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Negócios Sociais Diretrizes estratégicas para a atuação do sistema sebrae no mercado de negócios sociais

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  • Negcios SociaisDiretrizes estratgicas paraa atuao do sistema sebraeno mercado de negcios sociais

  • Diretrizes estratgicas paraAtuao do sistema sebrae

    no mercado de negcios sociais

    2013. Servico Brasileiro de Apoio as

    Micro e Pequenas Empresas Sebrae

    Informacoes e contatosSGAS 605 Conjunto A

    Brasilia/DF 70200-904 Tel.: 55 61 3348 7474

    0800 570 0800

    www.sebrae.com.br

    Presidente do Conselho Deliberativo Nacional

    Roberto Simoes

    Diretor-PresidenteLuiz Eduardo Pereira Barretto Filho

    Diretor -TecnicoCarlos Alberto dos Santos

    Diretor de Administracao e FinancasJose Claudio dos Santos

    Elaboracao/ Coordenacao TecnicaUnidade de Desenvolvimento Territorial

    GerenteAndre Spinola

    Gerente AdjuntoAugusto Togni

    Coordenacao tecnicaKrishna Aum de Faria

    Apoio TecnicoOlhar Compartilhado Produco Cultural

    e Artistica (pesquisa e contedo) Radiola (Projeto grfico e diagramaco)

    Este documento encontra-se em constante atualizao, consulte a verso atualizada em

    www.sebrae.com.br/negociossociais.

  • ndiceDiretrizes pg. 41. Apresentao - pg. 4

    2. Objetivos - pg. 4

    3. Justificativa - pg. 5

    4. Bases conceituais - pg. 5

    5. Como o Sebrae enxerga os NS - pg. 8

    6. Pblicos e produtos - pg. 9

    7. Setores econmicos prioritrios - pg. 14

    8. Princpios norteadores - pg. 15

    9. Pesquisa bibliogrfica - pg. 16

    Anexo I pg. 19

    Anexo II pg. 22

    Anexo III pg. 25

    Anexo IV pg. 27

    Anexo V pg. 30

    Anexo VI pg. 34

    Anexo VII pg. 42

  • Diretrizes | pg. 4

    Diretrizes estratgicas para a atuao do sistema sebrae no mercado de negcios sociais

    1. Apresentao O emergente setor de negcios sociais no Brasil, atualmente, pautado e caracterizado pela atuao e participao dos pequenos negcios. Faz-se necessrio desenvolver competncias para que a gesto desses empreendimentos gerem receitas constantes, empregos e impactos sociais e/ou ambientais positivos, possibilitando assim o alcance de sustentabilidade a mdio e longo prazos.

    Os negcios sociais tm se mostrado um tema de extrema relevncia na agenda do Sebrae, que passa agora a refletir como articular a sua atuao nesse novo segmento.

    Existe um potencial de atendimento a milhares de empreendimentos de negcios sociais em escala nacional. O Sebrae ala vo em um momento propcio do mercado empreendedor em que h espao para mobilizao e sensibilizao desse pblico que tem mais conscincia do seu papel na sociedade e que deseja deixar sua marca ao contribuir para transformar realidades menos favorecidas.

    Para orientar a atuao inicial do Sebrae em Negcios Sociais, foi elaborado estas diretrizes estratgicas e sete anexos, que reforam tambm seu papel como parceiro das entidades e organizaes deste novo setor produtivo. Esses documentos foram desenvolvidos por meio de extensa pesquisa bibliogrfica que sistematizam contribuies chave ao setor dos principais atores envolvidos neste campo no Brasil e exterior, cobrindo tambm as solues de atendimento ofertadas pelo Sebrae aos pequenos negcios em todo o Pas.

    Estas diretrizes estratgicas no tm um carter definitivo e deseja-se que possam acompanhar

    e monitorar a evoluo desta atuao, e do prprio setor no Brasil, e sejam atualizadas sempre que for necessrio. um instrumento flexvel e dever ser adequado s realidades particulares, valorizando a diversidade brasileira, as potencialidades e cadeias produtivas locais e os diferentes mercados consumidores existentes no Pas, questes que, como ser visto mais adiante neste documento, so fundamentais para a compreenso e anlise dos negcios sociais.

    2. Objetivos

    Estas diretrizes estratgicas tm o objetivo geral de estabelecer os eixos estratgicos para o atendimento Sebrae aos negcios sociais, contribuindo para a sustentabilidade e o fortalecimento desses empreendimentos.

    Em paralelo e para potencializar a efetividade de suas aes, tambm pretende contribuir com a importante reflexo de determinar quais seriam os pblicos-alvo e clientes individuais e coletivos mais propcios para a entrega de atendimento e dentre os produtos e servios j existentes no Sebrae , quais seriam os mais compatveis e de fcil acesso para serem disponibilizados aos pequenos negcios de negcios sociais.

    Entre os objetivos especficos, vale destacar os seguintes:

    facilitar ao Sistema Sebrae o entendimento dos desafios e oportunidades de desenvolvimento de aes de apoio aos negcios sociais;

    levantar e sistematizar informaes iniciais para realizao de futuros estudos e pesquisas necessrias para gerar conhecimento sobre e para os negcios sociais; e

    fomentar o empreendedorismo no setor de negcios sociais e disseminar a causa junto

  • Diretrizes | pg. 5

    aos potenciais empresrios.

    Adicionalmente, estas diretrizes estratgicas tambm objetivam propor aes especficas que necessitam ser desenvolvidas e implementadas face ao fortalecimento de uma nova estratgia de atendimento eficaz aos negcios sociais brasileiros, e tambm em relao a sua participao e contribuio para o desenvolvimento deste novo campo no Brasil como um todo.

    3. Justificativa para atuao do sistema sebrae

    O campo dos negcios sociais est ainda em construo e, por isso mesmo, h muito ainda a ser aprendido e desenvolvido. Apesar de ainda incipiente no Brasil, o setor de negcios sociais um segmento que vem assumindo carter estratgico no desenvolvimento socioeconmico, gerao de emprego, distribuio de renda, incluso social produtiva, gerao de tributos e atendimento a demandas socioambientais da base da pirmide.

    Os negcios sociais tambm estimulam novas qualificaes profissionais, alimentam a economia associada a outros segmentos produtivos e reforam a cidadania de grupos menos favorecidos da populao. Portanto, fortalecer e ampliar a participao dos pequenos negcios neste setor crucial para a obteno de resultados econmicos e sociais sustentveis.

    Para satisfazer as necessidades dos empreendedores de negcios sociais e incentivar a disseminao de novos modelos e gesto de negcios, preciso que o Sebrae inove na forma de atuao e relacionamento com os protagonistas deste setor e se adapte s novas realidades e arranjos produtivos dos cenrios socioeconmicos atuais, para

    assim cumprir, de forma ainda mais eficiente, a misso de promover a competitividade e o desenvolvimento sustentvel dos pequenos negcios e fomentar empreendedorismo para fortalecer a economia nacional.

    Os negcios sociais esto inseridos em um contexto inovador. So modelos hbridos de negcios, nos quais gerar lucro e comprometimento com a minimizao dos problemas sociais caminham juntos, rompendo com as tradicionais fronteiras entre setor social e privado, entre os negcios e os impactos sociais. Portanto, requerem ao Sebrae novas estratgias de atuao, o que motiva o presente documento.

    4. Bases conceituais: o que so negcios sociais

    A discusso conceitual sobre negcios sociais no Brasil extensa. Por se tratar de um campo novo e um modelo em evoluo, so vrias influncias conceituais, entendimentos e nomenclaturas. Os negcios sociais tambm so chamados de empresas sociais, empresas 2.5, empresas BOP (base da pirmide) ou negcios inclusivos.

    Porm, veremos que apesar da diversidade em terminologias, um dos pontos de consenso no debate sobre a definio a de que um negcio social existe para buscar soluo a uma questo social/ambiental ou pela ampliao de um impacto social/ambiental j produzido. A novidade que esta soluo desenvolvida considerando a viabilidade econmica da interveno, com base em estratgias e modelos de negcios. Significa dizer que: so solues de negcios para problemas socioambientais.

    Os negcios sociais buscam impacto socioambiental positivo gerado por meio do prprio core business do empreendimento, ou seja, a atividade principal deve beneficiar diretamente pessoas com faixa de renda mais baixas, as chamadas classes C, D e E. Portanto,

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    viabilidade econmica e preocupao social e ambiental possuem a mesma importncia e fazem parte do mesmo plano de negcios.

    Na prtica, se configuram como uma organizao de vrias naturezas jurdicas que opera como negcio, orientando-se pela lei da oferta e demanda e dedicando-se a conhecer seu pblico, oportunidades e riscos, e utilizando mecanismos de mercado para atingir seus propsitos sociais. Como um negcio tradicional, ele deve gerar suas prprias receitas a partir da venda de produtos e/ou de servios como de educao, sade, nutrio, tecnologia etc. Suas motivaes so gerar uma comercializao lucrativa aliada a um impacto socioambiental positivo com uma oferta de valor inovadora. Os negcios sociais mostram que no h conflito entre ambio social e econmica.

    Segundo o Centro de Empreendedorismo Social e Administrao em Terceiro Setor da Universidade de So Paulo (CEATS), a intencionalidade um fator importante e diferencial nos negcios sociais. Bem como sua relao com a realidade local e compromisso com o desenvolvimento do territrio. A anlise da realidade social e seu contexto so fundamentais para determinar o negcio social.

    Por exemplo: um servio que fornece eletricidade solar para uma comunidade rural isolada no Par poder ser considerado um negcio social pelas condies da realidade local e relevncia para demanda. No entanto, esse mesmo negcio social gerido pelos mesmos empreendedores no teria a mesma relevncia, por exemplo, em Campinas (SP), onde toda a populao est conectada rede eltrica regional. E, por isso, no seria considerado um negcio social.

    Alm disso, outra importante diferena dos negcios sociais para os tradicionais que esta iniciativa no desenvolvida apenas para

    um ganho pessoal e sim para benefcio de um grupo de pessoas.

    Imagine um caso tpico de micro empreendedor individual, morador da Rocinha, comunidad no Rio de Janeiro, que incentivada e apoiada pelo Sebrae a abrir o seu prprio negcio como meio de gerao de trabalho e renda: uma casa de empadas. Este caso no deve ser considerado um negcio social apenas pelo fato de ser gerido por um empreendedor de baixa renda e porque atua dentro de uma comunidade pobre. Porm, se esse mesmo negcio fosse uma iniciativa de um empreendedor que tivesse diretamente dedicado a mudar a situao econmica e social de um grupo de pessoas, poderia ser considerado um negcio social. Alm disso, sua estrutura empresarial deve ser diferenciada de uma tradicional, permitindo participao do pblico beneficiado na gesto e sua incluso em diferentes partes da cadeia produtiva.

    A outra diferena que envolve duas correntes divergentes relaciona-se distribuio de lucros gerados pela operao do negcio social. A primeira, liderada por Muhammad Yunus, economista pioneiro em usar o termo, fundador do Grameen Bank e ganhador do prmio Nobel da Paz em 2006, defende que os investidores s podem recuperar o capital investido, sem direito a lucro e dividendos. Segundo ele, o lucro deve ser totalmente reinvestido na empresa e destinado ampliao dos benefcios socioambientais.

