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Aula 04 Noções de Direito Administrativo p/ INSS - Técnico do Seguro Social - Com videoaulas - 2016 Professor: Daniel Mesquita Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

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    Noções de Direito Administrativo p/ INSS - Técnico do Seguro Social - Com videoaulas -2016

    Professor: Daniel Mesquita

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  • Direito Administrativo p/ INSS に Técnico do Seguro Social.

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    AULA 04: Atos administrativos.

    SUMÁRIO

    1) INTRODUÇÃO À AULA 04 2

    2) ATOS ADMINISTRATIVOS 2

    2.1 CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO. 2 2.2 ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO; TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES; PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. 11 2.3 ATRIBUTOS (OU CARACTERÍSTICAS) DO ATO ADMINISTRATIVO. 42 2.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 61 2.4.1 EXISTÊNCIA, VALIDADE, EFICÁCIA E EXEQÜIBILIDADE 62 2.4.2 VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE 65 2.4.3 OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS. 77 2.5 ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE 86 2.5.1 ATOS ADMINISTRATIVOS NORMATIVOS 86 A. DECRETOS 87 B. INSTRUÇÕES NORMATIVAS, REGIMENTOS, REGULAMENTOS, RESOLUÇÕES E DELIBERAÇÕES 88 2.5.2 ATOS ADMINISTRATIVOS ORDINATÓRIOS 90 2.5.3 ATOS ADMINISTRATIVOS NEGOCIAIS 92 2.5.4 LICENÇA E ALVARÁ 94 2.5.5 PERMISSÃO E AUTORIZAÇÃO 96 2.5.6 ADMISSÃO, APROVAÇÃO, VISTO E HOMOLOGAÇÃO 97 2.5.7 ATOS ADMINISTRATIVOS ENUNCIATIVOS 98 2.5.8 CERTIDÕES 98 2.5.9 PARECERES 99 2.5.10 ATESTADOS 100 2.5.11 APOSTILA 100 2.5.12 ATOS ADMINISTRATIVOS PUNITIVOS 100

    3) TEORIA DAS NULIDADES NO DIREITO ADMINISTRATIVO. 105

    3.1 ATOS ADMINISTRATIVOS NULOS, ANULÁVEIS E INEXISTENTES. 105 3.2 TEORIAS MONISTA (OU UNITÁRIA) E DUALISTA. 107 3.3 VÍCIOS DO ATO ADMINISTRATIVO. 108 3.4 DESCONSTITUIÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 112 3.4.1 INVALIDAÇÃO 113 3.4.2 REVOGAÇÃO 122 3.5 CONVALIDAÇÃO (OU SANATÓRIA) 144

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    4) RESUMO DA AULA. 150

    5) QUESTÕES 162

    6) REFERÊNCIAS 186

    1) Introdução à aula 04

    Que bom que você veio para nossa aula de Direito Administrativo

    para o concurso do INSS – Técnico do Seguro Social.

    Nesta aula falaremos sobre o seguinte assunto: “6 Ato

    administrativo: validade, eficácia; atributos; extinção, desfazimento e

    sanatória; classificação, espécies e exteriorização; vinculação e

    discricionariedade.”.

    Não se esqueça de que, ao final, você terá um resumo da aula e as

    questões tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na

    véspera da prova!

    Chega de papo, vamos à luta!

    2) Atos Administrativos

    2.1 Conceito de ato administrativo.

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    Antes de conceituarmos ato administrativo, lembrando que não há

    conceito legal e sim doutrinário, devemos distinguir os conceitos de fato

    e de ato, de modo que a ideia do ato administrativo fique clara.

    Fato: é acontecimento sem qualquer interferência da vontade

    humana, como no caso de eventos da natureza. Ato, por sua vez, é

    manifestação de vontade praticada pelo homem.

    Se “ato” é manifestação da vontade humana, “atos

    administrativos” são declarações humanas (e não meros fenômenos

    da natureza), unilaterais (as bilaterais constituem contratos), expedidas

    pela administração pública ou por particular no exercício de suas

    prerrogativas, com o fim imediato de produzir efeitos jurídicos

    determinados, em conformidade com o interesse público, sob regime de

    direito público e sujeitas a controle. Exemplos: aplicação de uma pena

    de multa em razão do excesso de velocidade; a desapropriação de uma

    área privada; o tombamento de um patrimônio de relevância histórica.

    Fernanda Marinela destaca que os serviços ou atividades

    controlados por computadores, como, por exemplo, as centrais

    controladoras dos semáforos da cidade, hipótese em que a própria

    máquina emite ordens de “pare” ou “siga”, são atos jurídicos e

    administrativos, embora não decorram de uma verdadeira manifestação

    de vontade humana.

    Como já visto, ato é diferente de fato, por isso não

    confunda ato administrativo com fato administrativo (acontecimentos

    que produzem efeitos jurídicos relevantes para o Direito

    Administrativo), cujos exemplos são: a morte de um funcionário que

    gera vacância de um cargo; a destruição de uma escola pública em

    razão da chuva; a mudança de lugar de certo órgão público; a cirurgia

    realizada por um médico em um hospital público; etc. Ademais, para

    Maria Sylvia Zanella Di Pietro, se o fato não produz qualquer efeito

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    jurídico no Direito Administrativo, ele é denominado fato da

    administração.

    Os atos administrativos podem ser anulados e revogados dentro

    dos limites do Direito, em quanto os fatos administrativos não admitem

    nem anulação nem revogação. Por fim, os atos administrativos gozam

    de presunção de legitimidade, enquanto os fatos não.

    Por outro lado, importante destacar o conceito trazido por Marinela

    de ato da administração, que é todo ato praticado pela Administração

    Pública, mais especificamente pelo Executivo, no exercício da função

    administrativa, podendo ser regido pelo direito público ou pelo direito

    privado. Note que esse conceito tem sentido mais amplo do que o de

    ato administrativo, que necessariamente deve ser regido pelo direito

    público.

    A autora continua dizendo que os atos da administração podem

    ser:

    a) Atos privados da Administração. Exs: doação, permuta, compra

    e venda, locação

    b) Atos materiais: condutas que não contêm manifestação de

    vontade, constituindo apenas em uma execução, configurando

    fatos administrativos e não atos administrativos. Exs: demolição

    de uma cassa, apreensão de mercadoria, realização de um

    serviço

    c) Atos administrativos

    Ficam excluídos do conceito de atos da administração os atos

    administrativos não praticados pela Administração, como é o caso, por

    exemplo, de alguns atos praticados por concessionárias prestadoras de

    serviços públicos.

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    A prescrição e da decadência são institutos que produzem efeitos

    jurídicos em razão da soma de dois elementos: o decurso do tempo e a

    inércia do titular do direito. Assim, não representam nem evento da

    natureza nem conduta material, tendo sido reconhecidos de forma

    pacífica como fatos jurídicos em sentido estrito, ou fatos jurídicos

    objetivos.

    Voltando ao conceito de “ato administrativo”, para quem gosta de

    demonstrar seu apurado conhecimento jurídico em provas subjetivas,

    citando doutrinadores de renome, colacionamos a definição de ato

    administrativo da professora Di Pietro:

    “pode-se definir o ato administrativo como a declaração do

    Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos

    imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito

    público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário” (2009, p. 196)

    Na tentativa de melhor definir o ato administrativo, Marinela fixa

    alguns pontos fundamentais, tais como: a vontade, que deve

    necessariamente emanar de um agente público no exercício de sua

    função administrativa, o que o distingue do particular; seu conteúdo,

    que deve propiciar efeitos jurídicos sempre com um fim público; e, por

    fim, o regime, que deve ser de direito público.

