nilla revista 2° edição

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A segunda edição da Nilla Revista é um marco no jornalismo regional no segmento em mídia im- pressa. Isto se deve à série de avanços editoriais exibidos em suas páginas, tornando a publicação uma referência. Com isso reafirmamos nossa ex- plícita intenção de posicionar o Grupo Nilla entre os maiores e mais destacados do setor comuni- cacional. Nas próximas páginas nosso leitor terá algo mui- to além de informação, mais a emoção de histó- rias de superação como o Rugby, do aclamado ar- tista plástico Jose Ramis e da dupla que escalará as encostas do gigantesco Aconcágua. O Vale do Paraíba em sua porção mais sagrada, num roteiro de peregrinação e fé, também nos mostra sua face tecnológica e pioneira diante do mundo espacial. Dentro de dois meses a terceira edição da Nilla Revista estará ainda mais espe- tacular, com revelações de temas regionais que inserem o Vale do Paraíba entre os cenários mais fantásticos do mundo. Os editores O VALE, O MUNDO E VOCÊ!

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Nilla Revista 2° Edição

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Page 1: Nilla Revista 2° Edição

A segunda edição da Nilla Revista é um marco no

jornalismo regional no segmento em mídia im-

pressa. Isto se deve à série de avanços editoriais

exibidos em suas páginas, tornando a publicação

uma referência. Com isso reafirmamos nossa ex-

plícita intenção de posicionar o Grupo Nilla entre

os maiores e mais destacados do setor comuni-

cacional.

Nas próximas páginas nosso leitor terá algo mui-

to além de informação, mais a emoção de histó-

rias de superação como o Rugby, do aclamado ar-

tista plástico Jose Ramis e da dupla que escalará

as encostas do gigantesco Aconcágua.

O Vale do Paraíba em sua porção mais sagrada,

num roteiro de peregrinação e fé, também nos

mostra sua face tecnológica e pioneira diante do

mundo espacial. Dentro de dois meses a terceira

edição da Nilla Revista estará ainda mais espe-

tacular, com revelações de temas regionais que

inserem o Vale do Paraíba entre os cenários mais

fantásticos do mundo.

Os editores

O VALE, O MUNDO E VOCÊ!

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COMERCIAL

Anuncie:Angélica MaryDiretora Comercial(12) 8897-3835(12) [email protected]

Dharma Editora:Av. São João, 1.46112242-840 Jardim ApoloSão José dos Campos - SP(12) [email protected]

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Ramis, o catalão que pintou o Brasil

Basf amplia investimentos no Vale do Paraíba

O turismo religioso no Vale do Paraíba

A mobilidade e seus veículos

A importância do esporte no desenvolvimento psicológico

Projeto SIA traz independência tecnológica ao Brasil

Rugby de São José dos Campos, o time octocampeão brasileiro

Liderança consolidade de Carlinhos Almeida

Confrarias de vinho dão sabor à cores e definem tendências na região

Cemaden Centro de Alerta de Desastres Naturais

Aconcágua: o próximo desafio da dupla Guilherme e Alex

PUBLICAÇÃOFALE CONOSCO

Redes Sociais:twitter.com/[email protected]

Sugestão de pauta:[email protected]

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COLABORAM NESTA EDIÇÃO

Engenheiro Aeronáutico pelo ITA,

participou da equipe do CTA que criou

a EMBRAER, empresa que presidiu por

21 anos.

Foi presidente da Petrobras, da VARIG

e Ministro de Estado da Infraestrutura.

Doutor Honoris Causa pela Queen’s

University da Holanda. Recebeu

condecorações e homenagens no

Brasil e no Exterior.

Palestrante e autor de dois livros.

Jornalista formada em 2000 na

Universidade Metodista de São

Paulo, com MBA em Marketing pela

Escola Superior de Propaganda e

Marketing de São Paulo. Nascida

em Lorena, mora em São José dos

Campos há 11 anos. Proprietária da

Código BR Comunicação, agência

especializada em produção de

conteúdo e assessoria de imprensa.

www.codigobr.com.br

Jornalista formada pela

Universidade Federal de Juiz de

Fora (UFJF), com Mestrado em

Jornalismo Científico, Tecnológico

e de Meio Ambiente pela

Universidade Carlos III de Madri,

na Espanha. Pós-graduação

em Gestão, Normalização e

Certificação, com ênfase na

atividade espacial pela Faculdade

de Engenharia da Unesp (FEG).

Jornalista diplomado e com pós-

graduação em jornalismo científico.

É escritor, especialista em Cassiano

Ricardo. Atuou em vários jornais da

grande imprensa nacional, como

Estadão, Jornal da Tarde, Gazeta

Mercantil, Jornal do Brasil e no projeto

de regionalização da revista Veja. Foi

professor universitário no curso de

jornalismo da Univap. É nascido em

São Jose dos Campos.

BIANCATOTTI

OZIRESSILVA

JÚLIOOTTOBONI

VIRGÍNIASILVEIRA

Psicóloga Clínica, Pedagoga,

Palestrante e Conferencista.

Formação em Orientação Vocacional

e Profissional.

Master Practitioner em PNL

(Programação Neurolinguística).

Formação em Psicologia Esportiva,

Transtornos Alimentares e

Adolescência e Família.

Grupos de Treinamento em

Administração do Estresse.

Nasceu em Paris e viajou por diversos

países onde estudou os idiomas inglês,

alemão e português. Durante viagens para

a Argentina, Peru, Chile, México, Caribe,

Estados Unidos, França, Alemanha,

Bélgica, Holanda, Itália, Suíça, Áustria,

Reino Unido (Inglaterra, Irlanda e Escócia)

e Espanha produziu textos para seu blog.

Atualmente estuda jornalismo na

Universidade Presbiteriana Mackenzie,

em São Paulo.

FABIANA ANNE-VALÉRIELUCKEMEYER HOFMANN

ExPEDIENTEDiretores executivos:Yelisetty Udaya BhaskarLuiz Carlos Maldonado

Diretor de arte:Sérgio AlencarAssistente de Arte:Jéssica SantosDiretor de tecnologia:Clayton Margiotti

Coordenação editorial:Neide Pereira PintoRevisão ortográfica:Simone Zac

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FOTOS E TEXTO: JÚLIO OTTOBONI

REPRODUÇÕES: ACERVO PESSOAL

A cultura catalã deu ao mundo gênios revolucionários, excêntricos, in-quietos, transformadores do pensamento e da estética de gerações. A Catalunha pariu homens e obras inconfundíveis. As marcas de um povo libertário, rebelde, estão em nomes como de Antoni Tapies i Puig, Sal-

vador Dalí, Joan Miró, Antoni Gaudí e Pablo Picasso. O século 20 os reverenciou e se embasbacou com suas manifestações artísticas, carregadas da identidade catalã.

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Diário da expedição de Ramis

ao Alto Amazonas

Entretanto, um desses geniais se desgarrou das terras de Barcelona e aportou sua versatilidade no Brasil, vindo riscar em cores e formas os Meridianos e Paralelos de norte a sul. A luz dos trópicos e os limites ainda por se criar eram as provocações per-feitas para sua explosão de criativida-de. O nome deste desbravador: José Maria Ramis Melquizo, o gênio que fez florescer o espírito catalão neste hemisfério.

Nascido em julho de 1939, quan-do a Catalunha ainda efervescia sob o sentimento de independência na sangrenta Guerra Civil Espanhola, Ramis vivenciou o trajeto obstinado de seu povo. Foram 10 anos em terras catalãs que marcariam sua vida para sempre. Uma criança espectadora do que há de melhor e pior no homem. Em 1949, sua família aportava em terras brasileiras e tinha início mais uma jornada espetacularmente pro-dutiva de Ramis, agora como cons-trutor de seu caminho.

Documentarista, publicitário, fo-tógrafo, designer industrial, pintor, escultor e até mesmo assistente de médicos cirurgiões. Praticamente nada impedia o gênio catalão cosmo-polita e extremamente arrojado. Em 20 anos, Ramis já dava noções claras de que seu ritmo e intensidade neces-sitavam sorver todo tempo possível, sua anima de artista exigia cada vez mais.

Aos 19 anos, era estudante do curso de anatomia na Escola de Me-dicina da Universidade de São Paulo. Como fotógrafo das atividades mé-dicas, conseguia aprimorar seu co-nhecimento sobre o corpo humano. Assim conseguia desenvolver suas técnicas na Escola de Belas Artes de São Paulo e no Liceu de Artes e Ofí-cios da Escola Ramos de Azevedo. Nessa batida frenética foi parar no Xingu, como documentarista de uma expedição antropológica de suíços.

Sua intensidade o transformou num quase personagem das ficções do século 20. No melhor estilo de Tintim, o herói do belga Hergè que surgiu para os quadrinhos em 1929, o franzino espanhol encarnava o mais ousado espírito aventureiro. No meio da selva, muitas vezes em pre-cários acampamentos, produziu o di-ário Meridiano 50 – Alto Amazonas, com relatos minuciosos e repletos do que surgia aos seus olhos como um universo fantástico.

Logo nas primeiras páginas, até hoje guardadas com extremo cui-dado, há uma pena de uma ave qualquer. Para qualquer desavisado, aquilo era um souvenir de suas ca-minhadas na agreste floresta. Mas não para ele: aquela era uma possí-vel substituta de sua caneta tinteiro e seus lápis para uma emergência. Desenhar, escrever e fotografar com uma Leica de lente cambiável era a obsessão deste jovem nos três meses que viajou por uma das regiões mais fascinantes e ferozmente indomadas da América do Sul.

Teve tempo ainda de ser cenó-grafo da antiga TV Tupi, assistente cinematográfico nos Estúdios Vera Cruz, de se tornar diretor de arte de agências de publicidade e ingressar na indústria automobilística como estilista de carrocerias. Os proje-tos de destaque de que participou são inúmeros, mas vale destacar o desenvolvimento dos carros Aero-Willys, Interlagos, Uirapuru, Buggy Glaspac, Corcel; ainda venceu o “Concurso Presidente”, criado pela Indústria Brasileira de Automóveis Presidente (IBAP).

A velocidade da genialidade de Ramis decolou, literalmente. Aos 28 anos de idade começou o desenho industrial das partes internas e exter-nas do turboélice Bandeirante, ainda desenvolvido no Centro Técnico de Aeronáutica (CTA), que mais tarde

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se tornaria a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). E novamen-te sua marca estaria exposta no mais ousado produto já construído neste país. A logomarca da Embraer nas-ceu em sua prancheta.

Foi em 1975 que o agitado espa-nhol foi contratado pela Embraer para montar o setor de marketing da empresa. Sua vasta experiência e di-namismo o tornaram uma espécie de mito na aeronáutica nacional. E ele se deixou levar, como buscasse agora o sonho de Ícaro. Seu voo era, em seu imaginário, fértil e voraz.

Em sua curta existência, sua ver-ve artística berrou até ensurdecer sua alma. Pintou, desenhou, mode-lou como se assombrado por seus conterrâneos, deuses no universo das artes. Ritmou sua vida pelo ba-rulho dos pincéis na tela em bran-co. Foram 13 exposições individuais entre 1964 e 1985: seus quadros pe-regrinaram de São José dos Campos por todo o Brasil, América do Sul, até a Galeria Debret, em Paris, e a Taten Gallery, nos Estados Unidos. Outras 12 coletivas. Seu trabalho era incessante.

Entretanto, a crueza da vida ten-taria lhe impor limites e testar sua superação.

O mestre aprendizA recriação de si se deu em 1985. Um acidente de carro na Via Dutra quase tira a vida e as habilidades de Ramis. A grave lesão na cabeça afetou seu cérebro; um traumatismo craniano, com graves sequelas mo-toras no lado direito de seu corpo, comprometeu também a fala. Para muitos era o fim do artista genial, no auge de sua capacidade e produção, aos 46 anos de idade.

O ceifador e sua foice vieram buscá-lo num quarto escuro de hos-pital. De dentro de sua capa preta, o espírito da morte lhe estendeu a mão

descarnada, como uma intimação. Ramis recusou a viagem, sua jorna-da não estava completa, ainda tinha muito que mostrar ao mundo terreno.

