direito previdenciário (prof. ali jaha) p/ inss - técnico...

206
Aula 01 Direito Previdenciário (Prof. Ali Jaha) p/ INSS - Técnico de Seguro Social - Com videoaulas - 2016 Professor: Ali Mohamad Jaha Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

Upload: hoangduong

Post on 08-Nov-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • Aula 01

    Direito Previdencirio (Prof. Ali Jaha) p/ INSS - Tcnico de Seguro Social - Comvideoaulas - 2016

    Professor: Ali Mohamad Jaha

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 1 de 205

    AULA 01 Tema: Seguridade Social e Legislao Previdenciria. Assuntos Abordados: 1. Seguridade Social. 1.1. Origem e Evoluo Legislativa no Brasil. 1.2. Conceituao. 1.3. Organizao e Princpios Constitucionais. 2. Legislao Previdenciria. 2.1. Contedo, Fontes, Autonomia. 2.2. Aplicao das Normas Previdencirias. 2.2.1. Vigncia, Hierarquia, Interpretao e Integrao. Sumrio Pgina Saudaes Iniciais. 1 - 1 01. Direito Previdencirio Conceito. 2 - 2 02. Origem e Evoluo da Seguridade Social no Mundo e no Brasil.

    2 - 11

    03. Evoluo Legislativa no Brasil. 11 - 14 04. Seguridade Social. 14 - 24 05. Financiamento da Seguridade Social Parte Constitucional.

    24 - 38

    06. Sade. 38 - 44 07. Previdncia Social. 44 - 55 08. Assistncia Social. 55 - 58 09. Competncia Legislativa da Seguridade Social e da Previdncia Social. 58 - 60

    10. Legislao Previdenciria e suas Caractersticas. 60 - 73 11. Resumex da Aula. 73 - 81 12. Questes Comentadas. 82 - 179 13. Questes Sem Comentrios. 180 - 204 14. Gabarito das Questes. 205 - 205 Saudaes Iniciais.

    Ol Concurseiro! Tudo bem?

    Vamos iniciar efetivamente o nosso curso de Direito Previdencirio p/ INSS 4. Turma 2015/2015?

    No vamos perder tempo! Bons estudos! =)

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 2 de 205

    01. Direito Previdencirio Conceito.

    Direito Previdencirio o ramo do direito pblico que estuda a organizao e o funcionamento da Seguridade Social. Especificamente, no Brasil, a Seguridade Social tratada na Constituio Federal de 1988 em captulo prprio, entre os artigos 194 e 204, o que demonstra grande preocupao do constituinte originrio quanto previdncia social, a assistncia social e a sade. 02. Origem e Evoluo da Seguridade Social no Mundo e no Brasil.

    Ao iniciar o estudo da origem da Seguridade Social, inevitvel o conhecimento da expresso Proteo Social, que assim definida pela maioria dos doutrinadores previdencirios ptrios e por este professor:

    A Proteo Social a garantia de incluso a todos os cidados que se encontram em situao de vulnerabilidade ou em situao de risco. Essa proteo se exterioriza por mecanismos criados pela sociedade, ao longo do tempo, para atender aos infortnios da vida, como doena, idade avanada, acidente, recluso, maternidade entre outros, que impeam a pessoa de obter seu sustento.

    Nos primrdios da sociedade at meados do sculo XIX, a Proteo

    Social era ofertada ao desabastado por sua prpria famlia, sem o auxlio do Estado.

    Por exemplo, um homem com 75 anos de idade que no

    apresentasse mais condies fsicas para o trabalho, teria seu sustento provido diretamente por sua famlia (filhos e netos, provavelmente), pelo resto da vida que lhe restasse.

    Outro mecanismo protetivo rudimentar a assistncia voluntria,

    quando pessoas estranhas famlia auxiliam os necessitados, como no caso das casas de assistncia aos idosos ou mesmo das esmolas dadas a estes nas ruas. Apesar de antigas, as protees da famlia e da assistncia voluntria esto presentes at os dias de hoje.

    Nos primrdios da Proteo Social, os Montepios foram as

    manifestaes mais antigas de Previdncia Social no mundo. Eram institutos, onde, mediante pagamento de cotas por seus membros, esses adquiriam o direito, por ocasio de seu falecimento, de deixar penso pecuniria para uma pessoa de sua escolha (esposa e/ou filhos,

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 3 de 205

    geralmente). Para constar, o referido instituto foi o precursor da Penso por Morte.

    Por seu turno, no Brasil, o primeiro Montepio surgiu em 1835, o

    Montepio Geral do Servidores do Estado (Mongeral), sendo que seu funcionamento se deu por meio de uma sistemtica mutualista. Em outras palavras, um grupo de pessoas contribuam com o objetivo de formar um fundo que seria utilizado na cobertura de determinado infortnios da vida de seus associados.

    Do exposto, podemos perceber que at meados do sculo XIX,

    praticamente no existia nenhuma participao estatal no auxlio das pessoas desabastadas por alguma vulnerabilidade que lhes impedisse de trabalhar e obter o seu sustento.

    Mas esse cenrio liberal, onde no existia a mo do Estado,

    comeou a mudar no final do sculo XIX (entre 1880 e 1900), quando em vrias partes do mundo os governos comearam a elaborar normas protetivas aos trabalhadores.

    Essa proteo se deu, a princpio, de forma muito tmida e com

    pouca extenso de trabalhadores abarcados. Todavia, a proteo social estatal foi evoluindo com o passar das dcadas em todo o mundo, ressaltando que essa evoluo foi impulsionada, entre outros fatores, pela Revoluo Industrial iniciada no sculo XVIII na Inglaterra e expandida para o resto do mundo no sculo seguinte.

    A Proteo Social em seu contexto histrico apresenta basicamente

    trs grandes fases: Fase Inicial (At 1920) Surgimento dos primeiros regimes de

    proteo social (ou previdncia).

    Fase Intermediria (Entre 1920 e 1945) Expanso da previdncia por vrias naes ao redor do mundo.

    Fase Contempornea (De 1945 at os dias atuais) Expanso das

    pessoas abarcadas pelos regimes previdencirios.

    Desde o seu incio at os dias atuais, possvel ver claramente a assuno da proteo social por parte do Estado, que at ento apresentava um posicionamento liberal.

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 4 de 205

    Essa evoluo do liberalismo para o Welfare State (Estado do Bem-Estar Social) iniciou-se nas primeiras dcadas do sculo XX e foi evoluindo de forma lenta e gradual, desde a ausncia do Estado na proteo social at a sua participao plena como ns conhecemos hoje, inclusive em nosso pas.

    Na Histria Mundial podemos destacar os seguintes fatos marcantes

    da Proteo Social:

    1601 Poor Relief Act (Leis dos Pobres): Primeira manifestao estatal quanto proteo social. Era um mecanismo, presente na Inglaterra, de proteo social s pessoas carentes e necessitadas. No era um mecanismo previdencirio, mas sim um mecanismo assistencial. Foi o marco inicial da Assistncia Social no mundo.

    1883 Lei de Bismark: o surgimento da Previdncia

    Social no mundo. O Chanceler alemo Bismark instituiu para seu povo uma norma na qual rezava que seria institudo um seguro doena em favor dos trabalhadores industriais. Esse seguro seria patrocinado pelo prprio trabalhador e por seu empregador, que deveriam contribuir para o Estado.

    Por sua vez, este manteria um sistema protetivo em relao a esses trabalhadores. A Lei de Bismark foi evoluindo com os anos e abarcando novas situaes de proteo como os acidentes do trabalho e os benefcios em decorrncia de invalidez. O sistema previdencirio de Bismark muito parecido com o adotado atualmente pelos pases, inclusive pelo Brasil.

    1917 Constituio do Mxico: Foi a primeira constituio do

    mundo a adotar a expresso Previdncia Social. Isso um claro reflexo da evoluo do Estado Liberal para o Estado Social (Welfare State).

    1919 Constituio de Weimar: Constituio que vigeu na

    curta repblica de Weimar da Alemanha (1919 1933). A Alemanha, como bero da Previdncia Social, seguiu os passos da Constituio do Mxico e abarcou o tema em seu texto constitucional.

    1935 Social Security Act: Institui nos Estados Unidos o

    sistema previdencirio nacional, com uma grande margem de

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 5 de 205

    atuao. uma evoluo do sistema elaborado por Bismark na Alemanha cinco dcadas antes.

    1942 Plano Beveridge (Inglaterra): Foi a reformulao

    completa do sistema previdencirio britnico. Como se falava na poca, os britnicos estariam protegidos do bero ao tmulo.

    Em suma, qualquer pessoa em qualquer idade teria ampla proteo social estatal. Foi o ponto alto do Welfare State (Estado Social). Esse plano serviu de base para delinear a Seguridade Social da forma que conhecemos nos dias de hoje, como algo mais abrangente que Previdncia Social e Assistncia Social.

    Fique tranquilo, pois em tpico futuro voc ver exatamente o que

    Seguridade, Previdncia, Assistncia e Sade. Posso lhe adiantar que so conceitos bem tranquilos. No esquente com isso agora! =)

    No Brasil, a evoluo previdenciria se deu de forma anloga mundial: um lento processo de transformao de Estado Liberal para Estado Social. At 1923, apenas alguns servidores pblicos possuam a proteo social, e no existia uma proteo extensiva aos trabalhadores da iniciativa privada.

    Devo ressaltar que em 1919, o Decreto-Legislativo n. 3.724 criou o

    Seguro de Acidente do Trabalho (SAT), mas esse benefcio era privado, sendo pago pelo empregador ao trabalhador acidentado, sem participao do Estado.