    O aluno não pode se esquecer de que, além do Poder Executivo, os

    órgãos que compõem o Poder Judiciário e o Legislativo também editam

    atos administrativos (ex: quando o Tribunal de Justiça realiza uma

    licitação para a compra de papel e de impressora, quando a Assembleia

    Legislativa contrata uma empresa de engenharia para fazer uma

    reforma etc.). Também não pode se esquecer de que a Administração

    Pública pode editar atos regidos pelo direito privado quando, por

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    exemplo, uma empresa estatal vende os bens produzidos por ela no

    mercado num ambiente de livre concorrência.

    Assim, existem atos administrativos que não são atos da

    administração e vice-versa.

    Por fim, vale destacar a valiosa lição de Bandeira de Mello (2010,

    p. 413-416) acerca do silêncio da Administração quando esta não se

    pronuncia quando deve fazê-lo. Para o ilustre administrativista, o

    silêncio não é ato jurídico, mas um fato jurídico administrativo, pois não

    houve qualquer manifestação.

    Para a doutrina majoritária, o silêncio administrativo não produz

    nenhum efeito, salvo quando a lei – reconhecendo o dever da

    Administração de agir, atribui esse resultado, admitindo-se, nesse caso,

    a possibilidade de uma anuência tácita, ou até, de efeito denegatório do

    pedido, contrariando o interesse de peticionário. Nessas hipóteses – em

    que a lei atribui efeito ao silêncio – o mesmo não decorre do silêncio e

    sim da previsão legal.

    Normalmente, o silência é um ato irregular da Administração, pois

    o administrado tem o direito de obter uma resposta de suas solicitações

    e requerimentos dirigidos à Administração. Essa resposta obrigatória

    está prevista no texto constitucional (art. 5º, XXXIV), o qual define o

    direito de petição, que abrange não somente a possibilidade de

    requerer, como também a certeza de obter uma resposta,

    caracterizando-se, dessa maneira, como um dever para o

    administrador.

    Assim, se após o prazo fixado em lei a Administração não fornecer

    as informações solicitadas, o administrado pode questionar a conduta

    do agente público junto ao Judiciário, pois ele descumpriu o dever legal

    de decidir.

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    Atualmente, a Lei n. 12.527/11 (lei do acesso a informação) regula

    o tema da seguinte forma:

    Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato à informação disponível. § 1o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias: I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão; II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; ou III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da remessa de seu pedido de informação. § 2o O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente.

    O STJ manifestou-se: “1. O ‘direito de petição aos

    poderes públicos em defesa de direitos e contra ilegalidade ou abuso de

    poder’, assegurado pelo art. 5º, XXXIV, I, da CF, tem natureza

    instrumental: é direito, assegurado ao cidadão, de ver recebido e

    examinado o pedido em tempo razoável e de ser comunicado da

    decisão tomada pela autoridade a quem é dirigido. Nele não está

    contido, todavia, o direito de ver deferido o pedido formulado (...)”

    (RMS 16.424/DF, STJ – Primeira Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki,

    julg: 05.04.2005, DJ: 18.04.2005).

    1. (CESPE - 2013 - DEPEN - Especialista - Todas as

    áreas) A função administrativa, ou executiva, é exercida

    privativamente pelo Poder Executivo.

    Questões de concurso

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    Além do Poder Executivo, os órgãos que compõem o Poder

    Judiciário e o Legislativo também editam atos administrativos.

    Gabarito: Errado.

    2. (CESPE – 2013 – TJDFT – Oficial de Justiça) A

    designação de ato administrativo abrange toda atividade desempenhada

    pela administração.

    O ato administrativo não abrange toda atividade desempenhada

    pela administração, representando apenas uma parcela da atuação da

    administração.

    Logo, está INCORRETA.

    3. (CESPE - 2013 - DEPEN - Agente Penitenciário) Um

    banco estatal que celebra com o particular um contrato para

    fornecimento de cheque especial pratica um ato administrativo.

    Se “ato” é manifestação da vontade humana, “atos

    administrativos” são declarações humanas (e não meros fenômenos

    da natureza), unilaterais (as bilaterais constituem contratos), expedidas

    pela administração pública ou por particular no exercício de suas

    prerrogativas, com o fim imediato de produzir efeitos jurídicos

    determinados, em conformidade com o interesse público, sob regime de

    direito público e sujeitas a controle.

    O ato praticado não visa o interesse público, mas de particulares,

    por isso está errado!!

    4. (CESPE – 2010 - MPS – Técnico Em Comunicação

    Social – Rel. Públicas) Quando um banco estatal celebra, com um

    cliente, um contrato de abertura de conta-corrente, está praticando um

    ato administrativo.

    Cumpre ressaltar que nem toda ação da Administração Pública é

    tida como ato administrativo. Os atos administrativos são

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    manifestações, unilaterais, quando a Administração age como tal, tendo

    assim, superioridade, prerrogativas e supremacia em relação ao

    particular. As empresas estatais (empresas públicas e sociedades de

    economia mista) são submetidas ao mesmo regime jurídico das demais

    empresas privadas (regime jurídico de direito privado). Desta forma, os

    atos praticados por estas não são considerados atos administrativos,

    mas atos privados da Administração. Assim se enquadra o contrato de

    abertura de conta-corrente.

    Gabarito: Errado.

    5. (CESPE - 2012 - ANATEL – Analista) A formalização de

    contrato de abertura de conta-corrente entre instituição financeira

    sociedade de economia mista e um particular enquadra-se no conceito

    de ato administrativo.

    Vimos que atos de empresas estatais se enquadram como ato

    privado da administração, pois não é unilateral e também não possui

    prerrogativas.

    Gabarito: Errado.

    6. (CESPE – 2012 – TJ/AL – Analista Judiciário –

    Administrativa) Todo ato praticado no exercício da função

    administrativa consiste em ato da administração.

    Vimos que os “atos administrativos” são declarações humanas,

    unilaterais, expedidas pela administração pública ou por particular no

    exercício de suas prerrogativas, com o fim imediato de produzir efeitos

    jurídicos determinados, em conformidade com o interesse público, sob

    regime de direito público e sujeitas a controle. Os atos administrativos

    são espécies do gênero atos da administração. Entre os atos da

    administração temos: os atos de direito privado; os atos materiais da

    administração; atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor; os atos

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    políticos; os contratos; os atos normativos; e os atos administrativos

    propriamente ditos.

    Gabarito: Certo.

    7. (CESPE - 2012– TJ/AL – Analista Judiciário –

    Administrativa) Os atos políticos não se sujeitam ao regime jurídico

    constitucional.

    Todo ato da administração está sujeito ao regime constitucional.

    Lembre-se de que os atos políticos não são considerados atos

    administrativos.

    Gabarito: Errado.

    8. (CESPE - 2010 - CETURB/ES - Advogado) Atos praticados

    pela administração valendo-se de suas prerrogativas e regido pelas

    normas de direito público são exemplos de atos administrativos, não

    podendo ser classificados, portanto, como atos da administração.

    A primeira parte do enunciado está correta. No entanto, se os atos

    citados são atos administrativas, consequentemente são atos da

    administração, já que são espécies destes últimos.

    Gabarito: Errado.

    9. (CESPE - 2012 – TJ/AL – Analista Judiciário –

    Administrativa) De acordo com os critérios objetivo, funcional ou

    material, ato administrativo corresponde ao ato praticado no exercício

    concreto da função administrativa que é editado exclusivamente por

    órgãos administrativos.

    Sabemos que o sentido objetivo, material ou funcional da

    administração pública denota a própria atividade administrativa

    exercida pelo Estado. Desta forma, por tal critério, o ato administrativo

    surge do exercício dessa função que poderá ser editado por órgão ou

    entidade administrativa, bem como pelos delegatários dos serviços

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    públicos, ou seja, particulares no exercício delegado da função

    administrativa.

    Gabarito: Errado.

    10. (CESPE - 2011 – STM – Analista Judiciário –

    Administração) Os atos administrativos têm origem no Estado ou em

    agentes investidos de prerrogativas estatais.

    Vimos que se pode definir o ato administrativo como a declaração

    do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos

    imediatos, com observância da lei.