O gigantesco ceifador largou duas moedas do barqueiro sobre a cama, onde agonizava o pequeno corpo do pintor catalão. Antes de ir virou-se, fitou-o com seus olhos do fundo do capuz e mostrou que pagava para ver. As moedas da travessia fica-riam como comprovação da aposta. O grande desafio estava lançado, a superação da morte e a ressurreição para a arte.

O pequeno homem que ousou apostar com a morte tinha agora um trato com a vida. Destro e muito comunicativo, essas características crucias para o exercício de sua arte estavam sepultas em seu organismo. As desvantagens eram muitas para Ramis conseguir recuperar suas ha-bilidades.

Foram anos de fisioterapia, de tratamento médico intensivo para o reaprendizado da vida. Agora sua arte dependia de seu lado esquerdo, da mão que nunca segurou um pin-cel ou traçou o papel com um lápis. A vida do então diretor de arte do departamento de marketing da Em-braer era em São Paulo, enfrentando clínicas médicas e uma forte depres-são, o que o tornava recluso.

Nesse período ocorreu um mar-co em sua recuperação. Dois amigos conseguiram levá-lo para uma via-gem de duas semanas no pantanal, no “Trem da Morte”. E foi ali que teve início seu renascimento. As brincadeiras, a percepção diferencia-da da vida a partir de suas limitações afloraram uma pessoa mais humilde e afetiva. O resgate se deu pela amizade e pelo exercício da afetividade.

Novamente o gênio, cerebral, in-tuitivo e aguerrido superou as barrei-ras físicas. Anos de reaprendizagem, o destro se tornou canhoto, e a perda

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da fala tampouco o impediu de seguir para se comunicar de tantas outras formas. Aos poucos sons ainda emitidos juntou-se um gestual complementar. Essa nova linguagem lhe devolveu parte da comunicação vocalizada que se foi, o suficiente para interagir com as pessoas novamente.

Ramis não era o dom Quixote, personagem maior da literatura espanhola, prostrado na colina, exaurido após luta insana contra os moinhos. Mesmo Miguel de Cervantes conseguiria descrever a saga deste seu compatriota ca-talão que mergulhava na fonte da vida e saciava sua sede de viver.

Dois anos do acidente, os primeiros quadros ressurgiram. Foram horas e horas para adestrar novamente o sentimento selvagem de se expressar pela pintura em um corpo com limitações. Depois de uma passagem pelo Rio de Janeiro, voltou a morar em São José dos Campos. Não retornou mais à Em-braer, abriu um ateliê e tornou-se professor de pintura.

Foram cinco longos anos até sua nova exposição, agora a fase esquerda, a do renascimento como artista e pessoa. Em 1990, a amostra de seus trabalhos tinha trocado as famosas galerias de Paris pelo restaurante Villa Velha, em São José. Mas nada que o menosprezasse, pois ali estava bem mais que um sobrevivente, um cruzado moderno que atravessou o infinito e retornou para cumprir seu caminho.

Sua visão da vida retornou às telas e ao mundo. Ramis armou sua própria cruzada contra a deficiência adquirida e a enfrentou, reorganizou seu cére-bro, sua arte e seu cotidiano diante das novas necessidades.

Hoje ele mantém seu ateliê no espaço cultural Vicentina Aranha, junto com diversos outros artistas. Acompanhado de seu boné e cachimbo, Ramis ainda é a grande estrela na constelação artística de São José dos Campos. E ainda arrasta multidões de admiradores e um número imenso de seguidores e aprendizes de sua arte de viver e se recriar a cada pincelada.

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Em sua imensa maioria, os veícu-los que asseguram nossa mobilida-de nos dias de hoje são automóveis, carros, caminhões, navios, aviões, etc. e foram criados, projetados e fabricados para serem propelidos por energia térmica, produzida por derivados de petróleo, carvão, eta-nol, gás ou mesmo biomassa. Em outras palavras, por meio de ciclos termodinâmicos, concebidos há mais de um século, transformam calor em força mecânica. Embora sejam dispositivos mecânicos e te-nham sido bastante modernizados – na atualidade usam intensamente a tecnologia da informação –, todos se baseiam em princípios inaltera-dos e reconhecidos como energeti-camente muito ineficientes, embo-ra de aplicações práticas.

As descobertas que levaram ao petróleo e às técnicas para dele extrair seus inúmeros derivados fo-ram estudadas com a finalidade bá-sica de produzir a importante ener-gia mecânica, fundamental para propelir nossos veículos. Antes da entrada dos derivados do petróleo no mercado geral de consumo, a grande massa de energia vinha de combustíveis sólidos, cuja manipu-lação, salvo casos especiais, nunca foi tão flexível como a dos com-bustíveis líquidos correntemente empregados. Assim, não deve ser surpresa a grande evolução no uso da energia líquida, que permitiu ao mundo chegar à imensa frota dos veículos, agora em franca utiliza-

A MOBILIDADE E SEUS VEÍCULOSPor: Ozires Silva

ção, vitoriosos na preferência dos consumidores em todo o planeta.

O quanto isto está custando, em termos de meio ambiente e em pre-ocupação quanto ao futuro da vida na Terra, nós sabemos! Estima-se que mais de 90 milhões de barris de petróleo na atualidade estão sendo extraídos do subsolo todos os dias e queimados na atmosfera, provocando todos os problemas e preocupações relativos a poluição atmosférica, efeito estufa, etc. Mui-tas equipes de técnicos, em todo o mundo, estão debruçadas sobre o problema para consagrar equipa-mentos e mecanismos de propulsão diferentes, os quais possam privile-giar as decisões de compra e uso dos motoristas.

Há convencimento geral de que existem razões fundamentais para quebrar os atuais paradigmas, crenças e costumes. Todavia, como muitas vezes acontece, cada um propõe sua solução como a melhor, e temos de admitir que a tal solu-ção geral não será viável.

Em que pesem as discordân-cias, há algumas unanimidades nas cabeças dos que estão discutin-do o futuro: o petróleo precisa ser substituído como fonte primária de energia mecânica, mas ainda se reconhece que os veículos atuais simplesmente não podem partir para algo diferente, sem que novas soluções técnicas sejam concebi-das e aplicadas. Um dos problemas sérios, sem dúvida, é que uma nova

fonte, quando identificada, seja acessível, barata e disponível para enfrentar o imenso consumo de hoje. Somente no campo dos au-tomóveis, as estatísticas mostram que um bilhão deles devem rodar pelo mundo na atualidade. Nada indica que essa frota deverá ser re-duzida.

Grandes quantidades de recur-sos financeiros têm sido levadas para pesquisas e testes na busca de outras formas de propulsão, pois to-dos concordam que a vida dos atu-ais motores a pistão, de combustão interna, está claramente com sua li-nha final visualizada. Apenas não se sabe quando as novas alternativas, e quais serão elas, poderão chegar aos mercados consumidores.

Para os veículos de superfície, a maioria dos estudos está se con-centrando na propulsão elétrica. Não há dúvidas sobre a flexibilida-de, a eficiência e as vantagens ge-rais da eletricidade. Nossas casas são o exemplo vivo das característi-cas fantásticas dessa alternativa de múltiplos usos. Essa, sem nenhuma dúvida, é a melhor forma de usar energia descoberta pelo homem até agora. Limpa, eficiente, prática, mas difícil de ser armazenada. As atuais soluções, através de baterias, têm-se mostrado pobres, limitadas e mesmo dispendiosas; dominam as discussões o que se encontrou como possibilidade de suprimento de eletricidade em quantidade e em qualidade suficiente e a criação,

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do ponto de vista da utilização, de algo aplicável em veículos, como os desejados pelos consumidores mo-dernos.

Uma possibilidade inicial, objetivada por produtoras de veículos em vários países, seria um projeto interme-diário, o dos chamados carros híbridos. Esta alternativa pode ser utilizada enquanto as pesquisas científicas e tecnológicas, que buscam o aperfeiçoamento das célu-las combustíveis, tenham êxito e produzam dispositivos capazes de produzir eletricidade nos próprios veículos, na quantidade e qualidade necessárias.

O veículo elétrico híbrido (HEV) combina tudo que é necessário para um carro elétrico. A eletricidade é produzida por motores convencionais de combustão interna que alimentam baterias, ao mesmo tempo que motores elétricos propelem o veículo. Em alguns proje-tos esses motores elétricos se acoplam ao nosso velho motor a explosão. Certamente há algum progresso em eficiência, mas ainda é algo que se poderia considerar “de transição”.

As vantagens desta solução, enquanto outras não estiverem disponíveis, se alinham a uma apreciável

economia de combustíveis, redução do ruído e das emissões carreadas pela exaustão dos gases de esca-pamento, além de acumular experiência para o futuro do carro totalmente elétrico. Já existem unidades vindas de fabricação seriada, que disputam alguns consumido-res mais visionários. O que está no mercado satisfaz em termos de viabilidade da solução, em nada comprome-tendo a confiabilidade e a durabilidade do veículo, que se iguala e mesmo supera as dos atuais automóveis em serviço.

A maioria das empresas produtoras de veículos em todo o mundo já está com diferentes modelos no mercado, o qual ainda reage com precaução, para não dizer, desconfiança. Mas os novos programas estão de-colando, mesmo sob expectativas e desafiando cren-ças arraigadas. Em que pese tudo isso, temos de contar com investidores corajosos para explorar o futuro, pois a proteção ao nosso meio ambiente pede soluções, e pela escalada do que está acontecendo, os prazos de espera podem não ser grandes. Temos de cuidar da casa na qual vivemos, e manter as condições para que a vida seja sempre uma prioridade e preservada.

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INDEPENDÊNCIA TECNOLÓGICADCTA conclui projeto que traz independência tecnológica ao Brasil na área de sistemas inerciais para foguetes

Virgínia Silveira

TECNOLOGIA

Assim como no corpo humano o cérebro desempenha uma função complexa e delicada, o sistema de orientação de um foguete também é fundamental para mantê-lo em uma trajetória correta e segura. É a partir do seu sistema de guiamento e controle que comandos sequenciais e ló-gicos são enviados a outras partes do foguete, permitindo as correções necessárias em sua trajetória de colocação de um satélite em órbita.

O sistema de guiagem de um foguete também pode ser utilizado em mísseis balísticos; por esse motivo, os países detentores da tecnologia limitam a venda e não transfe-rem esse conhecimento. Para os primeiros protótipos do VLS (Veículo Lançador de Satélites), o Brasil utilizou sis-temas inerciais russos e franceses, mas enfrentou muitas dificuldades para adquirir os sensores.

Considerando o caráter estratégico e sensível do siste-ma, o governo brasileiro decidiu investir no seu domínio, capacitando os engenheiros do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), em São José dos Campos, no desenvolvi-mento do projeto que ficou conhecido como Sistema de Navegação Inercial para Aplicação Aeroespacial (SIA).

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TECNOLOGIA

O sistema inercial de um fogue-te é composto por um girômetro e o acelerômetro, que repassam as infor-mações sobre a posição do foguete no espaço para um computador de bordo. A plataforma inercial loca-liza e orienta o foguete durante seu lançamento, indicando, inclusive, os desvios de rota que possam ocorrer nessa trajetória.

Iniciado em 2005, a partir de um convênio com a Finep (Financiado-ra de Estudos e Projetos), a fase de desenvolvimento do SIA já foi con-cluída, informa o coordenador do projeto no IAE, órgão de pesquisa do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), Walde-mar de Castro Leite.

O valor total investido no projeto SIA até o momento, segundo Lei-

te, foi da ordem de R$ 40 milhões, sendo 10% gastos com a parte de recursos humanos. “Dos outros 90%, cerca de 60% foi para o projeto do IAE e o restante para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que também participa do SIA”, explicou o pesquisador.

Leite explica que o Inpe preten-de aplicar a mesma tecnologia no desenvolvimento de um sistema de controle de atitude e órbita (orien-tação do satélite no espaço) para ser usado nos satélites da Plataforma Multimissão (PMM).

