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Aula 05 Noções de Direito Administrativo p/ INSS - Técnico do Seguro Social - Com videoaulas - 2016 Professor: Daniel Mesquita Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

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  • Aula 05

    Noes de Direito Administrativo p/ INSS - Tcnico do Seguro Social - Com videoaulas -2016

    Professor: Daniel Mesquita

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    AULA 05: Servios pblicos.

    SUMRIO

    1) INTRODUO AULA 05 2

    2) SERVIOS PBLICOS 2

    2.1. INTRODUO E CONCEITO 2 2.2. COMPETNCIA 8 2.3. CLASSIFICAO 13 2.4. REGULAMENTAO E CONTROLE 21 2.5. REQUISITOS DO SERVIO PBLICO (PRINCPIOS) 24 2.6. FORMAS E MEIOS DE PRESTAO DO SERVIO PBLICO 36 2.7. CONCESSO E PERMISSO DE SERVIO PBLICO 37 2.7.1. DEFINIES E ASPECTOS GERAIS 37 2.7.2. ENCARGOS E PODERES DO PODER CONCEDENTE 44 2.7.3. ENCARGOS DA CONCESSIONRIA 48 2.7.4. RESPONSABILIDADE 52 2.7.5. FORMALIDADES PARA A CELEBRAO DE UM CONTRATO DE CONCESSO 56 2.7.6. LICITAO PRVIA CELEBRAO DOS CONTRATOS 58 2.7.7. CONTRATO DE CONCESSO OU PERMISSO 66 2.7.8. POLTICA TARIFRIA 70 2.7.9. DISTINO ENTRE CONCESSO E PERMISSO 72 2.7.10. DIREITOS E OBRIGAES DO USURIO 75 2.7.11. EXTINO DA CONCESSO OU PERMISSO 77

    3) PARCERIAS PBLICO-PRIVADAS 82

    3.1 INTRODUO, CONCEITO E MODALIDADES 82 3.2 FORMALIDADES PARA CONSTITUIO DE PPP 87

    4) AUTORIZAO DE SERVIO PBLICO 97

    5) RESUMO 101

    6) QUESTES 108

    7) REFERNCIAS 118

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    1) Introduo aula 05

    Que bom que voc veio para nossa aula 05 de direito

    administrativo, do curso preparatrio para INSS para o cargo de

    Tcnico de Seguro Social.

    Nesta aula, abordaremos um assunto muito importante: 7

    Servios Pblicos; conceito, classificao, regulamentao e controle;

    forma, meios e requisitos; delegao: concesso, permisso,

    autorizao..

    Separei as melhores questes de concurso para que voc no se

    surpreenda na hora da prova.

    Num concurso como este, a matria muito extensa. No h como

    voc ler a matria hoje e apreender tudo at no dia da prova. Por isso,

    programe-se para ler os resumos na semana que antecede a prova.

    Lembre-se: o planejamento fundamental.

    Chega de papo, vamos luta!

    2) Servios Pblicos

    2.1. Introduo e conceito

    Para iniciar o estudo sobre servios pblicos, importante destacar

    que a Constituio Federal de 1988, em seu art. 175, atribui

    expressamente ao Poder Pblico a titularidade para a prestao de

    servios pblicos.

    Art. 175. Incumbe ao Poder Pblico, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concesso ou permisso, sempre atravs de licitao, a prestao de servios pblicos. Pargrafo nico. A lei dispor sobre: I - o regime das empresas concessionrias e permissionrias de servios

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    pblicos, o carter especial de seu contrato e de sua prorrogao, bem como as condies de caducidade, fiscalizao e resciso da concesso ou permisso; II - os direitos dos usurios; III - poltica tarifria; IV - a obrigao de manter servio adequado

    Note que a prestao do servio pblico pode ser executada de

    maneira DIRETA (pela prpria Administrao Pblica Direta ou Indireta)

    ou INDIRETA (por particulares, mediante delegao, por meio de

    concesso ou permisso). No caso da execuo indireta, obrigatria

    licitao prvia.

    ATENO!!! A titularidade na prestao de um

    servio pblico intransfervel, ou seja, nunca sai das mos da

    Administrao Pblica. O que pode ser transferido aos

    particulares a execuo do servio pblico, mas nunca a

    titularidade.

    1) (CESPE/PC-CE/Inspetor de Polcia/2012) A titularidade dos

    servios pblicos conferida expressamente ao poder pblico.

    Nos termos do art. 175 da CF/1988, resta claro a titularidade dos

    servios pblicos conferida ao poder pblico, da a correo da

    alternativa.

    Gabarito: CERTO.

    2) (CESPE/PRF/Agente Administrativo/2012) As concesses e

    permisses de servios pblicos devero ser precedidas de licitao,

    existindo excees a essa regra.

    Questes de concurso

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    Cuidado! O Art. 175 da CF expresso quanto ao dever de licitar,

    portanto no se admite excees!

    Gabarito: ERRADO.

    3) (CESPE/ANAC/Analista/2009) Na concesso de servio

    pblico, o poder concedente transfere ao concessionrio apenas a

    execuo do servio, continuando titular do mesmo, razo pela qual

    pode rescindir o contrato unilateralmente por motivo de interesse

    pblico.

    Fcil o item, no ? T na cara que a questo est correta.

    Gabarito: CERTO

    A Lei n 8.987/95 o diploma normativo especfico que regula a

    forma pela qual o Estado transfere a prestao de servio pblico para o

    setor privado, mediante delegao (concesso e permisso).

    possvel a delegao de servios pblicos mediante autorizao?

    Sim, em hipteses excepcionais (ex: telecomunicaes).

    Sem prejuzo do disposto anteriormente, que descreve a regra

    geral dos servios pblicos no Brasil, h atividades que devem ser

    prestadas como servios pblicos pelo Estado, sem intuito de lucro, mas

    tambm podem ser exercidas complementarmente pelo setor privado

    por direito prprio, como servios privados, sem adotar o regime de

    delegao.

    Essa situao peculiar prpria de atividades pertinentes aos

    direitos fundamentais sociais (exs: educao e sade). Nesse caso, a

    titularidade dos servios pblicos no exclusiva do poder pblico.

    J podemos abordar, nesse momento, o conceito de servio

    pblico.

    Apesar de no haver essa definio na Constituio ou nas leis,

    convm registrar, preliminarmente, que a expresso servio pblico

    pode ser empregada em um sentido subjetivo, referindo-se ao conjunto

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    de rgos e entidades que desenvolvem atividades administrativas, ou

    em um sentido objetivo, quando trata de determinada coleo de

    atividades. Para o nosso estudo, interessa apenas o sentido objetivo.

    Para o sentido objetivo, prevalece o conceito formal que considera

    servio pblico qualquer atividade de oferecimento de utilidade material

    coletividade, desde que, POR OPO DO ORDENAMENTO JURDICO,

    essa atividade deva ser desenvolvida sob regime de Direito Pblico.

    ATENO!!! Segundo entendimento doutrinrio dominante, o

    Brasil filia-se corrente formalista.

    4) (CESPE/PC-PB/Delegado/2008) O dispositivo constitucional

    que preceitua caber ao Poder Pblico, na forma da lei, diretamente ou

    sob o regime de concesso ou permisso, sempre mediante licitao, a

    prestao de servios pblicos, demonstra que o Brasil adotou uma

    concepo subjetiva de servio pblico.

    Como vimos acima, essa questo est errada, pois entende-se

    que o Brasil adotou a corrente formalista de servio pblico. Leve para

    a prova o conceito de Di Pietro de servio pblico:

    Sem prejuzo do disposto anteriormente, que descreve a regra

    geral dos servios pblicos no Brasil, h atividades que devem ser

    prestadas como servios pblicos pelo Estado, sem intuito de lucro, mas

    Questo de concurso

    Maria Sylvia Di Pietro define servio pblico, restritivamente, como toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que exera diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente s necessidades coletivas, sob regime jurdico total ou parcialmente pblico. (Direito Administrativo, 2009)

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    tambm podem ser exercidas complementarmente pelo setor privado

    por direito prprio, como servios privados, sem adotar o regime de

    delegao.

    Essa situao peculiar prpria de atividades pertinentes aos

    direitos fundamentais sociais (exs: educao e sade). Nesse caso, a

    titularidade dos servios pblicos no exclusiva do poder pblico.