    Gabarito: Certo.

    11. (CESPE - 2012 – TJ/AL – Analista Judiciário –

    Administrativa) Os atos administrativos incluem os despachos de

    encaminhamento de papéis e os processos.

    Os despachos não são manifestações unilaterais de vontade da

    administração revestidas de prerrogativas públicas, ou seja, são

    considerados meros atos.

    Gabarito: Errado.

    2.2 Elementos do ato administrativo; teoria dos motivos determinantes; procedimento administrativo.

    O que vamos estudar agora são os elementos que constituem os

    atos administrativos, sem eles o ato administrativo não completa seu

    ciclo de formação ou são considerados, até mesmo, a depender do

    elemento faltante, inexistente. Alguns doutrinadores preferem usar a

    expressão “requisitos”, outros a expressão “pressupostos”. Assim, se a

    sua prova trouxer no enunciado o termo “requisitos ou pressupostos do

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    ato administrativo” saiba que a questão está tratando dos elementos do

    ato administrativo.

    A doutrina do direito administrativo brasileiro diverge quanto aos

    elementos que compõem os atos administrativos. Em razão disso, o

    critério mais seguro para se utilizar em uma prova de concurso é o do

    art. 2º da Lei nº 4.717/65. Para essa lei, os elementos do ato

    administrativo são: competência, forma, objeto, motivo e finalidade.

    Isso não quer dizer que o aluno deve marcar errado se

    apresentada na questão que o sujeito, e não a competência, é um dos

    elementos do ato administrativo.

    O que você deve levar para a prova é que os elementos do ato

    administrativo são o SUJOMOFOFI = Sujeito, objeto, motivo, forma e

    finalidade; ou o COMFIFOMOB = Competência, finalidade, forma,

    motivo e objeto.

    Nesse ponto, Di Pietro (2009, p. 202) informa, com razão, que a

    competência é um atributo do sujeito que pratica o ato e, além desse

    atributo, ele deve ter a capacidade para realizá-lo. Desse modo, mais

    adequado falar-se que o sujeito – e não a competência – é um dos

    elementos do ato administrativos.

    a) Sujeito ou competência (SUJ ou COM)

    Sujeito é aquele que pratica o ato. Ele deve ter capacidade e

    competência para a prática do ato. A primeira se verifica das normas

    de direito civil (idade, sanidade mental etc.). Já a competência, no

    direito administrativo, decorre da Constituição, das leis e atos

    normativos. Esses diplomas não só definem o plexo de competências,

    mas impõem aos seus titulares o dever de exercê-las em prol do

    interesse público.

    *Pensou em sujeito – pense em capacidade e

    competência!*

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    O sujeito competente deve ser necessariamente um agente

    público, que é o conceito mais amplo encontrado na doutrina,

    consistindo em qualquer pessoa que exerça de forma temporária ou

    permanente, com ou sem remuneração, uma função pública, devendo

    estar, de alguma forma, ligado à Administração Pública.

    Além disso, é necessária a análise da capacidade jurídica desse

    agente e do ente a que ele pertence, a quantidade de atribuições do

    órgão que o produziu, a competência do agente emanante e a

    inexistência de óbices à sua atuação no caso concreto, tais como

    afastamentos legais, impedimentos e outros.

    Aqui já entramos em um ponto que pode ser explorado na

    prova: o estudo da competência para a prática do ato administrativo.

    Portanto, SINAL DE ALERTA!

    Segundo Marinela, entende-se por competência o conjunto de

    atribuições das pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos, fixado pelo

    direito positivo, representando a esfera de atuação de cada um deles; é

    o círculo definido por lei dentro do qual podem os administradores

    exercer legitimamente sua atividade.

    A competência para a prática de atos administrativos

    não se presume, dependendo sempre de previsão legal.

    Importante observar as características da competência exercida

    pelo sujeito que pratica o ato administrativo. Mencionamos aqui as

    características da competência trazidas por Alexandrino (2010, p. 437),

    com fundamento na doutrina brasileira, especialmente em Bandeira de

    Mello:

    de exercício obrigatório;

    A competência representa regra de exercício obrigatório para

    os órgãos e agentes públicos, sempre que caracterizado o

    interesse público. Portanto, exercitá-la não é livre decisão de

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    quem a titulariza; trata-se de um poder-dever do

    administrador.

    irrenunciável;

    Com base no princípio da indisponibilidade do interesse

    público, o administrador que recebe uma competência legal

    não pode renunciá-la para deixar de exercê-la.

    Fundamenta-se em dois artigos da Lei nº 9.784/99:

    Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei; Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.

    intransferível;

    O exercício da competência não admite transação ou acordo,

    descabendo repassá-la a outrem, salvo quando

    expressamente autorizado por lei.

    imodificável pela vontade do agente;

    O administrador não pode, por intermédio de ato

    administrativo, dilatar ou restringir sua competência,

    considerando que sua fonte definidora é a lei, logo um ato

    superior na estrutura do ordenamento jurídico.

    imprescritível

    O não exercício não extingue a competência, ou seja, mesmo

    que a competência não seja utilizada, independente do

    tempo, o agente continuará sendo o competente.

    improrrogável

    Se o sujeito competente não exerce a competência, ela não

    se transfere ao órgão incompetente que praticou o ato. Isso

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    porque, quem confere a competência é a lei. Assim, o agente

    não pode revogar uma lei pelo seu costume.

    CUIDADO: O concursando nunca pode se esquecer de

    que, apesar das características de irrenunciabilidade e

    intransferibilidade, a competência pode ser objeto de delegação e

    avocação.

    A delegação é um instrumento de descentralização administrativa

    (art. 11 do Decreto-lei nº 200/67) e não importa em transferência de

    competência, tanto é que a autoridade delegante pode avocar a

    competência delegada a qualquer momento (art. 2º, parágrafo único,

    do Decreto nº 83.937/79). Assim, o ato de delegação não retira a

    competência da autoridade delegante que continua competente

    cumulativamente com a autoridade delegada; tal transferência também

    é passível de revogação a qualquer tempo, devendo também ser

    publicado no órgão oficial.

    Deve-se observar que a delegação de competência normalmente é

    realizada para agentes de plano hierárquico inferior. Contudo, a lei

    também a admite para o mesmo plano hierárquico, quando não

    existirem impedimentos, sendo conveniente em razão de circunstâncias

    de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Essa

    hipótese aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados

    aos respectivos presidentes (art. 12 da Lei nº 9.784/99).

    O ato de delegação exige publicação oficial e deverá especificar as

    matérias e os poderes transferidos, definindo os limites de atuação do

    delegado, a duração e os objetivos da delegação, além dos recursos

    cabíveis e demais ressalvas que o delegante entender convenientes.

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    MUITO CUIDADO – EXCEÇÃO À REGRA DA DELEGAÇÃO:

    A Lei nº 9.784/99 (art. 13), que regula o processo administrativo

    no âmbito da Administração Pública Federal, proíbe a delegação da

    competência:

    (a) de editar atos normativos;

    (b) de decidir recursos administrativos; e

    (c) das matérias de competência

    exclusiva do órgão ou autoridade.

    Por essa razão, os atos de delegação e os demais atos praticados

    em razão dessa ilegalidade pela autoridade que a recebeu são

    considerados inválidos.

    IMPORTANTE: Dos demais dispositivos da Lei nº

    9.784/99 e do Decreto nº 83.937/79, extraem-se as seguintes

    conclusões que já foram cobradas em inúmeras provas de concursos,

    são elas:

    o ato de delegar pressupõe a autoridade para subdelegar;

    pode haver delegação de competências a órgãos não

    subordinados;

    a delegação pode ser parcial;

    ela deve ser feita por prazo determinado;

    a autoridade delegante pode permanecer com o poder de

    exercer a competência de forma conjunta com a delegatária.