A PMM é uma estrutura gené-rica para abrigar satélites na classe de 500 quilos, como o Amazônia-1, que será lançado em 2013. Trata-se de um satélite de órbita polar, que irá gerar imagens do planeta a cada qua-

tro dias, além de fornecer imagens das áreas agrícolas brasileiras.

Os testes em voo do SIA, segundo Leite, foram programados para acon-tecer a bordo do foguete Vsisnav, ver-são do foguete VLS-1, feita exclusiva-mente para qualificar o sistema de navegação brasileiro. O pesquisador disse que o IAE estima que o primei-ro voo do Vsisnav possa ocorrer ao longo do próximo ano.

Outra possibilidade de teste que está sendo avaliada e poderia ocorrer mais a curto prazo, de acordo com o pesquisador, seria no míssil brasileiro antirradiação MAR-1, que está sen-do desenvolvido pela Mectron. “Sem um sistema de controle de direção de tiro, o míssil faz um voo cego. É para isso que serve o sistema inercial”, ex-plica Leite.

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A Avibras, segundo o pesquisa-dor, também seria uma potencial usuária do sistema inercial do pro-jeto SIA em seus foguetes. Além de foguetes, satélites e mísseis, os siste-mas inerciais podem ser usados na aviação, o que, segundo Leite, seria uma alternativa estratégica para os programas brasileiros na área de de-fesa, como o do avião Super Tucano, produzido pela Embraer.

Em 2005, a Embraer sofreu em-bargo dos Estados Unidos na venda do Super Tucano para o governo da Venezuela, por conta dos componen-tes americanos instalados no avião.

Para suportar as atividades de desenvolvimento do SIA, com apli-cação tanto em satélites quanto em foguetes, foi montado o primeiro laboratório da América do Sul de

Identificação, Navegação, Controle e Simulação (LLINCS). Com capa-cidade para testar sensores em um nível de precisão de 0,1 grau por hora, o equivalente à medição de movimentos 100 vezes menores que o movimento de rotação da Terra, o novo laboratório também poderá ser utilizado pela indústria nacional.

A Petrobras, por exemplo, terá a opção de fazer no Brasil a calibração dos sistemas PIG, dispositivo de ins-peção de dutos no fundo do mar, e o DCTA poderá testar de forma preci-sa o sistema de controle do seu veí-culo aéreo não tripulado (vant), em fase de desenvolvimento, explicou o pesquisador do IAE.

O SIA conta ainda com um la-boratório especial para a produção dos girômetros e para a simulação do

controle de atitude e órbita do saté-lite: “Ele tem uma cúpula móvel, que se abre e permite o rastreamento de estrelas, como se fosse um satélite”, explicou.

O desenvolvimento do SIA tam-bém envolve a participação da in-dústria nacional, que está presente por meio de um consórcio de empre-sas formado pela Mectron Engenha-ria, Equatorial, Optsensys, Navcon e Compsis.

A Mectron, além de fornecer toda a parte de hardware e software no sistema inercial, foi contratada pelo IAE para desenvolver, produzir e tes-tar as redes elétricas do veículo Vsis-nav. As redes elétricas são formadas pelos computadores e equipamentos eletroeletrônicos de bordo.

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Waldemar de Castro Leite - Coordenador do projeto SIA

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LIDERANÇA CONSOLIDADAO prefeito eleito de São José dos Campos, Carlinhos Almeida, é um dos maiores sím-bolos de perseverança, seja em sua vida pública ou privada. A maior cidade dentro do eixo Rio-São Paulo volta a ter uma administração do PT e abre seus braços para receber seu mais carismático líder.

JÚLIO OTTOBONI

FOTOS: CLáUDIO CAPUChO/DIVULgAÇãO

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O sinal estridente da escola tocou, ecoando nos corredores e ensurdecendo professores e alunos. A gritaria veio em seguida, num arrastar de cadeiras, barulhos de solados rá-

pidos para alcançar o portão da escola e ganhar a Ave-nida Brasil, semideserta e poeirenta. E em meio àquele batalhão juvenil de aflitos, a sumir pelas ruas como um bando de andorinhas em revoada, um garotinho tímido permanecia parado, ajeitava a camisa com medo de sujar a roupa e perder seus lápis. Aguardava o turbilhão passar numa calma infantil, ingênua, de quem aprenderia que na espera se ouve melhor as respostas da vida.

O Grupo Escolar Marechal Rondon, no bairro Monte Castelo, ainda sobrevive ao tempo e às sirenes berrando por seus estudantes, geração após geração. Porém aquele menino de olhar acanhado, dentes espaçados e um tanto mirrado para a idade escreveu seu nome não só nos regis-tros da antiga escola estadual, mas na própria história de São José dos Campos. Carlos José de Almeida, ou apenas Carlinhos Almeida, a partir de janeiro de 2013, quando completará 50 anos de idade, governará como prefeito a principal cidade dentro do eixo Rio-São Paulo.

Nascido em 25 de junho de 1963 na minúscula cidade mineira de Santa Rita do Jacutinga, veio para São José com um ano de idade, onde se criou e moldou seu futuro. A família humilde, muito católica e que lutou contra as adversidades com perseverança trouxe para Carlinhos valores que norteariam sua vida pessoal e pública. Dis-creto, simples e atencioso. Essas são as primeiras carac-terísticas notadas por qualquer pessoa que se aproxime ou o procure.

Ainda quando criança surge uma paixão única, frené-tica e praticamente insuperável: o futebol. Seu coração de torcedor abriga o São José Esporte Clube e a Socie-dade Esportiva Palmeiras. Nos sons de seu passado ainda estão gravadas as narrações dos jogos transmitidas pelo antigo rádio, o nome gritado de seus ídolos ao chutar a bola, o Pai Nosso recitado pelo padre na missa aos do-mingos e os alaridos de infância a brincar na rua.

O ginásio ele fez na Escola Estadual Felício Savastano, a algumas quadras do Marechal Rondon no sentido do centro da cidade. Em 1977 planejou ser padre e ingressou no Seminário Diocesano de Taubaté, quando se tornou seminarista. Concluiu o 2º grau no Instituto Diocesano de Taubaté, em 1981. O cenário político de São José já era outro. Foi nessa época que ele tomou contato com os primeiros sinais de democracia. São José elegeria seu prefeito após um grande período de intervenção militar na prefeitura.

O desejo de servir ao próximo sempre foi um dos pi-lares de sua formação. Em 1982, mais maduro, abdicou da ideia do sacerdócio e começou o curso de História na Fundação Valeparaibana de Ensino, atual UNIVAP. No mesmo período ingressa como funcionário da Caixa Econômica Federal, mas logo essa vontade irrequieta o incita a aderir à militância política e assim surge o líder. O começo foi como presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Ciências Humanas, depois como oposi-ção sindical dentro do Sindicato dos Bancários.

O Partido dos Trabalhadores surgia como o grande ideário nacional, a renovação política nascida do povo. Democracia era palavra de ordem, o PT arrastava mul-tidões, entre elas, os jovens, e Carlinhos, embalado pela renovação, se filiou em 1984. Daí para frente foi cons-truindo sua liderança política. Suplente de vereador, vereador e presidente da Câmara Municipal, deputado estadual e federal.

Em toda essa trajetória política, iniciada aos 20 anos de idade, ele sempre manteve o que se tornou sua marca registrada. Muitas vezes sozinho, percorria o centro da cidade conversando, atendendo ou simplesmente cum-primentando as pessoas. Um trajeto que mostrava que o poder, assim como frei Betto disse, “ não corrompe a pessoa, apenas revela quem ela é”. E como o garotinho paciente na calçada da escola, Carlinhos de Almeida soube aguardar o momento certo para atravessar a ave-nida e ingressar na história.

PERFIL

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Centro de alerta de desastres naturais constrói nova sede em Cachoeira Paulista

MEIO AMBIENTE

O Brasil começa a construir em 2013, em Ca-choeira Paulista, a sede definitiva do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de

Desastres Naturais (Cemaden), principal núcleo do governo para a prevenção de riscos de deslizamentos em encostas, alagamentos e enxurradas.

As novas instalações do Cemaden, em uma área de 10 mil metros quadrados cedida pelo Instituto Nacio-nal de Pesquisas Espaciais (Inpe) de Cachoeira Paulis-

ta, vão absorver um investimento de R$ 20 milhões.Os recursos, segundo o coordenador de implantação

do projeto, Paulo Serra, virão do orçamento do Mi-nistério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O prédio está dimensionado para abrigar 350 pessoas, distribuídas em quatro áreas: sala de computação, sala de situação, centro de pesquisa e centro administrati-vo. Somente a sala de situação, onde são produzidos os alertas, terá 400 metros quadrados.

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Virgínia Silveira

Segundo Paulo Serra, a sala de crise, onde são tomadas as decisões estratégicas em momentos críticos, terá mais capacidade de manter a comunicação em tempo real com o pessoal que está em campo, como a defesa civil.

Desde a sua criação, em dezembro de 2011, o Ce-maden já emitiu mais de 200 alertas, a partir do mo-nitoramento, em tempo real, de aproximadamente 201 municípios. Quando iniciou suas atividades, o Cema-den monitorava 56 áreas de risco, situadas num raio de

até 300 quilômetros do litoral nas regiões nordeste, sul e sudeste.

O objetivo do trabalho do centro é evitar que tra-gédias, como a que aconteceu na região serrana do Rio em janeiro de 2011, causando a morte de 900 pessoas e inúmeros prejuízos para a economia local, voltem a acontecer.

“Os alertas que o Cemaden produziu ao longo desse ano nortearam todos os trabalhos da defesa civil em

BIG BROTHER DA NATUREZA

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escala nacional. A partir deles é que foi possível montar um plano de defesa civil para minimizar, por exemplo, o impacto da seca na região nordeste, considerada a pior dos últimos 50 anos”, destacou o secretário de Po-líticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre.

A instalação de uma nova rede de radares meteoro-lógicos e de pluviômetros, segundo ele, deverá aumen-tar ainda a precisão e a rapidez das previsões de chuvas fortes, reduzindo seus impactos sobre a população e a economia do país.

De acordo com o secretário, que também foi o idea-lizador do Cemaden, o governo autorizou a compra, por meio de licitação pública, de nove radares meteorológi-cos, que se somarão aos atuais 23 radares em operação hoje no país.

Também estão sendo adquiridas 300 estações de mensuração do nível de água dos rios e 4 mil pluviô-metros, que serão instalados dentro das áreas de risco. Segundo Nobre, o Brasil conta hoje com apenas 200 pluviômetros.

Os novos radares vão complementar a cobertura de pontos críticos em regiões costeiras do país, onde está concentrada a maior parte da população. O secretário explica que essas regiões estão localizadas em Maceió, abrangendo a grande Recife, Aracaju e a cidade de Ma-ceió (AL), Salvador, Vitória e Cachoeira Paulista.

Com a nova rede de radares e pluviômetros, segun-do ele, o Cemaden estará preparado para monitorar até 900 municípios brasileiros, emitindo alertas com algu-mas horas de antecedência. Atualmente, o Cemaden possui dados das áreas de risco de 200 municípios. “O objetivo do governo é que até o final de 2014 tenhamos o mapeamento concluído de 821 municípios conside-rados de maior risco para deslizamento de encostas e inundações”, afirmou.

Entre 2010 e 2011, segundo Nobre, mais de 1000 pes-soas morreram em decorrência de tragédias associadas a desastres naturais no Brasil, a maioria delas na região serrana do Rio. De novembro de 2011 a abril de 2012 o número de vítimas foi da ordem de 60. Nobre faz ques-tão de ressaltar, no entanto, que ainda será necessário analisar por vários anos a efetividade dos alertas no processo de salvamento de vidas.

De qualquer forma, o secretário do MCTI explica que, em quatro anos, o governo pretende reduzir em 80% o número de mortes relacionadas a desastres na-

turais no Brasil. “Queremos chegar aos níveis de países desenvolvidos em relação à redução do número de víti-mas”, ressaltou.

Para mapear esses municípios, o Cemaden conta com o apoio do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que já designou 50 técnicos para iniciar os trabalhos. O Cemaden também está aguardando autorização do governo para realizar concurso público de novos técni-cos para o Centro, com a possibilidade de contratação de profissionais (geólogos, hidrólogos, meteorologistas, especialistas em desastres naturais, entre outros) com nível de doutorado fora do país.