    A Lei n 8.987/95 o diploma normativo especfico que regula a

    forma pela qual o Estado transfere a prestao de servio pblico para o

    setor privado, mediante delegao (concesso e permisso).

    possvel a delegao de servios pblicos mediante

    autorizao? Sim, em hipteses excepcionais (ex: telecomunicaes).

    J podemos abordar, nesse momento, o conceito de servio

    pblico.

    Apesar de no haver essa definio na Constituio ou nas leis,

    convm registrar, preliminarmente, que a expresso servio pblico

    pode ser empregada em um sentido subjetivo, referindo-se ao conjunto

    de rgos e entidades que desenvolvem atividades administrativas, ou

    em um sentido objetivo, quando trata de determinada coleo de

    atividades. Para o nosso estudo, interessa apenas o sentido objetivo.

    Para o sentido objetivo, prevalece o conceito formal que considera

    servio pblico qualquer atividade de oferecimento de utilidade material

    coletividade, desde que, POR OPO DO ORDENAMENTO JURDICO,

    essa atividade deva ser desenvolvida sob regime de Direito Pblico.

    Segundo entendimento doutrinrio

    dominante, o Brasil filia-se corrente formalista.

    Conforme destaca Fernanda Marinela, como a noo de servio

    pblico no permanece esttica, mudando de acordo com as

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    necessidades sociais em dado momento histrico e em certo espao

    fsico, o Estado, por meio da Constituio ou lei, escolhe quais as

    atividades que so consideradas de interesse geral e rotula como

    servios pblicos, dando-lhes um tratamento diferenciado.

    Assim, Marinela considera como servio pblico toda atividade de

    oferecimento de utilidade e comodidade material, destinada satisfao

    da coletividade, mas que pode ser utilizada singularmente pelos

    administrados, e que o Estado assume como pertinente a seus deveres

    e presta-a por si mesmo, ou por quem lhe faa as vezes, sob um

    regime de direito pblico, total ou parcialmente.

    Para entender melhor onde se localiza o servio pblico na

    atividade estatal, veja o esquema abaixo:

    Como possvel perceber, os servios pblicos

    no podem ser confundidos com a explorao da atividade econmica.

    Esta ltima a interveno do Estado no domnio econmico, ou seja,

    a interferncia do Poder Pblico em segmento da atividade econmica

    exercida pelos particulares, no exerccio da livre iniciativa, para

    fomentar ou assegurar o cumprimento da disciplina legal do setor (ex:

    exerccio de atividade econmica pelo Banco do Brasil ou pela Petrobras

    no prestao de servio pblico).

    ESTADO

    Atividade LEGISLATIVA

    Atividade ADMINISTRATIVA

    Atividade JUDICIRIA

    SERVIOS PBLICOS (ativ. prestacionais)

    Fomento (estmulo no setor econmico)

    Polcia (restrio de direitos)

    Interveno (restrio de propriedade)

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    Igualmente, os servios pblicos diferem das limitaes

    administrativas, exercidas por meio do poder de polcia, restringindo,

    limitando atividades e interesses dos particulares ligados propriedade

    e liberdade, para a realizao do bem-estar social. So distintos

    tambm das atividades que caracterizam sacrifcios de direito,

    realizadas por intermdio das formas de interveno na propriedade,

    como as desapropriaes, as requisies e as servides administrativas.

    Por fim, importante diferenciar servio pblico de obra pblica.

    Servio consiste em uma ao estatal que produz uma utilidade ou

    comodidade desfrutvel individualmente, representando algo dinmico,

    em movimento constante. J a obra consiste em uma reparao,

    construo, edificao ou ampliao de um bem, sendo que, uma vez

    realizada, independe de ao constante, por se tratar de produto

    esttico, cristalizado por uma ao humana.

    2.2. Competncia

    Os trs entes federativos so competentes para a prestao de

    servios pblicos, sendo essas competncias discriminadas pela

    Constituio. Para a repartio de competncias, adotou-se o

    As competncias da Unio, matrias de interesse

    predominantemente geral, so exclusivas (indelegabilidade a outros

    entes federados) e taxativas.

    O art. 21 da Constituio prev a competncia da Unio para

    prestar diversos servios pblicos. Dentre os incisos desse artigo,

    destacam-se os seguintes:

    Art. 21. Compete Unio:

    Princpio da predominncia do interesse.

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    X - manter o servio postal e o correio areo nacional; XI - explorar, diretamente ou mediante autorizao, concesso ou permisso, os servios de telecomunicaes, nos termos da lei, que dispor sobre a organizao dos servios, a criao de um rgo regulador e outros aspectos institucionais; XV - organizar e manter os servios oficiais de estatstica, geografia, geologia e cartografia de mbito nacional; XXIII - explorar os servios e instalaes nucleares de qualquer natureza e exercer monoplio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrializao e o comrcio de minrios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princpios e condies:

    Contudo, o inciso mais importante do art. 21 o XII. Leia, com

    MUITA ATENO, esse dispositivo:

    Art. 21. Compete Unio: XII - explorar, diretamente ou mediante autorizao, concesso ou permisso: a) os servios de radiodifuso sonora, e de sons e imagens; b) os servios e instalaes de energia eltrica e o aproveitamento energtico dos cursos de gua, em articulao com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergticos; c) a navegao area, aeroespacial e a infra-estrutura aeroporturia; d) os servios de transporte ferrovirio e aquavirio entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Territrio; e) os servios de transporte rodovirio interestadual e internacional de passageiros; f) os portos martimos, fluviais e lacustres;

    Tenha sempre em mente que a Unio quem tem

    a competncia para prestar os seguintes servios:

    Postal;

    Correio areo nacional;

    Telecomunicaes;

    Radiodifuso sonora e de sons e imagens;

    Instalaes de energia eltrica;

    Navegao area;

    Transporte ferrovirio e aquavirio entre portos;

    Portos;

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    Transporte rodovirio interestadual e internacional.

    CUIDADO: transporte rodovirio entre

    municpios de um mesmo Estado no de competncia da Unio.

    Com relao aos servios postais, o STF declarou que o monoplio

    dos Correios para prestar esses servios foi recepcionado pela

    Constituio (ADPF 46).

    No tocante aos estados e ao DF, somente se encontra discriminada

    a competncia para explorao dos servios locais de gs canalizado.

    De resto, a eles pertence a competncia remanescente ou residual, ou

    seja, a realizao de todos os servios no atribudos Unio nem de

    interesse local dos municpios (matrias de interesse regional).

    O STF j teve oportunidade de decidir que da

    competncia dos Estados a explorao e a regulamentao do servio

    de transporte rodovirio intermunicipal de passageiros.

    Os municpios possuem as competncias relacionadas a seus

    interesses locais, conforme preceitua o art. 30, CF. Exemplos: servios

    de coleta de lixo, de transporte coletivo urbano, de promoo da

    proteo do patrimnio histrico-cultural, etc. O STF j decidiu que os

    servios funerrios constituem servios municipais.

    Alm disso, existem as competncias comuns, arroladas no art. 23,

    CF, em que deve haver atuao paralela de todos os entes federativos.

    Exemplos: sade, educao, assistncia social, combate pobreza e a

    calamidades, proteo do meio ambiente, etc.

    Segundo Marinela, a Constituio define algumas hipteses de

    servios pblicos:

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    a) Servios de prestao obrigatria e exclusiva do Estado:

    atualmente, s o caso do servio postal e do correio areo

    nacional

    b) Servios de prestao obrigatria do Estado, sendo tambm

    obrigatrio fazer sua concesso a terceiros: o que ocorre, por

    exemplo, no servio de rdio e televiso, em que o Estado e a

    concessionria prestam o servio ao mesmo tempo

    c) Servios de prestao obrigatria pelo Estado, mas sem

    exclusividade: servios em que tanto o Estado quanto o

    particular so titulares em decorrncia de previso

    constitucional (denominados servios no privativos); nesse

    caso, os particulares tambm prestam o servio em nome

    prprio e no em nome do Estado. Exs: educao, sade,

    previdncia social, assistncia social

    d) Servios de prestao no obrigatria pelo Estado, mas no os

    prestando obrigado a promover-lhes a efetivao, por meio da

    concesso ou permisso de servios: nesse caso, o particular

    presta o servio em nome do Estado, tendo somente a sua

    execuo e no a titularidade. Exs: energia eltrica, telefonia,

    transporte rodovirio e a maioria dos servios

    Os servios de educao, seja os prestados pelo Estado, seja

    os prestados por particulares, configuram servio pblico no

    privativo, podendo ser desenvolvidos pelo setor privado

    independentemente de concesso, permisso ou autorizao

    (ADI n 1.007, STF Tribunal Pleno, Rel. Min. Eros Grau,,

    julg: 31.08.2005, DJ: 24.02.2006)

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    5) (CESPE/MPOG/Todos os cargos/2013) De acordo com a

    classificao dos servios pblicos, cabe exclusivamente Unio manter

    o servio de transporte e o servio postal.

