO DA PRETENSO PUNITIVA. AGRAVO REGIMENTAL DO MPF DESPROVIDO. 1. O poder-dever de a Administrao punir falta cometida por seus funcionrios no absoluto, encontrando limite temporal no princpio da segurana jurdica, de hierarquia constitucional, pela evidente razo de que os administrados no podem ficar indefinidamente sujeitos instabilidade do Poder Disciplinar do Estado. (...) 5. Segundo entendimento pacfico desta Corte, a eventual presena de indcios de crime, sem a devida apurao em Ao Criminal, afasta a aplicao da norma penal para o cmputo da prescrio. Isso porque no seria razovel aplicar-se prescrio da punibilidade administrativa o prazo prescricional da sano penal, se sequer se deflagrou a iniciativa criminal, sendo incerto, portanto, o tipo em que o Servidor seria incurso, bem como a pena que lhe seria imposta, o que inviabiliza a apurao da respectiva prescrio. 6. Agravo Regimental do Ministrio Pblico Federal desprovido. (AgRg no REsp 1196629/RJ, Rel. Ministro NAPOLEO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 14/05/2013, DJe 22/05/2013)

    A prescrio da ao disciplinar acarreta a extino da

    punibilidade, restando Administrao Pblica apenas o registro do fato

    nos apontamentos do servidor.

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    Interrompe a prescrio a abertura de sindicncia

    ou a instaurao de processo disciplinar, at a deciso final proferida

    por autoridade competente. Interrompido o curso da prescrio, o prazo

    comear a correr a partir do dia em que cessar a interrupo, do zero.

    Art. 142. A ao disciplinar prescrever: (...) 3o A abertura de sindicncia ou a instaurao de processo disciplinar interrompe a prescrio, at a deciso final proferida por autoridade competente. 4o Interrompido o curso da prescrio, o prazo comear a correr a partir do dia em que cessar a interrupo.

    (...) 1. cabvel a interrupo da prescrio,

    em face da instaurao de sindicncia, somente quando este

    procedimento sumrio tiver carter punitivo e no meramente

    investigatrio ou preparatrio de um processo disciplinar, pois, neste

    caso, dar-se- a interrupo somente com a instaurao do processo

    administrativo disciplinar, apto a culminar na aplicao de uma

    penalidade ao servidor. 2. A Terceira Seo desta Corte tem

    entendimento no sentido de que o anterior processo administrativo

    disciplinar declarado nulo, por importar em sua excluso do mundo

    jurdico e consequente perda de eficcia de todos os seus atos, no tem

    o condo de interromper o prazo prescricional da pretenso punitiva

    estatal, que dever ter como termo inicial, portanto, a data que a

    Administrao tomou cincia dos fatos (...) (MS 13.703/DF, STJ, Rel.

    Min. Maria Thereza de Assis Moura, julg: 24.03.2010, DJe:

    07.04.2010).

    No Direito Administrativo, a prescrio

    matria de ordem pblica, portanto deve ser declarada pela

    Administrao de ofcio, independentemente de provocao da parte

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    interessada, no podendo ser relevada pela administrao. O momento

    adequando o julgamento.

    7. (CESPE 2015 FUB - Assistente em Administrao)Com

    referncia s disposies do regime jurdico dos servidores pblicos civis

    da Unio (Lei n. 8.112/1990), julgue o item que se segue.

    Servidor pblico aposentado poder ter a sua aposentadoria

    cassada em funo de condenao por infrao vinculada ao cargo

    pblico anteriormente ocupado.

    Veja como o assunto tratado no art. 134 da lei 8.112/90: Art.

    34. Ser cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que

    houver praticado, na atividade, falta punvel com a demisso.

    Gabarito Certo.

    8. (CESPE/2014 ANTAQ - Nvel Superior) Julgue o item

    seguinte, com base no disposto na Lei n. 8.112/1990. Uma das

    penalidades disciplinares aplicveis ao servidor pblico a cassao de

    aposentadoria ou disponibilidade.