    Outra corrente mais ampla, representada por Stuart Hart e Michael Chu, professores estudiosos do tema das Universidades de Cornell e Harvard, nos Estados Unidos, defende a distribuio de lucro por entender que isso possibilita atrair mais investidores e permite a criao de novos negcios na velocidade necessria para superar os desafios sociais existentes no mundo.

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    Vejam a seguir algumas definies de diferentes organizaes que promovem e apoiam o desenvolvimento de negcios sociais no Brasil e exterior.

    Artemisia (organizaco que potencializa e capacita talentos e empreendedores para a geraco de negcios de alto impacto social por meio de iniciativas nas reas de educaco, disseminaco de conhecimento e aceleraco de negcios sociais): Iniciativas economicamente rentveis que por meio da sua atividade principal (core business) oferecem solues para problemas sociais e/ou ambientais utilizando mecanismos de mercado.

    Fundao Avina (organizaco internacional que contribui para o desenvolvimento sustentvel da America Latina fomentando aliancas entre lideres sociais e empresariais com o apoio de outras instituicoes internacionais): Iniciativas economicamente rentveis que usam mecanismos de mercado para melhorar a qualidade de vida das pessoas de baixa renda, permitindo sua participao na cadeia de valor ou seu acesso a servios bsicos essenciais de melhor qualidade ou a menor preo.

    International Finance Corporation (pertence ao grupo World Bank assessora e financia, em parceria com outros investidores, empreendimentos e projetos do setor privado nos paises em desenvolvimento): Os modelos de negcios inclusivos ampliam o acesso a bens, servios e oportunidades de subsistncia para os que esto na base da pirmide, de formas comercialmente viveis e que podem ser reproduzidas e expandidas.

    NESsT (organizaco internacional que disponibiliza combinaco de capital financeiro, treinamento e mentoria, acesso a redes e mercados, para habilitar que seu portflio planeje, inicie ou expanda empresas sociais): Empresas sociais aplicam princpios e prticas de negcios para alcanar o bem social. Os retornos financeiros so reinvestidos em comunidades para a continuidade da sua

    finalidade social, de criao de empregos e/ou outros benefcios econmicos e sociais para as comunidades marginalizadas. um negcio criado para resolver um problema social crtico de forma financeiramente sustentvel e potencialmente lucrativo.

    Virtue Ventures (empresa norte-americana de consultoria em gesto focada em negcios sociais): Negcio social qualquer iniciativa criada para servir a um propsito social mitigar ou reduzir um problema social ou uma falha do mecanismo de mercado e para gerar valor social operando com a disciplina financeira, a inovao e a determinao caractersticas do setor privado.

    De acordo com a Artemsia, organizao aceleradora e especializada em negcios sociais, as caractersticas principais dos negcios sociais so as seguintes:

    Vende um produto ou servio que contribui para melhorar a qualidade de vida da populao de baixa renda;

    Esse produto ou servio principal capaz de sustentar financeiramente a empresa, de forma que ela no dependa de doaes ou captao de recursos para as suas operaes;

    Apresenta inovao no modelo de negcio (por exemplo, no modelo de distribuio, no produto ou servio, no sistema de precificao);

    Tem potencial de alcanar escala e opera de maneira eficiente; e

    H comprometimento do empreendedor e de sua equipe em melhorar a qualidade de vida da populao de baixa renda.

    O impacto positivo dos negcios sociais, segundo a Artemisia, pode ser viabilizado atravs das seguintes formas:

    Incluir grupos de baixa renda na cadeia produtiva de valor, como proprietrios,scios,

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    parceiros, funcionrios, fornecedores ou distribuidores;

    Ofertar produtos e servios, de qualidade e com preos acessveis, que contribuem diretamente para aumentar o acesso dos grupos de baixa renda a oportunidades e atendimento de necessidades bsicas em saneamento, alimentao, energia, sade e habitao; e

    Ofertar produtos e servios que melhoram a produtividade dos mais excludos, contribuindo indiretamente para o aumento de suas rendas como, por exemplo, equipamentos de custo mais baixo, venda de tecnologias e acesso a crdito produtivo.

    5. Como o sebrae enxerga os negcios sociais

    O Sebrae entende negcios sociais como: iniciativas financeiramente sustentveis, geridas por pequenos negcios, com vis econmico e carter social e/ou ambiental, que contribuam para transformar a realidade de populaes menos favorecidas e fomentem o desenvolvimento da economia nacional.

    Desta forma, o Sebrae concentrar esforos para estimular, atender e apoiar aqueles que dentre o seu pblico alvo original pequenos negcios buscam agregar uma nova dimenso ao ambiente empresarial e despertar uma nova conscincia social, respondendo a problemas concretos do cenrio econmico e social do Pas.

    A atuao do Sebrae com negcios sociais tem aderncia sua misso e viso de contribuir para o desenvolvimento sustentvel e construo de um Brasil mais equitativo pelo vis do fortalecimento dos pequenos negcios. Alm disso, se enquadra no direcionamento estratgico de 2022 ao ajudar para o alcance dos objetivos de contribuir para o desenvolvimento do pas por meio do fortalecimento dos pequenos negcios; prover conhecimento sobre e para os pequenos

    negcios; e ter excelncia no desenvolvimento dos pequenos negcios, contribuindo para a construo de um pas mais justo, competitivo e sustentvel.

    Dessa forma, para o Sebrae, os negcios sociais devem: Manter a finalidade lucrativa;

    Integrar impacto social, econmico e ambiental com estratgias de negcios;

    Relacionar sua estratgia com a realidade local em que est inserido;

    Ser economicamente viveis;

    Estar envolvidos na produo ou comercializao de produtos e na prestao de servios que gerem valor para as comunidades de baixa renda;

    Ter como motivao a busca por uma soluo a um problema social e no a motivao pessoal de autossustentao econmica e impactos indiretos na sociedade;

    Causar impacto direto na populao de baixa renda. Exemplos: 1) impacto econmico: aumento de renda, oportunidades de emprego; 2) acesso a servios de qualidade: sade, educao, coleta de lixo, cultura/arte etc.; 3) melhoria do bem-estar e qualidade de vida: relacionada com questes ambientais;

    Ter comprometimento com a mudana da realidade diagnosticada antes de a iniciativa ser implementada e no apenas em fazer o bem, uma vez que seus resultados so relevantes para a sustentabilidade do negcio;

    Promover o desenvolvimento das pessoas envolvidas na sua operao.

    No entendimento do Sebrae, negcios sociais vo alm de oferecer produtos e servios a custo acessvel populao da base da pirmide. Por exemplo, uma empresa de grande porte que est

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    instalada em uma comunidade de baixa renda e que oferece seus produtos para a populao local no considerada um negcio social, a menos que tenha algumas das caractersticas citadas acima.

    Tambm no so considerados como negcios sociais, para o Sebrae, aquelas empresas que mantm sua estrutura tradicional e se utilizam da mo de obra barata de pequenos empreendedores, como costureiras e produtores rurais, para oferecer um produto mais competitivo no mercado, sob tica de preo e vis da sustentabilidade, quando no atentam para as formas de precarizao das relaes de trabalho.

    Quanto escalabilidade, o Sebrae entende que no necessariamente ir ver as empresas sociais crescerem vertiginosamente at se tornarem grande empresas, mas possvel encontrar novos modelos de negcios que podem crescer pela soma de pequenos parceiros e no pelo crescimento de uma nica instituio. Por exemplo, quando uma organizao cresce a partir do fortalecimento dos seus pequenos e mltiplos parceiros atravs da melhoria da qualidade e quantidade da produo e ampliao do acesso ao mercado.

    Por outro lado, para o Sebrae, um negcio social no pode ser uma organizao do terceiro setor, comumente chamada de ONG, que deseja gerar renda para sua sustentabilidade sem considerar esta atividade como uma estratgia de negcio que gere resultados financeiros que possam ser distribudos a seus proprietrios/acionistas. No que tange distribuio de lucros, ainda no definido o quanto (percentual) do lucro deve ser reinvestido ou retornado aos investidores. Mas o fato que um negcio social deve perseguir o lucro e sua diviso deve ser discutida previamente entre os scios e investidores, de forma transparente.

    6. Pblicos e produtos compatveis para negcios sociais

    Para que o atendimento Sebrae aos empreendedores de negcios sociais no Brasil possa ser estratgico, diferenciado, eficaz e abarcar potencial de escalonamento, fazem-se necessrios o consenso e clareza dos segmentos de pblicos a serem beneficiados. Alm da segmentao de pblicos-alvo para receber atendimento, preciso refletir sobre quais produtos/solues, dentre os j existentes no Sistema Sebrae, so compatveis para entrega a cada um desses grupos.

    Apresentamos em seguida o mapeamento de seis pblicos que acreditamos ser pertinentes ao Sebrae no Brasil e um cruzamento lgico com os produtos/solues para cada um deles, considerando tambm a premissa de que atualmente, no Brasil, os negcios sociais esto estruturados por meio de vrias formas jurdicas, tais como empresas comerciais, associaes civis, cooperativas e Organizaes da Sociedade Civil de Interesse Pblico (OSCIP).

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    Pblico 1: Empreendedores da base da pirmide que fazem parte da cadeia produtiva scios, fornecedores e/ou distribuidores e cujos produtos e servios trazem impactos sociais/ambientais positivos s comunidades locais

    PerfilGeralmente residentes em comunidades de baixa renda, nvel educacional limitado, com pouca experincia profissional em empreendedorismo.

    Produtos/ Solucoes

    Orientao para formalizao Guia prtico para abrir uma empresa Oficinas do SEI (SEI Comprar, SEI Vender, SEI Controlar meu dinheiro, SEI Empreender,

    SEI Planejar, SEI Administrar, SEI Unir foras para melhorar) Negcio a negcio Aprender a empreender Determinao empreendedora Click marketing Comrcio Brasil Bolsa de negcios Bssola Sebrae Rodada de negcios Contedos de acesso a mercados Liderana estratgica Cultlder Cultura da liderana Mulher Empreendedora

    Pblico 2: Profissionais buscando reposicionamento da carreira para criar ou gerenciar novos negcios que causam impacto social/ambiental positivo

    Perfil

    Nvel educacional elevado, portadores de diplomas universitrios e em muitos casos ps-graduados, j trabalharam anteriormente em empresas, iniciantes em empreendedorismo prprio, motivados em buscarem atividades profissionais que tambm tenham significado pessoal, geralmente na faixa de 30 a 40 anos de idade.

    Produtos/ Solucoes

    Empretec Na Medida Sebraetec Sebrae Mais (para empresas com mais de dois anos de existncia) Gesto da qualidade: requisitos da ISO 9001 Comrcio Brasil Bolsa de negcios Bssola Sebrae Rodada de negcios Contedos de acesso a mercados Click Marketing Contedos de acesso a mercados Liderana estratgica Cultlder Cultura da liderana

  • Diretrizes | pg. 11

    Pblico 3: Recm-formados ou estudantes universitrios, com esprito empreendedor, que se interessem em abrir umastart up de negcios sociais

    PerfilNvel educacional alto, pouca experincia no mundo do trabalho formal, iniciantes em empreendedorismo prprio, motivados em buscarem atividades profissionais que tambm tenham significado pessoal, geralmente na faixa de 20 a 30 anos de idade.