Em 2011, o Cemaden contratou 75 técnicos e espe-cialistas em geologia, hidrologia e meteorologia, em caráter temporário, para viabilizar a implantação do Centro. Segundo o secretário do MCTI, nem todas as vagas de geólogos foram preenchidas porque a demanda por esse tipo de profissional no Brasil hoje é muito alta, em função das contratações no mercado, na área de mineração e da Petrobras, no pré-sal.

Os alertas produzidos hoje pelo Cemaden são ba-seados em informações vindas de vários centros de meteorologia do Brasil e do mundo. As previsões de tempo utilizadas pelo Cemaden no Brasil, por exem-plo, são elaboradas pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), órgão vinculado ao Inpe e que também fica sediado em Cachoeira Pau-lista.

Integrante do seleto grupo de nove instituições cli-máticas reconhecidas pela Organização Meteorológi-ca Mundial para fornecer previsão meteorológica, o CPTEC dispõe de recursos tecnológicos modernos e avançados, como o supercomputador Tupã. Compra-do em 2010, o equipamento ampliou em 50 vezes a ca-pacidade de processamento de informações, podendo fazer 258 trilhões de cálculos por segundo.

Os avisos meteorológicos produzidos pelo CPTEC são emitidos com 48 horas de antecedência e têm 100% de confiabilidade. Para as previsões de sete dias, o índice de acerto gira em torno de 80% a 90%.

Outra fonte importante de informações para o Ce-maden vem do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que repassa os dados coletados de uma rede de 500 estações meteorológicas espalhadas pelo país. Os dados são enviados em tempo real. A Agência Na-cional de Águas (ANA) também repassa ao Cemaden as informações coletadas por suas 600 estações mete-orológicas e hidrológicas.

MEIO AMBIENTE

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Unaí

Januária

Teófilo Otoni

Montes Claros

Pirapora

Betim

Lajinha

Ervália

Nova Lima

Ibiraçu

Manhumirim

Visconde do Rio Branco

Colatina

São Paulo

Mariana

Alegre

Juiz de Fora

Ouro Preto

Nova Venéc ia

Serra

Ubá

Caeté

CasteloPiranga

Ubatuba

Rio de Janeiro

Petrópolis

Cantagalo

Teresópolis

Domingos Martins

Nova Friburgo

Guaçuí

Afonso Cláudio

Itaguaçu

Mimoso do Sul

Alvinópolis

Viana

Brumadinho

Sorocaba

Anchieta

Cachoeiras de Macacu

Santos

Angra dos Reis

Santa Leopoldina

Cataguases

Ponte Nova

Barra de São Franc isco

Belo Vale

Além Paraíba

SumidouroSanta Maria Madalena

Fundão

Cachoeiro de Itapemirim

Ibatiba

Vargem Alta

Santa Maria de Jet ibá

Caraguatatuba

Bom Jardim

Guaraciaba

Cariac ica

Dom Joaquim

Guiricema

Laranja da Terra

Água Doce do Norte

Rio Acima

Belo Horizonte

Mairinque

Areal

Vila Velha

Niterói

Santa Luzia

São Gonçalo

Timóteo

Guidoval

Conselheiro Lafaiete

Votorant im

CubatãoSão Bernardo do Campo

Conceição do Castelo

São Roque do Canaã

Campos do Jordão

Ibirité

São José do CalçadoRio Novo do Sul

Coronel Fabriciano

Mauá

Senhora de Oliveira

São José do Vale do Rio Preto

Ribeirão das NevesVespasiano

Francisco Morato

30°0'0"W40°0'0"W50°0'0"W60°0'0"W

20°0

'0"S

30°0

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Municípios monitorados (Região Sudeste)

´0 400200

Km

Coordenadas geográficasDatum WGS84

Atualizado em 20/09/2012

SP

RJ, Angra dos Reis

RJ, Areal

RJ, Bom Jardim

RJ, Cachoeiras de Macacu

RJ, Cantagalo

RJ, Niterói

RJ, Nova Friburgo

RJ, Petrópolis

RJ, Rio de Janeiro

RJ, Santa Maria Madalena

RJ, Sumidouro

RJ, São Gonçalo

RJ, São José do Vale do Rio Preto

RJ, Teresópolis

MGES

MG, Ervália

MG, Januária

MG, Lajinha

MG, Manhumirim

MG, Montes Claros

MG, Nova Lima

MG, Pirapora

MG, Alvinópolis

MG, Além Paraíba

MG, Astolfo Dutra

MG, Belo Horizonte

MG, Belo Vale

MG, Brumadinho

MG, Betim

MG, Caeté

MG, Cataguases

MG, Conselheiro Lafaiete

MG, Contagem

MG, Coronel Fabriciano

MG, Dom Joaquim

MG, Dona Eusébia

MG, Mariana

MG, Ouro Preto

MG, Piranga

MG, Ponte Nova

MG, Guaraciaba

MG, Guidoval

MG, Guiricema

MG, Ibirité

MG, Juiz de Fora

MG, Raposos

MG, Vespasiano

MG, Teófilo Otoni

MG, Unaí

MG, Visconde do Rio Branco

MG, Ubá

MG, Timóteo

MG, Ribeirão das Neves

MG, Rio Acima

MG, Santa Luzia

MG, Senhora de Oliveira

RJ

ES, Água Doce do Norte

ES, Ibiraçu

ES, Afonso Cláudio

ES, Alegre

ES, Anchieta

ES, Barra de São Francisco

ES, Bom Jesus do Norte

ES, Cachoeiro de Itapemirim

ES, Cariacica

ES, Castelo

ES, Colatina

ES, Conceição do Castelo

ES, Domingos Martins

ES, Fundão

ES, Guaçuí

ES, Ibatiba

ES, Itaguaçu

ES, Laranja da Terra

ES, Marechal Floriano

ES, Mimoso do Sul

ES, Nova Venécia

ES, Rio Novo do Sul

ES, Santa Leopoldina

ES, Santa Maria de Jetibá

ES, Serra

ES, São José do Calçado

ES, São Roque do Canaã

ES, Vargem Alta

ES, Viana

ES, Vila Velha

ES, Vitória

SP, Alumínio

SP, Campos do Jordão

SP, Caraguatatuba

SP, Cubatão

SP, Diadema

SP, Francisco Morato

SP, Mairinque

SP, Mauá

SP, Rio Grande da Serra

SP, São Bernardo do Campo

SP, Santos

SP, Sorocaba

SP, São Paulo

SP, Taboão da Serra

SP, Ubatuba

SP, Votorantim

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Distribuidora de lubri�cantesautomotivos e industriais.

Graxas especiais paramáquinas pesadas.

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Espremido por duas cordilheiras, o Rio Paraíba do Sul formou o vale por onde passa e a ele deu nome. São bilhões de anos es-cavando a terra, construindo planícies e devorando barrancei-ras. Suas águas barrentas, porém, foram além disso, transfor-maram-se no caminho que acenderia a chama da devoção e a fé em milhões de pessoas. Em suas margens surgiu o gigantesco eixo do universo católico no hemisfério sul do planeta, considerado hoje um dos maiores do mundo cristão.

O v a l e d a

Santa Fé

CIDADES

TEXTO: JÚLIO OTTOBONI

FOTOS: JARBAS MOURA ROSA

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O ano de 1717 foi da transformação do Vale do Paraíba. Nem o ciclo do café ou de qualquer desponte da eco-nomia consolidaria em um processo centenário algo de tamanha propor-ção, como a promovida pela fé que circunda a pequena estátua de 36 centímetros, com 2,5 quilos, quebra-da na altura do pescoço e feita em terracota em estilo barroco benedi-tino.

Uma aparição única no mundo místico. Submergida nas águas do Rio Paraíba do Sul, veio pelas redes de três pobres pescadores com o po-der de transformar a região no maior centro de devoção mariano do mun-do, superando Gua-dalupe no México, Lourdes na França e Fátima em Portu-gal. E ainda gerar o primeiro santo bra-sileiro, Frei Galvão, nascido em Guara-tinguetá, localidade na qual o vagaroso rio fez brotar a ima-gem santificada.

A t u a l m e n t e , cerca de uma deze-na de processos de beatificação cor-rem no Vaticano, na Congregação para as Causas dos Santos. Todos são do Vale do Para-íba, referentes ora a mártir, ora a religiosos e fiéis. O reitor do Santu-ário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, monsenhor Darci Nicioli, traduz o local: “O san-tuário é um grande útero da religio-sidade de todos”. Na mesma figura de linguagem, se poderia incluir o Rio Paraíba do Sul como o cordão umbi-lical desse mistério.

O marianismo vale-paraibano é recorrente na história da formação regional. Jacareí tem Nossa Senho-ra da Conceição como sua padroeira e uma vertente singular para toda a

saga surgida na busca pelo criador da escultura e no porquê de seu depó-sito nas águas. A historiografia do lugar dá grandes indicativos. O pri-meiro deles está no nome original da cidade, concebido em 1652, regis-trado como Vila de Nossa Senhora da Conceição da Paraíba. Dois anos mais tarde surgiria a primeira igreja do Brasil dedicada a essa devoção. A imagem então teria vindo pelos fun-dadores do vilarejo, provavelmente oriunda de Santana do Parnaíba.

Os eventos que envolvem as pos-sibilidades de a imagem de Nossa Senhora padroeira de Jacareí ser a mesma de Aparecida são muitos.

Pela tradição religiosa e alguns re-gistros, há evidências de que o rio passava atrás da antiga igreja matriz de Jacareí, formando ali um char-co conhecido como ‘Esmaga Sapo’. Ali ocorreu uma grande erosão, e os moradores acreditavam ser obra de uma besta gigantesca devoradora das beiradas do rio. Então para apla-car a fera se realizou uma novena e em procissão foi lançada nas águas a estátua de Nossa Senhora feita em terracota.

A erosão parou e ninguém mais soube do paradeiro da imagem que se apresenta grávida, com o rosto arredondado pelo provável ganho

de peso na gestação. E um detalhe: essas peças de arte eram pintadas com riqueza de detalhes. O espaço de tempo para a aparição em Guara-tinguetá estaria por volta de 20 a 50 anos, no Porto Itaguaçu, enegrecida pela ação da água e pela fuligem das velas, com uma fratura transversal na altura do pescoço, com as madei-xas quebradas, assim como detalhes do rosto, em particular o nariz. O restauro pleno só ocorreu em 1946.

A situação fica ainda mais compli-cada de se explicar se forem levadas em consideração algumas questões de ordem física. Entre elas estão o formato, peso e material, impróprios

para a navega-bilidade e mes-mo flutuação do objeto, além da própria densida-de da água. Por analogia, seria o mesmo que atirar um tijo-lo nas águas do Paraíba e espe-rar que ele não chegue ao fundo lamacento do leito ou encalhe, podendo assim seguir a corren-

teza por mais de 150 quilômetros de um trajeto extremamente sinuoso.

Tudo extremamente improvável. Mas esse percentual baixíssimo, por absurdo que pareça, ainda tem outros complicadores. No mesmo exemplo do tijolo, que também se utiliza da mesma técnica da terracota, basta agregar outras características impro-váveis. O bloco de argila assado em forno teria que ser partido em duas partes desiguais, jogado nas águas de um rio caudaloso e ainda ser possí-vel recolhê-lo correnteza abaixo com pequenas redes de pesca.

Entre os agravantes computam-se ainda detalhes como ambos os pe-

CIDADES

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daços serem diferentes e desproporcionais em tamanho e peso. Porém teriam que ser capturados em sequência, num mesmo lugar, onde o leito tem algo como 50 me-tros de largura e tantas outras dezenas de profundidade. Somam-se ainda a isso as águas turvas e falta de ilumi-nação, já que foi à noite. Como ambos os corpos são de tamanhos e formas diferentes, a correnteza dificilmente poderia estabelecer condições para que caminhassem juntos e pudessem ser retirados com a precisão de minu-tos de intervalo. A possibilidade física e matemática de isto ocorrer é nula. Inexistente. Porém ocorreu!