    A questo trata de servio de transporte de maneira genrica.

    Vimos, por exemplo, que o transporte rodovirio intermunicipal de

    passageiros no de competncia da Unio, mas dos Estados.

    Portanto, o gabarito errado.

    Gabarito: ERRADO

    6) (CESPE/ANAC/Analista/2009) O servio postal, o Correio

    Areo Nacional, os servios de telecomunicaes e de navegao area

    so exemplos de servios pblicos exclusivos do Estado.

    Essa questo encontra-se na linha do que descreve di Pietro: Na

    Constituio, encontram-se exemplos de servios pblicos exclusivos,

    como o servio postal e o correio areo nacional (art. 21, X), os

    servios de telecomunicaes (art. 21, XII), os de radiodifuso, energia

    eltrica, navegao area, transportes e demais indicados no art. 21,

    XII, o servio de gs canalizado (art. 25, 2) (2003, p. 328). Por isso,

    o gabarito est correto.

    Gabarito: CERTO

    7) (CESPE/TER-ES/Analista/2011) vedada a outorga de

    concesso ou permisso de servios pblicos em carter de

    exclusividade, uma vez que qualquer tipo de monoplio

    expressamente proibido pelo ordenamento jurdico brasileiro.

    Como vimos, o STF declarou que o monoplio dos Correios para

    prestar esses servios foi recepcionado pela Constituio (ADPF 46).Da

    a incorreo da questo.

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    Gabarito: ERRADO.

    2.3. Classificao

    Utilizando a natureza do servio pblico como critrio, no existe

    consenso na doutrina ou na jurisprudncia no que concerne adoo de

    uma classificao uniforme.

    A classificao mais aceita a que adota por critrio os

    destinatrios do servio pblico, classificando-o em: servios gerais ou

    uti universi e servios individuais ou uti singuli ou especficos. Essa

    distino possui relevncia principalmente no mbito tributrio, uma

    vez que somente os servios prestados uti singuli podem ser fato

    gerador de taxas, enquanto que os servios uti universi devem ser

    custeados por impostos e no por taxas nem tarifas.

    Vejamos as principais caractersticas de cada

    espcie:

    GERAIS OU UTI UNIVERSI INDIVIDUAIS OU UTI

    SINGULI

    Prestados coletividade ou postos sua disposio, em carter geral e em condies de igualdade

    Prestados de forma individualizada a pessoas especficas

    Usurios indeterminados e indeterminveis

    Nmero determinado ou determinvel de usurios

    Servios indivisveis (no possvel determinar-se quem os utiliza ou quanto utilizado para cada um)

    Servios divisveis (passveis de utilizao, separadamente, por cada um dos usurios e essa utilizao mensurvel)

    Normalmente, so gratuitos, ou seja, no so cobrados do usurio, pois so mantidos por

    So divididos, medidos e cobrados do usurio na proporo de sua utilizao. Podem ser

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    toda a sociedade, pela receita geral do Estado, com a arrecadao dos impostos

    remunerados por meio de taxa (prestao por ente pblico regime legal tributo) ou de preos pblicos (prestao por particular delegado do Estado regime contratual no tributo)

    No h, necessariamente, relao jurdica especfica com o Estado

    H relao jurdica entre o usurio e o prestador (ex: contrato)

    Exemplos: iluminao pblica, limpeza urbana, conservao de logradouros pblicos, policiamento urbano, garantia da segurana nacional, estradas, sade, segurana

    Exemplos: coleta domiciliar de lixo, fornecimento domiciliar de gua, gs, energia eltrica, servio postal, telefnico, etc

    Por falar em impostos, taxas e tarifas, qual a natureza

    jurdica do valor cobrado em sua conta de luz ou de gua?

    O entendimento consagrado no STJ e no STF no sentido de que a

    sua conta de gua ou luz cobra tarifa ou preo pblico. Vale ler o

    seguinte trecho de julgado do STJ: Este Tribunal Superior,

    encampando entendimento sedimentado no Pretrio Excelso, firmou

    posio no sentido de que a contraprestao cobrada por

    concessionrias de servio pblico de gua e esgoto detm natureza

    jurdica de tarifa ou preo pblico (ERESP 690609).

    1) o STF editou a Smula n 545, que diz: Preos de servios

    pblicos e taxas no se confundem, porque estas,

    diferentemente daqueles, so compulsrias e tm sua cobrana

    condicionada prvia autorizao oramentria, em relao

    lei que as instituiu.

    2) Quanto cobrana de assinatura no servio de telefonia, j h

    Smula do STJ (n 356) reconhecendo a possibilidade da

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    cobrana: legtima a cobrana da tarifa bsica pelo uso dos

    servios de telefonia fixa. No que tange competncia para

    julgar as aes pertinentes a essa questo de cobrana de

    assinatura e de pulsos que excederem o valor cobrado a ttulo

    de franquia, a definio do STF em sede de repercusso geral

    com mrito j julgado, estabelecendo a competncia dos

    Juizados para esses conflitos.

    3) Smula vinculante n 19: A taxa cobrada exclusivamente em

    razo dos servios pblicos de coleta, remoo e tratamento ou

    destinao de lixo ou resduos provenientes de imveis no viola

    o art. 145, II, da Constituio Federal.

    4) I - A Corte tem entendido como especficos e divisveis os

    servios pblicos de coleta, remoo e tratamento ou destinao

    de lixo ou resduos provenientes de imveis, desde que essas

    atividades sejam completamente dissociadas de outros servios

    pblicos de limpeza realizados em benefcio da populao em

    geral (uti universi) e de forma indivisvel. II Legitimidade da

    taxa de combate a sinistros, uma vez que instituda como

    contraprestao a servio essencial, especfico e divisvel. (...)

    (STF: RE 557.957 AgR/SP, STF Primeira Turma, Rel. Min.

    Ricardo Lewandowski, julg: 26.05.2009, DJe: 25.06.2009).

    5) Smula n 670 do STF: O servio de iluminao pblica no

    pode ser remunerado mediante taxa.

    6) Smula n 407 do STJ: legtima a cobrana da tarifa de gua,

    fixada de acordo com as categorias de usurios e as faixas de

    consumo.

    Outra classificao tambm mencionada no estudo do servio

    pblico quanto delegabilidade. O servio pblico pode ser

    delegvel ou indelegvel. Em regra, os servios so delegveis, pois

    o Estado pode transferir a execuo do servio a um particular, por

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    meio da concesso, permisso ou autorizao. H casos, contudo, que

    h a indelegabilidade, como nos servios que se traduzem na

    manifestao do poder de polcia.

    CUIDADO! Essa autorizao de servio pblico difere da abordada

    no estudo do poder de polcia. Aqui tratamos de uma autorizao para o

    exerccio de um servio pblico, como o transporte pblico individual

    realizado por taxistas, por exemplo. Na autorizao decorrente do

    exerccio do poder de polcia estudamos aquela autorizao que o

    cidado realize algum ato que deve ser controlado pelo poder pblico.

    Naquele caso falamos do alvar, que dado, no exerccio do

    poder de polcia, para que o sujeito construa (alvar de construo) ou

    abra uma empresa (alvar de funcionamento). Essas autorizaes so

    dadas no exerccio do poder de polcia, pois representam um controle

    prvio de legalidade (a loja s vai funcionar e a construo s poder

    ser realizada se preencherem todas as condies de segurana, de

    localizao etc. estabelecidas previamente em lei pelo Municpio).

    O poder de polcia, administrativo ou judicirio, no

    pode ser delegado.

    A ltima classificao que por vezes cobrada em concursos a

    que subdivide o servio pblico em prprio e imprprio.

    Os servios pblicos prprios so aqueles que atendem as

    necessidades bsicas da sociedade e, por isso, o Estado presta esses

    servios diretamente (pela administrao direta ou indireta) ou por

    meio de empresas delegatrias (concessionrias e permissionrias). Ex:

    fornecimento de gua, energia eltrica, tratamento de esgoto etc.