    Segundo Marinela, o fenômeno da avocação ocorrerá quando a

    autoridade superior, que inicialmente era incompetente, atrai para a

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    sua esfera de competência a prática de um determinado ato. Enquanto

    na delegação há transferência, na avocação há atração.

    Importante ressaltar que, para a realização desse evento,

    pressupõem-se um sistema de hierarquia e a inexistência de

    competência exclusiva. Veja o art. 15 da Lei nº 9.784/99:

    Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

    Por fim, com relação à competência, o aluno deve ter em mente

    que, quando o agente público atua fora de sua esfera de competência,

    ocorre o excesso de poder (Alexandrino, 2010, p. 440).

    b) Forma (FO)

    Além do elemento sujeito ou competência, existe o elemento

    forma.

    Conforme destaca Marinela, a exteriorização da vontade é condição

    para que o ato administrativo produza efeitos no mundo jurídico,

    considerada como instrumento de sua projeção, representando

    elemento que integra a própria formação do ato e é fundamental para

    completar o ciclo de existência.

    Entretanto, para o ato administrativo ser válido, não basta a

    manifestação da vontade, sendo necessário que seja realizado de

    acordo com as exigências definidas pela lei (formalidades específicas do

    ato), cuja ausência gera vício de legalidade, com sua consequente

    invalidação.

    Em regra, os atos administrativos representam o resultado de um

    procedimento administrativo prévio, formado por uma série de atos

    formais que levam a um provimento final, observando o princípio

    constitucional do devido processo legal.

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    Para completar as exigências da forma, a doutrina aponta, ainda, a

    motivação, enquanto correlação lógica entre o motivo, o resultado do

    ato e a previsão legal. Isso mesmo! A motivação decorre da forma.

    Com relação à motivação, Di Pietro (2009, p. 207) destaca que ela

    tem duas acepções:

    a) em sentido estrito: a forma é considerada como a exteriorização

    do ato, ou seja, o modo pelo qual a declaração se apresenta;

    b) em sentido amplo: a forma inclui “todas as formalidades que

    devem ser observadas durante o processo de formação da

    vontade da Administração, e até os requisitos concernentes à

    publicidade do ato”.

    A regra, estabelecida no art. 22 da Lei n. 9.784/99, é o

    informalismo do ato administrativo. Entretanto, esse princípio não

    chega ao ponto de aplicar no direito administrativo o princípio do direito

    privado da liberdade de formas. Pelo contrário, aplica-se o princípio da

    solenidade, segundo o qual os atos administrativos devem observar os

    procedimentos de formação previstos na lei.

    Assim, o informalismo só se aplica se a forma ou o procedimento

    formal não estiverem expressamente previstos em lei.

    Interessante notar que a motivação pode ser feita por meio de

    declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres,

    informações, decisões ou propostas, que, nesse caso, serão parte

    integrante do ato (art. 50, §2º, da Lei nº 9.784/99). É a chamada

    motivação per relationem ou aliunde, na qual as razões para a

    prática do ato não constam no ato em si, mas em um documento a que

    o ato faz referência.

    Os atos administrativos deverão ser formalizados por escrito,

    independentemente de qualquer previsão específica. Contudo, essa

    regra não é absoluta, admitindo-se que esses atos, excepcionalmente,

    sejam praticados de outra maneira, desde que expressamente

    autorizados por lei. Exemplos: gestos realizados pelo guarda de

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    trânsito; palavras da polícia de segurança; art. 60, parágrafo único, da

    Lei nº 8.666/93 (possibilidade de contrato administrativo verbal,

    atendidas as condições legais).

    Quanto ao vício na forma, vamos observar o que diz Marinela:

    “Considerando que a forma dos atos administrativos é definida por lei, não se admite que o administrador deixe de observá-la, sob pena de invalidação do ato por vício de legalidade. Todavia, a adequação dessa forma legal exige sempre uma carga de comedimento e razoabilidade por parte do intérprete, do aplicador da norma, para evitar exageros desnecessários. Em algumas circunstâncias, o defeito de forma representa mera irregularidade sanável, o que ocorre quando o vício não atinge qualquer esfera de direito, merecendo, nessa hipótese, a correção pelo instituto da convalidação, como acontece com o ato administrativo formalizado por portaria, quando deveria ser por ordem de serviço, segundo a exigência da lei.”

    c) Objeto (O)

    Em seguida, ainda com relação aos elementos do ato

    administrativos apresentados na Lei nº 4.717/65, destacamos o

    objeto.

    O objeto é o conteúdo material, o resultado prático, é o que o ato

    realiza, é a resposta às seguintes perguntas: “O quê é o ato?”, “Para

    quê serve o ato?”. O objeto deve ser lícito, certo e moral.

    O objeto é o ato em si mesmo considerado, representa o efeito

    jurídico imediato que o ato produz, o que este decide, certifica, opina,

    atesta. Esse elemento configura a alteração no mundo jurídico que o

    ato administrativo se propõe a processar. Exemplos: em uma licença

    para construir, o objeto é o “permitir que o interessado edifique

    legitimamente – o concedo a licença”; na aplicação de uma multa, o

    objeto é a “aplicação efetiva da penalidade”; em uma nomeação, o

    objeto é o “admitir o indivíduo no serviço público – atribuir um cargo a

    alguém”.

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    Objeto e conteúdo são utilizados pela maioria dos

    doutrinadores como expressões sinônimas.

    Segundo Marinela, o objeto pode ser dividido em:

    a) objeto natural: é o efeito jurídico que o ato produz, sem

    necessidade de expressa menção, é uma consequência natural

    do ato;

    b) objeto acidental: é o efeito jurídico que o ato produz, em

    decorrência de cláusulas acessórias apostas ao ato pelo sujeito

    que o pratica, como, por exemplo, o termo, a condição ou um

    encargo.

    d) Finalidade (FI)

    Além do sujeito (ou competência), da forma e do objeto, a

    finalidade é outro elemento do ato administrativo.

    Assim como a forma, a finalidade pode ser analisada sob duas

    acepções (que já foram objeto de cobrança em concurso público):

    a) em sentido estrito, a finalidade é o resultado específico que o

    agente quer alcançar com a prática do ato, é o efeito que ele

    deseja produzir ao praticar o ato; é a finalidade específica,

    prevista pela lei, tendo em vista que, para cada propósito que a

    Administração pretende alcançar, existe um ato definido em lei.

    Exemplo: não é possível remover um servidor com a finalidade

    de puni-lo, ainda que se trate de autoridade competente para

    praticar tanto a remoção, quanto a punição; o vício decorre do

    descumprimento da finalidade específica da remoção que não é

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    punir, mas sim acomodar deficiências e necessidades do serviço

    público.

    b) em sentido amplo: a finalidade se confunde com o interesse

    público, com o bem comum, qualquer que seja o resultado

    esperado pelo sujeito, a finalidade dele é a consecução do

    interesse público, representando o fim mediato do ato

    administrativo (lembrando que o fim imediato é o objeto).

    Exemplo: na nomeação de um servidor, o objetivo é aumentar o

    quadro da Administração, buscando dar maior eficiência ao

    serviço.

    Portanto, se o ato administrativo perseguir interesses ilícitos ou

    contrários ao interesse coletivo, estará eivado de vício de

    finalidade, denominado desvio de finalidade, e deverá ser

    retirado do ordenamento jurídico.

    Se o agente se valeu de um ato para atender finalidade diversa da

    prevista no ordenamento, esse ato será inválido em razão do desvio de

    poder.