    S saber o art. 127 da Lei 8112/90 decorado:

    Art. 127. So penalidades disciplinares:

    I - advertncia;

    II - suspenso;

    III - demisso;

    IV - cassao de aposentadoria ou disponibilidade;

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    V - destituio de cargo em comisso;

    VI - destituio de funo comissionada.

    Questo correta.

    9. (CESPE/2014 ANTAQ- Nvel Mdio) Julgue o item a seguir,

    com base no disposto na Lei n. 8.112/1990.Os antecedentes funcionais

    no devem ser considerados na aplicao de penalidades ao servidor

    pblico.

    De acordo com a Lei 8112/90, Art. 128. Na aplicao das

    penalidades sero consideradas a natureza e a gravidade da infrao

    cometida, os danos que dela provierem para o servio pblico, as

    circunstncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.

    Ento a questo est errada, pois os atenuantes funcionais so

    considerados.

    10. (CESPE/2014 - ANTAQ Nvel Mdio) Inassiduidade eventual

    configura motivo para demisso do servidor pblico.

    RESPOSTA:

    De acordo Lei 8112/90 Art. 132. A demisso ser aplicada nos

    seguintes casos: inassiduidade habitual. Questo errada. Preste muita

    ateno a inassiduidade habitual e no eventual.

    11. (2014/ CESPE/Cmara dos Deputados/ Tcnico Legislativo)

    Considere que determinada autoridade tenha instaurado processo

    disciplinar para apurar denncia que relata o cometimento de

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    irregularidades por servidor lotado no setor sob sua responsabilidade.

    Nessa situao, como medida cautelar e a fim de evitar que o servidor

    denunciado influa na apurao, a autoridade poder afast-lo do

    exerccio do cargo durante todo o curso do processo, sem prejuzo de

    sua remunerao.

    RESPOSTA:

    Nesse caso, a Lei tambm ajuda a responder a questo. O art. 147

    estabelece o prazo para afastamento do exerccio. Leia:

    Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor no venha a influir na apurao da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poder determinar o seu afastamento do exerccio do cargo, pelo prazo de at 60 (sessenta) dias, sem prejuzo da remunerao.

    Pargrafo nico. O afastamento poder ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessaro os seus efeitos, ainda que no concludo o processo.

    Assim, quando a questo diz: a autoridade poder afast-lo do

    exerccio do cargo durante todo o curso do processo., no correto,

    pois o prazo de 60 dias, prorrogveis por mais 60.

    Gabarito: Errado

    12. (2014/CESPE/PGE-PI/Procurador) Um servidor, vinculado

    administrao pblica unicamente por cargo em comisso, cometeu

    infrao administrativa e, aps regular processo administrativo

    disciplinar, a autoridade julgadora, concordando com o relatrio final da

    comisso processante, entendeu que a falta se enquadrava nas

    hipteses de suspenso.

    Nesse caso, nos termos da Lei n. 8.112/1990, a penalidade a ser

    aplicada ao servidor ser

    a) A exonerao de ofcio.

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    b) A destituio do cargo em comisso.

    c) A demisso.

    d) A suspenso.

    e) O desligamento

    RESPOSTA:

    O exemplo em questo est na lei 8.112/90, no artigo 135. Veja o que

    ele diz:

    art. 135. A destituio de cargo em comisso exercido por no ocupante de cargo efetivo ser aplicada nos casos de infrao sujeita s penalidades de suspenso e de demisso.

    Gabarito: B

    13. (CESPE - 2014 - MDIC - Agente Administrativo) Considere

    que um servidor vinculado administrao unicamente por cargo em

    comisso cometa uma infrao para a qual a Lei n. 8.112/1990

    preveja a sano de suspenso. Nesse caso, se comprovadas a autoria

    e a materialidade da irregularidade, o servidor sofrer a penalidade de

    destituio do cargo em comisso.