    Os imprprios so aqueles que atendem a necessidades da

    coletividade, mas no o Estado quem os executa (nem direta nem

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    indiretamente). Nesses servios, o Estado apenas autoriza, fiscaliza e

    regulamenta a sua execuo por entidades privadas (ex: instituies

    financeiras, seguradoras etc.).

    Classificam-se, ainda, os servios pblicos em servios

    administrativos, comerciais ou industriais, sociais e de utilidade

    pblica.

    Os servios administrativos consistem nas atividades

    promovidas pelo Poder Pblico para satisfazer necessidades internas ou

    preparar outros servios, como por exemplo a imprensa oficial, as

    estaes experimentais.

    Os servios comerciais ou industriais so aqueles que a

    Administrao executa, direta ou indiretamente, para atender

    necessidades coletivas de ordem econmica, como por exmplo servios

    de transportes, energia eltrica, telecomunicaes (orientao de Maria

    Sylvia Zanella Di Pietro).

    Os servios sociais so aqueles que atendem s necessidades

    coletivas, sendo a atuao do Estado essencial; todavia, ele convive

    com a iniciativa privada, estando definidos na Constituio no captulo

    da ordem social, como por exemplo a educao, a previdncia e a

    sade.

    J os servios de utilidade pblica so aqueles que a

    Administrao, reconhecendo sua convenincia para os membros da

    coletividade, presta-os diretamente ou aquiesce em que sejam

    prestados por terceiros (concessionrios, permissionrios ou

    autorizatrios), nas condies regulamentadas e sob seu controle, mas

    por conta e risco dos prestadores, mediante remunerao dos usurios.

    Ex.: os servios de transporte coletivo, energia eltrica, gs, telefone.

    A classificao dos servios pblicos tema muito

    cobrado em provas, por isso, estude-o com carinho.

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    8) (CESPE 2015 - TJ-PB - Juiz Substituto) A respeito de

    servio pblico, assinale a opo correta.

    a) A taxa remunerao paga pelo usurio quando o servio pblico uti

    singuli prestado indiretamente, por delegao, nos casos de

    concesso e permisso, e pode ser majorada por ato administrativo do

    poder concedente.

    b) A prestao de servios pblicos por delegao realizada por

    concessionrios ou permissionrios, aps procedimento licitatrio,

    podendo ocorrer em relao a servios pblicos uti singuli e uti universi.

    c) A Unio pode transferir a titularidade de servio pblico a empresas

    pblicas e a sociedades de economia mista, a exemplo do servio

    postal.

    d) Embora a inadimplncia do usurio seja causa de interrupo da

    prestao de servio, mediante aviso prvio, segundo a jurisprudncia,

    vedada a suspenso do fornecimento do servio em razo de dbitos

    pretritos, j que o corte pressupe o inadimplemento de conta atual,

    relativa ao ms do consumo.

    e) Os servios de titularidade comum entre os entes da Federao,

    como sade e assistncia social, so considerados, quanto

    essencialidade, servios pblicos propriamente ditos, ainda que

    prestados por entidades privadas.

    Letra (A) Existe dois erros na questo. O primeiro sobre a taxa que

    tambm poder cobrada diretamente pelo Estado e o segundo que a

    Taxa um tipo de tributo e s pode ser criada por lei.

    Letra (B)

    GERAIS OU UTI UNIVERSI INDIVIDUAIS OU UTI

    SINGULI

    Questes de concurso

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    Prestados coletividade ou postos sua disposio, em carter geral e em condies de igualdade

    Prestados de forma individualizada a pessoas especficas

    Usurios indeterminados e indeterminveis

    Nmero determinado ou determinvel de usurios

    Servios indivisveis (no possvel determinar-se quem os utiliza ou quanto utilizado para cada um)

    Servios divisveis (passveis de utilizao, separadamente, por cada um dos usurios e essa utilizao mensurvel)

    Normalmente, so gratuitos, ou seja, no so cobrados do usurio, pois so mantidos por toda a sociedade, pela receita geral do Estado, com a arrecadao dos impostos

    So divididos, medidos e cobrados do usurio na proporo de sua utilizao. Podem ser remunerados por meio de taxa (prestao por ente pblico regime legal tributo) ou de preos pblicos (prestao por particular delegado do Estado regime contratual no tributo)

    Letra (C) Existe uma jurisprudncia relativa ao assunto de servio

    posta. Veja: A CB confere Unio, em carter exclusivo, a explorao

    do servio postal e o correio areo nacional (art. 21, X). O servio

    postal prestado pela Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos

    (ECT), empresa pblica, entidade da administrao indireta da Unio,

    criada pelo Decreto-Lei 509, de 10-3-1969. (ADPF 46, rel. p/ o ac.

    min. Eros Grau, julgamento em 5-8-2009, Plenrio, DJE de 26-2-2010.)

    Logo a alternativa est errada.

    Letra (D) A posio do STJ referente ao assunto do corte no

    fornecimento de servios pblicos de fornecimento de energia eltrica e

    decidiu no AgRg no AREsp 392.024/RJ, Rel. Ministro Napoleo Nunes

    Maia Filho o seguinte: Esta Corte Superior pacificou o entendimento de

    que no lcito concessionria interromper o fornecimento do servio

    em razo de dbito pretrito; o corte de gua ou energia pressupe o

    inadimplemento de dvida atual, relativa ao ms do consumo, sendo

    invivel a suspenso do abastecimento em razo de dbitos antigos.

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    Letra (E) Assistncia Social, Sade e Educao so servios sociais de

    prestao que o Estado tem a obrigao de fornecer. Todavia esses

    servios podem ser prestados por particulares, porm vai visar o lucro,

    diferente do Estado que visa o bem estar de toda sociedade.

    Gabarito Letra D.

    9) (CESPE/PREVIC/Tcnico/2011) Os servios de iluminao

    pblica podem ser classificados como servios singulares ou uti singuli,

    j que os indivduos possuem direito subjetivo prprio para sua

    obteno.

    O servio de iluminao prestado coletividade ou postos

    sua disposio, em carter geral e em condies de igualdade. Sendo

    assim trata-se de uti universi.

    Gabarito: Errado.

    10) (CESPE/DPE-AL/Defensor/2009) Os servios pblicos uti

    singuli so aqueles prestados coletividade, que tm por finalidade a

    satisfao indireta das necessidades dos cidados, tais como o servio

    de iluminao pblica e o saneamento.

    O conceito apresentado na questo acima de servio pblico uti

    universi. Portanto, a questo est errada.

    Gabarito: ERRADO

    11) (CESPE/MS/Analista/2010) A natureza jurdica da

    remunerao dos servios de gua e esgoto prestados por

    concessionria de servio pblico de tarifa ou preo pblico.

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    Conforme consignado no STJ: Este Tribunal Superior, encampando

    entendimento sedimentado no Pretrio Excelso, firmou posio no

    sentido de que a contraprestao cobrada por concessionrias de

    servio pblico de gua e esgoto detm natureza jurdica de tarifa ou

    preo pblico (ERESP 690609).

    Gabarito: CERTO

    12) (CESPE 2013 INPI Analista Formao: Direito) A

    conservao de logradouros pblicos constitui exemplo de servio

    pblico indivisvel, cujos usurios so indeterminados e

    indeterminveis.

    Esse um exemplo de servio pblico indivisvel. Logo, a questo

    est correta.

    Gabarito: CERTO

    13) (CESPE/PRF/Agente/2012) O servio de iluminao pblica

    pode ser considerado uti universi, assim como o servio de policiamento

    pblico.

    A questo est perfeita. Os servios de iluminao pblica e de

    policiamento pblico so considerados uti universi. Logo, a questo est

    correta.

    Gabarito: CERTO

    2.4. Regulamentao e controle

    Vamos juntos, pois se voc parar, voc vai ser atropelado pelo

    caminho de gente que est, nesse momento, estudando nas

    bibliotecas!

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    Passemos agora ao estudo da regulamentao dos servios

    pblicos.

    Essa regulamentao promovida pelo Estado com a edio das

    leis necessrias ao estabelecimento das condies e diretrizes gerais de

    sua prestao, bem como a edio dos atos administrativos infralegais

    destinados a regulamentar e dar fiel execuo a essas leis.

    Veja bem: mesmo os servios pblicos delegados

    aos particulares so regulados pelo Estado, pois este no perde a

    titularidade do servio.

    A competncia para regulamentar sempre do ente federado a que

    a Constituio atribui a titularidade do servio.