    Bandeira de Mello (2010, p. 407) observa que o desvio de poder

    pode se manifestar de duas formas: (a) o agente busca finalidade

    alheia ao interesse público; (b) o agente busca uma finalidade de

    interesse público, mas alheia à prevista para o ato que utilizou. O

    desvio de poder (vício na finalidade) e o excesso de poder (vício na

    competência) são espécies do gênero abuso de poder (Alexandrino,

    2010, p. 440)

    Assim, temos o importante quadro – SINAL DE ALERTA:

    Desvio de poder – vício na

    finalidade

    Abuso de poder

    Excesso de poder – vício na

    competência

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    e) Motivo (MO)

    O motivo é outro elemento do ato administrativo e pode ser

    definido como a causa imediata do ato administrativo, representando as

    razões que justificam a edição do ato; é a situação de fato (ocorrida no

    mundo empírico, ou seja, conjunto de circunstâncias fáticas que levam

    à prática do ato) e de direito (previsão legal ou o princípio) que

    determina a prática do ato (Alexandrino, 2010, p. 444).

    A análise da vinculação e da discricionariedade é de fundamental

    importância no estudo do motivo e do objeto do ato administrativo. Nas

    hipóteses de vinculação, a situação de fato já está delineada pela norma

    legal, nada mais cabendo ao agente a não ser praticar o ato, tão logo

    seja configurada. Ele atua como executor da lei, em virtude do princípio

    da legalidade. Exemplo: licença para exercer atividade profissional em

    todo o território nacional.

    Quando da discricionariedade, a lei não delineia a situação fática,

    mas transfere ao agente a verificação de sua ocorrência, atendendo a

    critérios de caráter administrativo – conveniência e oportunidade – vale

    dizer, é o agente que elege a situação fática ensejadora da vontade,

    permitindo, assim, maior liberdade para definição do motivo do ato,

    sem se afastar dos princípios administrativos. O autor do ato pode

    traçar as linhas que limitam o objeto de seu ato, mediante a avaliação

    do motivo declarado. Exemplo: autorização para funcionamento de um

    circo em praça pública.

    Exemplos: remoção de um servidor público que pode ter como

    motivo a ausência de trabalho suficiente no local em que está lotado;

    dissolução de uma passeata tumultuosa que tem como motivo a

    perturbação da ordem pública – o tumulto; interdição de uma fábrica

    poluente que tem como motivo a existência real de poluição da

    atmosfera causada por essa empresa.

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    Segundo Marinela, para a legalidade do motivo e, por conseguinte,

    validade do ato administrativo, exige-se:

    a) materialidade do ato, isto é, o motivo em função do qual foi

    praticado o ato deve ser verdadeiro e compatível com a

    realidade fática apresentada pelo administrador.

    b) correspondência do motivo existente que embasou o ato com o

    motivo previsto na lei.

    c) congruência entre o motivo existente e declarado no momento

    da realização do ato e o resultado prático desse ato, que

    consiste na soma do objeto com a finalidade do ato.

    É possível concluir que o motivo será ilegal e o ato

    administrativo será inválido quando o fato alegado não for verdadeiro,

    isto é, o motivo não existir; quando não existir compatibilidade entre o

    motivo declarado no ato e a previsão legal; quando inexistir

    congruência entre o motivo e o resultado do ato e, por fim, quando o

    motivo depender de um critério subjetivo de valoração do administrador

    e este extrapolar os limites legais, vale dizer, não for razoável e

    proporcional.

    CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR FINALIDADE COM MOTIVO NEM

    COM OBJETO!!! O motivo do ato administrativo é composto pelas

    razões de fato e de direito, que levam à prática do ato, portanto é uma

    ocorrência que antecede ao próprio ato. De outro lado, a finalidade

    sucede à prática do mesmo, porque corresponde a algo que a

    Administração quer alcançar com a edição do ato. Por fim, o objeto

    consiste no resultado da prática do ato, o que ele faz em si mesmo.

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    Motivo Finalidade objeto

    Razões de fato e de

    direito, que levam à

    prática do ato

    Resultado específico

    (o efeito) que o

    agente quer alcançar

    com a prática do ato

    O que o ato faz no

    mundo exterior.

    A soma do objeto com a finalidade compõe o resultado do ato

    administrativo. Ambos são vetores desse resultado, que é composto

    pelo seu fim mediato – a finalidade – que é sempre o interesse público,

    aspecto invariável do ato, e pelo seu fim imediato – o objeto – que é

    variável, conforme o resultado prático buscado pelo agente.

    Exemplos trazidos por Marinela: na hipótese da dissolução de uma

    passeata tumultuosa, tem-se o motivo que é o tumulto, o objeto que é

    a dissolução propriamente dita e a finalidade que é a proteção da ordem

    pública; na hipótese de interdição da fábrica poluidora da atmosfera, o

    motivo é a efetiva poluição com o prejuízo para o ar atmosférico, o

    objeto é o fechamento da empresa e a finalidade é a proteção da

    salubridade pública.

    Em resumo, diante de certa situação de fato ou de direito (motivo),

    a autoridade pratica certo ato (objeto – efeito jurídico imediato) para

    alcançar determinado resultado (finalidade – efeito jurídico mediato).

    Nesse tema, quatro pontos são relevantes para

    concursos públicos: (I) diferenciar conceitualmente motivo, móvel e

    motivação; (II) possível motivação posterior do ato administrativo, em

    hipóteses excepcionais; (III) o fundamento da motivação dos atos

    administrativos; e (IV) a teoria dos motivos determinantes.

    (I) A diferenciação conceitual mais exata entre motivo, móvel,

    motivação é dada por Bandeira de Mello (2010, p. 399).

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    Ele observa que motivo se distingue de móvel porque este designa

    a representação subjetiva, psicológica, interna; a intenção do agente ao

    praticar o ato. O motivo decorre da situação objetiva, real, empírica, ou

    seja, ocorrida no mundo dos fatos e externa ao agente.

    O mesmo autor ensina também que o motivo não se confunde com

    a motivação, pois esta é a justificativa formalizada pelo agente para a

    prática do ato e decorre do princípio da transparência.

    O motivo é o fato e o fundamento jurídico que

    justificam a prática do ato, enquanto a motivação tem um enfoque mais

    amplo. A motivação é a justificativa da edição do ato. Ela exige da

    Administração o dever de justificar seus atos, de expor as razões do ato

    para o mundo exterior, apontando-lhes os fundamentos de direito e de

    fato, assim como a correlação lógica entre esses fatos ocorridos e o ato

    praticado, demonstrando a compatibilidade da conduta com a lei. Enfim,

    exige um raciocínio lógico entre o motivo, o resultado do ato e a lei.

    temos o seguinte quadro conceitual:

    Motivo

    Causa imediata dos atos

    administrativos ocorrida no

    mundo dos fatos.

    Móvel

    Intenção do

    agente ao

    praticar o ato.

    Motivação

    Justificativa

    formalizada pelo

    agente para a prática

    do ato.

    (II) Para o entendimento majoritário da doutrina e da

    jurisprudência, o que se registra adequado ao atual contexto legal, a

    motivação é obrigatória em praticamente todos os atos

    administrativos, ou seja, não é necessária a motivação em todos os

    atos administrativos.

    Nas hipóteses em que a motivação é obrigatória, é imprescindível

    que ela seja prévia ou contemporânea à prática do ato.

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    A motivação posterior à prática do ato só é admitida em hipóteses

    excepcionais, conforme reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça no

    seguinte julgado divulgado no Informativo STJ nº 529:

    O vício consistente na falta de motivação de portaria de remoção ex officio de servidor público pode ser convalidado, de forma excepcional, mediante a exposição, em momento posterior, dos motivos idôneos e preexistentes que foram a razão determinante para a prática do ato, ainda que estes tenham sido apresentados apenas nas informações prestadas pela autoridade coatora em mandado de segurança impetrado pelo servidor removido. De fato, a remoção de servidor público por interesse da Administração Pública deve ser motivada, sob pena de nulidade. Entretanto, consoante entendimento doutrinário, nos casos em que a lei não exija motivação, não se pode descartar alguma hipótese excepcional em que seja possível à Administração demonstrar de maneira inquestionável que: o motivo extemporaneamente alegado preexistia; que era idôneo para justificar o ato; e que o motivo foi a razão determinante da prática do ato. Se esses três fatores concorrem, há de se entender que o ato se convalida com a motivação ulterior. Precedentes citados: REsp 1.331.224-MG, Segunda Turma, DJe 26/2/13; MS 11.862-DF, Primeira Seção, DJe 25/5/09. AgRg no RMS 40.427-DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 3/9/2013.