    Vimos que a destituio de cargo em comisso ser aplicada ao

    no ocupante de cargo efetivo nos casos de infrao sujeita s

    penalidades de suspenso e de demisso (Art. 135 da Lei 8.112/90).

    Gabarito: certo.

    14. (CESPE - 2014 - TC-DF - Analista de Administrao Pblica

    Organizaes) Uma vez instaurado o processo administrativo

    disciplinar para apurao da infrao, o servidor poder ser afastado de

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    suas funes, por at sessenta dias, sem direito remunerao do

    cargo.

    Como estudamos, a Lei n 8.112/90 prev o afastamento

    preliminar. Esse afastamento uma medida cautelar adotada pela

    Administrao que afasta o servidor de suas funes, pelo prazo de at

    60 dias (pode ser prorrogado por uma s vez), para que ele no influa

    na apurao da irregularidade cometida por ele. Porm, o servidor

    continua recebendo! Da a incorreo da questo.

    Gabarito: Errado

    15. (CESPE - 2014 - TJ-SE - Analista Judicirio Direito)

    Um servidor do estado de Sergipe, antes de se aposentar, apropriou-se

    indevidamente de bens do estado que estavam sob sua guarda e, aps

    a sua aposentadoria, a administrao descobriu a infrao. Com relao

    a essa situao hipottica, julgue os itens subsecutivos.

    Caso a administrao pblica tenha tomado cincia do referido fato

    por denncia annima, ela no poder instalar processo administrativo

    disciplinar, ainda que este tenha sido precedido de investigao

    preliminar em que tenham sido coletadas provas da autoria e da

    materialidade da infrao.

    Pessoal, a denncia annima no pode ser usada como pretexto

    para o sujeito deixar de ser penalizado por prtica com a Administrao

    Pblica. ferir algum direito do indivduo, para isso, somente com deciso

    judicial. O STJ j teve a oportunidade de entender pelo cabimento de

    denncia annima desde que tenha sido precedido de investigao

    preliminar em que tenham sido coletadas provas da autoria e da

    materialidade da infrao.

    Gabarito: Errado

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    16. (CESPE - 2014 - TJ-SE - Analista Judicirio Direito)

    Um servidor do estado de Sergipe, antes de se aposentar, apropriou-se

    indevidamente de bens do estado que estavam sob sua guarda e, aps

    a sua aposentadoria, a administrao descobriu a infrao.

    Com relao a essa situao hipottica, julgue os itens

    subsecutivos.

    Somente ser cassada a aposentadoria do servidor se o mesmo

    for condenado pela prtica, quando ainda na atividade, de falta que

    teria determinado a sua demisso, ou demisso a bem do servio

    pblico.

    Isso mesmo, pessoal! Como vimos, a Cassao de aposentadoria

    ou indisponibilidade ser aplicada no caso do inativo que houver

    cometido, na atividade, falta punvel com a demisso.

    Gabarito: Certo.

    17. (CESPE -2013- TRT - 17 Regio ES - Analista Judicirio -

    Oficial de Justia Avaliador) Considere que um servidor estvel, tendo

    desrespeitado, na presena dos seus colegas de servio, uma ordem

    direta, pessoal e legtima de seu superior hierrquico, abandone o

    cargo. Com base nessa situao hipottica, julgue os itens

    subsecutivos. Mesmo diante da gravidade da infrao e da

    notoriedade da conduta, a exonerao do servidor, de ofcio, por

    abandono de cargo viola os princpios da legalidade e da ampla

    defesa, conforme entendimento do STJ.

    Nesse caso o servidor abandonou o cargo. De acordo com o art.

    132 da Lei 8112/90 o certo seria a demisso, Porm vale lembrar que a

    questo quis passar que o servidor foi exonerado de ofcio, ou seja um

    ato ilegal da Administrao Pblica. Como sabemos, essa exonerao de

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    oficio viola sim tais princpios, conforme o entendimento do STJ. No

    caso, o servidor deveria ser demitido, com todo o devido processo legal,

    consoante os artigos 140 e 132 e 133 da lei 8112/90

    Gabarito: Correto.