    Produtos/ Solucoes

    Empretec Na Medida Sebraetec Sebrae Mais (para empresas com mais de dois anos de existncia) Comrcio Brasil Bolsa de negcios Bssola Sebrae Rodada de negcios Contedos de acesso a mercados Click Marketing Inovarejo IPGN (Iniciando um Pequeno Grande Negcio) Contedos de acesso a mercados Liderana estratgica

    Pblico 4: Grupos envolvidos em empreendedorismo coletivo, solidrios e autogestionrios (empreendimentos da economia solidria/EES, empreendimentos de comrcio justo, cooperativas, consrcios, associaes de produtores rurais, associaes de comrcio e indstria). Localizados em reas urbanas e rurais com atuao em vrios setores econmicos

    Perfil

    Nvel educacional mdio, com experincia em empreendedorismo coletivo (porm, em alguns casos, mais voltado prtica social em vez do mercado), geralmente com motivao em incluso social, gerao de renda e desenvolvimento local sustentvel e no necessariamente lucratividade, competitividade e prospeco de novos mercados.

    Produtos/ Solucoes

    Central de negcios Programa Redes Associativas Juntos somos fortes (associativismo) Cultcoop (para empresas que integram projetos coletivos do Sebrae) Comrcio Brasil Click marketing Bolsa de negcios Bssola Sebrae Rodada de Negcios Contedos de acesso a mercado Liderana estratgica Central de negcios No Campo Oficina de Liderana Empretec Na Medida Sebraetec Sebrae Mais (para empresas com mais de dois anos de existncia) Determinao Empreendedora

  • Diretrizes | pg. 12

    Pblico 5: Gestores e empreendedores de negcios sociais oriundos de organizaes do terceiro setor, porm empreendendo com personalidade jurdica de empresa comercial, e no ONGs

    Perfil

    Nvel educacional alto, com experincia acumulada em prtica social do terceiro setor, porm sem experincia em gesto de negcios financeiramente sustentveis, principalmente nas questes-chave de

    lucratividade, competitividade e prospeco de novos mercados.

    Produtos/ Solucoes

    Aprender a empreender Click marketing Comrcio Brasil Bolsa de negcios Bssola Sebrae Rodada de negcios Contedos de acesso a mercados Liderana estratgica IPGN (Iniciando um Pequeno Grande Negcio) Central de negcios Liderana estratgica Empretec Na Medida Sebraetec Sebrae Mais (para empresas com mais de dois anos de existncia)

    Pblico 6: Empreendedores de negcios sociais com dificuldades de insero no mercado de trabalho e incluso produtiva no Brasil: egressos do sistema penal, pessoas com deficincias/necessidades especiais, representantes de comunidades quilombolas, minorias tnicas (indgenas) e jovens em situao de risco social

    PerfilNvel educacional geralmente baixo, destitudos de vivncias anteriores de empregabilidade formal e sem experincia em negcios e gesto de empreendimentos.

    Produtos/ Solucoes

    Orientao para formalizao Guia prtico para abrir uma empresa Oficinas do SEI (SEI Comprar, SEI Vender, SEI Controlar meu dinheiro, SEI Empreender, SEI Planejar, SEI

    Administrar, SEI Unir foras para melhorar) Negcio a negcio Aprender a empreender Determinao empreendedora Click marketing Comrcio Brasil Bolsa de negcios Bssola Sebrae Rodada de negcios Contedos de acesso a mercados Liderana estratgica Cultlder Cultura da liderana Mulher Empreendedora

  • Diretrizes | pg. 13

    Um outro direcionamento estratgico para nortear o atendimento Sebrae por meio da compatibilidade entre as diversas fases dos negcios sociais (independentemente de quais segmentos de pblicos os empreendedores se encaixem), com a entrega de produtos/ solues pertinentes a cada uma das etapas, as quais destacamos abaixo.

    Produtos/solues compatveis para negcios sociais em fase de ideia

    Objetivo: atender s necessidades de empreendedores durante a fase inicial de planejamento.

    Orientao para formalizao

    Guia prtico para abrir uma empresa

    Aprender a empreender

    Determinao empreendedora

    Click marketing

    Bssola Sebrae

    Contedos de acesso a mercados

    Mulher Empreendedora

    IPGN (Iniciando um Pequeno Grande Negcio)

    Produtos/solues compatveis para fortalecer a gesto, processos e lucratividade de negcios sociais que j operam

    Objetivo: atender s necessidades de empreendedores visando ao aprimoramento da gesto comercial, expanso nas cadeias de fornecimento e base de clientes, introduo de tecnologias e processos e prospeco de novos mercados.

    Negcio a negcio

    Comrcio Brasil

    Bolsa de negcios

    Contedos de acesso a mercados

    Liderana estratgica

    Cultlder Cultura da liderana

    Empretec

    Na Medida

    Sebraetec

    Sebrae Mais (para empresas com mais de dois anos de existncia)

    Gesto da qualidade: requisitos da ISO 9001

    Programa Redes Associativas (associativismo)

    Juntos somos fortes (associativismo)

    Cultcoop (para empresas que integram projetos coletivos do Sebrae)

    Produtos/solues compatveis para promover canais de articulao com stakeholders do setor e incentivar desenvolvimento de negcios

    Objetivo: atender s necessidades de empreendedores visando expanso em rede de contatos e alcance de um maior volume de negcios.

    Bolsa de negcios

    Rodada de negcios

    Contedos de acesso a mercados

    Comrcio Brasil

    Central de negcios

  • Diretrizes | pg. 14

    7. Setores econmicos prioritrios de negcios sociais no brasil: potencial para oferta de atendimento sebrae

    Os setores econmicos prioritrios abaixo so indicativos e os estados/regies geogrficas nacionais podero adequar de acordo com suas vocaes

    gua e Saneamento Bsico - por exemplo: um negcio social que desenvolve e comercializa tecnologia inovadora e de baixo custo para o reaproveitamento e reutilizao de gua escura, para uso domstico, em comunidade afetada pela estiagem.

    Agricultura - por exemplo: um negcio social que trabalhe com a formao de pequenos agricultores dentro das tcnicas da agroecologia e cria um modelo de distribuio de cestas de produtos orgnicos aos consumidores, promovendo uma eficiente cadeia produtiva.

    Artesanato - por exemplo: um negcio social que desenvolve acessrios e brindes artesanais provenientes de resduos gerados da operao de outras empresas e os comercializa em grandes feiras de brindes corporativos ou venda direta, gerando receita para os artesos e outras instituies envolvidas.

    Canais de Distribuico - por exemplo: um dos maiores problemas para artesos e pequenos produtores rurais a comercializao dos produtos. Uma das sadas que busca resolver esta questo a criao de uma rede de venda direta, porta a porta, de produtos artesanais produzidos por grupos de baixa renda. A rede operada por vendedoras que ganham comisso a partir de suas vendas. E os grupos produtivos ampliam sua receita no s com as vendas, mas com o fortalecimento da qualidade produtiva.

    Cultura - por exemplo: um negcio social que preste consultoria a espaos culturais como museus para adequaes acessibilidade de

    pessoas com deficincias auditivas, visuais, mentais ou motoras. Alm de promover mudanas na arquitetura desses locais, tambm so formados agentes culturais para o atendimento especializado deste pblico e desenvolvidos novos projetos culturais e exposies de arte, que j inclui a acessibilidade na sua concepo.

    Educaco - por exemplo: creches comunitrias particulares oferecendo educao de alta qualidade e em horrio comercial para que os pais possam trabalhar, a um preo acessvel para as famlias de baixa renda; ou aulas interativas de reforo escolar para determinadas disciplinas via plataforma online que pode ser acessada gratuitamente.

    Energia - por exemplo: negcio social que desenvolve tecnologia de gerao de energia solar, como o caso de foges solares, a preos acessveis para famlias sem acesso rede de distribuio eltrica.

    Habitaco - por exemplo: um negcio social que produz e comercializa tijolos ecolgicos para baratear o custo em obras de construo em comunidades carentes e envolve o pblico na sua fabricao.

    Meio Ambiente - por exemplo: um negcio social que presta servios a grandes empresas que desejam certificar suas operaes e obter licenas ambientais e capacitam tcnicos a trabalharem com o manejo sustentvel em rea de reservas ambientais.

    Tecnologia de Informaco e Comunicaco - por exemplo: plataforma online de divulgao de dados sobre medicamentos de baixo custo, vacinao e postos de atendimentos de sade, com o intuito de oferecer acesso informao de qualidade e contribuir para a preveno de doenas.

    Turismo - por exemplo: uma agncia de turismo que tem compromisso com o desenvolvimento dos locais que sero

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    visitados por seus clientes, oferecendo vivncia e conhecimento sobre as manifestaes culturais locais. Alm disso, preparam a populao local para receber bem os turistas, com aberturas de casas de albergues, pequenas pousadas e transformam a visita de um ateli de um artista popular em uma aula experimental.

    Sade - por exemplo: oferecimento de consultas e exames mdicos de boa qualidade a preos acessveis para a populao de baixa renda que no tem acesso a planos de sade e desenvolvimento de aparelhos mdicos com tecnologia de ponta, mas de baixo custo financeiro.

    Servicos financeiros/microfinancas: por exemplo: um negcio social que fornece crdito gil e desburocratizado para pequenos empreendedores, em sua maioria comerciantes formais ou informais excludos da poltica do sistema financeiro e tambm oferece um trabalho de fortalecimento da gesto financeira desses pequenos negcios.

    8. Princpios norteadores

    Destacamos a seguir os princpios que devero nortear a atuao do Sistema Sebrae no setor de negcios sociais e no fomento de iniciativas estratgicas.

    Percepo da sustentabilidade como fator de desenvolvimento local e regional;

    Incluso produtiva com base em uma economia mais solidria;

    Contribuir para o desenvolvimento territorial e de cadeias produtivas locais, incentivando potencialidades e vocaes econmicas, estimulando a valorizao das redes, dos costumes, da tradio, com foco nos negcios sociais;

    Incentivar a cultura de inovao como vetor

    de desenvolvimento dos negcios sociais;

    Desenvolver e implantar gesto do conhecimento sobre e para os negcios sociais por meio de busca constante das melhores prticas no Brasil e exterior;

    Promover capacidade interna (equipe e consultores) e competncia tcnica dos profissionais envolvidos no atendimento aos negcios sociais;

    Comprometimento com os clientes na entrega de produtos e servios customizados aos empreendedores de negcios sociais, voltados conquista e ampliao de novos mercados, acesso tecnologia e inovao, capacitao em gesto e processos;

    Escala na abordagem de negcios sociais na estrutura dos Sebraes/UF; e Sebrae/NA (atender a milhares de negcios sociais nos prximos 3 a 5 anos por meio dos postos e plantes de atendimento, oficinas/cursos online e presenciais, servios 0800, portal na internet, aes especiais etc.)