    Concluindo, para os atos administrativos em que a motivação é

    obrigatória e esta não for realizada, o ato será ilegal e deve ser retirado

    do ordenamento jurídico, ocorrendo o mesmo quando a motivação é

    apresentada após a prática do ato. De outro lado, para as hipóteses em

    que a motivação é facultativa (porém aconselhável), a sua ausência não

    prejudica a validade do ato, podendo ser apresentada posteriormente.

    (III) O fundamento da motivação dos atos administrativos é

    tema que pode auxiliar o aluno no momento de julgar itens de alta

    complexidade. Por isso, é de fundamental importância que o aluno

    absorva esse ponto da matéria.

    Para isso, partimos do voto do Ministro Ricardo Lewandowski, do

    STF, no julgamento do RE 589998. Ao analisar a necessidade de se

    motivar o ato administrativo que demite empregado de empresa

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    pública, afirmou o Ministro que a obrigação de motivar os atos

    decorreria, “especialmente, do fato de os agentes estatais lidarem com

    a res publica, tendo em vista o capital das empresas estatais —

    integral, majoritária ou mesmo parcialmente — pertencer ao Estado,

    isto é, a todos os cidadãos. Esse dever, ademais, estaria ligado à

    própria ideia de Estado Democrático de Direito, no qual a legitimidade

    de todas as decisões administrativas tem como pressuposto a

    possibilidade de que seus destinatários as compreendam e o de que

    possam, caso queiram, contestá-las. No regime político que essa forma

    de Estado consubstancia, seria preciso demonstrar não apenas que a

    Administração, ao agir, visou ao interesse público, mas também que

    agiu legal e imparcialmente” (texto extraído do Informativo STF nº 576

    – o julgamento ainda não foi concluído em razão do pedido de vista do

    Ministro Joaquim Barbosa).

    Por fim, com relação ao elemento motivo do ato administrativo,

    pedimos, mais uma vez, que o aluno ligue o SINAL DE ALERTA!, pois

    passamos a tratar da teoria dos motivos determinantes.

    (IV) A teoria dos motivos determinantes dispõe que a validade

    do ato se vincula aos motivos – fáticos e legais – indicados como seu

    fundamento. Os motivos enunciados pelo agente aderem ao ato e a sua

    ocorrência deve ser provada e deve ser suficiente para justificá-lo. Caso

    os motivos sejam inexistentes ou falsos, o ato será inválido. Esse é o

    entendimento que se extrai do ROMS 29774, julgado pela 2ª Turma do

    Superior Tribunal de Justiça, e do MS 11741, julgado pela 1ª Seção da

    mesma Corte.

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    Seja o ato discricionário ou vinculado, o motivo declarado vincula o

    ato para todos os efeitos jurídicos. A partir daí, os órgãos de controle

    internos e externos podem avaliar a legitimidade do ato também com

    relação aos motivos que ensejaram a sua prática, mesmo que

    desnecessária a expressa declaração do motivo. Havendo

    desconformidade entre os motivos determinantes e a realidade, o ato

    pode ser retirado do ordenamento.

    Foi isso que ocorreu no ROMS 29774, acima indicado. O STJ

    declarou nulo o ato da administração de reduzir unilateralmente o valor

    pago às escolas que realizam cursos para a obtenção da CNH em

    percentual muito superior ao verificado como necessário pelo estudo

    técnico da própria administração. Esse estudo foi, justamente, o

    utilizado pela administração como motivação para a redução do valor do

    contrato com as escolas.

    O administrador pode praticar o ato administrativo

    sem declarar o motivo nas hipóteses em que este não for exigido.

    Porém, se ainda assim decidir declará-lo, o administrador fica vinculado

    às razões de fato e de direito que o levaram à prática do ato. Exemplos:

    1 - se um determinado administrador decide exonerar um servidor

    ocupante de cargo em comissão, alegando como motivo a necessidade

    de redução de despesas com folha de pagamento, cumprindo regra para

    racionalização da máquina administrativa, prevista no art. 169 da CF,

    ele não poderá nomear outra pessoa para o mesmo cargo, em

    decorrência da teoria dos motivos determinantes, que exige a

    veracidade e o cumprimento do motivo alegado; 2 - determinado

    governador de um Estado tem uma filha que está namorando um rapaz,

    servidor público estadual, que não é de seu agrado, fazendo com que

    ele decida removê-lo para uma cidade bem distante, alegando

    necessidades do serviço, quando, na verdade, o administrador deseja

    prejudicar o relacionamento.

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    Importante lembrar que há uma situação excepcional em que se

    admite a possibilidade de mudança do motivo alegado, quando ficarem

    mantidas as razões de interesse público. Isso ocorre no caso da

    desapropriação. Se, por exemplo, o Estado resolve desapropria um

    terreno para a construção de uma escola, declara essa razão no decreto

    expropriatório e, posteriormente, decide construir um hospital no local.

    No caso, o motivo se alterou, mas se mantiveram as razões de

    interesse público. Houve o que a doutrina e a jurisrprudência chama de

    tredestinação lícita, não representando violação à teoria dos motivos

    determinantes.

    Veja um julgado sobre a tredestinação lícita, divulgado no

    Informativo 331 do STJ:

    DESAPROPRIAÇÃO. TREDESTINAÇÃO LÍCITA.Cuida-se de recurso interposto contra acórdão do TJ-SP que entendeu não haver desvio de finalidade se o órgão expropriante dá outra destinação de interesse público ao imóvel expropriado. Para a Min. Relatora não há falar em retrocessão se ao bem expropriado for dada destinação que atende ao interesse público, ainda que diversa da inicialmente prevista no decreto expropriatório. A Min. Relatora aduziu que a esse tipo de situação a doutrina vem dando o nome de “tredestinação lícita” - aquela que ocorre quando, persistindo o interesse público, o expropriante dispensa ao bem desapropriado destino diverso do que planejara no início. Assim, tendo em vista a manutenção da finalidade pública pecualiar às desapropriações, a Turma negou provimento ao recurso. Precedentes citados: REsp 710.065-SP, DJ 6/6/2005, e REsp 800.108-SP, DJ 20/3/2006. REsp 968.414-SP, Rel. Min. Denise Arruda, julgado em 11/9/2007.

    Por fim, com relação ao conceito de procedimento

    administrativo, mais uma vez invocamos a lição de Di Pietro. A

    professora ensina (2009, 197) que determinados atos são preparatórios

    de um ato principal, mesmo assim, esses atos são considerados atos

    administrativos, pois integram um procedimento ou fazem parte de um

    ato complexo.

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    Assim, procedimento administrativo seria o rito legal a ser

    percorrido pela Administração para a obtenção de efeitos regulares de

    um ato administrativo principal.

    Importante deixar claro que adotamos os elementos do ato

    administrativo segundo a definição legal (Lei nº 4.717/65) e a lição da

    maioria da doutrina do direito administrativo (Di Pietro, José dos Santos

    Carvalho Filho, Vicente Paulo etc.).

    Não ignoramos a lição de Bandeira de Mello de que há outros

    elementos do ato administrativo, quais sejam: conteúdo (para o autor,

    o conteúdo é o próprio ato, se diferenciando do objeto, porque este

    seria sobre o que trata o ato), causa (relação entre o motivo – fato – e

    o conteúdo do ato sob o enfoque da finalidade conferida pela lei),

    requisitos procedimentais (percurso percorrido pelo ato até a sua

    edição), formalização (modo específico pelo qual o ato administrativo

    deve ser externado) e pertinência à função administrativa (só é ato

    administrativo aquele que seja afeto às atividades administrativas).