    J o controle dos servios pblicos deve ser exercido pela prpria

    administrao pblica, pela populao em geral, bem como pelos

    rgos incumbidos de tutelar interesses coletivos e difusos (exs: MP,

    rgos de defesa do consumidor).

    No caso dos servios pblicos, o dever de controle por parte da

    Administrao ainda mais necessrio, uma vez que os servios

    pblicos devem ser adequados, eficientes e contnuos, por interessarem

    diretamente populao.

    No podemos encerrar este ponto sem mencionar as modalidades

    de fiscalizao (pargrafo nico do art. 30 da Lei n 8.987/95):

    1. Fiscalizao PERMANENTE: realizada por intermdio de

    rgo tcnico do poder concedente ou por entidade com ele conveniada,

    nos moldes da ordinariamente prevista para os contratos

    administrativos em geral; e

    2. Fiscalizao PERIDICA: realizada periodicamente, de

    acordo com norma regulamentar, por comisso composta de

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    representantes do poder concedente, da concessionria e dos usurios

    (comisso tripartite).

    Por fim, a lei informa que assegurado a qualquer pessoa a

    obteno de certido sobre atos, contratos, decises ou pareceres

    relativos licitao ou s prprias concesses e permisses de servios

    pblicos. O dispositivo no exige que o requerente seja usurio nem

    que demonstre interesse pessoal (art. 22 da Lei 8.987/95).

    Lembre-se que as concesses e permisses so

    espcies de contratos administrativos, sujeitando-se, portanto,

    s clusulas exorbitantes peculiares, que conferem

    Administrao uma posio de supremacia na relao

    contratual, com prerrogativas prprias de Direito Pblico, como

    a possibilidade de resciso unilateral do contrato.

    No se esquea, tambm, que possvel o ato ou fato lesivo ser

    apreciado pelo Poder Judicirio, que anular os atos ilegais ou ilegtimos

    e ainda determinar a reparao dos danos eventualmente suportados

    pelos usurios ou pela Administrao.

    Por fim, vale mencionar que, atualmente, com o acrscimo do art.

    23-A na Lei n 8.987/95, em 2005, o contrato de concesso pode

    prever o emprego de mecanismos privados (p. ex: arbitragem, que

    deve ser realizada no Brasil e em lngua portuguesa) para a soluo de

    disputas relacionadas ao contrato.

    14) (CESPE/MI/Assistente/2013) A regulamentao e o controle

    dos servios pblicos e de utilidade pblica competem sempre ao poder

    pblico.

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    Observem que a questo no atribui a competncia de forma

    exclusiva ao poder pblico. Apenas afirma ser o poder pblico

    competente para regulamentar e controlar os servios pblicos e de

    utilidade pblica. Portanto, correta a questo.

    Gabarito: CERTO

    2.5. Requisitos do servio pblico (Princpios)

    Segundo prev o art. 6 da Lei n 8.987/95, toda prestao de

    servio pblico deve assegurar aos usurios um servio ADEQUADO. A

    lei estabeleceu alguns requisitos mnimos para que o servio seja

    considerado adequado.

    To grande a importncia desses requisitos que a

    doutrina os eleva categoria de princpios da prestao dos servios

    pblicos. Vamos a eles:

    1. Regularidade:

    Obedincia a um padro de qualidade. Os servios pblicos devem

    funcionar de acordo com um conjunto de normas previamente previsto

    (controle de qualidade), que se encontram em lei ou contrato de

    prestao de servios

    2. Continuidade (ou permanncia):

    A regra que o servio pblico no pode ser

    interrompido/paralisado sem justa causa, por visar a satisfao do bem-

    estar social.

    Marinela destaca alguns instrumentos utilizados para garantir a

    continuidade do servio pblico:

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    { Limites estabelecidos pela Lei n 7.783/1989 (aplicada tambm

    aos servidores pblicos, por deciso do STF) ao direito de greve,

    evitando que o servio pare completamente

    { Suplncia, delegao e substituio: institutos que servem para

    garantir a prestao das atividades administrativas em caso de funes

    pblicas temporariamente vagas

    { Aplicao da clusula da exceptio non adimpleti contractus de

    forma diferenciada nos contratos administrativos: em caso de

    inadimplemento da Administrao, o contratado deve continuar

    prestando o servio pelo prazo de 90 dias, sendo permitida a sua

    suspenso aps esse perodo

    { Ocupao provisria e reverso (instrumentos existentes nos

    contratos de delegao de servios pblicos): consistem na faculdade

    que tem a Administrao Pblica de utilizar os equipamentos e

    instalaes da empresa, em carter provisrio ou definitivo, mediante

    indenizao, para assegurar a continuidade do servio

    { Encampao e caducidade (formas de extino do contrato de

    delegao de servios pblicos): permitem Administrao rescindir

    unilateralmente o contrato administrativo, por razes de interesse

    pblico ou por inadimplemento, respectivamente, objetivando proteger

    a manuteno do servio

    Existem 3 formas de paralisao que no violam esse princpio:

    { Situaes emergenciais, independente de aviso prvio. Ex: caiu

    um raio e o servio de energia foi interrompido

    { Necessidades tcnicas ou de segurana das instalaes, aps

    aviso prvio. Ex: limpeza/manuteno de postes de energia eltrica

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    { Falta de pagamento do usurio, aps aviso prvio, considerando

    o interesse da coletividade (no caso de servios pblicos uti singuli).

    O STJ autorizou a concessionria a interromper o fornecimento do

    servio de energia eltrica em razo do no pagamento, mediante aviso

    prvio (AG 1200406 AgRg). A Corte Superior, contudo, observando o

    princpio da continuidade do servio pblico, no autoriza o corte de

    energia eltrica em unidades pblicas essenciais, como em escolas,

    hospitais, servios de segurana pblica, logradouros, reparties

    pblicas, etc, em razo da possibilidade de causar um prejuzo

    irreparvel (ERESP 845982).

    Quando h ao judicial discutindo o valor a ser pago pela

    prestao dos servios, o servio no pode ser interrompido, devendo

    ser mantido at o final da discusso, sem retaliao contra o usurio.

    Alm disso, o STJ reconheceu a impossibilidade de interrupo do

    servio pblico por falta de pagamento quando tratar-se de dbitos

    pretritos, s sendo esta permitida quando o inadimplemento for

    referente ao ms de consumo.

    1) (...) 3. legtimo o ato administrativo praticado pela

    empresa concessionria fornecedora de energia e consistente na

    interrupo de seus servios em face de ausncia de pagamento de

    fatura vencida. 4. A jurisprudncia da Primeira Seo do STJ, pelo seu

    carter uniformizador no trato das questes jurdicas em nosso pas,

    no sentido de que lcito concessionria interromper o fornecimento

    de energia eltrica, se, aps aviso prvio, o consumidor de energia

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    eltrica permanecer inadimplente no pagamento da respectiva conta (L.

    8.987/95, art. 6, 3, II). (...) 6. A continuidade do servio sem o

    efetivo pagamento quebra o princpio da isonomia e ocasiona o

    enriquecimento ilcito e sem causa de uma das partes (...) (REsp

    860.383/RS, STJ Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJ:

    11.12.2006).

    2) (...) 1. A suspenso do servio de energia eltrica, por

    empresa concessionria, em razo de inadimplemento de unidades

    pblicas essenciais hospitais; pronto-socorros; escolas; creches;

    fontes de abastecimento dgua e iluminao pblica; e servios

    de segurana pblica -, como forma de compelir o usurio ao

    pagamento de tarifa ou multa, despreza o interesse da coletividade. 2.

    que resta assente nesta Corte que: O princpio da continuidade do

    servio pblico assegurado pelo art. 22 do Cdigo de Defesa do

    Consumidor deve ser obtemperado, ante a exegese do art. 6, 3, II

    da Lei n 8.987/95 que prev a possibilidade de interrupo do

    fornecimento de energia eltrica quando, aps aviso, permanecer

    inadimplente o usurio, considerado o interesse da coletividade. (...)

    (EREsp 845982/RJ, STJ Primeira Seo, Rel. Min. Luiz Fux, julg:

    24.06.2009, DJe: 03.08.2009).