São Tomás de Aquino definiu o conceito de milagre como algo “contra a ordem estabelecida da natureza”. Pela concepção de um dos maiores doutores da Igreja, isso an-teciparia os milagres de Aparecida. Os primeiros teriam origem no próprio Rio Paraíba do Sul. A esses novos fatos são aplicados conceitos da física moderna, nunca levados à discussão teológica e da comprovação científica plena, então sem validade oficial junto ao Vaticano.

O primeiro dos milagres de Nossa Senhora Aparecida se deu ainda no percurso do rio, cujo fato seria estancar a erosão em Jacareí e o segundo se permitir resgatar no rio, em meio a uma frustrada pescaria de três homens em uma canoa no início do século 18. O terceiro seria a própria aparição de Nossa Senhora numa de suas mui-tas representações iconográficas, porém materializada na escultura. Na sequência, o milagre dos peixes, esse oficialmente registrado e reconhecido pelas autoridades eclesiásticas.

Segundo artigo do professor e doutor Percival Tirape-li, livre-docente do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista, “o Frei Agostinho de Jesus é indicado pelos especialistas como autor da imagem de Nossa Se-nhora Aparecida. Uma família se deslocando para Mi-nas Gerais teria jogado no rio Paraíba do Sul a pequena imagem em barro, de oratório, que teria se quebrado. Em 1717 foi encontrada por pescadores e se tornou a mais popular das invocações de Maria no Brasil. Uma outra imagem, quase idêntica, é padroeira da Argentina sob a invocação de Nossa Senhora de Luján”.

A imagem de Luján é brasileira, provavelmente de São Paulo ou mesmo do Vale do Paraíba, como afirmam alguns historiadores argentinos; por consequência, teria sido feita pelo frei Agostinho de Jesus ou por membros de um mosteiro existente em Jacareí especializado na confecção de imagens sacras. Ela ainda é a padroeira do Uruguai e do Paraguai, e sua pele tem o tom moreno, não negro como o de Aparecida, o que reforçaria ser uma produção cabocla vale-paraibana.

Outra coincidência entre as duas imagens reside no fato de a escultura também ser de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, e Luján é o nome de um rio. As

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duas têm praticamente o mesmo tamanho, e as técnicas empregadas são as mesmas. O início da devoção remon-ta ao ano de 1630, quando foi edificada uma pequena capela para venerar uma imagem, enviada do Brasil a pedido do português Antônio Farias de Sá, que tinha propriedade na região de Córdoba.

Dentro da América mariana, o crescimento da de-voção à Nossa Senhora da Imaculada Conceição Apa-recida é imenso. Até mesmo quando comparado com o volume de visitação dos outros centros católicos ligados a Maria. Hoje, esse crescimento só é superado pelo Vati-cano, sem levar em consideração a cidade de Jerusalém, cultuada pelo cristianismo, judaísmo e islamismo.

Atualmente, os peregrinos são atraídos tanto pelo Santuário Nacional de Aparecida, como pela sede da Canção Nova, em Cachoeira Paulista, pelo recém-criado santuário de Frei Galvão, em Guaratinguetá, passando pelo mosteiro em estilo medieval da Sagrada Face, em Roseira. O corredor religioso ainda guarda surpresas, como os relatos de milagres de santos não canônicos e até mesmo outra basílica existente na região, em Lorena.

Em 15 de novembro de 1917, durante o pontificado do Papa Bento XV, o templo situado na cidade de Lorena foi elevado à condição de Santuário de São Benedito e agre-gado à Basílica de São Pedro, em Roma. Ele é o único deste nível destinado ao santo negro, também conhecido como o ‘Benedito, o mouro’.

Esse eixo da fé católica está em rotação acelerada, como se fizesse girar as engrenagens da vida espiritual. Em breve será inaugurada a Sede Nacional da Renovação Ca-rismática, também em Cachoeira, e projetos espetacula-res, como a Cidade do Romeiro, em Aparecida. Isso tudo impulsionado pelo vigor da fé popular que transformou o trajeto do rio Paraíba do Sul num caminho fluvial de devoções, das quais surgiriam milagres e uma dezena de indicados a beatificação e canonização dentro do Vale do Paraíba paulista, fluminense e mineiro.

A face na mortalhaDentro do grande eixo religioso existe um castelo inspi-rado nas construções medievais italianas. Inusitado, po-rém nem tanto quanto as histórias que o cercam. O mos-teiro da Sagrada Face, situado em Roseira, é pertencente à Congregação dos Oblatos de Cristo Sacerdote. O lugar se tornou um centro contemplativo e evoluiu muito nas últimas duas décadas no atendimento aos devotos que o procuram. Uma casa de retiros está sendo finalizada, o acesso foi asfaltado e os padres estão se acostumando a receber cada vez mais visitantes.

Atualmente são cerca de 10 mil por ano, principal-mente na festa da Sagrada Face, de inspiração na ordem de São Bento. Ocorrida no mês de março, a festa chega

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a reunir 3 mil pessoas. E a tendência é aumentar nos próximos anos.

O conjunto arquitetônico não é apenas um pórtico para as belezas sacras, mas o ingresso também nos mis-térios da fé. Numa moldura de metal, num altar lateral dentro da capela toda decorada com belos vitrais, há uma face pintada sobre um pedaço de cetim de 50 por 80 centímetros. Por insistência de algumas devotas de Lagoa Santa, cidade de Minas Gerais, o padre salesiano Januário Baleeiro Jesus e Silva pintou uma face de Cristo para o canto de Verônica para ser exibido na procissão de Semana Santa. Ele o fez com tinta a óleo; o esboço, em carvão sobre o tecido.

Uma figura sem qualquer requinte artístico, somente para satisfazer a vontade das integrantes da procissão. A pintura foi realizada na sacristia, de maneira rápida, in-clusive com o uso dos dedos para acertar algumas formas do rosto. Finalizado, quando o tecido foi levantado para ser entregue, surgiu, inexplicavelmente, uma outra figura no verso do pano. Era a face de Jesus com características artísticas refinadas e muito semelhante à estampada no sudário de Turim.

A aparição se deu em 1959, com diversas pessoas pre-sentes, que testemunharam o evento e a impossibilidade de fraude ou de haver uma pintura anterior no cetim. Estudos feitos pelo Instituto de Belas Artes do Rio de Janeiro concluíram que se tratava de uma outra pintura e não de um vazamento de tinta da figura original.

“Não tratamos como milagre, mas como uma expres-são do sagrado. O Vale do Paraíba tem uma religiosidade popular enorme, mesmo dentro da modernidade temos pessoas sedentas pela busca do sagrado, isto é do ser hu-mano e dá sentido à vida”, observou o padre Durvano Dourado Porto.

A reciclagem da vidaTudo é imenso como a fé do povo. O maior templo ca-tólico do planeta está sendo revestido, a estrutura crua de tijolo e cimento recebe peças de granito, painéis ar-tísticos e vitrais imensos. Dentro de 5 anos, em 2017, o interior estará concluído numa das maiores obras de arte das Américas. Mesmo hoje, a basílica resplandece em cores, com matizes de toda ordem, como se flutuassem nos sons das orações.

O santuário se modernizou, consegue hoje atender o romeiro com maior conforto, aliviando um pouco os sofrimentos dos pagadores de promessas ou encantan-do os turistas pela contemplação do belo. Surge, neste momento do santuário, o núcleo de turismo e eventos, criado no final de 2011, além do Hotel Rainha do Bra-sil, de 360 apartamentos, classificado com 4 estrelas e

CIDADES

“Não tratamos como milagre, mas como uma expressão do sagrado. O Vale do Paraíba tem uma religiosidade popular enorme, mesmo dentro da modernidade temos pessoas sedentas pela busca do sagrado, isto é do ser humano e dá sentido à vida.”

Pe. Durvano Dourado Porto

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com investimentos na ordem de R$ 60 milhões. Esses são os primeiros passos da Cidade do Romeiro, que contemplará centro de convivência, de convenções e comercial, a via do Rosário até o Porto Itaguaçu e uma vila cenográfica.

Os esforços agora estão concen-trados para a cúpula central da basí-lica. O mosaico de 2 mil metros qua-drados em peças de 2 centímetros está sendo feito na Itália. O arco da vida terá representações da fauna e flora brasileiras, totalmente dourada e com árvore da vida, algo muito se-melhante à molécula da água em seu estado puro.

Apesar de o símbolo não ter liga-ção com o fato de ser uma molécula de água, esse elemento é considera-do o sinônimo máximo da vida no meio científico. A cúpula, rodeada por uma faixa azul com a oração da Ave Maria, tem custo calculado em R$ 6 milhões e, pronta, será de uma beleza singular.

Outra característica interessan-te está no perfil do frequentador do santuário. Com o passar dos anos, o local deixou de ser apenas destino de pagadores de promessas e penitentes. A classe média e alta tem ocupado o local como ponto turístico. Inclusive seguidores de outras religiões, como muçulmanos, judeus, evangélicos, espíritas e integrantes dos ritos afro-brasileiros, como o candomblé.

A beleza e a harmonia salvarão o mundo, pois Deus as habita, como confia monsenhor Darci Nicioli.

Pilares da históriaO casal Tom e Thereza Maia, de Guaratinguetá, se tornaram ícones na região devido a seu trabalho de décadas no resgate da história vale--paraibana e também nos esforços pela canonização de Frei Galvão. Na cidade criaram o museu Frei Galvão, preservam a casa onde o santo nas-ceu e dão impulso à devoção dos fiéis

CIDADES

Tom e Thereza Maia criaram o museu Frey Galvão

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com o Santuário Frei Galvão, ainda tímido mas que deve prosperar com a maior visitação ao lugar.

“Aqui é o vale dos santos, algo muito parecido com o existente na Itália”, observa, carregada de fé, a pesquisa-dora Thereza Maia.

Processos de beatificação em curso ou em montagem:Padre Vitor (Aparecida)Madre Carminha (Tremembé)Franz de Castro Holzwarth (Jacareí)Padre Rodolfo Komorek (São José dos Campos)Nhá Chica (Baependi – MG)Mariinha das 3 Pontes (Cunha)Menininha Andrea (Guaratinguetá)

História do dia 12 de OutubroA festa da Padroeira do Brasil já foi celebrada em diver-sas datas, como no dia da Imaculada Conceição (08/12); 5º domingo após a Páscoa; 1º domingo de maio (mês de

Maria); 7 de setembro (Dia da Pátria). A Conferência Na-cional dos Bispos do Brasil (CNBB), em sua assembleia geral de 1953, determinou que a festa fosse celebrada, defi-nitivamente, no dia 12 de outubro de cada ano.

Essa data foi escolhida por haver associação com a data do Descobrimento da América, o que não tem tido a necessária explicação, por coincidir também com o Dia da Criança, que recebe atenção maior. Por ocasião da visita do Papa João Paulo II ao Brasil, o então Pre-sidente da República, General João Batista Figueiredo, promulgou a Lei Nº 6 802, de 30 de junho de 1980, “de-clarando feriado federal o dia 12 de outubro para o culto público e oficial a Nossa Senhora Aparecida”, conforme consta no Diário Oficial da União de 1º de julho de 1980.

Com relação ao aspecto religioso, a Festa de Nossa Se-nhora Aparecida tem o objetivo de reviver o início des-sa devoção em outubro de 1717, com o aparecimento da Imagem no Rio Paraíba do Sul. Não há confirmação de que a data do surgimento da imagem tenha sido em 11 ou 12 de outubro, como afirmam alguns historiadores.

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CRESCENDO COM O VALEBAsf amplia investimentos em suas operações industriais no Vale do Paraíba

Virgínia Silveira

ECONOMIA

Há mais de 50 anos no Vale do Paraíba, a multinacio-nal alemã Basf vem de-

monstrando, nos últimos meses, a in-tenção de fortalecer ainda mais a sua presença na região. Até meados do próximo ano inaugura em Guaratin-guetá uma nova planta, de produtos à base de poliuretano, que fabricava em Mauá, na Grande São Paulo.