    Não abordaremos profundamente a lição desse doutrinador, pois

    ele representa posição isolada no direito administrativo nesse ponto.

    1) Súmula nº 510 do STF: “Praticado o ato por autoridade, no

    exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de

    segurança ou a medida judicial”.

    2) “(...) 1. Segundo a Teoria dos Motivos Determinantes, em

    havendo motivo para a edição do ato exoneratório, fica o Administrador

    vinculado ao motivo, cuja existência e validade podem ser submetidas à

    apreciação do Poder Judiciário. (...)” (RMS 27.520 (2008/0171892-6),

    STJ – Sexta Turma, Rel.ª Min.ª Maria Thereza de Assis Moura, DJe:

    21.03.2012).

    3) “(...)1. Os atos discricionários da Administração Pública

    estão sujeitos ao controle pelo Judiciário quanto à legalidade formal e

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    substancial, cabendo observar que os motivos embasadores dos atos

    administrativos vinculam a Administração, conferindo-lhes legitimidade

    e validade. 2. ‘Consoante a teoria dos motivos determinantes, o

    administrador vincula-se aos motivos elencados para a prática do ato

    administrativo. Nesse contexto, há vício de legalidade não apenas

    quando inexistentes ou inverídicos os motivos suscitados pela

    administração, mas também quando verificada a falta de congruência

    entre as razões explicitadas no ato e o resultado nele contido’ (MS

    15.290/DF, Rel. Min. Castro Meira, Primeira Seção, julg: 26.10.2011,

    DJe: 14.11.2011). 3. No caso em apreço, se o ato administrativo de

    avaliação de desempenho confeccionado apresenta incongruência entre

    parâmetros e critérios estabelecidos e seus motivos determinantes, a

    atuação jurisdicional acaba por não invadir a seara do mérito

    administrativo, porquanto limita-se a extirpar ato eivado de ilegalidade.

    4. A ilegalidade ou inconstitucionalidade dos atos administrativos podem

    e devem ser apreciados pelo Poder Judiciário, de modo a evitar que a

    descricionariedade transfigure-se em arbitrariedade, conduta ilegítima e

    suscetível de controle de legalidade. 5. ‘Assim como ao Judiciário

    compete fulminar todo o comportamento ilegítimo da Administração que

    apareça como frontal violação da ordem jurídica, compete-lhe,

    igualmente, fulminar qualquer comportamento administrativo que, a

    pretexto de exercer apreciação ou decisão discricionária, ultrapassar as

    fronteiras dela, isto é, desbordar dos limites de liberdade que lhe

    assistiam, violando, por tal modo, os ditames normativos que assinalam

    os confins da liberdade discricionária’ (Celso Antônio Bandeira de Mello,

    in Curso de Direito Administrativo, Editora Malheiros, 15ª edição). (...)

    (AgRg no REsp 1.280.729/RJ, STJ – Segunda Turma, Rel. Min.

    Humberto Martins, julg: 10.04.2012, DJe: 19.04.2012).

    4) “(...) 3. Em um ato administrativo discricionário, A

    Administração Pública possui uma certa margem de liberdade para

    escolher os motivos ou a postura a ser adotada. Todavia, onde houver a

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    necessidade de motivação, não poderá a administração deixar de

    explicitar quais foram as razões que lhe conduziram a praticar o ato. 4.

    A necessidade de motivação ocorre em benefício dos destinatários do

    ato administrativo, em respeito não apenas ao princípio da publicidade

    e ao direito à informação, mas também para possibilitar que os

    administrados verifiquem se tais motivos realmente existem. Não é

    outra a ratio essendi da teoria dos motivos determinantes. (...) (AgRg-

    AG-REsp. 94.480, STJ – Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins,

    DJe: 19.04.2012).

    Creio que, até o momento, podemos acertar cerca de 20% (vinte

    por cento) das questões relativas a ato administrativo nos concursos.

    Isso não é o bastante para a aprovação num certame. Por isso, vamos

    em frente!

    12. (CESPE – 2015 – TCU - Técnico Federal de Controle Externo

    - Conhecimentos Específicos) Julgue o item seguinte, relativo ao

    ato administrativo. Ao delegar a prática de determinado ato

    administrativo, a autoridade delegante transfere a titularidade para sua

    prática.

    Para respondermos essa questão, devemos observar os seguintes

    artigos da Lei 9.784/99 que dispõe sobre delegação de competências:

    “Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial. 1ºO ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da

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    delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada. 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.”

    Gabarito: Errado.

    13. (CESPE – 2015 – FUB – Administrador) Em relação aos

    requisitos e às espécies de atos administrativos, julgue o item

    subsequente.

    A motivação, como elemento essencial do ato, cria para os

    administrados possibilidades de terem conhecimento das razões de

    determinada prática adotada pela administração pública, o que evita

    obscuridades na decisão administrativa e cumpre uma das finalidades

    da motivação, que é a de garantir a segurança dos administrados.

    A questão está corretíssima.

    Importante é destacar os ensinamentos da doutrinadora Di Pietro

    sobre o assunto, (2009, p. 207) destaca que ela tem duas acepções:

    1- Em sentido estrito: a forma é considerada como a

    exteriorização do ato, ou seja, o modo pelo qual a declaração se

    apresenta;

    2- Em sentido amplo: a forma inclui “todas as formalidades que

    devem ser observadas durante o processo de formação da vontade da

    Administração, e até os requisitos concernentes à publicidade do ato”.

    Gabarito – Certo.

    14. (CESPE – 2015 – FUB – Administrador) Julgue o item

    subsequente, no que se refere a atos administrativos.Competência,

    finalidade, forma, motivo e objeto são requisitos fundamentais do ato

    administrativo, sem os quais este se torna nulo.

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    A doutrina do direito administrativo brasileiro diverge quanto aos

    elementos que compõem os atos administrativos. Em razão disso, o

    critério mais seguro para se utilizar em uma prova de concurso é o do

    art. 2º da Lei nº 4.717/65. Para essa lei, os elementos do ato

    administrativo são:

    Competência, forma, objeto, motivo e finalidade.

    Gabarito – Certo.

    15. (CESPE – 2015 – TCU - Técnico Federal de Controle Externo

    - Conhecimentos Específicos) Julgue o item seguinte , relativo ao ato

    administrativo.É proibido delegar a edição de atos de caráter normativo.

    A n° Lei 9.784/99 dispõe quais os atos que não podem ser objeto

    de delegação: “Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a

    edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de recursos

    administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou

    autoridade.”

    Gabarito – Certo.

    16. (CESPE – 2015 – MPU - Técnico do MPU - Segurança

    Institucional e Transporte) O servidor responsável pela segurança da

    portaria de um órgão público desentendeu-se com a autoridade superior

    desse órgão. Para se vingar do servidor, a autoridade determinou que,

    a partir daquele dia, ele anotasse os dados completos de todas as

    pessoas que entrassem e saíssem do imóvel.

    Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.

    Na situação apresentada, a ordem exarada pela autoridade superior é

    ilícita, por vício de finalidade.

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    Ocorre o abuso de poder na modalidade DESVIO. O agente tem

    poder para tal, porém o faz com finalidade diversa.

    Gabarito – Certo.

    17. (CESPE – 2015 -DPE-PE - Defensor Público) Julgue o item

    que se segue, a respeito de atos administrativos.

    Em obediência ao princípio da solenidade das formas, o ato

    administrativo deve ser escrito, registrado e publicado, não se

    admitindo no direito público o silêncio como forma de manifestação de

    vontade da administração.

    Pessoal, o silêncio da administração pública só pode ser ato

    administrativo se na lei houver previsão legal. Simples assim!

    Gabarito – Errado.