    Finalmente, em 24/01/1923, surge o marco inicial da Previdncia Social no Brasil: A Lei Eloy Chaves (LEC). O ento Deputado Federal por So Paulo, Eloy Marcondes de Miranda Chaves, a pedidos dos trabalhadores ferrovirios estaduais, redigiu o Decreto Legislativo n. 4.682, que criava para esses trabalhadores a Caixa de Aposentadoria e Penso (CAP).

    Esse ato normativo foi inspirado em um projeto de lei argentino,

    com as devidas adaptaes realidade nacional da poca, que dispunha sobre a criao das CAP.

    A LEC previa que cada empresa de estradas de ferro no Brasil

    deveria criar e custear parcialmente a sua prpria CAP em favor de seus trabalhadores.

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 6 de 205

    Alm disso, deveria prever quais benefcios seriam concedidos e quais seriam as contribuies da empresa e dos trabalhadores para a respectiva CAP. Como podemos perceber, a previdncia nasceu no Brasil sem a participao do Estado, pois as CAP eram patrocinadas pela empresa e pelos empregados.

    Aps a publicao da LEC, inmeras categorias profissionais

    iniciaram movimentos individuais para terem direito a uma CAP em suas empresas, pois todo trabalhador sabia o quo difcil era chegar terceira idade naquela poca.

    Nos anos seguintes, a LEC foi expandida para outras categorias,

    sendo as primeiras: porturios, trabalhadores dos servios telegrficos e do rdio. O Brasil chegou a ter 200 CAP em funcionamento, o que gerou motivao para uma reforma previdenciria, por basicamente dois motivos:

    1. CAP pequenas so inviveis: Imagine uma CAP com apenas 3 pessoas. Se 2 ficarem doentes, 67% da fonte de custeio deixa de existir e a CAP entra em colapso. Se a outra pessoa morre, no existe mais custeio! Entende-se que um sistema previdencirio estvel se monta com um montante mnimo de 1.000 trabalhadores. Nos dias atuais, a maioria das empresas no conta nem com metade desse montante, imagine na dcada de 20 e de 30.

    2. Mudana de emprego: Antigamente as pessoas iniciavam as suas atividades em uma determinada empresa e nela permanecia at a aposentadoria. Isso bem observado em filmes norte-americanos que retratam a vida cotidiana no incio do sculo XIX. Hoje em dia normal e comum pessoas trocarem de empresas ao longo da vida laboral. Voc deve se questionar se na poca da LEC no existia a troca de empregos? Sim, existia! E era uma tormenta para o trabalhador, pois como se daria a transio de uma CAP para outra, em relao s parcelas por ele j pagas? Dificilmente o trabalhador teria a manuteno de seus direitos protetivos. J na Era Vargas (1930 em diante), em decorrncia dos motivos

    supracitados, o governo unificou as CAP em Institutos de Aposentadoria e Penso (IAP), que no seriam organizadas por empresas, mas sim pela Categoria Profissional.

    Os IAP tinham natureza de autarquia e eram subordinados ao

    recm-criado Ministrio do Trabalho (1930). Essa unificao foi lenta e

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 7 de 205

    durou quase trs dcadas, sendo o IAP dos Martimos o primeiro a ser criado (1933) e o IAP dos Ferrovirios (1960) o ltimo.

    A criao dos IAP resolveu o problema das CAP pequenas e

    inviveis, mas no resolveu o problema do trabalhador que desejaria trocar de categoria profissional, de ferrovirio para bancrio, por exemplo.

    Alm desse transtorno, devo ressaltar que cada IAP tinha a sua

    prpria lei, com regras diferenciadas. Estudar Direito Previdencirio no final da dcada de 50 no era uma tarefa das mais agradveis (RS!). Para ser ter uma ideia, em 1960, o Brasil contava com os seguintes IAP:

    IAP dos Martimos (1933);

    IAP dos Comercirios (1934);

    IAP dos Bancrios (1934);

    IAP dos Industririos (1936);

    IAP dos Servidores do Estado (1938);

    IAP dos Empregados em Transportes e Cargas ou em Estiva (1945), e;

    IAP dos Ferrovirios (1960).

    Entre 1930 e 1960, alm da criao dos IAP, tivemos trs

    constituies federais vigentes, e sobre elas, acho importante saber:

    CF/1934: Pela primeira vez uma carta magna nos trouxe que o custeio da previdncia ocorreria de forma trplice, com contribuio dos empregadores, dos trabalhadores e do Estado. Apesar da participao do Estado no custeio, essa constituio adotou o termo Previdncia sem o adjetivo Social.

    CF/1937: No traz nenhuma novidade, mas adota o termo

    Seguro Social como sinnimo de Previdncia Social, que sob a gide da Constituio atual um erro. Como j disse, fique calmo, sem ansiedade, voc conhecer esses termos nos prximos tpicos. =)

    CF/1946: Foi a primeira Constituio a adotar o termo

    Previdncia Social de forma expressa em substituio a

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 8 de 205

    expresso Seguridade Social. No traz nenhuma novidade relevante.

    Em 1960, a Lei n. 3.807 unificou toda a legislao securitria (7

    IAP existentes) e ficou conhecida como Lei Orgnica da Previdncia Social (LOPS). Os IAP continuaram existindo, mas a legislao foi unificada, o que foi um grande avano para os trabalhadores, alm da simplificao no entendimento da legislao.

    Em 1965, foi includo um dispositivo na CF/1946 no qual se proibia a

    prestao de benefcio sem a correspondente fonte de custeio. O legislador deu um passo a mais na evoluo do sistema previdencirio ptrio.

    Finalmente, em 1966, foi publicado o Decreto-Lei n. 72 que

    unificava os IAP, criando o Instituto Nacional da Previdncia Social (INPS), rgo pblico de natureza autrquica.

    Um ano depois, em 1967, com o advento da Lei n. 5.316, o

    governo integrou o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) Previdncia Social e, finalmente, esse benefcio deixou de ser uma prestao privada para se tornar um benefcio pblico.

    A partir de 1967, tanto os benefcios comuns quanto os acidentrios

    ficaram abarcados pelo INPS, que passou a ser o rgo responsvel pela concesso dos mesmos.

    Dez anos depois, em 1977, com o advento da Lei n. 6.439, o

    governo criou o Sistema Nacional de Previdncia e Assistncia Social (SINPAS), surgindo com ele duas novas autarquias: INAMPS e IAPAS. Houve, portanto, a unificao dessas duas novas entidades s outras cinco j existentes, ou seja, o SINPAS passou a agregar 7 entidades no total, a saber:

    INPS (Instituto Nacional de Previdncia Social).

    INAMPS (Instituto Nacional de Assistncia Mdica da Previdncia Social).

    LBA (Fundao Legio Brasileira de Assistncia).

    FUNABEM (Fundao Nacional do Bem-Estar do Menor).

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 9 de 205

    DATAPREV (Empresa de Processamento de Dados da Previdncia Social).

    IAPAS (Instituto de Administrao Financeira da Previdncia e

    Assistncia Social).

    CEME (Central de Medicamentos).

    O SINPAS era uma estrutura abrangente e ambiciosa, mas pouco funcional. Esse sistema perdurou por mais de dez anos, sendo extinto apenas sob a gide da atual Constituio.

    Aps um longo perodo de militarismo e censura pblica, finalmente

    foi promulgada a CF/1988, conhecida tambm por Constituio Cidad. Tal apelido deriva da enorme quantidade de direitos e garantias fundamentais previstas em seu texto.

    Aps um longo perodo sofrendo nas mos dos militares, os

    parlamentares constituintes tentaram garantir todos os direitos e protees possveis aos cidados brasileiros (inclusive os previdencirios).

    Finalmente a CF/1988, em seu Art.194, traz a atual definio de

    Seguridade Social, como podemos observar:

    A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de aes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos Sade, Previdncia e Assistncia Social.

    Nesse momento nasceu o conceito de Seguridade Social que

    compreende as trs reas: Previdncia, Assistncia e Sade. Agora voc sabe o conceito! Simples, no ?!

    Em 1990, aps as definies de Seguridade, Previdncia, Assistncia e Sade trazidas pela nova Constituio, o governo federal realizou uma grande e definitiva alterao no sistema previdencirio: extinguiu-se o SINPAS, bem como o INAMPS, a LBA, a FUNABEM, e a CEME.

    Por sua vez, com o advento da Lei n. 8.029/1990 foi criado o

    Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) atravs da fuso do INPS com o IAPAS.

    Com a extino do INAMPS, foi institudo o SUS (Sistema nico de

    Sade), ou seja, atualmente no existe nenhuma autarquia cuidando da

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 10 de 205

    sade. Dessa forma, a Assistncia Social e a Sade tm suas aes coordenadas diretamente pelos seus respectivos ministrios.

    Devo ressaltar que a DATAPREV continua em funcionamento, e

    atualmente uma empresa pblica ligada ao Ministrio da Previdncia Social (MPS).

    Em suma, aps a Lei n. 8.029/1990 e todas as alteraes

    estruturais ocorridas at hoje, o sistema securitrio brasileiro ficou composto da seguinte maneira:

    INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) Prestao de benefcios previdencirios aos segurados.

    MDS (Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate

    Fome) Coordenao de aes na rea de Assistncia Social.

    MS (Ministrio da Sade) Coordenao de aes na rea de Sade, entre elas o SUS.

    DATAPREV (Empresa de Tecnologia e Informaes da

    Previdncia Social) empresa responsvel pelo suporte de TI (Tecnologia da Informao) no mbito do Ministrio da Previdncia Social.

    No ano seguinte, em 1991, foram publicados os Diplomas Bsicos

    da Seguridade Social: a Lei n. 8.212 (Plano de Custeio da Seguridade Social) e a Lei n. 8.213 (Plano de Benefcios da Previdncia Social).