A transferência da nova unida-de para Guaratinguetá, segundo o vice-presidente do complexo da Basf, Willi Nass, representará um investimento de 20 milhões de eu-ros e inclui também a realocação de 85 colaboradores da região do ABC paulista. “Em Mauá não tínha-mos mais como expandir, além dos inúmeros problemas com a falta de infraestrutura para suportar a opera-ção da fábrica”, explicou o executivo.

A unidade de produtos à base de poliuretano vai ocupar uma área de

20 mil metros quadrados no comple-xo de Guaratinguetá, onde a Basf possui uma área de 3.9 milhões de metros quadrados. Deste total, ape-nas 10% estão ocupados com ativi-dades industriais. Metade da área, segundo Nass, está localizada às margens do Rio Paraíba e foi desti-nada à proteção e à preservação am-biental.

“A Basf vem fazendo a recupe-ração da mata ciliar e expandindo a área plantada do seu entorno há mais de 20 anos e já superou as exi-gências da Lei com bastante folga”, destaca o vice-presidente da compa-nhia. A área de preservação mantida pela Basf, segundo ele, é considerada a maior área verde do município, ha-bitat de espécies em extinção, como o lobo guará, além de capivaras e garças.

A unidade industrial de Guara-tinguetá, explica Nass, é também

um dos maiores complexos indus-triais do grupo no mundo. No final do próximo ano, segundo o executi-vo, a Basf inicia a produção de acri-lato de 2-etil hexila, matéria-prima básica para adesivos e revestimentos. Primeira fábrica para esse produto na América do Sul, a operação dessa unidade significará o fim da importa-ção do acrilato, que vinha principal-mente da Alemanha.

A importância da presença in-dustrial da Basf no Vale do Paraíba pode ser medida também pela parti-cipação da região no faturamento da empresa no Brasil. “Hoje, 60% da re-ceita da companhia no país vem das operações industriais de Guaratin-guetá, mas, com a expansão das ati-vidades previstas para os próximos 3 a 4 anos, devemos estar próximos dos 75%”, comentou.

Em Guaratinguetá, segundo Nass, a Basf representa hoje a principal

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FOTO: DIVULGAÇAO / BASF

fonte de arrecadação para o municí-pio, algo que supera os 50%. Neste final de ano, o executivo acredita que a direção global da Basf irá apro-var os novos projetos que serão im-plementados no complexo industrial de Guaratinguetá. “Vamos continu-ar a investir na produção de produ-tos para o setor agroquímico, de de-fensivos agrícolas”, revelou.

Na área de meio ambiente, a Basf tem planos de melhorar o desempe-nho do incinerador de resíduos críti-cos, um dos maiores do Brasil e que hoje também presta serviços para os hospitais de Guaratinguetá e as indústrias farmacêuticas da região, como a Johnson & Johnson.

O vice-presidente comenta que os resíduos sólidos produzidos por 10 fá-bricas da Basf no Brasil ocupam 60% da capacidade do incinerador. Entre 5% e 10% da capacidade do equipa-mento é destinada à incineração de resíduos hospitalares, que é feita gra-tuitamente, e o restante é oferecido para outras empresas, principalmen-te do setor farmacêutico e de recicla-gem de Taubaté.

A interação com a vizinhança do complexo é tão intensa, que a Basf, segundo Nass, está desenvolvendo um projeto para estudar a viabilidade do tratamento do esgoto doméstico gera-do pela comunidade local. Atualmen-te, ele explica que o esgoto gerado é lançado in natura no Rio Paraíba.

Nass conta que a Basf já inves-tiu 3,5 milhões de euros no sistema de tratamento do efluente gerado pelo complexo industrial e também na captação de água do Rio Paraí-ba. “Para o tratamento da água uti-lizamos uma das tecnologias mais avançadas do mundo, conhecida como osmose reversa, a mesma que a indústria farmacêutica adota para purificar a água usada na fabricação de remédios”.

O nível de pureza da água tratada, segundo o executivo da Basf, “é da

ordem de partes por bilhão, o equi-valente a uma colher de sal de café na Bahia da Guanabara, no Rio de Janeiro”, compara. Nass ressalta que, depois de passar pela estação de tra-tamento biológico da Basf, a água acaba se tornando muito mais pura do que quando ela foi retirada do rio.

INVESTIMENTOS EM JACAREÍ

No Vale do Paraíba, a Basf tam-bém opera uma unidade em Jacareí, dedicada à produção de tintas, itens de higiene pessoal, limpeza, agricul-tura, mineração, vitaminas e nutri-ção. Em 2011, a empresa anunciou um investimento de 10 milhões de euros para reestruturar as operações da unidade, que foi incorporada ao grupo em março de 2010, a partir da aquisição mundial da empresa alemã de especialidades químicas Cognis.

No comando da empresa, a Basf investiu cerca de 5 milhões na cons-trução de uma nova fábrica de ingre-dientes alimentares. As novas instala-ções, segundo o vice-presidente Willi Nass, têm capacidade para produzir

até 3.500 toneladas de ingredientes de alto desempenho e conservantes naturais para nutrição humana.

A Basf também colocou em opera-ção este ano em Jacareí uma unidade de produtos para flotação, usados na separação do minério de outras impu-rezas. O investimento aplicado nessa unidade, segundo Nass, girou em tor-no de US$ 5 milhões a US$ 6 mi-lhões.

O complexo de Jacareí, formado por seis plantas produtivas, foi esco-lhido pela Basf para abrigar um cen-tro de pesquisa e desenvolvimento para a América do Sul, que ficará dedicado à indústria de cosméticos e de itens de higiene e limpeza. O início do funcionamento dos no-vos laboratórios, de acordo com o vice-presidente da Basf, está previsto para acontecer até o final deste ano.

“Queremos transformar o com-plexo de Jacareí em um grande polo de produção e irradiação de novas tecnologias nas áreas de nutrição, cosméticos e limpeza”, afirmou o executivo. A unidade emprega hoje 198 funcionários diretos e mais de 300 indiretos.

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A IMPORTÂNCIA DO ESPORTE NO DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICOPor: Fabiana Luckemeyer

O esporte é uma das mais impor-tantes manifestações culturais, so-ciais, econômicas e – por que não – políticas dos últimos séculos. Por isso, torna-se uma importante fer-ramenta na construção da identida-de individual e regional.

E para que haja desenvolvimento é necessário que haja também esti-mulação de diversas formas. O es-porte ou a atividade física tem uma função importante, pois, ao nos exercitarmos temos estimuladas al-gumas áreas cerebrais e corporais como cognitiva, motora, os cinco sentidos, a memória, a concentra-ção, o humor, e assim trabalhamos nosso cérebro para que ele atue em nosso favor.

Estimulando essas áreas desen-volvemos também (dependendo do tipo de atividade física) disciplina, determinação, concentração, resis-tência, resiliência, companheirismo, autoconfiança, comprometimen-to, liderança, interação, altruísmo, competitividade...

É sempre importante lembrar que nossa estrutura corporal e fi-siológica não foi feita para ficar parada e estagnada; se o fizermos, será um grande desperdício.

E o que faz uma pessoa apreciar ou praticar algum esporte e outras não gostarem e muito menos pra-ticarem?

Alguns fatores influenciam nes-ta decisão, como necessidades fisiológicas, cultura, referências familiares, tipo de trabalho, tempe-ramento, condições físicas, opor-

tunidades… e todos esses fatores também influenciam no fato de gostarmos mais de esporte cole-tivo ou individual, estratégico, agi-tado ou mais tranquilo, praticado à luz do sol ou na neve. Enfim, não há desculpas: há esportes para todos os gostos, tamanhos e jeitos.

No esporte coletivo, a criança começa a perceber que precisa compartilhar, trocar, se esforçar mais para que seja aceita pelo gru-po, aprende que a linha é o limite, que as regras existem para serem cumpridas e respeitadas e de cara aprende que não dá para ganhar sempre; com isso, direta ou indi-retamente terá de administrar sua frustração e resiliência.

As pessoas têm enorme difi-culdade em lidar com frustrações, sentimento que surge quando algo não acontece exatamente do jeito que queremos... e quem nos ensi-nou que as coisas TÊM de ser do NOSSO jeito?

Pois é, o esporte ou a atividade física nos ajuda a perceber melhor esta dinâmica e, acima de tudo, nos ensina a lidar com os mais diversos tipos de emoções.

Outra função do esporte neste mundo globalizado, ligeiro, ininter-rupto e exigente em que vivemos é fazer dele uma brecha de prazer no dia a dia. Em vez de aguardar, ansiosamente, pelas férias anuais, o esporte pode ser um forte aliado no desenvolvimento psicológico e no combate ao estresse. E, como citado anteriormente, existe ativi-

dade física para todos os gostos e bolsos, basta começar.

Finalizo este artigo com algumas palavras retiradas do filme Forrest Gump, com Tom Hanks, pois são palavras bem reflexivas para vários aspectos de nossa vida e quem sabe não servirão de inspiração para alguém começar.

“Naquele dia, sem motivo ne-nhum, decidi dar uma corridinha. Corri até o fim da estrada e quando cheguei lá... Pensei em correr até o fim da cidade. E quando cheguei lá, pensei em atravessar o Conda-do de Greenbow. E pensei: Já que cheguei até aqui vou correr pelo es-tado do Alabama e foi o que eu fiz. Corri pelo estado do Alabama intei-ro e sem nenhuma razão especial apenas seguia em frente. Corri até chegar ao oceano. E quando che-guei lá, pensei: Já que cheguei até aqui, vou voltar correndo. E quan-do vi que havia chegado tão longe, pensei: Já que cheguei até aqui, vou continuar.”

Basicamente é isso. O esporte afeta não só seu físico como sua mente, pois só se aprende fazen-do, se envolvendo. Ele ajuda a co-nhecer melhor as limitações, as forças e superações. Tenta-se com ele criar todo um conjunto e desse modo ser uma pessoa melhor em todos os sentidos.

Um grande abraço.

[email protected]

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Tania Priscila M. dos SantosFisioterapeuta - CREFITO: 36073-LFT

Jenifer Caroline N. PradoCel.: (12) 9100.0515

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OS DONOS

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DA BOLA

Esporte dos mais praticados no mundo, o Rugby tem no Brasil a cidade de São José dos Campos como sua principal base.

TEXTO: JÚLIO OTTOBONI FOTOS: JARBAS MOURA ROSA

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De repente o garoto abraça a bola oval e sai em disparada, olha dos lados de maneira nervosa, quase instintiva. Um açodamento justificado. No seu encalço uma horda enfure-cida tenta agarrá-lo e derrubá-lo. Ele respira fundo, inclina o peito para frente e força a passada até ser soterrado por uma avalanche de corpos. Um amontoado que não para de crescer, um sobre os outros, qual uma montanha humana.

O que pode parecer para os mais desavisados uma cena de luta campal é na verdade um esporte dos mais praticados no mundo, o Rugby. E, por mais incrível que pareça, o que se assemelha aos jogos festivos dos povos bárbaros do norte europeu tem no Brasil a cidade de São José dos Campos como sua principal base. Em pouco tempo de existência, o São José Rugby se tornou uma referência no esporte como seu disseminador. Basta dizer que a partir dele surgiram equipes em Taubaté e Jacareí, somente no Vale do Paraíba.

Antes da formação do clube em 1987, o rugby chegou a São José dos Campos pela iniciativa de professores uni-versitários do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), provavelmente nas décadas de 1960 e 1970.

Os registros oficiais mostram que, em 1984, o francês Do-minique Contant e o argentino Guillermo Collins moravam na cidade e organizaram um time para um torneio univer-sitário. Seus filhos convidaram mais alguns jovens para ini-ciar no esporte, e com ajuda do argentino Daniel Sauchelli teve início a trajetória vitoriosa do São José Rugby.

O que era então um passatempo, com treinos improvisa-dos em praças, se tornou uma potência em termos de espor-te coletivo. Algo sem precedente na história da cidade. Nos últimos 10 anos, o time principal venceu 8 campeonatos nacionais. O Campeonato Brasileiro de Rugby foi conquis-tado nos anos de 2002, 2003, 2004, 2007, 2008, 2010, 2011 e 2012. E a equipe ainda chegou às finais em 1999, 2000, 2005 e 2009. Um fenômeno sem precedentes em qualquer modalidade esportiva coletiva já praticada em São José.

