no brasil da monarquia conta o istoriador (1) mais que o grito do ipiranga ecoou longe o rumor de um...
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No Brasil da MonarquiaConta o “Istoriador” (1)Mais que o grito do Ipiranga Ecoou longe o rumorDe um amor que, distraídoCom a flecha do CupidoAtingiu o Imperador
No início a luz divinaCerca e acolhe em paz os doisEntre beijos ouvem valsasNão há choro – isso é depoisPedro ao ver DomitilaJura a Deus jamais feri-laE lhe dar chuva de arroz...
Quero que essa flecha volteCom sangue real de tinta! Pra escrever por onde vinhaNosso príncipe, da QuintaPara a Casa da MarquesaNum túnel, em correnteza (2)Quem puder que a desminta...
O relato do romanceO relato do romanceQuase o mundo inteiro ouviuQuase o mundo inteiro ouviuNesse tempo em que a fofocaNesse tempo em que a fofocaViajava de navio Viajava de navio Abalou até a EuropaAbalou até a EuropaParecendo uma CopaParecendo uma CopaQuando é jogo do BrasilQuando é jogo do Brasil
Na Colônia, aqui, o homemNa Colônia, aqui, o homemDe poder, mão na chibataDe poder, mão na chibataProcurava na senzalaProcurava na senzalaDiversão da mais barataDiversão da mais barataUsurpando, aventureiroUsurpando, aventureiroO que não compra o O que não compra o dinheirodinheiroComo pobre psicopataComo pobre psicopata
Mas não foi assim com PedroMas não foi assim com Pedro
Que hoje o exagero aclamaQue hoje o exagero aclama
Por ter sido numerosa Por ter sido numerosa
A lista na sua camaA lista na sua cama
Era, sim, um mulherengoEra, sim, um mulherengo
Se jogasse no FlamengoSe jogasse no Flamengo
Não ganhava tanta fama!Não ganhava tanta fama!
Nos perdoe LeopoldinaMãe e esposa diligenteEm tudo nobre parceira
Feliz ou infelizmentePara Pedro a primeira Foi Domitila, faceiraQuem o fez mais sorridente
Pra ser justo com esse amorLembre que até RomeuAntes de ver JulietaA outra musa se deuIndo atrás de RosalinaTopou com outra meninaE a primeira esqueceu
Pois amou Pedro PrimeiroPois amou Pedro PrimeiroCujo nome segue adianteCujo nome segue adianteCante e mostre à professoraCante e mostre à professoraQue é bom (ou boa) estudanteQue é bom (ou boa) estudanteChame Chame Dom Pedro de AlcântaraDom Pedro de AlcântaraSe quiser; mas quem o cantaSe quiser; mas quem o cantaMemoriza num instanteMemoriza num instante
Pedro de Alcântara e maisFrancisco Antônio JoãoCarlos Xavier de PaulaMiguel Rafael JoaquimJosé Gonzaga PascoalCipriano SerafimDe Bragança e Bourbon
Eu senti que você riuCom um nome grande assimQue foi chique no passadoE hoje fica até ruimPra você achar a rimaLeia de baixo pra cima: Serafim com Joaquim...
Grande em nome e coraçãoPedro deu para TitíliaApelido da amadaPresente de pai pra filhaUm palacete realE nele um salão oval Que era como sua ilha
Nossa linda DomitilaFoi casada antes de PedroEra bem emancipadaNão se escondia em segredoMoça muito inteligenteFoi ficando influenteE a respeitavam por medo
Na presença um do outroO mundo sobrou de ladoEsqueceram-se da vidaDom João, preocupado Formalizou o divórcioDe Titília, algo mavórcio
De tão pouco utilizado
Teve com Pedro meninasMesmo com a corte contra Isabel Maria, umaMaria Isabel, a outraNa forte paixão ardenteSete anos resistenteÉ verdade, veja a conta (4)
Quando enfim é obrigadaA viver como plebéiaCom o anúncio da uniãoDe Pedro com outra européiaDomitila ri primeiroE se une ao BrigadeiroQue amará sem ter idéia
Veio um tempo então tristonhoE Dom Pedro abdicouO seu coração aladoNão levantará mais vôoOnde o atingiu a flechaResta latejante a brechaQue jamais cicatrizou
Também foi para TitíliaTempo amargo em solidãoRaphael, o BrigadeiroAcudiu, chapéu na mão,Mas o revolucionárioPro monarca não é páreoE o trancam na prisão
É aí que a MarquesaÉ aí que a MarquesaPede a Pedro IIPede a Pedro IIO que, para ela, é certoO que, para ela, é certoTem maior valor no mundoTem maior valor no mundoDedicar-se a seu TobiasDedicar-se a seu TobiasQue então vive tristes diasQue então vive tristes diasPreso e quase moribundoPreso e quase moribundo
Teve esse imperadorTeve esse imperadorContra quem se insurgiuContra quem se insurgiuO marido de TitíliaO marido de TitíliaBelo gesto varonilBelo gesto varonilReconhece o amor perfeitoReconhece o amor perfeitoE assinando atende ao pleitoE assinando atende ao pleitoUma lágrima gentilUma lágrima gentil
Pela lei de DomitilaO amor resiste à celaA mais alta autoridadeAprendeu ali com elaSoube enfim, contendo o prantoPor que o pai amara tantoDas Marquesas a mais bela...
Só depois da sua morteFoi que o povo compreendeuA nobreza de uma moçaQue casou com seu RomeuAos quarenta e cinco anosPois quem pode ler os planosCujo autor silente é Deus?
Ao amor mais verdadeiroMeu Senhor, mantém-me presoDo tipo que deixa o rei E o soldado indefesoNo momento derradeiroPeço, ó Pai, olhe primeiroPor quem dele tem desprezo
O amor, primo da fé
Da esperançaé irmão
Alumia em luzbrilhante
O esplendor docoração
Contra o mundointeiro luta
Vence até a forçabruta!
Sem ele, o trono é vão