    As leis supracitadas tratam das duas reas existentes no Direito

    Previdencirio: Parte de Custeio e Parte de Benefcios. Os dois diplomas substituem a antiga Lei Orgnica da Previdncia Social (Lei n. 3.807/1960).

    No final da dcada de 90, especificamente em 1999, editado e

    publicado, pelo Presidente da Repblica, o Regulamento da Previdncia Social (RPS/1999), por meio do Decreto n. 3.048, que regulamenta os dispositivos presentes no PCSS e PBPS, compilando ambos em um nico documento, com maior detalhamento e com as atualizaes subsequentes.

    De 2000 at os dias de hoje, a estrutura previdenciria brasileira

    praticamente no sofreu modificaes. No entanto, a legislao previdenciria sofreu algumas alteraes pontuais nesses ltimos anos.

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 11 de 205

    O ponto de destaque da ltima dcada ocorreu entre 2005 e 2007:

    em 2005, a Lei n. 11.098 criou a Secretaria da Receita Previdenciria (SRP), transferindo toda a parte de fiscalizao e controle das contribuies sociais do INSS para a SRP. Nesse momento o INSS deixou de cuidar da parte de Custeio para tratar exclusivamente da parte de Benefcios.

    Porm, a vida da SRP foi muito curta, pois no incio de 2007,

    exatamente no dia 16/03/2007, foi publicada a Lei n. 11.457, na qual foi extinta a SRP, sendo todas as suas atribuies repassadas para a ento SRF (Secretaria da Receita Federal), que a partir daquele momento passou a ser denominada Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).

    Por acumular atribuies das extintas SRP e SRF, virou um rgo

    com muitos poderes e muitas atribuies, o que gerou o apelido pela mdia, de Super Receita. Em suma, nos dias atuais, temos a seguinte diviso previdenciria institucional:

    RFB (Receita Federal do Brasil) Controle, Arrecadao e

    Fiscalizao de todas as contribuies sociais devidas Previdncia Social. Parte de Custeio.

    INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) Controle e

    concesso dos benefcios previdencirios. Parte de Benefcios.

    03. Evoluo Legislativa no Brasil.

    Vou citar as normativas mais importantes para o seu concurso, ok?

    Se voc tiver curiosidade (e tempo), veja a evoluo completa no seguinte link do Ministrio da Previdncia Social (MPS):

    www.mpas.gov.br/conteudoDinamico.php?id=64

    Vamos Evoluo Legislativa Brasileira:

    1923 O Decreto Legislativo n. 4.682 (Lei Eloy Chaves LEC) determina a criao de uma Caixa de Aposentadoria e Penso (CAP) por empresa ferroviria em favor de seus trabalhadores. considerado o marco inicial da previdncia Social no Brasil.

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 12 de 205

    1926 A criao de CAP da LEC estendida aos porturios e

    martimos com o advento da Lei n. 5.109.

    1928 A criao de CAP da LEC estendida aos trabalhadores dos servios telegrficos e radiotelegrficos com o advento da Lei n. 5.485.

    1930 Criao do Ministrio do Trabalho, Indstria e

    Comrcio, que entre outras funes, supervisionava a Previdncia Social. Tambm fazia as vezes de rgo recursal das decises das CAP (Decreto n. 19.433).

    1933 Criao do primeiro Instituto de Aposentadoria e Penso

    (IAP), o IAP dos Martimos (Decreto n. 22.872).

    1934 A CF/1934 inova ao estabelecer pela primeira vez a forma trplice da fonte de custeio, com contribuies do Empregador, Trabalhador e do Estado. E utilizou a expresso Previdncia sem o adjetivo Social.

    1937 A CF/1937, conhecida como Polaca em aluso a

    Constituio Autoritria adotada pela Polnia, no trouxe nenhuma novidade, mas adota o termo Seguro Social como sinnimo de Previdncia Social, que sob a gide da Constituio atual considerada um erro.

    1946 A CF/1946 a primeira constituio a adotar o termo

    Previdncia Social de forma expressa, em substituio expresso Seguridade Social. No trouxe nenhuma novidade relevante.

    1960 At esse ano cada IAP tinha a sua legislao especfica, o

    que era muito complexo e dispendioso. Com o advento da Lei n. 3.807, todas as legislaes securitrias foram unificadas nesse diploma legal, conhecido por Lei Orgnica da previdncia Social (LOPS).

    1963 A Lei n. 4.214 institui o Fundo de Assistncia e

    Previdncia do Trabalhador Rural (FUNRURAL). Esse fundo era financiado pelos produtores rurais, que ao comercializarem sua produo eram obrigados a recolher um percentual da receita para a previdncia mediante guia prpria. O FUNRURAL foi extinto com o advento do SINPAS em 1977.

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 13 de 205

    1965 Ainda sob a gide da CF/1946, o legislador constituinte

    derivado evoluiu o sistema previdencirio brasileiro ao incluir o dispositivo que proibia a prestao de benefcio previdencirio sem a correspondente fonte de custeio.

    1966 Foi publicado o Decreto-Lei n. 72 que unificava os IAP e

    criava o Instituto Nacional da Previdncia Social (INPS), que nasceu como rgo pblico de natureza autrquica.

    1967 Com o advento da Lei n. 5.316, o governo integrou o

    Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) Previdncia Social e, finalmente, esse benefcio deixou de ser uma prestao privada para se tornar um benefcio pblico. A partir de 1967, tanto os benefcios comuns quanto os acidentrios ficaram abarcados pelo INPS, que passou a ser o rgo responsvel pela concesso desses.

    1971 A Lei Complementar n. 11 instituiu o Programa de

    Assistncia ao Trabalhador Rural (PRORURAL), rgo de natureza assistencial que previa a aposentadoria por idade (aos 65 anos) com valor de 50% do maior salrio mnimo vigente no Brasil (nessa poca o salrio mnimo no era nacional).

    1977 Com o advento da Lei n. 6.439 foi criado o Sistema

    Nacional de Previdncia e Assistncia Social (SINPAS), atravs da agregao dos seguintes rgos: INPS, INAMPS, LBA, FUNDABEM, DATAPREV, IAPAS e CEME.

    1988 A Constituio Cidad trouxe o conceito de Seguridade

    Social pela primeira vez no Brasil. A carta magna definiu Seguridade Social como sendo um conjunto de aes nas reas de Previdncia, Assistncia e Sade.

    1990 O SINPAS foi extinto e com o advento da Lei n. 8.029

    foi criado o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), entidade autrquica vinculada atualmente ao MPS, por meio da fuso dos seguintes rgos: INPS e IAPAS.

    1991 Foram publicados os diplomas bsicos da Seguridade

    Social: a Lei n. 8.212 (Plano de Custeio da Seguridade Social) e a Lei n. 8.213 (Plano de Benefcios da Previdncia Social). As leis tratam das duas reas bsicas existentes no Direito Previdencirio: Parte de Custeio e Parte de Benefcios. Os

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 14 de 205

    dois diplomas supracitados substituem a antiga Lei Orgnica da Previdncia Social (Lei n. 3.807/1960).

    1999 Foi editado e publicado o Decreto n. 3.048

    (Regulamento da Previdncia Social), que regulamenta os dispositivos presentes no PCSS e PBPS, compilando ambos em um nico documento, com maior detalhamento e com as atualizaes subsequentes.

    04. Seguridade Social.

    A priori, devo informar, sem dvida alguma, que para as bancas de concursos pblicos, a melhor definio de Seguridade Social aquela presente na CF/1988, em seu Art. 194:

    A seguridade social compreende um conjunto integrado de aes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos Sade, Previdncia e Assistncia Social.

    Partindo da redao do artigo, podemos entender que a Seguridade

    Social exercida pelo Poder Pblico e pela Sociedade. Em princpio, muitos podem pensar de forma errnea, que a

    Seguridade um dever exclusivo do Estado. O Estado deve agir sim! Deve proporcional sade, assistncia e

    previdncia sua populao, mas a sociedade deve conjuntamente, participar dessas aes sob forma de contribuio, ou seja, custeando as aes implementadas no mbito da Seguridade.

    Portanto, a Seguridade Social esse conjunto integrado de

    aes pblicas (Estado) e privadas (Sociedade).

    Um segundo aspecto a ser extrado do artigo, que a Seguridade Social se desmembra em trs reas: Sade, Previdncia e Assistncia Social.

    De forma esquemtica:

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 15 de 205

    Seguridade Social = Previdncia + Assistncia Social + Sade

    Em resumo, ter Seguridade Social = ter PAS (com s mesmo). =) A organizao da Seguridade Social dever do Estado, nos termos

    da lei, especificamente a Lei n. 8.212/1991, e deve obedecer aos seguintes Princpios Constitucionais (ou Objetivos, como cita o texto da CF/1988): 01. Universalidade da cobertura e do atendimento (UCA):

    Esse princpio garante dois aspectos da Seguridade Social:

    universalidade da cobertura e universalidade do atendimento. A Universalidade da Cobertura demonstra que a Seguridade Social

    tem como objetivo cobrir toda e qualquer necessidade de proteo social da sociedade em geral, como a velhice, a maternidade, casos de doena, invalidez e morte.

    J a Universalidade do Atendimento demonstra que a Seguridade

    Social tem como objetivo atender todas as pessoas, pelo menos em regra. Deve-se ressalvar que a Sade direito de todos, a Previdncia

    direito apenas das pessoas que contriburam por meio das contribuies sociais, e a Assistncia Social direito de quem dela necessitar, independentemente de contribuio Seguridade Social.