    18. (CESPE- 2010 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo)

    Em processo administrativo disciplinar, a remoo de ofcio de um

    servidor pode ser utilizada como forma de punio.

    A Lei 8.112/90 nos fala que so penalidades disciplinares:

    Art. 127. So penalidades disciplinares: I - advertncia; II - suspenso; III - demisso; IV - cassao de aposentadoria ou disponibilidade; V - destituio de cargo de comisso; VI - destituio de funo comissionada.

    Observe que a remoo no est entre as penalidades!

    Gabarito: Errado.

    19. (CESPE - 2011 - FUB - Analista de Tecnologia da Informao

    Bsicos) A converso da penalidade de suspenso em multa, na base

    de 50% por dia de vencimento ou remunerao, poder ocorrer na

    hiptese de o servidor permanecer obrigatoriamente na repartio e

    quando houver convenincia para a prestao do servio.

    Vimos acima que a multa no uma pena prevista na Lei n

    8.112/90, mas a Administrao pode converter a pena de suspenso

    em multa de 50% por dia de vencimento, desde que haja convenincia

    para a prestao do servio e o servidor deve permanecer trabalhando

    na repartio (art. 130, 2: Quando houver convenincia para o

    servio, a penalidade de suspenso poder ser convertida em multa, na

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    base de 50% (cinqenta por cento) por dia de vencimento ou

    remunerao, ficando o servidor obrigado a permanecer em servio).

    Gabarito: Certo

    20. (CESPE - 2011 - STM - Tcnico Judicirio - Segurana

    Especficos) Aplica-se suspenso em caso de reincidncia de falta

    punida com advertncia e de violao de proibio que no tipifique

    infrao sujeita penalidade de demisso, no podendo a suspenso

    exceder a noventa dias.

    Depois de estudar fica fcil. Essa questo cobra o texto literal do

    art. 130 da Lei n 8.112/90 (A suspenso ser aplicada em caso de

    reincidncia das faltas punidas com advertncia e de violao das

    demais proibies que no tipifiquem infrao sujeita a penalidade de

    demisso, no podendo exceder de 90 (noventa) dias).

    Gabarito: Certo

    21. (CESPE - 2007 - TRT - 9 REGIO (PR) - Analista Judicirio

    - rea Judiciria) Pedro, servidor pblico federal ocupante de cargo

    efetivo, faltou ao trabalho por mais de 30 dias consecutivos, no perodo

    de 2/5/2002 a 10/6/2002. Em razo disso, foi aberto contra ele um

    processo administrativo disciplinar, em 15/8/2006. Com base nessa

    situao hipottica, julgue os itens seguintes, considerando o regime

    jurdico dos servidores pblicos.

    Se Pedro for punido com a penalidade de suspenso, os seus

    registros sero cancelados com o decurso de prazo de 3 anos de efetivo

    exerccio, desde que no pratique, nesse perodo, nova infrao.

    Por favor, meu caro aluno, no caia nesse pega, fique atento ao

    art. 131 da Lei n 8.112/90:

    Art. 131. As penalidades de advertncia e de suspenso tero seus registros cancelados, aps o decurso de 3 (trs) e 5 (cinco) anos de efetivo exerccio, respectivamente, se o servidor no houver, nesse perodo, praticado nova infrao disciplinar.

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    Veja que a suspenso ter seu registro cancelado em 5 anos e a

    advertncia em 3 anos.

    Gabarito: Errado

    22. (CESPE - 2011 - FUB - Cargos de Nvel Mdio -

    Conhecimentos Bsicos - Cargo 11 a 14, e 16) Na hiptese de o

    servidor pblico praticar nepotismo sob sua chefia imediata, a

    penalidade atribuda pelo regime jurdico dos servidores federais, via de

    regra, a suspenso pelo prazo de trinta dias.