    Listagem anexos

    Anexo I: Caractersticas dos Negcios Sociais

    Anexo II: Contextualizao do Setor no Brasil Mapeamento

    Anexo III: Principais Desafios do Mercado de Negcios Sociais no Brasil

    Anexo IV: Principais Desafios Enfrentados pelos Empreendedores

    Anexo V: Experincias Internacionais

    Anexo VI: Exemplos de Negcios Sociais no Brasil

    Anexo VII: Exemplos de Negcios Sociais em Outros Pases

  • Diretrizes | pg. 16

    9. Pesquisa bibliogrfica

    I. Documentos sistema sebrae

    Direcionamento Estratgico do Sistema Sebrae 2009 2015

    Termo de Referncia Atuao do Sistema Sebrae na Economia Criativa Julho 2012

    Termo de Referncia Atuao do Sistema Sebrae na Economia Digital Julho 2012

    Termo de Referncia Atuao do Sistema Sebrae na Cultura e Entretenimento 2007

    Termo de Referncia de Compras Governamentais (Sistema Sebrae) 2012

    II. Fontes sobre os produtos sebrae

    www.sebrae.com.br

    www.sebrae-sc.com.br

    www.sebraesp.com.br

    www.sebrae-rs.com.br

    www.sebraepr.com.br

    www.agenciasebrae.com.br

    www.biblioteca.sebrae.com.br

    www.noticias.sebrae.com.br

    primeiraedeicao.com.br/noticia/2013/04/05/SEBRAE.intinerante

    www.bolsa.sebrae.com.br

    www.sebraemg.com.br

    www.clickmarketing.sebrae.com.br

    www.sebrae.com.br/customizado/acesso-a-mercados/sebrae-mercado/comercio-brasil

    www.comerciobrasil.sebrae.com.br

    www.sebrae.com.br/mercado

    www.caciva.com.br

    www.am.sebrae.com.br

    www.pi.sebrae.com

    www.sebraemg.com.br/bibliotecadigital/documento/Cartilha-Manual-ou-Livro/Como-Abrir-uma-Empresa

    www.agenciasebrae.com.br/noticia/13307673/ultimas-noticias/projeto-leva-inovacao-a-pequenas-empresas-do-comercio/

    http://pme.estadao.com.br/noticias/noticias,sebrae-vai-ensinar-o-que-e-preciso-para-inovar-a-40-mil-pequenas-empresas-do-comercio,1669,0.htm

    www.ead.sebrae.com.br/quero-empreender/ipgn-iniciando-um-pequeno-e-grande-negocio/

    www.ead.sebrae.com.br

    www.sebrae-rs.com.br/cursos_palestras/detalhes.php?id=4366

    www.sebrae.com.br/uf/mato-grosso/

    http://seunegocioproprio.org/sebrae-para-mulheres-empreendedoras/

  • Diretrizes | pg. 17

    www.sebrae-rs.com.br/index.php/quero-melhorar-meu-negocio/73-quero-melhorar/175-negocio-a-negocio-melhorar

    www.sebrae.com.br/uf/bahia/produtos-e-servicos/negocio-a-negocio

    III. Blogs, portais e sites

    ANDE Polo Brasil (www.andepolobrasil.org/)

    Artemisia (www.artemisia.org.br/)

    Ashoka (www.ashoka.org.br/)

    Centro de Empreendedorismo Social e Administrao em Terceiro Setor (www.ceats.org.br)

    Community Enterprises in Scotland (http://ceis.org.uk/)

    Community Interest Companies Association (www.cicassociation.org.uk)

    Empreendedor Social/ Folha de So Paulo (www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/)

    Fourth Sector (www.fourthsector.net)

    Fundao AVINA (www.avina.net/por/)

    Fundao Grameen (www.grameenfoundation.org/)

    Grameen Bank (www.grameen-info.org/)

    Harvard Business Review (http://hbr.org/)

    IBGE (www.ibge.gov.br)

    Ideia Sustentvel (www.ideiasustentavel.com.br/)

    Inovao Social e Desenvolvimento (http://bussacos.blogspot.com.br/)

    Instituto de Cidadania Empresarial (www.ice.org.br)

    Instituto Walmart (www.iwm.org.br/)

    International Finance Corporation (http://www1.ifc.org/)

    Negcios Sociais.com (http://negociossociais.com)

    Mapeamento Negcios Sociais Empreendedores (http://bit.ly/ZPC5VK)

    Mapeamento Negcios Sociais Desenvolvedores e Investidores (http://bit.ly/WWUrxE)

    Negcios Sociais e Desenvolvimento (http://negociosedesenvolvimento.wordpress.com)

    NESST (www.nesst.org/)

    Next Billion Brasil (brasil.nextbillion.net/)

    Next Billion Net (www.nextbillion.net)

    Omydiar Network (www.omidyar.com/)

    Ontario Ministry of Economic Development, Trade and Employment (www.ontariocanada.com/ontcan/1medt/en/home_en.jsp)

    Organizao para Cooperao e Desenvolvimento Econmico (www.oecd.org)

    Planeta Sustentvel (http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/)

    Plano CDE (www.planocde.com.br/)

    Potencia Ventures (www.potenciaventures.net/)

    Projeto Brasil27 (www.projetobrasil27.com.br/)

  • Diretrizes | pg. 18

    Quintessa (http://quintessa.org.br)

    Territrios Em Rede Sebrae (www.territoriosemrede.com.br/ negocios-sociais)

    Sitawi (http://www.sitawi.net)

    Social Enterprise Alliance (www.se-alliance.org)

    Social Enterprise Council of Canada (www.enterprisingnonprofits.ca)

    Social Enterprise Network The Guardian (http://socialenterprise.guardian.co.uk/)

    Social Enterprise UK (www.socialenterprise.org.uk)

    Social Enterprise World Forum 2012 (www.sewf2012.org)

    Social Traders Australia (www.socialtraders.com.au/)

    Strategos Consultoria Poltica (www.strategos.org.br)

    UK Trade & Investment (www.ukti.gov.uk)

    Virtue Ventures (www.virtueventures.com/)

    Vox Capital (www.voxcapital.com.br/)

    IV. Entrevista

    Marcelo Gomes Rodrigues (Secretrio Geral UNISOL Brasil)

    V. Revistas

    Alliance Magazine (www.alliancemagazine.org/)

    poca (http://revistaepoca.globo.com)

    Exame (http://exame.abril.com.br)

    Pequenas Empresas e Grandes Negcios (http://revistapegn.globo.com)

    VI. Livros

    BARKI, E.; COMINI, G. M.; AGUIAR, L. A three-pronged approach to social business: A Brazilian Multi-Case Analysis. In:C. K. Pragalads Legacy: Business for Poverty Alleviation. San Diego: C. K. Pragalads Legacy: Business for Poverty Alleviation, 2011. p. 2-30.

    JAMES, E. A.; GUTIRREZ, R.; OGLIASTRI, E.et al.Effective management of social enterprises:Lessons drawn from collaborations of business and civil society organizations.Cambridge, MA: Harvard University Press, 2006.

    YUNNUS, MOHAMMAD. Criando um Negcio Social: como iniciativas economicamente viveis podem solucionar os grandes problemas da sociedade. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

  • Anexo I - Caractersticas principais dos negcios sociais

  • Anexo I | pg. 20

    Caractersticas principais dos negcios sociaisDe acordo com o Projeto Brasil27, organizao brasileira que estuda modelos de negcios sociais bem sucedidos e promissores no Pas, possvel derivar algumas caractersticas comuns aos negcios sociais, apresentadas a seguir, sejam quais forem as conceituaes e definies empregadas pelos atores deste setor no Brasil e exterior.

    Propsito

    As vrias definies conceituais apontam o ethos social dos negcios sociais como sua caracterstica fundamental. Os negcios sociais diferem de negcios comerciais por seu objetivo principal: enquanto empresas tradicionais buscam maximizar seu lucro (ou o retorno sobre o investimento), negcios sociais buscam maximizar tambm um determinado impacto social ou ambiental. Diferentemente dos negcios tradicionais que visam ao lucro como propsito inicial, o que motiva a criao de um negcio social a busca pela soluo (endereamento) de uma questo social ou pela ampliao de um impacto social j produzido.

    Envolvimento com atividade comercial

    Negcios sociais so businesses e por isso esto envolvidos em atividades de mercado, fazendo parte de cadeias de valor. Mais importante ainda, eles buscam atingir seus objetivos sociais por meio dessas atividades comerciais, oferecendo solues de mercado s questes sociais. Esta caracterstica os distingue de ONGs. Outro ponto fundamental que esta atividade comercial tenha perspectiva de sustentabilidade financeira.

    Distribuio de lucros

    Ainda que o propsito primrio de um negcio social no seja maximizar lucros, sua viabilidade financeira de longo prazo requer uma operao lucrativa. A diferena entre negcios sociais e comerciais reside no uso desse excedente e existem duas grandes correntes sobre esta questo. A primeira, liderada por Muhammad Yunus, fundador do Grameen Bank, defende que os investidores s podem recuperar o capital investido, sem direito a lucro e dividendos. Estes devem ser totalmente reinvestidos na empresa e destinados sua expanso. Outra corrente mais ampla, representada por Stuart Hart e Michael Chu, professores estudiosos do tema das Universidades de Cornell e Harvard, nos Estados Unidos, defende a distribuio de lucro por entender que isso possibilita atrair mais investidores e permite a criao de novos negcios na velocidade necessria para superar os desafios sociais existentes no mundo.

    Governana e participao de stakeholders nos processos de tomada de deciso

    Dado o ethos social e consequentemente comunitrio dos negcios sociais, h muitos casos em que essas organizaes sejam gerenciadas de forma participativa e transparente. Esse envolvimento de stakeholders nos processos de tomada de deciso pode ocorrer de vrias formas: desde a tradicional gesto compartilhada composio do conselho da empresa (que supervisiona as aes do comit executivo), no caso de empresas maiores.

    Adicionalmente, segundo, Viviane Naigerobin, da Potencia Ventures, tambm importante lembrar que um negcio social no deve apenas servir a pessoas de baixa renda, mas sim buscar trabalhar com elas para promover mudanas no mundo. O

  • Anexo I | pg. 21

    campo frtil para o surgimento de novas formas de governana, porque trabalha com um novo pressuposto: que a criao de negcios deve distribuir poder entre mais e diferentes pessoas. Ao mesmo tempo, o negcio social deve evitar criar estruturas organizacionais muito complexas que tornem a tomada de decises lenta e pouco eficiente, inviabilizando seu desenvolvimento.

    tambem fundamental que um negcio social considere:

    trabalho em rede, fazendo parcerias com diferentes stakeholders, de forma a fortalecer e ampliar o impacto da atuao do negcio;

    relaes de trabalho decente (combate ao trabalho escravo, forado ou infantil; trabalhadores devem operar dentro de normas de segurana);

    cuidado com a cadeia produtiva (seleo e avaliao dos fornecedores);

    gerenciamento do impacto ambiental (minimizar os impactos ambientais e o uso dos recursos naturais); e

    articulao com as polticas pblicas.