    Como pode ser observado do supracitado, a UCA tem dimenses

    plenas na rea da Sade e dimenses mitigadas na rea da Previdncia e da Assistncia.

    Fique tranquilo, iremos aprofundar esses conceitos em momento

    oportuno. =) 02. Uniformidade e equivalncia dos benefcios e servios s populaes urbanas e rurais (UEBS):

    Esse princpio segue o alinhamento do Direito do Trabalho, presente

    na CF/1988, e prev que no deve haver diferena entre trabalhadores urbanos e rurais.

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 16 de 205

    A prestao do benefcio ou do servio ao segurado deve ser o mesmo, independentemente de ser ele um trabalhador do campo ou da cidade.

    O benefcio de aposentadoria, por exemplo, no pode ser de valor

    inferior aos trabalhadores rurais, bem como o atendimento mdico posto disposio do mesmo, de qualidade inferior aos prestados aos trabalhadores urbanos.

    Numa interpretao mais ampla, constata-se que o princpio da

    Uniformidade e Equivalncia dos Benefcios tem inspirao no princpio constitucional da igualdade (todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza CF/1988, Art. 5., caput). 03. Seletividade e distributividade na prestao dos benefcios e servios (SDBS):

    Esse princpio traz conceitos do glorioso Direito Tributrio, a saber:

    Seletividade e Distributividade. A prestao de benefcios e servios sociedade no pode ser infinita.

    Convenhamos, por mais que o governo fiscalize e arrecade as

    contribuies sociais, nunca haver oramento suficiente para atender toda a sociedade.

    Diante dessa constatao, deve-se lanar mo da Seletividade, que

    nada mais do que fornecer benefcios e servios em razo das condies de cada um, fazendo de certa forma uma seleo de quem ser beneficiado.

    Como exemplos claros, temos o Salrio Famlia, que devido

    apenas aos segurados de baixa renda. No adianta ter 7 filhos e uma remunerao de R$ 30.000,00 por ms. Para receber Salrio Famlia, necessrio comprovar que voc um segurado de baixa renda. Isso Seletividade. O mesmo vale para o Auxlio Recluso.

    E Distributividade? uma consequncia da Seletividade, pois ao se

    selecionar os mais necessitados para receberem os benefcios da Seguridade Social, automaticamente estar ocorrendo uma redistribuio de renda aos mais pobres. Isso distributividade.

    Por fim, considero importante citar a seguinte passagem do ilustre

    autor Frederico Amado (Direito e Processo Previdencirio Sistematizado, Editora JusPodivm, 6. Edio, 2015):

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 17 de 205

    A seletividade dever lastrear a escolha feita pelo legislador dos benefcios e servios integrantes da seguridade social, bem como os requisitos para a sua concesso, conforme as necessidades sociais e a disponibilidade de recursos oramentrios, de acordo com o interesse pblico.

    04. Irredutibilidade do valor dos benefcios (IRRVB):

    Quando foi escrito esse princpio constitucional, no longnquo ano de

    1988, o Brasil passava por uma dcada conturbada, sendo que o principal problema da poca era a inflao galopante dos preos.

    Um litro de leite custava 1.200,00 unidades monetrias no ms de

    janeiro, j no ms seguinte, 2.000,00 unidades monetrias. O constituinte originrio no teve dvidas, e decidiu proteger os usurios da Seguridade Social contra a desvalorizao do benefcio.

    Atualmente, a irredutibilidade do valor dos benefcios garantida

    por meio de reajuste anual, geralmente em valor igual ou superior ao da inflao do mesmo perodo.

    Imagine o absurdo de um benefcio de aposentadoria nunca ser

    reajustado? No primeiro ano, o benefcio seria razovel, compatvel com as necessidades do aposentado. No segundo ano, iria apertar um pouco o cinto. No quinto ano o aposentado j estaria mendigando no semforo. E se esse aposentado vivesse at prximo aos 90 anos? No gosto nem de imaginar.

    Quanto a esse princpio constitucional bom frisar que o mesmo

    apresenta duas vertentes a serem observadas:

    Aos benefcios da Seguridade Social (Sade e Assistncia) esto garantidos a preservao do valor nominal, que aquele definido na concesso de determinado benefcio e nunca reajustado, mantendo sempre o mesmo valor de face. Esse dispositivo trata de forma genrica a Seguridade Social, e;

    Aos benefcios da Previdncia Social esto garantidos a

    preservao do valor real, que aquele que tem o seu valor definido na concesso do benefcio, mas reajustado anualmente (em regra), para manter o seu poder de compra atualizado.

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 18 de 205

    Do supracitado, entendo que a Seguridade Social (de forma genrica) deve seguir a preservao do valor nominal ao passo que a Previdncia Social (de forma especfica) deve seguir a preservao do valor real.

    Fazendo um contraponto, podemos afirmar que a Sade e a

    Assistncia Social no tm a obrigao constitucional ou legal de garantir a preservao real dos seus benefcios, garantindo somente o valor nominal dos benefcios, ao contrrio do que ocorre com a Previdncia Social.

    Observe que apenas os benefcios da Previdncia Social so

    assegurados a preservao do valor real (poder de compra). Em suma, com o passar do tempo, os benefcios no podero perder

    o seu poder de compra. Imagine que um aposentado receba R$ 1.100,00 em 2013, e que esse benefcio tenha um poder de compra de 1 cesta bsica.

    Passado um ano, o benefcio reajustado para R$ 1.110,00, mas o

    seu poder de compra cai para o equivalente a 0,85 cesta bsica. Nesse caso no houve a preservao do valor real do benefcio.

    Para contar, o Art. 201, 4. da CF/1988 apenas mera aplicao

    do Princpio da Irredutibilidade:

    assegurado o reajustamento dos benefcios (previdencirios) para preservar-lhes, em carter permanente, o valor real, conforme critrios definidos em lei.

    No obstante, devo ressaltar que o STF, em consonncia com o

    texto constitucional, defende a manuteno do valor real dos benefcios previdencirios. Sendo assim, no resta dvida quanto ao posicionamento do STF:

    "Este Tribunal fixou entendimento no sentido de que o disposto no Art. 201, 4., da Constituio do Brasil, assegura a reviso dos benefcios previdencirios conforme critrios definidos em lei, ou seja, compete ao legislador ordinrio definir as diretrizes para conservao do VALOR REAL do benefcio. Precedentes." (AI 668.444-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 13-11-2007, Segunda Turma, DJ de 7-12-2007.) No mesmo sentido: AI 689.077-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 30-6-2009, Primeira Turma, DJE de 21-8-2009.

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 19 de 205

    Outro aspecto interessante sobre o tema possibilidade, conforme a jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia (STJ), da aplicao de ndices negativos de correo monetria (deflao) aos benefcios previdencirios, desde que preservado o valor nominal do montante principal.

    A lgica adotada pelo STJ a de que os ndices negativos acabam se

    compensando com ndices positivos supervenientes de inflao. Para exemplificar, imagine um benefcio no valor de R$ 4.000,00 e os seguintes ndices fictcios de correo:

    ndice 01/20X1 1,00% 02/20X1 -3,00% 03/20X1 2,00% 04/20X1 1,50%

    Logo, temos que:

    Valor Nominal: R$ 4.000,00

    01/20X1 1,00% R$ 4.000,40 02/20X1 -3,00% R$ 3.999,20 03/20X1 2,00% R$ 4.000,00 04/20X1 1,50% R$ 4.000,60

    Historicamente, os ndices de deflao so raros, ou seja, em mdio

    e em longo prazo o valor do benefcio corrigido sempre tende a superar o valor nominal do mesmo.

    Por fim, apresento a redao do Recurso Especial (Resp) n.

    1.265.580/RS de 2011:

    Processual Civil e Econmico. Execuo de Sentena que determinou Correo Monetria pelo IGP-M. ndices de Deflao. Aplicabilidade, preservando-se o Valor Nominal da Obrigao. 1. A correo monetria nada mais do que um mecanismo de manuteno do poder aquisitivo da moeda, no devendo representar, consequentemente, por si s, nem um plus nem um minus em sua substncia. Corrigir o valor nominal da obrigao representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscilaes inflacionrias positivas e negativas ocorridas no perodo. Atualizar a obrigao levando em conta apenas oscilaes positivas importaria distorcer

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 20 de 205

    a realidade econmica produzindo um resultado que no representa a simples manuteno do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acrscimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orientao de Procedimento de Clculos aprovado pelo Conselho da Justia Federal que, no havendo deciso judicial em contrrio, os ndices negativos de correo monetria (deflao) sero considerados no clculo de atualizao, com a ressalva de que, se, no clculo final, a atualizao implicar reduo do principal, deve prevalecer o valor nominal. 2. Recurso especial provido.

    05. Equidade na forma de participao no custeio (EFPC):

    A Seguridade Social financiada pelas contribuies sociais, isso fato, mas como realizada essa arrecadao? De cara, devemos ter o cuidado de no confundir equidade com igualdade.

    Equidade quer dizer que pessoas com o mesmo potencial

    contributivo devem contribuir de forma semelhante, enquanto que pessoas com menor potencial contributivo devem contribuir com valores menores.

    Estamos diante, novamente, de outro princpio do Direito Tributrio,

    o Princpio da Capacidade Contributiva.

    A Lei n. 8.212/1991, alm de dispor sobre a organizao da Seguridade Social, instituiu o Plano de Custeio da prpria Seguridade Social, e traz diversas formas de participao no custeio.

    Com isso, o empregado e o empregado domstico, por exemplo,

    contribuem com 8%, 9% ou 11% sobre as suas respectivas remuneraes, sendo que o valor mximo de remunerao o teto do RGPS (Regime Geral da Previdncia Social), atualmente no valor de R$ 4.663,75.