    3) cedio que a jurisprudncia da Primeira Seo firmou-se

    no sentido de no se admitir a suspenso do fornecimento de energia

    eltrica em hospitais pblicos inadimplentes, em razo do interesse da

    coletividade. No entanto, tal orientao no prospera na hiptese

    de hospital particular que funciona como empresa, isto , com

    objetivo de auferir lucros, embutindo, inclusive, nos preos cobrados de

    seus clientes, o valor dos custos da energia eltrica consumida. Nesse

    sentido, j decidiu o STJ que no cabe indenizao quando o corte do

    servio foi precedido de todas as cautelas (REsp 771.853/MT, STJ

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    Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, julg: 02.02.2010, DJe:

    10.02.2010).

    4) (...) Cuida-se de dvida contestada em Juzo, apurada

    unilateralmente, e decorrente de suposta fraude no medidor de

    consumo de energia eltrica. 3. H ilegalidade na interrupo no

    fornecimento de energia eltrica nos casos de dvidas

    contestadas em Juzo, decorrentes de suposta fraude no medidor de

    consumo de energia eltrica, pois o corte configura constrangimento ao

    consumidor que procura discutir no Judicirio dbito que considera

    indevido. (AgRg no Ag 1214882/RS, STJ Segunda Turma, Rel. Min.

    Humberto Martins, julg: 23.02.2010, DJe: 08.03.2010).

    5) (...) 2. A questo dos autos refere-se suspenso do

    fornecimento de energia eltrica relativamente a dbitos pretritos.

    Neste particular, o STJ pacificou entendimento de que corte de

    fornecimento de energia pressupe inadimplncia de conta

    regular, isto , a do ms de consumo. Em se tratando de dbitos

    antigos, deve a concessionria utilizar-se dos meios ordinrios

    de cobrana; caso contrrio, h se ter por caracterizada infringncia

    do art. 42 do Cdigo de Defesa do Consumidor. (...) (AgRg no Ag

    1258939/RS, Rel. Min. Benedito Gonalves, julg: 05.08.2010, DJe:

    16.08.2010).

    6) (...) 2. Os servios pblicos essenciais devem ser

    mantidos no curso de uma greve, reconhecendo-se tal direito como

    constitucionalmente garantido, desde que a paralisao no afete a

    continuidade do servio, quando essencial. (...) (REsp 1220776/MG,

    STJ Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, julg: 15.08.2013,

    DJe: 22.08.2013).

    7) 1. A jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia

    no sentido da impossibilidade de suspenso de servios

    essenciais, tais como o fornecimento de energia eltrica e gua,

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    em funo da cobrana de dbitos de antigo proprietrio. 2. A

    interrupo da prestao, ainda que decorrente do inadimplemento, s

    legtima se no afetar o direito sade e integridade fsica do

    usurio. Seria inverso da ordem constitucional conferir maior proteo

    ao direito de crdito da concessionria que aos direitos fundamentais

    sade e integridade fsica do consumidor. (...) (REsp 1.245.812/RS,

    STJ Segunda Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, julg: 21.06.2011,

    DJe: 01.09.2011).

    Visto esse rol de jurisprudncia, vamos continuar nas requisitos

    (princpios do servio pblico).

    3. Eficincia:

    O servio pblico deve funcionar segundo padres mnimos de

    eficincia, tanto na quantidade como na qualidade, ou seja, a atividade

    administrativa deve ser exercida com presteza, perfeio e rendimento

    funcional, evitando qualquer tipo de desperdcio.

    4. Segurana:

    O servio pblico deve ser prestado de modo a no oferecer riscos

    ou prejuzos coletividade

    5. Atualidade (ou atualizao ou

    adaptabilidade):

    O servio pblico deve ser prestado com equipamentos e tcnicas

    modernas/atualizadas e por pessoal devidamente habilitado. Esse

    princpio est conceituado no art. 6, 2, da Lei n 8.987/95, que

    estabelece que a atualidade compreende a modernidade das tcnicas,

    do equipamento e das instalaes e a sua conservao, bem como a

    melhoria e expanso do servio.

    6. Generalidade (ou universalidade):

    Deve ser assegurado o atendimento sem discriminao a todos os

    que se situem na rea abrangida pelo servio, efetivamente ou

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    potencialmente, desde que atendam a requisitos gerais e isonmicos.

    Assim, o servio pblico dever ser prestado coletividade como um

    todo, sendo uma atividade erga omnes e de forma indistinta.

    Para isso, preciso observar o princpio da impessoalidade, o qual

    determina a prestao do servio de forma impessoal, sendo vedada a

    discriminao entre os usurios, assim como o princpio da isonomia no

    tratamento dos usurios dos servios, porque, desde que satisfaam as

    condies legais, todos fazem jus sua prestao, sem qualquer

    distino de carter pessoal.

    7. Cortesia na prestao:

    Deve-se tratar as pessoas com urbanidade durante a prestao do

    servio pblico

    8. Modicidade das tarifas:

    Quando o servio pblico prestado por particular, ele precisa ser

    remunerado mediante tarifa. A tarifa deve ser equilibrada/razovel

    (remunerao/satisfao do prestador dos servios e no exorbitante

    para o usurio), vedada a obteno de lucros extraordinrios.

    Assim, exige-se a cobrana das menores tarifas possveis por parte

    da Administrao, condizente com as possibilidades econmicas do

    povo brasileiro.

    Alm disso, os contratos podero prever mecanismos de reviso

    das tarifas, a fim de manter-se o equilbrio econmico-financeiro.

    Marinela traz outros princpios relacionados aos servios pblicos:

    1. Princpio do dever inescusvel do Estado de promover

    a prestao dos servios pblicos, seja de forma direta ou

    indireta

    O Estado no pode se recusar a promover a prestao dos

    servios rotulados como pblicos, conquanto nada impea que ele o

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    faa por intermdio de seus representantes, utilizando-se da concesso

    ou permisso de servios. A omisso do Estado pode dar causa ao

    judicial para provocar a sua atuao, constituindo, inclusive, direito

    indenizao, quando a ausncia da atividade causar danos.

    2. Princpio da supremacia do interesse pblico

    Como princpio que est na gnese do desenvolvimento do direito

    administrativo, bvio que ele tambm integra o rol dos servios

    pblicos.

    Deve ser observado desde o momento em que o Estado seleciona,

    por meio da Constituio ou da lei, quais so as utilidades materiais que

    representam um interesse geral e que merecem esse tratamento

    prprio. Tambm deve ser observado para a definio das regras de

    organizao e funcionamento, no se admitindo que o interesse coletivo

    seja subestimado em face de qualquer outro interesse.

    3. Princpio da transparncia

    Exige total clarividncia nas decises tomadas, bem como no

    funcionamento e na aplicao dos recursos pblicos.

    4. Princpio da publicidade

    Permite o conhecimento do titular do direito o povo,

    configurando-se exigncia para que os atos administrativos comecem a

    produzir efeitos e, com isso, a possibilidade de contagem dos prazos,

    alm de permitir o controle pelos administrados.

    5. Princpio da motivao

    Estabelece que o administrador apresente a correlao lgica

    entre os fatos e fundamentos jurdicos, a regra legal e o resultado do

    ato praticado, a fim de que os administrados conheam as razes que

    os levaram prtica do ato.

    6. Princpio do controle

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    Consiste na possibilidade de fiscalizao efetiva dos servios

    prestados, no que tange qualidade, eficincia, aplicao de

    recursos pblicos e demais aspectos. Esse controle pode ser realizado

    por outros rgos da prpria Administrao, pelos demais Poderes do

    Estado, assim como pelo cidado.

    7. Princpio da mutabilidade do regime

    Visa adequao dos diversos servios pblicos s

    necessidades mutantes dos administrados, consentindo a flexibilidade

    dos meios e fins dos servios. Autoriza a mudana no regime de

    execuo do servio para adapt-lo ao interesse pblico, que est em

    constante alterao com a evoluo do tempo.

    15) (CESPE 2015 - TRE-GO - Analista Judicirio - rea

    Administrativa) Determinado ente da administrao pblica deseja

    realizar procedimento licitatrio para a contratao de servios de

    segurana patrimonial armada para seu edifcio sede.

    Considerando essa situao hipottica, julgue o prximo item.

    O objeto da contratao pretendida pode ser classificado como servio

    de natureza contnua.

    De acordo com o entendimento do Ministro Adylson Motta De

    natureza continuada so os servios que no podem ser interrompidos,

    por imprescindveis ao funcionamento da entidade pblica que deles se

    vale. Enquadram-se nessa categoria os servios de limpeza e de

    vigilncia, o fornecimento de gua e de energia eltrica, a manuteno

    de elevadores. Acrdo 1382/2003 - 1 Cmara. Ministro Relator:

    Augusto Sherman.