  • Anexo II - Contextualizao do setor no pas: mapeamento dos negcios sociais no brasil

  • Anexo II | pg. 23

    Contextualizao do setor no pas: mapeamento dos negcios sociais no brasil

    O recente mapeamento, em novembro de 2011, dos negcios sociais/inclusivos brasileiros, realizado pelo Plano CDE (empresa focada em inteligncia e consultoria sobre a base da pirmide) e coordenado pela Fundao Avina, Potencia Ventures (oferece capital financeiro e intelectual para o desenvolvimento de ecossistemas de negcios em mercados emergentes) e ANDE Polo Brasil (pertence a uma rede internacional de organizaes que apoiam pequenas empresas em crescimento em 150 mercados emergentes), identificou 140 negcios sociais/inclusivos no pas e aprofundou a pesquisa com 50 deste grupo.

    A organizao NextBillion Brasil, cuja misso promover a discusso, atravs de plataforma online, sobre o papel dos negcios e da empresa privada na luta contra a pobreza e a degradao ambiental no contexto latino americano, e o Projeto Brasil 27, organizao que estuda modelos de negcios sociais bem sucedidos e promissores do Brasil, sistematizaram os principais resultados deste mapeamento, os quais destacamos abaixo.

    Distribuico geogrfica:

    Sudeste: 50%;

    Nordeste = 26%;

    Sul: 4%;

    Norte: 6%;

    Centro-Oeste: 4%.

    Atividade econmica majoritria:

    72% servios.

    Perfil dos empreendedores fundadores:

    8 em cada 10 tm nvel superior ou ps-graduao;

    78% deles j empreenderam 1 ou mais negcios anteriormente.

    Foco de atuaco:

    Educao: 34%;

    Microcrdito/Servios Financeiros: 24%;

    Cultura: 24%;

    Canais de Distribuio: 18%;

    Micro crdito/Capacitao empreendedora: 12%;

    Artesanato e vesturio: 12%;

    Agricultura, turismo e alimentos: 12%;

    Habitao: 6%;

    Sade: 4%;

    Tecnologia: 2%.

    Desenvolvimento do modelo de negcio:

    2/3 dos entrevistados declararam ter desenvolvido seu modelo de negcio por conta prpria; e

    1/3 afirmou ter obtido apoio, principalmente de universidades ou inspirando-se em modelos internacionais.

    Tempo de existncia:

    52% dos negcios foram criados nos ltimos 5 a 6 anos;

    64% deles declararam que j no dependem de doaes, sendo que metade j opera em vrias regies do Pas e 28% tm abrangncia internacional.

  • Anexo II | pg. 24

    Sustentabilidade financeira:

    86% dos entrevistados afirmaram contar com recursos prprios para financiar suas operaes do dia a dia, enquanto 10% utilizam emprstimos e 4% contam com o auxlio de doaes.

    Quem compra:

    74% indivduos em seus domiclios;

    60% empresas pequenas e mdias;

    48% empresas grandes;

    26% ONGs;

    18% governo.

    Impacto social:

    Pblico principal beneficiado: pessoas que pertencem s faixas de renda mais baixas de at 5 salrios mnimos, com concentrao de at dois salrios.

    Beneficirios por grupo demogrfico:

    76% populao em geral;

    38% mulheres;

    16% crianas, adolescentes e deficientes;

    16% minorias e grupos marginalizados.

    Aspectos de sucesso dos negcios sociais:

    Foco no impacto social desde o incio;

    Experincia empreendedora anterior;

    Planejamento da independncia financeira;

    Medio de resultados e impacto;

    Apoio tcnico e desenvolvimento contnuo;

    Benefcio/impacto populao da base da pirmide.

    Tipologias especificas de impacto social:

    Aumento de renda/produtividade;

    Acesso a bens de consumo;

    Acesso educao;

    Acesso informao;

    Acesso moradia;

    Acesso a servios financeiros;

    Aumento de renda/produtividade;

    Capacitao;

    Desenvolvimento de comunidades;

    Gerao de emprego;

    Melhorias nas condies de sade;

    Preveno e combate a doena.

    Consideracoes adicionais sobre o mapeamento: A base da pirmide no faz parte desse

    cenrio empreendedor (78% dos entrevistados possuem ensino superior ou ps-graduao);

    96% dos entrevistados comearam seus negcios com o objetivo de gerar impacto social, mas apenas metade dos entrevistados mensura seu impacto social;

    Empreendimentos analisados se propem a atingir (pelo menos seus beneficirios se enquadram) a base da pirmide;

    Foco vender produtos para pessoas fsicas ou para empresas.

  • Anexo III - Principais desafios do mercado de negcios sociais no brasil

  • Anexo III | pg. 26

    Principais desafios do mercado de negcios sociais no brasil

    Vrios artigos publicados recentemente vm abordando os principais desafios vistos no mercado de negcios sociais no Brasil.

    Entre eles, destacamos a seguir algumas ideias de trs artigos: um de Renata Truzzi, da NESsT Brasil, publicado em setembro de 2012 na revista Alliance Magazine, outro de Viviane Naigeborin, da Potencia Ventures, e um terceiro de Randall Kepner da Aspen Network of Development Entreprenuers/ANDE, publicado no Jornal Folha de So, edio online em abril de 2013.

    Necessidade de construir um ecossistema apropriado ao desenvolvimento dos negcios sociais, que inclua profissionais qualificados em diferentes reas (advogados, contadores, gestores, investidores etc.).

    Acesso facilitado e menos burocrtico ao crdito, com menores custos transacionais e de capital.

    Necessidade de novos modelos de investimento e de cultura de relacionamento entre empreendedores de negcios sociais e investidores.

    Falta de mecanismos conectores de mercado que promovam o encontro de negcios sociais procurando fundos de capital de investimento e investidores individuais que possam prov-los. A infraestrutura para facilitar os investimentos ainda no existe. Ao contrrio das classes tradicionais de private equity, no h relatrios de pesquisa mo que rastreiem a atividade de empresas individuais.

    Os investidores apontam como um dos grandes desafios encontrar trs elementos essenciais, e em sinergia, nos negcios sociais: a identificao de uma oportunidade real de negcios relacionada a um problema

    social; um modelo de negcios robusto e uma forte equipe de gesto. A pipeline de novos negcios prontos para receberem investimento continua estreita e o nmero de histrias de sucesso continua pequeno.

    comum que esses negcios tardem mais do que uma empresa tradicional para alcanar o break-even. Entre as razes, destaca-se o fato de estarem desenvolvendo novos mercados novos produtos ou servios, novos processos ou novos pblicos sobre os quais ainda existe pouca referncia. Isso lhes obriga a investir mais para desenvolver e testar modelos eficientes de produo, promoo ou distribuio de seus produtos ou servios.

    Ainda h uma falta de clareza e consistncia na terminologia para empresas sociais no Brasil. Embora o termo negcios sociais tenha ganhado momento e credibilidade, ainda h uma confuso por algumas empresas referirem-se sua responsabilidade social corporativa como negcio social.

    Negcios sociais precisam se integrar na cadeia produtiva e de suprimentos de grandes empresas e do governo. Isso representa uma oportunidade no apenas para atingir viabilidade financeira, mas, principalmente, para dar escala a seus impactos sociais e ambientais. Para isso, negcios sociais devem ganhar competitividade. Portanto, treinamento em gesto, capacitao em intervenes sociais, e disseminao de conhecimento so fundamentais. No entanto, preciso estar atento para que as relaes contratuais e relaes de trabalho entre negcios sociais, grandes empresas e governo no se precarizem.

  • Anexo IV - Principais desafios enfrentados pelos empreendedores de negcios sociais no brasil

  • Anexo IV | pg. 28

    Principais desafios enfrentados pelos empreendedores de negcios sociais no brasilOutra pesquisa recente, publicada em final de 2011 e tambm realizada pelo Plano CDE e coordenado pela Fundao Avina, Potencia Ventures e Ande Polo Brasil, com 60 incubadoras e 24 aceleradoras de negcios sociais/inclusivos no Brasil, identificou os principais desafios enfrentados pelos gestores desses empreendimentos.

    Estes desafios, apresentados abaixo, tambm podem ser entendidos pelo Sebrae como fatores norteadores para a sua estratgia como um todo e particularmente em relao entrega de atendimento, incluindo a adequao de produtos j existentes e/ou desenho de novas solues.

    Falta de capital para abrir o negcio.

    Falta de capital de giro.

    Burocracia.

    Falta de capacitao do empreendedor e/ou equipe.

    Falta de estrutura tcnica dos empreendimentos.

    Desenho de modelos de governana que no sejam centralizadores.

    Como ainda h pouca fiscalizao ou controle social das relaes de trabalho que se do nessa rea, os pequenos negcios sociais so vulnerveis precarizao das relaes.

    Conhecimento limitado sobre as fontes de financiamento e potenciais stakeholders e falta de acesso a eles;

    Plano de negcios ruim.

    Modelo de negcio pouco desenvolvido.

    Baixo acesso tecnologia de ponta.

    Dificuldade em monitorar e avaliar seus resultados econmicos e sociais de maneira clara e consistente.

    Adicionalmente, tambm vale destacar a contribuio de Cristina Yoshida Fernandes, especialista brasileira em negcios sociais, que por meio de seu blog Negcios Sociais e Desenvolvimento enumera alguns dos outros e mais especficos desafios enfrentados pelos empreendedores de negcios sociais, que reproduzimos integralmente abaixo.

    Entender o mercado: a ideia de introduzir no mercado um produto que ir impactar a vida de muitas pessoas pode parecer simples, mas possui seus desafios. Alm das dificuldades relacionadas ao design do produto, muitas vezes esses mercados no esto preparados para receber o produto ou servio em questo, ou no tem conscincia de sua necessidade ou benefcio. Tambm importante destacar que a escala das atividades exerce um papel importante nesta questo, j que o empreendimento precisa atingir certo nvel operacional para se tornar financeiramente vivel. Por estar lidando com populaes de baixa renda, so comuns os modelos de negcio que apostam na receita de preo baixo, margem baixa e alto volume de vendas, receita arriscada j que depende de grande penetrao no mercado consumidor.

    Conciliar retorno financeiro a impacto socioambiental: a principal caracterstica de um negcio social, a misso de aliar retorno financeiro ao impacto scio ambiental, pode criar diversos desafios para os empreendedores, j que gerenciar a necessidade de obter retorno financeiro, realizar o pagamento de compromissos financeiros e ainda assim gerar o impacto esperado no tarefa simples. As dificuldades provenientes desta caracterstica,

  • Anexo IV | pg. 29

    que chamada de Double Bottom Line em ingls, podem ser ainda mais agravadas quando o perfil do investidor diverge do perfil dos gestores, o que pode dificultar muito a tomada de decises. Por esse motivo, muito importante que o empreendedor conhea bem as formas de investimento disponveis no mercado, e busque um investidor que esteja alinhado com os objetivos de seu negcio. Alem disso, vale destacar que negcios sociais tomam mais tempo para alcanar seu ponto de equilbrio financeiro, em comparao com modelos de negcios convencionais, principalmente por estarem entrando em novos mercados, que so muitas vezes despreparados.