    18. (CESPE – 2009 - TRF 5ª Região - Juiz Federal

    Substituto) Analise a seguinte situação hipotética: Pedro, autoridade

    superior, delegou determinada competência a Alfredo com o propósito

    de descentralizar a prestação do serviço público e assegurar maior

    rapidez nas decisões, uma vez que Alfredo tem um contato mais direto

    com o objeto da delegação.

    Nessa situação, Alfredo somente pode subdelegar a competência se

    Pedro deixou essa autorização consignada de forma expressa no ato de

    delegação.

    O art. 11 do DL 200/67 dispõe que “a delegação de competência

    será utilizada como instrumento de descentralização administrativa,

    com o objetivo de assegurar maior rapidez e objetividade às decisões,

    situando-as na proximidade dos fatos, pessoas ou problemas a

    atender”.

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    Ocorre que, o Decreto nº 83.937/79, que regulamenta o

    dispositivo, afirma, em seu art. 6º que “o ato de delegar pressupõe a

    autoridade para subdelegar, ficando revogadas as disposições em

    contrário constantes de decretos, regulamentos ou atos normativos em

    vigor no âmbito da Administração Direta e Indireta”. Assim o item está

    errado.

    19. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário -

    Taquigrafia - Específicos) Nem todo ato administrativo necessita ser

    motivado. No entanto, nesses casos, a explicitação do motivo que

    fundamentou o ato passa a integrar a própria validade do ato

    administrativo como um todo. Assim, se esse motivo se revelar inválido

    ou inexistente, o próprio ato administrativo será igualmente nulo, de

    acordo com a teoria dos motivos determinantes.

    A teoria dos motivos determinantes de aplica tanto aos atos

    vinculados quanto aos discricionários. De acordo com Hely Lopes

    Meirelles o ato discricionário confere ao administrador uma margem de

    liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportunidade, não

    sendo obrigatória a motivação. No entanto, se houver tal

    fundamentação, o ato deverá condicionar-se a esta, em razão da

    necessidade de observância da Teoria dos Motivos Determinantes.

    Resposta: certo.

    20. (CESPE - 2013 - TJ-RR - Titular de Serviços de Notas e

    de Registros) A competência, irrenunciável, pode ser delegada a

    outros órgãos ou titulares, ainda que estes não sejam hierarquicamente

    subordinados ao órgão originalmente competente, quando for

    conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social,

    econômica, jurídica ou territorial.

    Observem que essa questão caiu para Titular de Serviços de Notas

    e de Registros e que vocês tem pleno conhecimento para responder. É

    um boa questão, pois tem um peguinha interessante. Não confundam a

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    característica “irrenunciável” com “exclusiva”. Eu explico. Todas as

    competências administrativas são irrenunciáveis. O agente não

    pode simplesmente abrir mão delas.

    Acontece que algumas competências são delegáveis, enquanto

    outras jamais poderão ser delegadas, ou seja, são exclusivas (ex:

    decisão de recurso e elaboração de ato normativo).

    Se alguém pensou em marcar a questão como errada por conta do

    termo “irrenunciável”, deve lembrar que essa é uma característica de

    todos os atos.

    Portanto, a resposta está correta.

    21. (CESPE/2011 – PC/ES – Perito Papiloscópico) O poder

    legal conferido ao agente público para o desempenho específico das

    atribuições de seu cargo constitui um requisito do ato administrativo, ou

    seja, o requisito da competência.

    A competência é de fato o requisito ou elemento do ato

    administrativo que se traduz no poder legal conferido ao agente público

    para o desempenho específico das atribuições de seu cargo.

    Gabarito: Certo.

    22. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle

    Externo) A decisão de recurso administrativo pode ser objeto de

    delegação.

    Abra o olho! Você não pode errar esse tipo de questão destacada

    em aula!

    A Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito

    da Administração Pública Federal, proíbe a delegação da

    competência:

    (d) de editar atos normativos;

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    (e) de decidir recursos administrativos; e

    (f) das matérias de competência

    exclusiva do órgão ou autoridade.

    Gabarito: Errado

    23. (CESPE - 2012 – DPE/RO – Defensor Público) A

    competência, um dos elementos do ato administrativo, é irrenunciável,

    salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos; entre as

    hipóteses cabíveis de delegação inclui-se a edição de decretos

    normativos.

    É verdade que a competência é um dos elementos ou requisitos do

    ato administrativo, sendo irrenunciável, salvo os casos de delegação e

    avocação legalmente admitidos. No entanto, a Lei nº 9.784/99, que

    regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública

    Federal, proíbe a delegação da competência de editar atos normativos.

    Gabarito: Errado.

    24. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) A

    delegação da competência para a realização de um ato administrativo

    configura a renúncia da competência do agente delegante.

    Como disse em aula, a delegação é um instrumento de

    descentralização administrativa (art. 11 do Decreto-lei nº 200/67) e não

    importa em transferência de competência, tanto é que a autoridade

    delegante pode avocar a competência delegada a qualquer momento

    (art. 2º, parágrafo único, do Decreto nº 83.937/79).

    Gabarito: Errado.

    25. (CESPE - 2010 – MPS – Agente Administrativo) A

    competência é delegável, mas não é passível de avocação.

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    De acordo com o art. 11, da Lei nº 9.784/99, a competência é

    irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi

    atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação

    legalmente admitidos. Portanto, é possível tanto a delegação quanto a

    avocação de competência.

    Gabarito: Errado.

    26. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) A

    motivação de um ato administrativo é o pressuposto fático e jurídico

    que enseja a prática do ato. O motivo de um ato administrativo é a

    exposição escrita da razão que determinou a prática do ato.

    Motivo

    Causa imediata dos atos

    administrativos ocorrida no mundo

    dos fatos.

    Motivação

    Justificativa formalizada pelo

    agente para a prática do ato.

    Gabarito: Errado.

    27. (CESPE - 2012 – TJ/AC – Juiz) O motivo, como

    pressuposto de fato que antecede a prática do ato administrativo, será

    sempre vinculado, não havendo, quanto a esse aspecto, margem a

    apreciações subjetivas por parte da administração.

    O motivo pode ser expresso em lei ou a lei pode dar margem para

    escolha (decisão). Portanto, o motivo pode ser um elemento vinculado

    ou discricionário.

    Gabarito: Errado

    28. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico) O motivo do ato

    administrativo não se confunde com a motivação estabelecida pela

    autoridade administrativa. A motivação é a exposição dos motivos e

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  • Direito Administrativo p/ INSS に Técnico do Seguro Social.

    Teoria e exercícios comentados.

    Prof. Daniel Mesquita に Aula 04

    Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 125 Twitter: danielmqt [email protected] Facebook: Daniel Mesquita

    integra a formalização do ato. O motivo é a situação subjetiva e

    psicológica que corresponde à vontade do agente público.

    Como vimos, o motivo se distingue de móvel porque este designa a

    representação subjetiva, a intenção do agente ao praticar o ato. O

    motivo decorre da situação ocorrida no mundo dos fatos.

    Gabarito: Errado.

    29. (CESPE - 2010 – INSS – Perito Médico Previdenciário)

    A alteração da finalidade do ato administrativo expressa na norma legal

    ou implícita no ordenamento da administração caracteriza o desvio de

    poder.

    Caracteriza o desvio de finalidade ou de poder a alteração da

    finalidade expressa ou implicitamente imposta no ordenamento legal.

    Gabarito: Certo.

    30. (AFCE – TI – CESPE/2010) Sempre que a lei

    expressamente exigir determinada forma para que um ato

    administrativo seja considerado válido, a inobservância dessa exigência

    acarretará a nulidade do ato.

    A forma é considerada elemento vinculado, ou seja, a forma é

    prescrita ou não vedada em lei. No entanto, quando a lei não a exigir

    como essencial, mesmo tendo sido adotada outra forma, o ato não será

    considerado nulo. Por outro lado, sempre que a lei expressamente a

    exigir, a inobservância acarretará a nulidade do ato.

    Gabarito: Certo.

    31. (CESPE - 2014 - P