    Vimos acima que est sujeito a pena de advertncia o servidor

    que mantiver sob sua chefia imediata, em cargo ou funo de

    confiana, cnjuge, companheiro ou parente at o segundo grau civil.

    Assim, o gabarito errado.

    23. (CESPE 2013 TRF2 regio Juiz Federal questo

    adaptada). Segundo a jurisprudncia do STF e do STJ, nos casos de

    crimes afianveis praticados por servidores pblicos, a existncia de

    inqurito policial suprir qualquer nulidade, quando no houver defesa

    preliminar.

    Segundo a atual jurisprudncia do STF, para o caso de crimes

    funcionais tpicos afianveis, a defesa preliminar indispensvel

    mesmo quando a denncia lastreada em inqurito policial.

    O item portanto est incorreto.

    24. (2013/CESPE/ PC-DF/ Escrivo de Polcia) Acerca do regime

    jurdico dos servidores pblicos, julgue os itens subsecutivos. Caso um

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    servidor ocupante de cargo em comisso seja exonerado desse cargo a

    pedido, eventuais denncias de infraes por ele praticadas devero ser

    arquivadas, uma vez que, nessa hiptese, a aplicao de penalidade

    no surtir efeitos na esfera administrativa.

    RESPOSTA:

    Primeiro ponto, servidor ocupante de cargo em comisso

    destitudo, e no exonerado. Segundo, se ele fosse destitudo, ainda

    assim o processo administrativo seria julgado e no arquivado, sendo

    possvel aplicao da penalidade na esfera administrativa. Veja o que a

    lei diz sobre cargo em comisso:

    Art. 135. A destituio de cargo em comisso exercido por no ocupante de cargo efetivo ser aplicada nos casos de infrao sujeita s penalidades de suspenso e de demisso.

    Pargrafo nico. Constatada a hiptese de que trata este artigo, a exonerao efetuada nos termos do art. 35 ser convertida em destituio de cargo em comisso.

    Gabarito: Errado

    25. (2013/CESPE/PRF/Policial Rodovirio Federal) No possvel

    a aplicao de penalidade a servidor inativo, ainda que a infrao

    funcional tenha sido praticada anteriormente sua aposentadoria.

    RESPOSTA:

    No caso de servidor inativo, possvel aplicar a cassao de

    aposentadoria ainda que a infrao tenha sido praticada anteriormente

    aposentadoria. Veja o que a lei diz:

    Art. 134. Ser cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do

    inativo que houver praticado, na atividade, falta punvel com a

    demisso

    Gabarito: Errado

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    26. (2013/CESPE/TCE-RO/Auditor de Controle Externo - Direito)

    A aplicao da sano disciplinar de advertncia em decorrncia de

    apurao sumria de falta funcional, denominada verdade sabida, viola

    o princpio do devido processo legal.

    RESPOSTA:

    Art. 127. So penalidades disciplinares:

    I - advertncia;

    II - suspenso;

    III - demisso;

    IV - cassao de aposentadoria ou disponibilidade;

    V - destituio de cargo em comisso;

    VI - destituio de funo comissionada.

    Verdade sabida o conhecimento pessoal e direto da falta pela

    autoridade competente para aplicar a pena, mas esse critrio no pode

    mais ser utilizado. Para se aplicar qualquer penalidade do art. 127 deve

    abrir PAD ou SINDICNCIA.

    Para se aplicar PENA deve ser respeitado o devido processo legal;

    respeitar o contraditrio e a ampla defesa.

    Gabarito: Correto

    27. (2013/CESPE/ IBAMA/Analista Administrativo) De acordo

    com o estatuto do servidor pblico federal, julgue os itens subsecutivos.

    A inabilitao em estgio probatrio e o abandono do cargo por mais de

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    trinta dias consecutivos so situaes que acarretam a exonerao do

    servidor ocupante de cargo efetivo.