    Capital Financeiro: so vrias as notcias de que o capital disponvel para empreendedores sociais no para de crescer, ano aps ano. Um estudo realizado em parceria entre J.P Morgan e GIIP afirma que em 2013 USD 9 bilhes sero investidos em negcios de impacto. No entanto, as opes ainda so muito limitadas e os fundos de investimento especializados no setor possuem perfis muito parecidos. Apesar de estarem dispostos a receber rendimentos abaixo dos encontrados em mercados tradicionais, poucos dos investidores demonstram interesse em prestar suporte, seja financeiro ou tcnico, a empreendimentos em fase de desenvolvimento ou validao de seus modelos de negcio. Tal

    comportamento dos fundos de investimento compreensvel, j que os riscos envolvidos em um empreendimento j maduro so muito menores do que os riscos iniciais que qualquer empreendimento est sujeito. No entanto, evidente que esta situao torna ainda mais difcil a criao de modelos de negcio inovadores, que normalmente tomam tempo e recursos para serem desenvolvidos.

    Capital Humano: da mesma maneira, por ser um setor relativamente novo, ainda so poucas as pessoas que se interessam em uma carreira na rea. Mesmo na ndia, onde o setor se encontra em um nvel de desenvolvimento um patamar acima do encontrado no Brasil, os negcios sociaislistam a dificuldade de recrutar profissionais qualificados como o maior desafio relacionado a recursos humanos. A principal razo a percepo por parte dos profissionais de que o setor voltil e no capaz de oferecer os mesmos nveis de salrios que setores tradicionais. Alm disso, o crescimento recente do setor no Brasil tem atrado cada vez mais estudantes e jovens que planejam uma carreira no setor, mas atualmente a maioria dos profissionais que atuam na rea vem do ambiente de organizaes sem fins-lucrativos ou de negcios tradicionais, o que por muitas vezes acaba gerando frustraes para o empreendedor.

  • Anexo V - Experincias internacionais

  • Anexo V | pg. 31

    Experincias internacionaisO setor de negcios sociais, em mbito internacional, apresenta diferentes graus de maturao e desenvolvimento, e consequentemente formataes jurdicas e fiscais que facilitam a entrada de novos empreendimentos no mercado e estimulam o desenvolvimento de negcios.

    Destacamos abaixo alguns modelos de regulamentao para negcios sociais e de parcerias com o poder pblico, em pases nos quais este setor, diferentemente do Brasil, avanado e solidificado. A Inglaterra notria por apresentar um dos melhores exemplos de um sistema realmente organizado para os negcios sociais, com representaes do setor e uma agenda nacional para elaborar estratgias em parceria com o governo, que, por sua vez, identifica negcios sociais e cria em conjunto oportunidades para o desenvolvimento econmico e das populaes excludas. Neste pas, as empresas adotam o formato jurdico de uma empresa de interesse comunitrio, as CICs (community interest company), que permitem a participao acionria do governo, de investidores e de empreendedores numa mesma pessoa jurdica e exigem re-investimento na empresa e na comunidade local.

    Na publicao Gesto de Negcios Sociais e Inclusivos, desenvolvida pelo Instituto Walmart e Ashoka, as autoras Flavia Regina de Souza Oliveira e Juliana Furini de Vasconcellos destacam o contexto dos Estados Unidos por meio das L3C (low-profit limited liabilty company), adotado em alguns estados desse pas:

    As denominadas L3C so sociedades por quotas de responsabilidade limitada que podem receber incentivos fiscais desde que se comprometam, nos seus atos constitutivos, a realizar benefcios sociais. Como essncia, as L3C so empresas que buscam gerar lucro mas possuem uma misso social como seu principal objetivo. Nesse sentido, as

    L3C so capazes de acessar capital em situaes em que o potencial retorno do negcio muito baixo para garantir o seu risco pelos investidores tradicionais. Essas sociedades so tributadas como uma empresa limitada comum, mas podem receber recursos incentivados de investidores e fundaes.

    No Canad, vale destacar as recentes iniciativas em Ontrio, a maior provncia desse pas, onde o governo provincial criou a Unidade de Negcios Sociais inserida no Ministrio de Desenvolvimento Econmico, Comrcio e Emprego, com a finalidade de apoiar negcios sociais tanto emergentes quanto os j estabelecidos.

    O governo de Ontrio tambm criou a Parceria de Inovao Social para incentivar a colaborao entre start-ups de negcios sociais e empresas estabelecidas, desde companhias de seguros at as de servios pblicos. Este programa de parcerias permite que as empresas mais maduras apoiem aquelas mais jovens, enquanto os negcios sociais emergentes contribuem com novas ideias e prticas inovadoras.

    No tocante ao acesso capital e financiamento para os negcios sociais, o governo de Ontrio est estimulando parcerias com investidores de impacto, com o objetivo de canalizar investimentos privados para o bem pblico. Pendente de aprovao da Ontario Securities Commission (Comisso de Valores Mobilirios da Provncia de Ontrio), a provncia lanara brevemente a Social Venture Exchange, uma plataforma online que conectar investidores com negcios sociais aptos a receberem investimentos de porte.

    Na Amrica Latina, o Chile tem mostrado avanos considerveis no setor de negcios sociais por meio da futura criao de duas instituies para garantir o desenvolvimento e a implementao de uma estratgia nacional para o desenvolvimento de negcios sociais. Uma delas a Associao Nacional de Negcios Sociais, que visa criao de polticas e de um marco regulatrio para o setor. A outra o Conselho de Inovao Social, focada em gerar e

  • Anexo V | pg. 32

    disseminar conhecimento na rea. Em pases nos quais o setor de negcios sociais encontra-se em fase madura, podemos observar que as associaes representativas possuem um papel importante na construo de ambientes cada vez mais propcios a esses empreendimentos.

    De maneira geral, as associaes de negcios sociais ao redor do mundo buscam representar seus interesses perante os setores pblico e privado, o terceiro setor, a imprensa e a sociedade civil, por meio de vrias iniciativas, tais como: estimular o compartilhamento de lies aprendidas entre seus membros; organizar eventos e encontros regionais e nacionais; coletar dados e construir informaes sobre o setor; difundir o conceito dos negcios socais; e, evidentemente, trabalhar em defesa do setor.

    Apresentamos abaixo exemplos de associaes de negcios sociais em alguns pases.

    Austrlia: Social Traders Austrlia

    A Social Traders da Austrlia uma organizao sem fins lucrativos, fundada em 2008, com a misso de apoiar e incentivar a criao de negcios sociais comercialmente viveis em toda a Austrlia.

    Por meio de trabalhos com o governo, comunidades, empresas e parceiros de pesquisa, a organizao pretende: aumentar a conscientizao sobre os negcios sociais e demonstrar seus benefcios; abrir mercados para produtos e servios de negcios sociais; aumentar o financiamento disponvel para iniciar e desenvolver negcios sociais; desenvolver a capacidade dos empreendimentos para negociar com sucesso; e apoiar a coordenao do desenvolvimento de negcios sociais na Austrlia.

    Esccia: Community Enterprises in Scotland/ CEiS

    A CEiS j vem atuando h mais de 25 anos e surgiu com a misso de fornecer treinamento, apoio e financiamento para negcios sociais

    na Esccia.Seus programas principais incluem organizao e gesto de eventos do setor de negcios sociais; iniciativas de empregabilidade para que grupos vulnerveis possam se inserir no mercado de trabalho; assistncia tcnica para aprimorar a gesto dos negcios sociais; acesso a linhas de financiamento e crdito; produo de estudos e pesquisas; e desenho de parcerias com o governo local para a incluso de produtos e servios de negcios sociais em compras e licitaes pblicas.

    Inglaterra: Social Enterprise UK

    A Social Enterprise UK, fundada em 2002, uma organizao que presta inmeros servios aos negcios sociais do Reino Unido associados como membros.

    Vale destacar as seguintes iniciativas: campanhas de advocacy para influenciar o debate de polticas pblicas favorveis os setor de negcios sociais; produo de pesquisas e estudos; disseminao de conhecimento tcnico sobre o setor; consultoria e assistncia tcnica aos gestores de empreendimentos; articulao e criao de redes entre os seus membros (negcios sociais) para fomentar negcios entre si; divulgao sobre o setor por meio de portal online, assessoria de imprensa e campanhas publicitrias; e visitas para intercmbio de boas prticas.

    Canad: Social Enterprise Council of Canada

    O Social Enterprise Council of Canada, fundado em 2002 (o projeto piloto da associao foi lanado em 1997), uma organizao colaborativa com a misso de promover e apoiar o desenvolvimento e crescimento de negcios sociais no Canad.

    Os quatro objetivos principais da instituio so: fortalecer as habilidades empreendedoras dos negcios sociais (em todas as etapas); facilitar acesso a crdito e investimento; expandir mercados para produtos e servios dos negcios sociais canadenses; e fortalecer o

  • Anexo V | pg. 33

    tecido social de comunidades vulnerveis. Estados Unidos: Social Enterprise Alliance / SEA

    A Social Enterprise Alliance, fundada em 1997, com presena em 11 estados do pas e 13 unidades regionais, oferece a seus membros uma srie de servios de apoio e suporte aos negcios sociais, em alinhamento com as polticas estaduais do pas.

    A SEA atua por meio de quatro eixos estratgicos: produo e disseminao de conhecimento especializado voltado a

    construo de capacidades e habilidades; criao de redes entre os negcios sociais que operam em suas unidades estaduais e regionais para compartilhar boas prticas e experincias; promoo do setor como um todo perante redes colaborativas e parcerias intersetoriais; e advocacy em polticas pblicas, incluindo apoio para prticas de inovao social, compras pblicas e acesso a financiamento e investimento. Um grande evento anual, o Social Enterprise Summit, oferecido anualmente nos ltimos 12 anos, permeia transversalmente todos os eixos estratgicos de trabalho da SEA.

  • Anexo VI - Banco de ideias: exemplos de negcios sociais no brasil

  • Anexo VI | pg. 35

    Banco de ideias: exemplos de negcios sociais no brasil

    Empresa/setor O que faz Impacto social Referncia

    aoka So Paulo, SP

    (turismo)

    Leva turistas para comunidades pobres como Mamirau (Reserva de Desenvolvimento Sustentvel), no Amazonas, e no morro Santa Marta, no Rio de Janeiro. Seu modelo de negcio foi desenhado para oferecer experincias nicas e diferenciadas aos turistas e gerar valorizao das culturas locais e trabalho e renda s comunidades.

    Gera renda para mais de 100 pequenos negcios, como pousadas, lojas e restaurantes desses locais.

    www.aoka.com.br

    Artesanato Solidrio/

    Artesol So Paulo, SP (artesanato)

    Elabora projetos e aes voltados para a valorizao da atividade artesanal de referncia cultural brasileira, salvaguarda do patrimnio cultural Intangvel, e incluso cidad e produtiva dos artesos.

    Gerao de renda e insero social por meio do resgate e da valorizao do artesanato de tradio no Brasil, segundo os princpios do mercado justo.

    www.artesol.org.br

    Banco Palmas Fortaleza, CE

    (servios financeiros)

    Banco comunitrio que oferece micro crdito, capacitao para pequenos empreendedores e canais de comercializao de seus produtos.