O Rugby São José cresceu de uma maneira avassalado-ra nos últimos anos, sempre focado na renovação em suas categorias de bases. Com o apoio da empresa NovaDutra, criou-se o projeto Rugby Social, que estimula a prática do esporte como alicerce educacional e de promoção social. Atualmente o programa atinge 170 crianças e jovens mora-dores de bairros carentes de São José dos Campos (SP), com idades que variam de 7 a 17 anos.

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Essa iniciativa, de cunho socioeducativo, é uma ra-mificação do programa “Aprendendo e Jogando Rugby” realizado há quase uma década pelo São José Rugby. Os aprendizes são, duas vezes por semana, transportados dos bairros onde vivem até a sede do clube para estimular a prática esportiva. As aulas ocorrem no Centro Polies-portivo do São José Esporte Clube, sede do São José Rugby, orientadas para que os jovens tenham uma hora de ginástica em academia e duas horas de fundamentos e atividades do rugby. Ao término, os alunos fazem uma refeição completa.

Hoje o time de São José é base para a Seleção Brasileira e já exporta jogadores para grandes centros mundiais, como a França. A preocupação em estimular o surgimento de novos craques e renovar seus quadros é tanta, que existem aulas para interessados a partir dos 3 anos de idade. E nos últimos tempos o público feminino passou a aderir ao esporte e tem sua equipe inscrita em competições nacionais.

História do esporte no BrasilO rugby football, nome original do esporte, chegou ao

Brasil 20 anos antes que o futebol. Ele veio literalmente pelas mãos dos ingleses, apesar de ambos os esportes te-rem a mesma origem e dividirem as preferências dos bri-tânicos. Os historiadores mostram que a prática do rugby tem início nestas plagas em 1875, no Rio de Janeiro, num clube de ingleses que agregava a elite carioca. Somen-te em 1895 o brasileiro descendente de ingleses Charles Miller traria para São Paulo duas bolas de futebol e uma de rugby em sua bagagem despachada de Londres.

Em 1888, surge o São Paulo Athletic Club (SPAC), em São Paulo. O clube tinha, entre suas principais ativi-dades, a prática do rugby. No mesmo ano foi registrada oficialmente a primeira partida de rugby em solo brasi-leiro. Mesmo sem ter tido a mesma repercussão e adesão que o futebol, nunca deixou de ser praticado, ainda que dentro do amadorismo e da falta de estrutura.

O Rugby movimenta milhões de fãs pelo mundo todo. A Copa do Mundo de Rugby, por exemplo, é o terceiro evento esportivo do planeta, com audiência de mais de 4 bilhões de pessoas. Perde apenas para as Olimpíadas e

a Copa do Mundo de Futebol. E a expectativa é que o esporte, que fará parte dos jogos de 2016 no Rio de Ja-neiro, consiga aumentar significativamente seu número de adeptos no país.

Disputado em mais de 120 países, o Rugby é extre-mamente popular, sobretudo em países de colonização inglesa, tais como Reino Unido, Austrália, Nova Zelân-dia e África do Sul. Porém é muito popular em diferentes países dos 5 continentes como Argentina, Uruguai, Chi-le, EUA, Alemanha, Portugal, Espanha, Itália, França, Bélgica, Holanda, Rússia, Romênia, Japão, Coreia do Sul, China etc.

Os primórdios Muita história cerca o surgimento do Rugby. Logicamen-te o esporte não nasceu como a atividade reconhecida e difundida hoje por entidades mundiais, com regras e disputas controladas por árbitros. Os primórdios desse esporte têm seus primeiros registros em jogos de guer-ra e treinamentos para disputas campais travadas entre povos guerreiros anteriores até mesmo ao surgimento do berço do mundo ocidental, a Grécia.

Por volta de 3,5 mil anos a.C., as estratégias das bata-lhas travadas em campos abertos já se baseavam em en-curralar e empurrar o adversário cada vez mais para sua área de origem, travando os espaços de fuga num cerco que lhe impedisse progredir para cima de seu oponente.

Os treinamentos ocorriam com multidões de solda-dos divididos em equipes que se agarravam e forçavam o recuo do adversário. A vitória ocorria para o grupo que conseguisse reprimir de maneira mais eficaz o avanço do outro. Com o passar do tempo, imitada por jovens, essa prática ganhou as ruas das cidades, levando a grandes brincadeiras de rua, apesar de extremamente violentas.

Já na Idade Média foi introduzido um objeto para or-denar a correria. Podia ser desde um animal de peque-no porte até bolas feitas com sobras de couro ou mesmo esculpidas em madeira. Os povoados se dividiam em numerosos grupos e estabeleciam uma linha imaginá-ria para ser ultrapassada pelos jogadores. Era comum a brincadeira terminar em farta pancadaria e muita gente machucada. Em alguns burgos, chegou a ser reprimida, tal a gravidade das consequências do joguete.

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Apesar de o Rugby ser um esporte de origem inglesa, os franceses são verdadeiros alucinados pela prática, e pioneiros em abrir espaço para os atletas brasileiros. O jogador Moisés Rodrigues Duque, de 23 anos, nascido e criado em São José dos Campos, é o primeiro brasileiro a ser contratado para jogar em um time adulto no rugby francês.

O atleta de São José já se encontra na França. Mas antes passou três meses no país de Obelix e Asterix em 2011, participando de testes em várias equipes. Duque joga na posição “centro”, e em-barcou no dia 1º de setembro rumo a Toulouse, para jogar no Blagnac.

“Quero construir uma carreira e ser profissional na França, que é o maior centro do Rugby no mundo. O começo vai ser difícil, vou ter uma ajuda de custo apenas, vão pagar minha moradia e vou trabalhar no clube”, confidenciou Duque.

Moisés Duque é o caçula de três irmãos jogadores de rugby, que juntos já representaram a se-leção brasileira em uma mesma partida. Ele era um dos destaques da equipe do São José Rugby, que se tornou uma referência nacional pelos títulos conquistados e devido ao alto nível dos atletas revelados.

A família Duque vive para o Rugby, ainda mais agora. “Sempre investimos muito nos meninos, é um esporte muito disciplinador e praticamente não tivemos ajuda para iniciá-los no Rugby. Agora tenho um dos meus filhos com patrocínio individual, mas a falta de um maior apoio faz muitos dos garotos desistirem”, confessou o pai de Moisés, Geraldo Duque.

Para permanecer os três meses na França em 2011, o jogador teve apoio do ex-presidente do time da cidade, Ange Guimerá, que morreu este ano. “Com os contatos do Guimerá e recepção de Domi-nic Contan na França, eu e meu irmão ficamos três meses fazendo diversos testes em times. Meu irmão desistiu para continuar a faculdade de medicina e eu, graças a Deus, consegui”, disse o atleta.

O Blagnac é uma equipe semiprofissional que disputa a terceira divisão do rugby francês e busca o acesso para a 2ª divisão do campeonato profissional.

Essas práticas, apesar de registros em maior volume nos países europeus, eram comuns na Ásia e na África, in-clusive da América pré-colombiana. O interessante é que nessas atividades já se usavam amplamente os pés e as mãos para lançar o objeto para distâncias maiores e em estratégias para se ganhar a disputa.

Já no século 19, dentro dos colégios ingleses, surgiram os primeiros critérios para o Rugby moderno. Uma jogada irregular do futebol de um jogador do colégio de Rugby, situado em Warwickshire, teria sido o primeiro molde do esporte.

O jogador William Webb Ellis, contrariado com uma infração contra seu time, teria abraçado a bola do jogo e corrido com ela até a linha de fundo adversária, perseguido pelos adversários e colegas de equipe. Isso teria acontecido em 1823. Cerca de 40 anos mais tarde,

essa derivação do futebol já era muito popular e tinha uma associação específica com 21 clubes inscritos.

O interessante é que todas as evidências históricas apontam o Rugby como sendo a prática que originou o futebol, com a proibição do uso das mãos. A dimensão do campo, suas divisões e o uso de traves reforçam esse indí-cio. Sem dizer que o nome original do esporte era Rugby Football.

Há pelo menos quatro formações diferentes para jo-gar o Rugby. No Rugby League são 13 jogadores em cada time. No Rugby Union, as equipes são compostas por 15 elementos de cada lado. Já no Rugby Sevens, são 7 joga-dores por equipe, e essa deverá ser a formação utilizada na Olimpíada do Rio de Janeiro. A última formação, o Touch Rugby, tem 10 atletas por time. Apesar das diferenças de formações, as regras são praticamente as mesmas.

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Tinto,Rosé e Branco

Mais consumido e popular do que nunca, o vinho ganha adeptos em todo o Vale do Paraíba. Confrarias, lojas especializadas e cursos mostram que esse crescimento está só começando.

O S A B O R D A S C O R E S

TENDÊNCIAS

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Vinho é arte em estado líquido. Aliás, não só arte, mas história, geografia, química, so-ciologia, cultura... É a expressão sublime, à mesa, do paladar humano. Diferente de ou-

tras bebidas, degustar o vinho sem conhecê-lo é amor platônico.

Para ser correspondido é necessário mergulhar na tradição desta bebida que surgiu oito milênios antes do nascimento de Jesus Cristo. E é bom lembrar que o Filho de Deus não bebeu cerveja na ceia com os apóstolos.

No Vale do Paraíba, como em todo o Brasil, cresce a cada ano o número de apreciadores de vinho e de negó-cios ao redor da bebida, como lojas especializadas, cursos de formação e eventos de degustação.

Sila Antunes, 55 anos, de Guaratinguetá, é membro desde 2009 da confraria francesa Chevaliers Du Taste-vin (Cavaleiros da Degustação), criada na Borgonha em 1934. A enologista e jornalista acredita que a popula-rização da bebida tem contribuído para “desmistificar o esnobismo que havia com relação ao vinho”.

InteresseProprietários da maior loja especializada em vinhos da região, a Belaggio Vini, no Jardim Esplanada, zona cen-tral de São José dos Campos, Almir Neves Leite e Tas-syani Jardim comemoram a ascensão dos negócios com o crescente interesse pelos vinhos, especialmente nos últimos dois anos.

“As pessoas consomem mais vinho e procuram apren-der sobre a bebida, principalmente as mulheres”, diz Tas-syani, 40 anos. “O mercado está mudando e encontramos mulheres com formação sobre vinho, bebendo tipos mais fortes e debatendo, de igual para igual, com os homens.”

A Belaggio Vini surgiu em maio de 2010 e vende 1.800 rótulos de vinho de 15 países diferentes, com gar-rafas que variam de R$ 8 a R$ 1.800. A loja conta com um ‘wine bar’ para degustação de vinhos acompanhados de petiscos.

NegóciosNos restaurantes de São Paulo, de acordo com dados da ABS (Associação Brasileira de Sommeliers), a venda de vinhos brancos e tintos representa em torno de 30% do faturamento. A onda rubra da capital não vai demorar a tingir o Vale.

Empolgado com o crescimento da procura por be-bidas, após estudar o mercado por quatro anos, o casal de empresários Mariana Piccini Casali do Nascimento e Paulo Eduardo do Nascimento inaugurou em junho, na área de expansão do Vale Sul Shopping, na região sul de São José, a Empório Piccini, loja com 182 metros quadrados especializada em vinhos, cachaças, cervejas e especiarias, com especial dedicação aos vinhos. O inves-timento foi de R$ 800 mil.

A loja conta com área de conveniência com degusta-ções, serviço de bistrô, happy hour, reuniões de negócios e confraternizações. “Estamos com um mix de 220 ró-tulos entre vinhos chilenos, argentinos, uruguaios, cali-fornianos, italianos, portugueses, franceses, espanhóis e africanos”, diz Mariana.

Para ela, o momento é excelente para investir em vi-nhos em razão da descoberta que o público faz da bebida. “O vinho remete à emoção. É um momento de degustar e se reunir com os amigos e com a família. É estreitar os relacionamentos afetivos e comerciais, e as pessoas estão mais interessadas nisso”, afirma a empresária.