    RESPOSTA:

    A inabilitao em estgio probatrio acarreta em exonerao de

    ofcio pela administrao, mas sem carter de penalidade. J o

    abandono de cargo, falta consecutiva do servidor por mais de 30 dias,

    acarreta em demisso.

    Gabarito: Errado.

    3. Das Responsabilidades

    O servidor pblico responde pelo exerccio irregular de suas

    atribuies na esfera civil, penal e tambm administrativamente. Isso

    quer dizer que, por um mesmo fato, o servidor pode ter que pagar pelo

    erro em 3 esferas diferentes: (a) pelo Poder Judicirio que o condena a

    reparar o dano quele que o servidor prejudicou (responsabilidade civil

    = $$$); (b) pela Administrao que aplica uma sano disciplinar ao

    servidor (responsabilidade administrativa); (c) pela Justia que condena

    o servidor em um processo criminal a uma pena privativa de liberdade

    ou restritiva de direitos (se o ato praticado estiver previsto como crime

    no Cdigo Penal ou nas leis penais) responsabilidade penal.

    Vamos detalhar cada uma das espcies de responsabilidade.

    3.1 Responsabilidade Civil

    Observe o que diz Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo sobre a

    responsabilidade civil: A responsabilidade civil dos agentes pblicos

    do tipo subjetiva, por culpa comum, isto , eles s respondem pelos

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    danos que causarem se o Estado provar que houve culpa e dolo

    (inteno) do servidor. A ao do Estado contra o agente pblico

    denominada ao regressiva.

    O Estado ir responder pelos danos causados

    pelos seus agentes independente de dolo ou culpa, por isso a

    responsabilidade do Estado objetiva, s depende do fato, do dano e

    do nexo causal entre o ato do Estado e o dano (art. 37, 6, da

    Constituio). J o agente pblico s responder, s vai colocar a mo

    no bolso e arcar com o prejuzo, se comprovado que houve culpa ou

    dolo dele no ato que causou o dano (responsabilidade subjetiva).

    Assim, o Estado vai ser demandado por aquele que teve prejuzo,

    vai pagar o prejuzo e pode se voltar contra o servidor que praticou o

    ato danoso se e somente se esse ato do servidor foi praticado com

    dolo (=vontade de causar o dano) ou culpa (=impercia, imprudncia ou

    negligncia).

    De forma bem simples podemos definir a ao regressiva citada

    pelos autores da seguinte forma: Quem ir ressarcir o dano causado

    pelo servidor ao terceiro ser o Estado. Este por sua vez ser

    indenizado pelo servidor que causou o dano, por meio de uma ao

    regressiva do Estado x Servidor.

    O servidor poder ainda ter o desconto efetuado diretamente em

    seu vencimento, na forma da lei, independe de seu consentimento.

    A obrigao de reparar o dano estende-se aos

    sucessores e contra eles ser executada, at o limite do valor da

    herana recebida.

    Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuzo ao errio ou a terceiros.

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    28. (CESPE - 2013 - SERPRO - Analista - Advocacia) Caso o

    poder pblico seja condenado em ao de responsabilidade civil pelos

    danos causados por seu servidor a terceiro, caber ao regressiva do

    Estado contra o servidor, ao est cujo prazo prescricional ser de trs

    anos.

    Temos como fundamentos as seguintes decises do STJ:

    ". A Primeira Seo do STJ, por ocasio do julgamento do REsp

    1.251.993/PR, submetido sistemtica do art. 543-C do CPC, assentou

    a orientao de que o prazo prescricional nas aes indenizatrias

    contra a Fazenda Pblica quinquenal, conforme previsto no art. 1 do

    Decreto-Lei 20.910/1932, e no trienal, nos termos do art. 206, 3,

    V, do CC/2002."

    "2. quinquenal o prazo de prescrio nas aes indenizatrias

    ajuizadas contra a Fazenda Pblica, nos termos do art. 1 do Decreto n.

    20.910/32."3. Pelo princpio da isonomia, o mesmo prazo deve ser

    aplicado nos casos em que a Fazenda Pblica autora, como nas aes

    de regresso acidentria.