    At 2011 concedeu 4.714 emprstimos de microcrdito produtivo. Mais de 18 mil famlias foram beneficiadas diretamente pelo emprstimo ou por meio de capacitaes.

    www.bancopalmas.org.br

    Banco Perola Sorocaba, SP

    (Servios financeiros)

    Fornece microfinanciamento para jovens empreendedores das classes C, D e E.

    Em 2011 passou a apoiar 130 negcios, com uma taxa de inadimplncia de apenas 2% e tornou-se correspondente de microcrdito da Caixa Econmica Federal.

    www.bancoperola.org.br

  • Anexo VI | pg. 36

    Empresa/setor O que faz Impacto social Referncia

    Bio Fair Trade Comercio e

    Exportaco de Artesanato Ltda.

    Recife, PE (artesanato)

    Negcio social de comrcio justo que tem como principal objetivo apoiar o pequeno produtor brasileiro no acesso aos mercados.

    Atende pequenos grupos de artesos brasileiros e das comunidades nas quais esto inseridos. Por meio das negociaes junto a clientes nacionais e internacionais, estabelece parcerias de longo prazo entre produtores e compradores, dentro dos princpios do Comrcio Justo.

    www.biofairtrade.com.br

    Biofilica Investimentos

    Ambientais S/A So Paulo, SP e outros municpios no Norte e

    Sudeste do Pas (preservao do meio ambiente)

    Trabalha na gesto e conservao de florestas na Amaznia a partir da comercializao dos servios ambientais, investimentos em pesquisas e desenvolvimento socioeconmico das pessoas e comunidades que habitam as reas sob gesto.

    Cria e desenvolve um mercado de crditos ambientais que permite a reduo do desmatamento, a valorizao da floresta em p e dos servios ambientais por ela prestados.

    www.biofilica.com.br

    CDI Lan Abrangncia

    Nacional 13 estados

    (tecnologia de informao)

    Articula redes de lan houses comunitrias e agrega servios de educao, incluso financeira, entretenimento saudvel, cultura e empreendedorismo.

    Vem transformando 6.500 lan houses em centros de convivncia, convenincia e servios nas comunidades.

    www.cdilan.com.br

    CIES Florianpolis, SC (Sade)

    O CIES um projeto social de sade mvel que conta com uma estrutura hbrida de organizao: a Associao Beneficente Ebenzer e a empresa Fleximedical. O CIES foca na sade preventiva em comunidades por meio de atendimento mdico humanizado e especializado e utilizando equipamentos de alta tecnologia.

    O CIES torna sade especializada de qualidade acessvel a comunidades vulnerveis e leva conhecimento de preveno para um setor mais carente de informaes.

    www.projetocies.com.br

  • Anexo VI | pg. 37

    Empresa/setor O que faz Impacto social Referncia

    Daspu Rio de Janeiro,

    RJ (moda)

    Criou uma grife para gerar visibilidade e recursos para prostitutas beneficirias da ONG Davida.

    Viabiliza recursos financeiros para a luta das prostitutas da ONG Davida, por meio do desenvolvimento e comercializao de peas de vesturio.

    www.daspu.com.br

    Dossier DigitalSalvador, BA

    (tecnologia de informao)

    Treina jovens de baixa renda como desenvolvedores de aplicativos de software para microempresrios.

    Capacita e gera rendas para os jovens atendidos pelo projeto.

    www.dossierdigital.ws

    F123Curitiba, PA

    (tecnologia de informao)

    Possibilita o acesso educao e a oportunidades de trabalho aos portadores de deficincia, por meio do desenvolvimento e comercializao de tecnologias assistivas baseadas em software livre, facilitando o acesso pelo baixo custo e complexidade.

    Capacita e gera renda para portadores de deficincia.

    www.artemisia.org.br/ace_portfolio.php

    Feira Preta So Paulo, SP

    (moda)

    Atua na promoo e no desenvolvimento sociocultural da comunidade negra e do empreendedorismo afro brasileiro em nvel nacional.

    Visibilidade e gerao de renda para os empreendedores da Feira Preta.

    www.feirapreta.com.br

    IdesamManaus, AM

    (meio ambiente)

    Promove a valorizao e o uso sustentvel de recursos naturais na Amaznia, por meio da busca de alternativas para a conservao ambiental, desenvolvimento social e mitigao das mudanas climticas.

    Promovem diversos projetos voltados para a preservao da Amaznia, alm de cursos de capacitao e palestras informativas e formadoras para a populao.

    www.idesam.org.br

    ImafloraSo Paulo, SP

    (manejo florestal)

    Contribui para que as florestas sejam conservadas por meio do manejo sustentvel dos recursos. Atua com certificao, desenvolvimento local, influenciando polticas pblicas, fortalecendo cadeias produtivas ligadas agrofloresta.

    Aumenta a conservao de recursos naturais; contribui para a conservao de reas protegidas; gera renda para produtores familiares e comunidades florestais; diminui as emisses de gases de efeito estufa.

    www.imaflora.org

  • Anexo VI | pg. 38

    Empresa/setor O que faz Impacto social Referncia

    Imembui Santa Maria, RS (servios financeiros)

    Fornece crdito gil e desburocratizado para pequenos empreendedores, em sua maioria comerciantes formais ou informais excludos da poltica do sistema financeiro tradicional.

    Promove a sustentabilidade de pequenos empreendedores, manuteno e criao de postos de trabalho e gerao de renda, contribuindo para o resgate de dignidade e cidadania.

    www.imembuimicrofinancas.org

    Incubadora Afro-brasileira Rio de Janeiro, RJ (Incubadora de negcios)

    Incubadora de empresas com abordagem tnica no Brasil, com o objetivo de desenvolver o papel econmico da populao negra por meio da implementao de novos empreendimentos.

    Promove o fortalecimento de micro e pequenas empresas e oferece quatro tipos de servios gratuitos:formao em gesto, consultoria, apoio logstico e assistncia tcnica.

    http://ia.org.br

    Instituto Ecotece Vestir

    Consciente So Paulo, SP (moda e meio

    ambiente)

    Atua emagncias de criao e conhecimento, projetos sociais e produtos ecolgicos que geram renda e comunicam valores ticos.

    Gera solues criativas namodaque promovam o vestir consciente com o desenvolvimento de produtos sustentveis e prticas educativas.

    www.ecotece.org.br

    Greentee So Paulo, SP (artesanato /

    meio ambiente)

    A Greentee uma marca de camisetas com orientao eco-social friendly. A empresa usa malhas provenientes de garrafas PET recicladas e algodo orgnico, cultivado em lavouras livres de agrotxicos. Seus produtos so vendidos em uma loja online e em alguns pontos de venda fsicos, com distribuio seletiva. As estampas so criadas por jovens artistas.

    As camisetas so feitas com fio de garrafas pet e com tintas a base dgua que no agridem ao meio ambiente. Cada camiseta numerada e quando vendida, a cpia doada a instituies parceiras que atendem crianas e adolescentes. O consumidor pode acompanhar online para onde foi doada a camiseta gmea da que comprou.

    http://greentee.me

  • Anexo VI | pg. 39

    Empresa/setor O que faz Impacto social Referncia

    Museus Acessiveis

    So Paulo, SP (cultura)

    Promove a mudana cultural em museus e instituies culturais,oferecendo orientao para o desenvolvimento de projetos culturais de acessibilidade para pessoas com deficincia.

    Forma gestores culturais para o atendimento de pessoas com deficincia em museus e outros espaos; desenvolvimento de produtos e projetos de acessibilidade e difuso de informaessobre acessibilidade em instituies culturais.

    www.museusacessiveis.wordpress.com

    Projeto RaizesBelo Horizonte, MG (turismo)

    Promove o turismo de base comunitria no Vale do Jequitinhonha. Promoo de arranjos produtivos locais com enfoque no turismo e artesanato.

    Promove articulao entre consumidores e comunidades do Vale do Jequitinhonha; Dissemina a cultura e gerao de renda para a populao local; insero do olhar de mercado na produo de artesanato e no recebimento de turistas; ampliao das capacidades e do potencial turstico.

    www.raizesds.com.br

    Quadrado Mgico

    Fortaleza, CE(educao)

    Aulas e exerccios interativos (matemtica) de alta qualidade disponibilizados gratuitamente numa plataforma online.

    Ampliao do aprendizado para alunos do ensino fundamental e mdio de forma ldica e com utilizao de tecnologias da informao.

    www.1.qmagicobr.appspot.com/plataforma

    Rede AstaRio de Janeiro, RJ (canais de distribuio)

    Primeira rede de venda direta do Brasil de produtos originrios de comunidades de baixa renda. Promove redes e trabalha para transformar a vida de produtoras e artess, conselheiras, consumidores e empresas. Fazem brindes corporativos para empresas reaproveitando resduos slidos da prpria empresa.

    Fortalecimento de grupos produtivos; gerao de renda para pequenos produtores e artesos; insero de mulheres no mercado de trabalho; distribuio e comercializao de produtos de comunidades; disseminao do consumo consciente.

    www.redeasta.com.br

  • Anexo VI | pg. 40

    Empresa/setor O que faz Impacto social Referncia

    SatilSo Paulo, SP

    (sade)

    Modelo de negcio que por meio de um site divulga dados e informaes sobre remdiose tratamentos gratuitos em todas as cidades do pas.

    Acesso informao qualificada respeito de sade. Desde que foi lanado, no incio de 2011,o site j recebia, em mdia, 140.000 visitas por ms.

    www.sautil.com.br

    Sementes de Paz

    So Paulo, SP (agricultura orgnica)

    Delivery de alimentos orgnicos que, por meio de preos justos e transparentes, promove investimentos para qualificao e eficincia na cadeia produtiva da agricultura ecolgica.

    Apresentando-se como elo entre produtores e consumidores, mantm parcerias com mais de 50 produtores e j proporcionou acesso alimentao saudvel e responsvel a mais de 2.000 famlias na cidade de SP.

    www.sementesdepaz.com.br

    Solar EarSo Paulo, SP

    (sade)

    A Solar Ear produz aparelhos auditivos digitais e recarregveis por energia solar a preos baixos para pessoas com deficincia auditiva.A montagem dos aparelhos e do recarregador de baterias solares realizado por jovens surdos brasileiros com colaborao tcnica de jovens surdos na frica.

    Desenvolvimento de tecnologia social; formao e empregabilidade de jovens com deficincia; acessibilidade a aparelhos auditivos para populao com deficincia auditiva.

    www.solarear.com.br

    SolidariumCuritiba, PR (canais de

    distribuio)

    Articulao entre pequenos produtores artesanais e grandes redes varejistas e comercializao online para venda direta ao consumidor.

    Gera renda para cerca de 1.450 cooperativas,que empregam mais de 6.500 artesos em todo o Brasil.

    www.solidarium.net

    TekohaSo Paulo, SP

    (canais de distribuio)

    Cria canais de comercializao para produtos de artesanato produzidos por 1.200 artesos em 28 comunidades espalhadas pelo Brasil.