TENDÊNCIAS

Conheça algumas das referências em vinho da nossa região:

ABS São José dos Campos – Associação Brasileira de Sommeliers de São José dos CamposDiretor: Éder Teixeira CardosoAv. Jorge Zarur, 291 12242-010 Vila Ema – São José dos Campos (SP)Telefone: (12) 3922-9745E-mail: [email protected]

AMAVI SJC – Associação de Mulheres Admiradoras do VinhoCoordenadora: Ema BonettiSão José dos Campos (SP)E-mail: [email protected]

CAVE – Confraria dos Amigos do Vinho e da EnologiaContato: Hugo de Oliveira PivaAv. Nove de Julho, 103712243-00 São José dos Campos (SP) Telefone: (12) 3321-1599

CONVINUSCooordenador: Edoardo BonettiSão José dos Campos (SP)E-mail: [email protected]

SBAV SJC – Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho São José dos CamposContato: Sara MatteiSão José dos Campos (SP)E-mail: [email protected]

CONFRARIA BUONA VITAContato: Glaucia Teodoro e Francine MaiaTaubaté (SP)Telefone: (12) 3424-3348

Tassyani Jardim da Bellagio Vini

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Falta de ar, fome, sede, calor e frio são reações que o Aconcágua oferece em sua subida.

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TEXTO: ANNE-VALÉRIEFOTOS: GUILHERME FARIA E ALEX SANDRO

NO TOPO DA CONQUISTA

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SAÚDE

Localizado nos Andes argentinos, perto da cidade de Mendoza, a montanha é considerada a mais complexa e o ponto mais alto de toda a América do Sul. É também uma das maiores do mundo: o

Aconcágua chega a 6.962 metros de altitude (o Everest na Ásia tem aproximadamente 8.848 metros), e uma tempe-ratura média de -30°C, sem contar os ventos que sopram a aproximadamente 150 km/h.

“Essa escalada é um mundo novo, é algo feito com suas próprias pernas, onde seu próprio corpo vai testar seus limites. É mochila para carregar com alimento, água, roupa, além dos equipamentos que são utilizados.” Gui-lherme Faria, amante dos esportes e da natureza, já fez diversas expedições, mas essa tende a ser a maior e mais desafiante de toda a sua vida.

Para se preparar, todos os dias é necessário uma força de vontade muito grande, acordando cedo e praticando exercí-cios físicos intensos, além do controle da mente e do espírito.

Guilherme Faria e Alex Azevedo são os próximos corajosos da vez, que vão tornar o sonho de escalar o Monte Aconcágua uma realidade. Porém, o que torna a jornada ainda mais interessante é que um dos inte-grantes da dupla, Alex Azevedo, foi vítima de obesidade mórbida há alguns anos, e desde então tem se superado escalando montanhas e carregando em si a ideia de que cada passo que dá é uma vitória. “Não vai ser fácil. Não é a minha primeira escalada difícil. Ao subir já vi coisas que nunca ninguém viu, vi paisagens que nem uma foto

conseguiria expressar. É algo que todos deveríamos co-nhecer, embora toda essa expedição envolva um custo financeiro e físico muito alto.”

Muitos desejam fazer essa expedição, porém cometem o erro de colocar em primeiro lugar a vaidade, com vistas a melhorar o seu aspecto físico, ou dando enfoque ao seu ego, querendo dizer a todos que conseguiram escalar um dos montes mais difíceis e perigosos do mundo.

“Eu e Alex não vemos desse modo, acreditamos que esses valores superficiais não o levam ao topo, mas sim sua vontade, a sua preparação e a sua superação interna. Quero ir lá para conhecer os meus limites, para saber até onde eu consigo, tudo isso para me conhecer melhor.”

Porém, as dificuldades para essa escalada acarretam um nível altíssimo de consequências. Entre falta de oxi-gênio, tonturas e vômitos constantes, montar barracas em lugares indefinidos, saber calcular a alimentação para todos os dias, lutar para que a água não congele na nevasca e enfrentar tempestades, os escaladores pare-cem mais do que animados para enfrentar esse desafio. “Não estamos prontos, nunca estamos prontos. Acho que essa expedição vai nos dar lições de vida. Talvez, depois de escalada a montanha conseguiremos passar para muitos a ideia de como a vida vale a pena, de como temos que aprender a colocar desejo e necessidade na balança. Tudo isso se perdeu na sociedade capitalista atual, pois muitos não têm ideia de como isso é impor-tante.”

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O CAMINHO PARA O SUCESSO

OO grupo Nilla chega ao Vale do Paraíba para quebrar paradigmas e estabelecer novos valores junto ao mercado de comunicação, informação e tecnologia. Seus objetivos são arrojados, pois sua meta principal é estar, nos próximos anos, entre os maiores e melhores grupos de comunicação do Brasil.

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O grupo tem se estruturado para dar esse salto para um horizonte mais amplo e ser uma referência em produtos de excelência em Comunicação, Informação e Tecnologia. E assim traduzir seus principais valores e que norteiam seus passos, como Respeito, Humil-dade, Governança Corporativa, Alegria e Responsabi-lidade Social.

O complexo empresarial Nilla tem como slogan “O Vale. O Mundo… e Você!”. Esse conceito já esteve impresso na primeira edição do novo sucesso edito-rial da região, a Revista Nilla. A publicação chegou ao Vale do Paraíba com o objetivo de estruturar temas regionais e do mundo, voltada para um leitor altamen-te qualificado e exigente, que anseia por coisas novas em todos os segmentos.

O novo veículo, focado em qualidade de conteúdo e design, chega para quebrar barreiras e conectar as cidades da região. Para isso o Grupo Nilla está se instalando num grande prédio num dos pontos mais privilegiados de São José dos Campos, a avenida São João, 1461. Esse local abrigará a diretoria, seus exe-cutivos de negócios, as equipes e uma redação com-

pleta para operar no segmento de impressos, internet e televisão.

“Estamos com um plano de expansão estruturado para atingirmos 500 mil exemplares em todo o Vale, no próximo ano. Já desde o lançamento da revista fo-camos o segmento de assinaturas e, a partir dessa edição, a Nilla já estará disponível nas bancas com um preço acessível e distribuição estratégica”, revela Luiz Carlos Maldonado, Diretor Executivo da Revista.

Além de ser vendida em todo o Vale do Paraíba, a re-vista também está presente em Brasília e em breve no Rio de Janeiro e em São Paulo, além das principais capitais do país. Seu conteúdo jornalístico é produ-zido dentro dos valores empresariais do Grupo Nilla, que também pautaram a linha editorial da publicação. Para o idealizador do projeto e diretor do Grupo Nilla, Yelisetty Udaya Bhaskar, sempre serão abordados te-mas de âmbito nacional e mundial, do Vale e do mun-do, sob uma visão positiva e ao mesmo tempo sem perder o senso crítico.“Nosso interesse em estar presente no Vale do Paraí-ba é de trazer conteúdo de qualidade e investimentos

para a região, a fim de fomentar o meio empresarial. A ideia é fazer um grande lançamento a cada edição, abrangendo outras cidades da região, como Taubaté, Pindamonhangaba e, no verão, em Ilhabela e Ubatu-ba”, ressaltou o executivo.

Negócios de pontaAs atuações empresariais do Grupo Nilla estão volta-das para Ynsite (Business Technology) , Nilla (revistas, TV e Portal), Bios (Medical Technology) e Ynsite Edu-cacional. A intenção é agregar valores tanto às mídias como aos segmentos de atuação, com diferenciais de conteúdo e propostas. Algo até então desconhe-cido no segmento comunicacional em toda a região, a meta é ter produtos em seus nichos que sejam insu-peráveis em qualidade.

O universo digital será uma das grandes portas para novos produtos e negócios. Como a Nilla Revista, que está disponível em uma plataforma on line, adaptável a Ipad e Smartphones. O Portal Nilla, além de trazer a edição completa, trará como conteúdo tudo que é potencial e produtivo no Vale, como entrevistas com

os melhores atletas, empresários, executivos, além de temáticas ligadas às artes e a história.

“Vamos investir muito no Portal Nilla para torná-lo um dos melhores do Vale do Paraíba. Essa é uma re-gião com muita margem de crescimento para Revistas e Jornais, e tudo que traz conteúdo. Começamos a ver um movimento nesse sentido, com a vinda de novos veículos, e queremos nos destacar nesse mercado. Já fechamos contrato com anunciantes fortes na região antes mesmo de lançar a primeira edição, por isso acreditamos muito no sucesso desta nossa empreita-da”, informou o diretor Bhaskar.

O avanço do Grupo Nilla é incessante. Entre as mais nova investidas se encontra o programa televi-sivo O Passo Para o Sucesso, capitaneado pelo re-conhecido internacionalmente apresentador Fernando Vanucci, pela Rede Record. A parceria com o comple-xo Nilla de Comunicação mostrará o caminho trilhado por pessoas de sucesso do Vale do Paraíba junto com personalidades brasileiras. O programa será levado ao ar aos domingos de manhã às 10:30 horas.

Yelisetty Udaya Bhaskar, Diretor Geral do Grupo Nilla. Indiano naturalizado brasileiro, reestruturou e trabalhou como Diretor Executivo em diversas áreas como Vendas, Risco, Logística e Finanças, tanto no Brasil como no exterior, como Estados Unidos, Mé-xico e Alemanha, para organizações como a Merce-des-Benz, Cielo, Siemens e na Subsidiária brasileira da Berkshire Hathaway do Megainvestidor Warren Buffet. Graduado em Engenharia Industrial com pós--graduação em negócios pela melhor Universidade de Finanças do mundo, a Wharton Business School nos Estados Unidos, é poliglota com fluência em in-glês, espanhol, francês, português e Telugu (Idioma Indiano). Atua também como Diretor da IBA (Indian Business Alliance, www.indianbusiness.com.br). É tido como um dos mais influentes executivos da nova geração e um dos principais talentos de novos negó-cios do país.

Luiz Carlos Maldonado, Diretor Executivo do Gru-po Nilla. Formado em Comunicação Social pela Unitau e pós-graduado em Marketing pela FAAP, é especialista na prospecção de parcerias comer-ciais pela Europa e Estados Unidos, Argentina, Chile e Peru. Empresário do ramo de lubrificantes especiais, industriais, automotivos e marítimos, também atua como distribuidor regional do grupo Americano ITW Chemical Products e é sócio do laboratório PRAMALUB. O executivo ainda é pro-prietário da Empresa MALFMAX, está entrando no mercado de terraplanagem e para 2013 lançará sua nova companhia, a LUBVAN. Seu foco é o potencial do Vale do Paraíba, pois é um grande conhecedor da região. Para ele, a arte, cultura, tecnologia existentes dentro no eixo Rio-São Pau-lo necessitam ser divulgadas e essa é uma das funções dos produtos do Grupo Nilla, que trouxe uma revista com o intuito principal de conectar as cidades e potencializar as nossas raízes.

Os executivos que estão transformando a comunicação regional

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Felipe Cury e Mário Domingos de Moraes Patricia Longhi e Sergio Vallin

Alessandra e Fabricio Dela RosaJeter Siqueira e Karin Siqueira

Alberto MarquesYelisetty Bhaskar e Solange Luiz Carlos Maldonado e Flávia Carolina Avila

LANÇAMENTO REVISTA NILLA

Roque Jr.

Dr. Guilherme Bellini e Patricia BelliniLeonardo, da Troina

Vinicius Veneziani

Paulo de Miranda e Fabiana Beracochea

Carlos Santis

José Fábio Tau e Edilene ScarpelCassio RosasDr. Fabio Mello e Fabiola Mello

Igor Marcondes

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Luiz Carlos Maldonado, Clayton Margiotti e Yelisetty Bhaskar Dr. Pedro Flávio de Brito Costa Mario Toledo (Record)

Xan Beig

Renata Paiva , Anne Valérie e Isabelle

Fredy Ribeiro

Miguel von Behr

Marcilene Guedes e Karyna Brandão

Solange Moraes

Solange e FláviaClaudius e EsposaXan, Ednardo, Marcelo e Roberta

Humberto Alvim e Virginia Silveira

Valéria Israel, Eliane Israel e Christiane Sardinha

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