    J as empresas, por exemplo, contribuem com 20% sobre a folha de

    pagamento, sem respeito a teto nenhum. Como se percebe, a empresa tem um nus muito maior que um empregado, isso equidade: quem pode mais, paga mais!

    06. Diversidade da base de financiamento (DBF):

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 21 de 205

    A base de financiamento da Seguridade Social deve ser a mais ampla e variada possvel.

    A Seguridade tem como base a folha de pagamento das empresas, o

    lucro das empresas, a remunerao dos empregados, os valores declarados pelos contribuintes facultativos, entre outras fontes de arrecadao.

    Essa diversidade necessria para que em caso de crise econmica

    em qualquer dos setores, que essa no venha a prejudicar a arrecadao das contribuies, e por consequncia, comprometer a prestao dos benefcios populao.

    A manuteno da Seguridade Social to importante, que a prpria

    CF/1988 admite uma ampliao da base de financiamento, conforme podemos extrair da primeira parte do Art. 195, 4.:

    A lei poder instituir outras fontes destinadas a garantir a manuteno ou expanso da seguridade social.

    07. Carter democrtico e descentralizado da administrao, mediante gesto quadripartite, com participao dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos rgos colegiados (DDQ):

    Esse princpio visa participao da sociedade, em geral, na gesto da Seguridade Social. A gesto da Seguridade democrtica (participa quem tem interesse), descentralizada (pessoas de vrios setores diferentes podem participar) e quadripartite.

    E o que isso significa ser quadripartite? Quer dizer que obrigatria

    a participao de 4 classes, sendo, trabalhadores, empregadores, aposentados e Governo, nas instncias gestoras da Seguridade Social, que so: Conselho Nacional da Previdncia Social (CNPS) e Conselho de Recursos da Previdncia Social (CRPS). 08. Princpio da Solidariedade Social.

    Alm dos 7 princpios supra estudados, temos o Princpio da Solidariedade Social, que apesar de no constar de forma expressa no texto constitucional, defendido por boa parte da doutrina ptria e pode, eventualmente, ser objeto de prova.

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 22 de 205

    Esse princpio traz que toda a sociedade contribui para a Seguridade Social, independentemente de se beneficiar, ou no, dos servios por ela disponibilizados (Previdncia Social, Assistncia Social e Sade).

    Praticamente todos os produtos consumidos (alimentos, roupas,

    produtos eletrnicos, etc.) e todos os servios disponibilizados apresentam em sua composio de preo as Contribuies Sociais para a Seguridade Social (PIS e COFINS, principalmente).

    Sendo assim, independentemente da classe econmica, todas as

    pessoas contribuem para o Oramento da Seguridade Social (OSS). Por outro lado, como j exposto, apesar de todos contriburem, nem

    todos usufruem das benesses da Seguridade Social. Observe cada uma das vertentes existentes:

    Previdncia Social: Como de conhecimento, a Previdncia devida apenas para aquele que contribui. Logo, onde fica a Solidariedade? Neste caso, a Solidariedade caracterizada pelo financiamento de geraes, ou seja, o trabalhador ativo contribui para financiar o trabalhador inativo. Passadas algumas dcadas, ser a vez desse trabalhador ativo ir para inativa (aposentadoria), sendo que um novo trabalhador ativo ir financiar o seu benefcio previdencirio, sendo que essa sistemtica se repetir de forma contnua e sucessiva;

    Assistncia Social: A Assistncia devida apenas para as

    pessoas que necessitam, ou seja, a Solidariedade est bem clara nesse ramo da Seguridade Social. Em suma, toda a sociedade contribui e s os mais necessitados fazem jus aos benefcios assistenciais, e;

    Sade: A Sade direito de todos e dever do Estado. Esse o

    teor do texto constitucional, entretanto, na prtica, as camadas mais altas da sociedade no utilizam o sistema pblico de sade (SUS). Sendo assim, o financiamento da Seguridade Social por toda a sociedade acaba gerando fundos para o financiamento da Sade Pblica (SUS), que, na prtica, utilizada apenas pelas camadas mais baixas da sociedade. Novamente a Solidariedade est clara e presente.

    Diante de todo o exposto, fica clara a presena do Princpio da

    Solidariedade Social no financiamento e na prpria existncia do sistema ptrio de Seguridade Social.

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 23 de 205

    Por seu turno, trago as palavras do Professor Srgio Pinto Martins

    (Direito da Seguridade Social, 35. Edio, 2015, Editora Atlas):

    A Solidariedade pode ser considerada um postulado fundamental do Direito da Seguridade Social, previsto implicitamente inclusive na Constituio. Sua origem encontrada na Assistncia Social, em que as pessoas faziam uma assistncia mtua para alguma finalidade e tambm com base no mutualismo, de se fazer um emprstimo ao necessitado. uma caracterstica humana, que se verifica no decorrer dos sculos, em que havia uma ajuda genrica ao prximo, ao necessitado.

    (...) Ocorre Solidariedade na Seguridade Social quando vrias pessoas economizam em conjunto para assegurar benefcios quando as pessoas do grupo necessitarem. As contingncias so distribudas igualmente a todas as pessoas do grupo. Quando uma pessoa atingida pela contingncia, todas as outras continuam contribuindo para a cobertura do benefcio do necessitado.

    Resumindo tudo num quadrinho para voc no esquecer:

    Princpios Constitucionais da Seguridade Social

    1 UCA Universalidade da Cobertura e do Atendimento

    2 UEBS Uniformidade e Equivalncia dos Benefcios e Servios s populaes urbanas e rurais

    3 SDBS Seletividade e Distributividade na prestao dos Benefcios e Servios.

    4 IRRVB Irredutibilidade do Valor dos Benefcios.

    5 EFPC Equidade na Forma de Participao no Custeio.

    6 DBF Diversidade da Base de Financiamento.

    7 DDQ

    Carter Democrtico e Descentralizado da administrao, mediante gesto Quadripartite, com participao dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos rgos colegiados.

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 24 de 205

    O mais importante aqui, alm de internalizar os conceitos que

    representam esses princpios, realmente DECOR-LOS ou MEMORIZ-LOS (chame como quiser!), pois as bancas adoram mistur-los.

    Quer um exemplo? Em vez de trazer o princpio da Universalidade

    da cobertura e do atendimento e Uniformidade e equivalncia dos benefcios, invertem-se os conceitos reescrevendo-os...

    Uniformidade da cobertura e do atendimento.

    Universalidade de equivalncia dos benefcios; ... o que muitas vezes passa despercebido pelo candidato que

    precisa resolver a prova dentro do tempo determinado. Ento, muito cuidado! O que parece simples pode ser na verdade uma pegadinha de mau gosto!

    Por fim, vamos comentar brevemente o Princpio Lex Tempus

    Regit Actum, que em latim significa O Tempo rege o Ato. Em outras palavras, os atos jurdicos so regidos pela lei vigente da poca em que ocorreram.

    No obstante, para tal princpio cabem duas excees:

    Retroatividade: aplicao de determinado ato normativo para

    fatos ocorridos anteriormente a sua vigncia, e; Ultratividade: aplicao de determinado ato normativo para

    fatos ocorridos posteriormente a sua revogao.

    Diante do exposto, temos que, em regra, o ato normativo a ser aplicado aquele que est em vigor na data da prtica do fato. No obstante, caso o fato produza efeitos jurdicos que se prolongam no tempo, existe a possibilidade de aplicar o disposto em novo ato normativo, sem que isso afete as expectativas dos interessados. 05. Financiamento da Seguridade Social Parte Constitucional.

    Adentrando parte constitucional relativa ao Financiamento da Seguridade Social, vamos continuar nossa explanao com base especificamente no caput do Art. 195:

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 25 de 205

    A Seguridade Social ser financiada por toda a sociedade, de forma direta (contribuies sociais) e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos oramentos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, e das contribuies sociais.

    Como se pode observar, o dispositivo constitucional dividiu o dever

    de contribuir para a Seguridade Social entre o Estado (Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios) e a Sociedade (Contribuies Sociais).

    Imaginou o Estado tendo que arcar com todo o nus? No existiria

    nenhum servio pblico alm da Seguridade Social, seria um caos total. Conforme entendimento majoritrio da doutrina, o financiamento

    direto aquele consubstanciado pelo o produto da arrecadao das contribuies sociais, ao passo que o financiamento indireto aquele oriundo dos recursos provenientes dos oramentos dos entes polticos.

    E as receitas do Estado? Como estaro dispostas? De que forma?

    Em qual oramento? A resposta est no Art. 195, 1.:

    As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios destinadas seguridade social constaro dos respectivos oramentos, no integrando o oramento da Unio.

    Como se depreende da literalidade do dispositivo, no oramento da

    Unio, constar apenas receitas da Unio destinadas a Seguridade Social. No haver captura das receitas estaduais, distritais e municipais,

    em prol da Seguridade Social. Em resumo, todo ente poltico (Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios) deve contribuir com a Seguridade, mas com oramentos separados. Nada de juntar tudo no caixa da Unio!

    Como ser elaborado esse oramento para a seguridade? A resposta vem do Art. 195, 2.:

    A proposta de oramento da seguridade social ser elaborada de forma integrada pelos rgos responsveis pela sade, previdncia social e assistncia social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO), assegurada a cada rea a gesto de seus recursos.

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 26 de 205

    Como se extrai, a elaborao do oramento, por qualquer ente poltico, ocorrer de forma integrada pelos rgos responsveis das trs reas da Seguridade Social: Sade, Previdncia Social e Assistncia Social.

    Invadindo um pouco a disciplina de Administrao Financeira e Oramentria (AFO), observa-se que o oramento deve obedecer s metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO) do respectivo ente.