    Os produtos so feitos por grupos produtivos artesanais que favoream minorias e tm significado para quem os produz. Os grupos so organizados e tm produtos adequados ao atendimento de demandas de mercado.

    www.redetekoha.com.br**Site em desenvolvimento

  • Anexo VI | pg. 41

    Empresa/setor O que faz Impacto social Referncia

    Tem Quem Queira

    Niteri, RJ (artesanato)

    Fornece oportunidades de emprego a quem precisa (detentos ou ex detentos), capacitando e gerando renda a partir da produo de peas com design arrojado, feitas do reaproveitamento de lonas vinlicas de publicidade e aes promocionais.

    Por meio de trs oficinas produzem, em mdia,trs mil peas por ms, retirando de circulaomais de 4.000 m2de lonas mensais e empregando cerca de40 pessoas.

    www.temquemqueira.com.br

    Terra NovaCuritiba, PR

    (regularizao fundiria)

    Promove acordos para solucionar conflitos fundirios entre proprietrios de terra e famlias assentadas.

    A empresa j regularizou endereosde mais de 22.000 pessoas em trs estados brasileiros.

    www.grupoterranova.com.br*

    *Site em desenvolvimento

    Tic EducaSo Paulo, SP (educao/

    tecnologia de informao e

    comunicao)

    Aprimora a dinmica de ensino e aprendizagem no Ensino Fundamental de escolas pblicas e privadas.

    Capacita professores e desenvolve games para tablets, baseados no currculo da educao, oferecendo uma soluo complementar de contedos e metodologias para aplicao de tecnologia e mobilidade na educao.

    www.ticeduca.com.br/index.php

  • Anexo VII - Exemplos de negcios sociais em outros pases

  • Anexo VII | pg. 43

    Exemplos de negcios sociais em outros pases

    Empresa/setor O que faz Impacto social Referncia

    African Leadership Academy

    frica do Sul (educao/

    tecnologia da Informao e comunicao)

    Prepara e desenvolve a prxima gerao dos lderes ticos africanos por meio de sua plataforma de tecnologia inovadora e parcerias com as principais operadoras de telecomunicaes e provedores de contedo.

    A empresa oferece um currculo do ensino mdio superior, bem como o acesso a oportunidades no ensino superior e formao contnua para preparar os alunos para uma vida de liderana no continente.

    www.africanleadershipacademy.org

    Akshara Foundation

    ndia (educao)

    Destina-se a assegurar que cada criana em Karnatraka esteja na escola, engajado e que aprenda bem.

    Gama de programas que oferecem solues para o ensino fundamental. Especificamente, seus programas so projetados para melhorar a escrita e a matemtica entre os alunos, bem como a capacidade e a eficcia de professores e escolas.

    www.akshara.org.in

    Aravind Aurolab ndia (sade)

    Centro de tratamento oftalmolgico e produo de materiais oftalmolgicos a preos acessveis para pases em desenvolvimento.

    Desde 1976 j forneceu cinco milhes de lentes a consumidores de baixa renda na ndia e em mais de 120 pases.

    www.aurolab.com/www.aravind.org

    AssembisCosta Rica

    (sade)

    Servios mdicos por meio de centros equipados com alta tecnologia, preo justo e atendimento qualificado.

    Promove campanhas subsidiadas de atendimento a pessoas em situao de vulnerabilidade em zonas rurais marginalizadas, centros penitencirios, casas de idosos e clnicas pblicas. Atende, em mdia, 360.000 pessoas por ano.

    www.asembiscr.com

    AssociacoGranja Andar

    Argentina (alimentos)

    Padaria e servios de catering que oferece coffe breaks, refeies, pizzas e cafs da manh.

    Oferece mais que 70 postos de trabalho para jovens de baixa renda com deficincia mental.

    www.granjaandar.org.ar

  • Anexo VII | pg. 44

    Empresa/setor O que faz Impacto social Referncia

    Aspen Impact Estados Unidos

    (cidadania)

    Aconselha os empreendedores sociais na concepo de estratgias eficazes para alcanarem impacto social, a execuo de operaes sustentveis , envolvendo membros do conselho, e construir uma conscincia pblica. Trabalham com grupos que tratam de questes como a pobreza, design educacional, nutrio, habitao, desenvolvimento comunitrio e fitness.

    Membros da equipe ajudaram centenas de organizaes por meio da consultoria. Alguns exemplos: ajudam as familias com crianas com necessidades especiais;criam e realizam workshops sobre como os gestores podem avaliar as operaes, o impacto da mdia, realizarem aes de marketing e usarem recursos visuais para transmitirem mensagens de impacto;como podem criar identidade corporativa, fazer pesquisa de mercado, programas de relaes com ex-alunos, campanhas de marketing para a contabilidade, educao e clientes que trabalham na rea de sade; promovem a paz por meio da educao, desenvolvimento econmico e de liderana;Ajudam pessoas que sofrem violncia domstica para poderem criar independncia.

    www.aspenimpact.com

    Bridge International Academies

    Qunia (educao)

    Maior cadeia mundial de escolas primrias oferecendo educao de alta qualidade a um preo acessvel para as famlias que vivem com menos de dois dlares por dia por pessoa.

    Quer operar em pelo menos 12 pases em todo sub-Saara africano e na ndia e contam com mais de dez milhes de alunos em 2023. Alm de oferecer uma opo nova e eficaz para a educao, essas escolas tambm iro criar empregos e proporcionar renda para os trabalhadores da educao nas comunidades locais.

    www.bridgeinternational

    academies.com

    Capital Conflict Management

    Inglaterra (resoluo de

    conflitos)

    Servio de resoluo de conflitos para adolescentes acima de 13 anos.

    Ajuda a combater a violncia e procurar os caminhos alternativos para quem j est envolvido em situaes de violncia.

    www.capitalconflict.com

    ClarityInglaterra

    (Incluso Social)

    Oferece emprego para vrios tipos de deficientes.

    Integrao dos deficientes na sociedade e no mercado de trabalho.

    www.clarityefbp.org

  • Anexo VII | pg. 45

    Empresa/setor O que faz Impacto social Referncia

    Derbyshire Health United

    Inglaterra (sade)

    Realiza servios de atendimento mdico, de urgncias, principalmente em parceria com policiais e investigadores, presidirios, servios sociais e emergncias.

    Providenciam servios de sade para a comunidade local e os atendimentos adequados para os pacientes.

    www.derbyshirehealthunited.com

    d.light designndia (energia)

    Desenvolve produtos inovadores de alta qualidade, a preos acessveis, de consumo de energia solar para as famlias sem acesso energia eltrica confivel.

    Foco nas necessidades dos clientes para trazer iluminao segura e confivel para os mercados emergentes, onde mais de 1,6 bilho de pessoas vivem sem acesso eletricidade. Em localidades como a ndia e a frica sub-saariana, lanternas solares da empresa substituiem as lmpadas de querosene txicas e perigosas. Proporciona mudana de vida, melhorias na sade e segurana pessoal, bem como o aumento da produtividade e o acesso informao.

    www.dlightdesign.com

    Elvis & Kresse Inglaterra

    (artesanato/meio ambiente)

    Cria acessrios provenientes de resduos aparentemente inteis dos bombeiros.

    50% do lucro revertido para trabalhos sociais da brigada de incndio.

    www.fire-hose.co.uk

    East End Fair Finance

    Inglaterra (servios

    financeiros/micro crdito)

    Providencia micro financiamentos e assessoria para as pessoas com problemas financeiros.

    Os consultores explicam os direitos dos consumidores, ajudam a preparar os planos de negcios e auxiliam na negociao de dvidas.

    www.fairfinance.org.uk

    East Lancashire Moneyline IPS Limited Inglaterra (servios

    financeiros/micro crditos)

    Ajudam pessoas sem crdito a abrirem contas bancrias, providenciam pequenos emprstimos e consultoria financeira.

    Ajudaram mais de 20.000 pessoas a receberem emprstimos. Diminuram a excluso social e o nvel de satisfao com os clientes de mais de 90%.

    www.elmline.co.uk

  • Anexo VII | pg. 46

    Empresa/setor O que faz Impacto social Referncia

    Global IndigoGlobal

    (comrcio justo/artesanato)

    Oferece produtos de qualidade, autnticos e de comrcio justo, com isso, apoia os produtores, suas famlias e comunidades. Apoiam pessoas e suas famlias que se uniram por meio de cooperativas que produzem artesanatos eticamente feitos, proporcionando renda para os membros e fundos para as cooperativas.

    Aumentam o conhecimento de onde os produtos so e quem os fez, promove os produtores, culturas, e sensibiliza para as dificuldades que podem enfrentar. Gera lucro para reinvestir em pases em desenvolvimento, em comunidades de forma sustentvel. Facilitam as compras de impacto positivo, indo alm do comrcio justo na criao de uma ligao mais pessoal entre cliente e produtor, permite aos clientes verem como seu dinheiro est sendo reinvestido em projetos de desenvolvimento social.

    www.globalindigo.org

    Gnewt Cargo Limited

    Inglaterra(meio ambiente/

    canais de distribuio)

    Entrega de encomendas, pacotes e mercadorias com frota de emisso zero, como bicicletas, carrinhos eltricos, scooters e bicicletas eltricas para pequenas cargas nos centros urbanos.

    Reduo de emisses, diminuio de congestionamentos e impacto positivo no ambiente que opera.

    www.gnewtcargo.co.uk

    Grameen Danone Foods

    Bangladesh (alimentos)

    Produz iogurte enriquecido com vitaminas e minerais, que, ingerido duas vezes por semana ao longo de um ano, pode tirar uma pessoa da desnutrio.

    Vende cerca de 22 mil potes de iogurte por dia para grupos de baixa renda, emprega 267Grameen Ladies.

    www.grameencreativelab.com/live-examples/

    grameen-danone-foods-ltd.html

    Hubs Coomercial

    Ventures and Student Hubs

    Inglaterra (cidadania/meio

    ambiente)

    Atua como catalisador, capacitando os alunos a tornarem-se membros ativos da sua comunidade, promovendo a ao social, empreendedorismo social e cidadania.

    Organizao e engajamento em conferncias estudantis sobre aes sociais, voluntariado, mudanas climticas e sustentabilidade.

    www.studenthubs.org

  • Anexo VII | pg. 47

    Empresa/setor O que faz Impacto social Referncia

    Institute for Liberty and Democracy

    Global(servios jurdicos e

    econmicos)

    Trabalha com os pases em desenvolvimento para implementar reformas de direitos de propriedade e de negcios que fornecem os instrumentos jurdicos e as instituies necessrias para que os cidados participem da economia formal

    Tem trabalhado diretamente em mais de 25 pases emergentes e foi consultado por 35 chefes de Estado, levando uma srie de projetos de alto impacto como a gesto de formalizao da propriedade, no Peru, a implementao de titulao de terras em El Salvador, e ajudando a simplificar os marcos legais que regem a propriedade e os direitos de negcio na Tanznia e Egito. ILD tem impactado milhes de vidas e foi instrumental na promoo da autonomia jurdica e econmica para os pobres.

    www.ild.org.pe

    MicelMxico

    (tel