    Resposta: ERRADO

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    3.2 Responsabilidade Penal

    Ao praticar crime ou contraveno o servidor responder na

    esfera penal.

    Tendo em vista o princpio da independncia, as sanes penais,

    civis e administrativas podem ser acumuladas. Porm a esfera penal

    tem um peso maior sobre as demais, uma deciso pode acarretar o

    reconhecimento automtico da responsabilidade do servidor nas demais

    esferas, conforme ensinam Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo.

    Isso ocorre quando a sentena penal reconhece a autoria e a

    materialidade do fato irregular. Se houver deciso judicial nesse

    sentido, a Administrao estar vinculada s concluses sobre a autoria

    e a materialidade definidas na Justia.

    Da mesma forma, se ocorrer o contrrio, ou seja, se a justia

    criminal reconhecer a inocncia (quanto falta de autoria e a falta de

    materialidade), a possibilidade de julg-lo culpado nas demais esferas

    ser afastada. Veja o que diz o art. 126 da Lei n 8.112/90:

    Se o servidor, em processo judicial, for absolvido

    por falta de provas, essa deciso judicial no vincular a deciso da

    esfera administrativa.

    Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenes imputadas ao servidor, nessa qualidade

    Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor ser afastada no caso de absolvio criminal que negue a existncia do fato ou sua autoria.

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    29. (CESPE 2015 FUB Auditor) Considerando que tenha

    sido apurada a prtica, em tese, de ato ilcito por Marcos, contra quem

    foi ajuizada ao penal e aberto procedimento administrativo

    disciplinar, julgue o item a seguir. A sentena penal absolutria que

    conclui que o fato imputado a Marcos no configura crime repercutir,

    necessariamente, no processo administrativo disciplinar contra ele

    instaurado para, igualmente, absolv-lo.

    Existem algumas possibilidades em que Marcos no ir sofrer

    sano penal. Todavia, devemos saber que o art. 125 da lei 8.112/90

    determina que: Art. 125. As sanes civis, penais e administrativas

    podero cumular-se, sendo independentes entre si.

    Se Marcos for absolvido na seara penal, no quer dizer que ser

    absolvidos nas esferas administrativa e civil.

    Existe uma macete para sua prova. Lembre-se da palavra FINA.

    O motivo que caso Marcos seja absolvido na esfera penal

    criminal, por inexistncia de fato ou negativa de autoria,

    necessariamente deve ser absolvido na seara administrativa tambm.

    Gabarito Errado.

    30. (2014/CESPE/MDIC/Agente Administrativo) No que se refere

    aos agentes pblicos e aos poderes administrativos, julgue os itens que

    se seguem. Nesse sentido, considere que a sigla CF, sempre que

    empregada, refere-se Constituio Federal de 1988. Considere que

    um servidor vinculado administrao unicamente por cargo em

    comisso cometa uma infrao para a qual a Lei n. 8.112/1990

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    preveja a sano de suspenso. Nesse caso, se comprovadas a autoria

    e a materialidade da irregularidade, o servidor sofrer a penalidade de

    destituio do cargo em comisso.

    RESPOSTA:

    A Lei fala em destituio de cargo em comisso no art. 135. Veja:

    Art. 135. A destituio de cargo em comisso exercido por no

    ocupante de cargo efetivo ser aplicada nos casos de infrao sujeita s

    penalidades de suspenso e de demisso.

    O que o item diz justamente que se o servidor de cargo em

    comisso cometer infrao que a Lei 8.112/90 preveja sano ele

    sofrer a penalidade de destituio do cargo.

    Gabarito: Correto.

    31. (CESPE - 2014 - CBM-CE - Primeiro-Tenente) A absolvio

    de servidor pblico na esfera penal, em virtude da inexistncia de prova

    suficiente para a sua condenao, implica que, no mbito disciplinar

    administrativo, o servidor no poder ser punido em virtude do