    Nesse ponto deve-se ter cuidado, pois a prova pode tentar confundir

    o candidato, trocando a frase metas e prioridades por diretrizes, objetivos e metas. Por que essa precauo? Porque temos na CF/1988 que:

    Plano Plurianual (PPA) estabelece Diretrizes, Objetivos e Metas (DOM) da Administrao Pblica. Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO) estabelece Metas e Prioridades (MP) da Administrao Pblica.

    Entendeu a maldade? =)

    Agora que falamos do financiamento por parte do Estado, vamos falar sobre o financiamento por parte da Sociedade, o que inclui eu e voc, meu caro aluno. Recuperando o Art. 195, e seus incisos, temos que:

    Art. 195. A Seguridade Social ser financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos oramentos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, e das seguintes contribuies sociais:

    I - Do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

    a) A folha de salrios e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer ttulo,

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 27 de 205

    pessoa fsica que lhe preste servio, mesmo sem vnculo empregatcio; b) A receita ou o faturamento, e; c) O lucro;

    II - Do trabalhador e dos demais segurados da previdncia social, no incidindo contribuio sobre aposentadoria e penso concedidas pelo Regime Geral de Previdncia Social (RGPS) de que trata o Art. 201; III - Sobre a receita de concursos de prognsticos, e; IV - Do importador de bens ou servios do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.

    O Art. 195 traz as linhas gerais sobre as contribuies sociais, sendo

    que o detalhamento ser dado pela Lei n. 8.212/1991 (Plano de Custeio da Seguridade Social) e, de forma mais detalhada em alguns tpicos, pelo Decreto n. 3.048/1999 (Regulamento da Previdncia Social).

    Essas contribuies por j estarem previstas na CF/1988 no

    necessitam de lei complementar para serem institudas, necessitando apenas de lei ordinria. Essas normas sero tratadas em momento oportuno do curso. Por enquanto, vamos detalhar as disposies constitucionais sobre financiamento da Seguridade Social acima expostas. 01. Empregador.

    A CF/1988 alarga o conceito de empregador, ao citar os termos empresa ou entidade a ela equiparada. O conceito previdencirio de empregador bem amplo. As contribuies dos empregadores e seus equiparados incidem sobre trs bases diferentes: 01.01. Folha de Salrio.

    O empregador, a empresa ou seu equiparado recolhe suas

    contribuies sociais aplicando um percentual, geralmente 20%, sobre o total da folha de salrios dos seus empregados ou pessoas que prestem servio sem vnculo empregatcio (trabalhador avulso, por exemplo), sem limite algum!

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 28 de 205

    Como assim? Se a folha for de R$ 10 milhes, o empregador vai ter que recolher R$ 2 milhes em Contribuio Social. Essa contribuio recebe o nome popular de Cota Patronal. 01.02. Receita ou Faturamento.

    Nesse caso, o empregador recolhe suas contribuies sociais

    aplicando um percentual sobre a receita (empresas comerciais) ou sobre o faturamento (empresas industriais).

    Essas contribuies so a contribuio para o Programa de

    Integrao Social (PIS) e Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS). 01.03. Lucro.

    Por fim, nessa situao, o empregador recolhe suas contribuies

    sociais aplicando um percentual sobre o lucro da empresa. Essa contribuio a Contribuio Social Sobre o Lucro Lquido (CSLL).

    Num primeiro momento, nos enganamos ao achar que o

    PIS/COFINS e a CSLL possuem a mesma base de clculo. Deve-se ter em mente que so conceitos distintos da Contabilidade Geral:

    Receita = Receita Bruta de Vendas (RBV) = primeira linha da Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE). o total de receitas obtidas pela empresa. um valor maior que o lucro. Lucro = Lucro antes do IR/CSLL = linha intermediria da DRE. o total de receitas obtidas pela empresa com descontos de vrias despesas. um valor menor que a Receita.

    Entendeu a diferena? Eu sei que Contabilidade, mas entender

    esse conceito de grande relevo nesta parte da disciplina! =)

    Antes de concluirmos esse tpico sobre as contribuies sociais do Empregador, importante mostrar uma jurisprudncia do STF, a saber:

    Smula STF n. 688/2003: legtima a incidncia da contribuio previdenciria sobre o 13. salrio

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 29 de 205

    isso mesmo! Nem a gratificao natalina (ou 13. salrio) est livre da obrigao de contribuir para o financiamento da Seguridade Social. Como podemos notar, amigo, a preocupao do Poder Pblico em manter a Seguridade Social em plena forma financeira enorme. 02. Trabalhador.

    O conceito de trabalhador tambm amplo. No abrange apenas o Empregado em si, como tambm o Contribuinte Individual, o Trabalhador Avulso, o Empregado Domstico, o Segurado Especial e o Contribuinte Facultativo.

    A contribuio do trabalhador, em regra, incide sobre os valores

    pagos pelo seu empregador, mas veremos durante o curso que o Segurado especial, por exemplo, tem uma forma peculiar de contribuir.

    A CF/1988 deixou claro que no haver incidncia de contribuio

    social para o trabalhador sobre a sua aposentadoria ou sua penso, concedida pelo Regime Geral da Previdncia Social (RGPS).

    O constituinte, de forma correta, afastou a incidncia das

    contribuies sociais nos perodos em que o cidado se encontra debilitado ou mais precisa de recursos: na aposentadoria ou na viuvez.

    Antes de continuarmos, considero importante conhecermos os dizeres do Art. 167, inciso XI da CF/1988, que traz:

    vedada (proibida) a utilizao dos recursos provenientes das contribuies sociais de que trata o Art. 195, inciso I, a (Cota Patronal sobre a Folha de Salrios), e inciso II (Contribuio do Trabalhador), para a realizao de despesas distintas do pagamento de benefcios do Regime Geral de Previdncia Social (RGPS) de que trata o Art. 201 (Benefcios da Previdncia Social: Aposentadoria, Auxlio Doena, Salrio Famlia, etc.).

    Como podemos observar, as contribuies sobre Folha de Salrio

    do Empregador e as contribuies do trabalhador s podem ser utilizadas para o pagamento dos benefcios do RGPS. 03. Concursos de prognsticos.

    Sem dvidas, esse o concurso mais fcil de fazer e o mais difcil de passar!!! quase um paradoxo. RS! Brincadeiras parte, as receitas

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 30 de 205

    obtidas em concursos de prognsticos, como a Mega Sena da Caixa Econmica Federal, sofrem desconto em prol da Seguridade Social. 04. Importador de bens ou servios do exterior.

    Aps a Emenda Constitucional n. 42/2003, o importador foi obrigado a contribuir para a Seguridade Social atravs do PIS-Importao e da COFINS-Importao.

    Estamos diante de uma nova base de financiamento, conforme

    preceitua o Princpio da Diversidade da Base de Financiamento (DBF). Esse alargamento garantiu novos e importantes recursos para a

    Seguridade Social, e garantiu ainda mais segurana contra possveis quebras econmicas em alguns setores do mercado. Esse o governo sendo precavido.

    Agora vamos analisar os demais pargrafos do Art. 195! Esses dispositivos trazem alguns preceitos interessantes sobre a questo do financiamento da Seguridade Social. Tome nota:

    3. A pessoa jurdica em dbito com o sistema da Seguridade Social, como estabelecido em lei, no poder contratar com o Poder Pblico nem dele receber benefcios ou incentivos fiscais ou creditcios.

    O dispositivo supracitado afirma que a pessoa jurdica em dbito

    com a Seguridade Social no pode realizar qualquer tipo de negociao com o Estado, muito menos dele receber benefcios.

    Exemplo clssico seria uma empresa com dbitos patronais

    querendo participar de licitao pblica. Isso seria inadmissvel. Outro exemplo seria uma empresa com os mesmos dbitos, quererem gozar de um regime tributrio mais privilegiado. Novamente, outra situao inadmissvel.

    4. A lei (complementar) poder instituir outras fontes destinadas a garantir a manuteno ou expanso da Seguridade Social, obedecido ao disposto no Art. 154, I.

    O dispositivo permite que o Estado institua outras fontes para

    garantir a manuteno ou expanso do sistema de Seguridade Social. Essas novas fontes so as denominadas Contribuies Sociais Residuais.

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 31 de 205

    As contribuies, conforme o Direito Tributrio, so apenas uma

    espcie do gnero tributo, e o dispositivo acima deixa claro esse entendimento, ao aplicar s Contribuies Sociais Residuais o mesmo tratamento constitucional dado aos impostos residuais (Art. 154, inciso I).

    E afinal, para se instituir novas fontes, quais so os requisitos

    necessrios? So os seguintes:

    1. A criao das Contribuies Sociais Residuais se dar por meio de Lei Complementar; 2. As contribuies devero ser no cumulativas; 3. O fato gerador (FG) ou a base de clculo (BC) dessas novas contribuies devero ser diferentes do FG e da BC das contribuies sociais existentes, e; 4. O Supremo Tribunal Federal (STF) tem o entendimento que as contribuies sociais residuais podem ter o mesmo FG ou a mesma BC dos impostos existentes. Esse entendimento importante!

    5. Nenhum benefcio ou servio da seguridade Social poder ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

    Estamos diante do famoso Princpio da Preexistncia do Custeio

    em Relao aos Benefcios e servios! Com certeza, esse princpio demonstra uma atitude prudente do constituinte originrio.

    Imagine o Estado criando novos benefcios sem uma fonte para

    custe-los. A fonte de custeio dos benefcios j existentes seria prejudicada, implicando prejuzo consequente a seus beneficirios.