    Gabarito - Certo.

    Questes de concurso

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    16) (CESPE 2015 - DPE-PE - Defensor Pblico) Com base na

    jurisprudncia do STJ, julgue o item seguinte.

    Segundo o entendimento jurisprudencial dominante no STJ relativo ao

    princpio da continuidade dos servios pblicos, no legtimo, ainda

    que cumpridos os requisitos legais, o corte de fornecimento de servios

    pblicos essenciais, em caso de estar inadimplente pessoa jurdica de

    direito pblico prestadora de servios indispensveis populao.

    Conforme os ensinamentos de Maria Sylvia Di Pietro Estamos

    diante do princpio da continuidade dos servios pblicos, ou seja, o

    princpio que visa o atendimento aos interesses pblicos atravs do

    Estado.

    Gabarito - Certo.

    17) (CESPE 2015 - TJ-PB - Juiz Substituto) No que se refere

    aos princpios informativos e aos poderes da administrao pblica,

    assinale a opo correta.

    a) A administrao pblica deve dar publicidade aos atos

    administrativos individuais e gerais mediante publicao em dirio

    oficial, sob pena de afronta ao princpio da publicidade.

    b) Por fora do princpio da motivao, que rege a atuao

    administrativa, a lei veda a prtica de ato administrativo em que essa

    motivao no esteja mencionada no prprio ato e indicada em parecer.

    c) Como a delegao de competncia se assenta no poder hierrquico

    da administrao pblica, cujo pressuposto a relao de subordinao

    entre rgos e agentes pblicos, inadmissvel a delegao de

    competncia fora da linha vertical de subordinao e comando.

    d) No exerccio do poder disciplinar, a administrao pblica pode impor

    sano administrativa a servidor, sendo vedado ao Poder Judicirio,

    segundo jurisprudncia, perquirir a motivao nesse caso.

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    e) Normas jurdicas que garantam ao usurio do servio pblico o poder

    de reclamar da deficincia na prestao do servio expressam um dos

    princpios aplicveis administrao pblica, como forma de assegurar

    a participao do usurio na administrao pblica direta e indireta.

    Pessoal, a questo correta a letra E, uma vez que a alternativa

    faz referencia ao dever constitucional de eficincia que dever ser

    observado em todos os atos. Essa participao feita pelo prprio

    usurio, verificando assim a qualidade dos servios que foram

    prestados.

    Gabarito Letra E.

    18) (CESPE 2013 TJDFT Analista Judicirio rea

    Judiciria) O contrato de concesso de servio pblico pode ser

    rescindido por iniciativa da concessionria, mediante ao judicial

    especialmente intentada para esse fim, no caso de descumprimento das

    normas contratuais pelo poder concedente.

    O contrato de concesso poder ser rescindido por iniciativa da

    concessionria, no caso de descumprimento das normas contratuais

    pelo poder concedente, mediante ao judicial especialmente intentada

    para esse fim (art. 39, caput, da Lei n 8.987/95). Logo, est correta.

    Gabarito: CERTO

    19) (CESPE/PRF/Agente/2012) A prestao de servios pblicos

    deve dar-se mediante taxas ou tarifas justas, que proporcionem a

    remunerao pelos servios e garantam o seu aperfeioamento, em

    ateno ao princpio da modicidade.

    A questo est perfeita! Reflete exatamente o conceito do princpio

    da modicidade. Logo, a questo est certa.

    Gabarito: CERTO

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    20) (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judicirio - Direito - rea

    Judiciria - especficos) Os servios pblicos devem ser prestados ao

    usurio com a observncia do requisito da generalidade, o que significa

    dizer que, satisfeitas as condies para sua obteno, eles devem ser

    oferecidos sem qualquer discriminao a quem os solicite.

    isso a. O princpio da generalidade ou universalidade garante o

    atendimento sem discriminao a todos os que se situem na rea

    abrangida pelo servio, efetivamente ou potencialmente, desde que

    atendam a requisitos gerais e isonmicos.

    Gabarito: Certo.

    21) (CESPE/MPU/Tcnico de informtica/2010) Um dos

    princpios que regem a prestao de todas as modalidades de servio

    pblico o princpio da generalidade, segundo o qual os servios

    pblicos no devem sofrer interrupo.

    O princpio segundo o qual os servios pblicos no devem sofrer

    interrupo o princpio da continuidade. Portanto, o gabarito

    errado.

    Gabarito: ERRADO

    22) (CESPE/PC-PB/Delegado/2008) A lei geral de concesso no

    autoriza a suspenso do fornecimento de energia eltrica, pelo

    inadimplemento por parte do usurio, j que o acesso ao servio de

    energia eltrica decorre da prpria dignidade da pessoa humana, que

    deve prevalecer sobre os interesses econmicos da concessionria.

    Por contrariar a jurisprudncia do STJ acima mencionada, a

    questo est errada.

    Gabarito: ERRADO

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    2.6. Formas e meios de prestao do servio pblico

    Os servios pblicos podem ser prestados de forma:

    (a) DIRETA: a prpria Administrao presta;

    (b) INDIRETA: o servio prestado por particulares, que, mediante

    delegao do poder pblico, so responsveis por sua mera execuo;

    (c) CENTRALIZADA: o servio prestado pela Administrao

    Direta, ex: Delegacia da Polcia Federal;

    (d) DESCENTRALIZADA: o servio prestado por pessoa diferente

    do ente federado a que a Constituio atribui a titularidade do servio,

    seja por entidade da Administrao Indireta, seja por particular,

    mediante concesso, p.ex..

    Por fim, fala-se, ainda, em prestao (e)

    DESCONCENTRADA, hiptese em que o servio executado por rgo,

    com competncia especfica para prest-lo, integrante da

    estrutura da pessoa jurdica que detm a titularidade do servio.

    Segundo Marinela, a titularidade do servio pode pertencer

    Administrao ou, excepcionalmente, ao particular. Este ltimo caso

    excepcional ocorre quando a prpria Constituio atribui ao particular a

    competncia para prestar o servio pblico, ou seja, a Constituio no

    atribui ao Poder Pblico a competncia exclusiva da titularidade desse

    servio. Nesses servios no h que se falar em transferncia para o

    particular porque este j recebe tal titularidade por meio de previso

    constitucional.

    Todavia, nas hipteses em que a titularidade do servio exclusiva

    do Estado, a sua prestao pode ser realizada por ele ou por algum em

    seu nome, admitindo-se a transferncia da titularidade de sua

    prestao para os entes da Administrao Indireta e para particulares

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    (concesso, permisso e autorizao). Nesse caso, o Estado conserva a

    titularidade do servio, transferindo somente sua prestao, por meio

    da delegao de servios.

    A competncia para legislar sobre delegaes de

    servios da Unio, no caso de normas gerais, com abrangncia

    nacional, e do restante dos entes, no caso de normas especficas, com

    abrangncia to s em face do prprio ente que legislou.

    Agora vamos entrar em um importante e interessante tema, no s

    dos servios pblicos, mas do direito administrativo como um todo.

    Vamos em frente!

    2.7. Concesso e permisso de servio pblico

    2.7.1. Definies e aspectos gerais

    A concesso e a permisso de servio pblico tm como

    fundamento o art. 175 da CF, que define que os servios pblicos

    devem ser prestados pelo Poder Pblico, diretamente ou sob o regime

    de concesso e permisso, sempre por meio de licitao.

    Art. 175. Incumbe ao Poder Pblico, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concesso ou permisso, sempre atravs de licitao, a prestao de servios pblicos.

    Pargrafo nico. A lei dispor sobre: I - o regime das empresas concessionrias e permissionrias de servios

    pblicos, o carter especial de seu contrato e de sua prorrogao, bem como as condies de caducidade, fiscalizao e resciso da concesso ou permisso;

    II - os direitos dos usurios; III - poltica tarifria; IV - a obrigao de manter servio adequado.

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    Aqui estamos falando, portanto, de prestao indireta e

    descentralizada de servios pblicos. Se o Estado acha mais eficiente

    conceder o servio de manuteno de uma rodovia para o particular ele

    vai fazer a concesso desse servio pblico a uma empresa particular.

    Se o Municpio no quer se dar ao trabalho de gerir a distribuio de

    gua da cidade, ele vai promover a concesso desse servio pblico.

    Como j visto anteriormente, a Lei n 8.987/95 a lei de normas

    gerais sobre os regimes de concesso e permisso de servios pblicos.