    Por sua vez, a CF/1988 clara ao afirmar que para criao ou

    majorao de benefcios ou servios da Seguridade Social, deve-se

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 32 de 205

    apresentar a Fonte de Custeio Total que ir financiar essa expanso. Fique atento palavra total, no caia na conversa de que pode ser fonte de custeio parcial, est errado! A fonte de custeio deve ser TOTAL.

    Sobre o princpio, considero importante destacar que esse no se

    aplica s Entidades de Previdncia Complementar (Previdncia Privada), conforme dispe a jurisprudncia consolidada do Supremo Tribunal Federal (STF), esse princpio aplicado somente Seguridade Social financiada por toda a sociedade, qual seja, s aes promovidas pelo Poder Pblico (Recurso Extraordinrio 596637 AgR, de 08/09/2009).

    6. As contribuies sociais de que trata este artigo (Contribuies Sociais para a Seguridade Social) s podero ser exigidas aps decorridos 90 dias da data da publicao da lei que as houver institudo ou modificado, no se lhes aplicando o disposto no Art. 150, inciso III, alnea b (Anterioridade Anual).

    Estamos diante de uma regra de produo de efeitos financeiros. Em

    outras palavras, aps a publicao da lei que criou a contribuio social, a partir de quando ela poder ser exigida pelo Estado?

    No caso das contribuies sociais, o Estado, por meio da Receita

    Federal do Brasil, deve aguardar 90 dias para iniciar a exigncia dessa nova contribuio (Anterioridade Nonagesimal ou Mitigada).

    Como se extrai da norma constitucional, o dispositivo afastou a

    Anterioridade Anual (CF/1988, Art. 150, inciso III, alnea b), cuja essncia diz que o tributo s ser exigido no exerccio financeiro seguinte ao daquele em que a lei de instituio (ou de majorao) do tributo foi publicada.

    Em suma, as contribuies sociais podem ser exigidas em 90 dias,

    aps a publicao da lei instituidora, sem a necessidade de aguardar o incio do exerccio financeiro seguinte ao da publicao da referida lei.

    A Anterioridade Anual e a Anterioridade Nonagesimal so corolrios

    (decorrncias) do Princpio Constitucional da No surpresa (CF/1988, Art. 150, inciso III, alneas a, b e c). Esse princpio, presente no Direito Tributrio, visa garantir a segurana jurdica do contribuinte perante a sede arrecadatria do Estado.

    Sem o referido princpio, o Governo poderia instituir e cobrar

    tributos do cidado de forma imediata, surpreendendo os contribuintes de

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 33 de 205

    tal forma que esses, no teriam tempo para se programar quanto ao aumento de despesas tributrias, sendo apanhados desprevenidos.

    Por isso, a Carta Magna prev de forma expressa os perodos da

    anterioridade, protegendo o cidado pagador de tributos de surpresas repentinas em seus oramentos mensais.

    Outro ponto importante a jurisprudncia do STF aplicvel ao

    dispositivo:

    Smula STF n. 669/2003: Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigao tributria no se sujeita ao princpio da anterioridade.

    Diante de tal entendimento, fica claro que norma que altera prazo

    de recolhimento de contribuio social tem aplicao imediata, no precisando aguardar 90 dias (Anterioridade Nonagesimal ou Mitigada) e nem o incio do exerccio financeiro seguinte (Anterioridade Anual), sendo aplicada de imediato a partir da data da publicao do ato normativo.

    Esse entendimento aplicvel tambm s normas que reduzem as

    contribuies sociais, que entram em vigor na data de sua publicao.

    7. So isentas (imunes) de contribuio para a Seguridade Social as Entidades Beneficentes de Assistncia Social (EBAS) que atendam s exigncias estabelecidas em lei.

    Esse dispositivo trata de caso de imunidade! A CF/1988 usa a

    palavra isentas, mas isso foi falta de tcnica do constituinte originrio, pois quando a prpria Constituio impede que o Estado tribute pessoas, bens, operaes e servios, estar-se- diante de uma imunidade, e no de uma iseno, como traz a ntegra do pargrafo.

    Em contrapartida, quando nasce uma obrigao tributria, o

    Auditor-Fiscal constitui o crdito tributrio e mediante lei, o Estado dispensa o pagamento desse crdito em favor dele prprio.

    Estamos ento diante de uma iseno. Apesar desse erro de

    redao, fique atento ao comando da questo! Se ela copiar e colar o texto constitucional marque como certa! Se a questo for mais elaborada e conceitual, tenha em mente estar diante de uma imunidade e no de uma iseno.

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 34 de 205

    Do texto, podemos inferir que nem todas as Entidade Beneficentes de Assistncia Social (EBAS) so imunes de contribuio para seguridade social, mas apenas aquelas que atendam aos requisitos estabelecidos em lei.

    Que requisitos so esses? Bem, esses requisitos estavam previstos

    na Lei n. 8.212/1991, mas, em 2009, esses dispositivos foram revogados pela Lei n. 12.101/2009, que dispe sobre a certificao das EBAS e regula os procedimentos de iseno (imunidade, na verdade) de contribuies para a seguridade social.

    A Lei n. 12.101/2009, em seu Art. 29, traz os seguintes requisitos

    para as EBAS que desejam ser imunes:

    1. No percebam, seus dirigentes estatutrios, conselheiros, scios, instituidores ou benfeitores, remunerao, vantagens ou benefcios, direta ou indiretamente, por qualquer forma ou ttulo, em razo das competncias, funes ou atividades que lhes sejam atribudas pelos respectivos atos constitutivos; 2. Aplique suas rendas, seus recursos e eventual supervit integralmente no territrio nacional, na manuteno e desenvolvimento de seus objetivos institucionais; 3. Apresente certido negativa ou certido positiva com efeito de negativa de dbitos relativos aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e certificado de regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de Servio (FGTS); 4. Mantenha escriturao contbil regular que registre as receitas e despesas, bem como a aplicao em gratuidade de forma segregada, em consonncia com as normas emanadas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC); 5. No distribua resultados, dividendos, bonificaes, participaes ou parcelas do seu patrimnio, sob qualquer forma ou pretexto; 6. Conserve em boa ordem, pelo prazo de 10 (dez) anos, contado da data da emisso, os documentos que comprovem a origem e a aplicao de seus recursos e os relativos a atos ou operaes realizados que impliquem modificao da situao patrimonial; 7. Cumpra as obrigaes acessrias estabelecidas na legislao tributria, e;

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 35 de 205

    8. Apresente as demonstraes contbeis e financeiras devidamente auditadas por auditor independente legalmente habilitado nos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRC) quando a receita bruta anual auferida for superior ao limite fixado pela Lei Complementar n. 123/2006 (Lei do Simples Nacional).

    Tudo certo? Antes de continuar, devo ressaltar que a jurisprudncia

    do STF em 2012 considerou constitucional a exigncia de renovao peridica do Certificado de Entidade Beneficente de Assistncia Social. (CEBAS).

    Vamos continuar analisando os pargrafos do Art. 195? Vamos l!

    8. O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatrio rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cnjuges, que exeram suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuiro para a Seguridade Social mediante a aplicao de uma alquota sobre o resultado da comercializao da produo e faro jus aos benefcios nos termos da lei.

    O dispositivo introduz a figura do contribuinte Segurado Especial.

    Esses contribuintes tm uma forma singular de contribuio. Por exercerem atividades que no geram pagamentos peridicos, a exemplo dos empregados, eles contribuem com um percentual sobre a receita bruta de comercializao de sua produo.

    Esse dispositivo retorna dois princpios constitucionais da Seguridade

    Social:

    Equidade na forma de participao no custeio (EFPC): No seria justo o segurado especial contribuir de forma mensal, sendo que o seu ganho acontece de forma espordica, apenas em algumas pocas do ano (perodo de safra ou colheita), e;

    Diversidade da base de financiamento (DBF): Ao se diferenciar a

    forma de tributao, estar automaticamente diversificando a base de financiamento e, consequentemente, tornando a Seguridade Social mais resistente a crises econmicas setoriais.

    9. As contribuies sociais previstas no inciso I (Contribuio Social do Empregador) do caput deste artigo podero ter alquotas ou bases de clculo diferenciadas, em razo da atividade econmica, da utilizao intensiva de mo de obra, do

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 36 de 205

    porte da empresa ou da condio estrutural do mercado de trabalho.

    De certa forma, esse dispositivo introduzido pela Emenda

    Constitucional n. 47/2005, busca beneficiar alguns setores econmicos, pois permite que a alquota ou a base de clculo das contribuies sociais dos Empregadores sejam diferenciadas em razo de 4 fatores:

    1. Atividade Econmica: A depender do tipo de atividade exercida pela empresa, o governo pode instituir um regime mais benfico de contribuio. Como nos casos das empresas de TI (Tecnologia da Informao); 2. Utilizao intensiva de mo de obra: Existem setores que utilizam maciamente a mo de obra (agora sem hfen, como manda a nova ortografia, ok?) como na construo civil, e outros nem tanto, como no desenvolvimento de novas tecnologias da informao. O governo, diante de tal discrepncia, pode conceder diferenciaes benficas aos setores que mais utilizam a mo de obra, garantindo a manuteno da empresa e dos empregos de seus funcionrios; 3. Porte da Empresa: Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) j fazem jus de um regime diferenciado e mais benfico (Simples Nacional Lei Complementar n. 123/2006), mas nada impede que sejam criados novos regimes, e; 4. Condio Estrutural do Mercado de Trabalho: O governo pode utilizar esse fator para desonerar a folha de salrios de setores que estiverem em crise.