    Ela um ato normativo de carter nacional, ou seja, aplicvel Unio,

    aos estados, ao DF e aos municpios. Os diversos entes federados

    podem editar leis prprias acerca de concesses e permisses

    pertinentes a suas esferas de competncia, desde que no contrarie as

    normas gerais.

    A concesso e a permisso so formas de delegao de servio

    pblico, ou seja, o poder concedente transfere para o particular

    somente a possibilidade de execuo do servio, retendo para si a

    titularidade, o que lhe permite controlar e retomar o servio, se for

    relevante para o interesse pblico.

    ATENO!!! O instituto da delegao no

    pode ser confundido com o da outorga, que permite ao Poder

    Pblico transferir no apenas a execuo, mas tambm a

    titularidade do servio.

    Conforme conceitua o art. 2, I, da Lei n 8.987/95, o poder

    concedente a Unio, o Estado, o Distrito Federal ou o Municpio, em

    cuja competncia se encontre o servio pblico, precedido ou no de

    execuo de obra pblica, objeto de concesso ou permisso. Ou seja,

    so os entes polticos que tm a possibilidade de realizao concesso,

    devendo ser observada a rbita de competncia definida no texto

    constitucional, para a explorao do servio. Para os servios que no

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    esto expressamente enumerados no texto constitucional, a

    competncia deve respeitar a rbita de interesse (nacional Unio;

    regional Estado; local Municpio).

    Apesar da definio legal de poder concedente

    (Unio, Estados, DF e Municpios), a possibilidade de celebrao de

    contrato de concesso vem sendo delegada por leis especficas a

    algumas autarquias (e no a Unio ou a administrao direta),

    notadamente, s agncias reguladoras, como ocorreu com a ANEEL (Lei

    n 9.427/96) e ANATEL (Lei n 9.472/97). So essas agncias que

    concedem os servios pblicos de energia e telefonia, por exemplo.

    Alm disso, com a edio da Lei n 11.107/05 (art. 2, 3), os

    consrcios pblicos podero outorgar concesso, permisso ou

    autorizao de obras ou servios pblicos mediante autorizao prevista

    no contrato de consrcio pblico, que dever indicar de forma especfica

    o objeto da concesso, permisso ou autorizao e as condies a que

    dever atender, observada a legislao de normas gerais em vigor.

    Existem alguns institutos que no podem ser confundidos com o

    contrato de concesso de servio, quais sejam:

    a) Contrato de prestao de servios: nesse caso, o prestador

    um mero executor material contratado pelo Poder Pblico que

    continua diretamente relacionado com os usurios, no havendo

    transferncia de poderes. O contrato de prestao de servio

    celebrado, to somente, nos moldes da Lei n. 8.666/93 enquanto a

    concesso de servios feita nos moldes daquela e da Lei n. 8.987/95.

    b) Contrato de concesso de uso de bem pblico: nesse caso,

    pressupe-se um bem de propriedade do Poder Pblico, cuja utilizao

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    ou explorao no se preordena a satisfazer necessidades ou

    convenincias da coletividade, mas as do prprio interessado ou de

    alguns singulares indivduos. O objeto da relao no a prestao de

    servio universalidade do pblico, mas to somente o uso do bem.

    Vamos ver como isso cai em concurso?

    23) (CESPE 2013 INPI Analista Formao: Direito) A

    concesso, como delegao da prestao de um servio pblico,

    estabelece relao entre o concessionrio e a administrao

    concedente, regendo-se pelo direito privado.

    Essa uma boa questo para revisarmos que Para o sentido

    objetivo, prevalece o conceito formal que considera servio pblico

    qualquer atividade de oferecimento de utilidade material coletividade,

    desde que, POR OPO DO ORDENAMENTO JURDICO, essa atividade

    deva ser desenvolvida sob regime de Direito Pblico.

    Logo, est INCORRETA.

    24) (CESPE 2013 INPI Analista Formao: Direito) Uma

    empresa concessionria do servio de energia eltrica pode suspender o

    fornecimento de energia, desde que precedido de aviso prvio, no caso

    de inadimplemento da conta.

    Essa proposio est de acordo com o art. 6, 3, inciso II, da Lei

    n 8.987/95:

    3o No se caracteriza como descontinuidade do servio a sua interrupo em situao de emergncia ou aps prvio aviso, quando:

    Questes de concurso

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    I - motivada por razes de ordem tcnica ou de segurana das instalaes; e, II - por inadimplemento do usurio, considerado o interesse da coletividade.

    Logo, est CORRETA.

    25) (CESPE/TJ-RR/2013/Questo adaptada) A lei define

    concesso de servio pblico como a delegao da prestao de

    servios pblicos, pelo poder concedente, pessoa fsica ou jurdica que

    demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. A

    concesso deve se dar a ttulo precrio e mediante licitao.

    No caso de concesso de servio pblico, a delegao se d

    pessoa jurdica ou consrcio de empresas, e no pessoa fsica.

    Ademais, trata-se de um contrato estvel e no precrio. Logo, a

    questo est errada.

    Gabarito: ERRADO

    26) (CESPE/INPI/Analista/2013) A permisso e a concesso de

    servios pblicos apresentam, entre outras, a seguinte diferena: a

    primeira pode ser feita pessoa fsica ou jurdica que, por sua conta e

    risco, demonstre capacidade para seu desempenho; j a segunda, s

    pessoa jurdica ou a consrcios de empresas.

    A questo fez uma perfeita distino entre permisso e concesso.

    Portanto, a questo est correta.

    Gabarito: CERTO

    27) (CESPE - 2012 - AGU Advogado) concessionria cabe a

    execuo do servio concedido, incumbindo-lhe a responsabilidade por

    todos os prejuzos causados ao poder concedente, aos usurios ou a

    terceiros, no admitindo a lei que a fiscalizao exercida pelo rgo

    competente exclua ou atenue tal responsabilidade.

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    Conforme a lei, a regra geral prevista no art. 25, caput, da Lei n

    8.987/95 de que incumbe concessionria a execuo do servio

    concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuzos causados ao

    poder concedente, aos usurios ou a terceiros, sem que a fiscalizao

    exercida pelo rgo competente exclua ou atenue essa

    responsabilidade. Logo, est correta.

    Gabarito: CERTO

    28) (CESPE - 2012 - PRF - Agente Administrativo) As

    concesses e permisses de servios pblicos devero ser precedidas

    de licitao, existindo excees a essa regra.

    Incumbe ao Poder Pblico, na forma da lei, diretamente ou sob

    regime de concesso ou permisso, sempre atravs de licitao, a

    prestao de servios pblicos (art. 175, CF). Logo, est incorreta.

    Gabarito: ERRADO

    29) (CESPE - 2012 - PRF - Agente Administrativo) A concesso

    de servio pblico, precedida ou no da execuo de obra pblica, ser

    formalizada mediante contrato administrativo.

    De acordo com a Lei n 8.987/95, a concesso de servio pblico,

    precedida ou no da execuo de obra pblica, ser formalizada

    mediante contrato, estando perfeitamente correto afirmar que esse

    contrato administrativo. Logo, est correta.

    Gabarito: CERTO.

    30) (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo -

    Psicologia) O direito administrativo tem como objeto atividades de

    administrao pblica em sentido formal e material, englobando,

    inclusive, atividades exercidas por particulares, no integrantes da

    administrao pblica, no exerccio de delegao de servios pblicos.

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    justamente o que estamos estudando, meus caros, o Direito

    Administrativo se preocupa tambm com as atividades que o Estado

    confere aos particulares por meio de concesso, permisso ou

    autorizao, que so as modalidades de delegao de servios pblicos.

    Gabarito: CERTO.

    31) (CESPE - 2011 - FUB - Secretrio Executivo - Especficos) A

    concesso de servios do poder pblico a entidades privadas no pode

    ser extinta pelo Estado, ao qual compete, to somente, o poder de

    fiscalizao.

    verdade que o Estado deve fiscalizar, porm, a extino da

    concesso est, inclusive, prevista em lei. Isso pode ocorrer por

    qualquer dos motivos listados no artigo 35 da Lei 8987/1995. Para

    vocs verem as hipteses, segue:

    Art. 35. Extingue-se a concesso por: I - advento do termo contratual; II - encampao; III - caducidade; IV - resciso; V - anulao; e VI - falncia ou extino da empresa concessionria e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual.

    Gabarito