    Atentem para o seguinte esqueminha. =)

    Perceberam as letras em negrito? um mnemnico! A+U+P+M, ou reordenando, PUMA! =)

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 37 de 205

    10. A lei definir os critrios de transferncia de recursos para o Sistema nico de Sade (SUS) e aes de Assistncia Social da Unio para os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, e dos Estados para os Municpios, observada a respectiva contrapartida de recursos.

    Dispositivo voltado para a parte oramentria, no cabe nenhum

    comentrio.

    11. vedada a concesso de remisso ou anistia das contribuies sociais de que tratam os incisos I, alnea a (Cota Patronal sobre a Folha de Salrios), e inciso II (Contribuio do Trabalhador) deste artigo, para dbitos em montante superior ao fixado em lei complementar.

    Existe a possibilidade de remisso (extino do crdito tributrio)

    ou anistia (excluso de crdito tributrio) para a Contribuio do Empregador sobre Folha de Salrio e para Contribuio do Trabalhador.

    A nica ressalva que o montante dos dbitos objeto de remisso

    ou anistia seja inferior ao limite fixado em lei complementar. Por favor, na hora da prova no confunda Remisso (extino) com Remio (resgate/quitao), ok?! Fica a dica!

    12. A lei definir os setores de atividade econmica para os quais as contribuies incidentes na forma dos incisos I, alnea b (Contribuio do Empregador sobre a Receita ou Faturamento), e IV (Contribuio do Importador) do caput, sero no cumulativas.

    A lei definir os setores econmicos em que a Contribuio do

    Empregador sobre Receita ou Faturamento (PIS e COFINS) e a Contribuio do Importador (PIS-Importao e COFINS-Importao) sero no cumulativas, ou seja, sero recuperveis.

    Uma contribuio no cumulativa, ou recupervel, aquela que

    pode ser compensada em vendas futuras. Exemplo: Um importador compra uma mquina na China por R$

    10.000,00, com COFINS de R$ 760,00 (7,6%). Nessa operao o importador ganhou um crdito de R$ 760,00!

    No ms seguinte, vende a referida mquina no mercado interno por

    R$ 25.000,00. Essa operao de venda constituiu uma COFINS de R$ 1.900 (7,6%) para o importador pagar, mas como ele j possua um

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 38 de 205

    crdito de R$ 760,00, s recolher R$ 1.140,00 (R$ 1.900,00 R$ 760,00).

    Esse o conceito de no cumulatividade. =)

    13. Aplica-se o disposto no 12 inclusive na hiptese de substituio gradual, total ou parcial, da contribuio incidente na forma do inciso I, alnea a (Cota Patronal sobre a Folha de Salrios), pela incidente sobre a receita ou o faturamento.

    Esse dispositivo demonstra um desejo para o futuro por parte do

    governo. O Estado deseja substituir, gradualmente, as contribuies do Empregador sobre folha de salrios e adotar uma contribuio equivalente sobre a receita ou faturamento do Empregador. No caso, essa substituio deveria seguir a sistemtica da no cumulatividade presente no 12.

    Em uma ltima anlise, o objetivo desse pargrafo desonerar a

    folha de pagamento e incentivar o setor produtivo, que exige grande quantitativo de mo de obra, e por consequncia, tem uma grande folha de salrios.

    Por fim, devo esclarecer que, desde a publicao da Lei n.

    12.546/2011, alguns setores da economia j contribuem com um percentual sobre a receita bruta em substituio a cota patronal sobre a folha de salrios, conforme podemos observar da redao do referido ato normativo:

    Art. 8. Contribuiro sobre o valor da receita bruta, excludas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos, alquota de 1%, em substituio s contribuies previstas nos incisos I e III do caput do Art. 22 da Lei n. 8.212/1991 (Cota Patronal sobre a Folha de Salrios), as empresas que fabricam os produtos classificados na Tabela de Incidncia do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), nos cdigos referidos nesta Lei.

    06. Sade.

    Continuando em nossos estudos, vamos agora apresentar cada uma das reas da Seguridade Social, a saber: Sade, Previdncia e Assistncia Social. Vamos iniciar pela Sade!

    Adianto de plano que esse assunto, em regra, no essencial para

    as provas de concursos pblicos, mas irei apresentar todas as disposies constitucionais, com os devidos comentrios. Vamos comear? =)

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 39 de 205

    Na CF/1988, o Art. 196 traz as linhas gerais sobre a Sade:

    A Sade direito de todos e dever do Estado, garantido mediante polticas sociais e econmicas que visem reduo do risco de doena e de outros agravos e ao acesso universal e igualitrio s aes e servios para sua promoo, proteo e recuperao.

    Do artigo acima conseguimos vislumbrar que a sade um direito

    de todos, no se exigindo nenhuma contribuio por parte da pessoa usuria.

    Qualquer pessoa, pobre ou rica, nova ou velha, tem direito de ser

    atendido nos postos pblicos de sade, sem distino. Podemos perceber claramente isso nas campanhas de vacinao

    para a populao. Nada cobrado ou previamente exigido daqueles que se dirigem aos postos de vacinao.

    Art. 197. So de relevncia pblica as aes e servios de sade, cabendo ao Poder Pblico dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentao, fiscalizao e controle, devendo sua execuo ser feita diretamente ou atravs de terceiros e, tambm, por pessoa fsica ou jurdica de direito privado.

    A Sade de extrema relevncia ao Estado, provavelmente seja o

    setor mais sensvel do governo. A regulamentao, fiscalizao e controle da Sade cabem ao Estado.

    Por sua vez, a execuo de aes e servios de sade cabem tanto

    ao Estado quanto Iniciativa Privada (Pessoas Jurdicas Hospitais e Pessoas Fsicas Mdicos).

    O artigo seguinte trata do famigerado Sistema nico de Sade (SUS):

    Art. 198. As aes e servios pblicos de sade integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um Sistema nico (SUS), organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

    I - Descentralizao, com direo nica em cada esfera de governo;

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 40 de 205

    II - Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuzo dos servios assistenciais, e; III - Participao da comunidade.

    O artigo informa que a sade ser tratada de forma regionalizada e

    hierarquizada, constituindo o Sistema nico de Sade (SUS), sendo os incisos I, II e III as diretrizes do SUS.

    O SUS ser financiado com recursos do Oramento da Seguridade Social (OSS) de cada um dos entes polticos, alm de outras fontes.

    Essas disposies se encontram no 1. do Art. 198 e fazem

    correlao ao Art. 195 que define que a Seguridade Social ser financiada por todos os entes polticos.

    Correlao lgica! Se os entes polticos iro financiar a Seguridade

    Social, tambm iro automaticamente financiar a Sade, pois a Sade apenas uma rea da Seguridade Social, ou seja, a Sade est inserida dentro da Seguridade Social. Vejamos o dispositivo:

    1. O Sistema nico de Sade (SUS) ser financiado, nos termos do art. 195, com recursos do Oramento da Seguridade Social (OSS), da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, alm de outras fontes.

    Existe a obrigao constitucional dos entes polticos aplicarem um

    valor mnimo de recursos na Sade. Tal obrigao se encontra no Art. 198, 2.:

    2. A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios aplicaro, anualmente, em aes e servios pblicos de sade recursos mnimos derivados da aplicao de percentuais calculados sobre:

    I No caso da Unio, a Receita Corrente Lquida (RCL) do respectivo exerccio financeiro, no podendo ser inferior a 15% (15% x RCL); II No caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadao dos impostos a que se refere o Art. 155 (ITCMD, ICMS e IPVA) e dos recursos de que tratam os Arts. 157 (Repartio das Receitas Tributrias) e 159, inciso I, alnea a (Fundo de Participao dos Estados e do Distrito Federal FPE), e inciso II (10% do IPI aos

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet

    WWW.CONCURSEIROSUNIDOS.ORG

  • Direito Previdencirio p/ INSS

    4. Turma 2015/2015 Teoria e Questes Comentadas

    Prof. Ali Mohamad Jaha Aula 01

    Prof. Ali Mohamad Jaha

    www.estrategiaconcursos.com.br Pgina 41 de 205

    Estados e Distrito Federal), deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municpios, e; III No caso dos Municpios e do Distrito Federal, o produto da arrecadao dos impostos a que se refere o Art. 156 (IPTU, ITBI e ISS) e dos recursos de que tratam os Arts. 158 (Repartio das Receitas Tributrias) e 159, inciso I, alnea b (Fundo de Participao dos Municpios FPM) e 3. (25% dos 10% do IPI aos Estados e Distrito Federal).

    Dando continuidade, conforme as disposies constitucionais

    seguintes, a lei complementar que regula o tema deve ser reavaliada periodicamente, conforme dispe a nossa Carta Magna:

    3. Lei complementar, que ser reavaliada pelo menos a cada 5 anos, estabelecer:

    I Os percentuais de que tratam os incisos II e III do 2. (recursos mnimos do Estados, do Distrito Federal e dos Municpios); II Os critrios de rateio dos recursos da Unio vinculados sade destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municpios, objetivando a progressiva reduo das disparidades regionais, e; III As normas de fiscalizao, avaliao e controle das despesas com sade nas esferas federal, estadual, distrital e municipal.

    Como j citei anteriormente, provavelmente, a Sade seja o setor

    mais sensvel do Estado. A demanda por agentes comunitrios de sade to grande e to

    rpida em algumas reas especficas, que, se o governo fosse seguir os trmites normais de contratao (Concurso Pblico), dispenderia muito tempo!

    E em se tratando de sade pblica, muitas vezes o tempo fator

    decisivo, podendo dessa forma ser poupado por vnculos menos burocrticos.

    Assim, os agentes comunitrios de sade seguem uma sistemtica

    muito particular, sendo essa elencada na prpria CF/1988, a saber:

    Concurseiros Unidos Maior RATEIO da Internet